Ataegina Uma Divindade Paleohispânica” Lopes, Cristina Maria Grilo (2014) “Ataegina Distintos, Toda a Sistematização Assenta Em Critérios Essencialmente Linguísticos

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Ataegina Uma Divindade Paleohispânica” Lopes, Cristina Maria Grilo (2014) “Ataegina Distintos, Toda a Sistematização Assenta Em Critérios Essencialmente Linguísticos Ataegina uma divindade Resumo: Este trabalho pretende contribuir para ana- lisar alguns aspetos relacionados com a divindade Pa- Paleohispânica leohispânica Ataegina. Esta divindade surge-nos como um caso excecional no ocidente peninsular, sob diver- Ataegina one Paleohispânica divinity sos aspetos e este trabalho visa abordar as especificida- des conhecidas que se afiguram mais relevantes, bem como algumas das perspetivas que os diversos autores Cristina Maria Grilo Lopes* têm trazido a lume. São desenvolvidas reflexões sobre o culto que lhe foi dedicado em Mérida, aproximada a *Portugal, Arqueóloga pela Faculdade de Letras Proserpina, enquanto situação particular e ligada às eli- da Universidade de Lisboa (FLUL); Mestre em tes emeritensis e à sua apropriação do Lucus Feroniae. Património Público, Arte e Museologia, pela Palavras chave: Povos Indígenas / Tenetehara / Mitologia Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa / Ritual / História. (FBAUL). E-mail: [email protected] Abstract: Artigo submetido a 30 de maio This work seeks to contribute to analyze some e aprovado a 14 de junho 2014 aspects related to the Paleohispanic divinity Ataegina. This divinity emerges as an exceptional case in western Iberian Peninsula, in many aspects and this work aims to address the known specificities that seem most relevant as well as some of the prospects that several authors have brought to light. Reflections are developed on the cult de- dicated to her in Merida, approximate Proserpina, while private and linked to Merida elites and their ownership of the Lucus Feroniae. Keywords: Ataegina / Paleohispanic Divinity. Introdução Desde logo há que sustentar que se trata de uma divindade peninsular pré-romana e que apesar de haver diversas linhas de investigação em que a organização desses reportórios se orienta por princípios muito Lopes, Cristina Maria Grilo (2014) “Ataegina uma divindade Paleohispânica” Lopes, Cristina Maria Grilo (2014) “Ataegina distintos, toda a sistematização assenta em critérios essencialmente linguísticos. Uma vez que são estes que determinam por via da regra, a integração das diferentes entidades nos respetivos grupos. Esta pos- tura, com já largos antecedentes, levou inclusive muitos investigadores a crerem que se poderia aceder ao conhecimento da própria natureza das divindades, através do significado do teónimo. No entanto vários estudiosos como Unterman (1985: 356) ou Hoz (1986: 33-37) alertaram para as dificuldades e carácter limitativo destas abordagens. Da sua análise linguística podemos constatar que esta divindade peninsular surge com designações variadas na sua nomenclatura como Ataegina/Ataecina/Adaecina/Adaegina ou também com a variante com 2 tt ou 2 dd, na sequência é usual encontrar-se o epíteto T ou Turibrig ou Dea Domina Sancta, assim podemos encontrar ainda: daeae sanctae Turibrige d(eae) d(ominae) s(anctae) Turibri d(eae) d(ominae) s(anctae) T(---) A(taecinae) deae Ataecinae Turobrigae (s)anctae dea Ataecina Turibrig(ae?) Proserpina 97 d(eae) Ate(cinae) Proserpinae Tu(---) d(eae) d(ominae) (T)uri(b)ri (d)o(minae) s(anctae) Tur(---) A(taecinae) do(minae) d(eae) s(anctae) turibri(g)e Adegine domina (A)ttaegina (T)urubrigae dominae Turibri (A)deginae (T)uribri A(t/d)ecin(ae) Pelo atrás exposto parece que a forma original seria Turibriga, Plínio o velho fala de uma Torobriga e localiza-a na Betúria, mas na atualidade não há consenso quanto ao seu paradeiro. Na época de Leite Vasconcelos conhecia-se as fontes clássicas e já havia dispersão de achados (sem Alcuéscar). O que im- pressionou Vasconcelos foi não só a dispersão, a variação da escrita, mas também o epíteto. Dea Sancta (quando aparecia só com esta designação era considerada Ataegina), uma vez que de maneira geral a conjugação dos dois determinativos – sanctus e dominus – é rara para outras divindades. O teónimo com o sufixo “cina” ou “gina” pouco comum, Leite Vasconcelos entendeu que este era o radical e analisou ATAE (repetição, como partícula de reforço), GINA – indo-europeu que procede de GENOS – a renasci- da. Interpretou-a como ligada a natureza e à Primavera, o renascimento da terra, não só pela filologia mas também porque esta associada a Proserpina (versão latina de Perséfone) Teria sido adoptada em Mérida a partir de Turobriga e daí ter-se-ia distribuído por toda essa zona da Lusitânia, devido a deslocações de indígenas sobretudo enquanto. Ataegina Turibrig Proserpina (Garcia Bellido 2001: 55- 58). A análise que podemos fazer de Turobriga ou Turibriga a partir do texto Pliniano é de um espaço demarcado com algumas casas, talvez um vicus ou simples pagus, situado no território de um município ou colónia, razões pelas quais não terá deixado vestígios que permitam encontra-lo até à atualidade. No entanto o seu santuário regional teria tido uma importância considerável em época pré-romana, impor- tância essa que transitou para a romanidade. É a única divindade paleohispânica que existe cultuada fora da Península Ibérica. E só Ilurdeda, outra divindade paleohispânica feminina terá também peregrinado, mas com um número muito inferior de epígrafes. É uma divindade feminina e o seu culto encontra-se disperso por uma área geográfica bastante Lopes, Cristina Maria Grilo (2014) “Ataegina uma divindade Paleohispânica” Lopes, Cristina Maria Grilo (2014) “Ataegina grande, que abarca grosso modo de Beja a Toledo, ou no triângulo Norba-Turgalium-Emerita, todavia há casos controversos que podem alargar este território. Todos os casos conhecidos são de epigrafia romana, mas trata-se de uma divindade pré-romana. Na década de oitenta a escavação conduzida por Caballero Zoreda na igreja moçarabe de Santa Lúcia de El Trampal em Alcuéscar permitiu recuperar 50 epígrafes, votivas e funerárias que tinham sido reutilizadas no edifício. 15 eram altares dedicados a Ataecina Turibrigensis, cerca de 20 aras anepígrafas e um outro grupo com o nome do defunto em que não é mencionada divindade, possivelmente por estarem no témenos da divindade. Este local está situ- ado entre montanhas, no vale que é abastecido por águas salutiferas ferruginosas, ideal para um bosque sagrado dedicado a uma divindade salutífera e infernal que proteja a água, a natureza, a população, os bens agro-pecuários, os ctónicos e a vida do além. A situação geográfica privilegiada mostra que está situada numa via de passagem que estaria certamente favorecida desde época tartéssica e unia Norba a Metellinum. Este ponto vê-se favorecido pela confluência de cinco povos, os Lusitanos, Vetões, Célticos, Turdulus e Celtiberos. Garcia Bellido descobriu que nas fontes clássicas em relação a Mérida é referido que num dos extremos do seu território existe um “Lucus Feroniae” ou seja um bosque sagrado. Está situado entre 98 montanhas no vale que é abastecido por águas salutiferas ferruginosas, ideal para um bosque sagrado de- dicado a uma divindade salutífera e infernal. Tudo leva a crer que o culto na romanidade teve diferenças conforme o local e a cronologia, o que é aliás compreensível e atestado pela epigrafia. Tendencialmente temos testemunhos de um culto a Ataegina mais simples e em Mérida e arredores uma situação especial em que se cultua Ataegina aproximada a Proserpina, certamente ligado ás elites emeritensis e à sua apro- priação do Lucus Feroniae emeritensis. A elite emeritensis ter-se-á apropriado do culto local agora em moldes mais fluidos que abarcariam certamente aspectos do culto indígena mas também com semelhan- ças com o culto da península itálica, numa clara interpretatio do culto indígena. Quanto à cronologia das inscrições, existe algumas que podem ser incluídas no século I, mas a maioria é do século II e existe ainda do século III. O que é constante é o nome, o epíteto e os caprinos. A cabra/bode é o animal que se associa a Ataegina. Sabemos que se sacrificava gado a Proserpina, mas não sabemos se se tratava de caprinos. Existem na região os já mencionados ex-votos caprinos e que supõe estarem ligados ao culto, há ainda aras e árolas que tem um encaixe, como existem caprinos que tem uma espécie de pé que se pode questionar se seria para encaixar a cabra no cimo das aras ou árolas. Como comprovativo apareceram duas peças em Malpartida de Cáceres, ex-voto à Deusa Santa Turi Adaegina, uma inscrição em bronze com a cabra/bode por cima, bem como ex-voto e mais cabrinhas de bronze ou terracota noutros locais de culto. Os testemunhos epigráficos, segundo Abascal Palazón levam a pensar em vários centros de culto, pelo menos 3 santuários, tal poderia ser o caso de Mérida e seus arredores, ou- tro próximo a El Trampal em Alcuéscar e Dehesa Zafrilla de Malpartida Cáceres onde foi encontrado os dois ex-votos em forma de cabra. No atual estado de conhecimento constatamos que não existe nenhum padrão de referência para definir os devotos de Ataegina. 1. Lucus Feroniae A identificação do local por Garcia Bellido com o Lucus Feroniae foi reforçada após a mesma ter consul- tado as fontes sobre a fundação de Emérita e do seu território a aí ter encontrado a referência ao Lucus Feroniae Augustinorum citado por Agenio Urbico que tinha colhido a informação de Frontinus. Garcia Bellido vai justificar a presença do culto de Feroniae neste território que ela considera indubitavelmente uma interpretatio. Já a situação de El Trampal em Alcuéscar, reveste moldes diferentes pois não se trata ai da capital da província da Lusitânia, mas parece que as características de Lucus Feroniae prevalecem. Aí a igreja moçarabe foi construída com enorme quantidade de material romano reaproveitado e é provável que existisse uma gruta ou um poço fazendo parte do ritual da divindade ctónica. Feroniae em Itália é uma divindade sabina, cujos templos mais importantes, Capena e Tarracina, possuíam um lucus próprio, também situados em locais estratégicos de confluência de vias importantes, como divindade aquífera 1 (1): 97-103. 2183-3184. Vol. ISSN e Pessoas. Paisagens Peregrinações, Cultura, Arte, Romarias, Santuários, Revista procurava a saúde e protegia a produção agro-pecuária, com inúmeros ex-votos humanos e de animais.
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