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revista da área metropolitana de lisboa 4º trimestre 2009

ENTREVISTA mesa da assembleia metropolitana Destaque Novo mapa político AML da aml Os DESAFIOS TURISMO E LAZER pASSEIOS EM DO FUTURO e oeiras PATRIMÓNIO As salinas de alcochete

alcochete . almada . amadora . barreiro. cascais . lisboa . loures. mafra . MOITA. montijo . odivelas . oeiras . palmela . seixal . sesimbra . setúbal . sintra . vila franca de xira Municípios editorial que constituem a Área Metropolitana A situação de Lisboa preocupante do novo regime jurídico das Áreas Metropolitanas

Alcochete Loures Palmela Carlos Humberto de Carvalho Largo S.João Baptista Praça da Liberdade, 4 Largo do Município Presidente da JML 2894-001 ALCOCHETE 2674-501 Loures 2954-001 PALMELA Tel.21 234 86 00 . Fax 21 234 86 90 Tel. 21 982 98 00 . Fax 21 982 00 84 Tel. 21 233 66 00 . Fax 21 233 66 59 www.cm-alcochete.pt www.cm-loures.pt www.cm-palmela.pt

Almada Mafra Seixal Largo Luis de Camões Praça do Município Rua Fernando de Sousa, nº2 2800-158 ALMADA 2644-001 MAFRA 2840-515 SEIXAL Tel. 21 272 40 00 . Fax 21 272 45 55 Tel. 261 810 100 . Fax 261 810 130 Tel. 21 227 57 00 . Fax 21 227 57 01 www.cm-almada.pt www.cm-mafra.pt www.cm-seixal.pt Instalada a nova Assembleia Metropolitana da AML, resultante das Novembro de 2008 (três meses exactos após a sua publicação), Moita Amadora Sesimbra eleições autárquicas de 11 de Outubro, e eleita a respectiva Mesa, a Assembleia Metropolitana tenha aprovado, por maioria, uma mo- Av.Movimento das Forças Armadas Praça da República Rua da República, 3 2700-595 AMADORA 2840-422 MOITA 2970-741 SESIMBRA cabe-nos avaliar o caminho que se abre diante de nós para o man- ção manifestando o seu profundo desagrado junto do Governo e da Tel. 21 436 90 00 . Fax 21 492 20 82 Tel. 21 280 67 00 . Fax 21 280 10 08 Tel. 21 228 85 00 . Fax 21 228 85 26 dato 2009-2013. No momento em que se escreve este texto, não Assembleia da República e propondo a revogação da mesma Lei nº www. cm-amadora.pt www.cm-moita.pt www.cm-sesimbra.pt tinha sido ainda realizada a eleição do Presidente e dos Vice-Pre- 46/2008. Barreiro Montijo Setúbal sidentes da Junta Metropolitana de Lisboa. Isto não nos impede de O que é especialmente preocupante é a manifesta intenção de de- Rua Miguel Bombarda Rua Manuel N. Nunes Almeida Praça do Bocage reflectirmos, em conjunto, sobre a situação criada em torno do novo gradar a natureza da Junta Metropolitana, que é destituída da sua 2830-355 BARREIRO 2870-352 MONTIJO 2900-276 SETÚBAL Tel. 21 206 80 00 . Fax 21 206 80 01 Tel. 21 232 76 00 . Fax 21 232 76 08 Tel. 265 541 500 . Fax 265 541 621 regime jurídico das Áreas Metropolitanas - reconhecendo o que ela qualidade de órgão executivo para “órgão representativo das Câ- www.cm-barreiro.pt www.mun-montijo.pt www.mun-setubal.pt tem de decepcionante e de preocupante. maras Municipais”, passando a partilhar competências com uma É decepcionante que o percurso seguido pelo Poder Central, nos Comissão Executiva permanente - formalmente definida como “es- Cascais Odivelas Sintra últimos anos, tenha vindo a configurar um retrocesso no caminho trutura de apoio técnico” mas, na prática, dotada de competências Praça 5 de Outubro Rua Guilherme Gomes Fernandes Largo Dr. Virgílio Horta 2754-501 CASCAIS 2675-372 ODIVELAS 2714-501 SINTRA inicialmente previsto e confirmado por declarações expressas do que assumem relevância política. Tel. 21 482 50 00 . Fax 21 482 50 30 Tel. 21 932 00 00 . Fax 21 934 43 93 Tel. 21 923 85 00 . Fax 21 923 86 57 mesmo Poder Central. Recorda-se, concretamente, que em Março Este passo torna-se ainda mais preocupante por coincidir com uma www.cm-cascais.pt www.cm-odivelas.pt www.cm-sintra.pt de 2006 o Governo se propunha reforçar, no horizonte de 2009, a redução de quase um terço da receita atribuída às Áreas Metropoli- Lisboa Oeiras Vila Franca de Xira legitimidade dos órgãos metropolitanos, apontando de modo cla- tanas pelo Orçamento do Estado. Praça do Município Largo Marquês de Pombal Praça Afonso de Albuquerque, 2 ro para a futura eleição directa das autarquias metropolitanas de Trata-se, no fundo, de um movimento no sentido de diluir e dificultar a 1100-365 LISBOA 2784-501 OEIRAS 2600-093 V.FRANCA de XIRA Tel. 21 322 70 00 . Fax 21 322 70 08 Tel. 21 440 83 00 Fax 21 440 87 12 Tel. 263 280 480 . Fax 263 276 002 Lisboa e Porto. Mas não foi isso que trouxe o novo regime jurídico legitimidade política dos órgãos das Áreas Metropolitanas - que deve www.cm-lisboa.pt www.cm-oeiras.pt www.cm-vfxira.pt estabelecido pela Lei nº 46/2008 - antes pelo contrário. e pode, pelo contrário, ser reforçada, para benefício da governação e Em vez de reconhecer as limitações e mesmo o fracasso do mode- da solução dos problemas específicos que se colocam às populações lo em vigor, esta Lei retoma a doutrina do simples associativismo habitando nos respectivos territórios. E esta é uma matéria em que o municipal, esquece de todo o projecto de transição para as elei- nosso entendimento de autarcas eleitos é, de facto, consensual. ções directas, que se julgava adquirido, e cria novas ambiguidades Assim o entendam também o Poder Central e a Assembleia da Repú- na própria estrutura da Junta Metropolitana. Não admira que, em blica, recolhendo coerentemente as devidas consequências. SUMÁRIO

Editorial 3

Breves 6 Notícias dos concelhos da AML

Área Metropolitana 12 Eleição dos órgãos da AML para o mandato 2009-2013

Entrevista 16

Escrita das Ideias, Comunicação Comunicação Ideias, das Escrita Editorial Produção Nova mesa da Assembleia Metropolitana de Lisboa

12 64 Destaque 20 Novo mapa político da AML

PME’S E INOVAÇÃO 40 Tecnoprojecto Internacional

TURISMO E LAZER 44

Mariana Coelho Coelho Mariana Editorial Coordenação Percursos em Sintra e Oeiras

Sofia Cid Cid Sofia IMAGENS METROPOLITANAS 60 Os Moinhos de Nica Paixão

Património 64 As salinas de Alcochete Directora Executiva Executiva Directora Cultura 70

António (cultura), David Valdemar permanentes Lopes Ramos (gostos), Colaboradores João Paulo Martins (aromas), Rui O café Martinho da Arcada Área Metropolitana de Lisboa, Rua Carlos Mayer, nº2, r/c, 1700-102 LISBOA Tel.: 218 428 570 - Fax: 218 428 428 218 Fax: - 570 428 218 Tel.: LISBOA 1700-102 r/c, nº2, Mayer, Carlos Rua Lisboa, de Metropolitana Área Propriedade e Redacção 20 74 Gostos 74 A ementa da Ilha Terceira

Aromas 78 Diapositivo, Tecnoprojecto, Câmaras de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Odivelas, Montijo, Moita, Lisboa, Loures, Mafra, Câmaras de Cascais, Barreiro, Amadora, Almada, Alcochete, Tecnoprojecto, Diapositivo, Fotografia O vinho improvável dos Açores

Aconteceu 82 Avaliação de desempenho na administração autárquica Papel Press Press Papel Gráfica Produção Beato Luís Criativo Director 44 78 METRÓPOLES 2º TRIMESTRE 2009 2º TRIMESTRE METRÓPOLES Santos dos Ministro Teixeira, Carlos Carvalho, de Humberto Carlos Directores . TÉCNICA FICHA José Miguel Dentinho e José Dentinho Redacção Miguel Silas de Integrada. Oliveira Oeiras, Seixal, Palmela, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila FRanca de Xira, Nica Paixão Pimentel (cartonista) (cartonista) Pimentel 5000 exemplares Trimestral exemplares 5000 Tiragem: nº195580/03 legal Depósito - 7021 ISSN:1645 gratuita Distribuição [email protected] E-mail: 577

4.5 MTPAML BREVES

JUNTA alcochete . Documentos previsionais valor pecuniário de cinco mil contribuindo para a defesa e BARREIRO população juvenil do Concelho no orçamento de 2009, como é o O Executivo Municipal aprovou euros cada um. Este galardão enriquecimento da língua por- a idealizar eventos para integrar caso da construção das escolas METROPOLITANA . Apoio associativo as Grandes Opções do Plano literário é uma iniciativa da tuguesa. . Linha azul para a mobilidade na programação da 15ª Semana de Rana e de Alcabideche, da re- O Programa de Acção para a Re- para 2010/2013 e o Orçamento Câmara Municipal de Almada da Juventude 2010. Este desa- qualificação dos Fortes de Cada- DE LISBOA generação da Frente Ribeirinha, para 2010. Com um Orçamento desde 2006, com o objectivo de . AmaSénior fio destina-se a trabalhos - de veira e do Guincho, da Piscina apresentado ao abrigo do Pro- de 20.172.809 milhões de eu- valorizar e promover a literatura O projecto “AmaSénior – Apoio senvolvidos nas mais diversas dos Bombeiros de Cascais e do grama Operacional Regional de ros, o Município de Alcochete infanto-juvenil e homenagear a Alimentar a Idosos” resulta de vertentes (música, dança, cine- Pavilhão de Murches. Lisboa do QREN, no domínio das Parecer final sobre o PROT-AML apresenta para o próximo ano escritora. uma parceria entre a autarquia ma, fotografia, novas tecnolo- parcerias para a regeneração ur- Presidente da JML integra um valor de 12.246.053 nas a Fundação AFID Diferença, a gias, desporto ou teatro), pelos . Prémio Lopes-Graça bana, foi aprovado na totalidade, grupo relator receitas e despesas correntes, . Impostos municipais Santa Casa da Misericórdia da jovens do Concelho do Barreiro “Cinco miniaturas” foi a obra anunciou a autarquia alcocheten- enquanto que as receitas e Amadora e a Sociedade Filar- com idade até 35 anos, que para apresentada a concurso pelo se. A aprovação desta candidatu- despesas de capital estão esti- mónica Recreio Artístico e Apoio o efeito devem entregar os seus compositor Miguel Duarte Oli- ra, apresentada pela Câmara Mu- madas em 7.926.756 euros. As Social da Amadora – Quinta de S. projectos até 16 de Fevereiro no veira e que mereceu a atribui- nicipal de Alcochete, em parceria Grandes Opções do Plano apre- Miguel. Actualmente, 180 idosos Gabinete da Juventude. ção do prémio Lopes-Graça de com a Fundação João Gonçalves Reforçar a mobilidade da popu- sentam um valor de 9.506.821 com baixos recursos económi- Composição 2009, pelo júri da Júnior, Santa Casa da Misericór- lação no centro da cidade, dina- euros, o Plano Plurianual de cosn estão a beneficiar do for- 12ª edição do concurso, o qual dia de Alcochete, Instituto de mizar a utilização do transporte Investimentos está orçado em necimento de alimentação em CASCAIS é composto pelos compositores Conservação da Natureza e da individual para aceder ao centro 7.152.319 euros e as Activida- dias feriados e fins-de-semana. . Prémios literários António Pinho Vargas, Sérgio Biodiversidade/Reserva Natural do Barreiro, são os principais des Mais Relevantes ascendem No âmbito das suas competên- São já conhecidos os vencedo- Azevedo e o clarinetista Manuel do Estuário do Tejo e Administra- cias a autarquia deliberou apoiar objectivos da Linha Azul, que res da edição 2009 dos Prémios ção do Porto de Lisboa, traduz-se a 2.354.502 euros. entrou recentemente em fun- Jerónimo. O júri entendeu ainda com 9.726,00 euros as institui- Literários Municipais Branqui- distinguir com menções honro- no financiamento de 3.174.216 A Assembleia Municipal aprovou ções parceiras no Projecto. cionamento. Objecto de uma nho da Fonseca – Conto Fan- euros, até ao ano 2012, represen- candidatura apresentada pela sas as obras “Serafina”, de João O Presidente da Junta Metropo- alMADA a isenção de Derrama para as tástico e Matilde Rosa Araújo – Duarte Damas, e “Sem abrigo”, litana de Lisboa (JML) integra tado um investimento de cerca de empresas do concelho que apre- . Aposta na educação autarquia ao QREN, no âmbito Revelação na Literatura Infantil. 6.348.432 euros. . Interlocal do PORLisboa, este novo atendi- de José Pereira Valente. o grupo relator que irá elaborar O Município de Almada foi eleito sentem um volume de negócios Com o primeiro galardão o júri o parecer final da Comissão inferior a 150 mil euros, uma me- mento informativo foi aprovado distinguiu ex-aequo as obras “A . Descentralização para a Comissão Executiva da com uma comparticipação de Consultiva do Plano Regional Interlocal – Rede Ibero-ameri- dida que vai abranger cerca de Chave”, de Rui Herbon, e a “Dan- LISBOA de Ordenamento do Território de competências 70% do total das empresas de Al- 50%, cabendo aos Serviços Mu- ça das Borboletas”, de Marlene cana de Cidades para a Cultu- nicipalizados de Transportes . Recolha selectiva da Área Metropolitana de Lisboa ra, juntamente com as cidades mada. O órgão deliberativo do Ferraz, e com o segundo o livro As freguesias de Santa Catarina (PROT-AML), do qual também Município aprovou ainda a taxa Colectivos um investimento to- de contos “Era uma vez...um de Belo Horizonte, Puebla, De- tal de 510 mil euros. e Mercês, na sua quase totali- farão parte um representante samparados e Granada. A elei- de IMI, sendo de 0,8% para os Mundo/Once upon... a world”, da dade, e parte das freguesias de da administração central (Ins- Prédios Rústicos, 0,7% para Pré- autoria de alunos finalistas do ção aconteceu no decurso da . Quinta da Mina São Mamede e São Paulo, inicia- tituto de Turismo de Portugal) Assembleia-Geral da Interlocal, dios Urbanos e 0,4% para Prédios Colégio Marista de Carcavelos. ram um novo sistema de reco- e outro da sociedade civil (Prof. Urbanos avaliados, nos termos A candidatura apresentada pelo que se realizou pela primeira Município do Barreiro “Quinta lha selectiva porta-a-porta. No João Farinha da Universidade vez em Portugal, no passado do CIMI. A disposição municipal . Orçamento municipal total, são servidos pelo novo Nova de Lisboa). prevê ainda redução de taxa e A Câmara Municipal da Ama- da Mina – Cidade para Todos”, mês de Novembro. A Interlocal no domínio dos Bairros Críticos, sistema 7.029 fogos, a que A Comissão Consultiva reuniu, é uma associação de cidades agravamento para casas devolu- dora aprovou a concessão de corresponde uma população no passado dia 17 de Dezembro, Política de Cidades – Parcerias ibero-americanas que surgiu da tas ou degradadas. uma verba no montante de residente de 11321 habitantes na Fundação Cidade de Lisboa, para a Regeneração Urbana, foi necessidade de trocar experiên- 20.393,91 euros, a descentra- e 471 estabelecimentos comer- para apresentação da proposta A Câmara de Alcochete aprovou lizar para 11 Agrupamentos de aprovada no âmbito do PORLis- cias em gestão e políticas cultu- ciais e entidades. Para o arran- final da alteração do plano. os protocolos de descentrali- aMADORA Escolas e 3 Estabelecimentos boa e visa a requalificação do rais dentro do espaço e compe- que do novo projecto, o DHURS Na reunião, foi igualmente es- zação de competências para . Prémio literário de Ensino Secundário, no âm- espaço público e equipamentos tências dos governos locais. da Câmara de Lisboa entregou tabelecido um calendário para as três Juntas de Freguesia do A 12ª edição do Prémio Literá- bito do Programa de Apoio aos da Quinta da Mina e Cidade Sol, aos munícipes fitas amarelas elaboração do parecer final da Concelho para o ano de 2010. rio Orlando Gonçalves 2009 foi Projectos Sócio-Educativos, ano com um custo estimado de 7 . Prémio literário para atar os sacos onde são comissão para que, posterior- Após a auscultação dos presi- atribuída a Rui Manuel do Cou- lectivo 2009/2010 – 1ª tranche. milhões de euros e assenta em Ana Esteves com o original colocadas as embalagens e fi- mente, o PROT-AML possa avan- dentes das Juntas de Freguesia to Mendes Valada, com a obra O Executivo Municipal aprovou três eixos estratégicos: Coesão “Mãe, não pises a minha som- tas azuis destinadas ao papel çar para consulta pública e ser de São Francisco, Samouco e Al- “Contos Transcendentes”. Este ainda descentralizar uma ver- Social e Qualificação da Popula- O presidente da Câmara Munici- bra!”, na modalidade de Litera- e cartão. entregue ao Governo. cochete, a autarquia enquadrou galardão literário, instituído em ba no montante de 46.870,00 ção, Qualificação do Território e pal de Cascais revelou que o or- tura para a Infância, e Afonso as propostas recebidas no actu- 1998 pela Câmara Municipal euros (2ª tranche) para as en- Dinamização Económica. çamento para 2010, no valor de Veríssimo Cruz com o original “A . Reabilitação urbana al contexto de rigor orçamental da Amadora, tem por objecti- tidades parceiras no Programa 189 milhões de euros, tem como estranha e mágica história de O pedido de empréstimo de 120 e deliberou atribuir um montan- vo, por um lado, homenagear a “Aprender & Brincar”, que tem . Cria o teu projecto prioridade o investimento em es- Vivaldo Bonfim”, na modalidade milhões de euros para concreti- te global de 314.623 euros para memória do escritor e jornalista por objectivo o acompanhamen- À semelhança de anos ante- colas, habitação social e rede vi- de Literatura Juvenil, venceram zar o Programa de Investimento viabilizar o cumprimento da mis- Orlando Gonçalves, e por outro to das crianças fora do horário riores, a Câmara Municipal do ária, e dando, por outro lado, se- a 4ª edição do Prémio Literário Prioritário em Acções de Reabili- são de cada uma das freguesias incentivar a produção literária, lectivo. Barreiro lançou a iniciativa “Cria quência a projectos já definidos existentes no concelho. Maria Rosa Colaço 2009, no o Teu Projecto” que desafia a tação Urbana recebeu luz verde

6.7 MTPAML BREVES BREVES

no Executivo e na Assembleia pela autarquia e teve um cus- MAFRA conta, numa primeira fase, com pela autarquia. Este estabeleci- . Habitação para jovens mento em causa é constituído responsabilidade é da adminis- Municipal. A verba em causa to de obra de 2,2 milhões de um efectivo de seis elementos, mento de ensino, que vai iniciar Os edifícios protocolados em por contentores subterrâneos tração central, na sequência do destina-se a reabilitar mais de euros, dos quais cerca de um . Forte do Juncal apoiado por cinco viaturas, ten- a sua actividade em Janeiro, foi Junho de 2006 entre a Câmara para a deposição de Resíduos contrato-programa assinado em Decorreu no passado mês de uma centena de edifícios em milhão foi financiado pelo pro- do a sua sede no Centro Munici- criada com o intuito de comba- Municipal e a Cooperativa de Sólidos Urbanos, associados a Julho passado entre o Governo e Novembro a inauguração da re- bairros históricos – como Alfa- grama PARES. pal de Protecção Civil. Entre as ter a solidão, o isolamento e a Habitação Casa Família, para a marcos exteriores identificados a autarquia. Quanto aos Centros cuperação do Forte do Juncal, ma, Castelo, Bairro Alto e Baixa- suas principais competências, exclusão social e, ao mesmo construção de 32 fogos a cus- consoante o tipo de resíduos a de Saúde da Ramada e Famões, reduto situado na Tapada Militar Chiado – e a executar obras de . EUROSCAPES destacam-se: a fiscalização tempo, promover a melhoria da tos controlados, estão em fase que se destinam e apresentam a construir no âmbito de uma de Mafra, desenvolvido pela Es- recuperação em escolas, cerca municipal nas áreas do trânsito, qualidade de vida e o bem-estar, de conclusão, e destinam-se a vantagens ambientais signifi- parceria da CMO e uma entidade cola Prática de Infantaria com de 29 milhões de euros, e 12,2 ambiente, regulamentos muni- dinamizando actividades gra- jovens até à idade limite de 35 cativas, possibilitando a sepa- privada, estão a decorrer diligên- o apoio da Câmara Municipal. O milhões de euros em equipa- cipais e a integração no SMPC, tuitas, nas mais diversas áreas: anos, ou a casais cuja soma de ração selectiva dos lixos, um cias para que a sua construção Forte do Juncal insere-se na 2ª mentos culturais. em situação de crise ou de ca- Ciências Sociais e Humanas, In- idades não ultrapasse os 65 menor impacte visual e uma se possa iniciar a curto prazo. Linha Defensiva de Torres Ve- lamidade pública. formática e Novas Tecnologias, anos, que residam ou traba- promoção efectiva da saúde pú- dras, situando-se no centro de . Museu do Design e da Moda Artes, Mobilidade e Desporto. lhem, em permanência, há mais blica. A autarquia investiu cerca um complexo conjunto de redu- de 5 anos, no concelho. As pré- de 40.000 euros nesta infra- OEIRAS tos que controlavam os acessos MOITA . Grandes Opções e Orçamento inscrições estão abertas até 12 estrutura municipal. . Unidade residencial até ao nó de Mafra. O Concelho . Projecto educativo para 2010 de Fevereiro de 2010 na Divisão A Câmara Municipal de Oeiras de Mafra inclui um elevado nú- A Fundação Serralves apresen- A Assembleia Municipal da Moita de Habitação da autarquia. . Isenção de derrama procedeu à entrega de 15 apar- mero (43) de redutos, partici- tou, na Biblioteca Municipal – aprovou as Grandes Opções do tamentos de tipologia T1, na pando nas parcerias locais para O Município de Loures viu Pólo do Vale da Amoreira, atra- Plano e o Orçamento Municipal . Educação e lazer Unidade Residencial Madre Maria aprovada a sua candidatura as comemorações das Guerras vés do seu Serviço Educativo, o Clara, na Outurela, freguesia de Peninsulares. para o ano de 2010, com a do- ao projecto EUROSCAPES que projecto escolar para o ano lec- tação global de 35.019.734,00 Carnaxide. Esta unidade residen- visa, no âmbito do Programa tivo 2009/2010 que conta com cial constituída por 45 aparta- . Novas publicações euros. Os documentos previ- INTERREG IVC, a concepção de o envolvimento da Câmara Mu- sionais agora aprovados pelo mentos destinados a munícipes um novo modelo de gestão das nicipal da Moita e da iniciativa órgão deliberativo do município- idosos, casais ou isolados, com A Câmara Municipal de Lisboa paisagens naturais e culturais “Bairros Críticos”. “Máquinas” é reafirmam os objectivos da au- autonomia, é uma infra-estrutu- adquiriu à CGD por 29 milhões que sirva de instrumento de o tema proposto a todas as es- tarquia, de melhoria do serviço ra inovadora no panorama nacio- de euros o edifício da Rua Au- referência para a implementa- colas dos diferentes níveis de público, coesão social, seguran- nal, já que o conceito diverge do gusta onde está instalado o ção dos objectivos da Conven- ensino do concelho. O projecto ça, melhoria das condições de tradicional lar de terceira idade. Museu do Design e da Moda ção Europeia da Paisagem. No escolar dedicado a este tema trabalho para os trabalhadores A Câmara Municipal de Odive- Recorde-se que a construção (MUDE), através de uma escri- caso de Loures, está em cau- vai englobar um seminário para da Câmara Municipal, desenvol- las aprovou, por unanimidade, desta unidade assistencial teve tura pública celebrada recen- sa a análise de um modelo de os educadores e professores, vimento económico e criação de A Câmara Municipal prepara-se a isenção de Derrama, por um um custo de 4.825.000,00 eu- temente na presença do edil gestão a implementar na zona oficinas temáticas dirigidas a emprego, e uma maior atenção para iniciar a obra da nova Esco- período de 3 anos, às empresas ros, dos quais 1.757.000,00 fo- lisboeta, António Costa, e da norte do concelho (Bucelas, alunos e professores, visitas à a dar à Zona Ribeirinha e apoio la Básica 1,2,3/JI do Areias/Es- que instalem a sua sede social ram assumidos pela autarquia. vereadora da cultura, Catarina Fanhões, Lousa, Loures, São Fundação de Serralves e a mos- ao movimento associativo. teval, que vai permitir a repar- no concelho de Odivelas duran- Vaz Pinto. Com esta iniciati- Julião do Tojal e Santo Antão do A Câmara Municipal apresentou tra dos trabalhos finais nesta tição de alunos com a Escola D. te o ano de 2010. Esta isenção . Parque escolar va vai ser possível estabilizar Tojal). recentemente duas novas obras Fundação. Pedro Varela e ao mesmo tempo abrangerá as empresas que de natureza cultural: o “Boletim o projecto e avançar com as MONTIJO verticalizar os agrupamentos comprovem a criação de pelo obras previstas com o objec- . Programa Escolhas Cultural 2008” e “Carlos Galrão. In . Universidade sénior de Afonsoeiro, Atalaia, Alto- menos 3 novos postos de tra- Memoriam”, em cerimónia que . Taxas e impostos tivo de materializar o conceito A Câmara Municipal de Loures O executivo montijense fixou Estanqueiro, Jardia e Sarilhos balho, com a obrigação da ma- de museu “work in progress”. celebrou um protocolo para o teve lugar no átrio superior do Grandes. Na área do lazer, a obra nutenção dos mesmos durante a Taxa de Imposto Municipal prosseguimento das candida- Claustro Sul do Palácio Nacional do Parque Urbano das Piscinas, o período de isenção. Esta de- sobre Imóveis para 2010 para turas aprovadas à 4ª geração de Mafra. A nova edição do Bole- que inclui um polidesportivo, cisão do executivo odivelense prédios urbanos em 0,7%, cujo LOURES do Programa Escolhas. Os seis tim Cultural assinala uma refor- um parque radical, um parque visa contribuir para a dinamiza- valor tributável é encontrado . Pólo comunitário projectos a desenvolver são: À mulação gráfica, patente na capa, aventura e um mini-golfe, vai ção e o fortalecimento do tecido por via da correcção monetária Abriu ao público o pólo comuni- Bolina – Quinta da Serra, Prior na impressão a cores e no dina- ser uma realidade, para a qual a empresarial concelhio, sector ponderada. No caso dos prédios tário de São João da Talha, que Velho; Esperança – Spot do Mo- mismo da paginação. O conteúdo autarquia canalizou um investi- indispensável ao desenvolvi- urbanos avaliados nos termos inclui um lar para 44 idosos cho, Terraços da Ponte, Saca- da outra publicação faz parte de mento de 240 mil euros . mento sustentável do concelho. No âmbito da Carta Educativa, do Código do Imposto Municipal com perdas de autonomia ou vém; Sai do Bairro Cá Dentro – um arquivo particular relevante o Executivo Municipal aprovou sobre Imóveis foi fixada a taxa em risco de isolamento, e um Bairro do Talude Militar, Catujal; na construção da memória histó- . Centros de saúde os projectos de construção de de 0,4%. Em relação à Derrama, centro de dia com capacidade Construindo Novas Cidadanias rica e cultural da região. Estão abertas, a todos os mu- ODIVELAS A Administração Regional de duas escolas, designadamente a autarquia manteve a taxa de para 50 utentes, para além de – Zambujal; Projectar Lideran- nícipes com mais de 55 anos, . Ilha ecológica Saúde de Lisboa e Vale do Tejo da EB1 /JI Custódia Marques, em 1,5% de forma a reforçar a ca- serviço de apoio domiciliário. ças – Quinta da Fonte, Apela- . Polícia municipal as inscrições para o projecto Encontra-se em curso a obra confirmou a construção dos Cen- Porto Salvo e da EB1/JI Gomes pacidade financeira das empre- O equipamento em causa foi ção; e Eu Amo SAC – Stº António Entrou em funcionamento a Vivências UniSeM – Universida- de construção da Ilha Ecológica tros de Saúde de Odivelas Pólo 2 Freire de Andrade, em Oeiras e o sas, isentando aquelas que não construído num terreno cedido dos Cavaleiros. Polícia Municipal de Mafra, que de Sénior da Moita, promovido na Av. Abreu Lopes. O equipa- e Póvoa de Santo Adrião, cuja projecto de ampliação e requa- tiverem lucros.

8.9 MTPAML BREVES BREVES

lificação da EB1 D. Pedro V, em cipal objectivo contribuir para a de um ano. Este equipamento para 2010, cujo valor total ron- ferência Estratégico Nacional, descentralizadas são relativas de Saúde da Grande Lisboa X Ca- construção do imóvel que se Linda-a-Velha, a que correspon- projecção da região de Palmela social vai ter 52 camas no Lar, da os 61 milhões de euros. O a Câmara Municipal aprovou à requalificação do espaço pú- cém/Queluz e é uma das unida- estende por 2500 m2 e terá de um investimento municipal como pólo de excelência da um Centro de Dia com capacida- documento contempla a maior o projecto de execução de um blico, conservação de calçadas, des funcionais que constituem capacidade para cerca de 25 mil de 11.663.000,00 euros. indústria automóvel, a nível in- de para 50 utentes, apoio domi- verba de sempre para investi- passadiço pedonal sobrelevado, gestão do cemitério, forneci- os Agrupamentos de Centros utentes. O município assumiu a ternacional, e assenta no refor- ciliário para 80 pessoas e uma mento, 23,1 milhões de euros. em madeira, com três metros mento de materiais e máquinas, de Saúde. Esta unidade presta realização da obra, comprome- . Certificação de qualidade ço de uma parceria estratégica creche para 33 crianças entre Habitação e urbanismo, com de altura e carácter permanen- apoio aos pólos culturais e aos cuidados de saúde a apoio psi- tendo-se a ARSLVT a reembolsar As áreas das Bibliotecas Muni- regional, organizada a partir do os 3 meses e os 4 anos. Esta 6,2 milhões, saneamento e te, que se estende desde o fim postos de atendimento. cológico e social de âmbito do- a Câmara Municipal nos anos cipais e do Desporto da Câmara Fórum da Indústria Automóvel infra-estrutura representa um salubridade, com 4,9 milhões, da muralha até à Fonte da Cali- miciliário e comunitário, espe- seguintes. Municipal de Oeiras receberam de Palmela. investimento total de cerca de desenvolvimento económico e fórnia. No total o conjunto de in- . Casa da cultura cialmente às pessoas, famílias o diploma de certificação de 2,7 milhões de euros. abastecimento, com igual do- tervenções está orçado em 250 A Câmara Municipal aprovou a e grupos mais vulneráveis. . AUGI conformidade com o Sistema de . Qualidade de Serviços tação, e educação, com 4,6 mi- mil euros. aquisição, pelo valor de 450 mil A Câmara Municipal de Vila Gestão da Qualidade, pela AP- . Qualidade de serviços lhões, são as áreas com maior euros, do prédio onde funcionou . Museu do Ar Franca de Xira, no âmbito da po- CER – Associação Portuguesa de A 8ª edição do Prémio da Qua- expressão. Outras actividades, o Círculo Cultural de Setúbal, lítica municipal de legalização Certificação. Os serviços muni- lidade do Distrito de Setúbal/ onde se incluem as instalações SETÚBAL um marco na história cultural e definitiva das U A GI, deliberou cipais agora credenciados estão Serviços Públicos, promovido municipais, organização e fun- . Associativismo desportivo patrimonial da cidade, para ins- proceder à abertura da consul- a funcionar de acordo com um pela Associação de Municípios cionamento dos serviços, vão talar a Casa da Cultura. A autar- ta pública da operação de lote- referencial normativo, reconhe- da Região de Setúbal, distin- ter 4 milhões. Com um valor quia pretende valorizar o imóvel amento a realizar nas AUGI do cido internacionalmente, cujo guiu o Sector da Juventude da ligeiramente inferior, aparecem com a criação de um espaço Cerrado de Baixo (Freguesia de objectivo fundamental é a me- autarquia com um segundo lu- a cultura, desporto e tempos de referência cultural, através Vialonga) e Quinta do Moinho lhoria contínua do desempenho gar, após um longo processo de livres. da candidatura, já aprovada, ao de Ferro (Freguesia de Alverca organizacional, o que se reflecte selecção, análise e avaliação de RESET – Programa de Regenera- do Ribatejo). No primeiro caso, positivamente no serviço presta- 16 projectos do distrito. O Seixal . Farinha torrada ção Urbana do Centro Histórico prevê-se a constituição de 96 do aos munícipes de Oeiras. O programa “Jogos Desportivos participou ainda neste edição de Setúbal. lotes destinados a habitação, Escolares”, da Câmara Municipal com o Projecto Municipal Migra- Foram inauguradas as novas enquanto no segundo, o Estudo de Palmela, venceu a 8ª edição ções e Cidadania e com a Pisci- instalações do Museu do Ar, de Loteamento prevê 47 lotes PALMELA dos Prémios da Qualidade do na Municipal de Amora. SINTRA na Base Aérea 1, na Granja do para moradias unifamiliares. . Atendimento móvel Distrito de Setúbal, atribuídos A Câmara Municipal de Setúbal . Apoio social escolar Marquês, em Sintra. O museu A nova viatura de atendimento pela respectiva Associação de . Reciclagem ambiental aprovou um apoio financeiro no O Executivo Municipal aprovou funcionava em Alverca, desde . Requalificação de escolas móvel (VAM) do concelho de Municípios. Também o projecto A campanha “Óleo a reciclar, valor de 61 mil euros a atribuir uma transferência de verbas 1969, mas a exiguidade das Palmela foi apresentada ao pú- “Atendimento Municipal” esteve biodiesel a circular”, promove a a 16 associações desportivas para apoio social escolar no instalações para a dimensão do blico no âmbito do seminário em destaque, com a atribuição de recolha de óleo alimentar usado do concelho para o desenvolvi- valor de cerca de um milhão de acervo determinou a sua mu- “Posicionar Palmela na Europa e uma Menção Honrosa. De salien- e a sua transformação em biodie- mento dos planos desportivos euros. 950 mil euros destinam- dança para o local actual. O pro- no Mundo – uma Região de Ex- tar, ainda, o 3º prémio entregue sel. A iniciativa, que começou por de 2009 e 2010. A primeira se à implementação do Progra- tocolo realizado com a Câmara celência da Indústria Automó- à Junta de Freguesia de Pinhal envolver diversas instituições do A Farinha Torrada, doce tradicio- tranche, no valor global de 24 ma de Actividades de Enrique- Municipal de Sintra veio permitir vel”, e tem por objectivo facilitar Novo pelo projecto “Objectivo Q”. concelho, nomeadamente sociais, nal do concelho, foi registada mil euros e 400 euros (40%), é cimento Curricular no 1º Ciclo a preservação do património, aos munícipes a resolução dos desportivas e escolares, foi mais pela Câmara Municipal no INPI, paga no ano civil de 2009 e a do Ensino Básico. A restante cabendo à autarquia um esfor- fazendo parte de um processo segunda, com os restantes 36 ço financeiro de 150 mil euros, assuntos que sejam da compe- SEIXAL tarde alargada aos munícipes, verba destina-se aos agrupa- tência do município. A viatura através da colocação de equipa- que engloba também a fixação mil e 600 euros (60%), durante mentos de escolas, no âmbito num total de 500 mil euros, que foi desenvolvida numa parce- . Apoio social mentos de recolha – os Oleões da receita enquanto produto o primeiro semestre de 2010. do programa de atribuição de se traduzem na reconversão de alimentar tradicional de Sesim- diversos hangares, uma nova No âmbito do protocolo celebra- ria entre a Câmara Municipal, – na via pública. Cinco viaturas auxílios económicos aos alu- bra e Propriedade Intelectual do . Descentralização de compe- portaria, loja e cafetaria. do entre a Câmara Municipal e a a AutoEuropa e o Centro para municipais já circulam a biodie- nos carenciados do 1º ciclo do Município. Este processo con- tências Parque Escolar EPE, foram apro- a Excelência e Inovação para a sel, uma novidade que resulta de ensino básico da rede pública tribuirá para manter viva uma A Câmara Municipal aprovou vadas as minutas de contrato Indústria Automóvel, com base um protocolo estabelecido com a do concelho de Sintra; e, ainda, parte importante da história e protocolos de descentralização VILA FRANCA DE XIRA das empreitadas de Requalifica- na adaptação de uma carrinha Agência Municipal de Energia do para entidades educativas na identidade das gentes locais de competências para as juntas . Centro de saúde ção das Escolas EB 2,3 Dr. Vas- Volkswagen Sharan. Seixal e a Biosarg, o parceiro res- componente de apoio ao prolon- e permitirá divulgar junto das de freguesia referentes a 2010, A autarquia vila-franquense co Moniz (Vila Franca de Xira), ponsável pela transformação do gamento de horário. novas gerações e turistas um com a atribuição de uma verba assinou o auto de consignação no valor de 2.844.072,04 euros, . Rede estratégica óleo alimentar usado. doce muito apreciado. no valor de 2.232.841,00 euros. da empreitada e procedeu ao e EB 2,3 Pedro Jacques de Ma- A Câmara Municipal de Palmela . Cuidados de saúde Os acordos contemplam a des- lançamento da primeira pedra galhães (Alverca do Ribatejo), viu aprovada uma candidatura Entrou em funcionamento no . Praia da Califórnia centralização em áreas como o da construção do novo cen- no montante de 4.760.724,98 ao PORLisboa /QREN – Promo- SESIMBRA passado mês de Dezembro a Foi colocada a primeira pedra do No âmbito da requalificação da ensino, a limpeza e gestão de tro de saúde de Vila Franca de euros. As obras inserem-se na ção e Capacitação Institucio- . Opções do Plano primeira Unidade de Cuidados Lar de Idosos e Creche Social do Frente Marítima de Sesimbra, zonas verdes, a instalação de Xira, a abrir em Agosto de 2010. prossecução dos objectivos nal, com custo total elegível de A Câmara Municipal aprovou a na Comunidade (UCC) do Conce- Seixal, na Quinta D. Maria, que se cuja candidatura se encontra sinalização vertical e de placas Trata-se de um investimento de definidos pela Carta Educativa 227.500 euros, financiado a proposta relativa às Grandes lho de Sintra. A UCC está integra- prevê esteja concluído no prazo aprovada pelo Quadro de Re- toponímicas. As outras áreas 2,059 milhões de euros para a Concelhia. 40%. O projecto tem como prin- Opções do Plano e Orçamento da no Agrupamento de Centros

10.11 MTPAML AML trimestre AML trimestre

A Junta Metropolitana, que é constituída pelos presidentes das câma- A 15 de Dezembro de 2009, foram proclamados os resultados do apu- OS ÓRGÃOS DA ÁREA ras municipais de cada um dos 18 municípios que integram a Área ramento geral desta eleição: Metropolitana de Lisboa (Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cas- cais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Nº total de eleitores inscritos 520 METROPOLITANA DE LISBOA Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira), viu logo de- Nº total de votantes 465 terminada a sua composição, com as eleições de 11 de Outubro de 2009. Nº de votos PARA O MANDATO 2009-2013 Já para determinar a composição da Assembleia Metropolitana, que Partido Social Democrata 93 é constituída por 55 membros eleitos pelas assembleias municipais Isaltino - Oeiras Mais à Frente 13 que integram a área metropolitana, de entre os seus membros, foi ne- cessário realizar uma eleição, feita pelo colégio eleitoral constituído CDS – Partido Popular 31 pelos membros dessas assembleias, eleitos directamente, e median- Partido Popular Monárquico 7 te a apresentação de listas próprias. Bloco de Esquerda 26 Assim, foi constituída uma comissão eleitoral com representantes de Nos termos do novo regime jurídico das áreas metropolitanas de Lisboa Na sequência das eleições autárquicas do passado dia 11 de Outubro todas as forças políticas com assento nas assembleias municipais Partido Socialista 158 e Porto (Lei n.º 46/2008, de 27 de Agosto), que entra plenamente em que determinaram o novo mapa político da Área Metropolitana de Lis- da Área Metropolitana de Lisboa, foram apresentadas listas de can- CDU - Coligação Democrática Unitária 136 vigor no mandato que agora se inicia, a Área Metropolitana de Lisboa é boa, analisado mais em detalhe no Destaque deste número da Revis- didatos, e no passado dia 14 de Dezembro fez-se a votação para a Nº de votos em branco 1 constituída por dois órgãos: a Assembleia Metropolitana, deliberativo, e ta Metrópoles, ficaram reunidas as condições para a constituição dos eleição da Assembleia Metropolitana de Lisboa, mandato 2009-2013, a Junta Metropolitana, representativo das câmaras municipais. novos órgãos da Área Metropolitana de Lisboa. em simultâneo nos 18 municípios. Nº de votos nulos 0

Ficou, assim, determinada a seguinte composição para a Assembleia Metropolitana de Lisboa:

Mandato Candidatos/as Forças Políticas

1 João Miguel de Melo Santos Taborda Serrano, Assembleia Municipal da Amadora Eleito pelo PS 2 Joaquim Estêvão Miguel Judas, Assembleia Municipal do Seixal Eleito pela CDU 3 António Manuel Pimenta Prôa, Assembleia Municipal de Lisboa Eleito pelo PSD 4 Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Assembleia Municipal de Lisboa Eleito pelo PS 5 Daniel dos Reis Branco, Assembleia Municipal de Oeiras Eleito pela CDU 6 Sara Simone Boavida Carvalho Simões Alves, Assembleia Municipal de Loures Eleito pelo PS 7 António Costa Rodrigues, Assembleia Municipal de Sintra Eleito pelo PSD 8 Maria Luísa Monteiro Ramos, Assembleia Municipal de Almada Eleito pela CDU 9 Teodoro de Assunção Bernardo Roque, Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira Eleito pelo PS 10 António Modesto Fernandes Navarro, Assembleia Municipal de Lisboa Eleito pela CDU 11 Sérgio Constantino Gaspar Lopes de Paiva, Assembleia Municipal de Odivelas Eleito pelo PS 12 António José do Amaral Ferreira de Lemos, Assembleia Municipal de Lisboa Eleito pelo CDS-PP 13 Joaquim Francisco da Silva Sardinha, Assembleia Municipal de Mafra Eleito pelo PSD 14 Frederico Fernandes Pereira, Assembleia Municipal do Barreiro Eleito pela CDU 15 Maria da Piedade de Matos Pato Mendes, Assembleia Municipal de Sintra Eleito pelo PS 16 Ana Rita Teles Patrocínio Silva, Assembleia Municipal de Lisboa Eleito pelo BE Vice-Presidente: Carlos Revés (Coligação Democrática Unitária) , Presidente: João Serrano (Partido Socialista) e Secretário: Joaquim Sardinha (Partido Social Democrata) 17 Gabriel Corte-Real de Carvalho Goucha, Assembleia Municipal de Cascais Eleito pelo PSD

12.13 MTPAML AML trimestre AML trimestre

18 Anabela de Oliveira Feliciano e Pacheco, Assembleia Municipal de Loures Eleito pela CDU Feita a soma dos votos obtidos por cada lista concorrente, os manda- 19 José Roque Alexandre, Assembleia Municipal de Lisboa Eleito pelo PS tos foram atribuídos segundo o sistema de representação proporcio- nal e o método da média mais alta de Hondt, tendo o Partido Socialista 20 Emanuel de Jesus Colaço Costa, Assembleia Municipal do Montijo Eleito pelo PS eleito 20 deputados metropolitanos, a Coligação Democrática Unitária 21 Afonso Augusto da Silva Luz, Assembleia Municipal de Setúbal Eleito pela CDU 17, o Partido Social Democrata 11, o CDS-Partido Popular 3, tal como o 22 Luís Alberto Salmonete Alves Rodrigues, Assembleia Municipal de Odivelas Eleito pelo PSD Bloco de Esquerda, e o Grupo de Cidadãos Eleitores “Isaltino - Oeiras 23 Nazaré Maria da Anunciação Fernandes, Assembleia Municipal de Cascais Eleito pelo PS Mais à Frente” elegeu um deputado metropolitano. 24 Lino Paz Paulo Bicho, Assembleia Municipal de Sintra Eleito pela CDU Estavam, então, reunidas todas as condições para a instalação dos 25 Joaquim dos Reis Marques, Assembleia Municipal de Oeiras Eleito pelo PS órgãos da Área Metropolitana de Lisboa. A cerimónia decorreu no pas- sado dia 4 de Janeiro, pelas 18h00, na Fundação Cidade de Lisboa, e 26 Carlos Manuel Fernandes Neves, Assembleia Municipal de Sintra Eleito pelo CDS-PP foi presidida pelo Presidente da Assembleia Metropolitana cessante, 27 Armando de Jesus Barata, Assembleia Municipal de Almada Eleito pelo PSD João Serrano. 28 Maria Antonieta Serrano Alves Sobral, Assembleia Municipal de Palmela Eleito pela CDU Após a instalação da Assembleia Metropolitana e a investidura da 29 Miguel António Alves Duarte, Assembleia Municipal de Almada Eleito pelo PS Junta Metropolitana, realizaram-se as primeiras reuniões de ambos 30 Carlos José Duarte Almeida, Assembleia Municipal da Amadora Eleito pela CDU os órgãos. Nessa primeira reunião, a Assembleia Metropolitana ele- 31 Patrícia Alexandra Pedrinho Paula Ferreira Cristóvão Ribeiro, Assembleia Municipal da Amadora Eleito pelo PSD geu, por voto secreto, a Mesa para o mandato 2009-2013, que passou 32 Sofia Isabel Dinis Pereira Conde Cabral, Assembleia Municipal do Barreiro Eleito pelo PS a ter a seguinte composição: 33 Maria Carolina Candeias Tomé, Assembleia Municipal de Oeiras Eleito pelo IOMAF • Presidente: João Serrano (Partido Socialista) tão corrente e acordou adiar a eleição dos novos Presidente e Vice- 34 Humberto Manuel Coelho Candeias, Assembleia Municipal do Barreiro Eleito pelo BE • Vice-Presidente: Carlos Revés (Coligação Democrática Unitária) Presidentes para o próximo dia 21 de Janeiro. 35 José Manuel Jesus dos Santos, Assembleia Municipal da Moita Eleito pela CDU • Secretário: Joaquim Sardinha (Partido Social Democrata) Fica igualmente pendente a constituição da comissão executiva 36 António Manuel Gomes Garcia Branco, Assembleia Municipal de Mafra Eleito pelo PS metropolitana, estrutura permanente responsável pela execução 37 Gonçalo Xufre Gonçalves da Silva, Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira Eleito pelo PSD Desta feita, aproveitámos desde já para conhecer um pouco melhor os das deliberações da Assembleia e das linhas orientadoras da Junta, 38 Maria de Fátima Amaral, Assembleia Municipal de Odivelas Eleito pela CDU membros da Mesa da Assembleia Metropolitana e as suas ideias para nomeada por esta e ratificada pela Assembleia. Com a Junta Metro- este novo mandato, até porque tanto o actual Presidente como o Secre- politana, poderá ainda funcionar um órgão consultivo, integrado por 39 Nuno Vasco Alexandre Tavares, Assembleia Municipal do Seixal Eleito pelo PS tário já faziam parte da Mesa da Assembleia no mandato anterior. representantes dos serviços públicos regionais e dos interesses eco- 40 Susana Cristina Condeço Prates, Assembleia Municipal da Moita Eleito pelo PS Já a Junta Metropolitana deliberou sobre algumas questões de ges- nómicos, sociais e culturais da sua área de intervenção. 41 Paulo Alexandre da Conceição Silva, Assembleia Municipal do Seixal Eleito pela CDU 42 Marina Gouveia Pinto Marques da Gama, Assembleia Municipal de Cascais Eleito pelo CDS-PP 43 Fernando Ferrão Borges, Assembleia Municipal de Loures Eleito pelo PSD 44 Vítor Manuel Ramalho Ferreira, Assembleia Municipal de Setúbal Eleito pelo PS 45 Carlos Alberto da Silva Coutinho, Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira Eleito pela CDU 46 Bruno Filipe Carreiro Pires, Assembleia Municipal de Oeiras Eleito pelo PSD 47 Pedro Manuel Tavares Cabeça, Assembleia Municipal de Loures Eleito pelo PS 48 Isabel Maria Pereira Alves Teixeira Ferreira Trindade, Assembleia Municipal de Alcochete Eleito pela CDU 49 Maria Cândida Rio de Freitas Cavaleiro Madeira, Assembleia Municipal de Lisboa Eleito pelo PS 50 Tiago Alexandre Brito Andrade Vicente, Assembleia Municipal de Cascais Eleito pelo BE 51 Carlos Manuel Viana da Cunha Luz, Assembleia Municipal de Loures Eleito pela CDU 52 Bruno Jorge Viegas Vitorino, Assembleia Municipal do Barreiro Eleito pelo PSD 53 José Luís Nunes Catalão, Assembleia Municipal de Alcochete Eleito pelo PS 54 Carlos Manuel Coelho Revés, Assembleia Municipal de Almada Eleito pela CDU 55 Rui André Mendes de Medeiros, Assembleia Municipal da Amadora Eleito pelo PS

14.15 MTPAML Entrevista Entrevista

na, claras e objectivas, que permita a separação entre as competên- Os desafios do futuro cias municipais e metropolitanas, bem como de recursos humanos e financeiros que lhes confira um poder efectivo. Por isso é que importa melhorar o modelo de Governo Metropolita- Concluído o processo eleitoral, urge saber quais as linhas de orientação que os actuais responsáveis no, dando uma resposta mais eficaz aos problemas com que nos da Assembleia Metropolitana de Lisboa consideram que devem ser evidenciadas, no novo mandato político defrontamos. do órgão deliberativo da Grande Área Metropolitana de Lisboa. Temos que deixar de ser o um dos poucos Países da União Europeia que João Serrano, presidente da Assembleia Metropolitana eleita, Carlos Revés, vice-presidente e Joaquim não dispõe de um poder de nível intermédio de decisão política, entre Sardinha, secretário, respondem a este desafio, analisando o presente e deixando algumas bases para que o poder local e o poder central, sem a consagração efectiva de uma ins- o futuro da AML se possa concretizar de forma sólida e sustentada tância intermédia de poder, legitimada pelo voto, e susceptível de dar resposta às novas necessidades políticas dos cidadãos, no contexto da globalização e cada vez mais ciosos do exercício pleno da cidadania. O que nos transforma, no quadro europeu, num modelo de Estado unitá- rio centralizado, com as consequência que são de todos conhecidas. Temos profundas alterações nas formas de vida na sociedade moderna, SENSIBILIZAR A OPINIÃO PÚBLICA zam pela intensidade da ocorrência simultânea de situações de pluripre- gerando problemas de resolução incompatível com o figurino de gestão sença e pluripertença territorial por parte dos indivíduos, dos agregados municipal tradicional: os transportes, o saneamento, o planeamento e Segundo João Serrano, presidente da Assembleia Metropolitana de Lis- familiares, das organizações – derivadas da expansão suburbana das ordenamento do território, a rede de equipamentos escolares, culturais boa, o grande desafio para o futuro da AML é sensibilizar as pessoas cidades modernas, que rompe definitivamente com a caracterização tra- e desportivos, disponibilização de serviços públicos aos cidadãos. para a importância das Políticas Metropolitanas. Salienta também que dicional das áreas urbanas - a similitude entre uma população, um terri- Desta profunda mudança estrutural nas formas de vida e das expec- todos e, em especial, os órgãos metropolitanos, devem cimentar uma tório e uma circunscrição político-administrativa - e, consequentemente, tativas crescentes dos cidadãos, emerge a necessidade da existência nova escala de identificação colectiva, dando sentido a práticas sociais com as formas de governo local que lhes eram próprias. de um poder intermédio, entre o Poder Central e o Poder Local, entre o existentes e criando, por essa via, uma consciencialização metropolita- A suburbanização das cidades modernas, facilitada pela expansão do Estado e as Autarquias, capaz de dar resposta aos novos desafios da na enraizada no quotidiano das pessoas e das organizações. transporte público e do transporte privado individual, provocou o cor- gestão das regiões e das cidades. te espacial entre os locais de residência e de trabalho. O quotidiano Dai que sou a favor da existência de um poder intermédio, como aliás Metropoles-Na sequência das eleições de 11 de Outubro, começa dos residentes nas metrópoles organiza-se cada vez mais em torno acontece em quase todos os Países da Europa. Sou a favor de um país agora um novo mandato para os titulares dos cargos de poder au- de múltiplos interesses – a habitação, a escola dos filhos, o empre- de Regiões Político Administrativas e de Instâncias Políticas Metropo- tárquico. No que respeita à Área Metropolitana de Lisboa (AML), go, o supermercado, o ginásio ou as lojas do centro comercial – que, litanas com atribuições e competências efectivas. como define os desafios que se colocam perante todos, e quais apenas por mera coincidência, se localizarão na mesma área. Muitos O País está confrontado, com esta “fragilidade” político-administra- pensa que devem ser as prioridades a ter em conta? dos habitantes desta metrópole residem na margem sul do Tejo, tra- tiva, com repercussões, nomeadamente, na gestão directa de Fun- balham em Lisboa e tem múltiplas actividades pessoais e familiares dos Comunitários, na concretização de políticas de descentralização João Serrano - O grande desafio e a grande prioridade que a Área Me- em outros concelhos. Para esta realidade temos que ter respostas!. efectiva, em matérias que, pela sua natureza, ultrapassam a lógica tropolitana de Lisboa tem pela frente é sensibilizar a opinião pública Por isso é que cabe a todos nós, e em especial aos órgãos metropo- local, como é o caso dos transportes e acessibilidades, protecção ci- em geral e os nossos concidadãos em particular para a importância litanos, cimentar uma nova escala de identificação colectiva, dando vil, ordenamento e planeamento do território, rede de equipamentos das Políticas Metropolitanas. sentido a práticas sociais existentes e criando, por essa via, uma de saúde, etc. No actual Quadro Comunitário de Apoio, esta questão Nos últimos trinta anos, o Portugal mudou e, com ele, a “cidade tradi- consciencialização metropolitana enraizada no quotidiano das pes- assume uma maior relevância, uma vez que aumentaram as exigên- cional” onde se exerce o poder local evoluiu para a cidade metropolita- soas e das organizações. cias, relativamente às estruturas responsáveis pela gestão directa na, como realidade económica e funcional em processo de constitui- Sei que a tarefa que não será fácil dado que o modelo de organização dos financiamentos (regionais e transversais), que se prevê, mais ção permanente. Aliás estimativas recentes prevêem que, em 2025, municipalizar não tem capacidade de resposta a uma efectiva inter- uma estrutura executiva onde cada um dos seus membros entende uma vez, sejam os serviços desconcentrados do Estado a assumir 75% da população mundial será urbana, haverá trinta megacidades venção de natureza metropolitana e mais não tem sido que o mero o cargo como representação do seu município e não como elementos essa gestão, contrariando a prática dos restantes Países da União Eu- com oito milhões habitantes e quinhentas cidades com mais de um somatório de interesses municipais. Goza de uma débil legitimidade integrantes de um órgão metropolitano, não se reconhecendo com ropeia, onde estas matérias estão alocadas aos poderes regionais. milhão de habitantes, exigindo dos governos e dos políticos uma res- democrática dos órgãos executivo e deliberativo, que assenta numa poder para tomar decisões de cariz metropolitano, o que inibe a for- Por fim queria reafirmar os desafios que temos para este mandato são posta adequada a esta nova realidade urbana. eleição em cada um dos Municípios integrantes, sem reconhecimen- mulação de qualquer estratégia concertada a essa escala; não possui enormes, mas tenho consciência, que a Assembleia Metropolitana de Como mudaram as realidades metropolitanas actuais – que se caracteri- to de legitimidade política por parte da população metropolitana; tem um núcleo de atribuições e competências, de natureza metropolita- Lisboa, a que tenho a honra de Presidir, responderá positivamente...

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DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO avancem resolutamente, numa perspectiva de uma rápida modifi- ACREDITAR cação, para melhor, do quadro de marasmo em que fomos enreda- Para Carlos Revés, vice-presidente da Assembleia Metropolitana de Lis- dos nos últimos anos. NA VITALIDADE DA AML boa, o desenvolvimento sustentado da região e do País é um desafio Como é óbvio, para dar resposta a tais desafios é prioritário que a AML Joaquim Sardinha, secretário da Assembleia Metropolitana de Lisboa, de grande importância. Para o implementar, é preciso diligenciar para o se constitua como um espaço dinâmico de debate, apuramento de acredita na vitalidade da AML. Conjuntamente com o esforço dos mu- pleno aproveitamento dos recursos endógenos, potenciadores de acti- conclusões e seja impulsionadora da passagem à prática das melho- nicípios, julga ser possível criar melhores condições na rede de ensi- vidades produtivas e geradores de emprego, e que projectos essenciais res soluções possíveis no e da qualificação, melhorar as condições sociais e o apoio social, a para esse desenvolvimento avancem resolutamente. Este responsável mobilidade, a atractividade e a competitividade. diz também que é fundamental pressionar o Governo e a Assembleia da República para se avançar com a regionalização administrativa do país Metropoles-Na sequência das eleições de 11 de Outubro, começa o mais rapidamente possível, salientando que esta é a forma da AML agora um novo mandato para os titulares dos cargos de poder au- ganhar capacidade de realização e protagonismo político. tárquico. No que respeita à Área Metropolitana de Lisboa, como de- fine os desafios que se colocam perante todos, e quais pensa que Metropoles-Na sequência das eleições de 11 de Outubro, começa devem ser as prioridades a ter em conta? agora um novo mandato para os titulares dos cargos de poder au- tárquico. No que respeita à Área Metropolitana de Lisboa, como de- Joaquim Sardinha - Uma das características que, de alguma forma, fine os desafios que se colocam perante todos, e quais pensa que irão mais uma vez caracterizar este novo mandato na AML, resulta da devem ser as prioridades a ter em conta? sua natureza de legitimidade eleitoral directa. Na última alteração da legislação sobre as áreas metropolitanas Lei Carlos Revés -Na sequência das Eleições de 11 de Outubro último, nº 46/2008 de 27 de Agosto, em vez de ser dado um passo decisivo e no que à Área Metropolitana de Lisboa diz respeito, vários são os com vista à profunda alteração do seu regime, verificou-se um recuo desafios que se nos deparam durante este novo mandato. de nível e importância relativa, nomeadamente com a equiparação à Desde logo é imprescindível o aprofundar da análise dos problemas figura de associação de municípios e onde os órgãos representativos com que as populações se debatem exigindo, também, que a AML não são de eleição directa. participe activamente na sua resolução. Por outro lado consideramos, O conjunto de competências, apesar de metropolitano, continua a ser ção, a melhorar a lógica metropolitana de integração e coerência de igualmente, que é fundamental continuar a pressionar o Governo e a bastante restrito, nem mandatada pelo nível superior de Poder, nem desenvolvimento urbanístico? Ou mesmo ajudar aos estrangulamen- Assembleia da República no sentido de fazer avançar a regionaliza- delegada pelos municípios seus constituintes. tos duma rede de transportes colectivos pouco eficiente na lógica da ção administrativa do país o mais rapidamente possível, e preparar Poderemos afirmar que, apesar de algum inconformismo manifes- mobilidade, da regulação do tráfego e pouco amiga do ambiente? Ou as condições necessárias para que a AML tenha parte activa nesse tado em mandatos anteriores, nomeadamente pela participação de tornar a nossa região, quer em termos de competitividade e de im- processo, por forma a que venha a ganhar a capacidade de realização alguma das comissões, o resultado prático é reduzido. portância económica, numa posição mais relevante no quadro da e o protagonismo político que todos os eleitos da actual Assembleia A ausência de legitimidade directa e autónoma, um quadro de com- Península Ibérica? Metropolitana decerto ambicionam. petências reduzidas, bem como a falta de meios financeiros, tolhem Naturalmente que queremos acreditar na vitalidade da AML. O desenvolvimento sustentado da região e do País é outro impor- naturalmente a ambição de, no quadro metropolitano, se alcançar Apesar do retrocesso na Lei das Finanças Locais, conjuntamente com tante desafio que se nos coloca. Nestes termos, consideramos de níveis de desejável coerência para as diversas políticas da Área Me- o esforço dos municípios, julgamos possível serem criadas melhores primordial importância diligenciar para o pleno aproveitamento dos tropolitana de Lisboa. condições na rede de ensino e da qualificação, na melhoria das condi- recursos endógenos potenciadores de actividades produtivas e ge- Também com este quadro, vemos com alguma dificuldade as vanta- ções sociais e no apoio social, na mobilidade, na atractividade e com- radores de emprego e que projectos essenciais para esse desenvol- gens que o novo quadro legislativo fez surgir ao nível directivo, até petitividade, para a criação de novas actividades e empregos. vimento, como sejam a melhoria dos transportes e da mobilidade pelos meios necessários à sua existência. Por fim, também ao nível do funcionamento da Assembleia Metropoli- (onde a nova Autoridade Metropolitana de Transportes deverá ter Naturalmente, que o contexto em que o início deste mandato se ini- tana, o mandato de 2010-2012 se caracteriza por um leque de repre- um papel determinante, com articulação obrigatória com a AML), cia, releva a importância que as políticas de geradoras de actividade sentação partidária mais alargada, em resultado da presença do CDS/ a construção da nova ponte Chelas-Barreiro, o avanço do novo Ae- económica e naturalmente de emprego poderiam minorar as grandes PP, uma vez que no último mandato não tinha representação, e tam- roporto Internacional de Lisboa aliado ao alargamento da rede do dificuldades do desemprego, problemas sociais e em geral as dificul- bém na esperança de que seja possível, que nas diversas comissões Metro Sul do Tejo, as Plataformas Logísticas e o Projecto de Alta dades económicas. permanentes, se mantenham os elevados níveis de actividade, como Velocidade assim como a revisão criteriosa do PROTLVT e dos PDM, Metropoles-Poderá a AML ajudar, com o seu contributo e participa- em mandatos anteriores.

18.19 MTPAML DESTAQUE | ABERTURA

confortável distância dos outros partidos con- correntes: na margem norte do Tejo o Partido Novo mapa político da aml Socialista; na margem sul, a coligação que reu- ne o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista “Os Verdes”, a CDU. Ambas subiram para os próximos em relação aos seus resultados de 2005. Na cidade de Lisboa, António Costa (que substituíra Carmona Rodrigues nas eleições quatro anos intercalares de Julho de 2007) foi reeleito com 44,01% e obteve maioria absoluta de mandatos de vereadores (nove, contra sete da coligação PPD/PSD.CDS-PP.MPT.PPM e um do PCP-PEV). No espaço da Área Metropolitana de Lisboa não PEV, com oito Câmaras, seguida pelo Partido velmente diferentes. A abstenção, que foi de No território da Grande Lisboa, os partidos houve mudanças em termos de Presidências Socialista, com seis, e pelo PSD, com três. Em 40,99% a nível nacional, é mais elevada na PPD/PSD e CDS-PP concorreram, em quase de Câmaras (houve algumas em Juntas de Oeiras, Isaltino Morais foi reeleito. AML: de 50,93% na votação para as Câmaras todos os casos, em coligação, algumas vezes Freguesia). Assim, as mesmas forças políticas Para uma obervação mais próxima do terre- e de 50,92% para as Assembleias Municipais. alargada a outros partidos menores (PPM e que estavam no poder, nas dezoito Câmaras no, vale a pena ler em separado os resultados Em quatro Câmaras passou acima dos 54% e MPT). A coligação PPD/PSD.CDS-PP venceu em da AML, continuam a ocupar os seus lugares. da Grande Lisboa e da Península de Setúbal, numa acima dos 60%. Cascais com 53,04%, mantendo o autarca An- Mantém-se a maioria relativa da coligação PCP- que manifestam, de facto, situações sensi- Duas forças principais se destacam, a uma tónio Capucho, o PPD/PSD venceu sozinho em Mafra com 52,04%, mantendo José Ministro Mapa das Freguesias da AML dos Santos, e a mesma coligação (mais PPM e MPT) ganhou em Sintra com 45,25%, dando Mapa dos Concelhos da AML continuidade ao mandato de Fernando Seara. Na Península de Setúbal, apesar do Partido mandato de vereador. Mas na margem sul fez Lisboa, o PPD/PSD somou 65.771 votos. Nas Socialista ser a segunda força mais votada, o trajecto inverso, passando de um para três mesmas condições, o CDS-PP obteve 19.729. só detém a presidência do Montijo, que man- vereadores (manteve um mandato da Moita Nos casos de coligação - o que sucedeu em teve com 48,74%, na pessoa de Maria Amélia e conseguiu mais um em Almada e outro no oito concelhos - o voto conjunto subiu aos Antunes. Seixal). 277.377. Têm aqui muito peso os 108.457 vo- É a coligação PCP-PEV que continua na pre- Em termos de número de votos expressos, o tos obtidos em Lisboa, que ainda não foram sidência de todas as outras Câmaras da Pe- Partido Socialista soma, nas cinco Câmaras bastantes para suplantar os 123.372 que de- nínsula de Setúbal, tendo reconduzido todos que detém na margem norte do Tejo, mais a ram vitória a António Costa. os seus autarcas: Luís Miguel Franco, em do Montijo, um total de 256.368. Em todas as A coligação PCP-PEV teve um total de 242.127 Alcochete, com 52,42%; Maria Emília Sousa, restantes, incluindo a de Oeiras, as três com votos, nos dezoito concelhos da AML. Os resul- em Almada, com 38,67%; Carlos Humberto de autarca PPD/PSD e as oito da coligação PCP- tados mais expressivos foram, naturalmente, Carvalho, no Barreiro, com 47,68%; João Lobo, PEV, teve 167.516 - o que perfaz um total de nas Câmaras da margem sul, onde confirmou na Moita, com 44,93%; Ana Teresa Vicente, 423.884 votos. sempre a sua liderança, em sete casos com em Palmela, com 50,19%; Alfredo Monteiro da As contas do PPD/PSD e do CDS-PP são um maioria absoluta de mandatos de vereadores. Costa, no Seixal, com 47,85%; Augusto Pólvora, pouco mais elaboradas. Nas Câmaras da mar- As vitórias mais significativas foram no Barrei- em Sesimbra, com 51,81%; e Maria das Dores gem norte da Área Metropolitana de Lisboa, ro e no Seixal, com votações acima dos 47%, e Meira, em Setúbal, com 38,83%. a prática geral foi a de irem a votos em coli- sobretudo em Alcochete, Palmela e Sesimbra, Para além dos casos de Lisboa e do Montijo, já gação entre si ou, além disso, ainda com os acima dos 50%. Este último caso implica ainda referidos, o Partido Socialista mantém a pre- partidos PPM e MPT - o que só não aconteceu uma subida de 33,02% para 51,81% em relação sidência das Câmaras da Amadora com Joa- em Loures e em Mafra, e só neste último caso aos resultados de 2005. quim Raposo (46,51%), de Loures com Carlos significou uma vitória do PPD/PSD sozinho. O Bloco de Esquerda somou, na AML, 64.555 Teixeira (48,16%), de Odivelas com Susana Nas Câmaras da margem sul, os dois partidos votos. Em Lisboa teve 12.795 (4,56%), em Al- Amador (37,61%) e de Vila Franca de Xira com concorreram sempre separados, à excepção mada 5.555 (7,81%), na Moita 3.207 (11,6 %) Maria da Luz Rosinha (43,98%). do Montijo, onde mesmo assim não puderam e no Seixal 4.036 (6,91 %). O Bloco de Esquerda, em relação aos valo- derrotar o PS. Em Oeiras, o Grupo de Cidadãos “Isaltino, Oei- res que tinha em 2005, baixou na Câmara Tudo somado, nos casos em que concorreu ras Mais à Frente” reelegeu Isaltino Morais de Lisboa para 4,56%, perdendo o seu único sozinho, no espaço da Área Metropolitana de com 32.407 votos (41,52 %).

20.21 MTPAML A DESTAQUE | novo mapa político da aml

ALCOCHETE – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal ALMADA– Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal

Votos % Mandatos Votos % Mandatos Presidente da Assembleia Municipal PCP-PEV 3.893 52,42 5 Presidente da Assembleia Municipal PCP-PEV 27.247 38,33 14 Miguel Boieiro (CDU) PS 2.284 30,76 2 José Manuel Maia Nunes de Almeida (CDU) PS 18.190 25,59 9 PPD/PSD 694 9,35 0 PPD/PSD 11.527 16,22 5 Presidente da Câmara Municipal B.E. 173 2,33 0 Presidente da Câmara Municipal B.E. 7.078 9.96 3 Luís Miguel Carraça Franco (CDU) CDS-PP 144 1,94 0 Maria Emília Guerreiro Neto de Sousa (CDU) CDS-PP 4.420 9,96 3

Vice-Presidente Vice-Presidente B.E. CDS-PP José Luís dos Santos Alfélua Ferreira (CDU) José Manuel Raposo Gonçalves (CDU) CDS-PP

Vereadores com Pelouro PPD/PSD Vereadores com Pelouro B.E. Susana Isabel Freitas Custódio (CDU) Rui Jorge Palma de Sousa Martins (CDU) PCP-PEV Paulo Alexandre Meireles Alves Machado (CDU) António José de Sousa Matos (CDU) PPD/PSD Jorge Manuel Pereira Giro (CDU) PS PCP-PEV Maria Amélia de Jesus Pardal (CDU)

Vereadores sem Pelouro Vereadores sem Pelouro PS António Dias dos Santos Maduro (PS) Paulo José Fernandes Pedroso (PS) José Navarro Lopes Gemas (PS) Maria D’Assis Beiramar Lopes Almeida (PS) José Carlos Rebelo Simões (PS) Jorge Manuel Bonifácio Pedroso de Almeida (PSD) Nuno Filipe Miragaia Matias (PSD) Câmara Municipal Helena Maria Gomes Oliveira (BE) Câmara Municipal Votos % Mandatos Votos % Mandatos PCP-PEV 27.521 38,67 5 PCP-PEV 3.615 48,68 12 PS 16.984 23,86 3 PS 2.359 31,77 7 PPD/PSD 10.977 15,42 2 PPD/PSD 775 10,44 2 B.E. 5.555 7,81 1 B.E. 255 3,43 0 CDS-PP 3.782 5,31 0 CDS-PP 172 2,32 0 PCTP/MRPP 3.237 4,55 0 MMS 334 0,47 0 CDS-PP B.E. MMS PCTP/MRPP

PPD/PSD CDS-PP B.E.

PCP-PEV PCP-PEV PPD/PSD PS

PS

22.23 MTPAML DESTAQUE | novo mapa político da aml

L AMADORA – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal BARREIRO – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal

Votos % Mandatos Votos % Mandatos Presidente da Assembleia Municipal PS 29.691 42,33 15 Presidente da Assembleia Municipal PCP-PEV 16,943 44,71 13 António Ramos Preto (PS) PPD/PSD, CDS-PP, PPM 16.794 23,94 9 Frederico Fernandes Pereira (CDU) PS 11.589 30,58 9 PCP-PEV 12.066 17,2 6 PPD/PSD 3.687 9,73 3 Presidente da Câmara Municipal B.E. 4.992 7.12 2 Presidente da Câmara Municipal B.E. 2.754 7.27 2 Joaquim Moreira Raposo (PS) GRUPO CIDADÃOS VI 2.162 3,08 1 Carlos Humberto Palácios Pinheiro de Carvalho (CDU) CDS-PP 1.128 2,98 0 GRUPO CIDADÃOS XIV 1.851 2,64 0 PCTP/MRPP 789 2,08 0 Vice-Presidente PTP 228 0,33 0 Vice-Presidente Carla Maria Nunes Tavares (PS) G.C.XIV Sofia Amaro Martins (CDU) CDS-PP PCTP/MRPP G.C.VI PTP Vereadores com Pelouro Vereadores com Pelouro B.E. Gabriel Alexandre Lorena de Oliveira (PS) José Nuno da Câmara Santa Clara Gomes (PS) B.E. Rita Mafalda Nobre Borges Madeira (PS) Regina Célia Gonçalves Agostinho Janeiro (CDU) PPD/PSD PCP-PEV Eduardo Amadeu Silva Rosa (PS) Rui Pedro Gaspar Lopo (CDU) PCP-PEV António José da Silva Moreira (PS) PS Carlos Alberto Fernandes Moreira (CDU) António João Tomatas Carixas (CDU) Nuno Miguel Soares Banza (PSD) PPD/PSD, PS Vereadores sem Pelouro CDS-PP,PPM Vereadores sem Pelouro Jorge Paulo de Seabra Roque da Cunha (PSD) Amílcar dos Santos Romano (PS) Carlos Manuel dos Santos Batista da Silva (PSD) Zélia Leal Mendes da Silva (PS) Clotilde Manuel Duarte da Cunha e Silva (PSD) Câmara Municipal

Fernando Manuel Gomes Ramos (CDU) Câmara Municipal Votos % Mandatos Votos % Mandatos PS 32.623 46,51 6 PPD/PSD, CDS-PP, PPM 16.043 22,87 3 PCP-PEV 18,087 47,68 5 PCP-PEV 11.259 16,05 2 PS 11.310 29,82 3 B.E. 4.143 5,91 0 PPD/PSD 3.420 9,02 1 GRUPO CIDADÃOS VI 1.709 2.44 0 B.E. 2.294 6,05 0 GRUPO CIDADÃOS XIV 1.643 2,43 0 CDS-PP 1.007 2,65 0 PCTP/MRPP 309 0,44 0 PCTP/MRPP 873 2,3 0 PTP 174 0,25 0 PCTP/MRPP G.C.XIV PCTP/MRPP CDS-PP G.C.VI PTP B.E. PPD/PSD B.E.

PCP-PEV PCP-PEV PS PS

PPD/PSD, CDS-PP,PPM

24.25 MTPAML DESTAQUE | novo mapa político da aml

CASCAIS – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal LISBOA – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal Votos % Mandatos Votos % Mandatos Presidente da Assembleia Municipal PPD/PSD,CDS-PP 34.725 49,16 18 Presidente da Assembleia Municipal PS 110.243 39,35 23 António de Magalhães Pires de Lima (CDS-PP) PS 20.062 28,4 10 Simonetta Luz Afonso (Independente, eleita pelo PS) PPD/PSD, CDS-PP, MTP, PPM 108.243 38,78 23 PCP-PEV 7.153 10,13 3 PCP-PEV 28.025 10 5 Presidente da Câmara Municipal B.E. 5.477 7,75 2 Presidente da Câmara Municipal B.E. 18.857 6,73 3 António d’Orey Capucho (PSD) PPM 734 1,O4 0 António Luís Santos da Costa (PS) MEP 2.807 1 0 PCTP/MRPP 2.447 0,87 0 Vice-Presidente PPM Vice-Presidente PNR 1.204 0,43 0 Carlos Manuel Lavrador de Jesus Carreiras (PSD) Maria Helena Costa Salema Roseta PTP 598 0,43 0 B.E. (Independente, eleita pelo PS) PNR PTP PCTP/MRPP MMS Vereadores com Pelouro MEP PCP-PEV Mariana Ribeiro dos Santos Costa Cabral (CDS-PP) Vereadores com Pelouro B.E. Miguel Pinto Luz (PPD/PSD) PPD-PSD, Manuel Sande e Castro Salgado (PS) Ana Clara Rocha de Sousa Justino CDS-PP José Paixão Moreira Sá Fernandes (Independente, eleito pelo PS) PCP-PEV (Independente, eleita pelo PSD) PS Catarina Marques de Almeida Vaz Pinto (PS) PS Maria da Conceição Ramirez de Salema Cordeiro (PSD) Manuel da Silva Brito (PS) João Paes de Sande e Castro (CDS-PP) Fernando José Nunes da Silva (Independente, eleito pelo PS) PPD/PSD, Pedro Arantes Lopes de Mendonça (CDU) Maria João Sanches de Azevedo Mendes (PS) CDS-PP,MPT,PPM Graça Maria da Fonseca Caetano Gonçalves (PS) Vereadores sem Pelouro Câmara Municipal

Leonor Coutinho Pereira dos Santos (PS) Votos % Mandatos Vereadores sem Pelouro Alípio Marques Magalhães Fernandes (PS) Pedro Miguel Santana Lopes (PSD) Câmara Municipal

Alexandre Nuno de Aguiar Faria (PS) PPD/PSD, CDS-PP 37.463 53,04 7 João Carlos de Albuquerque de Moura Navega (PSD) PS 18.835 26,66 3 Votos % Mandatos Lívia Aquilina Tirone (PSD) PCP-PEV 6,494 9,19 1 PS 123,372 44.01 9 Gonçalo Trigo de Morais de Albuquerque Reis (PSD) B.E. 4.410 6,24 0 PPD/PSD, CDS-PP, MTP, PPM 108.457 38,69 7 Dina Fernanda Luís Gomes (PSD) PPM 489 0,69 0 PCP-PEV 22.623 8.07 1 PCTP/MRPP 311 0,44 0 Victor Manuel Dias Pereira Gonçalves (PSD) B.E. 12,795 4,56 0 PNR 285 0,4 0 António Carlos de Penha Monteiro (CDS-PP) MEP 1.975 0,7 0 Ruben Luís de Carvalho e Silva (CDU) PCTP/MRPP 1.866 0,67 0 PNR 917 0,33 0 PCTP/MRPP MMS 638 0,23 0 PPM PNR PTP 515 0,18 0

B.E. PNR PTP PCTP/MRPP MMS MEP PCP-PEV B.E.

PPD-PSD, PCP-PEV CDS-PP PS PS PPD/PSD, CDS-PP,MPT,PPM

26.27 MTPAML DESTAQUE | novo mapa político da aml

LOURES – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal MAFRA – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal Votos % Mandatos Votos % Mandatos Presidente da Assembleia Municipal PS 39.928 44,36 16 Presidente da Assembleia Municipal PPD/PSD 13,762 47,57 14 Pedro Manuel Farmhouse Simões Alberto (PS) PCP-PEV 21,838 24,26 9 Joaquim da Silva Sardinha (PSD) PS 8.365 28,91 8 PPD/PSD 14.788 16,43 6 PCP-PEV 1.933 6.68 2 Presidente da Câmara Municipal B.E. 4.702 5,22 1 Presidente da Câmara Municipal CDS-PP 1.868 6.46 2 Carlos Alberto Dias Teixeira (PS) CDS-PP 4,071 4.52 1 José Maria Ministro dos Santos (PSD) B.E. 1.718 5.94 1 PCTP/MRPP 1.605 1,78 0 Vice-Presidente Vice-Presidente CDS-PPD João Pedro de Campos Domingues (PS) CDS-PPD PCTP/MRPP Gil Ricardo Sardinha Rodrigues (PSD)

B.E. Vereadores com Pelouro B.E. Vereadores com Pelouro Emília de Jesus Farias de Figueiredo Almeida (PS) Hélder Sousa Silva (PSD) PCP-PEV Ricardo Jorge Colaço Leão (PS) PPD/PSD Célia Maria Salgado (PSD) Sónia Alexandra da S. Paixão dos S. B. Lopes (PS) PS José António Parente (PSD) PPD/PSD Ricardo Jorge Monteiro Lima (PS) Armando Monteiro (PSD) PS PCP-PEV Vereadores sem Pelouro Vereadores sem Pelouro Paulo Jorge Piteira Leão (CDU) Sérgio Mota (PS) António Manuel Pombinho Costa Guilherme (CDU) Pedro Portela Tomás (PS) Maria Eugénia Cavalheiro Coelho (CDU) Elsa Pinheiro (PS) Maria Geni Veloso das Neves (PSD) Câmara Municipal Câmara Municipal Nuno Miguel Ribeiro de Vasconcelos Botelho (PSD) Votos % Mandatos Votos % Mandatos PS 43.343 48,16 6 PPD/PSD 15,059 52,04 6 PCP-PEV 20.667 22.96 3 PS 7.964 27.52 3 PPD/PSD 14.456 16,O6 2 PCP-PEV 1.722 5,95 0 B.E. 3.812 4,24 2 CDS-PP 1.660 5,74 0 CDS-PP 3.446 3,83 0 B.E. 1.323 4,57 0 PCTP/MRPP 1.494 1,66 0

CDS-PPD PCTP/MRPP CDS-PPD B.E. B.E. PCP-PEV

PPD/PSD

PS PPD/PSD PS

PCP-PEV

28.29 MTPAML DESTAQUE | OPINIÃOnovo mapa | CASCAIS político da aml

MOITA – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal MONTIJO – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal Votos % Mandatos Votos % Mandatos Presidente da Assembleia Municipal PCP-PEV 12.038 43,55 13 Presidente da Assembleia Municipal PS 8,364 45,54 10 Joaquim Martins Gonçalves (CDU) PS 7.310 26,45 8 Amândio José Correia Carvalho (PS) PPD/PSD,CDS-PP 4,818 26,423 6 B.E. 3.479 12,59 3 PCP-PEV 3.098 16,87 4 Presidente da Câmara Municipal PPD/PSD 2.261 8,18 2 Presidente da Câmara Municipal B.E. 1,128 6.14 1 João Manuel de Jesus Lobo (CDU) CDS-PP 2.261 3,66 1 Maria Amélia Macedo Antunes (PS) PCTP/MRPP 351 1,91 0 PCTP/MRPP 749 2,71 0 Vice-Presidente Vice-Presidente Rui Manuel Marques Garcia (CDU) PTP Nuno Miguel Caramujo Ribeiro Canta (PS) PTP

B.E. Vereadores com Pelouro CDS-PP Vereadores com Pelouro Vivina Maria Semedo Nunes (CDU) Maria Clara de Oliveira da Silva (PS) PPD/PSD PCTP/MRPP Carlos Alberto Picanço dos Santos (CDU) PCP-PEV Renato José Diniz Gonçalves (PS) Miguel Francisco Amoedo Canudo (CDU) PS B.E. Vereadores sem Pelouro

Vereadores sem Pelouro Lucília Maria Samoreno Ferra (Coligação PPD/PSD – CDS-PP) PPD/PSD,CDS_PP António Duro (PS) PS Nuno Alexandre C. Cabral Ferrão Vítor Cabral (PS) (Independente, eleito pela Coligação PPD/PSD – CDS-PP) Maria João Carvalho (PS) Joaquim António L. da Silva Batalha (CDU) Joaquim Raminhos (BE)

Câmara Municipal Câmara Municipal

Votos % Mandatos Votos % Mandatos PCP-PEV 12.421 44,93 5 PCP-PEV 8,952 48,74 4 PS 7.364 26,64 3 PPD/PSD, CDS-PP 4.712 25,65 2 B.E. 3.207 11,6 1 PCP-PEV 2.911 15,85 1 PPD/PSD 2.190 7,92 0 B.E. 878 4,78 0 CDS-PP 956 3,46 0 PCTP/MRPP 312 1,76 0 PCTP/MRPP 716 2,59 0

CDS-PP PTP PTP B.E.

PPD/PSD PCTP/MRPP B.E. PCP-PEV PS

PS PPD/PSD,CDS-PP

30.31 MTPAML DESTAQUE | OPINIÃOnovo mapa | CASCAIS político da aml

ODIVELAS – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal OEIRAS – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal Votos % Mandatos Votos % Mandatos Presidente da Assembleia Municipal PS 22.989 36,12 13 Presidente da Assembleia Municipal I 30.363 38,91 14 Sérgio Constantino Gaspar Lopes de Paiva (PS) PPD/PSD,CDS-PP,MTP,PPM 22.149 34,8 12 Domingos Ferreira Pereira dos Santos PS 20.123 25,79 9 PCP-PEV 13,488 21,19 7 (Grupo Político “Isaltino, Oeiras Mais à Frente” - IOMAF) PPD/PSD,CDS-PP,PPM 13.448 17,23 6 Presidente da Câmara Municipal B.E. 3.130 4,92 1 PCP-PEV 6.768 8,67 3 Susana de Fátima Carvalho Amador (PS) Presidente da Câmara Municipal B.E. 4.116 5,27 1 Isaltino de Morais Vice-Presidente (Grupo Político “Isaltino, Oeiras Mais à Frente” - IOMAF) Mário Máximo dos Santos (PS) B.E. Sem Pelouro B.E. PCP-PEV Vereadores com Pelouro Vice-Presidente PCP-PEV Hugo Manuel dos Santos Martins (PS) Paulo Vistas (Grupo Político IOMAF) PPD/PSD, PS Maria Fernanda Duarte Franchi (PS) CDS-PP,PPM I Paulo César Prata Teixeira (PS) PPD/PSD, Vereadores com Pelouro Sandra Cristina de Sequeiros Pereira (PSD) CDS-PP,PPM Maria Madalena Castro (Grupo Político IOMAF) Carlos Manuel Maio Bodião (PSD) Elisabete Oliveira (Grupo Político IOMAF) PS Ricardo Barros (Grupo Político IOMAF) Vereadores sem Pelouro Hernâni Manuel Marques de Carvalho Vereadores sem Pelouro (Independente, eleito pelo PSD) Carlos Oliveira (PS) Paulo Nuno Barroso do Aido (Independente, eleito pelo PSD) Anabela Pedroso (PS) Câmara Municipal Câmara Municipal Ilidio de Magalhães Ferreira (CDU) Luísa Carrilho (PS) Rui Manuel Rodrigues Francisco (CDU) Votos % Mandatos Isabel Meirelles (PSD) Votos % Mandatos PS 23.937 37,61 5 Pedro Manuel Paulo (PSD) I 32.407 41,52 5 PPD/PSD,CDS-PP,MTP,PPM 22.747 35,74 4 Amílcar Campos (CDU) PS 20.112 25,77 3 PCP-PEV 12,838 20,17 2 PPD/PSD,CDS-PP,PPM 12.821 16,42 2 B.E. 2396 20,17 0 PCP-PEV 5.703 7,31 1 B.E. 3.054 3,91 0 PCTP/MRPP 495 0,63 0

PCTP/MRPP B.E. B.E. PCP-PEV PCP-PEV PPD/PSD, PS CDS-PP,PPM I PPD/PSD, CDS-PP,PPM PS

32.33 MTPAML DESTAQUE | novo mapa político da aml

PALMELA – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal SEIXAL – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal Votos % Mandatos Votos % Mandatos Presidente da Assembleia Municipal PCP-PEV 10.650 47,15 11 Presidente da Assembleia Municipal PCP-PEV 26.606 45,53 16 Victor Manuel Barrocas Borrego (CDU) PS 5.552 24,58 5 Joaquim Miguel Judas (CDU) PS 13614 23,3 8 PPD/PSD 2.251 9,97 2 PPD/PSD 8.357 14,3 5 Presidente da Câmara Municipal CDS-PP 2.012 8,91 2 Presidente da Câmara Municipal B.E. 4.744 8,12 2 Ana Teresa Vicente (CDU) B.E. 1.321 5,85 1 Alfredo José Monteiro (CDU) CDS-PP 3.173 5,43 2

Vice-Presidente Vice-Presidente Adilia Candeias (CDU) Joaquim Cesário dos Santos (CDU) CDS-PP B.E. CDS-PP B.E. Vereadores com Pelouro Vereadores com Pelouro Álvaro Amaro (CDU) Corália Loureiro (CDU) PPD/PSD PPD/PSD Adilo Oliveira Costa (CDU) PCP-PEV Jorge Carvalho da Silva (CDU) PCP-PEV Luis Miguel Calha (CDU) Joaquim Tavares (CDU) Vanessa Silva (CDU) Vereadores sem Pelouro PS Paulo Cunha (PSD) PS António Fonseca Ferreira (PS) Maria da Natividade Charneca Coelho (PS) Vereadores sem Pelouro Samuel Cruz (PS) Fonseca Gil (PS) Câmara Municipal Câmara Municipal Helena Domingues (PS) Votos % Mandatos Luís Cordeiro (BE) Votos % Mandatos PCP-PEV 11.341 50,19 5 PCP-PEV 27.949 47,85 6 PS 5.204 23,03 2 PS 13.090 22,41 3 CDS-PP 2.206 9,76 0 PPD/PSD 8.072 13,82 1 PPD/PSD 2.035 9,01 0 B.E. 4.036 6,91 1 B.E. 1.085 4,8 0 CDS-PP 3.055 5,23 0 MMS 337 0,58 0

CDS-PP B.E. CDS-PP B.E.

PPD/PSD PPD/PSD PCP-PEV PCP-PEV

PS PS

34.35 MTPAML DESTAQUE | novo mapa político da aml

SESIMBRA – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal SETÚBAL – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal

Votos % Mandatos Votos % Mandatos Presidente da Assembleia Municipal PCP-PEV 8.750 46,57 11 Presidente da Assembleia Municipal PCP-PEV 17.412 36,43 11 Odete Graça (CDU) PS 4.037 21,48 5 Ricardo Jorge Fialho Oliveira (CDU) PS 13.914 29,11 8 PPD/PSD 2,224 11,84 2 PPD/PSD 7.487 15,66 4 Presidente da Câmara Municipal B.E. 1.413 7,52 1 Presidente da Câmara Municipal B.E. 3.792 7,93 2 Augusto Manuel Pólvora (CDU) I 905 4,82 1 Maria das Dores Meira (CDU) CDS-PP 3.380 7,07 1 CDS-PP 758 4,03 1 MTP 397 0,83 0 Vice-Presidente Vice-Presidente CDS-PP Felícia Costa (CDU) André Valente Martins (CDU) MTP I CDS-PP Vereadores com Pelouro B.E. Vereadores com Pelouro B.E. José Polido (CDU) Carlos Alberto Mendonça Rabaçal (CDU) Sérgio Marcelino (CDU) Carla Alexandra Potrica Guerreiro (CDU) PPD/PSD PPD/PSD Cármen Cruz (CDU) PCP-PEV Rui Manuel Higino José (Independente, eleito pela CDU) PCP-PEV Francisco Luís (PSD) PS Vereadores sem Pelouro Vereadores sem Pelouro Maria Teresa Mourão de Almeida (PS) PS Américo Gegaloto (PS) Maria de Fátima Alves de Aguiar Lopes (PS) Fernando Miguel Catarino José (PS) Jorge Flaviano Delgado Santana da Silva (Independente, eleito pelo PSD) Câmara Municipal Câmara Municipal

Votos % Mandatos Votos % Mandatos PCP-PEV 18.558 38,83 5 PCP-PEV 9.736 51,81 5 PS 14.248 29,81 3 PS 3,663 19,49 1 PPD/PSD 6.919 14,48 1 PPD/PSD 1,949 10,37 1 B.E. 2.911 6,09 0 B.E. 1.163 76,19 0 CDS-PP 2.779 5,81 0 I 971 5,17 0 PCTP/MRPP 677 1,24 0 CDS-PP 694 3,69 0 MTP 354 0,74

CDS-PP PCTP/MRPP MTP CDS-PP I B.E. B.E.

PPD/PSD PPD/PSD PCP-PEV PCP-PEV

PS PS

36.37 MTPAML DESTAQUE | novo mapa político da aml

SINTRA – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal VILA FRANCA DE XIRA – Órgãos Autárquicos Assembleia Municipal Votos % Mandatos Votos % Mandatos Presidente da Assembleia Municipal PPD/PSD,CDS-PP,MTP,PPM 56.613 41,11 15 Presidente da Assembleia Municipal PS 22.686 41,33 14 José Ângelo Ferreira Correia PS 46.735 33,94 12 João Quítalo (PS) PCP-PEV 14.082 25,65 9 (Coligação Mais Sintra - PPD/PSD.CDS-PP.PPM.MPT) PCP-PEV 18,714 13,59 4 PPD/PSD,CDS-PP,MTP,PPM 12.403 22,6 8 B.E. 11.180 8,12 2 Presidente da Câmara Municipal B.E. 3.989 7,27 2 Presidente da Câmara Municipal Maria da Luz Rosinha (PS) Fernando Jorge Loureiro de Roboredo Seara (Coligação Mais Sintra - PPD/PSD.CDS-PP.PPM.MPT) Vice-Presidente B.E. B.E. Alberto Mesquita (PS) Vice-Presidente PCP-PEV PPD/PSD, Marco Paulo Caldeira de Almeida (Coligação Mais Sintra) PPD/PSD,CDS-PP, Vereadores com Pelouro CDS-PP, MTP, PPM MTP, PPM Fernando Paulo Ferreira (PS) PS Vereadores com Pelouro Conceição Santos (PS)

Ana Isabel Neves Duarte (Coligação Mais Sintra) PS Francisco Vale Antunes (PS) José Lino Fonseca Ramos (Coligação Mais Sintra) João de Carvalho PCP-PEV Luís José Vieira Duque (Coligação Mais Sintra) (Coligação Novo Rumo - PPD/PSD.CDS-PP.MPT.PPM) Maria Paula Gomes Pinto Simões (Coligação Mais Sintra) Rui Rei (Coligação Novo Rumo) José Manuel Costa Baptista Alves (CDU) Helena Pereira de Jesus (Coligação Novo Rumo)

Vereadores sem Pelouro Vereadores sem Pelouro Ana Gomes (PS) Câmara Municipal Nuno Libório (CDU) Câmara Municipal

Domingos Linhares Quintas (PS) Bernardino Lima (CDU) Votos % Mandatos Votos % Mandatos Ana Queiroz do Vale (PS) Ana Lídia Cardoso (CDU) Eduardo Quinta Nova (PS) PPD/PSD,CDS-PP,MTP,PPM 62.314 45,25 6 PS 24.141 43,98 5 PS 46.458 33,74 4 PCP-PEV 13,111 23,88 3 PCP-PEV 15.293 11,11 1 PPD/PSD,CDS-PP,MTP,PPM 12.820 23,35 3 B.E. 8.121 5,9 0 B.E. 3.199 5,83 0 PCTP/MRPP 1.497 1,09 0

PCTP/MRPP

B.E. B.E.

PPD/PSD, PCP-PEV CDS-PP, MTP, PPM PPD/PSD,CDS-PP, PS MTP, PPM

PS PCP-PEV

38.39 MTPAML PME’S INOVAÇÃO

aos vários projectos onde a empresa se encontra envolvida. Foi assim que surgiram a TCPI Angola e a TCPI Roménia, para além da delegação da TCPI em França. Em Portugal, para além da sede, situada no conce- lho de Oeiras, a empresa tem escritórios em Sines e no Porto. Para José Brandão a internacionalização da empresa foi essencial face às contingências do mercado. Assim, “as quebras de actividade em Portugal podem ser compensadas pelo trabalho que decorre em França ou Angola”. É, por isso, que também está sempre atento ao mercado internacional em busca de oportunidades. Nos últimos três quatro anos, a actividade da empresa em território nacional representou cerca de 30% do seu volume de negócios, que foi de cerca de 44 milhões de euros no último ano para todo o gru- po, segundo José Brandão.

A estratégia da entrada para o mercado romeno deveu-se à adesão deste país para a Comunidade Europeia, tal como aconteceu com outras nações do leste europeu. “Partimos do princípio que, a exem- plo do que se passou em Portugal nos anos oitenta e noventa, onde algumas indústrias tiveram de fazer upgrades das instalações de- vido à implementação de normas ambientais e outras, o mesmo se de serviços de assistência numa plataforma, de uma equipa para fa- APOSTA NA INDÚSTRIA zer a manutenção ou pequenas modificações”, diz José Brandão. Em Julho de 1998, a Tecnoprojecto estabeleceu uma forte aliança Com mais de 20 anos de actividade, a Tecnoprojecto Internacional tem a sua actividade com um grupo de construção europeu, com a venda de 85% do ca- centrada no sector industrial, fazendo desde os projectos de engenharia à construção pital da empresa ao ramo offshore do grupo francês Bouygues. Foi em vários países do mundo assim desenvolvida a Tecnoprojecto Internacional (TCPI), holding do grupo para os projectos de petróleo e gás. O objectivo era uma maior expansão das suas actividades no mercado de exportação, principalmente na Europa e na África Ocidental. Entretanto, em 2002, o ramo Bouygues Offshore foi comprado pelo grupo italiano A Tecnoprojecto foi criada em 1986. Face às exigências cada vez Uma dos projectos mais importantes que a empresa tem actual- Eni e a TCPI foi incluída na aquisição. maiores do mercado nacional, e na falta de uma empresa dotada, mente em curso decorre na Ucrânia, onde está a fazer a parte de Continuando a sua política de internacionalização, em finais de 2004 quer pelas estruturas, quer pela sua flexibilidade e grau de espe- engenharia das actuais actividades de controlo e segurança da a estrutura accionista da Tecnoprojecto Internacional foi alterada com cialização, um grupo de técnicos com experiência profissional re- antiga central atómica de Chernobyl. Trata-se de um projecto finan- a entrada do Grupo Lyon, de origem angolana, no seu capital. solveu constituir uma empresa independente para actuar na área ciado pela Comunidade Europeia, que inclui a construção do sar- Foi por uma questão de sobrevivência que a empresa começou a industrial. cófago que irá encerrar esta unidade, onde decorreu um acidente olhar para o mercado externo em 1998 diz José Brandão. Até aí, a Segundo José Brandão, actual administrador delegado da empresa, nuclear no dia 26 de Abril de 1986. Foi considerado o pior da história sua actividade tinha-se centrado no mercado nacional, trabalhando esta dedicou-se inicialmente à formação profissional e montagens de da energia nuclear e produziu uma nuvem de radioactividade que para clientes como a Petrogal, Repsol, Soporcel /Portucel, Cimpor ou instrumentação em projectos industriais. Depois alargou a sua activi- atingiu a ex-União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Hovione. Nesse mesmo ano fizeram o seu primeiro projecto no ex- dade aos sectores de electricidade e operação e, posteriormente, ao Unido, com uma capacidade de contaminação 400 vezes superior terior, em Angola, a convite de Bouygues Offshore. de engenharia. à da bomba lançada pelos norte-americanos sobre Hiroshima, no Nos dias de hoje, a Tecnoprojecto é um grupo internacional voca- Japão, no final da Segunda Guerra Mundial. Estratégia de internacionalização cionado para projectos chave na mão, principalmente destinados Foi o primeiro passo de uma estratégia de internacionalização que ao sector da indústria petrolífera e do gás. Mas também actua em Outros serviços passou pela abordagem de mercados como a Rússia, Argélia, Nigéria, áreas como a do papel e pasta de papel, tal como na indústrias far- A Tecnoprojecto também presta serviços de pós-venda e outros. “É o Coreia, Brasil, México. Mas também inclui a criação de um grupo de macêutica, petroquímica e ambiental. que acontece quando um cliente como a Chevron, em Angola, precisa empresas independentes, fora de Portugal, para apoio mais próximo PME’S INOVAÇÃO

iria passar nos novos membros de leste de CE”, diz José Brandão. Foi por isso que a Tecnoprojecto Internacional decidiu abrir uma empresa do grupo na Roménia, para estar mais perto do mercado constituído pelos novos países. Na escolha também pesou o facto do país “ ter cultura muito semelhante à nossa”. Mas a crise económica mundial também afectou o mercado da Ro- ménia. Neste momento está com problemas e, por isso, não há gran- des investimentos a decorrer no país. Mesmo assim, José Brandão diz que a actividade da TCPI no país tem-se mantido estável. Os próximo passos de expansão da actividade do grupo serão da- dos no sentido dos países do norte de África, como Marrocos, Argé- lia, onde já fizerem projectos, e Tunísia. São mercados que estão a ser estudados actualmente.

Boas perspectivas A empresa tem tido um crescimento elevado, um salto de “cerca de 100% nos últimos três anos”, segundo José Brandão. No ano passa- do o volume de negócio da TCPI portuguesa, que inclui o escritório em França, foi de cerca de 35 milhões de euros. Na empresa ango- lana do grupo o volume de negócios rondou os 10 a 12 milhões de de ensino na sua equipa, constituída por um grupo que chegou a ser dólares (entre 7,4 e 8,8 milhões de euros) e, na romena, foi próxi- superior a 580 pessoas no ano passado. Também dá grande enfase mo de 1 milhão de dólares (cerca de 740 mil euros). também à formação interna, no sentido de valorizar os recursos hu- Um dos principais factores que condicionam o crescimento da em- manos antes de recrutar novos elementos. presa é a disponibilidade de técnicos especializados. Por isso, esta No escritório de Oeiras há uma população fixa constituída pelas têm colaborado de forma activa com o Instituto Politécnico de Setú- pessoas da engenharia, automação, contabilidade, estudos de bal, integrando algumas dezenas de alunos deste estabelecimento preço, etc. “São entre 40 e 45 pessoas oriundas principalmente de Almada e Setúbal, mas também de Oeiras, Sintra e algumas de Lisboa”, diz José Brandão. O administrador delegado da TCPI considera que as perspectivas do grupo que dirige são boas para 2010. Salienta que ele está envolvi- do, para além de outros, no projecto de reconversão da refinaria de Matosinhos e de Sines, o maior projecto industrial desenvolvido até hoje em Portugal. Por outro lado, também aposta, em Angola, em dois grandes contratos na área do petróleo. São o Parque de Gás do Soyo, perto de Luanda, e estão na corrida para um contrato de serviços com a Chevron, em Cabinda. A empresa vai este ano continuar a apostar na Rússia, um merca- do difícil e complicado, onde estão há dez anos. É, por isso, que há nela “10 pessoas que falam russo correctamente, e que uma das suas engenheiras, directora de projecto, é russa”, diz José Brandão, salientando que está na empresa desde o primeiro projecto que fi- zeram no país. Também refere que vão apostar ainda na América do Sul, pois estão “bem posicionados num grande projecto da Venezue- la, também no oil & gas offshore”.

42.43 MTPAML TURISMO E LAZER

A Grande Rota do Caminho do Atlântico sua cultura e história. Passeando pela suas praias despoluídas, pode Sintra O percurso pedestre transeuropeu inicia-se em São Petersburgo sentir os ruídos do seu mar, observar as suas escarpas pejadas de (Rússia) e segue sempre ao longo da costa, contornando os territó- aves, aqui e além com aventureiros que se atrevem a subi-las, ou rios do continente europeu banhados pelo Oceano Atlântico. descê-las. Por ali também há lugares de paragem para saborear o Lugar de Encantos Vindo da Galiza, entra em Portugal por Valença, rumando à costa gosto do peixe, de mariscos, temperados com um Colares branco, ou onde, a partir de Caminha, desce para Viana do Castelo, percorrendo, tinto, da região de vinhos mais antiga referenciada em Portugal. Os Território privilegiado pelo envolvimento da serra, Sintra é uma região onde nunca se depois, todos os territórios ribeirinhos, sempre junto ao Atlântico, até monumentos, as diversões, as feiras populares e a natureza preser- pára de descobrir. Entre a vila e o oceano, a paisagem dispersa-se entre a conten- ao Cabo de São Vicente, em Sagres. A partir daqui segue a costa algar- vada e tranquila da Serra de Sintra, oferecem uma oferta turística de ção rural e a exuberância da natureza, acolhendo muito para ver, ouvir e sentir via até Vila Real de Santo António, atravessa para território andaluz e componente natural, rica e variada. termina em Tarifa (Espanha), cidade onde o Atlântico se funde com o O percurso atravessa paisagens diversificadas, por entre panoramas Mediterrâneo. costeiro e serrano, áreas rurais/agrícolas. Por vezes é cortado por ri- O troço do Concelho de Sintra engloba uma extensão de aproximada- beiras, numa zona de orografia muito variada, que marca e diferencia mente 27 quilómetros, utilizando, tanto quanto possível, trilhos de pé microclimas. Aqui e além ainda se sentem restos de ancestral ocu- posto, serventias e caminhos públicos já existentes, possibilitando um pação humana. percurso envolvente com o litoral e de excepcional valor paisagístico. Troço acessível, que se percorre com uma condição física pouca exi- Nele o visitante tem a sorte de se poder deparar com mundos diver- gente, o passeio pedestre transeuropeu não assume, em Sintra, ne- sos. Quem procura descobrir consegue desvendar os encantos da nhuma particularidade técnica de progressão.

44.45 MTPAML TURISMO E LAZER TURISMO E LAZER

O percurso Pequenas Rotas de Sintra Rota das Quintas Inicia-se no cruzamento da Azóia, pequena aldeia costeira, seguindo A Serra de Sintra e a faixa litoral de Cascais à foz do Rio Falcão cons- O Largo Rainha D. Amélia, ou Largo do Palácio Nacional de Sintra, onde, depois pela Ulgueira, descendo sempre até ao litoral. Antes de chegar tituem uma área de grande sensibilidade à qual, pelas suas carac- tal como o nome indica, se situa o Palácio Nacional de Sintra - um dos à Praia da Adraga, vale a pena uma visita ao buraco do Fojo, localizado terísticas geomorfológicas, florísticas e paisagísticas, foi conferido o mais belos palácios de Portugal - é o local de saída para este percur- na arriba, com uma extensão de quase 30 metros de profundidade estatuto de Área de Paisagem Protegida em 1981, tendo passado a so. Sendo a mais importante construção áulico-realenga do país tem, até ao mar. A sensação é de cortar a respiração! Parque Natural de Sintra-Cascais em 1994. na sua origem, muito provavelmente o Palácio dos Wallis Mouros. A Desde a Praia da Adraga até à jazida de pegadas dos Dinossauros, nas Um fabuloso conjunto de monumentos de épocas variadas, inseridos sua traça actual foi realizada em duas etapas de obras. A primeira de- escadarias da Praia Grande, o percurso é realizado em ambiente na- de forma harmoniosa no seu património natural, valeu, a grande par- correu no início do séc. XV, com D. João I e a segunda no reinado de D. tural, por trilhos nas falésias que ligam estas duas praias, das mais te da encosta Norte da Serra de Sintra, a classificação, pela UNESCO, Manuel I, no 1º quartel do séc. XVI. belas do concelho de Sintra. Ao longo deles somos surpreendidos pela em 1995, de Património Mundial da Humanidade – categoria Paisa- Deixando para trás o Centro Histórico da Vila de Sintra, seguimos na beleza da flora, pela frescura do ar Atlântico e, claro, pela beleza es- gem Cultural. Em 1997 esta área foi integrada no Sítio de Importância direcção do Posto de Turismo, passando a Torre do Relógio (séc. XVI) tonteante deste litoral. Comunitária de Sintra-Cascais, constante da Lista Nacional de Sítios, e a Igreja de São Martinho, de origem românica, provavelmente da 2ª Ao se chegar ao areal da Praia das Maçãs, a ribeira de Colares poderá no âmbito da Directiva “Habitats”. metade do séc. XII. impossibilitar uma travessia a pé posto. Neste caso, contorna-se o curso de água, por caminho bem delineado até à ponte, seguindo em asfalto até à Praia das Maçãs. Aí, retoma-se o percurso da Grande Rota do Atlântico (GR 11). Eis que se chega às Azenhas do Mar, janela aberta ao Oceano, uma das mais emblemáticas e peculiares aldeias da região. O seu casa- rio suspenso na arriba, com a sua piscina natural, confere-lhe esse estatuto de peculiaridade. Ao chegar à Praia da Aguda, não se pode deixar de apreciar devidamente a formação das dunas consolidadas, classificadas como geo-monumento. Na praia do Magoito, há outra duna consolidada, moldada pela erosão da exposição à nortada. A partir deste ponto, a paisagem deixa de acompanhar o mar para se embrenhar no interior rural. Aqui, é bom deixarmo-nos perder no ren- dilhado de muros e campos de cultivo até à localidade de São João das Lampas. Desta aldeia, segue a GR 11 para Bolelas, num pequeno troço de as- falto, seguindo de novo em asfalto/terra até Odrinhas. Ex-líbris da arqueologia no concelho, esta aldeia alberga o seu maior complexo museológico, denominado São Miguel de Odrinhas. Aqui está patente um espólio admirável de peças, desde o calcolítico até à romaniza- ção. Defronte do museu, fica a Escola de Recuperação do Património, de construção recente. Neste local é ainda visível o painel da GR 11, que marca a chegada/saída deste percurso. O troço concelhio de Sin- tra termina à entrada do aglomerado populacional de Carvalhal para, a partir daí, passar ao traçado do Concelho de Mafra. Para trás ficaram 27 quilómetros de um litoral único, com história e cultura, uma voluptuosa diversidade de habitats que se cruzam e se avistam, paisagens inesquecíveis, praias agrestes mas de beleza inigualável. É, talvez, dos litorais mais belos desta Grande Rota do Atlântico.

46.47 MTPAML TURISMO E LAZER turismo E LAZER

Tomando a estrada à esquerda, continuamos até ao Largo Dr. Carlos Fran- Rota do Castelo dos Mouros ça. Seguindo em frente, passamos a Fonte dos Pisões e a Cascata com o A Quinta do Castanheiro O ponto de partida deste percurso situa-se também no Palácio Nacional mesmo nome, até chegarmos à imponente . Remon- Esta propriedade deve o seu nome ao castanheiro multissecular de Sintra. Depois, e para quem aprecia caminhadas, é subir para lá che- tando ao início do séc. XX, esta Quinta é um fabuloso somatório de estilos situado na sua sua entrada. Mereceu o envio de uma carta por gar. Seguindo pela Rua das Padarias, mesmo frente ao palácio e onde e construções, resultando num percurso alquímico e sagrado que impor- parte do escritor inglês, Robert Southey (séc. XIX), a um amigo fica localizada a Pastelaria Piriquita - casa célebre no fabrico dos tão ta conhecer. De uma beleza quase irreal e com uma atmosfera mística botânico, aquando da sua estada neste local, convidando-o a vir emblemáticos travesseiros de Sintra - continuamos à esquerda pelas única, a Quinta da Regaleira é, seguramente, de visita obrigatória. estudar as duas árvores mais imponentes que tinha visto na sua escadinhas, até à Rua da Ferraria. Situada do lado direito da estrada, a Quinta do Relógio, em estilo árabe, vida: o castanheiro desta quinta e o sobreiro que se encontra jun- Aqui seguimos a sinalética, virando à direita, até ao Largo Ferreira de tem nos seus jardins abundante vegetação exótica. Nesta casa passa- to à Quinta do Relógio. Castro (início da Rampa da Pena). É o momento para ganhar fôlego, ram a lua de mel, em 1886, D. Carlos e D. Amélia, reis de Portugal. O enorme castanheiro (com um perímetro de 10 metros, a 1,30 porque nos espera uma subida íngreme, mas de uma beleza exótica. Do largo em frente à Quinta do Relógio, seguimos pela Rua Trindade Co- m do chão) foi considerado de interesse público por decreto pu- Depois é só continuar, de preferência devagar para evitar excesso de elho, que nos conduz a algumas das mais belas Quintas de Sintra, como blicado em “Diário do Governo”, sendo de mais recente classifi- cansaço, mas também para que os sentidos usufruam de tudo o que se acontece com a Quinta do Castanheiro. cação o sobreiro na entrada da Quinta do Relógio. passa no caminho. Primeiro a visão de alguns palacetes e chalets, sen- No final deparamos com a Quinta dos Alfinetes, assinalando o percur- do de destacar, do lado direito, o Chalet Biester, de finais do séc XIX. so de ida e regresso. Voltando à esquerda, encontramos mais abaixo Continuando a subir pelo asfalto até ao cruzamento para Capuchos e a Quinta da Cabeça e o início da calçada por onde vamos descer. Nela, Pé da Serra, voltamos à esquerda para a estrada empedrada. É a altura onde se instalava Almeida Garrett quando vinha a Sintra, foi represen- certa para nos deixarmos deslumbrar pelo exotismo da beleza natural tada uma das suas primeiras peças - o “Imprompto” de Sintra. da Serra de Sintra, apreciando o fluir da luz do sol através dos ramos Depois da Quinta da Ponte Redonda, ponto mais longínquo do percurso, das árvores e, sobretudo, saboreando o silêncio. É algo que se sente e iniciamos o regresso até à Vila, e, após percorrer um pouco de asfalto, quase não se raciocina. Descrever o que se vê em plena Serra de Sintra passar a curva e contracurva, entramos num trilho conhecido como torna-se, ali, difícil. Mata do Carago, devido à sua vegetação espontânea. Novamente na Quinta da Cabeça, subimos até à dos Alfinetes, para tomar a direcção do Caminho dos Castanhais, onde encontramos a Quinta com o mesmo nome, local onde Eça de Queiroz passava as suas férias, seguindo-se a Quinta dos Mouros. Na Rua Fresca, após superar, ao fundo, as Escadinhas da Pendôa, se- guimos pela rua com o mesmo nome até ao ponto de partida, o Largo do Palácio Nacional. Após este percurso, que nos possibilita um passeio imperdível pelas mais belas quintas de Sintra, nada como chegar à Vila e deliciarmo-nos com um delicioso e calórico travesseiro ou uma noz da Piriquita ou, menos calórica mas igualmente boa, uma queijada da mais antiga fábrica de queijadas de Sintra, a SAPA, situada na Volta do Duche.

48.49 MTPAML turismo E LAZER turismo E LAZER

E eis que chegamos ao portão do Parque da Pena, também conheci- Chegando à Igreja de Santa Maria (séc. XII), de estilo romântico- do por Portão dos Lagos. É difícil ceder à tentação de entrar e visitar gótico de 3 naves, que sofreu ao longo dos anos várias alterações, um dos mais fabulosos parques de Portugal. Mas vale a pena conti- principalmente após o terramoto de 1755, seguimos pela Calçada nuar a subir até ao Castelo dos Mouros.. dos Clérigos até à Fonte da Sabuga, de origem medieval, reconstru- Comprado o bilhete de entrada, após uma porta rotativa surge um cami- ída em finais do séc. XVIII. nho que serpenteia por um misto de escadas e zonas planas. Leva-nos Continuando a descer, viramos à direita para a Rua da Ferraria e até ao Castelo. É obrigatório explorá-lo! Chegados alto das suas mura- descemos as Escadinhas Félix Nunes para regressar ao Largo do lhas, no sítio mais alcantilado, a pique sobre a vila, surge-nos uma vista Palácio Nacional. Para recuperar as energias gastas, impõe-se um de cortar a respiração. De lá podemos ver toda a planície da várzea de jantar em Sintra num dos restaurantes da Vila ou de S. Pedro, zonas Sintra até ao Atlântico, o Convento de Mafra e, cá em baixo, pequenina e de bons encontros com a comida. É que Sintra não é apenas histó- colorida, a pequena Vila de Sintra, com as suas quintas e palácios. ria, património, cultura e beleza natural. É também uma excelente Porque há ainda muito para ver, deixamos o Castelo. Agora o percur- gastronomia e uma tentadora doçaria. Depois, o melhor é pernoitar so é mais fácil. Sempre a descer, encontramos as ruínas da primi- num dos hotéis da Vila. Porque Sintra não se esgota num percur- tiva Capela de São Pedro (séc XII), bem como o túmulo do escritor so, num dia, numa visita. Fica-nos na memória e apetece sempre Ferreira de Castro (1898-1974). voltar!

O Castelo dos Mouros Quem está em Sintra e olha para cima dificilmente deixará de visu- rendiam-se invariavelmente após a conquista de Lisboa, apesar alizá-lo. No cimo de encosta da serra que se debruça sobre a vila, da aparente invulnerabilidade da fortificação. o Castelo dos Mouros parece ainda olhar com ar protector a urbe, Conquistado definitivamente por D. Afonso Henriques em 1147, enquanto ostenta as suas muralhas para a paisagem que a rodeia. ali foi edificada a primeira capela cristã do concelho, dedicada a Após conquistarem a Península Ibérica aos Visigodos, os muçulma- S. Pedro. No período romântico, cerca de 1860, as muralhas foram nos construíram, cerca do séc. VIII, uma fortificação ali para defen- restauradas sob o controlo de D. Fernando II, que arborizou os es- der um território disputado até ao séc. XII por mouros e cristãos. paços envolventes, tendo conferido às velhas ruínas medievais No entanto, nunca se travou nenhuma batalha no Castelo dos uma nova dignidade. De destacar, no seu interior, a Cisterna Moura Mouros. De facto, tanto os ocupantes muçulmanos como cristãos e o chamado Torreão Real.

50.51 MTPAML turismo E LAZER turismo E LAZER

1º Percurso para crianças e famílias. Mesmo ao seu lado encontra-se o restau- Pelo litoral de Oeiras rante italiano Baía dos Golfinhos, com vista privilegiada e cardápio O concelho de Oeiras situa-se ao lado de Lisboa e Cascais. Confina convidativo. com o estuário do Tejo, a sul, que lhe desafoga o horizonte marcado Descendo o rio em direcção a Paço de Arcos, localidade com gran- pelas águas entre o rio e o oceano. Concentra, no litoral, grande par- de tradição piscatória e restauração de referência, como a Casa da te da sua história e atracções turísticas, e reúne condições naturais Dizima, Os Arcos ou a Casa Galega, o visitante encontra um areal de para excelentes momentos de lazer e evasão. 400m, limpo durante todo o ano e dotado de iluminação artificial, res- Uma caminhada no Passeio Marítimo, uma bebida no Porto de Recreio tauração e, no verão, das condições necessárias ao usufruto balnear. de Oeiras ou um mergulho na Piscina Oceânica, com a Praia da Torre Ao lado, sobressai o geiser, repuxo gigante que se tornou já num dos e o Forte São Julião da Barra no horizonte, são o mote de uma desco- símbolos do concelho. berta em comunhão com o mar. Junto ao areal fica o Passeio Marítimo, que se inicia na Praia da Torre. À DESCOBERTA DE OEIRAS No percurso pelo litoral de Oeiras, sugerimos uma primeira paragem Por ora tem uma extensão de 4 km (Oeiras-Paço de Arcos), propícios no Forte de São Bruno, na confluência da ribeira de Barcarena com o à actividade física, caminhadas e boas conversas. O rio Tejo domina a paisagem sul do concelho de Oeiras e oferece um passeio de Tejo, em frente à Estação Ferroviária de Caxias. O seu nome deve-se Até chegar a Oeiras, o visitante poderá contemplar a foz do Rio Tejo e costa privilegiado, parte do qual pode ser feito de beira água, vendo a passagem a ter sido edificado perto do convento de Laveiras dos Frades Cartu- o passar dos cruzeiros que visitam Lisboa . Mas há algo que salta logo de barcos no Tejo, a outra margem, o Farol do Bugio. Praias, um pouco de história xos de São Bruno. Fazia parte da 1º linha de fortificações marítimas e à vista, pela sua forma original e localização estratégica. É o Farol e fluviais, construídas logo após a Restauração, entre o e Forte do Bugio. Eleva-se sobre uma restrinja de areia que se cobre na na sua linha de fortes, sítios de comer ou simplesmente de parar são alguns dos a Torre de Belém, para defesa da cidade de Lisboa, permitindo cruzar praia-mar, à entrada da barra do Tejo, fazendo-se notar em qualquer chamarizes de um percurso que vale a pena fazer. Mas Oeiras não é só costa. É fogo com o Forte de Nossa Senhora do Vale, à esquerda, e o de Nossa lugar da paisagem litoral do concelho. também terra celebrizada por ter sido de acolhimento do Marquês de Pombal e Senhora do Porto Salvo, à direita. A sua construção teve início no século XVI. Formado por torre circular de outras famílias ilustres, zona de artes e jardins. Vale a pena ir lá para descobri- Hoje está sob a responsabilidade da Associação Amigos dos Castelos, com alçado de 2 pisos, possui uma muralha também circular. Inte- la. Sugerimos três percursos mistos, a pé e de automóvel que lá organiza exposições e outras iniciativas lúdicas e pedagógicas gra uma capela com retábulo-mor em embrechados de mármore e

52.53 MTPAML turismo e LAZER turismo E LAZER

paredes e tectos forrados a madeira. Ao centro da praça de armas, está preparada para a prática de desportos náuticos, como a vela e No fim do percurso pelo litoral de Oeiras o visitante encontra a Praia da 2º Percurso ergue-se o farol, ligado à bateria alta por três estruturas de cantaria a canoagem. Torre, passando pela famosa escultura Mergulho da Baleia de Augusto Descobrindo a arte e o património edificado sobre arco, com varandim de ferro. Ocasionalmente, a autarquia, em A sua zona envolvente, de arquitectura cuidada, é constituída por Cid, que se situa do lado nascente da Fortaleza de São Julião da Barra. As excelentes condições naturais oferecidas pela zona ribeirinha do parceria com outras entidades, organiza passeios de barco com visita uma área comercial diversificada, com lojas, esplanadas, zona de res- Oferece um ambiente requintado e bastante familiar. Com escadas e estuário do Tejo – clima ameno, abundância de água, bons solos agrí- guiada a este farol emblemático. tauração e bares, e amplos espaços de passeio. rampas de acesso funcionais, protegida do vento devido à sua posição colas a par de uma posição geográfica privilegiada, foram factores Com o Bugio e o Tejo de um lado e a Estrada Marginal de outro, o visi- Este equipamento náutico e recreativo já foi galardoado com diver- geográfica, está dotada de esplanadas e de restauração de qualidade. determinantes para a fixação das populações. tante alcançará Santo Amaro, areal encaixado entre o paredão oeste sas distinções, como a Bandeira Azul nos três últimos anos e, ainda Quanto ao Forte S. Julião da Barra, que abriga e protege a praia dos Os séculos XVII e XVIII viram surgir vários palácios e grandes quintas do Porto de Recreio e o Forte de São Julião das Maias. Limpo todo o ano, em 2009, arrecadou as cinco âncoras de ouro no Gold Anchor Award ventos mais fortes, é um dos mais importantes legados da arquitec- destinadas ao recreio e exploração agrícola. Localizadas não longe do sofreu recentemente um conjunto de intervenções e é boa opção para Scheme atribuídas pela Yacht Harbour Association. tura militar portuguesa, dominando a entrada da Barra do Tejo. curso das ribeiras que atravessam o concelho, as últimas dedicavam- o usufruto de momentos de lazer e veraneio, de dia e de noite, graças à Nos meses de Verão, o visitante tem a possibilidade de dar um mer- Embora não seja possível precisar a data de construção, julga-se que se principalmente à cultura cerealífera e vinícola, constituindo impor- sua potente iluminação artificial. Dispõe de três espaços de restaura- gulho na Piscina Oceânica, cuja localização privilegiada faz deste um se iniciou entre os anos de 1553 e 1556. Nela participaram conheci- tantes fontes de abastecimento da cidade de Lisboa. ção, um convite a degustar sabores locais contemplando o mar. espaço único. Encontra-se aberta de Maio a Setembro, tem acesso dos arquitectos militares e engenheiros ao serviço de Portugal como, A partir do século XVIII, com a atribuição do foral e criação do Con- Do outro lado da Estrada Marginal, o visitante poderá dar um passeio fácil pela Estrada Marginal, sendo servida por diversos parques de Miguel de Arruda, Leonardo Turriano e Capitão Fratino, entre outros. celho de Oeiras, iniciou-se um período de prosperidade económica e pelo Jardim Almirante Gago Coutinho, cheio de belas sombras e ban- estacionamento, incluindo um coberto de 80 lugares. Partindo de um núcleo de pequenas dimensões, esta fortificação social. A partir desta altura, a sua história fica ligada à mítica figura do cos para repousar. De volta ao Passeio Marítimo e continuando em A Piscina Oceânica de Oeiras tem área de solário e piscinas, onde po- foi-se modificando, ampliando e adaptando às novas exigências que Marquês de Pombal e 1º Conde de Oeiras. direcção a oeste, sobressai a Nave Visionista, obra escultórica de derão ser servidos cocktails, coffee-breaks, etc. Disponibiliza ainda foram surgindo ao longo dos anos. Assim como outras fortificações, Sugerimos, ao visitante, iniciar o seu passeio pelo Palácio Marquês de Luís Vieira-Baptista. A caminho da Praia da Torre, o visitante passará uma sala de conferências, com capacidade para 70 pessoas e am- também São Julião da Barra serviu de prisão militar e política. Foi cé- Pombal, inserido no Centro Histórico de Oeiras, aberto ao público uma ainda pelo Inatel e Pousada da Juventude de Catalazete, as duas mais pla vista para o Porto de Recreio. No Complexo da Piscina Oceânica lebre o caso do General Gomes Freire de Andrade, que aí esteve detido vez por mês mediante marcação prévia. antigas unidades de alojamento do concelho de Oeiras. encontra-se o restaurante Rio’s, uma referência gastronómica no e executado no terreno anexo à fortificação. Em Agosto de 1951 per- A quinta de recreio da família Pombal, localizada junto à ribeira da Laje, é Já na recta final do passeio, o visitante chega ao Porto de Recreio concelho pela sua sofisticada ementa, mas também por se tratar de deu a sua função militar para assumir a passagem a novas funções da segunda metade do século XVIII. A sua configuração é um projecto atri- de Oeiras. Situado ao lado da Praia da Torre e da Piscina Oceânica, e um espaço moderno, confortável, e com enquadramento paisagístico de estado e de recepção de eventos políticos. Hoje em dia é residên- buído ao arquitecto Carlos Mardel. A propriedade articulava a componente perto da Fortaleza de S. Julião da Barra, esta infra-estrutura de lazer deslumbrante. cia oficial do Ministro da Defesa. recreativa, a dos jardins e da mata, e a económica, na extensa área rural.

54.55 MTPAML turismo e LAZER turismo e LAZER

O palácio, os jardins e a adega/celeiro situavam-se na denominada Quinta de Baixo. Os dois primeiros incluem elementos arquitectóni- cos e artísticos de rara beleza, entre estuques, azulejos e estátuas. A Quinta de Cima integrava a Casa da Pesca, a grandiosa cascata do Taveira e a Cascata da Fonte do Oiro, os dois aquedutos, o pombal, a Casa de Fresco e uma Casa dos bichos-da-seda. Em 1939, a propriedade foi vendida a um particular que a alienou em fracções. A Quinta de Baixo foi adquirida pela Fundação Calouste Gul- benkian e a Quinta de Cima foi comprada pelo Estado, que aí instalou a Estação Agronómica Nacional. Em 2004 a autarquia adquiriu o palácio e, após trabalhos de recuperação, abriu os seus jardins ao público. O palácio, o respectivo jardim, a Casa da Pesca e a cascata, estão classificados como Monumento Nacional. A dez minutos a pé do Palácio Marquês de Pombal, encontra-se o Cen- tro de Arte Palácio do Egipto. Localiza-se no coração do centro histó- rico de Oeiras, a nascente da Igreja Matriz e envolto por variada oferta comercial e de restauração, os casos dos restaurantes Pombalino, Solar do Marquês ou Taberna 2780. Julga-se que o Palácio data do século XVIII, e integrava uma quinta de recreio que chegaria até Santo Amaro. Este espaço emblemático foi transformado num Centro Cultural, que acolhe uma galeria com exposições regulares, uma loja/ livraria municipal e, em breve, um salão de chá. Do primitivo palácio, poucos são os elementos que resistiram à de- da Costa Barbuda e Gregório Fernandes; a pia baptismal é de 1752, Hoje, nos cerca de 40 hectares do vale de Barcarena, é possível ver diver- gradação e adulteração ao longo dos anos. Merece destaque a facha- do canteiro Matias Duarte. Do século XIX destacam-se a imagem de sas estruturas fabris que atestam a evolução da produção deste explosi- da principal, com um pórtico nobre ornamentado com uma concha ao Nossa Senhora da Purificação, de 1810, mas ainda de influência roco- vo. Algumas delas foram transformadas em serviços de acolhimento ao jeito da época Joanina, a escadaria principal e algumas salas adorna- có; o órgão, feito em Lisboa, em 1828, pelo mestre organeiro António visitante, outras, restauradas e conservadas, constituem um importante das com silhares de azulejos do século XVIII decorados com motivos Joaquim Fontanes e a pintura das abóbadas a imitar estuque, são do e valioso documento do património industrial, a nível nacional. florais. Este é, com certeza, um espaço onde se poderá desfrutar de pintor Cotrim. Na sacristia, destaca-se o arcaz, datado de 1694, o tec- Saltando de Barcarena para Algés, pulando dos séculos XV e XVI para o agradáveis momentos plenos de cultura e lazer. to pintado e os conjuntos de azulejos e telas barrocas. século XX e do património industrial para a arte contemporânea, convi- Ainda na vila de Oeiras, o visitante deverá conhecer a Igreja Matriz, Pegando no carro em direcção ao interior do concelho, e passando damos o visitante a entrar no Centro de Arte Manuel de Brito, que acolhe do século XVIII, e de invocação a Nossa Senhora da Purificação. Obra perto de unidades hoteleiras como o Hotel Lagoas Park e Hotel Ex- um dos mais importantes acervos de arte contemporânea portuguesa. projectada por João Antunes, só viria a estar concluída em 1744, con- press by Holiday Inn - o visitante não poderá deixar de conhecer a Fá- É um espaço cultural que acolhe mais de trezentas obras de alguns forme indica a inscrição na porta principal. O conturbado processo brica da Pólvora de Barcarena. Laborou durante mais de três séculos dos mais importantes artistas contemporâneos nacionais, como Paula construtivo reflecte-se na falta de homogeneidade do edifício, paten- e constituiu um dos mais significativos elementos estruturantes da Rego, Eduardo Luiz, Menez, Palolo, Júlio Pomar, entre muitos outros. te na frontaria. O sismo de 1755 causou danos neste templo e os seus vida económica e social local e zonas circundantes. Instalado no Palácio Anjos em Algés, edifício recuperado por João trabalhos de reconstrução desenvolveram-se ao longo da segunda A ocupação do vale de Barcarena terá tido início no reinado de D. João II, com Góis Ferreira, que data dos finais do século XIX e uma referência da metade de mil e setecentos. Daí que na porta de madeira, ao estilo a construção, em 1487, de uma oficina de armas, as Ferrarias d´El-Rei. arquitectura de veraneio de Algés, apresenta um conjunto de expo- Pombalino, esteja registada a data de 1777. Só mais tarde, em 1618-20,durante a regência de D. Diogo da Silva e sições temporárias, itinerantes, acolhendo pontualmente eventos de O interior apresenta uma nave única, com diversos altares laterais, Mendonça, homem de confiança de Filipe II de Portugal, foi edifica- carácter cultural que transformam, este Centro de Arte, no cenário nos quais predomina o mármore de cores contrastantes. A decoração da neste local a primeira estrutura para a produção de pólvora. Esta ideal para um momento de lazer em harmonia com a arte moderna e foi efectuada após conclusão do edifício. As pinturas foram realiza- primitiva oficina, de elevado valor patrimonial, acolhe actualmente o contemporânea portuguesa. O espaço foi galardoado com o prémio de das em 1745, por Jerónimo da Silva e Miguel António do Amaral; os Museu da Pólvora Negra, onde podemos ver o funcionamento de um melhor Requalificação de Projecto Público, em 2008 na 4ª edição de trabalhos em talha, de 1751/52 são da responsabilidade de Manuel engenho de galgas. Prémios do Turismo de Portugal – Projectos Turísticos de Excelência.

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3º Percurso Dada a proximidade da antiga parte agrícola da Quinta do Marquês se refere. Para além do aspecto cultural, este local de lazer não esque- Quintas e Jardins de Oeiras (actual Complexo de Investigação da Quinta do Marquês,), e devido à ceu equipamentos como um parque infantil, um parque de merendas, Com a recuperação de zonas verdes e ribeirinhas, despontaram no passagem da Ribeira da Laje, o visitante observará vegetação típica uma fonte cibernética e um campo de futebol, sob a administração da concelho espaços propícios a belos passeios e acessíveis a todas as das zonas ribeirinhas e flora centenária, como salgueiros, tábuas, ca- ADO – Associação Desportiva de Oeiras. idades. Há jardins, esplanadas soalheiras, quintas e edifícios históri- niços e nogueiras, jacarandás, araucárias de norflok, acácias, chou- A 2ª fase traduzir-se-á num aumento da área em 15 ha, onde será cos, que só poderão ser verdadeiramente apreciados quando se anda pos negros e brancos e oliveiras, entre outros. continuada a obra escultórica de poetas do século XIX ao século XIV, a pé. O Parque dos Poetas, a Quinta Real de Caxias, os Jardins e Palá- A Quinta do Marquês de Pombal serve de ponto de descanso e pa- para além da de 10 esculturas de poetas de países de língua oficial cio do Marquês de Pombal ou a Quinta do Marquês são locais a inte- ragem de aves migratórias, pelo que, no passeio, poderá avistar es- portuguesa, através do olhar de outros tantos escultores. grar em caminhadas, podendo o visitante delinear o seu percurso. pécies como a galinha-de-água, andorinha e andorinhão, guarda-rio, Na freguesia de Paço de Arcos, o visitante deverá fazer uma paragem Os Jardins do Palácio Marquês de Pombal, situados no centro His- pilrito, garça-real, gaivota, peneireiro de dorso malhado, melro preto, nos Jardins do Palácio dos Arcos, situado não muito longe do Hotel tórico de Oeiras, encontram-se abertos ao público durante todo o estorninho ou pica pau malhado grande. Solar Palmeiras, cujas suas origens e palácio datam do século XV. ano. Integravam-se na antiga Quinta do Marquês de Pombal, onde A 20 minutos a pé dos Jardins do Palácio Marquês de Pombal, já bem O Palácio dos Arcos, construído em finais do século XV e reedifica- as actividades lúdicas e agrícolas se conjugavam harmoniosamen- perto do Centro Comercial Oeiras Parque e dos Hotéis Real Oeiras do no século XVII, situa-se defronte da estrada Marginal, com vista te. Obedecem a um conceito de geometrismo rigoroso e são repre- e Ibis, situa-se o Parque dos Poetas, outra das manchas verdes do magnífica sobre a foz Rio Tejo. Foi pertença de várias individualidades sentativos da arte do paisagismo em Portugal, apresentando uma concelho. Homenageia os poetas portugueses, criando um espaço de históricas, como o Sr. das Alcáçovas e a família Lencastre. Da sua es- concepção do século XVIII europeu, mas mantendo-se, no entanto, síntese harmoniosa entre a literatura, a escultura e o paisagismo. trutura primitiva conserva os dois torreões unidos por uma varanda fieis a uma tradição portuguesa que produz, a partir do século XVI, Cada escultura está inserida num pequeno jardim e cada, um deles, assente em arcos, da qual, rezam algumas histórias, D. Manuel avis- as quintas de regalo. tem um arranjo paisagístico inspirado na vida e obra do poeta a que tava as naus de partida para a campanha das Índias. O Jardim tem uma dimensão de 1.5 hectares e concentra vários exemplares arbóreos que, pelo seu porte, idade, raridade e beleza, se encontram em processo de classificação de interesse público pela Autoridade Florestal Nacional. Não muito longe e com visita obrigatória, encontra-se a Quinta Real de Caxias. Mandada edificar no século XVIII, por iniciativa do infante D. Francisco, irmão de D. João V e senhor da Casa do Infantado, ainda conserva o jardim da Cascata, que constitui um dos mais importantes elementos arquitectónicos e paisagísticos do concelho. Desta extensa propriedade, obra da responsabilidade do arquitecto Mateus Vicente de Oliveira, colaborador no projecto inicial de Queluz, salienta-se o seu pequeno paço, de linhas modestas e os jardins, com a monumental cascata. Este emblemático elemento do jardim, em pe- dra ao natural, é o cenário de diversas figuras mitológicas que têm como pano de fundo um grande terraço em três pisos, encimados por um pavilhão superior dominado por uma cegonha em cerâmica. É na cascata que podemos ver representada, em esculturas de terra- cota da autoria do mestre Machado de Castro, a famosa cena do livro de Ovídeo, Metamorfoses: O Banho de Diana, deusa da caça e da natu- reza selvagem. Toda esta espectacular acção é acompanhada por um admirável jogo de água ao gosto do estilo Barroco. Esta quinta, outrora residência de verão da família real, foi emparcela- da na primeira metade do século XX, tendo o palácio, jardins e cascata ficado na posse do Ministério do Exército e a restante área sob a res- ponsabilidade do Ministério da Justiça. Hoje, depois de uma profunda recuperação, está aberto ao público durante todo o ano.

58.59 MTPAML IMAGENS METROPOLITANAS IMAGENS METROPOLITANAS

Nada mais típico da paisagem saloia do têm a sorte de ser transformados em casas a um fim de esquecimento. É ainda mais Nica Paixão que os moinhos de vento. Alguns completa- de família, cheios de vida e cor. Foram eles triste vermos tantos destruídos e mortos. mente abandonados e delapidados. Outros que durante séculos nos proporcionaram o Seria de todo o interesse cultural e até tu- ainda servem de companhia a pic-nics de tão apreciado pão saloio. rístico que as autarquias lhes prestassem Do vento ao pão família, passeios de bicicleta ou até corri- É um tanto nostálgico não os vermos a fazer alguma atenção. das de domingo com o cão. Outros ainda aquilo para que servem, como se destinos

60.61 MTPAML IMAGENS METROPOLITANAS IMAGENS METROPOLITANAS

Nica Paixão nasceu em Lisboa em 1973. ra sempre tivesse gostado e feito alguma atro – FATAL 2008, Workshop de Projecto Barra” no Roll Bar no Barreiro. Ainda neste da imagem institucional do FATAL 2009. O cipal do Barreiro. Em Novembro expôs, na Vive e trabalha em Lisboa. Cresceu em Al- fotografia, só em 2005 começa a dedicar- Fotográfico, Workshop de Exposição Foto- ano decide aliar o seu interesse pelo jazz resultado deste workshop deu origem a Fábrica do Braço de Prata, o projecto “Mu- mada. Viveu em Vila Real e no Reino Unido. se a ela de forma mais intensa. Fez vários gráfica, Workshop de Fotografia Documen- à fotografia e em 2009 inicia um projecto uma exposição colectiva patente em vá- tações da Memória” em conjunto com a es- Tem 2 filhos. workshops de fotografia no MEF – Movi- tal e Workshop de Fotografia Etnográfica documental sobre o Hot Club Portugal, que rios locais. Em Outubro deste ano expôs o critora Dulce Surgy, um projecto que alia a Neta do fotógrafo António Paixão, desde mento de Expressão Fotográfica (Lingua- e Workshop de Fotografia de Teatro – MITO ainda está em progresso. Em 2009 uma projecto “Jam Session” composto de duas fotografia à escrita. criança que gosta do cheiro dos químicos gens Estéticas e a Fotografia, Iniciação à 2009). Em 2008 expõe uma série intitu- das suas imagens do FATAL 2008 – Festival séries sobre a temática do jazz no Auditório de revelação e da câmara escura. Embo- Fotografia, Workshop de Fotografia de- Te lada “Bubble Boy” e uma série “Barra-a- de Teatro Académico de Lisboa – faz parte Augusto Cabrita, a convite da Câmara Muni-

62.63 MTPAML IMAGENS METROPOLITANAS história e património

Na Salina do Brito, em Alcochete, o início de Novembro é a altura de cobrir a segunda “serra de sal” com colmo. É necessário resguardar os sais na eira da marinha, protegê-los da acção destruidora do frio e Alcochete da chuva anunciados com a mudança da estação. Pertença da Fundação João Gonçalves Júnior, instituição de uma vila entre salinas solidariedade social do Município de Alcochete, a Salina do Brito está integrada no Complexo das Salinas do Samouco. É detentora de uma característica rara: de todo o salgado outrora existente nas margens do Tejo, é a única a produzir sal na actualidade. Dali são extraídas quinhentas toneladas do precioso tempero, vendidas para vários sectores da indústria e produção alimentar. Com estatuto de núcleo vivo do Museu Municipal de Alcochete, a Salina do Brito integra o núcleo museológico do sal, testemunho das memórias ainda vivas dos alcochetanos. Nele é lembrado o suor dos corpos tisnados pelo sol, o ardor da água salgada nos pés descalços, a correria e a canseira do transporte do sal em pesadas canastras. E como manter em actividade a extracção do sal constitui um laço de união entre a instituição, proprietária de doze salinas, e o Município de Alcochete, a autarquia assume os custos da sua laboração, bem como a manutenção e conservação das salinas “Gema Cova” e “Pipeiro”, integradas no actual do Núcleo do Sal.

64.65 MTPAML história e património

Preservar a memória A criação de um núcleo museológico dedicado ao sal, sob a alçada do Museu Municipal de Alcochete, foi concretizada em 1990. Viabilizou- se, assim, a implementação de um programa significativo de acções de educação e animação ambiental nas salinas. Para preservar a memória e a tradição de uma das mais importantes actividades laborais do concelho e uma das componentes da identidade cultural dos alcochetanos – a salicultura – o Núcleo do Sal foi reorganizado e transferido da casa da marinha que servia as salinas “Gema Cova” e “A Gorda”, para a casa da marinha do “Brito” em 2003. Na actualidade, é composto pela casa da marinha e pela salina do Brito, onde é possível observar o trabalho semi-mecanizado dos salineiros, para extracção do sal marinho no período estival. No âmbito da sua mais recente reestruturação, o Museu Municipal de Alcochete organiza visitas guiadas ao Núcleo do Sal, nos meses de Abril a Setembro, mediante marcação prévia. “O Ciclo do Sal” é a actividade de educação ambiental dinamizada por este serviço municipal que contabilizou, nos últimos dois anos, a visita de um milhar e meio de alunos e de quase dois mil adultos.

O Núcleo do Sal é também o destino de muitos turistas que visitam o município de Alcochete. Vão ali para conhecer, e ver como funciona- vam as salinas em Alcochete no século XX. Elemento marcante na história e na paisagem do estuário do Tejo, as salinas do concelho de Alcochete constituem um habitat fundamen- tal para a preservação da biodiversidade única, característica de uma das mais importantes zonas húmidas da Europa: a Zona de Protecção Especial (ZPE) do Estuário do Tejo que, com os seus 34 mil hectares, é a maior área estuarina da Europa. Criada em 1994 para salvaguardar o património avifaunístico, como contrapartida para minimizar os impactes ambientais da construção da Ponte Vasco da Gama, a ZPE tem, como limites, o extremo norte do rio Trancão e o Infantado, e inclui o território da Reserva Natural do Estuário do Tejo, passando junto ao sítio da Bela Vista, Malhadas de Meias e Rilvas, no concelho de Alcochete, seguindo até ao extremo poente da península do Montijo.

66.67 MTPAML história e património história e património

Aves migradoras biental do Sítio das Hortas visa incentivar uma nova cultura e consci- Com o objectivo de salvaguardar os ecossistemas da região e, em ência ecológicas, que passa pela valorização da importância e da ne- particular, as aves migradoras que neles se refugiam, a área protegi- cessidade de serem efectivamente preservadas as áreas protegidas. da da Reserva Natural do Estuário do Tejo foi criada em 1976. Abran- Constituído por duas áreas distintas – Sítio das Hortas e Pinhal das ge o território dos concelhos de Alcochete, Benavente, Loures e Vila Areias – tem como missão sensibilizar a comunidade escolar para a Franca de Xira. Um dos seus maiores desafios continua a ser a conci- adopção e valorização das boas práticas ambientais. liação da conservação da natureza com a utilização sustentável. Desde a sua entrada em funcionamento, já foi visitado por muitas crian- Classificada em 1980 como Zona Húmida de Importância Internacio- ças e jovens das escolas do concelho e da região, que participaram em nal pela Convenção de Ramsar, a Reserva Natural do Estuário do Tejo diversas actividades sobre temas como “Aves do Tejo”, “À descoberta dos constitui um ecossistema de transição entre os ambientes aquáticos animais”, “À descoberta das plantas” e “À descoberta do ciclo da água”. e os terrestres, com um conjunto de funções e valores insubstituí- A ligação do estuário do Tejo à vila de Alcochete, inserida num contexto veis ao nível global e muitas vulnerabilidades, entre as quais a polui- espacial de elevado valor ambiental e paisagístico, fundamentou ção industrial e urbana. a candidatura do Município, em 2009, para concretização de um Em Novembro inicia-se o melhor período do ano para observação das “Programa de Acção para a Regeneração da Frente Ribeirinha de aves migradoras. Regressam anualmente às salinas e às águas estu- Alcochete”. Afinal, “Alcochete, uma vila entre salinas” é uma realidade arinas das duas áreas protegidas do Tejo, onde podem ser facilmente do presente e um desafio para o futuro. O objectivo é a requalificação observadas durante cerca de cinco meses. ambiental e a conservação das salinas das áreas protegidas que Mesmo às portas da Reserva Natural do Estuário do Tejo, o Pólo Am- envolvem esta vila ribeirinha do estuário do Tejo.

68.69 MTPAML CULTURA

De todos os cafés de Lisboa e mesmo de todo o País, o Martinho da Sucedeu o mesmo com a geração seguinte. Deixaram testemunhos Arcada chegou até aos nossos dias com o peso da História e a carga da passagem, pelo Martinho da Arcada, conquanto não fossem as- memorial de um passado repleto de contrastes. Quando surgiu, há síduos, os poetas e escritores do romantismo e ultra romantismo. O 228 anos, o Marquês de Pombal já se encontrava desterrado e a con- mesmo aconteceu com Ramalho e Eça de Queiroz, Rafael Bordalo, tas com a justiça. Reinava D Maria I, que prosseguia a reconstrução Columbano e Fialho de Almeida; o maestro Augusto Machado (o Cru- da Baixa, que se prolongaria anos e anos a fio. Basta recordar que o ges de Os Maias) e Cesário Verde, que nasceu e viveu ali ao lado e Arco da Rua Augusta só ficou concluído em 1873. Registaram o facto trabalhou na loja do pai na rua dos Fanqueiros. Martinho da Arcada o Diário de Notícias, o Jornal do Comércio, a Revolução de Setembro e Desde o final do século XVIII, o Martinho da Arcada acompanhou a su- outros jornais e revistas da época. cessão de acontecimentos e figuras que marcaram o quotidiano de Literatura e Política Alguns dos principais cronistas de Lisboa (Júlio de Castilho, Tinop, Lisboa: o consulado policial de Pina Manique, as invasões napoleóni- Gomes de Brito, Pastor de Macedo e Matos Sequeira) incluíram o Mar- cas, os períodos conturbados da revolução liberal, a Regeneração e tinho da Arcada na História da cidade. Também não escapou a Bulhão o rotativismo constitucional, o agonizar da Monarquia, o princípio e o à mesa do café Pato no caudaloso rio das suas Memórias. Evoca, por exemplo, Rodrigo fim da 1ª República, o salazarismo e o marcelismo, as várias fases do A tradição das tertúlias antes da grande dispersão que alterou, por completo, Paganino, arrumado a um canto, a redigir capítulos dos Contos do Tio processo desencadeado pelo 25 de Abril. Joaquim, livro notável de um dos mais injustamente esquecidos escri- Todos estes ciclos repercutiram-se, com maior ou menor intensidade, os hábitos de intelectuais, artistas e políticos tores do século XIX, morto em plena juventude, pouco depois de acabar na Praça do Comércio. O Martinho da Arcada permanece associado a o curso de Medicina. Terá sido Rodrigo Paganino, no Martinho da Arca- um número extenso de ministros, secretários de Estado, directores António Valdemar da, o primeiro ou um dos primeiros intelectuais a refugiarem-se no café gerais e chefes de gabinete; de oficiais do Exército e da Armada, de Jornalista para o exercício solitário da escrita. banqueiros e bancários, de juízes conselheiros e advogados; de co- CULTURA

Encerrado o horário de funcionamento ao público do Martinho da Ar- mento de Fernando Pessoa, o Martinho da Arcada ocupou, por direito pró- cada, o espaço do café serviu, muitas vezes, para a realização de ses- prio, o âmbito das comemorações. Sem perder o carácter que o singulari- sões maçónicas, “a coberto da indiscrição de profanos” e, sobretudo, zou, nos séculos XVIII e XIX, houve a remodelação das instalações, a cargo da vigilância e repressão da polícia política. do arquitecto Hestnes Ferreira. Coincidiu com a inauguração do monu- Foi, aliás, para a Ferrari que o Conselho da Ordem, presidido pelo mé- mento à memória de Fernando Pessoa, de Lagoa Henriques, no Chiado, à dico Ramon de la Féria (Pai) deliberou transferir parte do arquivo do porta da Brasileira. E, também, com o lançamento de edições críticas e a Grande Oriente Lusitano. Aconteceu pouco antes do Palácio ser assal- divulgação de inéditos, entre os quais o Livro do Desassossego. tado pela PIDE e convertido, até ao 24 de Abril, em sede da Defesa Civil É neste quadro de projecção nacional e internacional de Pessoa, que do Território/ Legião Portuguesa, dois sustentáculos do fascismo. Luís Machado promoveu, no Martinho da Arcada, a série Conversas Fornecedor do serviço de pastelaria e restaurante da Presidência da à Quinta - Feira. Personalidades de vários sectores debateram, entre República, Alfredo Mourão tinha relações pessoais com o general 1991 a 1997, questões fulcrais do século XX e algumas perspectivas Carmona. Conhecia-o da Maçonaria. Dificilmente se encontraria sítio para o século XXI. O relato dos colóquios está publicado em vários to- mais adequado para escapar à ferocidade da PIDE. mos, que são objecto de consulta e referência. Recentemente, Luís Cumprindo um pedido de Alfredo Mourão, feito à hora da morte, sua Machado também organizou, com o título genérico Rostos da Portu- filha, Albertina Mourão, em Maio de 1974, devolveu a documentação galidade, novos colóquios, mobilizando personalidades tão diversas a Luís Rebordão e Dias Amado, responsáveis máximos do Grande na sua formação cultural, social e política mas, simultaneamente tão Oriente Lusitano e que, entretanto, tratavam, junto do Movimento das representativas nas suas áreas de intervenção pública. Forças Armadas e da Junta de Salvação Nacional, da restituição do O programa oficial das comemorações do centenário da República – No Martinho da Arcada reuniu-se com al- Palácio Maçónico, no Bairro Alto e outros bens confiscados para o Mu- agora divulgado – também incluiu o Martinho da Arcada nas activida- guns companheiros da aventura modernis- seu da Escola da PIDE, em Sete Rios. des culturais a realizar. Mais uma vez, a política e a literatura voltarão ta: Alfredo Guisado, Cortes Rodrigues, Alma- Para reviver o espírito das tertúlias, Luís Machado recuperou a herança a estar em debate à mesa do café, recuperando a tradição das tertú- da Negreiros, Mário de Sá Carneiro, Luís de literária e política que perdura na atmosfera bicentenária do Martinho da lias antes da grande dispersão que alterou, por completo, os hábitos Montalvor. Podemos acrescentar: Ferreira Arcada. Na década de 80, cinquentenário da morte e centenário do nasci- quotidianos de intelectuais, artistas e políticos. Gomes, António Boto, Raul Leal, Augusto Santa Rita, Da Cunha Dias, Carlos Queiroz... (Em plena efervescência do Orpheu, Alma- da deu a conhecer, no Martinho da Arcada, o Manifesto Anti Dantas. O entusiasmo atingiu tamanha euforia que terminou aos gritos, em cima de uma mesa: Morra o Dantas! Morra! Pim!!!). No Martinho da Arcada também se des- locaram, ao encontro de Pessoa, Casais merciantes e industriais; de funcioná- Monteiro, José Régio, Gaspar Simões, directores da Presença e em rios da Alfândega e jogadores da Bolsa. Ainda se deparam escritores, cujas páginas publicaram, acerca da obra ortónima e heterónima, os poetas, músicos, artistas plásticos, jornalistas e homens de teatro. primeiros estudos. Citar é sempre omitir. Para não incorrer em mais outros lapsos involun- Um dos proprietários da Pastelaria Ferrari, destruída no incêndio do Chia- tários, circunscrevemo-nos à referência contemporânea mais emble- do, Alfredo Mourão – que viria a ser tesoureiro do Grande Oriente Lusitano mática – Fernando Pessoa e os pequenos grupos que o rodeavam. – adquiriu, em 1925, com outros sócios, o Martinho da Arcada. Enquanto correspondente de várias firmas (e tradutor de língua in- Após a ilegalização da Maçonaria, em 1935, nos anos radicais do sala- glesa e para língua inglesa do Ministério das Finanças), Fernando zarismo, tornou-se um dos pontos de afluência de inúmeros maçons Pessoa fez do Martinho da Arcada lugar habitual de permanência e e de conspiradores republicanos que, à mesa dos cafés, projectavam convívio: um sítio para o café e o bagaço, para escrever e falar com e sonhavam a revolução que, afinal, só se concretizaria, em 1974, amigos e proprietários dos escritórios onde prestava serviços. com o 25 de Abril.

72.73 MTPAML GOSTOS E AROMAS

arraia-miúda, privilégio vedado à plebe do continente”. Outro factor As especiarias e a alcatra que influenciou, e muito, a cozinha terceirense, foi a existência de É curioso registar que as especiarias, que tiverem no porto de An- conventos femininos, “que irá ter papel de relevo, mormente no to- gra um lugar de passagem privilegiado, marcam um carácter de um cante a doçaria de luxo, confeitaria e licores”. dos emblemas da cozinha açoriana: a alcatra, que é, no conjunto Mas outros factos que influenciaram a cozinha tradicional da Tercei- dos pratos da cozinha tradicional portuguesa, o mais rico em con- ra foram, segundo a fonte citada, “a permanência das tropas fiéis a dimentos, em particular especiarias: pimenta em grão, cravinho, D. António Prior do Crato; a dominação castelhana; a permanência pimenta da Jamaica e canela, pelo menos. A alcatra mais conhecida dos italianos para aqui trazidos aquando da construção do caste- é a confeccionada com carne de vaca, mas não aqueles bocados do lo de S. João Baptista; o Regimento do Porto, aqui estacionado em gado vacum que dão o nome ao prato. Na preparação da alcatra é 1766, aquando do governo de D. Antão de Almada; os constitucio- obrigatório o uso de carne de vaca com osso. Também os alguida- nais adeptos de D. Pedro IV; os núcleos de comerciantes hebraicos; res de barro onde se cozinha a alcatra têm um requisito obrigatório: os ingleses na época áurea da laranja; os deportados políticos no o barro não pode ser vidrado. Uma receita, das várias que Augusto conturbado período que se seguiu à implantação da República; o Gomes regista no seu livro, a “alcatra de Santa Bárbara”: “No fundo estacionamento de tropas em missão de soberania, ao deflagrar do do alguidar deita-se cebola às rodas, lascas de toucinho de fumo, último conflito mundial e algumas receitas vindas de outras ilhas, grãos de pimenta, pau de cravo, manteiga e louro. Deita-se a car- principalmente da Graciosa e S. Jorge”. ne em cima (carne com ossos) e rega-se com vinho destempera- COMERES DAS ILHAS: A EMENTA DA ILHA TERCEIRA David Lopes Ramos Jornalista

Nesta ronda que fazemos pelas comidas das nossas regiões portu- regressadas da Índia, para as defenderem da cobiça dos piratas, guesas, quase sempre nos esquecemos de que também existem ávidos das riquezas transportadas nos seus bojos. De tais riquezas as ilhas atlânticas, regiões autónomas, dobre-me essa língua, dos constavam as drogas aromáticas denominadas especiarias (pimen- Açores e da Madeira e Porto Santo. Os Açores são nove ilhas, S. Mi- ta, canela, cominhos, gengibre, noz-moscada, pau de cravo, etc.), guel, Santa Maria, Terceira, Faial, Pico, São Jorge, Graciosa, Flores e tão do agrado dos orientais, e que nos últimos séculos da Idade Corvo, e a sua gastronomia, até pelo bairrismo existente, é mais rica Média, o seu uso se havia de generalizar entre alguns povos euro- e variada, embora esta afirmação deva ser matizada com o facto do peus”. isolamento no meio do mar a marcar com um carácter de alguma A Terceira, antes de perder o protagonismo para S. Miguel, foi o austeridade. Fixemo-nos na ementa terceirense. centro dos Açores. Segundo Augusto Gomes, “a ela vinham dar os Augusto Gomes, na sua obra pioneira e muito interessante “Cozinha caravelões ajoujados com os produtos e dons naturais das restan- Tradicional da Ilha Terceira” (5ª edição da responsabilidade da Ta- tes ilhas. De Santa Maria, importava-se o barro e o peixe seco. Da bacaria Angra, Ldª, 2002), informa que, no século XV, ao chegarem Graciosa, o mel e a manteiga. De S. Jorge, o gado, frutas e o delicioso às ilhas, os primeiros colonos registaram a existência de “um clima palhete licoroso dos Casteletes. Do Pico, vinhos. Do Faial, inhames ameno e um solo fértil”, mas também “um vento forte e salitroso”, o e ovelhas. De S. Miguel, linho em rama ou urdido. As tripulações qual, não raras vezes, “crestava as culturas na fase de crescimento, aproveitavam as curtas estadias para transaccionarem especiarias, destruindo em horas o trabalho exaustivo de muitos meses”. sonegando-as ao fisco régio na mira de uma soldada extra. Tais O mesmo autor acrescenta que, na segunda metade do século XV, preciosidades, não só teriam o condão de requintar a culinária nas “um intenso tráfego marítimo contribuiu para o desenvolvimento” casas solarengas, dando aos repastos o aroma e o paladar dos man- da Terceira: “As armadas vindas do continente aguardavam as naus jares dos deuses, como ainda se apresentavam de fácil aquisição à

74.75 MTPAML GOSTOS E AROMAS GOSTOS E AROMAS

do com água. Se for vinho de cheiro, três partes de vinho e uma cozido, alcatra, massa sovada, pão de leite, pão de água e vinho. Nas de água; se for vinho branco, metade de vinho, metade de água. A “funções” mais ricas servem-se ainda carne assada e arroz doce. carne é besuntada, por todos os lados, com manteiga. Vai ao forno em alguidar próprio e quando está bem tostada, retira-se do forno, Heranças hebraica, inglesa e os pratos do Cabido volta-se a carne, apura-se de temperos, se necessário, e aumenta- No século XVI, na sequência das perseguições que foram movidas se o molho com mais vinho nas proporções acima descritas. Volta aos judeus continentais, alguns deles rumaram à Terceira. Observa ao forno, aí se conservando a apurar até ao dia seguinte”. Augusto Gomes que, “com o decorrer do tempo integrar-se-iam na Há variantes da receita, mas o que nunca muda é o recipiente da sociedade angrense, constituindo um núcleo importante de nego- confecção, a presença do vinho, por vezes acompanhado com um ciantes, que deixariam vincados vestígios da sua permanência”. golpe de vinagre e as especiarias. Deliciosas são também as alca- Sob o título de Cozinha Hebraica, o autor recenseia as seguintes re- tras de coelho bravo e de feijão. Nunca provei as de cabeça de por- ceitas: “Almôndegas dos judeus”; “azeitonas guisadas”; “bacalhau à co, de “beiçana” de vaca, de “cornichos”, ou seja, vagens de favas hebraica ou dos judeus”; “bacalhau com molho de manteiga”; “baca- ainda em fase de crescimento, e a de favas tenras. Também já comi, lhau dos hebraicos”; “cabrito assado da Páscoa”; “dafina”; “sopa de e gostei muito, alcatra de peixes variados, cozinhado que Augusto carne e cozido” e “pato com azeitonas”. É curioso registar que, além Gomes não regista no seu livro. Provei-as em dois lugares. Num res- desta referência de Augusto Gomes, à cozinha dos judeus, só conhe- taurante da Praia da Vitória, cujo nome não fixei, e na célebreQ uinta ço, em Portugal, um outro livro, Sabores Judaicos, de Naomi Galvão do Martelo, nos arredores de Angra do Heroísmo. A alcatra é ainda e Graça São Fernandes (Assírio & Alvim), onde se publicam receitas prato das célebres “funções”, ligadas ao culto do Espírito Santo, que dessa comunidade que foi tão influente. Esta última obra regista pra- subsiste nas ilhas, certamente fruto do respectivo isolamento. As tos da cozinha dos judeus que se fixaram em Trás-os-Montes. “funções” são as refeições oferecidas pelos imperadores aos seus Já os pratos influenciados pela cozinha inglesa terão ficado na Ter- ranjas, então muito apreciadas nas ilhas britânicas. São eles: “Sopa de e deita-se-lhe dentro a massa sem mexer e deixa-se escorrer bem. convidados, constando das suas ementas: sopa do Espírito Santo, ceira no século XIX, na sequência do período áureo do negócio das la- rabo de boi”; “ovos à escocesa”; “doce de laranja à inglesa”, a célebre Este tacho está dentro de um alguidar com água fria, para o conteúdo “marmelade”; “pudim de princesa ou rainha”; e “beefsteak pudding”. ir arrefecendo e com a ponta de uma faca, vão-se virando os bordos Finalmente, os “pratos do Cabido” eram aqueles oferecidos ao Cabi- da massa para o centro, isto só enquanto se não pode pegar a mas- do da Sé Catedral de Angra do Heroísmo pelos senhores das casas ri- sa e fazer uma meada. cas, durante os períodos em que a Igreja Católica proibia o consumo Quando está branca e um pouco dura, dá-se-lhe a forma que se quer de carne. Eram, informa Augusto Gomes, “pratos simples, nutritivos – pombas, flores, rosquilhas, etc.. É necessário ter cuidado em não e de fácil digestão, confeccionados à base de hortaliças, frutos e le- mexer o açúcar com colher, enquanto toma ponto e, ao virar o mas- gumes”. A saber, entre outros: “Acelgas ou selgas estufadas”; “espi- sa com a faca, nunca tocar com esta no meio”. nafres guisados com uvas”; “couves guisadas”; “nabos prensados”; “tosta de batata”; “repolho guisado”; “bacalhau à senhora Adelina”, que “serviu devotadamente” dois bispos de Angra; “papas com mar- melada”; “papas com mel”; e “fatias gulosas”. Para fechar em doçura, fale-se do alfenim, que ainda é comum na Terceira. Terá origem árabe e a sua confecção caiu no esquecimen- to, mas não nos Açores. Uma receita, transcrita no seu livro por Au- gusto Gomes, mas recolhida na Revista Panorama, num trabalho de João Afonso: “Para meio quilo de açúcar, a água suficiente para o cobrir e uma colher de sobremesa de vinagre forte e bom, de vinho branco. Põe-se o açúcar com o mais, ao lume num tacho a ferver até tomar o ponto bem alto, o que se conhece tirando uma gota com uma colher para dentro de uma chávena de água fria. Se ao cair faz um pequeno ruído no fundo da chávena e se tira com a mão, estan- do duro, atingiu o ponto preciso. Tem-se ao lume um tacho de cobre, dos que servem para fazer o doce de fruta, untado com manteiga

76.77 MTPAML GOSTOS E AROMAS GOSTOS E AROMAS

AÇores e o vinho improvável São várias as ilhas onde se produz vinho. Além do Pico, são normalmente referidas a Graciosa e a Terceira. Há vinhos brancos de consumo e há licorosos. E, claro, há o “vinho de cheiro”, feito a partir de uva americana. Este não tem autorização de circulação comercial, mas as vinhas de produtor directo estão amplamente espalhadas na ilha do Pico.

João Paulo Martins Jornalista

Se, durante o Verão, se dispuser a entrar num supermercado ou pe- nas palminhas. Essa facilidade deu origem também a que prolife- dutores construíram protecções à volta das cepas, muros feitos de quena mercearia da ilha do Pico vai seguramente, na secção da fruta, rasse na ilha da Madeira (principalmente o Jacquet), tendo sido pedras vulcânicas empilhadas, formando, assim, os “currais”. Normal- encontrar uva americana à venda, para ser comida bago a bago. Os usado durante muito tempo para fazer vinho generoso. Mas hoje mente, cada um deles tem à volta de 2x6 metros e, o muro de pedra, cachos são bonitos e sãos e as uvas têm um sabor próprio que nunca é proibido. Isso não impede que, há dois anos, a área de Jacquet um metro de altura. Foi esta paisagem que acabou por ser considera- mais se esquece – a morangos - e que deu origem ao nome da uva – na Madeira fosse na ordem dos 1000 hectares. Um pouco por todo da Património Mundial pela Unesco. A única entidade transformadora uva morangueira. o país existe uva americana, mas talvez em nenhum outro local é a Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico (CVIP) e a produção é bai- Esta variedade não pertence à espécie Vitis vinifera (a grande fa- como o Açores ela seja tão apreciada pelo “vinho de cheiro” que xíssima, na ordem dos 2750 litros por hectare, qualquer coisa como mília onde cabem todas as castas consideradas aptas à produção produz. 1/3 da produção normal de qualquer outra região portuguesa. de vinho) e não pode ser usada para fazer vinho. Existe mesmo A ilha do Pico, de origem vulcânica, tem um solo que não corresponde A demarcação da região, bem como da Graciosa e Terceira, deu-se uma determinação comunitária que impede a sua comercializa- exactamente à nossa noção de “terra”: ali, o que é mais vulgar encon- apenas em 1994. Consideraram-se, na altura, 3500 ha aptos à ção. Em Portugal há uma tradição popular de plantio destas uvas, trar é uma gravilha resultante da decomposição/esfarelamento das demarcação mas, segundo Viana Oliveira, no seu livro Vinhos de outras espécies e variedades (há vários nomes, como Isabella, rochas vulcânicas (a última erupção foi há 1500 anos) e, por isso, e Manjares do Pico, editado em 2006 pela CVIP, “apenas cer- Jacquet, etc) em várias regiões. O apetite deriva da facilidade do o solo é arável mas de plantio difícil. É aqui que, a partir das uvas de ca de 1,5% estará em plena produção com as castas reco- plantio: não necessitam de enxertia, plantam-se directamente por Verdelho, Arinto e Terrantez, se produz o mais conhecido licoroso da mendadas para Vinho Licoroso”. Por exemplo, na ilha do mergulhia, não são atreitas a doenças como o míldio e oídio e, por ilha, o Lagido. Pico estão cadastrados apenas 50 ha com os encepa- isso, não requerem nenhum acompanhamento ao longo do ciclo mentos recomendados para produzir o clássico lico- vegetativo. É o “fica pra í, que na hora da vindima volto cá...”, muito Património da Unesco roso, o que deverá corresponder, em média, a 125 atractivo para quem não tem tempo para andar a tratar a vinha A fim de proteger as cepas da influência marítima excessiva, os pro- 000 litros de vinho anualmente certificado.

78.79 MTPAML GOSTOS E AROMAS GOSTOS E AROMAS

Este vinho, ao contrário dos seus congéneres de outras regiões do Na ligação com a gastronomia regional, Manuel Garcia, co-autor da mundo, tem uma graduação alcoólica natural, na casa dos 17º, gradu- obra acima citada, indica o licoroso Lagido para uma multiplicidade ação essa atingida pelo calor que faz dentro dos currais e não resulta, de pratos o que, sendo louvável em termos da defesa do produto re- Pico, a pátria do Verdelho por isso, de qualquer adição de aguardente ou mosto concentrado. gional, não nos parece muito adequado; licoroso doce com polvo gui- Esta não é a única casta plantada nas ilhas mas será, A ilha entretanto tem conhecido o plantio, já em métodos de condu- sado, com pargo assado ou com lulas é esticar um pouco a corda re- porventura, a que mais representatividade tem e ção modernos, de outras vinhas noutras zonas e a partir de outras gionalista; já as sugestões de tapas de queijo, pasta de atum e pasta aquela que mais rapidamente é associada ao vinho castas. Curiosamente convivem aqui algumas castas muito antigas, de fígado parecem ser possíveis ligações para este vinho improvável dos Açores, nomeadamente ao vinho da ilha do Pico. já praticamente desaparecidas no Continente, como a Generosa, que um dia aqui foi produzido, inicialmente com o patrocínio de or- Esta variedade tem-se prestado a várias confusões, Agronómica, Rio-Grande e Saborinho, ao lado de algumas variedades dens religiosas e actualmente por pequenos e teimosos produtores. que derivam do facto que não estar ainda perfeita- internacionais como o Cabernet Sauvignon e Merlot. A fé, essa, permanece a mesma. mente estudada. A primeira confusão, aqui no Con- tinente, acontece no Douro, onde é confundida com a variedade Gouveio. Isto significa que muito do Ver- delho de que ouvimos falar no Dão e no Alentejo, por exemplo, é de facto Gouveio e não Verdelho. Por ou- tro lado, o Verdelho é há séculos referido como sen- do uma das castas mais nobres da ilha da Madeira, onde faz um vinho generoso do tipo meio-seco, al- gures entre o Sercial (seco) e o Boal (meio-doce). O Verdelho dos Açores terá, ao que tudo leva a crer, muito mais parentesco com o seu congénere da Madeira do que com o Gouveio do Douro. Para enriquecer esta confusão, existe em Espa- nha, na região da Rueda, uma variedade chama- da Verdejo, que parece não ter nada a ver com o Gouveio/Verdelho mas que alguns autores dizem ser o mesmo que o da Madeira. Jancis Robinson, uma autoridade mundial nestes assuntos, não identifica, no seu Guia de Castas, o Verdejo espa- nhol como sendo a mesma casta que o Verdelho da Madeira ou dos Açores; sugere também que é possível que exista alguma similitude com uma casta italiana chamada Verdello. Confuso? É provável, e fique a saber que a confusão se es- tende a muitas das outras variedades nacionais (perto de 250) que têm sinonímia variada con- forme a região onde são produzidas.

80.81 MTPAML AconteceU

públicos (SIADAP 1); desempenho dos dirigentes (SIADAP 2); e de- sempenho dos trabalhadores (SIADAP 3). área O Decreto Regulamentar nº 18/2009, 4 de Setembro, que adapta o METROPOLITANA SIADAP à realidade das autarquias locais, vem, assim, estabelecer um DE LISBOA sistema de avaliação do desempenho adaptado às especificidades promove acção orgânicas dos serviços das autarquias locais. de formação Assim, e com o objectivo de dar a conhecer aos trabalhadores e di- em SIADAP 123 rigentes dos municípios o SIADAP 123, a Área Metropolitana de Lis- boa contemplou, no seu plano de formação, uma acção de formação sobre este tema, que teve lugar entre os dias 17 e 18 de Dezembro de 2009, na Fundação Cidade Lisboa. A acção teve a duração de 14 horas, em que foram apresentadas, analisadas e debatidas, ainda que A partir de 2010, os trabalhadores da administração autárquica vão de forma generalista, todas as novidades e implicações deste novo ser avaliados por um novo modelo de avaliação de desempenho – sistema de avaliação do desempenho, e contou com a presença de Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho na Administração 15 formandos (técnicos e dirigentes) de quatro Municípios da Área Pública - SIADAP 123. Metropolitana de Lisboa. Trata-se de um sistema de avaliação já implementado na administra- Esta acção de formação, de carácter gratuito, como as restantes rea- ção central pela Lei n.º 66 -B/2007, de 28 de Dezembro, e que prevê lizadas ao longo do ano, foi dirigida em exclusivo aos trabalhadores a avaliação de desempenho a três níveis: desempenho dos serviços dos municípios que integram a Área Metropolitana de Lisboa.

82.83 MTPAML