Quick viewing(Text Mode)

Carolina Vigna Prado2

1! !

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Carolina Vigna Prado!

!

!

!

!

!

!

!

!

!

GRAFOS: UMA PROPOSTA METACURATORIAL E ARTÍSTICA!

!

!

!

!

!

!

São!Paulo!

2019!

2! !

CAROLINA VIGNA PRADO

!

!

!

!

Grafos: uma proposta metacuratorial e artística!

!

!

Tese! apresentada! ao! Programa! de! Pós-Graduação! em! Educação, Arte e História da Cultura! da! Universidade! Presbiteriana! Mackenzie,!como!requisito!parcial!à!obtenção!de!título!de!Doutor.!

!

Orientador:!MARCOS!RIZOLLI!

!

!

!

!

!

!

!

São!Paulo!!

2019! 3! !

!! An 4! ! tes! de ! ssa!

! pe

!

para

Roberto Lehmann Vigna Marú,

Roberto Lehmann

e

Nelson Penteado!

!! 5! !

AGRADECIMENTOS

A!compreensão!e!o!companheirismo!de!todos!na!minha!família!foram!peças!fundamentais! nessa!empreitada.!Sem!o!apoio!do!meu!companheiro,!Nelson Penteado,!de!meu!filho,! Roberto Lehmann Vigna Marú,!e!de!meus!pais,!Elvira Vigna!(in memoriam)!e!Roberto Lehmann,!esse!doutorado!não!teria!sequer!se!iniciado.!

À!família!Penteado,!que!considero!como!minha,!por!seu!incentivo!em!um!processo!que! se!iniciou!ainda!no!final!da!graduação.!

Ao!Pedro Taam!pela!paciência!e!inputs!valiosos.!!

Ao!Felipe Nasrallah Bedran,!por!sua!ajuda,!amizade!e!alegria!inestimáveis.!

À!Iracema Amaral Mucciolo,!por!seu!afeto!e!bom!humor.!

Aos!amigos!Bianca Bueno,!Bruno Gaspar,!Felipe Paganelli,!Letícia Prado,!Luiz Felipe Vasques!e!Marcelo de Alvarenga,!por!me!aguentarem.!!

Aos!professores!que!influenciaram!muitas!das!minhas!decisões!pessoais!e!profissionais,! Fernando Amed, Leila Rabello,!Natalício Batista,!Regina Lara,!Ronaldo Mathias!e,! Wilton Azevedo!(in memoriam).!

Pelas!soluções!técnicas,!Luciano Sampaio!e!Gabriel Tavares.!

Meu!agradecimento!ao!meu!orientador,!Marcos Rizolli,!não!é!proforma.!Sua!influência!e! sua!importância!não!podem!ser!medidas!considerando!apenas!o!mestrado!e!o!doutorado.!!

Agradeço!também!às!instituições!Universidade Presbiteriana Mackenzie!(São!Paulo)!e! Museum!()!por!todas!as!oportunidades!e!portas!abertas.!

!

!

!

!

! 6! !

!

!

!

!

!

!

!

!

!

“A!pintura”,!escreve!Leonardo,!“é!uma!poesia!que!se!vê.”!!

(MALRAUX,!2017,!p.!196)! 7! !

Resumo

Essa!tese!de!doutoramento!é!uma!proposta!curatorial!e!artística!com!utilização!de!grafos! relacionais,!gerados!a!partir!de!dados!extraídos!de!forma!sistemática!e!metódica!das!obras! de!um!determinado!artista.!O!artista!analisado!para!essa!tese!foi!o!holandês!!van! Gogh!(1853-1890)!por!apresentar!uma!produção!tanto!visual!(pinturas)!quanto!textual! (cartas).! Os! dados! considerados! em! suas! obras,! para! a! geração! dos! grafos,! foram! construídos! a! partir! dos! elementos! estruturantes! da! linguagem! visual,! traduzidos! em! argumentos! percebidos! em! análise! dos! valores! de! ciano,! magenta,! amarelo! e! preto;! luminância!mínima,!máxima!e!média.!Os!grafos!são!contextualizados!com!as!datas!e!locais! de!realização!e!as!principais!palavras!contidas!nas!cartas!de!van!Gogh!ao!irmão!Theo.!Os! grafos!gerados!são!apresentados!como!uma!visualidade!artística!a!partir!de!um!percurso! curatorial.! A! pesquisa,! portanto,! é! metacriativa! e! metacuratorial,! buscando! uma! linguagem!de! visualidades! dentro!do!trânsito!intersemiótico.! Os!resultados!obtidos!se! propõem!também!como!uma!metodologia!artística,!curatorial!e!educacional,!posto!que! podem!ser!aplicados!novamente!para!quaisquer!conjuntos!de!obras!artísticas.!A!pesquisa! e!seus!resultados!são!interdisciplinares!e!abrangem!as!seguintes!áreas!do!conhecimento:! Linguagens! e! Tecnologia,! Artes! Visuais,! História! da! Cultura,! Curadoria,! Interatividade,! Inovação!e,!Educação.!

Palavras-chave

Artes!Visuais.!Curadoria.!Grafos.!Van!Gogh.!!

!

8! !

Abstract

This!doctoral!thesis!is!a!curatorial!and!artistic!proposal!using!relational!graphs,!generated! from!data!extracted!systematically!and!methodically!from!the!works!of!a!particular!artist.! The! artist! analyzed! for! this! thesis! was! the! Dutch! Vincent! van! Gogh! (1853-1890)! for! presenting!a!production!both!visual!(paintings)!and!textual!(letters).!The!data!considered! in!his!works!for!the!generation!of!graphs!were!constructed!from!the!structuring!elements! of!the!visual!language,!translated!into!arguments!perceived!in!the!analysis!of!the!values! of! cyan,! magenta,! yellow! and! black;! minimum,! maximum! and! average! luminance.! The! graphs!are!contextualized!with!the!dates!and!places!of!realization!and!the!main!words! contained!in!the!letters!of!van!Gogh!to!Brother!Theo.!The!generated!graphs!are!presented! as!an!artistic!visuality!from!a!curatorial!path.!The!research,!therefore,!is!metacreative!and! metacuratorial,!seeking!a!language!of!visualities!within!intersemiotic!transit.!The!results! obtained!are!also!proposed!as!an!artistic,!curatorial!and!educational!methodology,!since! they!can!be!applied!again!to!any!set!of!artistic!works.!The!research!and!its!results!are! interdisciplinary!and!cover!the!following!areas!of!knowledge:!Languages!and!Technology,! Visual!Arts,!History!of!Culture,!Curatorship,!Interactivity,!Innovation!and!Education.

Key-words

Curatorship.!Graphs.!Van!Gogh.!Visual!arts.!! !! 9! !

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura! 1.! Tese! em! sua! versão! grafo,! disponível! no! endereço! http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/!...... !22

Figura! 2.! Tese! em! sua! versão! grafo,! disponível! no! endereço! http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/!...... !22

Figura! 3.! Tese! em! sua! versão! grafo,! disponível! no! endereço! http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/!(pormenor)!...... !23

Figura! 4.! Tese! em! sua! versão! grafo,! disponível! no! endereço! http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/!(pormenor)!...... !23

Figura! 5.! Tese! em! sua! versão! grafo,! disponível! no! endereço! http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/!(pormenor)!...... !23

Figura!6.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !28

Figura!7.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !29

Figura!8.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !30

Figura!9.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !31

Figura!10.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !31

Figura!11.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !32

Figura!12.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !33

Figura!13.!Painel!com!referências!e!contexto,!a!respeito!de!Jean-François!Millet!(1814- 1875).!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !34

Figura!14.!Interface!multimídia.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !35

Figura!15.!Interface!multimídia.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !35

Figura! 16.! Ampliação! da! visualidade! com! instrumentos! ópticos.! Museu! Van! Gogh,! Amsterdam,!2018.!...... !36

Figura!17.!Referências!utilizadas!por!van!Gogh.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!....!37

Figura!18.!Ampliação!da!percepção!sensorial!através!de!réplica!em!impressão!3D.!Museu! Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !38

Figura!19.!Ampliação!da!percepção!sensorial!através!de!réplica!em!impressão!3D.!Museu! Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !39

Figura!20.!Objetos!pertencentes!a!Van!Gogh.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !39 10! !

Figura!21.!Ampliação!da!percepção!sensorial!através!de!réplica!em!impressão!3D.!Museu! Van!Gogh,!Amsterdam,!2018. !...... !40

Figura!22.!Autorretrato!defronte!o!painel!de!ampliação!da!percepção!sensorial!através!de! réplica!em!impressão!3D.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !41

Figura!23.!Ampliação!da!percepção!sensorial!(olfato).!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018. !...... !42

Figura!24.!Ampliação!da!percepção!sensorial!(tato).!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018. !...... !43

Figura!25.!Biblioteca!do!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !44

Figura!26.!Biblioteca!do!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !44

Figura!27.!Biblioteca!do!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!...... !45

Figura!28.!Pátio!interno!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!...... !46

Figura!29.!Frente!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!...... !46

Figura!30.!Vista!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!...... !47

Figura!31.!Vista!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!...... !47

Figura!32.!Vista!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!...... !48

Figura!33.!Vista!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!...... !48

Figura!34.!Vista!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!...... !49

Figura! 35.! Material! didático! disponível! no! museu! Rijksmuseum! (frente),! Amsterdam,! 2018.!...... !49

Figura! 36.! Material! didático! disponível! no! museu! Rijksmuseum! (verso),! Amsterdam,! 2018.!...... !50

Figura!37.!Pigmentos!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018. !...... !51

Figura!38.!Pigmentos!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018. !...... !51

Figura!39.!Cozinha!da!família!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !52

Figura!40.!Cozinha!da!família!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !53

Figura!41.!Cama!do!casal!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !53

Figura!42.!Cozinha!da!família!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !54

Figura!43.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !54 11! !

Figura!44.!Calcogravuras.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !55

Figura! 45.! Réplica! exata! da! prensa! utilizada! por! Rembrandt.! Museu! Rembrandt,! Amsterdam,!2018.!...... !56

Figura! 46.! Demonstração! da! técnica! de! calcogravura! utilizada! por! Rembrandt.! Museu! Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !57

Figura! 47.! Demonstração! da! técnica! de! calcogravura! utilizada! por! Rembrandt.! Museu! Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !57

Figura! 48.! Mesa! de! trabalho! de! Rembrandt! para! calcogravura.! Museu! Rembrandt,! Amsterdam,!2018.!...... !58

Figura! 49.! Equipamento! adaptado,! utilizado! para! aquecimento! das! placas! de! cobre! (calcogravura).!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !58

Figura!50.!Mesa!de!trabalho!(parte!de!entintamento)!de!Rembrandt!para!calcogravura.! Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !59

Figura!51.!Mesa!de!trabalho!de!Rembrandt!para!calcogravura,!com!uma!matriz!à!vista.! Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !59

Figura! 52.! Demonstração! da! técnica! de! calcogravura! (impressão)! utilizada! por! Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !60

Figura! 53.! Demonstração! da! técnica! de! calcogravura! (impressão)! utilizada! por! Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !60

Figura! 54.! Demonstração! da! técnica! de! calcogravura! (impressão)! utilizada! por! Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !61

Figura! 55.! Demonstração! da! técnica! de! calcogravura! (impressão)! utilizada! por! Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !62

Figura!56.!Pigmentos!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018. !...... !63

Figura!57.!Materiais!de!pintura!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,! 2018.!...... !63

Figura!58.!Materiais!de!pintura!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,! 2018.!...... !64

Figura!59.!Materiais!de!pintura!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,! 2018.!...... !64

Figura!60.!Entelamento!das!telas!de!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018. !...... !65

Figura!61.!Atelier!de!pintura.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !65 12! !

Figura!62.!Pincéis!de!pintura.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !66

Figura!63.!Atelier!de!pintura.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !66

Figura!64.!Gabinete!de!curiosidades.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !67

Figura!65.!Gabinete!de!curiosidades.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !67

Figura!66.!Gabinete!de!curiosidades.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!...... !68

Figura!67.!Espaço!reservado!aos!alunos!de!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,! 2018.!...... !68

Figura!68.!Espaço!reservado!aos!alunos!de!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,! 2018.!...... !69

Figura!69.!Espaço!reservado!aos!alunos!de!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,! 2018.!...... !69

Figura!70.!Entrada!do!museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.!...... !70

Figura!71.!Frente!do!museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.!...... !71

Figura!72.!Vista!do!museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.!...... !71

Figura!73.!Obra!de!Banksy,!exposta!no!museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.!...... !72

Figura!74.!Exposição!de!Roy!Lichtenstein!(1923-1997),!museu!MOCO,!Amsterdam,!2018. !...... !73

Figura! 75.! Instalação! tridimensional! baseada! na! pintura! de! Roy! Lichtenstein! (1923- 1997),!"Bedroom!at!",!de!1992,!d'après!O quarto em Arles!(1888-89)!de!van!Gogh.! Museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.!...... !73

Figura! 76.! Instalação! tridimensional! baseada! na! pintura! de! Roy! Lichtenstein! (1923- 1997),!"Bedroom!at!Arles",!de!1992,!d'après!O quarto em Arles!(1888-89)!de!van!Gogh.! Museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.!...... !74

Figura!77.!Vista!do!British!Museum,!Londres,!2018.!...... !74

Figura!78.!Autorretrato!defronte!à!Pedra!de!Roseta!...... !75

Figura!79. O pensador,!de!Auguste!Rodin!(1840-1917).!British!Museum,!Londres,!2018. !...... !75

Figura!80.!Vista!do!British!Museum,!Londres,!2018.!...... !76

Figura!81.!Vista!do!British!Museum,!Londres,!2018.!...... !76

Figura!82.!Vista!do!British!Museum,!Londres,!2018.!...... !77

Figura!83.!Moai!(Ilha!de!Páscoa).!British!Museum,!Londres,!2018.!...... !77 13! !

Figura!84.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.!...... !78

Figura!85.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018. !...... !79

Figura!86.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.!...... !79

Figura!87.!Van!Gogh.!National!Gallery,!Londres,!2018.!...... !80

Figura!88.!Van!Gogh.!National!Gallery,!Londres,!2018.!...... !80

Figura!89.!Van!Gogh.!National!Gallery,!Londres,!2018.!...... !81

Figura!90.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.!...... !81

Figura!91.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.!...... !82

Figura!92.!Estudante!de!Artes,!praticando.!National!Gallery,!Londres,!2018.!...... !83

Figura!93.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.!...... !83

Figura!94.!Vista!da!National!Portrait!Gallery,!Londres,!2018.!...... !84

Figura!95.!Vista!da!National!Portrait!Gallery,!Londres,!2018.!...... !84

Figura!96.!Vista!da!National!Portrait!Gallery,!Londres,!2018.!...... !85

Figura!97.!Vista!da!Courtauld!Gallery,!Londres,!2018.!...... !85

Figura!98.!Van!Gogh.!Courtauld!Gallery,!Londres,!2018.!...... !86

Figura!99.!Vista!da!Tate!Modern,!Londres,!2018.!...... !87

Figura! 100.! Formas únicas de continuidade no espaço! (1913),! escultura! de! Umberto! Boccioni!(1882-1916).!Tate!Modern,!Londres,!2018.!...... !88

Figura!101.!Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-Cola!(1970).!Cildo!Meireles! (1948).!Tate!Modern,!Londres,!2018.!...... !89

Figura!102.!A fonte!(1917).!Marcel!Duchamp!(1887-1968).!Tate!Modern,!Londres,!2018. !...... !90

Figura!103.!Autorretrato!defronte!a!obra!de!Duchamp.!Tate!Modern,!Londres,!2018.!....!90

Figura!104.!Tropicália,!Penetráveis!PN!2!"Pureza!é!um!mito"!e!PN!3!"Imagético"!(1966- 67).!Hélio!Oiticica!(1937-1980).!Tate!Modern,!Londres,!2018.!...... !91

Figura!105.!Tropicália,!Penetráveis!PN!2!"Pureza!é!um!mito"!e!PN!3!"Imagético"!(1966- 67).!Hélio!Oiticica!(1937-1980).!Tate!Modern,!Londres,!2018.!...... !91

Figura!106.!Tropicália,!Penetráveis!PN!2!"Pureza!é!um!mito"!e!PN!3!"Imagético"!(1966- 67).!Hélio!Oiticica!(1937-1980).!Tate!Modern,!Londres,!2018.!...... !92

Figura!107.!Painel!da!Bloomberg.!Tate!Modern,!Londres,!2018.!...... !93 14! !

Figura!108.!Painel!da!Bloomberg.!Tate!Modern,!Londres,!2018.!...... !94

Figura!109.!Vista!do!National!History,!Londres,!2018.!...... !95

Figura!110.!Vista!do!National!History,!Londres,!2018.!...... !96

Figura!111.!Vista!do!National!History,!Londres,!2018.!...... !96

Figura!112.!Detalhe!de!exposição!do!National!History,!Londres,!2018.!...... !97

Figura!113.!Vista!do!museu!da!Prostituição,!Amsterdam,!2018.!...... !98

Figura!114.!Vista!do!museu!da!Prostituição,!Amsterdam,!2018.!...... !98

Figura!115.!Vista!do!museu!da!Prostituição,!Amsterdam,!2018.!...... !99

Figura!116.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !100

Figura!117.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !100

Figura!118.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !101

Figura!119.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !101

Figura!120.!Totem!interativo.!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !102

Figura!121.!Totem!interativo.!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !102

Figura!122.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !103

Figura!123.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !103

Figura!124.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !104

Figura! 125.! Texto! explicativo! sobre! a! área! de! restauro! do! Museu! Victoria! and! Albert,! Londres,!2018.!...... !104

Figura!126.!Área!de!restauro!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !105

Figura!127.!Área!de!restauro!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!...... !105

Figura!128.!Vista!do!MASP,!São!Paulo,!2018.!...... !106

Figura!129.!Cavaletes!de!cristal!da!Lina!Bo!Bardi.!MASP,!São!Paulo,!2018.!...... !107

Figura!130.!Autorretrato!defronte!Van!Gogh.!MASP,!São!Paulo,!2018.!...... !107

Figura!131.!Verso!dos!cavaletes!de!cristal!da!Lina!Bo!Bardi,!onde!são!colocados!os!textos! expográficos!das!obras.!MASP,!São!Paulo,!2018.!...... !108

Figura!132.!Verso!dos!cavaletes!de!cristal!da!Lina!Bo!Bardi,!onde!são!colocados!os!textos! expográficos!das!obras.!MASP,!São!Paulo,!2018.!...... !109 15! !

Figura!133.!Cavaletes!de!cristal!da!Lina!Bo!Bardi.!MASP,!São!Paulo,!2018.!...... !110

Figura!134.!Tela!de!trabalho!do!software!open!source!Gephi!(área!de!trabalho).!...... !116

Figura!135.!Tela!de!trabalho!do!software!open!source!Gephi!(tabulação!de!dados).!.....!117

Figura!136.!Luminância!média!das!obras!de!Van!Gogh!...... !142

Figura!137.!Valores!de!CMYK!por!obra!e!mês,!do!período!em!Arles!...... !143

Figura!138.!Relação!entre!a!utilização!de!Preto!e!Luminância!Média,!das!obras!realizadas! em!Arles!...... !144

Figura!139.!Relação!entre!a!utilização!de!Amarelo!e!Luminâncias!Mínima,!Média!e!Máxima,! das!obras!realizadas!em!Arles.!...... !145

Figura!140.!Proporção!da!utilização!de!pigmentos!CMYK,!por!mês,!em!Arles,!por!van!Gogh! (proporcionais!à!quantidade!de!obras!realizadas!no!período)!...... !146

Figura!141.!Proporção!da!utilização!de!pigmentos!CMYK!(mês!outubro!de!1888).!...... !147

Figura!142.!Tela!inicial!...... !148

Figura!143.!Cluster!"Lugares"!...... !149

Figura!144.!Cluster!Lugares:!Arles.!...... !149

Figura!145.!Arles!(pormenor)!...... !150

Figura!146.!Obra!selecionada!(pormenor)!...... !151

Figura!147.!Obra!selecionada!(pormenor)!...... !152

Figura!148.!Cluster!Lugares:!Auvers-sur-Oise!...... !153

Figura!149.!Cluster!Lugares:!Nuenem!...... !153

Figura!150.!Cluster!Cores!...... !154

Figura!151.!Cluster!Cores:!Amarelo!(com!links!na!lateral)!...... !154

Figura!152.!Cluster!Cores:!Amarelo!(pormenor)!...... !155

Figura!153.!Cluster!Cartas!...... !156

Figura!154.!!Cluster!Cartas!(pormenor)!...... !157

Figura!155.!!Cluster!Cartas:!Holanda!...... !157

Figura!156.!Todos!os!conjuntos!unidos!em!um!só!grafo.!...... !158

Figura!157.!Todos!os!conjuntos!unidos!em!um!só!grafo:!Pessoa!...... !159 16! !

Figura!158.!Todos!os!conjuntos!unidos!em!um!só!grafo:!obra!selecionada.!...... !160

Figura!159.!Painel!interativo!em!touchscreen,!mostrando!a!opção!principal!inicial!(grafo! com!todos!os!clusters:!lugares,!cores,!cartas).!...... !162

Figura!160.!Panorama!geral!da!exposição!Grafos,!realizada!no!Centro!Histórico!e!Cultural! Mackenzie,!SP,!em!agosto!de!2019,!mostrando!a!interação!com!o!touchscreen.!Fotografia! de!Felipe!Bedran.!...... !162

Figura!161.!Exposição!Grafos,!Centro!Histórico!e!Cultural!Mackenzie,!SP,!em!agosto!de! 2019.!Banners!de!texto!curatorial!e!título,!com!o!display!touchscreen!interativo!ao!centro.! Fotografia!de!Denise!Tangerino.!...... !163

Figura!162.!Interação!com!os!grafos,!durante!a!exposição!realizada!no!Centro!Histórico!e! Cultural!Mackenzie,!SP,!em!agosto!de!2019.!...... !164

Figura!163.!Interação!com!os!grafos,!durante!a!exposição!realizada!no!Centro!Histórico!e! Cultural!Mackenzie,!SP,!em!agosto!de!2019.!Fotografia!de!Felipe!Bedran.!...... !165

!

17! !

SUMÁRIO

RESUMO ...... 7 Palavras-chave ...... 7 ABSTRACT ...... 8 Key-words ...... 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES ...... 9 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...... 19 2. REFERENCIAL TEÓRICO ...... 24 3. METODOLOGIA ...... 25 4. VISITAS E OBSERVAÇÕES MUSEOLÓGICAS ...... 27 Museu van Gogh, Amsterdam ...... 28 Rijksmuseum, Amsterdam ...... 45 Museu Rembrandt, Amsterdam ...... 50 Moco (Modern Conteporary), Amsterdam ...... 70 British Museum, Londres ...... 74 National, National Portrait e Courtauld Galleries, Londres ...... 78 Tate Modern, Londres ...... 87 National History, Londres ...... 95 Museu da Prostituição, Amsterdam ...... 97 V&A (Victoria and Albert), Londres ...... 99 Masp, São Paulo ...... 106 5. VAN GOGH ...... 111 5.1. Grafos ...... 112 5.2. Análise qualitativa ...... 118 6. CURADORIA ...... 121 7. METACURADORIA ...... 132 8. INTERPRETAÇÃO POÉTICA DOS DADOS ...... 137 9. PORTFÓLIO: GRAFOS ...... 140 Grafos interativos ...... 160 CONSIDERAÇÕES FINAIS...... 166 REFERÊNCIAS ...... 169 ANEXOS ...... 172 Anexo I - Tabela: Primeiras pinturas...... 172 Anexo II - Tabela: ...... 173 18! !

Anexo III - Tabela: Paris ...... 176 Anexo IV - Tabela: Antuérpia ...... 179 Anexo V - Tabela: Arles ...... 180 Anexo VI - Tabela: Auvers sur Oise ...... 184 Anexo VII - Tabela: Saint Remy ...... 187 Anexo VIII - Rotina em R ...... 190 ! 19! !

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Vivemos! uma! época! de! visualidades.! E! são! essas! visualidades! –! fotografias,! gráficos,! infográficos1,!tag clouds2,!ilustrações,!esquemas!etc!–!que!nos!ampliam!a!compreensão!de! mundo.!!

A! minha! pesquisa! envolve! três! partes! interdependentes.! A! primeira,! uma! análise! e! geração!de!dados!a!partir!da!obra!de!van!Gogh!e!de!suas!cartas!para!o!irmão!Theo.!A! segunda,!uma!metodologia!de!interpretação!e!visualização!dessas!informações.!A!terceira,! a!apresentação!e!o!entendimento!dessa!visualidade!como!proposta!artística!e!curatorial.! A! pesquisa,! portanto,! é! metacriativa! e! metacuratorial,! buscando! uma! linguagem! de! visualidades!dentro!do!trânsito!intersemiótico3.!

A! pesquisa! se! desenha! por! camadas! metodológicas,! triádica! (no! sentido! peirceano! de! multiplicidade4),! com! um! contínuo! redesenho! metodológico,! incluindo! a! pesquisa! documental!analítica!bibliográfica!e!a!pesquisa!metacriativa.!A!multidimensionalidade!da! pesquisa,!portanto,!é!metacuratorial.!

A!metodologia!proposta!necessita!de!um!conhecimento!prévio!da!área!analisada!e!não! substitui!e!tampouco!se!sobrepõe!às!críticas!e!análises!de!especialistas.!A!metodologia! proposta!necessita!da!indexação!(tags)!de!características!e!critérios!da!obra!visual!que! apenas!um!profissional!especializado!na!área!está!habilitado!a!fazer.!A!visualização!dos! resultados! e! dados,! posterior! a! essa! análise! qualitativa! e! indexação,! é! que! pode! ser! compreendida!por!todos.!

As! análises! de! obras! visuais! perpassam! diversas! linhas,! tais! como! iconográfica,! sociopolítica,!cromática,!compositiva,!poética,!temática!etc.!Todas!essas!análises!iniciam- se!com!dados!de!difícil!mensuração!quantitativa.!

Como!ocorre!em!muitas!criações,!a!dessa!metodologia!surgiu!de!uma!necessidade.!Era! preciso!verificar!e!posteriormente!demonstrar!quantitativamente!se!a!hipótese!elaborada! a!respeito!da!obra!de!um!determinado!artista!visual!seria!comprovada.!

! 1!Ferramenta!usada!para!transmitir!informações!através!do!uso!de!elementos!visuais!gráficos.! 2!Palavras-chave!organizadas!de!forma!proporcional!em!ocorrência,!dentro!de!um!conjunto!interativo!de!forma!textual.! 3!Transposição!de!um!sistema!de!signos!para!outro.! 4!Conceito!descrito!em!BERGMAN,!M.;!PAAVOLA,!S.!(Eds.),!The Commens Dictionary:!Peirce's!Terms!in!His!Own!Words.!Disponível! em:!.!Acesso!em:!31!Ago!2019.! 20! !

Desenvolvi!uma!metodologia!que!parte!da!catalogação!qualitativa!de!elementos!visuais,! segundo!classe!semiótica,!titulação,!itens!dominantes!etc.!Após!a!catalogação,!é!possível! traçar!relações!com!características!de!interesse!da!pesquisa.!Essas!relações!são!mais!bem! compreendidas,!estabelecidas!e!visualizadas!através!de!grafos.!

Essa! proposta! está,! necessariamente,! inserida! no! contexto! das! análises! qualitativas! tradicionais!de!obras!visuais!e!atende!a!pesquisadores!e!críticos!das!Artes!Visuais.!Os! dados!utilizados!partem!de!e!servem!à!análise!qualitativa,!tanto!em!termos!contextuais! quanto!formais.!O!que!a!metodologia!quantitativa!utilizando!grafos!se!propõe!a!fazer!é! criar!e!servir!como!um!denominador!comum!com!as!chamadas!hard sciences5,!de!forma!a! fomentar!o!diálogo!entre!as!áreas!de!conhecimento.!

A! visualização! gráfica! auxilia! a! enxergar! padrões! e! extrair! sentido! de! uma! grande! quantidade!de!informação,!permitindo!que!o!pesquisador!dedique-se!ao!pensamento,!à! reflexão,!ao!contexto!em!que!essas!informações!se!inserem!e!à!conexão!entre!elas,!sem! perder!tempo!e!energia!submerso!em!longas!tabulações!de!dados.!Quando!a!informação! está! organizada! em! grafos,! forma-se! um! cenário! claro! ao! ponto! de! serem,! em! determinados! casos,! também! chamados! de! mapas! de! informação! ou! mapas! visuais.! Castells6!fala!sobre!esse!paradigma!em!que!a!informação!e!a!tecnologia!tecem!um!diálogo:!

A!primeira!característica!do!novo!paradigma!é!que!a!informação!é!sua! matéria-prima:!são!tecnologias!para!agir!sobre!a!informação,!não!apenas! informação!para!agir!sobre!a!tecnologia,!como!foi!o!caso!das!revoluções! tecnológicas!anteriores.!

O! segundo! aspecto! refere-se! à! penetrabilidade! dos! efeitos! das! novas! tecnologias.!Como!a!informação!é!uma!parte!integral!de!toda!atividade! humana,!todos!os!processos!de!nossa!existência!individual!e!coletiva!são! diretamente! moldados! (embora,! com! certeza,! não! determinados)! pelo! novo!meio!tecnológico.!

A!terceira!característica!refere-se!à!lógica!de!redes!em!qualquer!sistema! ou!conjunto!de!relações,!usando!essas!novas!tecnologias!da!informação.! (CASTELLS,!2007,!p.!108)!

O! conceito! de! grafo,! utilizado! em! toda! a! pesquisa,! é! o! da! matemática! que! diz! que! a! diferença!principal!entre!um!gráfico!(uma!representação!imagética!de!dados)!e!um!grafo!

! 5!Normalmente,!o!termo!“ciências!duras”!refere-se!às!ciências!naturais,!como!biologia,!química,!física!e!às!matemáticas!de!uma!forma! geral.! 6!Manuel!Castells!(1942)!é!doutor!em!sociologia!pela!Universidade!de!Paris.!Analista!da!era!da!informação!e!das!sociedades! conectadas!em!rede,!sua!obra!virou!referência!obrigatória!na!discussão!das!transformações!sociais!do!final!do!século!XX.! 21! !

é!a!sua!capacidade!relacional.!A!teoria!dos!grafos!estuda!as!relações!entre!os!elementos! de!um!determinado!conjunto.!Ou!seja,!o!grafo!tem!como!principal!característica!a!relação! entre!os!dados!apresentados!e!seu!compromisso!maior!é!com!as!ligações!e!associações! estabelecidas.!

Pensar! em! informação! relacional! e! informação! relacionando-se! com! tecnologia! é,! obviamente,!pensar!em!grafos.!A!teoria!dos!grafos!estuda!as!relações!entre!os!objetos!de! um!determinado!conjunto,!sendo!muito!utilizada!na!matemática!aplicada!e!na!ciência!da! computação.! A! aplicação! da! teoria! dos! grafos! como! metodologia! de! análise! de! obras! visuais!é!que!é!inédita,!não!os!grafos!per se.!Existem!inúmeras!soluções!para!grafos.!O! software!adotado!foi!o!Gephi7,!opensource8.!

Essa!metodologia!não!pretende!–!e!nem!poderia!–!substituir!as!análises!qualitativas.!O! objetivo! de! seu! desenvolvimento! é! o! de! fornecer! ferramentas,! subsídios! e! resultados! compreensíveis!por!todas!as!especialidades!do!Conhecimento.!

A!questão!metacuratorial!perpassa!toda!a!pesquisa,!desde!a!seleção!e!organização!dos! dados! levantados! e! gerados,! passando! pela! configuração! de! suas! visualidades! e! concluindo-se!na!concepção!artística!e!curatorial!de!sua!apresentação.!

Os! títulos! das! obras! de! van! Gogh! constam! nessa! pesquisa! em! inglês! em! respeito! à! digitalização! feita! pelo! Museu! Van! Gogh! que,! na! ocasião! (janeiro! de! 2018)! estava! disponível!nos!idiomas!inglês!e!holandês.!

Essa! pesquisa! foi! inteiramente! pensada! como! um! grafo,! relacionando! autores! e! um! pensamento!analítico!e!crítico!a! respeito!das!questões! aqui!estabelecidas.!No!entanto,! devido!às!exigências!oficiais!dos!programas!de!pós-graduação!no!Brasil,!a!presente!versão! é!uma!tese!tradicional,!em!texto.!A!versão!em!grafo!está!perenemente!hospedada!em:! http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/!

! 7!GEPHI.!The open graph viz platform.!Disponível!em:!.!Acesso!em:!09!SET!2018.!

8!Programas!de!código!aberto!e!uso!livre.! 22! !

!

Figura!1.!Tese!em!sua!versão!grafo,!disponível!no!endereço!http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/!

!

Figura!2.!Tese!em!sua!versão!grafo,!disponível!no!endereço!http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/! 23! !

!

Figura!3.!Tese!em!sua!versão!grafo,!disponível!no!endereço!http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/! (pormenor)!

!

Figura!4.!Tese!em!sua!versão!grafo,!disponível!no!endereço!http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/! (pormenor)!

!

Figura!5.!Tese!em!sua!versão!grafo,!disponível!no!endereço!http://carolina.vigna.com.br/grafos/tese/! (pormenor)! 24! !

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Para! efeitos! de! clareza,! considero! toda! obra! de! arte! como! texto,! no! viés! de! sua! interpretação.! Há,! primeiramente,! a! questão! da! interpretação! em! si.! Nessa! questão,! o! referencial!teórico!foi!Paul!Ricoeur9.!

Ricoeur!propõe!entender!a!interpretação!como!um!processo!dialético!que! inclui! os! dois! momentos,! a! explicação! e! a! compreensão.! É! preciso! "explicar!mais!para!compreender!melhor",!afirmará!ele!várias!vezes.!!

O! processo! de! interpretação! é! entendido! assim! como! uma! relação! dialética!entre!a!compreensão!e!a!explicação,!nesse!movimento!em!que!o! leitor!dirige-se!ao!texto!com!sua!pré-compreensão,!suas!conjecturas!na! maior!parte!das!vezes!ainda!não!formuladas!de!modo!explícito,!e!vai,!na! medida! em! que! progride! na! leitura! do! texto,! validando,! refazendo! ou! simplesmente! dando! forma! explícita! às! suas! expectativas.! De! uma! compreensão!superficial,!ele!então!pode!passar!a!uma!compreensão!mais! aprofundada,!analisando!a!estrutura!do!texto!e!encontrando!nela!novos! elementos! para! direcionar! sua! compreensão! e! dar-lhe! objetividade.! "Explicar!mais!é!compreender!melhor."!(GENTIL,!s.d.,!p.!21)!

Esse! trabalho!segue! a! linha!de! pensamento! de! Ricoeur,! do!eixo! hermenêutico,! de! que! qualquer! interpretação! é! uma! suspeita! e! nunca! está! acabada! em! si.! Portanto,! a! obra! sobrevive.!!

Na! construção! do! pensamento! curatorial,! poético! e! artístico,! foram! visitados! André! Malraux,!Anne!Cauquelin,!Ernst!Hans!Gombrich,!Fayga!Ostrower,!Giorgio!Agamben,!Hans! Belting,! Hans! Ulrich! Obrist! e,! Vitor! Chklóvski.! A! reflexão! sobre! processos! criativos! embasou-se! em! Cecília! Almeida! Salles! e! Mihaly! Csikszentmihalyi.! As! questões! de! linguagem! encontraram! em! Lúcia! Santaella,! Marcos! Rizolli,! Marshall! McLuhan,! Hans! Robert!Jauss!e!Vilém!Flusser,!o!seu!referencial!teórico.!A!teoria!dos!grafos!e!a!visualização! de! dados! visitou! Byoung-Tak! Zhang,! E.! Keith! Lloyd,! Edward! Tufte,! Filip! Mulier,! Nitin! Indurkhya,! Norman! Biggs,! Robin! Wilson,! Seong-Bae! Park,! Sholom! Weiss! e! Vladimir! Cherkassky.! Esses! autores,! mesmo! que! não! citados! diretamente! no! decorrer! dessa! pesquisa,!foram!fundamentais!para!a!construção!do!pensamento!aqui!presente!e!criaram! a!cosmovisão10!que!posiciona!a!pesquisa!no!tempo!e!no!espaço.!

! !

! 9!Paul!Ricoeur!(1913-2005)!foi!um!filósofo!francês.!É!considerado!um!dos!principais!pensadores!do!pós-guerra,!herdeiro!da! fenomenologia!de!Husserl!(1859-1938).! 10!Do!alemão!Weltanschauung,!é!o!conjunto!de!visão!de!mundo!que!inclui!valores,!crenças,!impressões,!sentimentos!e!reflexões.! 25! !

3. METODOLOGIA

Para!iniciar!a!produção!dos!grafos,!escolhi!propositalmente!um!artista!que!tivesse!tanto! registros! na! linguagem! verbal! quanto! na! pictórica! e! que! tivesse! uma! forte! aderência! comigo.!O!artista!escolhido!foi!Vincent!van!Gogh.!A!minha!pós-graduação!em!História da Arte: Teoria e crítica,!defendida!na!Universidade!Belas!Artes!de!São!Paulo!em!2016!foi! sobre!O quarto em Arles.!Como!é!normal!entre!os!pesquisadores,!a!pesquisa!não!termina! em!sua!defesa!e!esse!é!um!artista!que!continua!a!me!acompanhar.!

É importante ressaltar que a intimidade com a metodologia dos grafos foi adquirida durante o mestrado realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie, sob orientação do prof. dr. Marcos Rizolli. Na ocasião, participei das pesquisas realizadas no Laboratório de Humanidades Digitais da mesma instituição, sob orientação do prof. dr. Wilton Azevedo, onde tive contato com as muitas possibilidades de Data visualization11 e onde o caminho pelos grafos se iniciou. Van!Gogh!é,!para!mim,!uma!força!motriz,!uma!força!da!natureza.!

Não!deveria!ser!muito!complicado!saber!o!que!é!cultura.!Cultura!é!o!que! move!o!indivíduo,!o!grupo,!para!longe!da!indiferença,!da!indistinção;!é! uma!construção,!que!só!pode!proceder!pela!diferenciação.!Seu!oposto!é!a! diluição.!(COELHO,!2001,!p.!21)!

Vincent!Willem!van!Gogh!(30!de!março!de!1853!-!29!de!julho!de!1890)!foi!um!pintor!pós- impressionista!holandês.!Não!obteve!sucesso!em!vida,!mas!apesar!de!estarmos!distantes! de!van!Gogh!por!mais!de!um!século,!as!suas!obras!e!sua!biografia!permanecem!como!sendo! das!mais!influentes,!não!apenas!no!universo!artístico,!mas!como!parte!do!ideário!popular! mundial.!

A! influência! e! importância! de! van! Gogh,! per se,! já! seriam! suficientes! para! justificar! a! escolha.!Entretanto,!o!principal!motivador!foi!a!sua!técnica!de!pintura!que,!assim!como!a! apresentação!de!um!grafo!como!arte!e!curadoria,!transforma!algo!pré-existente!em!algo! inovador:!a!tinta!e!o!grafo!já!existiam!anteriormente,!a!sua!utilização!que!é!inédita!e,!ao! mesmo!tempo,!inseparável!da!poiésis12.!!

Van!Gogh!utiliza!os!meios!da!pintura!e!apenas!estes,!a!tinta!quase!pura!e! muito! densa,! o! pêlo! do! pincel! que! marca! a! tela,! o! movimento! das! pinceladas! agrupadas,! recursos! que! soube! explorar! e! que! se! revelam!

! 11!Conjunto!de!conhecimentos!e!técnicas!que!analisam!e!representam!dados!visualmente.! 12!Termo!apresentado!por!Platão,!em!O Banquete.!Atualmente!adquiriu!um!significado!mais!abrangente!e!pode!ser!entendido,!grosso! modo,!como!força!criativa!ou!poética.! 26! !

como!seu!estilo.!Porém,!o!que!o!pintor!persegue!não!é!um!estilo,!que!nasce! de!sua!expressão!e!escapa!ao!pintor;!sua!pintura!o!institui!aos!poucos,! sem!que!o!pintor!perceba!que!seu!estilo!se!consolida,!não!como!um!fim,! mas!como!o!meio!que!torna!sua!expressão!possível.!Ora,!este!meio!só!é! realmente!expressivo!se!ele!não!se!reduz!a!uma!simples!maneira!de!tratar! um!tema,!mas!se!o!sentido!que!germina!na!tela!indiferencia!o!tema!do! “modo!de!formar”,!de!modo!que!uma!montanha!se!torne!a!montanha!de! Cézanne,!o!trigal!de!Van!Gogh,!assim!como!o!céu!de!Turner.!!

Desta!forma,!podemos!dizer,!como!afirma!Antonin!Artaud!em!Van Gogh, o suicida da sociedade13,!que!não!há!nada!de!menos!ultrapassável!do!que! o!tema,!que!o!estilo!não!brota!apenas!de!uma!gesticulação!que!se!inscreve! na!tela,!pois!já!se!encontra!naquele,!ou!seja,!já!se!esboça!na!percepção.!!

O!estilo!é!esta!maneira!de!pintar,!inseparável,!pois,!do!motivo!pintado,!e! que! não! opera! só! no! ato! de! pintar,! porque! se! estende! ao! mundo! percebido.!Merleau-Ponty!quer!aproximar!estes!dois!atos!a!ponto!de!se! fundirem!um!no!outro:!perceber!não!é,!propriamente,!uma!etapa!anterior! à!pintura,!pois,!para!o!pintor,!perceber!já!é!pintar,!ou!na!percepção!já!está! em! germe! seu! estilo,! ou,! como! diz! Merleau-Ponty14,! o! estilo! “é! uma! exigência!nascida!dela”,!seu!modo!de!formar!e!de!habitar!o!mundo,!e!de! acreditar!“soletrar!a!natureza!no!momento!em!que!a!recria”.!(FURLAN;! FURLAN,!2005;!2017,!p.!39)!

A tinta e o grafo são, ao mesmo tempo, pensamento e matéria, técnica e expressão, veículo e percepção, linguagem e visualidade.

! 13!O!título!original!do!Artaud!é!"Suicidé!de!la!société"!(Suicidado!da!sociedade).!A!edição!traduzida!a!que!Furlan!e!Furlan!referem-se!é! provavelmente!a!da!Editora!José!Olympio,!de!2003!(ISBN!8503007290).!As!edições!mais!recentes!e!revistas!trazem!a!tradução! correta,!tais!como!a!edição!da!Editora!Assirio!&!Alvim!(Portugal),!de!2004!(ISBN!9723709422).! 14!Os!autores!não!mencionam,!mas!o!livro!citado!de!Merleau-Ponty!é!O olho e o espírito.! 27! !

4. VISITAS E OBSERVAÇÕES MUSEOLÓGICAS

A! ação! curatorial! não! é! restrita! ao! museu,! mas! é! nesse! ambiente! em! que! é! melhor! compreendida.!

Os!museus!são,!por!tradição,!lugares!de!memória,!que!têm!a!tarefa!de! informar,!reunindo!indivíduos!e!comunidades!em!torno!de!tradições!e! ideias,!através!do!universo!simbólico!das!tradições.!Por!modestos!que! sejam,!os!museus!registram!marcas!da!trajetória!humana.!E,!ao!fazê-lo,! tornam-se! caminhos! de! memória,! que! ligam! e! religam! tempos,! ideias,! sentimentos,!seres!e!coisas.!Por!isto,!os!museus!são!hoje!reconhecidos! como!uma!instituição!a!serviço!da!sociedade!do!qual!é!parte!integrante.! Sua! finalidade! consiste! em! servir! ou! salvaguardar! a! continuidade! das! instituições! bem! como! das! comunidades! que! as! criam,! transformam,! extinguem!e!restabelecem.!(PEIXOTO,!2013,!p.!213)!

As! visitas! aqui! relatadas! tiveram! como! principal! foco! a! observação! das! diferentes! expologias15.! As! escolhas! curatoriais! editorias! e! conteudísticas! foram! também! observadas,!mas!com!menor!ênfase,!considerando!que!o!aspecto!mais!relevante!para!essa! pesquisa!não!é!o!objeto,!mas!suas!relações.!Privilegiou-se,!em!toda!a!pesquisa,!o!diálogo!e! não!a!sacralização.!

Mas,!descobrimos!que!as!obras!ressuscitadas!não!são!necessariamente! imortais.!E!que,!se!a!morte!não!constrange!o!génio!ao!silêncio,!não!é!por! este! prevalecer! contra! ela,! perpetuando! a! sua! linguagem! inicial,! mas! impondo! uma! linguagem! constantemente! modificada,! por! vezes! esquecida,!como!um!eco!que!respondesse!aos!séculos!com!as!suas!vozes! sucessivas:!a!obra-prima!não!mantém!um!monólogo!soberano,!impõe!o! intermitente!e!invencível!diálogo!das!ressurreições.!

Por!vias!que!não!distinguimos,!esmagadas!por!este!envolvente!sempre! transitório,! por! este! Museu! Imaginário! arrastado! pelo! seu! próprio! desenvolvimento,!pela!evolução!da!arte!dos!vivos,!pela!metamorfose!que! muda! de! forma! banal! e! inexorável! todo! o! presente! em! passado.! (MALRAUX,!2017,!p.!254)!

Em!Amsterdam,!fui!gentilmente!recebida!pelo!Head of Exhibitions,!Sr.!Edwin!Becker,!no! Museu! Van! Gogh,! em! 08! de! janeiro! de! 2018,! quando! conversamos! longamente! sobre! possibilidades!expológicas.!A!conversa!foi!quase!que!integralmente!centralizada!em!van! Gogh,!não!se!ampliando!a!outros!artistas!ou!a!outras!instituições.!

! 15!Os!termos!expologia!e!expografia,!bem!como!seus!derivados!e!correlatos,!aqui!utilizados!seguem!a!normatização!da!publicação! DESVALLÉES,!André;!MAIRESSE,!François!(Ed.).!Conceitos-chave de Museologia.!Mairesse.!Trad.!Bruno!Brulon!Soares;!Marília!Xavier! Cury.!São!Paulo:!Comitê!Brasileiro!do!Conselho!Internacional!de!Museus:!Pinacoteca!do!Estado!de!São!Paulo!:!Secretaria!de!Estado!da! Cultura,!2013.!ISBN!978-85-8256-025-9! 28! !

Sr.!Becker!deixou!muito!claro!o!seu!apreço!à!exposição!linear,!em!recortes!tradicionais!da! curadoria,!tais!como!cronológico!ou!temático.!Apesar!de!ter!se!mostrado!interessado!na! proposta! dessa! tese,! acredita! (acreditamos,! concordo! com! ele)! que! trata-se! de! um! complemento,!e!não!uma!substituição,!à!experiência!de!visitar!uma!coleção!in loco.!

Essa! proposta! curatorial! é! organizacional,! em! que! o! fruidor! passa! a! ser! ator! de! sua! experiência.!

Museu van Gogh, Amsterdam

!

Figura!6.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.16!

! 16!Todas!as!imagens,!nesse!documento,!são!de!autoria!de!Carolina!Vigna,!a!menos!que!conste!uma!indicação!explícita!em!sua!legenda.! 29! !

!

Figura!7.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!

A!reserva!técnica!do!museu!é!pequena,!pelo!fato!de!que!praticamente!a!totalidade!da!obra! de!van!Gogh!estar!em!exposição,!tanto!no!Museu!Van!Gogh!quanto!em!outros!lugares!do! mundo.!A!biblioteca,!apesar!de!também!ser!relativamente!pequena,!é!muito!organizada!e! com! uma! biblioteconomia! presente! e! atuante,! fazendo! com! que! os! títulos! disponíveis! sejam!sempre!relevantes.!

Há!uma!preocupação!cronológica!na!coleção!permanente,!mas!a!experiência!fruidora!é! permeada! por! iniciativas! de! ampliação! da! percepção,! tais! como! a! visualidade! das! pinceladas!de!van!Gogh!através!de!instrumentos!ópticos;!compreensão!de!contexto!com! interfaces!multimídia;!a!dimensão!do!tato!através!de!uma!reprodução!em!impressão!3D! de!uma!das!obras.!

! 30! !

!

Figura!8.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!

O! Museu! faz! uso! de! ampliações! de! detalhes! e! texturas! em! sua! arquitetura,! não! necessariamente!ligadas!à!mostra!temporária!vigente,!mas!que!compõem!o!desenho!da! exposição!e!a!unem!plasticamente!à!arquitetura!museal.! 31! !

!

Figura!9.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!10.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.! 32! !

Há! uma! grande! preocupação! com! o! conforto! e! a! permanência! dos! visitantes! e! a! arquitetura!e!infraestrutura!do!Museu!favorecem!uma!experiência!mais!calma!e,!portanto,! uma!fruição!detalhista.!

!

Figura!11.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!

! 33! !

!

Figura!12.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!

Os! espaços! do! Museu! têm! uma! tendência! a! serem! abertos! e! amplos,! facilitando! a! circulação!e!a!compreensão!do!acervo!como!um!todo!por!possibilitar!a!visão!de!todos!os! andares!expositivos.!

! 34! !

!

Figura!13.!Painel!com!referências!e!contexto,!a!respeito!de!Jean-François!Millet!(1814-1875).!Museu!Van! Gogh,!Amsterdam,!2018.!

! 35! !

!

Figura!14.!Interface!multimídia.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!15.!Interface!multimídia.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.! 36! !

!

!

Figura!16.!Ampliação!da!visualidade!com!instrumentos!ópticos.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.! 37! !

!

Figura!17.!Referências!utilizadas!por!van!Gogh.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!

O!Museu!van!Gogh,!mesmo!sendo!um!tradicional!cubo!branco,!possui!muitas!iniciativas!e! interfaces! interessantes,! de! onde! destaco! especialmente! a! experiência! tátil! da! obra! reproduzida!em!plástico,!onde!somos!convidados!a!sentir!a!textura!das!pinceladas!de!van! Gogh!(figura!a!seguir).! 38! !

!

Figura!18.!Ampliação!da!percepção!sensorial!através!de!réplica!em!impressão!3D.!Museu!Van!Gogh,! Amsterdam,!2018.! 39! !

!

Figura!19.!Ampliação!da!percepção!sensorial!através!de!réplica!em!impressão!3D.!Museu!Van!Gogh,! Amsterdam,!2018.!

!

Figura!20.!Objetos!pertencentes!a!Van!Gogh.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.! 40! !

!

Figura!21.!Ampliação!da!percepção!sensorial!através!de!réplica!em!impressão!3D.!Museu!Van!Gogh,! Amsterdam,!2018.! 41! !

!

Figura!22.!Autorretrato!defronte!o!painel!de!ampliação!da!percepção!sensorial!através!de!réplica!em! impressão!3D.!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!

! 42! !

!

Figura!23.!Ampliação!da!percepção!sensorial!(olfato).!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.! 43! !

!

Figura!24.!Ampliação!da!percepção!sensorial!(tato).!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.! 44! !

!

Figura!25.!Biblioteca!do!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!26.!Biblioteca!do!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.! 45! !

!

Figura!27.!Biblioteca!do!Museu!Van!Gogh,!Amsterdam,!2018.!

Rijksmuseum, Amsterdam

O!Rijksmuseum!possui!uma!organização!completamente!diferente!do!Van!Gogh!e,!apesar! de!também!preocupar-se!com!a!cronologia,!há!uma!separação!dos!assuntos!que!se!torna! mais!visível!e!importante!do!que!a!questão!cronológica.! 46! !

!

Figura!28.!Pátio!interno!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!29.!Frente!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.! 47! !

!

Figura!30.!Vista!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!31.!Vista!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.! 48! !

!

Figura!32.!Vista!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!33.!Vista!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.! 49! !

!

Figura!34.!Vista!do!museu!Rijksmuseum,!Amsterdam,!2018.!

O!Rijksmuseum!é!tradicional,!inclusive!em!seu!material!didático,!como!podemos!observar! nas!figuras!a!seguir:!

!

Figura!35.!Material!didático!disponível!no!museu!Rijksmuseum!(frente),!Amsterdam,!2018.! 50! !

!

Figura!36.!Material!didático!disponível!no!museu!Rijksmuseum!(verso),!Amsterdam,!2018.!

Museu Rembrandt, Amsterdam

O!Museu!Rembrandt!é!na!casa!onde!o!artista!viveu!e!possui!uma!clara!preocupação!na! preservação!do!zeitgeist!onde!estava!inserido.!

É!um!museu!pensado!para!artistas,!mais!do!que!para!turistas.!

Temos!acesso!inclusive!aos!pigmentos!e!demais!materiais!utilizados!por!Rembrandt.! 51! !

!

Figura!37.!Pigmentos!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!38.!Pigmentos!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 52! !

Os! espaços! da! casa! foram! completamente! preservados! e! montados! conforme! eram! quando!Rembrandt!e!sua!família!ali!viveram,!graças!a!um!longo!inventário!por!ocasião!de! sua!falência!financeira.!

!

Figura!39.!Cozinha!da!família!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

! 53! !

!

Figura!40.!Cozinha!da!família!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!41.!Cama!do!casal!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 54! !

!

Figura!42.!Cozinha!da!família!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

Os!audiotours!em!todos!os!principais!idiomas!são!uma!constante!em!Amsterdam,!tanto! nos!museus!quanto!nos!passeios!de!barco!pelos!canais,!prédios!públicos!e!bibliotecas.!

!

Figura!43.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 55! !

Os!ateliers!de!Rembrandt!não!apenas!foram!preservados!como!também!são!utilizados!em! demonstrações! das! técnicas! por! ele! utilizadas.! No! atelier! de! gravura,! a! prensa! é! uma! réplica!exata!e!existem!algumas!pequenas!adaptações!(o!equipamento!que!esquenta!a! placa!de!cobre!é!elétrico,!por!exemplo),!mas!nada!que!comprometa!a!experiência!de!ver! uma!gravura!“de!Rembrandt”!sendo!feita.!

A!gravurista!que!apresenta!e!explica!a!técnica!de!calcogravura!de!Rembrandt!habilmente! mantém!todos!–!principalmente!as!crianças!–!envolvidas!em!todo!o!processo.!

!

Figura!44.!Calcogravuras.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 56! !

!

Figura!45.!Réplica!exata!da!prensa!utilizada!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 57! !

!

Figura!46.!Demonstração!da!técnica!de!calcogravura!utilizada!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,! Amsterdam,!2018.!

!

Figura!47.!Demonstração!da!técnica!de!calcogravura!utilizada!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,! Amsterdam,!2018.! 58! !

!

Figura!48.!Mesa!de!trabalho!de!Rembrandt!para!calcogravura.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!49.!Equipamento!adaptado,!utilizado!para!aquecimento!das!placas!de!cobre!(calcogravura).!Museu! Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 59! !

!

Figura!50.!Mesa!de!trabalho!(parte!de!entintamento)!de!Rembrandt!para!calcogravura.!Museu!Rembrandt,! Amsterdam,!2018.!

!

Figura!51.!Mesa!de!trabalho!de!Rembrandt!para!calcogravura,!com!uma!matriz!à!vista.!Museu!Rembrandt,! Amsterdam,!2018.! 60! !

!

Figura!52.!Demonstração!da!técnica!de!calcogravura!(impressão)!utilizada!por!Rembrandt.!Museu! Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!53.!Demonstração!da!técnica!de!calcogravura!(impressão)!utilizada!por!Rembrandt.!Museu! Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 61! !

!

Figura!54.!Demonstração!da!técnica!de!calcogravura!(impressão)!utilizada!por!Rembrandt.!Museu! Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 62! !

!

Figura!55.!Demonstração!da!técnica!de!calcogravura!(impressão)!utilizada!por!Rembrandt.!Museu! Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

O! atelier! de! pintura! também! faz! demonstrações! utilizando! os! mesmos! materiais! e! pigmentos!que!Rembrandt!usava.! 63! !

!

Figura!56.!Pigmentos!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!57.!Materiais!de!pintura!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 64! !

!

Figura!58.!Materiais!de!pintura!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!59.!Materiais!de!pintura!utilizados!por!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 65! !

É!também!ensinada!a!técnica!de!entelamento!utilizada!por!Rembrandt!e!muitos!outros! artistas.!

!

Figura!60.!Entelamento!das!telas!de!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!61.!Atelier!de!pintura.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 66! !

Os!pincéis!de!Rembrandt!estão!petrificados,!mas!são!expostos!exatamente!onde!ele!os! deixava!para!pintar.!

!

Figura!62.!Pincéis!de!pintura.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!63.!Atelier!de!pintura.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 67! !

Rembrandt!possuía!em!sua!residência!uma!espécie!de!gabinete!de!curiosidades,!onde!ele! colecionava!os!mais!variados!objetos.!

!

Figura!64.!Gabinete!de!curiosidades.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!65.!Gabinete!de!curiosidades.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 68! !

!

Figura!66.!Gabinete!de!curiosidades.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

Está! preservado,! ainda,! o! espaço! onde! Rembrandt! lecionava,! com! pequenos! cubículos! individuais!para!cada!aluno.!

!

Figura!67.!Espaço!reservado!aos!alunos!de!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 69! !

!

Figura!68.!Espaço!reservado!aos!alunos!de!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!69.!Espaço!reservado!aos!alunos!de!Rembrandt.!Museu!Rembrandt,!Amsterdam,!2018.! 70! !

De!todos!os!museus!visitados,!o!Rembrandt!é,!sem!dúvida!alguma,!o!mais!voltado!para!o! artista.! A! sua! principal! preocupação! é! em! manter! as! técnicas! e! o! modo! de! pensar! de! Rembrandt!vivos.!É!um!museu!dinâmico,!didático!e!vivo.!

Moco (Modern Conteporary), Amsterdam

O!Moco!(Modern!Contemporary)!é!um!museu!de!arte!contemporânea,!pequeno!e!com!uma! arquitetura!museal!bastante!confusa!e!mal!sinalizada.!

!

Figura!70.!Entrada!do!museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.! 71! !

!

Figura!71.!Frente!do!museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.!

A! expologia! e! a! expografia! do! Moco! deixam! bastante! a! desejar! nos! quesitos! clareza,! objetividade,!coerência,!visibilidade!e!organização.!Não!é!incomum!visitantes!procurarem! informações!sobre!as!obras!que!estão!vendo!em!seus!celulares.!

!

Figura!72.!Vista!do!museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.! 72! !

!

!

Figura!73.!Obra!de!Banksy,!exposta!no!museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.! 73! !

!

Figura!74.!Exposição!de!Roy!Lichtenstein!(1923-1997),!museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!75.!Instalação!tridimensional!baseada!na!pintura!de!Roy!Lichtenstein!(1923-1997),!"Bedroom!at! Arles",!de!1992,!d'après!O quarto em Arles!(1888-89)!de!van!Gogh.!Museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.! 74! !

!

Figura!76.!Instalação!tridimensional!baseada!na!pintura!de!Roy!Lichtenstein!(1923-1997),!"Bedroom!at! Arles",!de!1992,!d'après!O quarto em Arles!(1888-89)!de!van!Gogh.!Museu!MOCO,!Amsterdam,!2018.!

British Museum, Londres

O! British! Museum! é! o! grande! museu! etnográfico! por! excelência.! Muitos! dos! espaços! remetem!a!gabinetes!de!curiosidade.!

!

Figura!77.!Vista!do!British!Museum,!Londres,!2018.! 75! !

!

Figura!78.!Autorretrato!defronte!à!Pedra!de!Roseta!

!

Figura!79. O pensador,!de!Auguste!Rodin!(1840-1917).!British!Museum,!Londres,!2018.! 76! !

!

Figura!80.!Vista!do!British!Museum,!Londres,!2018.!

!

Figura!81.!Vista!do!British!Museum,!Londres,!2018.! 77! !

!

Figura!82.!Vista!do!British!Museum,!Londres,!2018.!

!

Figura!83.!Moai!(Ilha!de!Páscoa).!British!Museum,!Londres,!2018.! 78! !

National, National Portrait e Courtauld Galleries, Londres

As! galerias! (National,! National! Portrait! e! Courtauld)! assemelham-se! em! termos! de! arquitetura!museal,!expologia,!expografia!e!comunicação,!mesmo!sendo!de!proporções! bem!distintas.!

!

Figura!84.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.! 79! !

!

Figura!85.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.!

!

Figura!86.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.! 80! !

!

Figura!87.!Van!Gogh.!National!Gallery,!Londres,!2018.!

!

Figura!88.!Van!Gogh.!National!Gallery,!Londres,!2018.! 81! !

!

Figura!89.!Van!Gogh.!National!Gallery,!Londres,!2018.!

!

Figura!90.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.!

A!National!Gallery!e!a!National!Portrait!Gallery!(anexas)!possuem!expologia!e!expografia! tradicionais.!São,!ambas,!lineares!e!cronológicas.!Existem,!entretanto,!iniciativas!de!visitas! guiadas!para!crianças!e!escolas!que!diferem!bastante!as!experiências!que!conhecemos.! 82! !

Aproximando-se! mais! de! contadores! de! histórias,! os! guias! usam! música,! tocam! instrumentos,!levam!fantasias!e!objetos!lúdicos.!

!

Figura!91.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.! 83! !

As! galerias! também! estimulam! o! estudo! das! Artes! Visuais! e! possibilitam! artistas! e! estudantes!a!praticarem!desenho!dentro!de!suas!instalações.!

!

Figura!92.!Estudante!de!Artes,!praticando.!National!Gallery,!Londres,!2018.!

!

Figura!93.!Vista!da!National!Gallery,!Londres,!2018.! 84! !

!

Figura!94.!Vista!da!National!Portrait!Gallery,!Londres,!2018.!

!

Figura!95.!Vista!da!National!Portrait!Gallery,!Londres,!2018.! 85! !

!

Figura!96.!Vista!da!National!Portrait!Gallery,!Londres,!2018.!

!

Figura!97.!Vista!da!Courtauld!Gallery,!Londres,!2018.! 86! !

!

Figura!98.!Van!Gogh.!Courtauld!Gallery,!Londres,!2018.! 87! !

Tate Modern, Londres

A!Tate!Modern,!em!termos!de!expologia,!é!o!espaço!que!mais!se!distancia!de!um!museu! tradicional,!mas!ainda!assim!é!organizada!em!espaços!cubo!branco.!

!

Figura!99.!Vista!da!Tate!Modern,!Londres,!2018.! 88! !

!

Figura!100.!Formas únicas de continuidade no espaço!(1913),!escultura!de!Umberto!Boccioni!(1882-1916).! Tate!Modern,!Londres,!2018.! 89! !

!

Figura!101.!Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-Cola!(1970).!Cildo!Meireles!(1948).!Tate! Modern,!Londres,!2018.!

! 90! !

!

Figura!102.!A fonte!(1917).!Marcel!Duchamp!(1887-1968).!Tate!Modern,!Londres,!2018.!

!

Figura!103.!Autorretrato!defronte!a!obra!de!Duchamp.!Tate!Modern,!Londres,!2018.! 91! !

!

Figura!104.!Tropicália,!Penetráveis!PN!2!"Pureza!é!um!mito"!e!PN!3!"Imagético"!(1966-67).!Hélio!Oiticica! (1937-1980).!Tate!Modern,!Londres,!2018.!

!

Figura!105.!Tropicália,!Penetráveis!PN!2!"Pureza!é!um!mito"!e!PN!3!"Imagético"!(1966-67).!Hélio!Oiticica! (1937-1980).!Tate!Modern,!Londres,!2018.! 92! !

!

Figura!106.!Tropicália,!Penetráveis!PN!2!"Pureza!é!um!mito"!e!PN!3!"Imagético"!(1966-67).!Hélio!Oiticica! (1937-1980).!Tate!Modern,!Londres,!2018.!

Na! Tate! Modern! encontrei! uma! iniciativa! que,! de! uma! certa! forma,! se! assemelha! à! proposta! curatorial/expológica! aqui! desenvolvida.! Trata-se! de! um! enorme! painel! interativo!da!Bloomberg.! 93! !

!

Figura!107.!Painel!da!Bloomberg.!Tate!Modern,!Londres,!2018.!

Os! visitantes,! entretanto,! não! podem! optar! por! outra! organização! ou! recorte.! A! única! possibilidade!de!navegação!e!organização!é!a!linha!do!tempo!oferecida.! 94! !

!

Figura!108.!Painel!da!Bloomberg.!Tate!Modern,!Londres,!2018.!

É!da!natureza!museológica,!de!uma!forma!geral,!preocupar-se!mais!com!o!objeto!do!que! com!suas!relações:!

No! museu! nos! defrontamos! com! objetos enquanto objetos,! em! suas! múltiplas! significações! e! funções! –! ao! contrário,! por! exemplo,! do! que! ocorre! num! supermercado,! em! que! os! objetos! são! definidos! essencialmente!(embora!não!exclusivamente),!por!seu!valor!de!uso.!No! museu,!objetos!de!nosso!cotidiano!(mas!fora!desse!contexto!e,!portanto,! capazes!de!atrair!a!observação)!ou!estranhos!à!vida!corrente!(capazes,! por!isso,!de!incorporar!à!minha!as!experiências!alheias)!assumem!valores! cognitivos,! estéticos,! afetivos,! sígnicos.! Doutra! parte,! é! função! documental!do!museu!(por!via!de!um!acervo,!completado!por!bancos!de! dados)! que! garante! não! só! a! democratização! da! experiência! e! do! 95! !

conhecimento!humanos!e!da!fruição!diferencial!de!bens,!como,!ainda,!a! possibilidade! de! fazer! com! que! a! mudança-atributo! capital! de! toda! realidade!humana-deixe!de!ser!um!salto!do!escuro!para!o!vazio!e!passe!a! ser!inteligível.!(MENESES,!2013,!p.!19)!

National History, Londres

A!expografia!do!National!History!não!tem!os!mesmos!objetivos!que!os!de!uma!instituição! de!artes.!Devido!ao!seu!propósito!científico!e!não!artístico,!é!um!museu!onde!a!maior! preocupação!é!a!interação!e!a!didática.!!

!

Figura!109.!Vista!do!National!History,!Londres,!2018.! 96! !

!

Figura!110.!Vista!do!National!History,!Londres,!2018.!

!

Figura!111.!Vista!do!National!History,!Londres,!2018.! 97! !

!

Figura!112.!Detalhe!de!exposição!do!National!History,!Londres,!2018.!

Museu da Prostituição, Amsterdam

O!Museu!da!Prostituição,!no!Distrito!da!Luz!Vermelha,!em!Amsterdam,!é!pitoresco!não!por! sua!temática,!mas!por!sua!expologia:!é!uma!história!contada!de!uma!pessoa,!com!objetos! e! espaços! (quartos,! dungeons17! etc.).! O! fato! de! ser! a! história! de! uma! determinada! prostituta,!relativamente!anônima,!coloca!o!museu!em!um!meio-termo!entre!um!cubo! branco!e!um!livro.!

! 17!Locais!de!prática!de!Bondage,!Dominação,!Submissão!e!Masoquismo!(BDSM),!bem!como!de!outros!fetiches!sexuais.! 98! !

!

Figura!113.!Vista!do!museu!da!Prostituição,!Amsterdam,!2018.!

!

Figura!114.!Vista!do!museu!da!Prostituição,!Amsterdam,!2018.! 99! !

!

Figura!115.!Vista!do!museu!da!Prostituição,!Amsterdam,!2018.!

V&A (Victoria and Albert), Londres

O!Victoria!and!Albert!(V&A)!é,!assim!como!o!British!Museum,!um!enorme!gabinete!de! curiosidades.!Seus!espaços!são!com!frequência!anexos!uns!aos!outros!e!o!mapa!não!é! facilmente! compreendido,! mesmo! com! o! guia! impresso! em! mãos.! Não! é! incomum! “se! perder”!dentro!do!museu.!Os!espaços!são!temáticos,!por!cultura.!Alguns!trazem!destaque! para!os!materiais!utilizados!(vidro,!metal,!etc.).! 100! !

!

Figura!116.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!

!

Figura!117.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.! 101! !

!

Figura!118.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!

!

Figura!119.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.! 102! !

Existem!poucas!interfaces!interativas.!Abaixo,!um!totem!onde!podemos!criar!uma!textura! têxtil.!

!

Figura!120.!Totem!interativo.!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!

!

Figura!121.!Totem!interativo.!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.! 103! !

!

Figura!122.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!

!

Figura!123.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.! 104! !

!

Figura!124.!Vista!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!

O!V&A!deixa!à!mostra!grande!parte!de!seu!trabalho!de!restauro,!em!um!espaço!cercado! por!vidros.!

!

Figura!125.!Texto!explicativo!sobre!a!área!de!restauro!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.! 105! !

!

Figura!126.!Área!de!restauro!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.!

!

Figura!127.!Área!de!restauro!do!Museu!Victoria!and!Albert,!Londres,!2018.! 106! !

Masp, São Paulo

Chegamos,! por! fim,! ao! Brasil.! Mais! especificamente,! São! Paulo,! Masp.! Os! cavaletes! de! cristal! da! Lina! Bo! Bardi! criam! uma! visão! única! do! acervo.! Desconhecendo! alguma! proposta!similar!e,!por!ser!essa!a!que!mais!se!aproxima!da!visualização!dos!grafos!aqui! proposta,!foi!a!expologia!escolhida!para!diálogo.!

!

Figura!128.!Vista!do!MASP,!São!Paulo,!2018.! 107! !

!

Figura!129.!Cavaletes!de!cristal!da!Lina!Bo!Bardi.!MASP,!São!Paulo,!2018.!

!

Figura!130.!Autorretrato!defronte!Van!Gogh.!MASP,!São!Paulo,!2018.! 108! !

!

Figura!131.!Verso!dos!cavaletes!de!cristal!da!Lina!Bo!Bardi,!onde!são!colocados!os!textos!expográficos!das! obras.!MASP,!São!Paulo,!2018.! 109! !

!

Figura!132.!Verso!dos!cavaletes!de!cristal!da!Lina!Bo!Bardi,!onde!são!colocados!os!textos!expográficos!das! obras.!MASP,!São!Paulo,!2018.! 110! !

!

Figura!133.!Cavaletes!de!cristal!da!Lina!Bo!Bardi.!MASP,!São!Paulo,!2018.!

Bo!Bardi!cria!um!efeito caleidoscópico!(RIZOLLI,!201518)!com!sua!expologia.!É!esse!efeito! caleidoscópico!que!busco!em!meus!grafos.!

Na!expologia!de!Bo!Bardi!há!produção!de!sentido,!a!partir!da!exibição!dos!objetos!como! vetores:!

A!característica!basilar!e!de!cujas!implicações!pouco!nos!damos!conta!é!o! caráter!da!exposição!como!convenção!visual,!organização!de!objetos!para! produção!de!sentido.!A!exibição!de!peças!museológicas!como!vetor!de! sentido! não! se! confunde!com! outras! operações! semelhantes! (per! [sic]! exemplo,! a! ostensão! ritual! de! objetos,! que! não! depende! de! seu! valor! "documental",! referência! externa,! mas! de! seu! valor! imanente).! (MENESES,!2013,!p.!31)!

Produzir!sentido!a!partir!da!visualização!interativa!e!organizacional!de!obras!de!arte!é! uma!das!forças!motrizes!desse!trabalho.!

! 18!(...)!Since!the!first!point!of!view!of!the!visitor!could!visualized!the!art!displayed!in!alternate!succession!plans.!As!well:!transparent! layers!of!visual!information!in!whose!historical!trajectory!generated!continuous!contamination!among!the!most!diverse!images,! authors,!styles!and!periods.! The!kaleidoscopic effect!triggered!by!the!simultaneity!left!clear!and!evident!both!curatorial!design!as!museographic!there!on!the! agenda:!the!artistic!phenomenon!will!always!be!a!dynamic!organism!and!as!such!should!be!presented!to!the!public.!(RIZOLLI,!2015,! pp.!17-18,!grifo!nosso)! 111! !

5. VAN GOGH

Le!moulin!n'y!est!plus,!mais!le!vent!y!est!encore.19!!

Van!Gogh,!1884,!carta!461.!

Como!já!relatado!anteriormente,!escolhi!para!o!estudo!de!caso!e!captação!de!dados!para! a! criação! das! obras! em! grafos,! o! artista! Vincent! van! Gogh.! Foram! duas! as! fontes! de! informação:!verbal!(suas!cartas!para!o!irmão!Theo)!e!imagética!(suas!obras).!

Entretanto,!o!questionamento!da!escolha!de!van!Gogh,!novamente,!já!tão!exaustivamente! analisado,!interpretado!e!visto,!se!coloca.!

Analisar,!interpretar,!reanalisar,!reinterpretar!uma!obra!de!arte!é!trazê-la!ao!presente,!é! dar!a!ela!vida!novamente.!E,!como!ser!vivo,!que!respira!e!interage,!tem!algo!a!dizer.!Italo! Calvino!diz!que!um!clássico!é!aquele!que!ainda!não!acabou!de!dizer!o!que!tem!para!dizer.! É,!portanto,!um!ser!que!fala,!um!ser!vivo.!Lethé,!o!rio!do!esquecimento!que!passa!pelo! Hades,! é! o! rio! da! morte.! Os! gregos! consideravam! que! o! pior! que! poderia! acontecer! a! alguém!é!ser!esquecido.!O!não-esquecimento!é,!portanto,!e!por!oposição,!um!elogio.!Uma! nova!análise!de!uma!obra!de!arte!pode!revelar!aspectos!ainda!não!vistos,!mesmo!que!a! obra!em!questão!tenha!se!tornado!um!bem!de!consumo.!!

A!interpretação!não!se!esgota!jamais,!pois!nela!existe!também!o!Eu!de!quem!interpreta.! Considerando!que!esse!Eu!é!sempre!mutável,!ao!fazer!isso!com!uma!obra!de!arte,!teremos! necessariamente!um!novo!olhar,!uma!nova!interpretação!e,!portanto,!uma!nova!vida.!Essa! é!uma!questão!central!no!presente!trabalho.!A!interpretação!possui!em!si!própria!tanto! aquilo!que!é!interpretado!quanto!aquele!que!interpreta.!

Nesse! momento,! a! semiótica! faz-se! necessária.! Pela! linha! da! semiótica! peirceana,! a! semiose!é!o!movimento!em!que!um!signo!se!transforma!em!outro!(seu!interpretante).! Nessa!linha,!no!entanto,!não!há!a!delimitação!entre!o!Eu!e!o!Outro,!que!nos!interessa!aqui.! Portanto,!prefiro!falar!em!enunciador!e!enunciatário.!

Todo! enunciado! tem! como! pressuposto! necessário! um! sujeito da enunciação! (um! “alguém! que! diz”).! Esse! sujeito! da! enunciação! se! desdobra!em!um!enunciador!(quem!fala)!e!um!enunciatário!(para!quem! se!fala).!!

! 19!O moinho não está mais lá, mas o vento ainda sim,!tradução!nossa.! 112! !

(...)!

No!que!diz!respeito!ao!enunciado!propriamente!dito,!a!semiótica!propõe! uma!divisão!da!análise!em!diferentes!graus!de!abstração,!o!que!estabelece! três! níveis! de! análise! que! compõem! o! percurso gerativo do sentido.! (GOMES;!MANCINI,!2016,!pp.!1-2)!

Além!da!nossa!fruição!que,!por!sua!vez,!também!possui!o!Eu,!o!Outro!e!o!interpretado,! existem!ainda!os!sujeitos/atores!da!criação!do!interpretado.!Com!relação!aos!níveis!de! análise!do!“percurso!gerativo!do!sentido”,!essa!pesquisa!também!chama!a!atenção!para!o! nível!discursivo,!!

mais!superficial!e!de!maior!concretude,!onde!se!situam!as!estratégias!de! projeção!do!sujeito!da!enunciação,!mais!especificamente!no!que!tange!à! projeção! das! categorias! dêiticas! de! pessoa,! espaço! e! tempo! (sintaxe! discursiva).!Neste!mesmo!nível,!devem!ser!enquadradas!as!relações!entre! temas! e! figuras! (semântica! discursiva)! determinadas! pela! mesma! enunciação.!(Idem,!ibid.)!

Essa!pesquisa!é,!portanto,!e!também,!metadiscursiva.!

5.1. Grafos

Considerando!que!

A! racionalidade! lógica! funda-se! em! mecanismos! próximos! da! racionalidade! científica,! de! caráter! explicativo,! inteligível,! distinguível,! definível!e!passível!de!esquematização.!Todas!as!manifestações!artísticas! possuem! caráter! lógico! que,! embora! não! exclusivo,! se! constitui! em! evidentes! formas! de! arranjamento! e! ordenação! consciente! e! racional.! (ZAMBONI,!2012,!p.!9)!

As!cartas!de!van!Gogh!para!o!irmão!Theo!foram!analisadas!na!íntegra.!Primeiramente,! usando!os!recursos!de!substituição!do!processador!de!texto,!retirei!do!texto!integral!as! locuções.! Depois,! manualmente,! substituí! as! variações! pela! palavra! no! singular! (ex:! vermelhos,! vermelha,! vermelhas,! avermelhado,! avermelhados,! avermelhada! e! avermelhadas! transformaram-se! em! apenas! vermelho).! E! assim,! sucessivamente,! fui! limpando! as! cartas! de! forma! a! extrair! delas! as! principais! palavras,! conforme! tabela! a! seguir.!

Palavra! Quantidade!(ocorrência)! Água! 43! Alma! 48! Amar! 259! 113! !

Amarelo! 200! Amor! 40! Arles! 69! Arte! 218! Artista! 98! Azul! 184! Belo! 86! Branco! 167! Café! 36! Camponês! 34! Casa! 137! Céu! 104! Cinza! 123! Cor!/!colorido! 354! Corot! 28! Cromo! 21! Delacroix! 89! Desejo!/!desejar! 72! Desenhar! 47! Desenho! 156! Difícil! 42! Dificuldade! 40! Dinheiro! 65! Doença! 27! Doente! 37! Esboço! 61! Esperança! 31! Espírito! 34! Estrela!/!estrelada! 27! Estudo! 79! Família! 24! Feliz! 30! Figura! 161! Flor! 77! Folha! 50! França! 18! Francos! 59! Fundo! 121! Gauguin! 175! Girassol! 24! Gravura! 29! Holanda! 28! Homem! 113! Imaginar! 17! Imagino! 15! 114! !

Impressionista! 59! Infeliz! 17! Irmão! 51! Jardim! 62! Laranja! 75! Louco! 31! Loucura! 23! Luz! 63! Mãe! 22! Manet! 28! Marrom! 3! Millet! 81! Miséria! 25! Moinho! 14! Mulher! 89! Natureza! 116! Pai! 35! Palavra! 64! Paris! 149! Pensar! 53! Penso! 44! Pessoa! 123! Pintar! 100! Pintor!! 166! Pintura! 143! Preto! 123! Quadro! 319! Quarto! 34! Questão! 47! Razão! 59! Rembrandt! 66! Respeito! 83! Retrato! 148! Rosa! 72! Sentido! 25! Sentimento! 37! Simples! 68! Tela! 187! Tempo! 241! Terra! 68! Tom!/!Tons! 120! Trabalhar! 107! Triste! 39! Verdade! 189! Verde! 201! 115! !

Vermelho! 146! Viagem! 22! Violeta! 67! Vontade! 37!

Tabela!1.!As!principais!palavras!contidas!nas!cartas!de!Vincent!van!Gogh!ao!irmão!Theo.!

A!minha!primeira!análise!da!obra!de!van!Gogh!foi!quantitativa.!!

As!imagens! digitais!da!obra!de! Vincent! van!Gogh20! foram!analisadas!de! acordo!com!a! quantidade!de!CMYK21!em!cada!uma.!É!interessante!observar!que!o!percentual!de!cada! pigmento!(Ciano,!Magenta,!Amarelo!e!Preto)!é!em!relação!à!imagem!como!um!todo!e!não! em!relação!a!outro!pigmento.!Por!esse!motivo,!a!soma!dos!percentis!não!será!100,!já!que! muitas!vezes!é!necessária!a!sobreposição!de!pigmentos!para!conseguir!a!cor!(exemplo:! verde!é!a!soma!de!ciano!e!amarelo).!

As!tabelas!com!os!dados!compilados!encontram-se!nos!Anexos!(I!a!VII).!

A!parte!que!mais!me!interessa!dos!grafos!é!sua!força!plástica!que!acontece!através!de!uma! certa! abstração! da! informação! pictórica! ou! textual! original.! É! a! criação! de! uma! nova! visualidade!que!não!impõe!o!fac-símile!ou!uma!leitura!mais!óbvia!daquilo!que!a!constrói! (as!obras!de!van!Gogh,!nesse!caso).!Ou!seja,!é!uma!proposta!de!uma!visualidade!que!traz! em!si!a!força!da!“cultura”!e!da!“arte”,!que!traz!em!si!a!História!da!cultura,!mas!que!permite! a!existência!de!uma!nova!poética!e,!portanto,!do!Outro.!

Os! detentores! da! cultura! e! da! arte! acreditam! estar! de! posse! de! um! tesouro,!e,!quando!condescendentes,!querem!partilhá-lo!com!o!"resto"!da! sociedade.!Seria!estranho!se!fosse!diferente.!Mais!que!isso,!seria!contrário! ao!que!é!humano.!Como!conseqüência,!vivemos!um!tempo!em!que!um! punhado!de!gente!quer!que!os!outros!sejam!felizes,!quase!à!força,!através! da!cultura!e!da!arte.!(COELHO,!2001,!p.!53)!

A!partir!da!catalogação,!a!metodologia!da!minha!dissertação!de!mestrado!foi!aproveitada! e!o!software!escolhido,!após!extensa!experimentação,!foi!o!Gephi,!por!causa!da!visualidade! de!seus!grafos!e!amplitude!de!aplicações.!

!

! 20!A!digitalização!é!considerada!confiável!por!ter!sido!utilizada!a!feita!pelo!Museu!Van!Gogh.! 21!A!rotina!em!R!que!realiza!a!extração!de!dados!de!imagens!digitalizadas!de!forma!semiautomatizada!(em!lotes)!é!de!autoria!do!prof.! Me.!Luciano!Sampaio!(UNIR).!Lattes:!http://lattes.cnpq.br/7512231252074320! 116! !

Além!do!Gephi,!foram!testados!e!experimentados!os!seguintes!softwares:!

· D3:!Data-Driven!Documents22! · GraphThing23! · Graphviz24! · Neo4j25! · Sci2!Tool:!A!Tool!for!Science!of!Science!Research!and!Practice26! · Tableau!Public27! · Raw28!

!

Figura!134.!Tela!de!trabalho!do!software!open!source!Gephi!(área!de!trabalho).!

!

! 22!O!software!open source!D3!pode!ser!encontrado!em:!.!Acesso!em!12!JUN!2018.! 23!O!software!open source!GraphThing!pode!ser!encontrado!em:!.!Acesso!em!12!JUN!2018.!! 24!O!software!gratuito!Graphviz!pode!ser!encontrado!em:!.!Acesso!em!12!JUN!2018.!! 25!O!software!gratuito!Neo4j!pode!ser!encontrado!em:!.!Acesso!em!12!JUN!2018.!A!versão!utilizada!foi!a! Community!Edition.! 26!O software open source!Sci2!pode!ser!encontrado!em:!.!Acesso!em!12!JUN!2018.!! 27!O!software!comercial!Tableau!pode!ser!encontrado!em:!.!Acesso!em!02!set.!2016.!A!versão!utilizada!foi! a!de!avaliação.! 28!O!aplicativo!gratuito!Raw!pode!ser!encontrado!em!.!Acesso!em:!12!JUN!2018.! 117! !

!

Figura!135.!Tela!de!trabalho!do!software!open!source!Gephi!(tabulação!de!dados).!

Cada!informação!no!campo!visual!é!selecionada!e!escolhida!de!forma!individual.!É!possível! mostrar!a!legenda!em!um!nó!e!não!em!outro.!Ou!determinar!que!um!nó!específico!seja!de! uma!cor!ou!tamanho!ou!forma!diferente!dos!demais.!

Há,!nessas!escolhas,!um!objetivo!claro,!como!diz!Chklóvski29:!

O!objetivo!da!imagem!não!é!tornar!mais!próxima!de!nossa!compreensão! a!significação!que!ela!traz,!mas!criar!uma!percepção!particular!do!objeto,! criar!uma!visão!e!não!o!seu!reconhecimento.!(CHKLÓVSKI,!1973,!p.!50)!

Apesar!da!imagem!ser!gerada!por!um!algoritmo,!não!é!uma!imagem!automatizada,!posto! que!cada!característica!é!determinada!individualmente.!Ou!seja,!mesmo!a!imagem!sendo! digital,! o! computador! é! apenas! uma! ferramenta! e! a! criação! continua! sendo! humana! e! pertencendo!à!Cultura.!Entretanto,!as!“dimensões”!(MANOVICH30,!2000,!argumentação! recorrente)!são!do!universo!tecnológico!e!não!do!cultural.!Sendo,!portanto,!uma!imagem! que!habita!em!dois!planos.!É,!portanto,!heterotópica31.!

A!estrutura!de!uma!imagem!de!computador!é!um!exemplo.!No!nível!de! representação,! pertence! ao! lado! da! cultura! humana,! entrando! automaticamente!em!diálogo!com!outras!imagens,!outros!semas!culturais! ! 29!Viktor!Borisovich!Chklóvski!(1893-1984)!foi!um!crítico!literário,!escritor!e!cenógrafo!russo!e!soviético.! 30!Lev!Manovich!(1960)!é!crítico!de!cinema!e!pesquisador!na!área!de!novas!mídias,!mídias!digitais,!design!e!estudos!do!software.! 31!Heterotopia!é!uma!termo!cunhado!por!Michel!Foucault!que!descreve!espaços!com!múltiplas!camadas!de!significação.!O!espelho,! por!exemplo,!é!uma!heterotopia!de!ilusão,!por!unir!no!mesmo!plano!a!realidade!(material)!do!espelho!e!a!não-realidade!(reflexo)!da! imagem.! 118! !

e!mitemas.!Mas,!em!outro!nível,!é!um!arquivo!de!computador!que!consiste! em! um! cabeçalho! legível! por! máquina,! seguido! de! números! representando!valores!RGB!de!seus!pixels.!Nesse!nível,!ele!entra!em!uma! caixa!de!diálogo!com!outros!arquivos!de!computador.!As!dimensões!desta! caixa! de! diálogo! não! são! o! conteúdo! da! imagem,! significados! ou! qualidades!formais,!mas!sim!tamanho!do!arquivo,!tipo!de!arquivo,!tipo!de! compressão! usada,! formato! de! arquivo! e! assim! por! diante.! Em! suma,! essas!dimensões!são!aquelas!da! própria!cosmogonia!do!computador!e! não!da!cultura!humana.!(MANOVICH,!2000,!p.!46,!tradução!nossa)32!

Os! grafos! são! importantes! para! a! compreensão! do! grau,! intensidade! e! ocorrência! da! mistura!de!linguagens!e!suas!inter-relações.!

Há!uma!escolha!na!visualização,!que!inclui!não!apenas!os!nós!que!serão!considerados,!mas! também! a! sua! densidade,! formato,! aparência,! tamanho,! coloração,! disposição.! Escolhi! também!a!relação!entre!cada!elemento!e!sua!diagramação!final.!Além!disso,!nomeação,! indexação!e!legenda!são!escolhidas!ponto!a!ponto.!!

As! informações! são! organizadas! em! clusters (grandes! grupos).! Nessa! tese! de! doutoramento!foram!privilegiados!os!clusters!“local!de!realização”!e!“cor!dominante”.!

Essa!catalogação!gerou!a!visualidade!apresentada!no!capítulo!Portfólio: Grafos!e!pode!ser! acedida!de!forma!interativa!no!endereço!.!

!

5.2. Análise qualitativa

Os!dados!que!permitem!gerar!os!grafos!são!parte!indissociável!e!fundamental!para!a!sua! visualização.!Entretanto,!as!escolhas!feitas!determinam!não!apenas!a!sua!aparência!em! termos!de!cromatismo,!composição,!forma,!tipologia,!relações!(vetores),!mas!também!em! termos!de!itens,!características,!pontos,!elementos,!unidades!e!critérios!mostrados.!Com! isso,!há!uma!escolha!–!absolutamente!consciente,!individual!e!única!–!para!cada!elemento! de!dado!e!visual.!E!a!poética!envolvida!nessa!escolha!inclui!o!processo!artístico-curatorial! de!apresentar!uma!nova!visualidade!e!subjetividade.!

! 32!The!structure!of!a!computer!image!is!a!case!in!point.!On!the!level!of!representation,!it!belongs!to!the!side!of!human!culture,! automatically!entering!in!dialog!with!other!images,!other!cultural!“semes”!and!“mythemes.”!But!on!another!level,!it!is!a!computer!file! which!consist!from!a!machine-readable!header,!followed!by!numbers!representing!RGB!values!of!its!pixels.!On!this!level!it!enters!into! a!dialog!with!other!computer!files.!The!dimensions!of!this!dialog!are!not!the!image’s!content,!meanings!or!formal!qualities,!but!rather! file!size,!file!type,!type!of!compression!used,!file!format!and!so!on.!In!short,!these!dimensions!are!that!of!computer’s!own!cosmogony! rather!than!of!human!culture.!(MANOVICH,!2000,!p.!46)! 119! !

A!obra!de!arte!não!detém!o!olhar:!é!o!processo!fascinador,!para-hipnótico,! do!olhar!estético!que!cristaliza!em!torno!dela!os!diferentes!componentes! da! subjetividade! e! os! redistribui! para! novos! pontos! de! fuga.! (BOURRIAUD,!2009,!p.!140)!

Ou,!como!diz!Cauquelin,!

O!termo![arte!contemporânea]!designa!justamente!o!heterogêneo,!ou!a! desordem! de! uma! situação! na! qual! se! conjugam! a! preocupação! de! se! manter!ligado!à!tradição!histórica!da!arte,!retomando!formas!artísticas! experimentadas,! e! a! de! estar! presente! na! transmissão! pelas! redes,! desprezando! um! conteúdo! formal! determinado.! É,! pois,! uma fórmula mista, que concede aos produtores de obras a vantajosa posição de portadores de uma nova mensagem!e!desloca!ou!inquieta!os!críticos!e! historiadores! de! arte,! que! não! sabem! captá-la! nem! a! quem! aplicá-la.! (CAUQUELIN,!2005,!p.!129,!grifo!nosso)!

Ou,!ainda,!no!que!diz!respeito!à!apresentação!do!grafo!como!arte!e!como!curadoria,!é! possível!afirmar!tratar-se!de!um!novo!“sistema”!criativo,!conforme!Csikszentmihalyi,!

O!que!chamamos!de!criatividade!sempre!envolve!uma!mudança!em!um! sistema! simbólico,! uma! mudança! que,! por! sua! vez,! afetará! os! pensamentos!e!sentimentos!dos!membros!da!cultura.!Uma!mudança!que! não! afeta! a! maneira! como! pensamos,! sentimos! ou! agimos! não! será! criativa.!Assim,!a!criatividade!pressupõe!uma!comunidade!de!pessoas!que! compartilham!modos!de!pensar!e!agir,!que!aprendem!uns!com!os!outros! e!imitam!as!ações!uns!dos!outros.!É!útil!pensar!sobre!a!criatividade!como! envolvendo! uma! mudança! nos! memes! -! as! unidades! de! imitação! que! Dawkins! (1976)! sugeriram! eram! os! blocos! de! construção! da! cultura.! Memes! são! semelhantes! aos! genes! na! medida! em! que! eles! carregam! instruções!de!ação.!As!notas!de!uma!música!nos!dizem!o!que!cantam.!A! receita!para!um!bolo!nos!diz!quais!os!ingredientes!a!serem!misturados!e! quanto!tempo!para!cozinhá-lo.!Mas!enquanto!as!instruções!genéticas!são! transmitidas! nos! códigos! químicos! que! herdamos! em! nossos! cromossomos,!as!instruções!contidas!em!memes!são!transmitidas!através! da!aprendizagem.!Em!geral,!aprendemos!memes!e!os!reproduzimos!sem! mudanças.!Quando!uma!nova!música!ou!uma!nova!receita!é!inventada,! então!temos!criatividade.!(CSIKSZENTMIHALYI,!1989,!p.!316,!tradução! nossa)33!

! 33!What!we!call!creativity!always!involves!a!change!in!a!symbolic!system,!a!change!that!in!turn!will!affect!the!thoughts!and!feelings!of! the!members!of!the!culture.!A!change!that!does!not!affect!the!way!we!think,!feel,!or!act!will!not!be!creative.!Thus,!creativity! presupposes!a!comunity!of!people!who!share!ways!of!thinking!and!acting,!who!learn!from!each!other!and!imitate!each!other's! actions.!It!is!useful!to!think!about!creativity!as!involving!a!change!in!memes!-!the!units!of!imitaion!that!Dawkins!(1976)!suggested! were!the!building!blocks!of!culture.!Memes!are!similar!to!genes!in!that!they!carry!instructions!for!action.!The!notes!of!a!song!tell!us! what!to!sing;!the!recipe!for!a!cake!tells!us!what!ingredients!to!mix!and!how!long!to!bake!it.!But!whereas!genetic!instructions!are! transmitted!in!the!chemical!codes!that!we!inherit!on!our!chromosomes,!the!instructions!contained!in!memes!are!transmitted! through!learning.!By!and!large!we!learn!memes!and!reproduce!them!without!change;!when!a!new!song!or!a!new!recipe!is!invented,! then!we!have!creativity.!(CSIKSZENTMIHALYI,!1989,!p.!316)! 120! !

Ou!seja,!não!existe!nenhum!processo!automatizado,!o!que!existe!aqui!é!a!utilização!de! ingredientes! conhecidos! em! uma! nova! receita,! fazendo! com! que! o! grafo! seja! a! forma! criativa!escolhida!pela!artista/autora!de!expressar-se.!!

É! importante! ressaltar! que! não! há,! aqui,! qualquer! intenção! de! sobrepor! uma! interpretação!específica!a!outra,!ou!uma!fruição!a!outra,!ou!mesmo!afirmar!que!há!uma! atribuição!única!de!sentido.!O!grafo!não!se!propõe!a!substituir! qualquer!outro!tipo!de! fruição!ou!relação!com!as!obras.!O!grafo!se!propõe!a!ser!uma!fruição!alternativa!com!as! obras.!Obviamente,!van!Gogh!não!imaginou!suas!obras!sendo!pensadas!em!grafos,!mas!

Não!faz!diferença!se!a!resposta!convencionalmente!aceita!de!um!texto!foi! explicita,!ambivalente!ou!indeterminada!pelo!próprio!autor;!ou!se!é!uma! interpretação!do!trabalho!que!surgiu!pela!primeira!vez!em!sua!recepção.! A! questão! implícita! na! resposta! apresentada! pela! obra! de! arte! -! uma! questão! que,! segundo! Barthes,! cada! presente! deve! responder! à! sua! maneira! -! é! agora! colocada! dentro! de! um! horizonte! mudado! de! experiência! estética,! e! por! isso! não! é! mais! perguntado! como! era.! originalmente!pelo!texto!passado,!mas!é!o!resultado!de!uma!interação! entre! presente! e! passado.! A! questão,! que! permite! que! a! obra! de! arte! anterior! nos! afete! ainda! ou! de! novo,! tem! que! estar! implícita! porque! pressupõe! que! a! mente! ativa! está! testando! a! resposta! convencional,! achando-a!convincente!ou!não,!descartando-a!ou!colocando-a!sob!uma! nova!luz,!para!que!pergunta!agora!implícita!para!nós!pode!ser!revelada.! Na!tradição!histórica!da!arte,!uma!obra!passada!sobrevive!não!através!de! questões!eternas,!não!através!de!respostas!permanentes,!mas!através!de! questões! eternas,! não! interrelação! entre! pergunta! e! resposta,! entre! problema! e! solução,! que! pode! estimular! uma! nova! compreensão! e! permitir!a!retomada!o!diálogo!entre!presente!e!passado.!(JAUSS,!1982,!pp.! 69-70,!tradução!nossa34)!

É,!portanto,!irrelevante!se! a! obra!foi! ou!não!pensada! para!integrar!um!grafo.! O!que!é! relevante!é!que!esse!diálogo!entre!presente!e!passado!permite!que!a!obra!permaneça!viva.! Pensar,!visitar,!repensar,!revisitar!uma!obra!é!o!mesmo!que!trazê-lo!para!o!presente,!no! sentido!ricoueriano.!

!!

! 34!It!makes!no!difference!whether!the!conventionally!accepted!answer!of!a!text!has!been!explicity,!ambivalently,!or!indeterminately! by!the!author!himself;!or!whether!it!is!an!interpretation!of!the!work!that!first!arose!at!its!reception.!The!question!implied!in!the! answer!presented!by!the!work!of!art!–!a!question!whih,!according!to!Barthes,!each!present!must!answer!in!its!own!way!–!is!now!set! within!a!changed!horizon!of!aesthetic!experience,!and!so!is!no!longer!asked!as!it!was!originally!by!the!past!text,!but!is!the!result!of!an! interaction!between!present!and!past.!The!question,!which!enables!the!past!work!of!art!to!affect!us!still!or!anew,!has!to!be!implicit! because!it!presupposes!the!active!mind’s!testing!the!conventional!answer,!finding!it!convincing!or!otherwise,!discarding!it!or!putting! it!in!a!new!light!so!that!the!question!now!implied!for!us!may!be!revealed.!In!the!historical!tradition!of!art,!a!past!work!survives!not! through!eternal!questions,!not!through!permanent!answers,!but!through!eternal!questions,!not!interrelationship!between!question! and!answer,!between!problem!and!solution,!which!can!stimulate!a!new!understanding!and!can!allow!the!resumption!of!the!dialogue! between!present!and!past.!(JAUSS,!1982,!pp.!69-70)! 121! !

6. CURADORIA

Estamos! em! um! tempo! curatorial,! onde! o! controle! e! a! organização! dos! dados! são! necessários!para!a!inteligibilidade!da!sociedade.!De!uma!certa!maneira,!podemos!afirmar! que! qualquer! posto! organizacional! exerce! algum! tipo! de! curadoria.! As! informações! à! nossa!volta!estão!conectadas!e!são!de!múltiplas!fontes.!Organizamos!os!sentidos!da!vida! em! tempo! real! para! lhe! atribuir! inteligibilidade.! Aqueles! que! o! fazem! de! forma! sistemática,!consciente!e!metódica!são!curadores!em!suas!áreas!de!atuação.!!

Exercer!uma!ação!curatorial!é!exercer!um!recorte,!uma!escolha.!Toda!escolha!expressa! um!desejo!ou!uma!necessidade.!Frequentemente,!ambos.!Entretanto,!exercer!essa!escolha! requer!um!afastamento!próprio!dos!artistas.!É!necessário!estar!ligeiramente!dissociado! com! o! próprio! tempo! para! poder! enxerga-lo! e! escolher.! Por! esse! motivo,! a! curadoria,! mesmo! pertencendo! ao! campo! da! gestão! do! conhecimento,! é! associada! às! Artes.! Agamben35!fala!da!contemporaneidade:!

Nietzsche! situa! a! sua! exigência! de! “atualidade”,! a! sua! “contemporaneidade”!em!relação!ao!presente,!numa!desconexão!e!numa! dissociação.!Pertence!verdadeiramente!ao!seu!tempo,!é!verdadeiramente! contemporâneo,!aquele!que!não!coincide!perfeitamente!com!este,!nem! está!adequado!às!suas!pretensões!e!é,!portanto,!nesse!sentido,!inatual;! mas,! exatamente! por! isso,! exatamente! através! desse! deslocamento! e! desse! anacronismo,! ele! é! capaz,! mais! do! que! os! outros,! de! perceber! e! aprender!o!seu!tempo.!

Essa! não! coincidência,! essa! discronia,! não! significa,! naturalmente,! que! contemporâneo!seja!aquele!que!vive!em!outro!tempo,!um!nostálgico!que! se!sente!em!casa!mais!na!Atenas!de!Pérciles,!ou!na!Paris!de!Robespierre! e!do!marquês!de!Sade!do!que!na!cidade!e!no!tempo!em!que!lhe!foi!dado! viver.!Um!homem!inteligente!pode!odiar!o!seu!tempo,!mas!sabe,!em!todo! caso,!que!lhe!pertence!irrevogavelmente,!sabe!que!não!pode!fugir!ao!seu! tempo.!

A!contemporaneidade,!portanto,!é!uma!singular!relação!com!o!próprio! tempo,!que!adere!a!este!e,!ao!mesmo!tempo,!dele!toma!distâncias;!mais! precisamente,!essa!é!a relação com o tempo que a este adere através de uma dissociação e um anacronismo.! Aqueles! que! coincidem! muito! plenamente! com! a! época,! que! em! todos! os! aspectos! a! esta! aderem! perfeitamente,! não! são! contemporâneos! porque,! exatamente! por! isso,! não! conseguem! vê-la,! não! podem! manter! fixo! o! olhar! sobre! ela.! (AGAMBEN,!2009,!p.!58-59)!

! 35!Giorgio!Agamben!(1942)!é!um!filósofo!italiano.!Dedica-se!principalmente!aos!temas!relacionados!à!Estética!e!à!Política.! 122! !

Essa!noção!do!que!é!contemporâneo,!que!permeia!o!pensamento!do!filósofo!italiano,!é! fundamental!para!a!compreensão!da!curadoria!como!espaço,!ação,!expressão!e!reflexão.!

McLuhan36!não!cita!a!curadoria,!mas!parece-me!possível!a!extrapolação!de!que,!assim! como!a!energia!elétrica,!as!escolhas!curatoriais!são!indissociáveis!de!seu!“conteúdo”!e,!ao! mesmo!tempo,!os!moldam,!tornando-se,!portanto,!parte!constituinte!de!sua!comunicação.!

Não!percebemos!a!luz!elétrica!como!meio!de!comunicação!simplesmente! porque! ela! não! possui!“conteúdo”.! É!o! quanto! basta! para! exemplificar! como!se!falha!no!estudo!dos!meios!e!veículos.!Somente!compreendemos! que!a!luz!elétrica!é!um!meio!de!comunicação!quando!utilizada!no!registro! do!nome!de!algum!produto.!O!que!aqui!notamos,!porém,!não!é!a!luz,!mas! o! “conteúdo”! (ou! seja,! aquilo! que! na! verdade! é! um! outro! meio).! A! mensagem! da! luz! elétrica! é! como! a! mensagem! da! energia! elétrica! na! indústria:! totalmente! radical,! difusa! e! descentralizada.! Embora! desligadas!de!seus!usos,!tanto!a!luz!como!a!energia!elétrica!eliminam!os! fatores! de! tempo! e! espaço! da! associação! humana,! exatamente!como!o! fazem!o!rádio,!o!telégrafo,!o!telefone!e!a!televisão,!criando!a!participação! em!profundidade.!(MCLUHAN,!2007,!p.!23)!

Curiosamente,!Agamben!também!usa!a!luz!para!explicar!o!que!é!ser!contemporâneo:!

Perceber!no!escuro!do!presente!essa!luz!que!procura!nos!alcançar!e!não! pode! fazê-lo,! isso! significa! ser! contemporâneo.! Por! isso! os! contemporâneos! são! raros.! E! por! isso! ser! contemporâneo! é,! antes! de! tudo,!uma!questão!de!coragem:!porque!significa!ser!capaz!não!apenas!de! manter!fixo!o!olhar!no!escuro!da!época,!mas!também!de!perceber!nesse! escuro!uma!luz!que,!dirigida!para!nós,!distancia-se!infinitamente!de!nós.! Ou!ainda:!ser!pontual!num!compromisso!ao!qual!se!pode!apenas!faltar.! (AGAMBEN,!2009,!p.!65)!

É!importante!lembrar,!entretanto!que!a!comunicação,!assim!como!a!arte,!a!educação!e!a! curadoria,!baseiam-se!“em!artifícios,!descobertas,!ferramentas!e!instrumentos,!a!saber,! em!símbolos!organizados!em!códigos”:!

A!comunicação!humana!é!um!processo!artificial.!Baseia-se!em!artifícios,! descobertas,! ferramentas! e! instrumentos,! a! saber,! em! símbolos! organizados!em!códigos.!Os!homens!comunicam-se!uns!com!os!outros!de! uma!maneira! não! “natural”:! na! fala! não! são! produzidos!sons! naturais,! como,!por!exemplo,!no!canto!dos!pássaros,!e!a!escrita!não! é!um!gesto! natural!como!a!dança!das!abelhas.!Por!isso!a!teoria!da!comunicação!não!é! uma!ciência!natural,!mas!pertence!àquelas!disciplinas!relacionadas!com! os! aspectos! não! naturais! do! homem,! que! já! foram! conhecidas! como! “ciências! do! espírito”! (Geisteswissenschaften).! A! denominação!

! 36!Marshall!McLuhan!(1911-1980)!foi!um!filósofo!e!teórico!da!comunicação!canadense.!É!conhecido!como!visionário,!por!pensar!em! questões!que!a!Internet!trouxe,!quase!30!anos!antes!de!sua!invenção.! 123! !

americana!“humanities”!expressa!melhor!a!condição!dessas!disciplinas.! Ela!indica!na!verdade!que!o!homem!é!um!animal!não!natural.!

Apenas!nesse!sentido!pode-se!chamar!o!homem!de!um!animal!social,!de! um!“zoon!politikon”.!Ele!é!um!idiota!(na!origem!da!palavra,!uma!pessoa! privada,! Privatperson),! caso! não! tenha! aprendido! a! se! servir! dos! instrumentos!de!comunicação,!como,!por!exemplo,!a!língua.!A!idiotia,!o! ser-homem! imperfeito,! é! falta! de! arte.! Certamente! existem! também! relações! “naturais”! entre! os! homens,! como! a! relação! entre! a! mãe! e! o! lactante!ou!então!uma!relação!sexual,!e!pode-se!afirmar!que!essas!seriam! as!formas!de!comunicação!mais!originais!e!fundamentais.!Mas!elas!não! caracterizam! a! comunicação! humana,! e! são! amplamente! influenciadas! pelos!artifícios,!são!“influenciadas!pela!cultura”.!

O!caráter!artificial!da!comunicação!humana!(o!fato!de!que!o!homem!se! comunica! com! outros! homens! por! meio! de! artifícios)! nem! sempre! é! totalmente! consciente.! Após! aprendermos! um! código,! tendemos! a! esquecer!a!sua!artificialidade:!depois!que!se!aprende!o!código!dos!gestos,! pode-se!esquecer!que!o!anuir!com!a!cabeça!significa!apenas!aquele!“sim”! que!serve!desse!código.!Os!códigos!(e!os!símbolos!que!os!constituem)! tornam-se! uma! espécie! de! segunda! natureza,! e! o! mundo! codificado! e! cheio! de! significados! em! que! vivemos! (o! mundo! dos! fenômenos! significativos,!tais!como!o!anuir!com!a!cabeça,!a!sinalização!de!trânsito!e! os!móveis)!nos!faz!esquecer!o!mundo!da!“primeira!natureza”.!E!esse!é,!em! última! análise,! o! objetivo! do! mundo! codificado! que! nos! circunda:! que! esqueçamos! que! ele! consiste! num! tecido! artificial! que! esconde! uma! natureza!sem!significado,!sem!sentido!por!ele!representada.!O!objetivo!da! comunicação!humana!é!nos!fazer!esquecer!desse!contexto!insignificante! em!que!nos!encontramos!–!completamente!sozinhos!e!“incomunicáveis”! –,!ou!seja,!é!nos!fazer!esquecer!desse!mundo!em!que!ocupamos!uma!cela! solitária!e!em!que!somos!condenados!à!morte!–!o!mundo!da!“natureza”.!! (FLUSSER,!2013,!pp.!89-90)!

Ainda!em!McLuhan,!entendemos!que!a!curadoria!eletrônica!ou!digital,!interativa!e,!de!uma! certa!maneira,!etérea,!é!tanto!causa!como!consequência!do!tempo!presente,!o!tempo!da! angústia:!

Esta!é!a!Idade!da!Angústia,!por!força!da!implosão!elétrica,!que!obriga!ao! compromisso!e!à!participação,!independentemente!de!qualquer!“ponto! de!vista”.!Por!nobre!que!seja,!o!caráter!parcial!e!especializado!do!ponto! de!vista!não! tem!maior!utilidade!na!idade!da!eletricidade.!Ao!nível!da! informação,!o!mesmo!abalo!ocorreu!com!a!substituição!do!simples!ponto! de!vista!pela imagem inclusiva.!Se!o!século!XIX!foi!a!idade!da!cadeira!do! chefe! de! redação! e! do! editorialista,! o! nosso! é! o! século! do! divã! do! psicanalista.! Enquanto! extensão! do! homem,! a! cadeira! é! uma! ablação! especializada!no!traseiro,!uma!espécie!de!ablativo!das!costas,!ao!passo! que!o!divã!prolonga!ou!“estende”!o!ser!integral.!O!psicanalista!utiliza!o! divã! porque! ele! elimina! a! tentação! de! expressar! pontos! de! vista! particulares!e!afasta!a!necessidade!de!racionalizar!os!fatos.!

A! aspiração! de! nosso! tempo! pela! totalidade,! pela! empatia! e! pela! conscientização!profunda!é!um!corolário!natural!da!tecnologia!elétrica.!A! 124! !

idade! da! indústria! mecânica! que! nos! precedeu! encontrou! seu! modo! natural!de!expressão!na!afirmação!veemente!da!perspectiva!particular.! Todas! as! culturas! possuem! seus! modelos! favoritos! de! percepção! e! conhecimento,! que! elas! buscam! aplicar! a! tudo! e! a! todos.! Uma! das! características!de!nosso!tempo!é!a!rebelião!contra!os!padrões!impostos.! Como!que!subitamente,!passamos!a!ansiar!por!que!as!pessoas!e!as!coisas! explicitem!seus!seres!totalmente.!Nesta!nova!atitude!há!uma!profunda!fé! a!ser!procurada!–!uma!fé!que!se!refere!à!harmonia!última!de!todo!ser.! (MCLUHAN,!2007,!pp.!19-20)!

Compartilho!da!fé!de!McLuhan!e!vejo!com!bons!olhos!as!iniciativas,!em!qualquer!seara,!de! possibilitar!ao!indivíduo!um!leque!maior!de!escolhas.!

Há,!portanto,!uma!convergência!entre!as!comunicações!e!as!artes.!Como!diz!Santaella37:!

Como!se!pode!ver,!na!era!digital,!tanto!quanto!em!outras!eras,!os!artistas! lançam-se! à! frente! de! seu! tempo.! Quando! surgem! novos! suportes! e! recursos!técnicos,!são!eles!que!sempre!tomam!a!dianteira!na!exploração! das! possibilidades! que! se! abrem! para! a! criação.! Desbravam! esses! territórios!tendo!em!vista!a!regeneração!da!sensibilidade!humana!para!a! habitação!e!trânsito!dos!nossos!sentidos!e!da!nossa!inteligência!em!novos! ambiente! [sic]! que,! longe! de! serem! meramente! técnicos,! são! também! vitais.!São!os!artistas!que!sinalizam!as!rotas!para!a!adaptação!humana!às! novas! paisagens! a! serem! habitadas! pela! sensibilidade.! (SANTAELLA,! 2005,!p.!67)!!

Hans!Ulrich!Obrist38!tangencia!a!questão!da!Big!Data!em!curadoria:!!

Escrevendo!sobre!suas!atividades!no!pôquer,!o!autor!Colson!Whitehead! conta:! “Eu! não! estava! deprimido,! estava! fazendo! a! curadoria! do! desespero.”!

É!bastante!óbvio!que!o!termo!“curadoria”!está!sendo!usado!em!contextos! mais!variados!do!que!antes,!em!referência!a!tudo,!de!uma!exposição!dos! Grandes!Mestres!até!o!conteúdo!de!uma!adega!especializada!em!vinhos.! Até!a!expressão!“fazer!curadoria”,!tão!comumente!usada!hoje!em!dia,!foi! cunhada!no!século!XX.!Isso!registra!uma!mudança!na!compreensão!de! uma!pessoa!(um!curador)!para!um!projeto!(uma!curadoria),!que!hoje!é! visto!como!uma!atividade!em!si.!Atualmente,!há!uma!certa!ressonância! entre! a! ideia! de! curadoria! e! a! ideia! contemporânea! do! eu! criativo,! flutuando!livremente!pelo!mundo,!fazendo!escolhas!estéticas!de!aonde!ir! e!o!que!comer,!vestir!e!fazer.!

A!tendência!atual!da!ideia!de!curadoria!tem!origem!numa!característica! da!vida!moderna!que!é!impossível!ignorar:!a!proliferação!e!reprodução! de!ideias,!dos!dados!puros,!das!informações!processadas,!das!imagens,!do! conhecimento! disciplinar! e! dos! produtos! materiais! que! estamos! testemunhando!hoje!em!dia.!É!algo!difícil!de!exagerar.!Mas,!apesar!de!os!

! 37!Lucia!Santaella!(1944)!é!semioticista!peirceana,!pesquisadora!livre-docente!e!prolífica!autora!nas!áreas!de!semiótica,!comunicação! e!linguagem.! 38!Hans!Ulrich!Obrist!(1968)!é!curador,!crítico!e!historiador!de!arte.! 125! !

efeitos! explosivos! da! internet! terem! se! tornado! bastante! óbvios,! são! apenas!a!margem!principal!de!uma!mudança!maior!que!vem!ocorrendo! há!cerca!de!cem!anos.!

O aumento exponencial na quantidade de dados sobre as sociedades humanas é um fator básico dos nossos tempos.!Não!existe!nenhum! tipo!de!informação!–!documentos,!livros,!imagens,!vídeos!–!que!esteja!em! declínio.!Mas,!além!disso,!também!criamos,!a!cada!ano!que!passa,!mais! produtos!materiais.!Estamos!inundados!de!objetos!de!produção!barata! em!um!grau!que!seria!difícil!de!imaginar!um!século!atrás.!O resultado, possivelmente, é uma mudança na relação de importância entre fazer novos objetos e escolher entre o que já existe.!(OBRIST,!2014,!p.! 36-37,!grifo!nosso)!

A!existência!de!acúmulo!de!informação,!gerada!com!esse!propósito!ou!não,!faz!com!que! seja!necessário!pensar!a!análise,!seleção,!interpretação!e!exposição!desses!dados!como! uma!ação!curatorial.!Antes!do!Big!Data,!essa!ação!era,!também,!curatorial,!mas!tratava-se! de!uma!opção.!A!relação!curatorial!com!o!mundo!não!é!mais!opcional.!

André!Malraux39,!bem!antes!da!internet,!escreveu:!

Há!mais!de!um!século!que!a!nossa!convivência!com!a!arte!não!cessa!de!se! intelectualizar.! O! museu! impõe! a! discussão! de! cada! uma! das! representações!do!mundo!nele!reunidas,!uma!interrogação!sobre!o!que,! precisamente,! as!reúne.!Ao! “prazer! do!olhar”,!a! sucessão! e!a! aparente! contradição!das!escolas!vieram!acrescentar!a!consciência!de!uma!busca! apaixonada,! de! uma! recriação! do! universo! frente! à! Criação.! Afinal,! o! museu!é!um!dos!locais!que!nos!proporcionam!a!mais!elevada!ideia!do! homem.! Mas! os! nossos! conhecimentos! são! mais! extensos! do! que! os! nossos! museus;! o! visitante! do! Louvre! sabe! que! não! encontra! ali! significativamente!nem!Goya,!nem!os!grandes!ingleses,!nem!a!pintura!de! Miguel!Ângelo,!nem!Piero!de!la!Francesca,!nem!Grünewald;!dificilmente! Vermeer.!Onde!a!obra!de!arte!não!tem!outra!função!senão!a!de!ser!obra! de!arte,!numa!época!em!que!a!exploração!artística!do!mundo!prossegue,! a! reunião! de! tantas! obras-primas,! convoca,! em! imaginação,! todas! as! obras-primas.!Como!poderia!este!possível!mutilado!não!apelar!para!todo! o!possível?!(MALRAUX,!2017,!p.!11)!

O!que!importa!é!a!imaginação!e!o!uso!que!fazemos!da!informação,!ou!seja,!o!pensamento,! a!reflexão,!a!intelectualização!da!arte!e!do!fazer!artístico!são!elementos!formadores,!e!não! formados.!

O! esforço! dessa! pesquisa! é! o! de! associar! curadoria! e! expologia! à! expressão! artística.! Mesmo! em! proporções! individuais! e! privadas! (no! sentido! de! não! serem! levadas! a!

! 39!André!Malraux!(1901-1976)!foi!um!escritor!francês!de!assuntos!políticos!e!culturais.!Participou!da!resistência!francesa!à!ocupação! nazista!durante!a!Segunda!Guerra!Mundial.! 126! ! público),!o!artista!exerce!uma!curadoria!de!si!próprio.!Não!há!arte!sem!escolha.!Não!há! arte,!portanto,!sem!renúncia!e!sem!o!recorte!curatorial.!

A! idéia! de! arte! enquanto! algo! dependente! de! seu! momento! histórico! específico! e! profundamente! envolvido! com! ele,! enquanto! um! desvio! radical!das!convenções!imemoriais!da!pintura!e!da!escultura,!enquanto! algo!que!abraça!as!novas!tecnologias!de!sua!produção!–!parecia!que!isso! tudo!podia!ser!posto!de!lado!por!uma!idéia!de!arte!enquanto!algo!sujeito! apenas!às!limitações!da!criatividade!humana!individual.!(CRIMP,!2005,!p.! 62)!

Crimp40!(Sobre as ruínas do museu,!2005)!analisa!com!profundidade!o!processo!curatorial! e!artístico!constrito!em!espaços!físicos.!Não!apenas!no!período!da!arte!minimalista,!mas! destaco:!

Quando! a! especificidade! de! localização! foi! introduzida! na! arte! contemporânea! pelos! artistas! minimalistas! em! meados! da! década! de! 1960,!o!que!estava!em!questão!era!o!idealismo!da!escultura!moderna,!seu! envolvimento!da!consciência!do!espectador!com!o!conjunto!de!relações! internas!da!própria!escultura.!Os!objetos!minimalistas!fizeram!com!que!a! consciência!se!voltasse!novamente!para!si!mesma!e!para!as!condições!do! mundo! real! que! eram! seus! fundamentos.! Estabeleceu-se! que! as! coordenadas!de!percepção!não!existiam!somente!entre!o!espectador!e!a! obra,!mas!permeavam!o!espectador,!a!obra!e!o!lugar!em!que!ambos!se! encontravam.!Isso!foi!alcançado!pela!eliminação!completa!das!relações! em!uma!função!da!repetição!estrutural!simples,!de!“uma!coisa!depois!da! outra”.!Toda!relação!que!fosse!agora!percebida!dependia!do!movimento! temporal!do!observador!no!espaço!compartilhado!com!o!objeto.!A!obra,! portanto,!pertencia!ao!seu!local;!se!este!mudasse,!o!mesmo!aconteceria! com! o! inter-relacionamento! entre! objeto,! contexto! e! observador.! Tal! reorientação! da! experiência! de! percepção! da! arte! fez,! de! fato,! do! observador! o! tema! da! obra,! enquanto! sob! o! reinado! do! idealismo! modernista!essa!posição!privilegiada!encontrava-se!delegada,!em!última! análise,! ao! artista,! gerador! único! das! relações! formais! da! produção! artística.!(CRIMP,!2005,!p.!137)!!

Entretanto,!é!necessário!o!cuidado!de!que:!!

Um!axioma:!uma!exposição!não!é!uma!ilustração.!Isto!é,!idealmente,!ela! não!representa!aquilo!que!proclama!como!seu!tema,!da!mesma!forma!que! um!museu!de!ciência!às!vezes!pode!mostrar!uma!versão!simplificada!de! uma! importante! descoberta! ou! resultado.! As! exposições,! acredito! eu,! podem! e! devem! ir! além! da! simples! ilustração! ou! representação.! Elas! podem!produzir!realidade!em!si!mesmas.!(OBRIST,!2014,!p.!204)!

! 40!Douglas!Crimp!(1944)!é!historiador!da!arte,!curador!e!escritor.! 127! !

A!ação!curatorial,!ainda!que!artística!e!dentro!do!universo!da!arte,!apresenta,!na!melhor! das!hipóteses,!uma!possibilidade!e!não!pode!jamais!se!sobrepor!às!obras!de!seu!conjunto! narrativo.!

Na! verdade,! criou-se! um! Museu! Imaginário,! que! vai! aprofundar! ao! máximo! o! incompleto! confronto! imposto! pelos! verdadeiros! museus:! respondendo!ao!apelo!por!estes!lançado,!as!artes!plásticas!inventaram!a! sua!imprensa.!(MALRAUX,!2017,!p.!13)!

Finalmente,!concordo!com!Santaella,!quando!diz!que:!

Um!novo!campo!de!atividade!crítica!precisa!ser!aberto:!um!campo!que! transcenda!as!preocupações!previamente!separadas!dos!historiadores!e! teóricos!do!cinema,!fotografia,!televisão,!vídeo,!imagens!e!sons!gerados! computacionalmente.!Uma!nova!estética!precisa!emergir:!uma!estética! que!transponha!sem!temor!as!fronteiras!que!a!tradição!interpôs!entre!os! caminhos!da!ciência!e!os!da!arte.!(SANTAELLA,!2005,!p.!68)!

Conforme!afirmado!no!capítulo!Visitas e observações museológicas,!essa!pesquisa!utilizará! como!expologia!principal!o!projeto!da!Lina!Bo!Bardi,!no!MASP.!

Achillina!Bo!Bardi!(Roma,!Itália!1914!-!São! Paulo!SP!1992).! Arquiteta,! designer,!cenógrafa,!editora,!ilustradora.!Após!estudar!desenho!no!Liceu! Artístico,! forma-se,! em! 1940,! na! Faculdade! de! Arquitetura! da! Universidade! de! Roma.! A! faculdade,! dirigida! pelo! arquiteto! tradicionalista! Marcello! Piacentini! (1881-1960),! privilegia! uma! tendência! histórico-classicizante,! que! Lina! chama! de! "nostalgia! estilístico-áulica".! Em! desacordo! com! essa! orientação! valorizada! pelo! fascismo,! predominante! em! Roma,! ela! se! transfere! para! Milão,! onde! trabalha!com!o!arquiteto!Gió!Ponti!(1891-1979),!líder!do!movimento!pela! valorização!do!artesanato!italiano!e!diretor!das!Trienais!de!Milão!e!da! revista!Domus.!Em!pouco!tempo!ela!própria!passa!a!dirigir!a!revista!e!a! atuar!politicamente!integrando!a!resistência!à!ocupação!alemã!durante!a! Segunda! Guerra! Mundial! (1939-1945),! e! colaborando! com! o! Partido! Comunista!Italiano!(PCI),!então!clandestino.!(ENCICLOPÉDIA,!2018)!

A!afirmação!de!que!Bo!Bardi!foi!uma!mulher!à!frente!de!seu!tempo!é,!no!mínimo,!uma! atenuação!da!verdade.!Lina!Bo!Bardi!foi!visionária.!Não!temos!notícia!de!outra!inciativa! tão!democrática!em!termos!de!visualização!e,!ao!mesmo!tempo,!tão!didática!em!termos! de!conjunto.!!

Em! sua! montagem! contemporânea,! cabe! uma! crítica,! que! diz! respeito! apenas! ao! posicionamento! do! texto! expográfico,! localizado! atrás! da! obra,! quando! poderia! estar! posicionado,!sem!comprometimento!à!fruição,!no!chão!em!frente!à!obra.! 128! !

Essas!tentativas,!da!Bo!Bardi!e!minha,!são!essencialmente!de!tornar!o!recorte/acervo!em! mãos!mais!permeável!do!que!em!sua!disposição!linear!em!um!cubo!branco.!A!intenção!é,! similarmente,! a! de! permitir! ao! fruidor! tanto! uma! visão! ampla! das! obras! quanto! a! possibilidade! de! traçar! seu! próprio! caminho,! criando,! portanto,! uma! metacuradoria! individual,!a!partir!da!não-hierarquia!e,!principalmente,!da!mistura:!

Bardi!abordou!o!tema!da!difusão!da!unidade!das!artes!no!MASP!em!"Um! Museu!fora!dos!Limites"!em!dois!momentos!que!se!entrelaçam:!a!difusão! feita!pelo!museu!da!produção!artística,!antiga!e!moderna!em!suas!várias! instâncias! e! o! trabalho! realizado! em! colaboração! entre! arquitetos! e! artistas!na!execução!do!seu!projeto!museográfico.!O!papel!da!arquitetura! na!organização! do!espaço!da!Pinacoteca!seria!um!dos!exemplos!dessa! experiência.! Para! alcançar! este! propósito! de! unidade,! a! museografia! adotada! não! deveria! dividir! a! coleção! em! compartimentos! estanques,! isolando! obras! de! um! mesmo! período! ou! gênero.! O! projeto! de! ambientação!desenvolvido!por!Lina!Bo!Bardi!buscou!traduzir!a!proposta! do!museu!ao!localizar!em!um!único!espaço!um!móbile!de!Calder!próximo! das! bailarinas! de! Degas,! da! "Venus"! de! Renoir! e! ao! lado! da! escultura! "Hygeia"!do!século!15!a.C.!(CANAS,!2010,!p.!13)!

Lina! Bo!Bardi! lutou!contra! o!fascismo!italiano,!contra!a! ditadura! brasileira! e! contra!a! sacralização!da!arte.!!

No!período!imediatamente!posterior!à!inauguração!do!MASP,!1969-1971,! Lina! envolveu-se! com! as! forças! mais! radicais! de! combate! à! ditadura,! culminando!com!um!mandato!de!prisão!em!1971!e!uma!saída!forçada!do! país.!Manteve-se!em!idas!e!vindas!até!1974.!!(GRINOVER,!2010,!p.!47)!

Os! três! –! fascismo,! ditadura,! sacralização! –! foram! aqui! colocados! no! mesmo! conjunto! propositalmente.!Quando!sacralizados!–!a!arte,!a!literatura,!a!música,!uma!obra!ou!alguém! –,!recebem!o!status!da!imutabilidade,!do!inatingível.!Tornam-se!algo!que!não!pode!ser! tocado,! modificado,! alterado,! usado.! Tornam-se,! portanto,! algo! morto.! Impor! a! imutabilidade!à!sociedade!é!também!matá-la.!O!fascismo!e!a!ditadura!fazem!isso!decerto! de!maneira!muito!mais!cruel,!mas!o!movimento!é!o!mesmo.!!

Respondendo! ao! apelo! dos! verdadeiros! museus! –! que,! por! sua! vez,! respondia!ao!dos!verdadeiros!criadores...!A!arte!que!reclama!e!exige!esta! vasta!ressureição!não!é!a!que!mais!facilmente!podemos!definir;!é!a!nossa,! e!para!distinguir!o!exterior!de!um!aquário!é!preferível!não!ser!peixe.!As! artes!que!o!museu!ressuscitou!assemelham-se,!mas!o!seu!domínio!é!o! mais! vasto;! as! artes! que! o! museu! matou! assemelham-se,! mas! o! seu! domínio!é!mais!complexo!do!que!o!de!cada!um!deles.!(MALRAUX,!2017,! p.!15)! 129! !

Dessa! maneira,! portanto,! projetos! como! o! de! Lina! Bo! Bardi! são! uma! vacina! contra! o! fascismo!que!não!desiste!de!nos!rondar!de!tempos!em!tempos.!E,!ainda,!em!mais!uma! camada! política,! é! através! da! formação! de! público! (de! todas! as! áreas! culturais)! que! conseguimos! criar! a! reflexão! necessária! para! a! sobrevivência! de! nossa! liberdade! de! expressão.!

O!projeto!expositivo!proposto!por!Lina!Bo!Bardi!para!o!Masp!é!descrito! na!maioria!dos!textos!que!abordam!a!ação!museológica!do!museu,!sempre! associado! ao! problema! da! formação! de! um! público.! Esta! orientação! formadora! já! está! presente! na! orientação! dada! por! seu! diretor! Pietro! Maria! Bardi,! que! define! o! Masp! apenas! como! "museu! de! arte",! sem! adjetivos,! e! que! pretende! compreender! a! história! da! arte! de! diversos! períodos,!sendo!atualizada!junto!à!produção!contemporânea.!Para!Bardi,! a!reunião!de!obras!de!diversos!períodos!históricos!na!coleção!do!museu! possibilitaria! uma! "exposição! contínua! e! uma! interpretação! de! civilização".!

Ao!se!afastar!da!ideia!de!museu!como!lugar!sacro!e!destinado!a!obras! artísticas!reservadas!a!especialistas,!essa!proposta!de!museu!como!centro! de!formação!direcionada!a!um!público!não!familiarizado!com!a!arte!busca! constituir!e!difundir!uma!nova!sensibilidade,!moderna,!que!deveria!estar! de!acordo!com!o!seu!momento!histórico,!assim!como!o!caráter!didático! do!museu!deveria!estar!expresso!na!forma!de!apresentação!da!arte.!

Tal!proposta!de!museu!pode!ser!identificada!no!trabalho!realizado!por! Lina!Bo!Bardi!para!a!pinacoteca!do!MASP!da!rua!Sete!de!Abril,!que!rompe! de!vez!com!o!modelo!expositivo!tradicional!rumo!a!uma!neutralidade!na! forma!de!expor,!obtida!pela!eliminação!de!todo!aparato!que!atribuísse! valores!e!hierarquizasse!certas!obras!em!relação!a!outras.!Esse!princípio! expositivo! está! em! todas! as! propostas! de! Lina! para! a! arquitetura! de! museu!e!espaços!expositivos!no!Brasil!e!definiu!o!desenho!que,!anos!mais! tarde,! resultaria! nos! cavaletes! de! cristal! para! sua! sede! definitiva,! no! Trianon.!

No!MASP!da!Sete!de!Abril,!o!uso!de!um!sistema!estrutural!tubular!leve! que!possibilitasse!afastar!as!obras!das!paredes!e!deixá-las!suspensas!na! sala!criou!uma!espacialidade!contínua!que!afirmava!essas!relações!entre! tempos!diversos!no!mesmo!presente.!(CANAS,!2010,!p.!77)!

A! curadoria! e! a! expologia,! quando! pensadas! sob! o! viés! de! formação! de! público,! são,! também,!Educação.!

Lina!Bo!Bardi!deixou!em!sua!obra!um!caminho.!Reexaminar,!como!ela! diria,!as!nossas!entranhas!e!reconhecer!a!seiva!de!nossa!existência!para! então! pensarmos!o!novo!lugar!da!arte!no!Brasil,!fazendo.!(GRINOVER,! 2010,!p.!200)!

E!essa!é!uma!ação!necessariamente!realizada!em!conjunto.! 130! !

Ninguém!chega!a!parte!alguma!só,!muito!menos!ao!exílio.!Nem!mesmo!os! que! chegam! desacompanhados! de! sua! família,! de! sua! mulher,! de! seus! filhos,!de!seus!pais,!de!seus!irmãos.!Ninguém!deixa!seu!mundo,!adentrado! por! suas! raízes,! com! o! corpo! vazio! ou! seco.! Carregamos! conosco! a! memória!de!muitas!tramas,!o!corpo!molhado!de!nossa!história,!de!nossa! cultura;! a! memória,! às! vezes! difusa,! às! vezes! nítida,! clara,! de! ruas! da! infância,!da!adolescência;!a!lembrança!de!algo!distante!que,!de!repente,! se!destaca!límpido!diante!de!nós,!em!nós,!um!gesto!tímido,!a!mão!que!se! apertou,!o!sorriso!que!se!perdeu!num!tempo!de!incompreensões,!uma! frase,!uma!pura!frase!possivelmente!já!olvidada!por!quem!a!disse.!Uma! palavra! por! tanto! tempo! ensaiada! e! jamais! dita,! afagada! sempre! na! inibição,!no!medo!de!ser!recusado!que,!implicando!a!falta!de!confiança!em! nós!mesmos,!significa!também!a!negação!do!risco.!(FREIRE,!1992,!p.16- 17)!

“Expor!é!encontrar!aliados!na!luta”,!comentou!Manet.!Embora!no!formato! tradicional! do! Salon! fossem! penduradas! do! chão! ao! teto,! cobrindo! a! parede!inteira,!Manet!acreditava!que!as!pinturas!deviam!ser!expostas!em! no!máximo!uma!ou!duas!fileiras,!com!espaço!entre!si!para!permitir!que!o! espectador! se! concentrasse! em! uma! única! obra,! em! vez! de! um! grupo! misturado.!As!exposições!independentes!de!Courbet!e!Manet!intervieram! diretamente!no!discurso!que!gira!em!torno!do!que!constitui!arte,!em!vez! de! deixa-lo! para! as! “autoridades”.! Tinham! começado! a! agir! como! curadores.!E!são!os!precursores!dos!muitos!espaços!hoje!administrados! por!artistas.!(OBRIST,!2014,!p.!52-53)!

Antecipo! aqui! um! possível! questionamento! ao! exposto! nesse! capítulo:! onde! entra! a! mediação!cultural!ou!as!ações!educativas?!A!resposta!é!que!não!entram,!pois!concordo! com!o!Teixeira!Coelho!quando!ele!afirma!que:!

Uma! questão!delicada,! esta.! Mas,! há! uma! opção! a!ser! feita,! e! o!agente! cultural! não! tem! como! evitá-la:! a! escolha! entre! ação! cultural! e! ação! educativa.!Numa! palavra,! entre! cultura!e! educação.! Não! deveria!haver! hesitação:!ação!cultural!é!uma!coisa,!ação!educativa,!outra!(senão!o!rótulo! seria!um!só)!e!a!questão!seria!apenas!saber!qual!se!quer!fazer.!Mas,!uma! das! idéias! feitas! entre! as! quais! transitamos! pretende! que! não! existe! oposição!entre!educação!e!cultura.!Numa!situação!ideal,!talvez!não.!No! passado,!a!ação!cultural!foi!apenas!uma!variante!da!"educação!popular".! Tal!como!a!realidade!é!hoje,!existe!toda!oposição!em!que!se!possa!pensar.! A!diferença!entre!uma!coisa!e!outra!fica!bem!clara!nas!situações-limite.!A! cultura,!em!suas!manifestações!radicais!(como!a!arte),!procura!e!viabiliza! o!êxtase,!o!sair!para!fora!de!si,!sair!do!contexto!em!que!se!está!para!ver! outra!coisa,!para!ver!melhor,!para!ver!além,!para!enxergar!sobre,!acima,! por! cima,! para! ver! por! dentro.! A! educação,!embora! pudesse! ser!outra! coisa,! em! sua! situação! extremada! com! sinal! negativo! tem! funcionado! como!o!exato!oposto!ao!ex-stase,!ao!estar!fora:!ela!é!o!stase,!o!estar,!quer! dizer,! partir! daqui! para! voltar! aqui! mesmo,! permanecer,! metaforicamente!preparar-se!para!o!que!está,!para!o!que!existe,!integrar- se!ao!que!existe.!São!dois!projetos!de!natureza!e!objetivos!bem!diversos! que! as! utopias! tentaram! combinar,! quase! sempre! desastradamente.! (COELHO,!2001,!p.!28-29)! 131! !

A!mediação!cultural!como!é!feita!atualmente,!ou!seja,!se!colocando!entre!a!obra!e!o!fruidor,! é! maléfica! à! compreensão! e! impede! o! êxtase.! Não! acredito! em! mediação! cultural.! Entretanto,!acredito!em!formação!de!público!e!em!educação.!E!parece-me!ser!inegável!o! valor!da!curadoria!na!educação.!!

As! novas! tecnologias! de! comunicação! revolucionam! nosso! cotidiano! e! impõem!aos!museus!a!aplicação!de!um!discurso!de!imagens,!sons,!luz!e! cores.! A! necessidade! de!novas! formas! museográficas,!mais! dialogadas,! representa!um!desafio!de!criação!e!de!ousadia!na!construção!de!novos! espaços!de!aprendizagem,!sejam!formais,!não-formais!ou!informais.!Mas! o! museu,! ainda! que! em! complementariedade! aos! espaços! formais! de! aprendizagem,! promovem! hoje! uma! aprendizagem! social! do! conhecimento.!Exatamente!pelo!fato!de!o!museu!não!ser!a!sala!de!aula,! ele! carece! de! todos! os! olhares,! novos! ou! velhos,! de! pesquisa! sobre! as! práticas!educativas!que!ele!propõe.!O!museu!é!um!local!de!patrimônio,!de! coleções!de!objetos!e!de!artefatos,!mas!é!também!um!local!de!lazer,!de! prazer,! de! sedução,! de! encantamento,! de! reflexão,! de! busca! de! conhecimentos.! Em! oposição! à! instituição! elitista! e! estática! do! século! XVII,!o!novo!museu!abre!suas!portas!ao!público!e!conquista!a!rua!e!todos! os!espaços!sociais!de!encontro!e!troca!de!conhecimento.!O!museu!deixa! de!ser!elemento!da!paisagem!urbana!para!se!tornar!um!local!de!memória.! Ele!se!torna!um!local!que!busca!construir!sua!identidade!com!autonomia,! guardando! sua! vocação! acadêmica.! Local! de! prestação! de! serviços! culturais!e!de!lazer!aos!cidadãos!de!diferentes!horizontes!culturais,!por! tudo! isso! que! exige! profissionais! diferenciados! em! relação! aos! das! escolas,!capazes!de!atender!a!toda!esta!gama!de!necessidades!e!de!buscas! dos!visitantes.!(NASCIMENTO,!2013,!p.!234)!

O!artista,!o!comunicador!e!o!educador!encontram-se!no!curador.!

Quando!pensamos!na!curadoria!interativa!dos!grafos,!levamos!esse!pensamento!além.!O! grafo!se!torna!o!local!que!reúne!e!atende!“toda!esta!gama!de!necessidades!e!de!buscas!dos! visitantes”.!!! 132! !

7. METACURADORIA

Essa! pesquisa,! em! diversos! momentos,! apropria-se! do! prefixo! "meta",! como! em! metalinguagem,!que!é!uma!linguagem!utilizada!para!descrever!outra!linguagem.!Dessa! forma,!metacuradoria!é!uma!curadoria!utilizada!para!descrever!outra!curadoria!e!assim! sucessivamente.!Trata-se,!além!de!uma!apropriação!do!termo,!de!uma!licença!poética,!por! incluir!em!si!também!o!conceito!de!expologia,!desenho!de!exposição,!arquitetura!museal! e!de!expografia.!A!metacuradoria,!aqui,!define-se,!portanto,!como!o!pensamento!sobre!o! conjunto!dos!pensamentos!envolvidos!em!exposições.!

Sobre!linguagem:!

O!artista!abstrato,!o!homem universal41,!insiste!na!novidade!das!formas! (formas!de!estranhamento)!que!surgem!na!esfera!da!cultura!como!idéias! e!sensações!multiformes!e!insiste!no!nexo!de!reduzir!a!arte!aos!elementos! visuais!e!expressivos!mais!simples.!A linguagem é o argumento.!E!é!o! instante! de! instauração! da! forma pictórica42! que! se! sobrepõe! à! forma! plástica! (aquela! que,! na! arte! figurativa,! compreende! os! valores! do! volume).!

A!forma!pictórica,!em!sua!relação!com!o!real,!é!arbitrária.!Mas!promove! no!mundo!a!incidência!de!imagens!que,!seguramente,!respondem!a!uma! outra!ordem:!a!linguagem.!(RIZOLLI43,!2005,!p.!73,!grifo!nosso)!

Os!processos!curatoriais!sempre!foram!vistos!e!revistos,!mas,!talvez!frente!à!velocidade! em!que!a!forma!de!compreender!o!mundo!vem!se!alterando!com!as!novas!tecnologias,! essa!é!uma!questão!que!se!coloca!cada!vez!mais!presente.!

Crimp!(2005)!aborda!a!questão!da!atual!insuficiência!do!cubo!branco!como!exposição! curatorial!e!a!falência!da!função!museológica!tradicional.!

[...]!veio-me!a!idéia!de!um!projeto!complementar!que!pudesse!fornecer! profundidade! histórica! a! uma! teorização! do! pós-modernismo! que! partisse!da!análise!do!papel!do!museu!na!determinação!da!produção!e!da! recepção!da!arte!na!cultura!do!modernismo.!Embora!todos!concordassem! que! o! museu! –! e! mais! especificamente! o! imaginário! sobre! o! museu,! conforme!formulado!por!André!Malraux!–!tivera!um!papel!formador!na! própria!maneira!de!sermos!capazes!de!pensar!sobre!a!arte,!ninguém!se! propusera!explorar!detalhadamente!a!história!da!instituição.!Parecia-me! que!precisávamos!de!uma!arqueologia!do!museu!nos!moldes!das!análises! de!Foucault!sobre!o!hospício,!a!clínica!e!a!prisão.!Pois!o!museu!também! ! 41!Nota!de!final!de!capítulo!em!RIZOLLI,!2005,!pp.!107-110:!“Ibidem![Baudelaire,!1923],!p.!110”,!em!referência!a!BAUDELAIRE, C. Critico D’Arte. Milano: Bottega di Poesia, 1923.! 42!Nota!de!final!de!capítulo!em!RIZOLLI,!2005,!pp.!107-110:!“Venturi,!1946,!p.!88”,!em!referência!a!VENTURI, L. Pittori Moderni. Firenze: Edizioni, 1946.! 43!Marcos!Rizolli!(1959)!é!artista!visual,!crítico!de!arte,!curador,!pesquisador!e!o!orientador!dessa!pesquisa.! 133! !

parecia!ser!um!espaço!de!exclusões!e!confinamentos.!(CRIMP,!2005,!p.! 255)!

É! curiosa! a! ligação! do! museu! com! o! hospício,! a! clínica! e! a! prisão,! sob! a! ótica! do! confinamento,! posto! que! se! pensarmos! em! termos! de! possibilidade! de! exposição! ou! publicação,!o!museu!faz!justamente!o!oposto:!retira!a!obra!de!dentro!do!atelier!do!artista,! restrito!a!poucos,!e!coloca!disponível!ao!público!dentro!do!museu.!Ainda!assim,!é!possível! compreender!a!questão!sob!o!viés!da!escolha.!Toda!escolha!é!uma!renúncia!daquilo!que! não!foi!escolhido.!Portanto,!a!organização!e!a!narrativa!curatoriais!são,!necessariamente,! também!a!ausência!de!outra!organização!e!de!outra!narrativa.!

Naturalmente,! a! opção! por! um! caminho! em! multimídia! e! interativo! não! resolve! completamente! a! questão,! já! que! haverá! sempre! um! limitador,! seja! esse! tecnológico,! temporal,! espacial! ou! mesmo! de! conteúdo.! Entretanto,! é! um! caminho! mais! flexível! e,! portanto,!menos!confinado.!

Primeiramente,!faz-se!necessário!entender!a!questão!da!curadoria!digital,!incorporal.!A! arte!contemporânea!talvez!seja,!justamente,!um!dos!principais!campos!do!incorporal,!da! ausência!de!matéria.!Como!diz!Cauquelin44,!

O!campo!onde!podemos!examinar!a!questão!do!incorporal!e,!ao!mesmo! tempo,!testar!sua!utilização!e!sua!eficácia!hoje!não!é!mais!o!da!física,!nem! o!sistema!do!mundo!–!os!físicos,!os!astrônomos,!os!matemáticos!ocupam– se!dele!e!fazem!malabarismos!com!as!partículas,!os!fluxos,!os!quanta!–,! um!terreno!no!qual!não!me!atreveria!a!segui-los.!É,!curiosamente,!em!uma! região! que! os! estóicos! não! abordaram,! a! região! da! arte,! que! se! põe! a! questão! do! incorporal! ou,! mais! exatamente,! a! questão! do! corpo.! Com! efeito,! é! nesse! campo! que! o! incorporal! é! evocado.! Mesmo! que! apenas! indiretamente!e!como!por!inversão!porque,!em!vez!de!fazer!a!pergunta! diretamente,!ali!mesmo:!"O!que!é!um!incorporal?",!a!pergunta!é!feita!de! revés:!"Por!que!o!corpo!está!ausente!da!arte!contemporânea?".!!

Isso!pode!surpreender,!mas!é!fato!que!a!demanda!de!corpo!no!domínio! artístico! é! uma! exigência! atual,! repetitiva,! obstinada,! lancinante.! Com! efeito,! tornou–se! um! tema! quase! inevitável! nos! debates! sobre! a! arte! contemporânea,!especialmente!a!partir!do!momento!em!que!se!passa!a! tratar! da! arte! chamada! digital.! O! corpo! ainda! existe?! Não! existe! mais! corpo,! o! corpo! próprio! do! artista! se! ausentou,! são! as! máquinas! que! operam! ou! que! pintam,! calculam,! inventam.! Mas! elas! inventam! precisamente?!Aliás,!que!máquinas?!Existem!máquinas!e!máquinas,!e!se! tomarmos! esse! campinho,! é! preciso! reconhecer! que! o! próprio! corpo! também!é!uma!máquina.!E!agora?!Não!se!consegue!parar!de!revirar!e! requentar! essas! questões! em! todas! as! conversações! e! ocasiões!

! 44!Anne!Cauquelin!(1925)!é!filósofa!e!referência!mundial!na!crítica!de!Arte!Contemporânea.! 134! !

mundanas.!Pré-conceitos!e!bordões!convencionais!são!constantemente! repetidos:! obra! "feita! a! mão"! contra! técnica,! concreto! contra! abstrato,! emoção! contra! frieza.! Ah"! A! emoção...! O! indizível,! justamente.! É! ela,! a! emoção,!que!nos!transporta.!Como?!Para!onde?!Rumo!a!quem?!Na!direção! de!quê?!Não!se!sabe.!Não!obrigatoriamente!na!direção!do!belo,!mas!rumo! à! arte:! outro!mundo,!mais! longínquo,! remoto.! Porque! isso! transcende,! isso!deve!transcender.!Como,!então?!É!o!corpo!que!serve!de!plataforma! para!a!outra!margem,!lá!onde!precisamente!não!há!mais!corpo,!apenas! espírito,!ou!o!espiritual,!como!se!diz?!Já!podemos!ver!que!as!coisas!se! complicam.! Nada! parece! realmente! claro! nessa! reclamação.! (CAUQUELIN,!2008,!pp.!55–56)!

Logo,!temos!um!deslocamento!do!conceito!de!corpo!na!arte,!da!presença!matérica!para!a! presença!conceitual.!Há,!aqui,!uma!diferença!importante!entre!a!arte!e!a!curadoria!digitais! para!a!chamada!arte!conceitual:!no!digital,!a!visualidade!e!o!conceito!são!apresentados,! cabendo!ao!fruidor!as!relações!e,!ao!contrário!da!arte!conceitual,!não!abre!mão!de!seu! formalismo.!

Não!faço!essa!afirmação!desconhecendo!o!problema!que!nela!jaz.!Apesar!de!coexistirem! em! uma! certa! simbiose! contemporânea,! a! curadoria! em! sua! acepção! museológica! e! a! curadoria!em!sua!acepção!computacional!não!pertencem!ao!mesmo!preceito.!Como!diz! Hans!Belting45:!

O! princípio! de! coleção! do! museu! e! o! princípio! de! armazenamento! do! computador!pertencem!a!épocas!diferentes,!embora!no!presente!existam! simultaneamente!um!ao!lado!do!outro.!É!claro!que!o!princípio!de!coleção! do! museu! de! arte,! em! oposição! às! coleções! da! natureza! e! da! técnica,! baseia-se!no!preceito!da!seleção!e!da!validade!daquilo!que!designamos! como!arte.!Esse!preceito!conduziu!outrora!à!grande!divisão!das!imagens! e! dos! objetos! gerados! pelos! homens.! Imagens! no! interior! do! museu! adquiriam!estatuto!de!arte,!ao!passo!que!fora!do!museu!todas!as!imagens! perdiam!tal!estatuto.!Desse!modo!recebemos!uma!antiga!herança!à!qual! só!com!grande!esforço!conseguimos!restituir!um!sentido!atual,!mesmo! que!não!resete!nenhuma!dúvida!sobre!seu!sentido!anterior.!(BELTING,! 2012,!p.!187)!

A! seguir,! faz-se! necessário! compreender! a! questão! não! apenas! da! imaterialidade! da! curadoria,!mas!também!o!espaço!desenraizado!do!que!proponho!aqui.!!Olgária!Matos46! não!trata!diretamente!desse!assunto,!mas!acredito!que!uma!extrapolação!seja!possível:!

A!aceleração!das!mudanças!espaciais!e!temporais!desenraizam!o!homem! moderno,!abolindo!a!ideia!de!território!e!pertencimento,!por!um!lado,!de! abertura!para!o!futuro,!de!outro,!criando!um!“espaço!sem!lugar”!e!um! “tempo! atemporal”.! De! onde! a! acídia! moderna! significar! a! ! 45!Hans!Belting!(1935)!é!historiador!da!arte!e!autor.!É!reconhecido!especialista!em!teoria!da!imagem!e!arte!contemporânea.! 46!Olgária!Matos!(1948)!é!filósofa!e!escritora.! 135! !

impossibilidade!de!se!aplicar!na!vida!em!comum!sem,!no!entanto,!poder! investir! na! solidão.! Neste! sentido,! para! a! “comunidade! de! solitários,! o! exílio!é!seu!asilo”47.!O!que!não!significa!uma!negação!da!vida!em!comum,! mas! a! distância! como! maneira! de! entrar! em! contato! com! o! mundo.! (MATOS,!2014,!p.!75)!

Pensando!em!termos!de!abolição!da!ideia!de!território!e!pertencimento,!a!curadoria!por! uma!visualidade!em!grafos!carrega!em!si!uma!certa!portabilidade!desse!espaço!pessoal!e! intransferível! (cada! fruidor! irá! interagir! de! uma! maneira! específica! que,! por! consequência,!gera!um!espaço!único).!Há,!portanto,!com!uma!certa!licença!poética,!uma! ressignificação!desse!espaço!individual!e!uma!reapropriação!do!locus48.!

Seguindo!esse!pensamento!da!curadoria!por!locus!individual!e!digital,!assim!como!a!arte! contemporânea!depende!do!fruidor,!a!curadoria!aqui!proposta!também!o!inclui,!assim! como!é!dele!dependente.!A!curadoria!deixa!de!ser!centralizada!na!figura!do!curador!e! passa!a!ser!compartilhada!com!o!fruidor.!

Do!século!XVIII!até!boa!parte!do!século!XX,!curadores!eram!eruditos!que! tomavam!conta!dos!tesouros!do!passado.!Eles!montavam,!catalogavam!e! preservavam! coleções! e! interpretavam! e! exibiam! os! objetos! nelas! contidos.!Eram!os!guardiões!intelectuais!dos!museus,!e!suas!exposições! serviam! a! um! propósito!bastante! objetivo:! defender! a! ideia! de! que! os! objetos!sob!seus!cuidados!mereciam!ser!protegidos!e!que!eles!serviriam! para!educar!de!alguma!forma!o!público!em!geral.!Hoje!em!dia,!entretanto,! essa!definição!mudou!radicalmente.!Assim!como!os!artistas,!os!curadores! têm!cada!vez!mais!de!lutar!contra!a!descentralização!e!a!indefinição!do! seu!próprio!campo.!Ao!longo!da!última!década,!a!palavra!“curar”!tem!sido! cada!vez!mais!usada!para!descrever!alguma!coisa!que!envolve!a!seleção!e! a!ordenação!de!objetos!ou!meios!de!comunicação,!desde!escolher!a!lista! de!músicas!que!serão!tocadas!em!uma!festa!até!a!disposição!habilidosa!de! móveis!em!um!cômodo,!e!esses!novos!usos!banalizados!indicariam!que!o! seu!papel!seria!menos!rigoroso!e!mais!difuso!do!que!ele!foi!no!passado.! [...]!Outro!conjunto!de!habilidades!substitui!as!do!tradicional!historiador! da!arte.!A!capacidade!de!pôr!em!discussão!novas!propostas,!de!ser!um! indivíduo!de!algum!modo!criativo,!se!tornou!tão!importante!quanto!o!zelo! pelos!objetos!produzidos!por!artistas.!Ao!mesmo!tempo!que!o!curador!de! arte!contemporânea!defende!as!práticas!atuais!como!um!administrador,! essas! mesmas! práticas! evoluíram,! assim! como! o! pensamento! acerca! delas.!A!posição!do!curador!não!se!traduz!em!sacrifício!abnegado,!em!que! ele! coloca! a! obra! à! frente! dos! seus! próprios! interesses,! mas! em! colaboração,!discussão!e!inovação!constante.!Como!parte!dessa!mudança,! os!curadores!ficaram!encarregados!de!propor!debates!originais!por!meio! da!exibição!de!objetos!e!obras!de!arte.!Como!muitos!já!notaram!antes,!eles! se!tornaram!autores.![...]!Os!formatos!e!as!estratégias!de!que!dispomos! ! 47!Harmut!Rosa!e!William!Scheuermann!(orgs.),!High-Speed Society. Social Acceleration, op. cit;!Roland!Barthes,!comment vivre ensemble, op. cit. 48!Uso!o!termo!locus!aqui,!ao!invés!de!lugar,!com!o!objetivo!de,!propositalmente,!gerar!uma!mistura!entre!as!acepções!da!psicologia! (locus de controle)!e!da!matemática!(conjunto!de!pontos).! 136! !

aumentaram! exponencialmente.! Mas,! apesar! dessa! rápida! evolução,! a! ferramenta! mais! antiga,! a! exposição,! continua! sendo! a! principal.! O! curador!ainda!é!responsável!por!fornecer!o!contexto.!Em!vez!de!dispor!os! objetos!em!uma!narrativa!única,!linear!e!cronológica,!o!imperativo!atual! é!fazer!com!que!as!coisas!interajam!umas!com!as!outras,!posicionando-as! com! uma! gama! diversa! de! histórias,! ficções! e! micro-histórias.! (HOFFMANN,!2017,!pp.!15-18)!

Concordando! com! Jens! Hoffmann,! o! que! a! curadoria! oferece! é! o! contexto,! não! mais! a! narrativa.! A! narrativa! saiu! do! confinamento! de! que! trata! Crimp! e! tornou-se! fluida.! A! curadoria,!por!fim,!quebra!a!quarta!parede.!

Bertold!Brecht,!praticante!do!teatro!modernista,!teorizou!que,!ao!quebrar! a!quarta!parede,!os!intérpretes!poderiam!ajudar!os!integrantes!da!plateia! a!perceber!suas!vontades!inerentes.!Ele!considerava!a!interpretação!uma! ferramenta!pedagógica!capaz!de!fazer!mais!do!que!simplesmente!ensinar! uma!lição.!Segundo!Brecht,!o!teatro!poderia!“ensinar!a!ensinar”,!ao!ativar! um! espaço! em! que! os! integrantes! da! plateia! poderiam! pensar! criticamente! sobre! si! mesmos! e! sobre! o! mundo! que! habitam.! As! exposições! são! capazes! de! fazer! a! mesma! coisa,! e! os! meios! de! apresentação! selecionados! por! um! curador! muitas! vezes! marcam! a! diferença! entre! uma! exposição! didática,! em! que! uma! lição! está! sendo! ensinada,!e!uma!exposição!que!torna!evidentes!novos!modos!de!ser!e!de! pensar.! ! Etiquetas! presas! à! parede! podem! ser! tão! explicativas! que! esgotam!todo!o!pensamento.!Por!outro!lado,!elas!podem!suscitar!novas! questões.!Uma!simples!justaposição!pode!ser!um!mero!agrupamento!de! coisas!afins,!ou!pode!nos!apresentar!uma!lente!através!da!qual!podemos! ver!não!só!alguns!objetos!selecionados,!como!também!o!mundo!em!que! esses!objetos!estão.!Esse!é!o!objetivo!final!–!articular!e!incentivar!novos! modos!de!olhar!–!que!todos!buscamos.!É!essa!qualidade!que!dá!destaque! a!uma!exposição!bem-sucedida.!!(HOFFMANN,!2017,!pp.!20-21)!

Portanto,!trata-se!de!uma!metacuradoria,!já!que!há!uma!curadoria!da!curadoria.!

!

!

!

!

! 137! !

8. INTERPRETAÇÃO POÉTICA DOS DADOS

Fayga!Ostrower49,!em!sua!análise!da!obra!A noite estrelada,!diz!que:!

[...]!Este!é!mais!um!dos!contrastes!formais!com!que!Van!Gogh!articula!a! carga!dramática!do!conteúdo!expressivo!do!quadro.!O!assunto!em!si!nada! tem!de!dramático,!é!uma!paisagem!noturna.!Mas!Van!Gogh!transforma!o! assunto!em!conteúdo:!enquanto!os!homens!dormem!em!suas!casinhas! pequenas,! quase! que! espremidas! junto! à! beira! da! margem! inferior! do! quadro,!a!Natureza!toda!vibra!em!espaços!cantantes;!os!astros,!as!luas!e! os!sóis!giram!em!grandes!espirais!e!entram!numa!dança!cósmica!neste! azul! profundo! da! noite.! Uma! imagem! visionária#! Pela! movimentação! visual! intensa! e! os! grandes! contrastes! formais,! o! conteúdo! se! torna! dramático,!comunicando!uma!profunda!emoção.!

Então!a!possibilidade!de!transpor!para!imagens!de!espaço!–!através!de! indicações! visuais! que! conotam! vivências! espaciais! –! múltiplos! significados! que! se! sustentam! mutuamente! ao! formular! uma! visão! de! vida,!estabelecendo!referências!diretas!ao!caminho!comum!de!todos,!ou! seja,! remontando! as! experiências! de! conscientização! dos! indivíduos,! é! esta!possibilidade!que!explica!a!comunicabilidade!da!linguagem!artística.!! (OSTROWER,!1988,!pp.!180-181)!

Essa!análise!me!causou!uma!certa!epifania.!“Indicações!visuais!que!conotam!vivências! espaciais”!é!exatamente!a!minha!leitura!dos!grafos.!!

A! partir! desta! reflexão,! comecei! a! elaboração! do! portfólio! dos! trabalhos! utilizando! inicialmente!os!grafos,!tornando-se!uma!pesquisa em arte.!

Vou!empregar!o!termo!pesquisa em arte!para!designar!exclusivamente!as! pesquisas!relacionadas!à!criação!artística,!que!se!desenvolvem!visando! como! resultante! final! a! produção! de! uma! obra! de! arte,! e! que! são! empreendidas,!portanto,!por!um!artista.!(ZAMBONI,!2012,!pp.!6-7)!

Ou,!ainda:!

A! pesquisa! em! arte! é! realizada! hoje! num! ambiente! em! que! as! mídias! técnicas!de!imagem!marcam!nossa!imagem!do!mundo!e!nosso!conceito! de! realidade,! principalmente! quando! desconhecemos! sua! intenção! ideológica!propriamente!dita.!O!conteúdo!da!informação!que!possuem!ou! apenas!afirma!determina!em!geral!a!nossa!disposição!de!nos!envolver! com!eles.!Torna-se!evidente!interrogar!também!os!gêneros!históricos!da! arte!e!as!técnicas!imagéticas!como!mídias!que!sempre!possuíram!uma! estrutura!estética!e!de!conteúdo!próprio,!com!a!qual,!aliás,!eles!colocavam! em!jogo!o!tema!particular!ou!o!motivo!determinado.!Imagem!e!linguagem! foram! ambas! inventadas! como! sistemas! simbólicos! com! os! quais! os! homens!sempre!se!entenderam!no!que!diz!respeito!ao!mundo.!Desde!o! crescimento!do!interesse!na!comunicação!não!verbal,!as!ciências!sociais! ! 49!Fayga!Ostrower!(1920-2001)!foi!gravadora,!pintora,!desenhista,!ilustradora,!ceramista,!escritora,!teórica!da!arte,!professora.! 138! !

também! encontram! acesso! às! mídias! imagéticas! da! história,! enquanto! antes!só!levavam!a!sério!os!textos.!(BELTING,!2012,!p.!281)!

Não!existe!nenhum!processo!automatizado,!fazendo!com!que!o!grafo!seja!apenas!a!forma! escolhida!pela!artista/autora!de!expressar-se.!!

Para!dizer!novamente,!a!arte!vive!na!experiência!da!arte.!E!ainda!de!novo:! essa!experiência!consiste!na!avaliação!estética.!E!a!avaliação!surge!como! os!resultados!e!respostas!que!absorveram!suas!causas!e!perguntas.!Por! uma!circularidade!parecida,!conteúdo!e!forma!se!dissipam!um!no!outro.! A! experiência! estética! torna-se! inteiramente! conteúdo! e! inteiramente! forma.!É!como!se!uma!permanecesse!imanente!à!outra,!para!se!tornar! manifesta! na! outra,! e! como! ela,! no! momento! em! que! o! pensamento! discursivo!tenta!defini-la!claramente.!Se!o!losango!de!Mondrian!em!Yale! não!se!destacasse!por!seu!conteúdo,!sua!forma!não!lhe!teria!valido!nada;! se!não!se!destacasse!por!sua!forma,!seu!conteúdo! não! lhe!teria!valido! nada.!Assim,!eles!desaparecem!–!não,!eles!se!transformam!–!um!no!outro:! o!conteúdo!e!a!forma.!(GREENBERG,!2013,!pp.!177-178)!

Como!diz!Cauquelin,!o!título!é!uma!cor.!Complemento:!o!grafo!é!uma!tinta.!

Tanto!cor!quanto!tinta!significam:!

Objetos,!imagens,!comportamentos!podem!significar,!claro!está,!e!o!fazem! abundantemente,! mas! nunca! de! maneira! autônoma;! qualquer! sistema! semiológico!repassa-se!de!linguagem.!A!substância!visual,!por!exemplo,! confirma! suas! significações! ao! fazer-se! repetir! por! uma! mensagem! linguística! (é! o! caso! do! cinema,! da! publicidade,! das! historietas! em! quadrinhos,!da!fotografia!de!imprensa!etc.),!de!modo!que!ao!menos!uma! parte!da!mensagem!icônica!está!numa!relação!estrutural!de!redundância! ou!revezamento!com!o!sistema!da!língua;!quanto!aos!conjuntos!de!objetos! (vestuário,!alimentos),!estes!só!alcançam!o!estatuto!de!sistemas!quando! passam!pela!mediação!da!língua,!que!lhes!denomina!os!significados!(sob! a!forma!de!usos!ou!razões);!nós!somos,!muito!mais!do!que!outrora!e!a! despeito!da!invasão!das!imagens,!uma!civilização!da!escrita.!Enfim,!de!um! modo!muito!mais!geral,!parece!cada!vez!mais!difícil!conceber!um!sistema! de! imagens! ou! objetos,! cujos! significados! possam! existir! fora! da! linguagem:! perceber! o! que! significa! uma! substância! é,! fatalmente,! recorrer!ao!recorte!da!língua:!sentido!só!existe!quando!denominado,!e!o! mundo!dos!significados!não!é!outro!senão!o!da!linguagem.!(BARTHES,! 2012,!p.!14)!

Ou! seja,! o! grafo! assume-se! como! linguagem! significante.! E,! como! qualquer! linguagem,! deve! a! sua! utilização! à! capacidade! de! interpretação! de! seus! signos! por! parte! do! fruidor/receptor.!!

Para! Ricoeur,! a! linguagem! tornou-se! "um! domínio! sobre! o! qual! se! entrelaçam,!hoje!em!dia,!todas!as!pesquisas!filosóficas",!caracterizando! aquilo!que!alguns!chamam!de!sua!"virada!lingüística".!Podemos!dizer!que! sua!teoria!da!interpretação!tem!como!base!o!reconhecimento!desse!lugar! 139! !

central!que!a!linguagem!e!os!símbolos!ocupam!em!nossa!existência.!Ela! contribui,! ao! mesmo! tempo,! para! esclarecer! esse! lugar! e! para! a! formulação! de! uma! teoria! geral! da! linguagem.! Se! toda! teoria! da! interpretação! inclui! ou! está! assentada! numa! concepção! de! linguagem,! seja! ela! explicitada! ou! não,! a! de! Ricoeur! estabelece-se! junto! com! a! elaboração! de! tal! concepção! e! suas! implicações! filosóficas.! Essas! elaborações!têm!como!horizonte!maior!uma!antropologia!ou!ontologia!do! homem!capaz!–!capaz!de!agir,!de!falar,!de!narrar!e!de!avaliar!eticamente! suas!ações.!(GENTIL,!s.d.,!p.!18)!!

Estamos,!portanto,!no!domínio!da!linguagem.!

! 140! !

9. PORTFÓLIO: GRAFOS

Existem!muitas!histórias!sobre!o!momento!em!que!van!Gogh!começou!a!usar!cores!mais! vivas!em!suas!obras.!A!história!mais!conhecida!é!a!de!que!foi!por!influência!do!irmão,!que! disse!em!uma! carta!que! cores! mais! vivas!seriam!comercialmente!mais!fáceis! de! lidar.! Outra,!de!que!foi!a!partir!da!ida!a!Paris!e!do!contato!com!os!impressionistas.!Outra,!de!que! a!viagem!em!1890!para!Auvers-sur-Oise,!a!34!km!de!Paris,!foi!justamente!em!busca!de! tons!mais!alegres.!

Robert!Cumming50!atribui!a!escolha!de!cores!de!Van!Gogh!a!valores!simbólicos:!

A!cadeira!real!do!quarto!de!Van!Gogh!era!de!madeira!clara.!Ele!a!pintou! de!amarelo!por!motivos!simbólicos!–!o!amarelo!é!a!cor!da!luz!do!sol,!do! calor! e! da! felicidade.! Embora! acreditasse! que! pintava! diretamente! do! natural,! Van! Gogh! constantemente! trocava! ou! intensificava! as! cores.! (CUMMING,!2010,!p.!94)!

Gombrich51!também!atribui!a!questões!expressivas:!

É! evidente! que! Van! Gogh! não! estava! principalmente! interessado! na! representação!correta.!Usou!cores!e!formas!para!transmitir!o!que!sentia! em!relação!às!coisas!que!pintava!e!o!que!desejava!que!outros!sentissem.! Não! se! importava! muito! com! o! que! chamava! de! “realidade! estereoscópica”,! ou! seja,! a! reprodução! fotograficamente! exata! da! natureza.! Exagerava! e! até! mudava! a! aparência! das! coisas,! se! isso! se! adequasse!ao!seu!propósito.!(GOMBRICH,!2008,!p.!548)!

É!essa!questão!da!cor,!a!expressiva,!que!me!interessa.!Em!busca!da!sinergia!desse!“ponto! de! virada”,! escolhi! a! presença! do! pigmento! Y! (amarelo)! na! obra! de! van! Gogh! como! parâmetro!central!da!geração!desse!portfólio,!utilizando!os!grafos.!

Quando!Van!Gogh!proclama!o!que!todos!os!pintores!independentes,!e!ele! próprio! em! primeiro! lugar,! devem! às! gravuras! de! Yamato,! não! é! pela! atracção! pelas! jovens! japonesas! nem! pela! admiração! pelos! arabescos.! Numa!época!em!que!toda!a!arte!a!duas!dimensões!é!considerada!inábil! (até!mesmo!Baudelaire!fala!de!ingenuidade),!estas!estampas!revelam!que! tal!arte!é!compatível!com!um!desenho!supinamente!hábil.!Como!esboço,! mas!com!mais!força,!porque!são!a!expressão!de!uma!arte!deliberada!–!e,! com!a!ajuda!da!surpresa!–!não!fornecem!modelos!aos!pintores,!revelam- lhes!a!sua!liberdade.!(MALRAUX,!2017,!p.!79)!

! 50!Robert!Cumming!(1945)!é!historiador!da!arte.!Foi!curador!da!Christie's!auction!house.!!! 51!Sir!Ernst!Hans!Josef!Gombrich!(1909-2001)!foi!um!dos!mais!conhecidos!e!respeitados!historiadores!da!arte.!Seu!livro!"A!História! da!Arte"!(primeira!edição:!1950,!Londres)!ainda!é!usado!como!a!principal!referência!no!assunto.! 141! !

Por!esse!motivo,!optei!por!manter!o!grafo!em!sua!bidimensionalidade,!ainda!que!por!vezes! com!a!ilusão!de!volume!e!perspectiva.!Ou!seja,!busco!a!“re-bidimensionalização!da!imagem! pictórica”:!

Artistas! pesquisam! insistentemente! a! nova! realidade! num! universo! acima!das!aparências.!Ocorria infringir as barreiras das aparências visuais, ocorria substituir a passiva transcrição da experiência ótica com uma nova elaboração intelectual52.!Um!novo!conceito!de!realidade:!autonomia!da! linguagem.!

Cor,! forma! e! espaço! constituem! os! novos! limites! da! imagem.! São! as! estruturas!básicas!da!linguagem!pictórica.!O!conceito!figurativo!de!espaço! (atmosférico! e! vazio)! está! decisivamente! abandonado.! O! conceito! abstrato! de! espaço! (superficial)! é! significativamente! adotado.! A! materialização do espaço53!provoca!a!re-bidimensionalização!da!imagem! pictórica.!(RIZOLLI,!2005,!p.!72)!

Os!grafos!foram,!inicialmente,!produzidos!de!forma!estática,!como!pode!observar-se!nas! figuras!a!seguir.!

! 52!Nota!de!final!de!capítulo!em!RIZOLLI,!2005,!pp.!107-110:!“Jaffé,!1967!p.!290”,!em!referência!a!JAFFÉ, H. L. C. Ottocento/Novecento – 2000 anni di Pittura. Milano: Garzanti, 1967.! 53!Nota!de!final!de!capítulo!em!RIZOLLI,!2005,!pp.!107-110:!“Guercio,!1980,!p.!19”,!em!referência!a!GUERCIO, A. D. La pittura del Novecento. Torino: Utet, 1980.! 142! !

!

Figura!136.!Luminância54!média!das!obras!de!Van!Gogh!

! 54!Luminância!descreve!a!medição!da!quantidade!de!emissão!de!luz.!No!caso!de!obras!digitalizadas,!histogramas!de!luminância!são! mais!precisos!que!histogramas!de!cor!ao!descrever!a!percepção!de!distribuição!de!brilho,!ou!"luminosidade"!em!uma!imagem.!Essa! percepção!não!é!simplesmente!a!das!áreas!mais!claras!de!uma!imagem!e!a!medição!da!luminância!leva!em!consideração!o!fato!de!que! o!olho!humano!é!muito!mais!sensível!à!luz!verde!do!que!à!vermelha!ou!à!azul,!por!exemplo.! 143! !

!

Figura!137.!Valores!de!CMYK!por!obra!e!mês,!do!período!em!Arles!

!

! 144! !

!

Figura!138.!Relação!entre!a!utilização!de!Preto!e!Luminância!Média,!das!obras!realizadas!em!Arles!

! 145! !

!

Figura!139.!Relação!entre!a!utilização!de!Amarelo!e!Luminâncias!Mínima,!Média!e!Máxima,!das!obras! realizadas!em!Arles.! 146! !

!

Figura!140.!Proporção!da!utilização!de!pigmentos!CMYK,!por!mês,!em!Arles,!por!van!Gogh!(proporcionais! à!quantidade!de!obras!realizadas!no!período)!

! 147! !

!

Figura!141.!Proporção!da!utilização!de!pigmentos!CMYK!(mês!outubro!de!1888).!

!

A!questão!da! interatividade!dos!grafos!tornou-se! importante! no! decorrer!da! pesquisa! (não!o!era!em!seu!início).!

O!elemento!comunicacional!é!vital!para!a!compreensão!das!linguagens!do! espaço-tempo! da! arte! que! se! define! presentemente.! As! máquinas! que! liberam! imagens! numéricas! capazes! de! operações! ilimitadas! proporcionam! novas! formas! de! compartilhamento! da! experiência! estética.! No! lugar! da! obra! irredutivelmente! pessoal,! intensifica-se! o! fenômeno! da! interação,! originariamente! como! relação! artista- computador,!para!posteriormente!refletir-se!também!ao!binômio!artista- espectador,!na!sua!correspondência!através!de!diferentes!extensões!de! rede.! 148! !

Anteriormente!conceituado!por!Marcel!Duchamp!como!um!dos!dois!polos! determinantes! da! criação! artística,! o! receptor! alcançou! condições! de! reconhecimento! substancial! em! movimentos! de! vanguarda! que! precedem!as!concepções!artísticas!da!década!de!1960.!Alterou-se!então! profundamente! o! espírito! dessa! conexão! ingênita,! com! as! proposições! minimalistas! e! conceitualistas! e! os! recursos! introduzidos! pelas! novas! tecnologias.! A! relação! que! aproximava! o! artista! e! o! espectador,! reservando! a! este! último! o! ato! da! contemplação! ou! prescrevendo! possibilidades! de! participação,! ganhou! nova! essência! em! que! se! manifesta! uma! atividade! integrante,! como! na! videoinstalação! e! nos! trabalhos!que!se!realizam!nas!redes!artístico-telemáticas,!favorecida!pela! entrada! em! cena! da! internet.! Nesse! sentido! remove-se! o! clássico! entendimento!do!artista!como!único!criador.!(ZANINI,!2018,!p.!19)!

Reconhecer!e!abraçar!a!importância!do!fruidor/utilizador!do!grafo!é,!também,!conceder- lhe!autoria.!Esse!trabalho!é,!portanto,!metacriativo,!tanto!por!criar!a!partir!de!uma!criação,! quanto!por!permitir!uma!criação!a!partir!de!si!próprio.!

Os! grafos! tornaram-se! interativos! e! podem! ser! encontrados! no! endereço! .!A!seguir,!alguns!prints:!

!

Figura!142.!Tela!inicial! 149! !

!

Figura!143.!Cluster!"Lugares"!

!

!

Figura!144.!Cluster!Lugares:!Arles.! 150! !

!

Figura!145.!Arles!(pormenor)! 151! !

!

Figura!146.!Obra!selecionada!(pormenor)!

! 152! !

!

Figura!147.!Obra!selecionada!(pormenor)! 153! !

!

!

Figura!148.!Cluster!Lugares:!Auvers-sur-Oise!

!

Figura!149.!Cluster!Lugares:!Nuenem! 154! !

!

Figura!150.!Cluster!Cores!

!

Figura!151.!Cluster!Cores:!Amarelo!(com!links!na!lateral)! 155! !

!

Figura!152.!Cluster!Cores:!Amarelo!(pormenor)! 156! !

!

Figura!153.!Cluster!Cartas! 157! !

!

Figura!154.!!Cluster!Cartas!(pormenor)!

!

Figura!155.!!Cluster!Cartas:!Holanda! 158! !

!

Figura!156.!Todos!os!conjuntos!unidos!em!um!só!grafo.! 159! !

!

Figura!157.!Todos!os!conjuntos!unidos!em!um!só!grafo:!Pessoa! 160! !

!

Figura!158.!Todos!os!conjuntos!unidos!em!um!só!grafo:!obra!selecionada.!

Grafos interativos

As!figuras!acima!mostram!elementos!interativos,!descritos!a!seguir.!

Os!grafos!podem!ser!encontrados!no!endereço!.!

A!página!inicial!é!apenas!descritiva,!contendo!o!texto!explicativo!a!seguir:!

Grafos:!Uma!proposta!metacuratorial!e!artística!!

Tese!de!doutoramento!!

Orientação:!Marcos!Rizolli!

Essa! tese! de! doutoramento! é! uma! proposta! artística! e! curatorial! com! utilização!de!grafos!relacionais,!gerados!a!partir!de!dados!extraídos!de! forma! sistemática! e! metódica! das! obras! de!um! determinado! artista.! O! artista! analisado! para!essa! tese! foi!Vincent! van! Gogh! (1853-1890).! Os! dados!considerados!em!suas!obras,!para!a!geração!dos!grafos,!foram!os! valores!de!ciano,!magenta,!amarelo!e!preto;!luminância!mínima,!máxima! e!média;!data!e!local!de!realização.!Os!grafos!gerados!são!apresentados! como! uma! visualidade! artística! e! curatorial.! A! pesquisa,! portanto,! é! metacriativa!e!metacuratorial,!buscando!uma!linguagem!de!visualidades! dentro!do!trânsito!intersemiótico.!

Carolina!Vigna!Prado! 161! !

No!canto!superior!esquerdo!de!todas!as!páginas,!há!um!menu!contendo!as!opções!Lugares, Cores, Cartas, Todos!e!a!opção!de!retornar!para!a!página!inicial.!

Os!grafos!funcionam!com!a!mesma!lógica.!Há!sempre!um!cluster!(conjunto!de!nós)!que! organiza!os!nós!que!pertencem!a!esse!conjunto.!Os!nós!são!representados!por!pontos.! Cada!ponto!equivale!a!uma!obra!ou!um!conjunto!de!obras.!Ao!passar!com!o!cursor!por! cima!de!um!nó!ou!de!um!cluster,!o!grafo!automaticamente!destaca!as!relações!que!aquele! ponto!possuiu.!É!possível,!então,!perceber!que!o!ponto!em!destaque!privilegia!as!suas! relações!e!ofusca,!diminuindo!a!opacidade,!os!demais.!

Uma!vez!que!o!fruidor!selecione!(tocando!ou!clicando)!um!determinado!ponto,!abre-se! automaticamente!na!lateral!direita!um!quadro!contendo!as!informações!técnicas!daquele! ponto! e! as! relações! que! possui! (Links).! Esses! links! relacionais! podem! ser! escolhidos! diretamente!desse!quadro.!Quando!o!ponto!selecionado!é!uma!obra,!é!possível!ver!uma! pequena!reprodução!digital.!

Na!parte!superior!desse!mesmo!quadro!há! a!opção!"Retornar",!que!volta!para!o!grafo! inteiro.!

A! seguir,! registros! da! exposição! realizada! de! 08! a! 17! de! agosto! de! 2019! no! Centro! Histórico!e!Cultural!Mackenzie,!São!Paulo.! 162! !

!

Figura!159.!Painel!interativo!em!touchscreen,!mostrando!a!opção!principal!inicial!(grafo!com!todos!os! clusters:!lugares,!cores,!cartas).!

!

Figura!160.!Panorama!geral!da!exposição!Grafos,!realizada!no!Centro!Histórico!e!Cultural!Mackenzie,!SP,! em!agosto!de!2019,!mostrando!a!interação!com!o!touchscreen.!Fotografia!de!Felipe!Bedran.! 163! !

!

Figura!161.!Exposição!Grafos,!Centro!Histórico!e!Cultural!Mackenzie,!SP,!em!agosto!de!2019.!Banners!de! texto!curatorial!e!título,!com!o!display!touchscreen!interativo!ao!centro.!Fotografia!de!Denise!Tangerino.! 164! !

!

Figura!162.!Interação!com!os!grafos,!durante!a!exposição!realizada!no!Centro!Histórico!e!Cultural! Mackenzie,!SP,!em!agosto!de!2019.! 165! !

!

Figura!163.!Interação!com!os!grafos,!durante!a!exposição!realizada!no!Centro!Histórico!e!Cultural! Mackenzie,!SP,!em!agosto!de!2019.!Fotografia!de!Felipe!Bedran.! 166! !

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como!ocorre!com!frequência!em!processos!reflexivo-criativos,!esse!também!é!de!difícil! tradução.!

As!linguagens!da!arte!não!são!semelhantes!à!palavra,!mas!irmãs!secretas! da! música.! (Por! razões! diferentes! das! que! se! pressentiram! quando! a! pintura! rejeitou! a! imitação;! como! linguagens,! não! como! arbitrária! liberdade.)!Sabemos!que!o!que!separa!toda!a!obra!de!arte!da!ideologia! que!a!suscita!ou!justifica.!O!que!nos!dizem!A Ronda da Noite,!os!últimos! Ticiano!e!A Montanha Santa Vitória,!O Pensador,!o!tímpano!de!Moissac,!a! estátua!do!príncipe!Gudeia!e!a!do!faraó!Djeser,!o!Antepassado!africano,!só! pode!ser!dito!por!meio!de!formas,!do!mesmo!modo!que!!o!que!nos!dizem! o!Kyrie!de!Palestrina,!Orfeu, Don Juan!ou!a!Nona Sinfonia!só!pode!ser!dito! por!notas.!Não!há!tradução.!(MALRAUX,!2017,!p.!259-261)!

A! democratização! do! objeto! curado! (museológico)! é,! na! contemporaneidade,! uma! preocupação!existente.!!

Outra! questão! gravíssima! que! a! natureza! convencional! da! exposição! acarreta! numa! sociedade! compartimentada! é! a! impossibilidade! de! se! dispor!de!uma!moeda!comum,!polivalente,!universal,!ao!alcance!de!todos! os!grupos!e!segmentos.!De!um!ponto!de!vista!meramente!formal,!poder- se-ia! fazer! paralelo,! mais! uma! vez,! com! a! aprendizagem! da! leitura! (aquisição!da!competência!para!fazer!uso!personalizado!de!exposições),! que! não! equivale! ao! entendimento! de! todo! tipo! de! texto! (a! exposição! específica,! enquanto! expressão! de! um! determinado! conceito).! No! entanto,! na! prática,! vejo! com! dificuldade! solução! para! o! impasse.! Na! impossibilidade!de!se!contar!com!um!miraculoso!Esperanto!museológico,! conviria! apenas! adiantar,! como! imagino,! que! se! deva! desenvolver! a! exposição!a!partir!de!um!núcleo!básico!e!simples,!em!que!predomine!a! linguagem!dos! objetos! (ver! adiante)! e! em! torno! do! qual! se! expandam! camadas!concêntricas!(conforme!as!faixas!de!diversificação!possíveis!de! atingir)!–!mas!sempre!voltadas!para!o!mesmo!núcleo!básico!em!questão! e!de!crescente!complexidade.!(MENESES,!2013,!p.!32)!

Meneses!não!fala!de!grafos,!mas!de!uma!compreensão!atribuidora!de!sentido!que!acontece! de!forma!radial!e,!talvez,!rizomática55.!Pensar!em!atribuir!sentido!de!forma!rizomática!e! expansível!é,!em!termos!de!visualização!de!dados,!pensar!em!grafos.!

A!proposta-resultado!dessa!pesquisa!tenta!aproximar-se!de!uma!solução,!mas!é!limitada! pela!alfabetização!e!acesso!à!tecnologia.!Mesmo!ciente!dessa!questão,!acredito!que!o!fato!

! 55!O!rizoma,!enquanto!termo!filosófico,!é!um!modelo!proposto!por!Gilles!Deleuze!(1925-1995)!e!Félix!Guattari!(1930-1992).!O!rizoma! epistemológico,!tal!qual!o!botânico,!possui!múltiplos!ramos!que!se!afetam!mutuamente.! 167! ! de!sua!fruição!ser!interativa!e!via!internet!faz!com!que!essa!democratização!se!torne!um! pouco!mais!ampla!do!que!se!estivesse!restrita!a!um!museu.!

Há,! ainda,! o! viés! da! desmaterialização! da! curadoria.! Ou! seja,! por! sua! digitalização! e! consequente!ausência!da!obra!em!si,!trata-se!de!uma!curadoria!imaterial.!Sobre!a!questão! da!desmaterialização:!

Lucy! R.! Lippard! valeu-se! pela! primeira! vez! da! expressão! "desmaterialização!da!arte"!ao!publicar!um!artigo!juntamente!com!John! Chandler! em! 1968.! Não! obstante! as! reservas! que! suscitou,! o! termo! tornou-se! aceito! e! mesmo! emblemático! por! caracterizar! o! fenômeno! intrínseco!de!uma!arte!revolucionada!em!seus!conceitos!e!técnicas.!Anos! depois,! em! livro! de! 1973,! a! crítica! levantou! informalmente,! mas! com! agudez! de! espírito,! trabalhos! de! numerosos! artistas! realizados! entre! 1966! e! 1972! a! distância! de! todas! as! convenções! materiais! da! arte.! Tratava-se!sobretudo!de!fotografias!e!textos.!(ZANINI,!2018,!p.!117)!

Rompe,!assim,!com!a!fetichização!do!objeto.!

A! tendência! mais! comum! no! museu! histórico,! previsível! pela! caracterização! corrente! que! dele! se! fez,! é! a! fetichização! do! objeto! na! exposição.!Inserida!numa!dimensão!de!fenômenos!históricos!ou!sociais,!a! fetichização!tem!que!ser!entendida!como!deslocamento!de!atributos!do! nível!das!relações!entre!os!homens,!apresentando-os!como!derivados!dos! objetos,! autonomamente,! portanto! “naturalmente”.! Ora,! os! objetos! materiais! só! dispões! de! propriedades! imanentes! de! natureza! físico- química:! matéria! prima,! peso,! densidade,! textura,! sabor,! opacidade,! forma!geométrica,!etc.etc.etc.!Todos!os!demais!atributos!são!aplicados!às! coisas.! Em! outras! palavras:! sentido! e! valores! (cognitivos,! afetivos,! estéticos!e!pragmáticos)!não!são!sentidos!e!valores!das!coisas,!mas!da! sociedade! que! os! produz,! armazena,! faz! circular! e! consumir,! recicla! e! descarta,!mobilizando!tal!ou!qual!atributo!físico!(naturalmente,!segundo! padrões! históricos,! sujeitos! a! permanente! transformação).! (MENESES,! 2013,!p.!36)!

Ao!quebrar!a!fetichização!do!objeto!e!revisitar!as!relações!das!obras!de!arte,!essa!proposta! metacuratorial!e!artística!mantém!a!obra!viva.!São!as!relações!com!o!presente!que!ditam! a!relevância!da!obra!de!arte!e/ou!do!artista.!Por!esse!motivo,!a!possibilidade!de!interação! com!os!grafos!tornou-se!importante!no!decorrer!dessa!pesquisa.!!

Jauss!fala,!nesse!trecho,!inicialmente!sobre!literatura,!mas!acredito!que!a!interpretação! ampliada!para!todas!as!artes!é!possível:!

O!insight!de!que!a!essência!histórica!da!obra!de!arte!reside!não!apenas! em! sua! função! representacional! ou! expressiva,! mas! também! em! sua! influência,! deve! ter! duas! consequências! para! uma! nova! fundação! da! história! literária.! Se! a! vida! do! trabalho! resulta! "não! de! sua! existência! 168! !

autônoma,!mas!da!interação!recíproca!entre!o!trabalho!e!a!humanidade",! esse! trabalho! perpétuo! de! compreensão! e! de! reprodução! ativa! do! passado!não!pode!permanecer!limitado!ao!único!trabalho.!Pelo!contrário,! a!relação!entre!o!trabalho!e!o!trabalho!deve!agora!ser!trazida!para!essa! interação!entre!o!trabalho!e!a!humanidade,!e!a!coerência!histórica!das! obras! entre! si! deve! ser! vista! nas! inter-relações! entre! produção! e! recepção.!Dito!de!outra!forma:!a!literatura!e!a!arte!só!obtêm!uma!história! que! tenha! o! caráter! de! um! processo! quando! a! sucessão! de! obras! é! mediada! não! apenas! pelo! sujeito! produtor,! mas! também! pelo! sujeito! consumidor!-!por!meio!da!interação!entre!autor!e!público.!E!se,!por!outro! lado,! “a! realidade! humana! não! é! apenas! uma! produção! da! nova,! mas! também!uma!reprodução!(crítica!e!dialética)!do!passado”,!a!função!da! arte!no!processo!dessa!totalização!perpétua!só!pode!vir!à!tona!em!seu! independência!quando!a!realização!específica!da!forma!artística!também! não!é!mais!apenas!mimeticamente!definida,!mas!é!vista!dialeticamente! como!um!meio!capaz!de!formar!e!alterar!a!percepção,!na!qual!a!“formação! dos!sentidos”!ocorre!principalmente.!(JAUSS,!1982,!pp.!15-16,!tradução! nossa56)!

Os! grafos! aqui! apresentados! não! são! uma! representação,! não! são! mimese! das! obras! analisadas.!Os!grafos!não!representam,!os!grafos!apresentam!uma!estética.!São,!portanto,! além!de!curatoriais,!expressivos,!criativos!e!artísticos.!

!

!!

! 56!The!insight!that!the!historical!essence!of!the!work!of!art!lies!not!only!in!its!representational!or!expressive!function!but!also!in!its! influence!must!have!two!consequences!for!a!new!founding!of!literary!history.!If!the!life!of!the!work!results!“not!from!its!autonomous! existence!but!rather!from!the!reciprocal!interaction!of!work!and!mankind,”!this!perpetual!labor!of!understanding!and!of!the!active! reproduction!of!the!past!cannot!remain!limited!to!the!single!work.!On!the!contrary,!the!relationship!of!work!to!work!must!now!be! brought!into!this!interaction!between!work!and!mankind,!and!the!historical!coherence!of!works!among!themselves!must!be!seen!in! the!interrelations!of!production!and!reception.!Put!another!way:!literature!and!art!only!obtain!a!history!that!has!the!character!of!a! process!when!the!succession!of!works!is!mediated!not!only!through!the!producing!subject!but!also!through!the!consuming!subject!–! through!the!interaction!of!author!and!public.!And!if!on!the!other!hand!“human!reality!is!not!only!a!production!of!the!new,!but!also!a! (critical!and!dialectial)!reproduction!of!the!past,”!the!function!of!art!in!the!process!of!this!perpetual!totalizing!can!only!come!into! view!in!its!independence!when!the!specific!achievement!of!artistic!form!as!well!is!no!longer!just!mimetically!defined,!but!rather!is! viewed!dialectically!as!a!medium!capable!of!forming!and!altering!perception,!in!which!the!“formation!of!senses”!chiefly!takes!place.! (JAUSS,!1982,!pp.!15-16)! 169! !

REFERÊNCIAS

AGAMBEN,! Giorgio.! O que é contemporâneo? e outros ensaios.! Trad.! Vinícius! Nicastro! Honekso.!Chapecó,!SC:!Argos,!2009.!

BARTHES,!Roland.!Elementos de semiologia.!Trad.!Izidoro!Blikstein.!19.!Ed.!São!Paulo:! Cultrix,!2012.!

BELTING,!Hans.!O fim da história da arte:!uma!revisão!dez!anos!depois.!Trad.!Rodnei! Nascimento.!São!Paulo:!Cosac!Naify,!2012.!

BOURRIAUD,!Nicolas.!Estética relacional.!Trad.!Denise!Bottmann.!São!Paulo:!Martins,! 2009.!(Coleção!Todas!as!Artes).!

BUCCI,!Eugênio.!O!rumor!da!mídia.!In:!NOVAES,!Adauto!(Org.).!Mutações: o silêncio e a prosa do mundo.!São!Paulo:!Edições!Sesc!São!Paulo,!2014.!ISBN!978-85-7995-102-2!

CANAS,!Adriano!Tomitão.!MASP:!museu!laboratório.!Tese!de!doutoramento.!São!Paulo:! FAU-USP,!2010.!

CASTELLS,!Manuel.!A sociedade em rede.!Trad.!Roneide!Venancio!Majer.!10.!ed.!São! Paulo:!Paz!e!Terra,!2007.!v.!1.!(A!era!da!informação:!economia,!sociedade!e!cultura).!

CAUQUELIN,!Anne.!Arte contemporânea:!uma!introdução.!Trad.!Rejane!Janowitzer.!São! Paulo:!Martins,!2005.!(Coleção!Todas!as!artes).!

CAUQUELIN,!Anne.!Freqüentar os incorporais:!contribuição!a!uma!teoria!da!arte! contemporânea.!Trad.!Marcos!Marcionilo.!São!Paulo:!Martins,!2008.!(Coleção!Todas!as! Artes).!

CHKLÓVSKI,!Vitor.!Arte!como!procedimento.!In:!TOLEDO,!Dionísio!de!Oliveira!(Org.).! Teoria da literatura:!formalistas!russos.!Porto!Alegre:!Globo,!1973.!

COELHO,!Teixeira.!O que é ação cultural.!São!Paulo:!Brasiliense,!2001.!(Coleção!primeiros! passos;!216).!ISBN!85-11-01216-8!

CRIMP,!Douglas.!Sobre as ruínas do museu.!Trad.!Fernando!Santos.!São!Paulo:!Martins! Fontes,!2005.!(Coleção!a).!

CSIKSZENTMIHALYI,!Mihaly.!Handbook of Creativity.!New!Haven:!Robert!J.!Semberg;! Yale,!1998.!!

CUMMING,!Robert.!Arte em detalhe.!Trad.!Maria!da!Anunciação!Rodrigues.!São!Paulo:! Publifolha,!2010.!(Coleção!em!detalhes).!

DONDIS,!Donis.!Sintaxe da Linguagem Visual.!Trad.!Jefferson!Luiz!Camargo.!3ª!Ed.!São! Paulo!:!Martins!Fontes,!2007.!! 170! !

ENCICLOPÉDIA!Itaú!Cultural!de!Arte!e!Cultura!Brasileiras.!Lina Bo Bardi.!São!Paulo:!Itaú! Cultural,!2018.!Disponível!em:! .!Acesso!em:!03!de! JUN!2018.!Verbete!da!Enciclopédia.!ISBN:!978-85-7979-060-7!

FLUSSER,!Vilém.!O mundo codificado:!por!uma!filosofia!do!design!e!da!comunicação.!Org.! Rafael!Cardoso.!Trad.!Raque!Abi-Sâmara.!São!Paulo:!Cosac!Naify,!2013.!

FOUCAULT,!Michel.!Isto não é um cachimbo.!Trad.!Jorge!Coli.!5a.!Ed.!São!Paulo:!Paz!e! Terra,!2008.!ISBN:!978-85-7753-031-1!

FREIRE,!Paulo.!Pedagogia da esperança:!um!reencontro!com!a!pedagogia!do!oprimido.! Notas:!Ana!Maria!Araújo!Freire.!Rio!de!Janeiro:!Paz!e!Terra,!1992.!

FURLAN,!Annie!Simões!R.;!FURLAN,!Reinaldo.!Arte,!linguagem!e!expressão!na!filosofia! de!Merleau-Ponty.!In:!ARS!(São!Paulo),!São!Paulo,!v.!3,!n.!5,!p.!30-49,!2005.!Disponível! em:!.!Acesso!em:!04!NOV! 2017.!

GENTIL,!Hélio!Salles!(b).!Ricoeur,!leitor!de!Freud:!filosofia!hermenêutica!e!psicanálise.! In:!Mente, cérebro & filosofia:!fundamentos!para!a!compreensão!contemporânea!da! psique.!v.!1,!n.!11.!São!Paulo:!Duetto.!

GOMBRICH,!Ernst!Hans.!A história da arte.!Trad.!Álvaro!Cabral.!16!ed.!Rio!de!Janeiro:! LTC,!2008.!

GOMES,!Regina;!MANCINI,!Renata.!Textos midiáticos:!uma!introdução!à!semiótica! discursiva.!Disponível!em:!.! Acesso!em:!19!set.!2016.!

GREENBERG,!Clement.!Estética doméstica.!Trad.!André!Carone.!São!Paulo:!Cosac!Naify,! 2013.!

GRINOVER,!Marina!Mange.!Uma ideia de arquitetura:!escritos!de!Lina!Bo!Bardi.! Dissertação!de!mestrado.!São!Paulo:!FAU-USP,!2010.!

HOFFMANN,!Jens.!Curadoria de A a Z.!Trad.!João!Sette!Camara.!Rio!de!Janeiro:!Cobogó,! 2017.!

JAUSS,!Hans!Robert.!Toward an Aesthetic of Reception.!Trad.!Timothy!Bahti.!Minneapolis:! University!of!Minnesota!Press,!1982.!(Theory!and!history!of!literature;!v.!2)!

MALRAUX,!André.!O museu imaginário.!Lisboa:!Edições!70,!2017.!

MANOVICH,!Lev.!The language of new media.!Cambridge:!The!MIT!Press,!2000.!

MATOS,!Olgária.!A!escola!do!silêncio:!acídia!e!contemplação.!In:!NOVAES,!Adauto!(Org.).! Mutações: o silêncio e a prosa do mundo.!São!Paulo:!Edições!Sesc!São!Paulo,!2014.!ISBN! 978-85-7995-102-2! 171! !

MCLUHAN,!Marshall.!Os meios de comunicação como extensões do homem.!Trad.!Décio! Pignatari.!São!Paulo:!Cultrix,!2007.!ISBN!978-85-316-0258-0!

MENESES,!Ulpiano!T.!Bezerra!de.!A!exposição!museológica!e!o!conhecimento!Histórico.! In:!FIGUEIREDO,!Betânia!Gonçalves;!VIDAL,!Diana!Gonçalves!(Org.).!Museus:!Dos! Gabinetes!de!Curiosidades!à!Museologia!Moderna.!2!ed.!Belo!Horizonte:!Fino!Traço,! 2013.!ISBN!978-85-8054-113-7!

NASCIMENTO,!Silvania!Sousa!do.!O!desafio!de!construção!de!uma!nova!prática!educativa! para!os!museus.!In:!FIGUEIREDO,!Betânia!Gonçalves;!VIDAL,!Diana!Gonçalves!(Org.).! Museus:!Dos!Gabinetes!de!Curiosidades!à!Museologia!Moderna.!2!ed.!Belo!Horizonte:! Fino!Traço,!2013.!ISBN!978-85-8054-113-7!

OBRIST,!Hans!Ulrich.!Caminhos da curadoria.!Trad.!Alyne!Azuma.!Rio!de!Janeiro:!Cobogó,! 2014.!

OSTROWER,!Fayga.!A!construção!do!olhar.!In:!NOVAES,!Adauto!(org).!O olhar.!São!Paulo!:! Companhia!das!Letras,!1988,!pp.!167-182.!

PEIXOTO,!Ana!Maria!Casasanta.!A!imagem!como!fonte!na!pesquisa!em!História!da!Educação.!In:! FIGUEIREDO,!Betânia!Gonçalves;!VIDAL,!Diana!Gonçalves!(Org.).!Museus:!Dos!Gabinetes!de! Curiosidades!à!Museologia!Moderna.!2!ed.!Belo!Horizonte:!Fino!Traço,!2013.!ISBN!978-85-8054- 113-7!

RIZOLLI,!Marcos.!Artista, cultura, linguagem.!Campinas:!Akademika,!2005.!

RIZOLLI,!Marcos.!of!Glass:!contemplation,!interaction!and!interactive!environments!in!modern! art.!In:!ICOM.!International!Council!of!Museums.!Reviews on glass.!n.!4,!2015,!pp.!17-19.!ISSN:! 2227-1317.!Disponível!em:!.!Acesso!em:!08!JUN!2019.!

SANTAELLA,!Lucia.!Por que as comunicações e as artes estão convergindo?!São!Paulo:!Paulus,! 2005.!(Questões!fundamentais!da!comunicação)!

VAN!GOGH!LETTERS.!To Theo Van Gogh. Nuenen, between about Monday, 22 and about Sunday, 28 September 1884.!Disponível!em:! .!Acesso!10!JUN!2018.!

ZAMBONI,!Silvio.!A pesquisa em arte:!um!paralelo!entre!arte!e!ciência.!4.!ed.!rev.! Campinas:!Autores!Associados,!2012.!(Coleção!polêmicas!do!nosso!tempo,!59)!

ZANINI,!Walter.!Walter Zanini:!vanguardas,!desmaterialização,!tecnologias!na!arte.!Org.! Eduardo!de!Jesus.!São!Paulo:!WMF!Martins!Fontes,!2018.!ISBN!978-85-469-0170-8!

! 172! !

ANEXOS

Anexo I - Tabela: Primeiras pinturas

título ciano magenta amarel preto lum_ma lum_me lum_mi data local atual o x d n A Girl in the Street, Two Coaches 0,00018 0,121164 0,42644 0,38826 702,31 573,19 126,55 08/188 Winterthur, Villa Flora in the Background 8 5 7 2 A Wind-Beaten Tree 0,00103 0,119916 0,43786 0,35136 710,45 597,73 93,91 08/188 Localização desconhecida 6 9 6 3 Beach at Scheveningen in Calm 0,02525 0,096201 0,27523 0,33722 719,59 594,75 118,7 08/188 Winona, Minn.: Minnesota Marine Art Weather 8 4 7 2 Museum (long term loan) 0,03258 0,107193 0,25438 0,43711 705,02 551,65 100 04/188 Washington, National Gallery of Art, 8 9 3 Collection Mr. and Mrs. Paul Mellon Cluster of Old Houses with the 0,00018 0,231819 0,40603 0,36088 697,79 537,54 141,38 08/188 Oosterbeek, , Albricht Art Gallery New Church in The Hague 5 3 2 Dunes 0,00625 0,095493 0,37942 0,39973 710,65 573,16 168,27 08/188 Coleção particular 9 9 7 2 Farm with Stacks of Peat 0,00888 0,109811 0,24664 0,40232 701,26 564,61 238,03 11/188 Amsterdam, 9 9 2 3 Fisherman on the Beach 0,00507 0,110447 0,26106 0,44871 692,72 552,75 0 08/188 Otterlo, Kröller-Müller Museum 6 2 2 Fisherman s Wife on the Beach 0,00012 0,152079 0,29115 0,41628 719,59 541,82 75,92 08/188 Otterlo, Kröller-Müller Museum 8 3 2 Footbridge across a Ditch 0,03716 0,000523 0,04001 0,50282 717,19 552,18 263,14 08/188 Coleção particular 7 4 7 3 in the Woods 0,00074 0,236377 0,41389 0,35849 719,11 542,14 93,91 08/188 Otterlo, Kröller-Müller Museum 2 6 5 2 Landscape with Dunes 0,03891 0,07163 0,15742 0,37712 719,32 598,51 93,91 08/188 Coleção particular 3 3 1 3 0,01934 0,103378 0,30991 0,39724 706,23 573,77 134,84 08/188 Localização desconhecida 9 3 Lying Cow 2 0,02646 0,01329 0,03534 0,52043 719,59 541,715 0 08/188 Korea, Coleção particular 7 1 3 3 Peat Boat with Two Figures 0,01063 0,163072 0,28117 0,44047 719,32 525,99 0 10/188 Assen, Netherlands, Drents Museum 4 9 9 3 with Cabbage and Clogs 0,00469 0,095251 0,27980 0,45303 701,86 545,045 133,61 12/188 Amsterdam, Van Gogh Museum 2 3 1 1 The Sower study 5,64E- 0,062538 0,13491 0,41554 711,09 577,11 319,72 08/188 Localização desconhecida 05 7 7 3 Three Figures near a Canal with 0,01691 0,018243 0,04470 0,48711 719,32 559,53 0 08/188 Localização desconhecida Windmill 1 3 3 Two Women in the Moor 0,00816 0,121894 0,32547 0,42088 705,76 558,83 97,14 10/188 Amsterdam, Van Gogh Museum 9 1 4 3 Two Women in the Woods 0,00844 0,184741 0,33347 0,42212 706,27 526,2 75,92 08/188 Paris, Coleção particular 6 7 1 2 View of the Sea at Scheveningen 0,00079 0,137173 0,27827 0,40999 709,12 557,47 100 08/188 Amsterdam, Van Gogh Museum 2 8 6 2 Women Mending Nets in the 0,09368 0,024195 0,07193 0,48132 719,59 551,79 87,74 08/188 Coleção particular Dunes 9 6 9 2 ! 173! !

Anexo II - Tabela: Nuenen

título ciano magenta amarelo preto lum_m lum_m lum_ data local atual ax ed min Autumn Landscape 0.033998 0.189203 0.257629 0.364292 703.6 562.68 102.4 10/1885 Cambridge (England), Fitzwilliam Museum 043 187 002 263 Autumn Landscape at 0.000053 0.173301 0.393508 0.480634 675.12 513.73 105.33 11/1885 Utrecht, Centraal Museum Dusk 4 613 899 507 Autumn Landscape with 0.014734 0.148545 0.359767 0.352782 719.59 573.02 0 11/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum Four Trees 904 818 238 669 Avenue of Poplars at 0.002832 0.125045 0.231353 0.521887 651.11 521.84 172.28 10/1884 Otterlo, Kröller-Müller Museum Sunset 403 165 083 217 Avenue of Poplars in 0.011605 0.190998 0.326070 0.418744 685.67 538.43 53.24 10/1884 Amsterdam, Van Gogh Museum Autumn 88 141 4 005 Basket of Apples 0.001193 0.233821 0.389475 0.460834 690.8 500.48 0 09/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 775 263 163 234 Basket of Apples 2 0.000200 0.196427 0.318365 0.44404 695.33 519.04 100 09/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 62 64 962 Basket of Potatoes 0.000157 0.157625 0.306279 0.440203 706.04 535.83 75.92 09/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 927 307 222 734 5 Basket of Potatoes 2 0.000918 0.183401 0.330133 0.580628 668.25 456.57 130.15 09/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 111 899 998 1 Baskets of Potatoes 0.000638 0.168137 0.297887 0.580085 710.59 459.66 97.3 09/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 324 937 855 608 Beer Tankards 0.001881 0.120868 0.215857 0.406443 714.31 575.46 116.71 10/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 022 634 362 184 5 Bobbin Winder 0.009972 0.071051 0.113817 0.663353 704.58 455.03 97.14 04/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 559 382 347 019 Cart with Black Ox 0.026057 0.007641 0.016501 0.498013 719.59 547.29 141.49 07/1884 Portland Art Museum 861 603 993 869 Cart with Red and White 0.000806 0.214894 0.475991 0.366907 715.99 546.32 80.38 07/1884 Otterlo, Kröller-Müller Museum Ox 067 489 382 537 Congregation Leaving 0.022466 0.121089 0.239236 0.378124 719.59 578.64 75.92 02/1884 Amsterdam, Van Gogh Museum the Reformed Church in 744 005 015 123 Nuenen Cottage 0.000000 0.112449 0.206964 0.392978 716.54 567.95 189.36 06/1885 Harrison (N.Y.), Collection John P. Natanson 733 225 547 799 Cottage 2 0.002129 0.219253 0.312464 0.295679 719.59 572.29 138.4 07/1885 Coleção particular 653 424 079 399 Cottage and Woman with 0.034147 0.159807 0.293179 0.340049 719.59 577.74 44.85 07/1885 Frankfurt am Main, Stadelsches Kunstinstitut und Goat 144 004 747 813 Stadrische Galerie Cottage with Decrepit 0.019174 0.133931 0.228482 0.400279 714.74 561.06 128.47 07/1885 Coleção particular Barn and Stooping 767 422 924 07 Woman Cottage with Peasant 0.007777 0.062523 0.171134 0.497885 719.25 535.63 0 07/1885 Mexico City, Soumaya Museum Coming Home 371 606 785 736 Cottage with Peasant 0.041831 0.139607 0.248869 0.369782 719.59 579.48 144.36 06/1885 Tokyo, Tokyo Fuji Art Museum Woman Digging 949 439 995 673 Cottage with Trees 0 0.124809 0.226067 0.345106 712.56 591.9 282.34 06/1885 Coleção particular 412 492 47 Cottage with Trees 2 0 0.129263 0.226000 0.353998 713.05 581.94 266.86 06/1885 Coleção particular 597 651 758 Cottage with Trees 3 0.000039 0.221259 0.325633 0.523003 639.78 475.62 100 06/1885 Cologne: Wallraf-Richartz-Museum 1 542 539 964 Cottage with Trees and 0.009683 0.061331 0.130577 0.600660 719.32 483.63 0 06/1885 New Orleans, M.S. Rau Antiques Peasant Woman 438 898 618 391 Country Lane with Two 0.016527 0.067469 0.268784 0.507619 701.72 545.3 97.3 10/1885 Coleção particular Figures 876 904 273 471 Farmers Planting 0.007660 0.117309 0.354662 0.381820 714.6 569.55 162.34 09/1884 Otterlo, Kröller-Müller Museum Potatoes 343 629 294 319 Flying Fox 0.000946 0.232822 0.353097 0.430002 703.54 515.63 97.3 11/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 265 575 015 545 Gordina de Groot. Head 0.016147 0.082997 0.228869 0.483544 715.36 535.96 114.7 03/1885 Zurich, Collection Mrs. A.M. Pierson 084 481 987 889 Gordina de Groot. Head 0.006866 0.001083 0.019986 0.509473 719.45 563.06 0 05/1885 Santa Barbara, California, Collection Mrs. M.C.R. 2 603 446 994 267 Taylor Head of a Brabant 0.039799 0.040153 0.222943 0.438907 714.52 569.75 84.06 01/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum Peasant Woman with 778 213 185 514 Dark Cap Head of a Man 0.000898 0.108732 0.168646 0.645185 714.95 444.72 44.85 01/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 796 119 523 376 5 Head of a Man 2 0.000022 0.217530 0.322971 0.535070 652.26 467.71 136.59 05/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 7 691 234 532 5 Head of a Peasant 0.002939 0.176606 0.340090 0.388601 706.36 553.98 166.95 03/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum 268 009 302 529 Head of a Peasant with a 0.001995 0.204854 0.306526 0.381523 717.31 543.38 84.06 01/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum Pipe 809 124 883 25 Head of a Peasant with 0.054570 0.024273 0.137739 0.670755 712.2 464.83 128.03 12/1884 Sydney, Art Gallery of New South Wales Cap 065 71 062 933 Head of a Peasant with 0.001378 0.035301 0.051605 0.452865 719.59 573.76 53.24 01/1885 Collection Niarchos Cap 2 658 276 632 435 5 Head of a Peasant 0.000019 0.201579 0.309927 0.612887 644.62 418.19 170.33 12/1884 Coleção particular Woman 6 888 696 792 5 Head of a Peasant 0.026854 0.016849 0.015911 0.504378 719.59 549.72 0 05/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum Woman 2 738 578 136 5 174! !

Head of a Peasant 0.000018 0.362210 0.488661 0.424344 651.35 468.07 156.28 01/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum Woman with Brownish 8 774 584 349 Cap Head of a Peasant 0.003274 0.136337 0.241566 0.631238 681.28 450.41 75.92 12/1884 Coleção particular Woman with Dark Cap 332 608 389 189 5 Head of a Peasant 0.024411 0.124223 0.258424 0.409698 718.9 548.83 148.67 01/1885 Cincinnati, The Cincinnati Art Museum Woman with Dark Cap 2 385 444 289 712 Head of a Peasant 0.000002 0.252354 0.404449 0.401361 684.65 520.79 149.85 01/1885 Coleção particular Woman with Dark Cap 3 55 787 693 559 Head of a Peasant 0.029383 0.039559 0.156448 0.387299 719.45 616.16 60.66 01/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum Woman with Dark Cap 4 636 924 687 346 Head of a Peasant 0.000032 0.185816 0.406236 0.354901 708.81 569.81 109.82 01/1885 Coleção particular Woman with Dark Cap 5 8 507 219 607 Head of a Peasant 0.001059 0.153473 0.277169 0.510796 685.93 511.29 100 01/1885 Coleção particular Woman with Dark Cap 6 016 858 255 801 Head of a Peasant 0.045731 0.029004 0.100265 0.413863 719.32 588.76 191.47 01/1885 London: National Gallery Woman with Dark Cap 7 146 335 877 007 Head of a Peasant 0.022180 0.118818 0.333649 0.410586 713.6 560.78 116.71 02/1885 Haifa, Reuben and Edith Hecht Museum Woman with Dark Cap 8 433 958 474 826 (University of Haifa) Head of a Peasant 0.029590 0.014319 0.022684 0.473480 719.59 565.05 0 03/1885 Paris, Musée d'Orsay Woman with Dark Cap 9 923 583 53 38 Head of a Peasant 0.002080 0.213007 0.376517 0.424220 701.17 525.03 75.92 03/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum Woman with Greenish 316 562 356 327 Lace Cap Head of a Peasant 0.038550 0.110022 0.176826 0.387016 719.59 577.72 116.71 12/1884 Coleção particular Woman with White Cap 607 069 883 348 Head of a Peasant 0.002120 0.136238 0.229137 0.522654 714.45 501.09 53.24 12/1884 St. Louis: The Saint Louis Art Museum Woman with White Cap 2 875 826 709 924 Head of a Peasant 0 0.128459 0.208306 0.376358 696.2 572.27 293.97 01/1885 Localização desconhecida Woman with White Cap 3 503 087 709 Head of a Peasant 0.005161 0.109614 0.189102 0.462859 719.59 543.01 53.24 03/1885 Berne, Kunstmuseum Bern Woman with White Cap 4 703 115 915 526 5 Head of a Peasant 0.000037 0.249171 0.382211 0.420157 684.81 514.29 75.92 03/1885 Pasadena (Cal.), Norton Simon Museum of Art Woman with White Cap 5 4 224 231 039 Head of a Peasant 0.000066 0.281647 0.400873 0.358072 717.18 531.51 0 03/1885 Yoshiwa, Japan: Woodone Museum of Art Woman with White Cap 6 2 665 742 246 Head of a Peasant 0.000115 0.225501 0.323569 0.438129 703.18 508.52 116.71 03/1885 Zurich, Foundation E.G. Bührle Woman with White Cap 7 529 731 898 277 Head of a Peasant 0.000077 0.200510 0.330357 0.486687 658.33 498.89 116.71 04/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum Woman with White Cap 8 6 859 641 745 Head of a Peasant 0.006408 0.169554 0.359943 0.343558 710.16 570.51 116.71 04/1885 Edinburgh, National Gallery of Scotland Woman with White Cap 9 364 19 498 031 Head of a Woman 0.064433 0.031318 0.190504 0.519525 708.95 542.47 163.78 01/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 775 493 893 907 Head of a Woman 2 0.000557 0.109323 0.096811 0.707938 684.39 410.7 102.4 03/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 608 661 625 532 Head of a Woman 3 0.002847 0.199280 0.417624 0.389133 700.9 541.9 116.71 03/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 147 143 109 41 Head of a Woman 4 0.001905 0.152715 0.286020 0.463336 679.51 532.55 100 05/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 432 108 563 052 Head of a Woman 5 0.000310 0.219969 0.331959 0.433539 694.3 524.98 97.3 05/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 175 634 912 135 Head of a Woman 6 0.002831 0.127629 0.368147 0.459133 713.57 544.32 152.56 03/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 733 004 249 846 Head of a Woman 7 0.001430 0.140592 0.318241 0.425679 703.37 545.65 75.92 05/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 135 884 416 893 Head of a Woman 8 0.038184 0.008066 0.117074 0.625600 719.25 492.07 0 03/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 369 851 952 97 Head of a Woman 9 0.000392 0.224259 0.362614 0.366971 717.93 542.41 75.92 05/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 22 807 701 411 Head of a Young 0.017759 0.171184 0.319995 0.434012 706.99 531.63 0 03/1885 Brussels, Musées Royaux des Beaux-Arts de Peasant in a Peaked Cap 76 117 481 736 Belgique Head of a Young 0 0.129710 0.255511 0.359887 711.01 575.58 259.77 03/1885 Kansas City (Mo.), The Nelson-Atkins Museum of Peasant in a Peaked Cap 815 042 485 Fine Art 2 Head of a Young 0.023313 0.050723 0.255684 0.445696 714.51 568.79 122.48 03/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum Peasant Woman with 186 091 134 779 5 Dark Cap Head of an Old Peasant 0.000394 0.159596 0.323303 0.392822 700.49 560.89 100 12/1884 Coleção particular Woman with White Cap 079 456 005 448 Head of an Old Peasant 0.000348 0.167046 0.334154 0.435877 706.32 533.12 0 12/1884 Wuppertal, Von der Heydt-Museum Woman with White Cap 2 366 541 274 937 Landscape at Dusk 0.000128 0.272788 0.426124 0.395384 693.11 517.46 105.33 04/1885 Madrid, Museo Thyssen-Bornemisza 855 49 937 594 Landscape at Sunset 0.000006 0.265531 0.420661 0.353156 700.41 542.62 151.3 04/1885 Switzerland, Coleção particular 36 557 308 143 Landscape with Pollard 0.019898 0.066710 0.076208 0.422801 719.59 593.86 0 04/1884 Coleção particular Willows 048 556 874 673 Landscape with 0.031324 0.009703 0.025465 0.462536 719.59 566.57 292.03 11/1885 Coleção particular Windblown Trees 178 443 699 875 0.000033 0.052265 0.120934 0.476801 714.04 561.07 184.97 10/1884 Fribourg, Coleção particular 218 474 319 New-Born Calf Lying on 0.000524 0.167214 0.338566 0.373804 713 555.5 100 Straw 597 425 635 432 Old Church Tower at 0.002356 0.157764 0.229278 0.436768 716.07 527.91 100 05/1884 Zurich, Foundation E.G. Bührle Nuenen The Peasants 173 983 883 566 Churchyard 175! !

Peasant and Peasant 0.002304 0.118966 0.324781 0.390566 719.25 567.2 84.06 04/1885 Zurich, Kunsthaus Zurich Woman Planting 221 19 691 124 Potatoes Peasant Digging 0.005329 0.165088 0.180256 0.586657 702.76 465.70 128.47 08/1885 Otterlo, Kröller-Müller Museum 056 124 64 071 5 Peasant Making a Basket 0.052992 0.007960 0.026407 0.573808 719.32 513.86 0 02/1885 Switzerland, Coleção particular 2 896 132 866 297 ! 176! !

Anexo III - Tabela: Paris

título ciano magenta amarelo preto lum_ lum_ lum_ data local atual max med min Plaster Statuette of a 0.0475136779877 0.09320828791 0.2237617941 0.3794870283 695.89 589.57 118.9 Primave Amsterdam, Van Gogh Female Torso 311 49355 07614 03361 2 ra, 1886 Museum Plaster Statuette of a 0.1849178007310 0.04814180783 0.0550727528 0.5471327419 698.21 495.21 128.4 Primave Amsterdam, Van Gogh Female Torso 4 14 18985 416319 2517 7 ra, 1886 Museum Plaster Statuette of a 0.1265073611814 0.05607451138 0.1884557623 0.4883674999 702.02 533.24 227.2 Primave Amsterdam, Van Gogh Female Torso 5 88 01748 85118 48625 5 ra, 1886 Museum Plaster Statuette of a 0.0692146504952 0.07635283714 0.1986420574 0.4341125761 717.45 555.67 128.4 Primave Amsterdam, Van Gogh Female Torso 6 719 33573 12629 68365 7 ra, 1886 Museum Plaster Statuette of a 0.0109955948255 0.05817489632 0.1704450803 0.5957770458 709.82 494.17 93.91 Primave Amsterdam, Van Gogh Female Torso 7 918 86068 5923 75853 ra, 1886 Museum Plaster Statuette of a Horse 0.0380692914186 0.06604275397 0.2292288449 0.4977908114 710.65 535.15 93.91 Primave Amsterdam, Van Gogh 797 39375 46196 57169 ra, 1886 Museum Portrait of a Man with a 0.0664875052399 0.10277097014 0.1842109145 0.4730104579 705.11 528.51 120.8 188701 Amsterdam, Van Gogh Skull Cap 066 3755 54533 67005 5 Museum Portrait of a Woman 0.0354595417713 0.19380510481 0.2778663010 0.5091069958 663.28 483.24 84.06 188701 Basle, Kunstmuseum Madame Tanguy 487 0632 99772 59824 Basel, on loan from the Rudolf Staechelin Family Foundation Portrait of Pere Tanguy 0.0338676843090 0.18943926768 0.2953217160 0.4007114871 712.99 539.36 44.85 188701 Copenhagen, Ny Carlsberg 596 9205 89801 68838 Glyptotek Portrait of Pere Tanguy 3 0.0497315364294 0.07926523126 0.2418952786 0.4268548561 718.76 561.9 118.7 188801 Collection Niarchos 665 35404 41254 61819 Portrait of the Art Dealer 0.0128415443932 0.12070345597 0.2497757058 0.3341600691 719.59 592.18 139.7 188701 Norman, Oklahoma--Fred Alexander Reid. Sitting in an 895 9989 66834 64445 5 Jones Jr. Museum of Art Easy Chair (University of Oklahoma) Restaurant de la Sirene at 0.0308475935701 0.14693894817 0.2643567268 0.3693120768 719.25 566.51 80.38 188706 Paris, Musée d'Orsay Asnieres 565 2896 17258 18843 Self-Portrait 0.0541952962987 0.14044369751 0.2775790594 0.4287150531 719.04 538.75 44.85 188609 The Hague, Haags 409 3285 86259 35594 Gemeentemuseum Self-Portrait 3 0.0258116487628 0.11048979184 0.1934161753 0.4139160607 716.83 557.88 116.7 188703 Otterlo, Kröller-Müller 229 5978 01153 91156 1 Museum Self-Portrait 4 0.0063618144614 0.18344215831 0.4012971940 0.4174977316 695.08 536.22 97.3 188706 Amsterdam, Van Gogh 5922 7259 92832 42236 Museum Self-Portrait 6 0.0477563254023 0.10756963774 0.2384110243 0.4673709699 703.16 541.53 80.38 188706 Amsterdam, Van Gogh 119 8388 62033 66641 Museum Self-Portrait 8 0.0172342811352 0.19007842607 0.2553156679 0.3964164164 719.25 540.25 100 188706 Amsterdam, Van Gogh 451 5286 02617 3088 Museum Self-Portrait 9 0.0272208635330 0.18330109660 0.3478840640 0.4049086454 710.72 535.84 44.85 188706 Hartford (Conn.), 212 261 58934 56087 Wadsworth Atheneum Self-Portrait 10 0.0027621335761 0.20476610587 0.4327793538 0.3842311440 674.31 545.71 116.7 188709 Paris, Musée d'Orsay 856 1972 47876 77108 1 Self-Portrait 11 0.0060103445106 0.21949110735 0.4109967400 0.3947574738 709.95 52810 97.3 188801 Zurich, Foundation E.G. 4261 4818 81595 34394 5 Bührle Self-Portrait in Front of the 0.0720829398872 0.12128115910 0.2043301410 0.4667812735 706.77 522.42 84.06 1888 Amsterdam, Van Gogh Easel 091 7158 90249 10159 Museum Self-Portrait with Dark Felt 0.0065867955420 0.14012339728 0.2918691932 0.4849914624 699.91 51572 0 188603 Amsterdam, Van Gogh Hat 369 8184 55991 45736 5 Museum Self-Portrait with Grey Felt 0.1024150815049 0.12177871279 0.2101577251 0.4179557231 719.32 538.59 87.74 188701 Amsterdam, Rijksmuseum Hat 28 9541 93852 8529 Self-Portrait with Grey Felt 0.0711093113208 0.14754568108 0.2114547144 0.4686090579 707.92 519.03 0 188704 Amsterdam, Van Gogh Hat 2 392 7288 61247 51951 Museum Self-Portrait with Grey Felt 0.0439473804896 0.14799090359 0.2246167764 0.5035345570 690.35 509.01 118.9 188801 Amsterdam, Van Gogh Hat 3 472 1814 58961 28509 2 Museum Self-Portrait with Pipe 0.0001084705981 0.19156760907 0.3052015187 0.4310592934 712.13 519.17 75.92 188603 Amsterdam, Van Gogh 70748 8049 63705 12825 Museum Self-Portrait with Straw Hat 0.0219160711439 0.18955329386 0.2916046675 0.3681696781 696.43 560.65 126.5 188706 Amsterdam, Van Gogh 951 4682 23455 20035 5 Museum Self-Portrait with Straw Hat 0.0086922256522 0.16050458373 0.3704898282 0.3724294729 717.92 562.29 44.85 188706 Amsterdam, Van Gogh 2 679 0191 17065 86162 Museum Self-Portrait with Straw Hat 0.0222670254279 0.16580641336 0.3201912231 0.3611392415 715.64 562.65 118.9 188706 Detroit, The Detroit 3 012 6188 58881 40536 2 Institute of Arts Self-Portrait with Straw Hat 0.0232221168834 0.18173928960 0.2838081474 0.4130046649 719.59 53810 105.3 188801 New York, The 4 903 2097 35679 96503 5 3 Metropolitan Museum of Art Sloping Path in Montmartre 0.0063006939637 0.11141764332 0.3183271939 0.3860954214 716.41 577.56 141.3 Primave Amsterdam, Van Gogh 5973 8815 88766 64085 8 ra, 1886 Museum Still Life with a Basket of 0.0003664016834 0.15160549358 0.3626655752 0.3771733273 705.59 561.56 116.7 188704 Amsterdam, Van Gogh Crocuses 03451 4354 67684 78493 1 Museum Still Life with Apples 0.0175714818328 0.18269757674 0.2787478543 0.4739166455 667.46 516 105.3 Outono- Amsterdam, Van Gogh 812 7004 88532 53922 3 Inverno, Museum 1887/88

Still Life with Apples. Pears. 0.0544327775425 0.14844943856 0.2664757110 0.4053019674 692.79 553.68 97.3 Outono, Chicago, The Art Institute Lemons and Grapes 688 9528 55308 34905 1887 of Chicago Still Life with Basket of 0.0180482350149 0.20916525886 0.3620380942 0.3531090101 710.25 558.76 97.14 Outono- St. Louis, The Saint Louis Apples 216 2175 05891 42974 Inverno, Art Museum, Gift of 1887/88 Sydney M. Shoenberg, Sr. Still Life with Basket of 0.0629359021567 0.15035855276 0.3675022044 0.2984312770 719.59 590.07 44.85 Outono, Otterlo, Kröller-Müller Apples to Lucien Pissarro 633 9915 90774 2659 1887 Museum 177! !

Still Life with Bloaters 0.0147215073971 0.18369961726 0.3302818100 0.4111900408 706.83 532.77 97.14 Verão, Basle, Kunstmuseum (on 679 4835 08185 53087 1886 loan from Staechelin Foundation) Still Life with Decanter and 0.0308689120289 0.19185459864 0.4401251936 0.3386507697 712.27 560.12 53.24 Primave Amsterdam, Van Gogh Lemons on a Plate 761 2496 88304 97013 ra, 1887 Museum Still Life with Grapes. Pears 0.0001490190119 0.28742929541 0.4578247395 0.3084863869 711.36 550.75 120.8 Outono, Amsterdam, Van Gogh and Lemons 65803 9641 39498 32015 5 1887 Museum Still Life with Meat. 0.0073193199627 0.05656122956 0.1373191819 0.4912768269 717.58 524.44 150.8 Verão, New York, J. Lipchitz Vegetables and Pottery 6573 65614 87928 69044 8 1886 Still Life with Mussels and 0.0153775733590 0.20951766891 0.3625147719 0.4316807233 712.91 516.01 44.85 Outono, Amsterdam, Van Gogh Shrimps 46 175 10705 17962 1886 Museum Still Life with Plaster 0.0906980224999 0.11517660468 0.1879586691 0.4274321381 718.42 553.69 60.66 Decemb Otterlo, Kröller-Müller Statuette. a Rose and Two 136 4735 86201 15687 er, 1887 Museum Novels Still Life with Red Cabbages 0.0143877004521 0.19789531562 0.2634411558 0.3625743546 709.41 559.34 0 Outono, Amsterdam, Van Gogh and Onions 593 8675 31847 36932 1887 Museum Still Life with Three Books 0.0010799119877 0.18807071289 0.3432933754 0.3933213277 719.59 54557 128.4 188704 Amsterdam, Van Gogh 3578 6138 65273 66436 5 7 Museum Still Life with Two Herrings. 0.0239455335492 0.01466806209 0.0592339798 0.4851845477 719.32 560.75 133.6 Verão, United States, Collection a Cloth and a Glass 506 24991 059101 03319 1 1886 Scharenguival Street Scene in Montmartre 0.0227469327492 0.01150313574 0.0181799924 0.5067689641 719.59 551.49 100 Primave Copenhagen, Coleção 132 25133 876178 45055 ra, 1887 particular Street Scene in Montmartre 0.0391438612243 0.05496264454 0.1389516080 0.5570204701 715.29 518.29 0 188703 Amsterdam, Van Gogh Le Moulin a Poivre 843 6273 78491 39287 Museum Tambourine with Pansies 7,33E+08 0.26215083447 0.4240293340 0.3525173185 688.41 543.98 130.1 Primave Amsterdam, Van Gogh 5381 88228 68953 5 ra, 1886 Museum Terrace of a Cafe on 0.0583531603626 0.07937225244 0.1676069388 0.4542906704 719.59 546.65 0 October, Paris, Musée d'Orsay Montmartre La Guinguette 37 97972 42404 28082 1886 The Banks of the 0.0137443850160 0.19336747143 0.3331285735 0.3526820977 719.45 560.1 0 188706 Amsterdam, Van Gogh 871 9534 37761 29286 Museum The Banks of the Seine with 0.0582414875925 0.05907471482 0.1411031424 0.3756353444 719.59 596.25 133.6 Primave Coleção particular Boats 673 93053 85032 75725 1 ra, 1887 The Fourteenth of July 0.0284697180618 0.17277362787 0.3050340912 0.4288108798 691.35 533.87 116.7 Verão, Winterthur, Villa Flora Celebration in Paris 969 0248 63807 95525 1 1886 The Green Parrot 0.0002970999720 0.23834501614 0.4213919530 0.4237656438 679.69 517.32 84.06 Outono, Coleção particular 64472 1867 07619 82416 1886 0.0865566480150 0.06447683138 0.4079677897 0.4006466794 719.39 572.84 44.85 1886 01- Amsterdam, Van Gogh 482 56989 04656 74317 06 Museum The Pont du Carrousel and 0.0207501530750 0.12153446680 0.2572494624 0.3771061842 718.49 574.76 97.3 June, Copenhagen, Ny Carlsberg the Louvre 307 0526 5746 31139 1886 Glyptotek The Seine Bridge at 0.1813165238887 0.07906547387 0.1840350722 0.3878930362 719.59 570.99 84.06 Verão, U.S.A., Coleção particular Asnieres 43 50738 90153 40528 1887 The Seine with a Rowing 0.1028728060819 0.03389712508 0.1038796370 0.4453173071 719.32 559.58 87.74 Primave Paris, Coleção particular Boat 32 22654 87482 24614 ra, 1887 The Seine with the Pont de 0.0995824282991 0.07353201739 0.1970562467 0.3095967682 719.39 610.86 75.92 Verão, Coleção particular Clichy 302 8288 27193 93588 1887 The Seine with the Pont de 0.0205002961603 0.16136644796 0.1946750411 0.4210421980 719.59 538.79 0 Verão, Amsterdam, Van Gogh la Grande Jette 897 7417 63578 38675 1887 Museum The Still Life with Absinthe 0.0039315112013 0.23547540391 0.4192706241 0.3302347198 714.81 554.34 100 Primave Amsterdam, Van Gogh 2032 0595 73556 30442 ra, 1887 Museum 0.0583866118884 0.07537460550 0.3208701430 0.4406432737 713.19 559.02 75.92 Verão, Amsterdam, Van Gogh 891 38063 18987 19195 1887 Museum Trees and Undergrowth 2 0.0989410993115 0.06273262452 0.3106021815 0.4172628996 718.7 567.36 0 Verão, Amsterdam, Van Gogh 44 66254 52041 08235 1887 Museum Twilight. before the Storm 0.0336839119523 0.00687251702 0.0283337397 0.4509485685 719.59 581.7 0 Verão, France, Collection G. Montmartre 755 304526 762433 42704 1886 Darrieutort Two Cut Sunflowers 0.0449374486945 0.12761777131 0.3567584864 0.4034434024 704.39 557.82 97.14 188709 Amsterdam, Van Gogh 123 9562 15622 85318 Museum Two Cut Sunflowers 2 0.0196522802955 0.17481773987 0.3393377825 0.3847112559 705.11 550.72 75.92 188709 Berne, Kunstmuseum Bern 33 276 56149 02541 Two Cut Sunflowers 3 0.1108436883898 0.16128845042 0.2890025495 0.4036074367 711.29 542.43 87.74 188709 New York, The 46 3482 92779 55254 Metropolitan Museum of Art Undergrowth 0.0754300285597 0.06002883576 0.2480675834 0.5073379532 709.67 534.15 97.14 Verão, Amsterdam, Van Gogh 766 93196 59332 96374 1887 Museum Undergrowth 2 0.0205704367076 0.14107315919 0.3980727677 0.4157956049 699.78 553.22 105.3 Verão, Utrecht, Centraal Museum 54 1295 79254 48886 3 1887 (on loan from the Van Baaren Museum Foundation, Utrecht) Vase with Asters and Phlox 0.0009618229937 0.23843790401 0.3572914381 0.3484756291 710.41 547.03 133.5 Verão, Amsterdam, Van Gogh 71316 1098 93819 70002 9 1886 Museum Vase with Asters. Salvia 0.0011831402113 0.22033947894 0.3981541596 0.3646332623 699.91 548.81 128.4 Verão, The Hague, Haags and Other Flowers 5327 0439 78507 83934 7 1886 Gemeentemuseum Vase with Carnations 0.0321412963074 0.13993003339 0.3728922430 0.3649655700 717.03 564.97 100 Verão, Amsterdam, Stedelijk 536 269 85572 66733 1886 Museum Vase with Carnations 2 0.0001674743339 0.25065830145 0.4060205691 0.3363606874 718.62 542.46 44.85 Verão, Rotterdam, Museum 20447 6874 22662 74545 1886 Boijmans van Beuningen Vase with Carnations 3 0.0225893453950 0.12445902728 0.1786317387 0.4683719558 714.52 534.21 84.06 Verão, Detroit, The Detroit 716 0764 85617 1949 1886 Institute of Arts Vase with Carnations and 0.0764479705276 0.13952863537 0.2310495113 0.3957558021 713.69 554.46 124.7 Verão, Washington, D.C., Kreeger Other Flowers 178 8218 70892 40282 5 1886 Museum Vase with Carnations and 0.0152766699712 0.10586328613 0.2626566209 0.4490274380 718.69 53433 0 Verão, Coleção particular Zinnias 887 5254 8154 62746 5 1886 Vase with Cornflowers and 0.1211381157183 0.03950800138 0.0950704736 0.5926886789 719.59 477.34 0 Verão, Netherlands: Triton Poppies 19 5081 755256 70517 1887 Foundation 178! !

Vase with Daisies 0.0041547862392 0.12575077330 0.3452784569 0.4225678598 715.71 550.56 66.29 Verão, Philadelphia, The 2067 2895 39574 97057 1886 Philadelphia Museum of Art Vase with Daisies and 0.1027581855733 0.11710162819 0.3219448269 0.3659045868 716.61 572.91 97.14 Verão, Otterlo, Kröller-Müller Anemones 94 2425 51966 10769 1887 Museum Vase with Gladioli 0.0173818828104 0.12471971244 0.2644949785 0.4497307586 707.67 541.89 75.92 Verão, Amsterdam, Van Gogh 234 0349 80684 2944 1886 Museum Vase with Gladioli and 0.0000265479852 0.34397715314 0.4842558498 0.3397685701 682.34 513.74 116.7 Verão, Coleção particular Carnations 235483 6809 43349 4682 1 1886 Vase with Gladioli and Lilac 0.0231755375885 0.13917585121 0.2910839991 0.3798132321 704.69 567.04 116.7 Verão, Coleção particular 357 8764 69871 96914 1 1886 Vase with Hollyhocks 0.0047972515123 0.18928134067 0.4173122199 0.3712271080 709.54 549.76 97.14 188609 Zurich, Kunsthaus Zurich 8421 085 07704 17253 Vase with Myosotis and 0.0414135765964 0.09218568522 0.1974449491 0.4822898773 706.89 528.68 97.3 188606 Amsterdam, Van Gogh Peonies 184 59716 45435 19913 Museum Vase with Peonies 0.0514258369933 0.11150020105 0.2425869332 0.4388850850 718.9 53720 116.7 Verão, Coleção particular 574 9191 47025 6646 5 1 1886 Vase with Red Gladioli 3 0.0000359869722 0.30804336921 0.5063118087 0.3707087958 681.51 511.85 130.1 Verão, Coleção particular 10426 7768 1337 64956 5 1886 Vase with Red Poppies 0.0610768787915 0.14381587898 0.2820495872 0.4332529481 718.76 528.71 93.91 Verão, Hartford (Conn.), 414 5609 33446 36104 1886 Wadsworth Atheneum Vase with White and Red 0.0446018087773 0.10176374038 0.1316965499 0.4950794945 719.59 51044 0 Verão, Coleção particular Carnations 202 4771 9453 97336 5 1886 Vase with Zinnias 0.0158355142456 0.21287847250 0.4248078364 0.3897322629 688.08 536.88 100 Verão, Washington, D.C., Kreeger 605 4071 41986 77984 1886 Museum Vase with Zinnias and 0.0289651778753 0.18874461456 0.3857829812 0.4090735949 704.75 531.95 100 Verão, Ottawa, National Gallery of Geraniums 401 0864 2473 03381 1886 Canada Vase with Zinnias and Other 0.0394956044978 0.11032553053 0.2824478068 0.3900827527 715.86 572.69 0 Verão, Ottawa, National Gallery of Flowers 051 6805 28962 46826 1886 Canada Vegetable Garden in 0.0856323313523 0.07012648159 0.2050948697 0.4114734515 718.77 568.57 97.3 188703 Amsterdam, Van Gogh Montmartre 586 8332 84019 28678 Museum Vegetable Gardens in 0.0179912745252 0.14813824736 0.3236635509 0.3892224306 715.28 559.71 116.4 188707 Amsterdam, Stedelijk Montmartre La Butte 59 2159 09921 17265 5 Museum Montmartre View of a River with Rowing 0.0603309305972 0.11846667605 0.2252904361 0.4171660991 719.59 554.86 97.3 Primave Coleção particular Boats 062 5278 88367 27549 ra, 1887 View of Montmartre with 0.0064634430899 0.16784332371 0.3620025882 0.4429093819 666.17 538.46 126.5 Outono, Otterlo, Kröller-Müller Windmills 147 7563 05255 98015 5 1886 Museum View of Paris from 0.0103424297411 0.10905423440 0.2337457202 0.4400794773 715.57 544.27 97.3 Verão, Basle, Offentliche Montmartre 086 0715 35171 83144 1886 Kunstsammlung, Kunstmuseum Basel View of Paris from near 0.0308241651330 0.00110686801 0.0386173952 0.4467587868 719.32 583.77 182.4 Primave Dublin, National Gallery of Montmartre 753 802118 953791 41759 4 ra, 1886 Ireland View of Paris from Vincent s 0.0450056111689 0.14856548436 0.4092929355 0.3497942898 718.83 570.24 0 Primave Amsterdam, Van Gogh Room in the Rue Lepic 44 1905 94418 63327 ra, 1887 Museum View of Roofs and Backs of 0.0138900355601 0.12118072403 0.2205721221 0.4399210989 716.47 543.47 100 Primave Amsterdam, Van Gogh Houses 735 9221 65525 55926 ra, 1886 Museum View of the Roofs of Paris 0.0401874652587 0.06495763353 0.1085278557 0.4747536679 719.25 543.22 114.7 Verão, Amsterdam, Van Gogh 274 26533 52498 63188 1886 Museum Walk Along the Banks of the 0.0614410465469 0.07558595152 0.1674717861 0.4576542943 695.47 551.61 100 188707 Amsterdam, Van Gogh Seine Near Asnieres 298 42011 44037 04914 Museum 0.0972068149749 0.11106520380 0.4052289480 0.3381431057 719.59 588.01 84.06 Verão, Amsterdam, Van Gogh 221 2824 16648 4035 1887 Museum White Vase with Roses and 0.0283731964270 0.01308962744 0.0180375405 0.5169392116 719.59 54622 0 Verão, Coleção particular Other Flowers 496 6461 761578 11684 5 1886 Windmill on Montmartre 0.0862972346848 0.03309410891 0.1098888895 0.4570875036 719.11 573.36 0 Outono, Destroyed by fire in 1967 335 25041 98001 80593 1886 Woman Sitting by a Cradle 0.0191888638097 0.12866575579 0.2480575047 0.4318724842 705.48 552.2 93.91 Primave Amsterdam, Van Gogh 447 643 90288 28089 ra, 1887 Museum ! 179! !

Anexo IV - Tabela: Antuérpia

título ciano magenta amarelo preto lum_ lum_ lum_ data local atual max med min Backyards of Old Houses in 0.00497933 0.12609612 0.3051151 0.3875628 1829 1463 0 12/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum Antwerp in the Snow 696900663 4292452 8282471 99288326 .29 .32 Head of an Old Woman with 0.02367560 0.12788894 0.2743950 0.3755262 1834 1457 0 12/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum White Cap The Midwife 6993262 5792101 86009169 94960016 .95 .5 Head of a Woman with her Hair 0.00526983 0.11144881 0.2818211 0.4733303 1834 1357 114. 12/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum Loose 032113922 1361519 82398719 27716154 .6 .75 37 Portrait of an Old Man with 0.00599892 0.14701282 0.2960444 0.3985344 1811 1430 248. 12/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum Beard 356007422 6754125 97605598 80850606 .52 .65 12 Portrait of a Woman with Red 0.04843548 0.13266635 0.3100233 0.4434332 1820 1373 114. 12/1885 New York, Collection Alfred Wyler Ribbon 10800719 1035598 7933956 42268348 .34 .79 37 Portrait of Woman in Blue 0.09709088 0.10451269 0.2463454 0.4421115 1821 1372 114. 12/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 75505512 3825308 07525141 70915098 .13 .15 37 Skull with Burning Cigarette 0.01222707 0.09856425 0.3331150 0.3989314 1821 1462 0 12/1885 Amsterdam, Van Gogh Museum 68771026 79866646 35387843 26058138 .67 .96 ! 180! !

Anexo V - Tabela: Arles titulo ciano magenta amarelo preto lum_max lum_med lum_min data Local atual

A Field of Yellow Flowers 0.015202581 0.137379203 0.452232521 0.354296536 712.7 578.95 44.85 1889/04 Winterthur, Kunstmuseum Winterthur

A L Arlesienne Madame Ginoux 0.007027455 0.207309804 0.442489093 0.38239222 694.35 540.065 100 1888/11 Paris, Musée d'Orsay with Gloves and Umbrella A Lane in the Public Garden at 0.070103171 0.084381542 0.342757226 0.457674722 695.73 550.13 0 1888/09 Otterlo, Kröller-Müller Museum Arles A Pair of Leather Clogs 0.022989948 0.118331067 0.367377939 0.360419613 719.59 580.23 0 1888/03 Amsterdam, Van Gogh Museum

A Pair of Shoes 0.002410779 0.197354575 0.40638246 0.35877614 709.36 558.31 75.92 1888/08 New York, The Metropolitan Museum of Art A Pork-Butcher s Shop Seen 0.10068603 0.176243526 0.231024744 0.342651339 719.59 562.64 0 1888/02 Amsterdam, Van Gogh Museum from a Window Arles View from the Wheat 0.015874436 0.191731597 0.44011771 0.335882426 702.26 565.49 97.3 1888/06 Paris, Musée Rodin Fields Blossoming Almond Branch in a 0.054588317 0.099758279 0.270738463 0.313767019 719.59 602.48 75.92 1888/03 Amsterdam, Van Gogh Museum Glass Blossoming Almond Branch in a 0.092697162 0.077767975 0.129040699 0.337964731 719.59 600.02 75.92 1888/03 Japan, Coleção particular Glass with a Book Blossoming Pear Tree 0.041894623 0.109481869 0.320948427 0.348205114 712.98 588.66 120.85 1888/04 Amsterdam, Van Gogh Museum

Canal with Women Washing 0.051164982 0.106832283 0.219675029 0.378257903 719.59 577.71 53.24 1888/06 Washington, D.C., Collection Joseph Albritton Coal Barges 0.028094678 0.119439479 0.31365431 0.377196603 710.87 581.52 0 1888/08 Annapolis (Md.), Collection Carleton Mitchell Coal Barges 2 0.01188675 0.142739307 0.400734022 0.385308322 689.39 570.24 100 1888/08 Madrid, Museo Thyssen-Bornemisza

Crab on Its Back 0.068915449 0.151757149 0.362568751 0.424165038 686.11 542.07 105.2 1889/01 Amsterdam, Van Gogh Museum

Farmhouse in a Wheat Field 0.100144154 0.026814178 0.219210336 0.411785058 712.42 585.12 190.53 1888/05 Amsterdam, Van Gogh Museum

Farmhouse in Provence 0.040349585 0.139464217 0.308471159 0.317632645 719.59 592.3 84.06 1888/06 Washington, National Gallery of Art, Alisa Mellon Bruce Collection Flowering Garden 0.038122468 0.161589733 0.256220196 0.368398946 719.59 561.93 0 1888/07 New York, Coleção particular

Flowering Garden with Path 0.088218788 0.112208419 0.267546343 0.387560508 719.45 561.66 0 1888/07 The Hague, Haags Gemeentemuseum (on loan) Grass and Butterflies 0.04843766 0.000551209 0.044880537 0.565128545 718.36 527.74 126.55 1889/04 France, Coleção particular

Haystacks in Provence 0.064138234 0.152845937 0.339093159 0.327377881 719.59 580.77 0 1888/06 Otterlo, Kröller-Müller Museum

Interior of a Restaurant in Arles 0.002852744 0.150062718 0.343441002 0.417864813 705.41 546.28 97.14 1888/08 Coleção particular

Interior of the Restaurant Carrel 0.041592652 0.140916312 0.31075031 0.434848384 688.15 540.69 87.74 1888/08 Coleção particular in Arles L Arlesienne Madame Ginoux 0.024654607 0.157685062 0.374989141 0.366528817 715 564.29 44.85 1888/11 New York, The Metropolitan Museum of with Books Art La Berceuse Augustine Roulin 0.050297706 0.136076852 0.285404465 0.42795823 713.47 537.27 0 1889/01 New York, The Metropolitan Museum of 2 Art La Berceuse Augustine Roulin 0.103172308 0.131879835 0.337955447 0.373533661 719.59 560.09 0 1889/02 Boston, Museum of Fine Arts 3 La Mousme, Sitting 0.028873128 0.195619805 0.377753771 0.347679025 719.59 554.85 83.86 1888/07 Washington, National Gallery of Art

Landscape Under a Stormy Sky 0.024721897 0.092678058 0.305592623 0.348098547 719.59 595.39 97.14 1888/05 Coleção particular

Landscape with Snow 0.05149321 0.037280369 0.222559158 0.406251654 712.7 583.41 162.57 1888/02 New York, The Solomon R. Guggenheim Museum, Justin K. Thannhauser Collection 0.044750822 0.145514561 0.276211653 0.365710652 719.59 569.89 44.85 1888/10 Coleção particular

Les Alyscamps 2 0.046485784 0.11798029 0.299991605 0.457799758 672.84 540.61 44.85 1888/11 Collection Niarchos

Les Alyscamps 3 0.01701412 0.176589976 0.360078096 0.427616663 715.02 535.2 0 1888/11 Coleção particular

Les Alyscamps Falling Autumn 0.053805814 0.131062006 0.35569501 0.38545531 708.19 566.99 75.92 1888/11 Otterlo, Kröller-Müller Museum Leaves Madame Roulin Rocking the 0.064084575 0.147477375 0.329698634 0.388500647 712.56 556.43 0 1889/01 Chicago, The Art Institute of Chicago Cradle La Berceuse Mother Roulin with Her Baby 0.021814393 0.13297318 0.41110676 0.367186273 704.91 575.98 116.71 1888/11 Philadelphia, The Philadelphia Museum of Art Mother Roulin with Her Baby 2 0.010075089 0.164390963 0.386055973 0.362281116 706.74 563.92 93.91 1888/11 New York, The Metropolitan Museum of Art Old Woman of Arles, An 0.02908038 0.131210407 0.185717276 0.307118716 719.59 608.51 87.74 1888/02 Amsterdam, Van Gogh Museum

Orchard in Blossom 0.046093379 0.121373981 0.285329001 0.342009177 719.59 588.25 80.38 1888/03 New York, The Metropolitan Museum of Art Orchard in Blossom, Bordered 0.034916464 0.139571856 0.303375288 0.310207223 719.59 596.11 0 1888/04 Otterlo, Kröller-Müller Museum by Cypresses 2 Orchard with Blossoming 0.028774436 0.131434632 0.224606689 0.371097906 717.51 575.74 118.92 1888/03 Amsterdam, Van Gogh Museum Apricot Trees Orchard with Peach Trees in 0.056870577 0.078615227 0.20827191 0.345794459 719.59 601.58 0 1888/04 Coleção particular Blossom Path Through a Field with 0.11229839 0.15045609 0.214167004 0.421215069 700.71 542.41 87.74 1888/04 Switzerland, Coleção particular Willows 181! !

Paul Gauguin s Armchair 0.067458616 0.127932874 0.258525516 0.505972694 689.75 503.12 75.92 1888/12 Amsterdam, Van Gogh Museum

Peach Tree in Blossom 0.045983536 0.151772327 0.295281926 0.324106367 718.76 587.66 0 1888/04 Amsterdam, Van Gogh Museum

Pollard Willows 0.050336948 0.103061669 0.282463027 0.445449043 704.25 550.83 84.06 1889/04 Collection Niarchos

Portrait of Armand Roulin 2 0.105931648 0.081507526 0.167156461 0.465485768 711.51 539.7 80.38 1888/11 Rotterdam, Museum Boijmans-van Beuningen Portrait of Camille Roulin 2 0.003409137 0.21481354 0.471376915 0.324481816 695.33 569.49 0 1888/11 Philadelphia, The Philadelphia Museum of Art, Mrs. Rodolphe Meyer de Schauensee, from the Coleção particular of Mr. and Mrs. Walter H. Annenberg Portrait of Doctor Felix Rey 2 0.023756508 0.092341258 0.185460067 0.562664616 718.97 481.68 0 1889/01 Moscow, Pushkin Museum

Portrait of Eugene Boch 0.086297463 0.137160424 0.255240445 0.415433934 705.98 545.26 118.92 1888/09 Paris, Musée d'Orsay

Portrait of Milliet, Second 0.115335763 0.127588336 0.313895213 0.387300713 719.39 558.86 53.24 1888/09 Otterlo, Kröller-Müller Museum Lieutenant of the Zouaves Portrait of Patience Escalier 0.104305193 0.138670325 0.27605078 0.435938975 700.1 528.69 84.06 1888/08 Collection Niarchos

Portrait of the Artist s Mother 0.072904551 0.124749907 0.373726877 0.365226656 704.26 576.15 97.3 1888/10 Pasadena (Cal.), Norton Simon Museum of Art Portrait of the Postman Joseph 0.033014971 0.096394465 0.323155745 0.473201446 687.21 538.62 97.3 1888/08 Boston, Museum of Fine Arts Roulin Portrait of the Postman Joseph 0.02385329 0.098864255 0.34311418 0.339638591 713.26 600.64 288.2 1888/08 Detroit, Detroit Institute of Arts (partial and Roulin 2 promised gift of Mr. and Mrs. Walter B. Ford II) Portrait of the Postman Joseph 0.066136929 0.118070413 0.246361987 0.441426931 701.02 537.95 0 1889/04 New York, The Museum of Modern Art Roulin 3 Portrait of the Postman Joseph 0.086200843 0.096626394 0.315805881 0.431271851 719.59 549.16 97.3 1889/04 Otterlo, Kröller-Müller Museum Roulin 4 Portrait of the Postman Joseph 0.140568339 0.149172341 0.167710167 0.430749501 719.45 537.3 80.38 1889/04 Philadelphia, The Barnes Foundation Roulin 5 Portrait of the Postman Joseph 0.111722152 0.099562047 0.245596215 0.409696525 719.59 571.14 97.3 1888/11 Winterthur, Kunstmuseum Winterthur Roulin 6 Quay with Men Unloading Sand 0.057596265 0.11150658 0.338832706 0.390665087 719.59 563.75 44.85 1888/08 Essen, Museum Folkwang Barges Rocks with Oak Tree 0.016545264 0.105279612 0.279235134 0.380932044 719.59 575.57 0 1888/07 Houston, The Museum of Fine Arts

Seascape at Saintes-Maries 0.102657243 0.053194448 0.121727132 0.39337623 719.59 581.99 0 1888/06 Amsterdam, Van Gogh Museum

Seascape at Saintes-Maries 2 0.033196065 0.103720637 0.213999083 0.387754724 719.59 575.6 0 1888/06 Moscow, Pushkin Museum

Self-Portrait Dedicated to Paul 0.108435675 0.098767203 0.246235755 0.374207323 718.42 582.21 97.3 1888/09 Cambridge (Mass.), Fogg Art Museum, Gauguin Harvard University Self-Portrait with Bandaged Ear 0.067245433 0.130607363 0.255986092 0.38128451 719.59 565.42 0 1889/01 London, Courtauld Institute Galleries

Self-Portrait with Bandaged Ear 0.003042927 0.204800223 0.31825437 0.373378977 709.04 544.94 44.85 1889/01 Collection Niarchos and Pipe Snowy Landscape with Arles in 0.135876311 0.076749303 0.106608415 0.414716044 719.59 561.13 0 1888/02 London, Coleção particular the Background Spectators in the Arena at Arles 0.07877117 0.105165543 0.189382978 0.446314313 719.45 545.38 53.24 1888/12 St. Petersburg, Hermitage

Starry Night Over the Rhone 0.100404843 0.148047794 0.1637235 0.396345576 719.59 551.04 44.85 1888/09 Paris, Musée d'Orsay

Still Life Bloaters on a Piece of 0.00000973 0.228680242 0.404971128 0.321116477 698.82 567.05 120.85 1889/01 Coleção particular Yellow Paper Still Life Bottle, Lemons and 0.04654763 0.109901598 0.294698289 0.333010118 719.32 598.71 44.85 1888/05 Otterlo, Kröller-Müller Museum Oranges Still Life Bowl with Daisies 0.141578906 0.010117512 0.127033222 0.547583907 716.88 516.835 141.49 1888/05 Richmond, Virginia Museum of Fine Arts

Still Life Drawing Board, Pipe, 0.05621051 0.131164576 0.318081725 0.37343245 719.45 568.16 0 1889/01 Otterlo, Kröller-Müller Museum Onions and Sealing-Wax Still Life French Novels 0.018011919 0.160248983 0.388056013 0.305667161 719.59 585.18 116.71 1888/10 Amsterdam, Van Gogh Museum

Still Life Potatoes in a Yellow 0.051431769 0.116719127 0.248578466 0.357557255 719.11 581.06 75.92 1888/03 Otterlo, Kröller-Müller Museum Dish Still Life Two Red Herrings 0.024894258 0.011241462 0.005449534 0.448617522 719.59 578.54 130.15 1889/01 Amsterdam, Van Gogh Museum

Still Life Vase with Fifteen 0.023489363 0.180713999 0.468924999 0.391680164 687.45 544.705 0 1888/08 London, National Gallery Sunflowers Still Life Vase with Fifteen 0.004268211 0.237819305 0.505183757 0.3613136 676.21 543.395 120.85 1889/01 Tokyo, Sompo Japan Museum of Art Sunflowers 2 Still Life Vase with Five 0.002607329 0.212682602 0.339198544 0.409160475 718.55 531.37 83.86 1888/08 Destroyed by fire in the Second World War Sunflowers Still Life Vase with Oleanders 0.077806955 0.09033253 0.137935823 0.490550775 696.83 528.94 136.89 1888/08 Localização desconhecida; possibly stolen in 1944 Still Life Vase with Twelve 0.047513473 0.161481488 0.417420641 0.32610088 696.5 579.56 109.82 1888/08 Munich, Neue Pinakothek Sunflowers Still Life with Basket and Six 0.03077482 0.144219049 0.32252784 0.275400592 710.45 604.62 253.78 1888/03 Coleção particular Oranges Still Life with Oranges, Lemons 0.059008401 0.125684235 0.342573115 0.417024551 702.07 554.81 0 1889/01 Washington, D.C.: National Gallery of Art and Blue Gloves Street in Saintes-Maries 0.01816932 0.175744184 0.330868125 0.363218127 719.59 558.85 0 1888/06 Coleção particular

Sunny Lawn in a Public Park 0.09954762 0.079521954 0.281945586 0.386065951 719.59 581.78 75.92 1888/07 Zurich, Collection Merzbacher (on permanent loan to the Kunsthaus Zurich) Sunset Near 0.035468167 0.178718485 0.32224841 0.39390094 694.58 548.81 75.92 1888/06 Winterthur, Kunstmuseum Winterthur Arles 182! !

Tarascon Diligence 0.058911875 0.164328787 0.267054125 0.402881008 709.1 539.73 44.85 1888/10 Princeton, The Art Museum

The Baby Marcelle Roulin 0.045625565 0.157684937 0.401484847 0.318055204 715.42 579.52 97.3 1888/12 Amsterdam, Van Gogh Museum

The Baby Marcelle Roulin 2 0.005020636 0.181276363 0.391282104 0.407953599 685.36 542.87 100 1888/12 Coleção particular

The Baby Marcelle Roulin 3 0.104346208 0.078446952 0.191884945 0.452895007 707.84 545.16 97.14 1888/12 Washington, National Gallery of Art

The Bridge at Trinquetaille 0.006864459 0.17301412 0.252945441 0.318432604 719.59 592.27 0 1888/06 Israel, Collection Joseph Hackmey

The Brothel 0.049727667 0.122916592 0.306459437 0.483753762 712.6 527.49 133.61 1888/10 Philadelphia, The Barnes Foundation

The Courtyard of the Hospital at 0.055509372 0.165484629 0.273896335 0.37811732 719.45 554.21 44.85 1889/04 Winterthur, Oskar Reinhart Collection 'Am Arles Römerholz' The Dance Hall in Arles 0.047432191 0.072422207 0.278820156 0.461543919 716.28 548.26 83.86 1888/12 Paris, Musée d'Orsay

The Gleize Bridge over the 0.025807938 0.170447403 0.226109192 0.314653444 719.59 584.32 116.71 1888/03 Hakone, Pola Museum of Art Vigueirat Canal The Green Vineyard 0.127120397 0.12986003 0.212054426 0.420104798 711.31 551.67 116.71 1888/09 Otterlo, Kröller-Müller Museum

The Langlois Bridge at Arles 0.059549787 0.091590021 0.26074003 0.354956622 719.59 590.7 53.24 1888/05 Cologne, Wallraf-Richartz-Museum

The Langlois Bridge at Arles 2 0.092166336 0.10842066 0.291716352 0.327754501 719.59 592.84 0 1888/04 Paris, Coleção particular

The Langlois Bridge at Arles 0.049504829 0.118829433 0.279847148 0.340855045 718.21 587.05 0 1888/03 Amsterdam, Van Gogh Museum with Road Alongside the Canal The Langlois Bridge at Arles 0.06347854 0.167717693 0.288680303 0.365156931 719.59 557.51 44.85 1888/03 Otterlo, Kröller-Müller Museum with Women Washing The Lovers The Poet s Garden 0.032346862 0.000717006 0.038732845 0.501267312 719.25 548.455 172.5 1888/10 Localização desconhecida (declared to be IV "degenerate" by the Nazis and confiscated in 1937) The Night Cafe in the Place 0.037505645 0.134256143 0.327398676 0.394561053 719.32 556.22 87.74 1888/09 New Haven (Conn.), Yale University Art Lamartine in Arles Gallery The Novel Reader 0.039780285 0.150195135 0.339655384 0.398605138 718.22 547.37 97.3 1888/11 Coleção particular

The Old Mill 0.078623372 0.085766733 0.261175893 0.361226816 719.59 586.47 97.3 1888/09 Buffalo (N.Y.), Albright-Knox Art Gallery

The Painter on His Way to 0.053031198 0.135637464 0.293901572 0.370227768 719.25 571.11 109.82 1888/07 Destroyed by fire in the Second World Work War; formerly in the Kaiser-Friedrich- Museum, Magdeburg (Germany) The Park at Arles with the 0.057103761 0.006583791 0.020541088 0.467234398 719.59 568.07 94.29 1888/10 Destroyed by fire in the Second World War Entrance Seen through the Trees The Poet s Garden 0.073640745 0.057169186 0.288504845 0.412316874 719.11 574.9 0 1888/09 Chicago, The Art Institute of Chicago

The Public Park at Arles 0.068606649 0.134759825 0.298804006 0.368996663 706.98 567.42 97.3 1888/10 Coleção particular

The Railway Bridge over 0.090094382 0.078477189 0.275220696 0.437466929 704.39 555.86 75.92 1888/10 Coleção particular Avenue Montmajour, Arles 0.036380931 0.144883853 0.385362348 0.365558936 716.47 564.66 80.38 1888/11 Moscow, Pushkin Museum

The Schoolboy Camille Roulin 0.164007354 0.120497241 0.250418877 0.485259021 677.27 520.35 100 1888/12 Sao Paulo, Museu de Arte de Sao Paulo

The Seated Zouave 0.007137233 0.208751854 0.332882824 0.344432396 719.59 553.56 0 1888/06 Argentina, Coleção particular

The Smoker 0.093162478 0.055450712 0.260935383 0.399798161 717.09 576.77 162.57 1888/12 Philadelphia, The Barnes Foundation

The Sower 0.014196801 0.164672235 0.358006807 0.358661986 712.57 573.72 44.85 1888/11 Amsterdam, Van Gogh Museum

The Sower 2 0.015327949 0.160334466 0.401143853 0.329720636 719.59 578.74 0 1888/10 Winterthur, Villa Flora

The Sower 3 0.028330304 0.177467815 0.34496952 0.44476478 705.1 521.45 75.92 1888/11 Zurich, Foundation E.G. Bührle

The Sower Outskirts of Arles in 0.0377195 0.13040795 0.241933051 0.419778556 702.18 556.21 97.3 1888/09 Los Angeles, The Armand Hammer the Background Museum of Art The Trinquetaille Bridge 0.175698533 0.056629775 0.184467653 0.436128472 718.56 559.39 0 1888/10 Coleção particular

The White Orchard 0.082104305 0.009506545 0.274553501 0.396394829 718.48 594.64 87.74 1888/04 Amsterdam, Van Gogh Museum

The Zouave Half Length 0.066671537 0.146963312 0.316515072 0.348562458 718.97 570.76 53.24 1888/06 Amsterdam, Van Gogh Museum

Thistles 0.037786704 0.127083056 0.230129286 0.400900887 719.59 558.48 0 1888/08 Collection Niarchos

Three Sunflowers in a Vase 0.084779948 0.136731697 0.376874087 0.381237919 703.4 563.18 53.24 1888/08 United States, Coleção particular

Three White Cottages in 0.023246294 0.110810508 0.201990572 0.427863576 719.59 551.82 0 1888/06 Zurich, Kunsthaus Zurich Saintes-Maries Trunk of an Old Yew Tree 0.007456179 0.124620915 0.347678136 0.359798793 703.88 586.4 97.14 1888/10 London, Helly Nahmad Gallery

Two Crabs 0.026741569 0.005304148 0.019315931 0.51539071 719.59 547.765 87.74 1889/01 London, Faggionato Fine Arts

Two Lovers Fragment 0.090287685 0.158662724 0.314052603 0.428385 714.45 533.93 84.06 1888/03 Coleção particular

Two Thistles 0.029750429 0.094685784 0.298622083 0.42525391 718.2 561.87 97.14 1888/08 Coleção particular

Two White Butterflies 0.096360593 0.029590986 0.306563914 0.502628453 700.18 546.14 44.85 1889/03 Amsterdam, Van Gogh Museum

View of Arles with in the 0.102433736 0.088643739 0.335674277 0.396567406 709.39 571.88 0 1888/05 Amsterdam, Van Gogh Museum Foreground View of Arles with Trees in 0.094197181 0.035861415 0.208716915 0.451808115 718.27 558.04 93.91 1889/04 Amsterdam, Van Gogh Museum Blossom 183! !

View of Saintes-Maries 0.027285195 0.111352887 0.288912961 0.385715844 719.59 569.27 44.85 1888/06 Otterlo, Kröller-Müller Museum

Vincent s 0.112316698 0.163468356 0.246257907 0.377737977 715.36 549.33 44.85 1888/10 Amsterdam, Van Gogh Museum

Vincent s Chair with His Pipe 0.051579509 0.126435589 0.364385737 0.391654908 699.97 566.53 97.14 1888/12 London, National Gallery

Ward in the 0.040198535 0.124989353 0.260492099 0.403161524 716.61 562.48 44.85 1889/04 Winterthur, Oskar Reinhart Collection 'Am Römerholz' Wheat Field 0.040528164 0.137114108 0.271042132 0.343609327 712 587.32 116.71 1888/06 Amsterdam, P. and N. de Boer Foundation

Wheat Field with Sheaves 0.104649704 0.162818532 0.276457207 0.348825184 719.59 569.2 116.71 1888/06 Honolulu, Honolulu Museum of Art

Wheat Field with the Alpilles 0.076666976 0.081825457 0.289174538 0.42347153 714.65 562.83 0 1888/06 Amsterdam, Van Gogh Museum Foothills in the Background Wheat Fields with Stacks 0.189888936 0.062162058 0.132697479 0.434432277 719.59 549.4 0 1888/06 Coleção particular

Willows at Sunset 0.054945329 0.198740336 0.348515628 0.423977273 690.82 525.56 0 1888/09 Otterlo, Kröller-Müller Museum

Young Man with a Cap 0.056079383 0.173395827 0.399546089 0.388742944 714.31 541.28 0 1888/12 Coleção particular !

! 184! !

Anexo VI - Tabela: Auvers sur Oise

título ciano magenta amarelo preto lum_m lum_m lum_m data local atual ax ed in Bank of the Oise at 0.16719690416446 0.0996407259626 0.1947855368997 0.410317367781 711.03 557.31 0 07/18 Detroit, The Detroit Auvers 5 153 23 451 90 Institute of Arts

Chestnut Tree in 0.13049481745017 0.0864789890812 0.2001933284811 0.421743829058 715.86 560.98 0 05/18 Otterlo, Kröller-Müller Blossom 398 25 743 90 Museum

Chestnut Trees in 0.05014278377694 0.0918849376450 0.3144941353461 0.372370386657 714.61 583.61 97.14 05/18 South America, Blossom 01 476 74 551 90 Coleção particular

Child with Orange 0.09475610793612 0.0850168889089 0.2695149621288 0.363694391204 719.39 586.88 80.38 06/18 Switzerland, Coleção 08 785 5 345 90 particular

Cows after Jordaens 0.02217500765582 0.1579761008343 0.3141471526429 0.334477984938 719.39 584.92 44.85 07/18 Lille, Musée des 68 08 04 541 90 Beaux-Arts Daubigny s Garden 2 0.08372771402463 0.0781608476685 0.2963574850218 0.374899749533 717.39 582.82 0 07/18 Basel, Collection R. 63 879 301 90 Staechelin

Daubigny s Garden 3 0.09373204733879 0.0167245114933 0.2152513063407 0.445336497588 717.74 573.01 87.74 07/18 Hiroshima, Hiroshima 9 593 71 006 90 Museum of Art

Daubigny s Garden 0.08020801884084 0.0677911637652 0.3373738035992 0.400588098216 717.65 574.02 93.91 06/18 Amsterdam, Van 66 793 16 248 90 Gogh Museum

Doctor Gachet s 0.15606689947925 0.1003564365979 0.1824694728586 0.389904522937 719.59 561.88 0 05/18 Paris, Musée d'Orsay Garden in Auvers 5 57 64 469 90 Ears of Wheat 0.03643694943378 0.0777933172493 0.3330914373268 0.460815180525 703.73 554.56 60.66 06/18 Amsterdam, Van 57 686 71 702 90 Gogh Museum

Farmhouse with Two 0.09372970451996 0.0494162611876 0.2631488299386 0.412336485791 713.9 576.23 0 06/18 Amsterdam, Van Figures 12 914 63 956 90 Gogh Museum

Field with Wheat 0.12825012949966 0.0755491617376 0.2307782074806 0.418764513203 718.97 564.61 0 07/18 Riehen/Basel, Stacks 7 653 72 686 90 Switzerland-- Fondation Beyeler Garden in Auvers 0.08465467831118 0.1193490460549 0.2695409396590 0.401062073669 714.11 563.58 0 07/18 Paris: Collection 58 14 86 875 90 Pierre Vernes and Edith Vernes- Karaoglan

Haystacks under a 0.12876124945134 0.0795934582976 0.2378094635191 0.424120619993 718.69 552.97 53.24 07/18 Otterlo, Kröller-Müller Rainy Sky 6 829 25 075 90 Museum

Houses in Auvers 2 0.08134564690610 0.0769703164889 0.2193587352619 0.387588362535 719.59 582.23 0 06/18 Toledo (Oh.), The 59 341 2 134 90 Toledo Museum of Art, Gift of Edward Drummond Libbey

Houses in Auvers 0.09234340623725 0.1221450413947 0.2666946354066 0.346922619322 719.59 580.15 0 05/18 Boston, Museum of 82 42 87 752 90 Fine Arts

Landscape at Auvers in 0.02952592752604 0.1704884125606 0.2703384787844 0.390993450049 715.16 556.15 100 07/18 Cardiff, National the 6 42 62 569 90 Museum of Wales

Landscape with 0.05638336278446 0.1095067621123 0.3140644103161 0.361761527544 719.11 582.32 0 06/18 Moscow, Pushkin Carriage and Train in 75 97 87 762 90 Museum the Background Landscape with the 0.08293360180258 0.0649664819096 0.2686308953523 0.403197800617 718.91 573.42 0 06/18 Amsterdam, Van Chateau of Auvers at 37 771 12 334 90 Gogh Museum Sunset

Marguerite Gachet in 0.15420646867290 0.0753535639634 0.2418942257686 0.399321564723 719.59 566.27 44.85 06/18 Paris, Musée d'Orsay the Garden 5 185 26 945 90 Plain Near Auvers 0.22069794760745 0.0784145781049 0.2358995687448 0.360698051898 716.48 577.91 80.38 07/18 Munich, Neue 1 284 11 43 90 Pinakothek Portrait of Adeline 0.04043471469428 0.1658845304197 0.2880337017486 0.461921787044 718.91 514.03 0 06/18 Switzerland, Coleção Ravoux 2 72 33 56 272 90 particular

Portrait of Adeline 0.15178031899667 0.1243967291413 0.1459921142560 0.365060821419 719.59 576.6 97.3 06/18 Coleção particular Ravoux 3 23 44 402 90 185! !

Portrait of Adeline 0.09266257027921 0.0595584925178 0.2871814090021 0.440901504686 706.87 560.05 75.92 06/18 Cleveland, The Ravoux 74 024 99 623 90 Cleveland Museum of Art Portrait of Doctor 0.03238809411432 0.1858784090767 0.2572544738973 0.394254779526 719.59 536.41 0 06/18 Paris, Musée d'Orsay Gachet 28 38 08 519 90 Portrait of Doctor 0.00014974102167 0.1129263419534 0.2957148846233 0.313081329446 716.25 604775 205.47 06/18 Coleção particular Gachet L Homme a la 5737 38 69 137 90 Pipe Still Life Glass with 0.1307035177752 0.0586252034013 0.2168333514803 0.393273087187 716.35 583.03 80.38 06/18 Coleção particular Carnations 189 79 949 90 Still Life Glass with Wild 0.13870171800465 0.0950613369275 0.1529376494785 0.482093298552 682.24 528.36 75.92 06/18 Coleção particular Flowers 419 24 349 90 Still Life Japanese 0.01155089048362 0.1812759630104 0.4735843311833 0.321528437179 719.59 574.85 0 06/18 Paris, Musée d'Orsay Vase with Roses and 67 79 19 288 90 Anemones Still Life Red Poppies 0.04491198621075 0.1399805066211 0.2807193759173 0.407478126369 712.38 548.73 53.24 06/18 Beijing, Collection and Daisies 69 78 03 312 90 Wang Zhongjun

Still Life Vase with 0.10827471926535 0.1034159947561 0.2781088264794 0.387980438220 719.59 560.41 44.85 06/18 Hakone, Pola Flower and Thistles 9 07 96 535 90 Museum of Art Still Life Vase with 0.00830372003134 0.1942768248133 0.3834725825869 0.354521609201 719.59 556.52 0 06/18 Amsterdam, Van Rose-Mallows 065 83 11 85 90 Gogh Museum

Thatched Cottages at 0.12019058097632 0.0845791800081 0.2923574445373 0.371837700528 719.59 578.45 0 06/18 Paris, Musée d'Orsay Cordeville 817 13 93 90 Thatched Cottages by a 0.10570298014195 0.1042157903537 0.1559323869936 0.419389292508 719.59 553.76 0 07/18 London, Tate Gallery Hill 35 97 275 90 Thatched Cottages in 0.07453565570646 0.0507019081160 0.2381953446811 0.442809357215 715.5 562.43 75.92 06/18 Coleção particular Jorgus 585 27 785 90 The Fields 0.03705615805108 0.1287785936351 0.3244121278827 0.431683626917 695.69 547485 0 07/18 Zurich, Coleção 97 84 59 668 90 particular The Grove 0.04037343608856 0.0941691294551 0.3482868256975 0.403425573428 719.25 570.51 0 07/18 Coleção particular 48 384 53 627 90 The House of Pere 0.03805756111786 0.0959766447576 0.2444856848646 0.425568212196 717.1 557.77 0 05/18 Collection Niarchos Pilon 95 8 78 601 90 The Little Arlesienne 0.05066138411335 0.1420983311131 0.4070825708804 0.377996315478 697.18 562.75 97.3 06/18 Otterlo, Kröller-Müller 63 73 77 906 90 Museum

Tree Roots and Trunks 0.14102899260514 0.0715349016519 0.2152011179978 0.438689716857 706.96 553.5 44.85 07/18 Amsterdam, Van 5 363 32 716 90 Gogh Museum

Two Children(1) 0.07628639830289 0.0817279201580 0.2316564687340 0.471157210856 701.77 546.96 0 06/18 Washington, D.C.: 35 118 67 345 90 Collection Joseph Albritton

Two Children 2 0.02787680357972 0.1779978120560 0.2836720772461 0.379378569856 719.59 554.07 0 06/18 Paris, Musée d'Orsay 47 69 93 483 90 Undergrowth with Two 0.08582619626641 0.0269174038698 0.1928634617418 0.465865729155 718.28 563.06 44.85 06/18 Cincinnati, The Figures 04 833 654 90 Cincinnati Art Museum View of Auvers 0.03341017988889 0.1356161462001 0.2999354725992 0.373204155261 718.42 568.59 0 06/18 Amsterdam, Van 94 64 05 179 90 Gogh Museum

View of Vessenots 0.05645995578203 0.0795181879614 0.3110958748812 0.396635820705 717.58 576.01 44.85 05/18 Madrid, Museo Near Auvers 06 421 65 446 90 Thyssen-Bornemisza

Village Street and 0.10159060653219 0.0816014135445 0.2589423739707 0.406043868862 716.83 568.91 0 05/18 St. Louis, The Saint Steps in Auvers with 6 776 29 526 90 Louis Art Museum Figures

Village Street in Auvers 0.12534860178863 0.1143786817928 0.2880937620827 0.368892140965 719.59 569.57 0 05/18 Helsinki, Ateneum 1 3 29 518 90 Art Museum

Vineyards with a View 0.15630388917801 0.0698518926994 0.2474428251850 0.390283199246 719.59 571.59 0 06/18 St. Louis, The Saint of Auvers 9 197 56 73 90 Louis Art Museum

Wheat Field at Auvers 0.07918692059644 0.0811302312391 0.3207102372811 0.397400540460 719.59 571.57 80.38 06/18 Washington, The with White House 25 029 6 335 90 Phillips Collection

Wheat Fields at Auvers 0.19629766140966 0.0365310469651 0.2636559551578 0.369570370339 719.39 587.56 114.7 07/18 Pittsburgh, Carnegie Under Clouded Sky 6 272 58 368 90 Museum of Art

Wheat Fields 0.02287210737443 0.0038369492093 0.0407247994048 0.461923166771 719.59 578.67 83.86 07/18 Coleção particular, 28 036 696 44 90 United States 186! !

Wheat Fields near 0.04583790824827 0.0612593035693 0.2342849715442 0.398033513348 717.99 583.24 163.6 06/18 Vienna, Auvers 04 73 15 318 90 Österreichische Galerie Belvedere

Wheat Fields with 0.00354568017829 0.1628239198262 0.3438569039459 0.347349028153 719.59 575.47 44.85 07/18 Geneva, Musée d'Art Auvers in the 523 04 65 89 90 et d'Histoire Background

Wheat Field Under 0.20724107148457 0.0674776386668 0.2295470114238 0.377450834868 719.32 575.75 97.14 07/18 Amsterdam, Van Clouded Sky 4 344 45 609 90 Gogh Museum

Wheat Field with 0.06453260516357 0.1204557881202 0.3363191223690 0.387408413880 717.58 565.91 44.85 07/18 Riehen/Basel, Cornflowers 18 83 4 122 90 Switzerland, Fondation Beyeler

Wheat Field with Crows 0.08262688084023 0.1896602335696 0.3301730826219 0.376689228061 717.54 548.09 0 07/18 Amsterdam, Van 95 12 51 23 90 Gogh Museum

Wild Flowers and 0.10136964982155 0.0875190692099 0.2157702275002 0.441257331662 709.76 547.91 53.24 06/18 Coleção particular Thistles in a Vase 1 212 68 704 90 Young Girl Standing 0.07436806178827 0.1130117140071 0.2449232950130 0.385460225705 719.59 569.62 0 06/18 Washington, National Against a Background 79 36 11 211 90 Gallery of Art of Wheat ! 187! !

Anexo VII - Tabela: Saint Remy

título ciano magenta amarelo preto lum_ lum_ lum_ data local atual max med min A Corner in the Garden of Saint- 0.04342123 0.0238274 0.0135182 0.5134653 719. 542. 102. 05/ 1889 Localização desconhecida Paul Hospital 82116136 463318657 605599761 83459346 59 34 87 A Meadow in the Mountains Le 0.02380079 0.1449246 0.3454359 0.3327572 719. 583. 129. 12/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum Mas de Saint-Paul 73470154 38101304 64393685 69399786 59 2 81 A Road at Saint-Remy with Female 0.05341966 0.1043420 0.3239069 0.3457085 719. 589. 0 12/1889 Kasama (Japan), Kasama Nichido Figure 0882384 14641465 10141829 6584165 59 95 Museum of Art At the Foot of the Mountains 0.07024603 0.0775344 0.2293725 0.4009403 716. 576. 126. 06/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 16932894 993677806 39394704 99144852 95 46 55 Cottages and Cypresses 0.05419710 0.1224010 0.3383799 0.3934219 710. 563. 44.8 04/1890 Amsterdam, Van Gogh Museum Reminiscence of the North 33715346 39573232 1292386 58764452 73 66 5 Cottages Reminiscence of the 0.01992070 0.1392617 0.3090991 0.4003074 713. 559. 75.9 04/1890 Coleção particular North 52116268 58822091 73309164 48521357 6 04 2 Cypresses 0.09269642 0.0832620 0.2493270 0.3751446 719. 581. 0 06/1889 New York, The Metropolitan Museum of 38713158 899727843 09575768 9810358 25 03 Art Cypresses and Two Women 0.05013315 0.0838336 0.2075598 0.4397791 719. 558. 0 02/1890 Amsterdam, Van Gogh Museum 16418746 837485065 97323105 86920502 11 16 Enclosed Field with Rising Sun 0.01089547 0.1044496 0.2559564 0.4742618 717. 5316 83.8 12/1889 Coleção particular 72123981 48944362 17826516 56914847 72 65 6 Enclosed Wheat Field with 0.14093396 0.1031885 0.2456725 0.3890878 718. 563. 75.9 10/1889 Indianapolis, Indianapolis Museum of Peasant 9614719 11950811 3419962 84288909 21 59 2 Art Entrance to a Quarry 0.04636795 0.1376868 0.3918057 0.3733869 717. 566. 0 07/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 26893062 57153519 03875248 81368034 99 5 Evening Landscape with Rising 0.11746464 0.1155320 0.2860394 0.3934568 717. 561. 0 07/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum Moon 7128822 6755716 2496481 31598059 87 34 Field of Spring Wheat at Sunrise 0.08202149 0.0968935 0.2841911 0.4400866 692 548. 80.3 06/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum 69981651 272167411 85499331 50075071 74 8 Field with Two Rabbits 0.02591222 0.1458891 0.4197753 0.3617275 713. 569. 84.0 12/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 58158569 40935832 34946521 57697216 75 56 6 First Steps after Millet 0.10486747 0.0746522 0.2047508 0.4221770 704. 565. 0 01/1890 New York, The Metropolitan Museum of 4207202 401984012 8901779 93807733 12 03 Art Green Wheat Field 2 0.02539994 0.1192051 0.2748392 0.3890317 701. 575. 80.3 06/1889 Zurich, Kunsthaus Zurich (on loan) 91566666 95231049 17159995 56821483 46 94 8 Green Wheat Fields 0.19971931 0.0547327 0.1198175 0.4509110 719. 551. 0 05/ 1890 Washington, D.C.: National Gallery of 8421661 918458904 75007775 26837939 45 91 Art L Arlesienne Madame Ginoux 4 0.11304276 0.0138903 0.0956138 0.3868305 719. 598. 193. 02/1890 Coleção particular 6835168 523713034 90317114 9785549 59 08 2 Landscape with Couple Walking 0.04921309 0.1205857 0.3446014 0.3844021 719. 566. 0 05/ 1890 Sao Paulo, Museu de Arte de Sao and Crescent Moon 81224283 17707957 36462386 92610511 59 76 Paulo and Figures 0.01869561 0.1293076 0.3624200 0.3662144 713. 579. 0 11/1889 Baltimore, The Baltimore Museum of 5682855 11214244 53475451 03109462 9 22 Art, The Cone Collection Le Mont Gaussier with the Mas de 0.07995645 0.0751162 0.2619514 0.4632785 715. 546. 102. 06/1889 London, Coleção particular Saint-Paul 80985977 541432041 39062402 41482184 73 56 4 Les Peiroulets Ravine 2 0.11756511 0.0475359 0.1223233 0.4935226 718. 541. 0 10/1889 Boston, Museum of Fine Arts 9168386 947132799 38354262 20109203 63 75 Les Peiroulets Ravine 3 0.20007705 0.0385087 0.1103707 0.4311878 719. 568. 0 12/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum 2128145 905144846 05406957 67175031 59 25 Lilacs 0.13122334 0.0631865 0.2635685 0.4203739 719. 562. 0 05/ 1889 St. Petersburg, Hermitage 9338671 496506026 44646704 08477168 45 88 Meadow in the Garden of Saint- 0.04169982 0.1177256 0.3561214 0.4009440 713. 562. 0 05/ 1890 London, National Gallery Paul Hospital 6109519 11560341 07123916 10715687 75 68 Mountainous Landscape Behind 0.13863838 0.0441917 0.2426432 0.4062412 719. 575. 80.3 06/1889 Copenhagen, Ny Carlsberg Glyptotek Saint-Paul Hospital 21334 8119755 64477902 01904797 59 4 8 Old Man in On the 0.06734608 0.1641918 0.2366465 0.3975069 719. 545. 44.8 05/ 1890 Otterlo, Kröller-Müller Museum Threshold of Eternity 38588871 87330309 27564715 80327601 59 02 5 Olive Grove 0.19116492 0.0564532 0.1418552 0.4314371 716. 560. 0 06/1889 Kansas City (Mo.), The Nelson-Atkins 8842961 258469086 28644173 894663 21 43 Museum of Fine Art Olive Grove 2 0.11061508 0.0754231 0.2338213 0.4504421 713. 550. 0 06/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum 6991525 967722415 77891562 91794732 6 06 Olive Grove 3 0.05508287 0.0661513 0.1909141 0.4694350 718. 544. 0 12/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 44617229 386931945 42628443 10291626 28 28 Olive Grove Orange Sky 0.03858101 0.1435700 0.3433051 0.3458451 709. 580. 118. 11/1889 Goteborg, Goteborgs Konstmuseum 55433622 6620595 17646549 26363788 05 44 92 Olive Grove Pale Blue Sky 0.04416025 0.1287168 0.3482236 0.3455737 716. 585. 0 11/1889 New York, Metropolitan Museum of Art 60228435 77493774 60409485 07548692 47 64 (on loan, anticipated bequest of Walker H. Annenberg) Olive Grove with Picking Figures 0.06840303 0.0635293 0.3338438 0.4620146 692. 553. 44.8 12/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum 69947962 577064203 41814629 35381333 77 02 5 Olive Picking 0.02408459 0.0962483 0.3342225 0.4013789 703. 570. 53.2 12/1889 Coleção particular, Switzerland 12664513 352038505 35054385 98743306 41 83 4 Olive Picking 2 0.01568162 0.1045915 0.4324518 0.3829210 704. 5797 142. 12/1889 New York, Metropolitan Museum of Art 25562832 62709609 30430939 4337961 8 75 91 Olive Picking 3 0.01439846 0.1395217 0.3337776 0.4420148 701. 540. 0 12/1889 Washington, National Gallery of Art 74739573 41999817 0892404 15131912 65 41 Olive Trees Bright Blue Sky 0.04084000 0.0543204 0.2536384 0.3696285 719. 603. 0 11/1889 Edinburgh, National Gallery of Scotland 61708175 614270743 95528317 08957101 59 49 Olive Trees with the Alpilles in the 0.12524079 0.0502901 0.1493259 0.4374660 714. 563. 0 06/1889 New York, Museum of Modern Art Background 3717187 484016508 68202527 17319753 88 34 Olive Trees with Yellow Sky and 0.05923506 0.1651766 0.4011844 0.3806002 710. 549. 0 11/1889 Minneapolis, The Minneapolis Institute Sun 48277155 01099376 78106841 97500473 81 65 of Art 188! !

Peasant Woman Binding Sheaves 0.10365029 0.0701067 0.2656548 0.3992500 718. 572. 0 09/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum after Millet 931307 124626355 98524992 40556379 42 3 Peasant Woman with a Rake after 0.16543015 0.0186771 0.1588098 0.3573656 719. 600. 151. 09/1889 Coleção particular Millet 6862069 093937994 00621217 0670877 59 43 23 Pine Trees against a Red Sky with 0.02603242 0.1622823 0.3670291 0.4092124 714. 545. 0 11/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum Setting Sun 28459479 69254037 50863588 04880893 3 2 Pine Trees and Dandelions in the 0.05032936 0.0523229 0.2769652 0.4112758 719. 579. 0 05/ 1890 Otterlo, Kröller-Müller Museum Garden of Saint-Paul Hospital 98523269 771680069 42210289 78649009 45 99 Portrait of a Patient in Saint-Paul 0.02838040 0.1652237 0.3756499 0.3915371 708. 557. 84.0 10/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum Hospital 3259734 50994142 37850657 20836316 66 73 6 Portrait of a Young Peasant 0.01032908 0.1821559 0.2870032 0.3562665 718. 564. 0 09/1889 Rome, Galleria Nazionale d'Arte 74176418 87685985 63027203 85188773 42 49 Moderna Portrait of Madame Trabuc 0.03706901 0.0935792 0.3196118 0.4294066 710. 565. 0 09/1889 St. Petersburg, Hermitage 93458564 11887411 603326 77713956 95 05 Portrait of Trabuc. an Attendant at 0.05585531 0.1106894 0.2642890 0.3769641 715. 578. 0 09/1889 Solothurn, Kunstmuseum Solothurn, Saint-Paul Hospital 92327684 38791997 92160965 75572001 09 45 Dubi-Muller Foundation Prisoners Exercising after Dore 0.22292583 0.0410961 0.0775194 0.4267054 718. 566. 0 02/1890 Moscow, Pushkin Museum 3798598 608286401 798929993 16114331 69 15 Reaper with Sickle after Millet 0.09634550 0.1096097 0.2422952 0.4395849 700. 542. 44.8 09/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 76562359 1427947 75452286 63386066 71 35 5 Road with Cypress and Star 0.06228777 0.1411600 0.2211102 0.3988079 719. 555. 0 05/1890 Otterlo, Kröller-Müller Museum 16414872 96800722 19545977 63847424 59 66 Roses and Beetle 0.04926450 0.0744758 0.3651382 0.4184711 711 569. 84.0 05/ 1890 Amsterdam, Van Gogh Museum 31249636 179203613 0567817 89644919 92 6 Self-Portrait 0.03405047 0.1613957 0.2972130 0.4111874 718. 543. 0 08/1889 Washington, National Gallery of Art 80020628 65824096 18507605 41645963 69 22 Sheaf-Binder. The after Millet 0.04377860 0.1558948 0.3232247 0.3477407 682. 580. 97.1 09/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 48948354 28795435 19142969 48652662 83 63 4 Sheep-Shearers. The after Millet 0.02499304 0.1891260 0.2805663 0.3855820 707. 552. 0 09/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 66171184 18146064 88492343 35902586 69 55 Shepherdess. The after Millet 0.13428098 0.1510259 0.2119728 0.3915341 711. 558. 0 11/1889 Tel Aviv, Tel Aviv Museum, loaned by 2298046 19157549 26057222 09458128 48 26 Moshe Mayer, Geneva Sower. The after Millet 2 0.00522632 0.1005154 0.3306909 0.4439523 680. 557. 105. 11/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum 902694282 60161127 8326412 00073867 46 6 33 Starry Night 0.13610007 0.0978198 0.2085569 0.3975148 719. 562. 0 06/1889 New York, The Museum of Modern Art 4696629 619250401 11781416 43511459 59 22 Still Life Vase with Irises 0.08753869 0.0642473 0.1954766 0.4601072 715. 547. 0 05/ 1890 New York, The Metropolitan Museum of 65239876 91625322 70255151 36917077 85 1 Art Still Life Vase with Irises Against a 0.06691697 0.0814044 0.3086254 0.4006358 716. 572. 0 05/ 1890 Amsterdam, Van Gogh Museum Yellow Background 4015965 169740226 77954201 8094643 7 63 Still Life Vase with Roses 0.01229814 0.1342500 0.2087244 0.3421002 719. 591. 0 05/ 1890 Washington, National Gallery of Art 81384532 7811369 79954895 95784658 59 73 Study of Pine Trees 0.00740720 0.1811800 0.3474085 0.3715778 719. 554. 0 11/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum 341527581 80454239 83938664 13057824 59 03 Thatched Cottages in the 0.00417500 0.1413726 0.3329105 0.3705413 719. 571. 0 02/1890 Philadelphia, The Barnes Foundation Sunshine Reminiscence of the 139995218 69645849 7271276 8720364 25 06 North The Bedroom 0.07797824 0.1301770 0.2584365 0.3678089 718. 575. 0 09/1889 Chicago, The Art Institute of Chicago 80620712 76842587 88424757 43453041 77 3 The Drinkers 0.08382631 0.0829304 0.1991398 0.4324266 719. 554. 0 02/1890 Chicago, The Art Institute of Chicago 80643679 430456281 83023105 89764465 59 91 The Garden of Saint-Paul Hospital 0.02046889 0.1616228 0.3475076 0.3489987 719. 571. 53.2 10/1889 Coleção particular 2 89924463 55469462 40283121 48998248 59 52 4 The Garden of Saint-Paul Hospital 0.02396479 0.1478885 0.3261549 0.4629808 680. 527. 44.8 10/1889 Coleção particular 3 65589994 95788458 02119399 80685417 19 31 5 The Garden of Saint-Paul Hospital 0.07751439 0.1121260 0.2594644 0.3692037 719. 577. 0 11/1889 Essen, Museum Folkwang 4 23910762 30760189 79108703 53518499 59 84 The Garden of Saint-Paul Hospital 0.03444780 0.1145124 0.2699780 0.3978685 719. 565. 0 12/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 5 64362264 04900166 98436047 59259621 39 76 The Garden of Saint-Paul Hospital 0.01508499 0.1641361 0.4250160 0.4024238 711. 553. 105. 11/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum with Figure 1981246 15906835 45254747 21399959 32 27 33 The Good Samaritan after 0.04024960 0.1347810 0.3323411 0.3872473 719. 562. 0 05/ 1890 Otterlo, Kröller-Müller Museum Delacroix 96207901 19650161 90281812 40450568 25 93 The Iris 0.11840985 0.0486528 0.2596018 0.4507940 718. 559. 0 05/ 1889 Ottawa, National Gallery of Canada 0590718 369144846 9312139 69030589 83 72 The Plough and the Harrow after 0.09652224 0.0643570 0.1900648 0.3862118 719. 583. 0 01/1890 Amsterdam, Van Gogh Museum Millet 50778476 925238059 34136504 90192909 11 77 The Raising of Lazarus after 0.04837549 0.1191079 0.3614371 0.3574273 716. 580. 0 05/ 1890 Amsterdam, Van Gogh Museum Rembrandt 74882815 18793467 50286385 88803268 47 67 The Reaper after Millet 0.10295390 0.1022691 0.3613480 0.4070467 701. 560. 84.0 09/1889 Coleção particular 6576987 51698052 50728043 89280925 2 59 6 The Road Menders 0.00854876 0.1850771 0.3793298 0.3752816 690. 557. 75.9 11/1889 Cleveland, The Cleveland Museum of 584097922 26301363 07366791 49118996 63 27 2 Art The Road Menders 2 0.02053650 0.1628101 0.3910019 0.3763701 709. 558. 0 11/1889 Washington, The Phillips Collection 6655912 7408981 6553006 76146298 52 58 The Spinner 0.10477286 0.0871643 0.2626998 0.3894421 715. 572. 0 09/1889 Geneva, Collection Moshe Mayer 0760974 886929679 56022804 8354742 85 01 The Stone Bench in the Garden of 0.00481589 0.2351705 0.4215061 0.3036460 711. 569. 0 11/1889 Sao Paulo, Museu de Arte de Sao Saint-Paul Hospital 476264205 76789145 37056804 37507606 51 55 Paulo The Thresher after Millet 0.02290576 0.1414510 0.2707484 0.3396232 719. 588. 75.9 09/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 15210853 05158568 11502042 84888843 45 76 2 The Walk Falling Leaves 0.01215437 0.1875853 0.3321440 0.3571563 715. 561. 0 10/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 85425431 96648938 55242509 37442502 64 97 The White Cottage Among the 0.02556875 0.0142484 0.0263326 0.5817806 719. 5184 0 12/1889 Japan, Coleção particular Olive Trees 22051413 829700901 764247931 31528882 32 65 The Woodcutter after Millet 0.04532583 0.1218421 0.2924174 0.4433067 706. 545. 0 02/1890 Amsterdam, Van Gogh Museum 76521383 34178616 04412591 76683925 33 97 189! !

Trees in the Garden of Saint-Paul 0.13957181 0.1324414 0.2305170 0.4282044 717. 5392 0 10/1889 Los Angeles, The Armand Hammer Hospital 4896094 55987093 93747936 94941973 93 35 Museum of Art Two Diggers Among Trees 0.03984384 0.1344813 0.3189997 0.3673132 719. 576. 0 12/1889 Detroit, The Detroit Institute of Arts 730572 60732896 99851449 77538678 32 2 Two Peasants Digging 0.03398725 0.1349728 0.2286909 0.4124921 715. 560. 130. 10/1889 Amsterdam, Stedelijk Museum 50236508 03420771 26313932 58936866 08 6 15 Undergrowth with Ivy 0.07233084 0.0425940 0.2457248 0.5100987 708. 541. 75.9 07/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum 63992226 948885266 13202485 50998043 31 4 2 Wheat Field in Rain 0.06010862 0.0615079 0.3268424 0.3580194 718. 592. 97.1 11/1889 Philadelphia, The Philadelphia Museum 20438561 242441889 24453892 14867042 28 91 4 of Art Wheat Field with Cypresses 0.09605934 0.0960440 0.2332350 0.3711975 719. 578. 0 09/1889 London, National Gallery 52311265 181665224 43512528 93415485 59 19 Wheat Field with Cypresses 2 0.13690556 0.0338256 0.1926217 0.3916837 718. 588. 112. 09/1889 Collection Niarchos 6623044 056600154 84662399 9352456 35 7 3 Wheat Field with Reaper and Sun 0.02093202 0.0942268 0.3778447 0.3493630 709. 585. 189. 06/1889 Otterlo, Kröller-Müller Museum 2575847 136380545 0490468 36925318 39 16 59 Wheat Fields with Reaper at 0.00699371 0.2477177 0.4160923 0.3080508 713. 564. 130. 09/1889 Amsterdam, Van Gogh Museum Sunrise 066120848 61212221 62832747 92170735 27 14 15 Wild Roses 0.04958981 0.0803095 0.3043349 0.4125090 715. 568. 0 05/ 1890 Amsterdam, Van Gogh Museum 90856993 562670251 92286475 29729416 14 05 Wooden Sheds 0.05002653 0.1530383 0.2721946 0.4177993 715. 544. 0 12/1889 Brussels, Coleção particular 93972222 79568129 59074695 54977478 16 04

190! !

Anexo VIII - Rotina em R

Autoria: Luciano de Sampaio setwd('~/Dropbox/Academia/R/CaroVanGogh/rgb') library(tidyverse) library(collage) library(magick) library(lubridate) library(raster) library(data.table) colorchart <- fread('~/Dropbox/Academia/Python/colors/colorchart.csv', sep = ";", dec = ",") process <- function(dirNum){ StartTime <<- now() dirList <<- list.dirs(getwd(),full.names = T) fileList <<- list.files(dirList[dirNum],pattern = "\\.jpg$",ignore.case = T) vg <<- tibble("pintura" = as.character(), "cianoPerc" = as.numeric(), "magentaPerc"=as.numeric(),"amareloPerc"=as.numeric(), "pretoPerc" = as.numeric(), "lum_max" = as.numeric(), "lum_med" = as.numeric(), "lum_min"=as.numeric()) for(i in 1:length(fileList)){ print(i) fileLink <- paste0(dirList[dirNum],"/",fileList[i],sep = "") print(fileLink) img <- image_read(fileLink) data <- as.raster(img) cmyk <- filter(colorchart, colorchart$hex %in% data) vg <<- add_row(vg, "pintura" = fileList[i], "cianoPerc" = sum(cmyk$C)/nrow(cmyk), "magentaPerc" = sum(cmyk$M)/nrow(cmyk), "amareloPerc" = sum(cmyk$Y)/nrow(cmyk), "pretoPerc" = sum(cmyk$K)/nrow(cmyk), "lum_max" = max(cmyk$L), "lum_med" = median(cmyk$L), "lum_min"= min(cmyk$L)) print(now()-StartTime) }

tablename <- paste0(dirList[dirNum],".csv",sep = "") fwrite(vg, file = tablename,sep = ";",dec = ",",row.names = F, col.names = T) #done <<- append(done,dirNum,after = length(done)) } process(7) dirList