800 contos é quanto vale o 1Ãfi1"" r primeirM prémio .'1000 lotaria especial O do fim do ano 7 ...... 1000 dk peiadounhinoprémios grandes 1000 consulte o plano da extracçao .5 k NOISSA smoçambicano em Cuba QIr.cton: Atv sýdc :Ap tne rid oes Bartolomeu Tosé Carls C ,r Ç1, David. Mendeq «O.eira. MiJUéis L úps Júnior. Narciso Castanheira O a oembe, Xav;er Tseýe: g çrai: Kok Nam, Danilo Guimarães, Naifa Uss eL.sI.ert Muiñ~~ae" Arrndç fosso (colaborador): Maquetização: Eugênio AI s~- lasna Sega i: Corr4skbndn s Nacionais: Nelson Kapúri (Niassa), Correspend e f nacionais: Augus Cooe gIla (Angola), Jane Bergerol (Namíbia a África do .Hdrry Boyfe (Esfa0bo42ni s); Colaboração Editorial com «Tercer Mundo» ed Mundo» e C- u an (N Y.. Aê~ Prensa Latina: Registo: 001/INLD PUB:/78; Proprio Ia: leMpqg ýc .,.ereço Postal: Av. Ahmed Sekou Touré. IINFO.A e 29ý' ý j Maputo, República Popular de Moçambique. A Força Aérea rodesima volio a agro dir e nosso pais numa provocação directa às Forças Populares de Libertação de Moçambique. O regime de lan Smith continua a querer transferir para o nosso país o conflito que o opõe ao povo do Zimbabwe Páginas 32 a 34 DEç Mo 1 Wo - Em Cuba os estudantes moçambicanos conseguem passar todos de classe e gaham o prémio de Emulação Socialista entre todas as escolas da Ilha da Juvnude Páginas 24 a 31 Alarico ferndes, ministro da nf.; mação de Timor.Leste, entrego se aos indonésios traindo. assim a causa justa do povo mubere Pdginas 47 a 51 Na Guiana centenas de membros de uma seita religiosa suicidaram-se ou form mortos num gesto de fanatismo religioso que diz muito sobre a saciedado que os gerou PAGINA POR PÁGINA artas dos Leitores...... 2 emana a Semana Nacional. 8 Mataca ...... - 14 Breve História Sobre a Origem de Alguns Clubes ...... 14 Dar Vida ao Barro ...... 2 Nem Uma Carteira Riscada ...... 24 Nova Agressão ...... 32 Africa do Sul: As Razões Hist6ricas da Luta Armada ...... 35 Os Bancos Franceses e a frica do Sul ...... 37 Tunísia: Quem Sucederá a Bourgui ba ...... 43 TimorLeste: Cada Revolução tem os seus Simangos ...... 47 Guiana: O Horror Americano Portugal: O Comércio de Armas .. 52 Noticiário Internacional ...... 57 Tempos Livres ...... 0... última Página ...... U.... PODE COMPRAR *TEMPO» NAS SEGUINTES .LOCALIDADES: PROVÍNCIA DE MAPUTO! Namaacha..M nhi'ça, Moamba; Incoluane, Xinavane e Boane; PROVINCIA DE GAZA: Xai-Xai, Chicualacuala. Chibut. Cohk.é, Massnigr, Man;acaze. Caniçado. Mabatdne r Nhamavla: PROVINCIA DE INHÂMBANE: Inhambane. Quissico-Zavala, Maxixe, Homoíne, Morrumbene. Mambone, Panda e Mabote: PROVINCIA DE MANICA: Chimoio, Espungabera e Mônica; PROVÍNCIA DE SOFALA: Beira, Dondo e Marromeu; PROVINCIA DE TETE: Tete. Songo. Angónia, Mutarara, Zóbuí, Moafize * Mágoé: PROVItêCIA DE ZAMBEZIA: Quelimane, Pebane. Gilé, Ile., Maja da Costa,. Namacura, Chinde, Luabo. Alto Molocué. Lugela. Góru&, Mocuba e Macuse; PROVÍNCIA DE NAMPULA: Nampula, Nacala, Angoche, Lumbo, Murrupula, Me conta e Mossuril: PROVINCIA DE CABO DELGADO: Pemba, Mocífmboa da Praia e Montepuez; PROVÍNCIA DO NIASSA. Lichinga e Marrupa. EM ANGOLA: Luanda. Lubango, Hualobo. Cabinda. Benguela e Lob;to EM !ORTUGAL: Usbos. CONDIÇOES DE ASSINATURA:. PROVINCIAZ DE MAPUTO. GAZA A INHAMBANI: 1 ANO <52 NÚMEROS) 100100; 0, MIEE (26 NMEROS) 470~; 3 MESES (ia NMEROS> 85500. OUTRAS PROVÍNCIAS. POR VIA AÉREA. I ANO (i2 NÚMEROS) I'I.70S00: MIEs (26 NÚME.ROS) 5«SOO MESEI (13 NÚMERO5) A~,0. o PEDIDO DE ASINATURA EVEI SIR ACOMPANADO DA IMPORTÂNCIA RE PETVA,

A DEFESA NACIONAL É PRECISA Cheguei no dia 30/8/78, em missão de serviço nesta cidade de Maputo, fiquei muito admi" rado quando vi um movimento em todas as ruas da cidade de Maputo. Pensei que talvez se tratasse de um moviiTDnto es trahho; mas sim tratava-se dum movimento juvenil de ambos sexos para inscrição militar obri gatória segundo o comunicado do Estado-Maior das FPLM há meses divulgado: Quando me aproximei um camarada veio --ntão tirar-me das minhas admirações; fiquei estimulado porque tratava-se duma grande compreensão dos jovens móçambicanos na necessidade de se dejender do imperialismo. No regime colonil fascista por tuguês os moçambicanos eram recrutados ou amarrados para a tropa. Seus pais tinham razão de fazer uma- pequena cerimónia antes da sua partida desconfiando da continuidade da sua vida na tropa colonial. Lembro-me muito bem quando em 1960, fui sugerido à tropa portuguesa para meu avanço em 1965, fui informar meus pais que ficaram quase dois meses tristes. Eu também estive confuso porque ao ir à tropa portuguesa desconhecia a quem iria combater ou defender. Fiquei libertado quando na clandestinidade a FRELIMO veio indicar-me o bom caminho. Fui então em 1963 despedir-me dos meus pais sem tristeza porque sabia que se tratava de luta armada contra os inva sores portugueses. Dito e leito alinhei na companhia dos outros jovens para a Tanzânia. Se trata de defesa da nossa Pátria a que nos orgulhamos trata-se da defesa do nosso povo. Há necessidade de defendermo« nos. O mesmo espírito, desses jovezns deve reger a todos. Lúcio L. Gijueira Maputo OS RESPONSÁVEIS E OS ABASTECIMENTOS. E A... CONFUSÃO A situação é a seguinte: 1 - Como é do conhecimento geral .para se comprar qualquer género é preciso organização. Qual é essa organização? Formamos bichas. 2-Mas' aqui no Distrito de Marracuene os responsáveis são os primeiros a fomentar bichas. fomentar falta de peixe e outros géneros alimentícios. 3- No sábado dia 25 de Novembro deste ano surgiu um problema que aindã faz passar muito mal o povo daquele Dis trito: as crianças dormem sem comer por falta de géneros no mercado. Companhéiros leitores.' isso demonstra que o Distrito de Marracuene ainda não está na linha correcta de- que os responsáveis podem demonstrar a capacidade e consciência políticas, Um responsável chega no mer cado e diz a partir de agora não queremos ninguém aqui no mercado qík venha vender qualquer produto alimentício sem cartão de saúde. Eles já sabiam que ninguém tinha o cartão de saúde e o que acontece é que o mercado ficou vazio sem peixe, camarão, hortaý liça, etc. Resultado: o povo, daquele Distrito ficou sem nada, como já sabemos há falta 'de sardinhas o que é que o povo vai comer na medida em que os pescadores ainda estão à espera de cartões.., os pescadores não pararam com a pescaria pescam para a casa deles.... Isso é uma falta de.responsa,bilidade, mas não digo que os vendedores podem vender sem cartão de saúcde, sim mas de outra forma como por exemplo: a partir desta data todo o vendedor deste mercado é obrigado a ter cartão de saúde porque a Direcção Nacional de Saúde puw blicou a nível nacional que todo o cidadão nacional tem direito de ter cartão de saúde. Eles como são da responsabilidade do mercado sobre aqu zle género fariam os possíveis de criar uma' comissão em cada grupo para não prejudicarem o povo. Iria metade das pessoas que são necessárias para tirarem os cartões e os outros continua riam com a venda dos tais gé neros. Antõnio Rafael Guembe Pescador de Marracuene Macaneta N. Sobre este problema dizemos o seguinte: errou-se na medida em que proibiu-se e N4.1 428 - P79. não se apresentou uma proposta para aquisição do cartão de saúde sem prejudicar o comércio local. E da maneira como está escrita a carta dá a entender que quando vos proibiram vocês ficaram de braços cruzados e não apresentaram nenhuma proposta aos responsáveis para evitarem que se prejudicassem, por um lado, a vós próprios e por outro lado ao público consumidor. EMULAÇÃO Balanço do Processo Emulativo na Província de Nampula. Na Campanha Nacional de Estruturação do Partido, coube aos Con9elhõs de Produção um papel importantíssimo: o de controlo e desenvolvimento da Emulação Socialista, que foi u m grande movimento de massas que, pela primeira vez na História do nosso Povo, pôde ser controlado através de processos mais vastos e científicos. Depois da realização do I Seminário Nacional dos Conselhos de Produção sobre a Emulação Socialista, que traçou métodos de orientação para a ef'ctivação de tarefas neste campo, foram necessárias a implementação e a estruturação dos Conselhos de Produção em diversos sectores da vida económica da Província de Nampula, com vista a assegurar o aumento da produção e da produtividade e um melhor controlo do proclzsso emulativo. Em Maio último, teve lugar o I Seminário Provincial dos Conselhos de Produção de Nampula, onde se .definiram critérios e métodos de trabalho para uma melhor organização e engajamr~nto dos trabalhadores na Campanha de Emulação Socialista em apoio à Campanha Nacional de Estruturação da FRELIMO. Este Seminário criou sectores de Produção e Emulação e de Agitação e Propaganda, além de ter aprovado as fichas de controlo da evolução dos planos de produção e outras actividades ligadas à Emulação Socialista, tais como: Jornadas de trabalho voluntário nas aldeias comunais, unidades de produção, empresas estatais, escolas,- hospitais, alfa" betização, ri.gularização do trânsito, limpeza das cidades, limpeza, poda e tratamento dos cajueiros. Para estes trabalhos, os trabalhadores das empresas, alunos das escolas secundárias, trabalhadorzs da Função Pública, bem como os moradores dos bairros das cidades, foram mobilizados e enquadrados pelas células do Partido, Grupos Dinamizadores, C.P.U-P , .M.M. e O.J.M. Como fruto do labor bastante fecundo que se desenvolveu, alguns sectores de actividade da Província destacaram-se pelo seu elevado nível de organização e planificação da produção. Aqui se inserem as aldeias comunais ae Mucui& e de Mpapata, a primeira na localidade de Nampula, no Distrito de Mecuburi e a segunda na localidade de Namaponda, no Distrito de Angoche. Lugar de hohra foi também conquistado pela Cooperativa de Confecções ,1.0 de Maio», da cidade de Nampula. Outros centros de produção organizada aproximaram-se muito das metas estabelecidas no contexto da Campanha de Emulação Socialista, sendo esse o ca so da Unidade Estatal de Produção de Tabaco, no Distrito de Malema; da Cajuca, empresa intervencionada do ramo de caju, no Distrito d3 Angoche; da Unidade de Produção da Machamba Estatal de Metochéria, no Distrito de Monapo; da SOGERE, empresa-do ramo de be- bidàs, na cidade de Nampula; e da CIM - Companhia Industrial do Monapo. No sector social salientaram*se o COntro de Saúde de Nametil, no Distrito de Mogovolas; o Centro Infantil de Marrere, no Distrito de Nampula, e a Escota Industrial e Comercial «3 de i'evereiro», na cidade da, Namputa. Em relação a este estabelecimento do knsino Secundárib, cuja maioria de alunos e aigaus professores 9z portavam de uma maneira indisczptznaaa, znw,,a de verdadeiros moçambicanos, onde as pareaes e as salas de aulas serviam de quadro às frases mais horrorosas, onae o ur cio -z o uso do tabaco imperavam, onde os jovens sem o mihimo de respeito por cada um e para consigo próprios utihzavam uma linguagem herdada da juventude colonial e burguesa, onde o trabalho político não era constant.z, h a 'registar que, após uma visita feita pelo 1.0 Secretário e Governador da Província, Daniel Mbanze, as orientações traçadas então, foram assumidas com bastante entusiasmo, sendo hoje possívozl observar ali profundas transforma ções políticas, sociais, culturais e disciplinares. Uma redução de acidentes da ordem dos 90%, foi o resultado alcançado pelo Corpo de Polícia de Moçambique, com o apoio das organizaç&*s democráticas de massas, no decurso da Campanha de Regularização do Trânsito, em que peões e condutores aprenderam a ser disciplinados. Ainda no campo da Emulação Socialista, e, para finalizar, im" porta destacar o trabalhador ALFAIATE ALY, da Copzsca - Co operativa de Pesca do Distrito de Moma - que residindo a cerca de 13 quilómetros do seu local de trabalho, distância que, diariamente, percorrz a pé, nunca teve qualquer falta injustifi- TEMPO N,' 428-- pág. 3 cad Jatais .cegou atrasado e nunca se apresentou embraga do ao serviço. Seviden que o processo emulativo na Província de Nam pulq, também conheceu dilicul dades, que, na maior parte dos casos, se deveram à falta de'e er i ,em matéria de planificação de trabalhos. Fundamentalmente, e l e f oi ma escola para o futuro e na sua ésência, uma vitória. Roberto Temporário Nampula (extracto sintetizado de um relatório/C.PI.C.P.) CHICOCHANA VAI FAZER PROVAS DE AVALIAÇÃO Ao tormarmos a liberdade de nos. dirigir aos leitores da revista CHANAS» pois que as crianças constituem neste momento a maior parte, dos alfabetizadores que ensinam e aprendem dos nossos velhos embora esta actividade irão tenhua ainda conseguido ganhar raízes nas nossas Escolas Primdras. Esta recente manobra do inimigo, tal como as outras, vai fracassar sobretudo porque este ano o CHICOCHANA vai às provos de Avaliação e os alunos vão L .8 tesiftear as acuma de Alfabetização de Adultos «CHI" COCHANAS». Angelo Esteírão Upmusse Matias Nehemias Sitoe José Afonso Machado Orlando César Honwana CONSELHOS DE PRODUÇ'ÃO Qual será a preocupação de se criar os Conselhos de Produção nas emp,'esas e em qualquer sector de trabalho? E qual é a tarefa dos mesmos? Quando e como a mulher adquiriu a sua emancipação? Face a estas perguntas queria eu afirmar o seguinte: na nossa empresa, .Textdrica , na secção de fiação .fina estão alguns elementos nos Conselhos de Produção e Célula ao Partido que. praticamente travam a produção. Limitam-se a resolver casos de mulheres que falam 'ou porque receberam larayias do colega de trabalho. Será que mereço castigo porque falei com um colega de ttabalho? Verifica-se também que quando certos elementos ou trabalha dores apresentam problemas de cardcter de produção ou que visam melhorar o bom andamento do trabalho em vez desses casos serem api'eciados e estu dados, intimidam o povo considerando-os de reaccionários. Quando se tratadaqueles que actualmente encontram-se aumentando os seus conl>cimentos científicose técnicos nada podem contribuir nas reuniões porque logo é .uma reacção ou está a agir. Serão reacção ou agir apresentar problemas durank3 as reuniões? Ou será que o aluno-trabalhador não tem direito a opinião? Benjamim Malua Chimolo - Manica

INDOSTRIA HOTELEIRA EM QUESTÃO Emilio Féx Mulubuane,. resdete ,em Maputo, relatanos um facto que sucedeu com eleàs 7,30 horas do dia i de Dezembro no restaurante «Continenta». 1 Ent.i, sentei e veio um dos serventes que que me perguntou o que eu precisava de tomar. Disse-lhe qiw me trouxcesse uma torráda de carne assada e leite. O homenzinho serviu-me, mas eu querendo comor,verifiquei 4 e a sandes trazia uma grande Camada de cabelos. Logo chamei aquele homem que tinha servido e perguntei - mostrando-lhe a sandes - a sua importância autêntica pelos cabelos que trazia. O homenzinho servente por suas palavras disse que -não era ele. Mas ,eu pergunto: 'quem poderia ser a não ser ele e a sua comissão?» Féllx Mulúbuane termina a carta apelando para que «todos os cidadãos que entram nos restaurantes tomem cuidado comas refeições que lhes são ser vidas»! David Matambo Roque residente em Lichinga, Província do Niassa também nos escreve para nos falar de um Snack-Bar 'daquela capital provincial que tem cerca de 138 clientes que ali passara as jrefeições e pagam, cada m, a quanuta mensa, «e 1~uuiuu. Matambo Roque afirma na sua carta que» a comida é mal preparada, os pratos estão quebrados, os copos mastigados nas pontas, os garfos são de lata e, os casacos que os serventes usam encontram-ãe rasgados. Quando chegqm os clientes a querer passar as refeições alguns são obrigados a esperar para que aqueles que estão a comer acabem para haver lugar. Mas eu , interrogo os leitores: será que aquele dinheiro que os cl.ntes pagam não é suficiente para comprar pratos, copos, gar fos e colheres? Quando pergunto ao responsável da referida pensão ele responde que compr ende- se a situação! Mas como é que vamos compreender-a situação enquanto nós pagamos 1800$00 mensalmente»? Por último, Matambo Roque salienta que «os servidores desta pensão não servem devidamente os clientes mensais, somente costumam servir os que pedem para beber cerv;ja, vinho, etc.» MAZIONES .. .Há ainda um grupinho de religiosos maziones que às 19 horas do dia-a-dia - é o tempo para nos encontrarmos no Grupo Dinamizador - eles começam a bater os seus batuquinhos e a incomodar os que estão nas reuniões e -doentes. Aos domingos começam 10 ho ras, ou menos, até anoitecer. Desejo -que me esclareçam a que horas reunem com os outros irmãos. Onde é que fazem as reuniões? El3s não são moçambicanos? Porque não participam onde nós estamos? Francisco Muhulippy Maculane Bairro da Matola Maputo UM PEDIDO Somos um grupo de jovens que formou numa cidade de Por ;ugal, o Círculo Cultural Um, com vista a ocupar os tempos livres, com vista à dinamizaçãó da cultura e a pôt essa mesma cultura ao aervíço da juventude e -dos trabalhadores no sentida da transformação da sociedade. Para além das secções como teatro, debates (sobre problemas do dia-a-dia) organização de acampamentos (com levantamento dos probL-mas da re gião) etc, que são actividades viradas para o nosso Pais, pensávamos formar um clube de correspondentes para que pudéssemos saber algo do que se passa noutros países, termos conhecimentos de outras experiêncas, fazermos novas amizades, etc. Por isso vos 3stamos a escrever. Todos os jovens interessados em conhecer novas gentes tanto em Portugal como em outros pai ses nos escrevam para: Clube Internacional dos Correspondentes Rua António José Almeida, 131-1.* - Coimbra. Antõnio José Luis Portugal QUAL SERA O MEU FIM? Respondo à carta dum leitor das FPLM, Alsácio A.E..Sumbane, em serviço fio Mapai cujo título da carta estã acima referido. 1É de salientar que o leitor é um elemento das FPLM que luta contra todos os vestígios do colonialismo que nos dominou durant - 500 anos. Quando ganhdmos a independência não quer dizer que a guerra terminou mas sim ainda continua contra TEMPO V,~d ~-g5 essa opressao que nos semeou o colonialismo nas nossas cabeças. Pois ao exigir essas todas conszquências dos indunas, cabos, régulos, etc., o pai em si ainda não é móçambicano dentro, do seu sentimento mas sim em raça negra é moçambicano. Portanto, uma vez que vocês os noivos entendem-se e o pai da rapariga Pzcusa ao assunto nele apre sentado, penso que o leitor deverá prosseguir nele até à estrutura máxima. da residência. Outra hipótese, se a rapariga é moçambicana e que compr,3enda a revolução moçambicana e cumpra as leis do Estado moçambicano, o nosso leitor pode apresentar bem claramente este probázma à estrutura máxima das FPLM. Tenho a certeza de que essa estrutura deverá resolver o seu problema duma forma satisfatória. Se o leitor não vzrificar que acha melhor por esta forma, então pode resolver uma outra questão dentro mesmo das FPLM, deverá também arranjar uma outra solução que podz satzsfazer a sua vida até ao fim. Estas são as minhas observações quanto ao assunto nele citado na «revista Tempo» n." 420 de 22/10/78. André T. Nhatsave Maputo CASAR PARA DESCANSAR Ao iniciar a. minha carta quero pedir* desculpas aos leitores pelo português mal empregado e discurso sem sentido, isto é o fruto da acção do colonialismo *3m Moçambique. Gosto de conversar com muitos jovens e muitos têm dito esta expressão errada: «Quero casar para descansar» Tenho me preocupado -zm explicar a esses amigos qu.3 querem casar que não descansa, ainda pelo contrário é mais uma tarefa que leva. Vejamos as exigências do casado: 1 - Arranjar roupa para a esposa e para si, 2-Construir um lar seguro é feliz, 3 Vestir os filhos e educá -los, 4- Ser capaz de ,nfrentar vá rios problemas familiares. Muitos jovens esquecem-se destes (4) lRontos, e são denunciados ao público qu,3 quando se casam dormem na mesma casa com os pais. O pai a fazer filhos no quarto, ele também na sala. São desses jovens que fazem casar parecer ninho. Caros jozvzns esta atitude não é vergonhosa? Realmente sentumos, sofremos pacientamos de descansar, mas antes devemo-nos organizar pa ra melhor assumir ,zsta responsabilidade. Achei fazer este pequeno esclarecimento geral aos jovens amigos quz pensam casar é descansar. Com isso não quero dizer que não devemos casar porque há muitas exigências- mas sim primtiro organizarmo'nos. Sebastião Pessulo Nicau Milange NO BAIRRO MATADOU-o RO,. NAMPULA O nosso Governo arranjou condiço&s mandando vir carros ,3quipados com câmara de frigoríficos para a Empresa Esta, tal «PESCOM» para melhorar a situação do povo moçambicano, por falta de caril. O Governo fornece o caril, assim como peixe, carne e outros alimentos que dão falta ao povo. O povo, nas manhãs vai-3laborar as bichas nos respectivos lugares. Quando chegam os empre gados, têm feito sempre o servi ço muito estranho, vendendo às mulher?s que conhecem profundamente da vida delas. Isto quer dizer, sendo amantes, ou mesmo tentando acelerar a prostituição que nesbz momento estamos a combater. Na parte do sexo mas culino, vendem aos familiares ou sendo conhecidos. Tudo iso manifestam no mercado do Bair ro Matadouro, Nampula. TEMPO'N. 428-pág. l

Peço às Estruturas competentes daquele sector Empresa Estatal «PESCOM» que apreciem o caso da melhor maneira que pudeizm. Se não para mim, pelo menos para os nossos vindouros filhos. Vasco Nacuha Nampula 200$00 POR UMA BOLEIA Eu sou continuador na Beira. Desloquei-me para cã neste distrito de Morrumbala na localidade de Megaza, província da Zambézia. Num dia pensei d3 ir à sede do distrito tratar dos fn$2us documentos e vi um carro que tinha escrito ESTADO e matrícula MLJ-24-64 que vinha de Quelimane para Chiúre deixar wmentes numa aldeia comunal. No regresso de lá pedi para me dar uma boleia até à sede do distrito. El.2 respondeu: «Se tu quiseres, para nós te darmos boleia é pagares 100$00 cada um; como são dois é 200$00.», Eu disse: «Nós somos contiáadores e o dinheiro que nós temos não chegará para tratarmos dos nossos documentos.» Ele diz: «Se não têm 200$00 não podemos levar-vos porque com esses 200$00 nós podíamos tomar qualquer coisa como cer veja. Como nãotêmé uma pena... não vos levamos.» E ficámos mesmo. Agora eu p:,rgunto" esse condutor não é um 'xiconhoca? Qual é a função dos carros do Estado? Os carros do Estado não exploram o povo exigindo 200300 para um pequeno percurso de 40 quilómetros. Mesmo os carros que transportam o pessoal das localidades à secý do distrito exigem só 40$00. Portanto qual é a necessidade desse condutor explorar? Será que não recebe? Apelo à população destz distrito de Marromeu para tomar maior vigilância sobre esses xiconhocas. Henriques Aljoane dos Lábios Morrumbala N.R. Esta pratica está a genera" lizar-se em muitas partes do pais. Pessoas que tem carro ou camião, aproveitando- sda falta de transportes colectivos, exigem dinheiro das pessoas que pectem boleia. Ninguém é obrigado a dar boleia mas ninguém tem direito de cobrar dinheiro quando dä uma boleia, especialmente se se trata de um carro pertencente ao Estado. « CERVEJARIA» EM CADA HABITAÇÃO Fazer da casa de habitação cervejaria é um caso muito comum na Rua João Massablana em Maputo. Este tipo de cervejaria, para dar bom rendimento à proprietária, tem d prejudicar todas as pessoas que vivem perto da mesma. Após um dia de trabalho as pessoas regfessam a sua casas e querem descansar para poderem aguentar com o trabalho do dia seguinte. Contudo, para as pessoas - que vivem perto desta «cervtzjaria» o descanso é diícil, se não impossível. Os clientes desta «cervejaria» sem o" mínimo de consideração pelas outras pessoas, fazem todo o tipo d.z asneira que um homem embriagado é capaz de la zpr- A qualquer hora do dia ou 4a noote eles gritam, lançam palavrões e até espancam- se: tal co mo sucedeu no dia 23 de .Nov.2mbro. Era cerca da meia-noite, os cli entes sob o eleito do dlccol lançaram-se numa cena dc pancadaria que só terminou de madru gada. Apesar d. tudo isto a se.nhora proprietária continua a olhar só para os lucros que ela tira e não quer saber nada das pzssoas que são prejudicadas -no seu descanso por causa do negócio dela. É como se ela disesýi3 assim: «Se não querem aturar as asneiras dos meus clientes vão viver longe da minha cervejaria». Ernesto Luís Maputo TEMPO N.: 428- pág. 7 Carlos José 1

12 EMANA A, SEMANA~ FAZER UM PLANO QUE CORRESPONDA AO NOSSO AVANÇO Marcelino dos Santos na abertura da Primeira Reunião do Conselho Coordenador Nacional de Planificação Teve inicio na passada se gunda-feira, em Maputo, a Primeira Reunião do Conselho Coordenador Nacional de Planificação, que tem como objectivo central a elaboração do Anteprojecto do Pia. no Central do Estado para o biénio 1979/80 e a discussão de formas concretas do avanço da nossa economia. Para além de elementos da Comissão Nacional do Plano, participam no encontro representantes do Partido e do Governo, dos minis. térios, das províncias, da Comissão Nacional de 'Implementação dos Conselhos de -Produção, da Comissão Nacional de Aldeias Comunais v, das Organizações Demorráticas de Massas. O anteprojecto a elaborar pelo Conselho Coordenador de planificação será posteriormente submetido ao Conselho de Ministros. Falando na sessão de aber tura, o Ministro do Plano, Marcelino dos Santos, salientou que: «0 ritmo da nossa- revolu. ção é o resultado da base criada por 10 anos de luta revolucionária- de libertação nacional. É também determinada pelas realidades interna cionais. O desenvolvimento da nossa luta determinou novas formas de actuação do nosso. inimigo (...) Se hoje fôssemos retardar o passo seria o inimigo que passaria para a ofensiva». O plano terá como base as experiências do oassado, TEMPO N.~ 428- pág. 8 a análise da nossa realidade actual e a Resolução da 4, Sessão do C.C. sobre os grandes proolemias económicos e terá como linha de orientação básica as directivas emanadas do III Congres so da FRELIMO. Como frisaria o Ministro Marcelino dos Santos, a elaboração de um plano para dois anos, e não de programa'para 1979 e outro para, 1980, obedece a uma orientação do Partido. E, permitirá por outro lado ver e determinar aquilo que deve ser feito em 1979 para garantir que se alcancem as metas a traçar para 1980. «Vamos fazer um plano que corresponda ao nosso avanço, para continuarmos a sermos nós a dirigir a nossa história, para continuarmos _e seç os fazedores da históra. Temos que encontrar dentro de nós os recursos para podermos realizar os nossoi objectivos que são as aspirações do nosso Povo. O Partido sentiu que se fi. zermos trabalho só para 1979 em 1980 encontraremos barreiras para alcançarmos as metas definidas- pelo III Con reaso. Então o Partido disse para fazermos um plano para 1979/80». Noutro passo da sua intervenção, o Ministro do Pla no apontou a necessidade de, ao mesmo tempo que avançarmos na construção do socialismo, criarmos condições que nos permitam a defesa das nossas conquis- tas. Neste contexto, recordou as agressões de que somos vitimas do regime ilegal da Rodésia do Sul e fez a leitura do comunicado do 'Ministério da Defesa Nacional sobre os últimos crimes contra o nosso País. «É necessário que a cada momento criemos as condições necessárias para defen. dermos a nossa revoluçãoNão podemos construir o So cialismo sem criarmos as ba ses para a sua defesa. Não podemos construir o progres so sem assegurar esse progresso. Progresso para o Po. vo, para as forças trabalhadores, para os operários. e ,camponeses do Mundo in. teiro. Hoje elas têm que lutar contra o capitalismo e o imperialismo. Essa luta é quente, é uma luta em que as armas têm que intervir. Esta é a realidade de hoje» disse Marcelino dos San. tos acrescentando que o que podemos fazer amanhã depende daquilo que formos capazes de realizar hoje. Sobre as agressões do regime da Rodésia, Marcelino dos Santos diria que elas têm como objectivo a destruição da nossa produção, não só económica mas também de quadros para todos os sectores da nossa vida, dos meios de defesa da nossa revolução, como é o caso do Centro de Preparação Militar do Dondo. O avanço da nossa revolução passa pelo escangalha mento de formas de trabalho caducas. Para que isso seja possível é necessário que as pessoas assumam esse combate. «Estamos a destruir alguns aspectos da sociedade velha maneiras velhas de trabalhar. Estamos a combater as ideias velhas, ideias que se manifestavam no departamentalismo, para avançarmos para um nível em que nos sintamos todos juntos todos a trabalhar para o mesmo objectivo» - disse na caracterização dos métodos de trabalho que devemos implementar a nível nacional. Mas, para que possamos trabalhar correctamente na resolução dos problemas do Povo, é necessário que sin-' tamos esses problemas, é "preciso que vivamos as reali dades do Povo e encarnemosa personalidade moçam bicana. «É preciso desenvoLver uma consciência política e a personalidade moçambicana no processo de edifica. ção da Democracia Popular. É necessário criarmos as nos sas raízes. Isto não se faz num só dia. Mas é preciso ir lá para os lugares onde muitas 'pessoas nunca calçaram, onde hoje não conseguem ver a capulana fabricada pe. Ia TEXLOM ou pela TEXTAFRICA. É preciso saber o que é a nossa comida, o que é «Mathapa». Saber que ela é a nosía comida principal» salientou Marcelino dos San. tos.

PRESIDENTE SAMORA MACHEL RECEBE ENVIADO ESPECIAL BRITÂNICO O Presidente Samora Machel quando recebia Cledwyn Hughes, enviado espzcial do Primeiro-Ministro britâníco para as negociações em torno da questão rodesiana FESTIVAL DE PEIPZIG PREMIOU "ESTAS SÃO AS ARMAS" O filme moçambicano «estas sãoasarmas» foi premiado com a «pomba de prata» no Festival Internacio nal de Leipzig, na República Democrática AlemãSegundo o órgão oficial do Partido Socialista Unificado da Alemanha. «Neues Deutshland», aquela obra cinema. tográfica produzida pelo Instituto Nacional de Cinema foi seleccionada para ser exibida -na cerimónia inaugural da 21. semana internacio. nal dos filmes de televisão e curta.metragem realizada em Leipzig. De entre os 162 filmes que participaram neste festival internacional foram distinguidos com «pombas de ouro» uma obra produzida pela Organização de Libertação da Palestina e outras produzi- das na Bélgica e Países Baixos. Mereceram a mesma distinção que «estas são as armas» outras obras cinematográficas produzidas na URSS EUA, Espanha, Cuba, lungria e Checoslováquia. O Festival Internacional de Leipzig: que terminou há dias foi realizado sob o lema: «filmes do mundo para a paz» Das 162 obras exibidas no certame, apenas 80 foram classificadas. Destas só 12 foram apuradas para a cerimónia inaugural, que teve a presença da República Popular de Moçambique através daquele trabalho do INC. Pelas qualidades que lhe iforam reconhecidas neste certame internacional, «estas são as armas» foi apresentado pela televisão da Alemanha Democrática. ANALSADO APOIO As A TM DAS CH -Realzou-se re(,entemente, na cidade de Tete, a Vi Reunião da Comissão Interprovincial das Aldeias Comunais, reunindo representações das províncias da Zam. bézia, Manica, Sofala e Tete. Esse encontro visava resý,onder às recomendações emanadas da reunião anteripr e em especial elaborar balanço e análise dos trabalhos desenvolvidos, duran. te o intervalo, das duas últimas sessões, no que se refere ao apoio às zonas atingidas pelas cheias. Examinados os relatórios de cada delegação e relativos às adttvidedes desenvolvidas em cada uma daqueIas quatro províncias no que respeita às cheias do rio Zambeze, decidiu-se efectuar visitas frequentes a todas as zonas afectadas, no intuito ,de tomar conhecimento local do apoio de que as populações carecem. A Comissão, verificando a falta de elementos capazes de executar as tarefas de coor. dnação e distribuição de donativos, decidiu que as províncias de Tete e Manica devem enviar elementos à Executivo Permanente Interprovincial da Beira, para que este possa dar andamento aos -prcectos de actuação' Para superar a falta de géneros alimentícios e de vestuário, a Comissão Interprovincial vai aplicar todos os seus recursos disponíveis. -Relativamente às famílias que ainda se encontram dispersas em algumas zonas atingidas pelas cheias, a Reu nião recomendou a intensificação do trabalho político e de mobilização para a cons. trução de novas aldeias comunais e consolidação das já existentes. A plantação de árvores de fruto foi também recomendada como tarefa prioritária, especialmente junto das aideias comunais, decidindo-se ainda o fornecimento imediato de instrumentos agrícolas à população do-círculQ de Capangula, no distrito do Zumbo, Tete. Teve lugar no passado dia 6, numa das salas do Conselho Executivo da Cidade de Maputo, uma reunião orientada ..or .,Sérg , Vieira, membro do Conselho de Ministros da RPM, em que participaram todos os bispos da Igreja Católica Apostólica Romana no nosso País, Estiveram também presentes, por parte do Estado, elementos do Ministério do Interior ao nível central e provincial, afectos ao sector loz cultos. A imagem (to cumen.ta o encoltro TEMPO N:. 428 pag. 9

NA A:0 Nampula FORMAÇAE E TRABAL] Teve início no passado dia 2, em Nampula, o primeiro curso interprovincial de formação de professores do ensino secundário em que par. ticiparam elementos das Províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula. Este curso deverá prolongar-se até ao próximo dia 29 e os participantes são alunos -que concluiram e transitaram este ano para a nona classe, num total de 35, para além de alguns professores cujo nível pedagógico ainda não é satisfatório nesta fase. Este primeiro curso inter, provincial tem como objectivo fundamental habilitar os futuros professores para que estes possam elevar o nível pedagógico e organizacional dos centros educacionais para onde irão deseáivolver as suas novas tarefas. ,Do programa do curso fazem parte aulas de Matemática, Português, Geografia, Educação Política e Sanitária, e Psicopedagogia, o que irá Permitir a elevação dos conhecimentos políticos e cien. tificos dos alunos. Por outro lado, haverá aulas teóricas e práticas, estando igualmente prevista uma visita de estudo a uma aldeia comunal ou a um local de interesse histórico e a realização de palestras sobre educação sanitária. Ainda na mesma Província alunos das escolas secundá. rias encontram-se em actividades de férias nos centros considerados prioritários para a Campanha Nacional de Alfabetização. A recolha de dados, estatísticos, por forma a saber.se 1-EMPO N. 428- pág. 10 1 DE PROFESSORES 11OS DE ALFABETIZAÇ,AO quantos analfabetos existem nos centros de produção or-: ganizada, quantos já sabem 4er e escrever, quantas pessoas frequentam as aulas ýde Alfabetização e Educação de Adultos, números de alfabe tizadores existentes e quantos são necessários em cada um dos centros - são algumas das tarefas que fazem parte do programa de activídades de férias a sarem de senvolvidas pelos referidos alunos. Os alunos das escolas secundárias da Província de Nampula farão igualmente o levantamento da actual situação cultural naquela provn cia, particuarmente no que se refere' à recolha de da- dos sobre os instrumentos musicais tradicionais sua ori. gem, época do seu aparecimento e utilização, material de que são feitos e como são utilizados. A recolha de. documentos históricos orais iunto das populações de cada aldeia comunal e distrito da província bem como a realização de reuniões elucidativas no sentido de toda a população valorizar e conservar o seu pa. trimónio cultural, são ainda tarefas do programa de actividade de férias. 'e EXPULSÃO DO, PARTIDO E DO SECRETARIADO, NACIONAL DA OME * =mumm~od do 11H111111~ dWCc do RUM~ O Secretariado do Comité Central da FRELIMO emitiu no passado dia 6. um comunicado através do qual é divulgada a decisão da expul. sar Albertina Macamo do Partido e do Secretariado Nacional da OMM. É o seguinte, na Integra, o texto do referido comunicadO: As Organizações Oemocráticas de Massas, tém como objectivo dotar o Partido de um instrumento fundamental para organizar o Povo em todos os Sectores da nossa Sociedade. Elas' têm a tarefa de garantir a participação das massas na construção da nova Sociedade para ó bem.estar do Povo. Na realização das tarefas gerais incumbidas pelo Partido às Organizações Democráticas de Massas é à Or. ganização da Mulher Moçam bicana que cabe a responsabilidade de engajar todaS as mulheres, do nosso Pais, do Rovuma.ao Maputo, nas ta- refas da Revolução Moçam. bicana. A emancipação da mulher é uma necessidade da Revolução, constitui parte integrante do combate pelo triunfo do Socialismo no nosso Pais. Esta batalha exige de todps, e em particular dos quadros dirigentes da O:MM.., um engajãmento e uma iden tificação profunda com os interesses da classe trabalha. dora, daqueles que não exploram ninguém. Como os membros do Par tido, também os quadros dirigentes das Organizações Democráticas de Massas, de. vem ser como professores, aqueles que educam sobretudo através do seu exempio.' ALBERTINA MACAMO, ele mento do Destacamento Femi nino, foi colocada no Secretariado Nacional da OMM pa ra que nessa estrutura con; tribuisse para a organização e mobilização da mulher. Sendo membro do Secre. tarlado, ALBERTINA MACAMO devia dar o exemplo de angajamento no combate pela emancipação da mulher, Pela conquista de um novo tipo de vida e de ideias. Porém, em vez de ser o elemento que indica o caminho, ela amantizou.se com um elemento qye exercia funções de Director no Ministério da Educação e Cul. tura, BENEDITO BZI. Ao ligar-se com um homem casado e com iilhos ALBERTINA MACAMO não só contribuis para destruir um lar como manifestava a recusa em abandonar o amantismo. Na velha sociedade, a mulher aceitava e mesmo orgu. lhava-se de ser amante de um homem, desde que ele tivesse dinheiro ou uma posição social importante. ALBERTINA MACAMO vio lou assim a dignidade da mulher moçambicana; por um lado, desrespeitando uma mulher casada com cujo ma- rido se amantizou e. por outro, desrespeitando-se a si própria ao aceitar continuar a ser um objecto ao serviço do homem, através do amantismo, vestígio da velha sociedade, aspecto dos mais degradantes da velha sociedade tradicional e capitalista. BENEDITO BUZI manifestou a mesma concepção de desprezo pela mulher ao procurar abandonar a mulher com quem tinha 2 filhos e que o acompanhara durante o tempo da luta, aquela que suportava consigo sacrifícios durante os momentos mais diflceis. Procurou trocar de múlher como se se tratasse de uma mercadoria, buscan. do promover-se socialmente através da amantização com uma mulher que ele 'considerava mais evoluída». Estes comportamentos cons. tituem formas de bloquear e desacreditar o combate decisivo da mulher moçambicana pela sua emancipação e pala sua participação plena e consciente no processo revolucionário. Em tais situações é necessário purificar o viveiro deste combate que deve ser a OMM limpando as ervas daninhas para que a planta cresça mais forte. Considerando a incompatibilidade total deste comportamento para com a nossa linha, o Secretariado do Comité Central 1 da FRELIMO decidiu expulsar ALBERTINA MACAMO do Partido e do Secretariado Nacional d a O.M.M. A LUTA CONTINUA! Maputo, 6 de Dezembro de 1978. D[XEGAÇÃO DA, IR[UMO NA -BULGA Uma delegação da FRELIMO, chefiada por Sérgio Vieira, membro do Comilé Central do Partido. partiu na tarde de Sábado passado com destino a Sófia, capital da República Popular da Bulgária, onde vai participar numa conferência parlidária organizada pelo Partido Comunista da Bulgária. A conferência terá por lema cenlral a construção do socialismo e do comunismo e o desenvol. vimento mundial. A delegação moçambicana é ainda constituúda por Gilion Mshila, quadro do Partido. FORMO 400 RAAiHDOUS PARA OS SERVIÇOS DE SAODE Dos 945 alunos inicialmente inscritos no Instituto de Ciências de Saúde de Maputo, no ano lectivo de 1978, concluiram a sua formação 424, enquanto outros 445 transitaram de classe. Foi a primeira. vez que aquele estabelecimento de ensino conseguiu formar um número tão elevado de pro. fissionais de Saúde. Por outro lado decorre neste momento um curso de' Prevenção e Segurança, que terá a duração de dez semanas e em que partici. pam trabalhadores de diferentes empresas da capital do País. O Instituto de Ciências de Saúde de Maputo destina-sé à formação, de quadros de saúde, não só, para a enfermagem, mas também -para outras profissões auxiliares de medicina, como a radiologia, laboratório e outro tipo de pessoal que nunca tinha existido no tempo colonial, como por exemplo, pessoal para administrar unidade&; sanitárias e sociais, pessoal de medic~na de reabilitação, de medicina preventiva e saneamento do meio, pessoal para nutrição e outras categorias. Actualmente funcionam no País quatro institutos respec,tivamente em Nampula, Que- Uma delegação comercial chefiada por Juan Moro, director da Política Comercial do Ministério do Comércio Externo da República de Cuba, Veio ao nosso País com o objectivo de reforçar a cooperação entre os Ministérios do Comércio Externo dos dois países e dinamizar o pro cesso de trocas .comerciais recíprocas. A delegação cubana, permaneceu em -Moçambique uma semana, durante a qual se avistou com responsáveis do Ministério do Comércio Externo com as empresas es tatais de Comércio' Externo recentemente, criadas. 'Esta deslocação assenta nas bases traçadas no Tra. limane, Beira e Maputo. INestes estabelecimentos prepa. ram-se todos os quadros de saúde de uma maneira inte. grada, o que não se verificava quando os trabalhadores eram preparados em escolas diferentes. Os problemas que mais afectam o Instituto são a falta de salas de aulas de acordo com o número de alunos existentes e a pequena dimensão do refeitório onde os alunos são obrigados a tomarem as suas refeições por turnos o que rouba muito tempo. A fim de minimi. zar este último problema a UNICEFestá a estudar a for- ma de apoiar o Instituto de Ciências de Saúde de Maputo. 'e tado de Amizade, Cooperação e Ajuda Mútua, assina. do em Havana pelos Presidentes Samora Machel e Fi. dei Castro, durante a visita que o dirigente máximo da Revolução moçambicana efec tuou àquele pais socialista da América Latina, em fins do ano passado. Com base nos princípios definidos naquele Tratado de Amizade foi assinado em Ou. tubro do corrente ano, na capital moçambicana, um Acordo Geral de Cooperação Económica, Técnica e Científica entre os dois paiO TEMPo N." 428-pág. 11' Cuba-Moçambique DINAMIZAR TROCAS COMERCIAIS ses, abrangendo os sectores da Educação, Agricultura, Construção Civil e Indústria especialmente no ramo açucareiro, bem como a assistência técnica para a conclusão ,de algumas obras em ,Moçambique, além de vários outros acordos sectoriais. Recorde.se que o acordo geral de cooperação Moçambique-Cuba estabeleceu a concessão de 1 700 bolsas de estudo destinadas fundamentalmente à especialização de jovens trabalhadores moçambicanos, bem como de 1 200 bolsas para o ensino médio. ~e PREPAR AS 80 TONEAAS DE CARNE SECA - Foram obtidas entre 75 e 80 toneladas de carne seca em resultado da «Operação Búfalo.78», recenteménte, terminada nos tandos de Marromeu, província de Sofala. A realização de trinta caçadas permitiu o abate de 2014 animais daquela :espécie,. devendo destacar-se que para além da obtenção da- quela quantidade de carne para alimentação das populações, se irá agora proceder ao aproveitamento das peles e troféus. A «Operação Búfalo-78», proporoionou' também> a recolha de material de estudo à Direcção Nacional da PecUária (DINAP). DE TRASAR -OS-DOS AALHADOR pela prieira, vez em Moçambique foi organiade uam campo de férias, para filhos de trabalhadores. 27 crianças, com idades compreendidas' enire os 6 e os 12 anos, eslo a passar férias no LAR INý TIL DOS CTT na praia do Bilene, férias essas que têm a duração de ts semanas. Estas crianças são filhos de Irabalhadores dos M de, tMapulo e de Inhambane. Em Janeiro e Fevereiro póximo serão organizados mais dois turnos de férias idênticos a este, també no Se. comO Do Em nome do Goveno da Indta, o Embaixador deste Paiís na República Popular de Moçambique, On Sheo. puri, fez a entrega de uma remessa de mantas e medicamentos à Frente Patriótica do Zimbabwé, no passado dia 11. Os donativos foram entregues a Robert Mugabe, Presidente da ZANU e co-Presidente da Frente Patriótica que, no acto da entrega salientou que a índia tinha uma longa tradição de luta contra o colonialismo e que o apoio dado a todos os nhveis pelo Governo e Povo à Frente Patriótica era um importante contributo à causa de libertação do Zimbabwe. A imagem refere.se à cerimónia dc entrega do donativo TEMPO N.' 428 - pág. 12 No dta s aeste mes o rreszaene Famora macae recebeu Carlos Costa, membro do Comité Central do Par.tido Comunista Português, que recentemente chefiou uma delegação daquele partido ao nosso país. Numa conjerência de imprensa, Carlos Costa desmentiu as afirmações postas a circular em Portugal segundo as quais o objectivo da visita desta delegação do PCP a Moçambique era o de substituir-se ao esta. do português nas relações com Moçambique

ESIÇÃO' FOTOGRAFICA NA, ONJ Na sede da Organização NacíoneI de Jornalistas, em Maputo, abriu dia 14 deste mês uma exposição fotogrd fica de Rogério Marques Pereira. Através de 132 fotografias Rogério Pereira retrata aspectos do quotidiano em três países: Moçambique, África do Sul e Swazilândia, com ênfase particular no segundo. Esta exposição é a terceira do género na sede da ONJ e está patente ao público entre as 13 e as 20,horas a partir do dia 14 deste mês. TEMPO N. 428 -pág. 13

O VELHO Diz a memória do Povo que um jovem enamorado pagou duro preço de lobolo para ter sua mulher. Foi no Niassa, lá muito próximo do Rovuma, onde a floresta esconde muitos animais e a terra produz tudo o que se atira ao chão, mesmo por descuido. Para ter direito ao seu amor trabalhou longos meses nas machambas do pai da noiva, grande senhor, dono de terras e gentes. Vinha do labor cheio de lama nos pés e no corpo. Por isso chamaram-lhe Mataca, o mesmo que matope. Diz a investigação histórica que isto tudo ter-se-á passado na mesma altura que um português navegador, Vasco da Gama, passava pela primeira vez pela costa moçambicana em direcção à cobiçada índia. A memória do Povo adianta que Mataca não se ficou apenas pela noiva. Corajoso e ambicioso, astuto e sedente de poder, arrebatou o trono do senhor seu sogro, negou os direitos dos seus cunhados e sentou:se onde achou que devia estar. Sentou-se no trono ambicionado, alargou as terras, deu seu nome a larga zonaý cheia de população, caminho de comércio de peles e marfim. Iniciou a dinastia Mataca de grande renome. Os séculos passaram e os Mataca a crescerem mais e mais. Vasco da Gama chegou à índia, as armas portuguesas começaram a guerra da conquista e eis um «Tenente Valadim, espada na mão, corpo em cima de cavalo, exército atrevido seguindo-o fielmente no grande sacrilégio da violação das terras de Mataca as quais queria conquistar. Foi morto e o exército eliminado. Em sua memória os portugueses edificaram uma vilazinha que nunca cresceu, nunca deixou história de grandeza. Chamaram-lhe Valadim contra a população que chamava e chama de Mavago a essa região. Várias vezes tentaram os exércitos portugueses dominar o povo de Mataca. Várias vezes foram desbaratados. Foi então que pela astúcia tentaram o que pelas ar" mas não conseguiram. Arrumaram um embaixada e pediram paz e convivência com Mataca. Milímetro a milímetro tentaram tirar o poder àquele 4 quem todo o povo obedecia. Mataca, orgulhoso, patriarcal, não deixava nenhuma autoridade portuguesa ver o seu rosto sem que para tal pagasse certa quantia em dinheiro. Ver o seu rosto era privilégio. Vê-lo .a andar pelos seus pés impossível. Viajava numa liteira carregada por valentes guerreiros com ar rufos de tambores e archotes quando noite. O penúltimo dos Mataca na altura da morte foi enterrado juntamente com seis jovens vivos, três moças e três moços que nunca tinham conhecido mulher. Esta juventude assim sacrificada era para ir servir Mataca no Além segurava com as mãos o seu cadáver lá dentro da cova. Suas famílias não choraram a dura mor te dos seus filhos. Sentiram-se honradas. Era um privilégio oferecer um filho em sacrifício a Mataca. Veio Américo Tomásãsterras do Niassa em 1971. Vinha para ver os seus domínios coloniais. Mas também quis ver esse Mataca orgulhoso e dono de tanto poder que não foi arrancado em séculos de astúcia política precedi- TEMPO NW' 428 -pág. 14 TEMPO N." 428--pág. 14 dós_ de tantas guerras perdidas. Mandou embaixada com carros. A mensagem chegou à corte Mataca. Mataca negou andar de carro. A sua resposta foi: «eu tenho gente». E na verdade a sua gente levou-o na sua liteira até Lichinga onde se avistou com Tomás após este ter pago o dinheiro necessário para ter o privilégio de ver o grande Mataca. Tinha percorrido na liteira mais de duzentos quilómetros. Para mobilizar a população de Mataca para a guerra de libertação foi necessário o sim do soberano. Um chefe-guerrilheiro teve de pôr cofió para se poder avistar com ele e dar-lhe a nova da guerra. Quando Mataca deu o seu sim o povo aderiu. Ele sonhava alargar ainda mais o seu poder. Sonhava vir a ser ainda maior, mais poderoso que todos os anteriores Matacas seus antecessores. A guerra alastrou e para ýsuÇ segurança fugiu para a Tanzânia. Ali veio a morrer ainda recentemente o último soberano Mataca que, mais que senhor de uma tribo, foi senhor de uma nacionalidade nascente de cultura arabizada, religião maometana, poder fortemente centralizado em torno de si, semi-deus, dono da vida dos seu súbditos, venerado pela população, temido pelos inimigos. O NOVO Agora Mataca morreu, sua dinastia acabou, seu Kraal destruído pela fúria portuguesa. A popw lação já não aceita aquele poder patriarçál e centralizado em torno de um homem só e seus parentes. As armas e a guerra criaram, -lhes' outras' ambições. A revolução implantou-se nos seus cérebros. Mas Mataca foi grande. Não'se pode matar a grandeza para su-.bstituí-la pela pequenez. E a grandeza está nascendo nas mesmas terras de Mataca mas em lugar onde não havia nada. Está nascendo a vila de Mataca em plenazona libertada e a crescer rapidamente. Outros parentes do soberano trocaram o feudalismo pela revolução. Aí está em M'sawize o velho Mataca, respeitado, lucidez em ponto grande, Secretário do *Partido, Deputado e membro do Tribunal Popular. Em Nkalapa a população das zonas; cheia de força, sem papas na língua, diz o que deve dizer na altura devida e quando o problema é grande faz a reunião no mesmo local onde reunia durante a luta que acabou com o poder de Mataca. $ no vale, debaixo de frondosas árvores, longe da vista dos pilotos dos aviões e helicópteros. Mas a grandeza que procura igualar com novos valores a gran deza de Mataca está na vila do mesmo nome. Ultrapassou a catégoria de Aldeia Comunal. É uma vila. Não de pedra mas de pau a pique. Não antiga mas novinha em folha. Tem hospital distrital de pau a pique. Tem sede do Partido de pau a pique. Teve administração de pau a pique mas a nova progrediu e é maticada. Ir a Niassa é não passar por lá é ficar sem saber como do nada se faz uma vila, como o gigantismo de Mataca está sendo substituido por outra grandeza ainda maior. É ficar sem aprender uma outra conotação da palavra sacrifício. É perder de vista um.novo horizonte. Mais de cem quilómetros a separam da povoação mais próxima, a caminho de Licèh,--a., São quilómetros de floresta e montanhas onde a picada se torna íingreme com subidas e descidas atrevidas. No tempo da chuva chegar lá de carro é um elogio ao condutor e à máquina. Durante a luta armada era uma simples zona de passagem, zona de per" noita a caminho dabase central de M'sawize,1 da Escola Piloto Mondlane ou ainda a caminho de um trabalho de emboscada pró-ximo do aquartelamento português de Luatize, a dezassete quilómetros, isolado por terra pelas minas, comunicações apenas pe los ares. Mataca poderá vir a ser uma cidade. A vida dura que lá se vive não faz travar a ideia. Para o ano vai ganhar estrada de alcatrão. Vai ganhar um centro piloto cujas obras estão sendo executadas por dois jovens de menos de dezanove anos, recém- saídos de uma escola de artes e ofícios. Eles são responsáveis pelos trabalhadores localmente contratados que com eles erguem um centro de educação em Mataca. Este centro surge precisamente no local onde estava o Kraal do soberano. Sim, Mataca não era pe queno. Mas a vila de seu nome também não. Ela materializanoõvos valores que Mataca com toda a sua grandeza nunca poderia compreender. Mataca nunca foi totalmente dominado pelos por tugueses mas e Revolução foi mais forte que ele. Tinha valores mais largos. Sobre o cadáver da sua grandeza não se ergueu a pequenez. e TEMPO N.' 428- pág. 15

-BREVE HISTÓRIA DA ORIG 1952, 1." de MaioDesportivo nafinal de uma túça. Pedro Santos preparase para fazer uma defesa A alienação ainda existente no nosso desporto é uma reminiscên cia e reflexo da alienação transportada para Moçambique pelo antigo país colonizador, por intermédio precisamente da criação de clubes-filiais-dos-clubes-portu gueses para Moçambique quando colónia. Há clubes que dentro desse contexto têm uma história e pasoado não só de clubite ferrenha, çoro de discriminação racial. Assim como existem também aqueles clubes que sempre mantiveram uma luta quase impossível com as antigas estruturas coloniais, para não mudarem o seu ^carácter moçambicano, tornando-se filiais de clubes portugueses, ou tornando-se num clube discriinatório por intermédio do rasmo ou da religião; duas das uitas formas de dividir para rei nar. Há clubes que poderíamos sa lientar pelo seu moçambicanismo ou carácter internacionalista até, como é o caso do Grupo Desporti vo, 1.° de Maio. 1.0 DE MAIO Em 1907 são exilados para a co * lónia de Moçambique alguns ope TEMPO N., 428- pág, 16 rários portugueses, sindicalistas, pelo governo monárquico português. Alguns desses operários viriam a organizar greves e outros movimentos operários contra o regime colonial solidarizando-se até com os trabalhadores africanos, anos mais tarde. 5 de Outubro de 1910 é implantada, a República em Portugal. Em 1917 é fundado em" Lourenço Marques" o Grupo Desportivo, 1" de Maio, por uns portugueses Em baixo: «Team» de futebol do 1,' de Maio na, década de 1920-1930 operários dos Caminhos de Ferro, da Capitania e de outros ramos operários. Alguns deles eram membros da «Associação dos Pedreiros Livres», que influenciados precisamente pela Revolução Operária em curso na Rússia (hoje União Soviética), fundam esse clube que tainbém era conhecido popularmente comoo clube do Alto-Maé, visto os seus membros viverem nesse bairro operário da época.

EM DE ALGUNS CLUBES' Ao lado: Década de 1950-1960, Desportivo-l. de Maio O «Team» de honra de basquetebol que brilhantemente conqúistou o título de campeão da 21 divisão de 1955- A equipa de basquè. tebol do 1.1 de Maio possuía valores como Bruno de Melo (melhor marcador da época), Cidrais, DGurado. Gugeral, Macau, Fonseca. Áfrico.Olindo, Ipo Chiu Há e outros Manuel da Silva Quitérto, já falecido, sóciojundador n.° 8 do G. D. 1.* de Maio e Presidente da Direcção em 1920, e que foi grande lutador pela causa do clube dos operários Note-se que nessa altura isso foi possível porque o fascismo ainda não se tinha implantado solidamente em Portugal pois só a partir de 1926 é que Salazar começa a participar no governo português devido ao golpe de estado direitista de 28 de Maio do mesmo ano. Em 1922 houve uma dissidência no G.D. 1.0 de Maio com a saí-. da de alguns associados e atletas para irem fundar o Sport Lis- boa e Lourenço Marques, depois de falhada a tentativa de mudarem o nome ao clube. EmMoçambique a partirde cerca de 1930 é que o fascismo se começa a fazer sentir mais para a comunidade portuguesa. É por essa altura, 1930-33, que a partir do 1.' de Maio se forma um outro clube de futebol para o dividir e enfraquecer, «Os Viriatos», que durou somente cerca de dois anos. As autoridades coloniais cada vez mais perseguem os dirigentes e atletas do 1.° de Maio, chegando muitos deles a ser por várias vezes presos na Cadeia de Lourenço Marques. Houve muita pressão pela parte do governo colonial para a mu dança do vermelho das camisolas do l.o de Maio (pois o verme lho dessas camisolas era e é o símbolo da Revolução Operária e da classe trabalhadora de todo o mundo). A direcção do clube não aceita, não cede. Com a ameaça de extinção do clube por imposição dos colonialistas, os dirigentes do G.D. 1.0 de Maio fazem a única concessão: introduzir uma cruz no seu emblema e tornar-se filial do Belenenses, para além de segundo se deduz, terem sido in- filtrados alguns elementos como dirigentes do clube para o controlarem politicamente. Por exemplo o Engenheiro Pimentel dos Santos que foi Presidente do 1., de Maio e o último governador colonial de Moçambique. Anos mais tarde o 1.0 .de Maio deixou de ser filial, do Belenenses. O porquê da cruz para além de ser cruz de Belém, foi para desvirtuar o' significado do 1., de Maio (dia dos operários) dar um carácter religioso que aliás o 1.0 de Maio nunca teve e nem tem. Pois o -Portugal fascista-cristão, católico, passara a «baptizar» o dia 1. de Maio como o dia de «S. José o carpinteiro». Em Maputo temos o exemplo da antiga Avenida 1.0 de Maio que -nos anos 5060, foi mudada para Avenida do Trabalho. No fundo os colonialistas nunca puderam afastar-se da relação 1.0 de Maio = Trabalho, Carpinteiro = Operário. Portanto o símbolo da Revolução d o s Trabalhadores saiu sempre a vencer. Alguns elementos infiltrados no clube na década de\1960 salvo erro, tentam mudar o nome de 1." de Maio para 28 de Maio, o que foi rejeitado pela direcção do mesmoTEMPO N." 428 -pág. 17

Sporting Clube em Moçambique, colecti*dade que simbolizava a segregação racial na colónia. Equipa da década de 1930.1940 Anos 30 equipa do 1.' de Maio, clube jundado em 1 de Maio de 1917 O FERROVIÁRIO Note-se, também, que no ano de 1924, o governo colonial por intermédio dos engenheiros dos Caminhos de Ferro de Moçambique (C.'.M.) cria o Clube Ferroviário para dissolver o Grupo Desportivo 1.0 de Maio. Obrigando inclu. sive os operários dos C.F.M. a serem sócios e atletas do FerroviáIrio, apesar de durante muito anos esses sócios e atletas serem discriminados social e racialmente, na participação da vida do clube. Houve mesmo casos de atletas (que jogavam no 1.' de Maio) preferirem deixar de jogar futebol, para não cederem à obrigação de terem de o fazer pelo Ferroviário. Muitos atletas cujos clubes jo.gvam inscritos na A.F.A. (Associação Africana de Futebol) jogavam simultaneamente no 1.° de Maio. O G. D. 1. de Maio foi o clube m ai s eclético desportivamente (mais variado em modalidades) que já existiu em Moçambique de todos os tempos, pois tinha quase todas as modalidades despor tivas a funcionar simultaneamente. Como por exemplo: Boxe, futebol, esgrima, water-pOlo, bas quetebol, ginástica, atletismo, pe sos e halteres, automobilismo, ciclismo, fox-ball (já não existe essa modalidade), etc.... Em nossa modesta opinião só o G.D. 1.o de Maio é que temo diréitode ser o úníco clube «vermelho» ou «encarnado» em Moçambique, isto é usar essa cor nas TEIFO N 428- pág. 18 camisolas, pois para além de ter sido o 1. clube no nosso País a usar essa cor,foi também o 1." clube verdadeiro dos trabalhadores portugueses e moçambicanos. O 1." também a combater o racismo na antiga colónia, dentro dos c-ondicionalismos existentes en tão. O actual terreno do G.D. 1. de Maio foi comprado por este clube no tempo colonial à sociedade capitalista dos «Vergueiros», e com a ajuda de alguns trabalha dores dos SMV, SMAE e de outros ramos operários, doações de cimento e de outro material de construção, além da participação voluntária e colectiva na construção do campo de jogos, fez-se o actual recinto e instalações des. 00. portivas do 1.6 de Maio, na Maxaquene. Casos de moçambicanismo em clubes desportivos temos por exemplo o João Albasini, criado .em homenagem a um dos primeiros jornalistas e Nacionalistas mo çambicanos no ano de 1920. Temos também o Grupo Des portivo de Maputo que nao acei tou ser filial do Sport Lisboa e Benfica, não aceitando também mudar as cores que simbolizavam a unictade entre o negro e o branco e combater o racismo. Foi tuncacio oíicialmente em 1921. Aliás o nome inicial do Desportivo era o de Águias Negras. Esse moçambicanismo em embrião originou uma cisao no clube que deu origem ao Sport Lourenço Marques. e Benfica, com terreno e tudo oferecido pela antiga Cäma ra Municipal de L.M. por intermé-. ao de Pedroso de .Lima proeminente membro da antiga «Uni ão NacionaL> de Salazar, com o beneplácito e apoio do General Caeiro Carrasco ferrenho benfiquista e fascista e um dos carrascos do povo moçambicano no tempo que prestou serviço na então colónia. Há também o caso do Grupo Desportivo Beira-Mar de Maputo que não aceitou ser filial do Beira-Mar de Aveiro, porque para além de não ter nenhuma relação com clubes de Portugal, até foi fundado primeiro do que o Beira-Mar de Aveiro aqui em Moçambique. A propósito do caso do Beira-Mar de Moçambique ter nome igual ao de Portugal, mas na da a ver com o mesmo, há o inverso, isto é o Grupo Desportivo da Malhangalene, ter um nome moçambicano, mas o emblema, cores, etc., serem do Futebol Clube do Porto, porque era filial do mesmo. Este clube no tempo co-

A velha sede do 1." de Maio L Luís Gomes Jardim. sócio-fundador n.' 4 - já falecido, que juntamente com.os operários Artur J. Maia, Manuel Vitorino, José R. Ferreira(n.* 1), Artur Cruz (n." 7) Bartolomeu Piccolr (n-o 6), e Janudrio Vaz (n." 5), no antigo «Café Lisboa» tiveram a ideia de criar um clube operário o G. D. 1.' de Maio na então «Lourenço Marques» lonial também foi um dos bastiões do racismo. O Desportivo da Beira também era filial do Futeboi Clube do Porto. A DIVISÃO Outro exemplo de divisionismo e racismc é o do antigo Atlético Nýacional mais tarde Atlético Clube de L.M., que outrora era o clube da «eile da pequena burgue sia mestiça», auto-intitulavam-se de «mestiços de primeira classe»; ilustra também o divisionismo gerado pelo colonialismo entre os moçambicanos. Este Atlético Nacional foi um acérrimo antagonista da extinta Associação Africana, a quem os elementos do Atlético a classificavam como Associação dos «pre tos e mestiços de 3.a classe; por tal razão é que não queriam misturas com ela, pois «eles os do Atlético eram de classe superior» porque tinham descendência europeia, (de preferência inglesa, dinamarquesa, etc., por último portuguesa) sendo a condição pata frequentarem o Atlético e não terem-se de sujeitar a misturarem com os «pretos» e os «mestiços de 3.' classe». Portanto eram a «aristocracia mestiça» da colónia de Moçambique. Outro exemplo de racismo é o dos Criquetes e dosIquebais, que eram só exclusivamente para indivíduos indianos. No actualcontexto político, há clubes que realmente têm de mudar, ou por outra, já deviam ter mudado de nome, aspecto, estru tura e tudo o mais, como por exemplo o Sporting Clube de Maputo., Agora torna-se imperiosa essa mudança para poder inscrever-se junto da Confederação Africana de Futebol na competiçao da Taça dos Clubes Vencedores das Taças; como clube moçambicano. E aevia já ter mudado sim, mas sem cair em oportunismos baratos e no ridículo em que já caiu. Até porque Moçambique está inaependente desde 1975. Portanto já nouve tempo, até demais, para mudar. Mas o Sporting ao ter passado para Leões da Gorongosa há tem pos atrás até estava certo dentro da óptica da direcção do mesmo Sporting, pois há que aproveitar o novo equipamento vindo de Portugal e que gerou um boato segundo o qual teria custado cerca de 200 000$00 e pagos em escudos portugueses. Note-se que o Sporting no tem po colonial foi um clube dos mais racistas que existiu e por excelência o clube dos tenentes, sar gentos do exército colonial e dos chefes de polícia colonial, instrumentos da repressão do nosso povo. Muitos dos chefes de polícia ou comandantes, como o comandante da polícia Silva Pereira, a o substituírem o seu colega que regressava a Portugal imediatamente tornavam- se dirigentes do Sporting. Paralelamente ao Ferroviário o Sporting moveu «guerra» ao 1." de Maio, (ao Desportivo também) assim como anos mais tarde o Benfica moveu, devido ao carácter operario e moçambícano do 1.' ce ,vlaio e ao oesportivo de Maputo respectiva mente. Havia ainda os clubes religiosos que discriminavam religoi.& mente como o Maahfií issilamo, que gerou o Atlético Mahometa no devido a diferenças de casuas religiosas e bairrismo exaceroao. O facciosismo clubista, doença provocada pelo excesso de clublSmo, tem de. ser combatido e er radicado na R.P.M., para queo Desporto Novo, a gassificaçao do Desporto e necessária diversificação das modalidades seja uma realidade em Moçambique, e termine a alienação que certosclubes ainda têm em termos de con cepção de Desporto, chegando inclusive a corromper com dinheiro atletas, e o que é pior, a corromper jovens e continuadores que serão os futuros alicerces do Desporto Popular que se quer em Moçambique, e que não é só futebol. Pois o futebol tem sido usado e abusado como sinónimo de Desporto por ser a modalidade que 'arrasta mais multidões (co mo assistência) no nosso País, c tem também contribuído para uma alienação desportiva não só em muitas partes do Mundo capitalista como por enquanto aqui em Moçambique, e dizemos por enquanto porque a própria Revolução irá inevitavelmente (e já co meçou) a purificar o nosso Desporto. Joêo Fanisse TEMPO N." 428 p9. 19 arte 1 que vem de, umpassado long1ínquo TEMPOf N. 428-PãO, 20 fk5 zt=

Um, dois e três ... e eis oobjecto à vista 0 Texto de António Matonse 0 Fotos de Danilo Guimarães O boneco está feito. Olhos inocentes d e uns quantos miúdos apreciam-no pormenor a pormenor: um minúsculo homem imóvel com um braço maior que o outro, pescoço demasiado comprido para a sua pequena estatura, cabeça disforme, pernas que parecem espetadas naquela massa moldada. «'Faltam as orelhas» observa um entre curtas TEIVlO N.' 428 -- pág. 22 gargalhadas mal sufocadas. Dois bocadinhos de barro depois de moldados são espetados quase perto dos olhos. Pronto! Estão postas as orelhas. N o v a s gargalhadas curtas, inocentes e mal sufocadas se fazem ouvir. Uns quantos pares de olhos contemplam atenciosamente o boneco. Boneco esse que minutos antes era um monte de barro negro sem expressão. Uma massa-sem vida, morta para conseguir transmitir uma mengem qualquer. Era matéria ao natural. Essa massa que minutos antes estava inerte agora tem «vida». A nudez do barro transmite algo que supôs oculto. Aquela cabeça desvenda segredos que estavam escondidos na imaginação das crianças. A q u e 1 e s braços desiguais mostram uma graciosidade de movimentos que atraiem aqueles «artistas» de palmo e meio. O comprido pescoço revela uma inexactidão de dimensão. As pernas que parecem paus, aquela boca mal feita, aqueles dois buraquinhos que são os olhos emprestam um ar de vi da. O boneco de barro, sem falar, fala; aquela massa moldada sem ver faz ver; a cabeça, os membros têm acção... A mensagem está transmitida. Aquela arte infantil mal iniciada, ainda tenrinha, ainda incompleta, faz despertar aquela ,massa morta, massa moldada que provoca riso nas crianças. DO BARRO AO TIJOLO «Aqui é o sector da olaria da «Cimol» (Cerâmica Industrial de Moçambique) » - indicanos José-Magaia, encarregado-geral daquela fábrica situada na Matola Rio. Estamos numa espaçosa sala que permite uma livre circulação do ar. Nos quatro cantos da sala vêm-se vários objectos de barro ali feitos: vasos, cântaros, chávenas, tige las, etc. Mais ao meio dela, dezoito homens, cada um no seu lugar específico, moldam o barro escuro e reluzente ainda sem vida. Todos curvados sobre aquele futuro objecto, mexem mãos e pés para dar forma à massa disforme. «N ste sector encontram-se alguns estudantes duma escola que estão em actividades de férias» - informa-nos o encarregado-geral ao observarmos adolescentes que lentamente davam corpo a um objecto es pecifico. ao contrário di O barro ganha corpo

Tijolo. HJ possibilidades de se fazerem casas diferentes n mas com o de fabrico caseiro rapidez de moviméntos que os trabalhadores experimentados imprimiam. Silenciosamente apreciámos os objectos que estavam sendo feitos. Os pés dos oleiros fazem girar incessantemen te a base do torno de olear a que eles chamam «roda» ou «me sa. As mão seguram um monte de barro enfiado no topo do torno que sempre gira, gira, gira e... um, dois, três minutos depois está uma tigela perante os nossos olhos. O oleiro faz parar o torno por momentos. Retira o objecto do topodo torno. Num outro sítiocom mal será despido da humidade. Depois disso se rá cozido num forno que no seu interior espalha uma temperatura de 950 graus. Após essa cozedura a sabedoria dos pintores será aplicada: colorir o objecto traçando linhas harmoniosas cheias de vida que fazem crescer aquilo que minutos antes era algo de imperfeito. E pronto! Está a tigela, a chávena, o cântaro à espera duma clientela que não rareia naquelas regiões. O TIJOLO Mesmo defronte da fa- uma temperatura nor- chada principal da (Ci- ,mpo, não com este tffblo mol» pilhas de tijolos torrados estão expostas ao ar livre, à espera que os clientes venham fazer os iespectivos carregamentos ou que a própria empresa faça a evacuação com as suas viaturas. Aquele tijolo ali exposto é fabricado por processos industriais..É este tijolo que diariamente alimenta dezenas de casas em construção, nos centros urbanos e nas suas zonas periféricas. Lá para o campo a situação apresentase diferente desta que observamos nas cidades. A grande maioria da população constrói as suas casas com o habitual, e tradicional, pau a pique. Será que a construção de caýas de bloco em lugares onde não existe a produção industrial. daquele produto não é possível? A experiência secular diz-nos que existe essa possibilidade. Quem andar por exemplo, por algumas províncias do norte de Moçambique deparará com processos tradicionais de fazer tijolo; e posteriormente, verá casas que foram construídas utilizando-se esse mesmo tijolo. Aqui os métodos: da sua fabricação são mais simplificados. Não exigem máquinas daquelas que existem na «Cimol» ou outra fábrica do mesmo ramo em Moçambique. A matéria é a mesma: o barro. Juhta-se com água para permitir a sua maleabilidade. Dá'se o formato de tijolo ao bar ro já preparado metendo u m a determinada porção numa espécie de «c a i x a» propriamente feita para tal. Numa tem peratura normal aquele barro já com formato de tijolo perde a humidade. Após isso é metido num forno - fome esse que também foi construído e funciona na base de ma térias existentes nessa região. Alguns dias mais tarde --- três ou quatro o tijolo já está suficiêntemente cozido para ser retirado. Com os tijolos desenha-se já o tipo de casa a construir.... Saliente-se que este tijolo de fabrico caseiro consegue ser mais resistente que o de fabrico industrial. Conforme as especificidades de cada região a construçãò de casas com tijolo caseiro surge como uma alternativa para a resolução de problemas de habitação em Moçambique. T Ti MPO N. "423 .--pá. 23

.. N;Nm"ýmý NEM UMA CAR Participando no Festival Mundial da J-uventude e Estudantes, jovens da escola « Samora Machel ». Em cima: Lendo jornais moçambicanos. Ao lado: Trabalho de oficina. TEMPO N. 428 - pág. 24 a'. ma . ~ .~j JW4" ~?.4 44.4 .~" 4~44 4 S45..

CI M , R/CADA 151' , i~ Jogando o « Dominó » Ao lado: Uma Makwaela em terras de Cuba. -fotos da PRENSA- LATINA Julho, 1977. Na escola de Kadgia, situada na localidade de Zóbué, província de Tete, começa a nomeação dos estudantes que se juntariam a companheiros seus em Maputo para depois seguirem para Cuba. Com o envolvimento directo de um padre católico um boato atinge toda a região: «o g0verno vai nacionalizar os nossos filhos, vaivendê-los a Cuba e nunca mais voltam». Os pais assustam-se e os filhos começam a faltar às aulas. A escola, que tinha 140 alunos, termina o ano de 77 apenas com 60. Na capital do país, nos meses de Julho e Agosto do ano passa do, o mesmo boato andou de boca em boca. Os 1300 estudantes no «camping» da praia e a sua ida a Cuba eram objècto dos boatos mais incríveis; houve até quem dissesse que Moçambique estava a pagar com crianças a ajuda dos cubanos ao nosso país através dos seus cooperantes. Os próprios alunos tiveram sempre consciência de tudo. Numa carta TEMPO N." 428- pág. 25

JOSINA Se os corpos se ajustassem num só -corpo... se os olhos se pucessem ar borizar se o ciqrão vermelho dos lábios Pudesse despertar lo horizonte matutino, disputante dos limites maiores... -Josina inteira a crescer do tamb&r o suor das esquinas de cada mão cantassem a canção de orvalho... - assim de manso como quem beija o canto ... cantassem a canção de orvalho sobre o brilho costelado dos frutos silvestres rijos ao sol... - Josina inteira a crescer do tambor S,2 o sangue se pudesse dissidiar das veias e raíz2s e se. amparasse nos nossos dedos como cimentp; ergueríamos estátuas de dívida por dentro do reduto das s, mentes, para què amanhã o gasto e distante sucumbisse por sob os ombros das flores ao vento.... -Josina inteira a crescer do tambor Se o trinar dds continuadores fugisse p3la ventana até, ao monte arenoso z despertasse a terra do letargo das ervas daninhas... Os nossos Heróis se-ergueriam vivos a disseminar novos exemplos para a luta ,z novos paladares para a guloseima das armas... - Josina inteira a crescer do tambor Josina inteira a crescer do tambor! Palavras arco-íris no olor da nossa esperança mais saboridaa libertar-se verdadeira pela fresta dos canos das armas contra o nr,3rcadejar da vida! José Pastor - Professor Escola «Samora Machel» Ilha da Juventude - Cuba TEMPO N.1 428-pág. 26 Na enfermaria escrita recentemente à nossa revista Chabane Luis da escola «Eduardo Mondlane» dizia: «Estamos certos de \que o inimigo tenta sempre lançar boatos no seto do povo sobre a nossa vinda a Cuba porque ele sabe que nós voltaremos formados política científica e tecnicamente para de- fender a Pátria e a Revolução. Por isso ele tenta sempre desmobilizar o povo alegando que nós fomos vendidos». UM GRANDE PRESTIGIO Ilha da Juventude, Cuba. O ano lectivo 77/78 chega ao fim. Naýs TEMPO N/' 428-pág. 27

, No taboratório No dentista escolas« Samora Machel» e «Edu ardo Mondlane» 1300 estudantes moçambicanos sentem-se orgulhosos. E têm razão para isso: todos passaram de classe com 70 por cento de dispensas de exame. Paralelamente, as duas escolas moçambicanas ganharam o prémio da Emulação Socialista entre todas as escolas da Ilha da Juventude, nomeadamente no domínio da produção. Quanto à actividade desportiva, a participação dos jovens moçambicanos foi tal que mereceu os elogios do Presidente Fidel Castro o qual ofereceu às duas escolas moçambicanas um ginásio de boxe, único em toda a Ilha. Estas e outras vitórias grangearam para aqueles jovens um grande pres ígo em Cuba havendo hoTEMPO N.' 428- pág. 28 )e entre os cubanos uma grande admiração pelos jovens moçambicanos, particularmente, no que diz respeito ao seu comportamento quer na escola quer fora dela. Tudo isto exigiu uma nova maneira de trabalhar. Quando os estudantes moçambicanos chegaram a Cuba já o ano lectivo tinha começado, fac tor que contribuiu para que alguns tivessem aproveitamento negativo nas provas preliminares. Para superar, esta falha esses alunos tiveram aulas de recuperação ,e foi-lhes dada sempre uma atenção especial. No fim do ano todos eles conseguiram passar nos exames. A prática de combater o individualismo ganhou assim mais um gesto muito concreto. No banho

A vida nas escolas «Samora Machel» e «Eduardo Mondlane» é praticamente a mesma com um grande contacto entre elas. Idênticos contactos se verificam entre os estudantes moçambicanos e os das escolas cubanas da Ilha. Há visitas, jogos interescolares, intercãmbio cultural. O dia-a-dia escolar tem uma dinâ mica muito intensa; estudo, produção no campo e actividades desportivas e culturais. A noite os estudantes ouvem a «Rádio Escola» que lhes dá noticiários de Moçambique, de Cuba e dos outros países. Quanto a informação sobre o seu país os alunos recebem a revista «Tempo» e o jornal ,,Notícias». Por outro lado, têm o seu «Jornal do Povo» e um jor nal trimestral «Jornal do Centro». Em ambos há uma grande participação dos estudantes que contribuem com poemas, caricaturas e textos. As duas escolas moçambicanas têm uma secção de assuntos sociais e disciplinares, secção essa que nunca funcionou porque, pura e simplesmente, não tem sido preciso. A disciplina dos alunos foi até agora impecável. «Nenhuma das nossas escolas têm uma única janela partida, paredes su: jas, carteiras riscadas», dizem os responsáveis. E casos de conflitos entre os alunos são rarissímos. Antes pelo contrário, a amizade entre eles mantém-se e ganha tradição a diversos níveis; por exemplo, quando um deles faz .anos o aniversário é festejado conjuntamente com os outros. A continuar assim a presença moçambicana em Cuba estaremos certos de que não. só estará plenamente aproveitado o apoio internaciònalista cubano., ao nosso país como o inimigo em 1oçambique terá sofrido uma iml ortan te derrota ideológica. TEMPO N. 428 - p6g, 29 PEQUENO PARDAIrO UNIVESAL Sobre as ondas do mar e o fresco vento'do amanhecer, o grito da liberda' alcança os continentes, penetrando até às altas montanhas. Aquele engaiolado pardalito que cheio de fome estava, de morte o ameaçava o frio, de sede o matava o sol. Hoje voa, voa chilreando, chilreando, encantando o entardecer do lindo céu. O bater do seu coração acompanhando o seu cantar, ,3xpressa a sua liberdade. Lá se vai, o pequeno pardalito, desaparecendo nas montanhas, transmitindo ao mundo a sua liberdade. Mário João Francisco da, Silva estudante Escola «Samora Machel» Ilha da Juventude Cuba ~~,1 No reteitõrio Jogando 1utebol

êseditorial Entre 29 de Novembro e o dia 9 deste mês a aviação do regime Ilegal de Salisbíria efectuou uma série de agressões contra a.República Popular de Moçambique. Depois destas agressões criminosas contra alvos moçambicanos, o regime ilegal rodesiano teve oportunidade de assistir no passado dia 11 ao espectáculo de Salisbúria em chamas, com o ataque realizado por combatentes da ZANU a três depósitos de petróleo situados naquela cidade. Estes dois acontecimentos juntos, são mais uma prova concludente dos dias de desespero em que vivem os colonos na colónia britânica da Rodésia do Sul. Há, porém, que tomar em conta que as agressões a Moçambique e por outro lado o ataque dos combatentes a Salisbúria acontecem num momento em que a Inglaterra e Estados Unidos se encontram empenhados numa intensa actividade diplomática para realizar mais um» conferência «na procura de uma solução pacífica para Zimbabew». E, este é um elemento que comparece sistematicamente de há dois anos para cá sempre que o regime rodesiano se encontra num momento de aflitivo desespero político-militar. Não é portanto invulgar, que diàs antes das agressões contra a República Popular de Moçambique tenha surgido num jornal inglês um mapa que indicava alguns dos pontos atacados pela aviação rodesiana como «bases de guerrilheiros». Também há dois anos, dias antes dos rodesianos realizarem o massacre em Nyazónia, uma conhecida revista americana publicou um mapa em que Nyazónia era apontada como «base de terroristas». As agressões que agora os rodesianos le varam a cabo contra Moçambique são resultado do avanço da Luta Armada, são a demonstração evidente de que o regime está à beira do colapso. As manobras imperialistas postas em prática nos últimos meses para recuperar a imagem de racismo, rebeldia, chacina que marca o regime de Salisbúria caíram mais uma vez por terr. A agressão contra a República Uni-da da Tanzania perpetrada pelo Uganda, as tentativas de conjecturar a situação no Zimbabwe juntamente com a da Namíbia pelas cinco potências ocidentais, a ameaça de invasão a Angola e finalmente o balão de oxigénio que imperialismo insuflou ao regime rodesiano com a abertura da fronteira da Zâmbia, também se tornaram claras manobras para atrasar o processo de libertação do Zimbabwe. Numa também fracassada tentativa, a Grã-Bretanha voltou este ano a apresentar novas propostas ao conhecido plano anglo-americano. E, agora surgem novos mensageiros. Surge Andrew Young, que há alguns meses era considerado pela imprensa americana uma peça a abater dentro da Administração Carter. Surge também Cledwym Hughes do lado inglês. E, todos vieram repetir o mesmo que repetiram o ano passado antes de ser assinado o «acordo interno» - «negociar para procurar uma solução pacífica para o problema de Zimbabwe»., Desta vez porém a resposta veio cedo. Salisbúria deixou definitivamente de ser o quartel inatingível e inviolável. Os guerrilheiros da ZANU, que conjuntamente coma ZAPU forma a Frente Patriótica movem-se em Zimbabwe «como peixe dentro de água». Esta, é a regra da vitória. Aquilo que aconteceu em Salisbúria no início desta semana, o rebentamento de 15 dos 38 depósitos de petróleo, terá sido o mais duro golpe desferido sobre o regime desde que proclamou a independência unilateral em 1964. Durante dois dias o negró .da fuligem do petróleo queimado que a ShelU, BP e Caltex fazem 'chegar «clandestinamente» a Salisbúria, serviu de guarda-sol ao governo racista e ilegal. Foram 25 por cento das suas reservas em petróleo que arderam. Se, aos resultados desta acção dos combatentes, se juntar o declínio vertical na produção de carne, algodão, milho, tabaco, crómio e cobre custará responder, para explicar, como vai agora sobreviver Ian Smith. Tudo indica no entanto que os colonos da Rodésia não se vão asfixiar nos fumos da série de explosões que deflagraram esta se r»ana nos seus depósitos de petróleo. Mais uma vez a solução internacional - como o apontou o Presidente Samora ao analisar a situação na Africa Austral -, está para ser .implementada, para dar mais algum tempo de sobrevivência a Smith, Sithole, Muzorewa e Çhirau. Mais uma vez também, e numa atitude aparentemente condenatória ao regime de Salisbúria, veremos os porta-vozes da potência colonial da Rodésia afirmar que as agressões a Moçambique servem para mostrar que o regi- h L,22=

O regime ilegal rodesiano teve oportunidade de assistir no passado dia 11 ao espectáculo de Salisbúria em chamas, me ainda «é perigoso», e que por isto há que convencê-lo a ir à mesa das conversações para,«

Zâmbia, bem como a que estava perto do monte Darwin apenas servem neste momento, como locais de reabastecimento para a aviação nas suas incursões de bombardeamento às zonas rurais. ou a Moçambique. Após o grán dioso ataque à cidade de Untáli em Setembro deste ano, a base aérea que funcionava perto desta Cidade ficou reduzida a alguns helicópteros e alguns aviões a jacto ingleses Camberra e Hunter que diariamente visitam a base. raramente lá ficando durante a noite. Por outro lado, todas as estradas -a Norte e a Sul de Untáli só são praticamente utilizadas com o apoio da aviação, o mesmo acontecendo com as que circundam as cidades de Gwelo e Bu luwayo. Somente as estradas entre estas cidades e Salisbúria, que têm uma camada de pedra e alcatrão bastante ,alta, e portanto pouco vulneráveis a acções de sabotagem, são utilizadas com maior frequência. OS EFEITOS A LUTA ARMADA O desenvolvimento da Luta Armada durante os meses que foram de Maio a Setembro deste ano constituíram de acordo com os relatórios prestados pelasembaixadas ocidentais em Salisbúria o golpe mais poderoso para o regime rodesiano. Se o número de colonos brancos que têm abandonado o pai; 4uase duplicou er. relação LL 1977~ a migração ýýe farmeires TEMPO N. 428-- »)ág 4 para as cidades, e mesmo a deserção de soldados brancos das fileiras do exército aumentou para quase o triplo. N. ,última in corporação militar efectuada na zona de Salisbúria, após a declaração da lei marcial, não compa receram ao chamamento dos racistas vinte e oito zimbabweanos para cada colono recrutado.~ A aproximação das acções mifitares dos guerrilheiros da ZA NU da cidade de Salisbüria está a provocar uma verdadeira onda p si c o 1 ó g i c a entre os colonos no sentido de responderem aos avisos do regime que os incita a viverem aÉrmados. Por outro la~ do nas lojas, restaurantes e boi tes da capitalý do regime foram como que invadidas por uma verdadeira mudança de cor. apesar de sistematicamente se presenciarem durante a noite prisões e rusgas contra aglomerados de população negra que se junte. Algumas das «ruas e avenidas de Salisbúria que há um ano estavam .3ngalanadas e onde se podiam ver altas horas da noite numerosos carros, ganham o silêncio e a calma do deserto», como nos descreveu um elemento de uma delegação ocidental que recentemente esteve em Salisbúria. - Em Gwelo, Buluwayo e Untáli existe uma situação 'tão deprimente como esta, e que alguns comentadores começam a comparar àquela que se viveu ainda no início desta década em Sai gão no Vietname, invade as casas dos colonos. Em compensação, em vastas áreas rurais a pr 1- cço zimba bweana já pode festejar junta mente coM os gerri1heros vitórias militares que estes obtêm durante as suas i s diurnas aos centíos dos racstas «N2zSte momento -,- como nos afirmou um guerri!hbjo - cada combatente já pod4j fe>cansar após uma operação e.à poýjulação apoianos com sabão, áqua e comida. Há dois anos isto não acontecia porque os nossos çontactos com a população eram muito curtos, e também porque o inimigo nessa altura 2ra mais forte.» A AGONIA Na verdadeira agonia o regime de Salisbúria mostra-se cada vez mais incapaz de sustentar o avanço da Luta Armada. Em ter mos de apoio os fantoches Mu zorewa, Sithole e Chirau não po dem contar já com muitos dos chefes tribais que os apoiavam. porque uma vez em guerra, rapi damente se juntaram aos combatentes da Frente Patriótica. Ao contrário do que acontecia após a assinatura do «acordo interno», Sithole ou Muzorewa já não tentam disfarçar o seu com, prometimento nas acções crimi nosas do exército rodesiano, surgindo inúmeras vezes perante as câmaras de televisão rodesianas fazendo declarações de apoio à guerra que os racistas levam a cabo, contra o povo zimbabweano, ou mesmo no que respeita às agressões contra a República Po pular de Moçambique. «Aquilo que apr3ssou mais ra pidamente o regime a ficar na imobilidade militar em relações a muitas zonas do nosso país, foi sem dúvida o conjunto de acções armadas que fizemos e que atingiram os pontos vitais da economia rodesiana.»O mesmo pórta-voz da Frente Patriótica que nos fez esta declaração terminaria por afirmar que «o nosso trabalho político foi decisivo no seio dos camponeses e trabalhadores ao serviço dos farmeiros. Sem mão-de-obra eles não tiveram ou~ tra chance senão a de pzgar em armas e juntarem-se ao exército deles. Aifoitudo muito mais fácil para nós - é simplesmente uma questão de os c, rrotar militarmente.» Os resultados da intensificação da guepra estão marcados na lace de Smith (as .uas fotos evidenciam-no)

As razões históricas da luta armada . «A hora chega na vida dequalquer nação quando existem apnas du«s escolhas: submiss4o ou luta; essa hora chegou para a África do Sul, nós não nos submeteremos, nós combateremos com todas as nossas forças na defesa do nosso Povo, nosso luturo e nossa liberdade.» Estas palavras da Declaração do «Umkhonto Wesizwe», a ala militar do Congresso Nacional Africano, (ANC), publicadas em 16 de Dezembro de 1961 para marcar o inicio da luta armada na Africa do Sul, assinalam o encerramento de quase meio século de luta pacífica para a autodeter" minação. Métodos pacíficos de luta foram uma pedra de toque de uma persistente política adoptada, pelo ANC. O que: é admirável é que esta política foi prosseguida em condições de violência progressiva da parte do gov.,rno de minoria branca. Não obstante, os métodos de luta anterior a 1961 serem geralmente descritos como pacíficos, eles nunca foram estáticos ou imutáveis. As formas assumidas por esssa não violência na Africa do Sul foram boicotes, greves e manifestações. A chamada, Campanha de Resistência foi a repressão máxima desta forma de luta. A campanha foi lançada em 26 de Junho de 1952, para embargar a constante degeneração do sistema na desenfreada violência, cruel degradação das massas negras e desumana exploração e opressão. Oito mil voluntários Zoram desafiando abertamente nas cidades as leis fascistas, principalmente aquelas que tinham sido *recentemente introduzidas que incluíam as que eram bases do actual sistema balcãnico, o Combatentes do Umkhonto Wesizwe no Zimbabwe em 1967. chamado Acto de Autoridade Bantu, o Acto de Supressão do Terrorismo agora chamado Acto de Segurança Interno, e mais quatro. A violenta opressão dos voluntários envolvidos nesta campanha, a prisão e julgamento de 1956, por quatro anos, dos chefes do movimento de libertação, a supressão das revoltas dos camponeses em Pondoland, Zeerust, etc., e os imediatos massacres de Sharpville em 1960 associados à abolição do ANC, assim significando o seu fim como «organiza- ção legal». fecharam um capítulo de luta pacífica. A questão que agora teimosamente se punha à nação oprimida da Africa do Sul era: que fazer? A resposta é apresentada na forma de duas escolhas incorporadas na Declaração do Umkhonto Wesizwe referidas no começo deste artigo, nomea damente, submissão ou luta. O povo oprimido escolheu lutar. Para ser capaz disto, o povo tinha que ser militarmente trei nado, uma vez que os colonialistas nunca treinaram militarmen TEMPO N.: 428 - pâg. 35 I AFRICA DO SUL te os africanos na África d Além disso, uma organiza nha que ser fundada a q, crutaria os seus membro. programa militante. A ent munidade do movimento sistência era recrutada n grama de não violência e não podia ser transforr soldados. A ala militante d foi assim formada. Em 16 de Dezembro de Declaração do Umkhonto vulgada para anunciar a e cia dessa ala e também ne teve lugar a sua 1.o operai ioperações de sabotagem .tuiam a única actividade khonto durante os pri anos. Operações desta natur ram estendidas a todos c em 16 de Dezembro de 19 tos telegráficos foram des centrais eléctricas arrasa4 que é importante o gove nisterial em Pretória certamente o tiro dirigi Umkhonto. A tradição de lência ainda tinha a sua e Isto pode ser evidenciado dens rigorosas -ladas aos pioneiros no sentido de p rema vida a todo o cust que se assegurar que nint casse ferido como resul actividade de Umkhonto A intenção era de pro governantes que a «paci povo não é infinita» e q os seus chefes, exigiam o leis brancas minoritárias TEMPO N." 428- pág. 36 rações de sabotageri 'foram simbólicas. Elas serviram para demonstrar que a violência dos governantes e a proibição da orga o Sul. nização do povo, não deixará esção ti- te sem recursos. Elas eram um ual re- sinal de que a maioria branca s num governante pagaria pela sua teitão co- mosia e pelo seu fascismo o qual de re- rapidamente ganhava terreno. o pro- As autoridades racistas contidepois nuaram a ser obstinadas pelo que da em as formas primárias de violência o ÀNC -,do Umkhonto tinham de ser intensificadas. O primeiro passo 1961 a no sentido de se elevar a resisfoi di- tência violenta traduziu-se na ,xistên- forma de saída de quadros para sse dia adquirir conhecimentos de ciênção. As cia militar no estrangeiro. Nelson consti- Mandela, o primeiro comandando Um- te- em-chefe do Umkhonto Wesimeiros zwe também abandonara secretamente o país e viajou para a Europa e África. Ele recebeu treiNelson Mandela na Argélia reza fo>s lados no militar na Argélia onde outros 61. Pos- quadros do Umkhonto também truídos, foram a fim de receberem o seu ,las e, o treino. rno mi- Depois de regressar à África do recebeu Sul Mandela trabalhou juntamendo pelo te com Walter Sisulu, Govon não vio Mbeki e outros dirigentes do mossência. vimento de libertação. O seu lopor or- cal de trabalho era uma herdade quadros em Rovónia, Joanesburgo. Aqui reserva- foram elaborados planos, da mao. Tinha neira como os quadros treinados guém fi- haviam de ser distribuídos uma tado da vez regressados. Uma total tomada da África do Sul era aqui var aos planeada. Este programa de uma ência do captura armada do poder pelas ue ele e forças revolucionárias tinha cófim das digo denominado «operação MayAs ope- bye» (deixá-lo voltar). Todo este complexo plano para a volta do poder ao povo naufragou por uma intervenção terrorista da polícia fascista e prisão quase completa dos chefès do movimento de libertação. Tudo, incluindo os planos era do conhecimento do inimigo. O-esquema táctico da tomada do poder estava nas mãos do inimigo. Os quadros que completaram o seu treino militar já não podiam regressar, pois isso era já sabi do pelo inimigo. Isto foi sem dúvida, um grande atraso. Uma vez que a chefia da política interna e militar estava agora prisioneira, a organização (A NC) já banida e alguns dos quadros que foram pioneiros nas operações de sabotagem presos, o poder interno e a estrutura ao movimento enfraqueceram. A ala externa teve que tomar ao seu cuidado e reconstruir em condi ção clandestina, a capacidade ao ANC para a mobilização das massas, para a realização das suas aspirações. -Não foi até -1967 que a- organização surgiu como se fosse reactivada. Em aliança com a ZANU, os quadros guerrilheiros de Umkhonto regressaram a casa de armas na mão. A batalha que teve lugar com estes qua aros em 1967 G3 no Zimbabwe forma um poema glorioso de Umkhonto Wesizwe naluta para a libertação da África do Sul. Os países que tinham sido uma escolha para os lutadores da libertação da África do Sul enfrentaram o seu movimento de verdade. O seu colapso anunciará o começo dO fim de três séculos de cruel opressão e exploração da África do Sul. Quando tudo foi dito e feito nós devemos saudar o 16 de Dezembro, o dia que viu o início do Umkhonto Wesizwe e com ele a tentativa ousada para a luta armada. Este dia, Dia dos Heróis, tem sido comemorado sempre desde a formação do Umkhonto Wesizwe. Ele é um dos mais respeitados dias na história da resis tência na África do Sul. Joseph Sibiga

AF~C AUSTM Ligações dos bancos franceses com a Africa do Sul Os bancos franceses estão largamente implicados na colaboração financeira do apartheid,3les participaram em 57 dos 176 empréstimos detectados. Com excepção de três deles, esses empréstimos com a participação francesa foram para o Estado sul-africano ou para as soc*edades nacionais. Os bancos franceses naçionalizados estão particularmente comprometidos, mas há dois grupos privados que ainda são mais activos nessa colaboração. O Banco Francês do Comércio- Ex de todas as vendas de material fran- Arnor etc- Devemos notar que o conterno (B. F. C. E-), dirigido por Fran. cés à,4 Arsa do Sul. Segundo a regu. selho de Admínistração, o director geçois Gíscard d'Estaing; instalou-se na lamentação do Comércio Externo, to- ral e o presidente do B. F. C. E. são A4rzca do Sul em 1970. Participou em do o banco francês que tome a seu nomeados pelo governo, O capital do vdrio,% empréstimos importantes, con- cargo o financiamento de grandes B- F. C. E. é pertença do Banco de sentidos pela compra de material conjuntos no estrangeiro, ou q u e França, pela Caixa de Depósitos e Con francês: créditos compradores à I. S. conceda crédito de mais de 18 meses signações, a Caixa Nacional de CrédiC.O.- em 1973, à LD.C. em 1974, cré- ou um crédito comprador a um clien- to Agrícola e os bancos nacionalizadito comprador concedido à Escon: te estrangeiro, deve ter o acordo \do dos. O que não impede os bancos naB. F. C. E.. Este esteve por isso nepara a Central de Matha. A específicc, cessariamente implicado na venda da cionalizados de intervir por sua próção deste Banco deixa supor que ele te- central de Koeberg, dos Airbus, das pria conta nas trocas comerciais com nha participado no financiamento caldeiras para as centrais de Duvha, a África do Sul. T~MO N." 428 - nÃq, 37'

A SOCIEDADE GERAL A Sociedade Geral participou em 13 empréstimos, em associação com outros bancos franceses ou dentro do quadro do agrupamento internacional de bancos «European American Banking Corporation» (E. A. B. C.) à qual pertence. Em 1973, o grupo americano L C. C. R. (Centro de Informação sobre as empresas criado pelo Conselho das Igrejas Americanas) publicou «Documentos de Franeforte: emprés. timos bancários secretos ao Governo sul- africano». Esta publicação que o agrupamento internacional de Bancos E. A B. C. tinha mobilizado, de 1970 a 1973, fundos nos E.U., na Europa e no Canadd para conceder empréstimos secretos num montante total de mais de 210 milhões de dólares ao governo sul-africano e à$ instituições a ele ligadas. Estes empréstimos eram duma amplitude sem precedéites e representavam perto de 20% dos em. préstimos estrangeiros concedidos à África do Sul no mesmo período. ASociedade Geral pertencia ao número dos credores. Desde então os seus empréstimcs foram para a Safmarine para a compra de porta-contentores, para a E. S. CO. M., a 1. S. C. O. R. e a I. D. C.; ela facilitou as vendas de material francês sofisticado à sociedade Heine. mann de Joanesburgo (que se distinguiu em 1976 pelas cargas de polícia contra os trabalhadores negros da fá. brica que queriam sindicalizar-se no Sindicato dos Trabalhadores Metalúr gicos e Afins (MAWU), um dos sindicatos africanos mais importantes da metalurgia). A Sociedade Geral procura financiar empreendimentos nos bantustes. Em 1975, Alim Sauzier, dirigente do departamento sulafricano da Sociedade Geral declarava ao Financial Mal: «A Sociedade Geral está a olhar de perto e simultaneamente o sector público e o privado bem como os diversos bantustões, em particular o. Transkei, o Kwazulu e o Bophutswana.» Eru 1976, a Sociedade Geral associ->u-se auma firma sul-africana, a Finanstrade, para criar a Finextra en. carregada de Se dedicar «ao encorajamento das relações comerciais rectpro--as no que diz ÉeÈpelto aos metais, TEMPO N. 428- p&g. 38 aos minérios, aos produtos químicos e seus derivados, aos, produtos agrícolas e alimentares e aos bens de consumo durável». «A Africa do Sul de Hoje» revista de propaganda sul-africana, acrescentava no seu comentdrio: «A Africa do Sul poderia não so. mente rqforçar as suas relações comercias com a França mas investir na própria França e nos territórios franceses do ultramar. Finextra consagrar-se-á numa primeira, etapa, à introdução da tecnologia e dos conhecimen. tos franceses na Africa do Sul e à importação dos brevets e do material mecànico de equipamento. Este estender-se-á no futuro à realização de projecto6 «chaves na mão» destinados em particular aos lares nacionais bantos». IT ...IIN WYf NMAE UE OF T 0SER WOIO. . I~ - lmt hoESADU . Em 1976 a banca nacionalizada criou uma nova filial súl-africana, a «Societé Genérale (France) Trade De. legatíon Ltd» com objectivos semelhantes. Por intermédio de várias sociedades de investimentos de capital variável (S.I.C.A.V.) das quais ela assegura a gestão, a Sociedade Geral propõe valores sul-africanos àqueles que fazem poupanças em França. Em 30 de Junho de 1974 a S.I.C.A.V. «Int-rcrescimento» possuia 5,04/.- do seu activo líquido em acções sul-africanas, num valor total de mais de 7 milhões de francos. «Sogevar» possuia 347 500 acções de Beers e 300 acções Anglo-América num valor de 8 mi. lhões de francos. «Assurances placement» possuía 40 000 de Beer, e «Druot Investissement» contava 1,7% da sua carteira em acções sul-africanas. É ver dade que se constata desde 1976 um nítido desinvestimento dos S.I.C.A.V. em valores sul-africanos. Mas pode-se pensar que com a nova subida do preço do ouro, elas não terão pejo em reinvestir para além de todas as con. siderações de ordem política. Notemos por último que a Sociedade Geral é membro cotisante do comité patronal France-Afrique du Sud. LE CRÉDIT LYONNAIS (O CRÉDITO LiONÉS) Em 1970 o Crédit Lyonnais abria um escritório de representação comum com o B.F.C.E. Desde então associou-se com o Commerzbank A.G. e a Banca Ccmmerciale Italiana para as suas operações na África do Sul. Os quinze empréstimos que concedeu à África dg Sul eram todos destinados a sociedades nacionais: crédito à E.S.C.O.M. em 1967 para o financiamento da cen. tral de Arnot; créditos. em 1972 e 1973 ao departamento sul-africano d o s P.T.T.para a compra de material de telecomunicação, etc. Participou igualmente na colocação das linhas de crédito oferecidas às sociedades nacionais sul-africanas para a compra de material francês. Mais recentemente, distin guiuse na concessão dos emprésti. mos necessários ao financiamento da Central de Koeberg., Uma quinzena de bancos franceses, sob a liderança do Crédit Lyonnais e do Banco da Indochin3 e do Suez, organizaram-se para emprestar 800 mýlhÕes de rands à ESCOM em Dezembro de 1976, alguns, me3es após os acontecimentos de Soweto. O jornal sul-africano Financial Mail triunfava: «Quem diz que a Africa do Sul já não consegue encontrar capitais no Ocidente?» diziam, acrescen. tando que o montante,,fas condições e a duração do empréstimo eram maRtidos secretos: «Um porta-voz, do Credit Lyonnais disse que as informações AFRICA AUSTRAL desta' natureza seriam «dinamite r trs os ban Europa» e que esses dètalhes não di- participou ziam respeito senão à ESCOM e aos préstimos seus fornecedores.» .se espec* Dois outros empréstimos foramcon- E.SC.O.M. cedido& pelo Credit Lyonnais para sobre um t Koeberg: um de 80 milhões de rands cedidos pe, para financiar as despesas locais; um tas duas s outro, em negociações, para o finan- mantém < ciamento da compra de combustível lações com nuclear, fornecido por uma firma iran. sul-airicancesa trosul-al Numa declaração em Outubro de ddrichs, n 1975, o representante do Credit Lyon- co aquand nais na África do Sul explicava que o seu banco estudava seriamente o i- PARIBAS nanciamento do metropolitano subterrâneo de Joanesburgo. Por último os SICAV.do Crédit Lyonnais, Sliva-, As relaç rente e Slivaam propunham até uma a Africa d data recente, valores sulrafricanos, que o une mas um movimento de desinvestimen- rica. Harr, to pode ser observado. O relatório de te d(, gru 1976 do conselho de administração da lugar até 1 Slivaam notava: «a posição de Beers traço& e d /oi vendida devido às crescentes incer. da PARIB tezlas políticas na Africa do Sul.» sul-aírican O.B.N.P. O Banco Nacional de Paris parece menos implicado, embora também seja membro do Comité França-Africa do 'ýul. Em 1966, pouco tempo depois da sua fundação, ele enviou para a Africa do Sul o seu chefe do departament, dos créditos para a exportação a fim de examinar as possibilidades de «exportações francesas e seu finan. ciamento». Com este objectivo o B.N.P. propunha-se trabalhar com os bancos sul-africanos de modo a tornar os seus compromissos mais discretos. Em 1967 ele participou no financiamento da Certral de Arnot- Recentemente o B.N.P. contribuiu para o financiamen. to da Central de Koeberg e das instalações de extracção de urânio das mina de Randfontein Estates. Os seus S.I.C.A.V., Poupança Valor e Poupança Inter, possuiam respectivamente em fins de 1974, 140 000 acções Anglo.América c 400 000 de Beers, 10 000 Anglo- América e 15000 Anglo-Transvaal- Se gundo informações fornecidas pela Liafsa, estas acções teriam sido liqúidadas. O-C.C.F. O Crédito Comercial ¿de França possui uma agência na Africa do Sul. En- teresses Pý por seu ii, nanciou a No incio" -América e Países Bai dux.n comp carý uma Ranos de cesas. No Africano U cos franceses, é o CC.F. que num maior número de emsul-africanos. Ele parece ter lsado nos empréstimos à e à I.S.C.O.R. pois que total de 23' empréstimos conlo C.CF., 21_foram para esxciedaes nacionais. O C.C.F. ilém disso excelentes re. os meios governamentais os: em 1968 e 1969 o minis-icano das Finanças, N. Die., ão deixou de visitar o banro das suas visitas a Paris 'es do grupo PARIBAS com o Sul beneficiaram os laços h à Corporação Anglo- Amé71 Oppenheimer, presidenpo mineiro sul-africano teve 1976 no Conselho de Adminis epois no Comité Consultivo AS. A sociedade financeira a, U.A.L., representa os ln'ribas na Africa do Sul. É termédio que a Paribas fi. 'Barragem de Cahora Bassa. de,1966, a Corporação Angloo Banco de Paris e dos xos criaram conjuntamente 'anhias «holding», possuindo carteira de 10 biliões' de acções sul- africanas e jranmesýno ano, o Banco Sul rnion, Acceptance do grupo millions ,e Rands. Anglo-América e a Paribas assina. ram compromissos de crédito destina. dos a promover as trocas comerciais entra a França e a Africa do Sul. A Paribas dirigiu ou contribuiu para dez empréstimos sul-africanos. Dos dez em-. préstimos.oito destinaram-se ao Governo sul-africano. Será isto um resultado das visitas que DieIdrchs. fez também à Paribas? COMPANHIA FINANCEIRA DO SUEZ O grupo Indo-Suez é de longe o mais implantado na Africa do- Sul. A sua principal filial, o French Bank of Southern Africa, foi ali- estabelecida em 1949 (ou seja um ano após a su'bida ao poder dos nacionalistas Afrikaaners). Nos primeiros anos da sua implantação ele consagrouse quase exclusivamente ao financiamento do comércio, da lã e das peles do Karakul. Em seguida ,começou a desempenhat cada vez mais o papel dum banco comercial. Em 1961 dispunha de cinco agêncía, no pais do apartheid- em 1975 ti. nha 13 'na Africa, do Sul e no Sudoeste Africano (Namíbia). Rapidamente aceitou o princípio da sul- africanização de seu capital. Em 1974 o grupo já não tinha senão 54,37% do capitál do Frénch Bank, cotado na Bolsa de Joanesburgo e um dos principais accionistas é presentemente o grupo mineiro sul-afriçano Union Corporation Ma3 em troca, vários dirigentes do F.... *, .q FI I Md OW ob 24 1075 TEWO N. 4 - U NEAO OFFICE 19 bd dos 56IIfies.75002 Pads - Tel 295.70.00 - Telex CRfEDIONAIS 23916 EU~OI'SRINERS: ""* 565 O DI RMA - BAIdCO HISPMNO AMERICANO. - OMMERiZBANK"- CRSDIT LYONNMS BANM DIW M = - OMRBN CREOIT LYONNAI5 1202 STANDARD BANK CENiRE .78 FOX STREET. JOHAMESBURG TEL 838.56 94 CABLU ADORESS: EUROREP: 430.718 H POSTAL ADDRESS: P.O.B. 61..219 MASHALLTOWI 2167 cfiEOIT LoNrAs repreuenatlv: Raymord de Mreul

French Bank entraram para o Conse. lho de Administração de sociedades mineiras sul-africanas. Em. 1967, o grupo criou conjuntamente com a Union Corporation, um holding, o French South African Holding Ltd, para o financiamento a longo plazo de compras de equipamento necessário à exploração duma nova mina de platina perto de Rustenburg (Transvaal) para a qual estava previsto um investimento de 15 a 20 milhões de ran ds. Em associação com uma Joutr. filial da Union Corporation e diversos outros intere1sses, foi consti. tuído em 1968 um consórcio para o aluguer de equipamento industrial sob a razão social da Concorde Leasing Cy. Em 1968 o French Bank fundava Q French South African Investiment Trusý Limited, sociedade de investimentos que vinha juntar-se a uma outra sociedade do mesmo tipo, a French Corporation Ltd. Em 1974, o French Bank criava conjuntamente com o Santeem Bank e a Citroen, a Sancit Finance, a fim de permitr a compra a crédito de veículos Citroen na África do Sul e na Namíbia. O Finansbank de Joanesburgo assinou além disso, em 1973, com o Créditc Industrial e Comercial, outra filial do grupo Suez, e o Banco da Indochma, um acordo particular que facilitava o financiamento das importações de bens de equipamento franceSes. Mas a lista das filiais da Indos-sue. e da.- sociedades sul-africanas nas quais o grupo francês tem uma parti. cipação não fica por aqui. Foram molitadas diversas operações para facilitar o acesso dos produtos sul-african,ý; aos »mercados exteriores. Em 1970, dentrb do quadro da política de «diãlogo» de Pretória com a África, o French Bank formou com um outro sócio francês.a sociedade Iserco, que devic, concentrar as suas actividades na direcção de Madagáscar e das Ilhas da Reunião, em ligação com o BFCE de Madagdscar. Em 1967, com uma firma americana e o banco, sul-africano Unioui Acceptance, o Frenc-h Bank tinha constituído a Fordom Factoring encariegada de promover as exportações sul.africanas para a Europa Ocidental TEMO , - og. .0 e a América co Norte. AFrensec, outra filial do French Bank, criou em 1971 um serviço destinado a facilitar a tarefa dos homens de negócios sul-africanos que desejassem exportar para França, e a dos francólonos que desejassem «jurar» na Africa do Sul. Um outro serviço da Fransec, Indochina Conseil, foi posto à disposição dos clientes sul-africanos desejosos de obter informações respeitantes ao.s se4s pro. blemas de investimentos. Por último e recentemente, o director do French Bank declarava que a sua sociedade podia ajudar os exportadores sul- africa nos e explorar o mercado japonés. O Financial Mail de 28 de Julho de 1978 assinalava uma missão do French Bank a Espanha, a fim de aumentar as retações económicas deste país com a África do Sul. Com este objectivo o French Bank preparava-se para abrir uma linha de crédito de 10 milhões de dólares, renováves, aos compradores sul-africanos para o seu fornecimento em bens de equipamento espanhóis. O jornal assinalava que se tratava do primeiro acordo no género que o French Bank estabelecia com a Espanha mas que tinha laços semelhantes com ý Reino Unido, a Itália, a Bélgica; a Suíça e, é claro, a França. O French Bank participou num im. portante número de empréstimos à Áfrico do Sul- O nosso quadro de empréskmos dos bancos franceses à África do Sul classifica o grupo Indo-Suez em segunda posição mas é provável que a implantação da firma no local, os seus laços com o capitalismo e a multiplicidade das suas filiais lhe permitam prestar serviços apreciáveis e discietos ao governo sul-africano. Entre os empréstimos concedidos à África do Sul, nota.se uma participação das filiais do Suez num empréstimo de 7 milhões de rands à ESCOM para ~a central de Arnot, um crédito renovd. vel ae 10 milhões de rands ao departamento dos PTT sul-africanos, os 800 milhões de rands para Koeberg, uma participação nas linhas de crédito abertas à E.S.C.O.M-, à I.D.C. e à I. S.C.O.R. para a cómpra de material franeês, etc. Foi mais frequentemente em associação com outros bancos que o grupo Suez financiou os empréstimos sul-africanos, mas também v fez por vezes só. Apesar da crise económica e gra ças. à política de criação de dívidas da Ãfricu do Sul, o grupo Suez realiza lucros importantes e aumenta os seus empréstimos às indústrias mineiras, à construção civil e ao sector público. As sociedades de investimentos do grupo Suez possuem um número im. portante de valores sul-africanos. Em 1971, a Companhia Financeira do Suez posuía 65 050 acções de minas de ouro e de prata, 142500 acções de minas de metais diversos, 325 400 acções de trusts mineiros sul-africanos (Mining finance house). A Sofiz, outra, filial Suez, possuía uma percentagem igual. mente elevada de acções sul-africanas. A Société d'Epargne Mobiliére (S. E.M. - Sociedade de Poupança Mobiliária), SICAV do Grupo Indos-suez, incoiporou durante muito tempo uma ele vada percentagem de valores sulaf/ricanos: 'era de 8,38% em 1974, isto é bas. tante superior ao das outras SICAV., Foi reduzido em 1975 a 1,31% do activo liquido, pois «as minas de ouro sofrerani uma deprssáo profunda, per. dendo o índice de comparticipação perto de 50% É preciso que se veja nisso muito mais a consequência das perturbações repetidas na Africa do Sul do que a evolução dos preços do ouro que, dá fim de um ano para o outro permaneceram praticamente imutáveis apesar das vendas do F.M.I. -A Sociedade de Poupança Mobiliária contnua a ser uma das raras SICAV a pcsuir acções sul-africanas. Como se vê, todos estes bancos franceses possuem acções sul-africanas: va lores cuja segurança nem sempre estd garantida mas todas de alto rendimento. A esta lista teríamos de acrescentar ainda certos bancos que, a coberto de outras formas, estão impli. cados no apoio do regime do apartheid. É o caso do banco Louis Dreyfus que edita um boletim regular de infor. mação sobre as minas de ouro sul-afri canas e participa nas actividades do Comité França-Africa do Sul do banco de Saint.Phalle que é membro do mesmc comité, ou dos bancos populares que gerem a SICAV: Valorem e Planinfer, que .posáuem ainda valores sul-africanos. Esta. última' observação aplica-se igualmente à SICAV «Le Livrct Porteféuille», gerida pela Caixa de Poupança. COLABORAÇAQ Pare completar este resumo do papel dos bancos franceses no financiamento do apartheid, devemos 'ainda fazir três observações: 1.0) O que dissemos relativamente à dificuldade de recensear os emprés. timos financeiros, efectuados pelos ban cos ocidentais à Africa do Sul permanece válido para os bancos franceses. É muito provável que o número de empréstimos indicado para cada um dos bancos franceses seja largamente inferior à realidade. O nosso quadro não apresenta senão os empréstimos dos quais estamos absolutamente seguros. 2.) Todos os bancos puseram em execução serviços e procedimentos es. pecializados para o comércio externo das firmas franceses. Dum modo geral os bancos franceses concedem em préstmos para o financiamento de stocks constituídos no estrangeiro pelas firmas exportadoras; eles concedem créditos especiais às empresas que desejam implantar.se no estrangeiro. Mas os bancos ýmantêm essas operações secretas e nós não podemos determinar que papel este conjunto de estruturas pode ter desempenhado no desenvolvime nto da presença francesa na Afri- ca ao Sul. Estas interrogações mostraro os limites dum tal estudo sobre o papel do sistema bancário francês no apoio ao apartheid. Os factos mencionados não são por isso senão a parte visível.da colaboração. 3,) Os bancos franceses são frequentemente a pedra angular de im. portantes grupos financeiros que controlani directa ou indirectamente uma parte preponderante de aparelho industrial francês. A Companhia Financeira do Suez, por exemplo, é o centro dum grupo que associa ou controla firmas como Saint- Gobain, Air Li. quide U.T.A., Companhia Geral de Electrieidade Lionesa das Aguas, etcEm ligação muito estreita coma Parib4s, notam-se multinãcionais como os Chargeur Reunis, Nestlé, Rhone-Poulencý Companhia Francesa dos Petrõleos (Total Pechiney Ugine Kuhlaman, etc. A complexidade dos laços que unem entre si as firmas e as di. versas formas também dificilmente avaliáveis que podem tomar (.relações pessoais, ligações financeiras, criação de sociedades conjuntas ... ) nem sempre permiPtem afirmar que a actividade industrial das sociedades citadas seja imputável ao holding financeiro ou ao banco que delas mais perto se encontra. Continua contudo a ser provável que a solidariedade efectiva que existe nestes conjuntos financeiros de, sempenhe um papel importante quando uma outra firma industrial do grupo penetra o mercado sul-africano ou apoia o regime de Pretória. A activi. dade dos bancos franceses na Africa do Sul não pode ser avaliada apenas pelo número de filiais que eles possuem ou pelo dos empréstimos concedidos às instituições do apartheid. O PAPEL DAS INSTITUIÇóES FINANCEIRAS FRANCESAS GOVERNAMENTAIS OU PARAGOVERNAMENTAIS Não sc pode falar de colaboração Fran co-SuL Africana sem mencionar a COFACE cujo funcionamento é necesário esclarecer para compreender o seu papel no desenvolvimento dos la. ços Frana.4frica do Sul. A COFACE (Coirpanhia Francesa de Seguros para o Comércio Externo) foi criada em 1946. Sociedade nacioial,'o seu capital é propriedade doã organismos públicos contzolados pelo governo: Caixa dos o Depósitos e Consignações, Banco Francês do Comércio Externo, bancos C companhias de seguros nacionalizados Crédito Nacional. A 'sua função é dupla: - Gerir por sua própria conta o seguro dos riscos .comerciais e políticos a curto prazo para as operações das firmas francesas efectuadas no estran geiro; - segurar por conta do estado e sob a sua estricta tutela a cobertura dos riscos comerciais e políticos no caso de contratos de exportação mais importantes. Funciona então como uma empresa paraestatal, encarregada da gestão dum serviço público. Um industrial que realiza um contrato limita. do com uma firma ou um estado estrangeird tem a possibilidade de se segurar na COFACE. Este seguro passará pelo departamento curto prazo da Companhia e será da única res. ponsabilidade desta; um grupo industrial que venda equipamento pesado (central nuclear; porta.contentores, Airbu., equipamento portuário...) de. verá obrigatõfriamente dirigýr-se à COFACE'se o pagamento efectuado pelo comprador estrangeiro for escalona do por mais de dois anos, ou se ele tesejar que os bancos franceses concedatm um empréstimo ao comprador .estrangeiro- Este trabalho de vigilância dos procedimentos financeiros ligados a contratos importantes realizados com o estrangeiro é da responsabilidade do departamento médiotermo da COFACE, isto é, do serviço público gerido pela COFACE por conta e sob a tutela do Estado. Num e noutro ca. so (curto ou longo prazo) a COFACE, por sua conta e por conta do Estado, cobre simultaneamente os riscos politicos, comerciais e os de fabrico. Além disso a COFACE oferece um certo número de serviços complementares, um «seguro protecção» permite a um. industrial fazer uma prospecção de mercado no estrangeiro sem preocupações financeiras; se a prospecção não der os resultados esperados, as suas despesas zer 1he-ão reembolsadas pela CO. FACE Um «seguro feira» permite-lhe participar nas feiras estrangelras ou intermacionais, com a certeza de que, se a sua participação não lhe trouxer nenhum contrato, ela ser-lhe-á reembolsada também. Pareceu-nos necessdrio fazer estas bservações dada a importância do pa-'TEMPO N.' 428-pág; 41 locido em li 6os Negócios - Proibição peí assumido pela COFACE no domínio trarsportar o, que. nos preocupa: navios navega 1.*) É evidente que todas as declara, cesa. - ções ministeriais, especialmente do ex. - Destruiç -ministro dos Negócios Estrangeiros, fosfórico na , M. de Guringaud tendentes a fazer Desde então crer , que diversos contratos realiza- trea Triumf e doscoma Africa do Sul são apenas mas os prepa operações puramente comerciais sem, deixam de se imp',cação do Estado francês, estão apoio da noss crivaidas, de contraverdades a COPA. 3. Todos o. CE, o BFCE, os bancos nacionalizados sem a sua soli estãáo necessariamente implicados de. libertação do vido à legislação em vigor quanto ao riam entravar comércio externo, em -todos os contra- cêsà Africa tosrealizados com o regima de Vorster decretar que e Botha e as empresas públicas que ele Crédito Nacio controla (central nuclear de Koeberg nalizaáos não por ex.) ou com-as minas de urânio ra garantir sul-atricano(contratocom og realizadosco Johannesburg Consolidated Invest. investImentos men1'" para a compra de úrânio). feito e a Hola outro" países 2.*) As empresas podem permitir-se sões. não se deixarem abalar pelos acontecimentos políticos recentes. O sistema de seguros e de garantias concedido pe- C'éhi la COFACE é tal que elas podem lançar.se em 'diversas operações comer. ciais com o aapitalismo sul-africano seja o que for que venha a suceder dT pois naquele pais (crise . económica, boicote internacional, sabotagem, etc) Podemos apresentar um exemplo da cobertura de risco$ políticos efectua- da pela COFACE para operações comerciais com a Arica do Sul: em 1975 Deveriam a Gezocéan, firma francesa que traba- medidas a n lhava no transporte de materiais 'por que concede via marítima, criou conjuntamente longo prazo com a firma sul-africana Triumf uma no estrangeir firma.écran, Phosocéan, domiciliada 75% , dos inv nas Bermudas. A Phosocéan estava en- médio e longc carregada de transportar o dcido jos- siçõec de mat f!rico produzido na Africa do Sul em talacSes com navio, que ela alugava à Gazocéan. cais, constru Neste negócio, a pedido da Gazocéan, de compartici a COFACE.aceitou cobrir os seguintes tórioscome]risco.: ...... «Interrupção do contrato de frete depido à impossibilidade para a Phsocé an de, cumprir os seus compromissos como consequência dum dos factos po!ítios seguintes: - Boicote de diruito ou de factá de vário3 países compradores, de carácter geral; a definição precisa deste facto gprirIni- de sinistro deverá ser estabeTEMPO N." 428-p6g. 42 mos neess, b ção do Tesou ções económi timos a lo uma duração Outra dete senvolviment geiro» associ BFCE para necessidades. gação com o Ministério E.strangeiros, do governo francês de produto sul-africano éom ndo sob a bandeira fran ão da fábrica de ácido Africa do Sul». o acordo realizado ena Gazocéan 1oi anulado rativos do negocio não r menos instrutivos, em a teoria. governos que afirmasdariedade com a luta de povo sul-africano, deveo apoio do capital frando Sul- começando por a COFACE, -o BFCE, o nal e os bancos naciotenham, mais poder paos contratos comerciais 'a Africa do Sul npm os neste país. Isto pode ser nda, a Suécia bem como já tomaram 'tais deci- igualmente ser tomadas vel do Crédito Nacional empréstimos a médio e a todos os que investem . Limitados a 7 anos c a estimentos, os créditos a ) prazo «cobrem as aquierial e o arranjo de iaserciais (aquisição de lo. ção de fábricas, tomadas ipação, criaçâo de escrirciais»). Estes empréstiam do acordo da direc. ro e da Direcção das rela. cas externas. Os emprésngo prazo podem atingir d.3 10 a 15 anos. rminação intitulada «Deindustrial no Estrano Crédito Nacional e o responder às mesmas Por último, seria ne- cessário tomar em consideração o papel desempenhado pelas sociedades UFINEX e SETILEX, ambas es. pecialzadas na promoção de investimentos no estrangeiro. A UFINEX (União para o Financiamento e Expansão do Comércio Internacional), cria. da em 1967 pelo BFCE e çrnde os bancos franceses trabalham lado a lado com grupos profissionais, .,oncede concursos financeiros que podem representar, até 7É% dos investimentos. A UNIFEX consegue os fundos necessários emitindo empréstimos públicos, com bonificação do Tesouro e garantia do Estado, e o Ministério da EconomiE e Finanças é chamado a confirmar as suas decisões, A SETILEX foi criada em 1968 por um grupo de bancos franceses e de grandes sociedades. A sua principal função consiste em tomar uma parte directtc no capital duma sociedade estrangeira, conjuntamente com a sociedadc francesa exportadora, à qual é imposta esta cldãsula para poder assinar o seu contrato de exportação com a dita firma estrangeira. Quaisquer acções governamentais qu£ excluissem a Africa do Sul do cam po de acção da COFACE e doutros organismos financeiros dependentes. do Estado não significaria a paragem imediata das operações de exportação com destino àquele pais. A Africa do Sul poderia, em rigor, decidir pagar a pronto todas as suas compras no estrangeiro e não teria mais necessida de do apelar para :os capitais de organismos financeiros franceses. Mas nós fazemoh notar as suas dificuldades em encontrar no seu próprio seio o finan ciamento necessário e é precisamente por poder obter créditos no estrangeiro que pref2re realizar contratos com empresas estrangeiras em vez das locaiF. Uma acção respeitante à UNIFEX e à SETILEX bem como a qualquer outra sociedade encarregada de promover o comércio externo ou os investimentos no estrangeiro; seria sem dúvida mais difícil de efectuar por parte dum governo. francês que .deseje assumir uma política anti-apartheid. O papel do Estado, embora não seja de desprezar (garantia do Estado concedi. -" aos empréstimos, intervenção do Tesouro público) não é no entanto e por sýi só decisivo. (in «Apartheid non»)

TUNISIA Quem sucederá a Bourguiba? Em fins de Setembro iniciou.se en, Tunir- o processo contra Habib Achour o antigo Secretário Geral do Sindica. to UGTT e mais 23 membros da mes. ma organização. São acusados de «conspiração» e de «organizarem a revolta armada em ligação com a greve geral, violentamente reprimida de 26 de Janeiro. 3 O próprio Achour se identifica com a greve geral declinando contudo qualquer responsabilidadol pelas violências. Atribu-ãs a «elementos armados não pert- encentes aos sindicatos e a quem Cabia a protecção da multidão». As origens desta provocação podem encontrar.se na luta - já no seu 60., ano - entre os. sindicatos eo Partido do Estado, lutando ambos pela futura supremacis fio poder após a morte de Bourguiba. Achour poderia, como líder sindical, reunil as bases de massas necessárias a ums democratização. Na Tunísia as lutas pela sucessão do Presidente vitalicí. cuja saúde é precária, entraram desde a «quinta feiru negra», em 26 de Janeiro de 1978, numa nova fase. O sucessor designado e actual Ministro -da Presidência Hedi Nouira, sob a influência do presidente do Partido e o «homem forte» do partido da unidade «Partido Socialista Destourien (PSD), Mohammed Sayah~ do Ministro da Defesa Abdallali FarJhart e de Habib Bourguiba Jr. conselheiro espe. ciál cio Presidente, tem ultimamente e desde que abraçou a «linha dura» em Dezembro de 1977, agudizado de tal modo os conflitos da politica interna, que o regime só conseguiu manterse no poder aquando dos conflitos san. grentos de 26 de Janeiro de 1978 graçasa uma entrada em acção maciça do exército. As perturbações de 26 de Janeiro coroaram a greve geral decretada pela União dos Sindicatos UGTT, e durante as quais foram mortas cerca *de 150 pessoas, feridas centenas e bastante mais de 1000 detidas, são de momento, as mais importantes consequências duma política que desde o ano passa. do se encontra em profunda crise sobre tudo económica e social, mas também política. Apesar dum crescimento económico inicial considerável, o grosso da população está cada vez mais pobre, aumentou o desemprego e simultaneamen te a construção de bairros da lata, enquanto por outro lado uma pequena camada intimamente ligada a.D imperialismo se torna cada vez mais rica. A crescente miséria da população condu. ziu a tensões sociais cada vez maiores e desde há três anos a esta parte há greves quase permanentes a todos os níveis. Habib Bourguiba O CONFLITO AGUDIZA-SE Durante os últimos anos o -governo de Nouirs ainda se encontrava em posiço- de, com a ajuda do pacto social, obrigar a direcção dos sindicatos a resistir ' pressão das suas próprias bases e a condenar as greves - obtendo assim a «legitimidade» para terminar pela força com as greves «selvagens» e parr. piender e condenar os grevis tas bem como outros oponentes. No Outono de 1977 esta política começou pela primeira vez a vacilar quando os lideres sinaicaia'se solidarizaram com os operários gravistas da SOGITEX de Ksar HellsI e condenaram a -severa acção policlai bem como a politica'do gover. no, no domínio social. E simultanpamente surgiu a critica vinda das próprias fileiras do governo; o ministro do Interior Tahar Belkhodja, que gozava da confiança de Wassila Bourgui. ba, a mulher do Presidente,- criticou a politie de Nouira ao '«usar da força policial e da repressão para com os burgueses», mostrou-se compreensivo para com as exigências dos trabalha. dores e defendeu - talcomo os libe. rais - uma abertura política -Já anteriormente ele admitira ao primeiro jornal da oposição, o semanário em fin. gua árabe «ERRAI», a constituição duma «Liga Tunisiana para os Direitos Humanos» e um «Con4elho Nacional lara e, Defesa das Liberdades Civis». sob a liderança da oposição Liberal. Deste modo entrou em conflito irreconciliável com a ala direitista. do Par. tido muito especialmente com Moham.med Sayah. Sob a pressão simultânea dos sindicatos e da ala liberal do governo por um lado e a «linha dura» encabeçada por Sayah por outro, Nouira decidiu-se pelos segundos, demitiu em Dezembro de 1977 o ~*lnistro do Interior, enquanto este se encontrava em Fran. ça e, seguidamente, cinco outros ministros que foram substituídos en) poucas horas. Pouco tempo depoi' agudizou-se o conflito com os sinelica tos. Habib Achour, líder do UCTT, presseionado pelo eu grémio, deiutiu-se da- suas funções,. a policia e as milícias do partido invadiram os escritó. rios do sindicato: greve geral - acção policial e repressão dos protestos, detenção de grande parte dos quadros sindicais e assim quase toda a direcção nacional, e com tudo isso, a destruição duma potencial base de poder. O governo de Nouira e com ele a ala direitista têm como anteriormente o poder nas mãos mas em contrapartida pèrderam com os acontecimentos de Janeiro, não só o apoio popular como E credibilidade no estrangeiro. E por conseguinte põe- se cada vez mais claramente a questão duma alternativa supi-tável. TEMPO N." 428- pg. 43 As bases organizadas de massas encon tram-se sem a menor dúvida - e sobretudo desde a «quinta.feira negra» - no movimento sindical. Contudo, este não é nenhuma força política organizada com uma direcção unida, mas sim uma miscelânea de diferentes forças em que, principalmente nos últimos anos, os socialistas do «Movimento de Unidade Popular» (MUP) sob a chefia de , ministro do Plano e da Economia dos anos 60, e os comunistas têm vindo a ganhar uma influência considerável, e dominam visivelmente toda uma secção dos sindicatos. GRUPOS DA OPOSIÇAO HabiD Achour era considerado até à declaração de greve geral, -mais como um homem do partido e homem de confiança de Bourguiba que tinha de exercer a função de disciplinador da liderança sindical relativamente às suas bases para alcançar a realização da política do governo e do partido. Pressionado pelas suas próprias bases e arém1os devido aos acontecimentos do Outono de 1977, ele foi progressivamen. ,te obriga:do a empreeadêr a fuga para diante. É Indubitável que com isso ganhou consideravelmente em popularidade Ele permanece contudo' um «Bourguibista» e é duvidoso até que ponto a mairia, das bases, sobretudo as dow1' adas pelos grupos de esquerda, o ap iam. No entanto a direcção eleita doaindicatos' encontra-se detida preventivamente enquanto decorre o jul. gamento., Mas também ainda não se sabe se ela telá de responder peran. te um tribuúal ordinário - como o governo deseja - ou perante úrn tribunal político. Também isto é hifateriaí político inflamável. Independentemente

TIMOR-LESTE CADA REVOLUÇÃO TEM ,OS SEUS SIMANGOS ...... °..... A neutraliza ção e derrota de uma rede traiçoeira de Alarico Fernandes, ex- responsável da Informação z Segurança Nacional foi tema de uma Conferência de Imprensa concedida por Mari Alkatiri Ministro de Relações Externas da República Democrática d3a Timor-Leste, na passada segunda-feira .em Maputo. Em 4 de Dezembro passado, ao ver falhada a sua missão de destruir a luta d&.A. - Ele disse que tinha que primeiro fazer a remodelação, ti- Nas montanhas no interior de Timor-Leste, o povo maubere continua a resistir nha que fazer a FRETILIN. Falava em termos de fazer um

Apesar da dureza da luto funcionam escolas controladas pela FRETILIN, em Timor Leste Isso seril aberto demais, o que é certo é que ele não se nomeou presidente mas «SecretárioGeral», portanto ele tinha sido Secretário-Geral notempo em que Xavier do Amaral era presidente. Talvez estivesse a reservar o lugar de presidente para o Xaver do Amaral de novo. P - Mas ele continua a intitular-se dirigente da FRETILIN com o outro «Comité Central»? M.A. - Sim. Essa razão porque os indonésios não dizem que ele se rendeu. Dizem que ele foi capturado, porque querem jogar o Alarico Fernaides e o seu grupo como dirigentes da FRETILIN. P -Não teria sido mais táctico para a Indonésia, pôr o problema em termos de chegarem a um acordo em vez de capturado? M.A. - Eu penso que é mais táctico para os indonésios dizerem que foi capturado por demonstração de força doÊ próprios indonésios, a dizerem que capturaram um dirigente máximo da FRETILIN, porque ele é «Secretário Geral». O que eles querem dizer é que controlam o Timnor -Leste, militarmente, e polittcamente, portanto que eles capt4ra ram, não houve nenhum acordo entre eles. Agora depois de «capturado», Alarico Fernandes irá dizer qual é a sua posição em relação à integração de Timor-Leste na Indonésia. P - Podia adiantar-nos alguma coisa sobre a situção diplomática nas Nações Unidas? M.A.- ... Amanhã vai ser votado na AssembleiaGieral'a Resolução sobre Timor- Leste- Da quarta comissão já foi votada e passou com 55 votos a favor. Esperamos ter pelo menos 60 a 65 votos a favor na Assembleia-Geral. A resolução é'idêntica à do ano passado. Não avaýiçou mais, nem recuou alguma coisa. P - Sendo a Austrália um país onde existem algumas forças a apoiar a luta da FRETILIN e a independência da República Democrática de TimorLeSte, qual é neste mom3nto a posição dessas forças lace à traição? M.A. - Inicialmente q u a n d o Alarico Fernandes estava ainda instalado no sector centro norte e falava em termos de combate ao comunismo, nós estávamos a ver que ele ia ter certo apoio da ala liberal na Austrália, mas a partir do dia em que ele se rendeu todos eles condenaram-no, todos, sem excepção' nenhuma. Portanto, os que têm apoiado a FRETILIN até agora condenaram Alarico Fernandes. P -Qual será o eleito da utilização pela Indonésia de Alarico Fernandes para lazer campanha diplomática? M.A. -O efeito será talvez bem maior que o usado para o -kavier do Amaral. Primeiro porque o Xaviet do Amaral foi expulso da FRETILINhá um ano atrás e só um ano depois é que foi «capturado». Em segundo lugar, porque Alarco Ferrnandes era. a pessoa que quase diariamente desde a agressão indonésia a Timor-Leste falava para fora. Isto cá fora tem um certo impacto, embora internamente Alarico Fernandes não represente nenhuma força como se está a verificar. -P -Os antigos dirigentes fantoches fizeram alguma declaração sobre ,3sta traição? TEMPO N 428 - pág. 49

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M.A. - Ainda nenhum deles fez e nós estamos convencidos que nenhum deles vai fazê-lo. Estamos convencidos que eles não vão fazê-lo porque aqueles que estão dentro da Indonésia claro que apoiam o Alarico Fernúnides. Aqueles que estão fora não vão apoiar um que está sendo controlado pelos indonésios. Eles saram porque de certo modo não concordaram com os ndonésios, também não vão apoiar um elemento que está totalmente controlado pelos indonésios. A atitude mais coerente deles é não pronunciaremse. Estamos convencidos que não se vão pronunciar. P - Em relação à Rddio Maubere, ela portanto vai ter grandes dificuldades de comunicar para o exterior mas serd possível fazer para o interior? M.A.- A nivel interno a emissão continua em rádios pequenos, e não de longo alcance aliás teria alcance para atingir a Austrália, se não fosse a separação do mar, se fosse em terra firme, continuaríamos a contactar com os camaradas de TimorLeste. Mas agora o próprio mar dificulta. Possibilidades a curto prazo é conseguir- mos cntactar com os camaradas em Timor-Leáte através de morse e não fonia. Fonia será um processo h longo prazo. P -Vocês esperam que gover no da Austrália continui a tentar bloquear as vossas comunicações com o artefor? MA.-Nós pensamos que o problema do governo australiano é de defender os interesses que tem nas águas territoriais de Timor-Leste. E o governo australiano já verificou que bastava reconhecer a integração de Timor-Leste na Indonésia, que já estão defendidos os interesses que tem nas águas territoriais. Uma tentativa de sabotar ou boicotar as, nossas comunicações na Austrália, o próprio governo australia, no já tem experiência disso, e provoca - grandes - alaridos dentro da Austrália. As forças da oposição começam a aproveitar-se disso para criticar seriamente o governo. Portanto eles evitam o máximo fazer isso. Mesmo até aqui, o que eles têm feito quando o Primeiro-Ministro da Austrália planeia uma visita a Jakarta, dois dias p'ntes de se efec- tuar esta visita, então prendem a rádio, ou vice-versa quando um dirigente indonésio vai à Austrália... Então nós sabemos que durante esses dias nós não podemos fazer transmissões, de forma aiguma. , um problema mais de carácter político muito superficiai porque há nteressesimesmo do governo australiano em não levantar o problema de TimorLeste na Austrália, senão os jornais põe logo nas primeiras páginas., 'e de novo uma critica severa ao governo e eles evitam ao máximo isso. P - A luta doPovo de Timor -Lest>estava a servir de exemplo para o próprio povo indonésio, em vdrios pontos do país tem pros seguido a luta das forças progressistas também na indonésia? M.A.-Sim, realmente existe. Mas uma luta de carácter espon tneo na Indonésia, não organizada e toda à luta não organizada é facilmente aniquilada, mas no que se refere ao Irão Ocidental e a Somatra já não se verifica assim tanto. Há uma luta organizada embora com princípios não muito correctos, não correctos mesmo, mas há uma luta organizada. Mais no Irão Ocidental que na Somatra. No Timor Ocidental também existem alguns focos de guerrilha e que a Indonésia ultimamente tem tentado demonstrar atravês desta essência de focos de guerrilha, tem tentado provar, tem tentado levantar uma nova tese onde tenta provar que afinal a FRETILIN não quer a independência de Timor-Leste, mas é um movimento separatista da Indonésia porque é também a FRETIýIN que está a lutar no Timor Ocidental, o que não é verdade. Esses focos de guerrilha no Timor Ocidental são feitos por habitantes do Timor do Ocidente. TEMPO N." 428- pâg. 51

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HORROR: AMERICANO Uma seita religiosa norte-amercana que tinha sido aw torizada a estabelecerse na Guiana em 1977, suicidou-se em massa no dia 20 do mês passad3. Foram recolhidos 980 cadáveres, de homens mulheres e crianças,,uns mortos por cianeto e outros a tiro A imprensa ocidental atribui a exclusiva responsabilidade da tragédíà ao reverendo Jim Jones, dirigente da seita «Templo do Povo». Chamam-no louco, paranóico, assassino. Um outro Hitler. Um demónio que se julgava Deus. Mas na verdade o grande responsável é o sistema capitalista, gerador de monstros, eý fomentador de loucuras colectivas. O capitalismo ao marginalizar milhões de serem humanos arrasta°'os para a depressão e para o desespero. Assim, estes seres humanos afastados na sua esmagadora maioria da produção material procuram na salvação religiosa a solução dos seus problemas. OS NEGÓCIOS DA SEITA James Jones, de 47 anos de idade, era um americano típico. nascido no centro dos EUA de uma família com poucos recursos. Desde jovem condicionado pelo «sonho americano» ambicionava vir a ter muito dinheiro e Poder. E. não só... ambicionava também vir 'a ser um santo. Aos 23 anos- abandona a Igreja Metodista e torna-se o profeta da sua própria seita o «Templo do Povo». Adeptos e dinheiro começam a afluir. O senhor Jones faz negócios, junta o comércio das almas com o dos bens materiais. Torna-se uma personalidade conhecida na Cnlifírni --- i- Rosalyn Carter, muler de James Carter, agradece a ,Jim Jones o apoio que deu ao marido durante a cam. panha eleitoral de 76 TEMPO N." 428 - pg. 63

GUIANA Oý , ocoen G~getown GaY4,ov di~ with rinam te «n ý. tý,r:r Jim Jones t."PO N." 428- pág. 54ý tensa actividade política. Angaria fundos para a campanha presidencial de J. Carter/W. Mondale. Rossalynn Carter'agradece-lhe o apoio. De um mpmento para o outro os negócios de compra a venda de propriedades do «Templo do Povo», começam a dar nas vistas. A imprensa conta histórias. O reverendo Jones decide sair dos Estados Unidos acompanhado de mil dos seus mais fiéis servidores e de quatro milhões de dólares (cerca de 150 mil contos). O Governo da Guiana tinha recebido dezenas de cartas de altas entidades americanas, solíci.tando facilidades para-o «Templo do Povo». Foi-lhe cedida uma área situada a cerca de 170 quilómetros a Norte da capital desse país da América do Sul. Aí o reverendo Jones e os seus partidários fundaram uma colónia religiosa a que chamaram «Jonestown», em homenagem ao seu «pai» espiritual. Destinada a ser um paraíso na Terra, cedo se transformou num inferno. Jones dominava. Era o imperador. Rea lizava finalmente o seu sonho de grandeza e Poder. Exigia submis são total. Para os recalcitrantes havia castigos corporais e humilhações diversas. Uma guarda de segurança fortemente armada impedia que alguém atravessasse os 1imites da colónia. O

PORTUGAL Ocomércio das armas Portugal fornece armas às forças de reacção internacional incluindo o regime do uapartheid», Israel e ditaduras da América Latina denuncia o jornal português «Voz do Povo» na sua edição do passado dia 21 de Novembro. «O pais do «apartheid», contra o qual a ONU decidiu um bloqueio no fornecimento de material deguerra, ocúpa ,no conjunto das exportações portuguesas de armamento o primeiro lugar, nos anos de 1976 e 1977. Mais do que isso ainda: consumiu à sua conta mais de metacie do total de armamento exportado no ano de 1977» - afirma o jornal O «Voz do Povo» precisa que em 1976, o regime do «apartheid» «recebeu 315 843 contos em armas e munições num total de 846 831 contos de armamento exportado por Portugal. No ano seguinte - prossegue o jornal essa soma subiu para 559 300 contos num total de 1052 329 contos de exportações». Portanto, á3 por cento das exportações portuguesas de armamento foram para o regime do «apartheid». «Voz do Povo» salienta que no total de todas as exportações de Portugal para o regime do *apartheid» o armamento ocupa o primeiro lugar com 61 por cento do total. O jornal faz notar que os dados que publica são os oficiais que no entanto não devem corresponder à realidade, e reforçat do a sua dúvida refere a denúncia feita pela revista espanhola «Câmbio» sobre embarcações de guerra que Portugal forneceu ao regime do »apartheid» e que o Govérno português não desmentiu. Este caso não consta nas estatísticas 0oE8utad88 pelo jorTEMPO N.W 428- p*g. 56 nal. Face à falsificação das-estatisticas pergunta-se «quanto tráfico não publicado oficialmente se processará»? Em 1978, a regime 4o -apartheid» perdeu o primeiro lugar no grupo de clientes de armas a favor da ditadura da Bolívia que de Janeiro a Setembro recebeu 944 260 contos de armamento por tuguês num total de 1 382 874 con tos de exportações de armas portuguesas. A ditadura da Guatemala já recebeu por sua vez 33 mil contos durante o ano de 1976, 37 374 no ano passado e nos primeiros nove meses do corrente' 10 758. Para a ditadura de Anastácio Somoza sobreviver à ofensiva lançadapela Frente Sandinista Portugal contribuiu com 24 472 contos em armamento. Outro regime ditatorial para cuja sobrevivência Portugal con- tribui com armamento, é o da Pe pública das Honduras na América Latina. Israel no Médio Oriente recebeu 35439 contos em 1976, recebeu 29 503 no ano passado e 36 891 nos primeiros nove meses do ane corrente. No Extremo Oriente fi furam como clientes do comércic bélico português, os regimes anti populares das Filipinas e da Ma lásia. No Norte do Contínenti africano figura um dos regimei que invadem a República ArabE Democrática do Saíara, a Mauri tânia, e na Europa, a República Federal da Alemanha. Recorde-se que no fim de Ou tubro, foi descoberto noporto dE Barcelona, em Espanha um carre gamento de armas portuges, destinadas às milícias fascistas li banesas. E

Noticiário internacional Africa Austral O regime do «apartheid», pela pessoa do PrimeroMinistro Pieter Botha enviou um telegrama ao Presidente Kaunda da Zâmbia a in. formar que terá, «graves £Nxsequências» o facto de os guerrilheiros da SWAPO continuarem a operar na faixa de Caprivi da Namibia, situada junto à fronteira zambiana, o que quer significã uma noa agresão do exército do «apartheid» à Zâmbia em- retaliação à acção do movimento de libertação. A República Popular de Angola já alertou também a comunidade internacional sobre a iminência de novo ataque de grande envergadura do exército do «apar' theid», cuja força aérea rea. liza voos de reconhecimento no território angolano- Ban. 9loleiros da «Urita» têm sido introduzidos pelo regime sul-africano para sabotar' o processo de reconstrução nacional de Angola. Entretanto, o Presidente Julius Nyerere da Tanzânia anunciou a expulsão completa do exército invasor ugandês do território nacional que penetraram no pais no fim de Outubro. Es. ta agressão, como foi denuncIado enquadra-se nos planos do Imperialismo em Africa. O Presidente em exercício da OUA, Gaafar Nimeiry e Chefe de Estado do Sudão, bem como vários outros dirigentes de países africanos, s ão cúmplices desta acção do imperialismo, pois não cumpriram o seu dever de condehar a agressão e apoiar ,q Povo tansaniano. Africa do Sul O jornal sul-africano «Financial Mail» afirma que as exportações da RSA para o Chile triplicaram nos l. timos dois anos. Em 1977 atingiram 3,9 milhões dé dólares. No campo militar a cooperação visa o, aumento de soldados de Piriochet treinados, em paíes da NATO - como os EUA para assegurarem a intensificação da opresão do Povo sul- africano e da Namíbia, salvaguar os interesses do imperialismo na Africa Austral e evi. tar a destruição do «apartheid». Angola A terceira reunião plenária do Comité Central do MPLA - Partido do Trabalho, que decorria em Luanda desde o passado dia seis do corrente nês, terminou os seus trabalhos sob a presidéncia do Presidente do Partido e da República Popular de Angola, Agostinho Neto. Das resoluções tomadas pelo Comité- Central, lidas rio final da reunião por Pau. lo Jorge, figuram nomeadamente, o reforço cada vez maior da unidade no seio do Partido, a intensificação do combate contra as tendências pequeno-burguesas que se manifestam no aparelho governamental e no Partido, assim como o refor ço da organizAção e disci. pJina nas Forças Armadas, e da aliança operário.camponesa contra a pequena burguesia que está a tentar travar o processo revolucionário em Angola. O Comité Central decidiu destituir Lopo do Nascimen. to de membro do «Bureau» Político e do cargo de Primeiro.Mintro, aceitar a de missão de membro do Comi té Central do Partido e do Governo, Carlos Rocha Dilol wa, berm cqm0, subStituir a direcção' 4o.aoMal de,.Angola» e a da «Teleývião Popular de Angola». Pascoal Luvualu e Evaristo Kimba. respectivalnente Secretãrio.Geal da UNTA e Comissário Provincial de Cabinda, foram eleitos para as vagas resultantes, a mem bros efectivos do «Bureau»Político, enquanto Alexandre Rodrigues (Kito) e Dino Matross passam para membros suplentes. Lopo do Nascimento Kundi Payana. Comissá. rio Provincial do Cunene e o comandante paiva (Nvunda)' passam respectivamente a membros do Comité Central e da Comissão'Central de Controlo. O Comité Central dç MP. LAPartido do Trabali decidiu também extinguir pro. ximamente os cargos de Primeiro-Ministro e vice- PrimeiroMinistro. A instalação no centro do país de algumas das estruturas centrais do Governo, a atribuição da categoria de ministro aos comissários provinciais, bem como o estabelecimento da dependên. cia da Procuradoria da República ao Presidente da República, figuram Igualmente nas resoluções' finais da sessão plenária do Comité Central do MPLA-Partido do Trabalho. Foram criados novos de partamentos no aparelho do Partido, de maneira a melhor poder dirigir o Estado Deste modo, o DOR (Depar, tamento de Orientaçãr Re, volucionária) e o D>. .partamento de Edu, x.litica: e Ideológica, .se num só departamento, Sahara Vários países lnterviraA na reunião da Comissão de Descoloni~aço 'das Nações, Unidas JPra apoiar a autodetermiftação e independência' do Sahara Ocidental. No respeito'do principio de autodeterminação e In dependência, Marrocos e Mauritânia devem, negociar com a Frente Polisário a re. solução do problema no quadro da ONU - declararam os referidos países que condenaram. também o acor. do tripartído assinado entre a Espanha e aqueles dois países africanos expansionistas para a partilha do Sahara Ocidental. Fatimetou Alali, membro do «BBureau» Político da Frente POLISARIO anunciou em Bona ó reinicio das negociações «num país afri. cano» entre os dirigentes saharianos e o Governo mauritano. Sublinhou contudo que até ao presente Noua. kchott não tinha' respondido favoravelmente às ini. ciativas de paz da POLISA_. RIO, após a mudança de regime na Mauritânia. Patimetou Alali, que diri. ge uma delegação do seu pais na Europa, criticou a «inconstância» e a «dependência» da Mauritânia em relação ao Marrocos e reafirmou que foram os mauri. *tanos os responsáveis pela interrupção das anteriores ,negociações. Em resposta a uma per. gunta, Alali afirmou que a posição favorável tomada pelo partido governamental espanhol (UCD) em relação à Frente POLISARIO era «importante» e podia ter efeitos ' positivos sobre a evolução da situação- Acres. centou, contudo que estas disposições estavam ameaçadas pelas acções diplomLticás dos Governos, de Rab.et de Nouakchott junto de Madrid. Entretanto o. Exército de Libertação' Popular Saharja. no atacou com axmas pesadas as guarniçõeS das forças de ocupação mrrquL nas em Tfariti, e Guelta TEMPO N. 428-.- pág. 57

Noticiario imaon ZemmQur, revela um comunicado do Ministério da De. fesa saharlano. As operaOões tiêtâm lugar entre cinco e oito do corrente mêsEm Tifariti, os coffbatentes saharianos causaram 15 baixas às forças monãrquicas, 20 fer~ld, tendo ainda destriÚdo dispositivos militares' e instalaçõas das tro. p s Invasoras. Em Guelta Zenmour, Marrocos perdeu 12 homens, continua o comunicado. S1ý,norte de Smara, -nas zonas ocupadas, uma unidaj4o marroquia foi atacada em seis de Dezembro pelos guerilheiros s a h a r 1 anos que destruíram três camiões com oito ocupantes. Dois dias 'mais tarde, na mesma região, uma emboscada sur. preendeu uma coluna inimiga, que, após duas hoas de combate bateu em reti. rada abandonando no terreno os corpos de 18 solda. dos mortos e as carcaças de três «jeeps» destruidos. Eritreia Na última semana de Novembro f o r ç a s mt4tares etíopes ocuparam a cidade de Keren, no norte da Eritreia. Este centro urbano era o mais importante baluarte estratégico em poder da Frente Popular de Liberta. ção da Eritreia desde Julho do ano passado. Com eèta vitória militar as forças etiopes controlam agora os principais centros urbanos da Eritreia, após uma violenta ofensiva militar iniciada em Agosto últimd. Um porta voz da FPLE indicou que tomaram parte na última fase da oper-çãc militar levada a cabo pýIol etíopes, 45000 homens, 300 tanques e carros de combate apoiados por aviões e helicópteros, A tomada de Keren, foi antecedida -uma semana pelo controlo por parte do ~~~'PQ N. 428- pág. Sa cxército etíope da est que liga a capital, As~ara, ao porto vital de Masaawa, no mar Vefinelho, numa extensão de 115 quilómetros. O poder de fogo patentea. do pelos etIopes equipados com material de guerra poderoso, tornaram t#ctica' mente impossível uma resposta por parte das forças guerrilheiras da FPLE. Uma nova fase começa agora na luta nacionalista levada a cabo pelos eritreus ao longo de 17 anos. Colonizada sucessivamen. te pela Itáia'e pela Grã-Bretanha, a Eritreia foi federada à Etiópia em 1952, através de um mandato das Nações Unidas. Em 1962 a Eritreia é completanénte dnéxáda pélo regime do imperador Haile Selassie, apoiado pelos EStados Unidos, com grandes in. teresses na região. Um ano antes nascia a Frente de Libertação da Eritrela como movimento nacionalista organizado. Combatentes eritreus Desde então a luta armada tem oposto os patriotas eritreus ao exército etíope, num território que se estende ao longo de 1000 quilóme. tros de costa do Mar Vermelho constituindo acesso marítimo privilegiado para à~ 2t6pia. 1970. a radicalização.ia luta abra uma cisão na FLE ~é criada a ?PLE, de orientação elaramente mar. xista. Pouo antes da última ofensiva etiepe era a IPLE, o movimento que disfrutava de iaior controlo do territõrlo eritreu, circunscrevendo-se o domínio etíope à cidade capital - Asmara. Actualmente após as tropas etiopes terem assegurado o dominio dos principais centros urbanos na Eritreía a FPLE rpfprmula toda a es. tratéir dd guerra popular - retirada para as montanhas, organizar a luta armada prolongada segundo as novas condições. Para o governo etíope os sucessos militares obtidos ppde m determinar uma sqgundia taý, no processo eritreu - a abertura de con versações com os nacionalistas, disfrutando agora o regime de Menglstu Haile Marian de uma posição de força. Um plano paralelo vem sondo delineado igualmente há alg~m tempo para cá: a «criação de um partido de vanguarda marxista-leninista eritreu», patrocinado pela Etiópia e tendente a for. mlizar uma nova federação envolvendo a Etiópia e a Eritrela. Os nacionalistas eritreus no entanto continuam a reinvindicar a independêniela do território, no que são abcundados de uma forma mais discreta por vários países africanos onde avultam a Argélia, a Líbia, a Guiné-Bissau e o Sudão. Cuba sendo um dos parceiros militares etíopes, tem por várias, vezes defendido ,a soluço negociaçla para a questão Eritrela, o ~que por outro lado justifica a.mo. deração com que normalmente se referem os patriotas eritreus ao papel da União Soviética e de Cuba, no território. As próximas semanas serão cruciais no desenvolvimento da situação nesta zo. na estratégica do Mar Ver. melho Benin O Partido da Rerolução Popular do B»nin danun- ciou que o «impirialismo internacional, com ajuIa dos seus lacaios e outrõs traidores africanos, prepara urna nova agressão arma da contra a República Popular do Benin.» «O imperialismo internacional, a despeito dos s~us fracassos em Á/rica, procu. ra destabilizar os governos progressistas do Continente criando intrigas, complots e agressões armadas» - afirma um comunicado do «Bureau>» Político do Comité Central do PRPB. O comunicado do PRPB recorda a invasão mercená. ria em Janeiro do ano papsado que foi derrotada pa14 Revolução do país e denuncia os métodos psicológicos que o imperialismo empre. ga 'para estes fins com a coIaboração de certos dirigentes africanos. «Os actos reaccionáric.i contra a revolução democrd tica popular do Benin provam, de modo irrefutcfvel, a justeza da escolha feita pelo Povo beniense, que optou pela construção de uma nova sociedade, sem exploração do homem pelo homem 7-sublinha o comunicado do «Bureau» Político do CC do PRPB. África Ocidental Para analisar a produção e comercialização de amen. doim' no Continente, os ministros de Finanças e de Comércio do Níger, Sudão, Nigéria, Mali, Gâmbia e Senegal iniciaram uma reunião no passado dia 6 em Banjul no quadro das suas conferências anuais. O amendoim é um produto largamente consumido no seio de populações de Africa e é usado na indüs. tria para a fabricação de óleo e vários outros transformados. Chipre «A solução do problema cipriota passa pela sua in. ternacionalização... É preci-

Notici "' iternai" so evitar que o conflito seja regulado localmente entre a Gréci& e a- Turquia ou- no quadro da NATO, como desejam os -americanos, o que nos privaria do apoio dos países socialistas e dos não-alinhados» É assim que o AKEL (Partido Comunista do Chipre) definiu a sua po. sição sobre o problema da ilha. Recentemente na. 33. sEssão da Assembleia Geral da ONU foi aprovada uma fesolução que reafirma o apoio à soberania e integri. dade territorial do Chipre e exige a retirada das forçrs da NATO da ilha. A propos ta foi apresentada por seis países não-alinhadcs e votaram a favor a esmagado.ra maioria dos participantes no debate, constituída por países socialistas e não. -alinhados Decidiu.se ainda o reinicio das negociaçõcs entre as comunidades grega e turca sob os auspícios do Secretário-Geral da ONU Kurt Waldheim. É assim que se confirma como correcta a posição do AKEL face à questão, pois, pror r encontrar a solução doutro modo é dar ter. reno para manobras do imperialismo que é o verdadeiro responsável do conflito entre as duas comunidades. O imperialismo apostou não largar uma retaguarda para a fortaleza sionista e trampolim para o Médio Oriente donde podeintervir no Irão, no Líbano, pafscs onde os seus interesses estão ameaçados, bem como outros países da região onde venha a eclodir uma situação desfavorável. Esta retaguarda, esta fortaleza d a Ilha dz Chipre que se situa numa posição estratégica na parte leste do Mar Medi. terrâneo. Chipre é hte um portaaviões da NATO d; que o imperialismo emprega para fazer pressSes militares e aventuras na zona do Mé. dio Oriente, A NATO instalou também nesta ilha material electrónico desenvol. vido que lhe permitem facilidades de espionagem. São da Inglaterra as bases aéreas de Aktrotiri e Delkhelia e instalações de radar extremamente secretas que do cume do Monte Olimpo controlam o Médio 0.iente e o Mediterrâneo Leste, bem como uma estação complementar de vigilância electrónica situada na região da base de Deklelia. Os EUA instalaram, um novo s.Stema de vigilância e telecomunicações electrónico. Na base inglesa de Aktro. tiri, aviões norte.americanos de reconhecimento U2 descolam para voos de es. pionagem e obsarvam, as movimentações de todo o Médio Oriente. Os sionistas também instalaram urna base para desenvolver acções de apoio às forçãá fascistâs no Líbano- Muito recent,mente unidades especiais de C'Iuf&E 't~ fuzileiros navais dos EUA chegaram a Chipre provenientes de uma base da NATO na Alemanha ýOcidental e alojaram.se nas;bases de Dekhelia -e Aktrotiri onde estão igualmente soldados 'ýnleses. O reforço das for. ças da NATO na bas '- de Chipre, verifica-se no mo. mento em que o regime do Xá-do Irão defensor dos interesses imperialistas neste país está em perigo de queda assim como a situa-ão do L'banonão se apresnt, favorável para. a reac"ão local. Para preservar a base çh NATO no Chipre, o imperla. lismo fomenta situações con fíituos.s entre as comuni.- dades cipriotas o que lhe permite ainda manter a Grécia e a Turquia sob a sua dependência, pois a questão das duas comunidades influência os governos dos dois países. Os EUA instalaram na Grécia e na Turquia grandes bases areas têm facilidades de es pionagem e depósitos para lançamento de bombas 'ató. micas. HISTÓRIA DO CONFLITO Independentemente d a sua origem, os habitantes do Chipre desenvolveram boas relações entre eles durante séculos. A Inglaterra ocupou a ilha após a derrota da Turquia pela Rússia em 1877, que dominava, desde 1573. A Grã-Bretanha prometeu conceder ind-pendên cia à comunidade grega mas no "fim da guerra quando surgiu um grande movimen. to de resistência, os ingleses passaram a favorecer a minoria turca numa manobra para enfraquecer o movimento pela independência o que gerou a tensão entre as duas comunidades. A resistência fortaleceu-se, contudo, e, no fim de 4 anos de luta armada alcan. çoua vitória - a independência do Chipre em 1960. O arcebispo Makários _'onsiderado como chefe espiritual da resistência regressou do exílio e foi eleito presidente da República do Chipre. No entanto, a Grã-Breta. nha forçada a conceder a independência não se resignou a perder os seus privilégios na ilha desta manei. ra e procurou gerar conflitos para justificar a acção militar das forças da NATO, constitaídas por contingentes ingleses, turos e gregos n o quadro d a cláusula do tratado da independência assinado em 1§59 que dá a -responsabilidade de «defesa» da ilha àquela organização belicista. A Inglater I 7 ra impôs ainda a nível cons titucional. estipulações que favoreciam a minoria, tufía que é de 18 por cento da população total áa'ilha. 0 Chipre torn0u-se a partir dai numa bape da NATO. Em Dezembro de 1973, a direita leva a cabo um golpe de lEtado instigado pela CIA a partir da Grécia, que fez explodir a tensão no seio da sociedade cipriota e conflitos sangrentos entre eipriotas-turcos e cipriotas-gregos g e n e r a lizaram-se em Nicósia, o que provocou a retirada dos, mi. nistros cipriotas turcos pa. ra o lado turco da capital e iniciou-se assim a tentativa de partilha da ilha e destruição da República do Chipre. Então, sob pretexto de defender a comunidade turca das atrocidades cometidas pela direita grega, a Turquia invade a ilha em, 15 de Julho de 1974. O exército turco ocupou um terço da parte Norte da Ilha donde expulsou 200 Mil cipriotas-gregos. Iniciou pos teriormente a transforma. ção da região num estado que se encontra dependente da Turquia e separado da co munidade grega. Face à situação, o AKEL que congrega um terço do eleitorado considera como toda a esquerda parlamentar que a questão nacional é primordial e que c cý,sse operária e os camr ses devem.se unir à bu sia nacional anti.imperÁ, ,ta representada pelo actual presidente, Kyprianou que se opõe à direita pró-tG- ¿;dental e anti.comunista chefiada por Clrèrides. Japão Masayoshi Ohira 0 o novo Primeiro.Ministro do Japão que substitui Takeo Fukuda derrotado nas eleições. O novo Primeiro.Minisirc japonês foi eleito pelo parlamento por 254 votos e oito abstenções. TEMPO N." 428-pág. 59 tempos- livres 'PALAVRAS CRUZADAS HORIZONTAIS - 1 - Animal do género antílope. que anda em bandos; Empacotas,'2 - Fruto da aveleira; Tom (invertido); Coerente. 3 - Quadro; Receias; Batráquio. 4 - Criado; Ganhas; Pêlo de certos animais (plural). 5 - Acer tara. 6 - Meto na mala (invertido). 7 - Ares. 8 - Nome inglês; O mesmo que remelas; Navio antigo. 9 - Divaga; Repouso Iplural); Copo. 10 - Barco de recreio; Três consoantes iguais; Proíbe. 11 -Antecipadamente; Emite. 12 .- Satu rada; Deseja; Cens'a. 13- Reza; Esca po; Fecha as asas para descer mais de pressa. 14 - Veste; Engripado; Transpira (invertido). 15 - Dificuldade; Ex.Chefe de Estado francês; único. 16 Queira; Santa (abreviatura); Preposição. 17 - Lamento; Adorais. 18 - Nome de letra; Nome feminino. 19 - Existe; Orvalhada; Porco. 20 - Então; Pesarosa; Mirava VERTICAIS " 1 - Bichana; A mim; Aqui (invertido); Ligo; Qual! 2 - Planta gramrnea alimentícia; Materno; Gemido. 3 - Brio; Furna; Cultiva. 4- A; Acende; Namorada. 5 - Naquele lugar; Em partes iguais; Aparência; Guarneça de asas (invertido); letra grega. 6 - Protectoras; Unidade de trabalho em to das as suas formas; Símbolo químico do gálio.'7 - Resistimos; Despachas; Cortina. 8 - Obediência (plural); Capital de um país africano; Prefixo que designa aproximação, aumento. 9 Gelo (plural); Aérea (invertido); Passa do. 10 - Calma (plural); Poema medieval; Elas. 11 - -Mil e cem; Apelido; Duas consoantes iguais; Olhar; Abreviatura da preposição para; 12 - Ribomba (invertido); Um dos Estados da América; Nome demulher. 13 - Fiel; Nome de mulher; Goze. 14 - Sinal ortográfico (plural), Peixe que se cria espe 1 2*3 4 , 7a 0101112131415 2 3 4 8 o 10 11 13 14 10 Ia 17 10 ao cialmente nos mares do norte (plural); Tu. 15 - Puros; Símbolo químico do ouro (invertido); Isoladas; Filtra. (Colaboração de «Pachola» - Maputo) SABIA QUE Segúndo oscálculos do Observatório Astronómico da Univer -idade de Letónia, foi determinado o diâmetro do sistema solar, o qual é representado por 0,2 anos luz, ou seja 12 500 vezes a distância entre a Terra e o Sol? Para assinalar a vitória daequipa de futebol inglesa «Liver pool United», na Taça da' Europa, um fanático pôs ao filho o nome de todos. os jogadores emcampo? 0 miúdo passou a chamar-se Thomas James Emylyn David Daymond Terence Philip Kcqnneth Stephen Alan Philip Graene Raymond Robert. (Colaboração de Nina M. - Maputo) TEMPO N. 428-pág. 0 f~at~i

SABER NÃO OCUPA LUGAR (Sublinhe com um traço a resposta correcta) O que é que nos pertence Mas que os outros usam mais do que nós? Meu nome começa numa ponta E numa ponta há-de acabar. Se vos cigo o nome todo Metade vem a faltar. o que é? Verde foi o,, meu nascimento, Amarelo o meu viver De vermelho me vesti Quando estive para morrer. Quem sou eu? (Colaboração de Ana dos Anjo. Cassamo - Maganja da Costa) Sou de longe, longe venho. Não sou feio nem bonito .Tudo quanto tenho dou Com tudo o que tenho fica. V Saias sobre saias, Saínhas sob're saínhas Não és tu que adivinhas, Neste ano nem no que vem Salvo se tu disser alguém (Colaboração de Mindãs Maputo) 1 - Qual a .ave de maior envergadura guia Albatroz Condor 2-Chopin, extraordinário músico polaco, faleceu corn a idade de 39 anos 49 anos 59 anos 3- A flor da' planta, chamada Maguey que morre logo a seguir, leva a desabrochar 3 anos 7 anos 12 anos 4- Quantos anos levaria um carro a chegar ao Sol, andando sem parar a 100 quilómetros horários 150 anos 160 anos 170 anos 5 - Quantos gramas pode suportar, sem partir, um cabelo de homem 130 gramas 180 gramas 230 gramas (Colaboração de «Pachola» - Maputo) ADIVINHAS t emrpo s«, livres HIERÓGLIFOS COMPRIDOS Medida antiga Ocasião 6 letras Nociva Preposição Andava 7 letras 4= 8 letras Oceano Nome próprio 8 letras (Colaboração de, Ismael Taibo Mahom.sd Maputo) M iO~iD QUESTÃO DE RISCOS ANEDOTAS TECOLARECOS O que é que o menino anda a fazer? -Ando a apanhar tecolarecos! -O que é isso? Não sei. Ainda não apanhei nenhum! (Colaboração de Orlando Romão) - Está lá? E o senhor António Manuel? - Mio, não. Daqui é Manuel António. - Oh! Desculpe! Imagine que disquei o número, de trás -para diante! (Colaboraçdo & Minda - Maputo) - Fizeste um risco no carro do pai! -Não faz mal. Ele diz que tem seguro contra todos os riscos! (Colaboração de Multar S41i - Maputo) DEIXE DE RESPIRAR... A senhora vai ao médico e queixa. se de que quando respira sente uma forte dor no peito. Resposta do médico: -Vai ficar. 15 dias sem respirar e depois volte cá... Círculo Pena -,EMrýh N., "Ao- $I

-SUAR ANTES.. , Num hotel de Nova lorque encontrava-se um letreiro que dizia: «É proibido' fumar. Lembre-se do. incêndio de Chi,,ago.»Um engraçado acrescentou: « proibido cuspir. lembre-se das inundações do Mississipi.» (Colaboração de Isac Eugénio Chuma - Maputo) O Manuel pouco tinha estudado para o exame e como tal temia encontrar dificuldades. A caminho da escola e em plena via públicia enýoni tra um anigo que lhe per gunta: -Manuel, porque,.-é que vais tão apressado. Não vês que está muito calor? -Bem, prefiro perder o suor agora para não suar no exame! (Colaboração de Vadinho Santos - Maputo) O pai estava a ler a revist3, deitado na cama, e diz para o filho: -Antoninho, quando eu adormecer venha apagar a luz. . -Está bem, pai. Quando dormir chame-me! (Colaboração de Alito Massequece - Ancuab) SOLUÇ6ES DO NÚMERO, ANTERIOR PALAVRAS CRUZADAS 12 34$é'7S39 10 lI12 156 Ws i -r, 1 AAQLAI- V rA cuOA 5ý ,"' I E~14lMWA IcP- c ,0 Palavra~ de ordem: «Vamos estruturar o Partido.-para vencer a -batalha da produção»,, SABER NÃO OCUPA LUGAR - 1- 9 de Agosto; 2 - Cabo Delgado; 3 - Teto; 4 ,Sofala. - - FRASE FIGURADA galinha enche o papo. Grão a grão, a ADIVINHAS - 1 O botão;:ll - Agulha com linha; 111 - Nenhuma. Os dois foram solda os; IV Está no tempo de comprar outro; V - í a unha. HIERóGLIFOS COMPRIMIDOS - 1 - Tem pos; 2 - Livres; 3.- Papel; 4 - Socialista; 5 Sofala; 6 - Luzir. : WTEMPO N.' 428- pãg. 03 1 E ESTA.. LER A NOITE Cott4v~bV rL Onze milhões de moçambicanos vacinados - Está a chegar ao fim a Campanha Nacional de Vacinação iniciada em Junho de 1976. Noventa e seis por cento do povo moçambicano foi vacinado; um número que excede em treze por cento a média mundial mais elevada. TEMPO N.' 428- pág. 84

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Universidade Eduardo Mondiane CentíO de Informática Material NecessárioPara a Expansão da Rede de Dados Cotação (fonte: Bytes and Pieces, flectrocity e Da Quinta) De: Castro Furvela Fax: 21 494755 Para: Shaista (Faculdade de DireitO) Cell 82 7184690 E-mail shaistamz(yahoo.com.br ITEM DESI NAÇÃO QTD Preço Mt 01 Calha Legrand 105x50mm (Leg nd Trunking) 20m 2.754.00 02 Tampas Flexíveis P/ Calha Legrafld 105x50mm (flex cover) 20m 837.00 03 Separadores para calha Legrand 105x50mm ( Legrand Partition) 15m 465.75 04 Anglos Interiores P/ Calha 105x5Omm (external angle divider) 1 unid 91.80 05 Topos P/ Calha 105x50mm (endfUP) 4 unid 108.00 06 Tampas para os espelhos P/ Calh: 105x0mm ( blaking plat module) 5 unid 135.00 07 Espelhos Simples P/ Calha 105x0mm ( mosaic frame 2M) 15 unid 486.00 08 Junções de tampa frontal de calhýs 105x50(legrand joint body cover) 8 unid 151.20 09 Junções de calhas (legrand joint jrunking cover) 8 unid 432.00 10 Cabo Utpcat5 flexível (UTP cab 1P categorySe flex) 1 roll 2.470.50 11 Tomadas Rj45 para calha 105x5 cmm ( legrand RJ45 soket) 5unid 675.00 12 Fichas Rj45 pacote de 50 unid (IRJ45 cat 5 connectors) 50 un 702.00 13 Botas De Protecão de 50 unid (bots for RJ45 connectors) 50 un 405.00 14 Tomadas de energia P/ calha Leýrand 105x50mm 10 unid 1.080.00 15 Hub tipo Switch 10/100/1000 De8Ports 1 unid 1.242.00 17 Buchas de fixação 1 pac 96.00 18 Cabo PCN 20m 1.100.00 19 Barra de Juncões 16mm 1 unid 60.00 20 Braçadeiras plásticas tipo cinta 1 pac 30.00 21 Fita isoladora 1 unid 45.00 Sub total (Mt) 13.366.25 IVA@I 70% _ 2.272.26 Total (Mt) Maputo, 22 de Fevereiro de 2007 15.638.51

61% %A $ Ulilil Ilim W1111M1IIIIII-4 UIIIIIIII9A1 ,lll[ilmllý