Publicação Anual De Teatro Académico Ano Vi / Distribuição
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
REVISTA FATAL N6Publicação Anual 2013 de Teatro Académico Ano vi / Distribuição Gratuita / Anual Maio 2013 — Abril 2014 REVISTA ÍNDICEFATAL NO FOCO 4 d GERAÇÕES TEUC - 75 ANOS DE TeatrO DOS ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA HISTÓRIAS DO TeatrO UNIVERSITÁRIO PORTUGUÊS 14 d 65 ANOS DE TUP – TeatrO UNIVERSITÁRIO DO PORTO 16 d ENTRE CAOS E CRISTO - 15.º ANIVERSÁRIO DO NOSTER, GRUPO DE teatrO DA UNIVERSIDADE CatÓLICA PORTUGUESA CENÁRIOS 18 d TUT E GTIST, duas HISTÓRIAS DE TeatrO UNIVERSITÁRIO NA UTL ENSAIO 24 d TeatrO COMUNITÁRIO 26 d E SE FÔSSEMOS TER COM ELES? AplausO 30 d PREMIADOS FATAL 2012 PONTO, TEXTOS DRAMÁTICOS 38 d ABAIXO DA CINTURA 40 d ETERNIDADE FICHA TÉCNICA REVISTA FATAL N6 2013 Direcção: O nosso agradecimento ao TEUC, Proprietário, editor e redacção: Núcleo Cultural do DERE, com em especial à Marta Félix, pela Reitoria da Universidade coordenação de Isabel Tadeu ajuda prestada à elaboração de Lisboa Coordenação Editorial: do artigo Gerações TEUC e Alameda da Universidade, Marisa Costa pela cedência de documentos e 1649-004 Lisboa Colaboram neste número: imagens do arquivo do grupo. NIF: 501 535 977 Ágata Alencoão, Ana Bigotte O nosso agradecimento especial Registo: Anotado na Entidade Vieira, António Nóvoa, CITAC a todos os colaboradores que, Reguladora para a Comunicação (Círculo de Iniciação Teatral da pelas suas palavras, contribuem Social Academia de Coimbra), Joana para a divulgação do teatro Depósito: Legal Nº 275380/08 Liberal, João Ferrador, João universitário e da sua história. Periodicidade: Anual Pedro Vaz, Júlio Roldão, Nádia O nosso muito obrigado a todos Tiragem: 1.000 exemplares Sales Grade, Marlise Gaspar, os que, fazendo face a condições Impressão: Soartes, Artes Marta Félix, Miguel Manso, adversas através da criatividade Gráficas, Lda. Paula Garcia, Rafela Bidarra, e da perseverança, continuam Ricardo Seiça Salgado, Rogério a acreditar neste projecto, de Carvalho, Teatro da Academia, possibilitando a publicação de Estatuto Editorial: Tiago Patrício, TUP (Teatro mais um número da Revista O Festival Anual de Teatro Universitário do Porto) FATAL. Académico de Lisboa – FATAL, Fotografias: uma organização da Reitoria Arquivo Noster, Arquivo TEUC, As opiniões, pontos de vista da Universidade de Lisboa, tem Arquivo TUT, Ana Banha, Ana e informações constantes vindo a desempenhar um papel Rojas, Hélio Neto, Isabel Brison, dos textos publicados são da de crescente importância no Joana Saboeiro, Manuel Pata, responsabilidade dos respectivos âmbito do Teatro português, Maria Albuquerque, Miguel autores. nomeadamente, no contexto Carriço, Ricardo Basílio, Sofia do Teatro Universitário. Quintas, Tânia Araújo, Teresa Neste sentido, a Reitoria da Teixeira,Tiago Mota, Tiago Universidade de Lisboa sentiu- Froufe. se incentivada a criar e editar a Planeamento de conteúdos: Revista FATAL, uma publicação Isabel Tadeu, Marisa Costa, Rui anual nacional de temática Teigão cultural dedicada ao Teatro, Revisão, tradução e edição de Teatro Universitário e às Artes conteúdos: Performativas. Tendo por Ana Sofia Oliveira (estágio objectivo central a divulgação FLUL), Marisa Costa, Miguel destas artes, e dos seus agentes, Nunes (estágio FLUL), Zeila dos no nosso país, a Revista FATAL Santos (estágio FLUL) destina-se ao público jovem Projecto: e universitário, a pessoas Álvaro Áspera, Isabel Maçana ligadas à área teatral e artes do Bruxo, Marisa Costa, Rui Teigão espectáculo e ao público em geral Projecto Gráfico: A Revista FATAL publicará Alpha/ RPVP Designers artigos dedicados à reflexão, Paginação e Grafismos: ensaio, opinião, entrevistas a Alpha/ RPVP Designers personalidades ligadas ao meio e Capa: outros artigos de divulgação no Fotografia: Arquivo do TEUC, âmbito da temática da revista, Teatro dos Estudantes de e elaborados por colaboradores Coimbra. Design: Alpha/ RPVP convidados. Esta publicação Designers funcionará, simultaneamente, como programa do FATAL, apresentando e divulgando as diversas iniciativas que compõem cada edição do Festival, bem como outros eventos inseridos no âmbito do Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa. A periodicidade será anual, com publicação no mês de Maio. EDITORIAL E a miséria é isso: não imaginar O que é que espera um espectador de um espectáculo de teatro universitário? o nome que transforma a ideia em coisa, O que ambiciona comunicar ao outro, no palco, um actor universitário ou um a coisa que transforma o ser em vida, encenador? Que frutos indizíveis e intransmissíveis recolhe cada indivíduo a vida que transforma a língua em algo confrontado com a experiência do teatro universitário e o que faz com eles? mais que o falar por falar. Talvez a capacidade que o teatro tem de transformar - sociedades, indivíduos, universos vários - seja um conceito pouco contemporâneo aos olhos dos Jorge de Sena 1 especialistas. Talvez. Contudo, não é, de modo algum, propósito destas palavras entrar pelos campos eternamente mutáveis da academia. O teatro universitário, não nos cansamos de dizer, é um espaço de liberdade e de expressão pessoal, um momento único e irrepetível. Quem fez, ou faz, teatro universitário refere, também repetidamente, a possibilidade de transformação que este trouxe, e traz, às suas vidas. Um grupo de teatro universitário celebra 65 ou 75 anos de vida acumulando, história após história, memórias que são indissociáveis das vidas dos seus membros e da história do seu país. Os palcos do teatro universitário são, sem qualquer dúvida, lugares especiais. As palavras contidas num texto, transformadas em organismos vivos na voz de um actor universitário, podem estilhaçar até o coração do mais dormente espectador. As palavras saem a porta do teatro para a rua e ficam a latejar na cabeça enquanto este chega a casa, fecha a porta, pousa as chaves. Terei, também eu, subido ao palco esta noite? murmura. Talvez possamos também partir das palavras desta revista para outros espaços de transformação. Em No Foco e em Contributos para a história do teatro universitário assinalamos os aniversários de dois velhos senhores do teatro universitário português, TEUC e TUP, e de um dos mais recentes grupos de Lisboa, o Noster. No ano em que é criada a nova Universidade Lisboa, vamos também falar-lhe de teatro universitário na Universidade Técnica de Lisboa através das palavras dos encenadores do TUT e do GTIST. Em Ensaio, poderá ficar a saber um pouco mais sobre teatro comunitário, bem como conhecer um projecto recém-criado em torno da história oral dos grupos de teatro universitário. Terminamos este número com dois textos inéditos de Miguel Manso e Tiago Patrício, dois jovens autores nacionais. Deixe-se levar por estas páginas até outros lugares. Tal como no teatro universitário, a vida contida nestes textos é mais do “que o falar por falar”. Marisa Costa, Coordenação Editorial 1 Do poema A miséria das palavras, 1962 (Jorge de Sena, Antologia Poética, 2.ª ed., Porto: Asa, 2001) 4 No foco GERAÇÕES TEUC 75 ANOS DE TeatrO DOS ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA 5 Parece ser consensual a ideia de que o referir Adolfo Gutkin, Ricardo Pais ou TEUC, mais do que um grupo de teatro é Rogério de Carvalho, entre outros, que uma espécie de “escola” - como o próprio levaram a cena autores contemporâneos nome indica, é o Teatro dos Estudantes de especial relevo, tais como Boris Vian, - é um lugar onde se ensina e aprende Marguerite Duras, Strindberg ou o nosso através da partilha de experiências de vida Jacinto Lucas Pires. e de histórias. É o lugar onde tudo parece acontecer em prol de um amor maior, o Todos os que por lá passaram, fizeram-no amor pelo Teatro. com o espírito de desafio, com a vontade de marcar a diferença e de se deixarem marcar A primeira vez que o TEUC subiu ao pelas experiências vividas. Funcionando palco foi em 27 de Julho de 1938. Pela numa lógica de quase “família”, continua mão do Professor Paulo Quintela - que a ser característica do TEUC promover e esteve na direcção artística do TEUC exaltar a criação e o espírito colectivos. durante os primeiros 30 anos - levou-se a cena Gil Vicente, com A Farsa de Inês Marcado por uma história recheada de Pereira, quadros do Auto da Lusitânia e da acontecimentos e vivências únicas, não Farsa do Juíz da Beira e ainda, a Súplica é por acaso que o TEUC é o mais antigo de Cananeia. Numa fase mais inicial, grupo de teatro do país e um dos mais o espectro de autores do TEUC era já antigos da Europa. Em homenagem ao bastante vasto e ia desde os autores do Teatro dos Estudantes de Coimbra que teatro clássico grego (Eurípides, Sófocles, celebra este ano 75 anos de existência, Ésquilo), aos autores modernos (Techkov, o FATAL decidiu recolher alguns García Lorca) ou, ainda, aos reconhecidos testemunhos de pessoas que passaram autores portugueses (Luís de Camões, José pelo TEUC e que por isso são parte da sua Régio, Miguel Torga ou Raúl Brandão). história. É notória a emoção que povoa o testemunho dos Teuquianos que aqui O 25 de Abril representou liberdade para o nos deixam algumas palavras sobre a sua TEUC. Foi no pós-revolução que se deu voz passagem/ aprendizagem no TEUC. Com a textos de intervenção como Portugal com um percurso bastante heterogéneo ao P de Povo ou Arraia Miúda, se encenaram longo dos anos, o Teatro dos Estudantes é o autores polémicos como Bertolt Brecht resultado das pessoas que por lá passaram, e se experimentaram novas formas de os ditos estudantes, directores artísticos, linguagem, com encenadores como José encenadores, dramaturgos, que da sua Oliveira Barata. história fazem parte. Do mais jovem, ao As décadas de 80 e 90 foram marcadas mais antigo Teuquiano, a proximidade e o por um forte experimentalismo e pela carinho com que falam desta sua “escola” é divulgação do teatro além-fronteiras. Dos uma realidade. encenadores que por lá passaram podemos Ágata Alencoão 1 © Arquivo TEUC © Arquivo 6 No foco © Júlio Roldão © Júlio TEUC © Arquivo 2 3 “TEUC, inscreve-te” pelo Fernando Gusmão, sem perder o “nickname” Roldeck que me foi atribuído pelo João Seiça Neves, companheiro Aprendi mais no Teatro dos Estudantes do que na da República Ninho dos Matulões para onde entretanto me Faculdade de Direito.