UNIVERSIDADE DE ÉVORA Mestrado Em Gestão E Valorização
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UNIVERSIDADE DE ÉVORA ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS Mestrado em Gestão e Valorização do Património Histórico e Cultural Ramo de Património Artístico e História de Arte Dissertação Da investigação à valorização do património histórico local: comissários e familiares do Santo Ofício em Arraiolos nos séculos XVII e XVIII Bruno Alexandre Mareca Lopes Orientadora: Prof. Doutora Antónia Fialho Conde Co-Orientadora: Prof. Doutora Fernanda Olival Évora, Junho de 2012 - 1 - - 2 - Mestrado em Gestão e Valorização do Património Histórico e Cultural Ramo de Património Artístico e História de Arte Dissertação Da investigação à valorização do património histórico local: comissários e familiares do Santo Ofício em Arraiolos nos séculos XVII e XVIII Bruno Alexandre Mareca Lopes Orientadora: Prof. Doutora Antónia Fialho Conde Co-Orientadora: Prof. Doutora Fernanda Olival - 3 - - 4 - Aos meus pais, à Elsa, à Mafalda e à Sílvia, ao Paulo, ao Carlos, à Rita e ao Simão - 5 - - 6 - Agradecimentos Trilhar um caminho pela investigação, seja em que área científica for, não se revela uma tarefa fácil. É necessário contar com o apoio de diferentes pessoas e instituições. Por isso, quero aqui expressar os meus agradecimentos àqueles que contribuíram para a conclusão deste trabalho. Em primeiro lugar uma palavra de gratidão às minhas orientadoras, a Prof.ª Doutora Antónia Fialho Conde e a Prof. Doutora Fernanda Olival, cujos conselhos, correcções, e infinitas conversas que tivemos, foram vitais para conseguir alcançar os objectivos definidos para esta dissertação. A ambas o meu muito obrigado. Quero agradecer também à Prof.ª Doutora Conceição Andrade Martins pelo auxílio na análise dos livros de décimas. As suas elucidações foram fundamentais para conseguir analisar aquela documentação, que representou um dos grandes desafios de todo este trabalho. Ao Mestre Carlos Valério, que me prestou auxílio na execução da proposta de valorização patrimonial que esta dissertação encerra, reitero também os meus agradecimentos. Obrigado aos funcionários do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, nas pessoas do Dr. Paulo Tremoceiro e da Dra. Odete Martins, por todo o seu apoio. Igualmente um obrigado à Câmara Municipal e à Biblioteca Municipal de Arraiolos pela facilitação no acesso à documentação do arquivo histórico. Mas este traçar de um percurso pela investigação também é possível por termos ao nosso lado um pilar composto pela família e pelos amigos. Aos meus pais um agradecimento especial, pois eles têm sido a base na construção do meu caminho. Às minhas irmãs pela presença constante e aos meus sobrinhos pela alegria contagiante, todos sempre dispostos a conhecer um pouco mais sobre o meu trabalho. Aos amigos um obrigado também especial, pela presença, pelas conversas, pela partilha. Igualmente agradeço à minha amiga Fernanda Frazão, pelo apoio nos últimos tempos da minha vida e pelos sábios conselhos que me tem sabido transmitir. Um agradecimento especial à Carla Cândido, pela disponibilização constante em ajudar-me no trilhar dos meus objectivos. Não poderia deixar de agradecer à Ofélia Sequeira e à Leonor Garcia, companheiras de dois anos diários de presença na Torre do Tombo. Esta fase marcou, decididamente, as nossas vidas. Ao Miguel Carralas bastará dizer obrigado. - 7 - - 8 - Índice Resumo/abstract .................................................................................................................................... 11 Introdução ................................................................................................................................................. 13 Parte I – Os Agentes do Santo Ofício em Arraiolos 1 – Tipologias e números ........................................................................................................ 33 1.1 – Quantos? ............................................................................................................................. 34 1.2 – Funções e criação ............................................................................................................ 42 1.3 – Nascer e morar/zonas de atracção e influência .................................................. 57 2 – Em busca de indicadores de perfil socioeconómico ................................................. 61 2.1 – Uma primeira aproximação aos comissários e aos notários ........................... 63 2.2 – Pirâmides etárias ............................................................................................................ 74 2.3 – Ricos ou pobres? Rendimentos e estatuto hierárquico ....................................... 79 2.4 – Os casamentos dos familiares ................................................................................... 107 2.5 – Significado social das «fraternidades» .................................................................. 110 2.6 – Sondagem aos reprovados ......................................................................................... 113 3 – A actuação ........................................................................................................................... 121 3.1 – Fluxos de correspondência ......................................................................................... 123 3.2 – A rede inquisitorial em funcionamento ................................................................. 125 3.2.1 – Os comissários e os familiares ................................................................. 130 3.2.2 – Os agentes da escrita .................................................................................. 142 3.2.3 – Notificar depoentes ..................................................................................... 153 3.2.4 – Onde se interrogavam as testemunhas? .............................................. 157 - 9 - Parte II – Da investigação à valorização do património histórico local 4 – Como valorizar o conhecimento da história da Inquisição em Arraiolos? ..... 163 5 – Produção de conteúdos para explorar um percurso local ................................... 171 5.1 – O roteiro «Arraiolos e a Inquisição» ....................................................................... 172 5.2 – A exposição ...................................................................................................................... 177 Considerações finais ............................................................................................................................ 181 Fontes ........................................................................................................................................................ 185 Bibliografia .............................................................................................................................................. 193 Anexos ....................................................................................................................................................... 205 - 10 - Da investigação à valorização do património histórico local: comissários e familiares do Santo Ofício em Arraiolos nos séculos XVII e XVIII Resumo Esta dissertação visa dar a conhecer a rede de agentes da Inquisição no concelho de Arraiolos, entre 1570 e 1773. Apresenta uma caracterização dos comissários e dos familiares do ponto de vista socioeconómico e analisa a respectiva actuação. Por fim, são apresentadas duas propostas para fruição e valorização do património histórico local a partir dos dados recolhidos e analisados: por um lado, uma exposição temporária e por outro a criação de um percurso pedestre pelo centro histórico de Arraiolos, que permitirá aos visitantes conhecerem a localidade sob outro ponto de vista: o da Inquisição. Palavras-chave: Inquisição portuguesa, história local, prosopografia, valorização do património cultural, georreferenciação From the historical research to the local heritage: Comissários and familiares of the Holy Office in Arraiolos (17th and 18th centuries) Abstract This thesis aims to reveal the network of Inquisition agents in the municipality of Arraiolos, between 1570 and 1773. It presents a characterization of the comissários and familiares from the socioeconomic point of view and analyses their activity in the name of the Inquisition. Lastly, two proposals are presented for fruition and valorization of local historical heritage, through data collected and analyzed: on one hand by a temporary exhibition and on the other hand by the creation of a walking route through the historical center of Arraiolos, allowing visitors to know the area from a different perspective: the one of the Inquisition. Keywords: Portuguese Inquisition, local history, prosopography, valorization of cultural heritage, geotagging - 11 - - 12 - Introdução* Estudar o tribunal do Santo Ofício português é estudar uma das instituições com mais impacto no quadro da sociedade portuguesa. A sua actuação marcou, de forma indelével, o espaço social e cultural do Antigo Regime. Embora a historiografia portuguesa tenha privilegiado a temática inquisitorial desde o século XIX, com Alexandre Herculano1, o tema não está esgotado. Neste âmbito, são muitos os territórios, quase desconhecidos, dos historiadores, pois a preferência por temáticas relacionadas com a punição da heresia tem sido marcante. Não se deve esquecer que esta era a verdadeira essência do tribunal. D. João III quando solicitou a Roma a instalação do Santo Ofício em Portugal, na primeira metade do século XVI, pretendia a uniformidade religiosa do reino, controlando as práticas religiosas e comportamentais dos