Bahia: Inquisição & Sociedade
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Bahia: Inquisição & Sociedade Opiniões sobre a obra de Luiz Mott Bahia "Luiz Mott fez na Bahia interessante estudo sobre Os pecados da família na Bahia de Todos o Santos”. Foto: Programa Marília Gabriela Inquisição & Sociedade Carlos Drummond de Andrade, poeta Luiz Mott, 63 anos, paulistano de nascimento, cidadão "Muito obrigado pelo seu trabalho sobre por decreto municipal e estadual de Salvador, Bahia, “BAHIA: INQUISIÇÃO & SOCIEDADE é tema A Inquisição em Ilhéus (que recebi ontem e já li): Piauí e Sergipe. Estudou 8 anos no Seminário dos recorrente na produtiva atividade de intelectual do Dr. é um texto excelente, pesquisa rica de informação, Dominicanos. Licenciado e Bacharel em Ciências estudo sério." Jorge Amado, escritor Sociais pela Universidade de São Paulo, Mestre em Luiz Mott, professor titular de Antropologia da Etnologia pela Sorbonne, Doutor em Antropologia Universidade Federal da Bahia. Rebelde inconformado "Luiz Mott escreve bem o português. Coisa rara pela Unicamp. Professor Titular aposentado do com tratamentos autoritários dos Inquisidores e entre os acadêmicos brasileiros." Paulo Francis, Departamento de Antropologia da Universidade perseguidores de todos os tempos, o autor debruça-se, jornalista Federal da Bahia. Comendador da Ordem do Rio incansavelmente, nos arquivos, em busca de documentos Branco e do Mérito Cultural. Autor de 18 livros e mais "Considero magistral o estudo de L. Mott sobre o que comprovem a maldade humana e a torpeza de de 300 artigos em revistas nacionais e estrangeiras, Cônego João Calmon." Pedro Calmon, Presidente versando sobre escravidão, Inquisição, história da determinadas condutas. Neste livro estão reunidos oito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro homossexualidade, Aids, direitos humanos. Membro estudos publicados em revistas especializadas, da Associação Brasileira de Antropologia; dos "Os estudos de Mott sobre a sexualidade são os mais Institutos Históricos e Geográficos da Bahia, Sergipe e contribuição admirável para a compreensão da Goiás; foi membro da Comissão Nacional de Aids do lamentável atuação do Tribunal do Santo Ofício, em excitantes da historiografia brasileira." Stuart Ministério da Saúde; Secretário de Direitos Humanos quase trezentos anos que esteve presente devassando a Schwartz, brazilianista da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis; Boa Terra. Histórias dramáticas de frades, "Rosa Egipcíaca é um livro de história e antropologia, da Comissão de Direitos Humanos do Ministério da mandingueiros, sodomitas, índios e negros moradores na Justiça; Fundador do Grupo Gay da Bahia, Decano do notável pela erudição em matéria religiosa, um Movimento Homossexual Brasileiro. Bahia, vítimas da Inquisição. Pesquisador competente, trabalho de peso, fundamental." Laura de Mello e Mott transcreve e interpreta centenas de documentos, a Principais publicações: Souza, historiadora Piauí colonial. (Secretaria de Cultura, Teresina, 1985) maior parte deles inéditos, preservados na Torre do Luiz Mott Luiz "O livro de L. Mott sobre a santa africana me O lesbianismo no Brasil. (Editora Mercado Aberto, Porto Tombo, em Lisboa. Trabalho de mérito, que tem o fascinou. É uma das publicações mais importantes Alegre, l987) condão de revelar verdades desconhecidas para os que se que saíram ultimamente acerca da história religiosa A Inquisição em Sergipe. (Fundesc, Aracaju, 1989) interessam pelo conhecimento, nu e cru, dos bastidores do Brasil." Eduardo Hoornaert, historiador Rosa Egipcíaca: uma santa africana no Brasil. da história.” Profa.Consuelo Pondé de Sena, Diretora do (Ed.Bertrand do Brasil, Rio de Janeiro, l993) Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Escravidão, homossexualidade, demonologia. (Editora Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. "Mott é pesquisador cuidadoso e observador arguto. Icone, São Paulo, l988) Conta a história de maneira envolvente, às vezes O sexo proibido: virgens, gays e escravos nas garras da com humor, outras com indignação, nunca com Inquisição. (Ed.Papirus, Campinas, 1989) indiferença." João José Reis, historiador Homofobia: a violação dos direitos humanos dos gays, ISBN 978-85-232-0580-5 lésbicas e travestis no Brasil. (Editora IGLHRC, São Francisco, 1997) Crônicas de um gay assumido. (Editora Record, RJ, 2003) Luiz Mott Sergipe colonial e imperial. (Editora Univ. Federal de Sergipe, Aracaju, 2008) 9 788523 205805 UNIV E RSIDAD E FE D E RAL DA BAHIA RE ITOR Naomar de Almeida Filho VI ce - RE ITOR Francisco José Gomes Mesquita EDITORA DA UNIV E RSIDAD E FE D E RAL DA BAHIA DIR E TORA Flávia Goullart Mota Garcia Rosa CONS E LHO EDITORIAL TI T ULARES Angelo Szaniecki Perret Serpa Caiuby Álves da Costa Charbel Niño El Hani Dante Eustachio Lucchesi Ramacciotti José Teixeira Cavalcante Filho Alberto Brum Novaes SUPLEN T ES Antônio Fernando Guerreiro de Freitas Evelina de Carvalho Sá Hoisel Cleise Furtado Mendes Maria Vidal de Negreiros Camargo Luiz Mott EDUFBA Salvador - BA 2010 ©2010 by Luiz Mott Direitos para esta edição cedidos à Editora da Universidade Federal da Bahia. Feito o depósito legal. 1ª Reimpressão, 2010. PROJETO GRÁFICO E CAPA Lúcia Valeska Sokolowicz PREPARAÇÃO DE ORI GINAIS, REVISÃO E NORMALIZAÇÃO Tânia de Aragão Bezerra Magel Castilho de Carvalho GRAVURA DA CAPA D. Sebastião Monteiro da Vide, 5º Arcebispo da Bahia, In: Vida chronologica de S.Ignacio de Loyola, de Francisco Mattos, Lisboa, 1718. Sistema de Bibliotecas - UFBA Mott, Luiz. Bahia : inquisição & sociedade / Luiz Mott. - Salvador : EDUFBA, 2010. 294 p. : il. ISBN 978-85-232-0580-5 1. Inquisição - Bahia - História. 2. Bahia -História eclesiástica. 3. Bahia - Vidas e costumes sociais. 4. Santo Ofício da Inquisição dos Reinos de Portugal I. Título. CDD - 272.2098142 Editora filiada à: Rua Barão de Jeremoabo s/n – Campus de Ondina 40.170-115 Salvador – Bahia – Brasil Telefax: 0055 (71) 3283-6160/6164/6777 [email protected] - www.edufba.ufba.br Sumário 7 Prefácio 11 Introdução 19 Capítulo 1 Primeira visitaÇÃO DO SANTO OFÍCIO À BAHIA: 1591 31 Capítulo 2 UM DOMINICANO FEITICEIRO EM SalvadOR COLONIAL (1713) 43 Capítulo 3 O CÔNEGO JOÃO CALMON, COmissáriO DO SANTO OFÍCIO NA BAHIA setecentista 65 Capítulo 4 TOrtura DE escravOS E HERESIAS NA CASA da TORRE 101 Capítulo 5 QuatrO MANDIGUEIROS DO sertÃO DE JacOBINA NAS garras da INQUISIÇÃO 121 Capítulo 6 Desventuras DE UM degredadO SODOmita NA BAHIA seiscentistA 173 Capítulo 7 A INQUISIÇÃO EM ILHÉUS (1574-1774) 195 Capítulo 8 OS ÍNDIOS DO SUL da BAHIA: POpulaÇÃO, ECONOMIA E SOciedade (1740-1854) Prefácio Prefaciar um livro do Professor Dr. Luiz Mott, meu colega e amigo do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filo- sofia e Ciências Humanas da UFBA, é uma honra que me cumula de satisfação. Satisfação por observar que o ilustre professor e pes- quisador continua a produzir, com seu perfil de trabalhador incan- sável, sempre disposto a adquirir conhecimentos e transmiti-los a todos aqueles que não têm o privilégio de acumular e sedimentar tão vasta cultura. Este novo trabalho de Luiz Mott é um tema recorrente na sua atividade de intelectual produtivo, rebelde inconformado com tra- tamentos autoritários dos inquisidores e perseguidores em todos os tempos. Daí debruçar-se, incansavelmente, nos arquivos, em busca de documentos que comprovem a maldade humana e a torpeza de determinadas condutas. O Tribunal do Santo Ofício, também conhecido como San- ta Inquisição, em Portugal, fundado em 1536, inicia sua atuação desde 1546, na Bahia. O primeiro processo aqui ocorrido data desse último ano. Foi movido contra o donatário da Capitania de Porto Seguro, Pero de Campos Tourinho, sob a acusação de que não guardava os dias santos e auto-proclamava-se rei e papa de sua capitania, por cujos motivos foi enviado preso para o Tribunal de Lisboa. Em 1591 e 1618, ocorreram na Bahia a primeira e segunda Vi- sitações do Santo Ofício, num total de 500 denúncias e confissões de pessoas suspeitas, além de réus incursos em “crimes contra a · 7 · fé”: heresias, judaísmo, protestantismo, feitiçarias, irreligiosidade, assim como “crimes contra a moral sexual”, sodomia, bigamia e a imoralidade sacerdotal. O livro de Luiz Mott tem o objetivo de reunir estudos publica- dos pelo autor, em revistas especializadas, entre 1986-1995, o que se traduz em contribuição admirável para a compreensão do lamen- tável episódio em quase trezentos anos de atuação nesta terra. Pesquisador competente, o autor transcreve e interpreta cen- tenas de documentos, a maior parte deles inéditos, preservados na Torre do Tombo, em Lisboa. Não escapando de privilegiar as- suntos da sua preferência, Luiz Mott selecionou casos de feitiçaria, sodomia, heresias, assinalando os instantes mais cruéis da história inquisitorial na Bahia , com ênfase na primeira Visitação. Não se limitou, assim, a uma abordagem parcial do tema, ampliando seu marco cronológico até os finais do século XVIII, numa profusão de informações até então irreveladas por qualquer outro pesquisa- dor. Enriqueceu o seu estudo com o relato de casos ocorridos em várias regiões da Bahia, a exemplo de Salvador e seu Recôncavo, contemplando ainda o sertão de Jacobina e a Capitania de São Jorge dos Ilhéus. Iniciou suas considerações com a Primeira Visitação do Santo Ofício, oficialmente instalada na Bahia aos 29 de julho de 1591. Numa sequência cronológica segura, relacionou vítimas e acusações julgadas por aquele Tribunal, sendo relevante a descrição do Auto- de-Fé, pela primeira vez celebrado na Bahia e no Brasil, cerimônia realizada no dia 28 de julho de 1591. A lamentável convocação mobilizou por volta de sessenta