Universidade Do Estado De Santa Catarina – Udesc Centro De Ciências Humanas E Da Educação – Faed Curso De História
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO – FAED CURSO DE HISTÓRIA FABIO BERLINGA O SUPORTE E O FORMATO: O ROCK BRASILEIRO E AS TRANSFORMAÇÕES DA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA NA ENTRADA DA ERA DIGITAL (1980-2000) FLORIANÓPOLIS – SC 2016 FABIO BERLINGA O SUPORTE E O FORMATO: O ROCK BRASILEIRO E AS TRANSFORMAÇÕES DA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA NA ENTRADA DA ERA DIGITAL (1980-2000) Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em História do Tempo Presente do Centro de Ciências Humanas e da Educação, da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em História. (Linguagens e identificações.) Orientador: Prof. Dr. Rafael Rosa Hagemeyer. FLORIANÓPOLIS - SC 2016 B Berlinga, Fabio Augusto 514s O suporte e o formato: o rock brasileiro e as transformações da indústria fonográfica na entrada da era digital (1980-2000) / Fabio Augusto Berlinga. - 2016. 216 p. ; 21 cm Orientador: Rafael Rosa Hagemeyer Bibliografia: p. 213-216 Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Humanas e da Educação, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2016. 1. Rock brasileiro. 2. Música – História - Brasil. 3. Som - Registro e reprodução – Brasil. I. Hagemeyer, Rafael Rosa. II. Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em História. III. Título. CDD: 781.660981 – 20.ed. Ficha cata lográfica elaborada pela Biblioteca Central da UDESC AGRADECIMENTOS Assim como marcos históricos não são rígidos nem definitivos, não consigo estabelecer o momento exato em que esta pesquisa começou. Pode ter sido na década de 1970, quando ainda criança vi Elvis Presley pela primeira vez na televisão puxando lenços do pescoço e atirando para as meninas da plateia – subia no sofá da sala da minha casa em Santo André (SP) e repetia o gesto com minha mãe pegando os panos de prato e gritando como as fãs de Presley. Ou quando assisti ao primeiro Rock in Rio também pela televisão. Meu irmão e eu pegávamos uma vassoura cada um para cantar “Óculos” dos Paralamas do Sucesso – irmão mais velho, eu tinha o direito de ser o Herbert Vianna enquanto ele ficava com o papel de Bi Ribeiro. Quando aquela geração de bandas apareceu, decidi que queria fazer aquilo. A falta de dedicação e talento não permitiram que o sonho se concretizasse. Outro marco possível poderia ser minha entrada para a indústria fonográfica, em 1990, na primeira loja de discos em que trabalhei, a Bienal Discos, em Sorocaba, interior de São Paulo. Passei doze anos naquela vida e ouvi tantos discos quanto pude. Meu sonho à época era trabalhar numa das multinacionais da indústria. Mas a falta de um curso superior não me permitiu ir além do varejo. Então, em 2000, fui fazer jornalismo para ver se um dia conseguia trabalhar na redação da Bizz, ganhar muitos discos, falar sobre música, conhecer artistas e influenciar pessoas. Quando terminei o curso, a revista, se já não havia fechado, respirava por aparelhos – assim como o mercado fonográfico como o conhecera. Mas àquela altura, meu interesse pela música já não era mais o mesmo. Seria mais justo, talvez, situar o marco no final da primeira década dos 2000, quando conheci um casal de historiadores formado nesta universidade e em processo de doutoramento em São Paulo, Luísa Tombini Wittmann e Marcelo Téo. Nas muitas de nossas idas ao Guarujá aos domingos, acompanhados de beliscos e cervejas matinais, conversávamos muito sobre minhas ideias para um livro sobre mercado fonográfico: “Bah, Fabão, isso dá um mestrado!” Não só deram a ideia, como me ajudaram a formatar meu projeto e a estudar para o processo seletivo para este programa de pós- graduação – o que faz com que esta dissertação também lhes pertença. Não os teria conhecido sem antes conhecer minha companheira por dez anos, Ana Paula Sousa, uma catarinense que encontrei numa emissora de TV no interior de São Paulo. Agradeço pelo amor, companheirismo e paciência que ela me dedicou durante todos aqueles anos – fraternalmente, o amor ainda permanece. Agradeço também meu orientador Rafael Hagemeyer, pela dedicação e paciência das quais nem sempre fui merecedor. Apesar de as informações e reflexões apresentadas nesta dissertação, com seus acertos e equívocos, serem de total responsabilidade deste pesquisador, sem tal orientação elas não se materializariam em texto. Assim como sou grato aos professores com quem tive contato e também contribuíram, cada um à sua maneira, para o aprimoramento da minha vida acadêmica: Cristiani Bereta da Silva, Emerson César de Campos, Janice Gonçalves, Mara Rúbia Sant'Anna, Márcia Ramos de Oliveira, Maria Teresa Santos Cunha, Rogério Rosa Rodrigues e Silvia Maria Fávero Arend. Especialmente a dois deles, Emerson e Márcia, cujos direcionamentos propostos na banca de qualificação foram fundamentais para a conclusão desta dissertação. Minha gratidão também, pela ajuda e amizade, aos meus colegas de turma neste mestrado, nas pessoas de Flávio Gentil, Hudson Neves, Karla Schutz, Luisa Rita, Mariane Martins, Marla Luiza, Murilo Rosa, Wellinton Correa e Zaia Freira. Aos 45 do segundo tempo, algumas pessoas prestaram preciosa solidariedade a este pesquisador em forma de conselhos e conhecimentos técnicos em formatação, pelo que agradeço a Marcos Kiambu, Lucas Villela, Daniel Saraiva e Bianca Nóbrega. Obrigado também, Letícia Bombo e Felipe Beux, pela amizade e força de todos esses anos. E todas as pessoas que concordaram em dar entrevistas para esta pesquisa, inclusive aquelas cujos depoimentos não entraram no texto final desta dissertação: Airton Valadão Rodolfo Júnior, Antonio Medeiros Simas, Antonio Vilmar Walter, Gai Sang, Joao Antunes, Kid Vinil, Luciano Marcello, Marcelo Bonfá, Mario C. T. Silva e Pena Schmidt. Por último, e mais importante, agradeço à minha família, Erenita, Marcos e Alcides (in memoriam) pelo carinho, apoio e tudo mais, como sempre – principalmente nas horas de improdutividade, depressão e desespero que pontuaram a redação desta dissertação. Não há palavras e nem fluência que deem conta de dizer o quanto amo vocês. Os sistemas de marketing e distribuição estão no meio de uma enorme guinada, e por volta do final desta década creio ser improvável que qualquer uma das atuais gravadoras ainda esteja no negócio. Com todo o respeito a todos os envolvidos, isso não seria uma grande perda. A música sempre vai achar um caminho até nós, com ou sem negócios, política, religião, ou qualquer outra baboseira ligada a ela. Eric Clapton, 2007 RESUMO Esta pesquisa aborda as transformações na indústria fonográfica brasileira a partir da introdução e estabelecimento do CD como único suporte para distribuição e comercialização de música gravada no país na década de 1990 e suas implicações nas trajetórias das bandas brasileiras de rock oriundas da década anterior. O primeiro capítulo fala sobre as relações entre o desenvolvimento das tecnologias de gravação e reprodução e a formatação da canção e do álbum enquanto produtos da indústria cultural. No segundo, aborda as origens e a consolidação da indústria fonográfica brasileira e o estabelecimento de suas práticas de mercado. O terceiro e último capítulo trata do processo de digitalização da música e de suas consequências para a reconfiguração da indústria fonográfica brasileira e nas relações desta com os artistas. Palavras-chave: Indústria fonográfica. Álbum. Disco. ABSTRACT This research studies the changes in the Brazilian music industry from the introduction and establishment of the CD as the sole support for music distribution and sales in the country in the 1990s and its implications in the trajectories of Brazilian rock bands coming from the previous decade. The first chapter talks about the relationship between the development of recording and playback technology and the format of the song and the album as the culture industry. In the second, the origins and consolidation of the Brazilian music industry and the establishment of their market practices. The third and final chapter deals with the music scanning process and its consequences for the reconfiguration of the Brazilian music industry and the relationships of this with the artists. Keywords: Music industry. Album. Record. LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Fusões na indústria fonográfica 1928-1945...........38 Quadro 2 - Fusões na indústria fonográfica 1969-1993...........41 Quadro 3 - Vendas na indústria fonográfica 1966-1980..........44 Quadro 4 - Comércio e Faturamento 1989-1995.....................84 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................23 2 MÚSICA-MERCADORIA..................................... 35 2.1 INDÚSTRIA FONOGRÁFICA BRASILEIRA........59 2.2 CONSOLIDAÇÃO E PRÁTICAS DE MERCADO..67 3 DIMENSÕES MATERIAL E ARTÍSTICA..........77 3.1 INDÚSTRIA E SHOW BUSINESS..........................77 3.2 RUÍDOS.....................................................................83 3.2.1 Caminho suave à margem da indústria.......................86 3.2.2 Equalização do material e do artístico........................92 3.2.3 A mão pesada da indústria........................................103 3.3 DIGITALIZAÇÃO E NOVOS PARADIGMAS.....119 3.3.1 Pirataria....................................................................135 3.3.2 Relançamentos e revival dos oitentistas...................141 4 REEMBALAGEM.................................................153 4.1 DIFUSÃO DA MÚSICA-MERCADORIA.............155 4.2 VEJA ESSA CANÇÃO...........................................169 4.2.1 Imagem da música-mercadoria................................171