Billeter vs. Jullien: Retrato de uma disputa... Revista de Filosofia do IFCH da Universidade Estadual de Campinas, v. 3, n. 7., jul./dez., 2019. Billeter vs. Jullien: Retrato de uma disputa sobre a influência da China tradicional em sua contemporaneidade Billeter vs. Jullien: Portrait of a dispute over the influence of traditional China in its contemporaneity Cristiano Mahaut de Barros Barreto (UFF)
[email protected] Resumo: O presente artigo analisa o debate virulento entre os sinólogos francófonos François Jullien e Jean-François Billeter entre 2006 e 2008, propondo uma linha de contraste ao longo de três eixos: a relação do pensamento chinês e o Estado, a idealização do pensamento chinês e sua objetificação e a questão da tradução e linguagem na abordagem dos textos chineses. Se por um lado verificamos diversos pontos de concordância entre os dois autores a despeito da retórica envolvida, por outro destacamos profundas diferenças em suas concepções de filosofia, linguagem e China. Esse contraste, argumentamos, está diretamente relacionado à contradição intrínsica da filosofia comparativa, que carrega como pano de fundo a problemática da alteridade, e seus argumentos têm profundo impacto na maneira como praticamos a sinologia e entendemos a filosofia. Palavras-chave: China; sinologia; François Jullien; , Jean-François Billeter; alteridade Abstract: This article analyzes the virulent debate from 2006 to 2008 between French-speaking sinologists François Jullien and Jean-François Billeter along a tripartite line of contrast: the relationship between Chinese thought and the Chinese State; the idealization of Chinese thought and its reification; and the question of translation and language when dealing with the Chinese texts.