Ernesto Bozzano Animismo Ou Espiritismo.Pdf -.:: Biblioteca Virtual
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WWW.AUTORESESPIRITASCLASSICOS. COM LIVRO DE ERNESTO BOZZANO ANIMISMO OU ESPIRITISMO???? PREFAÇÃO CAPITULO I Animismo ou Espiritismo? CAPITULO II Os poderes supranormais da subconsciência podem circunscrever-se dentro de limites definidos CAPITULO III As comunicações mediúnicas entre vivos provam a realidade das comunicações mediúnicas com defuntos CAPITULO IV Dos fenômenos de bilocação CAPITULO V Não é verdade que o Animismo utiliza, as provas em favor do Espiritismo CONCLUSÕES PREFAÇÃO Devo, antes de tudo, informar o leitor acerca das origens e da natureza do presente Livro, que não é uma obra nova, no verdadeiro sentido do termo, e que jamais tive idéia de escrever. Eis como se passaram as coisas. O Conselho Diretor do Congresso Espírita Internacional, de Glasgow, que se reuniu na primeira semana de Setembro do corrente ano (1937), me escreveu, convidando-me a dele participar pessoalmente, oferecendo-me o cargo honorífico de vice-presidente do mesmo Congresso e pedindo que eu enviasse um resumo da minha obra, em torno do tema: Animism or Spiritualism: Which explains the facts? (Animismo ou Espiritismo! Qual dos dois explica o conjunto dos fatos) Formidável encargo, pois que se tratava de resumir a maior parte da minha obra de quarenta anos. Mas, de súbito, o tema se me apresentou teoricamente muito importante. Aceitei então, sem hesitar, o convite e, como escasso era o tempo e vasta a tarefa, pus-me a reunir todas as minhas publicações sobre o assunto: livros, monografias, opúsculos, artigos lançando-me sem demora ao trabalho. Do resumo ficou excluída uma importante seção da minha obra, porque o desenvolvimento do tema exigia que eu confutasse, baseando-me em fatos, a inefável objeção anti- espirítica segundo a qual, não se podendo assinar limites às faculdades supranormais da telepatia, da telemnesia, da telestesia, também nunca será possível demonstrar-se experimentalmente, portanto, cientificamente, a existência e a sobrevivência do espírito humano. Como se sabe, essa gratuita objeção se refere exclusivamente aos casos de identificação espirítica, baseada nos informes pessoais fornecidos pelos defuntos que se, comunicam, casos que perderiam todo o valor demonstrativo, desde que resultasse fundada a referida objeção, porquanto, então, seriam explicáveis em massa, com os poderes da subconsciência, os quais chegariam a extrair os...aludidos informes das subconsciências dos vivos que, embora distantes, houvessem conhecido os mencionados defuntos (telemnesia). Nessas condições, se eu quisesse eliminar preventivamente toda possibilidade de crítica às conclusões expostas no presente trabalho, necessário se fazia não levar em conta as minhas pesquisas sobre casos de identificação espirítica, da natureza indicado, e não levar em conta, tão-pouco, os meus laboriosos esforços de análise comparada acerca das mensagens em que os defuntos descrevem o ambiente em que se encontram. Assim foi que procedi, chegando desse modo afazer emergir, baseada nos fatos, uma verdade metapsíquica que, conquanto evidentissima, era miseramente esquecida pelos propugnadores da objeção em causa. Aludo ao fato de que as provas de identificação espirítica, fundadas nas informações pessoais fornecidas pelos defuntos que se comunicam, longe de serem as únicas que se podem conseguir para a demonstração experimental da sobrevivência, mais não são do que simples unidade de prova, entre as múltiplas provas que se podem extrair do conjunto dos fenômenos metapsíquicos, mas, sobretudo, das manifestações supranormais de ordem extrínseca, as quais, de ninguém dependendo, resultam independentes dos poderes da subconsciência. Tais, por exemplo, os casos das aparições dos defuntos quando ainda no leito de morte e os das aparições dos defuntos pouco depois da morte, assim como outras importantes categorias de fenômenos metapsíquica, que reuni e comentei no extensíssimo e resolutivo Capítulo V do presente trabalho: Noutros termos: procedendo desse modo, logrei demolir a única hipótese de que dispunham os opositores para, de certa forma, neutralizarem a interpretação do alto mediunismo, hipótese que, embora absurda e insustentável, parecia embaraçosa, visto que, por ser indemonstrável, se tornava irrefutável. Ver-se-á, porém, que, ao contrário disso, cheguei igualmente a demoli-la, estribando-me nos fatos, de sorte que, à questão que me foi proposta: Animismo ou Espiritismo, qual dos dois explica o conjunto dos fatos fácil se me tornou responder, nos termos seguintes: Nem um nem outro logra, separadamente, explicar o conjunto dos fenômenos supranormais. Ambos são indispensáveis a tal fim e não podem separar-se, pois que são efeitos da uma causa única e esta causa é o espírito humano que, quando se manifesta, em momentos fugazes, durante a encarnação, determina os fenômenos anímicos e, quando se manifesta mediunicamente, durante á existência desencarnada, determina os fenômenos espirítico . Esta e unicamente esta a solução legítima do grande problema, dado que ela se apresenta como resultante matemática da convergência de todas as provas que advêm da coletânea metapsíquica, considerada em seu conjunto. Acredito, portanto, haver produzido um labor profícuo, a serviço da causa da Verdade, labor cujo desenvolvimento se revela praticamente mais formidável do que tudo quanto eu imaginara, pois não tardei a me aperceber de que as argumentações e os comentários sobre os casos, na forma especial que lhes eu dera, não se adaptaram a um trabalho de síntese geral. De sorte que tive de remanusear, de remanusear um pouco por toda parte. Ora, refazer é mais difícil do que fazem. Como quer que seja, ,agora que concluí, muito me alegra que o Conselho Diretor do Congresso de Glasgow me haja levada a resumir-me a mim mesmo, porquanto da síntese de muitas publicações minhas, longas, breves, de ocasião, condensadas num livro, de pequeno porte, some incontestável a solução espírita do mistério do ser. CAPITULO I Animismo ou Espiritismo? As faculdades supranormais subconscientes independem da lei de evolução biológica Foi no ano de 1891 - data para mim memorável - que pela vez primeira me pus em contacto com as pesquisas psíquicas e isso se deu por obra do professor Ribot, diretor dá Revue Philosophique, o qual espontaneamente me enviou o primeiro número dos Annales des Sciences Psychiquea, em que se falava de telepatia. Essa fortuita coincidência decidiu para sempre do meu futuro de escritor e de pensador. Uma vocação predominante me havia, ao invés, conduzido a ocupar-me, exclusiva e apaixonadamente, de filósofa científica e Herbert Spencer era, naquele tempo, o meu ídolo. Durante dois anos, eu estudara, ininterruptamente, anotara, classificara com imenso amor todo o conteúdo do seu imponente e enciclopédico sistema filosófico, para, em seguida, lançar-me de corpo e alma nas lutas do pensamento, empenhando-me em polêmicas com quem ousasse criticar os argumentos e as hipóteses que o meu venerado Mestre formulara. Transformara-me em apóstolo do meu ídolo, o que significa que em tudo pensava e sentia como Herbert Spencer e a concepção mecânica positivista do Universo era a minha profissão de fé. Acrescente-se que, ao passo que admirava a suprema sabedoria do grande filósofo, que intencionalmente se apartara do grosseiro materialismo imperaste no seu tempo, dedicando a primeira parte dos seus First Principies à teoria do Incognoscível e afirmando com isso o próprio agnosticismo em presença do enorme mistério do ser; ao passo - digo - que admirava a suprema sabedoria daquele que assim se comportava, a síntese conclusiva das minhas concepções filosóficas gravitava decisivamente, nada obstante, nas órbitas dos Buchner, dos Maleschott, dos Haeckel, que negavam a existência de um Ente Supremo e a sobrevivência humana. Nessa conformidade, defendia eu, nas revistas filosóficas, esse ponto de vista com apaixonado ardor, correspondente, em tudo, ao que mais tarde viria a demonstrar em defesa de uma causa diametralmente oposta, porém infinitamente mais reconfortante. Pareceu-me oportuno começar lembrando esse período do meu passado filosófico, porque o vigor com que agora defendo a causa espiritista a alguns se afigura indício manifesto de que a firmeza das minhas convicções, longe de exprimir a síntese de profundas pesquisas em torno dos fenômenos supranormais, é devida à invasão de um misticismo congênito, perturbador de todo juízo sereno. Nada mais distante da verdade: não existe, nem nunca existiu em mim indício de misticismo e o fervor com que defendo as minhas presentes convicções filosóficas é apenas expressão do meu temperamento de escritor. Tanto assim que, quando militava nas fileiras dos pensadores positivista- materialistas, sustentava com igual ardor apaixonadas as minhas convicções filosóficas de então. Dito isto, entro, sem mais, no assunto. Como já disse, há quarenta anos que me dedico a pesquisas psíquicas; mas, nos primeiros nove anos, nada escrevi a respeito, porque de pronto medira a formidável complexidade da nova Ciência da Alma e, conseguintemente, compreendera a necessidade de penetrar nela a fundo, remontando-lhe às origens, investigando-a na história dos povos civis, bárbaros; selvagens, bem como experimentando a todo custo. Por essa misteriosa lei que casualmente aproxima um do outro indivíduos que têm fortes afinidades intelectuais e aspirações científicas do mesmo sentido, cheguei presto a constituir em Gênova um grupo escolhido de estudiosos da matéria, entre os quais o professor Henrique Morselli, o professor Francisco Porro, Luiz Arnaldo Vassallo, grande jornalista e