RELATÓRIO No RL-0309-800-942-MPB-002

EMPREENDEDOR Página PREFEITURA MUNICIPAL DE 1 de FLORIANÓPOLIS – PMF/SC

CONTRATANTE E GERENCIADORA SECRETARIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO E DO CONTRATO SANEAMENTO AMBIENTAL – SMHSA PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB PRODUTO 2: DIAGNÓSTICO DA CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DAS UNIDADES TERRITORIAIS DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO REVISÃO DESCRIÇÃO E/OU FOLHAS ATINGIDAS

PARTE 1 1 DIAGNÓSTICO MEIO FÍSICO

ITEM ORIGINAL REVISÃO A REVISÃO B REVISÃO C REVISÃO D REVISÃO E DATA DE ELABORAÇÃO EXECUTADO POR DATA APROVAÇÃO GTE

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...... 5

1 DIAGNÓSTICO MEIO FÍSICO ...... 5

1.1 LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS ...... 7

1.2 CLIMA ...... 9

1.2.1 Clima regional...... 9

1.2.2 Clima local ...... 11

1.3 Geologia e Pedologia ...... 16

1.3.1 Geologia ...... 16

1.3.2 Pedologia...... 22

1.4 GEOMORFOLOGIA E RELEVO ...... 27

1.4.1 Geomorfologia e Relevo ...... 27

1.4.2 Condições de Suscetibilidade a Processos Erosivos...... 37

1.5 HIDROLOGIA E HIDROGEOLOGIA...... 41

1.5.1 Hidrologia...... 41

1.5.2 Hidrogeologia...... 45

1.6 VEGETAÇÃO ...... 55

1.6.1 Vegetação da Ilha de Santa Catarina ...... 55

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REFÊRENCIAS...... 67

APÊNDICE A – DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP)...... 67

APÊNDICE B – MAPA GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS...... 88

APÊNDICE C – MAPA DE VEGETAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS...... 90

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APRESENTAÇÃO

O presente Relatório é parte integrante da realização de serviços de consultoria para a Elaboração do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico do Município de Florianópolis, e diz respeito às atividades relacionadas ao Produto 2 Relatório contendo diagnóstico com a caracterização física do Município de Florianópolis e das Unidades Territoriais de Análise e Planejamento (UTP).

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1 DIAGNÓSTICO MEIO FÍSICO

Para o Diagnóstico do Meio-Físico do município de Florianópolis e por conseguinte, das Unidades Territoriais de Análise e Planejamento (UTPs), foram tomados como referências trabalhos já realizados no município. A área estudada tem os limites das Bacias hidrográficas elementares, transformadas em UTPs a fim de se facilitar e de propor elementos para o planejamento.

Durante os meses de março e abril foram realizadas atividades relacionadas ao levantamento do meio físico, caracterizando os seguintes elementos: clima, geologia, pedologia, relevo, geomorfologia, hidrologia, hidrogeologia e vegetação.

Para a Elaboração do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico do Município de Florianópolis, o Produto 1 delimitou as Unidades Territoriais de Análise e Planejamento (UTP), essas foram essencialmente demarcadas sobre as bacias hidrográficas elementares. Ainda conforme o Produto 1 ficou delimitada uma sub-divisão na Bacia Hidrográfica de Ratones em três sub-bacias transformadas para o planejamento em três UTPs.

O mesmo processo foi realizado com a Bacia Hidrográfica da Lagoa do Peri ao qual foi realizada uma divisão da bacia que leva em conta as necessidades do abastecimento público pela CASAN.

Na Bacia da Lagoa do Peri foi estabelecido um limite entre a sub-bacia que drena a área do Pântano do Sul (UTP Pântano do Sul) e a sub-bacia que drena a Lagoa do Peri (UTP Lagoa do Peri).

No mesmo sentido a fim de facilitar o planejamento à pequena bacia do Matadeiro e da Ponta do Falcão no sul da Ilha foram integradas a UTP Lagoinha do Leste, sobretudo, por essa ser uma área protegida como Unidade de Conservação e entendendo-se as suas peculiaridades físicas de forma uniforme.

No continente dividiu-se em duas UTP’s, Coqueiros e Estreito, sendo que existem três bacias hidrográficas elementares. Buscou-se novamente pensar no planejamento de cada UTP no sentido de articular as condições físicas e de

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ocupação. Abaixo as UTP’s (conforme apresentada no Produto 1) com as respectivas áreas e o perímetro:

UTP NOMENCLATURA ÁREA m2 PERÍMETRO m 1 FLORIANÓPOLIS 9.361,486 18.196 2 ESTREITO 6.002,156 12.074 3 COQUEIROS 5.782,626 14.881 4 ITACORUBI 28.504,022 26.983 5 LAGOA DA CONCEIÇÃO 85.752,011 60.988 6 SACO GRANDE 17.194,056 22.317 7 CACUPÉ 1.813,874 7.867 8 SANTO ANTONIO DE LISBOA 5.213,534 18.427 9 RIO RATONES 32.386,231 24.570 10 MANGUEZAL DE RATONES 13.717,325 19.112 11 BARRA DO SAMBAQUI 782,785 5.773 12 PAPAQUARA 44.146,773 48.599 13 INGLESES 19.177,681 29.413 14 SANTINHO 5.170,214 20.925 15 JURERÊ 7.564,679 17.653 16 PONTA GROSSA 724,498 4.863 17 PONTA DAS CANAS 2.716,958 9.507 18 PRAIA BRAVA 2.397,759 9.591 19 LAGOINHA DO NORTE 1.800,778 8.544 20 COSTEIRA 3.907,535 11.469 21 RIO TAVARES 49.238,504 36.997 22 MORRO DAS PEDRAS 10.798,994 23.747 23 TAPERA 7.607,564 11.715 24 RIBEIRÃO DA ILHA 21.271,510 40.555 25 LAGOA DO PERI 19.866,974 20.866 26 PÂNTANO DO SUL 16.267,876 23.132 27 LAGOINHA DO LESTE 6.045,293 17.102 28 SAQUINHO 6.203,162 18.628 ATERRO DA BAÍA SUL1 1.603,547 10.467 Quadro 1: Unidades Territoriais de Análise e Planejamento (UTP) e respectivas áreas e perímetros. Fonte: PRODUTO 1.

1 O aterro da Baía Sul, na Ilha de Santa Catarina, não trata-se de uma UTP específica, mas sim de uma diferenciação na tabela apenas para observação dos dados. O Aterro está na análise física dentro da área de duas UTP’s: Florianópolis e Costeira.

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1.1 LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS

O município de Florianópolis está localizado no Estado de Santa Catarina na Região Sul do Brasil. A capital do estado de Santa Catarina ocupa uma área de 438,5 km2 (incluindo os últimos aterros), entre as coordenadas geográficas 27°10’ e 27°50’ latitude sul, e entre 48°25’ e 48°35’ de longitude oeste (FLORIANÓPOLIS, 2008). Florianópolis possui limites geográficos configurados na parte insular e continental. A Ilha de Santa Catarina apresenta 426,6 km2 de área, possui uma forma alongada no sentido norte/sul com 54 km; e com largura máxima de 18 km no sentido leste/oeste. A parte do município que é continental apresenta forma levemente retangular com 11,9 km2 de área (FLORIANÓPOLIS, 2008). (FIGURA 1).

A ilha é individualizada do continente pela Baía de Florianópolis, denominadas baías Sul e Norte, sendo que ocorre um estreitamento de canal com largura aproximada de 500m de largura e uma profundidade máxima de 28 m, sobre o qual foram construídas três pontes que ligam a ilha ao continente (FLORIANÓPOLIS, 2008).

Ao longo do tempo geológico a linha de costa da ilha de Santa Catarina foi modificando-se, principalmente conforme as flutuações do nível do mar, sendo que há 11.000 anos AP2 a Ilha encontrava-se ligada ao continente; e há 5.000 anos AP o nível do mar estava a 2 metros acima do atual, inundando extensas áreas da planície costeira; após a transgressão marinha a ilha configurou-se no que é atualmente, com uma linha de costa bem recortada (OLIVEIRA; HERRMANN, 2001).

OBS: O aterro na parte continental (iniciado em 2008) não consta nesse trabalho de diagnóstico. Por

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Figura 1: Mapa de Localização do Município de Florianópolis Fonte: Organização e elaboração Orlando Ferretti

ser recente e ainda estar em fase de finalização não se dispõe, ainda, de dados concretos. 2 Antes do presente.

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1.2 CLIMA

1.2.1 CLIMA REGIONAL

O litoral catarinense, incluindo Florianópolis, é de clima subquente, com a temperatura média anual superior a 20°C e com um inverno ameno. A temperatura média inferior oscila no mês mais frio entre 15°C e 18°C, e a temperatura média de janeiro entre 24°C e 26°C (NIMER, 1979). Este clima é uma transição entre o clima tropical quente das latitudes baixas do Brasil, e temperado mesotérmico das latitudes médias da região Sul, acaba sendo um prolongamento climático da região Sudeste. Portanto o clima deve ser classificado como subtropical mesotérmico úmido (conforme proposto por Strahler) equivalente ao Cfa de Köppen.

Tanto a uniformidade quanto a unidade das condições climáticas são dadas pelos fatores climáticos dinâmicos. O Sul é uma região sujeita a passagem da frente polar em frontogênese, tornando a região apta a brusca mudança de tempo. A posição marítima determina uma forte e constante concentração de núcleos de condensação nas camadas inferiores de sua atmosfera que, certamente, contribuem para o acréscimo de chuvas em seu território. A predominância da formação florestal no litoral está em perfeita concordância com o caráter úmido do clima regional (NIMER, 1979).

Durante todo ano qualquer parte da Região Sul é constantemente submetida a mudanças de tempo que são divididas em 4 grupos principais, segundo Nimer (1979):

ƒ Estável com temperatura mediana a elevada, sob o domínio do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul;

ƒ Tempo instável de chuvas mais ou menos pesadas que acompanham a passagem da Frente Fria;

ƒ Retorno do tempo estável sob o domínio do Anticiclone Polar que traz tempo ensolarado, umidade relativa baixa e calmaria e;

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ƒ Com o desaparecimento do Anticiclone Polar este último tempo é submetido pelo primeiro, recomeçando novamente o ciclo.

Outros fenômenos como o ENOS ou El Nino (Oscilação Sul) e La Ninã também influenciam o clima na região. Pode-se generalizar como fenômenos da interação atmosfera-oceano, associado à alteração dos padrões normais da temperatura do oceano e dos ventos alísios na região do Pacífico Equatorial. Além desses índices, o fenômeno ENOS pode ser também quantificado pelo Índice de Oscilação Sul (IOS). Este índice representa a diferença entre a pressão ao nível do mar entre o Pacifico Central (Taiti) e o Pacifico do Oeste (Darwin/Austrália). Valores negativos e positivos da Oscilação Sul são indicadores da ocorrência do El Niño e La Nina respectivamente.

La Niña representa um fenômeno oceânico-atmosférico com características opostas ao El Niño, e que se caracteriza por um esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical. Alguns dos impactos de La Niña tendem a ser opostos aos de El Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño apresenta impactos significativos no tempo e clima devido à La Nina.3 Na região sul do Brasil os dois fenômenos são representativos em casos de chuva intensa ou seca prolongada.

Ainda há poucos trabalhos com aprofundamento sobre o efeito local dos fenômenos ENOS, apesar de serem bem caracterizados. No entanto, em trabalho apresentado por Mendonça e Monteiro (1997) os autores demonstram que as precipitações que ocorreram na região costeira e centro sul do Estado de Santa Catarina em novembro de 1991, fevereiro de 1994 e dezembro de 1995 são episódios de precipitações excepcionais concentradas em curto período, causados por sistemas frontais de rápido deslocamento, não estando associados ao fenômeno El Niño, caracterizando-as por chuvas locais de grande intensidade. Portanto, incorretamente muitas vezes fenômenos considerados normais dentro da classificação climática onde está localizado o município de Florianópolis é confundido com efeitos dos fenômenos ENOS.

3 Disponível em . Acesso em: 12/10/2008

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Trabalhos de pesquisa sobre as alterações climáticas regionais ou locais decorrentes do aquecimento global também estão em fase inicial na região. Não foram encontradas pesquisas com caráter analítico para apontar nesse diagnóstico, apenas apontamentos quanto ao Ciclone Extratropical batizado de Catarina que atingiu o litoral do estado em abril de 2004 (FIGURA 2). Entretanto é importante considerar que a criação de áreas protegidas, e, sobretudo, uma rede de áreas protegidas, como a Reserva da Biosfera Urbana4, deve auxiliar a minimizar impactos, no que diz respeito ao conforto climático urbano, a médio e longo prazo.

Os projetos de criação de unidades de conservação, de corredores ecológicos e de áreas verdes em centros urbanos fazem parte da estratégia apontada por organismos internacionais, como a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas Globais (IPCC), para reduzir e atenuar impactos climáticos locais e regionais.

1.2.2 CLIMA LOCAL

O clima do município de Florianópolis é condicionado pelo domínio da massa de ar quente e úmida, a Massa Tropical Atlântica (MTA) e pela influência das Massas de Ar Intertropical (quente) e a Massa Polar Atlântica (MPA, fria), que dão caráter mesotérmico à região. Destaca-se a Frente Polar Atlântica, responsável pelo ritmo de chuvas da Ilha (em geral frontais, pré-frontais e pós-frontais), e que resulta do encontro das massas MPA, responsável pelos ventos Sul e Sudeste, e MTA, responsável pelos ventos Norte e Nordeste (FREYESLEBEN, 1979).

O clima é classificado em subtropical mesotérmico úmido, com verões quentes e invernos amenos. Florianópolis apresenta temperatura média anual de 20,4ºC, com o mês mais quente em janeiro 24.5°C em média, e a média mensal mais baixa registrada no mês de julho em torno de 16,5°C (CARUSO, 1983; M. MONTEIRO, 1991; MENDONÇA, 2002).

4 Categoria do Programa MaB (homem e biosfera) da UNESCO. O projeto para a cidade de Florianópolis apresenta como principal objetivo: Desenvolver um projeto piloto de MaB em ambiente urbano, que ensaie e aplique métodos de uso adequado e desenvolvimento sustentável, nas zonas e amortecimento e transição e de consolidação da zona núcleo da Reserva de Biosfera da Mata Atlântica no território da ilha de Santa Catarina.

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Apresenta chuvas bem distribuídas ao longo do ano sem uma estação seca bem definida, a passagem das frentes frias polares ocasiona bruscas mudanças de tempo atmosférico em qualquer estação. Em função da maritimidade, a umidade relativa do ar é em média de 80%. Os ventos predominantes sopram do quadrante norte, com velocidade média de 3.5 m/s, no entanto os mais velozes e também mais freqüentes sopram do sul com velocidade média de 10 m/s, associados a Tropical Marítima e Polar Marítima do Atlântico. Os ventos sul antecedem a entrada de frentes frias e da Polar Marítima do Atlântico com rajadas chegando até 80 km/h (M. MONTEIRO, 1991; MENDONÇA, 2002).

Em dados do Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa Catarina – CLIMERH, nos últimos 70 anos tem-se a predominância dos ventos Norte (36.92%); seguido pelos ventos de Sudeste (16.92%); Sul (15.77%); Nordeste (10.05%); Noroeste (2.85%) e Sudoeste (1.14%).

Estações sinóticas e/ou meteorológicas na Ilha de Santa Catarina:

ƒ Estação Convencional e de Altitude em Florianópolis junto ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) (junto ao Aeroporto);

ƒ Estação Meteorológica de Observação de Superfície Automática do Itacorubi em Florianópolis (Instituto Nacional de Meteorologia - INMET);

ƒ Estação Meteorológica da UFSC, Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, localizado no Campus Universitário da Trindade próximo a Biblioteca Central;

ƒ Estação Hidrológica da Bacia da Lagoa do Peri (que incluem dados pluviométricos) – Estação de Tratamento de Água da CASAN;

ƒ Estação Meteorológica do Laboratório de Hidráulica Marinha (LAHIMAR) na Barra da Lagoa.

Segue quadro com dados somados das estações de Florianópolis da década de 90 e nos anos de 2005 a 2006.

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PRECIPITAÇÃO VELOCIDADE MÉDIA ANO OU PERÍODO ANUAL (MM) DE VENTO (M/S) 1991 1766,3 3,31 1993 1627,2 3,21 1994 1869,4 3,17 1995 2011,7 3,31 1996 1794,5 3,42 Set/2005 Ago/2006 1108,5 2,41

Quadro 2: Dados de precipitação e velocidade média do vento levantados em pesquisa de Giongo (2007). Fonte: Giongo, 2007. Modificado por Ferretti, 2008.

Importante destacar que em sete meses no ano Florianópolis apresenta valores médios mensais de temperatura de bulbo seco acima de 20°C, com umidade relativa do ar média nestes meses entre 80 a 85%. O horário de ocorrência das temperaturas máximas diárias é entre 13:00 e 14:00 horas com temperaturas mínimas diárias está entre 5:00 h. e 7:00 h. Em Florianópolis a média anual de amplitudes térmicas diárias é maior que 7°C (CARUSO, 1983; MENDONÇA, 2002).

No verão ocorrem chuvas convectivas associadas ao aquecimento do continente. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em 71 anos (1925 a 1995) a média anual de precipitações foi de 1493,12 mm com média de chuvas de 35% no verão (janeiro a março), 25% na primavera (setembro a dezembro), 20% no outono (abril a junho), e 19% no inverno (de julho a setembro) (MENDONÇA, 2002).

Analisando dados de 25 anos, a pesquisadora Maria Lucia Herrmann (1998) concluiu que não é necessário índice pluviométrico excepcional para ocorrer enchentes e escorregamento nas regiões urbanizadas das áreas conurbadas de Florianópolis. A autora verificou que em totais diários inferiores a 40 mm antecedidos por dias chuvosos, ou em torno de 40 mm concentrados em poucas horas, antecedidos por dias secos, foram suficientes para a ocorrência de enchentes moderadas e escorregamentos localizados (HERRMANN, 1998; HERRMANN apud MENDONÇA, 2002).

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Os trabalhos de Dias (2000), Cristo (2002) e Saito (2004) todos orientados por Maria Lucia de Paula Herrmann, apontam que não são por si só os grandes eventos climáticos que vem gerando acidentes como enchentes e, sobretudo escorregamentos, mas a má apropriação e construção sobre o espaço urbano.

Há algum tempo à atmosfera das grandes cidades passou a ser objeto de trabalhos científicos, principalmente por estudos do clima e do conforto urbano. O clima urbano destaca-se pelas diferenças que apresenta em relação ao clima das áreas rurais vizinhas. Acrescentam-se aos fatores geográficos do tempo e clima e a geomorfologia, os fatores urbanos modificando os atributos ambientais.

A altura, densidade e forma das construções mudam a morfologia do solo urbano, influenciando no ângulo de incidência da radiação solar, de modo que podem diminuir ou aumentar a recepção de energia em determinadas áreas da cidade. Nas cidades, os ventos fortes são desacelerados e os fracos acelerados à medida que se movimentam no interior das mesmas.

Mendonça (2002) aponta que nos meses de maio e junho ano de 1987, Sezerino e Monteiro (apud MENDONÇA, 2002), realizaram trabalho de pesquisa com temperaturas do centro de Florianópolis onde destacavam “sintomas” na área urbana do fenômeno conhecido como “ilha de calor” (FIGURAS 3 e 4). Os pesquisadores apontaram ao aumento de temperatura em mais de 1ºC, em alguns pontos da cidade onde há ocupação vertical, ao adensamento e a impermeabilização do solo.

Maurici A. Monteiro em pesquisa exploratória sobre o comportamento das variáveis climáticas na região Sudeste do Morro da Cruz, conseguiu também dados com 1º C de diferença com relação à Estação Meteorológica de Proteção ao Vôo de Florianópolis, da rede Meteorológica do Ministério da Aeronáutica no Aeroporto Hercílio Luz. A pesquisa também detectou o acúmulo de poluição por material particulado e óxido de enxofre situação atribuída a pouca vegetação e constante fluxo de veículos automotores nesses locais (Mendonça, 2002).

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O padrão característico de ocupação do solo urbano com construções verticais de concreto e vidro e cobertura de asfalto e calçados é armazenador e refletor de calor, elevando as temperaturas no interior das cidades. Nas áreas com maior percentual de vegetação, o calor é absorvido e se desprende lentamente durante o dia, por causa da evaporação nas folhas. Já o calor absorvido pelos materiais dentro da cidade se perde somente ao entardecer até a noite causando mal estar nos habitantes. A noite o calor entre os edifícios também dificulta o resfriamento do ar da cidade. (MENDONÇA, 2002, p. 14 e 15).

A professora Magaly Mendonça, em seu trabalho de tese (2002) desenvolveu a medição de temperaturas na área urbana em pontos do município e do continente, analisando diferenças importantes entre os pontos mais urbanizados e áreas em que a vegetação predomina. A autora cartografou como “arquipélagos” de calor e não como o termo tradicional “ilhas de calor”, isso dada à descontinuidade e frações dos espaços mapeados, destacou o caráter multinucleado da urbanização e, sobretudo a compartimentação morfológica como causa. De forma geral, a autora aponta diferenças que podem chegar a mais de 6º C. gerando espaços de calor intenso na cidade. O trabalho da autora aponta temperaturas mais amenas com rápida dissipação do calor ao longo do dia nas áreas verdes próximas ao Maciço Central.

Monteiro (1976) aponta para a necessidade de cidades mais sustentáveis com importante papel da vegetação na conjuntura ambiental, ressaltando que não é só uma questão de valor sentimental ou estético desempenhado pela mata, mas, sobretudo de qualidade ambiental também no entorno desta.

Em virtude do tempo para o levantamento de informações para este diagnóstico (dois meses) não foi possível realizar diagnósticos com levantamento empírico de dados sobre temperatura e pluviometria diretamente nas UTP’S, no entanto recomenda-se que tais dados sejam previstos para e no planejamento das UTP’s. Propõe-se que sejam realizados convênios com universidades e grupos de pesquisa para o estudo mais detalhado (preferencialmente nas quatro estações do ano), sobre a quantidade e distribuição espacial das chuvas, com registro pluviométrico na cabeceira das bacias. Esses dados quando cruzados com a morfogênese do relevo e a declividade podem apontar mais detalhes sobre o risco

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do processo de ocupação e a necessidade de replantio e aumento das áreas de mata, sobretudo a montante.

1.3 GEOLOGIA E PEDOLOGIA

1.3.1 GEOLOGIA

A evolução geológica estrutural do município de Florianópolis está relacionada ao rifteamento5 do supercontinente Gondwana, que ocasionou sua separação e formação do Oceano Atlântico durante o período Cretáceo. A história geológica evidencia o fato que a sua formação encontra-se ainda em andamento, o que implica também em permanente transformação, em importantes modificações geológicas, geomorfológicas e ambientais (CARUSO JÚNIOR 1993; SCHEIBE 2002).

Florianópolis está geologicamente constituída por duas formações básicas: os terrenos rochosos chamados cristalinos e os terrenos sedimentares de formação recente. As rochas cristalinas estão no chamado Embasamento Cristalino ou Escudo Catarinense que ocorre em toda a borda leste do estado, são as rochas mais antigas, datadas desde o Eon Arqueano – ou Proterozóico Superior (mais de 2,5 bilhões de anos) até a Era Paleozóica (aproximadamente 280 milhões de anos) – período do processo de formação das rochas mais antigas as mais recentes. Já os terrenos sedimentares estão em áreas baixas e planas com a chamada cobertura Sedimentar Quaternária (da Era Cenozóica), onde são denominadas “Planícies Costeiras” (FLORIANÓPOLIS, 2004).

Os terrenos cristalinos formam as partes mais elevadas na Ilha de Santa Catarina, destacando-se uma cadeia central de direção N-S e os pontos rochosos que se sobressaem no entorno. Os terrenos sedimentares nas partes baixas formam a planície costeira com depósitos aluviais, dunas, restingas e manguezais (FLORIANÓPOLIS, 2008).

Segue a descrição da geologia presente no município (FIGURA 2), com detalhe das UTP’s no APENDICE A.

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Complexo Granítico-Gnáissico

As rochas cristalinas incluem a suíte intrusiva Pedras Grandes, e a formação Serra Geral e a Formação Cambirela. Compreende rochas graníticas, gnáissicas, e migmatíticas polifásicas, envolvidas nos processos de deformação regional, relacionados ao cisalhamento dúctil e às injeções de magmas graníticos. A composição é granítica, a coloração é acinzentada e a granulometria varia de fina a grosseira. Pode-se distinguir a olho nu o quartzo, o feldspato e a biotita. Apresentam estrutura maciça ou lineada, com variedades porfiroblásticas bastante comuns.

Complexo Canguçu

São granitóides em geral, com estruturas metamorfizadas com xistosidade bem definidas. Ocorrem em Florianópolis no costão dos Ingleses, entre a praia do Santinho e Moçambique e na ponta do Caicanguçu no sul da Ilha (vertente oeste). A foliação é sempre bem visível, de origem cataclástica. Apresenta feições tipicamente migmatiticas. Na figura 2 são representados pela sigla PSc.

Suíte Intrusiva Pedras Grandes

A maior parcela de rochas da Ilha de Santa Catarina é constituída por esse tipo de granito,também denominado Granito Ilha por Caruso Jr. (1993), como pode ser observado no Mapa Geológico (FIGURA 2). Segundo Silva (1987,p.68), “sua composição é quase que exclusiva de granitos 'stricto sensu',exibindo pequena variação composicional.” Essa unidade é caracterizada por constituir-se de corpos graníticos homogêneos, não deformados, mas que apresentam variações texturais de granulação e de coloração. Geralmente são constituídos de granitos e granodioritos de cores rósea a cinza clara, e com granulações bastante variáveis, desde fina até grosseira, e textura equigranular aporfirítica, localmente com

5 O ciclo completo pelo qual passa uma bacia oceânica é: rifteamento (rompimento das rochas), subsidência, abertura do oceano, início da subducção, fechamento da bacia oceânica e, eventualmente, colisão continente-

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deformação cataclástica. Na figura 2 essa formação é representada pela sigla PSуpg.

Formação Cambirela

Esta denominação é utilizada para identificar rochas vulcânicas e subvulcânicas de composição ácida que ocorrem na Ilha de Santa Catarina na forma de derrames ou diques. Os derrames (riolito) encontram-se representados nos maciços rochosos que ocorrem na região das praias do Matadeiro, da Armação e do Pântano do Sul. Ocorrências menores sob a forma de diques, estão dispersas em diversos locais,como,por exemplo, no Morro da Cruz e no Morro do Campeche. Os riolitos extrusivos exibem cores escuras, caracterizadas por uma matriz vítrea, englobando fenocristais de quartzo e feldspato potássico. Quando na forma de diques,apresentam cores avermelhadas e cremes. Os granitos subvulcânicos são pórfiros, geralmente avermelhados ou castanho-acinzentados, caracterizando-se por apresentar fenocristais de feldspato potássico e quartzo, imersos em matriz microcristalina. Composta por rochas vulcânicas extrusivas6 que ocorrem na forma de derrames, diques e pequenos “stocks”7 de riolitos8 e granitos pórfiros (FLORIANÓPOLIS, 2008). Na figura 2 essa formação é representada pela sigla Єca.

Formação Serra Geral

Na Ilha de Santa Catarina, a Formação Serra Geral encontra-se representada por diques de diabásio com espessuras que variam de centímetros a vários metros, freqüentemente intrusivos nas rochas graníticas, com direção preferencial NE-W evento subvulcânico ao qual estão associados desenvolveu-se no intervalo de 119 a 147 M.a, intimamente relacionado com a deriva dos continentes,neste caso,com a separação entre América do Sul e África. Representado na figura 2 pela sigla JKsg.

continente. 6 Rocha que chega a superfície ainda em estado de fusão, e na superfície se consolida rapidamente. 7 Intrusão de material magmático que aparecem em fendas da crosta. 8 Rocha extrusiva correspondente ao magma granítico, porém com textura mais porfirítica.

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A figura 3 mostra o contato do dique de Diabásio (em azul) encaixado entre as cristas de Riolito/Cataclasito9 (cor bege) em rosa o granito na ponta norte do Maciço Central do Morro da Cruz.

Diques na Ilha de Santa Catarina

Diversos diques já foram mapeados na Ilha e podem ser observados no Mapa Geológico. Deu um modo geral, suas espessuras são da ordem de 20 a 50 metros. Os principais afloramentos onde podem ser encontrados são: Morro das Pedras, na Praia da Armação; Costão da Praia da Joaquina; Ponta de Naufragados; Morro do Pântano do Sul; Ponta da Lagoinha; Ponta do Açúcar; Ilha do Campeche; Cachoeira do Canto da Lagoa; Ponta do Gravatá; Ponta da Praia da Galheta; Morro do Pinheiro;Morro da Vargem Pequena; Morro das Feiticeiras;Bancadas da pedreira PEDRITA;e Morro da Cruz.

Depósitos Colúvio-alúvio-eluviais Indiferenciados

Formados por material fragmentário, sub-anguloso, mal classificado, com variações desde cascalhos até blocos com 2 a 3 metros (podendo chegar até 10 metros), geralmente envolvidos em material alterado, argiloso a arenoso, com cores tendendo ao vermelho são encontrados no pé de morros.

Depósitos do Quaternário

Sob esta denominação encontram-se reunidos os Depósitos de origem Marinha e Eólicos Retrabalhados, Depósitos Colúvio-aluvionares Pleistocênicos, Depósitos Colúvio-aluvionares, Depósitos Síltico-Argilosos de Baías e Lagunas, Depósitos

9 Riolito: Rocha vulcânica ácida equivalente extrusiva a granitos, com mais de 72% SiO2. Cataclasito: Rocha metamórfica cataclástica, normalmente de grão fino com tendência equidimensional como, por exemplo, rochas quartzo feldspáticas com uma estrutura maciça, pouco foliácea, no que se distingue do milonito que mostra minerais filitosos e comportamento mais plástico durante as tensões metamórficas (Glosário Geológico Ilustrado www.unb.br/ig/glossario/index.html. Acessado em 15/12/2008).

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Arenosos de Origem Marinha, Depósitos Arenosos de Origem Eólica, Depósitos Aluvionares e Depósitos Argilo-Síltico-Arenoso.

Figura 2: Mapa Geológico do Município de Florianópolis. Fonte: FLORIANÓPOLIS, 1991 e FLORIANÓPOLIS, 2004, adaptado e organizado por Orlando Ferretti.

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Figura 3: Montagem sobre o Software Google Earth a partir do MDT e Mapa Geológico do Maciço apresentando vista tridimensional do setor Norte do Maciço do Morro da Cruz. Fonte: Organização geógrafo Harideva M. Hégas, 2008.

Na Suíte Intrusiva Pedras Grandes está incluída a maioria das rochas granitóides que ocorrem no município, tanto na Ilha como no continente. Geralmente, é constituída por granitos a granodioritos (FLORIANÓPOLIS, 2008).

Os diques de diabásio da formação Serra Geral estão representados por corpos tabulares alongados, orientados, preferencialmente segundo a direção N10° - 30°E, com espessuras que vão de poucos centímetros a centenas de metros (FLORIANÓPOLIS, 2008).

Os sedimentos quaternários encontrados em Florianópolis são dos tipos marinhos litorâneos e eólicos retrabalhados; colúvio-alúvio-eluvionares de idade indiferenciada; de baías e lagunas; arenosos de origem eólica; marinhos atuais; e argilo-síltico-arenosos (FLORIANÓPOLIS, 2008).

A geologia de Florianópolis pode ser descrita como um conjunto de rochas cristalinas (granitos, gnaisses e riolitos) representando o Ciclo Tectônico Brasiliano, cortados localmente por diques de diabásio de idade Juro-Cretácica, sobrepostos

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por coberturas sedimentares recentes, relativas aos eventos Terciários/Quaternários (CARUSO Jr, 1993; GUEDES JÚNIOR, 2005).

1.3.2 PEDOLOGIA.

O trabalho de Sommer e Rosatelli no Mapeamento Temático do Município de Florianópolis (FLORIANÓPOLIS, 1991) procurou apresentar um levantamento de solos de nível de reconhecimento, em escala 1:50.000, com o objetivo de fornecer informações qualitativas para o planejamento geral de programas de conservação, manejo e uso do solo.

Em 1999 a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA promoveu uma nova classificação dos solos no Brasil. Portanto este trabalho apresenta o material levantado por Sommer e Rosatelli (FLORIANÓPOLIS, 1991), apresentado no Atlas de Florianópolis (FLORIANÓPOLIS, 2004).

Segue os tipos de solo presente no município de Florianópolis conforme nova classificação, mas mantendo as informações do levantamento de 1991 e das informações de 2004. A descrição dos solos por UTP no APENDICE A.

Argissolos - eram chamados solos podzólicos até 1999. São Solos que apresentam migração de argila do horizonte A para o B, criando uma diferença de textura entre esses horizontes (o A fica mais arenoso e o B mais argiloso). Sua profundidade é de aproximadamente 1,5 m. De relevos ondulados - das encostas de morros e colinas. Possui fragilidade à erosão quando não possuem cobertura vegetal. Os argissolos vermelho-amarelos geralmente derivam do intemperismo dos granitos e apresentam textura areno-argilosa, não possuindo boa fertilidade. Os argissolos vermelhos originam-se da alteração das rochas de diabásio e apresentam textura argilosa, sendo geralmente mais férteis. Na área onde o Granito Ilha predomina, os solos apresentam espessura em torno de 1 m (horizontes A + B) (HERRMANN, 1989), tipo Argissolo Vermelho-Amarelo, com o horizonte A em cor clara e o horizonte B apresentando acúmulo de argila e coloração vermelho- amarelada.

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Cambissolos - são solos com profundidade média entre 0,5 a 1,5 m, possuem geralmente horizonte B ainda em formação, com pouca espessura (cerca de 10 cm). Sua textura pode ser cascalhenta, pois pedaços do material de origem ainda pouco alterados podem estar ao longo do perfil. Encontrado nas encostas íngremes dos morros ou na base das encostas, sendo formado a partir dos depósitos de sedimentos. A sua fertilidade vai depender do material de origem de onde ele se desenvolve. O Cambissolo apresenta um horizonte subsuperficial B em início de desenvolvimento, sem um acentuado grau de intemperismo com impossibilidade de formação de solos profundos. Cristo (2002) argumenta que por sua baixa intemperização, apresentam processos pedogenéticos pouco expressivos, por isso tem pequeno incremento de argila, com cerosidade praticamente ausente, apresentando minerais parcialmente alterados, com fracos agrupamentos estruturais desenvolvidos no horizonte B.

Neossolos Litólicos - caracterizam-se por serem muito rasos (14 a 40 cm de espessura) e por não possuírem um horizonte B, tendo o horizonte A diretamente sobre o C ou sobre a rocha matriz. Sua textura varia de arenosa a cascalhenta e até pedregosa. Pode apresentar o horizonte A húmico, ou seja, rico em matéria orgânica. No território do município, esse solo ocorre sobre os maciços rochosos, junto aos costões da Ilha de Santa Catarina e nas pequenas ilhas próximas.

Afloramento de Rochas - Os Afloramentos de rochas aparecem na forma de uma capa (laje) de rocha que recobre o terreno ou na forma de acúmulo de blocos e matacões ao longo das encostas e/ou na sua base. Os afloramentos de rocha na forma de laje são comuns nos trechos mais íngremes das encostas e nos costões junto às praias.10 Os afloramentos rochosos aparecem quase todas as áreas de crista e nos topos do Maciço Central (FIGURAS 8 e 9). Estas atualizações da cobertura superficial estão presentes em um mapa de cobertura superficial da parte central (Maciço do Morro da Cruz) de Florianópolis realizado por Saito (2004) (APÊNDICE A).

10 Infelizmente o mapeamento dos Afloramentos de Rochas é recente e ainda precisa ser mais bem caracterizado em campo. Neste trabalho procuramos apontar os principais afloramentos.

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Espodossolos Hidromórfico - Esses solos eram chamados solos de podzol, são solos arenosos e geralmente profundos (1 a 3 m) com migração de matéria orgânica, alumínio e ferro da superfície para uma região mais profunda no perfil, formando um horizonte chamado espódico, cuja cor é castanha. O termo hidromórfico é devido ao fato de apresentar-se saturado de água até próximo à superfície do terreno. Não possui boa fertilidade natural e, por conter muito alumínio é inadequado para agricultura convencional. Tem ocorrência mais significativa na região próxima à foz do rio Ratones, no norte da Ilha de Santa Catarina.

Gleissolos - Os Gleissolos são divididos em háplicos e tiomórficos.

O Gleissolo háplico é um solo encharcado, com horizonte A com matéria orgânica, seguido em profundidade por um horizonte chamado Glei cujas cores são acinzentadas, esverdeadas ou azuladas por causa do excesso de água. A textura é geralmente argilosa. Apresentam boa fertilidade, mas precisam ser drenadas para o uso agrícola. Esse solo é comum nas áreas de planícies da Ilha de Santa Catarina.

Já o Gleissolo Tiomórficos é um solo que ocorre nos manguezais. Apresenta textura argilosa e a presença de enxofre e sais (pois é alagado pela água do mar quando a maré enche). Por ser um solo encharcado, a matéria orgânica não se decompõe totalmente, o que explica a presença de enxofre e a sua cor escura e, por vezes, o mal cheiro. Ocorre em grande parte do município, onde o mar é calmo, junto à desembocadura de rios em enseadas e baías, como é o caso do Rio Ratones, Tavares, e dos rios que têm sua foz nas enseadas como a do Saco Grande, a do Itacorubi, entre outras.

Organossolos - O Arganossolo era chamado até 1999 de solo orgânico. É um solo alagado e com muita matéria orgânica, por isso são muito escuro. O excesso de matéria orgânica se deve a matéria orgânica não se decompor totalmente no ambiente encharcado e ir se acumulando no perfil do solo. Apresenta textura geralmente argilosa e boa fertilidade natural, embora necessite drenagem para o seu uso agrícola, ocorre nas áreas planas e baixas da Ilha Santa Catarina.

Neossolo Quartzarênico - Os neossolos eram chamadas areias quartzosas. São solos arenosos e profundos (1 a 3 m), não alagados, com baixa fertilidade natural e pouca capacidade de retenção de água, em virtude de sua textura arenosa.

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Colonizados normalmente pela vegetação de restinga. Estes solos ocorrem nas planícies da Ilha de Santa Catarina e nos depósitos de dunas antigas. No mapeamento (FLORIANÓPOLIS, 2004) foram chamadas de Areias Quartzosas Álica.

Os Neossolos Quartzarênicos Hidromórficos são semelhantes aos anteriores, contudo são encharcados pela presença do lençol freático próximo à superfície e por isso apresentam maior acúmulo de matéria orgânica, o que os torna acinzentados e um pouco mais férteis do que os neossolos quartzarênicos. Entretanto, para uso agrícola precisam ser drenados. Ocorrem nas áreas mais baixas do relevo, junto dos neossolos quartzarênicos. No mapeamento (FLORIANÓPOLIS, 2004) de 1991 foram chamadas de Areias Quartzosas Hidromórficas Álicas.

Areais Quartzosas Marinhas - Trata-se de sedimentos que recobrem as praias e que ainda não passaram pelos processos de formação de solo (pedogênese), pois estão em um ambiente extremamente dinâmico, onde o trabalho do mar e do vento é incessante. Na legenda do mapeamento de 1991 são chamadas de Areia Quartzosa Marinha Álica.

Dunas - As dunas são os depósitos arenosos de dunas móveis, onde vento age significativamente, não permitindo a formação do solo.

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Figura 4: Mapa de Solos do Município de Florianópolis. Fonte: FLORIANÓPOLIS, 1991 e FLORIANÓPOLIS, 2004, adaptado e organizado por Orlando Ferretti.

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1.4 GEOMORFOLOGIA E RELEVO

1.4.1 GEOMORFOLOGIA E RELEVO

Florianópolis possui uma paisagem que é resultado do contraste entre as planícies litorâneas e as elevações montanhosas, gerando paisagens naturais bastante diversificadas. O litoral é muito recortado, com pequenas ilhas (30), praias (42), enseadas, promontórios, costões, lagunas, restingas, manguezais (4) e campos de dunas (2). As planícies costeiras emolduram morros isolados e cristas montanhosas descontínuas no sentido NE-SW, que chegam a uma altitude máxima de 522 m (GUEDES JÚNIOR, 2005).

A atual ilha de Santa Catarina resulta da interligação de um grande número de morros que correspondem aos topos de blocos mais elevados, separados do continente e entre si por fossas tectônicas hoje preenchidas, parcial ou totalmente, por sedimentação quaternária11. Antes desta sedimentação, e em épocas de nível mais elevado do mar, sua configuração não era de uma ilha, mas sim de muitas ilhas. Característica esta que vem sendo salientadas nos principais trabalhos que tratam dos seus aspectos geológicos e geomorfológicos, como os de Scheibe e Teixeira (1970); Caruso Jr. (1993); Zannini et al (1997); Cruz (1998); Tomazzoli e Pellerin (2001); Herrmann (1989).

As duas unidades geomorfológicas da Ilha de Santa Catarina são a Serra Litorânea e a Planície Costeira. Na Ilha é encontrado um relevo dominado por morros cristalinos com altitudes de até 522 m, como o morro do Ribeirão da Ilha (CARUSO JR., 1993; CRUZ, 1998). O embasamento rochoso está representado por granitos, riolitos e por intrusões em forma de diques de diabásio; onde o granito se apresenta cataclasado ocorrendo em vales em forma de calha. Nas áreas onde ocorrem diques, o relevo apresenta-se deprimido em relação às rochas encaixantes mais resistentes, pois os diques mostram-se com menor resistência ao intemperismo. O relevo onde aflora o riolito encontra-se em forma de cristas acentuadas,

11 O Quaternário é o período mais recente da era Cenozóica e congregando as épocas Pleistoceno e Holoceno.

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destacando-se na paisagem (CARUSO JR., 1993). Desta forma, a geomorfologia da ilha apresenta relação com o substrato geológico. O embasamento serve de apoio às áreas sedimentares que delineiam o atual contorno da ilha (HERRMANN, 1989).

As planícies costeiras constituem uma extensão de terrenos planos ou muito pouco dissecados, onde a geração do relevo está intrinsecamente relacionada à sedimentação devido às variações do nível do mar ocorrido durante o Quaternário, e que formam ambientes marinhos, lacustres, eólicos, fluviais e de leques aluviais. (GUEDES JÚNIOR, 2005).

Entre as duas unidades geomorfológicas descritas, há um processo de acumulação chamado de rampas, que podem ser de dois tipos: colúvio-eluviais e de dissipação. As rampas colúvio-eluviais são constituídas basicamente por materiais originários da decomposição de rochas graníticas, deslocadas vertente abaixo, que avançam sobre as planícies e os relevos modelados em rochas cristalinas, sendo mais comuns na face oeste da Ilha. As rampas de dissipação são formadas a partir de dunas de captação juntamente com materiais oriundos da vertente deslocados por solifluxão, fluxos de areia e lama, rolamento etc. e que ocorrem freqüentemente na face leste da Ilha (GUEDES JÚNIOR, 2005).

A Ilha de Santa Catarina possui ainda um sistema de lagoas, Lagoa da Conceição e do Peri, e corpos lagunares menores como as lagoas do Jacaré, da Chica, Lagoinha Pequena, Lagoinha do Leste e Lagoinha de Ponta das Canas. Os principais rios que drenam a ilha são: Vermelho, Ingleses, Tavares, Itacorubi, Saco Grande e Ratones. O entorno da ilha em estudo sofre a atuação dos agentes oceanográficos, destacando-se a ação das ondas, marés e correntes litorâneas (HORN FILHO, 2006).

As áreas sedimentares têm sua formação associada aos períodos trans-regressivos dos últimos períodos geológicos (Terciário e Quaternário). Na tabela abaixo está representada a coluna estratigráfica construída por Guedes Júnior (2005) para o município de Florianópolis:

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QUATERNÁRIO HOLOCENO E/OU PLEISTOCENO Depósitos de praia Depósitos de Leques Aluviais e Aluviais atuais (calhas de drenagens) Depósitos de manguezais Depósitos eólicos atuais Depósitos lagunares Depósitos eólicos antigos Depósitos transicionais lagunares Depósitos de turfas Depósitos marinhos praiais.

TERCIÁRIO / QUATERNÁRIO Depósitos de encosta JURO-CRETÁCEO Diques de diabásio PROTEROZÓICO SUPERIOR ao EO-PALEOZÓICO Magmatismo pós-tectônico Suíte Vulcano-Plutônica Cambirela (Riolito Cambirela, Granito Itacorubi) Suíte Pedras Grandes (Granito Ilha) (CICLO TECTÔNICO BRASILIANO) Magmatismo tardi-tectônico (Granitóide São Pedro de Alcântara) Magmatismo sin-tectônico (Granitóide Paulo Lopes) Quadro 3: Coluna Estratigráfica da Ilha de Santa Catarina. Fonte: CARUSO Jr.,1993 modificada por GUEDES JÚNIOR, 2005.

Os Maciços Granitícos constituem, em geral, áreas com moraria bastante movimentada. Cruz (1998) chama a atenção para o fato de que, nos topos mais rebaixados, as formações são normalmente mamelonadas, caracterizando-se por um alto grau de intemperismo-pedogênese nas vertentes, e recebendo também os produtos de movimentos de massa e da drenagem que corta as vertentes de elevada declividade, escarpas de falha e vales profundos, com topos em cristas, dos maciços graníticos. Apresentam uma dissecação em montanha ou morraria apresentando vales encaixados, interflúvios e vertentes com diversas declividades (com altitudes superiores a 200 metros). Esse domínio morfoestrutural é também

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chamado de Domínio dos Embasamentos em Estilos Complexos (HERRMANN; ROSA, 1991).

Para este trabalho caracterizou-se as formas de relevo conforme trabalho de Herrmann e Rosa (FLORIANÓPOLIS, 1991) para o município de Florianópolis. Conforme esses autores na área do município estão presentes dois tipos de modelados: de dissecação e de acumulação. (Figura 5). A descrição dos modelados por UTP estão presentes no APENDICE A com Mapa original no APENDICE B.

Nos modelados de dissecação as formas de relevo estão associadas a os corpos graníticos (granito, riolito, cataclasito e diabásio) que tem forma em colinas, morro e montanhas. Essas são esculpidas por processos erosivos. Quando essas elevações alcançam a faixa litorânea, podem delimitar as enseadas e os sacos (enseadas completamente circundadas por morros, como a do Saco Grande, a dos Limões e a da Lama). Os costões e os pontais rochosos fazem parte dessas elevações e delimitam as praias. As Ilhas, como a do Campeche, a das Aranhas, a do Xavier, entre outras, são a continuação dessas elevações além mar (CARUSO JR., 1993; CRUZ, 1998; FLORIANÓPOLIS, 2004;).

O embasamento cristalino na ilha de Santa Catarina possui morfologia típica dos maciços rochosos, apresenta aspecto de cristas e acentuado declive das encostas. As altitudes variam entre 300 e 500m, e as encostas dissecadas por uma drenagem incipiente, apresentam vales em forma de “V” e pouco profundos.

As rochas cristalinas (ígneas) constituem os morros, formando um conjunto de elevações alinhadas na direção NE, ao longo de toda e extensão da Ilha. Estes morros servem como anteparos para o acúmulo de material sedimentar, comumente retrabalhado, muitas vezes derivado dos próprios morros. Os granitóides afloram principalmente nos topos dos morros sob a forma de matacões de médio e grande porte, onde a alteração superficial é bastante pronunciada e, nos costões como lajeados, quase não apresentando solos.

Os diques de diabásio possuem extensão limitada, com direção predominante N-S e NE-SW (direção predominante das falhas e fraturas da Ilha) apresentando-se geralmente alterados devido ao intemperismo. Estes diques ocorrem cortando os

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granitos, ao longo de toda a Ilha, alcançando em geral, alguns metros a dezenas de metros de largura e centenas de metros de extensão.

O modelado de dissecação é susceptível à atuação de fenômenos erosivos como enxurradas, deslizamentos, queda de blocos e matacões, entre outros, principalmente nas encostas mais íngremes e naqueles cujos solos rasos dos morros e montanhas não apresentam cobertura vegetal (FLORIANÓPOLIS, 2004).

Dentro os tipos de Modelados de Dissecação conforme Herrmann e Rosa (1991) e também citado no Atlas de Florianópolis (FLORIANÓPOLIS 2004):

ƒ Modelado de Dissecação em Montanha - considera-se as elevações mais altas e com encostas mais íngremes, as quais estão localizadas principalmente no interior e na porção sul da Ilha de Santa Catarina. Dissecação com vales encaixados, ocasionalmente com terraços12 alveolares13, interflúvios14 angulosos e vertentes com diferentes graus de declividade. Amplitude altimétrica superior a 200 metros. Apesar de serem chamadas popularmente de morros, as elevações conhecidas como Morro das Aranhas, do Rio Vermelho, da Lagoa, da Cruz, da Pedra da Listra, do Ribeirão, entre outras, fazem parte desse modelado;

ƒ Modelado de Dissecação em Morro (ou morraria ou ainda outeiro)- dissecação com vales pouco encaixados conformando morros com vertentes convexa-côncavas. Amplitudes altimétricas inferiores a 200 metros. Erosão em morros de altitudes menores do que as do modelado em montanhas e ocorre mais próximo da zona litorânea, sendo mais expressivo na porção norte da Ilha de Santa Catarina, como o Morro dos Ingleses, o da Galheta, o do Cacupé. No sul da Ilha pode-se citar o Morro do Campeche.

O modelado de acumulação é constituído por formas de relevo geradas em ambientes de deposição marinhos, eólicos, lacustres, torrenciais e fluviais. De acordo com a característica dominante do relevo e com a natureza dos sedimentos

12 São superfícies horizontal ou levemente inclinada, constituída por depósitos sedimentares ou modeladas pela erosão e limitada por dois declives do mesmo sentido. Sendo então um patamar interrompendo um declive contínuo. 13 Seções alargadas de um vale entulhadas de sedimentos.

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que os constituem os modelados de acumulação são classificados em compartimentos conforme o Atlas de Florianópolis (2004):

ƒ Compartimentos Praiais – agrupados em formas de relevo criadas a partir de sedimentos transportados e depositados pelo regime de ondas e correntes litorâneas. São as formas de relevo encontradas nesse compartimento: praias atuais, terraços marinhos, planícies de restinga, planícies lacustres e as planícies de maré. Muitas dessas feições são o resultado de processos que ocorreram no passado geológico recente do litoral, como o aumento e rebaixamento do nível do mar nos últimos milhares de anos. As praias atuais são diferenciadas de acordo com a sua posição: as voltadas diretamente para o Oceano Atlântico possuem areias mais fina e um regime de ondas e correntes com mais energia, ao passo que aquelas voltadas para as águas das baías sul e norte são ambientes de menor energia e possuem areias mais grossa. Cruz (1998) afirma que este ambiente é extremamente instável e muda de acordo com a época do ano, com situações de erosão no final do inverno e da primavera e de deposição no final do verão. As praias voltadas para o Atlântico são as mais afetadas por esses fenômenos, Cruz (1998) constatou que as praias de Ingleses, Moçambique, Campeche, Armação, Daniela, Ponta das Canas, , Cachoeira do Bom Jesus, Lagoinha, Forte e Pântano do Sul apresentam sinais visíveis de erosão, demonstrando uma instabilidade ambiental que por vezes é ampliada pelas construções humanas. Os terraços marinhos são formas de degraus modelados em sedimentos arenosos depositados pelo mar. Na Ilha de Santa Catarina, os terraços apresentam-se em dois níveis: um, mais elevado, representa o nível do mar mais alto de outros tempos (Pleistoceno) e geralmente, se encontram encostados na base das elevações; e os terraços marinhos atuais que se encontram mais próximos das linhas de praias contemporâneas. As planícies de restinga foram criadas através da deposição sucessiva de cordões arenosos pelas correntes litorâneas, enquanto o mar baixava seu nível e regredia em direção ao litoral atual. A morfologia típica dessas planícies é a de cristas e cavados arenosos sucessivos, com cada crista representando um cordão e cada cavado

14 Pequenas ondulações que separam os vales, cujas vertentes são na sua maioria convexas formando pequenas colinas.

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representando o limite entre dois cordões. Entretanto, pode ocorrer a deposição de dunas sobre essa morfologia, o que torna difícil identificar as cristas e os cavados. Como os cavados são áreas mais baixas, aí se acumula umidade e se formam brejos e pântanos. Muitas vezes, os cordões de restinga aprisionavam corpos d'água formando lagoas, como a do Peri, a da Conceição e corpos lagunares menores,como a da Chica, a Lagoinha, etc. A planície lacustre é formada pelo entulhamento que as lagoas sofrem com o tempo. Esse entulhamento, também chamado de colmatação, se deve à chegada de sedimentos trazidos pelos rios, pela chuva e pelo vento. Esse processo faz com que se forme uma área rebaixada e pantanosa, com solo escuro. A Lagoa da Conceição apresenta alguns trechos colmatados ao norte, em direção ao Rio Vermelho. A planície de maré ocorre nas áreas de mar calmo das baías Norte e Sul, desenvolvendo-se nas reentrâncias do litoral e na foz dos rios, onde o fundo marinho é raso. Nesses locais acumulam-se sedimentos finos (do tamanho dos de silte e de argila) que formam um solo lamoso freqüentemente encharcado pelo lençol freático próximo da superfície e pela invasão das águas do mar nos períodos de maré cheia. A cor escura desse solo é resultante da decomposição lenta e incompleta da matéria orgânica em ambiente saturado de água. Nesse ambiente, desenvolve-as espécies vegetais típicas de manguezal e, por ser um lugar de águas calmas, com presença de nutrientes, algumas espécies de peixes, crustáceos e moluscos aí se reproduzem e completam seus estágios de crescimento (FLORIANÓPOLIS, 2004:26, 28).

ƒ Compartimentos Eólicos – constituído por formas de relevo criadas a partir da ação do vento em ambiente litorâneo. Em Florianópolis, fazem parte desse compartimento os campos de dunas móveis e estabilizadas (com vegetação), onde podem ser encontrados diferentes tipos de dunas - longitudinais, transversais, parabólicas e cômoros. Nos campos de dunas também aparecem bacias de deflação, pequenas lagoas temporárias e pântanos. As dunas longitudinais, transversais e parabólicas diferenciam-se por sua forma graças à direção do vento, à disponibilidade de areia e à presença de obstáculos para o vento começar a depositá-las. As longitudinais apresentam-se como cordões de areia alinhados à direção do vento mais constante, as transversais têm essa denominação porque se desenvolvendo sentido perpendicular à direção do

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vento mais constante; e as parabólicas têm a forma de uma ferradura com as pontas bem fechadas, que se desenvolvem no sentido contrário ao vento mais freqüente. Os ventos do quadrante nordeste são os mais freqüentes em nosso litoral, enquanto os do quadrante sul são menos constantes, mas mais intensos, e ambos influenciam na formação das dunas. As bacias de deflação são áreas rebaixadas e embaciadas que surgiram pela retirada de areia pelo vento. Em alguns pontos, o vento retira tanta areia que rebaixa a superfície até fazer aflorar o lençol freático, formando pântanos nessas depressões. Os cômoros, ou “combros”, como dizem nativos descendentes de açorianos, é uma espécie de muro de areia, formado por dunas altas e contínuas, que limita a área litorânea. As dunas fixas são estabilizadas pela instalação de espécies vegetais de formação pioneira ou de restinga e ocorrem nos lugares mais protegidos do vento. Os campos de dunas e os cômoros são mais expressivos na parte leste da Ilha de Santa Catarina, junto ao Oceano Atlântico, se dividindo Em dois campos principais: o de Ingleses até a Barra da Lagoa, passando pelo Rio Vermelho, e o da Joaquina até o Campeche, passando pelo Rio Tavares, orientados na direção Sul - Sudoeste e Norte - Nordeste. Há dunas também em outros pontos da Ilha, como Daniela, Ponta das Canas, Canasvieiras, Pântano do Sul, entre outras praias. A altura média das dunas de nosso território é de cerca de 10 metros; contudo, no campo de dunas da Joaquina está a duna mais elevada com cerca de 40 metros. Esse compartimento é extremamente dinâmico, mudando suas formas literalmente ao sabor do vento. É uma região na qual não deve haver intervenção ou ocupação humana, pois as estruturas criadas pelo homem tendem a ser permanentes e a paisagem do compartimento eólico não é permanente (FLORIANÓPOLIS, 2004:28). ƒ Compartimentos colúvio-aluvionar - representa a transição entre as unidades da planície costeira e a das serras do leste catarinense. Apresenta formas de rampas constituídas por depósitos de sedimentos acavalados nas elevações cristalinas e que se estendem sobre a planície costeira. Esses sedimentos são mal selecionados e compostos por diferentes tamanhos de grãos, como matacões, seixos, areias e argilas. Herrmann e Rosa (1991) classificam-nas em dois tipos: rampas colúvio-eluvionais e rampas de dissipação. As rampas colúvio-eluvionais são formadas por alterações de rochas in situ e por depósitos

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de sedimentos que se deslocam das partes mais altas a partir de enxurradas, deslizamentos e quedas de blocos. Os sedimentos maiores, como matacões e blocos, são encontrados com maior freqüência nas declividades mais acentuadas, enquanto os mais finos (areias e argilas) formam o meio e a extremidade mais baixa das rampas, já avançando sobre a planície. As cores dos materiais dessas rampas são avermelhadas ou amareladas, podendo passar a acinzentadas nas partes baixas junto à planície por influência da presença do lençol freático. Onde o nível do lençol oscila ao longo do tempo são encontradas cores mosqueadas entre manchas avermelhadas e acinzentadas/esbranquiçadas. As rampas de dissipação são formadas por dunas acavaladas nas elevações, que recebem contribuição de sedimentos das alterações e/ou solos dessas elevações quando ocorrem enxurradas ou deslizamentos. São areias eólicas com contribuição de argilas, seixos e grânulos derivados da alteração dos granitos e do diabásio que compõem as elevações que funcionaram como um obstáculo para o vento, e que acabam formando depósitos avermelhados em virtude da contribuição de argilas e óxidos. Pela maneira como se origina, esse tipo de rampa aparece com mais freqüência na parte leste da Ilha de Santa Catarina (FLORIANÓPOLIS, 2004:28,29).

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Figura 5: Mapa dos domínios geomorfológicos do Município de Florianópolis. Fonte: FLORIANÓPOLIS, 1991 e FLORIANÓPOLIS, 2004, adaptado e organizado por Orlando Ferretti.15

15 A figura apresentada trata-se apenas de um desenho dos domínios de dissecação e acumulação sem representar os elementos geomorfológicos de encostas, vertentes, interflúvios etc.

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Na Figura 6 pode-se observar em bege a dissecação em montanha, e em rosa e verde o modelado de acumulação no Maciço do Morro da Cruz. Em lilás as Bacias Suspensas.

Figura 6: Montagem a partir do MDT e Mapa Geomorfológico do Maciço no Software Google Earth com vista tridimensional do setor Sul do Maciço do Morro da Cruz. Fonte: Organização geógrafo Harideva M. Hégas.

1.4.2 CONDIÇÕES DE SUSCETIBILIDADE A PROCESSOS EROSIVOS

Analisado os elementos presentes na legislação municipal, 0 – 30%, 30- 46,6%; e acima de 46,6% e conforme mapa de declividades do município de Florianópolis, observa-se áreas susceptíveis a riscos naturais, principalmente os relacionados a deslizamentos e enchentes.

Através das diferenças de inclinações do terreno (declividades) estabeleceu-se considerações legais e de ordenação sobre locais sujeitos às enchentes e propícios a estabilizações de encostas, mas que infelizmente nem sempre são cumpridas em Florianópolis.

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Nas áreas de encostas do Maciço do Morro da Cruz, no Morro da Lagoa e em outros maciços ao longo da Ilha observa-se ocupação em áreas de declividades acentuadas, com a retirada da vegetação. Há uma massa edificada que é mais densa até a cota 50m, e fica mais rarefeita até a cota dos 100m, chegando mesmo a cota de 200 metros em alguns pontos do Morro da Cruz (PAMPLONA, 1999).

Do ponto de vista geoambiental, as áreas de maiores declividade dos maciços graníticos são impróprias à ocupação e também a diversos usos de agricultura/criação de animais, porque uma vez desmatada ou terraplanada para construções, podem tornar-se susceptíveis à erosão, deslizamentos e rolamentos de matacões, conforme aponta Saito (2004), Dias (2000) e Cristo (2002).

Herrmann e Rosa (1991) apontam que a declividade acentuada é determinante na ocorrência de movimentos de massa, do tipo solifluxão em que os deslizamentos resultam em cicatrizes com deslocamento de material e processos erosivos.

O escorregamento (ou deslizamento) é um movimento de massa e/ou material sólido encosta abaixo, como solos, rochas e vegetação, sob a influência direta da gravidade. As chuvas vão fornecer condição para ocasionar os escorregamentos, no entanto a má utilização e ocupação do solo é, diretamente responsável pelos desastres que atingem as comunidades humanas (KOBIYAMA et al, 2006).

Augusto Filho (1994 apud KOBIYAMA et al 2006) destaca quatro tipos de movimentos básicos: os rastejos (creep), os escorregamentos (slides), as corridas (flows) e as quedas de blocos (falls). Rapidamente podem ser descritos como;

ƒ Rastejo é um fenômeno lento (centímetros ao ano) com baixo poder de destruição e facilmente identificado pela posição de muros, árvores etc;

ƒ Escorregamentos, propriamente ditos, podem ser rotacionais e translacionais, são movimentos rápidos e com velocidades médias a altas (em metros por hora ou metros por segundo), de rápida duração com grande poder de destruição;

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ƒ As Flows ou corridas são movimentos extremamente rápidos (em metros por segundo), normalmente com material viscoso. Apesar de serem mais raras de ocorrer, produzem estragos maiores que os escorregamentos;

ƒ Quedas de blocos acontecem quando rochas rolam de encostas, em movimento de queda livre com velocidade alta.

A Ilha de Santa Catarina é palco de constantes episódios de escorregamentos, notadamente associados a uma instabilidade temporal ou, o que é pior, apenas a um evento de chuva mais prolongada.

Oliveira e Herrmann (2004, p. 157) analisando a área de dissecação de montanha, em que está parte do Maciço Central apontam que

A declividade acentuada determina a ocorrência ocasional e localizada de movimentos de massa do tipo solifluxão e deslizamentos que resultam em cicatrizes de arranque de material e nichos erosivos. O escoamento superficial difuso promove a lavagem do material de menos granulometria e concentra blocos e matacões graníticos ao longo das vertentes. Muitos desses blocos rochosos encontram-se em condições precárias de equilíbrio e constituem, durante os períodos de chuva intensas, fator de alto risco para a população que ocupa as áreas adjacentes.

Na maioria das vezes, os escorregamentos estão relacionados com a própria dinâmica das encostas e as grandes declividades, com movimentos gravitacionais de massa (SAITO, 2004; CRISTO, 2002). Associado a esta dinâmica podem manifestar-se outros tipos de movimentos de massa, como corridas de lama, rastejo, quedas de blocos, tombamentos de blocos e/ou matacões.

Os escorregamentos acontecem com os deslocamentos de solo sobre um embasamento saturado de água, processo que depende de vários fatores, entre os quais estão: a inclinação das vertentes, a quantidade e freqüência das precipitações, da presença ou não da vegetação e da consolidação do material.

Em Florianópolis, na área do Maciço Central, muitos dos deslizamentos estão associados com a utilização de forma inapropriada de áreas com declividade acima

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de 46,6%; mas áreas com inclinação menores podem sofrer a atuação dos processos de movimento de massa, sobretudo devido a construções inadequadas como a movimentação de material sujeito a escorregamento.

A pressão urbana sobre locais susceptíveis a deslizamentos, com vulnerabilidade ambiental, inclui a morfologia do relevo (sobretudo a declividade), a litologia (estrutura geológica) e o tipo de cobertura e uso do solo.

Fica evidenciado, pelos trabalhos de pesquisa do Núcleo de História, Cultura e Desenho da Cidade (CIDADHIS), do Departamento de Arquitetura junto ao Centro Tecnológico da UFSC, que o material utilizado, muitas vezes restos de outras construções ou placas e a própria mata adjacente (como árvores para mourão de cerca), e ainda a carência técnica dos moradores para seguir parâmetros de segurança, contribuem para a maior vulnerabilidade da população e consequentemente da área. São comuns cortes em terrenos nas encostas e a retirada da vegetação (seja por corte ou queimada) que protege o solo, bem como os aterros para aumentar a área útil de construção, normalmente as mesmas são realizadas sem respeitar as condições mínimas de segurança, como a geometria do talude, bem como qualidade e compactação do material empregado para a construção dos aterros, condicionam a ocorrência de escorregamentos. Além disso, a inexistência de sistemas de drenagem eficientes impede o correto escoamento da água, podendo provocar seu acúmulo e a conseqüente desestabilização da encosta (SCHEIBE et al. 2007).

Saito (2004) apresenta um mapa dos Assentamentos Precários do Maciço Central de Florianópolis destacando as comunidades que estão em conflito com o Plano Diretor, sobretudo como no caso do Alto da Caieira onde apesar de estar em uma área definida como APL há atualmente um processo de urbanização com asfaltamento da principal via de acesso, ligação de água e esgoto.

Com as chuvas acumuladas no ano de 2008, de agosto a novembro, e com uma série de escorregamentos por todo o Estado, Florianópolis não ficou imune. O excesso da concentração de chuva no mês de novembro, com o conseqüente, acúmulo e a saturação do solo ocasionaram diversos incidentes, como constantes escorregamentos com casas em área de risco nos maciços graníticos da Ilha.

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1.5 HIDROLOGIA E HIDROGEOLOGIA

1.5.1 HIDROLOGIA

A rede hidrográfica do município de Florianópolis caracteriza-se por bacias, lagoas, rios e córregos normalmente de pequenas extensões que deságuam diretamente nas baías Norte e Sul, e no Oceano Atlântico. Destacam-se em as bacias do rio Ratones (UTP’s Papaquara, Rio Tavares e Manguezal do Rio Ratones), Saco Grande (UTP Saco Grande), Lagoa da Conceição (UTP Lagoa da Conceição), Itacorubi (UTP Itacortubi), Rio Tavares (UTP Rio Tavares) e Lagoa do Peri (UTP Lagoa do Peri e UTP Pântano do Sul).

O relevo do município possui inclinação acentuada entre as planícies e as encostas o que forma uma grande quantidade de vertentes com córregos e quedas d’água, que geram pequenos cursos d’água dependentes do regime pluviométrico. A hidrologia caracteriza-se pela fraca capacidade de vazão das redes de drenagem e a ausência de mananciais vigorosos. Os cursos d’água fazem parte das bacias hidrográficas de alguns rios, a maioria com embocaduras nas baías Norte e Sul. As principais são as bacias dos rios Ratones (80 km2), Tavares (33 km2), Itacorubi (27 km2), Saco Grande (17 km2) e Capivari (12 km2) (GUEDES JÚNIOR, 2005).

Os maciços graníticos presente na parte central Ilha de Santa Catarina propiciaram a formação de pequenas bacias hidrográficas, estando essas subdivididas em quatro vertentes distintas que correspondem aos setores leste, oeste, norte e sul. Na vertente leste, os rios e córregos nascem no embasamento cristalino, não atingindo diretamente o mar, são captados pelas águas da Lagoa da Conceição no setor centro-norte e Lagoa do Peri no setor sul. Os rios da vertente oeste desembocam nas baías Norte e Sul, enquanto que aqueles das vertentes norte e sul direcionam-se diretamente para o oceano Atlântico.

No continente a bacia do Estreito tem suas águas correndo para a Baía Norte, enquanto na Bacia de Coqueiros tem parte das águas drenada para a Baía Sul, em Coqueiros.

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Grande parte dos rios e córregos nas áreas urbanizadas do município se encontram canalizados, sendo que destes a maioria absoluta está contaminado por dejetos domésticos. Essas alterações no regime natural das águas das bacias hidrográficas têm gerado, sobretudo no verão, a ocorrência de alagamentos com as cheias de rios e córregos. O formato do relevo e o processo de ocupação intensa sobre a planície costeira também contribuí para os processos de alagamento.

A bacia hidrográfica mais representativa é a de Ratones, por ser a de maior extensão. Nela encontram-se representados todos os diferentes ecossistemas presentes em Florianópolis do manguezal à floresta ombrófila densa.

Para a demarcação das bacias (conforme Produto 1) foi utilizado a base do IBGE 1:50.000 sobre o qual procurou-se corrigir pequenas distorções nos divisores de água dessas bacias com base cartográfica do IPUF na escala 1:2.000. Na UTP Florianópolis é possível dividir a área em sub-bacias: Bacia da Baía Norte; Bacia do Morro do Horácio; Bacia do Saco dos Limões; Bacia do José Mendes; Bacia da Prainha e Bacia do rio da Bulha. Com destaque para as bacias suspensas do Alto da Caieira e Morro da Queimada

A maioria dos córregos presentes nas bacias nas áreas mais densamente ocupadas está completamente alterada quanto a sua morfometria natural (sobretudo nas UTP’s centrais). A retirada da vegetação nativa, a ocupação irregular, o entulho de materiais e lixo, além dos desvios para abastecimento e o lançamento de águas servidas transformaram os pequenos córregos perenes e os intermitentes. Há pequenas nascentes preservadas nos maciços da Ilha de Santa Catarina, sobretudo no maciço central que corta a Ilha. Muitas dessas nascentes correm diretamente ao mar.

Os principais rios que drenam a Ilha de Santa Catarina são: rio Vermelho; rio dos Ingleses, rio Tavares, rio Itacorubi, rio do Saco Grande e rio Ratones. A ilha possui um sistema lagunar que incorpora dois ambientes principais: Lagoa da Conceição (trata-se de uma laguna) e a Lagoa do Peri.

Há também corpos lacustres menores: Lagoa do Jacaré; Lagoa Pequena do Rio Tavares; Lagoa da Chica; Lagoa de Ponta das Canas (também uma laguna) e a Lagoinha do Leste.

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Por sua dimensão, por suas características físicas e, sobretudo por sua paisagem, a Bacia da Lagoa da Conceição detém maior interesse ecológico, alem de possuir muitos usos. Deságua no oceano pelo Canal da Barra da Lagoa, com aproximadamente 2 km de extensão.

A Lagoa do Peri possui um espelho d’água com 5,10 km2, como principal aporte d’água possui dois rios principais Cachoeira Grande e Ribeirão Grande. No entanto o índice pluviométrico é o principal elemento.

A Lagoinha do Leste localiza-se na praia de mesmo nome, sendo isolada por depósitos eólicos de idade pleistocênica e holocênica. Os canais que abastecem a lagoinha apresentam pouco volume de água e estão encaixados nas falhas estruturais do embasamento cristalino. O canal de escoamento deste corpo lagunar geralmente isolado do oceano devido à presença da barra arenosa no cordão praial. Eventualmente, seja em períodos de alta pluviosidade ou durante eventos de tempestades “ressacas”, rompe-se a barra arenosa junto a praia e o canal da Lagoinha deságua no Oceano Atlântico (SILVEIRA, 1999 apud OLIVEIRA,2002).

No norte da Ilha a Lagoinha do Norte está na retaguarda da praia da Lagoinha, entre as pontas do Rapa e da Laje, ao norte da Ilha de Santa Catarina. Trata-se de um ambiente paleolagunar onde porções remanescentes do corpo aquoso ainda se fazem presentes; porém, é evidente o estágio adiantado de colmatação. Estas porções não alcançam profundidades superiores a 1 metro e a expansão imobiliária e a abertura da barra de seu rio Sangradouro são as prováveis causas do rápido assoreamento da laguna (OLIVEIRA, 2002).

Também no norte da Ilha a Lagoa de Ponta das Canas é caracterizada por estar isolada do oceano por uma flecha arenosa formada pelo transporte de sedimentos costeiros e pela atuação de correntes de deriva litorânea. É um ambiente de deposição recente em função da dinâmica oceanográfica local, com elevado grau de comprometimento ambiental, em razão da presença da urbanização e desassoreamento regulares para a manutenção das hidrovias para barco de pesca e de lazer (NUNES, 2002 apud OLIVEIRA 2002).

A expansão das áreas urbanas e o conseqüente aumento dos arruamentos e da impermeabilização do solo, tanto nas encostas, como nas planícies, favorecem o

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aumento da velocidade e do volume d’água proporcionando seu acúmulo nas drenagens, e transbordamento causando enchentes a jusante.

Manancial Localização Área da Bacia Vazão Vazão Vazão Data Contribuição Média média média Implantação (KM2) (l/s) estiagem Captação (Q7,19)(l/s) (l/s) Cachoeira do Lagoa da 0,97 21,20 5,90 10,00 1910 Assopra Conceição Ana D’Avila Itacorubi 1,16 25,93 7,05 4,0 1910 (Quilombo) Rio Tavares Rio Tavares 2,36 51,57 14,34 20,00 1922

Monte Verde Monte Verde 3,00 56,59 15,06 7,00 1984 (Rio Pau do Barco) Cidade das Saco Grande 1,35 29,50 8,21 4,00 1984 Abelhas (Rio do Mel) Cacupé Saco Grande 1,23 26,88 7,48 4,00 1984 (Córrego do Meiembipe) Córrego Córrego 1,94 42,39 11,79 14,00 1977 Grande Grande (Poção) Lagoa do Peri Lagoa do Peri 20,1 433,78 121,63 200,00 2000

Quadro 4: Mananciais de Florianópolis advindos das bacias hidrográficas. Fonte: FLORIANÓPOLIS, 2004.

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1.5.2 HIDROGEOLOGIA

A caracterização da Hidrogeologia da Ilha de Santa Catarina é representada neste trabalho pelas pesquisas e pelo Mapa Hidrogeológico da Ilha de Santa Catarina, escala 1:50.000 de Guedes Jr (1999 e 2005) (FIG 8). A descrição detalhada por UTP estão presentes no APENDICE A.

Do ponto de vista hidrogeológico, os depósitos sedimentares em Florianópolis são exemplos típicos de formações geológicas permeáveis e com porosidade capazes de acumular e armazenar grande quantidade de água de boa qualidade. No Município de Florianópolis há basicamente dois tipos de aquíferos, o Sistema Aquífero Cristalino, Fraturado e o Sistema Aquífero Sedimentos Inconsolidados.

Conforme o trabalho de Guedes Jr. (1999), as diferentes cores presentes no Mapa Hidrogeológico (FIGURA 8) representam os aqüíferos e a vazão média possível de ser obtida para poços perfurados na unidade referente.

Das cores originais do Mapa Hidrogeológico da Ilha de Santa Catarina de Guedes Jr (1999) foram realizadas pequenas alterações na figura 12 para que fosse possível exemplificar as explicações deste sub-capítulo, sem, no entanto alterar a localização dos elementos principais.

As tonalidades de azul (e cinza) representam os aqüíferos sedimentares e as cores em tons de verde as rochas, onde a ocorrência de água subterrânea concentra-se nas fraturas (GUEDES JR.,1999).

As tonalidades de azul mais escuro representam aqüíferos sedimentares com maior possibilidade de produtividade e em tons mais claro produtividade menor (assim como no cinza do Aqüífero dos Ingleses). Na mesma forma, os aqüíferos fissurais mais produtivos receberam as cores verdes em tons mais escuros, enquanto os menos produtivos em tons claros. A cor amarela mais escura foi reservada para Depósitos de Praia e aterros artificiais, enquanto as cores marron/laranja reservadas para os depósitos sedimentares com muita argila (camadas impermeáveis). Os depósitos heterogêneos, onde há muita variação entre camadas

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de areia, silte e argila, a cor representativa é o amarelo. As fraturas das rochas aparecem como traços contínuos e descontínuos.

Segundo Guedes Jr. (2005) o Sistema Aqüífero Costeiro Brasileiro ocorre na ilha como depósitos sedimentares capazes de armazenar e transmitir água, sobretudo na porção norte e leste da ilha. Os depósitos possuem idade quaternária, estão no domínio geomorfológico de acumulação, trata-se de sedimentos, sobretudo dos maciços cristalinos que por processos de erosão e deposição vão formar os depósitos sedimentares. Estes depósitos formam os melhores aqüíferos para captação de água na Ilha.

Guedes Jr. (1999) retrata que os aqüíferos sedimentares são compostos por elementos que variam de areia grossa a fina, podendo apresentar quantidades pequenas de silte e argila.

No ano de 1996 técnicos da CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais realizaram um trabalho sobre as águas subterrâneas na porção nordeste da Ilha de Santa Catarina. A partir de levantamento geofísico indicaram os seguintes parâmetros médios para o aqüífero: porosidade dominante entre 35% e 45%; capacidade específica de retenção de 15%. Com estes dados a porosidade eficaz do aqüífero foi estabelecida entre 20 e 30%. Para caracterizar a velocidade de circulação do aqüífero de Ingleses do Rio Vermelho os autores estabeleceram os seguintes valores médios para determinados parâmetros: gradiente hidráulico médio de 0,015 m/m, permeabilidade de 0,001m/s; velocidade do fluxo superficial das águas subterrâneas de 15.10-6 m/s correspondendo a 1,3 m/dia; velocidade nos poros de 3 a 4,5.10-6 m/s, cerca de 30 cm/dia (WESTARB, 2004).

Segue a classificação de Guedes Júnior (1999, 2005) para os aquíferos no município de Florianópolis.

Aquíferos Sedimentares Inconsolidados

Os aquíferos sedimentares estão em relevo plano ou suave ondulado, sendo característica marcante deste sistema a alta permeabilidade dos materiais constituintes. Os solos são pouco espessos ou mesmo inexistentes, enquanto as áreas de recarga relacionam-se a completa extensão do aquífero, recebendo águas diretamente de precipitação e da superfície dos morros (GUEDES JR.,1999).

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Evidentemente que a água dos aquíferos fraturados também contribui para os aquíferos sedimentares através de camadas mais profundas confinadas.

Dentre esses aquíferos estão classificados:

Aquífero Joaquina - composto por depósitos eólicos holocênicos, de dunas ativas, localizado essencialmente no leste da Ilha. São depósitos sedimentares compostos quase que exclusivamente por grãos de quartzo, tamanho areia fina, que formam acumulações espessas, podendo atingir até 50 metros de altura e grandes profundidades. Estendem-se desde a Praia do Campeche ao sul (UTP Morro das Pedras), passando pelas dunas da Joaquina (UTP Lagoa da Conceição) até a ao norte (UTP Ingleses) (GUEDES JR.,1999).

Guedes Jr. (1999) aponta que os depósitos eólicos demonstram estratificação cruzada por causa da constante mudança da direção dos ventos, mas isso não impede que a água subterrânea distribua-se de maneira homogênea no meio. Como no Aqüífero Joaquina em que as propriedades hidrogeológicas praticamente são uniformes em toda sua extensão. O nível freático é superficial, sendo que por vezes aflora em depressões. Estes depósitos recobrem depósitos também eólicos, mais antigos, depósitos paleolagunares e depósitos marinho-priaiais.

Para Guedes Jr. (1999 e 2005), as dunas da Ilha de Santa Catarina são ideais para o desenvolvimento de água subterrânea, pois possuem intensa recarga, quando de índices pluviométricos normais. Alem disso há boa condutividade hidráulica permeabilidade, e evidentemente há qualidade das águas para consumo.

Trata-se o aqüífero nas áreas sedimentares como aqüífero livre (freático), isótropo e homogêneo. Não existem camadas de solo sobre estes depósitos e pode-se dizer que toda a área de ocorrência das dunas funciona como área de recarga (GUEDES JR., 2005).

Trata-se de um manancial ainda pouco explorado, mas essencial para o abastecimento de água no futuro, contudo sua preservação está muito associada a utilização da superfície já que esse aquífero está em áreas de dunas sujeitas a uma ocupação e transformação maior do ambiente.

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Aquífero Rio Vermelho - proveniente de depósitos de origem eólica antigos (paleodunas) são de idade Holocênica (+ ou - 2.600 anos) (ZANNINI, 1997 apud GUEDES JR. 2005), ocorrem principalmente na porção leste e nordeste da Ilha, junto aos morros. A maior ocorrência é na região do Sítio Capivari na UTP Ingleses, mas também ocorrem na UTP Lagoa da Conceição, a leste da UTP Papaquara e em alguns cordões de restinga nas praias do sul da Ilha.

Para Caruso Jr. (1993) aponta que desses depósitos eólicos de paleodunas podem ser de idade Pleistocênica.

Com relevo suave, nesse aqüífero são comuns partículas de quartzo tamanho areia fina, com pequenas contribuições de silte e argila, provenientes dos processos erosivos de dissecação em morros da região (GUEDES JR. 2005).

Esse aquífero é muito utilizado pela população local através do sistema de ponteiras. A CASAN também possui poços nesse aquífero com canos de 6 polegadas de diâmetro atingindo profundidade de até 70 metros com vazões médias de 35.000 l/h.

Aquífero Ingleses - Segundo Guedes Jr. (1999) o aquífero Ingleses está relacionado aos depósitos arenosos de origem marinho - praial ocorre nas UTP’s dos Ingleses, Santinho, e norte da UTP Lagoa da Conceição. Aparecendo também na UTP Rio Tavares e Tapera.

É uma camada aqüífera sedimentar livre, sendo de areia grossa limpa, areia fina ou areia fina argilosa com contato direto com a superfície, possui uma camada confinada a profundidades maiores do que quinze metros (GUEDES JR., 1999).

Guedes Jr. (1999) aponta que a origem principal da camada sedimentar é marinho- praial, sendo areia média a grossa predominante, podendo em alguns locais a contribuição eólica ser grande, favorecendo a ocorrência de areia fina.

Junto à Praia dos Ingleses, na região do Rio Vermelho e próximo à Praia do Moçambique, aparece como aqüífero livre, freático, homogêneo e isótropo. Em sub- superfície a camada aqüífera geralmente varia em ocorrência em profundidades maiores do que 18 metros, apresentando espessuras de aproximadamente 20

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metros, dependendo do local de perfuração, sendo confinada por uma camada de rgila que pode atingir até 10 metros de espessura, sendo um manancial estratégico e utilizado em raríssimas vezes ao longo da Ilha (GUEDES JR., 2005).

Este aquífero é muito utilizado para o abastecimento público. Cálculos das vazões deste aqüífero, segundo Guedes Jr. (1999:93), podem chegar a 24.000 l/h, ainda que em pontos de menor extensão de ocorrência, as vazões médias ficam entre 2.000 a 6.000 l/h, como na Praia Brava.

O trabalho de Westarb (2004) retrata o Aquífero dos Ingleses, aponta a nomenclatura SASFI, Sistema Aquífero Sediementar Freático dos Ingleses. Na figura 13 segue mapa com poços profundos da empresa CASAN até 2004.

No Aqüífero Ingleses os depósitos arenosos têm como única fonte de recarga a precipitação atmosférica. No entanto, nem toda a água da chuva que se infiltra atinge o nível freático, parte dela sobre o processo de evapotranspiração.

Para se estimar o volume da recarga para o aqüífero, Westarb (2004) cita a parcela da precipitação que sustenta a reserva de água subterrânea denominada de Infiltração eficaz (Ie) por que corresponde a parte que efetivamente pode percolar até o nível freático e reabastecer o aqüífero (CASTANY,1975 apud WESTARB 2004).

Ainda conforme Westarb a “recarga potencial” que envolve toda água disponível para a recarga subterrânea no Distrito de Ingleses, seria de apenas 1.595 mm/ano representada pela quantidade de chuva que caiu em média por ano na área em estudo para o período de 1980/2002. Com base no balanço hídrico para o Distrito de Ingleses obteve-se o equivalente à Infiltração eficaz (Ie) de 499 mm de chuva anualmente, correspondendo à “recarga real” (RUSHTON,1988 apud WESTARB 2004).

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Figura 7: Mapa de localização de poços profundos da CASAN Fonte: WESTARB, 2004.

Os canais de drenagem representam para o Aquífero Ingleses o extravasamento de suas águas em períodos de elevação do freático. Por outro lado, mostra o quanto o sistema aqüífero em estudo, também já foi modificado pela ação humana de tal maneira que ele fica seco por longos períodos. Salienta-se que é ao longo do rio dos Ingleses que muitos dos poços da CASAN estão localizados (WESTARB 2004).

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A autora Westarb (2004) aponta que as dunas representam uma importante área de recarga subterrânea para o aquífero, dada à excelente condição de permeabilidade e porosidade das areias. No campo de dunas ativas de Ingleses do Rio Vermelho o afloramento da superfície freática forma lagoas. Desta forma, a formação de lagoas nas dunas, evidencia a abundância das águas subterrâneas, ou seja, é o aqüífero extravasando o excesso de suas águas. Assim, o comportamento das lagoas, representa via de regra, as condições das reservas do manancial subterrâneo ().

Aquífero Canasvieiras - Compreende depósitos sedimentares em superfície que aparecem em diversos pontos da Ilha de Santa Catarina, em áreas planas e próximas a manguezais. Destacam-se na UTP Papaquara e Rio Tavares no norte, a oeste UTP Saco Grande e Itacorubi, no sul UTP Rio Tavares e UTP Pântano do Sul. Os depósitos desse aquífero são compostos por sedimentos finos tamanho silte ou argila, podendo ocorrer areia grosa (+ ou – 40%), assim como areia fina (em 70%). Esses sedimentos são remanescentes de eventos marinhos regressivos que formaram pequenos lagos, assim como de processos de deposição em dissecação dos maciços graníticos. Evidentemente que também processos recentes de maré contribuem (GUEDES JR., 1999).

Guedes Jr. Considera que esse aquífero seja impróprio para a utilização humana, pois o município ainda dispõe de outros aquíferos de melhor qualidade para o abastecimento humano.

Aquífero Conceição - Corresponde a depósitos sedimentares de origem continental, de leques aluviais. Com sedimentos mal classificados de cascalhos e areia fina, com silte e argila, e depósitos de aluviões atuais compostos principalmente por areia grossa, com seixos, site e argila em menor quantidade. Não são expressivos na Ilha, aparecem no norte da Lagoa da Conceição, na UTP de mesmo nome e na UTP Tapera. Quanto em sub-superfície, estes podem cobrir mananciais de outros tipos de depósitos, como depósitos marinho-praiais ou fraturas de embasamento cristalino (GUEDES JR.,1999).

Tanto os depósitos argilosos ou orgânicos (como os presentes em áreas de manguezal) com os depósitos de praia não são considerados aquíferos pela quantidade de sal no material.

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Sistema Aquífero Cristalino – Fraturado

Nesse tipo de aquífero estão as rochas ígneas intrusivas e metamórficas (granitos, diabásios e gnaisses), como as rochas vulcânicas (riolitos) no município de Florianópolis. A água da chuva infiltra-se no solo e acumula-se nas interconexões entre as rochas. Quanto maior a quantidade de fraturas na rocha maior a possibilidade de ocorrência de água subterrânea. É um tipo de aquífero que depende de caminhos específicos da rocha, sendo heterogêneo e anisótropo16 (GUEDES JR, 1999).

Nos morros e nos maciços que cortam a Ilha de Santa Catarina e o continente, existem camadas de solo17 de várias espessuras sobre as elevações, sendo mais espessos nas encostas, com topos com maior possibilidade de recarga desse tipo de aquífero, pois possui menor camada de solo e menor declividade.

Os solos são em geral na Ilha bem drenados o que impede apenas parcialmente a passagem das águas, por isso são considerados livres, freáticos. Existem no município dois tipos desses aquíferos:

Aquífero Ilha - Abrange granito Ilha e Itacorubi, diques de diabásio e os metagranitos ocorrentes no Costão do Santinho e costão sul da praia dos Ingleses (Granitóide Paulo Lopes) (GUEDES JR, 1999). A captação de água é feita nas fraturas da rocha, com extrema dificuldade de colocação de poços tubulares. Apesar dessa dificuldade técnica, na Ilha de Santa Catarina as rochas estão bem fraturadas o que facilita encontrar boas vazões.

GUEDES JR. (1999) aponta possibilidade de vazões em torno de 5.000 l/h, com profundidade em torno de 40m.

Quanto aos diques de diabásio, Guedes Jr. (1999) aponta que por vezes essas rochas aparecem encaixadas nas falhas do granito, podendo apresentar por isso boa vazão. Nesse sentido o autor aponta o Morro da Cruz como melhor local de captação nesse tipo de rocha, já que possui um dique de grande expressão.

16 A isotropia é a propriedade que caracteriza as substâncias que possuem as mesmas propriedades físicas independentemente da direcção considerada. Portanto anisótropo são propriedades variáveis, ou diferentes, segundo a direção em que se mede.

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A qualidade da água deste aquífero é excelente podendo ser consumida sem nenhum tipo de tratamento especial. Possui captação entre 30 e 90 m e pode ter uma vazão média de 4 a 6 mil l/h (GUEDES JR, 1999).

Aquífero Cambirela - Aparece nos riolitos ocorrentes, sobretudo na Ilha de Santa Catarina. Este tipo de rocha aparece na forma de diques e derrames, sendo a maior expressão na parte sul da Ilha, próximo a praia da Armação na UTP Lagoinha do Leste. Esse tipo de rocha, por causa da sua formação (de resfriamento na superfície) há diversas fraturas ocasionando possibilidade de maior infiltração de água e, portanto maior vazão. No entanto em Florianópolis, apesar da excelente qualidade do tipo de aquífero, possuem área pequena, alem do fato de estarem muito próximas ao mar acarretando a saída da água para o mar (GUEDES JR, 1999).

Neste trabalho procurou-se atender a demanda de explicitar a Hidrogeologia do município de Florianópolis sem, no entanto adentrar a questão da capacidade de vazão específica (apesar de alguns dados estarem citados) e, sobretudo da qualidade atual dessas águas, ficando essas questões para produto específico. No entanto é importante acrescentar que apesar dos excelentes aquíferos sedimentares, esses correm sério risco com o aumento da ocupação de ambientes ocasionando problemas, a saber: a diminuição da recarga do aquífero pelo uso intenso e por vezes inadequado, o recobrimento do solo, a salinização da água (sobretudo aquífero Ingleses), e, sobretudo a poluição dos aquíferos por descarga de dejetos.

17 Nesses tipos de aquíferos encontram-se os sedimentos coluvionares terciários que são considerados equitardos dentro do Sistema Aquífero Cristalino Fraturado.

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Figura 8: Mapa Hidrogeológico do Município de Florianópolis. Fonte: GUEDES JR. 1999, adaptado e organizado por Orlando Ferretti.

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1.6 VEGETAÇÃO

1.6.1 VEGETAÇÃO DA ILHA DE SANTA CATARINA

Apesar da importância dessa temática ainda há poucos trabalhos sobre o município como um todo. No momento há trabalhos sendo concluídos no setor público com levantamentos atuais do desenvolvimento e da recomposição vegetal, ainda não estando disponíveis para esse relatório. No entanto como o objetivo deste é compor um quadro dos aspectos físicos, utilizou-se o mapeamento de 1990 realizado por Cora Neto e Klein (FLORIANÓPOLIS, 1991) (APENDICE C), entendendo-se que, evidentemente houve retrocessos e recomposição da vegetação. No detalhe das UTP’s, conforme APENDICE A pode-se observar a descrição dos elementos físicos e a vegetação.

A evolução da paisagem vegetal está ligada às diversas flutuações climáticas e oscilações do nível do mar ao longo do período terciário e quaternário, onde modificações geomorfológicas alteraram sucessões e migrações vegetais, sobretudo sobre a planície costeira. A cobertura vegetal do município de Florianópolis é composta pelas seguintes formações: Vegetação Litorânea, Floresta Ombrófila Densa e Vegetação Secundária ou Reflorestamento.

Vegetação Litorânea

Restinga - É sobre a faixa de areia depositada pelo trabalho construtivo do mar, a restinga, que aparece uma cobertura vegetal especializada. São plantas normalmente halófitas, ou sejam vivem sempre com excesso de sal. As plantas são rasteiras, suas folhas, estreitas, pequenas e muito duras (coriáceas), têm tamanho reduzido das folhas para reduzir ao máximo à perda pela transpiração. Além disso, os arbustos e as árvores formam densos grupamentos, com que se protegem do vento,da luz e do calor. Duas famílias de plantas colonizam a restinga da Ilha: Gramineae mais próximas ao mar, e Myrtaceae nas dunas fixas e semifixas (BRESOLIN, 1979 apud FLORIANÓPOLIS, 2004).

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Vegetação de Ante-Dunas - As ante-dunas formam uma faixa arenosa entre a zona das marés e as dunas, umedecida pelo mar, constantemente batida pelo vento e borrifada pelos respingos das ondas (FLORIANÓPOLIS, 2004). Nelas predominam gramíneas resistentes ao excesso de sal na areia. As gramíneas são ervas pouco exigentes. Na restinga da Ilha aparecem a Hydrocotyle bonariensis, Paspalum Vaginatum (grama-de-praia), Remirea marítima (pinheiro-de-praia), Heleocharis geniculata, Ipomoea pés-caprae (batata-de-praia ou salsa-de-praia), etc.(BRESOLIN,1979 apud FLORIANÓPOLIS, 2004).

Vegetação das Dunas Móveis e Semi-Fixas - Pode ser vista no Pântano do Sul, na Lagoinha de Leste, no Rio Vermelho, em Ingleses, em Jurerê, no Campeche e na faixa arenosa que se estende da praia da Joaquina até a Lagoa da Conceição. As dunas móveis formam uma faixa de areia transportada ora pelo vento sul, ora pelo vento nordeste, portanto, desprovida de vegetação, tendo ao seu lado uma faixa coberta por vegetação pouco densa, que tenta, sem muito êxito, segurar e fixar a areia, impedindo-a de ser levantada pelo vento. Afastada do mar, protegida pelos cômoros de areia que as separam da praia, as dunas móveis e semi-fixas enfrentam temperaturas elevadas, que podem chegar a 60º C no verão (REITZ, 1961 apud FLORIANÓPOLIS, 2004). A espécie dominante é a Spartina ciliata, aparecem também Ipormoea pés-caprae, Canavalia marítima, Remirea marítima e Scaevola plumieri (BREZOLIN apud FLORIANÓPOLIS, 2004). Essas espécies são importantes fixadores de dunas.

Vegetação de Dunas Fixas - As dunas estabilizadas aparecem no interior das restingas, em áreas mais protegidas do vento. São cobertas por uma densa vegetação, cujos espécimes se juntam em grupos cerrados, formados por arbustos e árvores baixas. A areia é fina e mais compacta e já mostra um teor de argila, ainda que pequeno, e uma fina camada de húmus, formada a partir da decomposição das plantas que morrem. O sombreamento das plantas dos grupamentos mantém maior teor de umidade na areia. Entre as dunas, nas depressões, acham-se pequenas lagoas de água salobra, em torno das quais aparece uma formação pioneira de ervas, gramíneas e arbustos diminutos. No interior das lagoas rasas, plantas aquáticas são comuns, principalmente Nymphoides indica. As árvores e arvoretas têm os galhos cobertos por epífitas,

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como bromélias. Orquídeas eram comuns, mas a depredação erradicou-as completamente. Na falta das orquídeas, as bromélias passaram a ser procuradas e, hoje, o seu número está muito reduzido.

Manguezais - São áreas de estuários, como pequenos rios, canais, margens de baías, banhados, brejos, com alta salinidade e muita matéria orgânica. Na zona de contato entre a água do mar e a dos rios instalam-se plantas aquáticas e seletivas higrófilas (herbáceas, arbustos e árvores) dotadas de adaptações, que lhes permitem viver num ambiente frágil e com diversos graus de adversidade, o que reduz a população das comunidades a espécimes muito especializados e resistentes. A Ilha de Santa Catarina tem manguezais sempre no lado mais protegido de suas costas o interior das baías,de águas calmas e rasas. Na Ilha, os manguezais só existem na face oeste voltado para o continente: nas desembocaduras dos rios Ratones,Tavares e Itacorubi. O primeiro é ocupado por uma comunidade em que a gramínea Spartina montevidenses é a espécie dominante. O Ryzophora mangle, ou mangue vermelho possui população muito reduzida, sobretudo no manguezal de Rio Tavares. No ambiente seguinte aparece a Avicenia schaueriana a ciriúba ou siriúba, é a espécie predominante, que se fixa na vasa acumulada em torno da espartina. É uma árvore de 6 a 12 metros, que ocorre por quase toda a extensão externa dos manguezais. É a espécie mais comum na Ilha. Na mistura do lodo com a areia dos ambientes mais secos, aparece a Laguncularia racemos, ou mangue branco. Em terreno que somente marés muito altas atingem aparece o Hibiscus tiliceus (guaximba), as samambaias e as corticeiras, alem da capororoca do Brejo.

A Floresta Ombrófila Densa

No município de Florianópolis a Floresta Ombrófila Densa estende-se em dois ambientes: planície quaternária litorânea e as encostas dos morros pré-cambrianos. A floresta de planície quaternária possui solo de baixa fertilidade com matas de no máximo 15 metros. Caruso (1983 apud FLORIANÓPOLIS, 2004) aponta a floresta na Ilha com a seguinte estrutura: no estrato superior aparece Calophtllum brasiliense (olandi), Tapira guianensis (cupiúva), Fícus organensis (figueira-da- folha-miúda), Coussapoa schotti (figueira-do-brejo) e Tabebuia umbellata (ipê-da várzea). No extrato médio a Myrcia dichrophylla (guamirim-de-facho) e M. multiflora

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(cambuí). Entre os arbustos destaque para as palmeiras Geonoma schottiana (guaricana) e Bactris lindmaniana (tucum). No extrato das ervas diversos tipos de bromeliáceas compõem a paisagem. Trata-se de uma floresta quase extinta na Ilha devido a crescente ocupação das áreas de planície. Restando poucas áreas com aparecimento de pequenas porções isoladas ou com profundas modificações humanas.

A floresta das encostas do morros pré-cambrianos é a legitima floresta atlântica, que dá nome ao bioma, com árvores atingindo mais de 30 metros de altura e muitas epífetas das famílias das Bromeliáceas, Orquidáceas, Aráceas, Piperáceas, (samambaias) e lianas (cipós) das famílias das Bignoniáceas e Sapindáceas (KLEIN; 1978, apud FLORIANÓPOLIS, 2004).

Caruso (1983 apud FLORIANÓPOLIS, 2004) descreve a estrutura com estrato superior existem 10 espécies que atingem mais de 30 metros de altura e 65 espécies que atingem entre 21 e 30 metros de altura. Conforme o professor Klein citado por Caruso (apud FLORIANÓPOLIS, 2004) as mais importantes são Ocotea catharinensis (canela preta), Aspidosperma pyricollum (peroba), Ginnamomum glaziovii (garuva), Schizolobium parahybum (garapuvu), Chrysophyllum viride (caxeta amarela), Talauma ovata (baguaçu). No extrato médio Klein identificou 164 espécies de árvore com 11 e 20 metros, sendo a Euterpe edulis (palmiteiro ou íçara) (extinto hoje na ilha) a mais importante. Tanto o extrato arbustivo com o herbáceo possui poucas espécies já que a sombra das árvores não permite o crescimento de muitas espécies.

Dessa descrição da Floresta primária pouco restou na Ilha, estando restrito as unidades de conservação e/ou áreas de difícil acesso.

A Vegetação Secundária

Quanto a vegetação secundária na Ilha de Santa Catarina é importante apontar que houve crescimento das áreas de vegetação do inicio do século XX até hoje, no entanto Caruso (1983 apud FLORIANÓPOLIS, 2004) aponta que, comparando fotografias aéreas de 1938 e de 1978, houve crescimento da vegetação secundária

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na Ilha, isso aconteceu devido ao abandono de práticas agrícolas e o desenvolvimento econômico em outras práticas. A autora aponta ainda que, no entanto, o crescimento deveria ser melhor, em virtude da zona climática em que se encontra a Ilha, e analisa que as queimadas que dificultam o estabelecimento de árvores de grande porte pode ser um dos motivos, alem do domínio de espécie exóticas, nesse caso a autora cita o capim melado. Mas pode-se apontar também o crescimento desordenado do pinus por toda a Ilha (sobretudo na área da UTP Lagoa da Conceição).

Florestas Secundárias ou em regeneração são classificadas de acordo com conceito e as características de cada um dos estágios sucessionais da Mata Atlântica, conforme definição nas Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), observando as peculiaridades dos ecossistemas de cada Estado. Para a Ilha de Santa Catarina podemos considerar:

A Capoeirinha, ou estágio inicial de regeneração, que surge após o abandono de uma área agrícola ou de uma pastagem. Este estágio geralmente vai até 6 anos, podendo em alguns casos durar até 10 anos em função do grau de degradação do solo ou da escassez de sementes. Nas capoeirinhas geralmente existem grandes quantidades de capins e samambaias de chão. Predominam também grandes quantidades de exemplares de árvores pioneiras de poucas espécies. A altura média das árvores em geral não passa dos 4 metros e o diâmetro de 8 centímetros.

Algumas das espécies que ocorrem no estágio inicial são: capororoca (Rapanea ferrugínea), vassouras (Baccharias spp), aroeira (Schinus terebinthifolius), embaúbas (Cecropia spp), cambará (Lantana câmara), araçá (Myrcia sp), cambui (Myrciaria sp), e outras.

A Capoeira, ou estágio médio de regeneração, surge depois dos 6 anos de idade, durando até os 15 anos. Neste estágio as árvores atingem altura média de 12 metros e diâmetro de 15 centímetros. Nas capoeiras a diversidade biológica aumenta, mas ainda há predominância de espécies de árvores pioneiras como as capororocas, ingás e aroeiras. A presença de capins e samambaias diminui, mas em muitos casos resta grande presença de cipós e taquaras. Palmiteiros começam a aparecer. Algumas das espécies que ocorrem no estágio médio são: capororoca

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(Rapanea ferruginea), vassouras (Baccharis dracunculifolia, B. articulata e B. discolor), ingá-feijão (Inga marginata), pata-de-vaca (Bauhinia candicans), maminha-de-porca (Zanthoxylon rhoifolium), jacatirão (Miconia fairchildiana), ipê- amarelo (Tabebuia chrysotricha), cinco-folhas (Sparattosperma leucanthum), caroba (Cybistax antisyphilitica), guapuruvu (Schizolobium parahiba) e outras.

No Estágio avançado de regeneração, o Capoeirão, se inicia geralmente depois dos 15 anos de regeneração natural da vegetação, podendo levar de 60 a 200 anos para alcançar novamente o estágio semelhante à floresta primária. A diversidade biológica aumenta gradualmente à medida que o tempo passa e que existam remanescentes primários para fornecer sementes. A altura média das árvores é superior a 12 metros e o diâmetro médio é superior a 14 centímetros.

Neste estágio os capins e samambaias de chão não são mais característicos. Começam a emergir espécies de árvores nobres como as canelas, cedros, sapucaias e imbuias. Os cipós e taquaras passam a crescer em equilíbrio com as árvores assim como as palmeiras. Algumas das espécies que ocorrem no estágio avançado são: canela-branca (Nectandra leucothyrsus), aroeira vermelha (Schinus terebinthifolius), camboatá-vermelho (Cupania vernalis), angico-vermelho (Parapiptadenia rigida), guajuvira (Patagonula americana), camboatá-branco (Matayba ealeagnoides), cedro (Cedrela fissilis), figueira (Ficus spp.), jequitibá- branco (Cariniana legalis), jequitibá-rosa (Cariniana estrellensis), perobas (Aspidosperma spp.), e o famoso palmito (Euterpe edulis) entre outras.

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Florianópolis/Lagoa. Brasília: CPRM/MME, 1997, 223 p.

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APÊNDICE A – DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP).

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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA18 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA legislações19 No Maciço do Morro da Maciço de Granito Hidrografia com rios que Floresta essencialmente Parque Urbano do Suíte Intrusiva Pedras Cruz domínio dos (Maciço do Morro da nascem nas encostas urbana. Restrita ao Maciço do Morro da Grandes (Granito Argissolos e Cruz com altitude do maciço central e Maciço do Morro da Cruz (lei municipal 6893 Florianópolis) por todo o Cambissolos máxima de 238m) e morros adjacentes. Cruz. Fragmentos de de 8/12/2005). Maciço do Morro da (normalmente associado planície costeira (área Maioria dos canais capoeirinha em morros Reserva Particular do Cruz. Dique de Riolito ao relevo mais do centro da cidade). intermitentes. Grande adjacentes. Patrimônio Natural Formação Cambirela montanhoso). Declividades número de canais de (RPPN) Menino Deus (direção N-S e NE-SW) Afloramento de rochas acentuadas no Maciço, drenagem canalizados e Domínio de capoeirinha. (Processo no IBAMA nº e diques de Diabásio e por todo o Maciço acima de 45%. cobertos (abaixo de Presença de Capoeirão 02026.001868/96-15). de Aplito/Cataclasito rochoso. O Cambissolo Declividade média da ruas). na área atrás do Encostas Leis 2193/85 (direção N-S), de idade aparece ao Norte da UTP UTP formada pelas sub- Hospital de Caridade e 1851/82. entre 119 a 128 milhões área do MMC nas áreas 0 a 30%. bacias do Morro do (RPPN). Presença de Protege todas as de anos, cortando as de relevo suave Domínio da dissecação Horácio; Baía Norte; Rio capoeira nas bordas do encostas com rochas bem como as ondulado. Já nas áreas em montanha em todo o da Bulha; Prainha e Morro da Cruz e Alto da declividade igual ou estruturas (falhas, zonas de patamares da alta maciço. Ao norte Saco dos Limões. Caieira. superior a 25°, ou de cisalhamento) super- encosta cortando a (próximo a Avenida 46,6%, recobertas ou impostas a eles. parte central do Maciço Beira Mar Norte) Sistema Aqüífero não por vegetação, o Falhas e lineamento aparece em associação dissecação de outeiro Cristalino, Fraturado – sistema hidrográfico que ao Argissolos Vermelho- (morro). Duas bacias Aqüífero Ilha (granito e forma as principais 9,361 NW-SE (preferencialmente). Amarelo de relevo suspensas (Morro da diques de diabásio) e bacias de captação de montanhoso. Queimada e Alto da Aqüífero Cambirela (no água potável, a FLORIANÓPOLIS Depósitos flúvio- Caieira). grande Dique de paisagem natural e a marinhos na ponta norte Sobre a planície no Na planície há rampas Diabásio do Morro do fauna . da UTP antes do aterro Saco dos limões há de colúvio-aluvio e Horácio). da Beira Mar Norte. areias quartzosas áreas de acumulação marinhas. marinha. O dique de diabásio no Grandes áreas de aterro Maciço possui excelente Na região do centro do antropocêntrico. capacidade de vazão de município ocorre as água para areias quartzosas. abastecimento o que poderia ser boa Presente nessa UTP alternativa para o muitas áreas de Aterro. abastecimento dos morros centrais em Florianópolis.

18 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 19 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA20 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA legislações21 Suíte Intrusiva Pedras Domínio dos Argissolos Declividades pouco Canais intermitentes. Inexistente Inexistente Grandes (Granito sobre área próximo e no acentuadas de 0 a 15%. Maioria dos canais de Florianópolis) no granito. Dissecação em outeiro drenagem canalizados e embasamento e Areias quartzosas e (morro). cobertos (abaixo de servindo de divisor de quartzosas marinhas no Apresenta rampas de ruas). águas para a UTP litoral. colúvio-eluvionais e Sistema Aqüífero Coqueiros. áreas de acumulação Cristalino, Fraturado – Nas bordas próximo ao marinha (nas praias do Aqüífero Ilha (granito). litoral sedimentos Matadouro e praia do colúvio-aluvio- Balneário).

6,002 eluvionares Áreas de aterro

ESTREITO indiferenciados no antropocêntrico recente entorno da Av. Ivo na praia do Matadouro. Silveira e sedimentos arenosos bem selecionados de ambiente marinho litorâneo próximo a Ponta do Leal. Suíte Intrusiva Pedras Domínio dos Argissolos. Declividades pouco Canais intermitentes. Inexistente Inexistente Grandes (Granito Afloramento de rochas acentuadas de 0 a 30%. Maioria dos canais de Florianópolis) no sobre áreas de planície Dissecação em outeiro drenagem canalizados e embasamento e marinha da Ponta José (morro). cobertos (abaixo de servindo de divisor de Francisco até a Praia Apresenta rampas de ruas). águas para a UTP das Palmeiras. colúvio-eluvionais e Sistema Aqüífero Estreito. Areias quartzosas e áreas de acumulação Cristalino, Fraturado – Sedimentos colúvio- quartzosas marinhas no marinha em toda face Aqüífero Ilha (granito). aluvio-eluvionares litoral. da baía Sul.

5,782 indiferenciados (em contato com a Baía de COQUEIROS São José) e sedimentos arenosos bem selecionados de ambiente marinho no ambiente voltado para a Baía Sul.

20 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 21 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA22 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA legislações23 Suíte Intrusiva Pedras No Maciço do Morro Maciço de Granito (Maciço do Hidrografia com rios que Floresta Parque Manguezal do Grandes (Granito da Cruz domínio dos Morro da Cruz com altitude nascem nas encostas do essencialmente Itacorubi Decreto Florianópolis) por todo o Argissolos e máxima de 238m) e planície). maciço central e morros urbana. No Maciço Municipal 1529/2002 Maciço do Morro da Cambissolos Declividades acentuadas no adjacentes. Rios do Morro da Cruz. Área: 150 ha. Cruz. Diques de (normalmente Maciço, acima de 45%. intermitentes. Maioria dos Capoeira nas bordas Parque Urbano do Diabásio e de associado ao relevo Declividade média da UTP canais de drenagem do Morro da Cruz. Maciço do Morro da Aplito/Cataclasito mais montanhoso). 0 a 30%. canalizados e cobertos Fragmentos de Cruz. Lei municipal (direção N-S). Litólicos nas áreas Domínio da dissecação em (abaixo de ruas). capoeirinha em 6893 de 8/12/2005. Falhas e lineamento E- de alta encosta montanha próximo ao divisor. Nascentes ainda presentes morros adjacentes. Área: 144,9 ha. W (preferencialmente) e principalmente, nos Dissecação de outeiro na na sub-bacia da Serrinha e Parque Municipal do grande falha NW-SE. setores sudeste e Serrinha e Trindade e Pantanal. do Córrego Grande. Maciço da Costeira Formação Cambirela em nordeste da sub- Rampas de colúvio-aluvio nas A bacia do Campus da Lei Mun.4605/95 Dec. morro isolado no bairro bacia do Itacorubi, áreas da Trindade e Pantanal. UFSC tem 154/95 Pantanal na divisa com com abrangência Áreas de acumulação marinha aproximadamente 4 km2, Área: 1453,3 ha. a UTP Costeira. nas cabeceiras de próximas ao manguezal do com o canal principal está (dividido com outras 3 Depósito flúvio-marinhos drenagens. Itacorubi. situado desde as UTP’s). na ponta NW da UTP Afloramento de Grandes áreas de aterro nascentes (340,00 m) ate a Encostas antes do aterro da Beira rochas no divisor de antropocêntrico em toda a Beira foz (5m), sendo tributário Leis 2193/85 e 1851/82. Mar Norte e águas no Morro da Mar Norte. do Rio Três Córregos, que Protege todas as Sedimento colúvio- Cruz A sub-bacia do Itacorubi as deságua na Baía Norte, encostas com

28,504 aluvio-eluvionares Solo indiscriminado nascentes estão no Maciço da dentro dos limites da declividade igual ou

ITACORUBI indiferenciados em toda de manguezal no Costeira, pertencentes às UFSC, este canal é superior a 25°, ou área formada pelo Manguezal do elevações rochosas da Unidade chamado de Rio do Meio. 46,6%, recobertas ou Campus da UFSC Itacorubi, mais Geomorfológica Serras do Leste A leste o rio Córrego não por vegetação, o (Bairro Trindade). precisamente, junto Catarinense, onde há seqüência Grande, abrange uma área sistema hidrográfico que Sedimento argilo- à foz do Rio de elevações dispostas de total de 16,80 Km2, forma as principais arenosos no manguezal Itacorubi. forma sub-paralela, orientadas compreendendo cerca de bacias de captação de do Itacorubi. Glei pouco húmico predominante no sentido NE – 1.680 ha, com um água potável, a Sedimento areno-silticos na Planície Flúvio- SW, as quais apresentam perímetro de 21.751 paisagem natural e a argilosos de baía e Marinha que menores elevações em direção metros. fauna . laguna (bairro Santa circunda o ao mar. Pelas feições No baixo curso o Itacorubi, Mônica). Manguezal do topográficas da sub-bacia do situa-se na Planície Flúvio- Itacorubi. Itacorubi há contrastes Marinha local de baixa altimétricos com amplitudes na declividade com alto índice ordem de 500 metros, de urbanização. destacando-se o morro da Sistema Aqüífero Costa da Lagoa com cerca de Cristalino, Fraturado – 496 metros. Aqüífero Ilha (granito).

22 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 23 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras 24 GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA legislações25 (KM2) A face oeste da UTP, mais No Morro da Relevo montanhoso a oeste da Lagoa da Conceição, com No cume do Morro da Lagoa Parque Florestal do Rio montanhosa, assim como Lagoa sob o UTP com planícies e costões a 19 km2 de superfície da existência ainda da Vermelho (Estadual) Dec. Est. os morros da Galheta e da granito domínio leste com dissecação em lagoa. Canal de vazão Floresta Ombrófila Densa 2006/62 Joaquina estão sob dos Argissolos. montanha. Declividades bem (Canal da Barra da Lagoa) Montana, com vegetação Área: 1.100 ha (presente também domínio da Suíte Intrusiva Domínio de dunas acentuadas a oeste em área de com aproximadamente antropizada no seu entorno, na UTP Santinho). Pedras Grandes (Granito próximo a praia da montanha. Na Barra da Lagoa, 2km. A Lagoa tem larguras capoeira e capoeirinha. No Parque Municipal das Dunas da Florianópolis). Falhas e Joaquina. no Morro da Barra, dissecação variáveis entre 2,5 km e Morro da Costa presença de Lagoa da Conceição Dec. lineamento Domínio das em morraria assim como no 150metros que capoeirão. Nas margens Mun.231/88 preferencialmente N-S e areias quartzosas Morro da Praia Mole e acompanham o desenho da montanhosas da lagoa presença Área: 453 ha. NE-SW. hidromórficas na Joaquina. Nas franjas da costa. O seu comprimento de capoeirinha e capoeira (mais Parque Municipal da Galheta Lei Presença de grande áreas planície a leste da montanha e dos morros total é de 13,5 km e o seu ao norte da lagoa a capoeira é Mun.3455/92 Dec. 698/94 com sedimentos sobre a Lagoa. modelados de acumulação em volume de mais freqüente). No Morro de Área: 149,3 ha. planície, sendo Ao norte da Lagoa rampas colúvio-eluvionais. aproximadamente 49.87 x Ratones e Morro do Sertão Parque Municipal do Maciço da principalmente de aparecimento do Planície de acumulação 106 m3. A Lagoa da capoeirão. Nas partes mais altas Costeira sedimento silticos-argilo Gleissolo eutrófico. lacustre em toda a área Conceição pode ser do Morro do Badejo presença de Lei Mun.4605/95 Dec. 154/95 arenosos de baía e laguna costeira da praia do definida como uma lagoa de capoeirão com franjas de Área: 1453,3 ha. (dividido com (nos arredores da Av. das Moçambique e Barra da Lagoa águas rasas, com capoeirinha na média encosta. outras 3 UTP’s). Rendeiras) e nas laterais com cordões de restinga profundidade máxima de Nas dunas da Lagoa vegetação Região da Costa da Lagoa da rodovia que liga Barra separando as áreas lacustres e 8,7 metros e mínimas com influência marinha Dec. 247/86 da Lagoa ao Rio o mar. Presença de rampas de variando entre 50cm a 2 herbácea e arbustiva (vegetação Área: 976,8 ha Vermelho. Sedimentos de dissipação no entorno da metros. A amplitude de de restinga). No Morro da Todo o caminho da Costa, a origem eólica rodovia nas proximidades do maré dentro da Lagoa varia Joaquina e Praia Mole vegetação e as edificações de

85,750 imediatamente após os Parque Estadual do Rio cerca de 20 cm, podendo vegetação com influencia interesse histórico e artístico sedimentos marinho Vermelho. Presença de áreas atingir 40 cm em períodos marinha arbustiva e arbórea. No existente na região são protegidos litorâneos da praia da de acumulação lacustre de chuvas fortes ou Morro da Galheta presença de por esse Decreto. Barra da Lagoa. também nas áreas de encontro prolongadas. capoeirinha e capoeira. No Dunas da Barra da Lagoa E sedimentos colúvio- dos rios que descem o maciço A entrada de água doce Morro da Barra presença de Lei Mun.3711/92 LAGOA DA CONCEIÇÃO LAGOA aluvio-eluvionares cristalino com a Lagoa da acontece por rios com baixa capoeirinha. Sobre a planície Área: 6,6 ha indiferenciados nas Conceição. vazão como o rio João costeira ainda domina as Área constituída por duna móveis e proximidades do centrinho A Lagoa da Conceição forma Gualberto (na área Norte), o plantações de pinus no Rio fixas de baixa altitude, formando da Lagoa. Na Fortaleza da corpo d’água salobra (em qual drena uma sub-bacia Vermelho, mas com capoeirinha um cordão litorâneo ao longo da Barra da Lagoa, na menor grau de salinidade ao de 4 km2 de superfície e crescendo as margens e entre praia da Barra da Lagoa e que tem margem do Canal da norte da lagoa) alguns córregos na borda as espécies exóticas (sempre sua continuidade ao longo da Praia Barra à direita no sentido A parte norte recebe as águas oeste, os quais nascem no que são cortadas a veg. nativa do Moçambique. S-N, aparecem também de muitos rios que descem embasamento cristalino se regenera). Na costa presença Encostas sedimentos marinhos pelo maciço granítico. adjacente; alem de haver de vegetação de influencia Leis 2193/85 e 1851/82. litorâneos e eólicos A sudeste da UTP domínio de infiltração de água marinha herbácea, arbustiva e Protege todas as encostas com retrabalhados. áreas de acumulação em subterrânea na porção Sul. arbórea. Ao longo da lagoa e declividade igual ou superior a 25°, planície eólica, com presença nas margens do rio Vermelho ou 46,6%, recobertas ou não por de dunas fixas e móveis. Áreas vegetação fluvial herbácea. vegetação, o sistema hidrográfico de planície fluvio-lacustre em que forma as principais bacias de vários pontos a leste da UTP. captação de água potável, a paisagem natural e a fauna .

24 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 25 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

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DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA26 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOL legislações27 OGIA Nas áreas de maior elevação Nas cabeceiras de Dissecação em montanha Sub-bacias dos Ao sul e a leste da Manguezal do Saco Grande Suíte Intrusiva Pedras drenagem nos morros ao longo das áreas do rios Vadik, Pau UTP, nos Morro do (Estação Ecológica de Carijós) Grandes (Granito graníticos domínio dos maciço granítico, com de arco, Cantagalo, Morro Dec. Fed. 94656/87 Florianópolis). Na área da Argissolos (solos vários interflúvios e com Jacatirão e do da Fortaleza, Morro Área: 93,5 ha baixa vertente ao longo das podzólicos vermelho- vales em V. Rampas na Mel. Destas a das Canelas e no Todo o manguezal situado entre áreas de margem dos rios e amarelos) e média e baixa encosta de sub-bacia do rio Morro Pedra de a Rodovia SC-401 e o mar, riachos presença de dois tipos cambissolos acumulação colúvio- do Mel ainda é Listra presença de formando uma área contínua de sedimentação: sedimentos argilosos, eluvionais. Acumulação em utilizada para o capoeirinha e recoberta por densa vegetação. areno-silticos argilosos de baía Solo indiscriminado de planície flúvio-marinha abastecimento capoeira em Encostas e laguna e sedimentos colúvio- manguezal no próximo a SC 401. Planície de algumas algumas vertentes. Leis 2193/85 e 1851/82.

17,194 aluvio eluvionares Manguezal de Saco de maré na área do famílias. Na área de Protege todas as encostas com indiferenciados (na margem Grande. Manguezal. Domínio do manguezal declividade igual ou superior a

SACO GRANDE GRANDE SACO direita, sentido S-N) da SC Glei pouco húmico na aquífero Ilha, vegetação flúvio- 25°, ou 46,6%, recobertas ou 401). Planície Flúvio-Marinha com marinha arbórea, não por vegetação, o sistema E grande quantidade de que circunda o aparecimento do arbustiva e hidrográfico que forma as sedimentos silticos-argilosos- Manguezal. aquífero herbácea. principais bacias de captação arenosos com matéria Canasvieiras na de água potável, a paisagem orgânica típicas de áreas de planície. natural e a fauna . manguezal. Suíte Intrusiva Pedras Argissolos sob os Possui elevações com Pequenos Vegetação com Encostas Grandes (Granito morros graníticos. vales. A praia está dividida córregos que capoeirinha e no Leis 2193/85 e 1851/82. Florianópolis) nos morros com Presença de areias em uma parte ao norte, nascem do alto do morro Protege todas as encostas com grande lineamento no sentido quartzosas marinhas outra ao sul - por uma paredão rochoso capoeira. declividade igual ou superior a N-S. Sedimentos colúvio-aluvio nas praias do Cacupé. elevação rochosa que e descem para 25°, ou 46,6%, recobertas ou eluvionares indiferenciados na avança até o mar, possui oeste para a não por vegetação, o sistema baixa vertente (entre 10 e 50m estreita faixa de areia em Baía Norte. hidrográfico que forma as de altitude). Sedimentos parte acompanhando a Aquífero Ilha. principais bacias de captação marinhos litorâneos na praia Estrada Geral de Cacupé. de água potável, a paisagem

1,813 do Cacupé Pequeno e Cacupé Dissecação em morraria natural e a fauna. CACUPÉ CACUPÉ Grande. nos corpos graníticos, com interflúvio convexizado. Acumulação marinha na praia de Cacupé Pequeno e Praia Comprida. Rampas colúvio-eluvionais ao longo dos pequenos rios.

26 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 27 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL72 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA28 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA legislações29 Suíte Intrusiva Pedras Argissolos sobre o O relevo é constituído Pequenos Córregos que Morros com a presença Restinga da Ponta do Grandes (Granito granito, com por encostas do maciço deságuam a oeste na de capoeirão e capoeira Sambaqui Florianópolis) dividindo profundidades variáveis. cristalino, entremeadas Baía Norte nas vertentes. Dec. 112/85 as UTP’s ao sul e a leste. Presença de areias por algumas áreas Aquífero Ilha. Com uma Área: 1,3 ha Lineamento no sentido quartzosas marinhas. planas próximas a baía, faixa possível de A Ponta do Sambaqui se N-S. Sedimentos principalmente em Santo Aquífero Ingleses que originou através de marinhos litorâneos na Antônio de Lisboa, além precisa ser mais bem processo de área costeira da Baía de uma extensa planície avaliada por sondagem. sedimentação de uma Norte. úmida que faz limite com antiga ilha, chamada de o manguezal de Ratones. tômbolo. A cobertura A encosta mais íngreme vegetal é caracterizada e de maior altitude é o por árvores frutíferas. Morro da Praia Comprida, cujo divisor de águas constitui o limite

5,213 leste, sendo o cume mais elevado alcança 352m de altitude. Na parte sul há dissecação em

SANTO ANTÔNIO DE LISBOA montanha, mais ao norte no Morro da Barra do Sambaqui dissecação em morraria. Presença de rampas colúvio- eluvionais ao longo dos breves riachos. Acumulação marinha nas praias.

28 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 29 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL73 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA30 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA legislações31 Nas cabeceiras de Grande variação de Dissecação em Maior bacia na Ilha. O No alto do Morro de Encostas drenagem da Bacia solos, que acompanham montanha na parte sul da Rio Ratones possui Ratones e Sertão Leis 2193/85 e 1851/82. presença do Granito a complexidade do UTP, com vertentes em aproximadamente 10 km presença de capoeirão. Protege todas as Florianópolis. Na média e ambiente. rampas de colúvio- de extensão com largura No Morro dos Vitorinos encostas com baixa vertente (aprox. de Argissolos nas eluvionais. Grande área média de 3 metros, maior presença de capoeirinha, declividade igual ou 5 a 50m) sedimentos cabeceiras de drenagem em planície lacustre ao tributário da bacia forma capoeira e capoeirão. superior a 25°, ou 46,6%, colúvio-aluvio com o aparecimento de longo do rio Ratones. um pequeno estuário. Os Influencia flúvio-herbácea recobertas ou não por eluvionares cambissolos a média Área de Acumulação em principais rios tributários ao longo do ribeirão vegetação, o sistema indiferenciados. vertente sobre as rampas planície de maré próximo são os rios o Veríssimo, Vargem Pequena. Ao hidrográfico que forma as Sobre a planície fluvial de colúvio. a SC 401. do Costa e Piçarras, longo do arroio dos principais bacias de (nas margens do Rio Espodossolos além de afluentes Macacos presença de captação de água Ratones) sedimento hidromórficos junto ao menores como os capoeirinha. potável, a paisagem silticos-argilo arenosos Canal do DNOS ribeirões Vargem natural e a fauna. de baía e lagunas. juntamente com solos Pequena e da Capela e o indiscriminados de córrego Silvino. manguezal. A bacia é influenciada

32,386 pela ação das marés. Muitos canais de RIO RATONES RIO drenagem antrópicos realizados ao longo dos últimos 50 anos modificaram as áreas mais planas. Os córregos que descem dos morros estão mais bem preservados.

Domínio do aquífero Ilha, mas com planície com aquífero Canasvieiras.

30 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 31 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL74 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA32 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGI legislações33 A Nas áreas de maior elevação Argissolos nas Dissecação de morraria Principal rio o Rio Ao sul presença de Manguezal de Ratones Suíte Intrusiva Pedras cabeceiras de ao sudoeste no Morro Ratones já na capoeirinha e (Estação Ecológica de Carijós) Grandes (Granito drenagem. Com muitos do Sambaqui com planície com capoeira em nas Dec. Fed. 94656/87 Florianópolis) – apenas no Espodossolos rampas de colúvio- constante domínio vertentes. Na área Área: 625,07 ha divisor com UTP de Santo hidromórficos eluvionais. Dissecação das marés. de manguezal É APP toda área estuária do Antônio de Lisboa (ao sul) e a (sobretudo pela baixa de montanha a sudeste vegetação flúvio- Rio Ratones e do Rio sudeste com UTP Ratones. declividade e solos com grandes rampas de Aquíferos de marinha arbórea, Veríssimo, recoberta pela UTP com bastante material encharcados) solos colúvio-eluvionais. depósitos argilosos arbustiva e vegetação de mangue, bem sedimentar: sedimentos indiscriminados de Domínio da planície impróprios para uso herbácea. como toda a extensão ao longo 13,717 colúvio-aluvio eluvionares manguezal. lacustre. humano (no da linha da costa do Pontal da indiferenciados; sedimentos momento). Daniela. areno-síticos argilosos de baía e laguna e na área do Aquífero Ilha no

MANGUEZAL DE RATONES DE MANGUEZAL manguezal sedimentos silticos- embasamento argilosos-arenosos com cristalino a matéria orgânica. montante. Granito Florianópolis no Morro Argissolos em fina Dissecação de morraria Pequenos Córregos Morros com a da Barra do Sambaqui. Com camada sobre o granito, junto ao morro do que deságuam a presença de lineamento NE-SW. Pequena com aparecimento de Sambaqui com oeste na Baía Norte capoeira e praia na Ponta da Luz com afloramento de rochas. pequenas áreas de Aquífero Ilha. capoeirinha nas presença de sedimentos Areias quartzosas acumulação marinha. vertentes. 0,782 marinhos litorâneos. marinhas em pequena BARRA DO BARRA SAMBAQUI área próxima a Ponta da Luz.

32 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 33 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL75 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA34 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGI legislações35 A Nos divisores com UTP Ponta Grande diversidade de Dissecação de morraria O Rio Papaquara é Presença de Manguezal de Ratones das Canas, Ingleses e Lagoa solos com predomínio no Morro da Vargem o rio principal capoeirinha e (Estação Ecológica de Carijós) da Conceição presença do de Gleissolo eutrófico Pequena com rampas correndo por áreas capoeira nas Dec. Fed. 94656/87 Granito Florianópolis. Assim com presença de solos de dissipação na planas, densamente vertentes a leste. Área: 625,07 ha como no morro da Vargem orgânicos ao longo de vertente oeste do Morro. ocupadas e muito Na planície É APP toda área estuária do Pequena que divide com a todo rio Papaquara. Ao longo do arroio dos modificadas por vegetação flúvio- Rio Ratones e do Rio UTP Ratones e o Morro do Ao sul da UTP Jurerê Macacos planície fluvio- canais de drenagem marinha arbustiva e Veríssimo, recoberta pela Jurerê (a oeste da UTP). Na presença de solos lacustre. No Morro do antrópicos. O rio da herbácea. vegetação de mangue, bem Cachoeira do Bom Jesus de Espodossolos Marques e da Capivara Palha e o Rio dos como toda a extensão ao longo sedimentos colúvio-aluvio Hidromórficos com a dissecação em Macacos apesar de da linha da costa do Pontal da eluvionares indiferenciados, presença de areias montanha com rampas estarem bem Daniela. assim como toda a baixa quartzosas. Nos colúvio-eluvionais. A preservados a encosta dos morros no entorno divisores da UTP e Vargem Grande está montante também da UTP. cabeceiras de sobre uma rampa de estão Ao longo do Papaquara drenagem presença de dissipação. No Morro da completamente presença de sedimentos Argissolos. Cachoeira do Bom modificados e 44,146 silticos-argilo arenosos de baía Presença de Jesus dissecação em poluídos na

PAPAQUARA e laguna. Nas margens do Rio Cambissolo próximo ao morraria com franjas em planície. Ratones (até a SC 401) Morro do Pinheiro rampas de colúvio- sedimentos silticos-argilosos- (sobre área de rampa eluvionais. Sobre a Bons aquíferos na arenosos com matéria colúvio). enorme área de planície planície, como o orgânica. Presença de areias a parte mais ocupada aquífero Ingleses, quartzosas em próximo da paisagem. Nas Canasvieiras e Rio ao rio dos Macacos e margens do rio Vermelho. em Vargem Pequena. Papaquara aparece a planície lacustre. Na praia da Cachoeira cordões de restinga. Planície de restinga na praia de Canasvieiras.

34 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 35 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL76 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA36 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA outras legislações37 O Granito Florianópolis Na UTP há o predomínio de areais No Morro das Feiticeiras A hidrologia resume-se a dois rios: o Presença de Dunas dos está presente nos quartzosas que apresentam perfis dissecação em morraria rio Capivari e seu afluente o rio dos capoeirinha no divisor Ingleses divisores com a UTP de solo com espessuras superiores com a praia dos Ingleses Ingleses, pequenos canais que com UTP Jurerê. Na Dec. 112/85 Papaquara (a oeste). Ao a 2m. formada por acumulação descem dos morros, por lagoas que planície vegetação de Área 953,5 ha noroeste o morro das Os argissolos de textura média marinha. Planície flúvio- ocorrem no campo de dunas ativas e capoeirinha em É um campo de Feiticeiras também tem argilosa e argilosa, constituem área marinha nas margens do rio por aquelas que ocorrem no fragmentos. dunas fixas, semi- formação do Granito. À de solos medianamente profundos Capivari. Grande rampa de Santinho, a Lagoa do Jacaré e das fixas e móveis, que nordeste a ponta dos a profundos situando-se nos Morros dissipação próximo ao Lavadeiras na lateral do Morro das se estendem da Ingleses formação de dos Ingleses. Morro do Muquem (este de Aranhas. Praia do granitóides foliados Solos Glei pouco húmico ocorrem dissecação em montanha), O rio Capivari apresenta no seu Moçambique pelo (complexo Canguçu). Na em parte da margem esquerda do assim como em quase toda baixo curso, características de planície do Rio franja dos maciços rio do Capivari, possuem horizonte a planície onde está a estuário, desaguando numa boca Vermelho até graníticos presença de A com espessura menor de 25 cm comunidade do Rio única próximo da área sedimentos colúvio- e menos de 5% de matéria Vermelho. Nos campos de As nascentes do rio Capivari urbanizada dos aluvio eluvionares orgânica. dunas, formados pelas encontram-se no morro do Muquém Ingleses. indiferenciados. A UTP Argissolos mais hidromórfico com planícies eólicas aparecem localizado a sudoeste do Distrito, possui vasta área sob as areias quartzosas hidromórficas as dunas parabólicas, com mas descem outros pequenos canais domínio de depósitos ocorre no plano do rio Capivari e do dunas fixas e dunas semi- do morro da Vargem do Bom Jesus sedimentares: na praia rio dos Ingleses situado na base do estabilizadas. e do morro da Ponta das Feiticeiras. sedimentos marinhos cordão de dunas fixas. São solos O rio dos Ingleses é alimentado pela 19,177 litorâneos, sendo que os com predominância de textura descarga do Sistema Aqüífero INGLESES sedimentos marinos arenosa ao longo do perfil, Sedimentar Freático Ingleses – litorâneos e eólicos extremamente ácidos e apresentam através das águas que afloram no retrabalhados vão formar profundidades variáveis. O lençol campo dunas, o volume do rio os terrenos mais freático encontra-se próximo ou à depende do nível de água do ocupados e superfície do solo. aqüífero. Inicia seu curso no sopé do transformados; Os campos de dunas ativas cordão de dunas fixas, no Rio sedimentos arenosos de Moçambique-Ingleses constituem Vermelho próximo ao limite com o origem eólica vão formar os depósitos eólicos alcançando Distrito de São João do Rio os campos de dunas altitude de 45 m. Ao longo das duas Vermelho, a oeste do campo de móveis e fixas (essa laterais deste campo de dunas dunas ativas e fixas e flui para o próxima a divisa com ativas estão presentes as dunas norte até encontrar UTP Santinho). As fixas vegetadas que constituem os o rio Capivari. margens do rio Capivari depósitos eólicos pleistocênicos, Os depósitos predominantemente presença de sedimentos sendo que a mais alta encontra-se arenosos que constituem a bacia silticos-argilo arenosos apoiada no Morro das Aranhas sedimentar possibilitaram a de baía e laguna. alcançando 65 m de altitude. formação de um sistema aqüífero sedimentar freático.

36 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 37 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL77 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA38 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGI legislações39 A No Morro dos Ingleses na Frágil camada de Dissecação de morraria Aqüífero Presença de Parque Florestal do Rio ponta nordeste presença de Argissolos sobre o no Morro dos Ingleses e relacionado aos vegetação de Vermelho (Estadual) Dec. Est. granitóides foliados (complexo Morro dos Ingleses e no Morro das Aranhas. depósitos arenosos influencia marinha 2006/62 Canguçu), assim como no das Aranhas, com Próximo a Lagoa do de origem marinho - herbácea, arbustiva Área: 1100 ha (presente Morro das Aranhas ao sul. Na afloramentos rochosos Jacaré rampas de praial ocorre em e arbórea. Com também na UTP Lagoa da ponta sul do Morro dos significativos. dissipação. Planície superfície. predomínio de Conceição). Ingleses próximo a praia do Domínio do Campo de eólica ao longo da praia vegetação Dunas do Santinho Santinho presença do Granito Dunas e de Areias do Santinho. Na herbácea fixando Dec. 112/85 Florianópolis. No Morro das quartzosas marinhas vertente norte do Morro dunas. Área 91,5 hectares Aranhas há um dique da sobre a planície. das Aranhas planície É um campo de dunas fixas, Formação Serra Geral e uma flúvio-marinha. Rampas semi-fixas e móveis, situado ao parte do morro é da Formação de dissipação ao sul da longo da praia dos Ingleses e Cambirela. Os sedimentos são vertente do Morro das paralela a Estrada Geral do

5,170 formados por marinhos Aranhas, assim como Santinho.

SANTINHO litorâneos na praia, seguidos rampa colúvio- por sedimentos arenosos de eluvionais. origem eólica (formando dunas) e sedimentos marinhos Os afloramentos do litorâneos e eólicos Embasamento Cristalino retrabalhados como constituem as elevações sedimentos mais antigos. conhecidas como: Morro dos Ingleses, com 195m, e o Morro das Aranhas com 255 m.

38 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 39 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL78 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA40 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGI legislações41 A Granito Florianópolis no Morro Domínio de Dissecação em morraria Apresenta Presença de do Norte (que separa da UTP Espodossolos no maciço granítico que hidrologia capoeirinha no nas Ponta Grossa) e no Morro do hidromórficos + areias faz limite com UTP completamente encostas dos Jurerê que separa da UTP quartzosas na UTP. Papaquara, assim como alterada pela ação morros. Na planície Papaquara. Na base do Morro Faixa da praia com no Morro do Forte (mais antrópica com vegetação de do Jurerê presença de presença de areias a oeste). Planície de muitos canais de capoeirinha em sedimentos colúvio-aluvio quartzosas marinhas. restinga formando o drenagem. fragmentos e eluvionares indiferenciados. Nos divisores a leste e modelado de Ocorrência do presença de Na área da praia sedimentos oeste fraca cobertura de acumulação, com aquífero Ingleses. vegetação de 7,564

JURERÊ JURERÊ marinhos litorâneos. Sob a argissolos sobre os cordões de restinga. influencia marinha área de maior ocupação no maciços. herbácea e Jurerê sedimentos areno- arbustiva. Com silticos argilosos de baía e predomínio de laguna. vegetação herbácea fixando dunas. Granito Florianópolis no Morro Paredão rochoso com Dissecação de morraria Pequenos Córregos Vegetação de do Norte. Na Praia do Forte pouco solo sobre a no Morro do Forte com a que deságuam a influencia marinha sedimentos marinhos rocha mãe, presença de oeste na Baía Norte herbácea e litorâneos. aparecimento de fina acumulação marinha na Aquífero Ilha. arbustiva. 0,724 PONTA

GROSSA camada de Argissolo. praia. Capoeirinha nas encostas No morro que separa da UTP Na praia de Ponta das Dissecação em morraria Lagoa (laguna) de Vegetação de Restinga da Ponta das Canas Praia Brava presença do Canas domínio de no corpo granítico, com Ponta das Canas influencia marinha Dec. 216/85 Granito Florianópolis, assim areias quartzosas acumulação fluvial e está isolada do herbácea e Área: 21,5 hectares também como no morro que marinhas, com alteração lacustre nas margens da oceano por uma arbustiva. Com Restinga em processo de forma a ponta da Laje e a para areias quartzosas laguna. Cordões de linha arenosa predomínio de formação já recoberta por uma Ponta das Canas. Sedimentos após a laguna. restinga próximo a formada pelo por vegetação vegetação característica desse marinhos litorâneos na área da Aparecimento de comunidade das Ponta sedimentos herbácea fixando sistema, inclusive com a

2,716 praia. Presença de sedimentos espodossolos + areias das Canas. costeiros e pela dunas. formação de mangue situado na silticos-argilosos-arenosos com quartzosas. Com atuação de Capoeirinha nas extremidade norte e na porção matéria orgânica no entorno da afloramentos da rocha correntes litorâneas. encostas sul, junto à foz do Rio Thomé.

PONTA DASPONTA CANAS laguna, assim como mãe no maciço da ponta É um ambiente de sedimentos areno-silticos das Canas. deposição recente argilosos de baía e laguna.

40 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 41 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL79 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA42 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGI legislações43 A Granito Florianópolis no Morro Argissolos em fina Dissecação em morraria Pequenos Córregos Vegetação de das Feiticeiras e no Morro da camada sobre o granito. com vertentes com que deságuam na influencia marinha Cachoeira, assim como no Presença de areias rampa de dissipação, ponta norte da Ilha. herbácea e Morro do Rapa (na ponta quartzosas marinhas seguida pelos cordões Presença do arbustiva. Com norte). Presença de sobre a planície. de restinga. aquífero Ingleses. predomínio de sedimentos marinhos Acumulação em planície vegetação 2,397 litorâneos e eólicos fluvial próximo ao Morro herbácea fixando

PRAIA BRAVA retrabalhados e na praia das Feiticeiras. dunas. sedimentos marinhos Capoeirinha nas litorâneos. encostas Granito Florianópolis no Morro Na praia de Lagoinha Dissecação em morraria Pequenos Córregos Vegetação de do Rapa e no Morro da Ponta domínio de areias no maciço granítico, que deságuam na influencia marinha das Canas e no Maciço ao sul quartzosas marinhas, com rampas de ponta norte da Ilha. herbácea e que separa as três UTP’s da com alteração para dissipação na vertente e Há uma pequena arbustiva. ponta norte. Da praia a areias quartzosas. com áreas de laguna em estágio Capoeirinha nas montante, presença de Pequenas áreas com. acumulação fluvial e adiantado de encostas sedimentos marinhos espodossolos + areias acumulação lacustre. colmatação. Não litorâneos, seguido por quartzosas. Com alcança sedimentos areno-silticos afloramentos da rocha profundidades argilosos de baía e laguna e mãe no maciço na superiores a 1 por sedimentos marinhos Ponta da Laje. metro e a expansão

1,800 litorâneos e eólicos imobiliária e a retrabalhados. abertura da barra de seu rio Sangradouro são as prováveis LAGOINHA DO NORTE NORTE DO LAGOINHA causas do rápido assoreamento da laguna. Presença do aquífero Ingleses.

42 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 43 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL80 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA44 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGI legislações45 A Domínio do Maciço Central Predomínio de Dissecação em Por causa da Domínio de Parque Municipal do Maciço que corta a Ilha, de Granito Argissolos em fina montanha com grandes declividade há capoeirinha com da Costeira Florianópolis com lineamento camada (por causa da desníveis altimétricos. várias pequenas presença ainda de Lei Mun.4605/95 Dec. 154/95 NE-SW, com topo dominado declividade acentuada). Acumulação flúvio- sub-bacias campos com Área: 1453,3 ha (dividido com pela Formação Cambirela (na Aterros recentes sobre a marinha antes do aterro. independentes que espécies exóticas. outras 3 UTP’s). divisa com UTP Itacorubi). Baía Sul. Grande área de aterro correm para a Baía Presença de Encostas Grande área de aterro na Baía Gleissolo eutrófico da Baía Sul. Sul. Os córregos Capoeirão no alto Leis 2193/85 e 1851/82. Sul. próximo ao manguezal são na sua maioria do Maciço. Protege todas as encostas com do rio Tavares. intermitentes. declividade igual ou superior a 3,907 25°, ou 46,6%, recobertas ou COSTEIRA Domínio do não por vegetação, o sistema Aquífero Ilha com hidrográfico que forma as possibilidade de principais bacias de captação abastecimento das de água potável, a paisagem comunidades dos natural e a fauna . Morros.

44 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 45 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL81 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA46 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGI legislações47 A Morro do Campeche com Pelo tamanho da UTP e Terraço marinho recente Ao norte, o Rio Presença de Reserva Extrativista Marinha do domínio do Granito pelo domínio da planície na área onde está o Tavares nasce no vegetação de Pirajubaé (no Manguezal Rio Florianópolis, mas há diversos tipos de aeroporto e próximo a Morro do Sertão e influencia marinha Tavares) aparecimento de Formação solos. Ao norte domínio ponta da Caiacanga- do Badejo, ao sul herbácea, arbustiva Dec. Fed. 533/92 Cambirela s isolados na de solo de manguezal. Mirim e terraço marinho seu principal e arbórea. Área: 1444 ha. planície. Pequena elevação Areias quartzosas mais antigo onde está a afluente o Ribeirão Presença de 740 hectares de manguezal, também na parte norte hidromórficas com base aérea. Dissecação da Fazenda, nasce capoeirinha nas mais 700 dominada pelo Granito domínio na UTP, na em morraria próximo a no Morro dos encostas dos hectares de baía. Florianópolis. Ao sul da UTP região do Aeroposto, Tapera (comunidade) Padres. Após união morros com áreas Parque Municipal do Maciço na divisa com a UTP Tapera Carianos e ao longo das com acumulação de suas águas de capoeira ainda da Costeira morros isolados sobre a margens da SC 405. marinha na praia. Ao dentro do na planície entre o Lei Mun.4605/95 Dec. 154/95 planície de Granito com diques Espodossolos aparecem longo da Planície do Manguezal do Rio Campeche e o Rio Área: 1453,3 ha (dividido com da Formação Cambirela. Na próximos ao trevo do Campeche acumulação Tavares, ainda Tavares. outras 3 UTP’s). ponta da Caicanga-Mirim Capeche. Presença de marinha mais antiga. restará percurso de Manguezal da Tapera presença do Granito Gleissolo eutrófico ao Próximo ao manguezal 2.175m até atingir a Lei 2193/85 Florianópolis, assim como na longo do rio Tavares. presença da planície de baía sul. Área: 52,2 ha ponta das Laranjeiras e morros Areias quartzosas ao maré com acumulação A intensa É protegida toda área próximo (no topo Formação redor do Morro do marinha em Carianos. modificação dos constituída pelo mangue, na 49,238 Cambirela). Campeche. Nesse canais de drenagem data de aprovação do Plano

RIO TAVARES TAVARES RIO A planície é formada pelos morro aparece fina na planície para Diretor (1985). sedimentos marinhos camada de Argissolo diminuir as cheias e litorâneos e eólicos com presença de a entrada de maré. retrabalhados (a leste); afloramentos rochosos. Pequena faixa de sedimentos areno-silticos aquífero Ingleses a argilosos de baía e laguna leste com (próximo a rodovia que corta a possibilidade de planície); sedimentos marinhos aquífero litorâneos próximo no entorno Canasvieiras do Aeroposto e em Carianos; também. sedimentos silticos-argilosos- arenosos com matéria orgânica nas áreas de manguezal do Rio Tavares e Tapera.

46 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 47 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL82 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA48 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGI legislações49 A Morro do Campeche de Domínio de dunas, com Rampas de dissipação Pela faixa litorânea Vegetação de Lagoa da Chica formação Granito areias quartzosas na comunidade do Rio que essa UTP está influencia marinha Dec. 135/88 Florianópolis. Na ponta sul da marinhas na linha de Tavares (ao norte da localizada há herbácea, arbustiva Área: 4,6 ha UTP no Morro das Pedras praia e de areias Lagoinha Pequena) e na apenas pequenos e arbórea. Com Estão protegidos a lagoa e uma presença de Granito quartzosas baixa vertente do Morro córregos que predomínio de faixa em seu entorno de 50 Florianópolis com encostas hidromórficas nos do Campeche (este intermitentes. A vegetação metros em relação ao leito. com sedimentos colúvio-aluvio cordões de restinga. sendo dissecação em Lagoa Pequena herbácea fixando Lagoinha Pequena eluvionares indiferenciados. morraria). Acumulação está próxima a dunas. Dec. 135/88 UTP dominada por sedimentos em planície lacustre nas depósitos eólicos e Área: 27,5 ha marinhos litorâneos, com margens da Lagoinha não possui ligação A Lagoinha e uma área em seu sedimentos arenosos de Pequena e na Lagoa da com o oceano. A entorno, de largura variável, é origem eólica sobre a restinga Chica. Rampas de Lagoa da Chica considerada Área Verde de (na praia do Campeche). No dissipação também ao está relacionada à Lazer (AVL), sendo assim

10,798 entorno da área da Lagoa da sul do Morro do alta pluviosidade definida pelo Plano Diretor dos Chica e Lagoa Pequena Campeche. Cordões de local e secando Balneários. sedimentos areno-silticos restinga ao longo da quando em Dunas do Campeche argilosos de baía e laguna. praia do Campeche com períodos secos. São Dec. 112/85 MORRO DAS PEDRAS presença de dunas fixas corpos aquosos Área 121 ha e semi-fixas. típicos de formação É um campo de dunas fixas, lacustre de restinga. semi-fixas e móveis, situado ao longo da praia do Campeche. Presença de bons aquíferos, Ingleses, Canasvieiras e Joaquina.

48 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 49 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL83 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA50 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA legislações51 Na parte sul da UTP domínio Solo mais espesso em Dissecação de montanha O rio Alto Ribeirão é o Vegetação de influencia Manguezal da Tapera do Granito Florianópolis Argissolos próximo ao no maciço rochoso do principal rio dessa Bacia, marinha herbácea e Lei 2193/85 (Morro do Ribeirão e Morro morro do Ribeirão e Morro do Ribeirão com alem de rios de planície arbustiva. Área: 52,2 ha dos Padres). Nas encostas sobre as rampas de rampas colúvio- como o ribeirão do Porto. O Capoeira e capoeirinha É protegida toda área do maciço presença de colúvio. eluvionais. Terraço Rio Alto Ribeirão nasce no nas encostas. constituída pelo mangue, sedimentos colúvio-aluvio Gleissolo eutrófico nas marinho antigo e recente Morro do Ribeirão e pela na data de aprovação do eluvionares indiferenciados. margens de rios e nas margens do Rio Alto declividade acentuada Plano Diretor (1985). Nas margens do Rio Alto córregos com solo Ribeirão. Presença de possui grau considerável de 7,607

TAPERA Ribeirão sedimentos indiscriminado de acumulação marinha processos erosivo nas marinhos litorâneos e eólicos manguezal na baía do próximo a baía. encostas. retrabalhados. Ribeirão. Areias Alem do aquífero Ilha nas Quartzosas hidromórficas encostas, o aquífero + areias quartzosas no Conceição também está ao norte da UTP. presente, sobre a planície. Na UTP domínio do Granito Domínio absoluto dos Dissecação em Pela declividade e por correr Vegetação de influencia Parque do Tabuleirinho Florianópolis. Na ponta do Argissolos com montanha. Acumulação diretamente das encostas marinha herbácea e (estadual) – Parte Caiacanguçu e em parte do diferentes profundidades flúvio-marinha próximo a para a Baía Sul, há poucos arbustiva nas áreas integrante do Parque Morro da Tapera presença ao longo da UTP, muito comunidade do Ribeirão rios importantes nessa área, próximas ao mar e Estadual da Serra do de Granitóides Foliados. argiloso acompanhando da Ilha e na Costeira do mas muitos córregos Capoeira, capoeirinha e Tabuleiro. Dec.Est. Formação Cambirela na o relevo de grande Ribeirão da Ilha. Na intermitentes. Dos rios capoeirão nas encostas. 2335/77 ponta oeste do Morro do declividade e ponta do Caiacanguçu, perenes destaque para o rio Área: 346,5 ha. (presente Ribeirão e ao norte da praia montanhoso. rampa de dissipação Tapera e o rio Naufragados. também na UTP do da Ponta. Na Praia de Areias quartzosas envolta por acumulação Saquinho). Naufragados sedimentos marinhas + dunas na flúvio-marinha. Na praia Aquífero Ilha domina. Encostas marinhos litorâneos seguido praia da Tapera e na do Sinhô acumulação Leis 2193/85 e 1851/82. por sedimentos areno-silticos praia da Ponta. Solo marinha. No rio Tapera Protege todas as argilosos de baía e laguna. indiscriminado de rampa de dissipação (a encostas com Ao longo da planície junto ao manguezal também na montante) seguida por declividade igual ou 21,271 Rio da Tapera presença de praia da Tapera. acumulação flúvio- superior a 25°, ou 46,6%, sedimentos marinhos eólicos marinha. Na praia da recobertas ou não por

RIBEIRÃO DA ILHA ILHA DA RIBEIRÃO retrabalhados e sedimentos Tapera planície de maré. vegetação, o sistema de baía e laguna. Na Praia Na praia Grande e na hidrográfico que forma as de Fora e Praia da Ponta Caieira da Barra do Sul principais bacias de sedimentos de baía e laguna planície flúvio-marinha. captação de água e entre as duas praias potável, a paisagem sedimentos marinhos eólicos natural e a fauna. retrabalhados. Na Costeira do Ribeirão da Ilha sedimentos marinhos litorâneos.

50 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 51 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL84 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA52 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA legislações53 Na parte sul e oeste da Argissolos no relevo Dissecação em Com 5,10 km2 de superfície da Floresta Ombrófila Densa Parque Municipal da UTP domínio do Granito montanhoso, com montanha no material lagoa, possui dois rios principais: Sub-montana e montana Lagoa do Peri Florianópolis com profundidades cristalino. Com Cachoeira Grande e Ribeirão no embasamento cristalino Lei Mun.1828/81 e Dec. lineamento NE-SW ao variáveis ao longo acumulação lacustre Grande (rio Sertão), que nascem com elevado índice de 091/82 sul, e a oeste tanto NE- da UTP, sendo mais nas margens da lagoa. no alto dos morros e desembocam preservação (técnicos da Área: 2030 ha. SW quanto N-S. Na profundo próximo na lagoa. O rio Cachoeira Grande FLORAM consideram essa Encostas parte norte da UTP ao rio do Peri e na O relevo apresenta possui uma extensão de 1.7 km, mata como um dos únicos Leis 2193/85 e 1851/82. sedimentos colúvio- parte norte da UTP. domínio das terras altas, nasce a uma altitude de 280 m e espaços em Florianópolis Protege todas as encostas aluvio eluvionares A leste domínio das parte integrante das apresenta uma declividade média com floresta primária). com declividade igual ou indiferenciados. areias quartzosas serras do Leste de 20 cm/m, drenando uma área Com áreas de capoeirinha, superior a 25°, ou 46,6%, Próximo a entrada do hidromórficas e Catarinense, cujas, de 1.66 km2. O rio Ribeirão capoeira e capoeirão no recobertas ou não por Rio do Peri na Lagoa, somente características são as Grande ou Sertão nasce a 285m Sertão do Peri. vegetação, o sistema ao sul, presença de quartzosas. cristas angulosas de altitude, possui uma extensão hidrográfico que forma as sedimentos areno- Areias quartzosas intercaladas por de 4.6 km e declividade média de Vegetação Litorânea na principais bacias de silticos argilosos de baía marinhas na praia depressões e 12 cm/m e drena uma área de planície costeira; além de captação de água potável, e laguna, esse tipo de da Armação. elevações. 6.98 km2. pequeno reflorestamento a paisagem natural e a sedimento vai aparecer Presença de As maiores altitudes da A profundidade da Lagoa aumenta de espécies exóticas que fauna . em toda a margem leste Gleissolo ao longo Lagoa do Peri, estão de Oeste pra Leste. Apresentando está sendo substituído ao da Lagoa. Próximo a do canal situadas ao longo das um canal Sangradouro com uma longo dos últimos anos por captação de água da Sangradouro. cristas que contornam a extensão de 6,7 m de largura e espécies nativas. CASAN sedimentos bacia hidrográfica. Entre 0,90 m de profundidade utilizado

19,866 marinhos litorâneos e os picos mais elevados quando a Lagoa está cheia. O eólicos retrabalhados. estão o morro da Sistema de Abastecimento Costa

LAGOA DO PERI DO PERI LAGOA Ao longo da Praia da Chapada (440m), morro Leste-Sul de concessão da Armação e na restinga da Tapera (371m), CASAN que capta água da Lagoa presença de sedimentos morro da Boa Vista (350 desde 2000 para as localidades do marinhos litorâneos. m) e morro do Peri sul e leste da Ilha, com vazão em (320m). As encostas torno de 190 L/s, não alterada nem encontram-se no inverno ou no verão, mudando dissecadas por vales apenas o tempo em que é encaixados e pouco consumido o volume de água profundos em forma de armazenado na caixa que fica no “V”, sendo em geral morro da Lagoa do Peri, com abruptas com uma capacidade de 20 milhões de declividade que varia de litros, segundo dados da CASAN. 20 a 45º graus. No rio Peri, acumulação fluvio-lacustre. A leste da lagoa rampa de dissipação com cordões de restinga.

52 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 53 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL85 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA54 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA legislações55 A oeste da UTP domínio Na planície predomínio Dissecação em A planície do Pântano do Vegetação de influencia Dunas do Pântano do do Granito Florianópolis, das areias Quartzosas montanha a leste e a Sul tem como rio marinha herbácea e Sul com o aparecimento da hidromórficas. Presença oeste da UTP. principal o rio Armação. arbustiva em dunas, com Dec.112/85. Área 24,2 ha Formação Cambirela em de Argissolos sobre o Acumulação marinha Há pequenos córregos capoeirinha sobre a Campo de dunas fixas, duas cristas de morros. A embasamento cristalino. com cordões de restinga drenando o Morro do Boa planície, com capoeira e semi-fixas e móveis, leste grande maciço da Na faixa litorânea na praia do Pântano Vista e o Morro do capoeirão nas encostas. situada ao longo da Formação Cambirela (no aparecimento de dunas (com dunas fixas e Pântano , mas na sua praia. morro do Cucuruto e logo após as areias móveis). Rampa de maioria intermitentes. Dunas da Armação Matadeiro). Na praia do quartzosas marinhas. dissipação no loteamento Para efetuar drenagem Dec.112/85 Pântano do Gleissolo ao longo do rio de Balneário de Açores. da planície, há muitos Área 5,9 hectares Sul sedimentos marinhos da Armação. Grande planície lacustre canais de drenagem É um campo de dunas litorâneos seguidos por junto ao rio da Armação antrópicos. fixas, semi-fixas e sedimentos arenosos de e acumulação fluvial Há bons aquíferos na móveis, situado ao longo

16,267 origem eólica. No próximo a comunidade UTP, como o aquífero da praia. loteamento Balneário de de Armação. Na praia da Canasvieiras e Rio Açores grande presença Armação cordões de Vermelho, alem do PÂNTANO DO SUL de sedimentos marinhos restinga. aqüífero Ilha nas litorâneos e eólicos encostas. retrabalhados. Ao longo do rio Armação sedimentos areno-silticos argilosos de baía e laguna. Na Praia da Armação sedimentos marinho litorâneos.

54 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 55 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL86 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

DESCRIÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS POR UNIDADE TERRITORIAL DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO (UTP) UTP ÁREA56 GEOLOGIA SOLO RELEVO/ HIDROLOGIA/ VEGETAÇÃO U.C, APP e outras (KM2) GEOMORFOLOGIA HIDROGEOLOGIA legislações57 Maciço rochoso da Argissolos em Dissecação em Os canais que abastecem a lagoinha Vegetação de Parque Municipal da Formação Cambirela no predomínio, com montanha. No entorno apresentam pouco volume de água e influencia marinha Lagoinha do Leste Lei entorno da UTP. muitas faces com da laguna acumulação estão encaixados nas falhas herbácea e arbustiva Mun.4701/92 Ao redor da laguna afloramento de de planície lacustre, com estruturais do embasamento em dunas, com Área: 480,5 ha. presença de sedimentos rochas. rampa de dissipação cristalino. O canal do escoamento capoeira e capoeirão Encostas areno-silticos argilosos de Na praia aparece entre o meandro da lagunar geralmente isolado do nas encostas. Leis 2193/85 e 1851/82. baía e laguna. Ao norte da as areias laguna. Na praia cordão oceano devido à presença da barra Protege todas as encostas praia da Lagoinha do Leste quartzosas de restinga com dunas arenosa no cordão praial. com declividade igual ou sedimentos arenosos de marinhas seguida móveis e fixas. Na praia Eventualmente, seja em períodos de superior a 25°, ou 46,6%,

6,045 origem eólica. Na praia de um campo de do Matadeiro alta pluviosidade ou durante eventos recobertas ou não por depósito sedimentar dunas. No acumulação flúvio- de tempestades “ressacas”, rompe- vegetação, o sistema marinho litorâneo. meandro da marinha junto aos se a barra arenosa junto a praia e o hidrográfico que forma as Sedimentos marinhos laguna presença riachos, e acumulação canal da Lagoinha deságua no mar. principais bacias de LAGOINHA DO LESTE LESTE DO LAGOINHA litorâneos e eólicos de areias marinha na praia. Possui aquífero Rio Vermelho e Ilha. captação de água potável, retrabalhados nos meandros quartzosas. a paisagem natural e a do canal que liga a laguna fauna . ao mar. Domínio absoluto do Granito Argissolos Dissecação em Córregos intermitentes ao longo da Capoeira e capoeirão. Parque do Tabuleirinho Florianópolis com depósitos predominam montanha. Acumulação UTP correndo diretamente ao mar. (estadual) – Parte sedimentares marinhos sendo flúvio-marinha na praia Destaque para o rio da Pacas na integrante do Parque litorâneos nas praias do normalmente de da Solidão (rio das praia da Solidão. Estadual da Serra do Saquinho e Solidão. Na pouca Poças) e na praia do Aquífero Ilha. Tabuleiro. Dec.Est. ponta nordeste da UTP profundidade pela Saquinho, na linha de 2335/77 sedimentos arenosos de declividade do praia em ambas, Área: 346,5 ha. (presente origem eólica. relevo. Na face do acumulação marinha. Na também na UTP do litoral , Ribeirão da Ilha). aparecimento de cordão de restinga. Encostas muitos Leis 2193/85 e 1851/82.

6,203 afloramentos Protege todas as encostas

SAQUINHO SAQUINHO rochosos. com declividade igual ou superior a 25°, ou 46,6%, recobertas ou não por vegetação, o sistema hidrográfico que forma as principais bacias de captação de água potável, a paisagem natural e a fauna .

56 Existe uma pequena diferença no total das UTP’s com relação aos dados oficiais do município. Entendemos que essa diferença está no dimensionamento dos aterros na Ilha e no Continente. 57 Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente e outras legislações pertinentes.

______PLANO MUNICIPAL87 INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB

APÊNDICE B – MAPA GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS.

______PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB 88

______PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB 89

APÊNDICE C – MAPA DE VEGETAÇÃO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS.

______PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB 90

______PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO – PMISB 91