<<

BALDUINIA, n. 24, p. Ol-ll, 30-IX-2010

o INHANDUV Á (PROSOPIS AFFINIS SPRENG) NO RIO GRANDE DO SUL. 1- EMBASAMENTO FITOGEOGRÁFICO E PENDÊNCIAS TERMINOLÓGICAS.

JOSÉ NEWTON CARDOSO MARCHIORI' FABIANO DA SILVAALVES2

RESUMO São discutidasquestões fitogeográficase terminológicas,constantesna literaturasobreo inhanduvá(Prosopis affinis Spreng., Fabaceae) no Rio Grande do Sul. Palavras-chave: Prosopis affinis, Fitogeografia, Rio Grande do Sul.

SUMMARY [Prosopis affinis Spreng. in Rio Grande do Sul state, . 1 - Phytogeographic basement and nomenclatural questions]. Phytogeographicand terminologicalquestionsfoundin the literatureaboutProsopis affinis Spreng.(Fabaceae) in Rio Grande do Sul state (Brazil) are discussed. Key words: Prosopis affinis, Phytogeography, Rio Grande do Sul state.

INTRODUÇÃO como "as últimas ondas do pampa argentino, O inhanduvá (Prosopis affinis Spreng.),jun- jogadas na Campanha riograndense" 10 • Desta ll tamente com o algarrobo3 , o espinilho4 , a cina- lista, o inhanduvá distingue-se por ter madei- cina5, o quebracho-branco6, o pau-ferro? , as ra muito dura, pesada e resistente à deteriora- sombras-de-tour08 e as aroeiras9, integram um ção, à semelhança do pau-ferro anteriormente contingente singular na flora arbórea do Rio citado e de outras Anacardiáceas do Chaco pro- Grande do Sul: o dos elementos chaquenhos priamente dito'2, pertencentes ao gênero (sensu Waechter, 2002), interpretados por (quebrachos- vermelhos). Balduino Rambo (1956), em definição lapidar, Produtor de madeira reconhecidamente va- liosa ao homem do campo, sobretudo para usos em contato com o solo, o inhanduvá também era a preferida pelos gaúchos primitivos para a I Engenheiro Florestal, Dr., Professor Titular do Depar- tamento de Ciências Florestais, UFSM. Bolsista de Pro- confecção de freios, segundo registro de Nicolau dutividade em Pesquisa (CNPq - Brasil). Dreys'3. 2 Biólogo, MSc., doutorando do Programa de Pós-Gra- duação em Engenharia Florestal - UFSM. Professor da Universidade da Região da Campanha - URCAMP (Alegrete, RS). 3 Prosopis nigra (Griseb.) Hieron. (Fabaceae). lO Rambo, B. A fisionomia do Rio Grande do Sul. Porto

4 Vachellia caven (MoI.) Seigler & Ebinger; o binômio Alegre: Livraria Selbach, 1956. p. 144. Acacia caven (MoI.) MoI., de uso freqüente na litera- Ii O inhanduvá pertence à farm1ia Fabaceae; a literatura tura botânica do século 20, acabou reduzido à sinonímia. mais antiga considera o gênero entre as Mimosaceae 5 Parkinsonia aculeata L. (Fabaceae). ou nas Leguminosae Mirnosoideae. 6 Aspidosperma quebrachoblanco Schltdl. (Apocyna- 12 Situado ao norte da província do Espinal, a província ceae). do Chaco estende-se pelo centro-norte da ,

7 Myracrodruon balansae (Engl.) Santin (sinônimo: oeste do Paraguai e sudoeste da Bolívia. Astronium balansae Engler). 13 "O freio he feito de páo duro, ordinariamente de 8 Nome comum atribuído a duas espécies de Santalaceae: nhanduai, embutido em cada uma de suas pontas hum Acanthosyris spinescens (Mart. & Eichl.) Griseb. e pedaço de chiffre cortado segundo o seu comprimen- lodina rhombifolia (Hook. & Am.) Reissek. to." (Dreys, N. Noticia descriptiva da Provincia do Rio- 9 Nome popular atribuído a várias espécies de Lithraea Grande de S. Pedro do Sul. Rio de Janeiro: Typ. lmp. e e Schinus (). Consto de J. Villeneuve e Comp., 1839. p. 197).

1 Por seu reconhecido valor, a espécie é uma protagonizada pelo Barão de Cerro Largo (José das mais evocadas na literatura gauchesca, des- de Abreu) na Batalha do Passo do Rosário 19. de meados do século XIX. No poema "Santos Na Argentina e Uruguai, onde a espécie é mais Vega"14, por exemplo, Hilário Ascasubi descre- conhecida e apresenta ampla área de ocorrên- ve a excelência da paliçada de fíandubay cia, o termo inhanduvá chega a ser usado como construída em torno das casas de uma estância, metáfora para descrever o valor, resistência ou como proteção aos ataques dos índios 15 • Por sua vigor do homem do camp020. "duração ilimitada", esta madeira sempre foi Reconhecido por sua importância econômi- preferida para palanques e currais, segundo ca, o inhanduvá, mesmo assim, raramente é cul- Richard Seymour, importante cronista do po- tivado no Rio Grande do Sul. Mais preocupante, voamento no sudeste de Córdoba (Argentina) 16. todavia, é o resultado da ação antrópica sobre Também no Rio Grande do Sul se pode admi- os fragmentos remanescentes de vegetação na- rar, ainda praticamente intacto, um palanque tiva, visto que o processo tende a desfavorecer remanescente de extinta estância missioneira a espécie em benefício do espinilho (Vachellia (século XVIII), presenteado a Joaquim Francis- caven), seja por eventuais queimadas ou pela co de Assis Brasil na primeira década do século predação de brotações pelo gado. XX e por ele plantado frente ao "Galpão das O "Parque Estadual do Espinilho", criado em Vacas", na Granja de Pedras Altas, arredores da 12/3/1975, visa, justamente, a preservar o frag- cidade gaúcha homônima. mento mais representativo desta vegetação sin- Apesar de sua pequena área de ocorrência gular no sul do Brasil. Localizado nas proximi- natural, limitada ao canto sudoeste do Estado, o dades do núcleo urbano de Barra do Quaraí21, inhanduvá sempre aparece em termos elogiosos sua área original, de aproximadamente 276 ha, na literatura sul-rio-grandense. João Simões foi ampliada para 1.617,14 ha em 28/2/200222. Lopes Neto, por exemplo, valeu-se da dureza No presente trabalho, o primeiro de uma sé- de sua madeira, em O Anjo da Vitórial7, para rie dedicada a investigar a distribuição geográ- caracterizar a vigorosa carga de cavalaria 18 fica do inhanduvá no Rio Grande do Sul, bus- cou-se estabelecer um embasamento fitogeo- gráfico, bem como discutir alguns pontos con-

14 Longo poema gauchesco, editado originalmente em trovertidos, constantes na literatura, sobre o Paris, no ano de 1872. mesmo tema. 15 "Después de eso, uma estacada / de fíandubay de mi flor, / tan pareja y tan fornida / que el poste más delgadón / no lo arrastraba una cuadra / el pingo más cinchador" (Ascasubi, H. Santos Vega el payador. In: Poesia gauchesca. México: Fondo de Cultura Económica, 1984. v. 1. p. 327-328). nha de inhanduvai abrindo em dois um moirão grosso

16 "EI fíandubay es muy duro y de duración ilimitada, pues de guajuvira"(Simões Lopes Neto, 1. Contos conócense corrales de postes de este árbol, en excelen- Gauchescos e Lendas do Sul. Porto Alegre: Editora tes condiciones y que se sabe cuentan con más de cien Globo, 1957. p. 202). afíos de existência" (Seymour, R.A. Un poblador de 19 Batalha de Ituzaingó, para os autores castelhanos. las Pampas. Córdoba: Impressos M.C., 1995. p. 57). 20 "Cuando en ellitoral se quiere ponderar la reciedumbre

17 Integrante de "Contos Gauchescos", obra prima da li- y el aguante de un paisano, se lo compara ai teratura sul-rio-grandense, editada, originalmente, em fíandubay"(Biloni, J.S. Arboles autoctonos argentinos. 1912. Buenos Aires: Tipográfica Editora Argentina, 1990. 18 "Firme nos estribos, com o boné levantado sobre o p. 159). cocuruto da cabeça, a espada apontando como um dedo, 21 Decreto na 23.798, do Governo do Estado do Rio Gran- faiscando, o velhito ponteou aquela tormenta, que se de do Sul. despenhou pelo lançante abaixo e afundou-se e entra- 22 Decreto na 41.440, do Governo do Estado do Rio Gran- nhou-se na massa cerrada do inimigo, como uma cu- de do Sul.

2 EMBASAMENTO FITOGEOGRÁFICO do Algarrobal, agrupamento de algarrobos e A literatura fitogeográfica de base florística inhanduvás (Chebataroff, 1980a, 1980b; Paz & é unânime ao reconhecer o inhanduvá como uma Bassagoda, 2002; Burkart, 1957); do das espécies mais importantes da vegetação au- Nandubaysal, marcado fisionômica e estrutu- tóctone na metade sul de Corri entes - vizinha a ralmente pelo inhanduvá (Burkart, 1957; Paz & Barra do Quaraí, separada apenas pelo rio Uru- Bassagoda, 2002); do Espinillar ou Espinillal, guai -, bem como no noroeste e centro de Entre uma associação de espinilhos (Vachellia caven); Rios, regiões que, segundo Cabrera & Willink do Talar, associação de taleiras (Celtis (1973), compõem o Distrito dei Nandubay23, ehrenbergiana); dos Palmares de Butia yatay, integrante da Província dei EspinaF4 e Domí- muito conspícuos em Entre Rios e Corrientes, nio Chaquenho. Em obras mais antigas, a mes- pelo porte esbelto da espécie homônima27 ; dos ma vegetação é freqüentemente definida como Palmares de Trithrinax campestris, muito ca- "Parque Mesopotâmico" (Parodi, 1945; racterísticos no centro-oeste de Entre Rios, com- Tortorelli, 1956; Dimitri, 1979; Mutarelli, pondo palmares ou misturando-se com o bos- 1979), uma referência ao território argentino que (Cabrera, 1971); das Estepes de Elionurus compreendido entre os rios Paraná e Uruguai. muticus e Panicum racemosum, vinculados a Para a "comunidade clímax" deste distrito, paleodunas (Cabrera, 1971); dos campos de Cabrera (1971, 1994) relaciona, além do Andropogon lateralis28, típicos de solos areno- inhanduvá, árvore que lhe dá nome, as seguin- sos úmidos; das pradarias de Paspalum e tes espécies arbóreas: algarrobo (Prosopis Axonopus, vinculadas a solos levemente ácidos nigra), espinilho (Vachellia caven), taleira e úmidos; e do Chircal, baseado em Asteráceas (Celtis ehrenbergiana), quebracho-branco ditas "chircas", como Eupatorium buniifolium (Aspidosperma quebrachoblanco), jataí (Butia e Vernonia nitidula (Paz & Bassagoda, 2002). yatay), chal-chal (Allophyllus edulis), sombra- Além do distrito do Inhanduvá acima consi- de-touro (lodina rhombifolia), coentrilho derado, a Província do Espinal ainda compre- (Zanthoxylum fagara), duas "coronilhas" ende os distritos do Algarrobo e do Caldén, des- (Scutia buxifolia e Sideroxylon obtusifolium), crevendo, ao longo de sua vasta área de ocor- além de outras três espécies25 não citadas para rência, um grande arco irregular no território a flora sul-rio-grandense26• argentino, desde Comentes e Entre Rios até o Em sua vasta área de ocorrência, o Distrito litoral atlântico, ao sul da província de Buenos do Inhanduvá abrange distintas associações e Aires, passando pela região central de Santa Fé, comunidades edáficas, diferenciadas pela con- Córdoba, São Luís e La Pampa29 • tribuição de uma ou poucas espécies: é o caso Integrante do Domínio Chaquenho, o Espinal encontra-se entre as províncias do Chaco e Pampeana, distinguindo-se da primeira, situa-

23 Inhanduvá, em português. 24 Espinhal, em bom português. Embora não

dicionarizada, a palavra já é bem conhecida e 27 Cabrera (1971) informa que os palmares de Butia yatay encontradiça na literatura sul-rio-grandense, motivo vinculam-se a solos arenosos, com subsolo rochoso a pelo qual será grafada em itálico, para indicar sua ori- pouca profundidade. gem estrangeira. 28 Paja colorada, segundo Cabrera (1971). 25 São elas: Geoffroea decorticans (chanar), Tabebuia 29 Como visto anteriormente, o Distrito dei Nandubay nodosa (totoratay) e Trithrinax campestris (caranday). constitui o trecho mais a nordeste deste arco, seguin- 26 Os binômios latinos arrolados por CABRERA (1971) do-se o Distrito deiAigarrobo, marcado pelo predomí- e atualmente reduzidos à sinonímia, foram substituÍ- nio de Prosopis aiba e P nigra, e o Distrito dei Caidén, dos pelos nomes válidos correspondentes. uma referência ao nome popular de Prosopis caidenia.

3 810GEOGRAFICAS Q§

~ PfKNINCIA ~ ., CSPINAL ~ ,:!:::,c,:~ JO' ~=;~A

~ ::~~~~/A _ :;w'~~:A

11 PRO'fIHCIA lu"" ui PROVINCIA \oi ..., ..., • I. $ABANA L-J PVNENA ~~~~~ r;:-rm PRaVINCIA ~ PROVlNCIA _=~/A-lL.!.L.LLJ dH PARAItIO ~ dI'lDESlER70 FIGURA I - Províncias biogeográficas da América do Sul subtropical, de acordo com Cabrera & Willink (1980).

da ao norte30 , sobretudo pela ausência do gêne- No mapa fitogeográfico fornecido por ro Schinopsis31 em sua composição florística; o Cabrera & Willink (1973), vê-se, com clareza, Pampa, por sua vez, difere do Espinal pela au- que o Espinal toca o Rio Grande do Sul na re- sência de elementos arbóreos em sua estrutura. gião de Barra do Quaraí, levando à interpreta- Na literatura fitogeográfica, destacam-se, como ção do "Parque Espinilho" como mero prolon- sinônimos para a Província do Espinal, as se- gamento da referida unidade fitogeográfica, a guintes denominações: Bosque Pampeano32 leste do rio Uruguai; cabe salientar, todavia, que (Parodi, 1945), Monte Periestépico (Frenguelli, a extensão da mesma no território gaúcho não 1941) e Subformación del Monte Oriental pode ser especulada a partir da carta argentina (Holmberg, 1898). (Figura 1). Sob embasamento distinto, o Parque Espinilho sul-rio-grandense foi definido como formação "Parque", integrante da "Região 30 Não se pode confundir a província Chaquenha com Domínio Chaquenho; como unidade fitogeográfica mais Fitoecológica da Estepe" (Veloso & Góes-fi- ampla, o referido Domínio abrange as províncias lho, 1982), ou como "Região da Estepe Chaquenha (propriamente dita), do Espinal, Pampeana, Estacional Savanícola" (Leite, 1994, 1995). Para Prepunefia e do Monte, entre outras. os objetivos do presente trabalho, entretanto, tais 31 Gênero de Anacardiaceae com, pelo menos, três espé- classificações carecem de interesse, seja pelo cies no Chaco argentino: Schinopsis balansae Engler (quebracho colorado), (Griseb.) critério fitoecológico das mesmas, ou por suas Engler (quebracho santiagueiío) e Schinopsis marginata evidentes fragilidades terminológicas. Engler (orco quebracho). Sobre o tema, merece comentário o reconhe- 32 Segundo o autor (Parodi, 1945), o Bosque Pampeano cimento da "Área do Sudoeste ou Parque do corresponde ao Distrito dei Caldén (sensu Cabrera, Espinilho" como "região fitogeográfica" distinta 1971), extendendo-se do centro-norte da província de San Luís, até seu limite austral com o rio Colorado. no Rio Grande do Sul. Proposta por Reitz et aI. 4 RI'llIn 'ITO.O"'~I"ICA' .. •• -. _ -.mlICCll..6lIC:O- o .-~ l"LlMAl. ATI.&IITICA I·MuOO~OU .1_.__ I-_ 001lO.-eui O·•••• oo_m OUM_ OO~"O _-_00110"_ •• ~ -_ OOIlO.w:uI OU•••• ..ao ClIITIl.L 1"- WAool'L_TOOUI"LOllaT. CllMAIlAIdIu 11·....,...•• LITOdIlU

FIGURA 2 - Regiões fitogeográficas do Rio Grande do Sul, segundo Reitz et aI. (1983).

(1983), a unidade abrange os municípios de identificadas pela população local em 1982, re- Santana do Livramento e Quaraí, bem como a cebendo os mesmos nomes comuns, hoje con- maior parte de Uruguaiana, município ao qual sagrados na literatura. pertencia o distrito de Barra do Quaraí, atual- Por ocasião de nossa primeira visita à Barra mente emancipad033 • De acordo com seus au- do Quaraí, feita na companhia de experiente tores, a região compreende toda a bacia do rio proprietário rural da região como mateiro, to- Quaraí pelo lado brasileiro, bem como áreas mou-se conhecimento da existência de duas es- adjacentes drenadas por tributários da margem pécies de Prosopis (inhanduvá e algarrobo), esquerda do rio Ibicuí, estendendo-se, a noro- além do espinilho (atual Vachellia caven), do este, até as proximidades da foz deste rio com o quebracho (Aspidosperma quebrachoblanco), Uruguai (Figura 2). da cina-cina (Parkinsonia aculeata), da som- bra-de-touro (Acanthosyris spinescens) e da PENDÊNCIAS TERMINOLÓGICAS taleira (Celtis ehrenbergiana), entre outras plan- A nomenclatura popular, usualmente varia- tas. O exame em laboratório do material coleta- da, favorece inevitáveis confusões. Mesmo as- do, junto com o apoio de bibliografia especi- sim - e a bem da verdade -, as espécies arbóreas alizada, comprovou o acerto da diferenciação do "Parque do Espinilho" já eram corretamente popular destas espécies, levando, na seqüência, à publicação de artigos com citações novas para a flora sul-rio-grandense, caso de Prosopis nigra 33 Definida por plebiscito, a emancipação de Barra do Quaraí data de 1995. (Marchiori et aI., 1983), de Aspidosperma

5 quebraehoblaneo (Marchiori et aI., 1985a), bem Acaeia eaven (atual Vaehellia eaven), o popu- como de Tillandsia duratii e Tillandsia ixioides lar espinilho. (Marchiori et aI., 1985b). Digno de reparo, isto sim, é a designação de Para os barrenses, não havia grande novida- inhanduvaí, dada por Rambo a uma Acaeia, de: o Prosopis affinis dos botânicos34 era, sim- posto que este nome popular aplica-se exclusi- plesmente, o bem conhecido inhanduvá, ocor- vamente a Prosopis affinis, fato amplamente rendo o mesmo com Prosopis nigra, dito comprovado no restante da literatura botânica, algarrobo, Vaehellia eaven (espinilho) e bem como no linguajar regional. De origem Aspidosperma quebraehoblaneo (quebracho). guarani (fíandu, ema, o popular avestruz; ubai, Reconhecidamente valioso, o inhanduvá não era comida, fruta), a palavra inhanduvaí entrou no confundido com o algarrobo, produtor de ma- português através do castelhano, à semelhança deira menos estimada, e muito menos com o da planta à qual se aplica, que tem seu centro de espinilho, de boa madeira apenas para lenha e distribuição nas planícies sedimentares da carvão. Estas três espécies, em suma, eram per- Mesopotâmia e Chaco argentino. feitamente reconhecidas como entidades distin- No tocante a "algarrobo", a palavra é toma- tas pelo povo da região, em vivo contraste com da diretamente do castelhano, visto que, em o verificado em textos impressos. português, corresponde à alfarrobeira36 - Até mesmo Balduino Rambo não escapou Ceratonia siliqua L. -, nome dicionarizado para de equívocos. Em A fisionomia do Rio Grande uma Leguminosae Caesalpinioideae (atual do Su[35 , uma das obras fundamentais da litera- Fabaceae) da região do Mediterrâneo, cultiva- tura sul-rio-grandense, lê-se, por exemplo, à da tanto pela madeira como pelos legumes ado- página 130: cicados, comestíveis37 • Na Argentina e Uruguai, o termo foi apropriado para designar quase to- "São principalmente duas espécies de legumi- das as espécies do gênero Prosopis: Prosopis nosas arborescentes, que determinam o aspecto alba (algarrobo blanco), Prosopis ehilensis curioso destes parques espinhosos e secos: o (algarrobo do Chile), Prosopis flexuosa algarrobo (Prosopis algarobilla), e o inhanduvaí (algarrobo duke), Prosopis nigra (algarrobo (Acacia farnes iana)" . negro), Prosopis torquata (albarrobo chico) e Prosopis ruseifolia (algarrobo blanco, algarrobo Antes de entrar no ponto que interessa ana- 38 de hoja grande), entre outras • No caso do lisar, convém esclarecer que o binômio Prosopis inhanduvá (fíandubay, em espanhol), o termo algarobilla acabou reduzido, com o tempo, à popular algarobillo é menos usual na literatura sinonímia de Prosopis affinis, e que Aeaeia argentina, apesar de sua latinização constar num famesiana (atual Vaehellia famesiana) é ele- epíteto específico - Prosopis algarobilla Griseb. mento raro na flora regional, ao contrário de -, binômio reconhecido, atualmente, como si- nônimo de Prosopis affinis Spreng.

34 Na época, a literatura botânica referia-se à espécie como Prosopis algarobilla Griseb., binômio atualmente re- duzido à sinonímia. 36 Houaiss, A., Villar, M. de S. Dicionário Houaiss da 35 Com este nome, Balduíno Rambo publicou duas obras Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. distintas: a primeira, de 1938, é texto bastante resumi- p. 151. do e com escasso conteúdo fitogeográfico, especialmen- 37 Na região do Chaco, por exemplo, os algarrobos são te para o quadrante sudoeste do Rio Grande do Sul, valorizados como "verdadeiros graneros deI pobre" nada constando, por exemplo, a respeito do Parque (Demaio, P. et aI. Árboles nativos del centro de Argen- Espinilho (Rambo, 1938); a segunda, é obra fundamen- tina. Buenos Aires, L.O.L.A., 2002. p. 113). tal da literatura gaúcha e fonte primária para a termino- 38 Para o leitor interessado, sugere-se a consulta de logia fitogeográfica analisada no presente trabalho. Demaio et ai (2002).

6 FIGURA 3 - Aspecto geral do Parque de Inhanduvá (Barra do Quaraí, RS). Notar a dominância fisionômica de Prosopis affinis Spreng.

A palavra inhanduvaí, aplicada a umaAcacia não se pode desconhecer que o termo vingou na (atual Vachellia), aparece repetidas vezes no literatura botânica sul-rio-grandense, apesar do texto de Balduíno Rambo, sempre em equivo- equívoco, e ganhou foro oficial com a criação cada referência ao bem conhecido espinilho do "Parque Estadual do Espinilho", anterior- (Vachellia caven). É deste modo que o autor mente comentado. informa ser esta a espécie "mais espalhada" das Mais lógico seria designar a vegetação como duas no Estad039 , distribuindo-se a oeste da "li- Parque do Inhanduvá, posto ser esta a sua espé- nha que liga Bagé, Cruz Alta, Barra do Ijuí, rio cie mais característica (Figura 3), e não o Uruguai"40. De todo modo, a ausência da pala- espinilho, que tem ampla distribuição no Esta- vra "espinilho", aplicada à respectiva espécie do. Além disso, como assinalado por Marchiori vegetal (Vachellia caven), causa especial estra- et ai. (1985b) ao proporem a mudança de nome, nheza no texto de Balduíno Rambo, haja vista o inhanduvá é a "espécie a mais importante para sua ampla, antiga e consagrada utilização no a fisionomia e estrutura da vegetação" em foco, falar regional, bem como na literatura botânica apresentando, ainda, "valores mais elevados de da época, na região do Prata. abundância, dominância e freqüência"41 . Sobre Esta confusão com nomes populares não jus- este ponto, resta lembrar que as associações e tifica, todavia, a designação de "Parque formações vegetais, como visto anteriormente, Espinilho", dada por Rambo à singularidade são costumeiramente designadas com base na vegetacional do sudoeste gaúcho. Mesmo assim, espécie dominante: Espinillar, associação de espinilhos; Nandubaysal, de inhanduvá;

39 A outra espécie citada por Rambo é o inhanduvá (Prosopis algarobilla, atual Prosopis affinis), por ele chamado de algarrobo. 40 Rambo, B., 1956. Op. cit., p. 130. 41 Marchiori, I.N.C., et aI., 1985b. Op. cit., p. 332.

7 Algarrobal, de espécies de Prosopis (algarrobo espinillo e espinal são vozes distintas na língua e inhanduvá), etc. de Cervantes: a primeira, é o nome comum mais O termo "Parque", aplicado às duas deno- difundido para Vachellia caven, tanto na Argen- minações42, não merece reparos, uma vez que tina como no Uruguai46 ; a segunda, foi especi- as árvores crescem, de fato, afastadas umas das almente criada, por Cabrera (1951 )47, para de- outras ou formando agrupamentos de poucos signar uma das províncias do Domínio indivíduos, e suas copas, isoladas ou com pou- Chaquenho, justamente aquela na qual se inse- ca interpenetração, além de paucifoliadas, per- re a singularidade vegetacional de Barra do mitem o desenvolvimento de um denso estrato Quaraí. herbáceo, inclusive ao pé das árvores. São, pre- O termo Espinillar, por sua vez, aplica-se a cisamente, características desta natureza que agrupamentos de espinillos (Vachellia caven). justificam a atribuição do nome "Parque" a ve- Freqüentes, sobretudo, na periferia de matas getações semelhantes sob o ponto de vista ciliares, os espinillares são muito conspícuos fisionômico-estrutural em outras partes do mun- na paisagem da Mesopotâmia argentina e do do, notadamente em regiões tropicais e oeste da República do Uruguai. Igualmente fre- subtropicais. qüentes no Rio Grande do Sul, tais associações No rebate à proposta de Marchiori et aI. são encontradas em diversas regiões (1985b), Galvani (2003) afirma que o uso do fisiográficas do Estado, fato comprovado, até termo "espinilho" para a vegetação em estudo mesmo, na toponímia regional, caso de (Parque do Espinilho), em vez referência ao "Espinilho Grande", localidade do Planalto "nome popular da espécie Acacia caven", pren- Médio. de-se a "alguns elementos da classificação Em português, as palavras espinilho e espi- fitogeográfica sul-americana" que, apesar de não nhal também se aplicam a entidades distintas. A considerados pelos referidos autores43, teriam primeira - um platinismo -, é nome comum para sido "levados em conta por Rambo em sua refe- Vachellia caven, além de outras duas rência ao local"44. Com estas palavras, Galvani Leguminosas: Gleditsia amorphoides (mais co- quer dizer que o nome "espinilho" foi atribuído nhecida por coronilha) , e Vachelliafamesiana48• por Balduíno Rambo em "referência" ao "tipo A palavra espinal, embora também diciona- de formação vegetal ocorrente na denominada rizada, é um adjetivo de uso restrito à anatomia Província do Espinhal"45 . Este parecer, todavia, (coluna espinal)49 . não resiste a uma análise mais aprofundada sob Sem correspondente em português, o termo o enfoque etimológico, não segue a norma usu- espinillar pode ser traduzido como "parque de al de designação fito geográfica, além ter sido espinilho", uma vez que a vegetação é marcada aplicado, pelo proponente (Balduíno Rambo),

a associações amplamente reconhecidas na li- • 46 Na Argentina, a espécie Acacia caven recebe outros teratura como distintas. nomes populares além de Espinillo, dependendo da Em primeiro lugar, embora derivadas de região: Churqui, Aromita, Espino, Caven (Ulibarri, E. Leguminosae, Leguminosas. In: Kiesling, R. (org.). espino (espinho, em português), as palavras Flora de San Juan, RepublicaArgentina. Buenos Aires: Vazquez Mazzini Editores, 1994. p. 260). 42 Refere-se aos nomes "Parque do Espinilho" e "Parque 47 Desde 1951, Cabrera usa o termo "Espinal" para de- de Inhanduvá", propostos, respectivamente, por Rambo signar esta província do DOllÚnio Chaquenho. O uso (1956) e Marchiori et a!. (1985b). do termo foi novamente utilizado em 1971, em sua obra 43 Refere-se a Marchiori et a!. (1985b), podendo, igual- sobre Fitogeografia da Argentina, e em obra posterior mente, referir-se a Marchiori (2004) e Marchiori et a!. (e mais ampla), feita com Willink (1973), para a Amé- (1985a). rica Latina.

44 Galvani, F.R., 2003. Op. cit., p. 42-43. 48 Houaiss & Villar, 2001. Op. cit., p. 1232. 45 Galvani, F.R., 2003. Op. cit., p. 43. 49 Houaiss & Vil1ar, 2001. Op. cit., p. 1231.

8 fisionômica e estruturalmente pela Vachellia a Uruguaiana, lê-se, com clareza: caven (espinilho) e seus indivíduos distribuem- se ao molde dos parques. "Na descidaparao Quaraí-Mirim,o meláfrroche- Não se pode esquecer, ainda, que tanto o ga a formar verdadeirasabasna orla das coxilhas, inhanduvá, como o algarrobo, o quebracho, a com miríadas de ágatas e pequenas drosas de cina cina, a taleira, a coronilha e as sombras- quartzo, entre as quais rasteja a flora mais pobre de-touro - principais árvores da vegetação em que sepossa imaginar.Nos campos das encostas, aparece pela primeira vez em escala apreciável o análise -, são todas armadas de espinhos, e não parque espinilho. Constituído na essência pelo apenas o espinilho (Vachellia caven). A palavra inhanduvaí, não lhe faltam o branquilho, a som- espinal, atribuída por Angel L. Cabrera à pro- bra de touro e a cina-cina"50. víncia fitogeográfica, ela, sim, é uma denomi- nação adequada (corresponde a "espinhal", em Como visto anteriormente, o inhanduvaí, português, ou seja, vegetação cheia de espinhos), para Rambo, não era outra espécie senão Acaeia até mesmo por que não caberia um termo caven (atual Vachellia caven), o popular fito geográfico de tão ampla abrangência ser espinilh051. De fato, no Quaraí-Mirim, em so- designado com base no nome de uma única es- los gerados a partir de rochas vulcânicas, ainda pécie. Na vegetação em foco, todavia, a espécie hoje se pode comprovar a descrição precisa - dominante e que se impõe, fisionomicamente, é quase fotográfica -, realizada por Rambo: o que o inhanduvá, motivo pelo qual o nome de Par- ali se encontra, em verdade, é um espinillar, que Espinilho não se mostra adequado. segundo a nomenclatura castelhana, ou um Outro ponto merecedor de exame é o fato de verdadeiro "Parque de Espinilho", em bom por- que Balduíno Rambo não reservou a expressão tuguês, posto ser uma associação de indivíduos "Parque Espinilho" para a associação de de Vachellia caven com a estrutura típica de par- Prosopis e Acaeia. Ao contrário: à página 144, que, vegetação encontradiça em diversas regiões ao tratar da descrição de uma viagem de Quaraí fisiográficas do Rio Grande do Sul (Figura 4).

FIGURA 4 - Aspecto geral do Parque de Espinilho, composto, basicamente, por indivíduos de Vachellia caven, junto à mata ciliar do rio Quaraí Mirim (Quaraí, RS).

50 Rambo, B., 1956. Op. cit. p. 144. 51 Rambo, B., 1956. Op. cit., p. 130. (ver parágrafo "h").

9 Em outra passagem, página 131, o texto tam- CABRERA, A.L. Fitogeografia de la Republica Ar- bém deixa implícito que Balduíno Rambo não gentina. Boletín de la Sociedad Argentina de reservou o termo Parque Espinilho para a asso- Botánica, Buenos Aires, v. 14, n. 1-2, p. 1-42, ciação de Prosopis e Acaeia: 1971 (separata). CABRERA, AL. Territorios fitogeograficos de la "O aspecto do parque espinilho, em que domina RepublicaArgentina. In: KUGLER, W.E (org.). o algarrobo, é tão estranho que custa considerá- Enciclopedia Argentina de Agricultura y lo como legítima formação brasileira". Jardineria. Buenos Aires: ACME, 1994. v. 2. p. 1-85. A frase acima é reveladora: para Rambo tam- CABRERA, AL.; WILLINK, A Biogeografia de America Latina. Washington: Secretaria Gene- bém haviam parques de espinilho sem algarrobo ral de la Organización de los Estados America- (leia-se Prosopis albarobilla, atual Prosopis nos (OEA), 1973. 117 p. affinis) e com outra espécie dominante, caso da CHEBATAROFF, J. La vegetación deI algarrobal, vegetação descrita para o Quaraí-Mirim, ante- monte espinoso dei litoral. I. Divisiones de la riormente comentada. Província Fitogeográfica Uruguayense. Posto que o termo fitogeográfico em discus- Resúmenes Jornadas de Ciencias Naturales I, são foi originalmente utilizado por Balduíno Montevideo, 1980a. p. 77-78. Rambo tanto para o Nandubaysal de Barra do CHEBATAROFF, J. La vegetación deI algarrobal, Quaraí, como para o Espinillar do Quaraí-Mi- monte espinoso deI litoral. 11. Componentes rim, cabe perguntar-se qual das duas vegetações principales deI algarrobal. Resúmenes Jornadas merece, efetivamente, a designação em debate. de Ciencias Naturales I, Montevideo, 1980b. Elas são suficientemente distintas em sua com- p.79-80. posição, apesar de ambas estarem vinculadas ao DEMAIO, P.; KARLIN, U.O.; MEDINA, M. Árboles mesmo distrito (dei Nandubay) e província nativos deI centro de Argentina. Buenos Aires: L.O.L.A, 2002. 210 p. fitogeográfica (dei Espinal), como ensina Angel DIMITRI, M.J. Las areas de bosques Lulio Cabrera. espontáneos. In: COZZO, D. (org.). A nomenclatura fitogeográfica não deve fo- Enciclopedia Argentina de Agricultura y mentar confusão: Parque Espinilho, como su- Jardinería. Arboles forestales, maderas y silvi- gerido pelo nome, cabe à vegetação que tem cultura de la Argentina. Buenos Aires: ACME, Vachellia caven como espécie dominante. À 1979. v. 2. p. 6-17. vegetação de Barra do Quaraí, por conseguinte, DREYS, N. Noticia descriptiva da Provincia do Rio- convém a denominação de Parque de Inhanduvá. Grande de S. Pedro do Sul. Rio de Janeiro: Typ. Imp. e Consto de J. Villeneuve e Comp., 1839. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 216 p. ASCASUBI, H. Santos Vega el payador. In: Poesia FRENGUELLI, J. Rasgos principales de Fitogeo- gauchesca. México: Fondo de Cultura grafia argentina. Revista deI Museo de la Plata, Econórnica, 1984. v. 1.p. 304-624. Botánica, v. 3, p. 65-181,1941. BILONI, J.S. Arboles autoctonos argentinos. Buenos GALVANI, ER. Vegetação e aspectos ecológicos do Aires: TípográficaEditoraArgentina, 1990.335 p. Parque Estadual do Espinilho, Barra do Quarai, BURKART, A. Ojeada sinóptica sobre la vegetación RS. 132 p. Porto Alegre: Universidade Federal deI Delta deI Río Paraná. Darwiniana, San do Rio Grande do Sul, 2003. Tese de Doutora- Isidro, v. 11, n. 3, p. 457-561, 1957. do (Programa de Pós-Graduação em Botânica). CABRERA, AL. Territórios fitogeográficos de la HOLMBERG, E.L. Laflora de la RepublicaArgen- Republica Argentina. Boletín de la SociedadAr- tina. Segundo Censo Republica Argentina, 1895, gentina de Botánica, v. 4, n. 1-2, p. 21-65,1951. v 1, p. 385-474, 1898.

10 HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário PARODI, L.R Las regiones geográficas argentinas. Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: In: VERDOORN, J. (ed.). and Objetiva, 2001. 2922 p. science in Latin América. Waltham: Chronica LEITE, P.F.As diferentes unidades fitoecológicas da Botanica Company, 1945. p. 127-132. região sul do Brasil. Proposta de classificação. PAZ, E.A.; BASSAGODA, M.J. Aspectos Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1994. fitogeográficos y diversidad biológica de las 160 p. Dissertação de Mestrado (Curso de Pós- formaciones boscosas deI Uruguay. Ciência & Graduação em Engenharia Florestal). Ambiente, Santa Maria, n. 24, p. 35-50, 2002. LEITE, P.F.As diferentes unidades fitoecológicas da RAMBO, B. A fisionomia do Rio Grande. Viagens região sul do Brasil. Proposta de classificação. de estudo. Porto Alegre: Typografia do Centro, Cadernos de Geociências, Rio de Janeiro, n. 15, 1938.54 p. p. 73-164,1995. RAMBO, B. A fisionomia do Rio Grande do Sul. MARCHIORI, J.N.C. Fitogeografia do Rio Grande Porto Alegre: Livraria Selbach, 1956. 456 p. REITZ, R; KLEIN, RM.; REIS, A. Projeto Madei- do Sul: Campos sulinos. Porto Alegre: EST Edi- ra do Rio Grande do Sul. Seliowia, Itajaí, n. 34- ções, 2004. 110 p. 35, p. 1-525, 1983. MARCHIORI, lN.C.; LONGHI, S.1.; GALV ÃO, L. SEYMOUR, RA. Unpobladorde las Pampas. Cór- gênero Prosopis L. (Leguminosae Mimo- ° doba: Impressos M.C., 1995.325 p. soideae) no Rio Grande do Sul. Ciência e SIMÕES LOPES NETO, J. Contos gauchescos e Natura, Santa Maria, n. 5, p. 171-177, 1983. Lendas do Sul. Porto Alegre: Editora Globo, MARCHIORI, J.N.C.; LONGHI, S.J. Estrutura 1957.438 p. fitossociológica de uma associação natural de TORTORELLI, L.A. Maderas y bosques argentinos. Parque Inhanduvá com quebracho e cina-cina, Buenos Aires: ACME, 1956.910 p. no Rio Grande do Sul. Ciência e Natura, Santa ULIBARRI, E. Leguminosae, Leguminosas. In: Maria, n. 7, p. 147-162, 1985a. KIESLING, R Flora de San Juan. Republica MARCHIORI, lN.C.; LONGHI, S.1.; GALV ÃO, L. Argentina. Buenos Aires: Vazquez Mazzini Edi- Composição florística e estrutura do Parque de tores, 1994. p. 257-332. Inhanduvá no Rio Grande do Sul. Rev. Centro VELOSO, H.P.; GÓES-FILHO, L. Fitogeografia de Ciências Rurais, Santa Maria, v. 15, n. 4, brasileira. Classificação fisionômico-ecológica p. 319-334, 1985b. da vegetação neotropical. Boletim Técnico, Pro- MUTARELLI, E.1. Riqueza de los bosques espontâ- jeto RADAMBRASIL, Salvador, p. 1-80, 1982. neos. In: COZZO, D. (org.). Enciclopedia Ar- (Sér. Vegetação). gentina de Agricultura y Jardineria. Arboles WAECHTER, lL. Padrões geográficos na flora atu- forestales, maderas y silvicultura de la Argenti- al do Rio Grande do Sul. Ciência & Ambiente, na. Buenos Aires: ACME, 1979. v. 2. p. 18-33. Santa Maria, n. 24, p. 93-108, 2002.

11