Ritmos Do Povoamento E Economia Do Algarve Romano: Entre O Mediterrâneo E O Atlântico

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Ritmos Do Povoamento E Economia Do Algarve Romano: Entre O Mediterrâneo E O Atlântico Ritmos do povoamento e economia do Algarve romano: entre o Mediterrâneo e o Atlântico CATARINA VIEGAS * 1 RESUMO O presente artigo estuda os ritmos da vida económica dos núcleos urbanos de Ossonoba (Faro), Balsa (Quinta de Torre de Ares) e Baesuri (Castelo de Castro Marim), desde o séc. II a.C. até ao séc. VII d.C. Partindo de uma base documental muito diversificada, constituída sobretudo pelos conjuntos de cerâmica de mesa importada e de produtos alimentares transportados em ânforas, sem esquecer igualmente a leitura crítica das fontes escritas, dos dados epigráficos e numis- máticos, procurou-se estabelecer o faseamento da importação e consumo nestes núcleos urbanos do Algarve romano, analisando-se igualmente diversos aspectos da própria produção agrícola e artesanal de âmbito local e regional. Os padrões de importação dos três núcleos urbanos são comparados entre si, de forma de obter elementos sobre a dinâmica evolutiva do território algarvio, sendo igualmente confrontados com os dados de outras regiões, procurando-se integrar o sul da Lusitania no quadro das relações (económicas, políticas, cultu- rais) inter provinciais no período romano, e imediatamente posterior. O estudo que efectuei permitiu compreender melhor o contexto especí- fico das importações de cada período em cada sítio, o que possibilitou discutir alguns aspectos do quadro político-administrativo romano do Algarve central e oriental. Se a epigrafia já apontava para o facto de Ossonoba ter adquirido uma importância considerável ainda em época de Augusto, tudo indica que os núcleos urbanos de Balsa e Baesuri se encontrassem em pleno desenvolvimento durante a segunda metade do séc. I e mesmo nos finais dessa centúria. As cidades estavam plenamente integradas nas rotas comerciais estabelecidas, tendo por base o porto de Cádis e registam, tal como em períodos anteriores, uma forte integração na * UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. c.viegas@fl.ul.pt O Arqueólogo Português, Série V, 1, 2011, p. 15-204 revista_OAP.indd 15 14/09/11 9:10:05 16 CATARINA VIEGAS economia da província vizinha, a Bética, integração essa que apenas se dilui no período Baixo Imperial, com a crescente importância da produção à escala local/ regional lusitana e das importações norte africanas. Palavras-chave: Algarve romano – cerâmica – economia antiga – interde pendência ABSTRACT This paper analyses the economic rythms and patterns in the Roman towns of Ossonoba (Faro), Balsa (Quinta de Torre de Ares) and Baesuri (Castelo de Castro Marim) in southern Portugal, from the 2nd century BC to the 7th century AD. It seeks to determine the evolution of the imports and consumption pattern and to analyse different aspects of the agricultural and industrial production to a local and regional extent, based on very diversified sets of sources such as the imported fine ware and foodstuff transported in amphorae, without forgetting the critical reading of literary sources and of both epigraphic and numismatic data. The import patterns of the three urban centers are compared among themselves in order to determine the commercial dynamic and economic evolution of the Algarve. We also try to provide comparisons with other regions, seeking to integrate the southern Lusitania in a broader context (economic, politic and cultural) of the interprovincial relations during the Roman period. This study also allows a better understanding of the specific importations context of each phase of the Roman period in each town. It contributed to the knowledge and discussion of the political and administrative framework of central and eastern Algarve. Epigraphic data had already stressed the relevance of Ossonoba during Augustus reign, but towns as Balsa and Baesuri also knew intense activity during the second half, and even in the late 1st century AD. These towns were fully integrated in the established commercial routes that were based in the port of Cadix and were, as observed in previous periods, strongly integrated in the economy of the neighbour Baetican province. This integration will only be slightly modified in the Late Roman period by the increase of local and regional Lusitanian production as well as the North African imports. Keywords : Roman Algarve – ceramics – ancient economy – interdependence O Arqueólogo Português, Série V, 1, 2011, p. 15-204 revista_OAP.indd 16 14/09/11 9:10:05 RITMOS DO POVOAMENTO E ECONOMIA DO ALGARVE ROMANO: ENTRE O MEDITERRÂNEO E O ATLÂNTICO 17 1. INTRODUÇÃO O estudo que se apresenta resultou, em grande medida, do projecto de inves- tigação que realizámos sobre «A ocupação romana do Algarve: estudo do povo- amento e economia do Algarve central e oriental no período romano», que deu origem a diversos trabalhos parcelares e à dissertação de doutoramento com o mesmo título. Retomamos nestas linhas as principais conclusões a que chegámos e as reflexões que as mesmas nos suscitaram. Tendo por base uma ampla documentação pretendia analisar -se a evolução dos núcleos urbanos, discutir o processo de romanização e urbanização do Sul da Fig. 1 – Situação do Algarve. O Arqueólogo Português, Série V, 1, 2011, p. 15-204 revista_OAP.indd 17 14/09/11 9:10:05 18 CATARINA VIEGAS Lusitânia partindo dos dados acerca do consumo de produtos manufacturados, como as cerâmicas finas de mesa ou cerâmicas importadas (campaniense e terra sigillata ) e dos produtos alimentares transportados em ânforas nos três núcleos urbanos do Algarve oriental e central: Faro, Balsa e Castro Marim ( Figura 1 ). Mesmo não dispondo de qualidade de informação idêntica acerca das diferentes produções de cerâmica campaniense e de terra sigillata importadas para o territó- rio hoje português, os dados disponíveis permitem identificar hoje claramente as áreas produtoras e os estudos tipológicos conferem a estas cerâmicas um elevado valor enquanto dado cronológico, num período desde o séc. II a.C. até ao final do séc. VI ou mesmo ao séc. VII d.C. No que se refere às produções anfóricas, ao conhecimento das áreas produ- toras acresce ainda a possibilidade de, para muitos tipos, se poder relacionar um determinado produto alimentar. Deste modo, e através do estudo do consumo e da sua comparação com outras áreas da Lusitânia podem retirar -se informações acerca da produção local de produtos alimentares (azeite, produtos vínicos e pre- parados piscícolas). O estudo dos conjuntos cerâmicos dos três núcleos urbanos do Algarve cen- tral e oriental permitiu traçar o quadro económico e estabelecer as grandes linhas da dinâmica evolutiva destas cidades num quadro regional, permitindo avançar com modelos explicativos para os fenómenos observados, comparando -os com as realidades de outras regiões. O projecto de investigação do Castelo de Castro Marim dirigido por Ana Margarida Arruda constituiu -se há vários anos a esta parte como um verdadeiro «ninho» de projectos em diferentes áreas, tornando -se o ponto de partida para uma pesquisa mais alargada. A este conjunto juntaram -se outros provenientes de várias intervenções arqueológicas realizadas em Faro e na Quinta de Torre de Ares, local identificado desde o séc. XIX como a antiga cidade de Balsa . Com a obtenção de autorização por parte do Director do Museu Nacional de Arqueologia, Dr. Luis Raposo, para estudar o conjunto de materiais provenientes das escavações realiza- das na década de 70 do séc. XX na Quinta de Torre de Ares, a amostragem alargou- -se e ganhou mais significado. Relativamente à cidade de Faro, dispunhamos já de um conjunto de dados sobre a área onde também nos anos 70 se redescobriu o mosaico do Oceano, resultante das investigações realizadas no âmbito da nossa participação no Projecto Corpus dos mosaicos do sul de Portugal. A cedência para estudo dos materiais das recentes intervenções realizadas a área do Museu Muni- cipal, conduzidas por Dália Paulo e Nuno Beja permitiram completar a leitura relativa à antiga Ossonoba . A decisão de estudar conjuntos há muito depositados em Museus e centros de investigação e por não realizar novas escavações resultou da limitação dos meios disponíveis e do tempo previsto, mas procurava igualmente chamar a aten- O Arqueólogo Português, Série V, 1, 2011, p. 15-204 revista_OAP.indd 18 14/09/11 9:10:05 RITMOS DO POVOAMENTO E ECONOMIA DO ALGARVE ROMANO: ENTRE O MEDITERRÂNEO E O ATLÂNTICO 19 ção para o potencial informativo de amplas séries de cerâmica provenientes de escavações antigas e de outras mais recentes, cujo estudo urgia levar a efeito antes de se abrirem novas frentes de escavação. Esta opção trouxe consigo limitações à análise destes mesmos materiais uma vez que a qualidade do registo arqueoló- gico que as acompanhava era muito desigual. Apesar destes entraves, procurou -se valorizar os dados contextuais e estratigráficos, retirando deles as informações pertinentes. Os elementos disponíveis acerca dos três sítios estudados são bastante desi- guais. Se relativamente a Castro Marim e às recentes escavações de Faro existe todo o registo de uma intervenção arqueológica (constituído por plantas e perfis estratigráficos, fichas de unidade estratigráfica e registo fotográfico) e os respec- tivos relatórios apresentados à tutela, das restantes intervenções a documenta- ção não é tão completa. Por exemplo, a informação acerca da proveniência dos materiais resultantes da intervenção suscitada pela descoberta do mosaico do Oceano resumia -se às etiquetas que acompanhavam os mesmos não existindo qualquer relatório dos trabalhos realizados. No Arquivo no Museu Nacional de Arqueologia conservava -se ainda um conjunto de plantas e cortes estratigráfi- cos realizados pelo desenhador do Museu (Dario de Sousa), assim como um conjunto de fotografias da autoria de Bairrão Oleiro. A conjugação dos dife- rentes dados não foi fácil, tendo -se obtido apoio da Dr.ª Adília Alarcão que presenciou algumas fases dos trabalhos e dirigiu a campanha de levantamento do mosaico. Relativamente aos trabalhos arqueológicos realizados em Torre de Ares as principais dificuldades resultaram da conjugação dos dados das etiquetas que acompanhavam os materiais e das informações constantes no relatório dos traba- lhos da autoria de M.
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