PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA

[2. ª ALTERAÇÃO ]

MARÇO 2020

Principais siglas e acrónimos utilizados no presente documento

ARU: Área de Reabilitação Urbana

EBF: Estatuto dos Benefícios Fiscais

IMI: Imposto Municipal sobre Imóveis

IMT: Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis

IRC: Imposto sobre o Rendimento Coletivo

IRS: Imposto sobre o Rendimento Singular

IVA: Imposto sobre o Valor Acrescentado

MAEC: Método de Avaliação do Estado de Conservação de Imóveis

ORU: Operação de Reabilitação Urbana

PDM: Plano Diretor Municipal

PERU: Programa Estratégico de Reabilitação Urbana

PROT: Plano Regional de Ordenamento do Território

RMT: Regulamento Municipal de Taxas

RMTEU: Regulamento Municipal de Taxas e Encargos Urbanísticos

RJIGT: Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial

RJRU: Regime Jurídico da Reabilitação Urbana

RJUE: Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação

UOPG: Unidade Operativa de Planeamento e Gestão

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ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO ...... 3

2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA ...... 4 2.1. ENQUADRAMENTO E PERFIL DE INSERÇÃO TERRITORIAL ...... 4 2.2. (R E)D ELIMITAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA ...... 8 2.3. AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DA SITUAÇÃO DE PARTIDA ...... 12

3. ESTRATÉGIA DE REABILITAÇÃO E REVITALIZAÇÃO URBANA ...... 21 3.1. ORIENTAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL ...... 21 3.2. VISÃO DE FUTURO E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS ...... 26 3.3. PERFIL E PRIORIDADES DA INTERVENÇÃO MUNICIPAL ...... 27

4. PLANO DE AÇÃO ...... 30 4.1. PROGRAMA DE INVESTIMENTO MUNICIPAL ...... 30 4.2. INSTRUMENTOS DE EXECUÇÃO DA POLÍTICA URBANÍSTICA ...... 37 4.3. CARTEIRA DE APOIOS E INCENTIVOS AOS PARTICULARES ...... 40

5. IMPLEMENTAÇÃO E MODELO DE GESTÃO ...... 43 5.1. ENTIDADE GESTORA ...... 43 5.2. MODELOS DE EXECUÇÃO ...... 43 5.3. PERÍODO DE VIGÊNCIA E ACOMPANHAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO ...... 44

ANEXO I - FICHAS DESCRITIVAS DOS INCENTIVOS FISCAIS ...... 45

ANEXO II - FICHAS DESCRITIVAS DOS INCENTIVOS TRIBUTÁRIOS ...... 56

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1. INTRODUÇÃO

O Programa Estratégico de Reabilitação Urbana (PERU) do Núcleo Central da Cidade da Trofa explicita a Visão de Futuro definida pelo Município para a Área de Reabilitação Urbana (ARU) delimitada nesta zona vital da cidade e o caminho preconizado para que, num horizonte temporal de 10 anos, tenham sido dados passos fundamentais no sentido da sua materialização. Para além de corresponder a uma sequência natural das orientações emanadas do Plano Diretor Municipal (PDM), em vigor desde Fevereiro de 2013, assim como do projeto de requalificação dos Parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, o presente PERU corporiza também uma das apostas políticas de maior alcance estratégico que se encontram a ser prosseguidas pelo atual Executivo camarário.

Estando em vigor desde o final de 2016, com a redação conferida pela 1.ª alteração publicada no Diário da República n.º 147, de 2 de agosto de 2019, através do Aviso n.º 12399/2019, e tendo já concretizadas ou em processo de concretização algumas das suas apostas fundamentais, constata- se a necessidade de introdução de alterações à versão do PERU em vigor de modo a potenciar a sua eficácia e impacto, designadamente por via da redelimitação da ARU (no sentido do seu alargamento) e do enriquecimento do seu programa de investimentos.

Em termos de estrutura, este documento encontra-se organizado em torno dos seguintes quatro Capítulos principais:

 Caracterização da Área de Reabilitação Urbana (Capítulo 2);

 Estratégia de Reabilitação e Revitalização Urbana (Capítulo 3);

 Plano de Ação (Capítulo 4);

 Implementação e Modelo de Gestão (Capítulo 5).

Este documento contempla ainda dois Anexos especificamente dedicados à descrição detalhada de cada um dos instrumentos de incentivo fiscal e tributário associados à implementação do PERU.

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2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA

2.1. ENQUADRAMENTO E PERFIL DE INSERÇÃO TERRITORIAL

A Trofa corresponde a uma cidade com cerca de 17 mil habitantes que tem protagonizado uma trajetória de afirmação muito expressiva ao longo das últimas décadas, sucessivamente reconhecida através da sua elevação a vila (1984) 1, cidade (1993) 2 e sede de concelho (1998)3. Este último facto corresponde a um momento marcante na vida da cidade e das restantes da Trofa, restituindo-lhe um estatuto perdido com a reforma administrativa operada em 1836 por Passos Manuel e emancipando-a da relativa subalternidade que, durante muito tempo, caracterizou a sua incorporação no concelho de . Para fazer face a este novo ciclo de desenvolvimento, agora comandado a partir de dentro , a Autarquia preparou oportunamente o Plano Estratégico do Município da Trofa 2003-2010 (PETrofa'2010) e deu início à elaboração do respetivo Plano Diretor Municipal (PDM), o qual apenas viria a tornar-se plenamente eficaz em Fevereiro de 2013 4.

Tal como consta do PETrofa'2010, esta cidade, que até meados do século XIX se integrava num vasto território designado por Terras da Maia , pode definir-se como um aglomerado de características urbano-industriais, que cresceu a partir de uma matriz predominantemente rural, em consequência essencialmente de um processo geográfica e historicamente muito conhecido: como ocorreu remotamente nos mais variados casos e circunstâncias históricas, o desenvolvimento realiza-se e consolida-se a partir de um cruzamento de vias . Estas vias, consideradas de nível superior na rede de estradas construídas ou melhoradas com Duarte Pacheco e classificadas como nacionais, correspondem às atuais EN14 (de orientação aproximada Sul-Norte, ligando o a ) e EN104 (de orientação aproximada Oeste-Este, ligando as cidades litorais de e Póvoa do Varzim a Guimarães).

É de referir, ainda, que o robustecimento da centralidade assim despoletada beneficiou grandemente da implantação do caminho-de-ferro (Linha do Minho) na segunda metade do século XIX, reforçando a atratividade da cidade ao nível da fixação quer de atividades económicas (designadamente industriais), quer de novos residentes. Mais recentemente, com a criação do sistema de metro ligeiro do Porto, foi prevista a sua expansão à cidade da Trofa como extensão

1 Lei nº19/84, de 28 de Junho. 2 Lei nº29/93, de 2 de Julho. 3 Lei nº89/98, de 14 de Dezembro. 4 Aviso nº2683/2013, de 22 de Fevereiro.

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natural da rede já construída até à Maia/ISMAI (Linha Verde), gerando novas expectativas de reforço dessa centralidade; contudo, e pese embora ter sido lançado em 2009 o concurso público para a construção dessa extensão (implicando um investimento próximo dos 100 milhões de euros e um prazo de execução de cerca de 2 anos), a verdade é que o mesmo foi suspenso em 2011 e não existe desde então qualquer perspetiva firme sobre o seu horizonte de concretização.

À escala regional, a Trofa ocupa uma posição de charneira entre o núcleo central da Área Metropolitana do Porto (na qual se integra administrativamente) e os sistemas urbanos dos vales do Ave e do Cávado, o que, como se procurará demonstrar em seguida, determina a inserção num território caracterizado pela elevada complexidade do seu modelo de estruturação e organização espacial (Figura 1).

FIGURA 1 - ENQUADRAMENTO REGIONAL DA CIDADE DA TROFA

V.N. Famalicão Guimarães Póvoa de Varzim

Santo Tirso TROFA Vizela

Vila do Conde Maia Legenda Rede viária principal Rede viária secundária PORTO Gondomar

0 10.633 23.894 49.486

FONTE : INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA E COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO NORTE (TRATAMENTO DA IMPROVE CONSULT )

Do ponto de vista demográfico, e como nota prévia, interessa assinalar que este é um território que mantém taxas de crescimento populacional positivas, ainda que sujeitas a processos muito intensos e heterogéneos de mobilidade residencial no seu interior e, portanto, de disputa pela captação/manutenção de residentes. A cidade da Trofa posiciona-se neste contexto como um centro urbano de dimensão relativamente limitada (17.389 habitantes em 2011), não obstante ter exibido um ritmo de crescimento de 23% entre 1991 e 2011 (+15% entre 1991 e 2001 e +7% entre 2001 e 2011). No que diz respeito à sua envolvente mais imediata, a situação existente evidencia a maior massa crítica que se concentra nas cidades da Maia e Póvoa de Varzim (ambas com cerca de 40 mil habitantes), Vila Nova de Famalicão (cerca de 33 mil habitantes), Santo Tirso e Vila do Conde (ambas com cerca de 28 mil habitantes), não tendo a dinâmica de crescimento da Trofa sido suficiente para esbater o diferencial detetado (i.e. todas estas cidades também registaram níveis de crescimento comparáveis).

Para além desta dimensão demográfica, verifica-se também uma grande intensidade de interações entre os vários concelhos que formam a envolvente regional em que a Trofa se enquadra, as quais

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expressam bem a complexidade do respetivo modelo de estruturação e organização espacial e a natureza policentrada do seu sistema urbano. Tomando como referência a informação relativa aos fluxos pendulares (i.e. deslocações quotidianas realizadas por motivos profissionais ou de frequência escolar) recolhida no âmbito dos Censos 2011, interessa destacar que 37% da população empregada e estudantil do concelho exerce a sua atividade fora do concelho e que os fluxos de entrada equivalem a cerca de 33% deste universo (i.e. 8.984 e 8.105 indivíduos, respetivamente). A análise mais detalhada destes valores permite constatar que 5:

 os principais concelhos para onde se deslocam os residentes no concelho da Trofa correspondem à Maia e a Vila Nova de Famalicão (2.188 e 1.862 indivíduos, respetivamente), seguidos a alguma distância pelo Porto (1.450 indivíduos);

 os principais concelhos de onde provêm ativos e estudantes que exercem a sua atividade no concelho da Trofa correspondem a Vila Nova de Famalicão (2.337 indivíduos), seguidos a alguma distância por Santo Tirso e Maia (1.302 e 1.256 indivíduos, respetivamente).

Esta relativa simetria de fluxos que caracteriza globalmente o balanço entre entradas e saídas do concelho merece ser especialmente realçada por força da menor dimensão populacional do concelho da Trofa em relação aos concelhos vizinhos, devendo-se em grande medida à robustez do aparelho industrial aí instalado (que responde por cerca de 40% do emprego disponibilizado localmente). Deve reconhecer-se, em contrapartida, o menor desenvolvimento da base de atividades terciárias do concelho, tanto de natureza privada como pública, aspeto que tende a limitar a conquista de um posicionamento mais favorável (em particular da cidade) no contexto da rede urbana regional.

Em termos prospetivos, e tomando como referência a proposta de Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte (PROT-Norte) e todo o conjunto de estudos que lhe serviu de suporte, deve reter-se a aposta colocada no aprofundamento dos relacionamentos entre áreas urbanas, quer do mesmo nível hierárquico quer de níveis diferentes, tendo em vista a promoção de complementaridades e sinergias entre as estratégias urbanas, gerando densidade relacional, coesão e competitividade supramunicipal e regional . Para este efeito, o PROT-Norte faz assentar o modelo territorial que preconiza no desenvolvimento de um sistema urbano regional de caráter policêntrico organizado em função de um conjunto de polaridades repartidas em cinco níveis estruturantes que desenvolvem funções diferenciadas e se constituem como âncoras no - e para o - desenvolvimento da região (Figura 2):

 Nível I: aglomeração metropolitana do Porto, na qual se incluem os concelhos do Porto, Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar e ;

 Nível II: cidades de equilíbrio regional, nas quais se integram as cidades de Braga e de Vila Real;

5 Apenas foram considerados fluxos cujo efetivo é superior a 1.000 indivíduos.

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 Nível III: cidades regionais/conjunto de cidades regional, nas quais se integram cidades como Barcelos e Guimarães, assim como os conjuntos Póvoa de Varzim/Vila do Conde, Paredes/ e Vila Nova de Famalicão/Santo Tirso/Trofa ;

 Nível IV: centros estruturantes sub-regionais, nos quais se integram cidades como Amarante, Fafe, , , e Paços de Ferreira;

 Nível V: centros urbanos municipais, integrando centros urbanos sede de concelho não incluídos nos Níveis anteriores.

FIGURA 2 - PROPOSTA DE MODELO TERRITORIAL DO PROT -NORTE : SISTEMA URBANO

Vila Nova de Famalicão/Santo Tirso/Trofa

FONTE : COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO NORTE

Para o nível estruturante das cidades regionais/conjunto de cidades regional, o PROT-Norte assume que o seu fortalecimento é uma via fundamental para consolidar o seu papel na estruturação e articulação do território regional, defendendo a centralidade de intervenções que reforcem a sua dotação em equipamentos de nível superior e de prestação de serviços avançados às populações e às empresas. No caso particular do triângulo Vila Nova de Famalicão/Santo Tirso/Trofa, a aposta reside na sua promoção enquanto conjunto de espaços urbanos com capacidade para estruturar o modelo difuso de povoamento da região e atuar como plataforma de interface entre o Cávado e a aglomeração metropolitana do Porto.

Este é um desafio de grande monta para a cidade da Trofa, dado que não são iguais as condições de partida de que dispõe em relação quer às restantes cidades do referido triângulo , quer a outras

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cidades localizadas na sua envolvente mais próxima. Com efeito, e ao contrário do que sucede nessas cidades, é muito evidente que a inserção administrativa da Trofa no concelho de Santo Tirso até 1998 limitou de forma assinalável a instalação local de serviços da Administração Central com maior capacidade de polarização, inibindo inclusivamente a sua frequente afirmação enquanto âncoras simbólicas e materiais incontornáveis na estruturação e qualificação do espaço urbano. A circunstância de os próprios Paços do Concelho se manterem até hoje a funcionar em instalações provisórias e localizadas fora do núcleo central da cidade (realidade extensível à generalidade dos serviços municipais) é, de resto, uma das faces mais visíveis dessa trajetória.

2.2. (R E)DELIMITAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA

O desenho e subsequente implementação de uma estratégia de reabilitação urbana no núcleo central da cidade da Trofa tem como pressuposto básico a prévia delimitação territorial da sua área de intervenção, a qual, de acordo com o Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU), se consubstancia legalmente enquanto Área de Reabilitação Urbana (ARU). Nos termos do RJRU, uma ARU corresponde a uma área territorialmente delimitada que, em virtude da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada, através de uma operação de reabilitação urbana 6.

Neste contexto, um dos elementos fundamentais que justificam a alteração do PERU em vigor prende-se com a redelimitação da ARU que corresponde ao seu território de intervenção, consubstanciado no respetivo alargamento para 187,9 hectares por via da incorporação de zonas propostas pelos Munícipes e decorrentes da nova centralidade da cidade da Trofa em torno do edifício dos Paços do Concelho. Mantendo-se fiel ao espírito da delimitação original, esta ARU incide especificamente sobre a parcela da cidade que se considerou corresponder ao núcleo central da Trofa, explicitando-se em seguida os principais critérios e opções que determinaram o desenho dos respetivos limites.

6 Alínea b) do artigo 2º do RJRU.

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FIGURA 3 - PROPO STA DE RED ELIMITAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA

Assim, interessa referir que a ARU proposta integra e toma como referência central a zona correspondente aos Parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, os quais têm vindo a beneficiar de um avultado investimento apoiado ao abrigo do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) no âmbito específico do instrumento ‘Parcerias para a Regeneração Urbana’. Esta intervenção, que permitirá concretizar um vasto projeto de (re)qualificação nesta zona de grande simbolismo para a cidade, marcará o início de um programa mais vasto de regeneração urbana cuja definição encontra no presente documento a sua primeira manifestação.

Em segundo lugar, deve também assinalar-se que a configuração espacial da ARU tomou como referência fundamental os principais eixos viários com influência direta no modelo de estruturação urbanística do núcleo central da cidade da Trofa, designadamente a Estrada Nacional 14 (EN14, atual Rua Dom Pedro V), a Estrada Nacional 104 (EN104, que integra as Ruas Infante Dom Henrique, Abade Inácio Pimentel e Costa Ferreira) e o espaço-canal correspondente à antiga Linha do Minho e que, futuramente, se espera vir a acolher o prolongamento do Metro do Porto. Apesar de ainda não materializados, foram igualmente considerados os traçados de outras infraestruturas de transporte que se afiguram essenciais para a (re)estruturação urbana do território da ARU, com

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destaque para a designada Via Distribuidora Principal 21 (prevista em sede de Plano Diretor Municipal) e o conjunto de pistas cicláveis que terão nesta zona da cidade o seu ponto de irradiação/confluência.

Em terceiro lugar, e considerando que o edifício dos Paços do Concelho, cuja materialização se encontra iniciada, irá assumir-se como o ponto central da cidade, e consequentemente um importante elemento gerador de tráfego/fluxos, entende-se ser relevante projetar ações que promovam a mobilidade, sobretudo através de modos suaves, entre a principal infraestrutura de transportes existente na cidade da Trofa - o interface rodoferroviário – e os Paços do Concelho.

Em quarto lugar, a configuração espacial da ARU procura também abranger um conjunto de situações bem identificadas de degradação física no parque edificado do núcleo central da cidade da Trofa, as quais têm frequentemente associada uma condição devoluta. Para além do edificado mais vocacionado para uso habitacional, verifica-se igualmente que este tipo de patologia urbanística afeta também um número expressivo e territorialmente muito significativo de antigas unidades industriais, não se identificando neste caso reais possibilidades de reutilização com base em atividades similares.

Por último, e muito por força das especificidades que se associam ao modelo de ocupação difusa característico desta região do país (e, por maioria de razão, também da Trofa), optou-se ainda por incluir no interior da ARU um conjunto de áreas expectantes que o PDM em vigor classifica como urbanas/urbanizáveis e que se encontram por urbanizar e/ou edificar. Neste caso, a motivação subjacente a esta integração prende-se com o efeito desqualificador que estes vazios urbanos imprimem atualmente ao núcleo central da cidade da Trofa, penalizando severamente a sua unidade e legibilidade para os utilizadores (residentes e não residentes) e, em sentido mais amplo, a própria qualidade do ambiente urbano.

Em termos demográficos, e tendo por base os dados do último Recenseamento Geral da População e da Habitação (2011), a ARU assim delimitada acolhe um total de 3.170 habitantes, agrupados em 1.207 famílias, o que representa quase 1/5 da população residente na cidade e perto de 10% da população residente no concelho (Quadro 1). A taxa de crescimento populacional na ARU entre 2001 e 2011 foi de 14% (i.e. +393 habitantes), superando assim o desempenho registado quer para a cidade (+7%), quer para o conjunto do concelho (+4%).

Este primeiro conjunto de dados permite inferir uma trajetória de crescente protagonismo da cidade no contexto do concelho e, de forma mais específica, da ARU no contexto da cidade, correspondendo este último facto a uma especificidade que diferencia a realidade da Trofa em relação a outros centros urbanos nacionais (onde a respetiva zona central é, frequentemente, um território em perda ). Como se procurará mostrar mais adiante, esta especificidade resulta sobretudo de processos recentes de ocupação de vazios urbanos existentes, em particular com base em edifícios de habitação coletiva (e, portanto, com maior capacidade de alojamento), e não

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tanto de um processo estruturado de regeneração urbana do núcleo central da cidade. Tal facto explica, também, a muito assinalável juventude que caracteriza a população atualmente residente na ARU.

Quadro 1 – Indicadores-Chave da ARU (2011) Variável ARU Cidade Concelho AMPorto População residente nº 3.170 17.389 38.999 1.759.524 10.562.178 Famílias clássicas nº 1.207 6.089 13.085 653.058 4.043.726 Dimensão média da família nº 2,6 2,9 3,0 2,7 2,6 Índice de envelhecimento demográfico % 60 87 86 108 128 Índice de dependência dos jovens % 24 21 22 22 23 População População Índice de dependência dos idosos % 14 18 19 24 29 Índice de dependência total % 38 40 41 46 51 Stock de edifícios clássicos nº 298 3.670 10.022 418.038 3.544.389 Época de construção % 100 100 100 100 100 < 1944 % 24 7 10 15 14 1945 -1969 % 29 19 19 24 22 1970 -1991 % 24 51 42 33 33 1991 -2001 % 16 15 17 16 16 2001 -2011 % 6 8 13 12 14 Estado de conservação % 100 s.d. 100 100 98 Edifícado Edifícado Sem necessidade de reparação % 54 s.d. 60 50 71 Necessidade de pequenas reparações % 33 s.d. 27 34 18 Necessidade de médias reparações % 10 s.d. 9 10 7 Necessidade de grandes reparações % 2 s.d. 3 4 3 Muito degradado % 2 s.d. 2 1 2 Stock de alojamentos familiares nº 1.491 7.371 15.617 826.101 5.866.152 Tipo de ocupação % 100 100 100 100 100 Residência habitual % 79 82 83 78 68 Residência secundária ou sazonal % 6 7 5 10 19 Vagos % 15 11 11 12 13 Regime de propriedade do ocupante % 100 100 100 100 100 Alojamento Alojamento Proprietário % 65 71 74 67 73 Arrendatário % 29 22 17 25 20 Outras situações % 6 7 8 7 7 FONTE : INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA

Do ponto de vista do edificado, por seu turno, os dados coligidos para 2011 revelam a existência de um parque composto por 298 edifícios, dos quais 53% construídos antes de 1970 e, dentro destes, quase metade antes de 1945; em contrapartida, é relativamente pouco expressiva a proporção de edifícios de construção posterior a 2001 (6%), respondendo aqueles que foram edificados ao longo das duas últimas décadas a somente 22% do stock total. Em matéria de estado de conservação, deve destacar-se que quase metade do parque edificado (46%) localizado na ARU carece de obras de reparação, realçando-se o facto de 41 edifícios (i.e. 14% do total) apresentarem necessidades de intervenção com maior profundidade.

Finalmente, interessa referir que o parque de alojamentos familiares localizados na ARU é composto por um total de 1.492 unidades, das quais 79% estavam ocupadas em 2011 como residência habitual. Em termos de regime de propriedade, verifica-se que praticamente 2/3 deste último conjunto de alojamentos são ocupados pelo proprietário do imóvel, detendo o arrendamento uma quota que ascende a 29% (contra somente 17% no conjunto do concelho). Assinala-se, por último, que 15% do parque de alojamentos da ARU (i.e. 221 unidades) se

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encontrava desocupado (vago) à data do Recenseamento, corporizando uma reserva de capacidade cujo potencial de mobilização para satisfazer as necessidades do mercado habitacional não poderá deixar de ser tido em conta.

2.3. AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DA SITUAÇÃO DE PARTIDA

A condição atual do núcleo central da cidade da Trofa é, em grande medida, o reflexo de um processo histórico de crescimento urbano e industrial que não beneficiou nem de um enquadramento sólido em termos de planeamento urbanístico, nem de uma gestão consistente e consequente ao longo do período em que se integrou administrativamente no concelho de Santo Tirso. Com efeito, e tal como era já apontado pelo PETrofa’2010, todo este franco crescimento, porque gerido numa política municipal reforçadora da importância da cidade-sede (Santo Tirso) e/ou porque de tal forma explosivo que não permitiu acautelar os interesses no médio-longo prazo, provocou profundas malformações e conferiu ao município uma imagem de suburbanidade .

A

Figura 4 sintetiza, sobre base cartográfica, os principais elementos estruturais resultantes da análise realizada com vista a aferir a condição atual do núcleo central da cidade da Trofa (considerando a área inicial de estudo que serviu como enquadramento à delimitação precisa da ARU), a qual combinou a mobilização de diversas fontes documentais com trabalhos de levantamento e reconhecimento do terreno.

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FIGURA 4 - SÍNTESE ANALÍTICA DA CONDIÇÃO ATUAL DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA

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Legenda

Área inicial de estudo Espaço verde coletivo Eixo de concentração de comércio e serviços Superfície comercial de dimensão relevante Equipamentos de natureza coletiva Canal ferroviário expectante Eixos de atravessamento do canal ferroviário Áreas urbanizáveis expectantes Instalações industriais devolutas

0 100 200 metros

FONTE : ANÁLISE DA IMPROVE CONSULT

Neste contexto, importa começar por salientar a existência de uma notória concentração de atividades terciárias em torno da EN14 (atual Rua D. Pedro V), que corresponde historicamente ao principal eixo de estruturação da cidade da Trofa, assim como num conjunto limitado de vias com características eminentemente urbanas que irradiam a partir daquele corredor (com destaque para as Ruas Conde de São Bento, Doutor Adriano Fernandes de Azevedo e Camilo Castelo Branco). Face à já referida escassez de funções públicas de referência nesta zona da cidade, cumpre salientar a clara predominância da iniciativa privada na formação da carteira de comércios e serviços aí localizada, incluindo no contexto de superfícies comerciais de dimensão relevante à escala local (casos do Trofa Shopping, Centro Comercial da Vinha e Galerias Catulo). Como indicador da capacidade de empreendimento e adaptabilidade do tecido comercial local, deve ainda assinalar- se a recente criação da iniciativa promocional 'Sextas com Vida' por parte dos comerciantes e lojistas locais, a qual, em face do sucesso alcançado, se pretende que passe a assumir caráter regular.

Em paralelo, considera-se fundamental referenciar a presença de um conjunto assinalável de instalações industriais e/ou de armazenagem em pleno núcleo central da cidade da Trofa, aspeto que, tal como destacado no PETrofa’2010, traduz a associação genética da cidade à indústria e,

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bem assim, a manifestação visível de um modelo de desenvolvimento industrial sem prévio ordenamento . A progressiva multiplicação de instalações desta natureza em situação devoluta e com níveis de degradação crescentes (em diversos casos já muito avançados) tem vindo a penalizar severamente a salubridade e qualidade do ambiente urbano, corporizando objetivamente um dos principais problemas urbanísticos com que a cidade atualmente se confronta (Figura 5). Face à regulamentação urbanística em vigor (designadamente o PDM da Trofa), o futuro deste tipo de instalações (brownfields ) passará forçosamente pela sua reconversão para usos de matriz eminentemente urbana ou, gorada essa possibilidade, pela sua substituição por construção nova.

No que diz respeito ao parque edificado de vocação residencial, o núcleo central da Trofa caracteriza-se pela coexistência de uma grande diversidade de formatos tipológicos, desde a moradia unifamiliar (que concentra mais de metade do total do stock de alojamentos familiares) até aos edifícios de habitação coletiva com 10 e mais pisos. Tal como foi já anteriormente assinalado, o levantamento realizado no âmbito do último Recenseamento Geral da População e da Habitação (2011) permite estimar que perto de metade do parque edificado localizado no território da ARU carece de obras de reparação de médio e grande porte, justificando-se assim o desenvolvimento de uma intervenção mais estruturada no sentido de assegurar o cumprimento dos deveres de conservação e reabilitação a que os proprietários se encontram legalmente obrigados (Figura 6).

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FIGURA 5 – EXEMPLOS DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS E DE ARMAZENAGEM EM SITUAÇÃO DEVOLUTA

FONTE : IMPROVE CONSULT

FIGURA 6 – EXEMPLOS DE EDIFÍCIOS EM SITUAÇÃO DEGRADADA E /OU RUÍNA

FONTE : IMPROVE CONSULT

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Da análise conduzida no terreno ressalta também a existência de uma vasta bolsa de terrenos edificáveis em situação expectante ( greenfields ), sobretudo a Norte da EN104, dos quais uma parcela minoritária possui processos de licenciamento já submetidos e aprovados ao longo da última década. A persistência deste conjunto de vazios urbanos constitui um fator fortemente perturbador da unidade e legibilidade urbanística do núcleo central da Trofa, induzindo descontinuidades muito expressivas na imagem e vivência da cidade (Figura 7). Em termos prospetivos, será forçoso reconhecer que a possibilidade de preenchimento destes vazios será essencialmente condicionada pela dinâmica de procura (sobretudo) residencial que venha a ter lugar na cidade da Trofa em resultado da sua atratividade, assim como pela minimização de riscos de entesouramento especulativo dos terrenos em apreço por parte dos seus proprietários.

Do ponto de vista da rede rodoviária e, em particular, das condições de mobilidade associadas, verifica-se que a inserção em plena malha urbana dos eixos da EN14 e da EN104 tem como consequência mais visível a mistura de fluxos de atravessamento e de circulação interna, situação que se traduz em volumes de tráfego conducentes a níveis significativos de congestionamento (tráfego médio diário superior a 20 mil veículos/dia). De forma complementar a esta dimensão macro, constata-se também que a exiguidade do perfil transversal de uma grande parte da rede de infraestruturas rodoviárias implantada no tecido urbano mais consolidado limita decisivamente as condições de mobilidade no interior da cidade. Para além das restrições que esta condicionante impõe à capacidade de escoamento do tráfego, que frequentemente se processa em regime de sentido único, observam-se também dificuldades sistemáticas de acomodação de outras funções no espaço-canal, designadamente o estacionamento (formal e informal) e as faixas de circulação pedonal (Figura 8).

FIGURA 7 – EXEMPLOS DE BOLSAS DE TERRENO EDIFICÁVEL EM SITUAÇÃO EXPECTANTE

FONTE : IMPROVE CONSULT

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Sem prejuízo do caráter estrutural que define os problemas de mobilidade apontados, considera-se que a perspetiva de virem a ser finalmente construídas as variantes urbanas à EN14 e à EN104 (matéria já devidamente enquadrada no PDM da Trofa) por parte da Administração Central é suscetível - em estreita articulação com a construção de uma nova travessia intermunicipal do Rio Ave - de diminuir significativamente o tráfego de atravessamento que sobrecarrega atualmente a rede viária da cidade. De forma mais localizada, por seu turno, admite-se também que tanto o reperfilamento de vias urbanas em consonância com os níveis de serviço sugeridos pela hierarquização da rede proposta em sede de PDM como a implementação de medidas que promovam uma melhor regulação do estacionamento na via pública possam contribuir positivamente para mitigar os problemas existentes.

FIGURA 8 - ESQUEMA DE ORGANIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO RODOVIÁRIA NO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA

Legenda

Área inicial de estudo Vias de sentido duplo Vias de sentido único

0 100 200 metros

FONTE : ANÁLISE DA IMPROVE CONSULT

Ainda no plano da mobilidade, interessa destacar de forma muito expressiva o conjunto de transformações recentes e perspetivadas em matéria de transporte ferroviário, o qual, como foi já assinalado, tem assumido historicamente um papel decisivo no processo de crescimento e estruturação da Trofa.

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Assim, e do ponto de vista das transformações recentes, o facto mais marcante prende-se com a construção da designada Variante da Trofa, com um custo total de 66,3 milhões de euros (cofinanciado com Fundos Comunitários), a qual, integrando a Linha do Minho, foi aberta à exploração em Agosto de 2010. Com este investimento pretendeu-se eliminar os condicionamentos que caracterizavam o troço urbano da referida Linha (tanto os relacionados com as características e estado de conservação da via como os decorrentes da existência de diversos pontos de atravessamento pedonal), contemplando também a construção da nova Estação da Trofa e respetivo interface a Nascente do núcleo central da cidade. Pela sua evidente relevância no quadro do presente PERU, compete aqui salientar que a desativação e progressivo desmantelamento da linha existente vieram criar um imenso corredor expectante no interior da cidade, o qual, corporizando um fortíssimo fator de desqualificação urbanística, nem por isso mitigou o efeito de separação/barreira que sempre esteve associado a esta infraestrutura (Figura 9).

FIGURA 9 – IMAGEM ATUAL DO TROÇO URBANO DA ANTIGA LINHA DO MINHO

FONTE : IMPROVE CONSULT

Relativamente às transformações perspetivadas, por seu turno, a grande expectativa que persiste prende-se com o timing associado ao prolongamento da Linha Verde do Metro do Porto desde o concelho vizinho da Maia (ISMAI) até à cidade da Trofa, retomando assim o processo interrompido sine die em Maio de 2011 (através da suspensão do concurso público lançado para a sua construção) e que viria pôr termo a largos anos de avanços e recuos na respetiva concretização. Para além da motivação maior que reveste o reforço das condições de integração e articulação da Trofa no sistema de mobilidade da AMP, considera-se fundamental assumir que a inserção desta infraestrutura no antigo espaço-canal da Linha do Minho (com término no novo Terminal/Interface e estações intermédias no Parque Nossa Senhora das Dores/Dr. Lima Carneiro e na antiga estação da Trofa) corresponde a uma oportunidade única para se proceder à sua requalificação integral,

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tirando agora partido de uma maior permeabilidade em termos urbanísticos face à ferrovia dita pesada .

Finalmente, o último ponto que se entende dever ser aqui realçado prende-se com a existência de notórias insuficiências de natureza quantitativa e qualitativa ao nível do sistema de espaços públicos do núcleo central da cidade da Trofa (Figura 10). A este respeito, e tal como já foi atrás mencionado, os défices detetados são largamente resultantes da ausência de um enquadramento eficaz do processo de ocupação urbana na cidade e, em muitos casos, configuram um problema dificilmente reversível por força de limitações estruturais como a exiguidade do perfil transversal dos arruamentos urbanos, originando conflitos de uso e riscos acrescidos para os seus diferentes tipos de utilizadores (automobilistas, peões, ciclistas, etc.).

FIGURA 10 – EXEMPLOS DE INSUFICIÊNCIA QUANTITATIVA E QUALITATIVA DE ESPAÇO PÚBLICO DE CIRCULAÇÃO PEDONAL

FONTE : IMPROVE CONSULT

O conjunto formado pelos Parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro (recentemente unidos e requalificados no âmbito do instrumento ‘Parcerias para a Regeneração Urbana’) constitui uma notável exceção ao panorama descrito, consubstanciando um elemento determinante para mitigar as insuficiências apontadas numa lógica mais ampla de criação de uma verdadeira rede de espaços públicos na cidade (sob pena de se manter como uma ilha nesse contexto). É muito promissor, a este nível, todo o conjunto de negociações que o Município tem vindo a realizar com a REFER Património com vista a devolver o canal da antiga Linha do Minho à cidade sob a forma de um espaço público estruturante (forçosamente compatível com o acolhimento da futura linha do Metro do Porto) e devidamente articulado com o projeto de requalificação concretizado naqueles parques.

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3. ESTRATÉGIA DE REABILITAÇÃO E REVITALIZAÇÃO URBANA

3.1. ORIENTAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL

O quadro de orientações de desenvolvimento preconizado para o concelho da Trofa tem vindo a ser sucessivamente explicitado sob diversas formas e em diferentes momentos desde a constituição do Município em 1998, cabendo aqui destacar a importância inicialmente assumida pelo Plano Estratégico do Município da Trofa 2003-2010 (PETrofa'2010). No momento presente, considera-se que a referência estratégica fundamental para o desenho do PERU corresponde ao Plano Diretor Municipal (PDM) em vigor desde Fevereiro de 2013.

Neste sentido, importa começar por referir que o PDM da Trofa se posiciona como o instrumento de cúpula da política municipal de ordenamento do território e urbanismo, competindo-lhe explicitar a estratégia de desenvolvimento territorial e o modelo de organização espacial do concelho. No caso concreto da Trofa, interessa realçar que a recente entrada em vigor deste instrumento de planeamento vem colocar termo ao período em que o território concelhio foi gerido com suporte no PDM de Santo Tirso (datado de 1994), abrindo assim caminho a uma nova visão para a Trofa com tradução clara no conjunto de Objetivos de Orientação Estratégica aí consagrados 7:

 Melhorar as acessibilidades internas e externas, com relevo para a execução das variantes à EN14 e à EN104 e para o sistema viário de reforço da conectividade com o concelho de Famalicão;

 Requalificar e estruturar a cidade e melhorar as condições de mobilidade interna, potenciando o caráter estratégico da linha do metro de superfície;

 Reforçar a importância dos aglomerados principais na rede urbana, dotando a cidade de funções centrais que contribuam para o reforço da sua autonomia;

 Valorizar o ambiente urbano, através do acréscimo significativo dos espaços públicos de sociabilização e lazer e da requalificação do existente;

 Preservar e potenciar o património edificado e natural, com destaque para a criação do Parque das Azenhas;

7 Cf. nº2 do artigo 2º do Regulamento do PDM (Aviso nº2683/2013, de 22 de Fevereiro).

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 Reordenar as zonas industriais, promovendo a localização adjacente ao nó da A3 com a EN104 e incentivando a deslocalização das unidades industriais e de armazenagem do perímetro urbano da cidade.

Como é possível constatar, o PDM reconhece como prioritária a necessidade de empreender um esforço significativo de estruturação e (re)qualificação da cidade da Trofa, o qual deverá ser concretizado em três frentes de intervenção principais: (i) a recomposição da carteira de atividades, (ii) a valorização física do espaço urbano e (iii) a melhoria das condições de mobilidade.

No primeiro caso (recomposição da carteira de atividades), o PDM aponta muito claramente para o reforço da presença de funções centrais na cidade da Trofa, designadamente de natureza terciária (pública e privada) e, muito em particular, com caráter direcional. Esta orientação é tomada como uma condição essencial para posicionar a Trofa de forma mais robusta no contexto do sistema urbano regional e metropolitano em que se insere, maximizando assim o seu grau de autonomia funcional. Em paralelo, o PDM advoga também a intenção de proceder à progressiva deslocalização de unidades industriais e de armazenagem do centro da cidade para espaços especificamente concebidos para o acolhimento deste tipo de atividades, eliminando assim as situações remanescentes de incompatibilidade/conflito com funções e usos de matriz eminentemente urbana (com destaque para a habitação).

No segundo caso (valorização física do espaço urbano), o PDM identifica a necessidade de se encetar um esforço expressivo de (re)qualificação urbanística da cidade da Trofa, nomeadamente por via de intervenções direcionadas quer para a criação/melhoria de espaços públicos, quer para a conservação/reabilitação do parque edificado. Esta orientação é tomada como uma condição essencial para mitigar os défices quantitativos e qualitativos que afetam presentemente o ambiente natural e construído da cidade, devendo articular-se diretamente com a intenção de assegurar o preenchimento dos vazios urbanos existentes através da sua colmatação pontual e/ou da concretização de projetos estruturantes de urbanização programada.

Finalmente, no terceiro caso (melhoria das condições de mobilidade), o PDM preconiza um cenário de transformação profunda da rede atual de infraestruturas de transporte, assente na concretização de variantes às EN14 e EN104 (articuladas com uma nova travessia do Rio Ave em direção a Famalicão) e na construção das vias integrantes da designada Rede de Distribuição Principal. Esta orientação é tomada como uma condição essencial para diminuir a pressão atualmente exercida sobre a malha rodoviária do núcleo central da cidade e, por esta via, viabilizar ganhos substanciais ao nível quer da fluidez da circulação rodoviária, quer da segurança de utilizadores motorizados e não motorizados. Pelo seu caráter estratégico, assinala-se também o contributo que a projetada chegada da Linha Verde do Metro do Porto é suscetível de trazer para a alteração dos padrões de mobilidade de âmbito local e regional/metropolitano, designadamente por via da transferência de fluxos do transporte individual em modo rodoviário para o transporte coletivo em modo ferroviário.

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Do ponto de vista da qualificação do solo (que reflete o uso dominante), a planta de ordenamento do PDM enquadra a generalidade do território da ARU agora proposta na categoria funcional respeitante a Espaço Central. Esta categoria engloba áreas onde predominam as funções direcionais dos principais aglomerados urbanos do concelho e nos quais se pretende assegurar uma maior qualificação e disponibilização de espaço público e o incremento de funções comerciais e de serviços, sem prejuízo da indispensável manutenção da função habitacional (Figura 11)8. Em termos mais limitados, verifica-se ainda a inclusão de parcelas específicas do território da ARU noutras categorias funcionais de qualificação do solo, designadamente:

 Área Verde de Utilização Coletiva: abrange os Parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro e um corredor que cruza perpendicularmente o troço Norte do canal ferroviário;

 Área de Habitação Coletiva: abrange a zona Norte da ARU e uma pequena faixa contígua ao troço Sul do canal ferroviário;

 Área de Equipamento Estruturante: abrange os terrenos onde está atualmente implantada a Escola Básica 2/3 Professor Napoleão Sousa Marques.

FIGURA 11 – ZOOM DA PLANTA DE ORDENAMENTO - QUALIFICAÇÃO DO SOLO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL DA TROFA

FONTE : MUNICÍPIO DA TROFA

De forma complementar a esta perspetiva de qualificação do solo, a planta de ordenamento do PDM da Trofa integra ainda uma abordagem mais orientada para a programação e execução deste

8 Cf. artigo 47º do Regulamento do PDM (Aviso nº2683/2013, de 22 de Fevereiro).

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instrumento de planeamento. A este respeito, e tendo presente que toda a ARU se encontra classificada como solo urbano, o aspeto mais relevante que decorre da formulação do PDM assenta na subdivisão desta classe nas categorias de solo urbanizado e de solo urbanizável, traduzindo assim a sua diferenciação quanto à inc idência de uma estrutura de suporte à ocupação urbana (Figura 12)9.

FIGURA 12 – ZOOM DA PLANTA DE ORDENAMENTO - PROGRAMAÇÃO E EXECUÇÃO DO PLA NO DIRETOR MUNICIPAL DA TROFA

FONTE : MUNICÍPIO DA TROFA

Assim, e no que ao solo urbanizado diz respeito, verifica -se que a grande aposta se prende com o aumento do grau de consolidação do tecido urbano, o que passa por retirar pleno partido das infraestruturas já existentes (sem prejuízo do seu eventual completamento/reforço) através do preenchimento dos lotes ainda não edificados. Em termos de execução, o regime adotado remete para a concretização de iniciativas individuais por parte dos propriet ários abrangidos 10 .

Já no que se refere ao solo urbanizável, o PDM determina que a execução se deverá processar através de iniciativas estruturadas de urbanização programada 11 , procedendo neste âmbito à delimitação de Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG) dotadas com conteúdos programáticos específicos , importando assinalar a existência de três UOPG com expressão territorial na ARU do núcleo central da c idade da Trofa (Quadro 2).

9 Cf. artigo 88º do Regulamento do PDM (Aviso nº2683/2013, de 22 de Fevereiro). 10 Cf. nº1 d o artigo 89º do Regulamento do PDM (Aviso nº2683/2013, de 22 de Fevereiro). 11 Cf. artigo 90º do Regulamento do PDM (Aviso nº2683/2013, de 22 de Fevereiro).

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Quadro 2 – Conteúdos Programáticos das Unidades Operativas de Planeamento e Gestão UOPG Conteúdos Programáticos a) Colmatação, expansão e estruturação local do tecido urbano existente b) Conformação viária entre as vias existentes e os novos arruamentos a Objetivos: criar de forma a permitir o desenvolvimento de novas frentes urbanas qualificadas UOPG 1.3: São a) Admite -se uso habitacional de tipologia multifamiliar e equipamento, Martinho Indicadores e parâmetros bem como usos complementares, designadamente comércio e serviços (≈ 5,7 ha) urbanísticos: b) Altura da fachada até 22,5m ou 6 pisos c) Índice de utilização até 1,0 (para a totalidade da UOPG) Unidades de execução (eventualmente enquadradas por plano de Formas de execução: pormenor) a) Estruturação local do tecido urbano existente com a nova centralidade a gerar pela estação do Metro Objetivos: b) Criação e requalificação de espaço público na envolvente da estação do Metro, mantendo respeito pela memória do local e a preservação dos UOPG 1.4: Antiga elementos patrimoniais existentes Estação a) Admite -se uso habitacional de tipologia multifamiliar e equipamento, (≈ 6,7 ha) Indicadores e parâmetros bem como usos complementares, designadamente comércio e serviços urbanísticos: b) Altura da fachada até 22,5m ou 6 pisos c) Índice de utilização até 1,0 (para a totalidade da UOPG) Plano de pormenor (ou, alternativamente, unidade de execução para a Formas de execução: totalidade da UOPG) a) Colmatação, expansão e estruturação local do tecido urbano existente, promovendo o serviço da passagem adjacente pelo Metro Objetivos: b) Conformação viária entre as vias existentes e os novos arruamentos a criar de forma a permitir o desenvolvimento de novas frentes urbanas UOPG 1.5: Mosteirô qualificadas (≈ 14,1 ha) a) Admite -se uso habitacional de tipologia multifamiliar e equipamento, Indicadores e parâmetros bem como usos complementares, designadamente comércio e serviços urbanísticos: b) Altura da fachada até 15,5m ou 4 pisos c) Índice de utilização até 0,8 (para a totalidade da UOPG) Formas de execução: Unidades de execução FONTE : MUNICÍPIO DA TROFA

A este respeito, a ideia central que interessa reter é a de que a generalidade das operações urbanísticas que venham a ter lugar no seio de cada uma destas UOPG’s terá de estar enquadrada em soluções de conjunto (a formalizar através de planos de pormenor e/ou de unidades de execução), admitindo-se apenas como exceções a esta regra:

 a realização de obras de conservação e beneficiação de edifícios existentes e de infraestruturas e equipamentos coletivos de iniciativa municipal (nomeadamente da rede viária prevista no PDM) 12 ;

 a concretização de operações urbanísticas avulsas em prédios contíguos com solo urbanizado que assegurem uma correta articulação formal e funcional com o solo urbanizado e não prejudiquem o ordenamento urbanístico da área envolvente 13 .

Como rapidamente se depreende, fica claro que o desenho e subsequente implementação do PERU terão de conseguir assegurar uma combinação inteligente e eficaz dos instrumentos de execução urbanística associados a diferentes regimes jurídicos, com destaque para o Regime

12 Cf. nº2 do artigo 115º do Regulamento do PDM (Aviso nº2683/2013, de 22 de Fevereiro). 13 Cf. nº7 do artigo 91º do Regulamento do PDM (Aviso nº2683/2013, de 22 de Fevereiro).

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Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU), o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) e o Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE).

3.2. VISÃO DE FUTURO E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

A Visão de Futuro preconizada para a ARU do núcleo central da cidade da Trofa pretende expressar uma ambição política de transformação estrutural com capacidade para mobilizar a comunidade trofense e federar os recursos, competências e capacidades de iniciativa que se encontram distribuídos pelos diferentes stakeholders com relevância para a sua materialização.

Esta Visão, referenciada a um horizonte temporal de 10 anos e que evidencia os grandes traços da mudança que se pretende colocar em marcha, pode ser globalmente expressa nos seguintes termos:

Um ambiente urbano mais central, qualificado e atrativo para a fixação de pessoas e atividades e a geração de novas dinâmicas económicas, sociais e culturais

A fixação de Objetivos Estratégicos a partir desta Visão de Futuro visa clarificar e sistematizar as principais orientações que deverão nortear a ação coletiva (e, em particular, do Município) com vista a superar o gap existente entre a situação de partida e a situação ambicionada. Neste sentido, os Objetivos Estratégicos a adotar no âmbito do PERU são os seguintes:

OE.1 | Reforço da Centralidade Urbana

OE.2 | Valorização do Espaço Público

OE. 3 | Qualificação do Parque Edificado

OE. 4 | Consolidação do Tecido Urbano

OE. 5 | Promoção da Animação Urbana

O primeiro Objetivo Estratégico [ Reforço da Centralidade Urbana ] visa incrementar a capacidade de afirmação do núcleo central da cidade da Trofa enquanto polo de referência à escala local (concelhia) e subregional na oferta de serviços diferenciados às populações e às empresas. Para este efeito, considera-se fundamental ampliar a dotação desta zona da cidade ao nível da sua carteira de serviços e equipamentos, com prioridade para aqueles que possuam natureza pública e âmbito concelhio ou supraconcelhio.

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O segundo Objetivo Estratégico [ Valorização do Espaço Público ] visa mitigar as enormes carências que o núcleo central da cidade da Trofa apresenta ao nível da disponibilidade e/ou qualidade da sua rede de espaços públicos, sobretudo na ótica dos utilizadores não motorizados. Para este efeito, considera-se fundamental combinar a criação de novos espaços públicos de estadia e circulação com a realização de intervenções mais pontuais e localizadas de reformulação e qualificação dos espaços (formais e informais) já existentes.

O terceiro Objetivo Estratégico [ Qualificação do Parque Edificado ] visa reverter a tendência de crescente degradação do estado de conservação do parque edificado do núcleo central da cidade da Trofa, incluindo aí as situações de impasse funcional que afetam antigas instalações industriais e de armazenagem. Para este efeito, considera-se fundamental disponibilizar um quadro de incentivos (fiscais, financeiros, etc.) com capacidade para mobilizar os proprietários em torno do cumprimento pleno dos seus deveres de conservação e reabilitação.

O quarto Objetivo Estratégico [ Consolidação do Tecido Urbano ] visa conferir maior unidade e continuidade à malha urbana do núcleo central da cidade da Trofa, designadamente por via do preenchimento dos vazios urbanos remanescentes. Para este efeito, considera-se fundamental criar as condições necessárias para viabilizar a materialização de projetos estruturantes de urbanização programada e, de igual modo, a colmatação pontual em áreas de edificação mais consolidada.

Finalmente, o quinto e último Objetivo Estratégico [ Promoção da Animação Urbana ] visa ampliar e diversificar as dinâmicas de utilização e fruição coletivas no núcleo central da cidade da Trofa, tirando assim pleno partido dos ativos territoriais existentes e a criar (p.ex. equipamentos e espaços públicos). Para este efeito, considera-se fundamental reforçar o portfolio das ofertas disponibilizadas aos diferentes segmentos de procura, o que poderá ser alcançado por via quer da recomposição do aparelho comercial e de serviços (públicos e não-públicos), quer da programação de atividades (indoor e outdoor ) em domínios como a cultura ou o desporto.

3.3. PERFIL E PRIORIDADES DA INTERVENÇÃO MUNICIPAL

A concretização dos Objetivos Estratégicos conducentes à materialização da Visão de Futuro preconizada para o núcleo central da cidade da Trofa será largamente tributária do grau de mobilização de recursos, competências e capacidades de iniciativa que venha a ser alcançado junto dos vários stakeholders com contributos potenciais para atingir esse desiderato. Com efeito, e dada a magnitude das necessidades detetadas e dos desafios em presença, é fundamental assumir, desde já, que a ação isolada de cada um desses stakeholders será por si só insuficiente para materializar aquela Visão, raciocínio que, por maioria de razão, se aplica também ao campo de intervenção futura do Município.

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Neste contexto, e sem prejuízo da natureza coletiva que se associa a este desafio, o PERU posicionar-se-á como um instrumento de política pública ao qual competirá explicitar o papel que o Município da Trofa se propõe assumir nesse processo, consagrando um perfil de intervenção abrangente que conjuga lógicas tão distintas como as de agente regulador, investidor, dinamizador e facilitador.

Assim, e enquanto agente regulador, o papel a assumir pelo Município da Trofa deverá assegurar o cumprimento dos deveres específicos de conservação, reabilitação e utilização a que os proprietários de edifícios ou frações de edifícios localizados na ARU se encontram legalmente obrigados (e, sempre que aplicável, a outros titulares de direitos, ónus ou encargos sobre esse património). Tendo por base esta orientação, considera-se que a intervenção municipal deverá estar prioritariamente focalizada em:

 consolidar o nível de conhecimento sobre o parque edificado, designadamente em termos de utilização e estado de conservação, promovendo para o efeito a recolha e tratamento sistemáticos de informação de suporte à tomada de decisão;

 implementar mecanismos eficazes de responsabilização dos proprietários de edifícios e frações de edifícios pelo respetivo estado de conservação, com destaque para a aplicação de medidas concretas de penalização nos casos mais graves de degradação física do edificado e/ou de incumprimento das notificações para realização de obras de conservação/reabilitação;

 promover o pleno aproveitamento funcional do parque edificado, ponderando o recurso a medidas de penalização dos proprietários de edifícios e frações de edifícios mantidos em situação devoluta.

Enquanto agente investidor, o papel a assumir pelo Município da Trofa deverá contribuir para a valorização global da qualidade do ambiente urbano no território da ARU, aplicando os seus meios financeiros em domínios de investimento que só o Município está vocacionado para levar a cabo e, por essa via, acrescentar valor à intervenção privada e à vivência coletiva (ou criando condições para que estas possam ter lugar). Tendo por base esta orientação, considera-se que a intervenção municipal deverá estar prioritariamente focalizada em:

 concretizar intervenções de (re)qualificação física do espaço público;

 proceder à instalação e/ou requalificação de equipamentos municipais de natureza coletiva;

 assegurar a conservação e manutenção correntes dos espaços públicos e equipamentos municipais de natureza coletiva.

Enquanto agente dinamizador, o papel a assumir pelo Município da Trofa deverá estimular a adoção de comportamentos por parte da iniciativa privada que contribuam de forma evidente para concretizar a Visão de Futuro preconizada para a ARU. Tendo por base esta orientação, considera- se que a intervenção municipal deverá estar prioritariamente focalizada em:

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 promover dinâmicas de investimento tendentes à melhoria do estado de conservação do parque edificado localizado na ARU, designadamente através da disponibilização de uma carteira de incentivos e apoios de natureza fiscal e financeira a intervenções de reabilitação;

 viabilizar processos pontuais de reconstrução ou substituição de edificações cuja manutenção não se afigure desejável e/ou viável, potencialmente abrangidos pela carteira de incentivos e apoios financeiros atrás referida;

 fomentar a colmatação de vazios remanescentes no tecido urbano existente, nomeadamente através da disponibilização de uma carteira de incentivos e apoios financeiros à edificação em lotes já infraestruturados localizados em zonas urbanas consolidadas;

 apoiar a concretização de processos de execução urbanística programada no seio da ARU e, em particular, das Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG) definidas em sede de Plano Diretor Municipal (PDM).

Finalmente, e enquanto agente facilitador, o papel a assumir pelo Município da Trofa deverá reduzir de forma substancial os custos de contexto que se colocam ao exercício por parte da iniciativa privada dos respetivos direitos e deveres. Tendo por base esta orientação, considera-se que a intervenção municipal deverá estar prioritariamente focalizada em:

 simplificar os procedimentos de natureza técnica e administrativa relacionados com o controlo prévio de operações urbanísticas, tornando-os mais transparentes, entendíveis e céleres para todos os intervenientes envolvidos;

 promover a qualidade do acompanhamento técnico e administrativo proporcionado aos promotores de operações urbanísticas, mitigando por esta via os riscos associados a aspetos como a deficiente instrução de processos e/ou a sua não conformidade com as regras de urbanização e edificação aplicáveis;

 comunicar eficazmente todo o conjunto de incentivos e apoios disponibilizados no quadro da estratégia de reabilitação e revitalização urbana preconizada para a ARU, assim como dos termos e condições em que os mesmos poderão ser mobilizados pelos seus beneficiários potenciais.

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4. PLANO DE AÇÃO

4.1. PROGRAMA DE INVESTIMENTO MUNICIPAL

A prossecução da Visão de Futuro preconizada para o núcleo central da cidade da Trofa tem subjacente a materialização de um vasto leque de intervenções que, no seu conjunto, sejam capazes de produzir mudanças estruturais ao nível da sua centralidade, qualificação e atratividade. É evidente, nesta matéria, que a superação do enorme gap entre a situação de partida e a situação ambicionada exigirá a mobilização de recursos avultados para a concretização dessas intervenções por parte de uma grande diversidade de agentes públicos e privados.

Em termos globais, o cruzamento entre os elementos de caracterização e diagnóstico apresentados (vd. Capítulo 2) e a estratégia de reabilitação e revitalização urbana (vd. Capítulo 3) permite identificar cinco tipologias de intervenção prioritária no território da ARU, a saber:

 a (re)qualificação e valorização do espaço público, combinando intervenções de natureza estruturante - caso do antigo canal ferroviário da Linha do Minho - com intervenções mais pontuais e localizadas no tecido urbano;

 a construção e (re)qualificação de infraestruturas de transporte, na dupla perspetiva da estruturação do espaço urbano e da melhoria das condições de mobilidade urbana, com destaque para a promoção dos designados modos suaves (i.e. circulação a pé e em bicicleta);

 a requalificação e reconversão funcional de unidades industriais abandonadas, com destaque para as instalações onde anteriormente laboraram a Indústria Alimentar Trofense, a Ráfia e as Máquinas Pinheiro;

 a conservação e reabilitação do parque edificado utilizado ou passível de vir a ser utilizado para fins habitacionais e, de forma complementar, para a instalação de atividades de comércio e serviços;

 o preenchimento de espaços não edificados em situação expectante ( vazios urbanos ), tanto no quadro de iniciativas estruturantes de urbanização programada como por via de operações pontuais de colmatação em áreas de edificação mais consolidada.

Enquanto agente investidor, e em face das restrições que ainda caracterizam a sua situação financeira, o Município da Trofa propõe-se concentrar os recursos disponíveis num número forçosamente limitado de intervenções de natureza estruturante para o núcleo central da cidade, criteriosamente selecionadas em função quer da sua valia intrínseca para a concretização da Visão

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de Futuro adotada, quer do efeito catalisador que espera poderem assumir sobre o comportamento de outros agentes investidores (públicos e privados) relativamente a esta zona da cidade; realça-se, ainda, que as intervenções propostas reúnem já o essencial das condições necessárias à sua materialização a curto-médio prazo, designadamente em termos financeiros, técnicos e jurídicos, configurando assim uma primeira fase de investimentos que se espera ver concretizada até 2020.

Assim, o presente programa de investimento municipal toma como referência o eixo formado pelos Parques de Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro e pelo corredor desativado e expectante da antiga Linha do Minho como fio condutor das intervenções a concretizar, atuando sobre uma zona do miolo da cidade que se apresenta hoje fortemente degradada e desqualificada. Para este efeito, beneficiando da intervenção já realizada nos referidos Parques no âmbito da 'Parceria para a Regeneração Urbana' (PRU), o presente Plano de Ação prevê a concretização das seguintes intervenções prioritárias (Figura 13):

 Estruturação do Corredor Central da Trofa;

 Valorização Urbanística da Diagonal da Trofa;

 Reabilitação e Refuncionalização das Antigas Instalações da 'Indústria Alimentar Trofense';

 Reabilitação e Refuncionalização das Antigas Instalações da Estação Ferroviária da Trofa;

 Construção do Corredor Multimodal ‘Distribuidora 21’;

 Construção da Rede Ciclável da Cidade da Trofa – Zona Norte

 Zona Prioritária de Reestruturação e Requalificação Urbanística.

Estruturação do Corredor Central da Trofa

Esta intervenção, entretanto concretizada, visou desbloquear o impasse criado com o adiamento da expansão do sistema do Metro do Porto através da implementação das componentes de mobilidade em modos suaves associadas a este projeto estruturante para a mobilidade urbana, interurbana e metropolitana, restituindo e ampliando simultaneamente as funções perdidas na sequência da desativação e subsequente desmantelamento do antigo corredor ferroviário da Linha do Minho. De forma radicalmente inversa ao efeito-barreira que o sistema de ferrovia pesada anteriormente implantado impôs em pleno centro da cidade (dividindo-a em duas), esta intervenção pretendeu tirar partido da inequívoca centralidade deste corredor (zona de cruzamento de múltiplas linhas de desejo ) e posicioná-lo enquanto principal elemento vertebrador de um novo modelo de mobilidade, centrado nos modos suaves e, futuramente, no sistema de ferrovia ligeira do Metro do Porto.

Para este efeito, a intervenção foi materializada através da estruturação física e funcional do corredor destinado ao acolhimento do projeto de expansão do Metro do Porto no sentido de o

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 31

capacitar para o acolhimento quotidiano de fluxos de mobilidade urbana de volume muito expressivo, abrangendo a criação de um eixo multimodal com uma extensão aproximada de 765ml que, no imediato, será vocacionado para os designados modos suaves (i.e. pedonal e ciclável). Atendendo à localização desta zona e a complexidade da sua envolvente urbana mais imediata, foi concedida especial atenção à sua composição enquanto espaço público de referência e elo franco de ligação entre ambos os lados da cidade, deixando também intactas todas as condições necessárias para a futura implantação do Metro do Porto.

O custo associado a esta intervenção foi de €2.387.260,48, tendo beneficiado de apoio financeiro em regime de subvenção não reembolsável à taxa de 85% do Programa Operacional Regional do Norte.

FIGURA 13 – PROPOSTA DE MAPEAMENTO DO PROGRAMA DE INVESTIMENTO MUNICIPAL

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 32

Valorização Urbanística da Diagonal da Trofa

Esta intervenção visa afirmar a diagonal gizada pelo eixo Rua Conde de São Bento-Rua Costa Ferreira como um corredor vital para a articulação entre os setores Poente e Nascente da cidade da Trofa em modo pedonal, rompendo assim em definitivo com o efeito-barreira historicamente exercido pelo antigo traçado da Linha do Minho em pleno centro da cidade. Interessa referir que este processo de afirmação tem suporte real na intensidade de ligações que já hoje se estabelecem entre as centralidades afirmadas nos extremos deste corredor (Rotunda do Catulo a Poente e Largo Costa Ferreira a Nascente), as quais encontram base de densificação no aparelho comercial implantado, bem como no sucesso de experiências de encerramento pontual ao trânsito automóvel deste arruamento entretanto levadas a cabo.

Para este efeito, a intervenção será materializada através da implementação de soluções de intervenção em espaço público ao longo do corredor Rua Conde de São Bento-Rua Costa Ferreira que se traduzam na melhoria das condições de mobilidade e acessibilidade pedonal, designadamente por via da colocação em nível de todo o canal de circulação, alargamento dos espaços exclusivamente dedicados à circulação pedonal, remoção de obstáculos à circulação pedonal e da redução e reordenamento da oferta de estacionamento na via pública, ponderando- se também a reconversão deste eixo em Zona 30.

O custo associado a esta intervenção é de €450.000, esperando-se que a mesma venha a beneficiar de apoio financeiro em regime de subvenção não reembolsável à taxa de 85% do Programa Operacional Regional do Norte.

Reabilitação e Refuncionalização das Antiga s Instalações da 'Indústria Alimentar Trofense'

Esta intervenção visa reforçar a carteira de funções centrais e a capacidade de polarização externa do núcleo central da cidade da Trofa, contribuindo diretamente para reverter o estado devoluto e de profunda degradação do edifício a reabilitar e, em simultâneo, preservar e valorizar a identidade e memória industrial da cidade da Trofa.

Para este efeito, a intervenção será materializada através da reabilitação das instalações industriais onde anteriormente funcionou a empresa 'Indústria Alimentar Trofense', tendo em vista a sua subsequente refuncionalização enquanto espaço destinado ao acolhimento dos Paços do Concelho e de parte muito significativa dos Serviços Municipais. Tendo por base uma superfície total de 4.012m 2, a intervenção contempla uma área bruta de construção de 6.275m 2 (combinando soluções de reabilitação, renovação e edificação de raiz) e a criação de 2.022m 2 de espaço público.

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 33

O custo associado a esta intervenção é de €8.916.408,63, esperando-se que a mesma venha a beneficiar parcialmente de apoio financeiro em regime de subvenção não reembolsável à taxa de 85% do Programa Operacional Regional do Norte.

Reabilitação e Refuncionalização das Instalações da Antiga Estação Ferroviária da Trofa

Esta intervenção, entretanto concretizada, visou criar um polo de animação local numa zona fortemente desvitalizada em termos funcionais, contribuindo diretamente para reverter o estado devoluto e de assinalável degradação das instalações a reabilitar e, em simultâneo, preservar e valorizar a identidade e memória ferroviária da cidade da Trofa.

Para este efeito, a intervenção foi materializada através da reabilitação das instalações onde anteriormente funcionou a Estação Ferroviária da Trofa, incluindo a sua refuncionalização enquanto equipamento municipal de natureza polivalente, no qual se destaca a criação de um espaço museológico, a criação de instalações sanitárias públicas e, futuramente, o acolhimento de atividades de restauração e cafetaria. Estas valências estão distribuídas pelos três edifícios da Estação, abrangendo uma área total de construção com cerca de 511m 2.

O custo associado a esta intervenção foi de €623.082,35, dos quais parte foi beneficiária de apoio financeiro em regime de subvenção não reembolsável à taxa de 85% do Programa Operacional Regional do Norte.

Construção do Corredor Multimodal ‘Distribuidora 21’

Esta intervenção visa contribuir para a estruturação urbana da zona Norte do território da ARU e, de forma mais específica, para a melhoria global das condições de mobilidade na cidade da Trofa, viabilizando simultaneamente o descongestionamento rodoviário do núcleo central da cidade da Trofa e a crescente utilização dos designados modos suaves de transporte.

Para este efeito, a intervenção será materializada através da construção da Via Distribuidora Principal 21 prevista em sede de Plano Diretor Municipal (‘Distribuidora 21’), a qual permitirá criar um anel de ligação entre as Estradas Nacionais 14 e 104 (EN14 e EN104) exterior ao núcleo central da cidade e estabelecer uma referência fundamental para a (re)estruturação urbana da sua zona de implantação. Atendendo à sua localização, onde se destaca a presença de importantes polos de atração/geração de fluxos de mobilidade (Hospital da Trofa, Aquaplace – Academia Municipal da Trofa, Parque das Azenhas, etc.), a Distribuidora 21 será configurada como um corredor multimodal com uma extensão aproximada de 450ml preparado para acolher os modos rodoviário, ciclável e pedonal, integrando-se assim no esforço mais vasto de alteração estrutural dos padrões de mobilidade urbana atualmente dominantes na cidade da Trofa.

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 34

O custo associado a esta intervenção é de €900.000, esperando-se que a mesma venha a beneficiar de apoio financeiro em regime de subvenção não reembolsável à taxa de 85% do Programa Operacional Regional do Norte.

Construção da Rede Ciclável da Cidade da Trofa – Zona Norte

Esta intervenção visa contribuir para a criação de uma rede ciclável com capacidade para viabilizar deslocações de natureza quotidiana no espaço urbano da cidade da Trofa, fomentando desta forma um recurso mais expressivo aos designados modos suaves nas práticas de mobilidade e a consequente redução da utilização de soluções motorizadas e dos níveis de congestionamento rodoviário.

Para este efeito, a intervenção será materializada através da construção de uma pista dotada com condições técnicas adequadas para a sua utilização quotidiana por bicicletas, permitindo assim suportar a realização de deslocações com recurso a este meio de transporte entre polos relevantes de atração/geração de fluxos de mobilidade localizados na área de influência desta infraestrutura (Parque das Azenhas Hospital da Trofa, Aquaplace – Academia Municipal da Trofa, Corredor Central, Escola EB23 Professor Napoleão Sousa Marques, Interface da Trofa, etc.). Interessa referir, a este respeito, que a intervenção proposta extravasa os limites estritos da ARU, consubstanciando-se numa extensão total aproximada de 5.000ml.

O custo associado a esta intervenção é de €720.000, esperando-se que a mesma venha a beneficiar de apoio financeiro em regime de subvenção não reembolsável à taxa de 85% do Programa Operacional Regional do Norte.

Zona Prioritária de Re estruturação e Requalificação Urbanística

Esta intervenção visa contribuir para a resolução estrutural das diversas patologias urbanísticas presentes na zona localizada a Sul dos Parques de Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, bem patentes em aspetos como a deficiente estruturação e qualificação do espaço urbano e do respetivo sistema de espaços coletivos, o deficiente estado de conservação do parque edificado (em muitos devoluto e sem perspetivas concretas de reutilização) ou a existência de espaços expectantes em situação de abandono e com reduzido potencial de utilização nas circunstâncias atuais.

Atendendo à sua dimensão e localização estratégica, considera-se que este espaço deverá ser entendido como uma zona prioritária de reestruturação e requalificação urbanística para o qual deverão ser desenvolvidos estudos mais aprofundados com vista ao desenho de uma solução urbanística tão integrada quanto possível, a qual não poderá ser desligada da análise das condições concretas de viabilidade que o modelo operativo de suporte à sua materialização venha a

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 35

determinar. Sem prejuízo das opções que venham a resultar desse trabalho, aponta-se desde já como essencial e prioritária a (re)estruturação e valorização urbanística do espaço público envolvente aos futuros Paços do Concelho.

Construção das Vias Distribuidoras Secundárias 29 e 32

No âmbito do Plano Rodoviário Municipal configurado no Plano Diretor Municipal da Trofa e na promoção da coesão interna concelhia definida por uma rede de Distribuidoras Secundárias (DS) baseada nas ligações urbanas locais, pretende a Câmara Municipal priorizar o reforço da ligação viária a sul do futuro edifício dos Paços do Concelho entre a cidade da Trofa e as áreas residências urbanizadas a nascente e a sul através da implementação das vias Distribuidoras Secundárias 29 e 32.

Estas intervenções visam contribuir para a estruturação urbana e viária da zona sul do território da ARU e, de forma mais específica, para a melhoria global das condições de mobilidade de acesso às freguesias situadas a sul do núcleo central da cidade.

Estruturação da rede viária local e requalificação do espaço público

Esta ação visa sobretudo a melhoria da qualidade do espaço público e dos arruamentos, tendo em vista a sua adequação às novas soluções de mobilidade preconizadas para esta zona da cidade.

Por um, lado, a introdução de transportes públicos rodoviários em alguns arruamentos, exigirá o reordenamento de trânsito e reperfilamento das vias, por forma a acomodar as áreas e o desenho geométrico adequado a este tipo de transportes sem abdicar dos canais necessários para os peões;

Por outro lado, pretende-se requalificar o espaço público das zonas residenciais mais consolidadas, através de desenho urbano adequado à vivência de arruamentos sem trânsito de atravessamento, o que lhes atribui um caráter de acesso local. Pretende-se, deste modo, minimizar o espaço destinado ao automóvel devolvendo-o à circulação de modos suaves (pedonal e ciclável) e espaços de estar que promovam a socialização, a melhoria do ambiente e da paisagem urbana.

Ligação mecanizada de apoio à mobilidade entre o Interface Rodoferroviário - Alto de Valdeirigo - Paços do Concelho

Numa política de mobilidade que se deseje sustentável, os interfaces assumem um papel relevante ao favorecer a intermodalidade dos diferentes modos de transporte e desempenham um papel importante para o aumento do número de utilizadores do transporte público.

O Interface Rodoferroviário da Trofa, enquanto ponto estratégico de ligação entre a Área Metropolitana do Porto e o Vale do Ave, integra os principais nós da rede de transporte público desta região. Por outro lado, destaca-se a sua importância na mobilidade interna da cidade da Trofa, na medida em que é um ponto de chegada ou partida para muitos utilizadores.

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 36

A ligação mecanizada entre o Interface Rodoferroviário - Alto de Valdeirigo -Paços do Concelho visa responder à resolução dos constrangimentos de mobilidade da população local, à micro-escala, nomeadamente a transposição da diferença de cotas entre estes três pontos centrais da cidade.

Pretende-se a instalação de uma de uma solução de mobilidade integradora e ambientalmente sustentável.

4.2. INSTRUMENTOS DE EXECUÇÃO DA POLÍTICA URBANÍSTICA

A conservação e reabilitação do parque edificado correspondem a deveres básicos cuja prossecução compete aos proprietários de edifícios e/ou frações de edifícios, matéria que se encontra devidamente regulamentada no Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE) 14 e no RJRU 15 , assim como em diversa legislação complementar e/ou relacionada. Contudo, e apesar destas obrigações legais, constata-se a existência de múltiplos casos no interior da ARU do núcleo central da cidade da Trofa em que é manifesto o seu incumprimento por parte dos respetivos proprietários (cf. Capítulos 2.2 e 2.3).

Perante este contexto, considera-se que tanto a reversão da situação existente como a prevenção do seu agravamento futuro impõem a assunção de um comportamento mais ativo e atuante por parte do Município, designadamente por via da ativação do conjunto de instrumentos legais de execução da política urbanística que lhe são disponibilizados através do RJRU, do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) 16 e, igualmente, do RJUE 17 . Tendo em conta a natureza destes instrumentos, em particular o facto de a sua utilização poder induzir comportamentos de desresponsabilização junto dos proprietários e, no limite, uma intervenção de caráter substitutivo por parte do Município, considera-se também ser desde já fundamental realçar que a mesma observará estritamente o princípio da subsidiariedade da ação pública 18 e estará naturalmente sujeita aos recursos disponíveis e a outras condicionantes que sobre ela venham a impender.

Assim, e de modo a facilitar a plena compreensão do alcance e contributo deste conjunto de instrumentos para a concretização da Visão de Futuro preconizada pelo PERU, procede-se em seguida à explicitação dos termos e condições ao abrigo das quais se regerá a sua aplicação. Segue- se, para este efeito, um modelo expositivo assente na seguinte cadeia de etapas processuais:

14 Cf. nº1 do artigo 89º do Decreto-Lei nº555/99, de 16 de Dezembro, na redação dada pelo Decreto-Lei nº136/2014, de 9 de Setembro. 15 Cf. nº1 do artigo 6º do RJRU. 16 Decreto-Lei nº80/2015, de 14 de Maio. 17 Cf. Secção II do Capítulo VI do RJRU, Secção II do Capítulo V do RJIGT e Secção IV do Capítulo III do RJUE. 18 Cf. alínea b) do artigo 4º do RJRU.

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 37

 avaliação do estado de conservação do edificado;

 imposição de obrigações de intervenção sobre o edificado;

 verificação do cumprimento das obrigações de intervenção sobre o edificado impostas;

 aplicação de medidas de caráter sancionatório e/ou substitutivo dos proprietários.

A primeira etapa processual apontada corresponde à base fundamental que suporta a verificação do cumprimento do dever de conservação/reabilitação legalmente atribuído aos proprietários de edifícios e frações de edifícios, a qual é materializada através da avaliação do respetivo estado de conservação. Esta avaliação, a ordenar pela Câmara Municipal (oficiosamente ou a requerimento das partes interessadas), deverá processar-se nos termos do regime legal aplicável a esta matéria 19 e tomar como referência técnica o Método de Avaliação do Estado de Conservação dos Edifícios (MAEC) 20 , culminando na determinação objetiva do nível de conservação correspondente a cada prédio urbano ou fração autónoma avaliada 21 .

Tendo em conta que o Município da Trofa não dispõe atualmente de informação sistematizada deste tipo para o parque edificado localizado na ARU do núcleo central da cidade, proceder-se-á à colmatação dessa carência mediante o desenvolvimento faseado das seguintes tarefas técnicas:

 referenciação dos edifícios cujo estado de conservação se afigure mais problemático através de métodos expeditos de análise no terreno;

 cruzamento dos edifícios referenciados com informação residente nos serviços municipais relativa a processos vivos de controlo prévio e execução de operações urbanísticas;

 determinação prioritária do nível de conservação de acordo com o MAEC para os edifícios referenciados sem operações urbanísticas submetidas para controlo prévio ou em execução 22 .

Interessa salientar, nesta matéria, que a deterioração dolosa da edificação por parte do proprietário ou de terceiros e a violação grave do dever de conservação constituem contraordenações puníveis pelo Município com coima graduada 23 , o mesmo se aplicando a situações de tentativa ou negligência 24 . De igual modo, assinala-se também a possibilidade de agravamento da carga fiscal sobre os prédios em deficiente estado de conservação por via aplicação de majorações sobre a taxa aplicável ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) (vd. Capítulo 4).

19 Cf. Decreto-Lei nº266-B/2012, de 31 de Dezembro. 20 Cf. Portaria nº1192-B/2006, de 3 de Novembro. É de referir que o MAEC, desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), possui um manual específico elaborado por esta entidade com instruções técnicas para a sua aplicação. 21 Os níveis de conservação resultantes da aplicação do MAEC são os seguintes: 1 (Péssimo), 2 (Mau), 3 (Médio), 4 (Bom) e 5 (Excelente). 22 Cf. nº1 do artigo 65º do RJRU e nº2 do artigo 90º do RJUE. 23 Cf. artigo 89º-A e alínea t) do nº1 do artigo 98º do RJUE. De acordo com o nº4 do artigo 98º do RJUE, o montante das coimas para este tipo de ilegalidades está compreendido entre €500 de €100.000 no caso de pessoas singulares e entre €1.500 e €250.000 no caso de pessoas coletivas. 24 Cf. nº9 do artigo 98º do RJUE.

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 38

A segunda etapa processual apontada consiste na imposição pelo Município de obrigações concretas de conservação/reabilitação aos proprietários dos edifícios vistoriados aos quais tenham sido atribuídos os níveis de conservação 1 (Péssimo) ou 2 (Mau). Tal como consta do quadro legal aplicável, a notificação destas obrigações (passíveis de inscrição como ónus em sede de registo predial) deverá explicitar as obras e os trabalhos necessários à restituição das características de desempenho e segurança funcional, estrutural e construtiva dos edifícios em apreço, assim como o prazo para a sua realização 25 . Em alternativa à conservação/reabilitação, o Município poderá também ordenar a demolição dos edifícios aos quais faltem os requisitos de segurança e salubridade indispensáveis ao fim a que se destinam e cuja reabilitação seja técnica ou economicamente inviável 26 , assim como sempre que aqueles ameacem ruína ou ofereçam perigo para a saúde pública e para a segurança das pessoas27 .

A terceira etapa processual corresponde a um ponto de controlo que assenta na verificação do cumprimento das obrigações de intervenção sobre o edificado impostas pelo Município aos proprietários notificados para o efeito, sejam elas relativas a obras de conservação/reabilitação ou de demolição. No essencial, trata-se de confirmar o cumprimento integral (sem prejuízo de verificações intercalares) das obrigações atribuídas do proprietário ou, em caso de incumprimento, de fundamentar a necessidade de adoção de medidas adicionais por parte do Município.

Finalmente, a quarta e última etapa da cadeia processual preconizada aplica-se às situações em que se verifique incumprimento das obrigações de intervenção notificadas aos proprietários, exigindo do Município a tomada de decisões de caráter sancionatório e/ou substitutivo em relação àqueles.

No primeiro caso, o principal instrumento de intervenção ao dispor do Município consiste na penalização dos atos de contraordenação praticados pelos proprietários, designadamente ao nível da não realização/conclusão das operações urbanísticas para as quais foram anteriormente notificados 28 . Esta penalização é, nos termos do RJUE, suscetível de aplicação de coima graduada 29 .

Já no que se refere ao segundo caso, os principais instrumentos de intervenção disponibilizados pelo RJRU correspondem à execução coerciva pelo Município das obras por si ordenadas 30 ou, em alternativa, à sua expropriação 31 ou venda forçada do imóvel a intervencionar em hasta pública a quem oferecer melhor preço e se dispuser a cumprir o dever de conservação/reabilitação

25 Cf. nº1 do artigo 55º do RJRU e nº2 do artigo 89º e alínea a) do nº3 do artigo 102º do RJUE. 26 Cf. nº1 do artigo 57º do RJRU. 27 Cf. nº3 do artigo 89º e alínea b) do nº3 do artigo 102º do RJUE. 28 Cf. alínea s) do nº1 do artigo 98º do RJUE. 29 De acordo com o nº4 do artigo 98º do RJUE, o montante das coimas para este tipo de ilegalidades está compreendido entre €500 de €100.000 no caso de pessoas singulares e entre €1.500 e €250.000 no caso de pessoas coletivas. 30 Cf. nº2 do artigo 55º do RJRU. 31 Cf. nº3 do artigo 55º e artigo 61º do RJRU. Deve notar-se que as expropriações realizadas ao abrigo do RJRU possuem caráter urgente e a competência para emissão da resolução de expropriar e do ato administrativo que individualiza os bens a expropriar pertence à Câmara Municipal (cf. nº3 do artigo 61º do RJRU).

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originalmente imposto ao proprietário 32 . Tal como foi inicialmente apontado, a ativação deste tipo de instrumentos corresponderá sempre a uma solução de último recurso , dado o largo espectro de responsabilidades e riscos que a mesma comporta para o Município (muitas vezes em benefício do proprietário inadimplente), devendo sempre ser alvo de aturada avaliação numa base caso-a-caso.

De forma complementar a esta perspetiva de conservação/reabilitação do parque edificado de propriedade privada, considera-se também pertinente mobilizar a carteira de instrumentos legais de execução da política urbanística disponibilizados conjuntamente através do RJRU e do RJIGT para efeitos de concretização das orientações e disposições constantes quer dos planos municipais de ordenamento do território em vigor, quer do presente PERU. A este respeito, assinala-se desde já a possibilidade do Município poder vir a ativar instrumentos como a expropriação 33 , a constituição de servidões administrativas 34 , a reestruturação da propriedade 35 e o exercício do direito de preferência nas transmissões por título oneroso entre particulares de terrenos, edifícios ou frações de edifícios 36 .

Sem prejuízo da utilização pontual destes instrumentos, tipicamente referenciada a necessidades e intenções muito concretas de investimento municipal, será igualmente de equacionar a sua mobilização no contexto do desenvolvimento de intervenções programadas de conjunto a enquadrar por via quer de instrumentos de gestão territorial (designadamente de planos de urbanização ou de pormenor), quer de unidades de execução ou de intervenção.

4.3. CARTEIRA DE APOIOS E INCENTIVOS AOS PARTICULARES

A melhoria do estado de conservação do parque edificado localizado no núcleo central da cidade da Trofa e a promoção da sua plena ocupação através de utilizações compatíveis com a Visão de Futuro preconizada materializam um desafio de grande monta a ser prosseguido ao longo do período de vigência do PERU. Sem prejuízo desta ser uma tarefa maioritariamente a cargo dos respetivos proprietários, considera-se fundamental disponibilizar um enquadramento mais favorável à sua materialização através da disponibilização de uma carteira ampla de apoios e incentivos de natureza fiscal e tributária por parte do Município (vd. Quadro 3 e Quadro 4).

QUADRO 3 – CARTEIRA DE INCENTIVOS FISCAIS Objetivo Identificação Descrição Sumária Aquisição de imóveis IMT.1 Isenção do pagamento de IMT na aquisição de imóveis destinados a reabilitação reabilitados e a IMT.2 Isenção do pagamento de IMT na primeira aquisição de imóveis reabilitados ( ou suas

32 Cf. nº3 do artigo 55º e artigo 62º do RJRU. 33 Cf. nº1 do artigo 61º do RJRU e artigo 159º do RJIGT. 34 Cf. nº1 do artigo 60º do RJRU. 35 Cf. nº1 do artigo 64º do RJRU e artigos 162º, 164º e 165º do RJIGT. 36 Cf. nº1 do artigo 58º do RJRU e artigo 155º do RJIGT. Deve notar-se que o exercício deste direito impõe a prévia manifestação de interesse por parte do Município através do website do serviço Casa Pronta (a cargo do Ministério da Justiça).

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reabilitar frações ) destinados exclusivamente a habitação própria e permanente Tributação das mais -valias obtidas com a alienação de imóveis re abilitados à taxa de 5% IRS.1 (sem prejuízo da opção de englobamento) Isenção do pagamento de IMI por 3 anos para imóveis reabilitados (prorrogável por 5 IMI.1 anos adicionais) Conservação e IMI.2 Majoração em 30% da taxa de IMI para imóveis degradados reabilitação do IMI.3 Triplicação da taxa de IMI para imóveis em ruínas parque edificado IVA.1 Aplicação da taxa reduzida de 6% do IVA para empreitadas de reabilitação urbana Dedução à coleta de 30% dos encargos (até ao limite de €500) com a re abilit ação de IRS.2 imóveis Ocupação e Tributação de rendimentos prediais de imóveis recuperados à taxa de 5% (sem prejuízo IRS.3 utilização do parque da opção de englobamento) edificado IMI. 4 Triplicação da taxa de IMI para imóveis devolutos há mais de 1 ano NOTA : AS DESCRIÇÕES APRESENTADAS NÃO DISPENSAM A CONSULTA DAS FICHAS DESCRITIVAS QUE INTEGRAM O ANEXO I

Neste contexto, e do ponto de vista fiscal, a carteira de incentivos proposta para esta ARU foi desenhada com o triplo intuito de promover (i) a aquisição de imóveis reabilitados e a reabilitar, (ii) a conservação e reabilitação do parque edificado e (iii) a ocupação e utilização do parque edificado. No essencial, estes incentivos materializam-se ao nível das taxas aplicáveis ao Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) e das regras de tributação/dedução no âmbito do Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS), podendo assumir o caráter de benefício ou, alternativamente, de penalização.

QUADRO 4 – CARTEIRA DE INCENTIVOS TRIBUTÁRIOS Identificação Descrição Sumária Âmbito de Aplicação Redução em 9 0% do pagamento da taxa pela RTEU.1 apreciação de processos de informação prévia Em zonas da ARU classificadas no PDM como solo Redução em 9 0% do pagamento da taxa pela urbanizado: RTEU.2 apreciação de processos de licenciamento e . obras de construção de novas edificações em lotes por comunicação prévia edificar servidos por infraestruturas gerais; Redução em 9 0% do pagamento da taxa pela emissão . obras de conservação, alteração e ampliação de RTEU.3 de alvará de licença ou admissão de comunicação edificações existentes; prévia . obras de reconstrução de edificações subsequentes à Redução em 9 0% do pagamento da taxa pela emissão demolição total ou parcial de edificações existentes; RTEU.4 de alvará de autorização de utilização . obras de demolição total ou parcial de edificações Redução em 9 0% do pagamento da taxa pela ocupação existentes, desde que enquadradas em processos que RTEU.5 da via pública por motivo de obras integrem a sua reconstrução ou substituição por novas Redução em 9 0% do pagamento da taxa pela edificações. RTEU.6 realização, manutenção e reforço de infraestruturas Em zonas da ARU classificadas no PDM como solo urbanísticas urbanizável: obras de conservação e beneficiação de Redução em 9 0% do pagamento de encargos com edifícios existentes. RTEU.7 compensações urbanísticas Redução em 9 0% da taxa pela determinação do RMT.1 Todo o território da ARU coeficiente de conservação NOTA : AS DESCRIÇÕES APRESENTADAS NÃO DISPENSAM A CONSULTA DAS FICHAS DESCRITIVAS QUE INTEGRAM O ANEXO II

Do ponto de vista tributário, por seu turno, a carteira de incentivos proposta visa estimular a concretização de operações urbanísticas às quais se reconheça um contributo relevante para a (re)qualificação do parque edificado e a valorização do ambiente urbano do território da ARU. No essencial, estes incentivos materializam-se ao nível da redução substancial de determinados encargos previstos no Regulamento de Taxas e Encargos Urbanísticos (RTEU) e, marginalmente, no Regulamento Municipal de Taxas (RMT), diferenciando para o efeito as operações urbanísticas que,

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nos termos fixados pelo Plano Diretor Municipal (PDM), tenham lugar em solo urbanizado ou em solo urbanizável.

É importante assinalar, no caso das zonas integradas em solo urbanizável, que o PDM condiciona a execução da generalidade das operações urbanísticas ao seu enquadramento em iniciativas estruturadas de urbanização programada (a formalizar através de planos de pormenor e/ou de unidades de execução) 37 . Considera-se, por esta razão, que qualquer definição de um quadro mais amplo de incentivos do que aquele que é aqui apresentado deva ser concretizado no âmbito concreto dessas iniciativas.

37 Cf. artigo 90º do Regulamento do PDM (Aviso nº2683/2013, de 22 de Fevereiro).

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5. IMPLEMENTAÇÃO E MODELO DE GESTÃO

5.1. ENTIDADE GESTORA

A gestão da implementação do PERU será assegurada diretamente pelo Município da Trofa, opção que encontra suporte numa aposta de valorização estrutural das capacidades já instaladas no seio dos respetivos Serviços Municipais e que se pretendem vir a reforçar/consolidar ao longo do seu período de vigência. Não está previsto, portanto, que esta missão venha a ser total ou parcialmente externalizada para qualquer unidade do setor empresarial local existente ou que possa vir a ser criada ao longo do referido horizonte temporal, tal como admitido pelo RJRU 38 .

5.2. MODELOS DE EXECUÇÃO

A implementação do PERU irá previsivelmente mobilizar os dois modelos executórios previstos no RJRU, designadamente o modelo por iniciativa da entidade gestora (neste caso o Município) e o modelo por iniciativa dos particulares 39 .

Relativamente ao primeiro modelo, prevê-se que a intervenção venha a ser preferencialmente desenvolvida ao abrigo da modalidade de execução direta pela entidade gestora, nomeadamente no que diz respeito à concretização do programa de investimento municipal preconizado no presente PERU (cf. Capítulo 4.1); sem prejuízo desta opção, admite-se que o recurso às modalidades de execução por administração conjunta ou através de parcerias com entidades privadas possa vir a constituir uma opção em situações devidamente fundamentadas 40 .

Relativamente ao segundo modelo, prevê-se que a intervenção venha a ser preferencialmente desenvolvida ao abrigo da modalidade de execução pelos particulares com o apoio do Município, assumindo-se como princípio geral que a reabilitação do edificado deve ser promovida pelos proprietários ou titulares de outros direitos, ónus ou encargos relativos aos imóveis existentes no território da ARU; sem prejuízo desta opção, admite-se que o recurso à modalidade de execução

38 Cf. artigo 10º do RJRU. 39 Cf. nº1 do artigo 11º do RJRU. 40 Cf. nº3 do artigo 11º do RJRU.

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 43

por administração conjunta possa vir a constituir uma opção em situações devidamente fundamentadas 41 .

5.3. PERÍODO DE VIGÊNCIA E ACOMPANHAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO

O PERU terá um período de vigência de 10 anos, passível de prorrogação por um máximo de 5 anos adicionais mediante proposta a submeter pela Câmara Municipal para efeitos de aprovação por parte da Assembleia Municipal 42 .

Do ponto de vista do acompanhamento da implementação do PERU, e tal como decorre do RJRU, a Câmara Municipal será responsável pela elaborar e submeter à apreciação da Assembleia Municipal 43 :

 um Relatório Anual de Monitorização do PERU;

 um Relatório Quinquenal de Avaliação da Execução do PERU.

Para além da lógica de prestação de contas ( accountability ) que está subjacente à produção deste conjunto de elementos de reporte, pretende-se também que os mesmos constituam um suporte fundamental para introduzir as alterações ao PERU que possam vir a ser consideradas necessárias no decurso da sua implementação.

Realça-se, em relação a esta última situação, que os eventuais procedimentos de alteração do PERU e/ou da própria delimitação da ARU que venham a ter lugar serão obrigatoriamente submetidos a aprovação por parte da Assembleia Municipal, na sequência de propostas a submeter pela Câmara Municipal 44 .

41 Cf. nº2 do artigo 11º e nº1 do artigo 39º do RJRU. 42 Cf. nº1 e nº2 do artigo 20º do RJRU. 43 Cf. artigo 20º-A do RJRU. 44 Cf. artigos 13º e 20º-B do RJRU.

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ANEXO I - FICHAS DESCRITIVAS DOS INCENTIVOS FISCAIS

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IMT.1 Aquisição de imóveis para reabilitação

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na isenção de Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis [IMT] relativamente às operações de aquisição de imóveis (i.e. prédios urbanos e frações autónomas de prédios urbanos) localizados em Área de Reabilitação Urbana [ARU] que venham a ser alvo de obras de reabilitação indutoras de ganhos efetivos no respetivo nível de conservação e/ou desempenho funcional com início no prazo máximo de 3 anos a contar da data de aquisição.

Forma do incentivo Este incentivo é materializado através da restituição do IMT pago na aquisição do imóvel após certificação pelo Município das obras de reabilitação realizadas.

Requisitos específicos A aplicação deste incentivo tem subjacente a obtenção de ganhos efetivos no nível de conservação e/ou desempenho funcional do imóvel em consequência das obras de reabilitação realizadas, cabendo ao Município proceder à respetiva certificação. A obtenção desta certificação pressupõe a avaliação do imóvel antes e depois das obras de reabilitação e implica o cumprimento dos termos e requisitos mínimos associados às seguintes componentes de avaliação: Componente A: Estado de Conservação A obtenção de certificação nesta componente depende da atribuição (com suporte no Decreto-Lei nº266-B/2012, de 31 de Dezembro) de nível de conservação após a realização das obras de reabilitação do imóvel superior em pelo menos dois níveis face ao obtido antes das mesmas, assegurando cumulativamente a obtenção do nível mínimo de 4 (Bom). Componente B: Eficiência Energética e Qualidade Térmica A obtenção de certificação nesta componente depende do cumprimento dos requisitos de eficiência energética e de qualidade térmica aplicáveis aos edifícios a que se refere o artigo 30º do Decreto-Lei nº118/2013, de 20 de Agosto, na redação em vigor, sem prejuízo do disposto no artigo 6º do Decreto-Lei nº53/2014, de 8 de Abril.

Normas de procedimento 1. Requerimento do adquirente à Câmara Municipal para determinação do nível de conservação do imóvel antes da realização das obras de reabilitação e, se pretendido, da descrição das obras a efetuar para este atingir o nível médio ou superior; recomenda-se que este requerimento seja feito em paralelo com a contratação de serviços de avaliação energética do imóvel antes das obras atrás referidas 2. Comunicação do adquirente à Câmara Municipal da data de início das obras de reabilitação até 5 dias antes da mesma com identificação da pessoa (singular ou coletiva) encarregada para a sua realização 3. Requerimento do adquirente à Câmara Municipal para determinação do nível de conservação do imóvel após a conclusão das obras de reabilitação e, se aplicável, para certificação das mesmas; recomenda-se que este requerimento seja acompanhado pelo certificado energético obtido após a realização dessas obras Nota: havendo lugar à certificação das obras de reabilitação realizadas, compete ao Município comunicá-la, no prazo de 20 dias, ao serviço de finanças da área da situação do imóvel, assim como notificar em simultâneo o proprietário desse facto, cabendo àquele, no prazo de 15 dias, promover a anulação da liquidação de IMT e subsequente restituição ao adquirente.

Enquadramento legal Estatuto dos Benefícios Fiscais [artigo 45º]

Observações  Os termos e procedimentos para a aplicação deste incentivo não dispensam a observância de outras disposições legais e regulamentares eventualmente aplicáveis  A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação e demais regulamentação aplicável

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IMT. 2 Aquisição de imóveis reabilitados para habitação própria e permanente

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na isenção de Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis [IMT] relativamente às operações de aquisição de imóveis (i.e. prédios urbanos e frações autónomas de prédios urbanos) localizados em Área de Reabilitação Urbana [ARU] que tenham sido alvo de obras de reabilitação devidamente certificadas pela Câmara Municipal, desde que as mesmas correspondam à primeira transmissão onerosa do imóvel reabilitado e se destinem exclusivamente a habitação própria e permanente ou a arrendamento para habitação permanente.

Forma do incentivo Este incentivo é materializado através da isenção de pagamento do IMT no ato de aquisição do imóvel.

Requisitos específicos A aplicação deste incentivo tem subjacente a certificação por parte da Câmara Municipal das obras de reabilitação realizadas por parte do proprietário vendedor.

Normas de procedimento Requerimento do adquirente ao serviço de finanças local para obtenção do incentivo devidamente acompanhado pela certificação da Câmara Municipal das obras de reabilitação realizadas; este requerimento deve ser anterior ao ato ou contrato que origina a transmissão e sempre antes da liquidação de IMT que teria lugar.

Enquadramento legal Estatuto dos Benefícios Fiscais [artigo 45º]

Observações  Os termos e procedimentos para a aplicação deste incentivo não dispensam a observância de outras disposições legais e regulamentares eventualmente aplicáveis  A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação e demais regulamentação aplicável

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IM I.1 Reabilitação de imóveis

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na isenção de Imposto Municipal sobre Imóveis [IMI] relativamente aos imóveis (i.e. prédios urbanos e frações autónomas de prédios urbanos) localizados em Área de Reabilitação Urbana [ARU] que tenham sido alvo de obras de reabilitação indutoras de ganhos efetivos no seu nível de conservação e/ou desempenho funcional durante um período de 3 anos a contar do ano, inclusive, da conclusão dessas obras, o qual poderá ser renovado a requerimento do proprietário por 5 anos adicionais no caso de imóveis afetos a habitação própria e permanente ou a arrendamento para habitação permanente.

Forma do incentivo Este incentivo é materializado através da restituição do IMI pago (e/ou, sendo o caso, da dispensa do seu pagamento) após certificação pelo Município das obras de reabilitação realizadas.

Requisitos específicos A aplicação deste incentivo tem subjacente a obtenção de ganhos efetivos no nível de conservação e/ou desempenho funcional do imóvel em consequência das obras de reabilitação realizadas, cabendo ao Município proceder à respetiva certificação. A obtenção desta certificação pressupõe a avaliação do imóvel antes e depois das obras de reabilitação e implica o cumprimento dos termos e requisitos mínimos associados às seguintes componentes de avaliação: Componente A: Estado de Conservação A obtenção de certificação nesta componente depende da atribuição (com suporte no Decreto-Lei nº266-B/2012, de 31 de Dezembro) de nível de conservação após a realização das obras de reabilitação do imóvel superior em pelo menos dois níveis face ao obtido antes das mesmas, assegurando cumulativamente a obtenção do nível mínimo de 4 (Bom). Componente B: Eficiência Energética e Qualidade Térmica A obtenção de certificação nesta componente depende do cumprimento dos requisitos de eficiência energética e de qualidade térmica aplicáveis aos edifícios a que se refere o artigo 30º do Decreto-Lei nº118/2013, de 20 de Agosto, na redação em vigor, sem prejuízo do disposto no artigo 6º do Decreto-Lei nº53/2014, de 8 de Abril.

Normas de procedimento 1. Requerimento do proprietário à Câmara Municipal para determinação do nível de conservação do imóvel antes da realização das obras de reabilitação e, se pretendido, da descrição das obras a efetuar para este atingir o nível médio ou superior; recomenda-se que este requerimento seja feito em paralelo com a contratação de serviços de avaliação energética do imóvel antes das obras atrás referidas 2. Comunicação do proprietário à Câmara Municipal da data de início das obras de reabilitação até 5 dias antes da mesma com identificação da pessoa (singular ou coletiva) encarregada para a sua realização 3. Requerimento do proprietário à Câmara Municipal para determinação do nível de conservação do imóvel após a conclusão das obras de reabilitação e, se aplicável, para certificação das mesmas; recomenda-se que este requerimento seja acompanhado pelo certificado energético obtido após a realização dessas obras Nota: havendo lugar à certificação das obras de reabilitação realizadas, compete ao Município comunicá-la, no prazo de 20 dias, ao serviço de finanças da área da situação do imóvel, assim como notificar simultaneamente o proprietário desse facto, cabendo àquele, no prazo de 15 dias, promover a anulação da liquidação de IMI e subsequente restituição ao proprietário (e/ou, sendo o caso, a dispensa do seu pagamento).

Enquadramento legal Estatuto dos Benefícios Fiscais [artigo 45º]

Observações  Os termos e procedimentos para a aplicação deste incentivo não dispensam a observância de outras disposições legais e regulamentares eventualmente aplicáveis  A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação e demais regulamentação aplicável

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IM I.2 Imóveis Degradados

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na majoração em 30% da taxa geral do Imposto Municipal sobre Imóveis [IMI] relativamente aos imóveis (prédios urbanos e frações autónomas de prédios urbanos) localizados em Área de Reabilitação Urbana [ARU] que se encontrem degradados.

Forma do incentivo Este incentivo é materializado através do agravamento da taxa de IMI aplicável ao imóvel.

Requisitos específicos A aplicação deste incentivo tem subjacente a prévia classificação do imóvel como degradado por parte do Município, considerando-se como tal os prédios urbanos que, face ao seu estado de conservação, não cumpram satisfatoriamente a sua função e/ou façam perigar a segurança de pessoas e bens. A atribuição desta classificação é feita com periodicidade anual e tem suporte em vistoria sumária a cargo do Município, devendo o proprietário ser notificado do projeto de decisão para exercício do seu direito de audição prévia e da respetiva decisão final, nos termos e prazos previstos no Código do Procedimento Administrativo; sempre que dessa audição resulte discordância face à classificação proposta para o imóvel, deverá o proprietário requerer a sua reavaliação com recurso a método mais rigoroso (com suporte no Decreto-Lei nº266-B/2012, de 31 de Dezembro), ficando a manutenção de tal classificação dependente da atribuição de nível de conservação 1 (Péssimo) ou 2 (Mau) ou, sendo este superior, da existência de anomalias muito graves em qualquer dos elementos funcionais avaliados ou situações que constituam grave risco para a segurança e saúde públicas e/ou dos residentes.

Normas de procedimento Sempre que o proprietário discorde do projeto de decisão de classificação do imóvel como degradado, este deverá requerer à Câmara Municipal a determinação do nível de conservação do imóvel e, se pretendido, da descrição das obras a efetuar para este atingir o nível médio ou superior. Nota: havendo lugar à classificação do imóvel como degradado, compete ao Município (mediante deliberação da Assembleia Municipal) proceder à sua comunicação junto da Autoridade Tributária até 31 de Dezembro do ano em que essa classificação tenha lugar para vigorar no ano seguinte; caso contrário, compete ao Município restituir ao proprietário os valores pagos por este com vista à determinação do nível de conservação do imóvel.

Enquadramento legal Código do IMI [nº8 e nº14 do artigo 112º]

Observações  Os termos e procedimentos para a aplicação deste incentivo não dispensam a observância de outras disposições legais e regulamentares eventualmente aplicáveis  A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação e demais regulamentação aplicável

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IM I.3 Imóveis em Ruínas

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na triplicação da taxa geral do Imposto Municipal sobre Imóveis [IMI] relativamente aos imóveis (prédios urbanos e frações autónomas de prédios urbanos) localizados em Área de Reabilitação Urbana [ARU] que se encontrem em ruínas.

Forma do incentivo Este incentivo é materializado através do agravamento da taxa de IMI aplicável ao imóvel.

Requisitos específicos A aplicação deste incentivo tem subjacente a prévia classificação do imóvel como estando em ruínas por parte do Município, considerando-se como tal os prédios urbanos que se enquadrem numa ou mais das seguintes situações:  espaços murados e confinados com o interior do terreno livre de quaisquer construções, escombros ou entulhos;  edifícios antigos que ruíram ou desmoronaram, ou que foram parcialmente demolidos, que mantenham as fachadas exteriores, desde que estas estejam devidamente travadas ou escoradas, com garantia de estabilidade e desde que o interior do prédio, esteja totalmente limpo e livre de escombros ou entulhos;  edifícios descritos no ponto anterior que, para além das fachadas, mantenham total ou parcialmente as paredes resistentes (mestras), desde que os espaços vazios estejam completamente limpos e livres de escombros ou entulhos;  restos de construções antigas que ruíram, desmoronaram, ou foram demolidas, nomeadamente fundações e paredes mestras, desde que a altura média não ultrapasse os 0,50 metros acima do solo e os espaços interiores estejam totalmente limpos, desmatados e livres de escombros;  edifícios recentemente demolidos por iniciativa do proprietário ou por imposição administrativa, cuja estrutura estava em risco de ruína ou era irrecuperável, desde que o espaço se mostre devidamente limpo. A atribuição desta classificação é feita com periodicidade anual e tem suporte em vistoria sumária a cargo do Município, devendo o proprietário ser notificado do projeto de decisão para exercício do seu direito de audição prévia e da respetiva decisão final, nos termos e prazos previstos no Código do Procedimento Administrativo.

Normas de procedimento Havendo lugar à classificação do imóvel como estando em ruínas, compete ao Município (mediante deliberação da Assembleia Municipal) proceder à sua comunicação junto da Autoridade Tributária e Aduaneira para vigorar no ano seguinte.

Enquadramento legal Código do IMI [nº3, nº14 e nº15 do artigo 112º]

Observações  Os termos e procedimentos para a aplicação deste incentivo não dispensam a observância de outras disposições legais e regulamentares eventualmente aplicáveis  A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação e demais regulamentação aplicável

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IM I.4 Imóveis Devolutos

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na triplicação da taxa geral do Imposto Municipal sobre Imóveis [IMI] relativamente aos imóveis (prédios urbanos e frações autónomas de prédios urbanos) localizados em Área de Reabilitação Urbana [ARU] que se encontrem em situação devoluta.

Forma do incentivo Este incentivo é materializado através do agravamento da taxa de IMI aplicável ao imóvel.

Requisitos específicos A aplicação deste incentivo tem subjacente a prévia classificação do imóvel como devoluto por parte do Município, considerando-se como tal os prédios urbanos que se encontrem desocupados por período superior a 1 ano. A atribuição desta classificação é feita com periodicidade anual e tem suporte em análise a cargo do Município nos termos legais aplicáveis (cf. Decreto-Lei nº159/2006, de 8 de Agosto), devendo o proprietário ser notificado do projeto de decisão para exercício do seu direito de audição prévia e da respetiva decisão final, nos termos e prazos previstos no Código do Procedimento Administrativo.

Normas de procedimento Havendo lugar à classificação do imóvel como devoluto, compete ao Município (mediante deliberação da Assembleia Municipal) proceder à sua comunicação junto da Autoridade Tributária e Aduaneira para vigorar no ano seguinte.

Enquadramento legal Código do IMI [nº3, nº14 e nº15 do artigo 112º]

Observações  Os termos e procedimentos para a aplicação deste incentivo não dispensam a observância de outras disposições legais e regulamentares eventualmente aplicáveis  A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação e demais regulamentação aplicável

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IVA .1 Empreitadas de Reabilitação Urbana

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na aplicação da taxa reduzida de 6% do Imposto sobre o Valor Acrescentado [IVA] relativamente a empreitadas de reabilitação urbana realizadas em imóveis e/ou em espaços públicos localizados em Área de Reabilitação Urbana [ARU].

Forma do incentivo Este incentivo é materializado através da aplicação da taxa reduzida do IVA nas faturas respeitantes às obras realizadas no âmbito da empreitada de reabilitação urbana contratada.

Requisitos específicos A aplicação deste incentivo tem subjacente a incidência da empreitada de reabilitação urbana em imóveis e/ou espaços públicos localizados em ARU.

Normas de procedimento 1. Requerimento do adquirente à Câmara Municipal para emissão de Declaração da Área de Situação do Imóvel 2. Comunicação do adquirente à Câmara Municipal da data de início das obras de reabilitação até 5 dias antes da mesma com identificação da pessoa (singular ou coletiva) encarregada para a sua realização

Enquadramento legal Código do IVA [alínea a) do nº1 do artigo 18º e rubrica 2.23 da Lista I]

Observações  Os termos e procedimentos para a aplicação deste incentivo não dispensam a observância de outras disposições legais e regulamentares eventualmente aplicáveis  A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação e demais regulamentação aplicável

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IRS .1 Alienação de Imóveis Reabilitados

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na aplicação da taxa autónoma de 5% à tributação das mais-valias auferidas por sujeitos passivos de Imposto sobre o Rendimento Singular [IRS] que sejam inteiramente decorrentes da primeira alienação de imóveis (prédios urbanos e frações autónomas de prédios urbanos) localizados em Área de Reabilitação Urbana [ARU] e que tenham sido alvo de reabilitação devidamente certificada pela Câmara Municipal, sem prejuízo da opção pelo seu englobamento.

Forma do incentivo Este incentivo é materializado através da aplicação de taxa reduzida à tributação de mais-valias em sede de IRS.

Requisitos específicos A aplicação deste incentivo tem subjacente a obtenção de ganhos efetivos no nível de conservação e/ou desempenho funcional do imóvel em consequência das obras de reabilitação realizadas, cabendo ao Município proceder à respetiva certificação. A obtenção desta certificação implica o cumprimento de uma das seguintes condições: Condição A A obtenção de certificação depende da atribuição (com suporte no Decreto-Lei nº266-B/2012, de 31 de Dezembro) de nível de conservação após a realização das obras de reabilitação do imóvel superior em pelo menos dois níveis face ao obtido antes das mesmas. Condição B A obtenção de certificação nesta componente depende da atribuição (com suporte no Decreto-Lei nº266-B/2012, de 31 de Dezembro) de um nível de conservação mínimo de 4 (Bom) em resultado das obras de reabilitação do imóvel, desde que o custo das obras (incluindo IVA) ascenda a pelo menos 25% do valor patrimonial tributário do imóvel e este se destine a arrendamento para habitação permanente.

Normas de procedimento 1. Requerimento do proprietário à Câmara Municipal para determinação do nível de conservação do imóvel antes da realização das obras de reabilitação e, se pretendido, da descrição das obras a efetuar para este atingir o nível médio ou superior (apenas para cumprimento da Condição A) 2. Comunicação do proprietário à Câmara Municipal da data de início das obras de reabilitação até 5 dias antes da mesma com identificação da pessoa (singular ou coletiva) encarregada para a sua realização 3. Requerimento do proprietário à Câmara Municipal para determinação do nível de conservação do imóvel após a conclusão das obras de reabilitação e, se aplicável, para certificação das mesmas Nota: havendo lugar à certificação das obras de reabilitação realizadas, compete ao Município comunicar esses elementos ao serviço de finanças da área da situação do imóvel, assim como notificar o proprietário desse facto.

Enquadramento legal Estatuto dos Benefícios Fiscais [nº5, nº23 e nº24 do artigo 71º]

Observações  Os termos e procedimentos para a aplicação deste incentivo não dispensam a observância de outras disposições legais e regulamentares eventualmente aplicáveis  A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação e demais regulamentação aplicável

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IRS .2 Reabilitação de Imóveis

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na dedução à coleta em sede de Imposto sobre o Rendimento Singular [IRS] de 30% dos encargos suportados pelo proprietário com a realização de obras indutoras de ganhos efetivos no nível de conservação e/ou desempenho funcional de imóveis (prédios urbanos e frações autónomas de prédios urbanos) localizados em Área de Reabilitação Urbana [ARU], até ao limite máximo de €500.

Forma do incentivo Este incentivo é materializado através da dedução à coleta em sede de IRS de parte dos encargos suportados com as obras de reabilitação realizadas.

Requisitos específicos A aplicação deste incentivo tem subjacente a obtenção de ganhos efetivos no nível de conservação e/ou desempenho funcional do imóvel em consequência das obras de reabilitação realizadas, cabendo ao Município proceder à respetiva certificação. A obtenção desta certificação implica o cumprimento de uma das seguintes condições: Condição A A obtenção de certificação depende da atribuição (com suporte no Decreto-Lei nº266-B/2012, de 31 de Dezembro) de nível de conservação após a realização das obras de reabilitação do imóvel superior em pelo menos dois níveis face ao obtido antes das mesmas. Condição B A obtenção de certificação nesta componente depende da atribuição (com suporte no Decreto-Lei nº266-B/2012, de 31 de Dezembro) de um nível de conservação mínimo de 4 (Bom) em resultado das obras de reabilitação do imóvel, desde que o custo das obras (incluindo IVA) ascenda a pelo menos 25% do valor patrimonial tributário do imóvel e este se destine a arrendamento para habitação permanente.

Normas de procedimento 1. Requerimento do proprietário à Câmara Municipal para determinação do nível de conservação do imóvel antes da realização das obras de reabilitação e, se pretendido, da descrição das obras a efetuar para este atingir o nível médio ou superior (apenas para cumprimento da Condição A) 2. Comunicação do proprietário à Câmara Municipal da data de início das obras de reabilitação até 5 dias antes da mesma com identificação da pessoa (singular ou coletiva) encarregada para a sua realização 3. Requerimento do proprietário à Câmara Municipal para determinação do nível de conservação do imóvel após a conclusão das obras de reabilitação e, se aplicável, para certificação das mesmas 4. Requerimento do proprietário à Câmara Municipal para comprovação dos encargos suportados com a realização das obras de reabilitação (dependente da sua prévia certificação) Nota: havendo lugar à certificação das obras de reabilitação realizadas e à comprovação dos encargos suportados nesse âmbito, compete ao Município comunicar esses elementos ao serviço de finanças da área da situação do imóvel, assim como notificar o proprietário desse facto.

Enquadramento legal Estatuto dos Benefícios Fiscais [nº4, nº23 e nº24 do artigo 71º]

Observações  Os termos e procedimentos para a aplicação deste incentivo não dispensam a observância de outras disposições legais e regulamentares eventualmente aplicáveis  A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação e demais regulamentação aplicável

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 54

IRS .3 Arrendamento de Imóveis Reabilitados

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na tributação à taxa de 5% dos rendimentos prediais auferidos por sujeitos passivos de Imposto sobre o Rendimento Singular [IRS] que sejam inteiramente decorrentes do arrendamento de imóveis (prédios urbanos e frações autónomas de prédios urbanos) localizados em Área de Reabilitação Urbana [ARU] e que tenham sido alvo de reabilitação devidamente certificada pela Câmara Municipal, sem prejuízo da opção pelo seu englobamento.

Forma do incentivo Este incentivo é materializado através da aplicação de taxa reduzida à tributação de rendimentos prediais em sede de IRS.

Requisitos específicos A aplicação deste incentivo tem subjacente a obtenção de ganhos efetivos no nível de conservação e/ou desempenho funcional do imóvel reabilitado em consequência das obras realizadas, cabendo ao Município proceder à respetiva certificação. A obtenção desta certificação pressupõe uma avaliação antes e depois das obras de reabilitação do imóvel (com suporte no Decreto-Lei nº266-B/2012, de 31 de Dezembro) e depende da atribuição de nível de conservação após a realização daquelas obras superior em pelo menos dois níveis face ao obtido antes das mesmas.

Normas de procedimento 1. Requerimento do proprietário à Câmara Municipal para determinação do nível de conservação do imóvel antes da realização das obras de reabilitação e, se pretendido, da descrição das obras a efetuar para este atingir o nível médio ou superior (apenas para cumprimento da Condição A) 2. Comunicação do proprietário à Câmara Municipal da data de início das obras de reabilitação até 5 dias antes da mesma com identificação da pessoa (singular ou coletiva) encarregada para a sua realização 3. Requerimento do proprietário à Câmara Municipal para determinação do nível de conservação do imóvel após a conclusão das obras de reabilitação e, se aplicável, para certificação das mesmas Nota: havendo lugar à certificação das obras de reabilitação realizadas, compete ao Município comunicar esses elementos ao serviço de finanças da área da situação do imóvel, assim como notificar o proprietário desse facto.

Enquadramento legal Estatuto dos Benefícios Fiscais [nº7, nº23 e nº24 do artigo 71º]

Observações  Os termos e procedimentos para a aplicação deste incentivo não dispensam a observância de outras disposições legais e regulamentares eventualmente aplicáveis  A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação e demais regulamentação aplicável

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 55

ANEXO II - FICHAS DESCRITIVAS DOS INCENTIVOS TRIBUTÁRI OS

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RTEU .1 Taxa pela Apreciação de Processos de Informação Prévia

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na redução em 90% do pagamento da taxa municipal devida pela apreciação de processos de informação prévia prevista no Regulamento de Taxas e Encargos Urbanísticos do Município da Trofa, designadamente quando aqueles digam respeito a obras de edificação para habitação, comércio e serviços (incluindo muros, vedações, portões e pavimentos exteriores).

Tipo de intervenções abrangidas  Obras de construção de novas edificações em lotes por edificar servidos por infraestruturas gerais  Obras de conservação, alteração e ampliação de edificações existentes  Obras de reconstrução de edificações subsequentes à demolição total ou parcial de edificações existentes  Obras de demolição total ou parcial de edificações existentes, desde que enquadradas em processos que integrem a sua reconstrução ou substituição por novas edificações

Abrangência territorial Este incentivo é aplicável nas zonas classificadas no Plano Diretor Municipal (PDM) como solo urbanizado que integram o território delimitado como Área de Reabilitação Urbana (ARU); no caso das zonas da ARU classificadas como solo urbanizável, o incentivo aplica-se apenas a obras de conservação e beneficiação de edifícios existentes.

Observações A materialização deste incentivo tem como pressuposto a prévia aprovação por parte do Município das intervenções preconizadas. A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação aplicável.

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RTEU.2 Taxa pela Apreciação de Processos de Licenciamento ou Comunicação Prévia

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na redução em 90% do pagamento da taxa municipal devida pela apreciação de processos de licenciamento ou comunicação prévia prevista no Regulamento de Taxas e Encargos Urbanísticos do Município da Trofa, designadamente quando aqueles digam respeito a obras de edificação para habitação, comércio e serviços (incluindo muros, vedações, portões e pavimentos exteriores).

Tipo de intervenções abrangidas  Obras de construção de novas edificações em lotes por edificar servidos por infraestruturas gerais  Obras de conservação, alteração e ampliação de edificações existentes  Obras de reconstrução de edificações subsequentes à demolição total ou parcial de edificações existentes  Obras de demolição total ou parcial de edificações existentes, desde que enquadradas em processos que integrem a sua reconstrução ou substituição por novas edificações

Abrangência territorial Este incentivo é aplicável nas zonas classificadas no Plano Diretor Municipal (PDM) como solo urbanizado que integram o território delimitado como Área de Reabilitação Urbana (ARU); no caso das zonas da ARU classificadas como solo urbanizável, o incentivo aplica-se apenas a obras de conservação e beneficiação de edifícios existentes.

Observações A materialização deste incentivo tem como pressuposto a prévia aprovação por parte do Município das intervenções preconizadas. A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação aplicável.

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RTEU.3 Taxa pela Emissão de Alvará de Licença ou Admissão de Comunicação Prévia

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na redução em 90% do pagamento da taxa municipal devida pela emissão de alvarás de licenciamento ou comunicação prévia prevista no Regulamento de Taxas e Encargos Urbanísticos do Município da Trofa , designadamente quando aqueles digam respeito a obras de edificação para habitação, comércio e serviços (incluindo muros, vedações, portões e pavimentos exteriores) e obras de demolição associadas.

Tipo de intervenções abrangidas  Obras de construção de novas edificações em lotes por edificar servidos por infraestruturas gerais  Obras de conservação, alteração e ampliação de edificações existentes  Obras de reconstrução de edificações subsequentes à demolição total ou parcial de edificações existentes  Obras de demolição total ou parcial de edificações existentes, desde que enquadradas em processos que integrem a sua reconstrução ou substituição por novas edificações

Abrangência territorial Este incentivo é aplicável nas zonas classificadas no Plano Diretor Municipal (PDM) como solo urbanizado que integram o território delimitado como Área de Reabilitação Urbana (ARU); no caso das zonas da ARU classificadas como solo urbanizável, o incentivo aplica-se apenas a obras de conservação e beneficiação de edifícios existentes.

Observações A materialização deste incentivo tem como pressuposto a prévia aprovação por parte do Município das intervenções preconizadas. A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação aplicável.

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 59

RTEU.4 Taxa pela Emissão de Alvará de Utilização ou Alteração de Utilização

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na redução em 90% do pagamento da taxa municipal devida pela emissão de alvará de utilização ou de alteração de utilização de edifícios ou das suas frações prevista no Regulamento de Taxas e Encargos Urbanísticos do Município da Trofa, designadamente quando estejam causa usos habitacionais, comerciais e de serviços, incluindo também a isenção do pagamento da taxa municipal devida pela realização de vistorias para esse efeito.

Tipo de intervenções abrangidas -

Abrangência territorial Este incentivo é aplicável nas zonas classificadas no Plano Diretor Municipal (PDM) como solo urbanizado que integram o território delimitado como Área de Reabilitação Urbana (ARU); no caso das zonas da ARU classificadas como solo urbanizável, o incentivo aplica-se apenas a obras de conservação e beneficiação de edifícios existentes.

Observações A materialização deste incentivo tem como pressuposto a prévia aprovação por parte do Município das intervenções preconizadas. A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação aplicável.

PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO CENTRAL DA CIDADE DA TROFA 60

RTEU.5 Taxa pela Ocupação da Via Pública por Motivo de Obras

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na redução em 90% do pagamento da taxa municipal devida pela ocupação da via pública por motivo de obras prevista no Regulamento de Taxas e Encargos Urbanísticos do Município da Trofa.

Tipo de intervenções abrangidas  Obras de construção de novas edificações em lotes por edificar servidos por infraestruturas gerais  Obras de conservação, alteração e ampliação de edificações existentes  Obras de reconstrução de edificações subsequentes à demolição total ou parcial de edificações existentes  Obras de demolição total ou parcial de edificações existentes, desde que enquadradas em processos que integrem a sua reconstrução ou substituição por novas edificações

Abrangência territorial Este incentivo é aplicável nas zonas classificadas no Plano Diretor Municipal (PDM) como solo urbanizado que integram o território delimitado como Área de Reabilitação Urbana (ARU); no caso das zonas da ARU classificadas como solo urbanizável, o incentivo aplica-se apenas a obras de conservação e beneficiação de edifícios existentes.

Observações A materialização deste incentivo tem como pressuposto a prévia aprovação por parte do Município das intervenções preconizadas. A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação aplicável.

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RTEU.6 Taxa pela Realização, Manutenção e Reforço de Infraestruturas Urbanísticas

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na redução em 90% do pagamento da taxa municipal devida pela realização, manutenção e reforço de infraestruturas urbanísticas prevista no Regulamento de Taxas e Encargos Urbanísticos do Município da Trofa.

Tipo de intervenções abrangidas  Obras de construção de novas edificações em lotes por edificar servidos por infraestruturas gerais  Obras de conservação, alteração e ampliação de edificações existentes  Obras de reconstrução de edificações subsequentes à demolição total ou parcial de edificações existentes  Obras de demolição total ou parcial de edificações existentes, desde que enquadradas em processos que integrem a sua reconstrução ou substituição por novas edificações

Abrangência territorial Este incentivo é aplicável nas zonas classificadas no Plano Diretor Municipal (PDM) como solo urbanizado que integram o território delimitado como Área de Reabilitação Urbana (ARU).

Observações A materialização deste incentivo tem como pressuposto a prévia aprovação por parte do Município das intervenções preconizadas. A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação aplicável.

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RTEU.7 Encargos com o Pagamento de Compensações Urbanísticas

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na redução em 90% dos encargos relativos ao pagamento das compensações urbanísticas previstas no Regulamento de Taxas e Encargos Urbanísticos do Município da Trofa.

Tipo de intervenções abrangidas  Obras de construção de novas edificações em lotes por edificar servidos por infraestruturas gerais  Obras de conservação, alteração e ampliação de edificações existentes  Obras de reconstrução de edificações subsequentes à demolição total ou parcial de edificações existentes  Obras de demolição total ou parcial de edificações existentes, desde que enquadradas em processos que integrem a sua reconstrução ou substituição por novas edificações

Abrangência territorial Este incentivo é aplicável nas zonas classificadas no Plano Diretor Municipal (PDM) como solo urbanizado que integram o território delimitado como Área de Reabilitação Urbana (ARU).

Observações A materialização deste incentivo tem como pressuposto a prévia aprovação por parte do Município das intervenções preconizadas. A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação aplicável.

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RMT.1 Taxa pela Determinação do Nível de Conservação

Descrição do incentivo Este incentivo consiste na redução em 90% do pagamento da taxa municipal devida pela determinação do nível de conservação prevista Regulamento Municipal de Taxas do Município da Trofa, incluindo também a redução em igual proporção do pagamento da taxa municipal devida pela definição das obras necessárias para obtenção de nível de conservação superior prevista no mesmo Regulamento.

Tipo de intervenções abrangidas -

Abrangência territorial Este incentivo é aplicável em todo o território delimitado como Área de Reabilitação Urbana (ARU).

Observações A leitura desta Ficha não dispensa a consulta direta da legislação aplicável.

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