Proposta Para Criação De Unidades De Conservação De Carapebus - RJ

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Proposta Para Criação De Unidades De Conservação De Carapebus - RJ Proposta para criação de Unidades de Conservação de Carapebus - RJ Autoria: Maria de Lourdes Ravallet do Amaral Co-autoria: Raphael Pierotte Mello de Freitas Carapebus, 2017 Elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Carapebus Setor de Gestão de Unidades de Conservação Com apoio do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Carapebus – COMMAC e da Secretaria de Estado do Ambiente Programa de Apoio às Unidades de Conservação Municipais - ProUC Superintendência de Biodiversidade e Florestas - SBF Secretaria de Estado do Ambiente PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE CARAPEBUS - RJ Este Estudo Técnico foi preparado em atendimento à Lei Federal nº 9985 de 18 de julho de 2000 – Lei do SNUC, no que tange ao § 2º do Art. 22, onde estabelece que “... a criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que permitem identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a Unidade.” Momento Poético E a comunidade tradicional Coisas de Jurubatiba Para curar o tédio O verdadeiro artesão. Urtiga, mamão e remédio E com toda esta harmonia O abaneiro dá um excelente braseiro Uma grande sinfonia Quisera ser um poeta E quem diria, E o canto dos passarinhos E jamais perder a calma fotossíntese noite e dia Entoando uma canção de Não falar apenas aos seus Guanadi, majolo e carrinhos ouvidos goiaba E a voz da natureza E sim, direto à tua alma Aqui da nossa lagoa No canto do sabiá Das belezas que temos É pau de fazer canoa. aqui A brisa que vem do mar A palmeira anã, guriri Suave acariciar A tabua cobre as casas O segundo Como se fosse um aviso Faz lubarda e esteira O maior canal do mundo Para a gente refletir O bambu e o cipó Está aqui em nosso chão PARNA Jurubatiba Faz o cesto e a fieira. Todinho feito à mão O paraíso é aqui. Pra fazer tinta de rede Por gente valente e brava Murici e aroeira. Por mão de obra escrava. E as aves migratórias Deixam o seu continente Pau de fazer tamanco O aroma das flores da Atravessam o oceano restinga É a nossa tabibuia Para visitar a gente Açucena, bromélias e A pitangueira faz a Numa grande revoada gravatá agulha E neste vai-e-vem Sururuca, pau preto, caju Do quitutu faz a cuia. Elas sabem aqui tem Amescla, mandacaru, maracujá, araçá. Natureza preservada. Pra conservar o Das flores de cactos pescado E as plantas medicinais A canema dá a folha Aquela areia branquinha As abelhas conhecem Da raiz do mololô Refletindo a luz da lua todas elas Faz a curtiça e a rolha. Uma beleza comparada E aqui vivem nesse recanto da paz. Do junco se colchão A uma mulher linda nua Apaixonada sem igual Faneca, corvina, Cedinho eu ia pra lida agulha, robalo Carinhosa e sensual Pescar com o irmão meu. Linguado, ubarana, Olhando estrelas no céu tainha, Aracati Peixe preto, peixe branco Com doces lábios de mel. Galo, bagre, pampo, Agradecidos a Deus piragica A Pesca que o Senhor nos Enchada, camarão e deu. Quando a nossa Lagoa siri enche Migram outros peixes Os cardumes começam Só que não é humano mais passear É que não tem lembrança Junta-se aos peixes Faz bem aos olhos da daqui. gente Dos tempos de criança Muitos peixes, águas. E da terra onde nasceu! Traíra Piaba e cumbaca Dá gosto a gente pescar. Sairu e puxa-faca Tio Jorge Pescador. Acará, jundiá e morobá Quando a nossa Lagoa enche Barrigudo, cambotá e cascudo. Os cardumes começam passear Faz bem aos olhos da Na volta da madrugada gente A estrela Dalva Muitos peixes, águas brilhando quentes Cumprindo seu papel Dá gosto a gente pescar. Aparece lá no céu E o ciclo da natureza Avisando ao pescador, Diz o saber popular já é hora Abre-se a barra, sem E também somos problema despertados Deixem a natureza No canto da ciricora.´ trabalhar. O milagre da piracema Há! Quantas saudades Da Lagoa! Vem do mar. eu tenho Da minha infância querida Carapeba, caratinga, carapicu, parati AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, vamos registrar os agradecimentos ao PAI de todos nós, que nos oportunizou saúde, inteligência, parceiros e que nos fez entender que alimentar a vontade de querer o melhor para nossa cidade e para as espécies ainda remanescentes neste território nos aproximaria mais das melhores ofertas de qualidade de vida para nossa comunidade e para os turistas comprometidos com a sustentabilidade que aqui vem deixar suas divisas econômicas, sociais, culturais, bem como suas experiências de intercâmbio turístico; À minha família, que soube entender minhas ausências em especiais momentos de integração com sobrinhas e netas; À Equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Carapebus, gestão 2017 – 2021, pelo envolvimento nos processos de solidificação das informações e por demais cooperações técnicas; e aos colegas Fernando da Silva Vitorino, da Secretaria Municipal de Planejamento, e Arnoldo Reilly Almeida de Azevedo, da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca, pela colaboração técnica; Aos prezados parceiros do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Carapebus – COMMAC – que souberam colaborar com os processos de visitas técnicas, adensamento de informações técnicas e, em especial, pelo incentivo e apoio às iniciativas de proteção, preservação, visão estratégica de melhor qualidade de vida para todos e novas oportunidades de negócios onde a economia e o meio ambiente possam se alinhar; Ás universidades IFF, UFRJ, UENF que atenderam à nossa solicitação de Cooperação Técnica, proporcionando aos seus renomados professores a oportunidade de colaborar com o processo de criação das Unidades de Conservação no Município de Carapebus, gerando uma visão holística sobre a relevância de todas as espécies e suas influências nos processos de preservação e da manutenção da vida; 6 Aos parceiros analistas ambientais do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, nas pessoas de Marcelo Braga Pessanha (Chefe da Unidade), Marcos Cézar Santos (Chefe substituto da Unidade), Rodrigo Barcellar Mello, Alan Maynhone e Ari Miranda, que não mediram esforços para colaborar com o referido processo, gerando um trabalho mais robusto e planejado; Aos colaboradores técnicos Rodrigo Lemes Martins, Eduarda Rezende Caillava Gomes, Renata Souza e Vivian Pessanha, que abdicaram das suas horas de lazer para elaboração de dados técnicos necessários à construção deste documento; Á Bióloga Renata de Souza Lopes, Coordenadora do Programa ProUC, pela incansável colaboração técnica e, especialmente, orientadora do passo-a- passo de criação das Unidades de Conservação, nosso especial agradecimento por acreditar que chegaríamos à conclusão do processo; Ao Secretário Municipal de Meio Ambiente, Sr. Lenildo Lamoglia Bastos, por nos ter confiado esta árdua tarefa e, em especial, pelo apoio para que a mesma fosse exitosa; Um especial agradecimento à Prefeita de Carapebus, Dra. Christiane Miranda de Almeida Cordeiro, que se empenhou com afinco em busca do sucesso nesta empreitada. Atenciosamente; Maria de Lourdes Ravallet do Amaral Setor de Gestão de Unidade de Conservação 7 APRESENTAÇÃO O modelo de desenvolvimento econômico que sempre imperou em nosso país costumava exaurir as matérias primas em práticas não muito comprometidas com a preservação e com a sustentabilidade. Porém, o planeta está mudando e com ele um novo olhar sobre os recursos naturais se faz necessário, onde os mesmos são vistos como finitos e de distribuição limitada. Com este novo alinhamento, tornou-se mister analisar a preservação de áreas naturais, bem como a recuperação e restauração de áreas degradadas como oportunidades econômicas de forma mais igualitária, especialmente contanto com o controle social exercido pelas propostas construídas em conjunto através dos conselhos municipais locais, especialmente o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Carapebus – COMMAC. Coube à Prefeitura Municipal de Carapebus criar dinâmicas de manejo de espaços territoriais protegidos e de ampliação de áreas recuperadas a serviço da manutenção da qualidade de vida para o povo carapebuense, para o turista responsável que aqui vem deixar suas divisas, para a preservação das espécies tanto de fauna, de flora bem como da ictiofauna, resguardando os elementos históricos e sociais como peças fundamentais para um novo modelo de desenvolvimento. Para a formatação deste Estudo Técnico, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Carapebus, através do Setor de Gerência de Unidades de Conservação, buscou parcerias com as Universidades Instituto Federal Fluminense (IFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ / NUPEM), com o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e, em especial, contou com o apoio dos conselheiros do COMMAC, de forma integradora e participativa. Registro também a participação ativa da Secretaria do Estado do Ambiente, através do Programa de Apoio às Unidades de Conservação Municipais – ProUC. O presente estudo abrange a justificativa técnica para a criação de 4 (quatro) Unidades de Conservação de cunhos Municipais, cujas propostas 8 foram apresentadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A partir do registro oficial de criação deste SMUC, a Prefeitura oferecerá apoio (através do SMUC) aos produtores rurais e demais membros da comunidade carapebuense para que sejam criadas as unidades de conservação de cunho privado. Juntos, Sociedade Civil e Poder Público, em atendimento ao Art. 225 da Constituição Federal de 1988, protegeremos os recursos naturais de forma mais harmônica e colaborativa, visando, inclusive, a produção de água no Município de Carapebus. Este gabinete apoia a ação de criação das Unidades de Conservação, no território carapebuense e a reconhece como uma
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