Descobre E Aprende Em Viseu Dão Lafões
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GUIÃO DE ATIVIDADE EDUCATIVA Circuito das Torres Medievais DESCOBRE E APRENDE EM VISEU DÃO LAFÕES GUIÃO DE ATIVIDADE EDUCATIVA Circuito das Torres Medievais 1 2 GUIÃO DE ATIVIDADE EDUCATIVA Circuito das Torres Medievais GUIÃO DE ATIVIDADE EDUCATIVA Circuito das Torres Medievais ÁREAS DISCIPLINARES História NÍVEIS DE ENSINO 3º Ciclo do Ensino Básico NOME DA ATIVIDADE Peddy paper Medieval DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE Nesta atividade os/as alunos/as serão convidados/as a realizar uma viagem virtual pelos pontos mais marcantes deste itinerário. 3 COMO CHEGAR Vouzela é uma vila portuguesa do distrito de Viseu, situada na província da Beira alta, região do Centro (região das Beiras) e sub-região de Viseu Dão Lafões. É sede de um município com 193,69 km2 de área e 10 564 habitantes. Oliveira de Frades Vila de Vouzela 3670 Vouzela 4 GUIÃO DE ATIVIDADE EDUCATIVA Circuito das Torres Medievais PREPARE A SUA VISITA Entre em contacto com o local. Câmara Municipal de Vouzela Alameda D. Duarte de Almeida s/n 3670 - 250 Vouzela Verifique que atividades educativas poderão realizar no local. Reserve e agende a visita de estudo para os/as seus alunos/as. Prepare as atividades a realizar. 5 FIQUE A SABER MAIS SOBRE O LOCAL As Torres Medievais de Vouzela s torres medievais existentes Sumariamente, as casas-torre observa- no concelho de Vouzela fa- das na região são testemunhos de uma zem parte de um fenómeno economia assente na exploração agrí- que se estendeu de forma cola. Simbolizam a iniciativa individual Amais ou menos linear e sincrónica por na busca do lucro e da afirmação social. quase toda a Europa. Em Portugal teve maior incidência no Norte e na Beira. A sua existência denuncia que no pas- sado a região de Lafões era um espaço Inspirada na torre de menagem, esta convidativo, fértil, bem localizado que construção fortificada surge entre o séc. oferecia as condições necessárias às XII e XIII, sendo adotada como residên- pretensões da pequena nobreza e se- cia pela pequena e média nobreza.Numa gundas linhagens. altura em que a riqueza dependia, em muitos casos, do número de terras pos- suídas ou do número de direitos sobre elas recaídos, «as casas torre eram o mais nobre e evidente sinal de senhorio sobre uma terra.» Este tipo de habitação senhorial, de ca- rácter rural, difundiu-se, sobretudo, em pequenas zonas afastadas do domínio das famílias com poderes há muito firma- dos. Em busca de prestígio, da ascensão social, do lucro e do poder, as pequenas linhagens edificavam as torres em locais férteis, como vales e zonas fecundas em cursos de água. 6 GUIÃO DE ATIVIDADE EDUCATIVA Circuito das Torres Medievais DESCUBRA AS ATIVIDADES QUE PODE FAZER COM OS/AS ALUNOS/AS Circuito das Torres Medievais Os/as alunos/as serão convidados/as a explorar a época medieval, através da visita às 3 Torres Medievais existentes no concelho de Vouzela. 7 Circuito das Torres Medievais ciando de uma soberba vista sobre a vila Torre Medieval de Vouzela e o vale de Lafões. de Paços A sua localização estratégica juntamente de Vilharigues com o seu perfil militar criaram inúmeras dúvidas sobre a sua função, sendo confundida ainda hoje com um castelo ou com uma torre de menagem. Terá ocalizada na povoação de sido erguida em finais do século XIII, Vilharigues, a torre medieval, inícios do século XIV, dado que já apre- é um marco histórico e cultural senta nas paredes exteriores dois mata- do concelho. É a única que cães assentes sobre mísulas. Lse encontra classificada como Imóvel de Interesse Público, pelo decreto Este elemento defensivo foi introduzido n.º 33 587, DG 63 de 27 de março 1944. inicialmente na arquitetura militar, no reinado de D. Afonso III. Só posterior- À semelhança da maioria das constru- mente foi adotado pelas residências ções castelares, a torre está implantada senhoriais fortificadas, já no tempo de sobre uma acentuada elevação, benefi- D. Dinis. Além dos matacães, a torre 8 GUIÃO DE ATIVIDADE EDUCATIVA SabiaCircuito que… das Torres Medievais A ligação de D. Duarte de Almeida é ainda composta por ameias, seteiras à torre é lendária. Segundo o povo, e como não podia deixar de ser, por em noites de tempestade é robustas paredes de pedra, que lhe possível ouvirem-se os lamentos conferem um forte perfil militar. desesperados daquele que um dia No interior é possível observar as perdeu heroicamente ambas saliências onde encaixavam os pisos, as mãos na Batalha de Toro. possivelmente de madeira. Composto por três pisos sobrepostos, não apresentava divisórias. O rés-do- -chão, divisão térrea, era utilizado como armazém. Visto a entrada dar acesso direto ao primeiro piso, este era reserva- do para Sala, onde o Senhor recebia os que o visitavam. O último piso, de carác- ter mais íntimo, destinava-se aos apo- sentos do proprietário. Nota: A sua construção encerra ainda hoje inúmeros mistérios e um deles é sobre Ameias – Carregadas de um enorme os seus proprietários. Tradicionalmente valor simbólico, a sua colocação estava é atribuída à família de D. Duarte de inicialmente sujeita a autorização régia. Almeida, o Decepado, a quem D. Afonso Daí que a existência destas na habitação V fez mercê de um reguengo no conce- fosse sinónimo de prestígio. Com o lho de Lafões. Ainda que tenha havido tempo, este denticulado tão característi- uma ligação dos Almeidas à Torre de co dos castelos medievais seria desvalo- Vilharigues, desconhece-se quem a terá rizado, continuando, no entanto, a ser construído e como terá ido parar à posse utilizado, mas agora como elemento desta família. ornamental e de proteção dos telhados. Seteiras – Na casa–torre as seteiras, mais do que uma função defensiva, tinham uma função de ventilação. Estas frestas, geralmente rasgadas na divisão térrea, arejavam e iluminavam o compar- timento onde se encontravam os manti- mentos e alfaias agrícolas. 9 Circuito das Torres Medievais ca de construção, deverá ter sido cons- Torre Medieval truída em finais do século XIII, inícios de Cambra do século XIV, embora apresente uma configuração bastante rudimentar. De planta quadrangular, o seu acesso fazia-se por uma porta em arco ogival, a alguns metros do solo, que dava liga- torre medieval de Cambra ção ao primeiro piso. A iluminação desta de Baixo, Cambra, encon- divisão era feita por um vão rasgado na tra-se situada num pequeno fachada norte. Sobreposta a esta aber- vale, bem próximo da junção tura, é possível observar-se uma base de Ados rios Alfusqueiro e Couto. No que balcão com matacães. respeita à construção propriamente dita, esta habitação senhorial encontra-se A carência de espaço, a pouca lumino- parcialmente arruinada e já sem cober- sidade e a quase inexistência de priva- tura. As escavações aí realizadas, em cidade originou o surgimento de cons- 1997, revelaram que o edifício sofreu um truções contíguas à torre. Nem sempre incêndio no passado. Em relação à épo- tinham a função de servir de residência 10 GUIÃO DE ATIVIDADE EDUCATIVA Sabia que…Circuito das Torres Medievais Na falta de informação sobre quem senhorial. Por vezes destinavam-se a a mandou erigir a torre, a tradição adegas, celeiros e estábulos. popular atribui a sua construção a uma moura de força lendária. Conta-se que Embora já inexistente, a casa–torre esta terá passado toda a pedra focada apresenta exteriormente vários do Cabeço do Picoto. blocos de pedra salientes e perfurações O ato, já por si extraordinário, ganha que assinalam a existência no passado ainda uma maior dimensão quando se de uma construção adossada, possivel- acrescenta, que ao transportar a pedra, mente um alpendre ou estábulo onde a mulher carregava com o filho ao colo se encontravam os animais, as alfaias e ia fiando numa roca. agrícolas e a produção proveniente do cultivo da terra. A referência mais antiga a esta Torre, de que há conhecimento, aparece em 1758, nas Memórias Paro- quiais de Cambra. Desconhece-se como é que esta família O vigário que escreve a Memória diz a adquiriu. Provavelmente terá chegado nada saber sobre a origem e os proprie- à sua posse por aquisição pessoal ou por tários, uma vez que se “queimou o car- serviços prestados, uma vez que como tório”. Segundo ele, as pessoas antigas refere Amaro Neves sobre os Lemos: contavam que as pensões e foros per- “numerosa prole que se distinguiu na tencentes a esta casa há muito tempo epopeia marítima”. estavam na posse da Casa da Trofa. Esta A torre terá sido habitada até finais casa, propriedade da família dos Lemos, do século XVI, inícios do séc. XVII. encontrava-se situada na Trofa do Vou- ga, uma freguesia do concelho de Águe- Nota: da, distrito de Aveiro. Matacães – Importados do modelo cas- Hoje já não existe. Nos meados do séc. telar, foram introduzidos na arquitetura XIX sofreu um violento incêndio que a civil no reinado de D. Dinis. Estes bal- destruiu quase por completo, desapare- cões, amparados por meio de mísulas ou cendo com grande parte do seu acervo cachorros encravados na parede, eram documental. Da sua existência só per- utilizados pelo proprietário para despejar manece o Panteão dos Lemos, na Igreja ou arremessar objetos e líquidos, no caso da Trofa. de alguém tentar entrar fortuitamente na habitação. 11 Circuito das Torres Medievais teis, ricos em água, em zonas de aluvião, Torre Medieval geralmente de fácil acesso. A Torre de de Alcofra Alcofra insere-se nesse quadro. Implan- tada num vale, a torre goza de uma vista privilegiada sobre os campos de cultivo. À semelhança das duas outras torres do concelho, já aqui abordadas, também a ituada em Cabo de Vila, Alco- domus fortis de Alcofra apresenta uma fra, é das três torres a que se planta quadrangular, toda construída em encontra em melhor estado granito.