Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro Instituto De Ciências Humanas E Sociais Instituto Multidisciplinar Programa De Pós-Graduação Em História

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro Instituto De Ciências Humanas E Sociais Instituto Multidisciplinar Programa De Pós-Graduação Em História UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA Descobrimentos portugueses: entre a construção da memória e as relações de poder (Século XV). Keila Natacha Silva de Lima Sob a Orientação do Professor Marcelo Santiago Berriel Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em História, no Curso de Pós-Graduação em História, Área de Concentração Relações de Poder e Cultura. Nova Iguaçu, RJ Setembro de 2017 1 2 3 Eis o mar, imenso e vasto. Nele vivem inúmeras criaturas, seres vivos, pequenos e grandes. Salmo104:25 4 AGRADECIMENTOS Ao profº Drº Marcelo Santiago Berriel pelo zelo e dedicação para que este trabalho se realizasse, através de suas assertivas orientações e valiosas sugestões. Ao profº Drº Clínio de Oliveira Amaral pelas suas contruibuições no aprimoramento do estudo e pelo acesso ao seu trabalho, ao profº Fabiano Fernandes pela abertura de perspetivas em seus pareceres. A profª Raquel Alvitos pelo incentivo, ainda na fase inicial deste projeto. Aos professores da pós-graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro por suas aulas que permitiram o aprofundamento teórico e metodológico deste trabalho. Aos colegas, que quando preciso, contribuíram com suas críticas e propostas. 5 Resumo LIMA, Keila Natacha Silva de. Descobrimentos portugueses: entre a construção da memória e as relações de poder (Século XV). 98 p Dissertação (Mestrado em História, Área de Concentração Relações de Poder e Cultura.). Instituto Multidisciplinar, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, RJ, 2017. O presente trabalho consiste em um estudo sobre o período inicial dos descobrimentos portugueses, durante o século XV, e sua relação com o contexto político do reino. A dissertação analisará as crônicas de Gomes Eanes de Zurara, cronista oficial de D. Afonso V (1448-1481) e a construção de uma memória vitoriosa sobre os feitos portugueses em África. Ao passo que este ideal será posto em perspectiva, em que tais empreendimentos marítimos foram permeados de reveses, de avanços e retrocessos que serão considerados a luz da conjuntura do reino ibérico, principalmante, após, a Batalha de Alfarrobeira. Palavras-chave: descobrimentos – memória - D. Henrique – crônicas – Gomes Eanes de Zurara. 6 Abstract LIMA, Keila Natacha Silva de. Portuguese discoveries: between the construction of memory and the relations of power (XV centrury). 98 p Dissertation (Master in History, Concentration Area Relations of Power and Culture.). Instituto Multidisciplinar, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, RJ, 2017. The present article consists of a study on the initial period of the Portuguese discoveries in the XV century and its relation with the political context of the Portuguese kingdom. The dissertation will analyze the chronicles of Gomes Eanes de Zurara, official chronicler of D. Afonso V (1448-1481) and the construction of a victorious memory of the Portuguese acts in Africa. While this ideal will be put in perspective that such maritime enterprises were permeated by troubles, advances and setbacks that will be considered the light of the conjuncture of the Iberian kingdom, especially after the Battle of Alfarrobeira. Keywords: Discoveries- memory- D. Henrique- Chronics –Gomes Eanes de Zurara 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 10 CAPÍTULO I- HISTÓRIA, MEMÓRIA E AS CRÔNICAS DE GOMES EANES DE ZURARA 14 1. O Registro da Tomada de Ceuta 14 2. Tempo: categoria dos estudos historiográficos 16 3. Memória objeto de estudo do historiador 18 3.1. História e Memória 19 3.2. Memória e a relação com contextos históricos 20 4. Crônicas: produção de memória 25 5. A crônica em seu tempo 37 6. A produção cronística em fins da Idade Média 37 7. História e Poder 31 8. Crônica do Tomada de Ceuta e Crônica do Descobrimento e Conquista da Guiné 32 9. História, memória e crônica 34 10. Os sentidos de Estorya e memorya nos prólogos da Crônica da Tomada de Ceuta e Crônica do Descobrimento e Conquista da Guiné 37 CAPÍTULO II - OS DESCOBRIMENTOS EM PERSPECTIVA: ESTUDO SOBRE A HISTORIOGRAFIA RELATIVA AO TEMA, QUESTÕES E ABORDAGENS 41 1. Divergências sobre a guerra em África 41 1.1. D. Pedro e a cronística de Zurara 42 2. Crise das dinastias magrebinas 44 2.1. A importância estratégica de Ceuta 45 2.2. O valor simbólico da expansão 47 3. As leituras dos acontecimentos narrados por Zurara 49 3.1. Século XX e o desmonte das interpretações tradicionais 52 4. A cada novo avanço, novas possibilidades eram aberta na Expansão Marítima 62 CAPÍTULO III - REFLEXÕES SOBRE AS INTERAÇÕES ENTRE HISTÓRIA E PODER: A ESCRITA DA HISTÓRIA E OS ACONTECIMENTOS POLÍTICOS EM TORNO DA ASCENSÃO DE D. AFONSO V AO TRONO 63 1. Estamento, honra e relações de poder 63 2. O Segundo Estado 66 3.D. Afonso V: menoridade, regências, reinado e batalha de Alfarrobeira 68 3.1. A morte de D. Duarte e as animosidades entre os regentes 68 3. 2. O turbulento período da regência e seus efeitos na governaça afonsina 71 3.3. A escrita dos acontecimentos e a escrita da história: a descrição de Rui de Pina sobre inicio do reinado do africano e as impressões da historiografia sobre esse período. 72 3.3.1. O balanço sobre a historiografia afonsina e a renovação dos estudos 73 4. Os reis avisnos da Conquista de Ceuta à conquista do Tânger 76 5. A escrita da história através da produção cronística 79 8 5. 1. As crônicas sobre D. Afonso V sob investigação: a monarquia e a produção cronística 79 5.1.1. Cronistas portugueses dos reinados de D. Duarte e D. Afonso: Fernão Lopes e Gomes Eanes de Zurara 80 5.1.2. Característcas das crônicas quinhentistas 81 5.1.3. As crônicas produzidas por Gomes Eanes de Zurara e sua relação com o poder régio 81 6. O texto no âmbito do contexto: análise das crônicas de Gomes Eanes de Zurara 83 6.1. Perfil da nobreza nas crônicas de Zurara: servidora e fiel 83 CONCLUSÃO 90 FONTES PRIMÁRIAS 93 BIBLIOGRAFIA 93 9 INTRODUÇÃO Este trabalho começou a partir de uma afirmativa não muito lisonjeira feita por um historiador a D. Afonso V: Oliveira Martins prossegue seu discurso de exaltação da imagem de D. João II, enfatizando que ‘o filho não tinha nada dos loucos desvarios do pai’, que D. Afonso V tinha sido “um aborto, ou um anacronismo medieval, e que ‘Os tempos da coruja tinham acabado’, porque [D. João II] não carecia mais de pactuar com as tontices do pai; rei agora (1481), seria o falcão.1 Essa afirmativa causava certa estranheza, pois, determinava que o governo do rei D. Afonso V2 fora anacrônico, isto é, suas atitudes estariam em descompasso com o seu o tempo. O que se apresentou como um interessante ponto de reflexão, visto que, as ações deste reinado poderiam ser entendidas de outra forma, como situadas em um momento de transição, em que seriam perceptíveis traços de modernidade e de arcaísmo na condução da política portuguesa. Para tratar deste monarca, recorreu-se ao material produzido ao seu respeito. Tem-se, neste sentido, o trabalho de Rui de Pina, que fora cronista do reino português e escrevera uma crônica sob o título de Crônica de D.Afonso V, feita a pedido de D.Manuel I3. Todavia, ainda que o texto fizesse referência ao africano, alcunha recebida por D. Afonso V, como explicou o historiador português Saul Gomes: D. Afonso V é um monarca que portugueses de antanho, mas não, cremos, os seus coevos, cognominaram Africano, inspirados seguramente no clássico e eruditíssimo exemplos de Cipião. Triuinfador na Hispania, correndo a segunda guerra púnica, conquistador de Cartago e vencedor de Aníbal em Zama. Um dos primeiros a usar o cognome de Afonso V como o Africano, que saibamos, foi o erudito renascentista eborense Cristovão Rodrigues Acenheiro, nas suas Crónicas dos Senhores Reis de Portugal, em redação por 1530.4 O texto Crônica de D. Afonso V não fora produzido em seu próprio período governo, sob seu requerimento, e como comentou, Gomes, o biografo do décimo terceiro rei de Portugal: “Rui de Pina é o autor da principal biografia afonsina de que dispomos, ainda que este escritor seja sobretudo o cronista de D. João II, como Zurara o fora de D. Afonso V”5. Estas palavras do autor são importantes, pois, ajudam a entender que a produção cronistica estava intimamente ligada ao monarca que a solicitava. Isto é, o cronista como um funcionário régio, dispunha-se a escrever sobre o que seria considerado relevante em cada reinado. No caso do africano, seu cronista fora Gomes Eanes de Zurara, personagem que se integrou a história do reino, por sua ligação a uma figura de renome, D. Henrique, membro da 1 -SILVA, Priscila Aquino. “De Príncipe Perfeito a Rei Pelicano - a construção da imagem de D, João II através da historiografia portuguêsa.” In: ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA - O HISTORIADOR E SEU TEMPO XVIII, 2006. Anais do XVIII Encontro Regional de História - O historiador e seu tempo. Assis: UNESP, 2006. CD- ROOM. p. 5. 2 D. Afonso V, foi o terceiro rei da dinastia de Avis, décimo segundo monarca português e governou o reino entre os anos de 1448 a 1481. Seu reinado foi marcado pelo inicio conturbado, no qual ele e seu tio D. Pedro, antigo regente, enfrentaram-se em campo de batalha, episódio que ficou conhecido como Batalha de Alfarrobeira, em 1449. Embora, D. Afonso V tenha saído vitorioso do conflito, a batalha contra o duque de Coimbra abalou a confiança no novo rei, com destaque para os reinos estrangeiros, visto que, D. Pedro era reconhecido como um homem proeminente por suas viagens, seus textos e pela governança do reino a época da regência.
Recommended publications
  • Medieval Portuguese Royal Chronicles. Topics in a Discourse of Identity and Power
    Medieval Portuguese Royal Chronicles. Topics in a Discourse of Identity and Power Bernardo Vasconcelos e Sousa Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa [email protected] Abstract It is only in the 15th century that the Portuguese royal chronicles assume their own unequivocal form. The following text analyses them as a discourse of the identity and power of the Crown. Three topics are selected by their importance and salience. These topics are the territory object of observation, the central subject of the narrative and the question of the authors of the historiographical accounts, or rather the position in which the chroniclers place themselves and the perspective they adopt for their description of events. Key words Portugal, historiography, medieval chronicles Resumo É apenas no século XV que a cronística régia portuguesa ganha a sua forma inequívoca. No texto seguinte analisam-se as respectivas crónicas como um discurso de identidade e de poder da Coroa. Assim, são seleccionados três tópicos pela sua importância e pelo relevo que lhes é dado. São eles o território objecto de observação, o sujeito central da narrativa e a questão dos autores dos relatos historiográficos, ou seja a posição em que os cronistas se colocam e a perspectiva que adoptam na descrição que fazem dos acontecimentos. Palavras-chave Portugal, historiografia, cronística medieval The medieval royal chronicle genre constitutes an accurate type of historiography in narrative form, promoted by the Crown and in which the central protagonist is the monarchy (usually the king himself, its supreme exponent). The discourse therefore centers on the deeds of the monarch and on the history of the royal institution that the king and his respective dynasty embody.
    [Show full text]
  • Fall 2011 Spragins 1 Grey Shades of Blackness in Gomes Eanes De
    Fall 2011 Spragins 1 Grey Shades of Blackness in Gomes Eanes de Zurara’s Crónica do descobrimento da Guiné Elizabeth Spragins Stanford University In this talk, I’ll be looking at how the fifteenth-century Portuguese historian Gomes Eanes de Zurara classifies African and European bodies. In addition, I’ll also be working to understand what it is that underlies Zurara’s somewhat obsessive with classifying them in the first place. Beyond my analysis of Zurara’s treatment of European and African bodies, I also want to attend, in a more reflexive way, to our concern as twenty-first century readers with reading race into and out from late medieval and early modern texts of exploration. Why is it that we tend to read Zurara (and other late medieval authors) as a potential point of racism in the West? In large part, it stems from our own politically inflected perspective. By seeking to understand the late medieval (or early modern, or classical) origins contemporary racism, we strive to untangle and deconstruct the undeniably damaging web of racism in which North America and Europe are still trapped. Whether or not it is realistic to expect to be able to find a historical origin for modern racism, this way of reading Zurara also points to our understanding of race as a negotiated and emergent mode of social and economic classification—one that can evolve over time and across space. Whatever the reasons, it remains more or less axiomatic that we have real trouble reading Zurara in 2011 without seeing his various Crónicas as a means to understanding how we got to where we are today with respect to race, and ow we might move forward on better footing.
    [Show full text]
  • 50 Michał Tymowski These Works Concern the Second Half of the Sixteenth and Seventeenth Centuries, While Here We Focus on an Earlier Period
    Kwartalnik Historyczny Vol. CXXI, 2014 Special Issue, pp. 49–70 PL ISSN 0023-5903 MICHAŁ TYMOWSKI Warsaw WOMEN DURING THE EARLY PORTUGUESE EXPEDITIONS TO WEST AFRICA The role of women in the early phase of Portuguese expeditions to Afri- ca has only been discussed incidentally in works on geographical disco- veries. Avelino Teixeira de Mota briefly addressed the problem when writing about the garrison of São Jorge da Mina fortress. Joseph Bato’ora Ballong-Wen-Mewuda also made a passing reference to women in the 1 discussion of a broad range of other issues. Similar in character are 2 some passages in works by Christopher DeCorse and John Vogt. Paul Hair relegated his perspicacious remarks to the footnotes of his work on 3 the founding of the fortress at Mina (now Elmina). More extensively the issue has been dealt with in some articles discussing the role of African women in the development of domestic trade networks in West Africa 4 and exploring the networks’ links with the Portuguese trade. However, 1 Avelino Teixeira da Mota, Alguns aspectos da colonisação e do comércio marítimo dos Portugueses na África Ocidental nos séculos XV e XVI, Lisbon, 1976; idem, Some Aspects of Portuguese Colonization and Sea Trade in West Africa in the 15th and 16th Centuries, Bloom- ington, IN, 1978, p. 10; Joseph Bato’ora Ballong-Wen-Mewuda, São Jorge da Mina 1482– 1637. La vie d’un comptoir portugais en Afrique occidentale,2 vols,Lisbon and Paris,1993, vol. 2, pp.267–69. 2 John Vogt, Portuguese Rule on the Gold Coast 1469–1682, Athens, 1979, pp.
    [Show full text]
  • O Império Do Quinto Afonso De Portugal (1448(1448----1481)1481)
    O Império do Quinto Afonso de Portugal (1448(1448----1481)1481) La quête d’Empire d’Alphonse V, Roi du Portugal (14488----1481)1481) Mariana Osue Ide Sales Orientadores: Prof. Dr. Paulo Miceli & Prof. Dr. Denis Menjot Campinas - 2009 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO IFCH – UNICAMP Bibliotecária: Maria Silvia Holloway – CRB 2289 Sales, Mariana Osue Ide Sa32i O Império do Quinto Afonso de Portugal (1448-1481) / Mariana Osue Ide Sales. Campinas, SP : [s. n.], 2009. Orientador: Paulo Miceli Denis Menjot Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. 1. Zurara, Gomes Eanes de, 1410-1473 ou 4. 2. Portugal – História – Afonso V, 1448-1481. 3. Portugal – História – Sec. XV. 4. Portugal – História – Descobertas e explorações. 5. Ibérica, Península (Espanha e Portugal). 6. Aragon (Espanha). 7. Castela e Leão (Espanha). I. Miceli, Paulo. II. Menjot, Denis. III. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. IV. Título. Título em inglês: The quest of Empire of D. Afonso V, King of Portugal (1448- 1481) Zurara, Gomes Eanes de, 1410-1473 (or 4) Palavras chaves em inglês (keywords) : Portugal – History – Alfonso V, 1448-1481 Portugal – History – 15th cent. Portugal – H istory – Discovery and exploration Iberica, Peninsula (Spain and Portugal) Aragon (Spain) Castilla y Leon (Spain) Área de Concentração: História Titulação: Doutor em História Banca examinadora: Paulo Miceli, Denis Menjot, Ana Paula Megiani, Neri de Barros Almeida, Stéphane Boissellier Data da defesa: 02-09-2009 Programa de Pós-Graduação: História 2 Para meus pais. 5 Résumé La thèse fait l’analyse des références impériales dans la politique menée par d’Alphonse V, roi du Portugal, entre 1448 et 1481.
    [Show full text]
  • Blackness and Heathenism. Color, Theology, and Race in the Portuguese World, C
    Blackness and Heathenism. Color, Theology, and Race in the Portuguese World, c. 1450-1600 doi: 10.15446/achsc.v43n2.59068 Negrura y gentilidad. Color, teología y raza en el mundo portugués, c. 1450-1600 Negrura e gentilidade. Cor, teologia e raça no mundo português, c. 1450-1600 giuseppe marcocci* Università della Tuscia Viterbo, Italia * [email protected] Artículo de investigación Recepción: 25 de febrero del 2016. Aprobación: 30 de marzo del 2016. Cómo citar este artículo Giuseppe Marcocci, “Blackness and Heathenism. Color, Theology, and Race in the Portuguese World, c. 1450-1600”, Anuario Colombiano de Historia Social y de la Cultura 43.2: 33-57. achsc * Vol. 43 N.° 2, jul. - dic. 2016 * issN 0120-2456 (impreso) - 2256-5647 (eN líNea) * colombia * págs. 33-58 giuseppe marcocci [34] abstract The coexistence of a process of hierarchy and discrimination among human groups alongside dynamics of cultural and social hybridization in the Portuguese world in the early modern age has led to an intense historiographical debate. This article aims to contribute to extending our perspectives, focusing on the circulation of two global categories of classification: negro (Black) and gentio (Heathen) between the mid-fifteenth and late-sixteenth century. In particular, it explores the intersections between the perception of skin color and the reworking of theological concepts in a biologizing direction, which ran parallel to the development of an anti-Jewish theory based on blood purity. The line of enquiry leads from the coasts of West Africa, where it immediately meets the problem of slavery, to Brazil, via South Asia. The intense cross-fertilization of the categories of negro and gentio in the Portuguese world provides us with an alternative geography and institutional process of racialization to that of the Spanish Empire.
    [Show full text]
  • The Iberian Roots of American Racist Thought Author(S): James H
    The Iberian Roots of American Racist Thought Author(s): James H. Sweet Source: The William and Mary Quarterly, Third Series, Vol. 54, No. 1 (Jan., 1997), pp. 143-166 Published by: Omohundro Institute of Early American History and Culture Stable URL: http://www.jstor.org/stable/2953315 . Accessed: 05/09/2013 10:30 Your use of the JSTOR archive indicates your acceptance of the Terms & Conditions of Use, available at . http://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsp . JSTOR is a not-for-profit service that helps scholars, researchers, and students discover, use, and build upon a wide range of content in a trusted digital archive. We use information technology and tools to increase productivity and facilitate new forms of scholarship. For more information about JSTOR, please contact [email protected]. Omohundro Institute of Early American History and Culture is collaborating with JSTOR to digitize, preserve and extend access to The William and Mary Quarterly. http://www.jstor.org This content downloaded from 128.151.4.69 on Thu, 5 Sep 2013 10:30:26 AM All use subject to JSTOR Terms and Conditions The Iberian Roots of American Racist Thought James H. Sweet T HE question why African slavery emerged as the primary form of exploited labor in the Americas during the sixteenth and seventeenth centuries has engaged the attention of scholars for years. Although a consensus seems to have emerged that the growth of capitalismplayed a major role in the establishment and survival of African slavery in the Americas, heated debate continues over the extent to which racism played a part in this development.
    [Show full text]
  • Chivalry in Medieval Portugal
    Chivalry in Medieval Portugal Miguel Aguiar1 Abstract This article seeks to understand the different stages in the spread and development of chivalric ideals as a feature that marked the identity of the main socio-political groups in medieval Portugal. For this purpose, a diachronic approach is adopted, while, at the same time, a comparison is made with other European areas, especially the Iberian Christian kingdoms. The sources used for the writing of this study ranged from chronicles to genealogical literature, legislative compilations, chivalric treatises and diplomatic documents. Keywords Knight; knighthood; chivalry; aristocracy; nobility Resumo Este artigo tem como objetivo compreender as etapas de difusão e construção do ideal cavaleiresco enquanto marca identitária dos principais grupos sociopolíticos no Portugal Medieval. Para isso segue-se uma perspetiva diacrónica, mantendo igualmente uma visão comparativa com outros espaços políticos, nomeadamente os reinos cristãos peninsulares. Articular-se-á um conjunto diferenciado de fontes, englobando textos legislativos, tratadísticos, genealógicos e cronísticos. Palavras-chave Cavaleiro; cavaleiros; cavalaria; aristocracia; nobreza 1 University of Porto, Portugal. E-mail: [email protected] Aguiar Chivalry in Medieval Portugal In a letter addressed to his brother, King Duarte (r. 1433-1438), at the beginning of the 1430s, Prince João stated that the grandees of the kingdom could not be considered to be good men if they had not attained the honor of chivalry, which could be gained by performing an unquestionable feat of arms, under dangerous and even rash conditions (Livro dos Conselhos de el-rei D. Duarte: p. 47). The prince’s way of thinking provides clear evidence of how, in the fifteenth century, the chivalric spirit was considered a fundamental benchmark, not only for the monarchy and the nobility, but also for some of the urban elites that wished to rise up within the social hierarchy by undertaking armed deeds and thus adopting a lifestyle that was associated with the aristocracy.
    [Show full text]
  • La Dénomination De L'autre Africain
    La dénomination de l’Autre africain au XVe siècle dans les récits des découvertes portugaises Georges Boisvert L ES NAVIGATEURS portugais furent les premiers Européens à reconnaître les contours de l’Afrique depuis le cap Bojador (cap Juby ?) sur la côte Atlantique (1434) jusqu’aux rivages de l’océan Indien longés par Vasco da Gama (1498). Au fur et à mesure que l’exploration du littoral progressait et que les contacts avec les populations devenaient fréquents et suivis, les dénominations données à celles-ci se diversifiaient. Les observations présentées ici concernent uniquement les dénominations génériques attribuées à ces peuples d’après les premiers récits élaborés à partir de témoignages contemporains. Le corpus est réduit et disparate. Les textes examinés sont les suivants : • La chronique de Guinée, de Gomes Eanes de Zurara. Elle se rapporte à la partie du littoral explorée entre 1434 et 1448 (voir la carte d’Afrique en annexe). Elle a été achevée en 1453. Zurara, chroniqueur officiel, l’a rédigée d’après une chronique antérieure d’Afonso Cerveira et complétée d’après les récits de navigateurs qui avaient participé aux expéditions. • De prima inventione Guineae. Ce texte a été dicté par le navigateur Diogo Gomes à l’allemand Martim Behaim (Martin de Bohême), qui a rédigé ce récit en latin avant 1483. Mais il porte des annotations marginales postérieures à 1496 et il a dû être remanié après la date où Diogo Gomes le dicta. • Voyages en Afrique noire du vénitien Alvise Ca’ da Mosto, suivi des Navigations de Pedro de Sintra. Ce texte a été rédigé en italien, avant 1463 par ce témoin oculaire qui a participé à deux expéditions en 1455 et 1456.
    [Show full text]
  • Acta 105.Indd
    Acta Poloniae Historica 105, 2012 PL ISSN 0001–6892 Michał Tymowski THE SHORE AND THE MARKETPLACE: MICROSPACE IN THE EUROPEAN-AFRICAN TRADE ON THE WEST AFRICAN COAST IN THE FIFTEENTH AND SIXTEENTH CENTURIES (Descriptions and Iconographic Sources)* I During the second half of the fi fteenth century, the rudiments of all the future organisational forms that were to constitute trade between Europeans and Africans were to be laid out in West Africa. These included trade on the caravels; trade on the shore, in places where Europeans came on land; trade at local markets; and trade at trading posts guarded by forts (Arguim, São Jorge da Mina). The economic aspects of the beginnings of trade between the Por- tuguese and the Africans have been well researched and described. In addition, Philip Curtin and George E. Brooks examine the macrospace of trade at the level of the entire West Coast region and its hinterland as well as on an inter-regional scale.1 The present article, however, will focus on the microspace of trade – its scenery – an aspect which * This research, realised in 2009–12, was fi nanced from a grant given by the Ministry of Science and Higher Education. 1 Vitorino Magalhães Godinho, L’économie de l’empire portugais aux XVe et XVIe siècles (Paris, 1969); Marian Małowist, Europa a Afryka Zachodnia w dobie wczesnej ekspansji kolonialnej (Warsaw, 1969); Wilfrid Brulez, ‘Les voyages de Cadamosto et le commerce guinéen au XVe siècle’, Bulletin de l’Institut Historique Belge de Rome, xxxix (1968), 311–26; Jean Boulègue, ‘L’impact économique et politique des navigations portugaises sur les peuples côtiers.
    [Show full text]
  • Portugal, the Age of Exploration, and Engaging the “Other” in the Fifteenth and Sixteenth Centuries Peter Ellerkamp [email protected]
    History, Department of History Theses University of Puget Sound Year 2016 The First Globalization: Portugal, the Age of Exploration, and Engaging the \Other" in the Fifteenth and Sixteenth Centuries Peter Ellerkamp [email protected] This paper is posted at Sound Ideas. http://soundideas.pugetsound.edu/history theses/22 Peter Ellerkamp May 13, 2016 History 400 The First Globalization: Portugal, the Age of Exploration, and Engaging the “Other” in the Fifteenth and Sixteenth Centuries In 1463, the Portuguese royal chronicler Gomes Eanes de Zurara completed his Chronica do Descobrimento e Conquista de Guiné, “The Chonricle of the Discovery and Conquest of Guinea.” In his work, Zurara states five reasons outlining the Portuguese decision to expand from metropolitan Portugal.1 Interestingly, though, Zurara proposes his own sixth reason for Portuguese expansion—“the inclination of the heavenly wheels.”2 It is the transition from this sense of divine will to an agenda distinguished by material realism that defines Portuguese overseas expansion. During the Age of Exploration, the Portuguese hoped to institute trade relations with India and the Orient by finding a sea route around the west coast of Africa. A sea route to Asia would theoretically allow the Portuguese to bypass land-trade through the Islamic controlled Levant, increasing profit margins and avoiding conflict with the Muslim-dominated region. Throughout this period, the Portuguese experienced a series of initial encounters. Opening trade relations and building an empire was a process, not a decision—a process that was defined by the confronting of new peoples whose alien customs often proved tough to understand. Furthermore, language barriers made communication between natives and non- natives complicated.
    [Show full text]
  • Revealing the African Presence in Renaissance Europe Revealing the African Presence in Renaissance Europe
    12.1mm 203mm revealing the african presence in renaissance europe presencerevealing the african in renaissance the walters art museum art the walters revealing the african presence in renaissance europe revealing the african presence in renaissance europe Revealing The Presence African Renaissance Europe edited by Joaneath Spicer contributions by Natalie Zemon Davis Kate Lowe Joaneath Spicer RevealingBen Vinson III revealing the african presence The Presencein renaissanceAfrican europe Renaissance the Europewalters art museum This publication has been generously supported by the Robert H. and Clarice Smith Publication Fund Published by the Walters Art Museum, Baltimore All rights reserved. © 2012 Trustees of the Walters Art Gallery No part of the contents of this book may be reproduced, Third printing, 2013 stored in a retrieval system, or transmitted in any form or by any means, including photocopy, recording, or other information and retrieval systems without the written permission of the Trustees of the Walters Art Gallery. This publication accompanies the exhibition Revealing All dimensions are in centimeters; height precedes width the African Presence in Renaissance Europe, held at the precedes depth unless otherwise indicated. Walters Art Museum from October 14, 2012, to January 21, The Walters Art Museum 2013, and at the Princeton University Art Museum from 600 North Charles Street February 16 to June 9, 2013. Baltimore, Maryland 21201 This exhibition is supported by a grant from the National thewalters.org Endowment for the Humanities and by an indemnity Produced by Marquand Books, Seattle from the Federal Council on the Arts and Humanities. marquand.com Library of Congress Cataloging-in-Publication Data Designed and typeset by Susan E.
    [Show full text]
  • Post-Imperial Camoes
    Africa and the Epic Imagination of Camoes Josiah Blackmore Abstract. This article advances arguments about the metaphoric presence of Africa primarily in the ideology of Os Lusiadas (the episode of Adamastor) and secondarily in the chronicles of Gomes Eanes de Zurara. It proposes that Adamastor is a figure of Renaissance melancholy (in both somatic and prophetic terms) and, as such, represents a melding of interior and exterior forms of consciousness or knowledge. Africa and the Moor function in Camoes as an index of the “strange,” a principle of Camonian epic in which the foreign and the alien are repeatedly inscribed into expansionist thought and therefore are an integral component to it. Zuraras chronicles establish Africa as a primordial space of imperialism and its attendant historiographic discourse under the sign of Saturn, planet of time and melancholics. Os Lusiadas contains at its core a terrifying eruption of monstrosity. Adamastor, arguably Camoes’s most controversial poetic creation, emerges from a roiling tempestuousness at the southern tip of Africa to deliver his notorious prophecies of doom and to grieve autobiographically over the impossibility of reciprocated love from a sea goddess. When Vasco da Gama interrogates the apparition with the terse “Quern es tu?” (V, 49, iii), 1 Adamastor writhes under the weight of the question he would, we gather, prefer not to answer but must, like many of the shades who are compelled to respond to Dante throughout the Inferno. 2 With an “espantoso e grande brado,” Adamastor states: “Eu sou aquele oculto e grande Cabo / A quern chamais vos outros Tormentorio” (V, 50, i-ii), adding that “Aqui toda a — 108 PORTUGUESE LITERARY & CULTURAL STUDIES 9 Africana costa acabo / Neste meu nunca visto Promontorio” (V, 50, v-vi).
    [Show full text]