PARNASIANISMO

1. (Ufrgs 2006) Com relação ao Parnasianismo, são feitas as seguintes afirmações.

I - Pode ser considerado um movimento anti-romântico pelo fato de retomar muitos aspectos do racionalismo clássico. II - Apresenta características que contrastam com o esteticismo e o culto da forma. III - Definiu-se, no Brasil, com o livro "Poesias", de , publicado em 1888.

Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

2. (Ufu 2006) Leia o trecho seguinte, de "Triste fim de Policarpo Quaresma", que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

"- Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac - conhecem? - quis fazer- me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac. A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...) - (...) vou cantar a Promessa, conhecem? - Não - disseram os dois irmãos. - Oh! Anda por aí como as "Pombas" do Raimundo." Lima Barreto. "Triste fim de Policarpo Quaresma".

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA. a) Olavo Bilac e Raimundo Correia deram vazão à sensibilidade pessoal, evitando como compromisso único o esmero técnico e produziram uma poesia lírica amorosa e sensual (Olavo Bilac), marcada por uma certa inquietação filosófica (Raimundo Correi. b) Bilac (Olavo Bilac), Raimundo (Raimundo Correia) e formaram a "tríade parnasiana" da literatura brasileira, escrevendo uma poesia de grande qualidade técnica, que concebia a atividade poética como a habilidade no manejo do verso. c) O Parnasianismo, pela supervalorização da linguagem preciosa, pela busca da palavra exata, do emprego da rima rica e da métrica perfeita, foi um estilo literário de curta duração que se restringiu à elite literária do . d) Assim como Ricardo, que deseja "a palavra que o violão pede", Lima Barreto acreditava que a linguagem literária clássica, formal, não era adequada para o tipo de literatura que produzia: marcada pela visão crítica, pela objetividade da denúncia, pela simplicidade comunicativa.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: TEXTO 1

Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida, Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras Debaixo dos laranjais!

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PARNASIANISMO

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TEXTO 2

Oh que saudades que eu tenho Da aurora de minha vida Das horas De minha infância Que os anos não trazem mais Naquele quintal de terra! Da Rua de Santo Antônio Debaixo da bananeira Sem nenhum laranjais (Oswald de Andrade)

TEXTO 3

O chi sodades che io tegno D'aquillo gustoso tempigno Ch'io satava o tempo intirigno Brincando c'oas mulecada. Che brutta insgugliambaçó, Che troça, che bringadêra, Imbaxo das bananêra, Na sombra dus bambuzá. (Juó Bananere)

TEXTO 4

Ai que saudades eu tenho Dos meus doze anos Que saudade ingrata Dar banda por aí Fazendo grandes planos E chutando lata Trocando figurinha Matando passarinho Colecionando minhoca Jogando muito botão Rodopiando pião Fazendo troca-troca (Chico Buarque)

3. (Espm 2006) Quanto aos aspectos formais dos poemas, marque a opção INCORRETA: a) O único com versos metrificados é o texto 1, versos redondilhos maiores ou heptassílabos. b) A presença de rimas ricas nos texto 1 e 2 (mais/laranjais) aproxima os respectivos autores ao Parnasianismo.

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PARNASIANISMO c) O vocabulário antiacadêmico dos textos 3 e 4 são marcas bem características de fases do Modernismo. d) Apesar de modernistas, os textos 2, 3 e 4 apresentam algumas rimas, elemento nem sempre valorizado por seus contemporâneos. e) A ausência de pontuação dos textos 2 e 4 e a falta de concordância em "nenhum laranjais" são características do antiacademicismo do séc. XX.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: No meio disso, a que vinha agora uma criança deformá-la por meses, obrigá-la a recolher-se, pedir-lhe as noites, adoecer dos dentes e o resto? Tal foi a primeira sensação da mãe, e o primeiro ímpeto foi esmagar o gérmen. Criou raiva ao marido. A segunda sensação foi melhor. A maternidade, chegando ao meio-dia, era como uma autora nova e fresca. Natividade viu a figura do filho ou filha brincando na relva da chácara ou no regaço da aia, com os três anos de idade, e este quadro daria aos trinta e quatro anos que teria então um aspecto de vinte e poucos... Foi o que a reconciliou com o marido. (Esaú e Jacó, de )

4. (Espm 2006) Considerando os aspectos histórico-literários, pode-se afirmar que o texto: a) Apresenta aspectos do Barroco por mostrar os conflitos existenciais da personagem influenciada pela religiosidade (daí o título da obra "Esaú e Jacó"). b) É coerente com o padrão do Realismo ao enfocar uma crítica social à questão da rejeição da maternidade e o consequente abandono dos filhos. c) Está contra o padrão do Romantismo, imediatamente anterior à obra, uma vez que não idealiza o instinto maternal e a mulher. d) Tem afinidade com o Naturalismo ao enfatizar o Determinismo biológico e as personagens patológicas. e) Faz sintonia com a poesia do Parnasianismo, pois apresenta a obsessão pela forma no vocabulário e o tema clássico greco-latino.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: AS VELHAS ÁRVORES

"Olha estas velhas árvores, - mais belas, Do que as árvores moças, mais amigas, Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera e o inseto à sombra delas Vivem livres de fomes e fadigas; E em seus galhos abrigam-se as cantigas, E alegria das aves tagarelas...

Não choremos jamais a mocidade! Envelheçamos rindo! Envelheçamos Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade, Agasalhando os pássaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem!" BILAC, Olavo. Obra reunida, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996, p. 336.

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5. (Ufrrj 2006) Quanto à forma, destaque uma característica do Parnasianismo presente no poema.

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Gabarito:

Resposta da questão 1: [C]

Resposta da questão 2: [C]

Resposta da questão 3: [B]

Resposta da questão 4: [C]

Resposta da questão 5: Uma das características é justamente o culto à forma: trata-se de um soneto em decassílabos, com rimas opostas, depois alternadas.

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