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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IMAGEM E SOM

JOÃO MIGUEL VALENCISE

A CHEGADA DO SOM NOS CINEMAS DE SÃO PAULO SEGUNDO A FOLHA DA MANHÃ (1928-1933)

SÃO CARLOS 2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IMAGEM E SOM

JOÃO MIGUEL VALENCISE

A CHEGADA DO SOM NOS CINEMAS DE SÃO PAULO SEGUNDO A FOLHA DA MANHÃ (1928-1933)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som, na Área de Concentração Imagem e Som, como requisito parcial para a obtenção de grau de mestre em Imagem e Som.

Orientação: Prof. Dr. Arthur Autran Franco de Sá Neto

SÃO CARLOS 2012

Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária da UFSCar

Valencise, João Miguel. V152cs A chegada do som nos cinemas de São Paulo segundo a Folha da Manhã (1928-1933) / João Miguel Valencise. -- São Carlos : UFSCar, 2012. 197 f.

Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2012.

1. Cinema - história. 2. Som. 3. Cinema sonoro. 4. Cinema brasileiro. 5. Mercado cinematográfico. I. Título.

CDD: 791.4309 (20a)

Dedico este trabalho a Simone Aparecida Andrade, companheira que me incentivou e me permitiu vivenciar os dois anos desta experiência e à memória de meu pai, Antonio Angelo Valencise, presente em parte do percurso.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Arthur Autran Franco de Sá Neto, pela orientação e, principalmente, pela dedicação dispensada à minha formação nesta nova área de conhecimento. Aos participantes da minha banca de qualificação, Prof. Dr. Carlos Roberto de Souza e Profa. Dra. Luciana Sá Leitão Corrêa de Araújo, pelo carinho dispensado, pela crítica e pelas sugestões tão valiosas à concretização deste trabalho. A Profa. Dra. Maria do Rosário Valencise Gregolin e Prof. Dr. José Angelo Rodrigues Gregolin pela força, pela troca de experiências madrugadas adentro e pela acolhida em sua residência nestes dois anos de idas e vindas a São Carlos. Ao Prof. Dr. Fernando Dias Andrade pelo apoio, pela iniciativa de me presentear com os livros da bibliografia indicada para meu exame de ingresso no Mestrado, pelas dicas, pela dedicação e pela revisão final desta dissertação. A Profa. Dra. Izadora Gregolin pelas conversas, dicas, cafés e caronas. A Marília Valencise Magri, que no final de uma gravidez e de seu próprio doutoramento, ainda arrumou tempo para se dedicar à primeira revisão desta dissertação. Aos professores do PPGIS - Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som, com quem tive o prazer de dividir minha emoção de mergulhar no universo cinematográfico e a todos os colegas que direta ou indiretamente contribuíram para meu crescimento como pessoa e como pesquisador. A minha mãe, Ruth da Silva Valencise, meus irmãos e sobrinhos, que acompanharam em grande parte, esta minha aventura de voltar à Academia. Ao meu filho, Pier Valencise, pela força!

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...... 9 1 O SOM NO CINEMA...... 12 1.1 As tecnologias que permitiram unir o som às imagens em movimento...... 12 1.1.1 Os primeiros tempos...... 12 1.1.2 A chegada das tecnologias de som ao cinema...... 20 1.1.3 O projetor cinematográfico sonoro e seu funcionamento...... 27 2 O SOM NOS CINEMAS DE SÃO PAULO...... 31 2.1 O cinema e a cidade de São Paulo no final dos anos 1920...... 31 2.2 A Configuração do mercado exibidor paulistano em 1929...... 36 2.2.1 Empresa Brasil de Cinema...... 40 2.2.2 Empresas Cinematográficas Reunidas...... 41 2.2.3 Sociedade Anônima Empresa Serrador...... 41 2.2.4 Outras empresas que operavam no mercado paulistano...... 42 2.3 A marcha das adaptações das salas de cinema...... 43 2.3.1 O som desceu a Brigadeiro: o Cine Paramount...... 45 2.3.2 A adaptação do mercado ao cinema sonoro...... 50 2.3.3 O Edifício Martinelli abriga um grande cinema: o Cine Rosário... 56 2.3.4 Mais cinemas vão se adaptando aos novos tempos...... 62 2.3.5 O abandono da exibição de fitas silenciosas...... 68 3 OS VÁRIOS FORMATOS DE EXIBIÇÃO DE FILMES ENTRE 1928 E 1934. 73 3.1 Filmes silenciosos exibidos em combinação com espetáculos de palco...... 76 3.2 Filmes silenciosos acompanhados de música especial e partituras próprias executadas ao vivo...... 78 3.3 Filmes silenciosos dos quais foram feitas posteriormente versões sonorizadas...... 81 3.4 Filmes sonoros exibidos silenciosamente em cinemas que ainda não possuíam equipamentos com som...... 83 3.5 Filmes sonoros exibidos com som original em inglês, francês, alemão e italiano...... 84 3.6 Filmes sonoros exibidos com som original acompanhados de cartelas legendadas...... 88 3.7 Filmes falados exibidos com programa distribuído na porta com a tradução das falas...... 88 3.8 Filmes exibidos com ou com narração gravada em português...... 89 3.9 Filmes sonoros exibidos em versões espanholas...... 89 3.10 Filmes sonoros com legendas sobrepostas...... 92 3.11 Filmes estrangeiros exibidos em português...... 94 4 O CINEMA NACIONAL NAS SALAS DE EXIBIÇÃO PAULISTANAS NESTE PERÍODO 1928/1933 ...... 96 4.1 Um filme brasileiro sincronizado...... 99 4.2 Oduvaldo Vianna e o cinema falado no Brasil...... 103 4.3 Empresa Metrópole – Indústria Brasileira de Películas de Arte..... 106 4.4 Outros filmes nacionais e o silêncio de 1932...... 109 4.5 Os equipamentos nacionais e a contrafação...... 113

4.5.1 Equipamentos nas produções de películas brasileiras sonoras...... 113 4.5.2 Equipamentos projetores nacionais e a contrafação...... 115 5 CONCLUSÃO...... 119 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...... 124 WEBGRAFIA...... 127 FILMOGRAFIA...... 128 CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS...... 187 ANEXOS...... 190

RESUMO

A presente dissertação centra-se no estudo e observação do período de transição entre o filme silencioso e o sonoro nas salas de cinema da cidade de São Paulo, registrado nas páginas do jornal Folha da Manhã entre 1928 e 1933. Ela tem como objetivo investigar e compreender como se processaram as adaptações do mercado exibidor a esta nova tecnologia. Além da questão especificamente tecnológica, incluindo-se a disponibilização de equipamentos nacionais de projeção, este estudo buscou lançar um olhar mais amplo sobre diversos aspectos envolvidos neste processo, tais como as diversas formas de apresentação do produto cinematográfico, a presença do cinema nacional na década de 1920 e a conformação do mercado de filmes na capital paulista.

Palavras-chave: Som, cinema sonoro, cinema brasileiro, mercado exibidor.

ABSTRACT

This dissertation focuses on study and observation of the period of transition from silent to sound films in movie theaters at São Paulo City, as recorded by the pages of Folha da Manhã newspaper between 1928 and 1933. It aims to investigate and understand how adaptations to this new technology were proceeded in exhibitors’ market. Besides this strictly technical question (including the availability of national projection equipment), this study sought to offer a narrower look at several aspects related to this process, such as the several ways of presentation of the cinematographic product, the presence of national movie pictures at the 1920s and the conformation of movie market at São Paulo state capital.

Keywords: Sound, sound films, Brazilian movie pictures, exhibitors’ market.

9

INTRODUÇÃO

Esta dissertação versa sobre a questão histórica das tecnologias que permitiram a chegada do som às telas dos cinemas brasileiros, mais especificamente na cidade de São Paulo, e busca compreender a maneira como o mercado exibidor paulistano se adaptou às exigências do cinema sonoro. Apesar de fazer referência às primeiras invenções, inovações e experimentações com relação ao desenvolvimento tecnológico que permitiu a sincronização do som às imagens fixadas na película cinematográfica perfazendo um esboço desta história, o foco principal do trabalho relaciona-se com o momento de transição entre o cinema silencioso e o sonoro nas salas de exibição da cidade de São Paulo. A sistemática foi a de detalhar essa experiência tanto em termos de configuração de mercado, como de equipamentos, empresas exibidoras, pessoal técnico envolvido e qualidade das salas de exibição no momento da estreia das produções ali exibidas. Na medida do possível, a pesquisa também procurou levantar a carreira das produções nacionais nas salas de cinema paulistanas dentro neste período. No primeiro capítulo, O som no cinema, o recorte considerou a questão do desenvolvimento tecnológico que permitiu a sincronização do som às imagens e o objetivo foi o de fornecer ao leitor um panorama dessa história. Descrever a evolução dos equipamentos ao longo dos primeiros trinta anos da história do cinema teve o objetivo principal de indicar a tecnologia efetivamente utilizada na cidade de São Paulo, de modo a permitir a compreensão das dificuldades encontradas com a mudança e a adaptação ao novo sistema de projeção. No capítulo O som nos cinemas de São Paulo o propósito foi o de fazer uma leitura histórica da maneira como se deu a passagem e a adaptação dos cinemas paulistanos à chegada do cinema sonoro. A idéia central foi a de fornecer um painel tanto da configuração do mercado de cinema da cidade naquele momento quanto dos vários aspectos envolvidos na transição. Desta forma optamos por distribuir cronologicamente os fatos em blocos temáticos, contemplando: a configuração do mercado exibidor paulista; empresas exibidoras e salas de exibição; o avanço sistemático e geográfico da adaptação das salas de cinema na cidade; aspectos do debate que se travou neste período sobre o filme falado; os projetores nacionais e as várias modalidades de exibição de filmes neste período. O objetivo foi demonstrar como se 10 partiu de uma modalidade de exibição, denominada cinema silencioso, e se passou por várias formas de exibição até chegar, efetivamente, ao cinema sonoro. Em Os vários formatos de exibição a idéia central foi a de demonstrar as várias formas de apresentação do espetáculo cinematográfico e, no capítulo 4, O cinema nacional nas salas de exibição paulistanas no período 1928/1934, o objetivo foi o de contrapor a experiência da produção nacional noticiada pelo jornal Folha da Manhã, aos acontecimentos que marcaram a transição do cinema silencioso para o sonoro na cidade de São Paulo. Como fontes primárias foram utilizadas as edições do jornal Folha da Manhã, no período entre 1928 e 1933, periódico que compunha, em conjunto com a Folha da Noite, aquilo que os paulistanos conheciam como as “Folhas”. Ambos circularam até dezembro de 1959, quando foram substituídos pela atual Folha de S. Paulo. A Folha da Noite começou a circular no dia 19 de fevereiro de 1921 e a Folha da Manhã, no dia 1 de julho de 1925. Todas as edições desses jornais encontram-se disponíveis em acervo digital na internet. O recorte da presente pesquisa iniciou-se em 1928, quando a cidade de São Paulo se preparava para receber a novidade do cinema sonoro, e se estendeu até o final de 1933, quando o circuito exibidor principal deixou de exibir filmes silenciosos. O objetivo foi o de compreender como o mercado, o público e os produtores nacionais reagiram à novidade. Todo o esforço de leitura das páginas da Folha da Manhã foi no sentido de analisar o empenho dos jornalistas e redatores para pontuar e compreender as novidades que estavam surgindo nas salas de exibição de cinema. Tarefa difícil porque a novidade do cinema sonoro, cantado, falado e sincronizado, vinha embalada por uma aura de mistério criada pela própria indústria para proteger as patentes dos equipamentos americanos daquilo que os próprios jornalistas da época, chamavam de “curiosidade nata dos latinos do sul”. Por outro lado, a novidade do cinema sonoro chegou à capital paulista estreitamente vinculada aos equipamentos das salas de projeção, tornando-se ele, o equipamento, um protagonista nesta história. Não são raras as reportagens sobre inauguração de salas ou de adaptação de cinemas ao sistema sonoro em que o equipamento é devidamente nominado e discriminado. Há matérias tratando exclusivamente da qualidade, do funcionamento e do preço destes equipamentos, além de outras que questionam a qualidade acústica das salas. 11

O presente processo resultou em um acervo de 2.000 recortes relativos aos interesses da pesquisa, que foram devidamente datados, catalogados e transformados em arquivos digitais. A obrigatoriedade de leitura deste material se deveu ao fato de que, apesar do acervo da Folha de S. Paulo permitir busca em sua base de dados, grande parte deste arquivo se constitui de imagens que a pesquisa não teria condições de revelar. São gravuras de publicidades dos filmes, detalhes em fotografias, composições de textos sobre imagens, propagandas de equipamentos que a pesquisa tanto por palavras-chave quanto detalhada por período, não conseguiria apresentar como resultado. Salientamos também que a leitura deste material foi feita de maneira distinta para os vários tipos de material: quando se tratava de uma reportagem que estava cobrindo algum fato, quando era a palavra de algum crítico ou especialista no assunto ou quando se tratava de publicidade paga pelas distribuidoras e exibidores, cuja principal finalidade era vender seu produto. Todo este material foi, o tempo todo, contraposto a outras fontes de informação, de modo a complementar as lacunas nele existentes. Os dados estatísticos aqui apresentados foram colhidos do Anuário Estatístico do Brasil, publicado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para complementação dos dados referentes aos filmes em exibição na cidade e citados nesta dissertação durante este período, anexamos uma filmografia com os principais dados técnicos de produção. Ao escolhermos a periodização em nossa pesquisa (1928-1933), sabíamos que ela, por si só, não responderia a todos os aspectos do universo da adaptação do cinema brasileiro ao som. Porém, acreditamos termos nos aproximado um pouco mais de algumas respostas para a questão da evolução da tecnologia sonora dentro da história de produção e da exibição no cinema nacional, incluindo neste universo dados e aspectos sonoros ligados exclusivamente ao mercado exibidor. 12

1 O SOM NO CINEMA

1.1 As tecnologias que permitiram unir o som às imagens em movimento.

1.1.1 Os primeiros tempos

Antes de nos debruçarmos sobre as questões que envolveram o surgimento da fala devidamente sincronizada no cinema (1926-1929), é necessário que tenhamos claro que os filmes sonoros foram uma possibilidade muito antes de serem uma realidade. Possibilidade, porque as primeiras invenções de Tomas A. Edison já previam a exibição de imagens acompanhadas de algum tipo de som. Possibilidade, porque, na história do cinema silencioso, o som esteve presente em algumas formas de exibição, seja nos acompanhamentos musicais realizados por eletrolas, pianistas ou orquestras, seja nas dublagens feitas por atores escondidos atrás da tela. Alberto Cavalcanti inicia o capítulo sobre o som no cinema em seu livro Filme e realidade considerando: Para um estudo razoável do filme sonoro é preciso voltar ainda uma vez, aos primeiros tempos do cinema. A história do som no cinema começa com a invenção deste último. Em nenhum período da sua evolução, foi costume mostrar filmes ao público sem um acompanhamento sonoro qualquer e assim podemos dizer que o filme realmente silencioso nunca existiu1.

Em estudos mais recentes, Rick Altman (1996) contesta esta afirmação considerando e comprovando que entre as várias formas de exibição vigentes no período do primeiro cinema existia aquela que era completamente silenciosa. Neste texto Altman também aponta a citação de Alberto Cavalcanti considerando que ele, entre outros historiadores, seguia um certo “cartesianismo empírico”:

Instead of assuming that there is no sound until we have solid evidence to support its existence, scholars regularly reverse the logic. Since a continuum has been posited connecting nineteenth-century stage music to twentieth- century picture palace music, it is reasonable to assume that early films must always have enjoyed some type of musical accompaniment. Therefore, we will assume silent music present until it is proven absent2.

1 CAVALCANTI, Alberto. Filme e Realidade. Rio de Janeiro. Artenova/EMBRAFILME, 1976, p. 135. 2 ALTMAN, Rick. The silence of the silents. The Musical Quartely vol 80. Oxford University Press, 1996, p. 656: “Em vez de assumir que não há som até que tenhamos provas sólidas para apoiar a sua existência, os acadêmicos regularmente usam a lógica inversa. Desde que um continuun foi postulado na conexão da música de palco do século XIX com a música de cinema do século XX é razoável supor que 13

Considerando a hipótese de Rick Altman de que de fato tenha havido exibições completamente silenciosas de cinema, sejam elas intencionais ou meramente condicionadas à falta de tecnologia, e que em outras ocasiões o acompanhamento de piano ou de orquestra tenham sido imprescindíveis, o que nos interessa compreender é a importância que a busca por uma exibição de imagens em movimento acompanhadas de som adquiriu ao longo dos primeiros 25 anos do século XX no movimento dos mercados de cinema. A intenção deste capítulo não é a de traçar uma genealogia completa das várias tecnologias que permitiram a gravação e reprodução do som, mas a de propor um entendimento dos aspectos tecnológicos que possibilitaram a existência de uma nova forma de exibição do filme, a sonora. Para isso e sempre que possível, trataremos tanto dos equipamentos de captação e registro do som na película ou em disco quanto daqueles referentes à exibição nas salas de cinema. As tecnologias que possibilitaram a gravação e reprodução de som são posteriores àquelas que permitiram a fixação da imagem. Os primeiros registros relacionados às pesquisas com gravação Figura 1: O Fonoautógrafo de som remontam ao ano de 1857, com o aparecimento do fonoautógrafo de Édouard-Léon Scott de Martinville (1817-1879), o primeiro a conseguir uma representação gráfica do som. Este equipamento não reproduzia o som, apenas captava e registrava as vibrações sonoras sobre uma folha que podia ser

Fonte: http://peteletrica.blogspot.com de papel, madeira ou vidro, enegrecida de fuligem e enrolada em um cilindro rotativo (Figura 1). Em 2008, técnicos americanos conseguiram extrair de uma dessas notações do fonoautógrafo, de 1860, o som de uma canção francesa (Au clair de la lune), tornando-se esta a gravação de som mais antiga de que se tem notícia. A gravação e a devida reprodução de um som, na prática, somente foram conseguidas em 1887 com o Fonógrafo de Tomas A. Edison. Este equipamento

os primeiros filmes sempre devem ter tido algum tipo de acompanhamento musical. Portanto vamos assumir a música do cinema mudo sempre presente até que se prove ausente”. 14 consistia em uma corneta com um diafragma que movia um estilete sobre uma folha de papel revestida de estanho e presa a um cilindro rotativo.

Figura 2: O fonógrafo Os sons recolhidos pela corneta faziam vibrar o diafragma, movendo o estilete que gravava as vibrações, em sulcos, no estanho. Para a reprodução dos sons gravados era aplicado o processo inverso (Figura 2)3. A publicação paulista Echo Fonográfico, em sua edição de 22 de janeiro de 1904, traz uma notícia informando que o professor Oskar Messter4 havia realizado uma sessão no Teatro Apollo, de Berlim, com Fonte: http://peteletrica.blogspot.com um equipamento de sua invenção que aplicava um fonógrafo a algumas cenas animadas na qual “[...] a mais aperfeiçoada foi o quarteto da ópera “Fausto”, em que os personagens pareciam cantar e se moviam como artistas de carne e osso[...]”5. Esta evidência, ao lado de inúmeras outras, apenas comprova que a exibição no cinema silencioso não era uniforme e muito menos obedecia a um único formato nas várias partes do mundo. Rick Altman nos lembra que a exibição de alguns filmes exigia a presença de um acompanhamento musical, mas que não podemos generalizar nem tampouco garantir que a simples presença de um piano ou de uma eletrola no recinto de exibição seja indício de que estes equipamentos estivessem ali para o acompanhamento de filmes. Altman argumenta que e exibição cinematográfica fazia parte de um espetáculo de variedades combinado com teatro, dança e atos circenses que também se utilizavam destes mesmos instrumentos e equipamentos6. Compreender a lógica de funcionamento desses espaços ao longo dos primeiros anos do século XX nos ajuda a compreender a rede de interesses envolvida no desenvolvimento e produção das tecnologias que permitiram a instalação do cinema como hoje o conhecemos. Para os pesquisadores de cinema da linha “economicista”, as histórias tradicionais buscam traçar um curso linear de eventos que conduzem inevitavelmente ao primeiro filme sonoro sincronizado, ignorando inúmeras facetas do processo, inclusive

3 ROBERT, Antonio Robert. Manual de Proyección Cinematográfica Sonora. Barcelona: José Montesó Editor, 1937, p. 135. 4 O alemão Oskar Messter havia patenteado em 1903 o sistema Auxtephone que utilizava amplificadores de ar comprimido para alimentar alto-falantes especiais. 5 Novo sucesso do fonógrafo. Revista Echo Fonográfico. São Paulo, jan. 1904, p. 5, http://www.arquivoestado.sp.gov.br/upload/pdfs/EP19040122.pdf. Acesso em 12 de janeiro de 2012. 6 ALTMAN, Rick. The silence of the silents. The Musical Quartely vol 80. Oxford University Press, 1996, pp. 648 - 718.

15 aquelas de ordem ideológica e econômica. Douglas Gomery7 propõe uma história baseada na teoria neoclássica da economia que situe a técnica dentro de um amplo contexto econômico. Propõe a leitura dessa história em três fases distintas: invenção, inovação e difusão, explorando principalmente o papel das empresas envolvidas nas pesquisas de tecnologia de som, preocupadas em controlar patentes e aumentar seus lucros. A ideia desta cadeia proposta por Gomery reúne, na primeira fase (invenção), o inventor ou o pesquisador que desenvolve a ideia do produto; na segunda (inovação), a indústria que, com seu poder econômico, tem condições de capitalizar o produto e na terceira (difusão), as empresas que se utilizarão da tecnologia. Dizíamos acima que os filmes sonoros foram uma possibilidade antes de ser uma realidade, fato que Thomas Edison já apontava Figura 3: O Kinetophone de Edison. em seus escritos de 1895:

No ano de 1887, me ocorreu a idéia de que era possível desenvolver um instrumento que fizesse para o olho o que o fonógrafo faz para o ouvido, e que isso se daria pela combinação dos dois. Ambos, movimento e som, poderiam ser gravados e reproduzidos simultaneamente8.

A princípio, Edison tentou desenvolver o Phono-Kinetoscope (Figura 3), um projetor para som e imagem, e a Kineto-Fonograph, a câmera que também combinava essas características. Durante o processo de construção do aparelho, ele

Fonte: BUHLER James, NEUMEYER David, percebeu as dificuldades que teria com essa DEEMER Rob. ( 2010, p. 280) combinação e resolveu apresentar em 1894 um modelo mais simples. W.K.L. Dickson, além de ser o principal assistente de Edison no desenvolvimento dos equipamentos, é junto com sua irmã, Antonia Dickson, autor da biografia de Thomas Edison e podemos vê-lo, na figura 4 (personagem com o violino à esquerda), em um filme sonoro experimental de 1894, tentando gravar o som de um

7 GOMERY, Douglas. “The coming of sound: Technological change in the American film industry”. In: WEIS, Elisabeth; BELTON, John (Coord.). Film Sound, Theory and Practice. . Columbia University Press. 1985, pp. 5-24. 8 Apud COSTA, Fernando Morais da. O som no Cinema Brasileiro: revisão de uma importância indeferida. Tese de doutoramento. Rio de Janeiro, UFF, 2006, p. 26. 16

Figura 4: William Kennedy Dickson. violino enquanto a câmera registrava os passos de dança de dois assistentes9. O Kinetoscope de Edison apenas fornecia um acompanhamento musical enquanto o espectador assistia a uma espécie de peep- show10. O som era ouvido por meio de fones semelhantes a um estetoscópio, conectados a um diafragma que conduzia a vibração Fonte: BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. ( 2010, p. 279) produzida a partir da gravação em um cilindro. Os cilindros de gravação desenvolvidos por Edison eram recobertos por uma folha de papel de estanho e tinham uma utilização limitada, curta duração (cerca de 1 minuto) e volume de áudio extremamente baixo. Ainda em 1887 Edison substituiu o estanho por cera mineral mas continuou insistindo nos cilindros. Em 1888, Emile Berliner, que dez anos antes havia inventado o microfone, substituiu os cilindros por discos planos de 33 centímetros de diâmetro por 6,4 centimetros de espessura. Em 1900, o engenheiro dinamarquês Valdemar Poulsen apresentou o sistema de gravação magnética que denominou de “Telegraphone”, por meio do qual o som captado era fixado magneticamente em um fio de metal ao passar por um eletroímã. Três anos depois, em 1903, o alemão Oscar Messter apresentava seu sistema Auxtephone e nele, além de utilizar as melhorias das experiências anteriores, já apareciam os amplificadores de ar comprimido que alimentavam os alto-falantes. A junção desses vários sistemas resultou em um aperfeiçoamento considerável no gramofone, de modo que já no início de 1904 um modelo doméstico de reprodução mecânica de discos já estava à venda em São Paulo, nas melhores casas do ramo. Nestes primeiros anos, tanto os pesquisadores quanto a indústria envolvida no desenvolvimento de equipamentos de áudio estavam interessados principalmente na tecnologia de telefonia, área na qual melhorias na qualidade tanto do microfone quanto do alto-falante eram imprescindíveis.

9 BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and Sound in Film History. New York: Oxford University Press, 2010, p. 279. 10 GOMERY, Douglas. “The coming of sound: Technological change in the American film industry”. In: WEIS, Elisabeth; BELTON, John (Coord.). Film Sound, Theory and Practice. New York. Columbia University Press. 1985, p. 6. 17

As pesquisas com gravação em disco continuaram até que, em 1907, a Columbia Gramophone apresentou ao público o disco de dupla face e com a espessura de um centímetro. O fonógrafo já era uma realidade e juntar esta descoberta às imagens de cinema tornou-se um desafio. O Chronophone foi apresentado por Leon Gaumont à Sociedade Francesa de Fotografia, em 1902, e consistia de um projetor conectado a dois fonógrafos por uma série de cabos. Gaumont foi o primeiro pesquisador a garantir patentes para um sistema de alto-falantes para filmes, além de ser também o primeiro a sugerir a colocação deles atrás da tela. A apresentação do Chronophone no Hipódromo de Londres em 1907 impressionou sensivelmente a Motion Picture Patents, que a licenciou para os Estados Unidos. Em 1907, Lee de Forest, um graduado da Universidade de Yale, registrou uma patente para um tubo eletrônico revolucionário: era a apresentação da válvula eletrônica. Usando a invenção recente de Ambrose Fleming, um “diodo termiônico”11, Forest adicionou um terceiro eletrodo como uma grade de controle que permitia a um sinal de áudio modular no fluxo de elétrons. Ele chamou seu novo tubo de Audion e descobriu que com este poderia proporcionar amplificação. Esta patente, mais do que qualquer outra, abriu caminho para o desenvolvimento dos amplificadores de áudio. Lee de Forest trabalhou como produtor e diretor de curtas-metragens e documentários entre 1921 e 1928 e sua maior preocupação era com a sincronização do som, tendo desenvolvido em 1923 um sistema chamado . O Chronophone de Gaumont chegou aos Estados Unidos em 1907, mas apresentava vários problemas. O primeiro deles dizia respeito à amplificação: o uso de ar comprimido como sistema de amplificação de som fazia com que o volume reproduzido pelo aparelho ficasse excessivamente baixo, impedindo-o de cobrir, razoavelmente, as dimensões de uma sala de cinema modesta, tornando-o comercialmente inviável. O segundo problema técnico tinha relação direta com as frequências mais altas de reprodução em que as sibilantes em “s” causavam uma dificuldade enorme na inteligibilidade das palavras. Outro problema era o comprimento de um disco de som que não ultrapassava 5 minutos, obrigando os exibidores a

11. A origem do “diodo termiônico” remonta às experiências de Thomas Alva Edison, que em 1883 descobriu e formulou as bases do que hoje conhecemos como “efeito Edison ou efeito termiônico”. J.A. Fleming foi o físico inglês a formular a primeira aplicação prática desse efeito, criando uma válvula que é a origem do diodo (1904). A partir desta formulação, Lee de Forest acrescentou um terceiro eletrodo, criando a válvula triodo, utilizada na amplificação de sinais. 18 instalarem e se alternarem entre dois Chronophones para garantir um tempo razoável de exibição sem interrupção. Gaumont chegou a retornar aos Estados Unidos em 1913 para uma segunda tentativa com algumas modificações que ele havia feito no aparelho, mas foi recebido com pouco entusiasmo por parte dos exibidores. O fracasso, apesar de todos os problemas apontados no Chronophone, foi de ordem econômica e os exibidores logo substituiram o aparelho pelos Talking Pictures, atores postados atrás da tela, dublando as imagens12. De acordo com Fernando Morais da Costa, o Chronophone de Gaumont chegou ao Rio de Janeiro dois anos depois de sua invenção e estreou em 26 de novembro de 1904 com o nome de “cinematógrafo falante”, segundo dados coletados por Vicente de Paula Araújo: A Gazeta de Notícias informa que foram exibidos filmetes franceses onde “as figuras animadas falam e contam com uma verdade assombrosa”(apud ARAÚJO, 1986, pp.160-161) No intervalo entre 1904 e 1908 alguns modelos similares chegaram ao Rio de Janeiro, garantindo a continuidade dos “filmes falantes”. Aparelhos denominados, por exemplo, Syncrophone, ou Syncronoscopio lírico, conviveram, naqueles anos, com o Chronophone Gaumont13.

Em 1913 Thomas Edison apresentou sua segunda versão do Kinetophone, com um novo sistema de sincronização mecânica que incluia uma série de inovações, principalmente na tecnologia do microfone, que permitia a gravação simultânea do diálogo e da ação. Porém, a amplificação ainda era inadequada e havia a dificuldade de manter a sincronização. Leon Gaumont e Thomas Alva Edison não eram os únicos a manterem sistemas de sincronização no mercado. Havia inúmeras experiências circulando nesse período, mas o grande rival era o Cameraphone, invenção de E. Norton, para a American Gramophone Company. A questão era que em todos os sistemas existentes ainda permaneciam os três problemas fundamentais: (1) o alto preço do aparelho, (2) a amplificação continuava muito baixa, e (3) a sincronização não podia ser mantida por longos períodos de tempo14.

12 BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and Sound in Film History. New York: Oxford University Press, 2010, p. 281. 13 Apud COSTA, Fernando Morais da. O som no Cinema Brasileiro: revisão de uma importância indeferida. Tese de doutoramento. Rio de Janeiro: UFF, 2006, p. 229. 14 GOMERY, Douglas. “The coming of sound: Technological change in the American film industry”. In: WEIS, Elisabeth; BELTON, John (Coord.). Film Sound, Theory and Practice. New York. Columbia University Press. 1985, p. 7. 19

O Kinetophone de Edison chegou a ser vaiado em uma apresentação no Keith Union Square, na qual o som perdeu a sincronização em até 10-12 segundos. Em 1914, um incêndio destruiu a fábrica de Thomas A. Edison, que apesar de tê-la reerguido rapidamente, resolveu aposentar definitivamente seu aparelho. Edison não voltou a trabalhar no projeto do Kinetophone. A fabricação efetiva das primeiras unidades de alto-falantes foi projetada por engenheiros da área de telefonia, sendo aqueles basicamente os auriculares de telefones chamados de alto-falantes receptores. Nesse período havia, por parte das principais empresas do mercado, essa demanda, já que a Bell Telephone e a Electric nos Estados Unidos e a Siemens e Halske na Alemanha estavam empenhadas na busca por patentes com os amplificadores de áudio. Somente em 1919 parte do problema da amplificação foi resolvido, em razão da evolução e das pesquisas com as válvulas de rádio, e nesse mesmo ano os laboratórios Bell demonstraram seu sistema de registro de áudio com gravações obtidas eletricamente através de um microfone. Era o início de uma corrida contra o tempo por parte das empresas norte-americanas pela garantia das patentes no mercado. Em meados de 1920, estimuladas pelas possibilidades e descobertas para o sincronismo efetivo de sons e imagens, inventores e pequenas empresas começaram a pesquisar e investir na busca por uma solução, o que obrigou a união de dois gigantes corporativos, a RCA (uma subsidiária da General Electric) com a AT&T - American Telephone & Telegraph Corporation. Ambas possuíam um grande número de patentes ligadas à amplificação de som, tecnologia de rádio e telefonia e passaram a investir em pesquisas e a disponibilizar entre si informações para o desenvolvimento de uma solução viável à amplificação de som. A Warner Bros e a Fox Corporation adotaram as soluções apresentadas por essas empresas para uso prático em cinema. Até 1925 houve pouco avanço na qualidade dos alto-falantes, mas neste ano, Edward Kellogg e Chester Rice, que haviam sido engenheiros da General Electric Company, inventaram o primeiro alto-falante de bobina com um sistema magnético alimentado eletricamente. Este alto-falante superou seus antecessores na qualidade do som, sendo que a sua utilização logo se tornou universal. Kellogg foi um pesquisador que se preocupou com todos os aspectos do som de alta qualidade para cinema, tendo trabalhado em mecanismos de sistemas ópticos e elétricos, assim como com alto- falantes. Ao todo, Kellogg garantiu 107 patentes de suas invenções e desenvolvimentos.

20

1.1.2 A chegada das tecnologias de som ao cinema

As inovações tecnológicas desenvolvidas até o início dos anos 1930 contemplavam dois aspectos: a produção e a exibição. Na produção, os esforços eram todos no sentido de solucionar os problemas mais evidentes relacionados à captação e gravação (microfones, gravadores e câmeras). Na exibição, as empresas corriam para colocar seus produtos no mercado (projetores, amplificadores e alto-falantes). Mas é de se observar que muitas salas de exibição não possuíam nenhum tratamento acústico e que, na maioria dos casos, os exibidores não tinham sem condições financeiras para investir nos altos preços dos equipamentos de reprodução sonora disponíveis. No dia 6 de agosto de 1926, o sistema Vitaphone proposto pela Western Electric fazia a sua estreia em um

Figura 5: Programa inaugural do sistema Vitaphone (1926) programa de gala que iniciava com um discurso de Will H. Hays (Presidente da Motion Picture Producers and Distributors of America) e uma série de filmes musicais curtos, seguido do longa metragem Don Juan (1926), de John Barrymore15. Apesar de Don Juan ter sido produzido originalmente como um filme silencioso, Fonte: BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. ( 2010, p. 290) a Warner Bros resolveu, na última hora, incluir alguns sons sincronizados e uma peça orquestral assinada por David Mendonza e William Axt (Figura 5).

15 BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER Rob. Hearing The Movies: music and sound in film history. New York. Oxford University Press, 2010, p. 289. 21

Segundo Gomery16, em abril de 1926 a Warner Bros, Walter J. Rich17 e a Western Eletric haviam se unido para criar a Vitaphone Corporation que tinha como objetivo o desenvolvimento de filmes sonoros. A partir desse acordo a Western Eletric permitiria a utilização de seus equipamentos para a gravação e reprodução dos filmes e em troca a Vitaphone Corporation (Warner Bros) se compromentia a comprar uma quantidade anual de equipamentos daquela empresa. A primeira iniciativa da Vitaphone Corporation foi investir na busca por talentos18 e principalmente na publicidade de estreia do primeiro filme sonoro e resultou, por isso, na corrida para a sincronização de um filme já pronto, como era o caso de Don Juan. A exibição deste filme não causou grande surpresa no público já que era apenas uma adaptação de “som em disco”, que substituía as já conhecidas orquestras ao vivo. Em dezembro de 1926 esta parceria entre a Warner Bros e a Western Eletric se desfez e em fevereiro de 1927 as “majors” Loew (MGM), Universal, First National, Paramount e Producers Distributing Corporating assinaram um acordo, Figura 6: Sistema de projeção com viataphone conhecido como “Big Five Agreement” que, diante da variedade de sistemas existentes no mercado, tinha a incumbência de buscar uma solução mais racional para o problema. O sistema de projeção Vitaphone consistia de um fonógrafo acoplado mecanicamente a Fonte: http://parasemprehollywood.blogspot.com.br/ um projetor. Em destaque na Figura 6 podemos ver o prato giratório para os discos. Nesse sistema o prato do disco era conectado mecanicamente ao aparelho de projeção e acionado pelo movimento do mesmo motor que tracionava a película. Havia sobre o disco um ponto de partida e um

16 GOMERY, Douglas. “The coming of sound: Technological change in the American film industry”. In: WEIS, Elisabeth; BELTON, John (Coord.). Film Sound, Theory and Practice. New York: Columbia University Press, 1985, p. 12. 17 Walter J. Rich estava na Vitaphone Corporation porque tinha a garantia de um acordo de exploração comercial do sistema da AT&T com validade de nove meses. 18 A Vitaphone Corporation tinha um contrato com a Victor Talking Machine Company e com a Metropolitan Opera Company para a utilização dos artistas dessas duas empresas. 22 ponto igual no filme. Ambos deveriam ser movidos simultaneamente e conservar a todo momento um perfeito sincronismo, pois bastava uma mínima diferença (um oitavo de segundo) para tirar a projeção da sua sincronia. Paralelamente, corriam as experiências do sistema Movietone, de Theodore Case, proposto pela Fox, que ao contrário do Vitaphone, investia na gravação do som na própria película19. No método fotoelétrico do Movietone temos o sistema de densidade variável e o de área variável. O sistema de densidade variável consiste em linhas de várias densidades dispostas horizontalmente no espaço da película reservada à banda de som. A densidade das linhas, por outro lado, é o resultado da qualidade do som: se o som é brando as linhas serão mais transparentes; se mais marcadas, o som será mais forte (Figura 7).

Figura 7: Movietone: sistema de Densidade Variável

Fonte: Fonte: BUHLER , James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. ( 2010, p. 326).

No sistema de área variável o som é registrado na película por meio de oscilações formando uma imagem sobre o fundo transparente muito parecida com a de uma serra de dentes irregulares. Essa irregularidade é proporcional à densidade dos sons (Figura 8). Tanto no sistema de densidade variável quanto no de área variável a reprodução do som se dá do mesmo modo: um raio de luz passando através da banda sonora da película atinge uma célula foto-elétrica que produz variações na corrente. Tais variações, passando por um amplificador alcançam os alto-falantes que projetam o som.

19 Em parceria, a RCA e a General Electric desenvolveram entre 1922 e 1923, tecnologia para a gravação de som e imagem no mesmo suporte físico, ocupando 1,5 mm da borda de uma película de 35 mm. 23

Figura 8: Movietone: sistema de Área Variável

Fonte: Fonte: BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. ( 2010, p. 326).

No começo de 1927, tanto a Warner Bros. quanto a Fox mantinham produções regulares de filmes sonorizados e a Warner já anunciava que estava fazendo um filme com que teria algumas sequências sonoras sincronizadas e faladas. De fato, em 6 de outubro daquele ano, os espectadores tiveram a chance de assistir a uma sequência perfeitamente sincronizada no filme dirigido por Alan Crosland, , quando o jovem Jakie cantava no salão (na figura 10 o modelo de alto-falante utilizado no cinema na estréia do filme). O sucesso comercial de The jazz singer encorajou os outros estúdios a investirem em filmes falados e, em 1928, a RCA começou a competir no mercado de equipamentos para cinema, até então dominado exclusivamente pela Western Electric20. Na Figura 9, desenho esquemático de instalação do sistema da Western Electric para Vitaphone e Movietone:

20 BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and Sound in Film History. New York: Oxford University, 2010, p. 293. 24

Figura 9: Esquema de instalação do sistema sonoro Western Eletric

Fonte: ROBERT, Antonio Robert. (1937, p.149)

É importante lembrar que em 1928 a Bell Telephone Laboratories produziu um alto-falante de corneta (Figura 10.) com um mecanismo de bobina móvel qua fazia a condução a um diafragma com um sistema magnético. Isso propiciou uma eficiência de energia de aproximadamente 25%, o que permitiu que o som pudesse ser reproduzido em níveis muito mais altos e com melhor qualidade. Este fato foi extremamente importante, pois os amplificadores daquela época só tinham uma potência de 2 watts. Este protótipo foi utilizado para a estréia de The jazz singer no Teatro Warner em outubro, como parte do sistema de som em disco proposto pela Western Electric. O sucesso alcançado com o sistema proposto para a estreia de The jazz singer deu novo impulso às pesquisas que estavam sendo realizadas pela RCA nos Estados Unidos, Petersen na Dinamarca, Gaumont na França, Kalee na Inglaterra e Klangfilm na 25

Alemanha, concentrados na qualidade do som no Figura 10: Protótipo de alto-falante filme. É deste período, mais precisamente no ano de 1928, que data a alteração da velocidade de projeção de 16 para 24 quadros por segundo. Dezesseis quadros por segundo era sobretudo a velocidade de filmagem. A velocidade de projeção é que variava entre 16 e 24 quadros por segundo. Em novembro de 1928 os ecos dos acontecimentos no cenário cinematográfico norte- americano chegaram a São Paulo. É importante ressaltar a relação entre o desenvolvimento

Fonte: BUHLER, James; NEUMEYER, David; tecnológico e as adaptações sociais da linguagem DEEMER, Rob. ( 2010, p. 291.) nesse período, fato que não passou despercebido pela Folha da Manhã, na capital paulista. Em matéria de 18 de novembro de 1928, sob o título “O diccionario do film”21, o jornalista tenta compreender e traduzir para o público os diversos vocábulos que estavam surgindo em razão da evolução do cinema. Segundo a matéria e apenas para reunir vocábulos ligados ao som, destacamos:

“Amplifier - Aparelho elétrico semelhante aos receptores de rádio, que serve para a amplificação da voz durante as filmações vocalizadas.”; “Synchrony – O processo pelo qual se obtém a perfeita sincronização da cena ou ação com os diálogos ou sons nela existentes”; “Mixer – O composto dos aparelhos elétricos e o seu engenheiro ou eletricista, que mantém o volume de sons na frequencia desejada.”; “Monitor – O engenheiro que colocado no “set” fechado onde se está filmando, mantem-se em constante comunicação telefonica com os empregados na sala de controle de sons”; “Tank – Espécie de guarita à prova de som dentro da qual se coloca o fotógrafo para que os ruídos do mecanismo da “cámera” não se façam ouvir na pelicula filmada.”; “Mike – Graciosa contração de microfonio, aparelho usado nas difusões de rádio e na captação dos sons no filme falado.”; “Tormentor – Grande biombo à prova de som, que serve para fechar uma cena contra os ruídos exteriores.”;

21 “O dicionário do filme”. Folha da Manhã, São Paulo, 18 nov. 1928, p. 12. 26

“Interlock – Voz que indica o perfeito sincronismo do som e da ação.”; “Play-back – Processo de se repetir em disco semelhante aos do fonógrafo a dialogação de um filme para uso exclusivo do diretor, que por este meio corrige os defeitos de som que possam haver na película.; “Disc – O disco usado no processo de “play-back”.”; “Frequency – Termo de eletricidade que, neste caso, se refere as diferentes variações de som.”; “Sound-Proof – Todo o conjunto de uma cena protegida contra os ruídos exteriores.”.

Como dissemos acima, os objetivos e metas das várias pesquisas com desenvolvimento de tecnologias relacionadas ao som nem sempre correram paralelamente e nem se concentraram especificamente nos problemas de projeção e sincronização para o cinema. Em determinado momento da história, o que ocorreu foi que a indústria de equipamentos percebeu o potencial de lucros que poderia obter investindo no mercado cinematográfico. Uma coisa era o desenvolvimento de alto-falantes e microfones para rádio e telefonia. Outra, muito diferente, era a sua adaptação às grandes salas de exibição do mercado. O maior problemas dos alto-falantes existentes em 1929 era com relação à fidelidade do som nas baixas freqüências. A Bell Telephone Laboratories havia conseguido grandes avanços nesse sentido, mas ainda estava longe de ser o ideal para uma sala de exibição de grandes dimensões como estavam se constituindo os palácios de cinema. De fato – e estamos nos referindo ao mercado exibidor norte-americano – a passagem dos filmes silenciosos para os sonoros ocorreu entre 1926 e 1930, apesar de muitos dos problemas técnicos e estéticos ainda persistirem até 1933. Para se ter uma ideia de como isso aconteceu no mercado exibidor, no final de 1927 haviam apenas 157 cinemas, equipados com sistema sonoro nos Estados Unidos. No final de 1928, depois da RCA ter ingressado no mercado e estar competindo com a Western Electric, 4.000 salas estavam equipadas e, um ano depois, 8.000 salas já exibiam filmes falados. Vale lembrar que este número representava apenas 40% do total de salas de exibição do território norte-americano22. Com relação ao que dissemos acima sobre os problemas técnicos da produção de filmes sonoros terem persistido até 1933, Rick Altman, em seu texto “Evolution of

22 BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and sound in film history. New York: Oxford University Press, 2010, p. 293. 27

Sound Technology”23, considera que o início da história do filme sonoro foi marcado pelas limitações dos microfones de carbono não direcionais, extremamente susceptíveis ao vento e que exigiam cuidados muito especiais para a captação de áudio. Além dos problemas com reverberação havia uma grande dificuldade de se gravar uma trilha sonora mais complexa (trilha musical, diálogos e efeitos sonoros) porque o mesmo microfone que gravava a voz humana se mostrava insuficiente para gravar uma orquestra. O que ocorria era a gravação separada da música em ambiente distinto para melhor aproveitamento do microfone e depois a utilização da música gravada como “play-back” para as filmagens com a voz. Rick Altman nos lembra em seu texto que todas as inovações tecnológicas importantes seguiram o caminho em direção ao desejo dos cineastas de produzir uma ilusão convincente de pessoas reais falando palavras reais.

1.1.3 O projetor cinematográfico sonoro e seu funcionamento

A grande maioria dos equipamentos de projeção instalados na cidade de São Paulo durante o período de transição do cinema silencioso para o sonoro era de origem norte-americana, mais especificamente da Western Electric, havendo casos de instalação de produtos da RCA, também americanos, e da Tobis, alemã. Também foram utilizados equipamentos nacionais ou contrafações24 nacionais, especialmente o Sincrocinex, o Fonocinex e o Amardon, detalhados em subitem específico no segundo capítulo do presente trabalho. Para a compreensão do funcionamento e dos modelos utilizados nas adaptações das salas de exibição, estamos nos guiando pelo “Manual de Proyección Cinematográfica Sonora”, de Antonio Robert Robert, publicado em 1937, que ilustra perfeitamente os equipamentos e as formas de utilização naquele período em São Paulo.

23 ALTMAN, Rick. Evolution of sound technology. In: WEIS, Elisabeth; BELTON, John (Coord.). Film Sound, Theory and Practice. New York: Columbia University Press, 1985, p. 46. 24 O direito autoral brasileiro define a contrafação como sendo “reprodução não autorizada”. 28

Figura 11 - Esquema de funcionamento de um projetor cinematográfico

Fonte: ROBERT, Antonio Robert. (1937, p. 21)

O projetor cinematográfico tem a função de projetar sobre uma tela, por reflexão ou por transparência, as imagens fotografadas na película, com uma velocidade análoga àquela em que essas mesmas imagens foram gravadas. Na projeção por reflexão o projetor está localizado em uma cabine à frente da tela e, por transparência, atrás dela. Nas duas situações o projetor tem o mesmo mecanismo de funcionamento. Um projetor compõe-se de dois sistemas (figura 11) de mecanismos: o sistema de projeção, que projeta as imagens sobre uma tela, e o sistema de arraste, que possibilita o movimento necessário da película para que as imagens se sucedam com o ritmo e a velocidade necessária à composição do movimento. Um foco luminoso atravessa a película, ampliando e projetando as imagens sobre uma tela enquanto o mecanismo de arraste cuida para que cada quadro se coloque a cada instante em frente ao foco de luz. Este é um principio básico de funcionamento das projeções cinematográficas e que já estava presente nos primeiros aparelhos comercializados nos primeiros anos do século XX. Em São Paulo, a Casa Edison da Rua São Bento já vendia aparelhos desse tipo conforme se pode observar no anúncio da revista “Echofonográphico” de fevereiro de 1905 (Anexo A). 29

No exemplo desses equipamentos que eram vendidos pela Casa Edison, as lâmpadas de projeção ainda eram de querosene e o arraste da película, feito de forma manual. Com a eletricidade, os projetores foram ganhando motores que garantiam ritmo de exibição e principalmente, a utilização do “arco voltaico” ou “luz incandescente”

Figura 12: Esquema mecânico de um arco de espelho. (Equipamento Gaumont)

Fonte: ROBERT, Antonio Robert. (1937, p. 26) como foco luminoso. O princípio básico deste sistema de iluminação consistia em passar uma corrente elétrica através de dois carbonos em contato para fazer com que estes incandescessem. Na medida em que se afastavam as pontas desses carbonos, criavam-se entre eles raios elétricos, produzindo intensa iluminação e atrás da qual se colocavam espelhos no sentido de orientar toda a luz na direção da película (Figuras 12 e 13). 30

Figura 13: Arco de espelho (Equipamento Erneman)

Fonte: ROBERT, Antonio Robert. (1937, p. 26). Em um esquema simples, as imagens fotografadas pela câmera são registradas sobre uma emulsão sensível na película cinematográfica, sendo o som então gravado sobre a mesma emulsão ou sobre um suporte independente, como um disco fonográfico. Com o advento do som, os projetores foram adaptados para traduzirem e reproduzirem esses mesmos registros em uma tela e um alto-falante. Na reprodução do som gravado na película, uma célula foto-elétrica transforma as variações gravadas em corrente elétrica e as transfere para um amplificador e os alto-falantes. Dessa forma, a partir de 1928, os projetores combinavam esses dois sistemas de projeção (som em disco e na película). Na Figura 14, vê-se o modelo de projetor Western Eletric usado nas salas de cinema de São Paulo.

Figura 14: Projetor sonoro Western Eletric Eletric

Fonte: ROBERT, Antonio Robert. (1937, p. 166) 31

2 O SOM NAS SALAS DE CINEMA DA CIDADE DE SÃO PAULO

2.1 O cinema e a cidade de São Paulo no final dos anos 1920

Uma rápida olhada nas edições do jornal Folha da Manhã do início de 1930, em comparação às primeiras edições desse mesmo jornal, em meados de 1925, nos dá uma dimensão da enorme transformação por que vinha passando a metrópole paulistana. Transformação de natureza econômica, social e, principalmente, cultural. Transformação que já havia se iniciado no final da década anterior e que seria decisiva para instaurar um processo de modernização em todas as esferas da vida na cidade. Do desenraizamento de uma cultura europeia até a ruptura com os padrões do século XIX, a cidade começava a abrir suas ruas, suas praças e avenidas, num dos primeiros booms imobiliários de sua história. Eram 570.000 habitantes em 1920 e do “belvedere” da Avenida Paulista ainda se divisavam as margens dos Rios Tietê, Tamanduateí e Pinheiros. No final da década a cidade já abrigaria pouco mais de dois milhões de habitantes. O historiador Nicolau Sevcenko em seu livro Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20, considera:

(...) Afinal, São Paulo não era uma cidade nem de negros, nem de brancos e nem de mestiços; nem de estrangeiros e nem de brasileiros; nem americana, nem europeia, nem nativa; nem era industrial, apesar do volume crescente das fábricas, nem entreposto agrícola, apesar da importância crucial do café; não era tropical, nem subtropical; não era ainda moderna, mas já não tinha mais passado. Essa cidade que brotou súbita e inexplicavelmente, como um colossal cogumelo depois da chuva, era um enigma para seus próprios habitantes, perplexos, tentando entendê-lo como podiam, enquanto lutavam para não serem devorados25.

Depois da Primeira Guerra, a abertura das ruas, ainda que não pavimentadas, começava a possibilitar o fluxo das pessoas até o centro da cidade. As atividades das famílias de menor renda, que antes se restringiam ao entorno de suas casas, começavam a ganhar as ruas em distâncias cada vez maiores, proporcionadas pelos bondes que neste momento chegavam aos bairros, e é deste período a abertura de um comércio faminto por consumidores. O emprego nas fábricas que se multiplicavam pela cidade e no comércio começava a criar uma classe média também faminta por consumir as novidades que chegavam dos mais variados pontos do país e do mundo. Uma matéria publicada na Folha da Manhã em outubro de 1925, sob o título de “A eletricidade e a

25 SEVCENKO, Nicolau. Orfeu Extático na Metrópole. São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 31. 32 casa”26, traduzia o tom desta mudança de comportamento ao comparar uma residência de alguns anos antes com um apartamento de uma grande cidade. Mesmo considerando que a eletricidade em São Paulo ainda fosse escassa nessa época, a matéria descreve todos os modernos equipamentos que facilitavam da vida da mais “franzina” dona de casa. Nada mais de ferro a carvão, tanque de lavar roupa e fogão a lenha. Reflexo das transformações científicas e tecnológicas alavancadas pela Primeira Guerra, a politização do quotidiano transformava o corpo do morador da metrópole, fixando nele uma nova forma de apreender o mundo exterior. Na virada da década, os antigos gramofones haviam sido substituídos pelas modernas vitrolas e nem o mais “francês” dos paulistanos conseguia resistir ao som popular de um maxixe, uma milonga, um samba ou um tango. A indústria fonográfica andava a passos largos. A considerada “mais completa das artes”, o cinema, caía como uma “luva” nesse projeto de nova identidade e modernidade. A década de 1920 corresponde ao “assentamento” definitivo do cinema norte-americano em terras paulistanas e, mais do que isso, estabelece-se como um referencial cultural determinante. Os programas de cinema, cada vez mais diversificados em termos de gêneros, começavam a influenciar a sociedade no que tangia às fantasias de diretores, atrizes e atores, suas cidades, seus heróis, a moda. O cinema começava a definir comportamentos, modelo de cidade e de sociedade. As vitrines criavam desejos. A publicidade começava a ganhar corpo. A cidade mudava seu perfil. Ao lado do futebol e do rádio, o cinema passava a ser mais uma importante opção de lazer do público paulistano. Esse avanço da importância que passa a ter o cinema como ponto de encontro e de sociabilidade no cenário da metrópole paulistana pode ser notado no aprimoramento da publicidade cinematográfica nas páginas da Folha da Manhã a partir da metade da década de 20. No dia 17 de julho de 1926, este jornal deixava de publicar notas esparsas sobre os filmes em exibição em alguns cinemas do centro da cidade e estreava a página “Ribaltas & Projeções”:

FOLHA DA MANHÃ estréia hoje a seção “Ribaltas & Projeções”. Crê vir prestar ao nosso meio artístico um serviço que deve ser tomado em conta por todos que vivam do teatro falado e da cena muda e pelos que amam ambas as Artes com devotado apreço. “Ribaltas & Projeções” assume o papel de vulgarizadora. Como tal, desapaixonadamente. Não vai ter simpatias

26 “A eletricidade e a casa”. Folha da Manhã, São Paulo, 04 out. 1925, p. 4.

33

especiais por este ou aquele intérprete, nem irá quebrar lanças por este ou aquele fazedor de peças ou fabricante de filmes. Repudiará, naturalmente, o que for demonstração de arte baixa, ou melhor, o que nem Arte chegue a ser... “Ribaltas & Projeções” publicará medalhões críticos de artistas teatrais e cinematográficos, assim como clichês de filmes em pleno êxito ou que estejam para ser lançados em São Paulo. Quanto mais não seja, a sua tentativa servirá para orientar um pouco quantos procuram ver uma obra de teatro digna desse nome ou admirar um filme que faça jus a nossa estima. Se tal conseguir, “Ribaltas & Projeções” não terá perdido o seu tempo27.

A partir de março de 1928 e, portanto, um ano antes da chegada do cinema sonoro à cidade de São Paulo, a Folha da Manhã começou a publicar em sua edição dominical, a seção “No mundo das sombras”28, tratando especificamente de fatos da “cena muda”. Nesta nova seção do jornal, 99% dos assuntos tratados referiam-se a programação das salas, comentários sobre os filmes em cartaz e, especialmente, fatos e boatos ligados ao star system das produções norte-americanas. Além da criação deste “suplemento” outra evidência da importância que tomava para a Folha da Manhã o cinema, em relação às demais expressões artísticas, estava na publicidade dos filmes que estreavam. Como as mudanças da programação dos cinemas da cidade aconteciam às segundas-feiras, na edição dominical começou a ser publicada propaganda dos filmes, de maneira muito mais cuidada e ilustrada, muitas vezes ocupando a página inteira. Cabe aqui considerar que se por um lado a Folha da Manhã estava seguindo uma tendência do mercado de publicações da época ao criar este suplemento de cinema, por outro havia nessa inciativa o interesse com o faturamento, já que estamos falando do poderio econômico das distribuidoras norte-americanas que pagavam pela ocupação dos espaços publicitários no jornal. Nas Figuras 15 a 20 apresentamos algumas dessas propagandas de página inteira publicadas no primeiro semestre de 1928:

27 “Ribaltas & Projeções”. Folha da Manhã, São Paulo, 27 Jul. 1926 ,p. 8. 28 “No Mundo das Sombras”. Folha da Manhã, São Paulo, 04 Mar. 1928, p. 16. 34

Figura 15 – Folha da Manhã, 25 mar. 1928, p. 16 Figura 16 – Folha da Manhã, 6 mai. 1928, p. 12

Figura 17 - Folha da Manhã, 17 jun. 1928, p. 15 Figura 18 - Folha da Manhã, 4 mar. 1928, p. 17

Figura 19 - Folha da Manhã, 11 mar. 1928, p. 12 Figura 20 - Folha da Manhã, 18 ma4. 1928, p. 7

35

Até o início do ano de 1929 pouca coisa havia sido publicada na Folha da Manhã sobre filmes sonoros ou falados, mesmo considerando que esta novidade já ocupasse as páginas de outros jornais e revistas especializadas da época, desde a sua estreia nos Estados Unidos em 1926. A primeira matéria encontrada nas edições do jornal data do dia 14 de março de 1927, denominada de “Crônica Estrangeira” e intitulada “Talking Pictures”, com um longo texto em inglês, assinado por “O.H.”29. Tratava-se de um artigo bastante teórico sem referências a exibição de filmes ou atividades das produtoras (Anexo B). Cabe ressaltar que o jornal Folha da Manhã, na segunda metade dos anos 1920, mantinha a página “Colaboração Estrangeira”, publicada em diversas línguas - como o italiano, russo, mandarim, árabe, francês e inglês – e dirigida às colônias de imigrantes da cidade. No início de 1929, com a movimentação em torno das instalações dos equipamentos sonoros do Cine Paramount, é que a Folha da Manhã começou efetivamente a publicar notas mais regulares sobre cinema sonoro na cidade de São Paulo.

29 “Talking Pictures”. Folha da Manhã, 14 Mar. 1927, p. 5. 36

2.2 A configuração do mercado exibidor paulistano em 1929

Ao longo dos anos 1920 o sistema de comercialização e exibição sofreu sensíveis modificações. Os contratos de longo prazo entre os distribuidores e exibidores de cinemas lançadores passaram a ser substituídos por pacotes fechados de filmes com prazo de duração de dois meses e extensivo a todos os cinemas, sem direito de substituição de títulos30. Na prática, significava que os exibidores para terem acesso aos títulos principais para seus cinemas lançadores eram obrigados a “aceitar” um pacote de títulos de segunda classe. Coisa semelhante ao que acontece, ainda hoje, entre os distribuidores e as locadoras de filmes em DVD no território nacional. No final da década, os contratos voltaram a ser anuais e é deste período que cada sala de cinema da cidade se identificava com determinada produtora: Na década de 30 a prática se generalizaria, instituindo-se os contratos anuais, o que deu ensejo à identificação de tal ou qual cinema com determinada companhia produtora31.

Esta modificação no sistema já vinha se processando desde 1925 e em uma entrevista concedida por John L. Day32, Diretor Geral da Paramount na América do Sul, à Folha da Manhã, já aparecia o interesse daquela produtora em se estabelecer em São Paulo, abrindo suas próprias salas de exibição. Isto, de fato, viria a acontecer alguns anos depois com a inauguração do Cine Paramount. Conforme a Folha da Manhã, a Paramount era a única distribuidora que importava três cópias da mesma película, o que segundo John Day era insuficiente para o movimento nacional, dificultando a distribuição33. Ainda segundo ele, a distribuidora só não importava mais cópias em razão dos preços cobrados pela alfândega brasileira. Na constituição do mercado cinematográfico na cidade de São Paulo em 1929 vamos encontrar as seguintes distribuidoras em atuação: Programa Serrador; Programa

30 GONZAGA, Alice. Palácios e poeiras: 100 anos de cinemas no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 138. 31 GONZAGA, Alice. Palácios e poeiras: 100 anos de cinemas no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 138. 32 “Diretor Geral da Paramount na América do Sul”. Folha da Manhã, São Paulo, 08 de Ago. 1925, p. 4. 33 A Paramount havia se estabelecido no Brasil com sua Companhia Películas D’ Luxo em 1916 no Rio de Janeiro e montado sua representação na cidade de São Paulo em 1917. Segundo esta entrevista da Folha da Manhã, somente no final de 1921 é que a Paramount conseguiria ver seus filmes “bem lançados”, quando da inauguração do Cine República. Antes disso e ainda segundo esta entrevista, “Foi pois, com a abertura do Cine-Teatro República que – pode-se dizer – a cinematografia deu o primeiro grande passo em São Paulo. É que os meios de apresentação até então postos em prática pelos primeiros homens do negócio, os métodos de exibição, muito primitivos ainda, e o desconforto dos cinemas não permitiam a afluência de um público fino e a apresentação dos filmes de alto preço.” 37

Matarazzo; Programa Urânia; Programa E.D.C. (Empresa Distribuidora de Cinema), Paramount, Fox, MGM e UFA. O programa Serrador, por exemplo, distribuía filmes da Fox, First National, Paramount, Tiffany-Stahl, MGM e FBO Pictures Corporation. Na Figura 21, um exemplo do Programa Matarazzo:

Figura 21: Publicidade do Programa Matarazzo

38

A tabela abaixo relaciona todas as salas encontradas ou divulgadas na Folha da Manhã durante o período pesquisado. Os dados sobre as salas inauguradas antes de 1929 foram confrontados com o “Inventário dos espaços de sociabilidade cinematográfica na cidade de São Paulo: 1895-1929”34. Os endereços das salas aqui relacionadas, principalmente no que se refere à numeração do imóvel, são os informados no referido “Inventário” e podem estar diferentes daqueles divulgados na Folha da Manhã.

Tabela 4: Total das salas de cinema apontadas nas edições da Folha da Manhã SALAS DE CINEMA NA CIDADE DE SÃO PAULO SEGUNDO A FOLHA DA MANHÃ Cinema Endereço Empresa exibidora Inauguração Alhambra Rua Direita, 33, Centro. De 20/07/1928 a 03/01/1930: Souza, 21/07/1928 Vasconcelos e Cia. Após 04/01/1930 Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. América Rua da Consolação, 324, Empresa Ornello Reina & Dias. 1911 Consolação. Apolo Rua D. José de Barros, 8, Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 04/08/1913 Santa Ifigênia. Astúrias Rua da Consolação, 469-471, Até 1929: José Nahas Irmãos e Cia. Depois 22/03/1928 Consolação. Sociedade Anônima Empresa Serrador. Avenida Av. São João, 161, Santa Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. Ifigência. Boa Vista Rua Boa Vista, 52, Sé. Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 11/11/1916 Bom Retiro Rua José Paulino, 204-206, Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 19/10/1924 Bom Retiro. Braz Av. Celso Garcia, 53, Brás. Sociedade Anônima Empresa Serrador. 02/07/1922 Polytheama Broadway Av. São João, 560, Centro. Sociedade Anônima Empresa Serrador. 03/05/1934 Cambucy Rua Clímaco Barbosa, 5. Até 1929: Enpresa Cine Cambucy. Depois 22/03/1927 Cambucy. Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. Capitólio Rua São Joaquim, 107, Sociedade Anônima Empresa Serrador. 10/06/1927 Liberdade. Carlos Gomes Rua 12 de outubro, 46, Lapa. Perucci & Filhos. 06/09/1922 Central Rua General Osório, 52, Santa Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 05/12/1924 Ifigênia. D. Pedro II Jardim do Anhangabaú. Empresa Urânia. 02/12/1929 Colombinho Rua João Teodoro, 47, Brás. Até 1929: João de Castro e Cia. Depois 1923 Sociedade Anônima Empresa Serrador. Colombo Largo da Concórdia , Brás. Sociedade Anônima Empresa Serrador e Empresa João de Casto. Administração das Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. Colyseu Rua D. Maria Tereza, 80-82, Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 05/10/1926 Santa Cecília. Eros Rua Piratininga, 95, Brás. V. Amatuzzi Bernasconi. 24/01/1913

34 SOUZA, José Inácio de Melo. Inventário dos espaços de sociabilidade cinematográfica na cidade de São Paulo: 1895-1929. Disponível em http://www.arquiamigos.org.br/bases/cine.htm. Acessado em janeiro de 2012 39

SALAS DE CINEMA NA CIDADE DE SÃO PAULO SEGUNDO A FOLHA DA MANHÃ Cinema Endereço Empresa exibidora Inauguração Esperia Rua Conselheiro Ramalho, Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 02/04/1914 132, Bexiga. Fênix Rua Domingos de Moraes, 74, Souza e Filhos. Depois: Sociedade Anônima 19/12/1923 Vila Mariana. Empresa Serrador. Glória Rua do Gasômetro, 47, Brás. Luiz Taddeo. 13/03/1927 Mafalda Av. Rangel Pestana, 150, Sociedade Anônima Empresa Serrador. 15/03/1917 Brás. Marconi Rua Correia de Melo, 6, Bom Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 05/04/1913 Retiro. Moderno Rua da Mooca, 419, Mooca. Ângelo Falgetano e Maria Guizzardi. 1916 Oberdan Rua Xavantes, 7, Brás. Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 05/04/1929 Odeon Rua da Consolação, 40-42, Sociedade Anônima Empresa Serrador. 11/10/1928 Centro. Olympia Av. Rangel Pestana 94 a 99, Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 1920 Brás. Paraíso Rua do Paraíso, 63, Paraíso. Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 20/05/1924 Paramount Av. Brigadeiro Luiz Antonio, Paramount. 13/04/1929 77, Bela Vista. Paratodos Largo Santa Ifigênia, 17, Empresa Brasil de Cinema. Depois de 1930: 12/09/1930 República. Sociedade Anônima Empresa Serrador. Pathé Rua Rodrigo Silva, 4 a 10ª, Victor do Carmo Romano. 1913/05/30 Sé. Paulistano Rua Vergueiro, 140, Sociedade Anônima Empresa Serrador. 17/05/1928 Liberdade. Penha Rua da Penha, 75, Penha. Vicente Bruno. 20/04/1926 Perdizes Rua Cardoso de Almeida, 5/7, Sem Identificação do exibidor. 10/10/1928 Perdizes. Politeama São Rua Guaicurus, 69, Água Attila Gilardi. 17/09/1929 Carlos Branca. Recreio Rua Major Diogo, 37, Centro. Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 12/05/1911 Recreio da Rua Eng. Fox, 14, Lapa. Luiz Castagna & Filhos. 03/07/1912 Lapa República Praça da República, 46-50, Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 20/12/1921 Centro; Em 06/05/1933 passou para a Empresa Cine Brasil Ltda. Rialto Rua João Teodoro, 47, Brás. João de Castro e Cia. 1922 Roma Rua Barra Funda, 62, Barra Empresa Exibidora de Filmes de Luxo. 20/09/1913 Funda. Rosário Rua São Bento, 405, Centro. Empresa Brasil de Cinema. 02/09/1929 Royal Rua Sebastião Pereira, 68, Empresa Brasil de Cinema. 10/11/1913 Santa Cecília. S. Terezinha Av. Celso Garcia, 364, Vicenza Amatuzzi Bernasconi. 18/02/1911 Belenzinho. Sant’ Anna Rua 24 de Maio, 43, Santa Sociedade Anônima Empresa Serrador. 25/04/1921 Ifigênia. Santa Cecília Rua das Palmeiras, 133, Santa Sociedade Anônima Empresa Serrador. 10/07/1930 Cecília. Santa Helena Praça da Sé, 53, Centro. Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 12/11/1925 40

SALAS DE CINEMA NA CIDADE DE SÃO PAULO SEGUNDO A FOLHA DA MANHÃ Cinema Endereço Empresa exibidora Inauguração Santo Antonio Rua da Mooca, 99, Mooca. Empresa Leonardi e Cia. 24/03/1928 São Bento Rua São Bento, 37, Centro. Sociedade Anônima Empresa Serrador. 10/09/1927 São Caetano Rua São Caetano, 96, Empresa Brasil de Cinema. (data não Iguatemi. localizada) São José Largo São José do Belém, 17, Irmãos Falgetano. 24/03/1928 Belém. São Luiz Av. Celso Garcia, 771, Brás Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. (data não localizada) São Paulo Largo São Paulo, 18, Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 01/1914 Liberdade. São Pedro Rua Barra Funda, 33, Santa Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 15/01/1917 Cecília. Cine Teatro Rua Visconde de Inhomirim, Empresa Jaire Viana. 1929 São Vito 726, Mooca. Triângulo Rua XV de Novembro, 34, Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. 30/06/1923 Centro. Vila Maria Rua Central, 44, Vila Maria. Azzinaro e Losito. 21/04/1927 Vitória Rua Turiassu, 251, Perdizes. Ângelo Niglio. 04/1927

Fonte: Folha da Manhã e Inventário dos espaços de sociabilidade cinematográfica na cidade de São Paulo

Neste período em que a novidade do cinema sonoro estava chegando à cidade de São Paulo, eram três as principais empresas de exibição que detinham e controlavam a maioria das salas paulistanas: a Sociedade Anônima Empresa Serrador; as Empresas Cinematográficas Reunidas e a Empresa Brasil de Cinema. Além dessas existiam proprietários individuais de salas nos bairros e distribuidoras como a Paramount, a MGM e a UFA, que estavam fundando suas próprias salas. A metrópole paulistana concentrava seu polo exibidor no centro da cidade, onde se localizavam a maioria das salas, mas a região do Brás, que concentrava uma grande população de imigrantes europeus, também possuía a sua Cinelândia.

2.2.1 Empresa Brasil de Cinema

A Empresa Brasil de Cinemas foi fundada em 1929, a partir da compra do Cine Central, no Rio de Janeiro, e do Cine Alhambra, em São Paulo, e pertencia a uma sociedade entre o Conde Martinelli e Generoso Ponce Filho. Esta empresa distribuía, principalmente, filmes da First National Pictures, MGM e . Faziam parte desta empresa em São Paulo os Cines Alhambra, Paratodos e Rosário.

41

2.2.2 Empresas Cinematográficas Reunidas

A Reunidas ou Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda. foi fundada em primeiro de janeiro de 1924, resultado de uma fusão da Companhia Cinematográfica Brasileira com a Sociedade Cinematográfica Paulista e a cadeia D`Errico, Bruno, Lopes e Figueiredo35. Após ter assumido a administração do braço cinematográfico das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, o laboratório e a agência distribuidora, a Reunidas se associou à Metro Goldwyn-Mayer (circuito Loew MGM)36, criando a Empresas Reunidas Metro Goldwyn-Mayer Ltda. Em janeiro de 192737, os anúncios publicados pela Reunidas na Folha da Manhã já vinham com esta associação; porém, em dezembro deste ano, ela foi desfeita e uma parte da cadeia de exibição foi passada para a empresa de Francisco Serrador. Da associação com a MGM a Reunidas chegou a inaugurar um cinema exclusivo para lançamentos de filmes da Metro, o Alhambra, na Rua Direita (o mesmo que foi vendido em 1929 à Empresa Brasil de Cinema). A Reunidas distribuía principalmente filmes da Universal, United Artists, Warner, Columbia e UFA (Programa Urânia). Faziam parte desta empresa os cines Apolo, Avenida, Boa Vista, Bom Retiro, Cambucy, Central, Colyseu, Esperia, Marconi, Oberdan, Olympia, Paraíso, Recreio, Recreio da Lapa, República, São Luís, São Paulo, São Pedro, Santa Helena e Triângulo.

2.2.3 Sociedade Anônima Empresa Serrador

À frente da Companhia Cinematográfica Brasileira Sociedade Anônima, Francisco Serrador, por volta de 1914, dominava o mercado de diversões e de cinema no território brasileiro. Podemos ter uma idéia do seu império em um anúncio publicado no dia 18 de abril de 1914 no Correio da Semana (Anexo C). A Sociedade Anônima Empresa Serrador distribuía, principalmente, filmes da Fox, First National, Paramount, Tiffany-Stahl, MGM e FBO Pictures Corporation. O acordo entre a empresa de Serrador e a Companhia Películas de Luxo da América do

35 GONZAGA, Alice. Palácios e poeiras: 100 anos de cinemas no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Record, 1996, p.139. 36 “A reabertura do Santa Helena e a “premiére” de “O grande desfile” (The Big Parade)”. Folha da Manhã, São Paulo, 19 Mar. 1927, p. 8. 37 “Empresas Reunidas Metro Goldwyn-Mayer Limitada”. Folha da Manhã, São Paulo, 22 Jan. 1927, p.12. 42

Sul, representante da Paramount no Brasil, foi publicado em uma notícia na Folha da Manhã38. De acordo com a nota, a empresa de Serrador teria exclusividade de permanecer por 20 dias com os títulos de lançamento da Paramount para utilizar em seus cinemas em São Paulo. Em outra nota, de maio de 1929, há a informação de um acordo de exclusividade de exibição firmado entre a empresa de Serrador e a First National Pictures do Brasil39. Faziam parte desta empresa os cines Astúrias, Braz Polytheama, Broadway, Capitólio, Colombinho, Colombo, Mafalda, Odeon, Paulistano, Phenix, Royal, Santana, São Bento, Santa Cecília e Santo Antonio.

2.2.4. Outras empresas que operavam no mercado paulistano

Além das empresas acima relacionadas, havia também a EDC, Empresa Distribuidora de Cinema, proprietária do Cine São Bento e que distribuía filmes europeus do consórcio Gaumont-British; a Empresa Ornello Reina & Dias, proprietária do Cine América, da Rua da Consolação; a Irmãos Falgetano, proprietária do cine São José, no bairro do Belém e a Empresa Jaire Viana, proprietária do Cine Teatro São Vito, na Mooca. A Paramount administrava seu próprio cinema e além de seus filmes também distribuía na cidade os da United Artists e Pathé de Mille.

38 “A estréia da Paramount em S. Paulo”. Folha da Manhã, São Paulo, 23 Ago. 1928, p. 6. 39 “O filme de estréia da First National Pictures do Brasil”. Folha da Manhã, São Paulo, 04 Mai. 1929, p. 6. 43

2.3 A Marcha das adaptações das salas de cinema

O presente subcapítulo traça uma linha cronológica dos acontecimentos pontuados nas edições do jornal Folha da Manhã, ligados ao avanço das instalações de projetores sonoros na rede de salas de cinema da capital paulista. Procuramos manter neste panorama os principais momentos em que o jornal buscou conexões entre a rede física de salas e a compreensão do que fosse naquele momento – para a Folha - o cinema sonoro. Optamos por este formato com a certeza de que o simples tabelamento das salas e a maneira como se deram as suas adaptações não daria a exata dimensão de como a cidade vivia aquele momento de euforia com a novidade do cinema sonoro. Ao contrário do que se possa imaginar, esta transição foi um processo longo e coberto de acertos e erros. Figura 22: Um tango filmado No inicio de 192940, o jornal Folha da Manhã noticiava um acontecimento no Cine Odeon, na sua Sala Azul: um tango filmado e cantado (Figura 22). Tratava-se de uma dublagem feita pela cantora argentina Irene Ambraina. Segundo a notícia, este acontecimento era uma antecipação para o público paulista das novidades do Movietone e do Vitaphone que estavam agitando o público norte-americano. É claro que este acontecimento não era novidade nenhuma, tendo em vista que este procedimento utilizando dubladores ao vivo para acompanhar filmes já era utilizado em alguns casos, no Brasil, desde os anos 1910. O importante nesta notícia de janeiro de 1929 é que é nela que aparecem nas páginas da Folha da Manhã as primeiras referências ao cinema sonoro que agitou a cidade naquele ano. Esta conexão fica mais clara, quando dias depois, o Diretor Gerente da Fox Filmes do Brasil, Fonte: Folha da Manhã, (29 jan 1929, p.6.) Alberto Rosenvald, explicava em entrevista ao jornal

40 “Uma Novidade na Sala Azul”. Folha da Manhã, São Paulo, 29 jan. 1929, p. 6. 44 o conceito de Movietone41. Rosenvald era gerente do Cine Palais no Rio de Janeiro quando havia aceitado lançar os filmes da Fox naquele cinema, tornando-se em seguida diretor-geral da distribuidora no Brasil. Nessa entrevista que concedia à Folha da Manhã ele dizia estar retornando de uma viagem aos Estados Unidos e, pelas declarações, chegava muito empolgado com a novidade do cinema falado: O Movietone é hoje empregado em quase todas as produções americanas. É a maravilha das maravilhas. Creio bem ser o maior invento do século. É uma coisa estupenda, impossível de conceber pela sua perfeição. E, no entanto, ela é um fato palpável e realizável. Imagine os “Quatro diabos”42, como eu vi, com todo o alarido do povo ante o espetáculo do circo; a música característica dos saltimbancos, os gritos dos palhaços, as ovações do público, e o pânico dessa imensa mote de gente quando Janet Gaynor cai da cúpula do circo e vem estatelar-se na pista!

Ao explicar o funcionamento da novidade, Rosenvald dividia sua utilização em dois modos: “Sound Pictures (o filme sonoro) por exemplo, reproduz o som das grandes produções: “Quatro diabos”, “Rio da vida”” e “Talking Pictures (o filme falado), reproduziu os diálogos e as canções de “Sally dos meus sonhos” e “No velho ””. É claro que as explicações técnicas de Alberto Rosenvald nesta entrevista apenas reafirmavam a existência de um entendimento muito simples e generalizante da diferença entre dois modelos que estavam sendo desenvolvidos e testados naquela época: um entre filmes efetivamente falados e dialogados e outro de películas que sincronizavam ruídos e música a uma estrutura tradicional de filmes silenciosos (semelhantes às que já aconteciam naquele tipo de exibição, com o acompanhamento musical ao vivo, as modernas eletrolas e outras traquitanas que produziam ruídos). O importante é ressaltar que a Fox, ao lado das demais produtoras e distribuidoras norte- americanas, percebia o potencial do mercado brasileiro (suplantado na América do Sul apenas pelo da Argentina) e o momento era extremamente propício para uma ocupação sistemática baseado na tríade “produção-distribuição-exibição”. Em dezembro de 1928 as obras de construção do Cine Paramount já estavam bastante adiantadas e para felicitar os exibidores paulistas pela passagem do ano, a Paramount Filmes publicou um anúcio na Folha da Manhã com a fachada do Cine Paramount completamente visível43 (Figura 24).

41 “O que é Movietone”. Folha da Manhã, São Paulo, 6 mar. 1929, p. 6. 42 Quatro diabos (4 devils, 1928), filme de F. W. Murnau, com Anders Randolf, Barry Norton e Charles Morton. 43 Paramount Filmes S.A. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 02 Dez. 1928, p. 10. 45

Figura 24: Publicidade da Paramount. No dia 12 de abril de 1929, uma nota publicada na Folha da Manhã informa que o Sr. Melville Shauer, “representante especial do Departamento Estrangeiro da Paramount” e John L. Day Jr., representante especial da Paramount na América do Sul estavam em São Paulo para assistir a inauguração do grande cinema da “marca das estrelas”44, o Cine Teatro Paramount45.

Fonte: Folha da Manhã. (02 Dez. 1928, p. 10.) 2.3.1 O som desceu a Brigadeiro: o Cine Paramount

Figura 25: Primeira notícia Paramount O “Paramount” será o nirvana da alma dos “fãs”, realização máxima da perfeição absoluta em matéria de cinema e de entretenimento, símbolo maravilhoso da evolução máxima de uma arte nova46.

O jornal Folha da Manhã publicou sua primeira notícia sobre o Cine Paramount, em fevereiro47, mas foi na edição do dia 9 de abril de 1929 (Figura 25) que os jornalistas descreveram, com todas as letras, o clima que envolvia a inauguração daquele cinema. O Cine Paramount ficava na Avenida Brigadeiro Luis Antonio, um pouco afastado do centro da capital paulista que na época, era circunscrito ao triângulo formado pelas ruas Direita, XV de Novembro, São Bento e proximidades. Todos estavam ansiosos para

Fonte: Folha da Manhã (9 abr. 1929, p.8)

44 “Marca das Estrelas” era o “slogan” regular da Paramount neste período. 45 “Duas ilustres visitas para o Paramount”. Folha da Manhã, São Paulo, 11 Abr. 1929, p. 8. 46 “Duas horas esquecidas...” Folha da Manhã, São Paulo, 24 mar. 1929, p. 6. 47 “O “Paramount” instalará o primeiro “Movietone” na América do Sul”. Folha da Manhã, São Paulo, 23 fev. 1929, p. 6. 46 conhecer de perto a novidade que chegava ao Brasil: o som no cinema. Os investimentos da Paramount eram todos concentrados no objetivo de dotar a cidade de um amplo cinema com todas as novidades dos palácios cinematográficos das melhores metrópoles do mundo. É claro que nem tudo corria “às mil maravilhas” e, segundo uma nota, em uma seção de crônicas e cartas de leitores da Folha da Manhã, havia sérios problemas de fornecimento de energia elétrica na região onde estava se instalando o Cine Paramount. Na coluna “Desabafos do Juca” do dia 7 de julho de 1929 o autor descreve a situação: Da Avenida Paulista para baixo, a escuridão é completa. A Avenida Brigadeiro Luiz Antonio só é regularmente iluminada até o ponto em que se erguem duas estátuas: a do índio e a do “grillo”[...] Daí por diante, e justamente quando começa a ladeira, a iluminação parece feita de velas de sebo. Os automóveis, e, agora o ônibus “Jardim Paulista”, tem de andar às apalpadelas, para que não haja colisões perigosas. E qualquer daquelas alamedas que saem da referida avenida é um tunel48.

Os primeiros testes com a aparelhagem de som Western Electric Co.49, que havia acabado de chegar dos Estados Unidos (Figura Figura 26: Exigências da Light & Power 26), deveriam acontecer no dia 8 de abril, mas por exigências técnicas da Light & Power, os aparelhos foram testados somente no dia 10, conforme nota da Folha da Manhã desse dia. As notícias relacionadas a cinema e divulgadas pela Folha da Manhã neste período não eram assinadas por nenhum crítico ou especialista da área, mas sim, escritas por repórteres da redação empenhados unicamente em traduzir fatos que estavam acontecendo no cenário cultural da cidade. É importante salientar este detalhe porque, em geral, as matérias pouco problematizavam, limitando-se a reproduzir a configuração estabelecida pelo mercado exibidor paulistano exaltando, principalmente, as Fonte: Folha da Manhã (10 abr. 1929, p. 8) novidades técnicas apenas pela “novidade” que

48 “Dasabafos do Juca”. Folha da Manhã, São Paulo, 7 jul. 1929, Primeiro Caderno, p. 2. 49 A aparelhagem do Cine Paramount era um conjugado de Vitaphone e Movietone cuja instalação seguia rigorosamente o diagrama estabelecido pela Western Electric Co e que se encontra reproduzido na página 23 da presente dissertação. 47

representavam naquele cenário. O jornal O Estado de S. Paulo50, mais tradicional e mais antigo na cidade, já mantinha uma coluna escrita por Guilherme de Almeida tratando de cinema. Figura 27 – Movietone e Vitaphone A inauguração do Cine Paramount aconteceu no dia 13 de abril de 1929 e o filme escolhido foi Alta traição (The patriot, 1928), de , com . Antes da exibição do filme principal, o som que se ouviu foi o da voz de Sebastião Sampaio, Cônsul Geral do Brasil em Nova York, que por meio de um filme “natural” fez a entrega do

Fonte: Folha da Noite (13 abr.1929, p. 8) Paramount ao público. Interessante notar na publicidade divulgada pela Paramount no dia 13 de abril, na Folha da Noite, a distinção feita entre os sistemas no programa de estréia do cinema: a fala do cônsul do Brasil havia sido rodada em Movietone (o som impresso na película cinematográfica) e o filme Alta Traição, em Vitaphone (o som gravado em disco fonográfico) (Figura 27). A orquestra utilizada para a inauguração do Cine Paramount foi regida pelo maestro Léo Renard51. Na edição do dia 14 de abril de 1929, o jornal Folha da Manhã trazia os detalhes da festa de inauguração (Anexo D). Segundo a Folha da Manhã, a novidade do som havia sido prontamente aceita pelo público, de tal forma que no dia 24 de abril a Paramount resolveu reduzir de 5$000 para 4$000 o preço dos ingressos nas poltronas, proporcionando a oportunidade de “todo o grande público da nossa capital apreciar a moderna maravilha do cinema - o “Som”- que o grande cinema está apresentando sob todas as formas - cinema com som, cinema sonoro, cinema sincronizado e cinema falado”52. A questão do preço dos ingressos fazia parte de uma estratégia dos exibidores paulistanos que usavam este “sobe e desce”, tanto para atrair o público como para aumentar o caixa da empresa. O preço de uma poltrona variava de 3$000 a 5$000 réis, o

50 O escritor Guilherme de Almeida mantinha desde 1928 a coluna “Cinematographos” no jornal O Estado de S. Paulo. 51 “A inauguração do Cine Paramount”. Folha da Manhã, São Paulo, 11 abr. 1929, p. 8. 52 “Preços para todos no “Paramount””. Folha da Manhã, São Paulo, 24 abr.1929, p. 8. 48 equivalente, na época, a menos de meio dólar53, o que, no entanto, não significa que o preço do ingresso, se atualizado para os dias atuais, fosse o correspondente ao da cotação do dólar de hoje. Isto porque ao longo dos últimos 70 anos, estes valores atualizados, considerando-se o ajuste do padrão monetário brasileiro e a inflação acumulada no período, representariam R$ 11,91 a R$ 19,84 (entre 6 e 10 dólares, aproximadamente, de acordo com a cotação de 6 de julho de 2012, R$2,0353, cf. Folha de S. Paulo, 9 jul. 2012, cad. B, p.5.)54. Alta traição ficou em cartaz no Cine Paramount por dezesseis dias consecutivos, tornando-se um recorde para a época e encerrando sua temporada no dia 29 de abril. No dia 30 o filme já estava no circuito Serrador, sendo exibido em versão silenciosa nos cinemas Odeon (Sala Azul), Capitólio, Braz Polytheama e Mafalda. Cabe lembrar que a empresa de Francisco Serrador tinha um acordo de exclusividade dos filmes da Paramount que havia sido assinado em agosto de 1928. Para substituir Alta traição, a Paramount colocou em cartaz no dia 30 de abril de 1929 o filme silencioso Entre o pecado e o amor (His private life, 1928), comédia de com e Kathryn Carver. No programa desse dia, uma ouverture pela Orquestra, o jornal Paramount News Sonoro e o discurso de posse de Herbert Hoover, presidente dos Estados Unidos55. Na Folha da Manhã do dia 25 de abril de 1929 há uma informação de que o filme Entre o pecado e o amor seria acompanhado por uma orquestração especial organizada pelo maestro Léo Bernard. O segundo filme sonoro em exibição no Paramount foi Anjo pecador (The shopworn angel,1928), de Richard Wallace, onde Nancy Carroll não apenas falava como cantava a canção A precious little thing called love. A película Alta traição havia saído de cartaz no dia 29 de abril e o segundo filme sonoro exibido no Cine Paramount estreou somente no dia 13 de maio, restando aí uma lacuna de 14 dias entre os dois primeiros filmes sonoros exibidos neste cinema. Neste interregno do tempo foram programados os seguintes filmes, todos silenciosos: Entre o pecado e o amor (His private life, 1928), comédia de Frank Tuttle;

53 A cotação de um dólar para compra na cidade de São Paulo, na Folha da Manhã desta data era de 8$250 réis. Para análise comparativa de poder de consumo, o salário médio anual de um trabalhador de máquina na Cervejaria Brahma era de 580$000. 54 Os cálculos referentes à atualização monetária foram baseados na metodologia utilizada por Antonio Pereira da Silva, disponível em , acessado em 5. jul. 2012. Para o período entre 2002 e jun. 2012 foram utilizados os índices da FGV – Fundação Getúlio Vargas, disponível em , acessado em 5. jul. 2012, e na consulta às reformas do Sistema Monetário Brasileiro, , acessado em 5. jul. 2012. 55 “Publicidade do Cine Paramount”. Folha da Manhã, São Paulo, 29 abr.1929, p. 8. 49

Pecadora sem mácula (The woman disputed, 1928), de Henry King e Sam Taylor e Entre dois amores (Tenth avenue, 1928), de William C. de Mille. Interessante notar que em todos esses casos, a Paramount inseriu no programa de exibição discursos, jornais sonoros e até o concerto de Jesse Crawford, do Teatro Paramount de Nova York, procurando manter através de comunicados no jornal seu público informado, tanto sobre a presença do som nas sessões como informações adicionais sobre a futura estreia de Anjo pecador. A Folha da Manhã deu grande destaque à temporada de Anjo pecador, ressaltando diariamente, em notas curtas, as qualidades do filme e mais especificamente a parte sonora. Apesar da versão do filme ser em inglês, as notas diziam que isso não atrapalhava a compreensão de quem desconhecia aquela língua, enfatizando que o programa distribuído pela Paramount em cada sessão trazia a tradução de todas as falas56. De fato, a barreira da linguagem passou a ser um dos maiores problemas para a recepção de filmes sonoros por parte do público brasileiro. Figura 28: Concurso do Cine Paramount Interessada em manter acesa a chama da novidade e da curiosidade acerca do cinema sonoro, a Paramount instituiu um concurso público (Figura 28) buscando entre os freqüentadores daquele cinema a melhor palavra brasileira para definir o cinema sonoro. O resultado do concurso não foi divulgado pela Folha da Manhã, mas nos dias que se seguiram, o que se pode notar tanto nas matérias do jornal quanto nas publicidades é que as palavras “sonoro”, “falado”, “sincronizado” e “cantado” passaram a ser acrescentadas à divulgação das fitas. A busca pela definição do que seria cinema falado, cinema cantado, cinema com ruídos, cinema sincronizado etc., era muito Fonte: Folha da Manhã (11 mai. 1929, p. 19.)

56 ““Anjo pecador” e seu diálogo em inglês”. Folha da Manhã, São Paulo, 18 mai.1929, p. 4. 50 oportuna, já que neste período alguns cinemas, com o intuito de atrair o público que desconhecia o que era cinema sonoro, lançavam mão de diversos artifícios. Um deles era acrescentar a palavra “sincronizado” nas tabuletas em frente aos cinemas e na exibição utilizar apenas uma eletrola tocando discos. Importante salientar que as peças publicitárias, tanto nos cartazes expostos na porta dos cinemas quanto nos jornais, serviam muitas vezes para confundir o público, levando-o a crer que determinados filmes silenciosos com sincronização feita por eletrolas fossem filmes produzidos originalmente como sonoros.

2.3.2 A adaptação do mercado ao cinema sonoro

A novidade do cinema sonoro chegou a São Paulo acompanhada de uma preocupação que logo estava estampada nas páginas da Folha da Manhã. Uma reportagem57 chamava a atenção para o fato de que os “apáthicos e acépticos” empresários da área cinematográfica paulista levavam quase que como brincadeira o assunto do cinema falado, não crendo que esta modalidade de cinema estava se impondo “de forma impressionante, nos países onde a cena muda tem precisamente a sua origem”. Segundo o jornal, não seria demasiadamente oneroso para o empresariado paulista investir no aparelhamento de seus cinemas já que naquele período o preço de um equipamento ficava entre 6 e 21 mil dólares58 dependendo das dimensões da sala. Segundo a matéria, ainda havia uma vantagem econômica envolvida, que era o fato de não ser mais necessário ter gastos adicionais com as orquestras que executavam peças ao vivo nas salas de cinema. Sem dúvida a novidade do som nas salas de projeção se tornou, inicialmente, alvo de toda a publicidade do Cine Paramount. No dia 9 de agosto mais uma novidade: o primeiro desenho animado sincronizado pelo processo Vitaphone, com o Gato mágico (Ye olde melodies, 1929). Pelas referências da notícia é possível deduzir que se tratava

57 “A palavra e o som no écran”. Folha da Manhã, São Paulo, 9 jun.1929, p. 9. 58 Adotando a mesma metodologia de atualização monetária aplicada anteriormente e cotação do dólar a 8$250 naquela data (cf. Notas 53 e 54), estes valores representariam atualmente (6. jul. 2012) R$196.442,83 e R$687.549,89. 51 de um desenho animado dirigido por Dave Fleicher e uma das poucas animações distribuídas pela naquele período59. As grandes empresas exibidoras de São Paulo, mais especificamente a Sociedade Anônima Serrador e a Empresa Cinematográfica Reunidas, certamente acompanhavam de perto o desenvolvimento do cinema sonoro nos Estados Unidos e já vinham se preparando para a novidade e, diante do sucesso de público do Cine Paramount, trataram de atualizar suas casas de espetáculo. Os equipamentos comprados por Serrador para o Cine Odeon, situado na Rua da Consolação, já haviam sido embarcados pela Western Electric quando da inauguração do Cine Paramount e chegariam a São Paulo em um mês60. De fato, há uma notícia do dia 18 de maio anunciando que os equipamentos abarrotavam em grandes caixas o saguão do Odeon e já estavam sendo montados61. A Sociedade Anônima Empresa Serrador inaugurou os equipamentos sonoros da Sala Vermelha do Cine Odeon no dia 10 de junho de 1929, o segundo cinema paulistano a se equipar, dois meses depois da novidade ter chegado ao Brasil e dez dias antes dela chegar ao Rio de Janeiro62. Para a inauguração foi criada uma comissão formada por jornalistas e pessoas ligadas à área de cinema com a incumbência de escolher o filme que ocuparia as telas: Divina dama (The divine lady, 1929), filme de Frank Lloyd com Corinne Griffith e Victor Varconi foi o vencedor63. Antes da exibição inaugural do filme Divina dama foi projetada no Cine Odeon a apresentação do tenor Giovanni Martinelli64, do Metropolitan de Nova York, cantando a ária de Carmen, de Bizet. A sala Vermelha do Cine Odeon era a principal lançadora das fitas silenciosas de primeira linha, mas diante da pressão e da quantidade de filmes sonoros, a Empresa Serrador anunciou que deixaria de exibir esses filmes naquele espaço, passando essa modalidade para a Sala Azul do mesmo cinema. Neste momento, junho de 1929, o público começava a se dividir entre os dois cinemas lançadores de filmes sonoros: o Paramount e o Odeon. Através da leitura da

59 “Uma curiosa novidade que o Cine Paramount exibirá segunda feira – desenhos animados sincronizados”. Folha da Manhã, São Paulo, 9 ago. 1929, p. 8. 60 “Movietone e Vitaphone no Odeon”. Folha da Manhã, São Paulo, 26 abr. 1929, p. 8. 61 “Movietone e Vitaphone para o Odeon”. Folha da Manhã, São Paulo, 18 mai. 1929, p. 4. 62 “A Sala Azul como primeira exhibidora”. Folha da Manhã, São Paulo, 25 jun. 1929, p. 4.. 63 “Corinne Griffith como Lady Hamilton em “Divina dama””. Folha da Manhã, São Paulo, 12 jun. 1929, p. 4. 64 O short do tenor Giovanni Martinelli, Vesti La Giubba (1926), produzido pela Warners Bros foi exibido em 1926, no programa de abertura do filme Don Juan, o primeiro longa-metragem sonoro a ser exibido em território norte-americano. 52 própria propaganda dispensada a cada filme que estreava é possível perceber que o enfoque central era a questão do som. A Paramount trouxe Rosa de Irlanda (Abie´s Irish rose, 1928), comédia de , chamado de um “filme sonoro e cantado” e logo em seguida Paixão sem freio (Interference, 1928), de Lothar Mendes e Roy Pomeroy, aqui chamado do “primeiro filme cem por cento falado”65. A princípio a Paramount exibiu este filme na versão sonora original, em inglês, dedicando o espetáculo às colônias inglesa e norte-americana de São Paulo. Depois, começou a alternar a exibição da versão sonora com a versão silenciosa, intercalada de letreiros em português, de modo que, segundo a matéria (Figura 29), “o público brasileiro, que viu a versão silenciosa, compreenderá Figura 29: Paixão sem freio perfeitamente o enredo; e saberá avaliar o valor de cada uma das produções”66. Em contrapartida, o Cine Odeon anunciou a estréia de Amor nunca morre (Lilac time, 1928), de , denominado de “o segundo grande espetáculo de cinema falado no Odeon”. Na publicidade de lançamento a

Fonte: Folha da Manhã (23 jun.1929, p. 23.) empresa de Francisco Serrador publicou que “conservará no cartaz este grandioso espetáculo, o mais sensacional da temporada, tantos dias quantos forem precisos para que todo São Paulo tenha tempo de vê-lo, mesmo porque Amor nunca morre não passará em nenhum outro cine, nem em versão “silenciosa”.” Importante notar que nesse período de transição havia uma confusão muito grande na terminologia do cinema sonoro e que em muitos casos esta falta de definição foi utilizada pelos exibidores com a intenção de atrair mais público para seus cinemas. O filme Amor nunca morre é um desses casos já que a película não tem nada de falado, sendo apenas um filme sincronizado com música e ruídos. Essa informação pode ser

65 ““Paixão sem freio” – cem por cento falado”. Folha da Manhã, São Paulo, 12 jun. 1929, p. 4. 66 ““Paixão sem freio” – Uma inovação que marcará época”. Folha da Manhã, São Paulo, 21 jun. 1929, p. 4. 53 confirmada por uma outra notícia da Folha da Manhã sobre este filme que dizia o seguinte: “Sem um único diálogo, “Amor nunca morre” tem, entretanto, uma sincronização perfeita e inexcedível”67. O mercado exibidor paulistano deste período corria atrás de novidades e a Fox Filmes do Brasil empenhou seu poder de marketing em torno da atriz brasileira Lia Torá, escolhida em um concurso de fotogenia promovido por esta produtora em 1927. Esse concurso foi realizado pela Fox, simultaneamente em vários países, com o intuito de escolher um casal que seria levado aos estúdios da companhia em para ser utilizado em seus filmes. No Brasil esse concurso teve enorme repercussão e foi dividido em fases: na primeira os candidatos apenas enviavam fotos a um júri sediado no Rio de Janeiro que tinha a incumbência de selecionar, entre todos os inscritos, cinquenta casais. Na segunda etapa, os candidatos se submetiam a provas cinematográficas em quatro poses diferentes, cada uma delas pontuada com uma nota variando de zero a dez. Na terceira etapa o júri brasileiro definia os cinco primeiros casais que viajariam para Nova York para se submeterem a uma quarta etapa de classificação perante um júri norte-americano. Em São Paulo, a etapa de poses cinematográficas aconteceu em meados de janeiro de 1927, no Parque Antarctica, acompanhadas pelo representante da Fox, José Matienzo, e o operador cinematográfico, especialmente enviado dos Estados Unidos para captar as poses, Paul Ivano. No dia 29 de janeiro de 1927 a Folha da Manhã publicou o resultado da terceira etapa, a classificação feminina das candidatas escolhidas pelo júri brasileiro: Lia Torá, Graciema Guimarães Natal, Cestilde Martins e Yvonne Daumerie. Logo em seguida, a Folha publicou uma nota sobre a desilusão dos concorrentes68 e do público com o resultado e no dia 8 de março deste ano, uma notícia sobre um telegrama enviado pelo cinegrafista Paul Ivano informando que o júri americano do concurso havia anulado o parecer do júri brasileiro. O fato é que a Fox acabou definindo como vencedores o casal Lia Torá (que também havia vencido a fase com o júri brasileiro) e Olympio Guilherme, que nem ao menos era candidato oficial no concurso. Segundo uma notícia da Folha da Manhã do dia 3 de fevereiro de 1927, o cinegrafista Paul Ivano é que havia convencido Olympio Guilherme a se submeter a uma filmagem.

67 “O Amor nunca morre”. Folha da Manhã, São Paulo, 26 jun. 1929, p. 19. 68 O jornal Folha da Manhã havia dado destaque para a participação da paulistana Aracy Nunes no concurso, também indicada pelo cinematografista Paul Ivano como uma das mais fortes concorrentes ao título. 54

Em 1929, em razão do lançamento do filme sonoro A mulher enigma (The veiled woman, 1929), dirigido por Emmett J. Flynn, em que Lia Torá atuava como protagonista ao lado do jovem ator húngaro Paul Vincent69, a Fox instituiu uma “Taça Lia Torá”70 para um confronto que aconteceu no dia 30 de junho de 1929, no Parque Antártica, entre a equipe húngara “Ferencváros Futebol Club” e um selecionado paulista71. O resultado do confronto veio estampado na primeira página do jornal do dia seguinte: 2 a 1 para os visitantes que levaram para a Hungria a Taça Lia Torá72. O filme A mulher enigma estreou na sala vermelha do Cine Odeon no dia 8 de julho, uma semana depois do jogo. Importante compreender que a atriz brasileira Lia Torá já se encontrava havia algum tempo nos Estados Unidos e que a sua carreira em filmes americanos não decolava. Com o advento dos talkies isso se complicou mais ainda já que o inglês não era seu forte. Há a possibilidade, não confirmada, de que este filme tenha sido financiado por Julio Moraes, marido de Lia Torá, que também assinava o roteiro. Neste caso a Fox pode ter participado como produtora e distribuidora. O fato é que a Fox, através da empresa exibidora de Francisco Serrador, conseguiu transformar a exibição do filme no Cine Odeon em um fato jornalístico e chamar a atenção do público. O Cine Odeon ficava na Rua da Consolação, 42 (onde hoje funciona o estacionamento do edifício Zarvos) e era um complexo de 15 mil metros quadrados com capacidade para 15 mil pessoas e que se autodenominava “o maior centro de diversões da América Latina”73. Originalmente, o Odeon abriu suas portas em 1928 com duas salas contiguas de cinema (Azul e Vermelha) e, posteriormente, inaugurou a Sala Verde. Os projetores sonoros da Sala Azul foram inaugurados no dia 10 de junho de 1929 e os da Sala Vermelha no dia 22 de julho do mesmo ano. Em ambas as salas foram

69 Paul Vincent era o nome artístico de Tibor Mindzenthy, jovem da aristocracia húngara levado aos Estados Unidos pela atriz Sári Fedák como possível substituto de Rodolfo Valentino (CINEARTE nº 149, p. 24). 70 “A Taça Lia Torá ficou exposta por algum tempo na vitrine da Casa Bento Loeb. Um brinde valioso da Fox”. Folha da Manhã, São Paulo, 29 jun. 1929, p. 4. 71 “O parque Antarctica abrigará, hoje, a formidável assistência ao embate entre os quadros húngaro e paulista”. Folha da Manhã, São Paulo, 30 jun. 1929, p. 22. 72 A edição do Jornal Folha da Manhã do dia 1º de julho de 1929 estampou em sua capa as fotos do confronto e na primeira página publicou a narração, minuto a minuto, do desenrolar do jogo. 73 SOUZA, José Inácio de Melo. Inventário dos Espaços de Sociabilidade Cinematográfica da cidade de São Paulo (1895-1929). Disponível em http://www.arquiamigos.org.br/bases/cine3p/historico/00387.pdf. Acessado em 23/03/2012. 55 instalados equipamentos da Western Eletric. Foi na Sala Vermelha que estreou, no dia 12 de agosto de 1929, o jornal Fox Movietone número 1, completamente sonoro74. A inauguração dos equipamentos do Cine República aconteceu no dia 5 de agosto de 1929, com o lançamento do filme Bohemios (, 1929), de Harry A. Pollard, e consagrou aquilo que já vinha sendo chamado pela imprensa de “Temporada de Ouro do República”, numa tentativa de recuperação dos “áureos tempos quando esse principal logradouro público mantinha a sua liderança e era justamente considerado o “primus inter pares” dos cinemas desta capital”75. No dia 7 de agosto, logo depois da compra do Braz Polytheama, a Empresa Serrador dotou o cinema de sistema sonoro também da Western Electric76 e programou para a inauguração os complementos sonoros “Vozes de Italia”, cine jornal que trazia um discurso de Benito Mussolini e o musical “Largo al factotum”, peça da ópera O barbeiro de Sevilha. Os equipamentos de projeção disponíveis no mercado exibidor brasileiro operavam simultaneamente com os dois sistemas existentes: o Vitaphone e o Movietone. O sistema Vitaphone operava com um gramofone acoplado e o som estava gravado em discos e o Movietone tinha a novidade de trazer a banda sonora impressa na própria película cinematográfica. Segundo notícia publicada na Folha da Manhã de 11 de outubro de 1929, o custo do melhor desses aparelhos para uma sala de grandes dimensões não passava de seis mil dólares e perto de três mil dólares para salões pequenos. Estes equipamentos já eram completos e consistiam de dois projetores capazes de reproduzir o som, estivesse ele impresso em disco ou na própria película77. Cabe ressaltar que em junho de 1929 a Folha da Manhã havia publicado que o preço de um equipamento projetor sonoro variava entre 6 e 21 mil dólares e, em outubro do mesmo ano, falava em valores muito menores, variando entre 3 e 6 mil dólares. Não foi possível confirmar quais eram os valores reais para a época, mas a entrada da RCA no mercado, concorrendo diretamente com a Western Eletric, alterou significativamente estes valores, a tal ponto que em menos de seis meses o mercado exibidor americano conseguiu duplicar as salas adaptadas ao sistema sonoro em seu território78.

74 “Fox Jornal Movietone número 1”. Folha da Manhã, São Paulo, 18 ago. 1929, p. 4. 75 “O grande sucesso de “Bohemios””. Folha da Manhã, São Paulo, 6 ago. 1929, p. 4. 76 “A estréia do cinema falado no Brás”. Folha da Manhã, São Paulo, 7 ago.1929, p. 4. 77 “Os aparelhos dos “Filmes” falados.”. Folha da Manhã, São Paulo, 11 out. 1929, p. 4. 78 BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and Sound in Film History. New York: Oxford University Press, 2010, p. 293. 56

Particularmente, o que nos interessa compreender até este momento do desenvolvimento de um mercado exibidor paulistano para filmes sonoros é especificamente o aparelhamento das salas de exibição. À exceção de dois cinemas que experimentavam equipamentos nacionais, a grande maioria havia recebido equipamentos importados, principalmente da Western Eletric Co.

2.3.3 O Edifício Martinelli abriga um grande Figura 30 : Cine Rosário cinema: o Cine Rosário

No início de setembro de 1929 acontecia na cidade de São Paulo a inauguração do Cine Rosário, localizado no famoso prédio Martinelli. O programa não poderia ser mais chamativo: uma grande orquestra regida pelo maestro Gabriel Migliori seguida da estréia de O pagão (, 1929), filme dirigido por W. S. Van Dyke e que tinha em seu elenco o galã Ramón Novarro falando e cantando pela primeira vez no cinema. Os equipamentos ali instalados eram da Western Electric79. É interessante ressaltar que no mesmo período da inauguração do Cine Rosário, a Odeon Discos publicou seguidamente publicidade no jornal, sob o título “Os maiores sucessos dos mais modernos filmes sonoros”, onde incluía “Pagan Love Song”, tema do filme de Ramon Novarro80. Apesar do jornal Folha da Manhã já haver publicado anteriormente notícias sobre a abertura de salas de cinema na cidade de São Paulo, é com a inauguração do Cine Rosário que começam a aparecer os aspectos mais técnicos (Figura 30). Segundo uma reportagem, os proprietários do Cine Rosário não Fonte: Folha da Manhã (3 set. 1929, p.17.) economizaram para equipar a cidade com um cinema

79 “Publicidade de lançamento do filme “O pagão””. Folha da Manhã, São Paulo, 1 set. 1929, p. 20. 80 “Publicidade da Odeon Discos. Os Maiores Sucessos dos mais modernos filmes sonoros”. Folha da Manhã, São Paulo, 1º set. 1929, p. 19. 57 comparável a qualquer palácio da Broadway. “Sua decoração é rica e sóbria, seu sistema de iluminação, o mais moderno, acústica especial para filmes sonoros, poltronas de couro, maquinário completo para filmes falados e sincronizados [...]”. O Rosário possuía 1500 lugares na platéia e a proprietária, a Empresa Brasil de Cinema, adquiriu nesse mesmo período o Cine Central e o Eldorado, no Rio de Janeiro, e o Alhambra, em São Paulo, aumentando sua abrangência no mercado exibidor brasileiro. No final de setembro de 1929, São Paulo já contava com oito cinemas devidamente equipados para a exibição de filmes sonoros, sendo que cinco deles com sistema Western Electric, um RCA e dois Synchrocinex nacional. Por ordem de inauguração ou de adaptação eram eles: Paramount; Odeon Sala Vermelha; Santa Helena; Odeon Sala Azul; República; Braz Polytheama, Rosário e Olympia. O Cine Capitólio, do Bairro da Liberdade, inaugurou seus equipamentos sonoros Western Electric no dia 10 de outubro com a exibição de Christina (Christina, 1929), filme de William K. Howard, com Janet Gaynor e Charles Morton81. No dia 19, na Rua Direita, era a vez do Cine Alhambra inaugurar seus modernos equipamentos RCA Photophone, empresa subsidiária da Radio Corporation America, organização apoiada pela General Electric82 e o filme escolhido foi Sedução (Where east is east, 1929), de Tod Browning com Lupe Velez, Estelle Taylor e . Em outubro de 1929, eram dez os cinemas paulistanos a disputar o mercado das produções sonoras e já começavam a aparecer alguns artigos que tentavam desvendar os caminhos futuros da cinematografia. No primeiro deles, “O Theatro no cinema”83, o autor é categórico e inicia, bombasticamente, sua argumentação da seguinte forma: “Já está fora de dúvida que o filme falado, exclusivamente, não interessa a ninguém; já porque tornaria o espetáculo cinematográfico de uma intolerável monotonia, já porque seria necessário que esse filme, em excursão comercial por todos os países lograsse o dom de “falar” o idioma de cada público para o qual fosse ele exibido”. O autor deste texto “O Theatro no cinema” está se referindo a um dos recursos iniciais do cinema sonoro que, encontrando dificuldade para distribuir seus filmes em língua inglesa, investia pesadamente na produção dos musicais, com pouquíssimas falas, cantados e dançados. Para o autor, ao perder seu maior trunfo artístico, o silêncio, o cinema falado em língua yankee e não compreendido em terras estrangeiras, havia

81 “Amanhã cinema sonoro no Capitolio”. Folha da Manhã, São Paulo, 9 out. 1929, p. 4. 82 “Cinema sonoro no Alhambra”. Folha da Manhã, São Paulo, 8 out. 1929, p. 4. 83 “O teatro no cinema”. Folha da Manhã, São Paulo, 9 out. 1929, p. 4. 58 sido obrigado a recorrer aos recursos do teatro e que a “sonoridade cinematográfica” havia encontrado sua vantagem máxima na música e por isso é que estava ocorrendo uma transladação do teatro para a tela. Ele cita Broadway melody (1929), de Harry Beaumont; Folies-Fox 1929 (Fox Movietone Folies of 1929, 1929), de David Butler e o Cantor de jazz (The jazz singer, 1927) de Alan Crosland, para exemplificar a substituição de antigos astros do cinema silencioso por atores de teatro, citando . Em “Os aparelhos dos filmes falados”84 era discutida a questão das patentes dos equipamentos e a maneira como cada um deles funcionava chamando a atenção para o fato de que os melhores aparelhos do mercado funcionavam muito bem nos cinemas de primeira linha, onde havia conservação e operadores experientes, mas que nas pequenas cidades iam “se apresentando muito defeituosamente”. O artigo ainda revelava que o melhor e o mais completo dos aparelhos, aquele que conjugava Movietone e Vitaphone, não custava mais do que seis mil dólares e arriscava sugerir que os donos dos cinemas optassem por um sistema simples de Vitaphone, com o argumento de que, além de reduzir o preço pela metade, era um investimento mais seguro uma vez que “Há mais de cinquenta anos que o fonógrafo vem sendo trabalhado constantemente de sorte que os seus aperfeiçoamentos já chegaram a um ponto excelente”. Sabe-se hoje, é claro, que o sistema Vitaphone é que apresentava muito mais problemas, uma vez que a perda de fotogramas de uma película acarretava a perda de sincronia com o som no resto do filme. Sob o título de “Vaticinios”85, um artigo enviado em outubro pelo correspondente da Folha da Manhã em Paris analisa as respostas enviadas para o jornal francês Comédie, que havia feito uma pergunta aos profissionais de cinema: “Em que estará o cinematógrafo daqui a cinco anos?”. A análise se detém na resposta dada por Edmond Espardaud, redator da revista Cinéma, onde o autor de maneira muito pessimista avalia que em 1934 já não haverá cinema “oral” e que “[...] Depois de ter posto Shakespeare, Bernard Shaw, um pouco de Molière e de Victor Hugo em imagens dialogadas (ou em diálogos ilustrados por imagens), a película oral terá caído num aborrecimento insuportável [...]”. Segundo o correspondente, Espardaud acreditava que depois de ter passado pela experiência do som e do exagero da cor, algum gênio cinematográfico descobriria que o futuro do cinema seria uma volta às suas origens: o

84 “Os aparelhos dos “filmes falados””. Folha da Manhã, São Paulo, 11 out. 1929, p. 4. 85 “Vaticinios”. Folha da Manhã, São Paulo, 10 nov. 1929, p. 6. 59 cinema mudo. O correspondente contrapõe uma série de argumentos a estas afirmações de Edmond Espardaud, mas é possível perceber, neste final de 1929, uma preocupação crescente com os caminhos do cinema sonoro. Com “O preço dos cinemas nos Estados Unidos”86, o ilustrador Belmonte87 publica um ingresso do Cine Winter Garden, da Broadway, onde está em cartaz A arca de Noé (Noah´s ark, 1928), de , filme que também estava em cartaz em São Paulo no Cine República e compara os preços. Para ele, o cinema falado havia aumentado drasticamente o preço dos ingressos na capital paulista, mas, se comparado ao preço nos Estados Unidos, pagávamos uma verdadeira ninharia. No Winter Garden o preço do ingresso por pessoa era de 11 dólares, ou seja, 90$000 réis em moeda brasileira da época, enquanto que no Cine República a poltrona custava 5$000 réis. Ou seja; pouco mais de meio dólar88. Neste período as grandes produtoras internacionais, mais especificamente as americanas, com receio de perder mercado nos países de língua não inglesa, começaram a produzir versões de seus filmes. Todos os estúdios se empenharam em descobrir atores que falassem várias línguas para repetir suas atuações para cada um dos mercados específicos. Era o poliglotismo do cinema falado. falava fluentemente o inglês e o espanhol (sua língua nativa), além do francês e do italiano. falava inglês, francês, dinamarquês, sueco, alemão e alguma coisa de russo; Vilma Banky falava o húngaro, o alemão, o francês e o inglês; falava inglês e francês; Maurice Chevalier falava francês e inglês. Muitos atores foram contratados às pressas para filmes desenvolvidos em língua espanhola e entre eles, o argentino José Bohr, que fez alguns filmes distribuídos no Brasil. A Paramount chegou a criar um estúdio em Joinville, na França, para ali realizar as versões de seus filmes em vários idiomas. Em geral, as produções ou versões que vinham para o Brasil eram aquelas em língua espanhola e as poucas em português eram interpretadas por atores de Portugal. O brasileiro Alberto Cavalcanti chegou a trabalhar em Joinville e ali realizou quatro filmes para a Paramount: A Canção do berço (Le chant du berceau, 1930), versão em português, com atores de Portugal, de Sarah and son (1930), filme de Dorothy Arzner que tinha e Frederic March nos papéis principais; A mi-chemin du ciel (1931); Les vacances du diable (1931) e Dans

86 “O preço dos cinemas nos Estados Unidos”. Folha da Manhã, São Paulo, 18 nov. 1929, p. 7. 87 Belmonte era o pseudônimo de Benedito Bastos Barreto (1897-1947), o ilustrador, caricaturista da Folha da Noite e Folha da Manhã, criador do personagem Juca Pato. 88 A cotação do dólar na Folha da Manhã do dia 19 de novembro de 1929 era de 8$440 réis. 60 une île perdue (1931), este último uma versão francesa de Victory, adaptação da novela de Joseph Conrad. Segundo a historiadora Maria Rita Galvão, “Embora desprestigiado, odiando o trabalho, e sobretudo o fato de ter que filmar duas vezes a mesma coisa, a experiência é extremamente estimulante. É a oportunidade tão desejada de trabalhar com o melhor equipamento sonoro existente na Europa da época. A tarimba técnica que adquiriu durante os seus anos de ‘ prostituição artística’ , como diz Cavalcanti, compensou o sacrifício”89. O filme A Canção do berço estreou no Cine Paramount, em São Paulo, no dia 6 de abril de 1931. O primeiro filme em português produzido nos estúdios de Joinville, falado por um ator brasileiro chegou a São Paulo no dia 31 de agosto de 1931, na voz de Leopoldo Fróes. A produção era Minha noite de núpcias (1931), dirigida por E. W. Emo e no elenco, além de Leopoldo Fróes, Beatriz Costa e Alberto Reis. Minha Noite de Núpcias era versão de (1930), comédia de Frank Tuttle, estrelada por . Ainda a propósito dos idiomas utilizados nos talkies, o jornal Folha da Manhã publicou uma matéria com o sugestivo título “V. Exa. não compreende os “filmes” falados?”90 onde narra o fracasso da primeira tentativa de comunicação telefônica entre Londres e Nova York, na Conferência Naval, onde as americanas não entendiam o que diziam suas colegas inglesas e aplica essa analogia aos filmes. Para os latinos sul- americanos, versões de filmes com atores espanhóis causavam o mesmo estranhamento que para os brasileiros quando os filmes que aqui chegavam eram interpretados por atores portugueses. A falta de versões ou de legendas refletia-se diretamente sobre o principal público dos cinemas, a fatia mais pobre e menos alfabetizada da população. Como esperar que ela compreendesse os talkies falados em inglês e, posteriormente os hablados em língua também pouco conhecida? Uma solução encontrada pelos exibidores foi a de providenciar cópias silenciosas do mesmo filme e exibir as duas versões, de modo que a população que não compreendesse o inglês pudesse acompanhar a narrativa através dos intertítulos. De qualquer modo, uma verdadeira enxurrada de filmes denominados sonoros, falados, cantados e sincronizados em espanhol começaram chegar às telas dos cinemas

89GALVÃO, Maria Rita.Vera Cruz, a fábrica de sonhos. Tese de doutorado. São Paulo: Escola de Comunicação e Artes da USP, 1974, p. 729. 90 “V. Exa. não compreende os “filmes” falados?”. Folha da Manhã, São Paulo, 18 abr. 1930, p. 8. 61 da capital paulista. Entre eles, Romance do Rio Grande (Romance of the Rio Grande, 1929), de Alfred Santell, produção da Fox Films em sistema Western Electric, com e Mary Duncan, Um sonho que viveu (Sunnyside up, 1929), de David Butler, uma produção também da Fox-Movietone com Janet Gaynor e Charles Farrel. O filme Corpo de delito (The Benson murder case, 1930), de Frank Tuttle, chegou a São Paulo em versão latina em junho de 1930 e, ao invés dos atores e Natalie Moorhead, vieram para a tela do Cine Paramount Antonio Moreno e Maria Alba, naquilo que a publicidade chamou de “o primeiro filme 100% falado em espanhol”. A Paramount realizou as duas versões deste filme paralelamente, utilizando o mesmo cenário para ambas. No caso do filme Rio Rita (Rio Rita, 1929), produção da RKO Radio Pictures com direção de Luther Reed, a notícia publicada na Folha da Manhã trazia a informação de que “Uma nova técnica foi introduzida no cinema, especialmente nos filmes sincronizados. A língua castelhana pôde ser reproduzida com nitidez na boca dos intérpretes [...] a língua de Camões nos seus programas, não se tem efetivado esse desejo unicamente por uma questão de ordem técnica. É que, na América do Norte, não se arranja sem dificuldades patrícios e patrícias para imitar, na voz, os astros anglo- americanos”91. Procedimento comum neste período era o lançamento simultâneo de versão silenciosa e sonora do mesmo filme. Neste caso, a versão silenciosa ganhava uma infinidade de cartelas nas cenas faladas. No Brasil, segundo Sergio Augusto, foi o “italiano Paulo Benedetti, um dos primeiros pesquisadores do filme sonoro no Brasil, que sugeriu aos escritórios da MGM, a eliminação das redundantes cartelas. A Metro aceitou a sugestão e, no lugar das cartelas, surgiram legendas, iguais às de hoje”92. A partir de março de 1931 é possível notar essa prática em muitas produções uma vez que na publicidade publicada no jornal há sempre a indicação “falado, com letreiros sobrepostos em português”. Em matéria publicada na Folha da Manhã sob o título “A palavra e o som no écran”93, prevê em seu subtítulo que “80% da próxima produção americana será com filmes falados e sincronizados” e atenta para o fato de que, apesar de as fitas faladas em

91 ““Rio Rita”, fita da Radio Pictures, falada e cantada em castelhano”. Folha da Manhã, São Paulo, 13 abr. 1930, p. 6. 92 AUGUSTO, Sérgio. Este Mundo é um Pandeiro: A Chanchada de Getúlio a JK. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 75/76. 93 “A palavra e o som no écran”. Folha da Manhã, São Paulo, 9 jun. 1929, p. 9. 62 espanhol ainda não serem apreciadas pelo público, este será o destino do cinema nos próximos anos, devendo os empresários e exibidores se preparar para receber estes filmes em suas salas. Em matéria de 4 de outubro de 1929, sob o título de “O desaparecimento do cinema silencioso”, o jornalista cita o desinteresse do público por esta modalidade de filme depois do advento do som, comparando com o desinteresse desse mesmo público pelos veículos de tração animal quando do surgimento do automóvel. A exibidora Reunidas inaugurou o sistema sonoro do Cine Coliseu, a que chamaram apenas de “aparelhos de Movietone-Vitaphone”, sem especificar a marca, no dia 4 de novembro de 1929, com o filme O amor nunca morre (Lilac time, 1928), dirigido por George Fitzmaurice com e , mesmo filme que meses antes havia ficado em cartaz no Cine Odeon e que a empresa proprietária daquele cinema havia jurado que não seria exibido em nenhum outro cinema da cidade94.

2.3.4 Mais cinemas vão se adaptando aos novos tempos

A inauguração dos equipamentos sonoros Western Electric do Cine Colombo, terceiro cinema do bairro do Brás a se equipar (o primeiro havia sido o Braz Polytheama em agosto de 1929 e o segundo, o Cine Olympia, em setembro), aconteceu no dia 27 de novembro, com Deus branco (White shadows in the south seas, 1928), dirigido por W. S Van Dyke, com Monte Blue e Rachel Torres. O Cine Oberdan, também no Brás, inaugurou seus equipamentos no dia 29 do mesmo mês, com Arca de Noé (Noah´s Ark, 1928), de Michael Curtiz. Na “Programação dos Cinemas” do dia 26 de novembro de 1929, divulgada pelas Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda., consta a exibição de Acabaram-se os otários (1929), fita nacional de Luiz de Barros, falada e cantada em português, no Cine Colombinho no Bairro do Brás. O cinema pode ter sido adaptado nesta data com equipamentos sonoros nacionais da marca Sincrocinex. Esse movimento de instalações demonstra uma tendência de adaptações de salas fora do centro da cidade já no segundo semestre de 1929. As orquestras do Cine Alhambra e do Paramount, a exemplo do que já havia acontecido com a do Cine Odeon foram suprimidas no mês de novembro gerando uma crise entre os músicos da cidade. O maestro Lazzoli, que regia a orquestra do Cine

94 “Programação dos cinemas das Empresas Cinematográphicas Reunidas Ltda.”. Folha da Manhã, São Paulo, 4 nov. 1929, p. 8. 63

Paramount, transferiu-se com seus músicos para o Cine D. Pedro II, juntamente com João Quadros Jr, o gerente que havia inaugurado o cine Paramount. Em dezembro de 1929 o Theatro D. Pedro II, da Companhia de Comédia Abigail-Oduvaldo Vianna e que funcionava no Parque Anhangabaú, foi alugado para a Urânia, que o transformou em cinema. As reformas e adaptações ficaram a cargo dos engenheiros Severo e Villares dos escritórios Ramos de Azevedo e o principal objetivo deste cinema era a exibição de películas alemãs importadas pela Urania-Films do Brasil. A proposta inicial era a de trazer de volta para as telas o glamour das produções europeias silenciosas. A inauguração acabou acontecendo no dia 2 de dezembro e o filme alemão escolhido foi o silencioso Rapsódia Húngara (Ungarische Rhapsodie, 1928), de Hans Schwarz. A Folha da Manhã do dia anterior à inauguração traz a informação de que naquele espaço também se exibiriam filmes sonoros e que os equipamentos a serem instalados seriam Tobis, de origem alemã95. O segundo filme a estrear no Cine Theatro D. Pedro II era silencioso. Porém, não tinha nem o menor vestígio de produção alemã. Era o filme nacional O trânsito (1929), produção da Brasil Ideal Film, dirigida por José Pedro. O ano de 1929 terminou contabilizando 14 salas de cinema equipadas para a exibição de produções sonoras. Porém, as primeiras notícias de 1930 não foram nada animadoras. Sob o título “A crise de filmes”96, uma matéria discorria sobre as dificuldades econômicas por que passavam os produtores internacionais – americanos e europeus – e a impossibilidade de manter o ritmo e a qualidade das produções de acordo com as necessidades do mercado exibidor. A relação que a matéria estabelecia era a de que sem variedades de filmes os exibidores estariam fadados a um desgaste com seu público, sendo obrigados a recorrer às reprises, muito mal vistas no cenário da época. A crise, segundo a notícia, já se fazia sentir na cidade de São Paulo e em razão disto já haviam encerrado suas atividades no mês de dezembro de 1929 o Cine Teatro Paulistano (Rua Vergueiro, 510, Liberdade) e o Cine Triângulo (Rua XV de Novembro, 17. Centro). Em meio às notícias de novos lançamentos e às novidades dos shorts de Clara Bow e Maurice Chevalier falando em espanhol, surgiu uma notícia de que o Cine São Bento, fechado no inicio do mês, estava agora em reforma geral para a instalação de equipamentos sonoros e que seria reaberto em breve. Outra notícia: o Cine-Theatro D. Pedro II estreava seus equipamentos sonoros Webber-Polidor e o filme escolhido havia

95 “Inaugura-se amanhã o Teatho D. Pedro II”. Folha da Manhã, São Paulo, 1 dez. 1929, p. 14. 96 “A crise de filmes”. Folha da Manhã, São Paulo, 2 jan. 1930, p. 6. 64 sido Fausto (Faust, 1926), de F. W. Murnau, com Emil Jennings. O filme era originalmente silencioso, mas esta cópia havia sido “maravilhosamente sincronisada”97. Em março de 193098, aconteceu em São Paulo o 2º Congresso Sul-Americano da Paramount com representantes de toda a América Latina e entre os temas debatidos estava a preocupação com a produção de filmes sonoros e sua distribuição na América do Sul. O jornal deu grande destaque ao congresso que em sessões especiais exibiu aos participantes Alvorada do amor (The love parade, 1929), filme de Ernst Lubitsch com Maurice Chevalier, e Burlesque (The dance of life, 1929), de John Cromwell e A. Edward Sutherland com Nancy Carrol e Hal Skelly. No entanto, quem roubou a cena neste mês de março foi o ator argentino José Bohr que, segundo o jornal, além de ser um excelente cantor da melhor música portenha, cantava em português e acabara de assinar contrato com a recém-fundada empresa americana Sono Art. O filme Cilada amorosa (The love trap, 1929), de com Laura Laplante, estreava no Cine República, tendo como complemento um short de José Bohr todo cantado e falado em espanhol99. O Cine São Bento inaugurou seus equipamentos sonoros em meados de março, porém não há identificação da procedência ou marca desses aparelhos. Há uma notícia do final deste mês anunciado que a Empresa Cinematográfica Paulista estava adotando para seus cinemas um sistema de sincronização nacional, chamado genericamente de “Vitaphone”100. O Cine Roma (Rua da Mooca, 617) foi o primeiro a receber esses aparelhos. No inicio de maio de 1930 as Empresas Cinematográficas Reunidas venderam o Colyseu Paulista, cinema localizado no Largo do Arouche, para a Empresa Brasileira de Cinemas, do Conde Martinelli, que com a aquisição de uma sala fora do centro da cidade ampliou sua atuação na exibição dos filmes da First National Pictures. Em contrapartida, Serrador anunciou que iria fixar, “inalteravelmente”, o preço da poltrona de seus cinemas em 3$000 réis (menos de meio dolar)101, a começar pelo Cine Odeon. O República, cinema da empresa Reunidas, contra-ataca com a novidade de seu “Cine- rádio”; que consistia em apresentação de canções e anedotas pelo microfone do cinema.

97 “A estréia do cinema sonoro no Pedro II”. Folha da Manhã, São Paulo, 23 jan. 1930, p. 10. 98 “2º Congresso Sul-Americano da Paramount”. Folha da Manhã, São Paulo, 9 mar. 1930, p. 7. 99 “Cilada amorosa”. Folha da Manhã, São Paulo, 16 mar. 1930, p. 7. 100 “Sincronização Brasileira”. Folha da Manhã, São Paulo, 27 mar. 1930, p. 9. 101 A cotação do dólar para compra na Folha da Manhã do dia 7 de maio de 1930 era de 8$340 réis. 65

Paraguassu102 e Luizinho, dois conhecidos artistas da cidade, é que ocupavam os microfones para atrair o público. Guerra entre os exibidores? Coincidência ou não, é nesse mesmo mês que surge um novo sistema de exibição no mercado internacional: a sessão corrida de 24 horas. A disputa ainda estava entre os americanos e franceses, mas não tardaria a aportar em terras paulistanas. No final de abril o Cine Paraíso, Rua do Paraíso, 69, das Empresas Cinematográficas Reunidas Ltda., recebeu seus equipamentos Western Electric e no dia 10 de julho inaugurava-se o Cine Santa Cecília, da Empresa Serrador, na Rua das Palmeiras, esquina com a Conselheiro Brotero. Os equipamentos sonoros também eram Western Electric e o filme escolhido havia sido O grande Gabbo (The great Gabbo, 1930), filme de James Cruze com . Na publicidade das Empresas Serrador aparece inúmeras vezes o slogan “instalações sonóras Movietone-Vitaphone (Western Electric)”, denotando haver nessa época maior conhecimento do público por esta marca em relação aos demais equipamentos existentes no mercado, ou seja, os da RCA Photophone, os alemães Klang-Film e Tobis e as contrafações nacionais. No dia 19 de julho o Cine Odeon recebeu sua Sala Verde, também equipada pela Western Electric e, segundo a Folha da Manhã, passou a ser o primeiro cinema brasileiro com três salas contíguas. Em setembro No, no, Nanette (No, no, Nanette, 1930), filme de Clarence G. Badger inaugurava o sistema sonoro do Cine-Theatro Paratodos, no Largo Santa Ifigênia, mesmo cinema que no inicio de outubro instituiu, ao lado do maestro Villa- Lobos, o programa “Momentos Musicais Paratodos”. O próprio Villa-Lobos descreve a experiência: O primeiro “Momento Musical Paratodos” a ser oferecido amanhã, compreende o tema “Dança dos índios mestiços do Brasil”. Haverá um cenário rústico: montanha de selva brasileira, e sob a projeção uma orquestra devidamente selecionada, que estará obediente à minha regência, mas invisível, dará interpretação a “Dança dos índios mestiços do Brasil”. Coisa simples, porém de efeito, e, no meu modo de ver, deve causar excelente impressão artística, mormente nesta época de música mecânica nos cinemas 103.

No dia 21 de setembro de 1930 o mesmo jornal anunciava a estreia do cinema sonoro no Cine República de Campinas. O ano de 1930 termina contabilizando a

102 Paraguassu, além de ator conhecido na cidade já havia feito curtas-metragens sonoros neste período. 103 “Momentos musicais para todos”. Folha da Manhã, São Paulo, 12 out. 1930, p. 2. 66 importação brasileira de 217 aparelhos sonoros para cinema, dos quais 165 unidades se compunham de equipamentos alemães e 52 americanos104. O ano de 1931 se iniciou ainda sob as consequências da crise norte-americana de 1929. Se nos Estados Unidos a crise havia levado os estúdios a um regime de economia e corte nos orçamentos dos filmes, por aqui a crise foi de público. O mercado se ressentia da falta de novidades para a manutenção da programação das salas de exibição e o público sentia falta de dinheiro no bolso. A combinação de espetáculos de palco e tela voltou a ser uma prática na tentativa de atrair novamente o público. No saguão de espera do Cine Paratodos um mistério se revelava ao público de São Paulo: a Western Electric, através de sua representante no Brasil desvendava em uma demonstração pública a fotografia do som. Os equipamentos foram dispostos no saguão e ficaram acessíveis a quem estivesse interessado em descobrir como as vozes dos artistas chegavam aos grandes alto-falantes dos cinemas105. Neste período, segundo estatísticas divulgadas pela “Motion Pictures Division”, aproximadamente 19.900 cinemas de um total mundial de 62.365 já estavam equipados para a reprodução de filmes sonoros. Dois terços deles utilizavam sistema da Western Electric. Nos Estados Unidos, de um total de 22.731 cinemas, 12.500 já possuíam sistema sonoro. Na Europa, 5.401 de 28.454 cinemas e na América do Sul eram 527 de 4.964 salas106. Em 1930 São Paulo já possuía, segundo o publicado pela Folha da Manhã, 21 cinemas completamente equipados. Este é o número de salas efetivamente apontadas no jornal, em notas ou na publicidade paga pelos exibidores, e possivelmente, não representa o total das salas efetivamente adaptadas nos bairros, com equipamentos sonoros nacionais de projeção.

Tabela 5: Distribuição cronológica das adaptações de salas de exibição ao sistema sonoro CINEMA EQUIPAMENTO SONORO INAUGURAÇÃO Paramount Western Electric 13/04/1929 Odeon (Sala Vermelha) Western Electric 10/06/1929 Santa Helena Nacional 19/06/1929 Odeon (Sala Azul) Western Electric 22/07/1929

104 GATTI, André. Exibição. In: RAMOS, Fernão; MIRANDA, Luiz Felipe (Orgs.). Enciclopédia do Cinema Brasileiro. São Paulo: Senac, 2000, p. 220. 105 “Quebrou-se o encanto do Movietone. A Western Eletric faz hoje uma demonstração pública da fotografia do som”. Folha da Manhã, São Paulo, 25 jan. 1931, p.14. 106 “O cinema sonoro”. Folha da Manhã, São Paulo, 28 jan. 1931, p.12. 67

República Western Electric 05/08/1929 Braz Polytheama Western Electric 07/08/1929 Rosário Western Electric 03/09/1929 Olympia Nacional 23/09/1929 Capitólio Western Electric 10/10/1929 Alhambra RCA Photofone 19/10/1929 Oberdan Nacional 14/11/1929 Colombinho Western Electric 26/11/1929 Colombo Western Electric 27/11/1929 Colyseo Western Electric 04/12/1929 D. Pedro II Tobis 24/01/1930 São Bento Western Electric 18/03/1939 Roma Nacional 27/03/1930 Paraiso Western Electric 28/04/1930 Santa Cecilia Western Electric 10/07/1930 Odeon (Sala Verde) Western Electric 19/07/1930 Paratodos Western Electric 12/09/1930

Fonte: Folha da Manhã

No final da primeira metade de 1931, os letreiros sobrepostos já eram uma das formas de exibição de filmes em língua estrangeira. Mesmo assim, a Paramount insistia em suas versões poliglotas e A dama que ri (The Laughing Lady, 1931), dirigida por Jorge Infante, o segundo filme todo falado em português, chegava a São Paulo no mês de junho. A dama que ri era a versão em português de The Laughing lady (1929), filme de Victor Schertzinger. Em julho de 1932, explodiu em São Paulo a Revolução Constitucionalista contra o governo provisório de Getúlio Vargas e pela instituição de uma nova constituição para o Brasil e o jornal Folha da Manhã passou a se ocupar, sistematicamente, da cobertura de todos os fatos desse acontecimento, reduzindo drasticamente suas páginas. Somente depois de 20 de outubro deste ano, quando também o movimento constitucionalista havia terminado, é que o jornal retomou seus noticiários sobre cinema e, ainda assim, de forma bastante reduzida. Depois de alguns meses publicando apenas notas curtas sobre a programação dos cinemas na cidade de São Paulo, o jornal Folha da Manhã retomou esta atividade, em meados de janeiro de 1933. Raul Roulien, o aclamado artista brasileiro que havia alcançado algum sucesso nos Estados Unidos, havia desembarcado em terras paulistas no final da tarde do dia 25 de janeiro de 1933, dia do 379º aniversário de fundação da 68 cidade. No dia seguinte, depois de festejado cortejo pelas principais ruas (Largo da Concórdia, Avenida Rangel Pestana, Rua do Carmo, Praça da Sé, XV de Novembro, João Briccola, Largo do São Bento e Viaduto do Chá até a Esplanada Municipal), sempre acompanhado pela Banda da Guarda Civil, a Banda Lyra da Mooca, a Banda da Força Pública, entre outras, foi homenageado pelos atores do Theatro Santana. No dia 26, o ator visitou as dependências da General Motors em São Bernardo do Campo e à noite fez uma conferência na Sala Vermelha do Cine Odeon sugestivamente intitulada “A Voz de Hollywood”107.

2.3.5 O abandono da exibição de fitas silenciosas

Em 1933 o cenário do mercado exibidor já havia mudado, uma vez que já eram poucos os filmes estrangeiros que chegavam por aqui no sistema Vitaphone e, ao contrário do que diziam as noticias do ano anterior, o sistema Movietone é que havia se estabelecido como o formato definitivo para o cinema sonoro mundial. Em maio de 1933, no Cine Odeon, Ganga bruta (1933), produção ainda em Vitaphone da Cinédia com direção de Humberto Mauro, disputava bilheteria com nada menos que King Kong (1933), a grande produção da RKO Radio Pictures dirigida por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack que estreava nos cines Rosário e Alhambra. No dia 3 de maio de 1934, a Avenida São João amanheceu em festa. O próprio Ramón Novarro, que estava seguindo para a Argentina e passava por São Paulo, fora efusivo ao visitar as instalações do Cine Broadway: “Este cinema é realmente digno de estar na Broadway, de New-York!”. Era dia da inauguração e as condições técnicas da sala estavam todas descritas no jornal daquele dia: “2.500 poltronas! Iluminação profusa e indireta! Revestimento de “CELOTEX” para eliminar as ressonâncias do som, como o Radio City, de New York, único na América do Sul! Aparelhos Projetores “ERNEMANN II”, com lanternas extra luminosas “KINOSOL”, garantia de projeção perfeita”, Aparelho de som “WESTERN ELECTRIC Co.” que significa “som maravilhoso!”108. Em maio a Empresa Paulista de Cinema, a mesma que havia inaugurado o Broadway, resolveu reinaugurar o Cine Alhambra, substituindo seus equipamentos sonoros RCA Photophone, que estavam em funcionamento desde outubro de 1929, por modernos equipamentos da Western Electric Co.

107 “Raul Roulien chegou ontem a São Paulo”. Folha da Manhã, São Paulo, 26 jan. 1933, p. 9. 108 Publicidade de inauguração do Cine Broadway. Folha da Manhã, São Paulo, 22 abr. 1934, p. 7. 69

O ano de 1933 encerrava-se contabilizando mais uma distribuidora de filmes na cidade. O Programa M.J.C., de Aguinaldo Corrêa, estava se instalando na Rua dos Gusmões e passaria a distribuir na capital paulista filmes da Gainsborough Pictures, Gaumont British e outras. No Rio de Janeiro os filmes sonoros terminaram de percorrer todo o circuito de salas em setembro de 1934 com a conversão do Cine Teatro Sport, da Ilha de Paquetá109. Em São Paulo, levantamentos efetuados nas programações cinematográficas no jornal Folha da Manhã e compilados na tabela 6, apontam que em dezembro de 1933 já não era exibido nenhum filme silencioso na cidade. Na tabela abaixo foram verificadas a “Programação” diária de filmes em exibição nos cinemas da cidade com os anúncios publicados na Folha da Manhã e estes confrontados com os aspectos técnicos relacionados ao som em de cada uma das produções. Em relação à tabela 6 cabem duas ressalvas: primeira, a de que o fato de todos os filmes ali listados serem originalmente sonoros não garante que tenham sido, efeticamente, projetados com som nas salas de cinema e, segundo, que a listagem não contempla o total de salas da cidade mas sim aquelas efetivamente publicadas nas edições da Folha da Manhã.

Tabela 6 – Relação dos filmes em cartaz na cidade de São Paulo FILMES EM CARTAZ EM SÃO PAULO NO DIA 19 DE NOVEMBRO DE 1933 Cinema Programação Alhambra Rua da vaidade (Vanity Street, 1932), de Nick Grinde - Corporation - Som: Mono; Fra diávolo (The devil’ s brother (1933), de , Charley Rogers - Som: Hal Roach Studios - Som: Mono (Western Electric Sound System). Asturias Casar por azar (The man of her own, 1932), de Wesley Ruggles - Paramount Pictures. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording); O furão (, 1933), de Lloyd Bacon - Warner Bros. Pictures. Som: Mono; Um Desenho e um Jornal; e só na matinée: O grande guerreiro (The lightning warrior, 1931), de Benjamin H. Kline e Armand Schaefer. Som: Mono. Braz Polytheama Um romance em Budapeste (Skandal in Budapest, 1933), de Steve Sekely e Géza Von Bolváry. Deutsche Universal-Film, Hunnia Filmstúdió. Som: Mono (Tobis-Klangfilm); Flor do Havaí (Die Blume von Hawaii, 1933), de Richard Oswald. Rio- Film GmbH. Som: Mono; Achada na rua (Pick-up, 1933), de Marion Gering. Paramount Pictures. Som: Mono. Capitólio Beijos para todas (A bedtime story, 1933), de Norman Taurog. Paramount Pictures. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording) Abraça-me bem (Sailor’ s luck, 1933), de .

109 GONZAGA, Alice. Palácios e Poeiras, 100 Anos de Cinemas no Rio de Janeiro. Ed. Record. 1996,p. 164. 70

FILMES EM CARTAZ EM SÃO PAULO NO DIA 19 DE NOVEMBRO DE 1933 Cinema Programação Corporation. Som: Mono; Abraços traiçoeiros (The Cohens and Kellys in trouble, 1933), de . . Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording Sound System); Hotel Atlantic (Le capitaine Craddock, 1931), de Hanns Schwarz, Max de Vaucorbeil. Universum Film (UFA). Som: Mono (Tobis-Klangfilm)

Central Beijos para todas (A bedtime story, 1933), de Norman Taurog. Paramount Pictures. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording) Abraça-me bem (Sailor’ s luck, 1933), de Raoul Walsh. Fox Film Corporation. Som: Mono; Abraços traiçoeiros (The Cohens and Kellys in trouble, 1933), de George Stevens. Universal Pictures. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording Sound System); Hotel Atlantic (Le capitaine Craddock, 1931), de Hanns Schwarz, Max de Vaucorbeil. Universum Film (UFA). Som: Mono (Tobis-Klangfilm). Colombo Uma noite no Cairo (The barbarian, 1933), de . Ramon Novarro, , . Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Som: Mono (Western Electric Sound System); Debaixo de música (Say it with music, 1932), de Jack Raymond. Jack Payne, Percy Marmont and Evelyn Roberts. Herbert Wilcox Productions, British & Dominions Film Corporation. Som: Mono. Coliseu Amor na corte (The king’ s vacation, 1933), de John G. Adolfi. George Arliss, Marjorie Gateson and Dudley Digges. Warner Bros. Pictures. Som: Mono; Na cova dos ladrões (Robbers’ roost, 1932), de David Howard, Louis King. George O’ Brien, Maureen O’ Sullivan and Walter McGrail. Sol Lesser Productions. Som: Mono (Western Electric Sound System). Mafalda Peregrinação (Pilgrimage, 1933), de . Henrietta Crosman, Heather Angel and Norman Foster. Fox Film Corporation. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording); Quando o amor faz a moda (Wenn die Liebe Mode macht, 1932), de Franz Wenzler. Renate Müller, Hubert von Meyerinck and Georg Alexander. Universum Film (UFA). Som: Mono; Uma loira para três (She done him wrong, 1933), de . Mae West, and Owen Moore. Paramount Pictures. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording). Odeon – Sala Vermelha Meus lábios revelam (My lips betray, 1933), de John G. Blystone. Lilian Harvey, John Boles and El Brendel. Fox Film Corporation. Som: Mono Perigo de amor (Dangerously yours, 1933), de Frank Tuttle. Warner Baxter, Miriam Jordan and Herbert Mundin. Fox Film Corporation. Som: Mono. Odeon – Sala Azul Espera-me coração (Espérame, 1933), de Louis J. Gasnier. Carlos Gardel, Goyita Herrero and Lolita Benavente. Les Studios Paramount. Som: Mono; Nasci para te amar (Men of chance, 1931), de George Archainbaud. Ricardo Cortez, Mary Astor and John Halliday. RKO Radio Pictures. Som: Mono (RCA Photophone System); O avião fantasma (Phantom of the air, 1933), de . , Gloria Shea and LeRoy Mason. Universal Pictures. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording Sound System). Olimpia A irmã branca (The white sister, 1933), de Victor Fleming. Helen Hayes, and Lewis Stone. Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Som: 71

FILMES EM CARTAZ EM SÃO PAULO NO DIA 19 DE NOVEMBRO DE 1933 Cinema Programação Mono (Western Electric Sound System); A verdade semi-nua (The half naked truth, 1932), de . Lupe Velez, and Eugene Pallette. RKO Radio Pictures. Som: Mono (RCA Photophone System). Paramount Além do inferno (Hell below, 1933), de Jack Conway. Robert Montgomery, Walter Huston and Madge Evans. Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Som: Mono (Western Electric Sound System); Alma de arranha-céu (Skyscraper souls, 1932), de Edgar Selwyn. , Maureen O’ Sullivan and Gregory Ratoff. Cosmopolitan Productions, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Som: Mono (Western Electric Sound System). Paratodos Cavadoras de ouro (, 1933), de Mervyn LeRoy. Warren William, and Aline MacMahon. Warner Bros. Pictures. Som: Mono; Pouco amor não é amor (, 1932), de Edward H. Griffith. Ann Harding, and Myrna Loy. RKO Radio Pictures. Som: Mono (RCA Photophone System). Paulistano Dragões da morte (The eagle and the hawk, 1933), de Stuart Walker. , Cary Grant and . Paramount Pictures. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording); O vidente (The mind reader, 1933), de Roy del Ruth. Warren William, Constance Cummings and Allen Jenkins. First National Pictures. Som: Mono. Pedro II Mascarado magnanimo (Rustlers’ roundup, 1933), de Henry MacRae. , Diane Sinclair and Noah Beery Jr.. Universal Pictures. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording Sound System). República Sagrado dilema (, 1932), de William A. Wellman. Ruth Chatterton, Louis Calhern and Helen Jerome Eddy. First National Pictures. Som: Mono; Atração dos ares (Central airport, 1933), de William A. Wellman. Richard Barthelmess, Sally Eilers and Tom Brown. Vitaphone Corporation, The, Warner Bros. Pictures. Som: Mono. Rialto Juventude triunfante (Huddle, 1932), de Sam Wood. Ramon Novarro, Madge Evans and Una Merkel. Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Som: Mono (Western Electric Sound System); 20.000 anos em Sing Sing (20.000 years in Sing Sing, 1932), de Michael Curtiz. , and Arthur Byron. Warner Bros. Pictures, First National Pictures, The Vitaphone Corporation. Som: Mono; O avião fantasma (Phantom of the air, 1933), de Ray Taylor. Tom Tyler, Gloria Shea and LeRoy Mason. Universal Pictures. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording Sound System). Rosário Agarrando-os vivos (Bring ‘ em back alive, 1932), de Clyde E. Elliott. Frank Buck. Van Beuren Studios. Som: Mono (RCA Photophone System). Royal Cavadoras de ouro (Gold diggers of 1933, 1933), de Mervyn LeRoy. Warren William, Joan Blondell and Aline MacMahon. Warner Bros. Pictures. Som: Mono; Queridinha do meu coração (Peg o’ my heart, 1933), de Robert Z. Leonard. , Onslow Stevens and J. Farrell MacDonald. Cosmopolitan Productions, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Som: Mono (Western Electric Sound System). Santa Cecília Peregrinação (Pilgrimage, 1933), de John Ford. Henrietta Crosman, Heather Angel and Norman Foster. Fox Film Corporation. Som: Mono 72

FILMES EM CARTAZ EM SÃO PAULO NO DIA 19 DE NOVEMBRO DE 1933 Cinema Programação (Western Electric Noiseless Recording); Quando o amor faz a moda (Wenn die Liebe Mode macht, 1932), de Franz Wenzler. Renate Müller, Hubert von Meyerinck and Georg Alexander. Universum Film (UFA). Som: Mono; Uma loura para três (She done him wrong, 1933), de Lowell Sherman. Mae West, Cary Grant and Owen Moore. Paramount Pictures. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording). Santa Helena O rei do fósforo (The match king, 1932), de Howard Bretherton, William Keighley. Warren William, Lili Damita and Glenda Farrell. First National Pictures. Som: Mono; Justa recompensa (Smoke lightning, 1933), de David Howard. George O’ Brien, Nell O’ Day and Betsy King Ross. Fox Film Corporation. Som: Mono. São Bento No caminho da vida (Putyovka v zhizn, 1931), de Nikolai Ekk. Nikolai Batalov, Yvan Kyrlya and Mikhail Dzhagofarov. Mezhrabpomfilm. Som: Mono (Tagephon); Herança das estepes (Heritage of the desert, 1932), de Henry Hathaway. , Sally Blane and J. Farrell MacDonald. Paramount Pictures . Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording).

Fonte: Folha da Manhã / IMDB – The Internet Movie DataBase 73

3. OS VÁRIOS FORMATOS DE EXIBIÇÃO DE FILMES ENTRE 1928 E 1934

O período de adaptação das salas para exibição de filmes com som, na cidade de São Paulo, foi relativamente curto, complexo e não se resumiu unicamente à troca de equipamentos nas salas de projeção ou à exibição do primeiro filme falado. Durante os anos observados nas páginas do jornal Folha da Manhã, pudemos constatar a convivência de diversas formas de exibição do espetáculo cinematográfico, ora porque o próprio objeto fílmico obrigava a um determinado tipo de procedimento, ora porque os próprios exibidores adaptavam a exibição para garantir uma melhor compreensão do filme por parte de seu público e ora porque a sala de exibição ainda não possuía projetores sonoros. Importante lembrar que a transição a que estamos nos referindo diz respeito à instalação de projetores sonoros e à presença ou não de som no dispositivo fílmico, seja ele impresso na película ou combinado com um disco. Desta forma, não fosse pela existência de alguns filmes com sequências realmente “faladas ou cantadas”, o primeiro momento desta transição poderia parecer novidade apenas do ponto de vista tecnológico, já que muitos dos filmes exibidos eram apenas sincronizações de músicas adaptadas ao filme. Lembramos que não era surpresa nenhuma para o público a exibição de filmes acompanhados de sincronizações realizadas ao vivo pela orquestra e que, na segunda metade da década de 1920, muitos filmes chegavam a São Paulo com partituras próprias e música original acompanhando as películas. O jornal Folha da Manhã começou a circular na cidade de São Paulo em meados de 1925 e apesar de estarmos tratando especificamente do período 1928/1934, foi das primeiras edições que partimos para observar aspectos diretamente ligados ao som nas salas de exibição, antes do advento do sonoro. A ideia foi a de compreender e estabelecer um procedimento comum de exibição na cidade para com isso observar os modelos utilizados depois do advento do sonoro. Iniciamos por perceber que a música e a presença das orquestras nos cinemas continuava sendo importante, porém observamos uma mudança significativa entre a primeira e a segunda metade dos anos 1920. Na primeira, a publicidade estampada na Folha da Manhã destacava principalmente a existência ou não da orquestra e a quantidade de músicos que a compunham; já na segunda, o valor recaía sobre a própria 74 música. Ou seja, se a exibição seria acompanhada por música “própria” ou “adaptada”, coisa que ao que tudo indica, acrescentava novo valor ao filme. Esta é uma questão importante na lógica do mercado cinematográfico da década de 1920 porque demonstra que, apesar de grande parte dos problemas de sincronização som/imagem já estarem sendo resolvidos, a exibição ainda mantinha fortes laços com o espetáculo ao vivo. Cabe lembrar que já em 1923 Lee de Forest exibia seus , o sistema sonoro antecessor ao Movietone, nas salas de cinema americanas e nem por isto a indústria cinematográfica ameaçava abandonar os filmes silenciosos e as orquestras. Na verdade, o filme silencioso funcionava muito bem no mercado e havia dois grandes problemas a serem resolvidos com relação ao filme sonoro: um de ordem tecnológica referente à amplificação do som e outro, de ordem econômica, relativo aos altos investimentos necessários para a troca e adaptação dos equipamentos na produção e na rede de salas de cinema. A cobertura na imprensa para a estreia de O barqueiro do Volga (The Volga boatman, 1926), de Cecil B. DeMille, promovida pelas Empresas Reunidas Metro- Goldwyn-Mayer, no Cine República, destacava a “música própria” (Anexo E). Em fevereiro de 1927 aparece outra referência à utilização de “música própria” acompanhando um filme na cidade. O cine República exibiu no dia 7 de fevereiro de 1927 a película A última Figura 31: Orquestra para acompanhar filmes. gargalhada (Der letzte Mann, 1924), de F.W. Murnau, que tinha música original de Giuseppe Becce, Florian C. Reithner e Werner Schmidt- Boelcke e cuja publicidade anunciava que teria apresentação “luxuosíssima” executada por uma orquestra com trinta e cinco músicos110. Em meados de 1928 o Brasil ainda não possuía nenhum Fonte: Folha da Manhã (24 mar. 1928, p. 16.). equipamento sonoro de projeção

110 A última gargalhada. Folha da Manhã, São Paulo, 2 fev. 1927, p.12. 75 instalado, mas podemos notar pela publicidade dos filmes a preocupação dos exibidores com os acompanhamentos musicais. Preocupação que não se limitava aos cinemas do centro. O Cine Santo Antonio (Figura 31), da Mooca, em anúncio publicado no dia 24 de março de 1928, data de sua inauguração, chama atenção para a qualidade de sua orquestra de sete exímios professores e o aviso de que todos os filmes exibidos naquele cinema seriam acompanhados de “música adaptada” ou de “música própria”111. O Cine São José, no Largo São José do Belém, inaugurado neste mesmo dia tinha, um fosso de orquestra rebaixado em um metro e meio do nível da platéia para que a luz das estantes dos músicos não cortasse a visão da tela112. No início de abril de 1928 estreava simultaneamente nos cines Santana, Royal, Capitólio, Braz Polytheama e Mafalda a produção francesa Casanova (1927), dirigida por Alexandre Volkoff, anunciando que nos cinco cinemas a fita seria acompanhada de “música descritiva” compilada pelo maestro Martinez Grau e que, especialmente no Santana, o festejado tenor Antonio Coutinho cantaria “Veneza, la bella” e “Visione Veneziana”113. Nesse mesmo dia, o Cine Astúrias, que nessa época pertencia a José Nahas Irmãos e Cia., anunciava a estréia de Nobreza (Mockery, 1927), dirigido por Benjamin Christensen, com “grandioso acompanhamento pelos célebres coros Ucranianos dirigidos pelo maestro Leo Ivanow”114 e na mesma edição duas páginas inteiras do jornal Folha da Manhã foram ocupadas para anunciar para o dia seguinte à estreia, nos cines Coliseu e República, do filme Fausto (Faust, 1926), de F. W. Murnau. Na publicidade, partituras de Gounod e Arrigo Boito adaptadas ao filme pelo maestro Mario Monteiro115. A dama das camélias (Camille, 1926), de Fred Niblo, estreou simultaneamente nos cines República e Santa Helena no dia 20 de agosto de 1928. Na publicidade o anúncio de grande Orquestra e uma novidade, a indicação de “Música Sincronizada”116. No final de agosto o Cine São Bento anunciava a exibição de A viúva alegre (The merry widow, 1925), de Erich Von Strohein, com Mae Murray e e na publicidade a indicação de “Música Adaptada”117.

111 A amplificação foi resolvida em 1925 com a invenção das válvulas elétricas, mais especificamente os diodos. 112 “Mais dois cinemas novos em São Paulo – Hoje inauguram-se o Cine-Teatro São José e o Cine Santo Antonio”. Folha da Manhã, São Paulo, 24 mar. 1928, p. 7. 113 Casanova. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 08 abr. 1928, p. 20. 114 Nobreza. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 08 abr.1928, p. 19. 115 Fausto. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 08 abr.1928, pp. 10 e 11. 116 A dama das camélias. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 ago.1928, p. 11. 117 A viúva alegre. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 26 ago. 1928, p. 24. 76

Os dados acima foram compilados no sentido de demonstrar que neste período imediatamente anterior à instalação do primeiro projetor sonoro na cidade de São Paulo já se fazia sentir um movimento igual ao que havia acontecido poucos anos antes no mercado norte-americano quando as compilações de músicas “próprias”, “sincronizadas” e “adaptadas” aos filmes eram parte obrigatória do espetáculo cinematográfico. É claro que a música esteve, na maioria das vezes, presente nas salas de projeção e que já nos anos 1910 havia um movimento para orientar os exibidores sobre a melhor maneira de utilizar o acompanhamento musical para os filmes, mas é nos anos 1920 que se afirma a ideia de uma trilha sonora escrita especialmente como parte integrante da narrativa fílmica. As músicas sugeridas geralmente faziam parte do repertório do período romântico do século XIX. Havia, inclusive publicações de partituras com arranjos especialmente preparados para acompanhamento de filmes, como é o caso do Motion Picture Moods for Pianists and Organists: A Rapid Reference collection of Selected Pieces Adapted to Fifty-Two Moods and Situations, de Erno Rapee118. O acompanhante que necessitade de alguma música para algum tipo de “emoção específica” poderia encontrar e escolher entre 10 peças diferentes, de Chopin, Bethoven ou Grieg, aquela que melhor lhe conviesse119. Não podemos afirmar que esta forma de exibição ocorresse uniformemente em todas as salas de cinema da cidade de São Paulo, mas procuramos descrever no presente capítulo os vários formatos que conviveram no período entre a instalação do primeiro projetor sonoro na cidade e o desaparecimento da exibição comercial de filmes silenciosos.

3.1 Filmes silenciosos exibidos em combinação com espetáculos de palco

Prática comum dos anos 1920 e que se estende até meados dos anos 1930 era a exibição de filmes silenciosos divididos em partes e intercalados com intervalos em que a música, de origem elétrica ou acústica, ficava no hall de entrada da sala de exibição.

118 Erno Rapee (1891-1945) foi regente da Radio City Symphony Orchestra e tanto compilou e arranjou músicas de autores eruditos para serem executadas em cinemas quanto desenvolveu temas musicais específicos, também conhecidos como Photoplay Music para acompanhamento de filmes silenciosos. Segundo o IMDB, Erno Rapee foi também arranjador em 1921, na versão sincronizada de O nascimento de uma nação (, 1915), de D. W. Griffith. 119GORBMAN, Claudia. Unheard Melodies, Narrative Film Music. : Indiana University Press, 1987, p. 85 . 77

Em alguns cinemas os filmes eram exibidos sem acompanhamento ou a presença de dubladores escondidos atrás da tela e faziam parte de um programa que incluía espetáculos de palco. Dependendo da metragem, dois ou três filmes diferentes faziam parte do mesmo programa e além do que acontecia especificamente na sala de projeção, o hall era um importante espaço de sociabilidade da época, local onde os moços e moças se davam ao olhar de seus pretendentes e os fumantes podiam conversar entre longas baforadas. Tanto nas notas do jornal Folha da Manhã quanto na publicidade paga pelos exibidores não encontramos nenhuma indicação de que algum tipo de música acompanhava a exibição dessas películas, o que não significa que esta prática também não ocorresse. O Cine Santana exibia em outubro de 1927 O homem de aço (Men of steel, 1926), de George Archainbaud, com Milton Sills, Doris Kenyon e Mae Allinson e anunciava para o palco a presença da “troupe Greenler & Drayton, todos pretos, 4 filhos artistas norte-americanos cantores e dançarinos modernos”120. O mesmo cinema exibia ainda nesse mês Cavalheiro intruso (The amateur gentlemen, 1926), de , com Richard Barthelmess e no palco a Companhia Mexicana de Bailados Irmãs Perez Caro121 e, em fevereiro de 1928, realizava o “Festival de Roulien” e trazia para a tela A mulher que eu amei (The girl I loved, 1923), de Joseph de Grasse, filme da United Artists com Charles Ray e Patsy Ruth Miller. No programa desse dia, a combinação com o espetáculo de palco “Tsoro-Wang-Chu”, criação do próprio Raul Roulien122. Em abril de 1929, pouco antes da estreia do cinema sonoro em São Paulo, o Cine Odeon exibia As férias de Clara (Three weekends, 1928), filme silencioso de Clarence G. Badger, numa combinação com espetáculos de palco (Figura 32).

120 O Homem de aço. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 13 out. 1927, p. 16. 121 Cavalheiro intruso. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 25 out. 1927, p. 12. 122 A mulher que eu amei. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 12 fev. 1928 , p. 15. 78

Figura 32: Espetáculo de palco

Fonte: Folha da Manhã (14 abr. 1929, p. 27.).

3.2 Filmes silenciosos acompanhados de música especial e partituras próprias executadas ao vivo

Acontecimento marcante na cidade de São Paulo foi a reabertura do Cine Teatro Santa Helena, noticiado pela Folha da Manhã no dia 15 de março de 1927. O diretor Luiz de Barros123 narra em seu livro que o teatro havia sido alugado pela Metro Goldwyn-Mayer quando ele e sua companhia Ra-Ta-Plan ali se encontravam em temporada com um espetáculo de revista124 e que ele havia sido contratado pela Metro para a readequação daquela sala. A reabertura do Teatro Santa Helena125 aconteceu no dia 19 do março de 1927 e o filme de estreia foi O grande desfile (The big parade, 1925), de , onde o próprio anúncio chamava atenção para o acompanhamento musical do filme com orquestra sob a regência do maestro Martinez Grau. Em matéria do dia seguinte126, o repórter confirma o acompanhamento da música especialmente escrita para este filme e logo em seguida, uma matéria sobre a música de

123 BARROS, Luiz de. Minhas memórias de cineasta. Rio de Janeiro: Artenova, 1978, pp. 85/86. 124 O espetáculo de Revista a que Luiz de Barros se refere era Elas e aparece em uma publicidade das Empresas Reunidas e Metro Goldwyn-Mayer publicada na Folha da Manhã no dia 22 de janeiro de 1927. 125 Reabertura do Cine Teatro Santa Helena. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 mar. 1927, p. 16. 126 “A reabertura do Teatro Santa Helena”. Folha da Manhã, São Paulo, 20 mar. 1927, p. 8. 79

O grande desfile informa que o Maestro Martinez Grau executava 150 páginas da música original escrita por William Axt e David Mendonza durante a exibição da película127. O segundo filme a ocupar a tela do Cine Santa Helena foi Don Juan (1926), de , que além de ter música própria também escrita por William Axt e David Mendonza seguia a mesma orientação orquestral do primeiro128. Alguns dias depois, a orquestra do Santa Helena acompanhava a música original do filme Sangue por glória (What price glory, 1926), de Raoul Walsh, adaptação do romance de Lawrence Sttaling e Maxwell Anderson, os mesmo autores de O grande desfile129. Também em março deste ano, uma publicidade do Cine Santana anunciava a exibição especial do filme O carnaval do Rio (1927), com a indicação “CANTADO” em destaque. A exibição desta reportagem do Programa Serrador foi feita “com música e cantos populares executados por um grupo de cantores do “Flor de Abacate” do Rio de Janeiro”130. Consideramos esta apresentação como integrante do presente formato de exibição, na medida em que a música foi intencionalmente adaptada ao filme. Ben-Hur (Ben-Hur: a tale of the Christ, 1925) de Fred Niblo, com Ramón Novarro, estava em cartaz no Cine República em julho de 1927131. O anúncio publicado pelos exibidores trazia uma nota avisando que o filme não seria exibido em nenhum outro cinema de São Paulo com a apresentação que lhe dava o República: “coro hebraico de 50 vozes, sob a direção do maestro Leo Ivanow, e música própria, executada por Grande Orquestra Sinfônica sob a regência do maestro Almirio Machado.” No mês de agosto entrava em cartaz, simultaneamente, no Cine Santana e Cine Royal, Pirata negro (The black pirate, 1926), de Albert Parker, em que a publicidade anunciava a orquestra dirigida pelo maestro Gabriel Migliore regendo a partitura original do filme, composta pelo norte-americano Mortimer Wilson132. Em fevereiro de 1927133 na publicidade do Cine República para a estréia de A última gargalhada (Der letzte Mann, 1924), filme de F. W. Murnau e que realmente tinha partitura original composta por Giuseppe Becce, Florian C. Reithner e Werner Schmidt-Boelcke, aparece como estratégia de marketing uma das primeiras referências à exibição com utilização de “música própria”. O que se pode notar pela publicidade

127 “A música de “The big parade” (O Grande Desfile)”. Folha da Manhã, São Paulo, 25 mar. 1927, p. 6. 128 Don Juan. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 24 abr. 1927, p. 16. 129 Sangue por glória. Publicidade Folha da Manhã, São Paulo, 15 mai. 1927, p. 16. 130 O carnaval no Rio. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 mar. 1927, p. 15. 131 Bem-Hur. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 22 jul. 1927, p. 12. 132 Pirata negro. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 7 ago. 1927, p. 16. 133 A última gargalhada. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 2 fev. 1927, p. 12. 80 desta época é que este “adereço musical” e sua divulgação com as indicações de “música própria” ou “partitura exclusiva” dava um novo status ao cinema exibidor, acrescentando “valor” ao filme. No dia 16 de setembro de 1928 o Cine Santana, que na publicidade se autodenomina “O Palácio da cena muda”, anuncia a estreia de Asas (Wings, 1927), produção da Paramount dirigida por William A. Wellman que seria apresentada com música própria sob a regência do maestro A. Giammarusti e “todos os sons, efeitos de guerra, e aeroplanos produzidos pelo Aparelho Ortofônico “Auditorium” de grande preço e único existente em São Paulo, de propriedade da S.A. Empresa Serrador”134. Serrador inaugurou em outubro desse mesmo ano o Cine Odeon, designando para reger a orquestra da Sala Vermelha o maestro A. Giammarusti e para a Sala Azul o maestro J. Amarante135. Poder oculto (Die geheime Macht, 1928), filme de Erich Waschneck em que o ator Michael Bohnen é apresentado na publicidade como o substituto de Emil Jannings na UFA, estreou em outubro de 1928 no Cine República, com a indicação de “com musical especial adaptado ao filme”136. Em julho de 1929 e logo depois de ter inaugurado seu sistema sonoro, o Cine Odeon colocou em cartaz em sua Sala Vermelha o filme Moulin Rouge (1928), de Ewald André Dupont com acompanhamento de “música própria, entenda-se bem, escrita especialmente para a majestosa película”137. A produção nacional São Paulo - a sinfonia da metrópole (1929), de Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny, possuía orquestração completa de uma partitura especialmente feita para o filme quando de sua exibição no Cine Paramount, em setembro de 1929138. O filme 4 diabos (4 devils, 1928), de F. W. Murnau, que já havia sido exibido em São Paulo, retornou em novembro de 1929 para o Cine Alhambra, depois de ter recebido uma sincronização musical. Dezembro de 1929 marca a inauguração do Cine-Teatro D. Pedro II cuja proposta inicial era a da exibição de grandes filmes silenciosos. Nesta data, este cinema estava exibindo Rapsódia Húngara (Ungarische Rhapsodie, 1928), filme silencioso de Hans

134 Asas. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 16 set. 1928, p. 24. 135 “Programa de inauguração do Cine Odeon”. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 11 out.1928, p. 15. 136 Poder oculto. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 28 out. 1928, p. 13. 137 “Moulin Rouge”. Folha da Manhã, São Paulo, 07 abr. 1929, p. 6. 138 “Uma sincronização especial para São Paulo – A Sinfonia da metrópole”. Folha da Manhã, São Paulo, 01 set. 1929, p. 6. 81

Schwarz distribuído no Brasil pelo Programa Urânia139. Esta exibição foi acompanhada de música especial e, segundo a Folha da Manhã: “[...]vem provar a manifesta superioridade dos meios naturais sobre os meios mecânicos, por mais perfeitos que estes sejam, pois o comentário musical do filme, inteligentemente organizado pelo maestro Lazzoli, deixa a perder de vista qualquer outra sincronização que fosse feita com o auxílio de discos, Movietone ou Vitaphone”140. Importante lembrar que em vários dos casos acima citados a denominação de “música própria” para o acompanhamento das películas não significava música inédita ou especialmente escrita para o filme. Muitas vezes eram compilações de músicas já existentes, com arranjos desenvolvidos pelos maestros das salas de exibição.

3.3 Filmes silenciosos dos quais foram feitas posteriormente versões sonorizadas

Figura 33: Versão sonorizada Com o sucesso dos filmes sonoros e a falta de novidades para suprir o mercado, as companhias produtoras passaram a investir no relançamento de películas “campeãs de bilheteria” do período silencioso, sincronizadas com música e ruídos. Em janeiro de 1930, o Cine Paramount começou a exibir uma versão sonorizada do filme Sangue e areia (Blood and sand, 1922), de Fred Niblo, com Rodolpho Valentino, considerando a possibilidade do público que havia assistido a versão silenciosa de julgar a superioridade do cinema Fonte: Folha da Manhã (08 mai. 1930, p. 7.) sonoro sobre o cinema silencioso141. No

139 Rapsódia Hungara. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 23 nov. 1929, p. 4. 140 “Os encantos de um filme silencioso: “Rapsódia Hungara””. Folha da Manhã, São Paulo, 05 dez.1929, p. 4. 141 “Sangue e areia”. Folha da Manhã, São Paulo, 22 jan.1930, p. 8. 82 dia 24 deste mesmo mês, na inauguração de seu sistema sonoro, o Cine-Teatro D. Pedro II exibiu a versão sonorizada de Fausto (Faust, 1926) de F. W. Murnau, com Emil Jannings e Camila Horn142. O filme Os cossacos (The Cossacks, 1928), de George H. Hill, com John Gilbert e Renée Adorée, que havia sido exibida em sua versão silenciosa alguns anos antes em São Paulo, voltou em abril de 1930 em versão sonora para a tela do Cine Alhambra, da Rua Direita (Figura 33)143. Outro filme que mereceu um retorno sonoro às telas da capital Paulista foi O fantasma da ópera (The phantom of the opera, 1925), de Rupert Julian, com Lon Chaney e Mary Philbin144. No final de maio de 1930, a Paramount trazia de volta à tela de seu cinema a versão sincronizada de Asas (Wings, 1927), de William A. Wellman, com Clara Bow e Charles Rogers, filme que já havia sido apresentado em São Paulo em versão silenciosa145. Em janeiro de 1931, voltava a São Paulo e estreava no Cine República a produção silenciosa da United Artists Dois amantes (Two lovers, 1928), filme de Fred Niblo, com e Vilma Banky, em versão sonora. O anúncio publicado pelos exibidores na cidade de São Paulo estampa a indicação: “VERSÃO SONORA”146. O início do ano de 1931 marca uma carência de filmes para distribuição no mercado internacional, reflexo da crise econômica americana iniciada em 1929, e portanto, era bastante natural que as produções mais antigas voltassem às telas em novas roupagens. O fato é que também havia forte rejeição por parte do público dos filmes “falados” e sem as devidas traduções e que não havia produção de novos filmes silenciosos. Portanto, recorrer aos filmes mais antigos para suprir as necessidades de mercado tornou-se uma prática. No final de janeiro deste ano, quem voltava em versão sonorizada era Valsas vienenses (Das tanzende Wien, 1927), filme de Frederic Zelnik com Bem Lyon e , produção silenciosa da Deutsche Vereins-Film AG.147. Na Semana Santa de 1931, voltava às telas do Cine Rosário e do Cine Alhambra a versão sonora de Ben-Hur (Ben-Hur: a tale of the Christ, 1925) de Fred Niblo, com Ramón Novarro (Figura 34).

142 “Com “Fausto”, o grande filme de Emil Jannings, o Pedro II inaugura hoje os seus aparelhos de som”. Folha da Manhã, São Paulo, 24 jan. 1930, p. 8. 143 Os cossacos. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 08 mai. 1930, p. 7. 144 “A versão sonora de “O fantasma da ópera””. Folha da Manhã, São Paulo, 13 mai. 1930, p. 7. 145 “Asas – em versão sonora”. Folha da Manhã, São Paulo, 27 mai. 1930, p. 7. 146 Dois amantes. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 21 jan. 1931, p. 9. 147 Valsas vienenses. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 24 jan. 1931, p. 11. 83

Figura 34: Ben-Hur

Fonte: Folha da Manhã (29 mar. 1931, p. 15.)

No dia 1º de junho de 1931 foi a vez de O encouraçado Potenkin (Броненосец Потёмкин [Bronenosets Potyomkin], 1925), de Sergei M. Eisenstein ser exibido em versão sincronizada Vitaphone no Cine Teatro Bom Retiro da Rua José Paulino148.

3.4 Filmes sonoros exibidos silenciosamente em cinemas que ainda não possuíam equipamentos com som

Neste início do período de transição, a maioria dos filmes americanos sonoros que chegavam a São Paulo era exibida como silencioso. Assim foi o caso de Fazendo fita (, 1928), produção da Metro Goldwyn-Mayer dirigida por King Vidor, que tinha música e efeitos sonoros e estreou no dia 04 de abril de 1929 no Cine Alhambra da Rua Direita. O primeiro filme sonoro exibido com som no Brasil, Alta traição (The patriot, 1928), de Ernst Lubitsch, foi exibido sem som nos cinemas da empresa Serrador (Odeon, Capitólio, Braz Polytheama e Mafalda), em 30 de abril de 1929. Este mesmo filme transferiu-se no mês de maio – silenciosamente – para o Cine Phenix da Rua Domingos de Moraes. No mesmo programa, Um cocktail americano (Manhattan cocktail, 1928), filme também sonoro da Paramount, dirigido por Dorothy Arzner, e O que o dinheiro pode comprar (What Money Can Buy, 1928), de Edwin Greenwood, filme silencioso da Gaumont British Picture Corporation149.

148 O encouraçado Potemkin. Publicidade. Folha da Noite, São Paulo, 01 jun. 1931, p. 4. 149 Alta traição. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 26 mai. 1929, p. 29. 84

No dia 22 de abril de 1929, pouco depois da inauguração do Cine Paramount, os cines República e Santa Helena exibiam como se fosse muda a produção sonora da Universal Pictures O Homem que ri (The man who laughs, 1928), de Paul Leni150. No mês de junho de 1929, o Cine Paramount anunciou a exibição do filme Paixão sem freio (Interference, 1928), filme sonoro de Lothar Mendes e Roy Pomeroy, em versão silenciosa, chamando a atenção do público em nota que dizia: “A exibição da versão silenciosa de PAIXÃO SEM FREIO que o Paramount iniciará amanhã servirá de introdução à exibição toda falada desse filme [...]”151. O filme Canção do lobo (The , 1929), de Victor Fleming, que havia sido exibido com som no inicio de julho de 1929 no Cine Paramount, estava sendo exibido em agosto, no Cine Olympia em versão silenciosa.

3.5 Filmes sonoros exibidos com som original em inglês, francês, alemão e italiano

No início da transição para os filmes falados, muitas películas foram exibidas com o som no idioma original, sem qualquer tipo de tradução. A inauguração do Cine Paramount em São Paulo, no dia 13 de abril de 1929, veio acompanhada da exibição do som original do filme Alta traição (The patriot, 1928), de Ernst Lubitsch. O segundo filme sonoro com som original exibido neste mesmo cinema foi Anjo pecador (The Shopworn Angel, 1928), de Richard Wallace152. Sobre este filme foi publicada uma matéria no dia posterior a estreia em que o repórter adiantava ao público: “Anjo Pecador contém alguns diálogos em inglês. Mas mesmo àqueles que não compreendem essa língua não deixou de causar profunda emoção o empolgante filme da grande película da Marca das Estrelas, tão perfeita é a continuidade, a sequência das cenas, o encadeamento do assunto”153. No dia 24 de maio de 1929 a direção do Cine Paramount trouxe mais uma novidade chamada de “um número especial de cinema falado”, que consistia de pequenos sketches versando “sobre todos os assuntos e estilos – comédias, dramas, canto, operetas, trechos de ópera, sátiras, pantominas, todos falados – em inglês154, e no

150 O Homem que ri. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 21 abr. 1929, p. 28. 151 Paixão sem freio. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 23 jun. 1929, p. 23. 152 Anjo pecador. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 13 mai. 1929, p. 7. 153 “O êxito de “Anjo pecador””. Folha da Manhã, São Paulo, 14 mai. 1929, p. 6. 154 “Um número de cinema falado hoje no Paramount”. Folha da Manhã, São Paulo, 24 mai. 1929, p. 4. 85 dia 10 de junho, colocava em exibição o filme Rosa da Irlanda (Abie’s Irish rose, 1928), de Victor Fleming, com o som original. Interference (1928), filme sonoro de Lothar Mendes e Roy Pomeroy, aqui chamado de um filme 100% falado, foi exibido no Cine Paramount no dia 27 de junho de 1929 com som original em inglês e sem legenda de nenhuma espécie155. Neste mesmo mês estreou no Cine Odeon Amor nunca morre (Lilac time, 1928), de George Fitzmaurice, com o som original156. O filme A canção do lobo (The Wolf Song, 1929), de Victor Fleming foi exibido no Cine Paramount no inicio de julho de 1929, com som original. No final de julho, logo depois da inauguração do sistema sonoro da Sala Azul, o Cine Odeon estava exibindo dois filmes sonoros com som original: Rapaz de sorte (Lucky boy, 1928), de Norman Taurog e Charles C. Wilson, com George Jessel, primeiro filme sonoro da Tifany Stahl . Logo em seguida, a sala Azul do Cine Odeon trocou sua programação colocando em cartaz outro filme com som original: Ver para crer (Why be good, 1929), de William A. Seiter, com Colleen Moore e Neil Hamilton. Uma novidade na sequência de filmes que chegava a São Paulo nesses primeiros dias de cinema sonoro foi a exibição no Cine Paramount de um programa duplo que combinava o filme O Pecado dos pais (Sins of fathers, 1928), de Ludwig Berger, com Emil Jannings, e a reportagem sobre a luta de boxe, sonora e sincronizada, entre UZCUDUM – SCHMELING, acontecida dias antes no “Yankee Stadium” de Nova Iorque, e assim descrita pelo repórter da Folha da Manhã: “[...]essa reportagem, sincronizada pelo processo “Movietone”, nos mostra todos os ruídos e efeitos do grande embate: a “torcida”, os aplausos formidáveis da grande multidão, o pregão “speaker”, as intervenções do juiz etc [...]”157. O filme Bohemios (Showboat, 1929), de Harry A. Pollard, com e Rudolph Schildkraut, chegou a São Paulo em versão original, em agosto de 1929. Na publicidade do Cine República o esforço de chamar a atenção do público paulistano para a inauguração do sistema sonoro daquele cinema: “Um gigante da Universal, para estreia do MOVIETONE-VITAPHONE do República, o maior e mais potente aparelho da Western Eletric Co., vindo até hoje ao Brasil”; “O maior filme sincronizado feito até

155 “Paixão sem freio – Em matinée, silenciosa, e à noite toda falada”. Folha da Manhã, São Paulo, 27 jun. 1929, p. 4. 156 Amor nunca morre. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 26 jun. 1929, p. 4. 157 “A luta Uzcudum-Schmeling no Paramount obtém um grande triunfo”. Folha da Manhã, São Paulo, 30 jul. 1929, p. 4. 86 hoje!”; “Um grande conjunto de artistas, num super filme SONORO, CANTADO, Sincronizado, feito especialmente para sons, por Harry Pollard e Florenz Ziegfeld”158. Na sala Vermelha entrava em cartaz outro sonoro, cantado e sincronizado: Melodia da Broadway (The Broadway melody, 1929), de Harry Beaumont, com Anita Page, Charles King e . A respeito da exibição do filme Bohemios, uma matéria da Folha da manhã do dia 23 de janeiro de 1930 esclarece que esta película, que havia sido apresentada com todas as falas ao público americano, havia chegado muda a São Paulo e que a versão apresentada entre nós era apenas sonorizada e cantada. No texto se evidencia o incômodo do cronista que, depois de esperar ansiosamente por este filme “oral” americano, se decepciona com as versões exibidas em São Paulo. Segundo a matéria, “Vemos mover constantemente os lábios dos atores, o que produz um efeito bastante desagradável [...] “Show boat”, por exemplo, parece unicamente composto para nos fazer escutar cantigas que nos agradam e que ouvimos com vivo prazer [...]”159. O primeiro cinema de bairro a receber sistema de projeção para filmes sonoros em São Paulo foi o Braz Polytheama, da Empresa Serrador, que dotou aquele cinema de equipamentos da Western Eletric iguais aos que haviam sido instalados no Cine Odeon. A inauguração aconteceu no dia 7 de agosto de 1929 e o filme de estreia foi Rapaz de sorte (Lucky boy, 1928), de Norman Taurog e Charles C. Wilson, com George Jessel, acompanhado de uma reportagem também sonora chamada “Vozes da Itália”, em que “com belos aspectos sonoros de Roma, reproduz em viva voz Benito Mussolini fazendo um discurso em italiano”160. O Cine Paramount em sua marcha de novidades promoveu, em meados de agosto, a exibição no Brasil do primeiro desenho animado sonoro161. O Cine Odeon, em contrapartida, atacou com o primeiro jornal cinematográfico sonoro, o Fox Movietone Número 1162. A inauguração do Cine Rosário no edifício Martinelli trouxe consigo a voz de tenor de Ramón Novarro, tão esperado pelos paulistanos. O cinema foi inaugurado no dia 3 de setembro de 1929 e o filme em versão sonora original era O pagão (The pagan, 1929), dirigido por W. S. Van Dyke. No programa de inauguração, além do filme

158 Bohemios. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 28 jul. 1929, p. 22. 159 “Quando o filme oral emudece”. Folha da Manhã, São Paulo, 23 jan. 1930, p. 11. 160 “A estreia do cinema falado no Brás”. Folha da Manhã, São Paulo, 06 ago. 1929, p. 4. 161 Melodias de outrora. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 13 ago. 1929, p. 19. 162 “Fox Jornal Movietone Número 1”. Folha da Manhã, São Paulo, 10 ago. 1929, p. 4. 87 principal, foi exibido um filme colorido sincronizado e cantado em francês, espanhol e inglês, produzido pela Metro Goldwyn-Mayer163. O cantor de jazz (The jazz singer, 1927), de Alan Crosland, estreou em versão original em inglês no dia 23 de setembro de 1929 no Cine República164. Em novembro entrava em cartaz nesse cinema A arca de Noé (Noah’s ark, 1928), de Michael Curtiz, com e George O’Brien165. Em abril de 1930 chega a São Paulo a primeira produção sonora francesa exibida na versão original em francês, O colar da rainha (Le collier de la reine, 1929), de Tony Lekain e Gaston Ravel, com Marcelle Chantal, em que a Folha da Manhã considera que possa ser completamente compreendido uma vez que “desde que tenhamos um pouco de instrução entendemos o Francês, e a prova está na divulgação enorme da literatura gaulesa entre nós e da aceitação de seu teatro de comédia” 166. Alvorada do amor (The love parade, 1929), de Ernst Lubitsch, com Maurice Chevalier, ficou em cartaz por mais de 28 dias no Cine Paramount em sua versão original167. Em outubro de 1930 estava em cartaz no Cine Rosário a produção da Columbia Pictures Vingança (Vengeance, 1929), de Archie Mayo, com Jack Holt e Dorothy Revier, e no Cine Alhambra, Indomável (Untamed, 1929), de Jack Conway, com Joan Crawford, ambas sendo exibidas em versão original168. Vivienne Segal e Walter Pidgeon estavam na produção da First National Pictures A noiva do regimento (Bride of the regiment, 1930), de John Francis Dillon, que se exibia em janeiro de 1931 na Sala Vermelha do Cine Odeon169. Ainda este ano foram exibidas com som original em inglês os filmes Mulher contra mulher (Woman to woman, 1929), de Victor Saville, com Betty Compson e Juliette Compton, no dia 20 de março de 1931 na sala Vermelha do Odeon170, e Renegados (Renegades, 1930), de Victor Fleming, com Warner Baxter e Myrna Loy, dia 16 de maio de 1931 no Cine República171.

163 O pagão. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 03 set. 1929, p. 17. 164 “O cantor de jazz – Sucesso ontem no República”. Folha da Manhã, São Paulo, 24 set. 1929, p. 4. 165 A arca de Noé. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 nov. 1929, p. 4. 166 “Quem não gosta de ouvir falar francês?”. Folha da Manhã, São Paulo, 10 abr. 1930, p. 8. 167 ““Alvorada de amor” ainda está no Paramount”. Folha da Manhã, São Paulo, 02 mai. 1930, p. 7. 168 Vingança e Indomável. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 out. 1930, p. 6. 169 A noiva do regimento. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 21 jan. 1931, p. 9. 170 Mulher contra mulher. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 29 mar. 1931, p. 16. 171 Renegados. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 17 mai. 1931, p. 17. 88

3.6 Filmes sonoros exibidos com som original acompanhados de cartelas legendadas

Na publicidade divulgada pela Folha da Manhã durante este período de transição entre o cinema silencioso e o sonoro há uma identificação entre “letreiros”, que correspondiam às cartelas ou intertítulos. O filme O lobo da bolsa (The wolf of Wall Street, 1929), de Rowland V. Lee, com Nancy Carroll e Paul Kukas, que o Cine Paramount colocava em cartaz, ganhou letreiros em português e passou a ser exibido desta forma naquele cinema a partir de 24 de agosto de 1929172. Em setembro de 1929, quando já era grande o número de películas faladas em língua estrangeira na cidade de São Paulo, a Fox trouxe No velho Arizona (In old Arizona, 1928), de Irving Cummings, com Warner Baxter, Edmund Lowe e Dorothy Burgess, para a qual adaptou “[...] legendas em português para melhor explicar ao nosso público a parte falada do filme, que é quase todo ele”173. Broadway (1929), filme de Paul Fejos com Glenn Tryon e Merna Kennedy, estava no Cine República no dia 21 de abril de 1930 com letreiros em português. Em junho de 1930, neste mesmo cinema entrava em cartaz Porque te amei (Dich hab ich geliebt, 1929), de Rudolf Walther-Fein, com Mady Christiane e Walter Jankuhn, com letreiros em português174.

3.7 Filmes falados exibidos com programa distribuído na porta com a tradução das falas

Anjo pecador (The shopworn angel, 1928), de Richard Wallace, foi o segundo filme sonoro de longa metragem a ser exibido em São Paulo e, como foi apresentado com som original em inglês, a Paramount preparou um folheto com a tradução da falas que foi distribuído na entrada da sala de projeção175. Segundo matéria publicada no jornal Folha da Manhã, “para as pessoas que não entendem inglês, a Paramount preparou um “guia”, que se distribui na porta, e que contém a tradução detalhada de

172 Lobo da bolsa – hoje em versão silenciosa com letreiros em português, no Paramount. Folha da Manhã, São Paulo, 24 ago. 1929 ,p. 4. 173 No velho Arizona. Folha da Manhã, São Paulo, 07 set. 1929 ,p. 4. 174 Porque te amei. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 29 jun. 1930 ,p. 8. 175 O êxito de “Anjo pecador”. Folha da Manhã, São Paulo, 14 mai. 1929 ,p. 6. 89 todas as palavras pronunciadas na tela do Paramount, por Nancy Carrol, Gary Cooper, Roscae Karns e demais intérpretes”. Este filme entrou em cartaz no Cine Paramount no dia 13 de maio de 1929, exatamente um mês depois da exibição de Alta Traição, que havia sido a primeira película sonora a ser exibida na cidade de São Paulo. As peças publicitárias, além de exaltarem as qualidades técnicas afirmavam que a Paramount havia mantido os diálogos em inglês para que o público paulistano tivesse a oportunidade de apreciar o filme da mesma maneira como ele havia sido exibido em Nova York. De fato, não havia outra maneira de exibir este filme e a solução de distribuição do “guia” com a tradução das falas na porta daquele cinema foi a primeira tentativa para driblar a questão da barreira de linguagem.

3.8 Filmes exibidos com narração gravada em português

Em outubro de 1930 a Universal enviou ao Brasil a produção O rei do jazz (King of jazz, 1930), de John Murray Anderson, em que aproveitava os atores brasileiros Lia Torá e Olympio Guilherme para fazerem a apresentação do filme em português176. A película O rei do jazz também recebeu este prólogo, com outros casais, em outras línguas. O filme Com Byrd no pólo sul (With Byrd at the south pole, 1930), de Richard E. Byrd Jr. era um documentário da Paramount produzido inicialmente como silencioso e ao qual foi acrescentado música e narração em português para ser exibido no Brasil177. A voz da África178 (Africa speaks, 1930) da Walter Futter Productions, foi um documentário exibido no dia 07 de dezembro de 1931 no Cine Rosário e descrito pelo anúncio publicitário como “a beleza brutal do primitivismo surpreendida pela objetiva e pela câmera sonora”. A narração em português foi realizada pelo ator Raul Roulien179.

3.9 Filmes sonoros exibidos em versões espanholas

No sentido de ultrapassar as barreiras linguísticas e atingir as plateias de língua latina, as produtoras americanas, especialmente a Paramount, começaram a investir em

176 O Rei do jazz. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 05 out. 1930, p. 5. 177 Com Byrd no pólo sul. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 18 jan. 1931, p. 15. 178 Em matéria publicada no dia 06 de dezembro de 1931, p.13, o repórter explica tratar-se de um documentário sobre curiosidades do continente africano, sem dar maiores detalhes técnicos desta produção. A narração foi gravada em disco por Raul Roulien. 179 A voz da África. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 06 dez. 1931, p. 14. 90 versões de seus filmes em língua espanhola. Mesmo que no Brasil falássemos a língua de Camões, esses produtores insistiam em mandar para cá suas versões em espanhol. A primeira delas aparece na Folha da Manhã no dia 18 de janeiro de 1930 e era um short produzido pela Paramount chamado Barcelona em que, ainda segundo o jornal, “mostra essa coisa deliciosa que é Clara Bow mandando “besitos” para o público e falando espanhol. Simplesmente entontecedor. Há mais ainda: Maurice Chevalier, o ídolo de Paris (e já também nosso), e Charles Rogers – falam também em espanhol, o primeiro melhor que o segundo, que desencanta, com muito custo, algumas palavras amáveis para o público”180. Em março de 1930 o Cine Rosário começava a exibir Piratas de meia cara (Noche de duendes, 1930), de James Parrott, com Stan Laurel e Oliver Hardy, versão em espanhol de The Laurel-Hardy murder case (1930), de James Parrot, e segundo o jornal era “[...] a primeira comédia que se apresenta ao público paulistano inteiramente Figura 35: Diálogos em espanhol falada em espanhol, o que significa que aquelas piadas soltas, em geral num inglês incompreensível, são desta vez ditas em espanhol, uma língua que quase a totalidade de nossos fãs entende”. Este filme foi produzido originalmente em inglês e posteriormente dublado em espanhol para distribuição na América Latina181. A respeito do filme Rio Rita (Rio Rita, 1929), de Luther Reed, exibido em São Paulo em abril de 1930, a Folha da Manhã traz a informação de que nesta versão os diálogos haviam sido gravados em espanhol182. Romance do Rio Grande

Fonte: Folha da Manhã (20 abr. 1930, p. 12.). (Romance of Rio Grande, 1929), de Alfred Santell, com Warner Baxter e Mary Duncan, entrava em cartaz no dia 24 de abril de 1930 na Sala Azul do Cine Odeon com canções e alguns diálogos em espanhol

180 “Barcelona” continua fazendo furor no Paramount. Folha da Manhã, São Paulo, 18 jan. 1930 ,p. 7. 181 Falando espanhol. Folha da Manhã, São Paulo, 27 mar. 1930 ,p. 7. 182 “Rio Rita”, fita da Radio Pictures, falada e cantada em castelhano. Folha da Manhã, São Paulo, 13 abr. 1930 ,p. 6. 91

(Figura 35)183 e Um sonho que viveu (Sunnyside up, 1929), de David Butler, com Janet Gaynor e Charles Farrell entrava em cartaz na Sala Vermelha do mesmo cinema no dia 28 desse mês, também com canções e diálogos em espanhol184. Alguns filmes que foram exibidos nesse período foram rodados originalmente em espanhol: José Bohr, o cantor de tangos argentino, apareceu em uma produção no início do mês de setembro de 1930, na Sala Vermelha do Cine Odeon, Assim é a vida (Así es la vida, 1930), de George Crone, ao lado de Lolita Vendrell e Delia Magano185. O filme era a versão espanhola de What a Man (1930), de George Crone. No dia 26, nessa mesma sala, se exibia Argila humana (Del mismo barro, 1930), de David Howard, com Mona Maris e Juan Torena, versão espanhola de Common Clay (1930), de Victor Fleming186 e em outubro, Cascarrabias (1930), de Cyril Gardner, também chamado de O ranzinza, com Ernesto Vilches, Barry Norton e Carmen Guerreiro, ocupava a tela do Cine Paramount, versão espanhola de Grumpy (1930), de e Cyril Gardner. Todas “habladas” em língua de Cervantes187. No início de janeiro de 1931 entrava em cartaz no Cine República o filme O último dos Vargas (El último de los Vargas, 1930), de David Howard, com George Lewis e Luana Alcaniz188. No Cine República se exibia A vontade do morto (La voluntad del muerto, 1930), de Enrique Tovar Ávalos e George Melford, com Antonio Moreno, Lupita Tovar e Conchita Ballesteros189. Em fevereiro, quem cantava em espanhol na tela do Cine Paramount era Maria Alba em A força de querer (The big fight, 1930), de Walter Lang190. No mês de fevereiro de 1931, o jornal Folha da Manhã chama a atenção do público para a estreia do filme Mentiras de mulher (Doña mentiras, 1930), de Adelqui Migliar, com Carmen Larrabeti e Felix de Pomes que estreava no Cine Paramount. Segundo o jornal, as versões originais em inglês e em italiano já haviam sido exibidas anteriormente em São Paulo. A versão americana de Mentiras de mulher era The lady

183 Romance do Rio Grande. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 20 abr. 1930, p. 12. 184 Janet Gaynor está no Odeon. Folha da Manhã, São Paulo, 29 abr. 1930, p. 7. 185 Assim é a vida. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 31 ago. 1930, p. 8. 186 Argila humana. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 26 set. 1930, p. 4. 187 Cascarrabias. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 out. 1930, p. 6. 188 O último dos Vargas. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 02 jan. 1931, p. 4. 189 A vontade do morto. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 04 jan. 1931, p. 7. 190 A força de querer. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 12 fev. 1931, p. 11. 92 lies (1929), de Hobart Henley, com Walter Huston, e Charles Ruggles191. Neste formato de exibição de filmes em espanhol, rodados originalmente neste idioma ou posteriormente dublados, ainda tivemos em 1931: Alma de gaúcho (Alma de gaucho, 1930), de Henry Otto, com Mona Rico e Manoel Granado, no Cine-Teatro D. Pedro II192; Ladrão irresistível (Monsieur le fox, 1930), de Roberto E. Guzmán e Hal Roach, com Gilbert Roland, no Cine Rosário193; O deus do mar (El dios del mar, 1930), de Francisco Moreno e Edward D. Venturini, com Ramon Pereda e Rosita Moreno, no Cine Paramount194; Wu-Li Chang (1930), de Carlos F. Borcosque e Nick Grinde, com Ernesto Vilches e José Crespo, no Cine Rosário195; Olympia (Olimpia, 1930), de Chester M. Franklin e Juan de Homs, com Maria Alba e José Crespo, no Cine Alhambra196, e Xadrez para dois (Feu mon oncle, 1930), de James Parrott, com Stan Laurel & Oliver Hardy, no Cine Rosário197.

3.10 Filmes sonoros com legendas sobrepostas

A primeira referência de filme com a indicação “letreiros sobrepostos em português” aparece na edição da Folha da Manhã no dia 8 de maio de 1930. Nesse dia, o Cine Paramount estava exibindo Glorificação da beleza (Glorifying the American girl, 1929), de Millard Webb, com Mary Eaton e Eddie Cantor. Em junho desse mesmo ano, a Empresa Serrador trazia para os cines Odeon e São Bento a fita alemã A noite é nossa (Die Nacht gehört uns, 1929), de e Henry Roussel, adaptada da peça teatral de Henry Kistemaekers, toda falada em alemão e com legendas em português sobrepostas às imagens198. Estrelas do ocidente (The light of Western stars, 1930), de Otto Brower e Edwin H. Knopf, filme com e Mary Brian, estreou no Cine Paramount no dia 16 de janeiro de 1931199; Adorado impostor (The Texan, 1930), de John Cromwell, com

191 ““Mentiras de mulher” – Falado em espanhol”. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 14 fev. 1931, p. 11. 192 Alma de gaucho. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 01 mar. 1931, p. 13. 193 Ladrão irresistível. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 mar. 1931, p. 9. 194 O deus do mar. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 26 abr. 1931, p. 11. 195 Wu-Li Chang. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 10 mai. 1931, p. 13. 196 Olympia. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 jul. 1931, p. 11. 197 Xadrez para dois. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 07 ago. 1931, p. 9. 198 “Uma fita toda falada em alemão”. Folha da Manhã, São Paulo, 25 jun. 1930, p. 6. 199 Estrelas do ocidente. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 15 jan. 1931, p. 15. 93

Gary Cooper e , no dia 22 daquele mesmo mês200 e, no dia seguinte, A noiva da esquadra (, 1930), de Frank Tuttle, com Clara Bow, todas exibidas com legendas sobrepostas em português201. Em fevereiro, este mesmo cinema exibia Inconstância (Manslaughter, 1930), de George Abbott, com Claudette Colbert202, logo depois, No caminho do céu (Halfway to heaven, 1929), de George Abbott, com Charles Rogers e Jean Arthur203, e O amor atravessa o mar (Sea legs, 1930), de Victor Heerman, com Jack Oakie204, também com indicação nos anúncios da existência de legendas sobrepostas em português. Seguiram este mesmo esquema de exibição, no mês de março de 1931, no Cine Paramount, os filmes: Amor entre milionários (Love among the millionaires, 1930), de Frank Tuttle, com Clara Bow e Mitzi Green205; A legião dos celerados (The border legion, 1930), de Otto Brower e Edwin H. Knopf, com Richard Arlen, Jack Holt e Fay Wray206; Defesa que humilha (For the defense, 1930), de John Cromwell, com William Powell e Kay Francis207; Um romance em Veneza (The big pond, 1930), de Hobart Henley, com Maurice Chevalier e Claudette Colbert208, e Doce como mel (Honey, 1930), de Wesley Ruggles, com Nancy Carroll e Mitzi Green, que estreou no dia 30 desse mês209. Ainda neste ano foram exibidos: Prova de amor (The spoilers, 1930), de Edward Carewe, com Gary Cooper210; O Melhor da vida (Laughter, 1930), de Harry d’Abbadie d’Arrast, com Nancy Carroll211; A indicadora de cinema (No limit, 1931), de Frank Tuttle, com Clara Bow212; A rainha de copas (Queen high, 1930), de Fred C. Newmeyer, com Stanley Smith e Ginger Rogers213; Gente alegre (Gente Alegre, 1931), de Edward D. Venturini, com Rosita Moreno e Roberto Rey214. todas no Cine Paramount.

200 Adorado impostor. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 21 jan. 1931, p. 9. 201 A noiva da esquadra. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 23 jan. 1931, p. 11. 202 Inconstância. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 04 fev. 1931, p. 11. 203 No caminho do céu. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 05 fev. 1931, p. 11. 204 O amor atravessa o mar. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 17 fev. 1931, p. 11. 205 Amor entre milionários. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 01 mar. 1931, p. 13. 206 A legião dos celerados. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 06 mar. 1931, p. 11 207 Defesa que humilha. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 11 mar. 1931, p. 9. 208 Um romance em Veneza. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 15 mar. 1931, p. 13. 209 Doce como mel. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 29 mar. 1931, p. 15. 210 Prova de amor. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 05 jul. 1931, p. 11. 211 O melhor da vida. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 jul. 1931, p. 9. 212 A indicadora de cinema. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 30 jul. 1931, p. 10. 213 A rainha de copas. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 07 ago. 1931, p. 9. 214 Gente alegre. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 15 out. 1931, p. 3. 94

O cavalheiro da noite (El caballero de la noche, 1932), de James Tinling, com José Mojica e Mona Maris, produção falada em espanhol com letreiros sobrepostos em português que entrou em cartaz em maio de 1933 na Sala Vermelha do Cine Odeon215, e O canto do coração ( [Inshudat el Fuad], 1932), de Stephan Rosti e Mario Volpi, com Georges Abiad, Abdel Rahman Rouchid e Mohamed Abdallah, descrita como “a primeira fita falada em árabe, com letreiros sobrepostos em português”, foi exibida no dia 28 de agosto de 1933 no Cine Rosário216.

3.11 Filmes estrangeiros exibidos em português

Não era muito comum que fitas importadas faladas em português chegassem a São Paulo neste período. Porém, tivemos algumas experiências neste formato, principalmente em versões produzidas pela Paramount em seus estúdios na cidade francesa de Joinville. Foi o caso de Canção do berço (1930), de Alberto Cavalcanti, com Corina Freire e Alexandre de Azevedo, exibida no dia 6 de abril de 1931217; A dama que ri (1931), de Jorge Infante, com Corina Freire e Raul de Carvalho218, chamado de “o segundo filme Paramount todo falado em português”, e Minha noite de núpcias (1931), de E. W. Emo, com Leopoldo Fróes e Beatriz Costa219, todos exibidos no Cine Paramount. Importante compreender que este período de transição, principalmente no que diz respeito aos diálogos nos filmes, veio acompanhado de um grande problema para as produtoras e distribuidoras, que era a barreira linguística. Acabada a novidade inicial do cinema sonoro e na medida em que os talkies foram se transformando em filmes completamente “falados em língua estrangeira”, o público foi se distanciando. Num primeiro momento, a solução foi evitar os diálogos e realizar filmes sincronizados apenas com músicas (cantadas ou não) e ruídos. Daí a enxurrada de musicais que invadiram as telas do mundo nesse período. Num segundo momento, vieram as versões dialogadas em várias línguas e foi então que a Paramount montou um estúdio na França com o objetivo de realizar versões de seus filmes em outras línguas.

215 O cavalheiro da noite. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 14 mai. 1933, p. 6. 216 O canto do coração. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 27 ago. 1933, p. 7. 217 Canção do berço. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 05 abr. 1931, p. 13. 218 A dama que ri. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 13 jun. 1931, p. 9. 219 Minha noite de núpcias. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 26 ago. 1931, p. 9. 95

O filme Esposa de ninguém (The laughing lady, 1929), de Victor Schertzinger, com Clive Brook e Ruth Chatterton, foi exibido no Cine Paramount no dia 23 de novembro de 1931 e era mais uma tentativa daquela produtora de chegar ao público brasileiro. A fita havia sido dublada por brasileiros em Nova Iorque220. A severa (1931), filme de José Leitão de Barros, foi a realização portuguesa exibida no dia 19 de junho de 1933 na Sala Vermelha do Cine Odeon221.

220 Esposa de ninguém. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 22 nov. 1931, p. 13. 221 A severa. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 18 jun. 1933, p. 4. 96

4. O CINEMA NACIONAL NAS SALAS DE EXIBIÇÃO PAULISTANAS NO PERÍODO 1928/1933

O objetivo central deste capítulo é o de traçar um paralelo entre os acontecimentos que circundavam a transição do cinema silencioso para o chamado cinema falado nas salas de exibição da cidade de São Paulo e aquilo que a Folha da Manhã contemplava como cinema nacional. Cumpre ressaltar que em poucos momentos desse período houve neste jornal a figura de um crítico ou especialista em cinema que assinasse as matérias publicadas, ficando a cargo dos repórteres de variedades a cobertura da vida cinematográfica na cidade. Um dos primeiros artigos encontrados na Folha da Manhã sobre a cinematografia nacional data do mês de setembro de 1925 e nele, o autor trata de descrever a situação “de abandono em que se acham as produções nacionais por culpa exclusiva dos srs. empresários e exibidores...”. Na visão do jornalista, o Brasil já possuía uma produção constante, fértil e forte, além de bons atores e atrizes, citando como exemplos os filmes Hei de vencer (1924), de Luiz de Barros; Retribuição (1924), de Gentil Roiz; Gigi (1925), de José Medina; A carne (1925), de Felipe Ricci; Dedos nos lábios (1925), projeto não concluído de Felipe Ricci; Jurando vingar (1925), de Ary Severo; Quando elas querem (1925), de Paulo Trincheira e E. C. Kerrigan; A esposa do solteiro (1925), de Carlo Campogalliani, e atrizes como Almery Esteves, Rilda Fernandes e Isa Lins. Porém, o que emperrava o desenvolvimento era o pouco caso que os empresários e exibidores faziam do cinema nacional em razão da supervalorização do cinema yankee. Com bom humor, sugeria o jornalista no final da matéria que as produtoras mudassem seus nomes para nomes mais difíceis e “em vez de se chamarem Visual-Film ou America-Film ou Guanabara dessem-lhes os nomes de Rough- Corporation, ou Kavation-Productors-Inc”222. Conforme nos lembra Jean-Claude Bernardet223, no geral, o que bancava a sobrevivência das produtoras, laboratórios e dos diretores e o que ocupava com regularidade algum lugar no mercado exibidor eram os curta-metragens, filmes naturais, documentários e reportagens sobre fatos locais. A própria reportagem citada acima insinuava o termo “Kavation-Productors-Inc”, uma explícita referência às “cavações”,

222 O Cinema – Filmes Nacionais. Folha da Manhã, São Paulo, 16 set. 1925, p. 3. 223 BERNARDET, Jean-Claude. Cinema brasileiro – propostas para uma história. São Paulo: Paz e Terra, 1979, p.27. 97 tão criticadas durante este período e que dizia respeito às varias maneiras como alguns produtores conseguiam “fundos” para bancar seus filmes naturais224. Alguns dias depois, outra matéria publicada sobre a cinematografia “em São Paulo”225, possivelmente de autoria do mesmo jornalista, traça um histórico das produtoras e das produções na cidade, desde as primeiras vistas da pauliceia tomadas por um certo “Sr. A. Campos” com um aparelho “Pathé modelo caixão” até 1925, quando da criação da “Ipiranga-Film”, por Walter Fox, M. Pini e Wal P. Zornig. Nesta matéria aparecem as produções da “Lambertini-Films” Independência ou morte (1917)226, de Giorgio Lambertini e Os heróis da guerra do Paraguay (1917)227 que, segundo o jornal, foram exibidas no Cine Eldorado228. Aparecem também a criação das empresas “Romeiros do Progresso”; “Rossi & Carrara Filme”; “Pátria-Filme”; “Record- Filme”; “Helios-Filmes”; “Visual-Filmes”; “América-Filmes” e “Independência- Filmes”. A existência de um possível bairrismo ao designar como “cinema paulista” as produções realizadas em São Paulo e como “cinema brasileiro” as produções oriundas de outros estados começava a delinear aquilo que seria um traço marcante na visão do jornal Folha da Manhã ou, pelo menos, na visão de seus jornalistas. É nisso que irá se apoiar aquilo que consideravam ser importante comentar, explicitar, criticar, divulgar sobre cinematografia nacional. O fato é que havia enorme dificuldade de circulação de películas pelo país e muito pouco da produção conseguia chegar aos cinemas. Neste caso, a divulgação da atividade de produção cinematográfica da Folha da Manhã estava concentrada nas empresas da capital paulista, que podiam manter um trabalho constante de publicidade junto à imprensa. Uma matéria do dia 11 de outubro de 1925 se inicia da seguinte maneira:

224 No final dos anos 1910 os filmes naturais se organizaram em cinejornais para serem exibidos semanalmente nos cinemas e a “cavação” era a maneira como os produtores se sustentavam, realizando reportagens sobre os mais diversos assuntos e, na maioria das vezes, por encomenda de políticos, administradores e empresas. 225 “A cinematografia em São Paulo – Partindo de iniciativas sinceras, entra para o caminho da vitória”. Folha da Manhã, São Paulo, 21 set. 1925, p. 6. 226 Segundo a filmografia da Cinemateca Brasileira, o título deste filme era O Grito do Ipiranga. 227 Segundo a filmografia da Cinemateca Brasileira, o título deste filme era Os heróis brasileiros na Guerra do Paraguai, havendo apenas a indicação de tratar-se de uma produção da Família Lambertini e sem referência ao nome do diretor. 228 O Cine Eldorado, segundo o “Inventário dos Espaços de Sociabilidade cinematográfica”, ficava na Rua Quintino Bocaiuva, 39 e pertencia à Machado e Cia. 98

De outra vez já afirmamos que a indústria cinematográfica, no Brasil, está prestes a entrar para o número das coisas realizadas e que será em São Paulo, certamente, que ela se consolidará [...] 229.

A matéria informava que estavam em São Paulo os italianos Silvyo Sanguigni, ex-diretor de revistas cinematográficas na Itália e Francisco de Rosa, diretor de cinema que havia atuado na Itália, Alemanha e Estados Unidos, e que esses senhores tinham a intenção de instalar na cidade uma fábrica de filmes para explorar, exclusivamente, assuntos brasileiros. Em março de 1927 estreava no Cine Santana uma reportagem produzida pelo

Figura 37: Carnaval cantado

Fonte: Folha da Manhã (19 mar. 1927, p. 15.)

Programa Serrador, O carnaval no Rio (1927), primeira referência deste período de transição a uma experiência de sonorização de filme nacional, mesmo que ainda cantada ao vivo no palco (Figura 37)230. Acompanhava este filme o grupo de cantores “Flor de Abacate”, sociedade carnavalesca do Rio de Janeiro. Claro que isto não era novidade nenhuma para o público já que desde os “filmes cantantes”, nos anos 1910, esse procedimento havia sido utilizado. Porém, no caso deste documentário produzido pelo Programa Serrador o fato de unir as canções carnavalescas daquele ano ao filme e trazer para o palco um grupo de cantores do local onde a cenas foram filmadas compunha com a publicidade no jornal esse ar de pretensa “novidade”. Em agosto de 1928, o Cine República exibia uma reportagem realizada pela “Independência Omnia Film” sobre a Penitenciária de São Paulo, que a Secretaria de Justiça do Estado e o Museu Comercial do Ministério da Agricultura haviam mandado confeccionar para ser exibido na Exposição de Sevilha, na Espanha231. No mês de outubro há uma notícia sobre a exibição do filme O crime da mala (1928), de Francisco

229 “A cinematografia em São Paulo – Mais uma iniciativa para realizá-la”. Folha da Manhã, São Paulo, 11 out. 1925, p. 4. 230 “O carnaval no Rio. Publicidade”. Folha da Manhã, São Paulo, 19 mar. 1927, p. 15. 231 “Um filme sobre a penitenciária de S. Paulo. Publicidade”. Folha da Manhã, São Paulo, 17 ago. 1928, p. 7. 99

Madrigano, produção da “Mundial Filmes”, que reconstituía um crime acontecido naquele mesmo mês na Rua Conceição, em São Paulo232, e no mês de dezembro, outra matéria descrevendo o roteiro do filme Braza dormida (1928), de Humberto Mauro, produção da “Phebo Brasil Filmes” de Cataguazes, Minas Gerais, distribuído pela Universal233. No dia 15 de julho de 1929, estreava no Cine Paramount Barro humano, filme silencioso nacional produzido pela Benedetti Filmes, com direção de Adhemar Gonzaga. A Folha da Manhã deu grande destaque à estreia desse filme, que permaneceu em cartaz por quatro dias naquele cinema.

4.1 Um filme brasileiro sincronizado

Nos primeiros meses de 1929, quando o cinema sonoro estava chegando às telas das salas de exibição paulistanas, eram pouquíssimas as produções nacionais que estavam em cartaz na cidade. Há uma nota de abril de 1929 informando que o Cine Colombinho exibia Braza dormida (1929), filme de Humberto Mauro; a estreia de Barro humano (1929), de Adhemar Gonzaga, e outra notícia de setembro, sobre a estreia no dia 6 de setembro de 1929, no Cine Paramount, de São Paulo, a sinfonia da metrópole (1929), de Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny. Todos filmes silenciosos. A produção cinematográfica nacional, que já tinha problemas sérios no que diz respeito ao levantamento de recursos financeiros, esbarrava neste momento em mais uma dificuldade de ordem técnica: o Brasil não tinha equipamentos nem pessoal treinado para a realização de filmes sonoros. As primeiras tentativas de que se tem notícia, sobre a invenção nacional de um método que pudesse produzir sons e imagens sincronizadas, surgiram através dos experimentos de Paulo Benedetti (1863-1944), que desde 1912 buscava a sincronização pelo processo da Cinematrofonia, de sua patente. O sistema denominado Cinematrófono, desenvolvido por Paulo Benedetti, consistia de uma película cinematográfica especial com uma faixa extra na base onde eram impressas informações da partitura de acompanhamento musical do filme e que serviam de orientação ao

232 “O crime da mala. Publicidade”. Folha da Manhã, São Paulo, 28 out. 1928, p. 6. 233 “Brasa dormida. Publicidade”. Folha da Manhã, São Paulo, 23 dez. 1928, p. 12 100 maestro durante as exibições234. Em 1929, a partir de uma seleção de alguns discos em gravadoras, Paulo Benedetti havia ensaiado vários filmezinhos falantes e entre eles um pequeno filme falado. Nele, João de Barro, Alvinho, Henrique Brito e Noel Rosa, vestidos de sertanejos, dublavam alguns números musicais. Paulo Benedetti ainda faria, entre 1929 e 1930, alguns curtas sonoros. Houve também as experiências de Francisco de Almeida Fleming (1900-1999), que em 1923 realizou curtas-metragens sonoras na cidade de Pouso Alegre, Minas Gerais, com o seu America-Cine-Fonema, processo de sonorização em que o projetor e o gramofone eram sincronizados235. Porém, mesmo havendo filmes de curta metragem sonorizados anteriormente, Acabaram-se os otários (1929), de Luiz de Barros, acabou sendo o primeiro filme de longa-metragem brasileiro sincronizado, mesmo que, ainda em esquema de discos (Vitaphone). Em notícia publicada pela Folha da Manhã do dia 12 de julho de 1929, com o título de “O primeiro filme brasileiro falado”, aparece a reprodução de um documento assinado por Luiz de Barros e enviado à redação do jornal (Anexo F). Nele, o autor relata todas as dificuldades encontradas com os equipamentos para a perfeita sincronização em razão da impossibilidade que ele caracterizava como momentânea de se gravar no Brasil discos com a rotação “vagarosa” e do tamanho dos que vinham dos Estados Unidos, obrigando a se usar quatro discos para cada parte da fita ao invés de um. Em razão deste problema, o documento informa a fabricação de um equipamento que estava sendo desenvolvido nas oficinas Pathé de Gustavo Zieglitz236, sob a orientação de Francisco E. Fuerbach e Kurt Koseahr, e que a parte falada estava a cargo dos conhecidos radio-técnicos Moacyr Fenelon e Romeu Muniz Barreto. No aspecto técnico, “Válvulas de grande poder, em push-pull alimentam os Power amplifiers, que fornecem perto de 50 watts aos alto-falantes. Este compreendem em unidades dinâmicas com seus auditoriuus exponenciaes que ajudam grandemente o amplificador a fornecer voz e musicas puríssima”237. Era o início da invenção do sistema de projeção “Synchrocinex”, instalado no Cine Santa Helena (Anexo F).

234 RAMOS, Lécio Augusto. Verbete “Paulo Benedetti”. In RAMOS, Fernão; MIRANDA, Luiz Felipe (Orgs). Enciclopédia do Cinema Brasileiro. São Paulo: Senac, 2000, p. 54 235 RAMOS, Lécio Augusto. Verbete “Francisco de Almeida Fleming”. In RAMOS, Fernão; MIRANDA, Luiz Felipe (Orgs). Enciclopédia do Cinema Brasileiro. São Paulo: Senac, 2000, p. 247 236 A Empreza Cinematográphica Pathé, de Gustavo Zieglitz, ficava na Rua dos Andradas, 40-42, Santa Ifigênia e representava diversos fabricantes de materiais para salas de cinema, desde poltronas e cortinas até equipamentos para cabine de projeção. 237 Push-pull e single ended são denominações dadas a um tipo de circuito de saída de amplificador a válvula. No push-pull, ao contrário do single ended são empregadas duas válvulas de saída que apresentam maior rendimento de potência. Para se ter uma ideia mais precisa do que significava este 101

Uma informação importante e que nos ajuda a compreender este momento de adaptação do circuito exibidor de São Paulo ao sistema sonoro vem da revista Cinearte238: em matéria sobre as atividades de Luiz de Barros na capital paulista e sua nova empresa, informa-se que o filme Acabaram-se os otários estava em fase de finalização e que a Sincrocinex já havia vendido às Empresas Cinematográficas Reunidas aparelhos “sincronizadores” para seus cinemas, excluindo-se somente o Cine República, que havia recebido equipamentos norte-americanos Western Eletric. A matéria também informa sobre um contrato entre as Empresas Cinematográficas

Figura 38: Acabaram-se os otários Reunidas e Luiz de Barros para o lançamento de seus filmes no Cine-Teatro Santa Helena. A estreia de Acabaram-se os otários no Cine-Teatro Santa Helena, na Praça da Sé, aconteceu no dia 2 de setembro de 1929 e as opiniões foram as mais diversas. Para a Folha da Manhã (Figura 38), a estreia fui um sucesso de público. Segundo a Folha da Manhã239 o filme Acabaram-se os Otários foi dedicado a Juca Pato, colunista deste jornal. Segundo Luiz de Barros, para resolver o problema da sincronização em Acabaram-se os otários ele recorreu às lições aprendidas na Gaumont, em 1911, onde havia presenciado tentativas de sincronismo com disco. Em seu livro de memórias Luiz de Barros comenta a maneira como adaptou o filme a discos gravados em 78 rotações por minuto: Havia, ainda, um pequeno contratempo. É que os discos que eram gravados com a rotação de 78 só alcançavam três minutos e uma parte de fita alcança 10 minutos. Isso foi resolvido da seguinte maneira: o operador colocava no projetor número um as cenas sincronizadas, como disse, acertando o start do disco e do filme. Enquanto essa cena era projetada, ele colocava no projetor número dois a cena intermediária não sincronizada e no outro toca discos a Fonte : Folha da Manhã (03 set. 1929, p. 4.) aparelho em termos de áudio basta lembrar que até hoje os equipamentos usados para amplificação da guitarra elétrica são desse tipo. 238 LIMA, Pedro. “Cinema Brasileiro”. Cinearte, Rio de Janeiro. v. IV, nº180, 7 ago. 1929, p. 5. 239 Um filme falado e cantado em português. Folha da Manhã, São Paulo, 20 jul. 1929, p. 4. 102

música que a devia acompanhar. Quando no projetor número um a cena chegava ao fim, ele passava para o projetor número dois, como até hoje se faz na passagem de uma parte para outra240.

Luiz de Barros narra ainda haver procurado a fábrica de discos Parlophon e tê-la contratado para a gravação dos diálogos de Tom Bill e Genésio Arruda. Moacyr Fenelon, que tinha na época 26 anos, havia sido convidado por ele para cuidar das instalações dos equipamentos na sala de exibição (adaptação do Cine-Teatro Santa Helena) em razão de ter formação em aspectos técnicos de gravação e, principalmente, porque trabalhava em uma loja da Rua Direita como técnico de rádio e entendia bem de amplificadores241. Acabaram-se os otários ficou em cartaz no Cine-Teatro Santa Helena até o dia 17 de setembro. Neste mesmo dia há uma nota na Folha da Manhã informando que o filme passaria a ser exibido no Cine Olympia da Avenida Rangel Pestana242, coisa que de fato se confirma, porque na Programação das salas de cinema da edição do dia 26 de setembro de 1929, lá está Acabaram-se os otários, e o mais interessante é que a publicação chama atenção para a parte sonora do filme, significando, que o Olympia havia sido adaptado com sistema sonoro Sincrocinex para esta exibição. Não sobraram cópias de Acabaram-se os otários e o máximo que restou do filme são algumas fotografias e alguns segundos da película. Porém, nas matérias publicadas pela Folha da Manhã, há várias referências às cenas sonorizadas: Este filme tem cenas interessantíssimas, como, por exemplo, a do cabaret, em que Genesio Arruda, indignado com os tangos e black-bottons, promove uma sensacional quadrilha marcada por ele! Essa parte é toda falada e cantada243.

É que a película agrada completamente e faz até com que a gente se esqueça, por vezes, do enredo para somente refletir e admirar sua linda sincronização, verdadeira surpresa do cinema nacional244.

240 BARROS, Luiz de. Minhas Memórias de Cineasta. Rio de Janeiro: Artenova/EMBRAFILME, 1978, p. 105. 241 BARROS, Luiz de. Minhas Memórias de Cineasta. Editora Artenova/EMBRAFILME. Rio de Janeiro, 1978 ,p. 106. 242 Acabaram-se os otários. Folha da Manhã, São Paulo, 17 set. 1929, p. 4. 243 Um filme falado e cantado em português. Folha da Manhã, São Paulo, 27 ago. 1929, p. 4. 244 “Acabaram-se os otários”. Folha da Manhã, São Paulo, 6 set. 1929, p. 4. 103

4.2. Oduvaldo Vianna e o cinema falado no Brasil

No final de 1929, diante da irregular produção brasileira e da crescente invasão das telas pelo cinema falado yankee, começavam a aparecer as preocupações com a questão do imperialismo cultural imposto pela exibição dos filmes estrangeiros. No dia 6 de outubro o jornal Folha da Manhã publicou uma nota intitulada “A exemplo do nacionalismo mexicano, que não quis o cinema falado em inglês.”, em que relata o fato de ter sido lida, na sessão da Câmara, na capital do Rio de Janeiro, uma apresentação do Centro Acadêmico Candido de Oliveira, sobre a necessidade de votação de uma lei que regulasse a exibição de filmes sonoros. Na nota, três fatores importantes haviam levado os estudantes a esta representação: a usura dos exibidores ao “privar o público das orquestras nacionais”; a elevação dos preços dos ingressos e o combate ao “imperialismo industrial norte-americano, pretendente a infligir-nos o idioma e os termos musicais estrangeiros, fato este de grande periculosidade para a educação popular”245. O autor e empresário teatral Oduvaldo Vianna era quem estava começando a levantar esta questão em São Paulo. A Companhia de Comédia de Oduvaldo Vianna e Abigail Maia ocupava o Teatro D. Pedro II até setembro de 1929, quando o contrato de locação foi interrompido por desentendimentos entre a Companhia de Comédias e os locadores. O Teatro D. Pedro II passou para as mãos da Urania-Filmes que o transformou em cinema e sua inauguração como tal aconteceu no dia 2 de dezembro deste ano. Na edição da Folha da Manhã do dia 8 de setembro de 1929246, há um telegrama de Oduvaldo Vianna remetido à redação do jornal garantindo que o ator Procópio Ferreira havia fechado contrato de exclusividade como ator e como sócio da Empresa Brasileira de Filmes Falados, incorporada pelo próprio Oduvaldo Vianna. Nesta época, a UFA – Universum Films, através de seus representantes em São Paulo, havia anunciado sua intenção de montar em terras paulistanas uma fábrica de filmes sonoros e havia feito uma proposta de exclusividade semelhante ao ator Procópio Ferreira. O telegrama de Oduvaldo era uma resposta com endereço certo, já que Oduvaldo havia

245 “A exemplo do cinema mexicano que não quis o cinema falado em inglês”. Folha da Manhã, São Paulo, 5 out. 1929, p. 4. 246 “Procópio Ferreira será um dos maiores acionistas da Empresa Brasileira de Filmes Falados, incorporada por Oduvaldo Vianna”. Folha da Manhã, São Paulo, 8 set. 1929, p. 4. 104

perdido seu teatro para a Urânia-Filmes que, no fim das contas, distribuía as películas da UFA no Brasil. No início de novembro de 1929 já aparece uma notícia da busca do público paulistano por concorridos ingressos no Teatro Apolo, para a despedida do casal Oduvaldo Vianna e Abigail Maia, que estava partindo para os Estados Unidos com a finalidade de estudar a cinematografia falada247. Dias depois, em razão da repercussão desta despedida, o Teatro Apolo publicou um anúncio detalhado do programa da noite, com a presença do ator Procópio Ferreira, o próprio Oduvaldo Vianna e seus artistas e, na 3ª parte, Como se grava um Figura 39: Oduvaldo Vianna disco, um sketch com a dupla Cornélio Pires e Abigail Maia, revelando “a maneira pela qual se grava a voz humana”248. No dia 10 de abril de 1930 o jornal Folha da Manhã publicou uma reportagem com o título “O cinema falado no Brasil”, que tinha como subtítulo “Oduvaldo Vianna e Abigail Maia estudam a solução do nosso problema nos Estados Unidos”. O objetivo desta matéria – e isto está destacado logo na proposição do texto – era colocar a população brasileira a par “de todos os detalhes dos trabalhos do casal Oduvaldo Vianna-Abigail Maia que com tanto arrojo se dirigiu

Fonte: Folha da Manhã (16 mai. 1930, p. 8.) para os Estados Unidos na ânsia de resolver o problema de nosso

247 “A grande procura de bilhetes para a festa em homenagem ao casal Oduvaldo Vianna e Abigail Maia”. Folha da Manhã, São Paulo, 7 nov. 1929, p. 7. 248 “Teatro Apolo. Publicidade”. Folha da Manhã, São Paulo, 10 nov. 1929, p. 7. 105 cinema falado”249. Cabe ressaltar que Oduvaldo Vianna, que tinha uma sólida carreira teatral, havia anunciado pouco antes de sair do Brasil, sua intenção de montar uma produtora para dirigir filmes sonoros brasileiros (Figura 39). Na verdade, esta viagem feita aos Estados Unidos tinha como objetivo principal o contato de Oduvaldo Vianna e Abigail Maia com as produtoras, as distribuidoras e as questões mais técnicas da produção americana de filmes sonoros. Inclusive, quando voltou, Oduvaldo realizou uma palestra denominada “O cinema como indústria, como arte e como meio de divulgação”. Almeida Filho250, um engenheiro brasileiro que vivia nos Estados Unidos e que, segundo a Folha da Manhã, estudava de perto o desenvolvimento do cinema sonoro, foi quem acompanhou o casal em suas visitas. A preocupação inicial foi com o idioma falado nos filmes e isto se evidenciou em uma visita à empresa J.H. Hoffeberg Co. Inc. da Broadway, onde o gerente que comercializava adaptações para o Brasil, levou o casal para conhecer algumas “novidades” que seriam remetidas brevemente para o mercado brasileiro. Todas faladas em espanhol. Quando o casal objetou que no Brasil se falava o português, o homem respondeu: “Não faz mal! É a mesma coisa.”. A questão central que Oduvaldo Vianna discutia naquele momento de transição tinha a ver com a defesa de um nacionalismo que ele considerava fundamental. Chegar a um público de 40 milhões de brasileiros com um cinema falado em português e refletindo a “vida nacional” deveria ser a função do cinema falado no Brasil.

Num país como o nosso, onde, a porcentagem de analfabetos é demasiada, o cinema falado pode fazer, por todos os recantos, o que o cinema silente e o teatro, juntos, até agora não puderam fazer.

Oduvaldo Vianna percebia que a ocasião era muito propícia para a instalação e o desenvolvimento de uma indústria cinematográfica brasileira voltada para o seu próprio mercado, já que a barreira do idioma era um problema que as produtoras estrangeiras estavam enfrentando para a aceitação de seus filmes nos mercados de língua não inglesa. Possivelmente, o faro de empresário teatral o tenha levado aos Estados Unidos

249 “O cinema falado no Brasil”. Folha da Manhã, São Paulo, 10 abr. 1930, p. 7. 250 Henrique de Almeida Filho tinha uma empresa em Nova Iorque cuja principal ocupação era a dublagem de filmes em português para distribuição no Brasil e, portanto, tinha o maior interesse nesse debate. Esperava-se nesse período que o Brasil seguisse o exemplo de alguns países como a Alemanha, França e Itália e estabelecesse alguma forma de restrição aos filmes falados em língua estrangeira. 106 para desenvolver melhor esta ideia. O próprio Oduvaldo admite isto ao concluir na matéria que: Este é o segredo do produtor (empresário) de teatro. Tem sido o meu sucesso nas empresas que dirigi e tanto quanto a minha lucidez alcançar quero que me guie e oriente nesse novo empreendimento.

Oduvaldo, segundo a Folha da Manhã, visitou vários estúdios e procurou entender os aspectos mais técnicos como aqueles ligados à captação de imagens, à fotografia, à gravação de sons, à montagem, eletricidade, maquiagem etc. Depois de cinco meses nos Estados Unidos, Oduvaldo Vianna retornou ao Brasil, chegando por aqui no dia 27 de abril e em sua primeira entrevista à imprensa brasileira, ainda no Rio de Janeiro, resumiu aquilo que havia observado:

Para mim, os “talkies” em português, para o Brasil, só podem ser executados no Brasil. Exemplos de fracassos de filmes falados em francês, espanhol, feitos na América do Norte, indicam isso. E por motivo simples: 1º o custo do filme; depois a imperfeição[...]. “Talkies” em castelhano tem sido recusados com esta rubrica: “Não entendemos o que se fala na película inclusa”. Daí pensar na montagem de um “estúdio” de “talkies” aqui, onde a topografia, a luz e demais vantagens, são de molde a fazer do Rio, a três dias da Argentina, a Hollywood sul-americana. Nesta parte do continente há grandes capitais empregados na indústria cinematográfica, que terão um segmento de discos, com uma produção local. Vejo enormes possibilidades e garantias à minha empresa, aliás, de grande significação nacional”251.

A conferência de Oduvaldo Vianna aconteceu no Rio de Janeiro, no Trianon, às cinco horas da tarde do dia 14 de maio de 1930, com a presença do prefeito de Distrito Federal, Antonio Prado. No dia 16, Oduvaldo já estava em São Paulo. Porém, a conferência que ele deveria realizar foi adiada e não chegaria a acontecer. Somente em 1936, Oduvaldo Vianna viria a dirigir um longa: trata-se de Bonequinha de seda (1936), uma produção da Cinédia.

4.3. Empresa Metrópole – Indústria Brasileira de Películas de Arte

Várias empresas produtoras atuavam no mercado cinematográfico paulistano no final de 1929, mas nenhuma delas recebeu tanta atenção da Folha da Manhã quanto a Metrópole Indústria Brasileira de Películas de Arte. Não nos foi possível levantar as razões deste fato. Porém, tudo nos leva a crer que havia na Metrópole um excelente

251 “Oduvaldo Vianna chega ao Rio e fala sobre o cinema falado brasileiro”. Folha da Manhã, São Paulo, 27 abr. 1930, p. 10. 107 trabalho de divulgação e publicidade ou, em última instância, um divulgador bem relacionado com a imprensa. Estávamos no auge da novidade do cinema sonoro e nem por isso a Folha da Manhã deixava de noticiar as produções silenciosas nacionais. No dia 6 de setembro de 1929 era lançada no Cine Paramount a produção de Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny, São Paulo, a sinfonia da metrópole (1929), filme silencioso que teve boa acolhida pelo público e pela imprensa da época. Para o lançamento, a orquestra do Cine Paramount, considerada a melhor da cidade, preparou a “orquestração completa de uma partitura especialmente feita para este filme – fazendo uma sincronização exata e perfeita, à moda das sincronizações feitas pelas grandes orquestras americanas”252. Este filme foi uma produção da Rex-Filmes, mas toda a distribuição foi feita pela Paramount e, talvez por isso seu lançamento tenha acontecido exatamente num cinema que era naquele momento o palácio dos filmes sonoros de São Paulo. Os acordos para a distribuição de filmes nacionais eram mais uma tentativa da Paramount para driblar as dificuldades que vinha enfrentando com seus filmes falados em língua inglesa junto ao público brasileiro. As notícias sobre a recém-criada Companhia Metrópole que se encontrava às voltas com as filmagens de A escrava Isaura (1929), de Antonio Marques Filho, e que para os repórteres da Folha da Manhã significava um elo na “marcha vitoriosa da cinematografia brasileira”253, começaram a aparecer no segundo semestre deste ano. No dia 8 de setembro o jornal publicou uma foto de Celso Montenegro, que representava o vilão no filme, e no dia 15, a foto de Ruth Gentil, a protagonista. No dia 18, exaltando as qualidades do filme, o jornalista traça um panorama acerca dos erros e acertos da cinematografia nacional em busca da criação de uma indústria e, nesse mesmo dia, publicou uma foto dos estúdios da “Empresa Metrópole – Indústria Brasileira de Películas de Arte”. No dia 27, a foto publicada foi a de Ronaldo de Alencar, um dos atores do filme, e nesse mesmo dia, uma publicidade informava que a valsa A escrava Izaura254, escolhida em concurso público para acompanhar o filme e agora gravada em disco, já se encontrava à venda nas melhores lojas do ramo.

252 Uma sincronisação especial para “São Paulo, A Sinfonia da Metropole”. Folha da Manhã, São Paulo, 1 set. 1929, p. 6. 253 “A marcha vitoriosa da cinematografia brasileira”. Folha da Manhã, São Paulo, 18 set. 1929, p. 6. 254 Segundo a filmografia da Cinemateca Brasileira a música do filme foi escrita por Marcelo Guaicurus. Disponível em http://www.cinemateca.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/#, acessado em 23/03/2012. 108

O destaque dado pela Folha da Manhã para um filme nacional silencioso que estava disputando espaço com grandes acontecimentos no cenário do cinema sonoro daquele momento era inusitado. Apenas para ter uma ideia, o Cine República estava estreando no dia 23 de setembro de 1929 a versão sonora da produção da Warner Bros O cantor de jazz (The jazz singer, 1927), iniciativa do Programa Matarazzo com forte publicidade no jornal. No Cine Rosário do Edifício Martinelli estava em cartaz, desde o dia 16 de setembro deste ano, Ouro (The trail of’ 98, 1928), filme de Clarence Brown. Ainda sobre A escrava Isaura, no dia 29 de setembro há uma nova nota falando da ansiedade do público para assistir ao filme e no dia seguinte, uma publicidade da Casa Odeon Ltda. dando destaque para o disco com a valsa tema, cantada por Alda Verona. No dia seguinte aparece a informação de que seriam expostas nas vitrines da Casa Odeon, na Rua São Bento, fotos coloridas e em grandes dimensões, do elenco de A escrava Isaura, que aqui aparece com a informação de que se tratava de uma adaptação do romance de Bernardo Guimarães feita por Marques Filho255. No dia 6 de outubro, o jornalista vai mais longe e, além de exaltar todas as maravilhas da produção, acrescenta que “A escrava Isaura irá encher de júbilo aos que ainda não descreram no futuro do cinema brasileiro” e chama Marques Filho, o diretor, de o “Murnau de Metrópole”. No dia 9 de outubro, uma foto de Emilio Dumas e Elisa Betty, atores do filme, e no dia 10, nova publicidade acompanhada de um texto com a sinopse. A estreia aconteceu no dia 21 de outubro na Sala Vermelha do Cine Odeon, onde permaneceu em cartaz por alguns dias e depois foi transferido para o Cine Mafalda, no Brás.

4.4. Outros filmes nacionais e o silêncio de 1932.

Notícias da produção nacional de filmes silenciosos continuavam a aparecer com alguma regularidade e as novidades publicadas falavam da finalização de As rosas de Nossa Senhora (1930), produção da Astro Filmes com direção de Pasquale Di Lorenzo; O Dominó negro(1930), produção da Épica Filmes com direção de Cléo de Verberena; Sangue mineiro (1929), da Phebo Brasil Filme de Cataguazes e direção de Humberto Mauro. Outra novidade deste período era a exibição do documentário silencioso O grande encontro de futebol (1930) sobre a decisão do campeonato brasileiro de futebol,

255 Antônio Marques Costa Filho, segundo o IMDB – The Internet Movie Database. Apenas Antonio Marques Filho na Filmografia da Cinemateca Brasileira. 109 num jogo entre paulistas e cariocas. A produção era da Empresa Brasil de Cinemas, proprietária dos cines Rosário e Alhambra de São Paulo e do Cine Eldorado do Rio de Janeiro, onde se exibia o documentário. As filmagens dos jogos eram feitas pela Santa Therezinha Filme. Outro filme produzido nos mesmos moldes foi O carnaval carioca de 1930, documentário silencioso que também foi especialmente produzido pela Empresa Brasil de Cinema e exibido com grande publicidade no Cine Rosário. Em uma matéria especialmente escrita para a Folha da Manhã, o escritor Guilherme de Almeida descreve com uma riqueza muito grande de detalhes a visita que havia feito dias antes aos estúdios da Cruzeiro do Sul, onde se realizavam as filmagens do filme silencioso As armas (1930)256, de Otávio Gabus Mendes. O estúdio ficava na Rua Fernão de Magalhães, 7, no Brás, em um salão de 15 por 40 metros e estava devidamente equipado com poderosos refletores de arcos-voltaicos, seis camarins, almoxarifado e os laboratórios de revelação e secagem com tambor giratório automático, sala de cópias, uma seção de viragem para coloração de películas, cabine de projeção e dependências para

Figura 40: Messalina corte, enquadramento e colagem. Equipe de administração: Joaquim Garnier, Francisco Gouvéa, José Carrari e Américo de Freitas. Os astros eram Diva Tosaca, Maria Cobus, Lili Ferraz, Nilo Fortes, Américo de Freitas, José Soares e Calvu Reys. Vale a pena ressaltar que o escritor Guilherme de Almeida escreveu os letreiros do filme As armas.

Fonte: Folha da Manhã (18 abr. 1930, p. 8.) O jornal Folha da Manhã publicou uma nota

256 “Cruzeiro do Sul”. Folha da Manhã, São Paulo, 13 mai. 1930, p. 6. 110 informando que o cineasta Luiz de Barros havia “acabado de adquirir um poderoso apparelho de filmagem e synchronisação de fitas [...]”257 e que estava produzindo Messalina e Lua de mel, as primeiras produções da Synchro-Cinex, companhia brasileira produtora de filmes. Esse equipamento era de marca alemã e, segundo outra notícia, “era utilizado pela maior parte dos produtores americanos. Esse aparelho oferece a fotografia mais perfeita que o nosso cinema já apresentou, além de sincronizar as fitas como é feito nos Estados Unidos”258. Messalina (Figura 40) era uma fita silenciosa dirigida por Luiz de Barros e com fotografia de José del Picchia, que tinha no elenco Gerta Valkyria, Nelson de Oliveira e Vicente Caiaffa, e estreou no mesmo programa que Lua de mel, “toda falada e cantada em português”, no Cine Santa Helena (o mesmo cinema onde havia estreado Acabaram-se os otários), no dia 21 de abril de 1930259. No elenco de Lua de Mel, Genésio Arruda, Vicente Caiaffa e Tom Bill. No dia 12 de janeiro de 1931 estreava na Sala Vermelha do Cine Odeon e no Braz Polytheama O babão (1930), filme sonoro nacional de Luiz de Barros com Genésio Arruda no papel principal. O filme era uma paródia de O pagão (The pagan, 1929), de W. S. Van Dyke, filme sonoro com Ramón Novarro que havia inaugurado um ano antes o Cine Rosário do edifício Martinelli. Havia experiências de produção de curtas metragens sonorizadas no Brasil, porém na Folha da Manhã as notícias sobre cinema sonoro produzido por aqui eram os longas de Luiz de Barros que, ao que tudo indica, era o único que detinha conhecimentos técnicos em seu sistema especial de produção. Mesmo a Cinédia, fundada em março de 1930 no Rio de Janeiro por Adhemar Gonzaga, estava anunciando apresentar ao público paulista, neste início de 1931, Lábios sem beijos (1930), filme de Humberto Mauro ainda silencioso. O filme estreou em São Paulo na primeira Semana de Cinema Brasileiro, promovido pela exibidora Empresa Brasil de Cinema Ltda., que aconteceu em São Paulo entre os dias 9 e 15 de fevereiro de 1931, nos cines Rosário, Alhambra e Paratodos260. Além de Lábios sem beijos, a programação apresentou o documentário Nos Sertões do Amazonas (1931)261 e O mistério do dominó preto (1930), filme que Cléo de Verberena havia dirigido para a Épica Filme.

257 “Cinema Brasileiro”. Folha da Manhã, São Paulo, 9 abr. 1930, p. 8. 258 “Luiz de Barros”. Folha da Manhã, São Paulo, 11 abr. 1930, p. 7. 259 “Publicidade da estréia de Messalina”. Folha da Manhã, São Paulo, 18 abr. 1930, p. 8. 260 “A semana de filmes brasileiros”. Folha da Manhã, São Paulo, 5 fev. 1931, p. 12. 261 Não há referencia do diretor de Nos sertões do Amazonas na filmografia da Cinemateca Brasileira, que informa apenas se tratar de uma fita distribuída pelo Programa V.R. Castro. 111

Em 1932, mais novidades nacionais sonoras sincronizadas com discos: Anchieta, entre o amor e a religião (1931), filme de Arturo Carrari, produzido pela Luz-Arte Filme, que estreou em março de 1932 no Cine Oberdan; Casa de caboclo (1931), produção da Capitol dirigida por Augusto Campos, que estreou em setembro de 1931 no Cine Fênix, e Campeão de futebol (1931)262, da Victor Filme com direção de Genésio Arruda, haviam sido sincronizados em sistema de discos. Ao contrário, Iracema (1931), de Jorge S. Konchin e produção da Metrópole Filmes, estreava silenciosamente dia 6 de julho de 1931, na Sala Vermelha do Cine Odeon com grande divulgação na imprensa paulista, no que pese ser um filme silencioso. No dia 23 de novembro de 1931 entrava em cartaz, no cine Rosário, Coisas Nossas (1931), de Wallace Downey. A Folha da Manhã deu grande destaque ao lançamento, inclusive publicando uma longa matéria sobre o que representava para a cinematografia nacional a parte técnica deste filme sonoro263. Em 1932 foram poucas as novidades do cinema paulista. Em julho aparece uma notícia da Anhangá Filmes, empresa produtora nacional que, segundo o jornal, “tem organizado um belo programa de produções sonoras cinematográficas, tipo “complementos” ou shorts264. A Anhangá Filme já havia produzido O roubo do soldado de Itapira (1926) e Amor e patriotismo (1930), ambos dirigidos por Achille Tartari e agora, devidamente instalada no Palacete Campinas, na Praça da República, estava recrutando crianças, adultos e amadores para integrarem suas produções. A nova investida da empresa estava concentrada na finalização de Um sonho de amor (filme não finalizado), cuja parte sonora já havia sido “magistralmente gravada pela Fábrica de Discos “Arte-Fone””. A parte musical desta produção constava de uma “Serenata” e da valsa “Um sonho de amor”, ambas compostas pelo Maestro Léon Kaniefsky e que também estariam disponíveis em disco. Durante a revolução constitucionalista de 1932 a São Paulo Sonofilmes, da Byington Cia, a mesma que comercializava os equipamentos projetores Fonocinex, saiu a campo e gravou um documentário sonoro que estrearia no Cine Paramount no dia 9 de outubro de 1934, sob o título Julho de 1932 (1934), com o registro do movimento e que ganharia grande repercussão na imprensa paulista.

262 O Filme Campeão de futebol estreou no Cine Alhambra no dia 5 de outubro de 1931. Cf. Folha da Manhã, São Paulo, 04 out. 1931, p. 12. 263O que representa a parte técnica de “Coisas Nossas”. Folha da Manhã, São Paulo, 1 nov. 1931, p. 14. 264 “As Produções da Anhangá Filmes”. Folha da Manhã, São Paulo, 12 jul. 1932, p. 9. 112

É também em 1932 que aparecia a primeira experiência brasileira de um filme gravado em sistema Movietone, no curta da Cinédia intitulado Como se faz um jornal moderno (1933), dirigido por Adhemar Gonzaga. Neste mesmo mês, o Cine Alhambra de São Paulo exibia Canção de primavera (1932), filme paulista sonoro em sistema Vitaphone da Alfa-Capitol, com direção de Fábio Cintra. Ganga bruta havia sido concebido para ser um filme sonoro no sentido de que teria acompanhamento de uma trilha musical do maestro Radamés Gnatalli. Porém, quando o filme estava sendo concluído Adhemar Gonzaga resolveu acrescentar a ele algumas falas no sistema Vitaphone. Segundo a revista Cinearte265, Jorge Bichara, o responsável técnico pelo som do filme realizou todo este procedimento de gravação com a RCA Victor porque a produção e captação das imagens haviam sido feitas no tempo em que a Cinédia ainda não havia adquirido seus equipamentos Movietone. A exibição de Ganga bruta no mercado paulistano foi fruto de uma negociação feita entre a Cinédia e Francisco Serrador266. O filme entrou em cartaz na Sala Vermelha do cine Odeon em maio de 1933, mesmo período em que os cines Alhambra e Rosário exibiam, simultâneamente, King Kong (1933), de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsak. Honra e ciúmes (1933), filme paulista da Iris Filmes produzido e dirigido por Antonio Tibiriçá, estreou simultaneamente no Alhambra, Astúrias, São José e Santo Antonio no dia 3 de julho de 1933 e na publicidade, “som Movietone gravado com aparelhos americanos”. Segundo a filmografia da Cinemateca Brasileira, o filme teve a participação da Cinédia e na câmera estava Humberto Mauro. No dia 29 de janeiro de 1934, no Cine Paramount, estreou outra produção paulista ainda em Vitaphone: O caçador de diamantes (1933), da Rex Filmes, com direção de Vittorio Capellaro.

265 Cinearte Nº 362. 1º de março de 1933, p. 6. 266 GATTI, André. Verbete “Exibição”. In RAMOS, Fernão; MIRANDA, Luiz Felipe (Orgs). Enciclopédia do Cinema Brasileiro. São Paulo: Senac, 2000, p. 221. 113

4.5 Os equipamentos nacionais e a contrafação

Para melhor equacionarmos a questão do desenvolvimento de equipamentos voltados para a atividade cinematográfica, em território nacional, consideramos ser necessário separar, aquilo que se caracterizava como motivação individual de produtores e diretores tentando conseguir algum tipo de sincronismo som/imagem em suas produções, e a atuação de empresas que descobriram na adaptação da rede de exibição ao sistema sonoro uma oportunidade para alavancarem seus negócios. Na presente pesquisa procuramos separar no jornal Folha da Manhã, dentro do período pesquisado, 1928 a 1934, referências a desenvolvimento de equipamentos nacionais para produção de filmes, e anúncios de empresas vendendo projetores sonoros produzidos no Brasil.

4.5.1. Equipamentos nas produções e na exibição de películas brasileiras sonoras.

As experiências com tecnologia para cinema desenvolvidas em território nacional foram adaptações de sistemas já existentes com o propósito de se conseguir, mecanicamente, algum tipo de sincronização entre sons e imagens. Mecanicamente, porque todo o esforço das experimentações era sempre no sentido de reunir esses dois aspectos da produção cinematográfica no mesmo aparato. Nas poucas experiências brasileiras todo o processo de produção e exibição estava concentrado nas mãos do inventor/realizador fazendo com que as soluções e adaptações fossem caseiras e sem grande repercussão comercial. Na prática, as adaptações seguiam o fluxo de aproveitar as câmeras que estes inventores/realizadores já possuíam, para a captação das imagens e a elas sincronizar os sons gravados separadamente em discos fonográficos. As experiências de Paulo Benedetti e de Luiz de Barros seguiam este modelo de produção. Na exibição os próprios produtores e diretores se encarregavam de desenvolver mecanismos para conseguir manter o sincronismo. Nestes primeiros tempos de transição entre a prática de produção do cinema silencioso para as primeiras experimentações com o cinema sonoro uma das maiores barreiras que impediam a atualização dos equipamentos era o preço destes aparelhos no mercado internacional. Para driblar esta dificuldade, ou para se aproveitar dela, começaram a aparecer no mercado interno as contrafações nacionais. 114

Há uma nota na edição da Folha da Manhã de 19 de junho de 1929 (Figura 41), informando sobre a instalação e inauguração de um equipamento sonoro no Cine Santa Helena: o Theatrophone, que muito provavelmente nada tinha a ver com a invenção de Clément Ader de 1881, que foi o primeiro a disponibilizar dois canais de áudio e foi criado para transmitir as óperas dos teatros via essa espécie de telefone. Pelas referências da notícia podemos deduzir que se tratava de uma eletrola que simulava a Figura 41: O Teatrofone sincronização de música e ruídos em filmes silenciosos. Esta informação da Folha da Manhã, é importante porque denota que já neste período, os testes de adaptação do Cine Santa Helena para a exibição de filmes sonoros estavam acontecendo. Foi neste cinema que dois meses depois estrearia Acabaram-se os otários (1929), filme de Luiz de Barros, considerado o primeiro longa-metragem sonoro nacional. Os equipamentos que estavam sendo instalados neste cinema faziam parte dos testes daquilo que se tornaria o primeiro equipamento nacional sonoro de produção e projeção, o Sincrocinex, idealizado

Fonte: Folha da Manhã (19 jun. 1929, p. 4.) por Luiz de Barros e adaptado à sala de projeção do Cine Santa Helena por Moacyr Fenelon. Em carta enviada pelo diretor Luiz de Barros à redação do jornal Folha da Manhã do dia 12 de julho de 1929 (Anexo G) há a menção ao fato de sua equipe estar trabalhando há mais de um mês nos testes do aparelho de projeção Sincrocinex o que combina com a data de instalação do “equipamento Teatrofone” do Cine Teatro Santa Helena. Mesmo considerando que este equipamento fosse apenas uma eletrola, muito provavelmente, ela estava sendo utilizada para a adaptação e testes dos amplificadores na sala de projeção. Luiz de Barros ainda menciona o fato de ter contratado Moacyr Fenelon para as adaptações do Cine Santa Helena em função de suas habilidades como rádio-técnico e por ser um profundo conhecedor de sistemas de amplificação. 115

Todo o processo de criação e desenvolvimento do Sincrocinex foi executado em razão da necessidade do diretor Luiz de Barros de produzir um filme sonoro que ele havia garantido ser capaz de realizar, a um tal “Sr. Bruno”267, diretor das Empresas Cinematográficas Reunidas. Segundo Luiz de Barros, tudo não passava de uma brincadeira que ele estava fazendo. Porém, este senhor o levou tão a sério que fecharam negócio para a realização, inclusive com data marcada para a estreia do filme. O projetor foi construído nas oficinas da Agência Pathé, de Gustavo Zieglitz, com a ajuda de engenheiros e técnicos e a adaptação do Cine-Teatro Santa Helena (amplificador e alto-falantes) foi realizada sob a orientação de Moacyr Fenelon. Encontramos referência posterior à estreia do filme, em notícia de setembro de 1929, de que a Empresa Cinematográfica Reunidas estava adotando o equipamento Sincrocinex em alguns de seus cinemas. O sistema Sincrocinex adaptava um “prato de discos” a projetores já existentes e a sincronisação acontecia a partir de um único motor movendo a rotação do disco e a tração da película.

4.5.2 Equipamentos projetores nacionais e a contrafação

A contrafação ou replicação de equipamentos sonoros de projeção, norte- americanos ou europeus, por empresas nacionais que a eles acrescentavam apenas pequenas modificações para venda no mercado brasileiro não demorou a acontecer. A edição da Folha da Manhã de 2 de agosto de 1929 estampava a notícia de que a Fitafone do Brasil S/A estava disponibilizando no mercado nacional um equipamento sonoro que acabara de inaugurar o Cine São José (Figura 42). Em exibição neste cinema naquele dia, o filme Canção do lobo (The wolf song, 1929), dirigido por Victor Fleming, em que Lupe Velez cantava “Yo Te Amo” e “Mi Amado” e Gary Cooper a canção que dava título ao filme. Na notícia:

O “FITAFONE” – O PRIMEIRO APARELHO DE SOM NACIONAL FOI ONTEM INAUGURADO NO TEATRO SÂO JOSÉ. São Paulo é uma terra verdadeiramente admirável. Data de ontem a introdução dos aparelhos do cinema falado em São Paulo, e já a iniciativa paulista brilhantemente representada pela “Fitafone do Brasil S. A.” inaugura o primeiro aparelho de som nacional, o “Fitafone”, que ontem foi inaugurado no São José, com o filme “Canção do Lobo” da Paramount. Todo o grande público que ontem acudiu ao grande cinema do Largo do Belém adimirou a potência, a nitidez e pureza do som do Fitafone, digno em tudo, de rivalizar com os melhores

267 BARROS, Luiz de. Minhas Memórias de Cineasta. Rio de Janeiro: Artenova/EMBRAFILME, 1978, p. 104. 116

aparelhos estrangeiros de sincronização de filmes. Os nossos parabéns aos Irmãos Falgetano pela iniciativa que tiveram e à Fitafone do Brasil S.A. pelo brilhante resultado obtido pelo seu primeiro aparelho instalado em São Paulo268.

Em nota do dia 28 de junho de 1930 o jornal anunciava o êxito da experiência realizada no Teatro Carlos de Campos com o aparelho sonoro nacional Amardon269. A invenção era de A. Marcondes Machado e Italo Cortopassi e a distribuição e Figura 42 - Amardon comercialização era feita pela “Seção Cinematográfica” das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (Figura 42). Além do Amardon aparecia também o Fonocinex (figura 43). Este equipamento já vinha sendo testado desde meados de 1930 na fábrica da Byington & Co, do empresário paulista Alberto Byington Junior, o mesmo que para divulgar seus equipamentos financiou a produção de Coisas Nossas (1931)270 que contava com uma equipe de peso: Wallace Downey, Moacyr Fenelon, e na câmera e iluminação Adalberto Kemeny e Rodolfo Lusting, da Rex Filmes. É importante lembrar que Alberto Byington Junior se tornou, nos anos 30, Fonte Folha da Manhã (19 abr. 1931, p. 13.) sócio da Sonofilms.

268“O “FITAFONE” – O PRIMEIRO APARELHO DE SOM NACIONAL FOI ONTEM INAUGURADO NO TEATRO SÂO JOSÉ.””. Folha da Manhã, São Paulo, 2 ago. 1929, p. 4. 269 ““Armadon” um apparelho sonóro da indústria brasileira”. Folha da Manhã, São Paulo, 28 jun. 1930, p. 7. 270 Coisas nossas estreou em São Paulo, no Cine Rosário, no dia 23 de novembro de 1931. 117

Figura 43: Fonocinex

Fonte: Folha da Manhã (31 mai. 1931, p.13.)

Uma matéria publicada no jornal gaúcho Correio do Povo de 3 de abril de 1931 descreve com detalhes esse equipamento:

Os progressos do cinema sonoro

Em São Paulo, já são fabricados aparelhos “sono discos” “sono filmes”, feitos pela firma Byington & Co.

Byington Company acaba de lançar nos mercados do país o aparelho denominado “Fonocinex”, feito, em sua fábrica, montada, ha cerca de um ano, na capital de São Paulo. Ontem, á tarde, na filial desta capital, daquela companhia foi feita, com o mais franco êxito uma demonstração do referido aparelho, perante proprietários de cinemas e de representantes da imprensa. Como o cinema sonoro, o “sono-disco” e “sono-filme”, se destaca porque reune em si todos os aperfeiçoamentos do cinema falado. Existem dois tipos de “Fonocinex”, um de “Vitaphone” com gravação no disco e outro “Movietone”, com gravação no filme. O “movietone” funciona por defração de luz emitida por uma lampada de excitação, podendo ser esta de qualquer tipo, como a empregada nos automoveis. E, tal é a perfeição do “Fonocinex”, que em poucos meses se encontram instalados em varios pontos do pais, uns 50 aparelhos. Quanto á sua construção, é toda com materia prima nacional, inclusive os transformadores, pois a Byington, visa com isso baratear grandemente o custo dos aparelhos de cinema falado. Dentro de pouco tempo serão feitos filmes sonoros nacionais, principalmente de assumtos nossos, o que certamente constituirá uma grande novidade. A demonstração de ontem, foi de forma a se receber a melhor impressão, pois nunca se pensava que em nosso país houvesse fabrica capaz de produzir aparelhos em nada inferiores aos importados do estrangeiro, contando, eles, até com alguns melhoramentos dos quais foram tiradas patentes. A casa Byington, que tem ainda em São Paulo uma sala para fazer experiências e demonstrações, a cargo de técnicos competentes, vai dedicar-se também dentro em breve ao fabrico de vitrolas e outras especies de máquinas falantes, com o fim de assim cooperar pelo desenvolvimento de mais uma indústria entre nós271.

271 Núcleo e Pesquisa em Cinema - MUSECOM. Os progressos do cinema sonoro. Disponível em . Acesso em 5 de agosto de 2011. 118

A peça publicitária da Fonocinex publicada no jornal Folha da Manhã do dia 14 de junho de 1931 (Anexo H) comprova que o equipamento compunha-se de um sistema conjugado de Vitaphone e Movietone. Além dos equipamentos projetores citados acima, não foi possível levantar a existência de outras marcas ou contrafações nacionais no mercado paulistano. 119

5. CONCLUSÃO

A ideia de que a transição entre as práticas de exibição do cinema silencioso e as do sonoro tenha sido simples e homogênea atravessa parte da historiografia do cinema. Entretanto, um olhar mais atento sobre esta questão, nos revela como os modos de projeção de filmes falados foram diversos e todos no sentido de buscar um certo entendimento com o publico. Importante salientar que estas conclusões estão sendo processadas a partir de um estudo realizado nas páginas do jornal Folha da Manhã para a cidade de São Paulo e que não nos é possível fazer uma generalização dos resultados e das práticas aqui observadas para o restante do território nacional. O início do ano de 1929 marcou para a capital paulista a fronteira entre as práticas da “Arte Muda” e a novidade que chegava com o “som que vinha da tela”. Uma mudança que envolvia um aparato tecnológico que passava a ganhar o status de protagonista da experiência cinematográfica daquele momento. No caso do cinema sonoro, a novidade nos primeiros meses não era apenas o filme em si, mas também o equipamento que reproduzia o som. A importância dada à tecnologia nos primeiros meses de cinema sonoro na cidade de São Paulo foi possível de ser notada ao observarmos que os termos que davam nome aos diferentes processos de produção e exibição passaram a designar a própria experiência de fruição. Em várias matérias publicadas na Folha da Manhã os termos “Movietone” e “Vitaphone” foram empregados como sinônimos de “cinema sonoro” e em muitas delas, antes mesmo de falar sobre os filmes que estavam sendo exibidos, os repórteres se esforçavam para explicar ao público as diferenças entre estes dois procedimentos. Na inauguração do Cine Paramount (o primeiro cinema a exibir um filme com som na cidade) em abril de 1929, o jornal Folha da Manhã carregava suas matérias com a marca Western Eletric, não apenas por ser ela a primeira que disponibilizava este equipamento no mercado, mas principalmente, porque este aparato combinava em si as possibilidades de exibição de producões realizadas em sistema “Movietone” ou “Vitaphone”. É possível notar pelos textos dos jornalistas que a marca Western Eletric adquiriu um sinônimo de “qualidade” que emprestava ao cinema um status diferenciado na projeção de seus filmes. A primeira referência a um equipamento similar, de outra marca, a RCA – Radio Corparation of America, apareceu neste jornal somente em outubro de 1929, na inauguração do Cine Alhambra, da Rua Direita. 120

Este fascínio inicial pela tecnologia apontado pela Folha da Manhã nos possibilitou o acompanhamento das atualizações das principais salas de exibição da cidade de São Paulo, já que, até certo momento, os equipamentos eram devidamente nominados pelos repórteres a cada inauguração de um novo cinema ou adaptação ao sistema sonoro de salas já existentes. A malha de adaptações iniciadas logo após a inauguração do Cine Paramount aconteceu geograficamente, do centro para os bairros e economicamente, de acordo com a importância do cinema para cada empresa. Desta forma, a Empresa de Francisco Serrador instalou equipamentos Western Electric em suas principais salas no centro da cidade, a Vermelha e a Azul do Cine Odeon, e em seguida, inaugurou os mesmos equipamentos no Cine Politeama, no bairro do Brás. A Sociedade Anônima Empresa Serrador adotou equipamentos Western Eletric como padrão para todos os seus cinemas. A Empresa Cinematográfica Reunidas Ltda iniciou sua malha de adaptações a partir de um equipamento nacional, o Sincrocinex instalado no Cine Santa Helena para a estreia do filme Acabaram-se os otários (1929), depois equipamento Western Eletric para o Cine República, equipamentos RCA para o Cine Alhambra e em seguida, Western Electric para o Cine Coliseu. Todos esses cinemas no centro da cidade, adaptando em setembro de 1929 o Cine Olympia, e em novembro o Cine Oberdan, ambos no bairro do Brás, com equipamento nacional Sincrocinex. Vale a pena ressaltar que o Cine Oberdan havia sido inaugurado pela Reunidas em abril de 1929, mesmo período em que estavam ocorrendo as primeiras exibições de cinema sonoro na cidade de São Paulo e que, muito provavelmente, estava equipado com projetores não sonoros, porém, novos. Talvez decorra daí a escolha da Reunidas por uma contrafação nacional mais barata do que os equipamentos importados. A Empresa Brasil de Cinema possuía neste período apenas dois cinemas no centro da cidade, o Rosário e o Paratodos, e optou por instalar equipamentos Western Eletric em ambos. A adaptação de uma sala não se resumia apenas à troca do equipamento na cabine de projeção, mas à substituição da tela por outra que permitisse a passagem do som já que os alto-falantes estavam colocados atrás da mesma e, muitas vezes, a remoção de cortinas e outros aparatos de revestimento interno que prejudicavam a acústica. A Western Eletric mantinha no Brasil uma equipe que orientava a montagem do equipamento e adaptação das salas e, preparava os operadores principalmente no que se referia aos sistemas de projeção e manutenção. 121

À exceção do Cine Santa Helena (Sincrocinex), do Alhambra (RCA) e do D. Pedro II (Tobis), todos os demais cinemas do centro da cidade receberam equipamentos Western Eletric. Nos bairros os cinemas mais importantes de cada uma das empresas exibidoras receberam equipamentos importados. O restante, possivelmente tenha se adaptado utilizando-se das contrafações nacionais em razão do preço destes equipamentos. Encontramos poucas referências com relação à diferença de qualidade entre os diversos projetores – nacionais ou importados. Um segundo ponto observado no jornal Folha da Manhã durante este período de transição (1928-1933), diz respeito à necessidade de nominar o formato de cinema que estava chegando à cidade. Inicialmente, o termo inglês talkies passou a ser substituído por “cinema falado” e “cinema sincronizado”, seguindo as regras da publicidade de inauguração do Cine Paramount que definia “Movietone” como “cinema falado” e “Vitaphone” como “cinema sincronizado” com música. Ao longo dos primeiros meses estes termos aparecem frequentemente nas notícias e na publicidade do jornal, intercalados com expressões similares, do tipo: “cinema com som”; “filme oral”, “filme que fala”; “filme sonoro”; “filme sonoro e falado”; “filme cantado”. Importante é compreender que esta tentativa inicial de nomeação deste novo formato de exibição não estava vinculada à presença do som em si, mas às novas estruturas de narrativa e de produção. Um filme falado, nestes primeiros seis meses dizia respeito e até se confundia com as possibilidades do sistema Movietone de trazer para a tela os diálogos, enquanto que um filme sincronizado era acompanhado mecanicamente por música orquestral, nos mesmos moldes do cinema silencioso, inclusive com as cartelas de legendas. Mesmo considerando as barreiras linguísticas, isto fazia toda a diferença na hora de divulgar um filme, denotando que a novidade não era o som em si, mas os diálogos ou as canções entoadas pelos astros da época. No final do segundo semestre de 1929, na medida em que a exceção foi se tornando regra, o termo que começava a se firmar era “cinema sonoro”, não importando mais os sistemas, (Movietone ou Vitaphone), e sim a presença do som. Em razão das barreiras de linguagem, os diálogos haviam se tornado um grande problema para os estúdios americanos que quisessem distribuir seus filmes em países de lingua não inglesa e esta dificuldade começou a aparecer na publicidade dos distribuidores, a partir de 1930, quando o idioma na película começou a ser explicitado nos anúncios: “filme sonoro falado em espanhol”; “filme sonoro falado em português” etc. No final de 1931, 122 o termo “sonoro” também começava a desaparecer, voltando esta modalidade de exibição, a do cinema sonoro, a ser apenas filme, acrescido eventualmente, do idioma original ou da “intercalação/sobreposição” de “legendas/letreiros” em português. A exceção agora, já no final de 1932, passava a ser somente quando da referência a algum filme “silencioso”. O cinema nacional, apesar da constante discussão sobre a qualidade das producões, atravessou esse período de transição com razoável destaque nas páginas da Folha da Manhã. Mesmo considerando o “bairrismo” em priorizar a divulgação das producões paulistas, o jornal investia com certa regularidade, no debate sobre a necessidade da criação de uma indústria nacional de filmes. Esperava-se neste periodo, que, diante das dificuldades impostas pelos talkies aos produtores internacionais devido às barreiras de linguagem, o filme nacional encontrasse espaço para se desenvolver e ocupar seu lugar no mercado interno. Coisa que não aconteceu. É importante lembrar que o filme falado não foi o único responsável pela crise que assolou a produção nacional no início dos anos 1930. Núcleos como o de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Campinas (SP), Recife (PE), Pouso Alegre, Guaranésia, Cataguases (MG) e Porto Alegre (RS) já vinham realizando seus filmes desde a primeira metade dos anos 1920 e não é possível afirmar que ela tenha diminuído ou se exaurido, exclusivamente em razão da chegada do filme sonoro. O final dos anos 1920 e início dos anos 1930 coincide com a crise econômica internacional, desencadeada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, fato que afetou diretamente a produção de filmes no cenário mundial. Quando pensamos na transição do filme silencioso para o sonoro, somos invariavelmente levados a supor que este evento tenha ocorrido com a produção e exibição de filmes falados e a simples troca dos equipamentos na adaptação das salas. Mas isto, na cidade de São Paulo, não foi uniforme. Ou seja: foram vários os formatos que conviveram nos diversos espaços de projeção cinematográfica da cidade até que a exibição de filmes com o som original acrescido de legendas sobrepostas se firmasse como o modelo para o mercado brasileiro. Filmes sonoros conviveram e se misturaram, até em uma mesma sessão, com fitas silenciosas, com ou sem acompanhamento de orquestra executando peças musicais ao vivo. Salas de cinema não adaptadas ao novo sistema emudeceram fitas sonoras e, não raramente, uma locução ou um programa distribuído na porta de entrada das salas de projeção, orientavam o público sobre o enredo do filme ou traziam a tradução dos diálogos que seriam exibidos. Vários filmes clássicos da “arte muda” retornaram à 123 cidade e foram exibidos em versões com música sincronizada e apesar da crise de produção de filmes de 1931, os exibidores paulistanos se esforçaram para garantir a lotação de seus cinemas promovendo a volta dos espetáculos de palco. Em novembro de 1933, pudemos observar pelas edições da Folha da Manhã, que já não havia nenhum filme silencioso sendo exibido no circuito comercial de salas da cidade de São Paulo, e que ao contrário das previsões de alguns críticos e profissionais da área, o som e os diálogos haviam chegado para ficar e que o Movietone, o som na película, havia se firmado como o sistema definitivo para as producões cinematográficas em todos os países do mundo.

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FILMOGRAFIA

Relação e ficha técnica dos filmes citados:

20.000 Anos em Sing Sing (20.000 years in Sing Sing, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 78 minutos. Companhia produtora: Warner Bros Pictures e First National Pictures. Produção: , Robert Lord, Darryl F. Zanuck. Direção: Michael Curtiz. Argumento e roteiro: Lewis E. Lawes, Wilson Mizner. Fotografia: Barney McGill. Música: Bernhard Kaun. Som: Mono. Elenco: Spencer Tracy, Bety Davis, Arthur Byron, Lyle Talbot, Warren Hymer, Louis Calhern.

4 diabos (4 devils, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 100 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: F. W. Murnau. Argumento e roteiro: Herman Bang, John Hunter Booth. Fotografia: L. William O’Connel e Ernest Palmer. Música: Maurice Baron. Som: Mono (Movietone), (sequências faladas). Elenco: Anders Randolf, Barry Norton, Carles Morton, Janet Gaynor, Andre Cheron, George Davis, Philippe de Lacy, Nancy Drexel, Mary Duncan.

Abraça-me bem (Sailor’s luck, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 64 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: Raoul Walsh. Argumento e roteiro: Bert Hanlon, Charlotte Miller, Marguerite Roberts. Fotografia: Arthur C. Miller. Montagem: Jack Murray. Música: Samuel Kaylin. Som: Mono. Elenco: James Dunn, Sally Eilers, Victor Jory, Sammy Cohen, Frank Moran, Esther Muir, Will Stanton, Armand ‘Curly’ Wright, Jerry Mandy, Lucien Littlefield, Buster Phelps, Frank Atkinson, Fred Kelsey.

Abraços traiçoeiros (The Cohens and Kellys in trouble, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 68 minutos. Companhia produtora: Universal Pictures. Produção: Jr.. Direção: George Stevens. Argumento e roteiro: Albert Austin, Homer Croy, Fred Guiol, Jack Jungmeyer, Vernon Smith. Fotografia: Len Powers. Montagem: Robert Carlisle. Música: James Huntley. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording Sound System). Elenco: George Sidney, Charles Murray, Maureen O’Sullivan, Frank Albertson, Andy Devine, Jobyna Howland, Maude Fulton, Henry Armetta, Maurice Black, , Don 129

Brodie, Olive Cooper, Herbert Corthell, Max Davidson, Willie Fung, Dell Henderson, Arthur Hoyt, Edward LeSaint, Harry Tenbrook, Roger Williams.

Acabaram-se os otários (1929). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Sincrocinex. Direção: Luiz de Barros. Argumento e roteiro: Luiz de Barros. Fotografia: Luiz de Barros. Montagem: Luiz de Barros. Som: Sincronizado com discos. Elenco: Genésio Arruda, Tom Bill, Vicenzo Vaiaffa, Rina Weiss, Paraguaçu, Gina Bianchi, Margareth Edwards, Miss Florinda, Assucena Fonseca.

Achada na rua (Pick-up, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 76 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: B.P. Schulberg. Direção: Marion Gering. Argumento e roteiro: Viña Delmar, S.K. Lauren, Agnes Brand Leahy. Fotografia: David Abel. Música: Rudolph G. Kopp, , Ralph Rainger. Som: Mono. Elenco: Sylvia Sidney, George Raft, Lilian Bond, William Harrigan, Clarence Wilson, Brooks Benedict, Robert McWade, Purnell Pratt, Charles Middleton, Oscar Apfel, Alice Adair, , Louise Beavers, Ted Billings, Eddie Clayton, Florence Dudley, Jimmie Dundee, Patricia Farley, Al Hill, Eleanor Lawson, Dorothy Layton, George Meeker, Benito Mussolini, Dave O’Brien, , Harry Semels.

Adorado impostor (The Texan, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 79 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: Hector Turnbull. Direção: John Cromwell. Argumento e roteiro: Oliver H.P. Garrett, O. Henry, , Daniel Nathan Rubin. Fotografia: Victor Milner. Montagem: Verna Willis. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Gary Cooper, Fay Wray, Emma Dunn, Oscar Apfel, James A. Marcus, Donald Reed, Soledad Jiménez, Veda Buckland, César Vanoni, Ed Brady, Enrique Acosta, Romualdo Tirado, , Russ Columbo, Guy Oliver, Russ Powell.

Agarrando-os vivos (Bring’em back alive, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 65 minutos. Companhia produtora: Van Beuren Studios. Produção: Amadee J. Van Beuren. Direção: Clyde E. Elliott. Argumento e roteiro: Frank Buck, Edward Anthony. Montagem: Carl Berger, Nicholas Cavaliere. Música: Gene Rodemich. Som: Mono (RCA Photophone System). Elenco: Frank Buck. 130

Águias de guerra (The lone eagle, 1927). EUA, 35 mm, P&B, 60 minutos. Companhia Produtora: Universal Pictures. Direção: Emory Johnson. Argumento e Roteiro: Howard Blanchard, John B. Clymer, Emilie Johnson. Fotografia: Arthur L. Todd. Som: Silencioso. Elenco: Raymond Keane, Barbara Kent, Nigel Barrie, Jack Pennick, Donald Stuart, Cuyler Supplee, Frank Camphill, Marcella Daly, Eugene Pouyet, Wilson Benge, Brent Overstreet, Egbert Cook, Oscar Marion, Trixie the Dog.

Além do inferno (Hell below, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 101 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: Jack Conway. Direção: Jack Conway. Argumento e roteiro: Laird Doyle, Raymond L. Schrock, John Lee Mahin, John Meehan. Do livro de: Edward Ellsberg. Fotografia: Harold Rosson. Montagem: Hal C. Kern. Música: William Axt. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Robert Montgomery, Walter Huston, Madge Evans, Jimmy Durante, Eugene Pallette, , Edwin Styles, John Lee Mahin, David Newell, Sterling Holloway, Charles Irwin, Robert Adair, Jack Baxley, Anna Demetrio, James Donlan, Maude Eburne, Herbert Evans, Eddie Hart, Henry Kolker, Babe London, Frank Marlowe, Matt McHugh, Bradley Page, James Parrish, Paul Porcasi, Nina Quartero, Syd Saylor, William Stack, Harry Strang, Charles Sullivan, Jack Trent, Wilhelm von Brincken, Hans von Morhart.

Alma de arranha-céu (Skyscraper souls, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 99 minutos. Companhia produtora: Cosmopolitan Productions, Metro-Goldwyn- Mayer (MGM). Direção: Edgar Selwyn. Argumento e roteiro: C. Gardner Sullivan, Elmer Harris. Do livro de: Faith Baldwin. Fotografia: William H. Daniels. Montagem: Tom Held. Música: Nathaniel Shilkret. Som: Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Warren William, Maureen O’Sullivan, Gregory Ratoff, Anita Page, Verree Teasdale, Norman Foster, George Barbier, Jean Hersholt, , Hedda Hopper, Helen Coburn, John Marston, William H. O’Brien, Richard Alexander, Oscar Apfel, Frank Atkinson, Reginald Barlow, Harry C. Bradley, Edward Brophy, Gordon De Main, Jesse De Vorska, Billy Gilbert, Jack Grey, Tom Kennedy, Arnold Lucy, Geneva Mitchell, William 131

Morris, Edmund Mortimer, Dennis O’Keefe, Lee Phelps, Purnell Pratt, Sam Rice, Henry Roquemore, Larry Steers, Milton Wallace, Eric Wilton.

Alma de gaúcho (Alma de gaucho, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Chris Phyllis Productions. Direção: Henry Otto. Argumento e roteiro: Paul Ellis, Benjamin I. Paralupi. Fotografia: Leon Shamroy. Música: Benjamin I. Paralupi. Som: Mono. Elenco: Paul Ellis, Mona Rico, Frank Amerise, Christina Montt, George Regas, Humberto Bonavi, Alberto de Mendoza, Ema Mora.

Alta traição (The patriot, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 113 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: Ernst Lubitsch. Direção: Ernst Lubitsch. Argumento e roteiro: Hanns Kräly, Dmitri Merezhkovsky. Fotografia: Bert Glennon. Montagem: Ernst Lubitsch. Música: Gerard Carbonara, Domenico Savino, Max Bergunker. Som: Mono (Western Electric Sound System) (sequências faladas), Silencioso. Elenco: Emil Jannings, Florence Vidor, Lewis Stone, Vera Voronina, Neil Hamilton, Harry Cording.

Alvorada de glória (1931). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 55 minutos. Companhia produtora: Victor Filme. Produção: Victor del Picchia. Direção: Victor del Picchia e Luiz de Barros. Argumento e roteiro: Luiz de Barros. Operador: Luiz de Barros, Victor del Picchia. Montagem: Luiz de Barros. Cenografia: Luiz de Barros. Som: Sincronizado com discos. Elenco: Ligia Sarmento, Nilo Fortes, Corita Cunha, Nelson Oliveira.

Alvorada do amor (The love parade, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 107 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Ernst Lubitsch. Argumento e roteiro: Ernest Vajda, Guy Bolton. Fotografia: Victor Milner. Montagem: Merrill G. White. Música: W. Franke Harling, John Leipold, Oscar Potoker, Max Terr. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Maurice Chevalier, Jeanette MacDonald, Lupino Lane, Lillian Roth, Eugene Pallette, E.H. Calvert, Edgar Norton, Lionel Belmore, Virginia Bruce, June Bupp, Rosalind Charles, André Cheron, Yola d’Avril, Albert De Winton, Adolph Faylauer, Margaret Fealy, Helene Friend, Josephine Hall, Winter Hall, Jean Harlow, Perry Ivins, 132

Murdock MacQuarrie, Manuel París, Russ Powell, Albert Roccardi, Carl Stockdale, Ben Turpin, Anton Vaverka, William Von Hardenburg.

A mi-chemin du ciel (1931). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 97 minutos. Companhia produtora: Les Studios Paramount. Direção: Alberto Cavalcanti. Argumento e roteiro: George Abbott, Alberto Cavalcanti. Fotografia: Jacques Montéran. Som: Mono. Elenco: Janine Merrey, Jeanne Marie-Laurent, Enrique Rivero, Thomy Bourdelle, Gaston Mauger, Ketty Loloff, Marguerite Moreno, Jean Mercanton, Pierre Sergeol, Raymond Leboursier, Katia Lova, Pierre Piérade.

Amor atravessa o mar, O (Sea legs, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Victor Heerman. Argumento e roteiro: Marion Dix, George Marion Jr.. Fotografia: Allen G. Siegler. Montagem: Doris Drought. Música: Ralph Rainger. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Jack Oakie, Eugene Pallette, Lillian Roth, André Cheron, Albert Conti, Harry Green, Jean del Val, Charles Sellon, , Billy Gilbert.

Amor e patriotismo (1930). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Anhangá Filme. Produção: Achille Tartari. Direção: Achille Tartari. Fotografia: Antonio Medeiros. Operador: Antonio Medeiros. Som: Silencioso. Elenco: Lello Aimoré, Irene Rudner, Isidoro do Amaral, Caetano Senatro, Ermínio Seguro, Antonio Carrara, Cilo Aumas.

Amor entre milionários (Love among the milionaires, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 74 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Frank Tuttle. Argumento e roteiro: William M. Conselman , Grover Jones, Herman J. Mankiewicz, . Fotografia: Allen G. Siegler. Música: Howard Jackson. Som: Mono (Western Electric Sound System. Elenco: Clara Bow, Stanley Smith, Richard ‘Skeets’ Gallagher, Stuart Erwin, Mitzi Green, Charles Sellon, Theodore von Eltz, Claude King, Barbara Bennett.

Amor na corte (The king’s vacation, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 61 minutos. Companhia produtora: Warner Bros. Pictures. Direção: John G. Adolfi. Argumento e roteiro: Ernest Pascal, Maude T. Howell. Da história de: Ernest 133

Pascal. Fotografia: James Van Trees. Montagem: Owen Marks. Música: Bernhard Kaun. Som: Mono. Elenco: George Arliss, Marjorie Gateson, Dudley Digges, Patricia Ellis, Florence Arliss, , O.P. Heggie, Vernon Steele, James Bell, Alan Birmingham, , Charles Coleman, Gino Corrado, Charles E. Evans, Helena Phillips Evans, Douglas Gerrard, Maynard Holmes, Maude Leslie, Harold Minjir, Paul Panzer, Russ Powell, Desmond Roberts, Ellinor Vanderveer, Leo White, Pat Wing, .

Amor nunca morre, O (Lilac time, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 80 minutos. Companhia produtora: First National Pictures. Produção: George Fitzmaurice, John McCormick Direção: George Fitzmaurice. Argumento e roteiro: Willis Goldbeck, Adela Rogers St. Johns, Carey Wilson. Do livro de: Guy Fowler. Fotografia: Sidney Hickox. Montagem: Alexander Hall. Música: Cecil Copping, Nathaniel Shilkret. Som: Mono (numeros musicais e efeitos sonoros). Elenco: Colleen Moore, Gary Cooper, Burr McIntosh, George Cooper, Cleve Moore, Kathryn McGuire, Eugenie Besserer, Emile Chautard, Jack Stoney, Edward Dillon, Dick Grace, Stuart Knox, Harlan Hilton, Richard Jarvis, Jack Ponder, Jack Ponder, Eddie Clayton, Arthur Lake, Philo McCullough, Nelson McDowell, J. Gunnis Davis, Paul Hurst, .

Anchieta, entre o amor e a religião (1931). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Luz-Arte Filme. Produção: Alberto Vidal. Direção: Arturo Carrari. Operador: Hélio Carrari, José Carrari. Som: Sincronizado com discos. Elenco: Irene Rudner, Alberto Vidal, Nicola Tartaglione.

Anjo pecador (The shopworn angel, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 82 minutos. Companhia produtora: Paramount Famous Lasky Corporation. Produção: Jesse L. Lasky, Louis D. Lighton, Hector Turnbull, . Direção: Richard Wallace. Argumento e roteiro: Howard Estabrook, Albert S. Le Vino. Do livro de: Dana Burnet. Fotografia: . Montagem: Robert Gessler, W. Donn Hayes. Música: Max Bergunker. Som: Mono (Western Electric Sound System) (sequências faladas), Silencioso. Elenco: Nancy Carroll, Gary Cooper, , Roscoe Karns, Emmett King, Mildred Washington, Bert Woodruff.

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Arca de Noé (Noah’ s ark, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 135 minutos. Companhia produtora: Warner Bros. Pictures. Produção: Darryl F. Zanuck. Direção: Michael Curtiz. Argumento e roteiro: Darryl F. Zanuck, Anthony Coldeway. Fotografia: Barney McGill, Hal Mohr. Montagem: Harold McCord. Música: David Buttolph, Howard Jackson, William Lava, Alois Reiser. Som: Mono (Vitaphone) (sequências faladas), Mono (Western Electric Apparatus), (números musicais e efeitos sonoros). Elenco: Dolores Costello, George O’Brien, Noah Beery, Louise Fazenda, Guinn ‘Big Boy’ Williams, Paul McAllister, Myrna Loy, Anders Randolf, Armand Kaliz, William V. Mong, Malcolm Waite, Nigel De Brulier, Noble Johnson, Otto Hoffman.

Argila humana (Del Mismo Barro, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 93 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Produção: John Stone. Direção: David Howard. Argumento e roteiro: Cleves Kinkead, Francisco Moré de la Torre. Fotografia: Ross Fisher. Montagem: Louis R. Loeffler. Som: Mono. Elenco: Mona Maris, Juan Torena, Vicente Padula, Carlos Villarías, Roberto E. Guzmán, María Calvo, Rafael Valverde, René Cardona, Consuelo de los Ángeles, Marcela Nivón, Luana Alcañiz, Julio Villarreal, Agnès Aranis, Marina Alcañiz, Nelly Fernández.

Armas, As (1930). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Empresa Cruzeiro do Sul. Produção: Joaquim Garnier, Plinio de Castro Ferraz. Direção: Otávio Gabus Mendes. Argumento e roteiro: Otávio Gabus Mendes. Operador: Antonio Medeiros. Som: Sincronizado com discos. Elenco: Joaquim Garnier, Diva Tosca, Mechita Cobus, Américo de Freitas, Nilo Fortes, Flávio Lima, Calvus Rey, Gilberto Moura, J. Trindade, Maria Cobus, Jorge Macedo.

Asas (Wings, 1927). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 139 minutos. Companhia produtora: Paramount Famous Lasky Corporation. Produção: B.P. Schulberg, Lucien Hubbard. Direção: William A. Wellman. Argumento e roteiro: Hope Loring, Louis D. Lighton. Fotografia: Harry Perry. Montagem: E. Lloyd Sheldon, Lucien Hubbard. Música: J.S. Zamecnik. Som: Mono (Western Electric Sound System) (números musicais e efeitos sonoros), Silencioso. Elenco: Clara Bow, Charles ‘Buddy’ Rogers, Richard Arlen, Jobyna Ralston, El Brendel, Richard Tucker, 135

Gary Cooper, Gunboat Smith, Henry B. Walthall, Roscoe Karns, Julia Swayne Gordon, Arlette Marchal, Charles Barton, Thomas Carr, Thomas Carrigan, Margery Chapin, Andy Clark, Nigel De Brulier, Hal George, Dick Grace, William Hickey, Hedda Hopper, George Irving, Robert Livingston, James Pierce, Rod Rogers, Frank Tomick, Carl Von Haartman, Gloria Wellman, William A. Wellman, Zalla Zarana.

Assim é a vida (Así es la vida, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 72 minutos. Companhia produtora: Sono Art-World Wide Pictures. Produção: O.E. Goebel, George W. Weeks. Direção: George Crone. Argumento e roteiro: Jorge Juan Crespo, Harvey Gates, Tom Gibson. Fotografia: Arthur L. Todd. Montagem: Arthur Tavares. Diretor Músical: Carlos Molina. Som: Mono. Elenco: José Bohr, Delia Magaña, Lolita Vendrell, César Vanoni, Enrique Acosta, Marcela Nivón, Tito Davison, Myrta Bonillas, Julian Rivero, Ernesto Piedra, Rosita Gil.

Atração dos ares (Central airport, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 72 minutos. Companhia produtora: Vitaphone Corporation, The Warner Bros. Pictures. Produção: Hal B. Wallis. Direção: William A. Wellman. Argumento e roteiro: Rian James, James Seymour. Fotografia: Sidney Hickox. Montagem: James B. Morley. Música: Howard Jackson, Bernhard Kaun. Som: Mono. Elenco: Richard Barthelmess, Sally Eilers, Tom Brown, Grant Mitchell, James Murray, Claire McDowell, Willard Robertson, Arthur Vinton, Charles Sellon, Robert W. Craig, Harold Huber, Milton Kibbee, Irving Bacon, Louise Beavers, Harry C. Bradley, James Bush, Harry Depp, James Donlan, Lester Dorr, Dick Elliott, James Ellison, Betty Jane Graham, Harrison Greene, Charles Lane, Chris-Pin Martin, Sam McDaniel, Frances Miles, John ‘Skins’ Miller, Walter Miller, Bert Moorhouse, J. Carrol Naish, Theodore Newton, Bradley Page, Russ Powell, Jed Prouty, George Regas, Harry Semels, Harry Strang, Phil Tead, Fred ‘Snowflake’ Toones, John Vosper, Lucille Ward, , Charles Williams, Toby Wing, Jack Wise.

Aurora (Sunrise: A Song of Two Humans, 1927). EUA, 35 mm, P&B, 94 minutos. Companhia Produtora: Fox Film Corporation. Produção: William Fox. Direção: F.W. Murnau. Argumento e Roteiro: Carl Mayer, Katherine Hilliker, H.H. Caldwell. Da novela de: Hermann Sudermann (Die Reise nach Tilsit). Fotografia: 136

Charles Rosher, . Montagem: Harold D. Schuster. Música: Willy Schmidt-GentnerR.H. Bassett, Carli Elinor, Erno Rapee, Hugo Riesenfeld. Som: Mono (Movietone) (números musicais e efeitos sonoros), Silencioso (versão alternativa). Elenco: George O’Brien, Janet Gaynor, Margaret Livingston, Bodil Rosing, J. Farrell MacDonald, Ralph Sipperly, Jane Winton, Arthur Housman, Eddie Boland, Herman Bing, Sidney Bracey, Gino Corrado, Sally Eilers, Gibson Gowland, Fletcher Henderson, Thomas Jefferson, Bob Kortman, F.W. Murnau, Barry Norton, Robert Parrish, Sally Phipps, Harry Semels, Phillips Smalley, Leo White, Clarence Wilson.

Avião fantasma, O (Phantom of the Air, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 240 minutos. Companhia produtora: Universal Pictures. Produção: Henry MacRae. Direção: Ray Taylor. Argumento e roteiro: Basil Dickey, Ella O’Neill, George H. Plympton. Fotografia: John Hickson. Montagem: Alvin Todd, Edward Todd. Música: Guy Bevier, , Sam Perry. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording Sound System). Elenco: Tom Tyler, Gloria Shea, LeRoy Mason,Craig Reynolds, William Desmond, Sidney Bracey, Walter Brennan, Jennie Cramer, Cecil Kellogg, Edmund Cobb, Bud Osborne, Nelson McDowell, Tom London, Ethan Laidlaw, Al Ferguson, Lynton Brent, Chuck Morrison, George Regas.

Babão, O (1930). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 120 minutos. Companhia produtora: Sincrocinex. Direção: Luiz de Barros. Produção: José del Picchia. Roteirista: Luiz de Barros. Operador: Victor del Picchia. Montagem: Luiz de Barros. Cenografia: Luiz de Barros. Música original: Francisco Mignone. Som: Vitaphone - Sincronizado com discos Odeon. Elenco: Genésio Arruda, Tom Bill, Rina Weiss, Reid Valentino, Irene Rudner, Luly Málaga, J. Nicolau, Corita Cunha, Paraguaçu, Tufy Cury, Arthur Friendreich.

Barqueiro do Volga, O (The Volga Boatman, 1926). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 120 minutos. Companhia produtora: DeMille Pictures Corporation. Produção: Cecil B. DeMille. Direção: Cecil B. DeMille. Argumento e roteiro: Lenore J. Coffee. Da novela de: Konrad Bercovici. Fotografia: J. Peverell Marley, Arthur C. Miller, Fred Westerberg. Montagem: . Música: R.H. Bassett, Hugo 137

Riesenfeld. Som: silencioso. Elenco: William Boyd, Elinor Fair, Robert Edeson, Victor Varconi, Julia Faye, Theodore Kosloff, Arthur Rankin, Ed Brady, Charles Clary, Gino Corrado, Lillian Elliott, John George, William Humphrey, Viola Louie, Ruth Miller, Eugene Pallette, George Periolat, Bodil Rosing, Philip Sleeman.

Barro humano (1929). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Benedetti Filme. Produção: Paulo Benedetti. Direção: Adhemar Gonzaga. Argumento e roteiro: Adhemar Gonzaga. Fotografia: Paulo Benedetti. Música: Alberto Lazzoli. Som: Silencioso. Elenco: Gracia Morena, Lelita Rosa, Eva Schnoor, Eva Nil, Carlos Modesto, Martha Torá, Luiza Valle, Oli Mar, Lia Renée, Carmem Violeta, Gina Cavalieri, Manoel F. de Araújo, Esperança de Barros, Teófilo Luciano da Silva, Brutus Pedreira, Adhemar Gonzaga, Pedro Lima, Raul Schnoor, Salim Fuad Nacif, Ivone Strada, Estela Mar, Sergio Barreto Filho, Francisco Soroa, Edgar Brasil, Maria das Dores, Ligia Macedo Soares, Margaret Edwards, Lourival Agra, Taciana Rey, Alfredo Rosário, Paulo Morano, Maria da Conceição Correia, Haroldo Mauro, Polly de Viena, Luis Roberto, João Guimarães, Reynaldo Mauro, Bias Silva Melo.

Beijos para todas (A bedtime story, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 87 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: Emanuel Cohen, Ernest Cohen. Direção: Norman Taurog. Argumento e roteiro: Benjamin Glazer, Nunnally Johnson, Waldemar Young. Fotografia: Charles Lang. Montagem: Otho Lovering. Música: Ralph Rainger, Karl Hajos, John Leipold. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording). Elenco: Maurice Chevalier, Helen Twelvetrees, , Adrienne Ames, Baby LeRoy, Earle Foxe, Leah Ray, Betty Lorraine, Gertrude Michael, Ernest Wood, Reginald Mason, Henry Kolker, George MacQuarrie, Paul Panzer, Frank Reicher, George Barbier.

Ben-Hur (Ben-Hur: a tale of the Christ, 1925). EUA, ficção, P&B (colorizado na película), 35 mm, 143 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: , David Gill, J.J. Cohn, , Louis B. Mayer, . Direção: Fred Niblo. Argumento e roteiro: June Mathis, Carey Wilson. Fotografia: Clyde De Vinna, René Guissart, Percy 138

Hilburn, Karl Struss, Glenn Kershner. Montagem: Lloyd Nosler. Música: Carl Davis, William Axt, David Mendoza. Som: Silencioso. Elenco: Ramon Novarro, Francis X. Bushman, May McAvoy, Betty Bronson, Claire McDowell, Kathleen Key, , Nigel De Brulier, Mitchell Lewis, Leo White, Frank Currier, Charles Belcher, Dale Fuller, Winter Hall, , John Barrymore, , Clarence Brown, Gilbert Clayton, Gary Cooper, Joan Crawford, Marion Davies, William Donovan, Ray Erlenborn, , George Fitzmaurice, Sidney Franklin, Clark Gable, Rosita Garcia, Janet Gaynor, John Gilbert, Dorothy Gish, Lillian Gish, Samuel Goldwyn, Harry Gordon, Sid Grauman, William Green, Noble Johnson, Joyzelle Joyner, Rupert Julian, Henry King, , , Myrna Loy, Cliff Lyons, Mickey Millerick, Carlotta Monti, Colleen Moore, Claude Payton, , Sally Rand, Leonora Summers, Tom Tyler, Fay Wray, Christiane Yves.

Bohemios (Show Boat, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 147 minutos. Companhia produtora: Universal Pictures. Produção: Carl Laemmle. Direção: Harry A. Pollard. Argumento e roteiro: Harry A. Pollard, Tom Reed. Fotografia: Gilbert Warrenton. Montagem: . Música: Joseph Cherniavsky. Som: Mono (Western Electric System) (sequencias faladas e cantadas), Silencioso. Elenco: Laura La Plante, Joseph Schildkraut, Emily Fitzroy, Otis Harlan, Alma Rubens, Jack McDonald, Jane La Verne, Neely Edwards, Elise Bartlett, Stepin Fetchit, , Tess Gardella, Carl Laemmle, Helen Morgan, Plantation Singers, Dixie Jubilee Singers, Florenz Ziegfeld Jr., Max Asher, Matthew ‘Stymie’ Beard, The Billbrew Chorus, George Chesebro, Jim Coleman, Claude Collins, Carl Herlinger, Harry Holden, Gertrude Howard, Theodore Lorch, Ralph Yearsley.

Brasa dormida (1928). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 65 minutos. Companhia produtora: Phebo Brasil Filme. Produção: Agenor Cortes de Barros, Homero Cortes Domingues. Direção: Humberto Mauro. Argumento e roteiro: Humberto Mauro. Fotografia: Edgar Brasil. Produção: Agenor Cortes de Barros, Homero Cortes Domingues. Distribuidora: Universal Pictures do Brasil S.A. Som: Silencioso. Elenco: Nita Ney, Luis Soroa, Máximo Serrano, Pedro Fantol, Rosendo Franco, Cortes Real, Paschoal Ciodaro, Haroldo Mauro, Juca de Godoy.

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Broadway (1929). EUA, ficção, P&B/Color (Technicolor), 35 mm. Companhia produtora: Universal Pictures. Produção: Carl Laemmle Jr.. Direção: Paul Fejos. Argumento e roteiro: George Abbott, Charles Furthman, Edward T. Lowe Jr.. Fotografia: Hal Mohr. Montagem: Edward L. Cahn, Robert Carlisle. Música: Howard Jackson. Som: Mono (MovieTone). Elenco: Glenn Tryon, Evelyn Brent, Merna Kennedy, Thomas E. Jackson, Robert Ellis, Otis Harlan. Paul Porcasi, Marion Lord, Fritz Feld, Leslie Fenton, Arthur Housman, George Davis, Betty Francisco, Edythe Flynn, Florence Dudley, Ruby McCoy, Gus Arnheim, Edgar Dearing, Rita Flynn, John Kelly, Rosina Lawrence, George Ovey.

Broadway melody (1929). EUA, ficção, Versão P&B - Versão Cor (Technicolor), 35 mm, 100 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: Harry Rapf, Irving Thalberg, Lawrence Weingarten. Direção: Harry Beaumont. Argumento e roteiro: Norman Houston, James Gleason. Fotografia: John Arnold. Montagem: Sam Zimbalist, William LeVanway. Música: Nacio Herb Brown, . Som: Mono (Western Electric Sound System), Silencioso. Elenco: Charles King,Anita Page, Bessie Love, The Angeles Twins, J. Emmett Beck, Nacio Herb Brown, James Burrows, Eddie Bush. Ray Cooke, Drew Demorest, Edward Dillon, Mary Doran, Arthur Freed, Paul Gibbons, James Gleason, Eddie Kane, Ches Kirkpatrick, Carla Laemmle, Eddie Lang, Joyce Murray, Alice Pitman, Jed Prouty, Marshall Ruth, Bill Seckler, Kenneth Thomson, Diana Verne, Alice Weaver, Dorothy Coonan Wellman.

Broadway scandals (1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 73 minutos. Companhia produtora: Columbia Pictures Corporation. Produção: Harry Cohn. Direção: George Archainbaud. Argumento e roteiro: Norman Houston, Howard J. Green, Gladys Lehman. Fotografia: Harry Jackson. Montagem: Leon Barsha, Ben Pivar. Som: Silenciso, versão mono (Movie Tone). Elenco: Sally O’Neil, Jack Egan, Carmel Myers, Tom O’Brien, J. Barney Sherry, John Hyams, Charles C. Wilson, Doris Dawson, Charles Lane, Bill Elliott.

Burlesque (The dance of life, 1929). EUA, ficção, P&B – Versão Cor (Technicolor), 35 mm, 115 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: David O. Selznick. Direção: John Cromwell e A. Edward Sutherland. Argumento e 140

roteiro: Benjamin Glazer. Fotografia: J. Roy Hunt. Montagem: George Nichols Jr.. Música: , Vernon Duke, John Leipold. Som: Mono (Movietone). Elenco: Hal Skelly, Nancy Carroll, Dorothy Revier, Ralph Theodore, Charles D. Brown, Al St. John, May Boley, Oscar Levant, Gladys DuBois, James Quinn, Jim Farley, George Irving, Gordona Bennet, Miss La Reno, Cora Beach Shumway, Charlotte Ogden, Kay Deslys, Magda Blom, Thelma McNeil, John Cromwell, A. Edward Sutherland, Theresa Allen, Richard ‘Skeets’ Gallagher, Marjorie Kane, William H. O’Brien, Guy Oliver.

Caçador de diamantes, O (1933). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 85 minutos. Companhia produtora: Rex Filme. Direção: Vittorio Capellaro. Produção: Vittorio Capellaro. Co-produção: Adalberto Kemeny, Rodolfo Lustig. Argumento: Vittorio Capellaro. Roteirista: Niraldo Ambra. Câmera: Adalberto Kemeny, Rodolfo Lustig. Técnico de som: Sebastião Comparato, A. Marcondes Machado, Lamartine Fagundes. Música original: Maestro Gaó. Som: Silencioso/Partes sincronizadas em Vitaphone. Elenco: Corita Cunha, Sergio Montemor, Francisco Scolamieri, Rubens Rocca, Irene Rudner, Reginaldo Calmon, Nobre Jocoso, Elmo Claifontes, Luigi Goffi, De Carlos, Benevenuto Capellaro, gato Menelik.

Campeão de futebol (1931). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Victor Filme. Produção: Victor del Picchia, Genésio Arruda. Direção: Genésio Arruda. Som: Mono. Elenco: Genésio Arruda, Tom Bill, Vicenzo Caiaffa, Henry Costa, Zé Tramella, Paraguaçu, Artur Friedenreich, Toufy (jogador de futebol), Ministrinho (jogador de futebol), Formiga (jogador de futebol).

Canção de primavera (1932). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 90 minutos. Companhia produtora: Alfa-Capitol. Produção: Potyguar Medeiros, Francisco Campos. Direção: Fábio Cintra. Distribuidora: Paramount. Operador: Francisco Campos. Cenografia: Wal P. Zornig. Som: Vitaphone (sincronizado com discos). Elenco: Liliam Rubens, Ronaldo de Alencar, Arnaldo Conde, Álvaro Alvarado.

Canção do berço (1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 82 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Alberto Cavalcanti. Do livro de: 141

Timothy Shea. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Corina Freire, Raul de Carvalho, Ester Leao, Alves da Costa, Alexandre de Azevedo.

Canção do lobo (The wolf song, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 80 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: B.P. Fineman, Lucien Hubbard. Direção: Victor Fleming. Argumento e roteiro: , Keene Thompson. Do livro de: Harvey Fergusson. Fotografia: Allen G. Siegler. Montagem: Eda Warren. Música: Max Bergunker, Gerard Carbonara. Som: Mono (Western Electric Sound System) (Sequências cantadas, numeros músicais e efeitos sonoros), Silencioso. Elenco: Gary Cooper, Lupe Velez, Louis Wolheim, Constantine Romanoff, Michael Vavitch, Ann Brody, Russ Columbo, Augustina López, George Regas, Leone Lane.

Canto do coração, O ( [Inshudat el-Fuad], 1932). Egito, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Behna Films, Nahas Films, Phoenix Film. Produção: Gabriel Nahas. Direção: Stephan Rosti e Mario Volpi. Argumento e roteiro: Khalil Motran, Edmond Nahas, Stephan Rosti. Fotografia: Umberto Doris. Música: Neguib Nahas. Elenco: Abdel Rahman Rouchdi, Dawlad Abiad, Georges Abiad, Nadra.

Cantor de jazz, O (The jazz singer, 1927). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 88 minutos. Companhia produtora: Warner Bros. Pictures. Direção: Alan Crosland. Argumento e roteiro: Alfred A. Cohn, Samson Raphaelson, Jack Jarmuth. Fotografia: Hal Mohr. Montagem: Harold McCord. Música: . Som: Mono (Vitaphone). Elenco: Al Jolson, May McAvoy, Warner Oland, Eugenie Besserer, Otto Lederer, Robert Gordon, Richard Tucker, Cantor Joseff Rosenblatt, Jane Arden, Ernest Belcher, Violet Bird, Nat Carr, Claire Delmar, William Demarest, Neely Edwards, Audrey Ferris, Joseph Green, Ena Gregory, Roscoe Karns, Mary Grace Larsen, Myrna Loy, John Miljan, Margaret Oliver, Anders Randolf, Josele Rosenblatt, Carolynne Snowden, Marie Stapleton, Will Walling.

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Carnaval cantado de 1933, O (1933). Brasil, não ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Empresa Vital Ramos de Castro. Elenco: Genésio Arruda, Alda Garrido.

Carne, A (1925). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Apa Film SA. Produção: Luis Augusto Carneiro. Direção: Felipe Ricci. Argumento e roteiro: Felipe Ricci, Thomas de Tulio. Fotografia: Thomas de Tulio. Iluminação: Antonio Rivera. Operador: Thomaz de Tullio. Montagem: Felipe Ricci. Som: Silencioso. Elenco: Angelo Fortes, Isa Lins, Rosa Maria, Ricardo Zarattini, Felipe Delfino, Eustachio Dimarzio.

Casa de caboclo (1931). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 78 minutos. Companhia produtora: Produção: Alfa Programa, Capitol. Direção: Augusto Campos. Argumento e roteiro: Augusto Campos. Autoria: Heckel Tavares, Luiz Peixoto. História: Baseada no livro Casa de caboclo de Heckel Tavares e Luiz Peixoto. Operador: Francisco de Campos. Som: Sincronizado com discos. Elenco: Emílio Dumas, Walkiria Moreira, Rodolfo Mayer, Carmen de Oliveira, Arnaldo Conte, Julieta Gama, Jaime Fontes, Silvio Silva.

Casanova (1927). França, ficção, P&B, 35 mm, 132 minutos. Companhia produtora: Ciné-Alliance, Deulig Europa-Produktion, Société des Cinéromans. Produção: Noë Bloch, Gregor Rabinovitch. Direção: Alexandre Volkoff. Argumento e roteiro: Norbert Falk, Ivan Mozzhukhin, Alexandre Volkoff. Fotografia: Fédote Bourgasoff, Léonce-Henri Burel, Nikolai Toporkoff. Montagem: . Música: . Som: Silencioso. Elenco: Ivan Mozzhukhin, Suzanne Bianchetti, Diana Karenne, Jenny Jugo, Rina De Liguoro, Nina Koshetz, Bouamerane, Olga Day, Albert Decoeur, Dimitrieff, Paul Franceschi, Paul Guidé, Rudolf Klein-Rogge, Nathalie Lissenko, Michel Simon, Carlo Tedeschi, Maria Ivogün.

Casar por azar (The man of her own, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 85 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: Albert Lewis. Direção: Wesley Ruggles. Argumento e roteiro: Maurine Dallas Watkins, Milton Herbert Gropper, , Benjamin Glazer. Fotografia: Leo Tover. 143

Montagem: Otho Lovering. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording). Elenco: Clark Gable, Carole Lombard, , Grant Mitchell, Elizabeth Patterson, George Barbier, J. Farrell MacDonald, Tommy Conlon, Walter Walker, Paul Ellis, Charley Grapewin, Sammy Blum, Wallis Clark, Lillian Harmer, Ferdinand Munier, Clinton Rosemond, Oscar Smith, Jerry Tucker.

Cascarrabias (1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 97 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Cyril Gardner. Argumento e roteiro: Doris Anderson, Josep Carner Ribalta. Fotografia: Allen G. Siegler. Som: Mono. Elenco: Ernesto Vilches, Barry Norton, Ramón Pereda, Carmen Guerrero, Francisco Moreno, Delia Magaña, Andrés de Segurola, Juan Duval, C.R. Dufau, Fernando García.

Cavadoras de ouro (Gold diggers of 1933, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 97 minutos. Companhia produtora: Warner Bros. Pictures. Produção: Robert Lord, Jack L. Warner, Raymond Griffith. Direção: Mervyn LeRoy. Argumento e roteiro: Erwin S. Gelsey, James Seymour, David Boehm, Ben Markson. Fotografia: Sol Polito. Montagem: George Amy. Som: Mono. Elenco: Warren William, Joan Blondell, Aline MacMahon, Ruby Keeler, Dick Powell, Guy Kibbee, Ned Sparks, , Robert Agnew, Loretta Andrews, Monica Bannister, Bonnie Bannon, Joan Barclay, Billy Barty, Busby Berkeley, Audrene Brier, Lynn Browning, Edna Callahan, Maxine Cantway, Margaret Cathew, Hobart Cavanaugh, Kathy Cunningham, Virginia Dabney, Mildred Dixon, Patricia Douglas, Shirley Dunstead, Jay Eaton, Bill Elliott, Gloria Faythe, June Glory, Sam Godfrey, Muriel Gordon, Ferdinand Gottschalk, Ebba Hally, Theresa Harris, Grace Hayle, Sterling Holloway, Ann Hovey, Amo Ingraham, Alice Jans, Fred Kelsey, Charles Lane, Lorena Layson, Cynthia Lindsay, Wallace MacDonald, Wilbur Mack, Mae Madison, Frank Mills, Etta Moten, Clarence Nordstrom, Dennis O’Keefe, Ty Parvis, Donna Mae Roberts, Churchill Ross, Jayne Shadduck, Bee Stevens, Anita Thomson, Fred ‘Snowflake’ Toones, Dorothy Coonan Wellman, Billy West, Dorothy White, Renee Whitney, Charles C. Wilson, Pat Wing, Jack Wise, Jane Wyman, Tammany Young.

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Cavalheiro da noite, O (El caballero de la noche, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Produção: William Fox. Direção: James Tinling. Argumento e roteiro: Charles Darnton, Charles Kenyon, José López Rubio, Paul Perez. Fotografia: Sidney Wagner. Som: Mono (Movietone). Elenco: José Mojica, Mona Maris, Andrés de Segurola, Romualdo Tirado, Manuel París, Lita Santos, Blanca Vischer, Carmen Rodríguez.

Cavalheiro intruso (The amateur gentlemen, 1926). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 80 minutos. Companhia produtora: Inspiration Pictures. Direção: Sidney Olcott. Argumento e roteiro: Lillie Hayward. Da novela de: Jeffery Farnol. Títulos de: Tom Miranda. Fotografia: David W. Gobbett. Montagem: Tom Miranda. Som: Silencioso. Elenco: Richard Barthelmess, Dorothy Dunbar, Gardner James, Nigel Barrie, Brandon Hurst, John Miljan, Edwards Davis, Billie Bennett, Herbert Grimwood, Gino Corrado, Sidney De Gray, Hans Joby, Ernie Adams, Samuel S. Hinds.

Christina (Christina, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 85 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: William K. Howard. Argumento e roteiro: S.K. Lauren, Marion Orth. História: Tristram Tupper. Títulos: H.H. Caldwell, Katherine Hilliker. Fotografia: Lucien N. Andriot. Montagem: H.H. Caldwell, Katherine Hilliker. Som: Mono (Movietone) (numeros musicais e efeitos sonoros), silencioso. Elenco: Janet Gaynor, Charles Morton, Rudolph Schildkraut, Harry Cording, Lucy Doraine.

Cilada amorosa (The Love Trap, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 71 minutos. Companhia produtora: Universal Pictures. Produção: William Wyler. Direção: William Wyler. Argumento e roteiro: Edward J. Montagne, Clarence Thompson. Títulos: Albert DeMond. Fotografia: Gilbert Warrenton. Montagem: Edward Curtiss, Harry Marker. Música: Joseph Cherniavsky. Som: Mono (Western Electric Sound System) (sequências faladas). Elenco: Laura La Plante, Neil Hamilton, Robert Ellis, Jocelyn Lee, Norman Trevor, Clarissa Selwynne, Rita La Roy, Earl McCarthy, Rolfe Sedan.

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Cocktail americano, Um (Manhattan cocktail, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 72 minutos. Companhia produtora: Paramount Famous Lasky Corporation. Produção: Jesse L. Lasky, Adolph Zukor. Direção: Dorothy Arznere. Argumento e roteiro: Ethel Doherty, George Marion Jr., Ernest Vajda. Fotografia: Harry Fischbeck. Montagem: Doris Drought. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Nancy Carroll, Richard Arlen, Danny O’Shea, Paul Lukas, Lilyan Tashman, Edwina Booth.

Coisas nossas (1931). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Byington e Cia. Produção: Wallace Downey. Direção: Wallace Downey. Câmera: Rodolfo Lustig, Adalberto Kemeny. Som: Vitaphone (Moacyr Fenelon). Elenco: Zezé Lara, Jaime Redondo, Cunha, Corita, Paraguaçu, Procópio Ferreira, Stefania Macedo, José Oliveira, Helena Pinto de Carvalho, Gaó, Sebastião Arruda, Calazans e Rangel, Pilé Batista Jr., Arnaldo Pascuma, Napoleão Tavares, Zezinho, Nenê Biolo, Piolin, Alzirinha Camargo.

Colar da rainha, O (Le collier de la reine, 1929). França, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Gaumont-Franco Film-Aubert (G.F.F.A.). Produção: G. Lepage. Direção: Tony Lekain e Gaston Ravel. Da novela de: Alexandre Dumas Père. Fotografia: Jean Bachelet, Gustavo Kottula, Émile Pierre. Montagem: Kratach. Música: Febvre-Longeray, André Roubaud. Som: Mono. Elenco: Marcelle Chantal, Georges Lannes, Diana Karenne, Jeanne Evrard, Jean Weber, Renée Parme, Fernand Fabre, Harry Harment, Odette Talazac, Jules Mondos, Gaston Mauger, Paul Sato, Henri Lesieur, Marc Dantzer, Jean Fay, Marco Monti, Gilberte Savary.

Como se faz um jornal moderno (1933). Brasil, curta metragem, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Estúdio Cinédia S.A. Produção: Adhemar Gonzaga. Direção: Adhemar Gonzaga. Som: Movietone. Elenco: Pery Ribas.

Corpo de delito (The Benson murder case, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 65 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Frank Tuttle. Argumento e roteiro: S.S. Van Dine, Bartlett Cormack. Fotografia: . Montagem: Doris Drought. Música: Charles Midgely. Som: Mono (Movietone). 146

Elenco: William Powell, William ‘Stage’ Boyd, Eugene Pallette, Paul Lukas, Natalie Moorhead, Richard Tucker, May Beatty, E.H. Calvert, Mischa Auer, Perry Ivins, Charles McMurphy, Guy Oliver, Dick Rush, Otto Yamaoka.

Crime da mala, O (1928). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 78 minutos. Companhia produtora: Iris Filme. Direção: Francisco Madrigano. Operador: Victor del Picchia. Som: silencioso. Elenco: Antonio Sorentino, Amanda Leilop.

Cossacos, Os (The cossacks, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 100 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Direção: George H. Hill. Argumento e roteiro: . Da novela de: . Fotografia: Percy Hilburn. Montagem: Blanche Sewell. Música: William Axt, Paul Lamkoff. Som: Silencioso. Elenco: John Gilbert, Renée Adorée, Ernest Torrence, Nils Asther, Paul Hurst, Dale Fuller, Mary Alden, Josephine Borio, Yorke Sherwood, Joseph Mari, Sidney Bracey, , Neil Neely, Russ Powell.

Dama das camélias, A (Camille, 1926). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 108 minutos. Companhia produtora: Norma Talmadge Film Corporation. Direção: Fred Niblo. Fotografia: Oliver T. Marsh. Música: William Axt, Edward Bowes, David Mendonza. Som: Silencioso. Elenco: Norma Talmadge, Gilbert Roland, Lilyan Tashman, Rose Dione, Oscar Beregi Sr., Harvey Clark, Hellen Jerome Eddy.

Dama que ri, A (1931). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Paramount Pictures Direção: Jorge Infante. Elenco: Corina Freire, Ester Leao, Alves da Costa, Raul de Carvalho, Alexandre de Azevedo.

Dans une île perdue (1931). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 73 minutos. Companhia produtora: Les Studios Paramount. Direção: Alberto Cavalcanti. Argumento e roteiro: Georges Neveux. Da novela de: Joseph Conrad. Fotografia: René Guissart. Som: Mono. Elenco: Enrique Rivero, Danièle Parola, Marguerite Moreno, Gaston Jacquet, Philippe Hériat, Pierre Sergeol, Yvette Andréyor, Louis Vonelly, Henri Lapouge, Hghia.

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De volta ao paraíso (Back to god’s country, 1927). EUA, 35 mm, P&B, 60 minutos. Companhia Produtora: Universal Pictures. Direção: Irvin Willat. Argumento e Roteiro: , Charles Logue. Som: Silencioso. Elenco: Renée Adorée, Robert Frazer, Walter Long, Mitchell Lewis, Adolph Milar. Jim Mason, Walter Ackerman, Flying Eagle.

Debaixo de música (Say it with music, 1932). UK, ficção, P&B, 35 mm, 69 minutos. Companhia produtora: Herbert Wilcox Productions, British & Dominions Film Corporation. Produção: Herbert Wilcox. Direção: Jack Raymond. Argumento e roteiro: William Pollock. Música: Ray Noble. Som: Mono. Elenco: Jack Payne, Percy Marmont, Evelyn Roberts, Sybil Summerfield, Joyce Kennedy, Anna Lee, William Hartnell, Freddy Schweitzer.

Dedos nos lábios (1925). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Apa Film. Direção: Felipe Ricci. Argumento e roteiro: Afonso Schmidt. Filme inacabado.

Defesa que humilha (For the defense, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 65 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: John Cromwell. Argumento e roteiro: Jules Furthman, Oliver H.P. Garrett. Fotografia: Charles Lang. Montagem: George Nichols Jr. Som: Mono (Western Electric Sound System) . Elenco: William Powell, Kay Francis, Scott Kolk, William B. Davidson, John Elliott, Thomas E. Jackson, Harry Walker, James Finlayson, Charles West, Charles Sullivan, Ernie Adams, Bertram Marburgh, Edward LeSaint, George ‘Gabby’ Hayes, Billy Bevan, Allan Cavan, John Cromwell, Sidney D’Albrook, Mike Donlin, Robert Homans, Guy Oliver, Kane Richmond, Syd Saylor, Rolfe Sedan.

Deus branco (White shadows in the south seas, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 88 minutos. Companhia produtora: Cosmopolitan Productions, Metro-Goldwyn- Mayer (MGM). Produção: Hunt Stromberg, Irving Thalberg. Direção: W. S Van Dyke. Argumento e roteiro: Ray Doyle, Jack Cunningham. Da novela de: Frederick O’Brien. Fotografia: Clyde De Vinna, George Gordon Nogle, Bob Roberts. Montagem: Ben Lewis. Música: William Axt. Som: Mono (Western 148

Electric Sound System) (Movietone) (Sequências faladas, música e efeitos sonoros), Silencioso. Elenco: Monte Blue, Raquel Torres, Robert Anderson, Renee Bush, Napua.

Deus do mar, O (El dios del mar, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 72 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Francisco Moreno e Edward D. Venturini. Argumento e roteiro: George Abbott, Josep Carner Ribalta. Da novela de: John Russell (The Lost God). Fotografia: David Abel. Som: Mono. Elenco: Ramón Pereda, Rosita Moreno, Julio Villarreal, Manuel Arbó, José Peña, Francisco Moreno, Movita.

Divina dama (The divine lady, 1929), filme de EUA, ficção, P&B, 35 mm, 99 minutos. Companhia produtora: First National Pictures. Produção: Frank Lloyd, Walter Morosco, Richard A. Rowland. Direção: Frank Lloyd. Argumento e roteiro: Forrest Halsey. Da novela de: E. Barrington. Fotografia: John F. Seitz. Montagem: Hugh Bennett. Música: Cecil Copping. Som: Silencioso, Mono (Vitaphone) (numeros musicais e efeitos sonoros) (Equipamento Western Electric). Elenco: Corinne Griffith, Victor Varconi, H.B. Warner, Ian Keith, , Montagu Love, William Conklin, Dorothy Cumming, Michael Vavitch, Evelyn Hall, Helen Jerome Eddy, Ben Alexander, Godfrey Craig, Howard Hickenlooper, Joan Bennett, Andy Devine, Mary Foy, Harold Goodwin, Julia Swayne Gordon, Walter James, Bob Kortman, Joel McCrea, Louis Mercier, Robert Parrish, Gil Perkins, Charles Thurston, Grant Withers.

Doce como mel (Honey, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 75 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Wesley Ruggles. Argumento e roteiro: Herman J. Mankiewicz. Do livro de: Alice Duer Miller (Come Out of the Kitchen). Fotografia: Henry W. Gerrard. Som: Mono (MovieTone). Elenco: Nancy Carroll, Stanley Smith, Richard ‘Skeets’ Gallagher, Lillian Roth, Harry Green, Mitzi Green, Zasu Pitts, Jobyna Howland, Charles Sellon, Tess Gardella, Carolynne Snowden.

Dois amantes (Two lovers, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 98 minutos. Companhia produtora: Samuel Goldwyn Company. Produção: Samuel Goldwyn. Direção: 149

Fred Niblo. Argumento e roteiro: Alice D.G. Miller. Do livro de: Baroness Emmuska Orczy (Leatherface: A tale of Old Flanders). Fotografia: George Barnes. Montagem: Viola Lawrence. Música: Hugo Riesenfeld. Som: Mono (Western Electric Sound System) (numeros musicais e efeitos sonoros), silencioso. Elenco: Ronald Colman, Vilma Bánky, Noah Beery, Nigel De Brulier, Virginia Bradford, Helen Jerome Eddy, Eugenie Besserer, Paul Lukas, Fred Esmelton, Harry Allen, Marcella Daly, Scotty Mattraw, Lydia Yeamans Titus, Lon Poff.

Don Juan (1926). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 110 minutos. Companhia produtora: Warner Bros. Pictures, Vitaphone Corporation. Direção: John Barrymore. Argumento e roteiro: Bess Meredyth. Fotografia: Byron Haskin. Montagem: Harold McCord. Música: William Axt, David Mendoza. Som: Mono (Vitaphone) (numeros musicais e efeitos sonoros), Silencioso. Elenco: Jane Winton, John Roche, Warner Oland, Estelle Taylor, Montagu Love, Josef Swickard, Willard Louis, Nigel De Brulier, Hedda Hopper, Myrna Loy, Mary Astor, John Barrymore, Lionel Braham, Helene Costello, Helena D’Algy, Yvonne Day, Philippe De Lacy, Emily Fitzroy, John George, Gibson Gowland, Phyllis Haver, Sheldon Lewis, June Marlowe, Dick Sutherland, Gustav von Seyffertitz, Helen Lee Worthing.

Dragões da morte (The eagle and the hawk, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 68 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Stuart Walker. Argumento e roteiro: Seton I. Miller, Bogart Rogers. Do livro de: John Monk Saunders (Death in the Morning). Fotografia: Harry Fischbeck. Música: John Leipold. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording). Elenco: Fredric March, Cary Grant, Jack Oakie, Carole Lombard, Guy Standing, Forrester Harvey, Kenneth Howell, Leyland Hodgson, Virginia Hammond, Douglas Scott, Robert Seiter, Adrienne D’Ambricourt, Ted Billings, Lane Chandler, Paul Cremonesi, Olaf Hytten, Jacques Jou-Jerville, Crauford Kent, Mary MacLaren, Dennis O’Keefe, Ronald R. Rondell, Russell Scott, Yorke Sherwood, Frank Tomick, Ellinor Vanderveer.

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Entre dois amores (Tenth avenue, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 70 minutos. Companhia produtora: DeMille Pictures Corporation. Direção: William C. de Mille. Argumento e roteiro: Lloyd Carpenter Griscom, Jack McGowan, Douglas Z. Doty. Títulos: John W. Krafft. Fotografia: David Abel. Montagem: Adelaide Cannon. Som: Silencioso. Elenco: Phyllis Haver, Victor Varconi, Joseph Schildkraut, Louis Natheaux, Robert Edeson, Ethel Wales, Casson Ferguson, Ernie Adams.

Entre o pecado e o amor (His private life, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 50 minutos. Companhia produtora: Paramount Famous Lasky Corporation. Direção: Frank Tuttle. Argumento e roteiro: Ethel Doherty, Keene Thompson, Ernest Vajda. Títulos: George Marion Jr.. Fotografia: Henry W. Gerrard. Montagem: Verna Willis. Som: Silencioso. Elenco: Adolphe Menjou, Kathryn Carver, Margaret Livingston, Eugene Pallette, André Cheron, Sybil Grove, Paul Guertzman, Alex Melesh, Alex Woloshin, Phillips Holmes, Lupino Lane.

Encoraçado Potenkin, O (Броненосец Потёмкин [Bronenosets Potyomkin], 1925). Rússia, ficção, P&B, 35 mm, 78 minutos. Companhia produtora: Goskino. Direção: Sergei M. Eisenstein. Argumento e roteiro: Nina Agadzhanova, Nikolai Aseyev, Sergei M. Eisenstein, Sergei Tretyakov. Fotografia: Eduard Tisse, Vladimir Popov. Montagem: Grigori Aleksandrov, Sergei M. Eisenstein. Música: Eric Allaman (1986), Yati Durant, Vladimir Heifetz, Nikolai Kryukov (1950), Chris Lowe, Edmund Meisel, Neil Tennant. Som: Silencioso. Elenco: Aleksandr Antonov, Vladimir Barsky, Grigori Aleksandrov, Ivan Bobrov, Mikhail Gomorov, Aleksandr Levshin, N. Poltavtseva, Konstantin Feldman, Prokopenko, A. Glauberman, Beatrice Vitoldi, Brodsky, Julia Eisenstein, Sergei M. Eisenstein, Andrei Fajt, Korobei, Marusov, Protopopov, Repnikova, Vladimir Uralsky, Zerenin, Aleksanteri Ahola-Valo.

Escrava Izaura, A (1929). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Mundial Film. Produção: Isaac Saindenberg. Direção: Antonio Marques Filho. Argumento e roteiro: Antonio Marques Filho. Do romance de: Bernardo Guimarães (A Escrava Isaura). Fotografia: Gilberto Rossi, Ludovico Rossi. Música: Marcelo Guaicurus. Som: Silencioso. Elenco: Elisa Betty, Ronaldo de 151

Alencar, Ruth Gentil, Celso Montenegro, Emilio Dumas, Iris Thomas, Felicio Agnelo, Amadeu Bellucci, Maria Lucia, Jaci Torres, Alfredo Roussy, Carlos de Avelar, Iolanda Gonçalves, Leão Ribeiro, Amadeu Vidal, Izabel Williams.

Esposa do solteiro, A (1925). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Benedetti Filme. Direção: Carlo Campogalliani. Argumento e roteiro: Carlo Campogalliani. Operador: Paulo Benedetti, Victor Ciacchi, Scaglione. Som: Silencioso. Elenco: Carlo Campogalliani, Letizia Quaranta, Augusto Gonçalves, Polly de Vianna, Luis Lizman, Lia Lapini.

Espera-me coração (Esperáme, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 70 minutos. Companhia produtora: Les Studios Paramount. Direção: Louis J. Gasnier. Argumento e roteiro: Louis J. Gasnier, Alfredo Le Pera. Fotografia: Harry Stradling Sr.. Música: Don Aspiazu, Carlos Gardel, Marcel Lattès. Som: Mono. Elenco: Carlos Gardel, Goyita Herrero, Lolita Benavente, Manuel París, Jaime Devesa, Manuel Bernardos, Matilde Artero, José Argüelles, León Lallave, Luis de Arnedillo.

Esposa de ninguém (The laughing lady, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 80 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Victor Schertzinger. Argumento e roteiro: Bartlett Cormack, Arthur Richman. Fotografia: George J. Folsey. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Ruth Chatterton, Clive Brook, Dan Healy, Nat Pendleton, Raymond Walburn, Dorothy Hall, Nedda Harrigan, Lillian B. Tonge, Marguerite St. John, Hubert Druce, Alice Hegeman, Joe King, Helen Hawley, Betty Bartley.

Estrelas do Ocidente (The light of western stars, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 70 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Otto Brower. Argumento e roteiro: Grover Jones, William Slavens McNutt. Da novela de: . Fotografia: Charles Lang. Montagem: Jane Loring. Música: Charles Midgely. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Richard Arlen, Mary Brian, Harry Green, Regis Toomey, Fred Kohler, Guy Oliver, George Chandler, William Gillis, William Le Maire, Lew Meehan, Gus Saville, Syd Saylor. 152

Fantasma da ópera, O (The phanton of the opera, 1925). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 93 minutos. Companhia produtora: Universal Pictures. Produção: Carl Laemmle. Direção: Rupert Julian. Argumento e roteiro: Elliott J. Clawson, Raymond L. Schrock. Fotografia: Milton Bridenbecker, Virgil Miller, Charles Van Enger. Montagem: Edward Curtiss, Maurice Pivar, Gilmore Walker. Música: Joseph Carl Breil, Sam Perry. Som: Mono (sequências faladas, numeros musicais e efeitos sonoros) (1929 - nova versão), silencioso. Elenco: Lon Chaney, Mary Philbin, Norman Kerry, Arthur Edmund Carewe, Gibson Gowland, John St. Polis, Snitz Edwards, Mary Fabian, Virginia Pearson, Olive Ann Alcorn, Joseph Belmont, Alexander Bevani, Earl Gordon Bostwick, Edward Cecil, Ruth Clifford, Chester Conklin, Roy Coulson, Bruce Covington, Ward Crane, George Davis, Madame Fiorenza, Cesare Gravina, William Humphrey, Carla Laemmle, Edward Martindel, Grace Marvin, John Miljan, Rolfe Sedan, Bernard Siegel, William Tracy, William Tyroler, , Anton Vaverka, George B. Williams, Edith Yorke.

Fausto (Faust, 1926). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm, 85 minutos. Companhia produtora: Universum Film (UFA). Produção: Erich Pommer. Direção: F. W. Murnau. Títulos: Gerhart Hauptmann, Hans Kyser. Do livro de: Johann Wolfgang Goethe. Fotografia: Carl Hoffmann. Montagem: Elfi Böttrich. Música: William Axt(1926), Wolfgang Dauner(1976), Werner R. Heymann, Erno Rapee, Daniel Schnyder(1999), Bernd Schultheis(2000), Rolf Unkel(1976). Som: Silencioso. Elenco: Gösta Ekman, Emil Jannings, Camilla Horn, Frida Richard, , Yvette Guilbert, Eric Barclay, Hanna Ralph, Werner Fuetterer, Hans Brausewetter, Lothar Müthel, Hans Rameau, Hertha von Walther, Emmy Wyda.

Fazendo fita (Show people, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 83 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Cosmopolitan Productions. Produção: Marion Davies, King Vidor, Irving Thalberg. Direção: King Vidor. Argumento e roteiro: Agnes Christine Johnston, Laurence Stallings. Títulos: Ralph Spence. Fotografia: John Arnold. Montagem: Hugh Wynn. Música: Carl Davis. Som: Mono (numeros musicais e efeitos sonoros), Silencioso. Elenco: Marion Davies, , Dell Henderson, Paul Ralli, Tenen Holtz, Harry 153

Gribbon, Sidney Bracey, , Albert Conti, Renée Adorée, George K. Arthur, Gordon Avil, , Charles Chaplin, Lew Cody, Ray Cooke, Harry Crocker, Karl Dane, Douglas Fairbanks, Bess Flowers, John Gilbert, , Robert A. Golden, Pat Harmon, William S. Hart, Leatrice Joy, Rod La Rocque, Lillian Lawrence, Robert Z. Leonard, Mae Murray, Bobby Newman, Louella Parsons, Kalla Pasha, Aileen Pringle, Bert Roach, Dorothy Sebastian, Rolfe Sedan, C. Aubrey Smith, Norma Talmadge, Estelle Taylor, Dorothy Vernon, King Vidor, Coy Watson, Claire Windsor.

Férias de Clara, As (Three weekends, 1928).EUA, ficção, P&B, 35 mm, 60 minutos. Companhia produtora: Paramount Famous Lasky Corporation. Direção: Clarence G. Badger. Argumento e roteiro: John Farrow, Percy Heath, Louise Long, Sam Mintz. Fotografia: Harold Rosson. Montagem: Tay Malarkey. Som: Silencioso. Elenco: Clara Bow, Neil Hamilton, Harrison Ford, Lucille Powers, Julia Swayne Gordon, Jack Raymond, Edythe Chapman, Guy Oliver, .

Flor do Havaí (Die Blume von Hawaii, 1933). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm, 86 minutos. Companhia produtora: Rio-Film GmbH. Direção: Richard Oswald. Argumento e roteiro: Heinz Goldberg, Alfred Grünwald, Fritz Löhner-Beda. Fotografia: Reimar Kuntze. Montagem: Friedel Buckow. Música: Paul Abraham. Som: Mono. Elenco: Mártha Eggerth, Hans Fidesser, Iván Petrovich, Hans Junkermann, Baby Gray, Ernö Verebes, Fritz Fischer, Ferdinand Hart, Eugen Rex, Carl Auen, Georg John, Herbert Washington, Thomas ül Kno-Ghambi, Alice Bindernagel, Claire Bäuerle, Marietta Olly.

Força de querer, A (The big fight, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: James Cruze Productions. Produção: James Cruze. Direção: Walter Lang. Argumento e roteiro: Max Marcin, Milton Herbert Gropper, Walter Woods. Fotografia: Jackson Rose. Som: Mono. Elenco: Lola Lane, Ralph Ince, Guinn ‘Big Boy’ Williams, Stepin Fetchit, Wheeler Oakman, James Eagles, Robert Emmett O’Connor, Edna Bennett, Tony Stabenau, Larry McGrath, Frank Jonasson. Fra diavolo (The devil’s brother, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 90 minutos. Companhia produtora: Hal Roach Studios. Produção: Hal Roach. Direção: Hal 154

Roach, Charley Rogers. Argumento e roteiro: Jeanie Macpherson. Fotografia: Hap Depew, Art Lloyd. Montagem: Bert Jordan, William H. Terhune. Música: Daniel Auber. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Dennis King, Thelma Todd, James Finlayson, Lucile Browne, Arthur Pierson, Henry Armetta, Matt McHugh, Lane Chandler, Nina Quartero, Wilfred Lucas, James C. Morton, Stan Laurel, Oliver Hardy, Marion Bardell, Alice Belcher, Brooks Benedict, Harry Bernard, Louise Carver, John ‘Uh huh’ Collum, Kay Deslys, Edith Fellows, Dick Gilbert, Carl Harbaugh, Jack Hill, George Miller, Lillian Moore, John Qualen, Tiny Sandford, Rolfe Sedan, Walter Shumway, Arthur Stone, Jacqueline Taylor, Frank Terry, Leo White.

Furão, O (Picture snatcher, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 77 minutos. Companhia produtora: Warner Bros. Pictures. Direção: Lloyd Bacon. Argumento e roteiro: Daniel Ahern, Allen Rivkin, P.J. Wolfson, Ben Markson, William Keighley. Fotografia: Sol Polito. Montagem: William Holmes. Música: , Cliff Hess. Som: mono. Elenco: , , Patricia Ellis, Alice White, Ralf Harolde, Robert Emmett O’Connor, Robert Barrat, G. Pat Collins, Arthur Vinton, Tom Wilson, Maurice Black, Stanley Blystone, Don Brodie, Hobart Cavanaugh, George Chandler, Cora Sue Collins, Gino Corrado, George Daly, Jill Dennett, Mike Donlin, Dick Elliott, Jack Grey, Sterling Holloway, John Ince, Selmer Jackson, Alice Jans, Donald Kerr, Milton Kibbee, Charles King, Larry McGrath, Matt McHugh, Bert Moorhouse, Bob Perry, Barbara Rogers, Cliff Saum, Charles Sherlock, Philip Sleeman, William H. Strauss, Vaughn Taylor, Phil Tead, Billy West, Renee Whitney, William Worthington.

Ganga bruta (1933). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 82 minutos. Companhia produtora: Estúdios Cinédia S.A.. Direção: Humberto Mauro. Argumento e roteiro: Humberto Mauro, Octávio Gabus Mendes. Direção de fotografia: Afrodísio Pereira de Castro. Câmera: Paulo Morano, Edgar Brasil. Técnico de som: Luis Seel. Cenografia: Humberto Mauro. Música: Radamés Gnatalli, Charles Gounod. Som: Silencioso, Vitaphone. Elenco: Durval Bellini, Déa Selva, Lu Marival, Décio Murillo, Andréa Duarte, Alfredo Nunes, Ivan Villar, Carlos Eugênio, Francisco Beviláqua, João Baldi, Ayres Cardoso, Renato de Oliveira, João 155

Cardoso, Edson Chagas, Elza Morena, Mário Moreno, Edson Barreto Filho, Peri Ribas, Adhemar Gonzaga, Humberto Mauro, Jorge Fernandes, Glória Marina.

Gato e o canário, O (The cat and the canary, 1927). EUA, 35 mm, P&B, 80 minutos. Companhia Produtora: Universal Pictures. Produção: Paul Kohner. Direção: Paul Leni. Argumento e Roteiro: Robert F. Hill, Alfred A. Cohn, Walter Anthony. Fotografia: Gilbert Warrenton. Montagem: Martin G. Cohn. Música: Hugo Riesenfeld. Som: Silencioso. Elenco: Laura La Plante, Creighton Hale, Forrest Stanley, Tully Marshall, Gertrude Astor, Flora Finch, Arthur Edmund Carewe, Martha Mattox, George Siegmann, Lucien Littlefield, Hal Craig, Billy Engle, Joe Murphy.

Gente alegre (Gente alegre, 1931). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 92 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Edward D. Venturini. Argumento e roteiro: Henry Myers, Josep Carner Ribalta. Fotografia: Henry W. Gerrard. Música: Karl Hajos, John Leipold, Ralph Rainger. Som: Mono. Elenco: Roberto Rey, Rosita Moreno, Ramón Pereda, Carmen Rodríguez, Delia Magaña, Mario Álvarez, Vicente Padula, María Calvo, Chevo Pirrín, Rafael Alvir, Luis Llaneza.

Gigi (1925). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: ABAM - Associação Brasileira de Arte Muda. Direção: José Medina. Argumento e roteiro: José Medina, J. C. Mendes de Almeida. Do Conto de: Viriato Correa (Gigi). Operador: Goilberto Rossi. Elenco: Gervásio Guimarães, Rosa de Maio, Carlos Haillot, Antonio Valles, Rosa Sandrini, Muniz Galvão, Albertina Rodrigues, Carlos Ferreira, Odete Guerreiro.

Glorificação da beleza (Glorifying the american girl, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 95 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Millard Webb. Argumento e roteiro: J.P. McEvoy, Millard Webb. Fotografia: George J. Folsey. Som: Mono (Western Electric System). Elenco: Mary Eaton, Eddie Cantor, Helen Morgan, Rudy Vallee, Dan Healy, Kaye Renard, Edward Crandall, Gloria Shea, Sarah Edwards, Chorus of Seventyfive Glorified Beauties, Noah Beery, Irving , Norman Brokenshire, , Desha Delteil, Charles B. Dillingham, Guinan, Otto Kahn, Nancy Kelly, Ring Lardner, Bull 156

Montana, Tony Sansone, Louis Sorin, Jimmy Walker, Johnny Weissmuller, Florenz Ziegfeld Jr., Adolph Zukor.

Grande desfile, O (The big parade, 1925). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 141 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: King Vidor, Irving Thalberg. Direção: King Vidor. Argumento e roteiro: Harry Behn, Joseph Farnham, Laurence Stallings, King Vidor. Da história de: Laurence Stallings (Plumes). Fotografia: John Arnold, Charles Van Enger. Montagem: Hugh Wynn. Música: William Axt, David Mendoza. Som: Silencioso, Mono (música e efeitos sonoros) (Western Electric Sound System). Elenco: John Gilbert, Renée Adorée, Hobart Bosworth, Claire McDowell, Claire Adams, Robert Ober, Tom O’Brien, Karl Dane, Rosita Marstini, George Beranger, Harry Crocker, Julanne Johnston, Kathleen Key, Dan Mason, Carl ‘Major’ Roup, Carl Voss.

Grande Gabbo, O (The great Gabbo, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 92 minutos. Companhia produtora: James Cruze Productions. Produção: Nat Cordish, James Cruze, Henry D. Meyer. Direção: James Cruze. Argumento e roteiro: Hugh Herbert. Da história de: Ben Hecht (The Rival Dummy). Fotografia: Ira H. Morgan. Som: Mono (Western Electric Recording). Elenco: Erich Von Stroheim, Betty Compson, Donald Douglas, Marjorie Kane, John F. Hamilton, Harry Ross, George Grandee, Marbeth Wright.

Grande guerreiro, O (The lightning warrior, 1931). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 250 minutos. Companhia produtora: . Produção: Nat Levine. Direção: Benjamin H. Kline. Argumento e roteiro: Ford Beebe, Wyndham Gittens, Colbert Clark. Fotografia: Tom Galligan, Ernest Miller, William Nobles. Montagem: Wyndham Gittens, Ray Snyder. Música: Lee Zahler. Som: Mono. Elenco: , , Hayden Stevenson, George Brent, Pat O’Malley, Georgia Hale, Theodore Lorch, Lafe McKee, Frank Brownlee, Bob Kortman, Dick Dickinson, Yakima Canutt, Frank Lanning, Bertee Beaumont, Helen Gibson, Steve Clemente, William Desmond, Tracy Layne, Cliff Lyons, Kermit Maynard, George Morrell, Bob Reeves, Al Taylor.

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Hei de vencer (1924). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 90 minutos. Companhia produtora: Guanabara Filme; Pátria Filme. Produção: Luiz de Barros. Direção: Luiz de Barros. Argumento e roteiro: Antonio Tibiriçá, Luiz de Barros. Operador: Paulino Botelho, Luiz de Barros. Montagem: Luiz de Barros. Som: Silencioso. Elenco: Antonio Sorrentino, Manoel F. de Araújo, Laura Munken, Adolfo Nery, Paulo Sulis, Célia Cunha, Perle Fabry, Georgette de Lys, Aldo Rine, Cesar Bresciani, Anésia Pinheiro Machado, João Robba, Reynaldo Gonçalves.

Herança das estepes (Heritage of the desert, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 60 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: Harold Hurley. Direção: Henry Hathaway. Argumento e roteiro: Harold Shumate, Frank Partos. Da história de: Zane Grey. Fotografia: Archie Stout. Música: John Leipold, Ralph Rainger. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording). Elenco: Randolph Scott, Sally Blane, J. Farrell MacDonald, David Landau, Gordon Westcott, Guinn ‘Big Boy’ Williams, Vince Barnett, Charles Brinley, Fred Burns, Jim Corey, Frank Ellis, Billy Franey, William Gillis, Merrill McCormick, Lew Meehan, Vester Pegg, Jack Pennick, Tex Phelps, Hal Price, Bob Reeves, Joe Rickson, Charles Stevens.

Heróis da Guerra do Paraguai, Os (1917). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Ipiranga Filme. Produção: Família Lambertini. Direção: Giorgio Lambertini. Autoria: Eugênio Egas. Estória: Baseada em libreto de Eugênio Egas. Operador: Antonio Campos. Som: Silencioso. Elenco: Dudu, Vitória Lambertini, Luísa Lambertini, Argentina Lambertini, Achille Lambertini, Dora Lambertini, Emma Lambertini.

Homem de aço, O (Men of steel, 1926). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 100 minutos. Companhia produtora: First National Pictures. Direção: George Archainbaud. Argumento e roteiro: Milton Sills. Da história de: R.G. Kirk ( Flavor). Fotografia: Roy Carpenter. Montagem: Arthur Tavares. Som: Silencioso. Elenco: Milton Sills, Doris Kenyon, May Allison, Victor McLaglen, Frank Currier, George Fawcett, John Kolb, Harry Lee, Henry West, Taylor Graves.

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Homem primitivo, O (The missing link, 1927). EUA, 35 mm, P&B, 70 minutos. Companhia Produtora: Warner Bros. Pictures. Direção: Charles Reisner. Argumento e Roteiro: Charles Reisner, Darryl F. Zanuck. Fotografia: Devereaux Jennings. Música: Erno Rapee. Som: Silencioso. Elenco: Syd Chaplin, Ruth Hiatt, Tom McGuire, Crauford Kent, Nick Cogley, Sam Baker, Otto Fries, Kewpie Morgan, Henry Armetta, Lionel Belmore, Louise Carver, Jerry Jeromem Theodore Lorch, Arthur Millett, Al Thompson, Dorothy Vernon.

Homem que ri, O (The man who laughs, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 110 minutos. Companhia produtora: Universal Pictures. Produção: Paul Kohner. Direção: Paul Leni. Argumento e roteiro: J. Grubb Alexander, Walter Anthony, May McLean, Marion Ward, Charles E. Whittaker. Do livro de: Victor Hugo (L’Homme Qui Rit). Fotografia: Gilbert Warrenton. Montagem: Edward L. Cahn. Música: William Axt, Sam Perry, Erno Rapee. Som: Mono (Western Electric Sound System) (números musicais e efeitos sonoros), Silencioso. Elenco: Mary Philbin, , Julius Molnar Jr., Olga Baclanova, Brandon Hurst, Cesare Gravina, Stuart Holmes, Sam De Grasse, George Siegmann, Josephine Crowell, Charles Puffy, Zimbo the Dog, Deno Fritz, Henry A. Barrows, Richard Bartlett, Les Bates, Charles Brinley, Allan Cavan, D’Arcy Corrigan, Carmen Costello, Carrie Daumery, Howard Davies, Nick De Ruiz, Louise Emmons, J.C. Fowler, John George, Jack A. Goodrich, Charles Hancock, Lila LaPon, Torben Meyer, Joe Murphy, Edgar Norton, Broderick O’Farrell, Lon Poff, Frank Puglia, Henry Roquemore, Templar Saxe, Allan Sears, Scott Seaton, Louis Stern, Al Stewart, Anton Vaverka.

Honra e ciúmes (1933). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Íris Filmes; Estúdio Cinédia S.A.. Direção: Antonio Tibiriçá. Produção: Antônio Tibiriçá. Argumento: Antônio Tibiriçá. Câmera: Humberto Mauro, Medeiros Antônio. Cenografia: Antônio Tibiriçá. Música de: Rossini, Gioacchino Antonio; Giacomo Pesce, Marcelo Tupinambá. Som: Movietone. Elenco: Antônio Sorrentino, Amanda Leilop, Antônio Tibiriçá, Leandro Freitas, Anita Sabatini Sorrentino, Tamar Moema, Carlos Eugênio, Paulo Marra, Otto Sachs, Alfredo Nunes, Adhemar Gonzaga, Pery Ribas, Victor Ciacchi, Carmo Nacarato.

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Hotel Atlantic (Le capitaine Craddock, 1931). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm, 87 minutos. Companhia produtora: Universum Film (). Produção: Erich Pommer. Direção: Hanns Schwarz, Max de Vaucorbeil. Argumento e roteiro: Rowland V. Lee, Hans Müller, Franz Schulz. Da novela de: Fritz Reck-Malleczewen. Fotografia: Konstantin Irmen-Tschet, Günther Rittau. Música: Werner R. Heymann. Som: Mono (Tobis-Klangfilm). Elenco: Jean Murat, Käthe von Nagy, Charles Redgie, Alice Tissot, Sinoël, Rachel Devirys, Paul Ollivier, Lucien Callamand, Nicolas Redelsperger, Robert Biberti, Erwin Bootz, Erich A. Collin, Roman Cycowski, Harry Frommermann, Ari Leschnikoff, Marie-Antoinette Buzet, Comedian Harmonists, Tarquini d’Or, Vony Myriame.

Inconstância (Manslaughter, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 85 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: George Abbott. Argumento e roteiro: George Abbott. Da novela de: Alice Duer Miller. Fotografia: Archie Stout. Montagem: Otho Lovering. Música: Karl Hajos. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Claudette Colbert, Fredric March, Emma Dunn, Natalie Moorhead, Richard Tucker, Hilda Vaughn, G. Pat Collins, Steve Pendleton, Stanley Fields, Arnold Lucy, Ivan F. Simpson, Irving Mitchell, Louise Beavers, Brooks Benedict, George Chandler, Frances Dee, Bess Flowers, Mary Gordon, Al Hill, Edward LeSaint, Margaret McWade, Guy Oliver, William Pawley, Kathrin Clare Ward.

Independência ou morte (1917). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 145 minutos. Companhia produtora: Ipiranga Filme. Produção: Giorgio Lambertini. Direção: Giorgio Lambertini. Autoria: Eugênio Egas. Estória: Baseada em libreto de Eugênio Egas. Operador: Antonio Campos. Som: Silencioso. Elenco: Achille Lambertini, Luísa Lambertini, Vitória Lambertini, Giorgio Lambertini, Emma Lambertini, Zacarias Yaconelli.

Indicadora de cinema, A (No limit, 1931). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 72 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: B.P. Schulberg. Direção: Frank Tuttle. Argumento e roteiro: Salisbury Field, George Marion Jr. Fotografia: Victor Milner. Som: Mono. Elenco: Clara Bow, Norman Foster, Stuart Erwin, Dixie Lee, Harry Green, Thelma Todd, Kenne Duncan, Mischa Auer, Maurice 160

Black, G. Pat Collins, William B. Davidson, Paul Nicholson, Frank Hagney, Allan Cavan, Robert Greig, Perry Ivins, William H. O’Brien, Lee Phelps, Syd Saylor.

Indomável (Untamed, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 86 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Direção: Jack Conway. Argumento e roteiro: Sylvia Thalberg, Frank Butler, Willard Mack. Da historia de: Charles E. Scoggins. Fotografia: Oliver T. Marsh. Montagem: William S. Gray, Charles Hochberg. Música: William Axt. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Joan Crawford, Robert Montgomery, Ernest Torrence, Holmes Herbert, John Miljan, Gwen Lee, Edward J. Nugent, Don Terry, Gertrude Astor, Milton J. Fahrney, Lloyd Ingraham, Grace Cunard, Tom O’Brien, Wilson Benge, Drew Demorest, Jay Eaton, Bess Flowers, Lucille Powers, Alan Roscoe, Oscar Rudolph.

Iracema (1931). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Metrópole Filme. Produção: Isaac Saindenberg. Direção: Jorge S. Konchin. Do livro de: José de Alencar. Som: Silencioso. Elenco: Dora Fleury, Ronaldo de Alencar, Reginaldo Calmon, Irene Rudner, Carmo Nacarato, Diogo Miranda, Alvaro Lacerda.

Irmã branca, A (The white sister, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 105 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Direção: Victor Fleming. Argumento e roteiro: Walter C. Hackett, Donald Ogden Stewart. Fotografia: William H. Daniels. Música: . Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Helen Hayes, Clark Gable, Lewis Stone, Louise Closser Hale, May Robson, Edward Arnold, Alan Edwards, , Agostino Borgato, Nora Cecil, Gino Corrado, Lumsden Hare, Anthony Jowitt, Greta Meyer, Inez Palange, Nat Pendleton, Frank Puglia, William Stack, Donald Ogden Stewart.

Julho de 1932 (1934). Brasil, documentário, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Sonofilmes.

Jurando vingar (1925). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 52 minutos. Companhia produtora: Aurora Filme. Direção: Ary Severo. Argumento e roteiro: Gentil Roiz, 161

Ary Severo. Operador: Edson Chagas. Som: Silencioso. Elenco: Gentil Roiz, Rilda Fernandes, José Lira, Iara de Alencar, Altina Lira, Prazin, Jota Soares, Mario Lima, Valderez de Souza, Raul Figueiredo, Ary Severo, Berardo Ribeiro, Pedro Salgado Filho, Pedro Salgado, Ubirajara Ferreira, Antonio Campos, Luís Marques.

Justa recompensa (Smoke lightning, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 63 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: David Howard. Argumento e roteiro: Sidney Mitchell, Gordon Rigby. Da novela de: Zane Grey (Canyon Walls). Fotografia: Sidney Wagner. Montagem: Jack Murray. Música: Peter Brunelli, Arthur Lange. Som: Mono. Elenco: George O’Brien, Nell O’Day, Betsy King Ross, Frank Atkinson, Clarence Wilson, Morgan Wallace, Virginia Sale, E. Alyn Warren, Douglass Dumbrille, Richard Carle, George Burton, Edward LeSaint, Lee Phelps, Harry Semels, Hayden Stevenson, Harry Strang.

Juventude triunfante (Huddle, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 103 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: Sam Wood. Direção: Sam Wood. Argumento e roteiro: Robert Lee Johnson, Arthur S. Hyman, Walton Hall Smith, C. Gardner Sullivan. Da história de: Francis Wallace. Fotografia: Harold Wenstrom. Montagem: Hugh Wynn. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Ramon Novarro, Madge Evans, Una Merkel, Ralph Graves, John Arledge, Frank Albertson, Kane Richmond, Martha Sleeper, Henry Armetta, Ferike Boros, Rockliffe Fellowes, Joe Sawyer, James Bush, James Donlan, Charley Grapewin, Ben Hendricks Jr., Fred Kelsey, Tom Kennedy, Carlyle Moore Jr., Edmund Mortimer, David Newell, Dennis O’Keefe, Charles Sullivan, Dale Van Sickel, Theodore von Eltz, Leo White, Harry Wilson.

King Kong (1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 100 minutos. Companhia produtora: RKO Radio Pictures. Produção: David O. Selznick, Merian C. Cooper, Ernest B. Schoedsack. Direção: Merian C. Cooper, Ernest B. Schoedsack. Argumento e roteiro: James Ashmore Creelman, Ruth Rose. Fotografia: Edward Linden, J.O. Taylor, Vernon L. Walker, Kenneth Peach. Montagem: Ted Cheesman. Música: . Som: Mono (RCA Photophone System). Elenco: Fay Wray, Robert Armstrong, Bruce Cabot, Frank Reicher, Sam Hardy, Noble Johnson, Steve 162

Clemente, James Flavin, Walter Ackerman, James Adamson, Van Alder, Ed Allen, Etta Mae Allen, Frank Angel, Roscoe Ates, Ralph Bard, Reginald Barlow, Leo Beard, Fred Behrle, Jack Best, Johnnie Bland, Eddie Boland, Harry Bowen, John Brakins, Lynton Brent.

L’argent (1928). França, ficção, P&B, 35 mm, 195 minutos. Companhia produtora: Société des Cinéromans, Cinégraphic. Produção: Jean Sapene. Direção: Marcel L’Herbier. Argumento e roteiro: Arthur Bernède, Marcel L’Herbier. Do livro de: Émile Zola. Fotografia: Jules Kruger. Som: silencioso. Elenco: Brigitte Helm, Marie Glory, Yvette Guilbert, Pierre Alcover, , Henry Victor, Pierre Juvenet, Antonin Artaud, Jules Berry, Raymond Rouleau, Marcelle Pradot, Roger Karl, Alexandre Mihalesco, Armand Bour, Jean Godard, Jimmy Gaillard, Esther Kiss, Josette Lussan, Fano Messan, Mona Goya, Yvonne Damis, Émile Garandet, Mary Costes, Raymond Dubreuil, Tardif, Armand Caratis, Jean Donnery, Albert Mayer, Josette Racon, Eliane Tayar.

Lábios sem beijos (1930). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 53 minutos. Companhia produtora: Cinédia S.A.. Produção: Adhemar Gonzaga. Direção: Humberto Mauro. Argumento e roteiro: Humberto Mauro. Fotografia: Humberto Mauro. Som: Silencioso. Elenco: Lelita Rosa, Paulo Morano, Didi Vianna, Cavalieri, GinaTamar Moema, Augusta Guimarães, Alfredo Rosário, Décio Murilo, Máximo Serrano, Adhemar Gonzaga, Humberto Mauro, Leda Lea, Renato de Oliveira, Carmem Violeta, Carlos Eugenio, Luiz Gonzaga Martins, Ivan Villar, Fernando Lima, RamonMartins Kito, Antonio Paes Gonçalves, Godofredo Queiroz.

Legião dos celerados, A (The border legion, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 68 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Otto Brower e Edwin H. Knopf. Argumento e roteiro: Zane Grey, Percy Heath, Edward E. Paramore Jr.. Fotografia: Mack Stengler. Montagem: Doris Drought. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Jack Holt, Fay Wray, Richard Arlen, Eugene Pallette, Stanley Fields, E.H. Calvert, Ethan Allen, Syd Saylor, Hank Bell, Jim Corey.

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Les vacances du diable (1931). França/EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Alberto Cavalcanti. Argumento e roteiro: Jean Aragny, Alberto Cavalcanti. Da história de: Edmund Goulding. Fotografia: Enzo Riccioni. Som: Mono. Elenco: Marcelle Chantal, Thomy Bourdelle, Jacques Varennes, Robert Hommet, Maurice Schutz, Jeanne Fusier- Gir, Pierre Richard-Willm, Louis Kerly, Lucien Callamand, Raymond Leboursier, Rachel Launay, Charlotte Martens, Jeanne Frédérique.

Lobo da bolsa, O (The wolf of Wall Street, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Rowland V. Lee. Argumento e roteiro: Doris Anderson. Fotografia: Victor Milner. Montagem: Robert Bassler. Música: Karl Hajos. Som: Mono (Western Electric Sound System), Silencioso. Elenco: George Bancroft, Olga Baclanova, Nancy Carroll, Paul Lukas, Arthur Rankin, Brandon Hurst, Paul Guertzman, Crauford Kent, Lane Chandler, Thomas A. Curran, Lawford Davidson, Jack Luden.

Loura para três, Uma (She done him wrong, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 66 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: William LeBaron. Direção: Lowell Sherman. Argumento e roteiro: Mae West, Harvey F. Thew, John Bright. Fotografia: Charles Lang. Montagem: Alexander Hall. Música: John Leipold. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording). Elenco: Mae West, Cary Grant, Owen Moore, Gilbert Roland, Noah Beery, David Landau, Rafaela Ottiano, Dewey Robinson, Rochelle Hudson, Tammany Young, Fuzzy Knight, Grace La Rue, Robert Homans, Louise Beavers, Ernie Adams, Wade Boteler, Jack Carr, Heinie Conklin, Mike Donlin, James Eagles, Harold Entwistle, Mary Gordon, Aggie Herring, Al Hill, Arthur Housman, Tom Kennedy, Lee Kohlmar, Michael Mark, Tom McGuire, Frank Mills,Frank Moran, Lee Phelps, Fred Santley, Billy B. Van, Harry Wallace, Harry Warren, Leo White.

Lua de mel (1930). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Sincrocinex. Produção: José del Picchia. Direção: Luiz de Barros. Argumento e roteiro: Luiz de Barros. Fotografia: Luiz de Barros, Victor del Picchia. Montagem: Luiz de Barros. Som: Vitaphone. Elenco: Genésio Arruda, Tom Bill, Rina Weiss, Vicenzo Caiaffa, Aurora Fúlgida. 164

Manon Lescaut (1926). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm, 99 minutos. Companhia produtora: Universum Film (UFA). Produção: Erich Pommer. Direção: Arthur Robison. Argumento e roteiro: Hans Kyser, Arthur Robison. Da história de: Abbé Prévost (L’Histoire du Chevalier des Grieux et de Manon Lescaut). Fotografia: , Theodor Sparkuhl. Música: Erno Rapee. Som: silencioso. Elenco: Lya De Putti, Vladimir Gajdarov, Eduard Rothauser, Fritz Greiner, Hubert von Meyerinck, Frida Richard, Emilie Kurz, Lydia Potechina, Theodor Loos, Sig Arno, Trude Hesterberg, , , Karl Harbacher, Hans Junkermann, Hermann Picha.

Mascarado magnânimo (Rustlers’ roundup, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 56 minutos. Companhia produtora: Universal Pictures. Produção: Stanley Bergerman, Carl Laemmle Jr.. Direção: Henry MacRae. Argumento e roteiro: Frank Howard Clark. Da história de: Ella O’Neill. Fotografia: Daniel B. Clark. Montagem: Albert Akst, Russell F. Schoengarth. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording Sound System). Elenco: Tom Mix, Diane Sinclair, Noah Beery Jr., Douglass Dumbrille, Roy Stewart, Nelson McDowell, William Desmond, Frank Lackteen, William Wagner, Gilbert Holmes, Bud Osborne, Tony Jr. the Horse.

Melodia da Broadway (The Broadway Melody, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 100 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: Harry Rapf, Irving Thalberg, Lawrence Weingarten. Direção: Harry Beaumont. Argumento e roteiro: Norman Houston, James Gleason. Da história de: Edmund Goulding. Títulos da versão silenciosa: Earl Baldwin. Fotografia: John Arnold. Montagem: Sam Zimbalist, William Le Vanway. Música: Nacio Herb Brown, Arthur Freed. Som: Mono (Western Electric Sound System), Silencioso. Elenco: Charles King, Anita Page, Bessie Love, The Angeles Twins, J. Emmett Beck, Nacio Herb Brown, James Burrows, Eddie Bush, Ray Cooke, Drew Demorest, Edward Dillon, Mary Doran, Arthur Freed, Paul Gibbons, James Gleason, Eddie Kane, Ches Kirkpatrick, Carla Laemmle, Eddie Lang, Joyce Murray, Alice Pitman, Jed Prouty, Marshall Ruth, Bill Seckler, Kenneth Thomson, Diana Verne, Alice Weaver, Dorothy Coonan Wellman. 165

Mentiras de mulher (Doña Mentiras, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 80 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Adelqui Migliar. Argumento e roteiro: . Som: Mono. Elenco: Carmen Larrabeiti, Félix de Pomés, Miguel Ligero, Carmen Ruiz Moragas, Julio Peña, Helena D’Algy, Modesto Rivas, Mercedes Servet, Carmelita Fernández García.

Mentiras de mulher (The Lady Lies, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Hobart Henley. Argumento e roteiro: Garrett Fort, John Meehan. Fotografia: William O. Steiner. Montagem: Helene Turner. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Walter Huston, Claudette Colbert, Charles Ruggles, Patricia Deering, Tom Brown, Betty Garde, Jean Dixon, Duncan Penwarden, Virginia True Boardman, Verna Deane.

Messalina (1930). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Sincrocinex. Direção: Luiz de Barros. Produção: José del Picchia. Autoria: Felicien Champseur. Roteiro: Luiz de Barros. Baseado na história de: Felicien Champseur (Orgie Latine). Operador: Luiz de Barros, Victor del Picchia. Montagem: Luiz de Barros. Cenografia: Luiz de Barros. Som: Vitaphone. Elenco: Gerta Walkiria, Mado Mirka, Vicenzo Caiaffa, Nelson Oliveira, Remo Cesaroni, Tácito de Souza.

Meus lábios revelam (My lips betray, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 76 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: John G. Blystone. Argumento e roteiro: S.N. Behrman, Hanns Kräly, Jane Storm. Fotografia: . Montagem: Alex Troffey. Música: . Som: Mono. Elenco: Lilian Harvey, John Boles, El Brendel, Irene Browne, Maude Eburne, Henry Stephenson, Herman Bing, Frank Atkinson, Robert Barrat, Tyler Brooke, Albert Conti, Bill Elliott, Bess Flowers, Vera Lewis, Bull Montana, Ferdinand Munier, Paul Panzer, Dewey Robinson, Dorothy Vernon, Leo White.

Minha noite de núpcias (1931). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: E. W. Emo. Argumento e roteiro: Henry Myers. Som: mono. Elenco: Estevão Amarante, Beatriz Costa, Leopoldo Froes, Alberto 166

Reis, Maria Eugénia, Amélia Pereira, Seixas Pereira, Maria Sampaio, Nita Brandao, Ferreira da Costa.

Mistério do dominó negro, O (1930). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Direção: Cléo de Verberena. Som: silencioso.

Moulin Rouge (1928). Inglaterra, ficção, P&B, 35 mm, 137 minutos. Companhia produtora: Produção: Ewald André Dupont. British International Pictures (BIP). Direção: Ewald André Dupont. Argumento e roteiro: Ewald André Dupont. Fotografia: Werner Brandes. Montagem: Harry Chandlee. Música: Joseph Littau (1929), Mike Westbrook (1990). Som: silencioso. Elenco: Olga Tschechowa, Eve Gray, Jean Bradin, Georges Tréville, Marcel Vibert, Blanche Bernis, Ellen Pollock, Andrews Engelmann, Forrester Harvey.

Mulher enigma, A (The Veiled Woman, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 58 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: Emmett J. Flynn. Argumento e roteiro: Julio De Moraes. Fotografia: Charles G. Clarke. Som: Mono (Western Electric Sound System), Silencioso. Elenco: Lia Torá, Paul Vincent, Walter McGrail, Josef Swickard, Kenneth Thomson, André Cheron, Ivan Lebedeff, Maude George, Lupita Tovar, .

Mulher contra mulher (Woman to woman, 1929). Inglaterra/EUA, ficção, P&B, 35 mm, 90 minutos. Companhia produtora: Gainsborough Pictures, Burlington Films, Tiffany-Stahl Productions. Produção: Michael Balcon, Victor Saville. Direção: Victor Saville. Argumento e roteiro: Nicholas Fodor, Victor Saville, Michael Morton. Fotografia: Benjamin H. Kline. Música: Lee Zahler. Som: Silencioso (versão alternativa), Mono (RCA Photophone System). Elenco: Betty Compson, George Barraud, Juliette Compton, Margaret Chambers, Reginald Sharland, Georgie Billings, Winter Hall, Basil Radford, Phillips Smalley.

Mulher que eu amei, A (The girl i loved, 1923). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 60 minutos. Companhia produtora: Charles Ray Productions. Produção: Charles Ray. Direção: Joseph De Grasse. Argumento e roteiro: Harry L. Decker, Albert Ray. Fotografia: George Rizard. Som: Silencioso. Elenco: Charles Ray, Patsy 167

Ruth Miller, Ramsey Wallace, Edythe Chapman, William Courtright, Charlotte Woods, Gus Leonard, F.B. Phillips, Lon Poff, Jess Herring, Ruth Bolgiano, Edward Moncrief, George F. Marion, Billie Latimer.

Na cova dos ladrões (Robbers’ roost, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 64 minutos. Companhia produtora: Sol Lesser Productions. Produção: Sol Lesser. Direção: David Howard, Louis King. Argumento e roteiro: Dudley Nichols. Da novela de: Zane Grey.. Fotografia: George Schneiderman. Música: R.H. Bassett. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: George O’Brien, Maureen O’Sullivan, Walter McGrail, Maude Eburne, Reginald Owen, William Pawley, Clifford Santley, Robert Greig, Chuck Baldra, Frank Cordell, Gilbert Holmes, Dick Hunter, Doris Lloyd, Frank McGrath, Bill Nestell, Ted Oliver, Frank Rice, Vinegar Roan, Clint Sharp, Fred ’Snowflake’ Toones.

Nasci para te amar (Men of chance, 1931). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 67 minutos. Companhia produtora: RKO Radio Pictures. Produção: Pandro S. Berman, William LeBaron Direção: George Archainbaud. Argumento e roteiro: Louis Weitzenkorn, Louis Stevens, Eddie Welch. Fotografia: Nicholas Musuraca. Montagem: Archie Marshek. Música: Max Steiner. Som: Mono (RCA Photophone System). Elenco: Ricardo Cortez, Mary Astor, John Halliday, Ralph Ince, Kitty Kelly, James Donlan, George Davis, Herman Bing, André Cheron, Jean De Briac, Tom Herbert, John Larkin, Tom McGuire, Frank Mills, Albert Petit.

No caminho da vida (Putyovka v zhizn, 1931). Rússia, ficção, P&B, 35 mm, 105 minutos. Companhia produtora: Mezhrabpomfilm. Direção: Nikolai Ekk. Argumento e roteiro: Osip Brik, Nikolai Ekk, Aleksandr Stolper, Regina Yanushkevich. Do livro de: Anton Makarenko. Fotografia: Vasili Pronin. Música: Yakov Stollyar. Som: Mono (Tagephon). Elenco: Nikolai Batalov, Yvan Kyrlya, Mikhail Dzhagofarov, Mikhail Zharov, Aleksandr Novikov, Mariya Andropova, Vladimir Vesnovsky, Mariya Gonfa, Bozhak Besprizornykh, Tsifan Kyriya, Viktor Lazarev,Vladimir Uralsky, Regina Yanushkevich, Rina Zelyonaya, Georgi Zhzhyonov.

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No caminho do céu (Halfway to heaven, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: George Abbott. Argumento e roteiro: George Abbott. Da novela de: Henry Leyford Gates (Here Comes The Bandwagon). Fotografia: , Charles Lang. Montagem: William Shea. Música: Gene Lucas. Som: Mono (Movietone). Elenco: Charles Rogers, , Paul Lukas, Helen Ware, Oscar Apfel, Edna West, Irving Bacon, Michael Stuart, Al Hill, Lucille Williams, Richard K. French, Freddy Anderson, Ford West, Guy Oliver.

No velho Arizona (In old Arizona, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 95 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: Irving Cummings. Argumento e roteiro: Tom Barry, Paul Girard Smith. Fotografia: Arthur Edeson. Montagem: Louis R. Loeffler. Som: Mono (Western Electric System). Elenco: Warner Baxter, Edmund Lowe, Dorothy Burgess, Henry Armetta, James Bradbury Jr., Joe Brown, Frank Campeau, John Webb Dillon, Alphonse Ethier, Jim Farley, Pat Hartigan, Soledad Jiménez, Ivan Linow, Tom London, Helen Lynch, J. Farrell MacDonald, James A. Marcus, Duke Martin, Frank Nelson, Edward Peil Sr., Bob Roper, Lola Salvi, Tom Santschi, Evelyn Selbie, Tom Smith, Roy Stewart, Charles Sullivan, Blackjack Ward, Fred Warren.

No, no, Nanette (No, no, Nanette, 1930). EUA, ficção, P&B/2 Cores, 35 mm, 98 minutos. Companhia produtora: First National Pictures. Produção: Ned Marin. Direção: Clarence G. Badger. Argumento e roteiro: Howard Emmett Rogers, Beatrice Van. Fotografia: Sol Polito. Montagem: Frank Mandel. Música: Cecil Copping, Alois Reiser. Som: Vitaphone. Elenco: Ned Marin, Alexander Gray, Lucien Littlefield, Louise Fazenda, Lilyan Tashman, Bert Roach, Zasu Pitts, Mildred Harris, Henry Stockbridge, Jocelyn Lee.

Nobreza (Mockery, 1927). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 75 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: Erich Pommer. Direção: Benjamin Christensen. Argumento e roteiro: Benjamin Christensen, Stig Esbern. Fotografia: Merritt B. Gerstad. Montagem: John English. Música: Jimmy Schafer. Som: silencioso Elenco: Lon Chaney, Barbara Bedford, Ricardo Cortez, Mack 169

Swain, Emily Fitzroy, Charles Puffy, Kai Schmidt, Johnny Mack Brown, Albert Conti, Jules Cowles, Frank Leigh, Russ Powell, Buddy Rae, Michael Visaroff.

Noite é nossa, A (Die nacht gehört uns, 1929). França/Alemanha, ficção, P&B, 35 mm, 110 minutos. Companhia produtora: Carl Froelich-Film GmbH. Produção: Carl Froelich. Direção: Carl Froelich e Henry Roussel. Argumento e roteiro: Walter Reisch, Henry Kistemaekers. Fotografia: Reimar Kuntze, Charles Métain. Música: Franz Grothe, Hanson Milde-Meissner. Som: Mono. Elenco: , Charlotte Ander, Otto Wallburg, Walter Janssen, Ida Wüst, Lucie Englisch, Berthe Ostyn, Julius Falkenstein, Roberto Vittiglio, Ilse Nast.

Noite no Cairo, Uma (The barbarian, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 83 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: Bernard H. Hyman, Sam Wood. Direção: Sam Wood. Argumento e roteiro: Elmer Harris, Anita Loos. Fotografia: Harold Rosson. Montagem: Tom Held. Música: Herbert Stothart. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Ramon Novarro, Myrna Loy, Reginald Denny, Louise Closser Hale, C. Aubrey Smith, Edward Arnold, Blanche Friderici, Marcelle Corday, Hedda Hopper, Leni Stengel, Sam Appel, André Cheron, Albert Conti, Adolph Faylauer, Isabelle Keith, Alphonse Martell, William H. O’Brien, Pedro Regas, Hector Sarno, Harry Semels, Akim Tamiroff, Michael Visaroff, Eric Wilton.

Noiva da esquadra, A (True to the navy, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 79 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Frank Tuttle. Argumento e roteiro: Keene Thompson, Doris Anderson. Fotografia: Victor Milner. Música: Howard Jackson. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Clara Bow, Fredric March, Harry Green, Rex Bell, Eddie Fetherston, Eddie Dunn, Ray Cooke, Harry Sweet, Adele Windsor, Sam Hardy, Jed Prouty, Louise Beavers, Maurice Black, Frances Dee, Pat Moriarity, Guy Oliver, Charles Sullivan.

Noiva do regimento, A (Bride of the regiment, 1930). EUA, ficção, Cor, 35 mm, 79 minutos. Companhia produtora: First National Pictures. Produção: Robert North. Direção: John Francis Dillon. Argumento e roteiro: Fotografia: Devereaux Jennings, Charles Edgar Schoenbaum. Música: Leonid S. Leonardi. Som: 170

Vitaphone (Western Electric Sound System). Elenco: Vivienne Segal, Allan Prior, Walter Pidgeon, Louise Fazenda, Myrna Loy, Lupino Lane, Ford Sterling, Harry Cording, Claude Fleming, Herbert Clark.

Olympia (Olimpia, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 209 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: Frank Davis. Direção: Chester M. Franklin e Juan de Homs. Argumento e roteiro: Willard Mack, Miguel de Zárraga. Fotografia: Henry Sharp. Montagem: Peggy O’Day. Som: Mono. Elenco: José Crespo, Maria Alba, Elvira Morla, Carmen Rodríguez, Juan de Homs, Luis Llaneza, Juan Aristi Eulate, Gabry Rivas, Mario Dominici.

O que o dinheiro pode comprar (What money can buy, 1928). Inglaterra, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Gaumont British Picture Corporation. Produção: Maurice Elvey, Gareth Gundrey. Direção: Edwin Greenwood. Argumento e roteiro: Edwin Greenwood. Som: Silencioso. Elenco: Madeleine Carroll, Humberston Wright, John Longden, Cecil Barry, Alf Goddard, Maudie Dunham, Anita Sharp-Bolster, Judd Green.

Orgulho da mocidade (1929). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Associação Cinematográfica de Amadores de Filme (A.C.A. Filmes). Produção: Antonio Caldas. Direção: Francisco Madrigano. Operador: Antonio Medeiros, Carmo Nacarato. Som: Silencioso. Elenco: Domingos Cipulo, Mario Marino, Olga Nary, Carmem Nary, Francisco Madrigano, Antonio Caldas, Escola Internacional de Cinema - ex-alunos.

Ouro (The trail of’ 98, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 87 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: Clarence Brown. Direção: Clarence Brown. Argumento e roteiro: Joseph Farnham, Benjamin Glazer, Waldemar Young. Da novela de: Robert W. Service (The Trail of ‘98 - A Northland Romance). Fotografia: John F. Seitz. Montagem: George Hively. Música: William Axt, David Mendoza. Som: Mono (Western Electric Sound System) (numeros musicais e efeitos sonoros), Silencioso. Elenco: Dolores del Rio, Ralph Forbes, Karl Dane, Harry Careym Tully Marshall, George Cooper, Russell Simpson, Emily Fitzroy, Tenen Holtz, Cesare Gravina, Doris Lloyd, E. 171

Alyn Warren, Johnny Downs, Ray Hallor, Ray Gallagher, Josephine Adair, , Carmencita Johnson, Cullen Johnson, Roscoe Karns, Jacques Tourneur.

Pagão, O (The pagan, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 83 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Direção: W. S. Van Dyke. Argumento e roteiro: John Russell, Dorothy Farnum. Fotografia: Clyde De Vinna. Montagem: Ben Lewis. Música: William Axt. Som: Silencioso, (Movietone) (numeros musicais sincronisados). Elenco: Ramon Novarro, Renée Adorée, , Dorothy Janis.

Paixão sem freio (Interference, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Paramount Pictures. Direção: Lothar Mendes e Roy Pomeroy. Argumento e roteiro: Louise Long, Hope Loring, Ernest Pascal. Fotografia: Henry W. Gerrard, J. Roy Hunt. Montagem: George Nichols Jr.. Música: W. Franke Harling. Som: Mono. Elenco: William Powell, Evelyn Brent, Clive Brook, Doris Kenyon, Tom Ricketts, Brandon Hurst, Louis Payne, Wilfred Noy, Donald Stuart, Raymond Lawrence, Clyde Cook, Daniel Frohman, Doro Merande.

Pecado dos pais, O (Sins of fathers, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Paramount Famous Lasky Corporation. Produção: Ludwig Berger, Jesse L. Lasky, B.P. Schulberg, Adolph Zukor. Direção: Ludwig Berger. Argumento e roteiro: Norman Burnstine, E. Lloyd Sheldon. Fotografia: Victor Milner. Montagem: Frances Marsh. Música: Hugo Riesenfeld. Som: Silencioso (Movietone) (sequências cantadas e efeitos sonoros). Elenco: Emil Jannings, Ruth Chatterton, Barry Norton, Jean Arthur, Jack Luden, Zasu Pitts, Matthew Betz, Harry Cording, Arthur Housman, Frank Reicher, Douglas Haig, Anne Shirley, Milla Davenport, Speed Webb.

Pecadora sem mácula (The woman disputed, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 108 minutos. Companhia produtora: Joseph M. Schenck Productions. Produção: Joseph M. Schenck, Norma Talmadge. Direção: Henry King e Sam Taylor. Argumento e roteiro: C. Gardner Sullivan. Do livro de: Guy de Maupassant (Boule de Suif).. Fotografia: Oliver T. Marsh. Montagem: Hal C. Kern. Música: 172

Hugo Riesenfeld. Som: Mono (Western Electric Sound System), (música e efeitos sonoros), original silencioso. Elenco: Norma Talmadge, Gilbert Roland, Arnold Kent, Boris de Fast, Michael Vavitch, Gustav Von Seyffertitz, Gladys Brockwell, Nicholas Soussanin, Olga Baclanova, Howard Davies, Joseph Marievsky, Michael Mark, Marion Templeton.

Peregrinação (Pilgrimage, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 96 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: John Ford. Argumento e roteiro: Barry Conners, Henry Johnson, Philip Klein, Dudley Nichols, Basil Woon. Do livro de: I.A.R. Wylie (Pilgrimage). Fotografia: George Schneiderman. Montagem: Louis R. Loeffler. Música: R.H. Bassett. Som: Mono (Western Electric Noiseless Recording). Elenco: Henrietta Crosman, Heather Angel, Norman Foster, Lucille La Verne, Maurice Murphy, Marian Nixon, Jay Ward, Robert Warwick, Louise Carter, Betty Blythe, Francis Ford, Charley Grapewin, Hedda Hopper, Frances Rich, Ann Brody, William Burress, André Cheron, Ruth Clifford, Marcelle Corday, James Donlan, Bess Flowers, Edward Gargan, Mary Gordon, Si Jenks, Claude King, Wilbur Mack, Margaret Mann, Alphonse Martell, Greta Meyer, Frank Moran, Frances Morris, Jack Mower, Sarah Padden, Inez Palange, Shirley Palmer, Jack Pennick, Beatrice Roberts, Rosa Rosanova, Harry Tenbrook, August Tollaire, Adele Watson, Leo White.

Perigo de amor (Dangerously yours, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: Frank Tuttle. Argumento e roteiro: Horace Jackson. Fotografia: John F. Seitz. Montagem: Harold D. Schuster. Música: R.H. Bassett, Peter Brunelli, Louis De Francesco, Hugo Friedhofer, J.S. Zamecnik. Som: Mono. Elenco: Warner Baxter, Miriam Jordan, Herbert Mundin, Florence Eldridge, Florence Roberts, William B. Davidson, Arthur Hoyt, Mischa Auer, Nella Walker, Edmund Burns, Robert Greig, Tyrell Davis.

Piratas de meia cara (Noche de duendes, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 47 minutos. Companhia produtora: Hal Roach Studios. Produção: Hal Roach. Direção: James Parrott. Argumento e roteiro: H.M. Walker. Fotografia: George Stevens. Montagem: Richard C. Currier. Som: Mono (Western Electric System). Elenco: Stan Laurel, Oliver Hardy, Frank Austin, Harry Bernard, Stanley 173

Blystone, Dorothy Granger, Clara Guiol, Charlie Hall, Dell Henderson, Robert Emmett O’Connor, Alfonso Pedroza, Lon Poff, Tiny Sandford.

Poder oculto (Die geheime macht, 1928). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Universum Film (UFA). Produção: Alfred Zeisler. Direção: Erich Waschneck. Argumento e roteiro: Bobby E. Lüthge, Erich Waschneck. Fotografia: Friedl Behn-Grund. Música: Giuseppe Becce. Som: Silencioso. Elenco: Michael Bohnen, Suzy Vernon, Walter Rilla, Henry Stuart, Truus Van Aalten, Paul Otto, Ferdinand von Alten, Rudolf Biebrach, Leopold Kramer, Max Magnus, Max Maximilian, Alexander Murski, Ossip Darmatow.

Porque te amei (Dich hab ich geliebt, 1929). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm, 74 minutos. Companhia produtora: Aafa-Film AG. Direção: Rudolf Walther-Fein. Argumento e roteiro: Walter Reisch. Fotografia: Karl Brodmerkel, Walter Janssen. Música: Bruno Balz, Ed. May, Werner Schmidt-Boelcke. Som: Mono. Elenco: Mady Christians, Walter Jankuhn, Hans Stüwe, Karl Platen, Sophie Pagay, Trude Berliner, Fritz Alberti, Hans Mierendorff, Jaro Fürth, Hans Sternberg, Hermann Picha, André Pilot, Marion Conradi.

Pouco amor não é amor (The animal kingdom, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 85 minutos. Companhia produtora: RKO Radio Pictures. Produção: David O. Selznick Direção: Edward H. Griffith. Argumento e roteiro: Horace Jackson, Edward H. Griffith, Adela Rogers St. Johns. Fotografia: George J. Folsey. Montagem: Daniel Mandell. Música: Max Steiner. Som: Mono (RCA Photophone System). Elenco: Ann Harding, Leslie Howard, Myrna Loy, William Gargan, Neil Hamilton, Ilka Chase, Henry Stephenson, Leni Stengel, Don Dillaway, Curtis Benton, Cecil Arden, Ralph Bard, Ralph Bard, William Begg, Lorena Carr, Bill Cody, Oliver Cross, William B. Davidson, George DeNormand, Phil Dorn, Frank Eklof, Clarence Elmer, Kay English, Harold Erickson, Harry Ernest, Ray Finney, Bill Fisher, Maybel Freud, Elinor Gray, Virginia Griffith, C. Gunnison, Berilla Kerr, Harry Lee, George Legneur, Elise Mackert, Minnie Mahone, George Mahoney, Cecil Martin, Frank McDonald, Alla Mentone, Torben Meyer, Will Morgan, Byron Munson, Fred O’Neil, Dick Parslow, Arthur Rankin, Jack Short, 174

Terry Spencer, Al Stewart, John Thomas, Florence Turner, Phyllis Wilson, Lillian Young, Shirley Young.

Prazeres dos ricos (Pleasures of the rich, 1926). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 70 minutos. Companhia produtora: Tiffany Productions. Produção: A.P. Younger. Direção: Louis J. Gasnier. Argumento e roteiro: A.P. Younger. Da novela de: Harold McGrath (The Wrong Coat). Som: Silencioso. Elenco: Helene Chadwick, , Hedda Hopper, Mary Carr, Marcin Asher, Lillian Langdon, Dorothea Wolbert, Julanne Johnston, Katherine Scott.

Prefiro as louras (Readheads preferred, 1926). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Tiffany Productions. Direção: Allen Dale. Argumento e roteiro: Douglas Bronston. Fotografia: Joseph A. Du Bray, Milton Moore. Montagem: Malcolm Knight. Som: Silencioso. Elenco: Raymond Hitchcock, Marjorie Daw, Theodore Von Eltz, Cissy Fitzgerald, Vivien Oakland, Charles A. Post, Leon Holmes, Geraldine Leslie.

Príncipe estudante, O (The student in the old Heidelberg, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 106 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: Kevin Brownlow, David Gill, Ernst Lubitsch, Irving Thalberg. Direção: Ernest Lubitsch. Argumento e roteiro: Hanns Kräly, Marian Ainslee, Ruth Cummings. Do livro de: Wilhelm Meyer-Förster (Karl Heinrich). Fotografia: John J. Mescall. Montagem: Andrew Marton. Música: Carl Davis, William Axt, David Mendoza. Som: Silencioso. Elenco: Ramon Novarro, , Jean Hersholt, Gustav Von Seyffertitz, Philippe De Lacy, Edgar Norton, Bobby Mack, Edward Connelly, Otis Harlan, Hans Joby, André Mattoni, George K. Arthur, Lionel Belmore, Robert Brower, Edythe Chapman, Margaret Gray, Lincoln Stedman, Leicester Wagner.

Prova de amor (The spoilers, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 86 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: Edward Carewe. Direção: Edward Carewe. Argumento e roteiro: Bartlett Cormack, Agnes Brand Leahy. Da novela de: . Fotografia: Harry Fischbeck. Montagem: William Shea. Música: Karl Hajos, John Leipold. Som: Mono. Elenco: Gary Cooper, Kay 175

Johnson, Betty Compson, William Boyd, Harry Green, Slim Summerville, James Kirkwood, Lloyd Ingraham, Oscar Apfel, George Irving, Knute Erickson, Merrill McCormick, Charles K. French, Jack Holmes, John Beck, Edward Coxen, Hal David, , Jack Trent, , Tom Santschi.

Quando elas querem (1925). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Visual Filme. Produção: Adalberto de Almada Fagundes. Direção: Paulo Trincheira e E. C. Kerrigan. Argumento e roteiro: Adalberto de Almada Fagundes. Operador: Luiz de Barros. Som: Silencioso. Elenco: Cesar Fronzi, Laura Letti, Bertoli Carmelo, Salvador Tarantino, Emilio Marangoni, Yolanda Fronzi, Jardel Jércolis, Luiz de Barros, Regina Fuina, Anésia Pinheiro Machado.

Quando o amor faz a moda (Wenn die Liebe Mode macht, 1932). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm, 83 minutos. Companhia produtora: Universum Film (UFA). Direção: Franz Wenzler. Argumento e roteiro: Philipp Lothar Mayring, Fritz Zeckendorf. Fotografia: Werner Brandes. Montagem: Constantin Mick. Música: Hans-Otto Borgmann. Som: Mono. Elenco: Renate Müller, Hubert Von Meyerinck, Georg Alexander, Gertrud Wolle, Walter Steinbeck, Ilse Korseck, Elfriede Jera, Mária Tasnádi Fekete, Otto Wallburg, Kurt Vespermann, Hilde Hildebrand, Max Ehrlich, Gisela Werbisek, Hermann Vallentin, Hermann Blaß, Albert von Kersten, Vera Witt, Hans Behal, Ossip Darmatow, Alfred Durra, Rudolf Meinhard-Jünger, Fritz Odemar, John Orde, Max Ralph-Ostermann, Midinetten.

Queridinha do meu coração (Peg o’ my heart, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 87 minutos. Companhia produtora: Cosmopolitan Productions, Metro-Goldwyn- Mayer (MGM). Produção: Robert Z. Leonard, John W. Considine Jr.. Direção: Robert Z. Leonard. Argumento e roteiro: J. Hartley Manners, Frances Marion. Do livro de: Frank R. Adams. Fotografia: George Barnes. Montagem: Margaret Booth. Música: Herbert Stothart. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Marion Davies, Onslow Stevens, J. Farrell MacDonald, Juliette Compton, Irene Browne, Tyrell Davis, Alan Mowbray, Doris Lloyd, Robert Greig, Nora Cecil, Geoffrey Gill, Billy Bevan, Dannie Mac Grant, Leyland Hodgson.

176

Rainha de copas, A (Queen high, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 85 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: Frank Mandel, Laurence Schwab. Direção: Fred C. Newmeyer. Argumento e roteiro: Buddy G. DeSylva, Lewis E. Gensler, Frank Mandel, Edward Peple, Laurence Schwab. Fotografia: William O. Steiner. Montagem: Barney Rogan. Som: Mono. Elenco: Charles Ruggles, Frank Morgan, Ginger Rogers, Stanley Smith, Helen Carrington, Rudolph Cameron, Betty Garde, Theresa Maxwell Conover, Nina Olivette, Tom Brown, Edith Sheldon, Theresa Klee, Dorothy Walters.

Rapaz de sorte (Lucky boy, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Tiffany-Stahl Productions. Produção: John M. Stahl. Direção: Norman Taurog e Charles C. Wilson. Argumento e roteiro: Viola Brothers Shore, George Jessel. Fotografia: Harry Jackson, Frank Zucker. Montagem: Desmond O’Brien, Russell G. Shields. Música: Hugo Riesenfeld. Som: Mono (RCA Photophone System) (sequências faladas), Silencioso. Elenco: George Jessel, Gwen Lee, Richard Tucker, Gayne Whitman, Margaret Quimby, Rosa Rosanova, William H. Strauss, Mary Doran, Patty, Fields, Joe Sevely, Glenda Farrell, William Gargan, Sig Ruman, Charles C. Wilson.

Rapsódia Húngara (Ungarische Rhapsodie, 1928). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Universum Film (UFA). Produção: Erich Pommer. Direção: Hans Schwarz. Argumento e roteiro: Joe May, Hans Székely. Fotografia: Carl Hoffmann. Montagem: Erich Schmidt. Música: William Frederick Peters, Willy Schmidt-Gentner. Som: Silencioso. Elenco: , Willy Fritsch, Dita Parlo, Fritz Greiner, Gisela Bathory, Erich Kaiser-Titz, Leopold Kramer, Andor Heltai, Harry Hardt, Osvaldo Valenti, Paul Hörbiger, Max Wogritsch.

Rei do fósforo, O (The match king, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 79 minutos. Companhia produtora: First National Pictures. Produção: Hal B. Wallis. Direção: Howard Bretherton. Argumento e roteiro: Houston Branch, Sidney Sutherland. Da novela de: Einar Thorvaldson. Fotografia: . Montagem: Jack Killifer. Música: Bernhard Kaun. Som: Mono. Elenco: Warren William, Lili Damita, Glenda Farrell, Juliette Compton, Claire Dodd, Harold Huber, John 177

Wray, Spencer Charters, Murray Kinnell, Hardie Albright, Alan Hale, Edmund Breese, Robert McWade, Oscar Apfel, Irving Bacon, Harry Beresford, Ed Brady, Wallis Clark, John Elliott, Alphonse Ethier, Antonio Filauri, John Ince, DeWitt Jennings, Lee Kohlmar, Alphonse Martell, George Meeker, Greta Meyer, Torben Meyer, Harold Minjir, Bodil Rosing, Rolfe Sedan, Charles Sellon, John St. Polis, Frederick Sullivan, Sheila Terry, Wilhelm von Brincken.

Rei do jazz, O (King of jazz, 1930). EUA, ficção, Cor (Technicolor), 35 mm, 98 minutos. Companhia produtora: Universal Pictures. Produção: Carl Laemmle Jr.. Direção: John Murray Anderson. Argumento e roteiro: Harry Ruskin, Charles MacArthur. Fotografia: Jerome Ash, Hal Mohr, Ray Rennahan. Montagem: Robert Carlisle. Música: Milton Ager, Jack Yellen. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Paul Whiteman, John Boles, Laura La Plante, Jeanette Loff, Glenn Tryon, William Kent, Slim Summerville, The Rhythm Boys, Kathryn Crawford, Carla Laemmle, Stanley Smith, Charles Irwin, George Chiles, Jack White, Frank Leslie, Walter Brennan, Churchill Ross, John Arledge, Al Norman, Jacques Cartier, Nell O’Day, Marion Stattler, Don Rose, The Radio City Rockettes, Thomas Atkins, Harry Barris, Brox Sisters, Bobbe Brox, Kathlyn Brox, Lorraine Brox, , Jack Fulton, The Sisters G., Eleanor Gutchrlein, Karla Gutchrlein, Wilbur Hall, Otis Harlan, Grace Hayes, Paul Howard, Merna Kennedy, Jeanie Lang, Charles Murray, Al Rinker, George Sidney, Pauline Wagner, Ted Bacon, Joan Barclay, Roy Bargy, Richard Cromwell, Yola d’Avril, Geraldine Dvorak, Betty Jane Graham, Marcia Mae Jones, Otto Landau, Eddie Lang, Bela Lugosi, Roy Maier, Matty Malneck, Joan Marsh, Sunny Jim McKeen, Cecilia Parker, Mike Pingatore, Nancy Torres, Renee Torres, Joe Venuti.

Renegados (Renegades, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 84 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Produção: Victor Fleming. Direção: Victor Fleming. Argumento e roteiro: Jules Furthman. Da novela de: André Armandy (Le Renégat).. Fotografia: L. William O’Connell. Montagem: Harold D. Schuster. Música: Victor Fleming. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Warner Baxter, Myrna Loy, Noah Beery, Gregory Gaye, George Cooper, Bela Lugosi, C. Henry Gordon, Noah Beery Jr., Maurice Black, Colin Chase, Edwards 178

Davis, Claire Du Brey, Noble Johnson, Victor Jory, Fred Kohler Jr., Frank Lackteen.

Retribuição (1924). Brasil, ficção, P&B, 35 mm, 30 minutos. Companhia produtora: Aurora Filme. Produção: Gentil Roiz. Direção: Gentil Roiz. Argumento e roteiro: Gentil Roiz. Operador: Edson Chagas. Elenco: Almery Steves, Barreto Jr., Oséias Torres de Lima, Tancredo Seabra, José Lira, Mário Freitas Cardoso, José Steves, Berardo Ribeiro, Eronides Carvalho, Ferreira da Graça, Amália de Souza, José Barreira, Eronides Gomes.

Revanche (Revenge, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 70 minutos. Companhia produtora: Productions, Art Cinema Corporation. Produção: Edwin Carewe. Direção: Edwin Carewe. Argumento e roteiro: Finis Fox. Da novela de: Konrad Bercovici (The Bear Tamer’s Daughter). Fotografia: Al Green, Robert Kurrle. Montagem: Jeanne Spencer. Música: Hugo Riesenfeld. Som: Mono (Movietone) (numeros musicais e efeitos sonoros), Silencioso. Elenco: Dolores del Rio, James A. Marcus, Sophia Ortiga, LeRoy Mason, Rita Carewe, José Crespo, Sam Appel, Marta Golden, Jess Cavin.

Rio Rita (Rio Rita, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 140 minutos. Companhia produtora: RKO Radio Pictures. Produção: William LeBaron, Florenz Ziegfeld Jr.. Direção: Luther Reed. Argumento e roteiro: Luther Reed, Guy Bolton, Fred Thompson. Fotografia: Robert Kurrle. Montagem: William Hamilton. Música: Joseph McCarthy, Harry Tierney. Som: Mono (RCA Photophone System). Elenco: , John Boles, Bert Wheeler, Robert Woolsey, Dorothy Lee, Don Alvarado, Georges Renavent, Helen Kaiser, Richard Alexander, Hank Bell, Sammy Blum, Fred Burns, Lita Chevret, Cimini Male Chorus, Andy Clark, Ben Corbett, Nick De Ruiz, Elias Gamboa, Robert Livingston, Raymond Maurel, Clyde McClary, Bud McClure, Sam Nelson, Bud Osborne, Eva Rosita, Tiny Sandford, Fred Scott, Thomas C. Smith, Charles Stevens, Blue Washington.

Romance (The road to romance, 1927). EUA, 35 mm, P&B. Companhia Produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Direção: John S. Robertson. Argumento e Roteiro: Joseph Farnham, Josephine Lovett. Da novela de: Joseph Conrad 179

(Romance). Fotografia: Oliver T. Marsh. Montagem: William Hamilton. Som: Silencioso. Elenco: Ramon Novarro, Marceline Day, Marc McDermott, Roy D’Arcy, Cesare Gravina, Jules Cowles, John George, Bobby Mack, Otto Matieson.

Romance do Rio Grande (Romance of Rio Grande, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 95 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: Alfred Santell. Argumento e roteiro: Marion Orth. Da novela de: Katherine Fullerton Gerould (Conquistador). Fotografia: Arthur Edeson. Montagem: Paul Weatherwax. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Warner Baxter, Mona Maris, Mary Duncan, Antonio Moreno, Robert Edeson, Agostino Borgato, Albert Roccardi, Soledad Jiménez, Majel Coleman, Charles Byer, Merrill McCormick.

Romance em Budapeste, Um (Skandal in Budapest, 1933). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm, 83 minutos. Companhia produtora: Deutsche Universal-Film, Hunnia Filmstúdió. Produção: Joe Pasternak. Direção: Steve Sekely. Argumento e roteiro: Sándor Faragó, Aladar Laszlo, Károly Nóti. Fotografia: István Eiben. Música: Nicholas Brodszky. Som: Mono (Tobis-Klangfilm). Elenco: Franciska Gaal, Werner Pledath, Lotte Spira, Paul Hörbiger, Oskar Sima, Ursula Grabley, S.Z. Sakall, Charles Puffy, Hermann Blaß, Egon Brosig, Olga Engl, Sándor Góth, Hans Reimann, Else Reval, Lotte Stein.

Romance em Veneza, Um (The big pond, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 72 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures. Produção: Monta Bell. Direção: Hobart Henley. Argumento e roteiro: Garrett Fort, George Middleton, Robert Presnell Sr., , A.E. Thomas. Fotografia: George J. Folsey. Montagem: Emma Hill. Música: Pierre Norman. Som: Mono (Movietone). Elenco: Maurice Chevalier, Claudette Colbert, George Barbier, Marion Ballou, Andrée Corday, Frank Lyon, Nat Pendleton, Elaine Koch.

Rosa de Irlanda (Abie’s Irish Rose, 1928). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 129 minutos. Companhia produtora: Paramount Famous Lasky Corporation. Produção: B.P. Schulberg. Direção: Victor Fleming. Argumento e roteiro: Jules Furthman, Julian 180

Johnson, Herman J. Mankiewicz, Anne Nichols. Fotografia: Harold Rosson. Montagem: Eda Warren. Música: Edward Kilenyi, C. Rybner, J.S. Zamecnik. Som: Mono (Western Electric Sound System) (sequências faladas), Silencioso. Elenco: Charles ‘Buddy’ Rogers, Nancy Carroll, Jean Hersholt, J. Farrell MacDonald, Bernard Gorcey, Ida Kramer, Nick Cogley, Camillus Pretal, Rosa Rosanova, Thelma Todd, Carmencita Johnson, Leon Janney.

Rosas de Nossa Senhora, As (1930). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Astro Filme. Direção: Pasquale Di Lorenzo. Baseado na peça teatral de: Manoel Matos. Som: Silencioso. Elenco: Gerta Walkiria, Alves Moreira, Rubens Roca, Aurélia Magna, Walkiria Moreira, Emilio Dumas.

Roubo do soldado de Itapira, O (1926). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Anhangá Filme. Produção: Miguel Chiso, Achille Tartari. Direção: Achille Tartari. Operador: Helio Carrari, José Carrari. Som: Silencioso. Elenco: Nicola Tartaglione, Escola de Cinema Anhangá - alunos.

Rua da vaidade (Vanity street, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 67 minutos. Companhia produtora: Columbia Pictures Corporation. Produção: Harry Cohn. Direção: Nick Grinde. Argumento e roteiro: Frank Cavett, Edwards Roberts, Gertrude Purcell. Fotografia: Joseph H. August. Som: Mono. Elenco: Charles Bickford, Helen Chandler, , George Meeker, Arthur Hoyt, Raymond Hatton, Ruth Channing, Dolores Ray, Claudia Morgan, Ann Fay, Kathrin Clare Ward, May Beatty, Oscar ‘Dutch’ Hendrian, Eddie Boland.

Sagrado dilema (Frisco Jenny, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 73 minutos. Companhia produtora: First National Pictures. Direção: William A. Wellman. Argumento e roteiro: Wilson Mizner, Robert Lord, Gerald Beaumont, Lillie Hayward, John Francis Larkin. Fotografia: Sidney Hickox. Montagem: James B. Morley . Música: Cliff Hess. Som: Mono. Elenco: Ruth Chatterton, Louis Calhern, Helen Jerome Eddy, Donald Cook, James Murray, Hallam Cooley, Pat O’Malley, Harold Huber, Robert Emmett O’Connor, Willard Robertson, Gertrude Astor, Joe Bordeaux, Ed Brady, Don Brodie, Morgan Brown, Eddy Chandler, Wong Chung, Berton Churchill, Claudia Coleman, Heinie Conklin, Nick 181

Copeland, John Webb Dillon, Mike Donovan, Noel Francis, Sam Godfrey, Dorothy Granger. Harry Holman, Tenen Holtz, Sydney Jarvis, Payne B. Johnson, Jack W. Johnston, Florence Lake, Edwin Maxwell, Charles McAvoy, Frank McGlynn Sr., Clarence Muse, J. Carrol Naish, Henry Otho, Franklin Parker, Bob Perry, Buster Phelps, Lee Phelps, Fritzi Ridgeway, Dick Rush, Syd Saylor, Harry Seymour, Kathryn Sheldon, Nella Walker, Lucille Ward, Robert Warwick, William A. Wellman, Charles Williams.

Sangue e areia (Blood and sand, 1922). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 80 minutos. Companhia produtora: Paramount Pictures, Famous Players-Lasky Corporation. Produção: Jesse L. Lasky, Fred Niblo. Direção: Fred Niblo. Argumento e roteiro: Tom Cushing, June Mathis. Da novela de: Vicente Blasco Ibáñez (Sangre y arena). Fotografia: Alvin Wyckoff. Montagem: Dorothy Arzner. Som: Silencioso. Elenco: Rosa Rosanova, Leo White, Rosita Marstini, , Lila Lee, Charles Belcher, Fred Becker, George Field, Jack Winn, Harry Lamont, Gilbert Clayton, Walter Long, Nita Naldi, George Periolat, Sidney De Gray, Dorcas Matthews, W.E. Lawrence, Louise Emmons.

Sangue mineiro (1929). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Phebo Filme do Brasil S.A.. Produção: Agenor Cortes de Barros, Homero Cortes Dominngues, Carmen Santos Direção: Humberto Mauro. Argumento e roteiro: Humberto Mauro. Operador: Edgar Brasil. Cenografia: Paschoal Ciodar. Som: Silencioso. Elenco: Carmen Santos, Maury Bueno, Luis Soroa, Nita Ney, Pedro Fantol, Máximo Serrano, Ely Sone, Augusta Leal, Rosendo Franco, Humberto Mauro, Adhemar Gonzaga.

Sangue por glória (What price glory, 1926). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 116 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Direção: Raoul Walsh. Argumento e roteiro: Maxwell Anderson, Malcolm Stuart Boylan, James T. O’Donohoe, Laurence Stallings. Fotografia: Jack A. Marta, Barney McGill, John Smith. Música: R.H. Bassett, Erno Rapee. Som: Silencioso, Mono (Movietone) (números musicais e efeitos sonoros). Elenco: Edmund Lowe, Victor McLaglen, Dolores del Rio, William V. Mong, Phyllis Haver, Elena Jurado, Leslie Fenton, Barry 182

Norton, Sammy Cohen, Ted McNamara, August Tollaire, Mathilde Comont, Patrick Rooney, J. Carrol Naish, Jack Pennick, Clarence Wilson.

São Paulo - a sinfonia da metrópole (1929). Brasil, Documentário, P&B, 35 mm, 90 minutos. Companhia produtora: Rex Filme. Direção: Rodolfo Rex Lustig e Adalberto Kemeny. Argumento e roteiro: Adalberto Kemeny. Som: Silencioso.

Sedução (Where east is east, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 65 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: Hunt Stromberg, Irving Thalberg. Direção: Tod Browning. Argumento e roteiro: Tod Browning, Harry Sinclair Drago, Joseph Farnham, Waldemar Young. Fotografia: Henry Sharp. Montagem: Harry Reynolds. Música: William Axt. Som: Mono (números musicais e efeitos sonoros), Silencioso. Elenco: Lon Chaney, Lupe Velez, Estelle Taylor, Lloyd Hughes, Louis Stern, Mrs. Wong Wing, Willie Fung, Duke Kahanamoku, Mademoiselle Kithnou, Chris-Pin Martin, Richard Neill.

Severa, A (1931). Portugal, ficção, P&B, 35 mm, 110 minutos. Companhia produtora: Sociedade Universal de Superfilmes (SUS). Direção: José Leitão de Barros. Argumento e roteiro: J. Bernard Brunius, Júlio Dantas, José Leitão de Barros. Fotografia: Salazar Dinis, Paul Guichard. Música: Frederico de Freitas. Som: Mono. Elenco: Dina Teresa, António Luis Lopes, Antonio Lavradio, Ribeiro Lopes, Silvestre Alegrim, Costinha, Maria Sampaio, Patrício Álvares, Eduardo Dores, Maria Isabel, Antonio Fagim, Regina Montenegro, Oliveira Martins, Paradela de Oliveira, Mariana Alves, Baltasar de Azevedo, Tomás de SoEUA, Maria Do Carmo, Antonio Vilar. sonho que viveu, Um (Sunnyside up, 1930). EUA, ficção, P&B/cor (uma sequência), 35 mm, 121 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Produção: David Butler, Buddy G. DeSylva. Direção: David Butler. Argumento e roteiro: Buddy G. DeSylva, Lew Brown, Ray Henderson. Fotografia: Ernest Palmer, John Schmitz. Montagem: Irene Morra. Música: Howard Jackson, Arthur Kay. Som: Mono. Elenco: Janet Gaynor, Charles Farrell, Marjorie White, El Brendel, Mary Forbes, Peter Gawthorne, Sharon Lynn, Frank Richardson, Joe Brown. 183

Submarino (Submarine, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 93 minutos. Companhia produtora: Columbia Pictures Corporation. Produção: Harry Cohn. Direção: . Argumento e roteiro: Dorothy Howell, Norman Springer. Fotografia: Joseph Walker. Montagem: Arthur Roberts. Música: David Broekman, Maurice Baron. Som: Mono (Western Electric Sound System) (números musicais e efeitos sonoros), Silencioso. Elenco: Jack Holt, Dorothy Revier, Ralph Graves, Clarence Burton, Arthur Rankin, Joe Bordeaux, William H. O’Brien, Eric Wilton.

Trânsito, O (1929). Brasil, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: S.P.C.F. - Brasil Ideal Filme. Direção: José Pedro. Som: Silencioso. Elenco: José Gallini, Maria Moisés, Mezzacapo, Escola de José Pedro - alunos.

Último dos Vargas, O (El ultimo de los Vargas, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 61 minutos. Companhia produtora: Fox Film Corporation. Produção: Edward Butcher, William Goetz, Harold B. Lipsitz. Direção: David Howard. Argumento e roteiro: Francisco Moré de La Torre, Ernest Pascal. Da novela de: Zane Grey. Fotografia: Sidney Wagner. Som: Mono (Movietone). Elenco: George J. Lewis, Luana Alcañiz, Vicente Padula, Carmen Rodríguez, Christina Montt, Martin Garralaga, Juan de Landa, Max Wagner, Hipólito Mora, Pablo Arenas, Amadeo Alcañiz, Nelly Fernández, Carlos Villarías, María Teresa Renner.

Última gargalhada, A (Der letzte mann, 1924). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm, 101 minutos. Companhia produtora: Universum Film (UFA). Produção: Erich Pommer. Direção: F. W. Murnau. Argumento e roteiro: Carl Mayer. Fotografia: Karl Freund. Montagem: Elfi Böttrich. Música: Giuseppe Becce, Florian C. Reithner e Werner Schmidt-Boelcke. Som: Silencioso. Elenco: Emil Jannings, Maly Delschaft, Max Hiller, Emilie Kurz, Hans Unterkircher, Olaf Storm, Hermann Vallentin, Georg John, Emmy Wyda, O.E. Hasse, Harald Madsen, Neumann-Schüler, Carl Schenstrøm.

Valsas vienenses (Das tanzende wien, 1927). Alemanha, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Deutsche Vereins-Film AG (Defa-Deutsche Fox), Lya Mara-Film der DEFU. Produção: Frederic Zelnik. Direção: Frederic Zelnik. 184

Argumento e roteiro: Fanny Carlsen, Willy Haas. Fotografia: Frederik Fuglsang. Música: Willy Schmidt-Gentner. Som: Silencioso. Elenco: Lya Mara, , Alfred Abel, Eugen Burg, Albert Paulig, Julius Falkenstein, Gustav Charle, Arthur Kraußneck, Kurt Gerron, Hermann Picha, Hans Wassmann, Andreas Van Horn, Olga Engl, Arnold Korff, Georg Burghardt, Gyula Szöreghy.

Ver para crer (Why be good, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 84 minutos. Companhia produtora: First National Pictures. Produção: John McCormick. Direção: William A. Seiter. Argumento e roteiro: Carey Wilson, Carey Wilson. Fotografia: Sidney Hickox. Montagem: Terry O. Morse. Som: Mono (Western Electric Sound System) (números musicais e efeitos sonoros), Silencioso (versão alternativa). Elenco: Colleen Moore, Neil Hamilton, Bodil Rosing, John St. Polis, Edward Martindel, Eddie Clayton, Lincoln Stedman, Louis Natheaux, Collette Merton, Dixie Gay, Jean Harlow.

Verdade semi-nua, A (The half naked truth, 1932). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 77 minutos. Companhia produtora: RKO Radio Pictures. Produção: Pandro S. Berman, David O. Selznick. Direção: Gregory La Cava. Argumento e roteiro: Gregory La Cava, Corey Ford, Bartlett Cormack, Ben Markson, H.N. Swanson. Fotografia: Bert Glennon. Montagem: Charles L. Kimball. Música: Max Steiner. Som: Mono (RCA Photophone System). Elenco: Lupe Velez, Lee Tracy, Eugene Pallette, Frank Morgan, Shirley Chambers, Franklin Pangborn, Robert McKenzie, Mary Mason, Frank Austin, Brooks Benedict, Charles Dow Clark, James Donlan, Jay Eaton, Bess Flowers, Theresa Harris, Thomas E. Jackson, Si Jenks, William H. O’Brien, Cyril Ring, Henry Roquemore, Cliff Saum, Max Steiner.

Vidente, O (The mind reader, 1933). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 70 minutos. Companhia produtora: First National Pictures. Produção: Hal B. Wallis. Direção: Roy del Ruth. Argumento e roteiro: Robert Lord, Wilson Mizner. Fotografia: Sol Polito. Montagem: James Gibbon. Música: Bernhard Kaun, Felix Mills. Som: Mono. Elenco: Warren William, Constance Cummings, Allen Jenkins, Natalie Moorhead, Mayo Methot, Clarence Muse, Earle Foxe, Irving Bacon, Robert Barrat, Harry Beresford, , Symona Boniface, George Chandler, Sidney D’Albrook, Don Dillaway, Robert Greig, Grace Hayle, Walter Miller, 185

William J. O’Brien, Inez Palange, Christian Rub, Ruthelma Stevens, Harry Stubbs, Fred ‘Snowflake’ Toones, Eddy Waller, Kathrin Clare Ward, Tom Wilson.

Vingança (Vengeance, 1929). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 66 minutos. Companhia produtora: Columbia Pictures Corporation. Produção: Harry Cohn. Direção: Archie Mayo. Argumento e roteiro: Ralph Graves, F. Hugh Herbert. Fotografia: Ben F. Reynolds. Montagem: . Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Jack Holt, Dorothy Revier, Philip Strange, George C. Pearce, Hayden Stevenson, Irma Harrison, Onest Conley.

Viúva alegre, A (The merry widow, 1925). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 137 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Erich von Stroheim Production. Produção: Erich von Stroheim, Irving Thalberg. Direção: Erich Von Strohein. Argumento e roteiro: Erich von Stroheim, Benjamin Glazer. Fotografia: Oliver T. Marsh. Montagem: Frank E. Hull. Música: Franz Lehár, William Axt, David Mendoza, Maurice Baron. Som: Silencioso. Elenco: Mae Murray, John Gilbert, Roy D’Arcy, Josephine Crowell, George Fawcett, Tully Marshall, Edward Connelly, Helen Howard Beaumont, Gertrude Bennett, Bernard Berger, Sidney Bracey, Estelle Clark, Albert Conti, D’Arcy Corrigan, Joan Crawford, Xavier Cugat, Anielka Elter, Dale Fuller, Clark Gable, Jacqueline Gadsden, Louise Hughes, Irene, Harvey Karels, Hughie Mack, Charles Margolis, Anna Maynard, Ida Moore, George Nichols, Beatrice O’Brien, Walter Plunkett, Lon Poff, Eugene Pouyet, Frances Primm, Oscar Rudolph, Don Ryan, Rolfe Sedan, Carolynne Snowden, Merewyn Thayer, Edna Tichenor, Lucille Van Lent, Ellinor Vanderveer, Wilhelm von Brincken, Clara Wallacks, Zack Williams, Zalla Zarana.

Vontade do morto, A (La voluntad del muerto, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 87 minutos. Companhia produtora: Universal Pictures. Produção: Paul Kohner. Direção: Enrique Tovar Ávalos. Argumento e roteiro: Gladys Lehman, William Hurlbut. Fotografia: George Robinson. Montagem: Arthur Tavares. Som: Mono. Elenco: Antonio Moreno, Lupita Tovar, Andrés de Segurola, Roberto E. Guzmán, 186

Paul Ellis, Lucio Villegas, Agostino Borgato, Conchita Ballesteros, María Calvo, Soledad Jiménez, Nicolás Ruiz, Manuel Ballesteros, Pablo Álvarez Rubio.

Ye olde melodies (1929). EUA, Animação, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Fleischer Studios. Distribuição: Paramount Pictures. Direção: Dave Fleischer.

Wu-Li Chang (1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm, 70 minutos. Companhia produtora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Produção: George E. Kann. Direção: Carlos F. Borcosque e Nick Grinde. Argumento e roteiro: Salvador de Alberich, Frances Marion, Madeleine Ruthven. Fotografia: Leonard Smith. Montagem: George Boemler. Som: Mono (Western Electric Sound System). Elenco: Ernesto Vilches, José Crespo, Angelita Benítez, Marcela Nivón, José Soriano Viosca, Ura Mita, Mara Del Sobral, Martin Garralaga, Virginia Ruiz.

Xadrez para dois (Feu Mon Oncle, 1930). EUA, ficção, P&B, 35 mm. Companhia produtora: Hal Roach Studios. Produção: Hal Roach. Direção: James Parrott. Elenco: Stan Laurel, Oliver Hardy, Jean De Briac, Clara Guiol. 187

CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS

Figura 1: O Fonoautógrafo. http://peteletrica.blogspot.com/2011/05/evolucao-dos- metodos-de-reproducao-de.html. Acessado em 23.01.2012. Figura 2: O Fonógrafo. http://peteletrica.blogspot.com/2011/05/evolucao-dos-metodos- de-reproducao-de.html. Acessado em 23.01.2012. Figura 3: O Kinetophone de Edison. BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and Sound in Film History. New York: Oxford University Press, 2010, p. 280. Figura 4: William Kennedy Dickson. BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and Sound in Film History. New York: Oxford University Press, 2010, p. 279. Figura 5: Programa inaugural do sistema Vitaphone (1926). BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and Sound in Film History. New York: Oxford University Press, 2010, p. 290. Figura 6: Sistema de projeção com Vitaphone. http://parasemprehollywood.blogspot.com.br/. Acessado em 5.04.2012. Figura 7: Movietone: Sistema de densidade variável. BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and Sound in Film History. New York: Oxford University Press, 2010, p. 326. Figura 8: Movietone: Sistema de area variável. BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and Sound in Film History. New York: Oxford University Press, 2010, p. 326. Figura 9: Esquema de instalação do sistema de projeção sonoro Western Eletric. ROBERT, Antonio Robert. Manual de Proyección Cinematográfica Sonora. Barcelona: José Montesó Editor, 1937, p. 149. Figura 10: Protótipo de alto-falante. BUHLER, James; NEUMEYER, David; DEEMER, Rob. Hearing the Movies: Music and Sound in Film History. New York: Oxford University Press, 2010, p. 291. Figura 11: Esquema de funcionamento de um projector cinematográfico. ROBERT, Antonio Robert. Manual de Proyección Cinematográfica Sonora. Barcelona: José Montesó Editor, 1937, p. 21. 188

Figura 12: Esquema mecânico de um arco de espelho (Equipamento Gaumont). ROBERT, Antonio Robert. Manual de Proyección Cinematográfica Sonora. Barcelona: José Montesó Editor, 1937, p. 26. Figura 13: Arco de espelho (Equipamento Erneman). ROBERT, Antonio Robert. Manual de Proyección Cinematográfica Sonora. Barcelona: José Montesó Editor, 1937, p. 26. Figura 14: Projetor Sonoro Western Eletric. ROBERT, Antonio Robert. Manual de Proyección Cinematográfica Sonora. Barcelona: José Montesó Editor, 1937, p. 166. Figura 15: De volta ao paraíso. Folha da Manhã, São Paulo, 25 mar. 1928, p. 16. Figura 16: Romance. Folha da Manhã, São Paulo, 6 mai. 1928, p. 12. Figura 17: Aurora. Folha da Manhã, São Paulo, 17 jun. 1928, p. 15. Figura 18: Águias de guerra. Folha da Manhã, São Paulo, 4 mar. 1928, p. 17. Figura 19: O gato e o canário. Folha da Manhã, São Paulo, 11 mar. 1928, p. 12. Figura 20: O homem primitivo. Folha da Manhã, São Paulo, 18 mar. 1928, p. 7. Figura 21: Publicidade do Programa Matarazzo - Folha da Manhã, São Paulo, 04 nov. 1928, p.11. Figura 22: Uma Novidade na Sala Azul. Folha da Manhã, São Paulo, 29 jan. 1929, p. 6. Figura 23: Paramount Filmes S.A. Publicidade. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 30 Dez. 1928, p. 27. Figura 24: Paramount Filmes S.A. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 02 Dez. 1928, p. 10. Figura 25: No “Cine Paramount”. Folha da Manhã, São Paulo, 09 Abr. 1929, p. 8. Figura 26: Cine Paramount. Folha da Manhã, São Paulo, 10 Abr 1929, p. 8. Figura 27: Publicidade Paramount. Folha da Manhã, São Paulo, 13 Abr 1929, p.8. Figura 28: Cine Paramount - concurso. Folha da Manhã, São Paulo, 11 mai 1929, p.6. Figura 29: Paixão sem Freio. Folha da Manhã, São Paulo, 23 jun 1929, p.23. Figura 30: Publicidade de inauguração do Cine Rosário. Folha da Manhã, São Paulo, 03 set 1929, p.17. Figura 31: Cine Santo Antonio. Folha da Manhã, São Paulo, 24 mar 1928, p.16. Figura 32: As Férias de Clara. Folha da Manhã, São Paulo, 14 abr 1929, p.27. Figura 33: Os Cossacos. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 08 mai. 1930, p. 7. Figura 34: Ben Hur. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 08 mai. 1930, p. 15. Figura 35: Romance do Rio Grande. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 20 abr. 1930, p. 12. 189

Figura 36: Campeão de Futebol. Folha da Manhã, São Paulo, 4 out. 1931, p. 12. Figura 37: O Carnaval no Rio. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 mar. 1927, p. 15. Figura 38: O Sucesso de “Acabaram-se Os Otários”. Folha da Manhã, São Paulo, 03 set. 1929, p. 4. Figura 39: Oduvaldo Viana. Folha da Manhã, São Paulo, 18 abr. 1930, p. 8. Figura 40: Publicidade da estreia de Messalina. Folha da Manhã, São Paulo, 18 abr. 1930, p. 8. Figura 41: Uma novidade no Santa Helena. Folha da Manhã, São Paulo, 19 jun. 1929, p. 4. Figura 42: Amardon. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 19 abr. 1931, p. 13. Figura 43: Fonocinex. Publicidade. Folha da Manhã, São Paulo, 31 mai. 1931, p. 13. 190

ANEXOS

Anexo A: Projetores domésticos

Fonte: Revista Echofonográphico (Fev de 1905) 191

Anexo B

192

Anexo C: Publicidade da Cia Cinematográfica Brasileira

Fonte: Correio da Semana (18 abr. 1914). 193

Anexo D: Inauguração do Cine Paramount

Fonte: Folha da Manhã (14 abr. 1929, p. 6.) 194

Anexo E: O barqueiro do Volga

Fonte: Folha da Manha, 9 jan. 1927, p. 16. 195

Anexo F: Carta de Luiz de Barros à Folha da Manhã

Fonte: Folha da Manhã (12 jul. 1929, p. 4).

Na referência técnica indicada na correspondência acima, o texto de Luiz de Barros diz que o sistema se utiliza de “Válvulas de grande poder, em push-pull que alimentam os Power amplifiers que fornecem 50 watts aos alto-falantes”. Push-pull e single ended são denominações dadas a um tipo de circuito de saída de amplificador a válvula. No push- pull, ao contrário do single ended são empregadas duas válvulas de saída que apresentam maior rendimento de potência. Para se ter uma ideia mais precisa do que significava este aparelho em termos de áudio basta lembrar que até hoje os equipamentos usados para amplificação de guitarras elétricas são desse tipo. Abaixo um modelo moderno e similar ao apresentado por Luiz de Barros:

196

Anexo G: Acabaram-se os otários

Fonte: Folha da Manhã (01 set. 1929, p. 6.) 197

Anexo H: Projetor Fonocinex

Fonte: Folha da Manhã (14 jun.1931, 2.a Secção, p. 13)