1ª REVISÃO DO RELATÓRIO DE PROPOSTA Objetivos, Estratégia e Síntese de PLANO DIRETOR MUNICIPAL Proposta DE CONDEIXA-A-NOVA Volume II

OUTUBRO de 2014

CÂMARA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA

RELATÓRIO DE PROPOSTA 1ª REVISÃO DO Objetivos, Estratégia e Síntese de PLANO DIRETOR MUNICIPAL Proposta Volume II DE CONDEIXA-A-NOVA OUTUBRO de 2014

CÂMARA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA

Na capa: (1) “Buracas”, Casmilo, (2) Habitação contemporânea, Mata, (3) Canhão fluviocársico, rio de Mouros (4) Casa-Museu Fernando Namora, Condeixa-a-Nova (5) Rua da Condeixinha,

Condeixa-a-Nova (6) Campo agrícola, Mata (7) Igreja Matriz, Condeixa-a-Nova (8) Castellum, Alcabideque (9) Rio do Cais, Condeixa-a-Nova (10) Ruínas de Conímbriga, Condeixa-a-Velha (11) Vala do Paul do Arzila (12) Habitação recuperada, Mata

CID - Centro de Incubação e Desenvolvimento Rua António Champalimaud, Lote 1 T 21 456 98 70 [email protected] 1600-546 LISBOA F 21 456 98 79 www.plural-planeamento.pt

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO E ESTRUTURA DO PLANO ______1

1.1 ÂMBITO ______1 1.2 CONTEÚDO E ORGANIZAÇÃO DO PLANO ______1 1.3 ORIENTAÇÕES DO PLANO ______6 2. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL ______9

2.1 DIAGNÓSTICO PROSPETIVO ______10 2.1.1 UMA LEITURA GLOBAL – MATRIZ SWOT ______11 2.1.2 UMA LEITURA SECTORIAL – PRINCIPAIS DOMÍNIOS IDENTIFICADOS ______12 2.2 CONDEIXA 2020 – UMA VISÃO ESTRATÉGICA ______16 2.2.1 PANO DE FUNDO DA ESTRATÉGIA ______16 2.2.2 ESQUEMA ESTRATÉGICO ______16 2.2.3 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS GLOBAIS E OBJETIVOS ESPECÍFICOS ______21 2.2.4 EIXOS E MEDIDAS ______27 2.2.5 PROJETOS-ÂNCORA E PROJETOS COMPLEMENTARES ______29 2.2.5.1 PROJETOS ÂNCORA ...... 29 2.2.5.2 PROJETOS COMPLEMENTARES ...... 36 3. CONDICIONANTES LEGAIS ______37

3.1 RECURSOS NATURAIS ______39 3.1.1 RECURSOS HÍDRICOS ______39 3.1.1.1 DOMÍNIO HÍDRICO ...... 39 3.1.1.2 CAPTAÇÕES DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO E RESPETIVOS PERÍMETROS DE PROTEÇÃO ...... 40 3.1.2 RECURSOS GEOLÓGICOS ______42 3.1.2.1 PEDREIRAS ...... 42 3.1.2.2 CONCESSÕES MINEIRAS ...... 43 3.1.3 RECURSOS AGRÍCOLAS E FLORESTAIS ______44 3.1.3.1 RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL ...... 45 3.1.3.2 OBRAS DE APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA ...... 45 3.1.3.3 OLIVEIRAS ...... 46 3.1.3.4 SOBREIRO E AZINHEIRA ...... 46 3.1.3.5 AZEVINHO ...... 46 3.1.3.6 DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS ...... 47 3.1.3.7 ÁRVORES E ARVOREDOS DE INTERESSE PÚBLICO ...... 48 3.1.4 RECURSOS ECOLÓGICOS ______49 3.1.4.1 RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL ...... 49 3.1.4.2 ÁREAS PROTEGIDAS ...... 49 3.1.4.3 REDE NATURA 2000 ...... 50 3.2 PATRIMÓNIO CULTURAL ______51 3.2.1 PATRIMÓNIO CLASSIFICADO E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO ______52 3.3 INFRAESTRUTURAS ______53 3.3.1 REDE ELÉTRICA ______53 3.3.2 GASODUTOS ______54 3.3.3 REDE RODOVIÁRIA NACIONAL E ESTRADAS REGIONAIS ______55 3.3.4 ESTRADAS DESCLASSIFICADAS ______56 3.3.5 ESTRADAS E CAMINHOS MUNICIPAIS ______57 3.3.6 MARCOS GEODÉSICOS ______59 4. SISTEMA URBANO ______60

4.1.1 SISTEMA URBANO EXISTENTE ______60 4.1.2 SISTEMA URBANO PROPOSTO ______64 4.1.2.1 INTEGRAÇÃO DE CONDEIXA-A-NOVA NO SISTEMA URBANO PROPOSTO PARA A REGIÃO CENTRO ...... 64 4.1.2.2 SISTEMA URBANO PROPOSTO DO CONCELHO DE CONDEIXA-A-NOVA ...... 67 5. CLASSIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO SOLO ______71

5.1 PRINCÍPIOS GENÉRICOS E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO ______71 5.2 PLANEAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL NA ÓPTICA DO PROT-C ______75 5.3 ENQUADRAMENTO DAS ÁREAS EDIFICADAS ______79 5.4 COMPROMISSOS URBANÍSTICOS ______82 5.5 SOLO RURAL ______82 5.5.1 ASPETOS GERAIS ______82 5.5.2 METODOLOGIA DE DELIMITAÇÃO DO SOLO RURAL ______83 5.5.3 QUALIFICAÇÃO DO SOLO RURAL ______86 5.5.3.1 ESPAÇOS AGRÍCOLAS ...... 86 5.5.3.2 ESPAÇOS DE USO MÚLTIPLO AGRÍCOLA E FLORESTAL ...... 88 5.5.3.3 ESPAÇOS FLORESTAIS DE PRODUÇÃO ...... 88 5.5.3.4 ESPAÇOS NATURAIS ...... 89 5.5.3.5 ESPAÇOS DE RECURSOS GEOLÓGICOS ...... 90 5.5.4 QUANTIFICAÇÃO DO SOLO RURAL ______92 5.6 SOLO URBANO ______93 5.6.1 METODOLOGIA DE DELIMITAÇÃO DO SOLO URBANO ______94 5.6.2 QUALIFICAÇÃO DO SOLO URBANO ______97 5.6.2.1 SOLOS URBANIZADOS ...... 97 5.6.2.2 SOLOS URBANIZÁVEIS ...... 101 5.6.3 PROPOSTAS DE SOLO URBANO ______102 5.6.3.1 DE ANOBRA...... 103 5.6.3.2 FREGUESIA DE CONDEIXA-A-VELHA/ CONDEIXA-A-VELHA ...... 104 5.6.3.3 FREGUESIA DE EGA ...... 107 5.6.3.4 FREGUESIA DO FURADOURO ...... 108 5.6.3.5 FREGUESIA DE SEBAL/ BELIDE ...... 108 5.6.3.6 FREGUESIA DE VILA SECA/ BENDAFÉ ...... 109 5.6.3.7 FREGUESIA DO ZAMBUJAL ...... 110 5.6.4 QUANTIFICAÇÃO DO SOLO URBANO E ANÁLISE COMPARATIVA DO PDM COM A PROPOSTA DE REVISÃO ______111 5.6.4.1 QUANTIFICAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DO SOLO URBANO ...... 111 5.6.4.2 ORIENTAÇÕES DO PROT-C PARA AS PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO AO SOLO URBANO ...... 119 5.6.4.3 ANÁLISE COMPARATIVA DOS PARÂMETROS URBANÍSTICOS ...... 122 5.6.5 ESTIMATIVA DA CAPACIDADE HABITACIONAL E POPULACIONAL DAS PROPOSTAS DE SOLO URBANO ______130 6. ESTRUTURA ECOLÓGICA MUNICIPAL ______133

6.1 A ESTRUTURA REGIONAL DE PROTEÇÃO E VALORIZAÇÃO AMBIENTAL E O CONCELHO DE CONDEIXA-A- NOVA ______134 6.2 METODOLOGIA DE ADAPTAÇÃO DE CONTEÚDO DA ERPVA À ESCALA MUNICIPAL ______135 6.2.1 ETAPA 1: ESTRUTURA ECOLÓGICA MUNICIPAL POTENCIAL ______135 6.2.2 ETAPA 2: ESTRUTURA ECOLÓGICA MUNICIPAL EFETIVA ______140 6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ______145 7. VALORES CULTURAIS E NATURAIS ______146

7.1 REGIME DE PROTECÇÃO LEGAL ______146 7.2 PATRIMÓNIO CLASSIFICADO E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO ______149 7.3 PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO ______150

7.4 PATRIMÓNIO COM INTERESSE MUNICIPAL E OUTRO PATRIMÓNIO COM INTERESSE ______152 7.5 CONJUNTOS COM INTERESSE ______154 7.6 LOCAIS COM INTERESSE GEOLÓGICO ______155 7.7 ÁRVORES DE INTERESSE PÚBLICO ______157 7.8 POLÍTICA REGIONAL DE PROTECÇÃO E VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL ______157 7.9 POLÍTICA MUNICIPAL DE PROTECÇÃO DOS VALORES CULTURAIS ______159 8. REDE VIÁRIA, TRANSPORTES E MOBILIDADE ______161

8.1 REDE RODOVIÁRIA ______161 8.1.1 ENQUADRAMENTO NAS POLÍTICAS REGIONAIS ______161 8.1.2 ACESSIBILIDADES EXTERNAS E INTERNAS ______163 8.1.3 CONCEITO GLOBAL PROPOSTO ______166 8.1.4 HIERARQUIZAÇÃO FUNCIONAL E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO ______168 8.1.5 PRINCÍPIOS PARA A GESTÃO DA REDE RODOVIÁRIA ______174 8.2 TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS ______175 8.2.1 ENQUADRAMENTO NAS POLÍTICAS REGIONAIS ______176 8.2.2 CONCEITO GLOBAL PROPOSTO ______177 8.2.3 PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO ______180 8.2.4 PRINCÍPIOS PARA A GESTÃO DO SISTEMA DE TRANSPORTES ______184 8.3 MOBILIDADE ______185 8.3.1 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO ______185 8.3.2 ALTERNATIVAS DE MOBILIDADE ______187 9. ÁREAS DE RISCO AO USO DO SOLO ______189

9.1 ZONAS INUNDÁVEIS EM SOLO URBANO ______189 9.2 CLASSIFICAÇÃO ACÚSTICA ______190 10. UNIDADES OPERATIVAS DE PLANEAMENTO E GESTÃO ______193

11. OUTRAS PROPOSTAS SECTORIAIS ______198

11.1 QUADRO DEMOGRÁFICO PROSPETIVO ______198 11.1.1 BREVE ENQUADRAMENTO DA EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA RECENTE ______198 11.1.2 POPULAÇÃO RESIDENTE EM 2023 ______202 11.1.2.1 FORMULAÇÃO DO QUADRO DE PARTIDA ...... 202 11.1.2.2 PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE (2011-2023) ...... 203 11.2 HABITAÇÃO ______206 11.2.1 SÍNTESE DA CARACTERIZAÇÃO DO PARQUE HABITACIONAL DE CONDEIXA-A-NOVA ______207 11.2.2 AVALIAÇÃO DAS CARÊNCIAS HABITACIONAIS ______210 11.2.3 AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES DE ALOJAMENTO EM 2023 ______212 11.2.4 ORIENTAÇÕES GERAIS DO PROT-C PARA A FUNÇÃO HABITACIONAL ______213 11.2.5 ORIENTAÇÕES E MEDIDAS DE POLÍTICA HABITACIONAL DO MUNICÍPIO DE CONDEIXA-A-NOVA __ 215 11.3 EQUIPAMENTOS COLETIVOS ______220 11.3.1 ENQUADRAMENTO GERAL, METODOLÓGICO E DE SÍNTESE ______220 11.3.2 OBJETIVOS GERAIS DO PROT-C PARA A POLÍTICA DE EQUIPAMENTOS DA REGIÃO ______222 11.3.3 EQUIPAMENTO EDUCATIVO ______223 11.3.3.1 OBJETIVOS PARA A REDE REGIONAL DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO ...... 223 11.3.3.2 SÍNTESE DA CARACTERIZAÇÃO ...... 224 11.3.3.3 PROPOSTA ...... 226 11.3.4 EQUIPAMENTO DE SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL ______229 11.3.4.1 OBJETIVOS PARA A REDE REGIONAL DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DE APOIO SOCIAL ...... 229 11.3.4.2 SÍNTESE DA CARACTERIZAÇÃO ...... 230 11.3.4.3 PROPOSTA ...... 232 11.3.5 EQUIPAMENTO DE SAÚDE ______235

11.3.5.1 OBJETIVOS PARA A REDE REGIONAL DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DE SAÚDE ...... 235 11.3.5.2 SÍNTESE DA CARACTERIZAÇÃO ...... 237 11.3.5.3 PROPOSTA ...... 237 11.3.6 EQUIPAMENTO DESPORTIVO ______239 11.3.6.1 OBJETIVOS PARA A REDE REGIONAL DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS ...... 239 11.3.6.2 SÍNTESE DA CARACTERIZAÇÃO ...... 240 11.3.6.3 PROPOSTA ...... 241 11.3.7 EQUIPAMENTO CULTURAL ______244 11.3.7.1 OBJETIVOS DO PROT PARA A REDE DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DE CULTURA ...... 244 11.3.7.2 SÍNTESE DA CARACTERIZAÇÃO ...... 244 11.3.7.3 PROPOSTA ...... 245 11.3.8 EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO CIVIL ______247 11.3.8.1 OBJETIVOS PARA A REDE REGIONAL DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO CIVIL ...... 247 11.3.8.2 SÍNTESE DOS ESTUDOS DE CARACTERIZAÇÃO ...... 248 11.3.8.3 PROPOSTA ...... 248 11.4 TURISMO ______248 11.4.1 ORIENTAÇÕES DO PENT (REVISÃO DO PENT PARA PERÍODO 2013/2015) ______249 11.4.1.1 ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS DA REGIÃO CENTRO ...... 250 11.4.1.2 ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO CENTRO ...... 251 11.4.2 ORIENTAÇÕES DO PROT-C PARA O TURISMO DA REGIÃO CENTRO ______252 11.4.2.1 O SISTEMA ESTRUTURANTE PRODUTIVO: CASO DO TURISMO ...... 252 11.4.2.2 NORMAS GERAIS PARA O TURISMO ...... 254 11.4.2.3 NORMAS ESPECÍFICAS PARA O TURISMO ...... 254 11.4.2.4 NORMAS POR UNIDADE TERRITORIAL ...... 255 11.4.3 MATRIZ-SÍNTESE DAS ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A REGIÃO CENTRO, CENTRO LITORAL E CONCELHO DE CONDEIXA-A-NOVA ______256 11.4.4 ESTRATÉGIA MUNICIPAL PARA O TURISMO ______258 11.4.4.1 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO PROSPETIVO ...... 258 11.4.4.2 INTERVENÇÕES EM CURSO/INTENÇÕES ESTRATÉGICAS ...... 258 11.4.4.3 PLANO DIRETOR TURÍSTICO ...... 261 11.5 INFRAESTRUTURAS URBANAS ______263 11.5.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ______263 11.5.2 DRENAGEM E TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS ______266 11.5.3 RECOLHA E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ______269 11.5.4 INFRAESTRUTURAS ELÉTRICAS, DE COMUNICAÇÃO E GASISTAS ______272 12. COMPATIBILIZAÇÃO DA PROPOSTA DE ORDENAMENTO COM PLANOS DE HIERARQUIA SUPERIOR ______273

12.1 PROGRAMA NACIONAL DA POLÍTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO ______273 12.2 PLANO SECTORIAL DA REDE NATURA 2000 - RELATÓRIO DE CONFORMIDADE ______275 12.2.1 BREVE CARACTERIZAÇÃO DO SÍTIO PAUL DE ARZILA ______276 12.2.2 BREVE CARACTERIZAÇÃO DA ZPE PAUL DE ARZILA ______277 12.2.3 CONFORMIDADE DA REDE NATURA 2000 COM O PLANO DIRETOR MUNICIPAL ______281 12.3 PLANO DE GESTÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS RIOS VOUGA, MONDEGO E LIS ______281 12.4 PLANO DE ORDENAMENTO DA RESERVA NATURAL DO PAUL DE ARZILA ______281 12.5 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO CENTRO LITORAL______283 12.6 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO CENTRO ______285 13. SÍNTESE DA COMPATIBILIZAÇÃO ENTRE A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL E O ORDENAMENTO PROPOSTO ______289

ANEXO I – CARTOGRAFIA

ANEXO II – COMPROMISSOS URBANÍSTICOS

ANEXO III - QUANTIFICAÇÃO DO SOLO URBANO E ANÁLISE COMPARATIVA DO PDM COM A PROPOSTA DE REVISÃO

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Sistema Urbano da Região Centro ______66 Figura 2: Sistema Urbano Proposto do concelho de Condeixa-a-Nova ______70 Figura 3: Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Mondego no concelho de Condeixa-a-Nova ______87 Figura 4: Solo Urbano do PDM em vigor ______113 Figura 5: Solo Urbano da Proposta de Revisão do PDM ______115 Figura 6: Área ocupada pelas categorias de Solo Urbano no PDM e na proposta de revisão (ha) ______118 Figura 7: ERPVA do PROT-C e o concelho de Condeixa-a-Nova ______134 Figura 8: Corredor ecológico estruturante do Mondego e o concelho de Condeixa-a-Nova ______136 Figura 9: Áreas Nucleares – Áreas classificadas ______137 Figura 10: Coberto vegetal com importância ecológica com potencial para integrar a EEM ______138 Figura 11: Corredores ecológicos secundários potenciais ______139 Figura 12: Coberto vegetal com importância ecológica incluído na EEM ______141 Figura 13: Corredor ecológico secundário efetivo ______142 Figura 14: Sistemas da REN incluídos na EEM ______143 Figura 15: RAN incluída na EEM ______144 Figura 16: Locais com interesse geológico ______156 Figura 17: Modelo Territorial do PROT-C (Sistema Acessibilidade e Transportes)______162 Figura 18: Via do Sistema Primário (IC2) ______169 Figura 19: Via do Sistema Secundário (ER1-7) ______169 Figura 20: Via do Sistema Terciário (CM1113, em Campizes) ______169 Figura 21: Via do Sistema Terciário (Largo Rodrigo de Fonseca) ______169 Figura 22: Esquema do Conceito Global dos Transportes Públicos de Passageiros ______179 Figura 23: Evolução da população residente no concelho de Condeixa-a-Nova, entre 1960 e 2011 ______198 Figura 24: Evolução da distribuição da população por grupos etários no concelho de Condeixa-a-Nova e no Baixo Mondego, entre 1991 e 2011 ______201 Figura 25: Evolução da população residente no concelho de Condeixa-a-Nova, entre 1991 e 2023 ______204 Figura 26: População Residente no concelho de Condeixa-a-Nova, por , 1991 a 2023 ______205 Figura 27: Medidas de política habitacional do concelho de Condeixa-a-Nova ______216 Figura 28: Localização dos Centros Escolares de Condeixa-a-Nova ______228 Figura 29: Desenvolvimento Turístico da Região Centro ______253 Figura 30: Rede de Abastecimento de Água ______265 Figura 31: Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais ______268 Figura 32: Sub-regiões do PROF CL no concelho de Condeixa-a-Nova______283

ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1: Organização do PDM ______5 Quadro 2: Visão estratégica para o concelho de Condeixa-a-Nova ______6 Quadro 3: Síntese SWOT de Condeixa-a-Nova ______11 Quadro 4: Matriz-Síntese da Estratégia de Desenvolvimento do Concelho de Condeixa-a-Nova ______20 Quadro 5: Classes, Categorias e Subcategorias de Espaço ______73 Quadro 6: Proposta de enquadramento das AEC em solo urbano ______80

Quadro 7: Critérios de ordenamento para a delimitação das categorias e subcategorias do solo rural ______85 Quadro 8: Comparação da qualificação do solo rural do PDM e da revisão do PDM ______92 Quadro 9: Quantificação da proposta do solo rural ______93 Quadro 10: Quantificação do solo rural (por subcategoria de espaço) e do solo urbano (total) ______93 Quadro 11: Comparação das subcategorias do Solo Urbano no PDM anterior com as da proposta de revisão ______111 Quadro 12: Quantificação do solo urbano em vigor e da proposta de revisão (em hectares e peso percentual) ______117 Quadro 13: Análise dos critérios definidos no PROT-C para as propostas de solo urbano ______120 Quadro 14: Índices definidos no atual PDM para os Espaços a Urbanizar existentes na Vila de Condeixa-a-Nova ______123 Quadro 15: Parâmetros de dimensionamento de estacionamento do PDM ______125 Quadro 16: Parâmetros de dimensionamento de estacionamento para loteamentos do PDM ______125 Quadro 17: Regime de edificabilidade proposto pela revisão do PDM para os solos urbanizados e urbanizáveis, a aplicar a operações de loteamento (valores máximos) ______126 Quadro 18: Regime de edificabilidade proposto pela revisão do PDM para os solos urbanizados e urbanizáveis a aplicar a parcelas existentes (valores máximos) ______126 Quadro 19: Parâmetros de dimensionamento mínimos de estacionamento ______127 Quadro 20: Parâmetros de dimensionamento mínimos de arruamentos ______128 Quadro 21: Estimativa da capacidade habitacional dos solos urbanizáveis ______130 Quadro 22: Estimativa da capacidade habitacional resultante da colmatação dos solos urbanizados (1) ______130 Quadro 23: ERPVA para o território do PROT-C - concelho de Condeixa-a-Nova ______135 Quadro 24: Vias da Rede Nacional Fundamental e Complementar e respetivo itinerário ______163 Quadro 25: Hierarquia Funcional Proposta ______170 Quadro 26: Identificação dos nós rodoviários a estudar ______173 Quadro 27: Características físicas e operacionais da rede rodoviária______174 Quadro 28: População no Baixo Mondego, por concelho, entre 1991 e 2011 ______199 Quadro 29: População no concelho de Condeixa-a-Nova, por freguesia, entre 1991 e 2011 ______200 Quadro 30: Estrutura etária do concelho de Condeixa-a-Nova, por freguesia, em 2011 ______202 Quadro 31: Evolução da população residente no concelho de Condeixa-a-Nova entre 1991 e 2023 ______203 Quadro 32: Evolução da população por freguesia no concelho de Condeixa-a-Nova, entre 1991 a 2023 (Hipótese B) ______205 Quadro 33: População do concelho de Condeixa-a-Nova, por grupos funcionais, 2023 ______206 Quadro 34: Nº de alunos matriculados no ano letivo 2013/2014, por estabelecimento de ensino ______225 Quadro 35: Alunos previstos no ano letivo 2011/2012 e alunos matriculados no ano letivo 2013/2014 ______227 Quadro 36: Necessidades previsíveis de apoio social à população idosa de Condeixa-a-Nova (nº de utentes), em 2023 ______233 Quadro 37: Síntese da distribuição da Área das instalações Desportivas de Condeixa-a-Nova, 2010/11 ______241 Quadro 38: Necessidades de área desportiva no concelho de Condeixa-a-Nova, em 2023 ______242 Quadro 39: Dimensão Funcional Útil recomendada e existente, em Condeixa-a-Nova, por tipologia, 2010 e 2023 ______242 Quadro 40: Matriz-síntese das orientações estratégicas para o Turismo na Região Centro, Centro Litoral, e no concelho de Condeixa-a- Nova ______257 Quadro 41: Matriz-síntese das intenções/projetos autárquicos em matéria de turismo ______259 Quadro 42: Orientações de gestão específicas para o SIC Paul de Arzila ______277 Quadro 43: Orientações de gestão para a ZPE Paul de Arzila ______278 Quadro 44: Orientações de gestão gerais para o SIC Paul de Arzila ______279 Quadro 45: Correspondência entre as Áreas de Proteção do PORNPA e as categorias proposta no PDM ______282 Quadro 46: Compatibilização das funções principais das Sub-regiões do PROF com a categoria proposta na revisão do PDM ______284 Quadro 47: Modelo Territorial versus proposta de Plano ______286

Quadro 48: Matriz-Síntese da compatibilização entre a estratégia de desenvolvimento local e o ordenamento proposto ______290 Quadro 49: Área das diferentes subcategorias de Solo Urbano no PDM (em hectares e peso percentual) ______301 Quadro 50: Área das diferentes subcategorias de Solo Urbano na Proposta de Revisão do PDM (em hectares e peso percentual) ____ 305 Quadro 51: Comparação do solo urbano no PDM com a Proposta de Revisão (em hectares e variação percentual) ______307

1. INTRODUÇÃO E ESTRUTURA DO PLANO

1.1 ÂMBITO

A Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova deliberou, em 19 de janeiro de 2004, proceder à revisão do seu Plano Diretor Municipal1, de modo a garantir um ordenamento do território mais adequado à realidade atual do Concelho, e em observação do artigo 1º do Regulamento do PDM que prevê que o plano seja revisto antes de passarem 10 anos, contados a partir da sua entrada em vigor.

O presente relatório é elaborado no âmbito da 1ª Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Condeixa-a-Nova e diz respeito à Proposta de Plano (3ª Fase), de acordo com o faseamento estabelecido.

Neste relatório é abordada a Estratégia de Desenvolvimento definida para o concelho, são sistematizadas as Condicionantes Legais que incidem sobre o território do concelho de Condeixa-a-Nova, salientando as suas implicações e a legislação que as consagra e regulamenta, são explicitadas as Propostas do Plano nas suas diversas componentes sectoriais e, destacadamente, a Proposta de Ordenamento, e é efetuada uma análise comparativa das propostas de solo urbano entre o PDM e a sua revisão, bem como a sua compatibilização com os Planos de Hierarquia Superior.

Numa fase posterior será acrescentado ao Plano o Relatório com a Ponderação da Discussão Pública.

Uma referência para o Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro (versão de maio de 2011), considerado nesta proposta dada a sua relevância transversal a todos os domínios abordados no âmbito do PDM, apesar de não se encontrar eficaz. A articulação entre as disposições que dele constam e a proposta de revisão do PDM foi sendo feita ao longo de todo o documento.

1.2 CONTEÚDO E ORGANIZAÇÃO DO PLANO

De acordo com o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão do Território (RJIGT, Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 181/2009, de 7 de agosto), no que diz respeito ao conteúdo material, o artigo 85º determina que o PDM, “define um modelo de organização municipal do território nomeadamente estabelecendo:

a) A caracterização económica, social e biofísica, incluindo da estrutura fundiária da área de intervenção; b) A definição e caracterização da área de intervenção identificando as redes urbana, viária, de transportes e de equipamentos de educação, de saúde, de abastecimento público e de segurança,

1 Ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 12/94, de 25 de fevereiro de 1994.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 1 1

bem como os sistemas de telecomunicações, de abastecimento de energia, de captação, de tratamento e abastecimento de água, de drenagem e tratamento de efluentes e de recolha, depósito e tratamento de resíduos; c) A definição dos sistemas de proteção dos valores e recursos naturais, culturais, agrícolas e florestais, identificando a estrutura ecológica municipal; d) Os objetivos de desenvolvimento estratégico a prosseguir e os critérios de sustentabilidade a adotar, bem como os meios disponíveis e as ações propostas; e) A referenciação espacial dos usos e das atividades nomeadamente através da definição das classes e categorias de espaços; f) A identificação das áreas e a definição de estratégias de localização, distribuição e desenvolvimento das atividades industriais, turísticas, comerciais e de serviços; g) A definição de estratégias para o espaço rural, identificando aptidões, potencialidades e referências aos usos múltiplos possíveis; h) A identificação e a delimitação dos perímetros urbanos, com a definição do sistema urbano municipal; i) A definição de programas na área habitacional; j) A especificação qualitativa e quantitativa dos índices, indicadores e parâmetros de referência, urbanísticos ou de ordenamento, a estabelecer em plano de urbanização e plano de pormenor, bem como os de natureza supletiva aplicáveis na ausência destes; l) A definição de unidades operativas de planeamento e gestão, para efeitos de programação da execução do plano, estabelecendo para cada uma das mesmas os respetivos objetivos, bem como os termos de referência para a necessária elaboração de planos de urbanização e de pormenor; m) A programação da execução das opções de ordenamento estabelecidas; n) A identificação de condicionantes, designadamente reservas e zonas de proteção, bem como das necessárias à concretização dos planos de proteção civil de caráter permanente; o) As condições de atuação sobre áreas críticas, situações de emergência ou de exceção, bem como sobre áreas degradadas em geral; p) As condições de reconversão das áreas urbanas de génese ilegal; q) A identificação das áreas de interesse público para efeitos de expropriação, bem como a definição das respetivas regras de gestão; r) Os critérios para a definição das áreas de cedência, bem como a definição das respetivas regras de gestão;

2 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

s) Os critérios de perequação compensatória de benefícios e encargos decorrentes da gestão urbanística a concretizar nos instrumentos de planeamento previstos nas unidades operativas de planeamento e gestão; t) A articulação do modelo de organização municipal do território com a disciplina consagrada nos demais instrumentos de gestão territorial aplicáveis; u) O prazo de vigência e as condições de revisão.”

Este artigo, define ainda que “não obstante a existência dos índices, parâmetros e indicadores de natureza supletiva a que alude a alínea j) do número anterior, são diretamente aplicáveis às operações urbanísticas a realizar em zona urbana consolidada, como tal identificada no plano, os índices, parâmetros e indicadores de referência para elaboração do plano de urbanização ou de plano de pormenor, nas seguintes condições:

a) Tenha decorrido o prazo de cinco anos sobre a data de entrada em vigor do plano diretor municipal, sem que haja sido aprovado o plano de urbanização ou o plano de pormenor; b) Os índices e parâmetros de referência estabelecidos no plano diretor municipal definam os usos e a cércea máxima a observar, bem como os indicadores relativos à definição da rede viária e do estacionamento.”

Em termos do conteúdo documental, o RJIGT estabelece, no seu artigo 86º, que:

1. “O plano diretor municipal é constituído por:

a) Regulamento; b) Planta de ordenamento, que representa que representa o modelo de organização espacial do território municipal, de acordo com os sistemas estruturantes e a classificação e qualificação dos solos e ainda as unidades operativas de planeamento e gestão definidas; c) Planta de condicionantes, que identifica as servidões e restrições de utilidade pública em vigor que possam constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma específica de aproveitamento.

2. O plano diretor municipal é acompanhado por:

a) Estudos de caracterização do território municipal; b) Relatório, que explicita os objetivos estratégicos e as opções de base territorial adotadas para o modelo de organização espacial, bem como a respetiva fundamentação técnica, suportada na avaliação das condições económicas, sociais, culturais e ambientais para a sua execução;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 3 3

c) Relatório ambiental, no qual se identificam, descrevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objetivos e o âmbito de aplicação territorial respetivos; d) Programa de execução, contendo designadamente disposições indicativas sobre a execução das intervenções municipais previstas, bem como sobre os meios de financiamento das mesmas.

A publicação da Portaria n.º 138/2005, de 2 de fevereiro, vem estabelecer os demais elementos que devem acompanhar o PDM, nomeadamente:

a) “Planta de enquadramento regional, elaborada a escala inferior à do plano diretor municipal, com indicação dos municípios limítrofes, centros urbanos mais importantes, principais vias de comunicação e outras infraestruturas relevantes e grandes equipamentos que sirvam o município, bem como a delimitação da área de intervenção dos demais instrumentos de gestão territorial em vigor para a área do município; b) Planta da situação existente, com a ocupação do solo, à data de elaboração do plano; c) Relatório e ou planta com a indicação das licenças ou autorizações de operações urbanísticas emitidas, bem como das informações prévias favoráveis em vigor, substituível por declaração de câmara municipal comprovativa da inexistência dos referidos compromissos urbanísticos na área do plano; d) Carta da estrutura ecológica municipal; e) Participações recebidas em sede de discussão pública e respetivo relatório de ponderação.”

Esta 1ª revisão do PDM de Condeixa-a-Nova dá resposta ao conteúdo material e documental definidos por lei, abordando as diversas temáticas referidas, que se encontram tratadas nos elementos que constituem e acompanham o Plano. A sua organização, na presente revisão, é explicada de seguida.

Acresce referir que a publicação do Decreto-lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro, que aprova o Regulamento Geral do Ruído, introduz uma alteração à Portaria n.º 138/2005, acrescentando o Mapa do Ruído como um dos elementos que acompanham o Plano. De referir a este propósito o seguinte: na adaptação do mapa de ruído feita em 2007 não foram feitas novas contagens de tráfego porque se tratou apenas de adaptar ao novo quadro legal um mapa já existente, bem como todos os trabalhos de campo a ele associados. A adaptação foi feita ao abrigo do regime transitório previsto no artigo 4º do Decreto-Lei 9/2007, de 17 de Janeiro.

Dando resposta ao conteúdo estabelecido na legislação em vigor para os PDM, a 1ª Revisão do PDM de

Condeixa-a-Nova apresenta a seguinte organização:

4 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Quadro 1: Organização do PDM

VOLUMES PEÇAS ESCRITAS PEÇAS DESENHADAS

- Estudos de Caracterização V1.01 - Planta de Enquadramento Regional (1:250 000) 1. Introdução e Enquadramento V1.02 - Planos, Compromissos e Intenções (1:25 000) 2. Condeixa-a-Nova e o Contexto Regional V1.03 - Análise Biofísica - Síntese Fisiográfica (1:25 000) 3. Instrumentos de Gestão Territorial de Hierarquia Superior V1.04 - Análise Biofísica - Valores Naturais (1:25 000) 4. Planos Municipais, Compromissos e V1.05 - Análise Biofísica - Potenciais Disfunções Ambientais Intenções (1:25 000) 5. Análise Demográfica V1.06 - Situação Existente - Uso e Ocupação do Solo (1:25 000) 6. Estrutura Produtiva e Base Económica V1.07 - Equipamentos Coletivos (1:25 000) 7. Caracterização Biofísica V1.08 - Valores Culturais (1:25 000) 8. Sistema Urbano V1.09 - Rede Rodoviária - Estrutura e Hierarquização Atuais (1:25 000) VOLUME I 9. Uso e Ocupação do Território V1.10 - Rede Rodoviária - Inventário Físico (1:25 000) 10. Habitação V1.11 - Infraestruturas Urbanas - Rede de Abastecimento de Água 11. Equipamentos Coletivos (1:25 000) 12. Valores Culturais V1.12 - Infraestruturas Urbanas - Rede de Drenagem e Tratamento 13. Rede Viária e Transportes de Águas Residuais (1:25 000) 14. Infraestruturas Urbanas V1.13- Infraestruturas Urbanas - Recolha e Tratamento de Resíduos 15. Riscos Naturais e Tecnológicos Sólidos (1:25 000) 16. Avaliação do PDM em vigor V1.14 - Infraestruturas Urbanas – Infraestruturas elétricas e gasistas 17. Síntese (1:25 000) - Anexo - Pretensões e sugestões V1.15 - Riscos Naturais e Tecnológicos (1:25 000) apresentadas durante a prévia consulta V1.16 – Avaliação do PDM – Análise urbanística (1:25 000) pública e posteriormente

- Relatório de Proposta – Objetivos, Estratégia e Síntese de Proposta - Relatório Ambiental V2.01 – Compromissos Urbanísticos (1:25 000) - Programa de Execução V2.02 - Estrutura Ecológica Municipal (1:25 000) VOLUME II - Relatório de Compromissos Urbanísticos V2.03 - Rede Rodoviária - Hierarquização Funcional Proposta - Relatório com a Ponderação da Discussão (1:25 000) Pública - Mapa de Ruído - Carta Educativa

V3.1.1 - Planta de Ordenamento - Classificação e Qualificação do solo (1:25 000) V3.1.2 - Planta de Ordenamento - Classificação acústica (1:25 000) V3.2.1 - Planta de Condicionantes – Outras condicionantes e servidões (1:25 000) VOLUME III - Regulamento V3.2.2 - Planta de Condicionantes – RAN e Obras de aproveitamento hidroagrícola (1:25 000) V3.2.3 - Planta de Condicionantes – REN (1:25 000) V3.2.4 - Planta de Condicionantes - Perigosidade de risco de incêndio e áreas ardidas (1:25 000)

VOLUME - - Estrutura Urbana dos Aglomerados (1:5 000) ANEXO

Na elaboração da revisão do PDM foi utilizada cartografia da Série Cartográfica 1:10 000 - SCN10K e complementarmente foram utilizados ortofotomapas de 2012.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 5 5

1.3 ORIENTAÇÕES DO PLANO

O município de Condeixa-a-Nova já possui um instrumento orientador da política autárquica para a próxima década: “Condeixa-2020. O Futuro Começa Hoje”, datado de julho de 2007 e em implementação. Nele são definidos os objetivos estratégicos globais e os objetivos específicos, assim como um conjunto coerente de projetos e ações, que constituem a concretização da visão estratégica.

Quadro 2: Visão estratégica para o concelho de Condeixa-a-Nova Objetivos Estratégicos Globais Objetivos Específicos A1 – Condeixa, um concelho competitivo, favorável à inovação e ao conhecimento A. COMPETITIVIDADE ECONÓMICA A2 – Condeixa, um destino turístico valorizado e multifacetado A3 – Condeixa, um concelho de alimentação saudável B1 – Condeixa, um centro urbano com melhores acessibilidades B. VALORIZAÇÃO TERRITORIAL E AMBIENTAL B2 – Condeixa, uma urbe polinucleada B3 – Condeixa, um território com qualidade ambiental

C. POTENCIAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO C1 – Condeixa, um ambiente favorável ao emprego e à formação C2 – Condeixa, um centro integrador e solidário SOCIAL C3 – Condeixa, um centro criativo

A Agenda 21 Local, vem reforçar estes objetivos, com especial enfoque na questão da sustentabilidade, apresentando como visão para Condeixa-a-Nova: “o concelho de Condeixa deverá afirmar-se como uma comunidade sustentável, pelo equilíbrio entre coesão social, qualidade ambiental e desenvolvimento económico”.

A Revisão do PDM, constitui uma oportunidade para a concretização destas orientações, através da integração dos objetivos enumerados, nomeadamente nos domínios que interferem diretamente com o ordenamento do território, contribuindo, desta forma, para a melhoria da qualidade de vida da população que habita e trabalha no município de Condeixa-a-Nova.

Esta revisão tem ainda presente os seguintes Objetivos Gerais, já referidos no Volume I dos Estudos de Caracterização:

Proceder à articulação do PDM, nesta sua 1ª revisão, com os Instrumentos de Gestão Territorial hierarquicamente superiores que abrangem o concelho;

Agilizar a gestão do Plano Diretor Municipal e proceder à sua articulação com outros Planos Municipais em vigor ou em elaboração, nomeadamente o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios e o Plano Municipal de Emergência;

6 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Ajustar o Plano à realidade do Concelho, nomeadamente através da correção de situações desadequadas e do enquadramento de novos investimentos programados;

Especificar um modelo estratégico de atuação que estabeleça ações distintas para a promoção de um desenvolvimento sustentado do concelho, tendo em atenção a sua diversidade territorial e as mudanças operadas nos últimos anos, fruto sobretudo da melhoria da acessibilidade;

Ajustar os perímetros urbanos em função do crescimento verificado e previsto e promover a requalificação de alguns aglomerados, propondo, sempre que se justifique, a criação de espaços verdes e de novas áreas de equipamentos de utilização coletiva;

Rever os princípios e regras de preservação do património cultural, e promover a proteção e valorização dos núcleos históricos, procurando assegurar a defesa do património edificado do Concelho;

Repensar a estratégia de ordenamento florestal do Concelho, apostando na função de produção, condicionando a ocupação urbana em áreas rurais e isoladas e regulamentando de forma conveniente as ocupações e utilizações possíveis em espaço florestal;

Apostar no sistema multifuncional rural do Concelho: agrícola, florestal e de conservação da natureza, considerando a agricultura como recurso primordial nas várzeas dos principais cursos de água, a floresta de produção como função silvícola principal e a conservação da natureza através da proteção da Reserva Natural do Paul de Arzila e da Serra da Senhora do Círculo e Serra de Janeanes como veículos da promoção dos valores naturais do território;

Rever os princípios e regras de conservação da natureza, através da adequação das restrições e permissões de ocupações e utilizações nas áreas rurais, por forma a preservar o ambiente e o património natural e paisagístico do Concelho;

Promover a diversificação da base económica, fomentando a autonomia funcional do concelho;

Definir e disponibilizar um quadro normativo e um programa de investimentos públicos municipais e estatais, adequados ao desenvolvimento do concelho;

Proceder à reestruturação da Rede Viária tendo em consideração o traçado de novas infraestruturas viárias na definição da proposta de ordenamento;

Estabelecer um ordenamento adequado e equilibrado que seja articulado com os concelhos vizinhos evitando descontinuidades territoriais.

Adequar o PDM à nova legislação em vigor.

É com base nestes objetivos e premissas, e com o intuito de suprimir as debilidades identificadas e dar resposta às necessidades atuais do município, que se desenvolvem as propostas apresentadas no presente relatório.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 7 7

A elaboração da 1ª revisão do Plano Diretor Municipal de Condeixa-a-Nova obedece ao seguinte faseamento:

1ª Fase – Caraterização e Diagnóstico - corresponde ao período de recolha da informação necessária à compreensão da situação atual do Concelho, no que se refere às condições físicas, urbanísticas, sociais e económicas. Com base na informação recolhida é, então, efetuado o diagnóstico da situação atual, identificando os principais constrangimentos e potencialidades do Concelho. Esta fase integra ainda um período para introdução de alterações resultantes das análises efetuadas pela Câmara e pelas entidades que integram a Comissão Mista de Coordenação (CMC);

2ª Fase – Proposta de Plano – esta fase encontra-se dividida em dois momentos: a elaboração de uma Proposta Preliminar de revisão do PDM, e, posteriormente, a Proposta de revisão do PDM, a decorrer após a receção do parecer da Câmara relativo à Proposta Preliminar. No primeiro momento é desenvolvida uma proposta centrada nas questões do solo urbano, sendo também elaborada uma primeira Planta de Ordenamento, assim como a Planta de Condicionantes. As componentes relativas ao solo rural, assim como o regulamento do Plano serão desenvolvidos no segundo momento;

3ª Fase – Projeto do Plano – nesta fase serão introduzidas todas as alterações resultantes da apreciação pela Câmara Municipal. Será ainda programada a execução do plano, bem como estruturado o seu projeto de financiamento;

4ª Fase – Projeto do Plano para Discussão Pública – esta fase decorre após a receção dos pareceres das entidades que integram a CMC;

5ª Fase – Projeto do Plano para aprovação pela Assembleia Municipal – a ser preparada após a receção dos resultados da ponderação da discussão pública. Serão introduzidas no Projeto de Plano todas as alterações resultantes dos pareceres das entidades e da ponderação dos resultados da discussão pública;

6ª Fase – Plano para publicação – a preparação do processo para efeitos de publicação em Diário da República, decorrerá após a aprovação pela Assembleia Municipal.

Assinala-se ainda a existência de períodos intercalares, em que são apreciados, pela CMC, Câmara Municipal e por outras entidades, os elementos do Plano entregues na respetiva fase.

8 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

2. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL

A revisão de um Plano Diretor Municipal constitui um momento fundamental na reflexão acerca do futuro do território a que respeita, já que é o instrumento adequado para resolver problemas suscitados no processo de implementação do PDM anterior, decorrentes de novas acessibilidades, de problemas e emergências socioeconómicos, de desequilíbrios ambientais, de constrangimentos urbanos, de orientações estratégicas sectoriais etc..

Estes problemas, bloqueios e emergências exigem das novas gerações de instrumentos de planeamento territorial a integração de uma componente estratégica, que permita pensar o território em estreita articulação com o desenvolvimento socioeconómico, para a definição de um projeto comum, integrado e coeso.

A convergência de espaços, a partilha das vantagens e uma significativa consensualização permitem introduzir na esfera do modelo de planeamento territorial preocupações que o tornam mais prospetivo e mais envolvente. Nesta perspetiva impõe-se uma abordagem metodológica, que reflita uma visão ofensiva, ambiciosa, de caráter mais intervencionista mas contida e segura, que contemple uma postura proactiva ao lado dos atores locais e, em especial, da autarquia, que lidera todo este processo.

A abordagem estratégica é uma importante metodologia de decisão e ação, adequada a contextos de incerteza e mutações aceleradas, como o que vivemos atualmente. Define objetivos, metas e meios para os alcançar, para que estes possam contribuir para a mudança e inovação no plano do ordenamento do território e do desenvolvimento social.

O município de Condeixa-a-Nova já possui um instrumento orientador da política autárquica para a próxima década: “Condeixa-2020. O Futuro Começa Hoje”, datado de julho de 2007 e em implementação. Este documento resultou de um processo devidamente amadurecido, fundamentado e avaliado no diálogo com as entidades competentes concelhias, nomeadamente com a autarquia, com o Grupo de Reflexão Estratégica e com diversos agentes/entidades/instituições locais e regionais.

Inicialmente foi realizado um Diagnóstico consensual e o Relatório Final foi o culminar da reflexão realizada e é o documento que faz a apresentação e justificação do rumo para Condeixa-a-Nova na próxima década. Nele são apontados os objetivos estratégicos globais e os objetivos específicos, são definidos e aprofundados um conjunto coerente de projetos e ações, que constituem a concretização da visão estratégica: são os projetos âncora e os projetos complementares, alguns em vias de implementação e outros representando sugestões de intervenção em torno de ações estratégicas. Este documento, não obstante todo o processo de discussão e reflexão desenvolvido, ganha ainda maior relevância e pertinência ao ver focados e reforçados grande parte dos conteúdos apresentados no âmbito da Agenda 21 Local.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 9 9

Com efeito, a Agenda 21 local, com o enfoque na estratégia da sustentabilidade e nas suas práticas desejáveis identificou 29 projetos, agrupados em torno de 3 Linhas Estratégicas, 4 objetivos operacionais e 7 áreas de atuação prioritária, considerados de importância estratégica para o Desenvolvimento Sustentável do município. Neste documento, a visão para Condeixa-a-Nova passa por “o concelho de Condeixa deverá afirmar-se como uma comunidade sustentável, pelo equilíbrio entre coesão social, qualidade ambiental e desenvolvimento económico” (Agenda 21 Local, Plano de Ação, pág.11, julho 2009). Dos 29 projetos identificados são vários os que se cruzam, complementam e reforçam as apostas estratégicas de desenvolvimento delineadas no “Condeixa 2020. O futuro começa hoje”, pelo que, nos casos respetivos, serão identificados os seus conteúdos.

Cabe à Revisão do PDM, integrar e articular estas orientações, dando-lhes consistência e coerência, nomeadamente nos domínios que interferem diretamente com o ordenamento territorial.

Neste contexto, a Estratégia de Desenvolvimento Local, seguidamente apresentada, é extraída do “Condeixa 2020. O Futuro Começa Hoje.” e complementada pelos conteúdos da Agenda 21 Local e está “formatada” ao âmbito do Plano Diretor Municipal. O PDM integra todas as orientações neles constantes (espacializáveis e/ou com potencial normativo) e alarga o leque de projetos complementares, dando consistência à concretização dos objetivos e das medidas preconizados em ambos os documentos.

Os pontos seguintes refletirão por um lado i) a identificação e sistematização dos aspetos que se revelaram como potencialidades e como debilidades nos diversos domínios sectoriais (Síntese Swot/ Diagnóstico Prospetivo); ii) a definição das opções estratégicas (objetivos, medidas, projetos) que permitam corrigir as debilidades identificadas, assim como enfatizar os pontos que se apresentam como fortes e mais valias para o território.

2.1 DIAGNÓSTICO PROSPETIVO

Ao longo dos últimos 20/30 anos, o concelho de Condeixa-a-Nova, como aliás todo o país, passou por profundas transformações de natureza espacial/física, demográfica, económica, social, cultural e de valores, que se traduziram, entre outros, num novo ordenamento do território. Efetivamente verificou-se um crescimento demográfico acentuado, a que correspondeu a expansão de áreas construídas, tanto dentro de perímetros urbanos como em espaços rurais. Mas as alterações mais determinantes/estruturais traduziram-se na rápida passagem de uma sociedade predominantemente rural, com modos de vida rural e apoiada nas atividades agropecuárias para uma sociedade maioritariamente urbana, em que predominam as atividades secundárias e os modos de vida urbana.

Neste contexto poucos territórios se ajustaram a estas novas realidades, não obstante o enorme investimento e progresso que se verificou na construção de infraestruturas viárias e urbanas, de equipamentos sociais, de habitações com melhores condições de habitabilidade, Condeixa-a-Nova ainda se está a adaptar.

10 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

É expectável, contudo, que se verifique um aprofundamento deste processo e a ritmo mais acelerado, ainda. Neste contexto, são necessárias decisões a nível local que permitam controlar e/ou travar os impactes negativos e aproveitar e rentabilizar as oportunidades.

2.1.1 Uma leitura global – Matriz SWOT

Um primeiro momento na definição de uma estratégia de desenvolvimento territorial, consiste em avaliar e diagnosticar a situação atual desse território nos seus vários domínios, distinguindo, entre eles, os que se revelam como potencialidade e/ou constrangimento ao desenvolvimento futuro.

Esse trabalho de diagnóstico baseia-se em dois tipos de análise: uma interna e uma externa, que serão posteriormente integradas e avaliadas, em conjunto, e que abrirão caminho para a formulação de metas e para o traçar das opções estratégicas de desenvolvimento territorial. A integração destes dois níveis de análise é, classicamente, feita através de uma matriz – SWOT, em que se cruzam os fatores endógenos (pontos fortes e pontos fracos) e os fatores exógenos (oportunidades e debilidades).

No quadro seguinte, apresentam-se sistematizadas as principais potencialidades, debilidades, oportunidades e ameaças que se colocam ao desenvolvimento do concelho de Condeixa-a-Nova e que foram/são o ponto de partida para a estratégia de desenvolvimento delineada.

Quadro 3: Síntese SWOT de Condeixa-a-Nova FORÇAS FRAQUEZAS • Posição estratégica nas ligações Norte/Sul e • Forte pressão imobiliária e povoamento disperso, não Interior/Litoral obstante a tendência para o policentrismo • Proximidade geográfica a Coimbra, sede da Região • Elevada fragmentação da estrutura fundiária, o que Metropolitana de Coimbra compromete a viabilidade das explorações agrícolas • Potencialidades decorrentes da conclusão ou melhoria, • Distribuição territorial assimétrica da população pelo no curto/médio prazo de infraestruturas de transporte e território concelhio logística (Porto da Figueira da Foz) • Tendência de envelhecimento populacional • Condições favoráveis para a produção agrícola • Diminuta oferta hoteleira capaz de sustentar o • Herança Patrimonial e sobretudo arqueológica de crescimento do turismo elevado valor e singularidade • Baixos níveis de competência da população • Oferta de alojamento hoteleiro de qualidade (Pousada • Diminuta formação técnico-profissional Santa Cristina) • Desajustamentos importantes no mercado de trabalho, • Potencial para a afirmação enquanto polo turístico sem capacidade de resposta para os residentes com • Variação populacional positiva e relevante nas duas qualificações mais elevadas últimas décadas censitárias (crescimento de 18% entre • Tendência recente para o aumento da taxa de 1991/2001 e de 11% entre 2001/2011) desemprego • Forte crescimento do emprego formal e dos • Deficiências nos serviços prestados pelas empresas estabelecimentos nos últimos anos (1995-2005) concessionários de transportes públicos rodoviários • Tradição e Know-how na elaboração de produtos • Diminuta valorização e proteção dos recursos naturais e cerâmicos dos elementos patrimoniais de elevado valor e • Zona industrial de Condeixa-a-Nova (ZIC) com algumas singularidade empresas de ponta e alvo de contínua infraestruturação • Insuficiente desenvolvimento de alguns serviços e • Investimento contínuo na rede de equipamentos equipamentos de utilização coletiva, designadamente de coletivos, contribuindo para a sua diversificação e melhor nível superior ou especializados dotação • Ações de requalificação dos centros históricos e espaços

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 11 11

FORÇAS FRAQUEZAS urbanos centrais, reforçando a sua centralidade • Melhoria da circulação rodoviária no centro urbano e inter-freguesias OPORTUNIDADES AMEAÇAS • Crescente procura residencial, decorrente do • Concentração de equipamentos coletivos e serviços de crescimento de Coimbra, com efeitos multiplicadores na nível superior nos centros urbanos de nível superior, economia concelhia especialmente Coimbra • Possibilidade de manutenção de residentes jovens • Existência de superfícies comerciais de média e grande devido à proximidade ao polo universitário de Coimbra dimensão na região envolvente, com maior capacidade • Relocalização de empresas multinacionais anteriormente concorrencial na comercialização de produtos do setor situadas em Coimbra primário • Acesso a instrumentos de financiamento comunitário • Inibição da afirmação de algumas atividades económicas • Crescente exploração e valorização do potencial regional face à proximidade a centros urbanos de média dimensão para produção de energias renováveis com maior dinamismo económico-financeiro • Valorização da fileira alimentação saudável • Acentuada tendência de consolidação da função • Crescente ligação do tecido empresarial às instituições residencial, mantendo-se o emprego excessivamente de ensino superior e centros de IDT polarizado por Coimbra

Fonte: Condeixa 2020. O Futuro começa Hoje! Relatório Final, julho 2007; Plural (atualizações)

2.1.2 Uma leitura sectorial – principais domínios identificados

Após a análise global, identificaram-se os principais domínios de intervenção sectorial no futuro, exatamente no sentido do que se referiu anteriormente, isto é, visando a potenciação dos fatores capitalizáveis e diferenciadores e atenuação/minimização dos principais constrangimentos. Como principais domínios diagnosticados, apontam-se:

Setor Primário

Numa lógica de posicionamento face ao mercado, Condeixa beneficia de uma inserção e localização central no contexto de uma área metropolitana com um efetivo populacional de cerca de 430 mil habitantes. Acresce a sua proximidade a Coimbra, sede de aglomeração metropolitana, com um perfil sociodemográfico da população residente mais urbano, mas instruído e, por isso, também mais exigente no que respeita aos seus consumos alimentares.

Condeixa revela-se ainda, na ótica produtiva, um concelho com boas condições físicas (solos, recursos hídricos, condições edafo-climáticas) para a produção de bens agroalimentares variados. Na ótica da comercialização, Condeixa, uma vez mais devido à proximidade a Coimbra, evidencia uma presença discreta de superfícies comerciais de bens alimentares: para além do mercado municipal, na vila, acrescem três médias superfícies comerciais (Lidl, na Urbanização Nova Conímbriga, Intermarché, em Barreira, e Minipreço, em Condeixa-a- Velha/ Condeixa-a-Nova) e ainda algumas unidades de pequena dimensão neste e noutros aglomerados.

Condeixa dispõe de um conjunto de produtos locais com valor, tradição e projeção de mercado (ex. produtos alimentares, cerâmicas, etc…) que se encontram subestimados requerendo, por isso, uma intervenção

12 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

valorizadora que tenha repercussões, não apenas na capacidade de afirmação turística concelhia, mas, sobretudo, na dinamização de atividades económicas, atualmente de subsistência e/ou declínio, e que contribuem para uma estratégia de desenvolvimento sustentado deste território, baseada em fatores de diferenciação sub-regional orientados para a qualidade de vida dos seu residentes.

Atividades Industriais e logísticas

Com uma base económica dinâmica e diversificada, Condeixa tem sabido capitalizar em favor do seu desenvolvimento e sustentação uma quota-parte das vantagens que advêm, quer da sua inserção geográfica no contexto nacional e regional, quer da existência de uma assinalável tradição e empreendedorismo empresarial/produtiva local nos setores primário e secundário. Situado na urbana, industrial e densamente conectada faixa litoral do território nacional, Condeixa está, no quadro da Região Centro, inserida numa região competitiva, inovadora e com investimentos recentes na reorganização industrial e logística e no desenvolvimento de alguns clusters produtivos, sendo ainda beneficiária, a uma escala mais local, da proximidade a Coimbra, centro urbano detentor de um tecido empresarial, tecnológico e científico consolidado.

Este enquadramento coloca Condeixa no epicentro de uma dinâmica de transformação que envolve processos de reordenamento do espaço industrial e logístico, de reorganização em alguns setores produtivos, de afirmação e internacionalização. Algumas dessas dinâmicas estão já em concretização e repercutem-se, direta ou indiretamente, em Condeixa: Plataforma Logística Polinucleada do Centro; Porto da Figueira da Foz; investimentos relevantes em áreas de localização industrial e/ou centros tecnológicos em Coimbra, Cantanhede, Montemor-o-Velho e Mealhada. À escala concelhia, Condeixa possui uma Zona Industrial com bons níveis de ocupação e áreas infraestruturadas necessitando, no entanto, que seja feito um investimento nas áreas de expansão planeadas.

Turismo

No quadro da atual oferta e procura turísticas, Condeixa constitui um destino autónomo no contexto da procura interna e internacional. Não obstante a presença de alguns recursos assinaláveis – naturais, patrimoniais, etno- culturais – a maioria não se encontra devidamente ajustada à finalidade turística. A oferta de equipamentos e serviços turísticos revela insuficiências de vária ordem, designadamente na diminuta capacidade de alojamento e na escassa e pouco qualificada oferta de restauração.

De sublinhar que, à exceção da Vila de Condeixa, o restante território concelhio caracteriza-se por uma fraca oferta de meios de alojamento e restauração, facto que é causa - efeito da pouca atratividade que tais espaços evidenciam. A exceção a este panorama é Conímbriga, polo de excelência turística, com projeção internacional e um dos mais significativos centros de visitação do país. Contudo, também este valor histórico-cultural singular tem denotado nos últimos anos uma depreciação da sua função turística, comprovada por uma tendência estrutural de diminuição do número de visitantes.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 13 13

Mobilidade

Foram realizadas várias intervenções que permitiram uma melhor conexão rodoviária sobretudo entre as sedes de freguesia e a vila de Condeixa e uma melhor circulação no centro urbano (destacando-se a circular interna de Condeixa-a-Nova).

O trânsito rodoviário que se dirige à vila é, contudo, fortemente condicionado pela fluidez da EN1/ IC2, quase sempre congestionado, o que se reflete negativamente nas ligações entre a sede do concelho e o território a poente deste itinerário complementar. Os seus efeitos são particularmente visíveis nas deslocações para a ZIC, área de maior dinamismo económico do concelho, e para Ega, que tem registado um importante desenvolvimento no espaço residencial.

Mas os constrangimentos resultantes do atravessamento da EN1/ IC2 em Condeixa extravasam a dimensão local, visto tratar-se de um eixo rodoviário estruturante da rede regional e nacional de ligação entre Lisboa e Porto.

Este cenário torna desejável, no curto prazo, a concretização de uma solução alternativa que possa resolver este problema no território concelhio.

Rede Urbana Complementar

O contexto económico, social e demográfico das últimas duas décadas tem resultado na perda de importância de alguns aglomerados urbanos. Para tal, contribuiu o processo de terciarização da economia, em detrimento das atividades agrícolas e da pecuária, que conduziu a um despovoamento das freguesias de cariz mais rural. Reforçou-se, paralelamente a centralidade da vila de Condeixa, que lhe permitiu exercer uma polaridade à escala concelhia.

Fatores exógenos têm igualmente contribuído para a afirmação dessa tendência, como a proximidade a Coimbra ou a tendência para a residência em espaços urbanos.

A sua conjugação tem conduzido a uma perda de vitalidade demográfica, de dinamismo económico e das vivências sociais nos pequenos aglomerados rurais. Tais dinâmicas recessivas, vêm conduzindo estes aglomerados para limiares críticos de sustentabilidade, facto que, em benefício das populações rurais e do equilíbrio da rede urbana local, importa rever.

Infraestruturas Ambientais

Condeixa alcançou nos últimos anos um progresso muito significativo nas taxas de cobertura e na qualidade das infraestruturas ambientais. Os investimentos efetuados permitiram, sobretudo, melhorias: i) saneamento de águas residuais; ii) no tratamento de resíduos urbanos; iii) no abastecimento de água. Na sequência desses

14 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

investimentos, algumas das carências ainda existentes resolver-se-ão no curto prazo, através da concretização de ações programadas, nomeadamente o abastecimento de toda a rede em exclusivo pela Águas do Mondego.

No entanto, sobressai ainda uma questão a ser no futuro devidamente considerada, relacionada com a drenagem de águas residuais, e que resulta de um possível intenso e continuo crescimento da ZI de Condeixa-a- Nova.

Formação Profissional e Mercado de Trabalho

O perfil educativo da população de Condeixa tem registado transformações positivas nos anos mais recentes, reflexo, entre outros fatores, da fixação de residentes com níveis de educação superiores. Contudo, o concelho continua a deparar-se com problemas diversos ao nível do emprego e da formação profissional: i) persistência de baixas qualificações escolares e profissionais, fator obstrutivo da contínua e profícua modernização das empresas; ii) existência de recursos humanos com qualificações elevadas mas desajustadas das necessidades do mercado de trabalho; iii) existência de população ativa com idade avançada, reduzidos níveis de escolaridade e escassa formação profissional em situação de desemprego.

A inserção de Condeixa numa região marcada pelo empreendedorismo, na qual emergem alguns nichos industriais e um tecido empresarial dinâmico, são potencialidades que contrastam com um conjunto de fragilidades decorrentes do próprio tecido empresarial. Neste, predominam as unidades de pequena e média dimensão, de natureza familiar, fator condicionante do número e perfil dos postos de trabalho oferecidos.

Atividades culturais

O reforço recente da centralidade da vila de Condeixa, ocorrido nas últimas décadas, com a realização de intervenções reparadoras e qualificadoras do espaço público e consequências positivas na ativação da vida urbana, ainda é, todavia, deficitário em domínios como o comércio de qualidade e o dinamismo cultural, facto que tem proporcionado o surgimento de outras centralidades (equipamentos sociais, espaços comerciais, parque verde urbano).

Nesta estruturação polinucleada da vila evidencia-se a inexistência de um espaço/centro vocacionado para as atividades culturais, ponto de encontro de residentes e de visitantes com as artes e com os saberes de Condeixa. É notória a inexistência de um equipamento-âncora de índole cultural, capaz de organizar a oferta existente, de colmatar algumas lacunas infraestruturais de que Condeixa carece e de se constituir como um elemento aglutinador/irradiador de dinâmicas e de eventos culturais. Paralelamente, identificam-se no contexto da vila, imóveis com valor patrimonial que importa preservar/recuperar, restituindo-lhes novas funcionalidades.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 15 15

Património arqueológico

Sítio arqueológico único, marco da romanização em Portugal, classificado como monumento nacional desde 1910, as Ruínas de Conímbriga são um dos elementos patrimoniais mais visitados no território nacional. Têm associado o Museu Monográfico de Conímbriga, destinado a proteger, estudar e expor as ruínas e os achados arqueológicos.

Por vários motivos, tem-se registado um decréscimo no afluxo de visitantes a este complexo museológico. As condições operativas quer das ruínas quer do Museu Monográfico, não têm sido objeto da necessária valorização e modernização de forma a se ajustarem tanto às modificações dos perfis de procura, como ao crescendo de competitividade e de oferta entre espaços museológicos, cada vez mais inovadores, diferenciadores e apelativos. No entanto, destaca-se em termos de política territorial a promoção de rotas culturais, que tem vindo a ser desenvolvida, em particular o Circuito de Romanização do Território do Oppidum de Conímbriga, importante contributo para a inversão desta tendência.

Referência também para outras mais-valias patrimoniais, cuja proteção e investimento são importantes contributos para o Concelho como local cultural e de atração turística, nomeadamente um número significativo de sítios arqueológicos.

2.2 CONDEIXA 2020 – UMA VISÃO ESTRATÉGICA

2.2.1 Pano de fundo da estratégia

A contextualização geográfica/territorial e as relações que se estabelecem entre um concelho e o território regional de integração são, quase sempre, condições determinantes para o maior ou menor desenvolvimento local. No caso de Condeixa-a-Nova, esse “pano de fundo”, assenta em:

Vantagens da localização central e da proximidade de boas infraestruturas dos vários modos de transporte;

Uma posição privilegiada no ”Sistema Metropolitano” da Região Centro;

Condeixa deve afirmar-se, além de um qualificado subúrbio de Coimbra, como um centro dotado de identidade própria numa perspetiva policêntrica da Área Metropolitana de Coimbra;

Policentrismo intraurbano e eixos de articulação interconcelhia: um modelo territorial em configuração.

2.2.2 Esquema estratégico

O esquema estratégico de desenvolvimento do município de Condeixa-a-Nova assenta na seguinte estrutura:

16 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Objetivos Estratégicos Globais

→ Objetivos Específicos

→ Eixos

→ Medidas

→ Projetos Âncora

→ Projetos Complementares

A visão para a próxima década fundamenta-se em 3 Objetivos Estratégicos Globais:

A. COMPETITIVIDADE ECONÓMICA

B. VALORIZAÇÃO TERRITORIAL E AMBIENTAL

C. POTENCIAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL

A visão para a próxima década fundamenta-se em 3 objetivos estratégicos globais e em 9 objetivos específicos:

A1 – CONDEIXA, UM CONCELHO COMPETITIVO, FAVORÁVEL À INOVAÇÃO E AO CONHECIMENTO A2 – CONDEIXA, UM DESTINO TURÍSTICO VALORIZADO E MULTIFACETADO A3 – CONDEIXA, UM CONCELHO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL B1 – CONDEIXA, UM CENTRO URBANO COM MELHORES ACESSIBILIDADES B2 – CONDEIXA, UMA URBE POLINUCLEADA B3 – CONDEIXA, UM TERRITÓRIO COM QUALIDADE AMBIENTAL C1 – CONDEIXA, UM AMBIENTE FAVORÁVEL AO EMPREGO E À FORMAÇÃO C2 – CONDEIXA,UM CENTRO INTEGRADOR E SOLIDÁRIO C3 – CONDEIXA, UM CENTRO CRIATIVO

A visão para a próxima década fundamenta-se em 3 objetivos estratégicos globais, em 9 objetivos específicos e em 3 eixos:

EIXO 1 - COMPETITIVIDADE ECONÓMICA

EIXO 2 - VALORIZAÇÃO TERRITORIAL E AMBIENTAL

EIXO 3 - POTENCIAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 17 17

A visão para a próxima década fundamenta-se em 3 objetivos estratégicos globais, em 9 objetivos específicos, em 3 eixos e em 9 medidas:

Medida 1.1 – Apoio à competitividade, desenvolvimento tecnológico e inovação Medida 1.2 – Desenvolvimento do turismo e dos lazeres Medida 1.3 – Promoção dos Produtos Locais Medida 2.1 – Acessibilidades rodoviárias e transportes Medida 2.2 – Requalificação Urbana Medida 2.3 – Ambiente Medida 3.1 – Emprego, qualificação e profissionalização dos recursos humanos Medida 3.2 – Inclusão e Equidade Social Medida 3.3 – Cultura e património

A visão para a próxima década fundamenta-se em 3 objetivos estratégicos globais, em 9 objetivos específicos, em 3 eixos, em 9 medidas e em 9 projetos-âncora:

- Parque de atividades económicas - Circuito Condeixa 2020 - A Nova Feira: Montra do concelho - CEP- Circular Exterior Poente - Programa de Valorização da Rede Urbana complementar de Condeixa - Reforço das infraestruturas ambientais - Gabinete de formação profissional e integração no mercado de trabalho - Centro de Eventos de Sicó - P.O.R.O.S. - Conímbriga 2020

A visão para a próxima década fundamenta-se em 3 objetivos estratégicos globais, em 9 objetivos específicos, em 3 eixos, em 9 medidas, em 9 projetos-âncora e em vários projetos complementares:

- Condeixa TecnoPark - Intervenção no comércio e nos serviços - Valorização Ambiental e turística do Paul da Arzila - Programação de eventos com projeção regional/ nacional - Plano de Desenvolvimento Turístico de Condeixa - Promoção do setor agroalimentar e melhoria da paisagem rural - Melhoria das acessibilidades externas - Melhoria da rede rodoviária municipal -Transportes coletivos rodoviários - Valorização urbana de Condeixa-a-Nova - Plano de Pormenor de Condeixa-a-Velha - Aproveitamento do potencial eólico do Maciço da Serra de Sicó - Agenda 21 Local - Recuperação ambiental e valorização paisagística dos cursos de água - Formar e qualificar para melhor integrar - Aperfeiçoamento profissional dos Quadros Médios - Valorização do Ensino Profissional - Unidade da rede De Cuidados Continuados Integrados de Saúde

18 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

- Resposta Social Integrada para Juventude e Família - Ampliação da rede de equipamentos sociais para a Infância - Reestruturação da rede de equipamentos sociais para idosos - Plano Diretor Cultural de Condeixa

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 19 19

Quadro 4: Matriz-Síntese da Estratégia de Desenvolvimento do Concelho de Condeixa-a-Nova OBJETIVOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS MEDIDAS PROJETOS ÂNCORA PROJETOS COMPLEMENTARES ESTRATÉGICOS GLOBAIS A1. Condeixa, um concelho 1.1.Apoio à competitividade, - Parque de atividades económicas - Condeixa TecnoPark

competitivo, favorável à inovação e desenvolvimento tecnológico e - Intervenção no comércio e nos serviços E ao conhecimento inovação A. I A2. Condeixa, um destino turístico 1.2. Desenvolvimento do turismo - Circuito Condeixa 2020 - Valorização Ambiental e turística do Paul da Arzila COMPETITIVIDADE X valorizado e multifacetado e dos lazeres - Programação de eventos com projeção regional/ nacional ECONÓMICA O - Plano de Desenvolvimento Turístico de Condeixa

A3. Condeixa, um concelho de 1.3.Promoção dos Produtos - A Nova Feira: Montra do - Promoção do setor agroalimentar e melhoria da paisagem 1 alimentação saudável Locais Concelho rural B1. Um centro urbano com 2.1 Acessibilidades rodovia-rias - CEP- Circular Exterior Poente - Melhoria das acessibilidades externas melhores acessibilidades e transportes - Melhoria da rede rodoviária municipal -Transportes coletivos rodoviários B2. Condeixa, uma urbe poli- E 2.2. Requalificação Urbana - Programa de Valorização da - Valorização urbana de Condeixa-a-Nova B. nucleada I Rede Urbana complementar de - Plano de Pormenor de Condeixa-a-Velha VALORIZAÇÃO X Condeixa TERRITORIAL E B3. Condeixa, um território com O 2.3 Ambiente - Reforço das infraestruturas - Aproveitamento do potencial eólico do Maciço da Serra de AMBIENTAL qualidade ambiental ambientais Sicó 2 - Agenda 21 Local - Recuperação ambiental e valorização paisagística dos cursos de água C1. Condeixa, um ambiente 3.1. Emprego, qualificação e - Gabinete de formação - Formar e qualificar para melhor integrar favorável ao emprego e à formação profissionalização dos recursos profissional e integração no - Aperfeiçoamento profissional dos Quadros Médios E humanos mercado de trabalho - Valorização do Ensino Profissional C. I 3.2.Inclusão e Equidade Social - Centro de Eventos de Sicó- - Unidade da rede De Cuidados Continuados Integrados de POTENCIAL HUMANO E X P.O.R.O.S. Saúde DESENVOLVI-MENTO C2. Condeixa um centro integrador O - Resposta Social Integrada para Juventude e Família SOCIAL e solidário - Ampliação da rede de equip. sociais para a Infância 3 - Reestruturação da rede de equip. sociais para idosos C3. Condeixa, um centro criativo 3.3.Cultura e património - Conímbriga 2020 - Plano Diretor Cultural de Condeixa Nota: As diferentes cores utilizadas no texto desta tabela pretendem facilitar o percurso visual entre os objetivos específicos, as medidas, os projetos âncora e os projetos complementares que estão correlacionados Fonte: Condeixa 2020. O Futuro começa Hoje! Relatório Final, julho 2007 (adaptado)

20 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

2.2.3 Objetivos Estratégicos Globais e Objetivos Específicos

A. COMPETITIVIDADE ECONÓMICA

A1 – CONDEIXA, UM CONCELHO COMPETITIVO, FAVORÁVEL À INOVAÇÃO E AO CONHECIMENTO

Condeixa é um território dinâmico e atrativo, que tem vindo a diversificar e a modernizar o seu tecido económico. É, desde logo, um espaço de grande centralidade geográfica no contexto do Centro Litoral, tendo reforçado esta posição nos últimos anos. O importante dinamismo demográfico, que resultou num dos mais relevantes acréscimos populacionais ocorridos no último período intercensitário e que espelha o desenvolvimento económico recente é, porventura, um dos sinais de maior evidência desse reforço.

As orientações a privilegiar, valorizando o posicionamento e o acesso aos principais polos económicos nacionais, devem ir no sentido do ordenamento das atividades industriais, logísticas e de armazenagem.

Assim, o desenvolvimento e a consolidação do conceito de Parque de Atividades Económicas, com forte ligação entre indústrias, serviços e mesmo formação/educação assume um papel decisivo, considerando a respetiva inserção na Plataforma Logística Polinucleada do Centro e o prosseguimento da promoção e da internacionalização do tecido produtivo local.

Dando continuidade ao trabalho iniciado, será importante consolidar a principal zona industrial do concelho, procurando eliminar a industrialização difusa, reforçar a atração de investimento exógeno e melhorar os níveis de gestão profissional e de oferta de serviços às empresas. Depois da importante aposta na construção e infraestruturação da ZIC, importa, para além da expansão programada do espaço, promover a instalação, fixação e desenvolvimento de atividades de serviços de apoio à produção, importantes para a sua qualificação, apostando sobretudo em domínios como a investigação tecnológica.

Beneficiando da proximidade a Coimbra e ao Instituto Pedro Nunes – Associação para a Inovação em Ciência e Tecnologia, Condeixa poderá apostar numa pequena estrutura tecnológica, capaz de atrair empresas (valorizando as suas iniciativas empreendedoras) e recursos humanos qualificados.

A localização, o recente progresso e a aposta em infraestruturas de ciência e tecnologia nos concelhos do Baixo Mondego (destacando-se o BIOCANT PARK, em Cantanhede, o primeiro PCT do país especializado em Biotecnologia, bem como o Parque Tecnológico que se irá localizar em Coimbra, na proximidade de Antanhol), associados à internacionalização da base produtiva, conferem um potencial interessante às atividades ligadas à inovação e ao conhecimento.

E é neste sentido que Condeixa poderá aproveitar este dinamismo, com uma pequena estrutura tecnológica, eventualmente inserida na área de expansão da ZIC, que fomente o investimento em atividades de I&D, permitindo o alojamento de pequenas iniciativas empresariais, mas também de apoio a instituições do ensino

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 21

superior, concretizando ideias inovadoras e de base tecnológicas. Poderá igualmente contribuir para a formação, dirigida à preparação de técnicos especializados, à qualificação de licenciados desempregados e à capacidade de iniciativa e empreendedorismo.

A2 – CONDEIXA, UM DESTINO TURÍSTICO VALORIZADO E MULTIFACETADO

Não sendo um concelho de acentuado desenvolvimento turístico, Condeixa apresenta algumas características que lhe permite ambicionar um desempenho mais proeminente e uma maior afirmação na dinâmica do turismo a nível regional/nacional e por objetivos mais consentâneos com a valia dos recursos que possui. A proximidade geográfica a Coimbra, polo relevante de atração/irradiação de fluxos turísticos; a existência de Conímbriga, um arqueo sítio singular no contexto nacional e de primeira linha no contexto ibérico; o legado patrimonial, tangível e intangível, de Fernando Namora; a inserção territorial do concelho em espaços de inequívoco valor ambiental e paisagístico, como as serras do Maciço da Serra de Sicó ou o Paul de Arzila; a presença de um estabelecimento hoteleiro qualificado e inserida numa rede de reconhecido mérito, são fatores reais e potenciais que importa converter em prol do desenvolvimento turístico de Condeixa.

Num quadro de macrotendências da procura internacional e de orientações estratégicas nacionais para o setor que prefiguram e privilegiam um perfil de turistas mais exigente e sofisticado – na qualidade e diversidade da experiência turística – a estratégia a prosseguir a nível concelhio passa pela consolidação dos recursos existentes, acrescentando-lhes valor, pela afirmação de novas ofertas/atrativos que se articulem e complementem com os recursos-âncora e/ou que promovam a diversificação de produtos.

Em face dos recursos mais relevantes presentes no território e sua envolvente próxima e em linha com os produtos de aposta consignados no Plano Estratégico Nacional de Turismo, Condeixa deverá mobilizar esforços no sentido do desenvolvimento do touring cultural (capitalizando Conímbriga e a proximidade a Coimbra) e do turismo de natureza (estruturando diferentes ofertas/microprodutos a partir do potencial das serras do Maciço da Serra de Sicó e do Paul de Arzila).

A3 – CONDEIXA, UM CONCELHO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Condeixa reúne um conjunto de potencialidades no domínio da fileira da alimentação que lhe conferem uma singularidade incontornável, promotora da consolidação da imagem de um território de alimentação saudável. Estas potencialidades derivam da existência de fatores endógenos que tornam possível o desenvolvimento de produtos de qualidade e diversificados a existência de condições físicas favoráveis ao desenvolvimento de produtos agropecuários de qualidade; a diversidade biogeográfica que possibilita produções diferenciadas; a preservação, a recuperação e a reinvenção de práticas e ofícios tradicionais na produção de alguns alimentos, como o queijo ou o pão.

22 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Observam-se ainda fatores exógenos que facilitam o rápido escoamento dos produtos locais e podem dar maior projeção a esta nova imagem: posição geográfica de excelência; proximidade a centros urbanos de média dimensão detentores de considerável dinamismo e poder de compra; boa cobertura da rede de acessibilidades externas; crescente fixação de residentes com um perfil diferenciado (mais jovens e mais instruídos), mais sensíveis, por isso, para as questões da alimentação saudável e, portanto, suscetíveis de valorização deste nicho de mercado.

Importa, face às potencialidades expostas, potenciar estruturas de dinamização e competitividade desta fileira, aproveitando e valorizando os recursos locais e os produtos da terra: o fomentar da cooperação entre produtores, por forma a dar escala e organizar a produção local; o incremento de processos de certificação dos produtos; a criação de espaços de divulgação e venda dos produtos; as estratégias de marketing sustentadas pela inovação ao nível das tecnologias de informação e comunicação. Em conjunto, perfazem algumas das principais orientações para a dinamização de uma das mais-valias concelhias.

A valorização da fileira da alimentação saudável não deve, no entanto, ser perspetivada de forma isolada, mas antes segundo um prisma multidimensional. Efetivamente, esta poderá constituir uma alavanca para o desenvolvimento concelhio e gerar efeitos multiplicadores na economia, ao revalorizar as práticas associadas à agropecuária, contribuir para o ordenamento e desenvolvimento rural (contribuindo para a salvaguarda e valorização das áreas de maior sensibilidade ecológica e paisagística do concelho) promover uma maior educação e informação nutricional do consumidor, assim como estilos de vida mais saudáveis.

B. VALORIZAÇÃO TERRITORIAL E AMBIENTAL

B1 – CONDEIXA, UM CENTRO URBANO COM MELHORES ACESSIBILIDADES

A coesão territorial, o desenvolvimento e a competitividade do território concelhio e, em particular, de Condeixa- vila, requerem o reforço das estratégias que têm vindo a ser encetadas no domínio das acessibilidades, equacionado a dois níveis: junto da administração central; nos investimentos que competem à Câmara Municipal.

Nas intervenções cuja concretização não é da responsabilidade da autarquia, é importante para Condeixa a melhoria das ligações rodoviárias sub-regionais (IC3/ A13 e IC8), através da materialização do PRN2000, ao longo do novo período de apoio comunitário, por forma a promover uma maior aproximação e mais fácil articulação do concelho com o interior e com o território fronteiriço.

Noutra escala, e porque a rede de acessibilidades rodoviárias de Condeixa integra várias Estradas Nacionais, que estruturam a rede viária concelhia, é ainda igualmente relevante assegurar as intervenções necessárias junto da administração central que visem a respetiva beneficiação, conservação e reparação, à semelhança do

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 23

que aconteceu com a EN 1-7 Condeixa-Taveiro, mas desejavelmente sem custos para o município. Nas intervenções cuja concretização é da responsabilidade da autarquia, os instrumentos de financiamento comunitário para 2007-2013 deverão ser aproveitados para prosseguir os investimentos necessários para melhorar a rede municipal, sobretudo para proporcionar uma ligação mais eficaz entre Condeixa-vila e a ZIC e uma crescente articulação das estradas municipais com o IC2, mas também para requalificar as rodovias que apresentam a pavimentação degradada ou que têm um traçado inadequado.

Concomitantemente, prosseguindo o esforço que tem vindo a ser empreendido nos últimos anos, Condeixa-vila necessita de uma reformulação do trânsito interno e, fundamentalmente, da construção de parques de estacionamento que permitam ultrapassar a insuficiente e/ou disfuncional oferta de parqueamento urbano, com efeitos, seguramente, para a revitalização funcional do centro histórico.

Face às debilidades que caracterizam o sistema de transportes públicos rodoviários urbano e sub-regional, serão necessários investimentos que envolvam as empresas concessionárias que facilitem a mobilidade da população, em particular daquela que empreende diariamente movimentos pendulares internos para a ZIC e externos, para Coimbra. A construção de um terminal rodoviário é igualmente premente.

B2 - CONDEIXA, UMA URBE POLINUCLEADA

A sustentação e competitividade do território concelhio, num quadro de inserção metropolitana, requer o reforço da rede urbana, equacionada a dois níveis: afirmação da sede de concelho na rede de centros principais do Baixo Mondego e do Centro Litoral; consolidação de uma estrutura de aglomerados locais âncoras de um processo de urbanização policêntrica, promotora de uma nova relação urbano-rural.

A afirmação da identidade de Condeixa no contexto do Baixo Mondego e do Centro Litoral passa por um esforço permanente de qualificação da habitação, do urbanismo, da paisagem e do emprego e pela valorização da cultura popular (com destaque para a gastronomia) e das referências culturais locais (realce para a memória de Fernando Namora), tudo num quadro de inovação e competitividade. A consolidação de uma rede de pequenos centros urbanos locais deverá responder às necessidades específicas de infraestruturação e de equipamentos essenciais, assim como deverá incorporar intervenções exemplares de qualificação do espaço público, concorrendo para a definição de um sistema urbano que promova o ordenamento do território concelhio.

A competitividade entre aglomerados urbanos da coroa periférica da cidade de Coimbra requer de Condeixa o desenvolvimento de fatores de especialização/diferenciação que lhe permitam acolher dinâmicas geradas pela proximidade àquele centro. A aprovação recente do URBCOM constituirá uma oportunidade para o fortalecimento das atividades de restauração e do comércio local, permitindo a modernização dos estabelecimentos deste núcleo urbano. Noutra perspetiva, a valorização da função residencial, elevando os padrões urbanísticos das habitações e dos espaços públicos, e melhorando a dotação infraestrutural e de

24 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

equipamentos, pode configurar um domínio que capitalize a procura qualificada de habitação no espaço metropolitano.

B3 – CONDEIXA, UM TERRITÓRIO COM QUALIDADE AMBIENTAL

Tratando-se de um domínio a que é dada grande relevância no QREN, importa aproveitar as oportunidades de investimento que surgirão já no curto prazo (2007), em duas áreas essenciais: reforço das infraestruturas ambientais e incremento das energias renováveis.

O reforço das infraestruturas ambientais deverá centrar-se na melhoria da qualidade da água. Complementarmente, há que otimizar os investimentos realizados (e a realizar) em ETAR e pensar nas ações necessárias para a recuperação ambiental e valorização paisagística dos vários cursos de água que atravessam o concelho.

Aproveitando as condições privilegiadas de morfologia e de circulação, o incremento das energias renováveis poderá passar pelo aproveitamento do potencial eólico no Maciço da Serra de Sicó. A implementação de um Parque Eólico deverá ser pensada e estudada de modo a salvaguardar o enquadramento paisagístico privilegiado da serra.

Será exigido um esforço de concertação com os municípios vizinhos, direcionado para os interesses comuns partilhados nestes domínios e que possibilite a geração de sinergias, sendo importante, portanto, uma estratégia de coordenação de esforços para o melhor aproveitamento possível das possibilidades que se abrem no âmbito do novo período de apoio comunitário.

C. POTENCIAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL

C1 – CONDEIXA, UM AMBIENTE FAVORÁVEL AO EMPREGO E À FORMAÇÃO

A preparação dos recursos humanos para as exigências do futuro é outro importante desafio. Por um lado, pela aposta relevante no domínio das atividades turísticas, de cultura e de lazer que se pretende fazer. Mais importante, por outro lado, a ZIC tem evidenciado um considerável dinamismo, sobretudo nos setores da cerâmica e da farmacêutica, que apresentam, na atualidade, uma forte capacidade de produção e de exportação. Por conseguinte, face às carências bem evidentes que Condeixa evidencia, amplamente reconhecidas pela Câmara Municipal e pelos empresários locais, sobretudo na formação de quadros intermédios (onde a procura de efetivos é, na atualidade, superior à oferta), a qualificação dos recursos humanos não pode ser descurada, dando resposta à crescente fixação de residentes jovens no concelho e às necessidades prementes das empresas.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 25

A importância da aposta na qualificação dos recursos humanos justifica-se, também, pela necessidade de responder às transformações constantes e céleres no processo produtivo, o que implica inovação tecnológica e organizativa.

Também para a concretização deste objetivo específico é importante adotar uma estratégia de coordenação de esforços, articulando e concertando as parcerias necessárias entre os vários atores locais e regionais, públicos e privados, criando o ambiente favorável ao emprego e à formação. A sua concretização deverá passar pela materialização de um conjunto de ações, donde se destacam as relacionadas com o reforço e consolidação do sistema formal de ensino (desde o pré-escolar ao secundário) e com o sistema de formação profissional, necessariamente pensado e dirigido para suprir as carências atuais e previsíveis no curto prazo das empresas. Importa relevar a aposta que poderá ser desenvolvida na estrutura tecnológica e o contributo que esta terá para a formação de técnicos especializados. Tudo isto contribuirá, seguramente, para o ajustamento necessário entre a oferta e a procura no mercado de trabalho, contribuindo para reduzir os níveis de desemprego de Condeixa.

C2 – CONDEIXA,UM CENTRO INTEGRADOR E SOLIDÁRIO

A afirmação de Condeixa enquanto centro integrador e solidário passa pela promoção da inclusão e da equidade social, objetivo que é sustentado pela melhoria das condições e pela promoção da equidade no acesso e utilização dos grupos mais vulneráveis aos equipamento e serviços sociais. Neste sentido, as linhas orientadoras apostam na adoção um planeamento social e territorial estratégico. No primeiro caso, importa estimular os parceiros sociais, de natureza jurídica pública e privada, com ou sem fins lucrativos, de forma a aumentar o investimento em equipamentos e respostas sociais primordiais. Entre as valências que se constituem como fulcrais, relevam-se as orientadas para: i) a infância e juventude, em particular para as situações de risco; ii) a população idosa, visando atingir parâmetros aceitáveis de qualidade de vida e de valorização da sua autonomia, quer pela efetiva capacidade de resposta em equipamento, quer pela dinamização do serviço de apoio domiciliário, assegurando a permanência em suas casas; iii) os imigrantes e as minorias étnicas, com o objetivo de melhorar as condições necessárias para a sua atratividade, integração territorial e inclusão, na medida em que esta população, jovem e em idade ativa, com níveis de instrução e formação profissional, por vezes superior aos valores médios concelhios, poderá constituir uma força de alavancagem para o crescimento económico.

C3 – CONDEIXA, UM CENTRO CRIATIVO

A cultura desempenha uma importante centralidade, quer pela sua materialidade, enquanto mercado de bens e de serviços, quer pela sua imaterialidade, simbólica e representativa. Pela atração que desempenha, confere aos territórios maior visibilidade e sentido de pertença às suas populações.

Condeixa detém um potencial cultural que importa preservar e ampliar, o que passa necessariamente pelo reordenamento da rede de equipamentos culturais e pela diversificação dos eventos. Mas o principal objetivo reside na inserção do concelho em movimentos da contemporaneidade das artes e da cultura em geral, para que

26 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

possa afirmar-se como uma referência crescentemente valorizada e valorizável no contexto do mosaico cultural da Região Centro.

O desenvolvimento de atividades relacionadas com práticas culturais e de animação pressupõe a existência de equipamentos e de infraestruturas com requisitos qualitativos mínimos. A requalificação e o reordenamento da rede de equipamentos culturais e de apoio à animação, na continuidade do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido deve, por um lado, procurar superar as carências concelhias, pela valorização e modernização dos espaços museológicos existentes (Museu Monográfico das Ruínas de Conímbriga e Casa Museu Fernando Namora) e construção de um auditório multifuncional e, por outro, continuar o esforço de descentralização.

Para além do incentivo aos projetos culturais em curso, parece interessante a criação de um facto novo, um elemento diferenciador, original no plano regional e nacional, um espetáculo vivo e/ou um projeto inovador, associado a Conímbriga, que seja capaz de afirmar o concelho e promover a sua imagem, com uma oferta de qualidade, dirigida a públicos vastos e diversificados.

Complementarmente, importa ampliar e diversificar a realização calendarizada de eventos culturais, em articulação com os concelhos vizinhos, sem deixar de ter em atenção as iniciativas de menor expressão, mas que constituem objeto de participação das populações locais. O impulso a prestar às iniciativas culturais, estimulando ofertas de qualidade, será igualmente um fator potenciador do reforço da identidade concelhia, dado que as mesmas poderão ser disseminadas e promovidas noutros locais do concelho.

A promoção da interligação das ações culturais envolvendo a comunidade escolar prefigura-se também como um objetivo a consolidar na afirmação e desenvolvimento cultural concelhio, designadamente na vertente relacionada com o incremento de práticas culturais regulares entre os estudantes.

2.2.4 Eixos e Medidas

EIXO 1 – COMPETITIVIDADE ECONÓMICA

O Eixo 1 é estruturado por três medidas, complementares entre si: i) apoio à competitividade económica e difusão do conhecimento e da inovação; ii) desenvolvimento turístico e das práticas de lazer; iii) valorização da fileira da alimentação saudável, promovendo os produtos locais.

Medida 1.1 – Apoio à competitividade, desenvolvimento tecnológico e inovação

Esta medida é dirigida ao setor secundário e às atividades de comércio e de serviços. São apresentadas propostas para o reforço da oferta e qualificação das infraestruturas de localização empresarial (indústria, logística e armazenagem; acolhimento de empresas ligadas à inovação e ao conhecimento) e para a diversificação das atividades comerciais e de serviços.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 27

Medida 1.2 – Desenvolvimento do turismo e dos lazeres

Esta medida aposta na afirmação crescente de Condeixa na dinâmica do turismo regional/nacional, consolidando os recursos existentes e promovendo a diversificação de produtos, centrando esforços no desenvolvimento do touring cultural e do turismo de natureza.

Medida 1.3 – Promoção dos Produtos Locais

Esta medida é dirigida para o setor primário, em particular para a exploração das potencialidades que encerra a fileira da alimentação saudável. As propostas efetuadas procuram revalorizar as práticas associadas à agropecuária, potenciando as estruturas de dinamização e competitividade do setor e contribuindo para o ordenamento e desenvolvimento rural.

EIXO 2 – VALORIZAÇÃO TERRITORIAL E AMBIENTAL

O Eixo 2 centra-se em três âmbitos de intervenção: i) melhoria das acessibilidades e da mobilidade local e regional; ii) regeneração, requalificação e modernização do tecido urbano; iii) conclusão das infraestruturas ambientais e proteção e valorização do ambiente.

Medida 2.1 – Acessibilidades rodoviárias e transportes

No primeiro, visa-se intervir nas acessibilidades e nos transportes públicos, de forma a contribuir para a melhoria da mobilidade no concelho e para a região, em três questões essenciais: os acessos à rede rodoviária nacional e principal; a melhoria da rede municipal, promovendo também a resolução dos problemas no interior do centro urbano de Condeixa e a revitalização funcional do centro histórico; o sistema de transportes coletivos intra e interurbano, essencial para a promoção da qualidade de vida das populações.

Medida 2.2 – Requalificação Urbana

No segundo, pretende-se valorizar e articular os múltiplos tecidos territoriais, de forma integrada e concertada, promovendo reabilitações e/ou reconversões de espaços urbanos degradados ou desqualificados, enquadrando novas expansões, através da implementação de instrumentos de valorização urbanística adequados. Visa melhorar as condições de vida e de atratividade dos centros urbanos/históricos do concelho.

Medida 2.3 – Ambiente

Enquadram-se intervenções para a recuperação ambiental, preservação e valorização paisagística dos vários cursos de água, mas também para o incremento das energias renováveis e para o reforço das infraestruturas ambientais, designadamente na melhoria da qualidade da água.

28 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

EIXO 3 – POTENCIAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL

O Eixo 3 encontra-se alicerçado em três pilares: i) emprego, qualificação e formação profissional dos recursos humanos; ii) integração e inclusão na ótica da equidade e justiça social; iii) dinamização cultural e recuperação e valorização patrimonial.

Medida 3.1 – Emprego, qualificação e profissionalização dos recursos humanos

Procura promover a formação e a qualificação profissional específica de segmentos populacionais, visando a dinamização e crescimento da economia concelhia. Não obstante a sua natureza e enfoque económico, tem amplos impactes sociais, decorrentes do combate ao desemprego e da valorização do potencial humano

Medida 3.2 – Inclusão e Equidade Social

Esta medida centra-se na promoção integrada da inclusão social. Atendendo à sua amplitude, deu-se particular atenção aos públicos-alvo e domínios considerados mais vulneráveis e que carecem de respostas mais urgentes.

Medida 3.3 – Cultura e património

Engloba intervenções de dotação territorial de equipamentos culturais, de promoção da educação cultural e de valorização patrimonial.

2.2.5 Projetos-Âncora e Projetos Complementares

2.2.5.1 Projetos âncora

Os objetivos e as principais componentes de cada projeto-âncora são os seguintes:

Parque de Atividades Económicas

A dinâmica de empreendedorismo requer um reforço da oferta e qualificação das infraestruturas de localização empresarial. Propõe-se no espaço da ZIC, a criação de um Parque de Atividades Económicas, apresentando como principais objetivos:

a) Reordenamento da indústria, logística e armazenagem à escala do concelho, num esforço de valorização territorial e sectorial, proporcionando condições adequadas de laboração; b) A melhoria da oferta da prestação de serviços às empresas e dos níveis de gestão profissional; c) Atração de novos investimentos de natureza local e exógena, de base produtiva e, preferencialmente tecnológica, com a consequente indução de efeitos multiplicadores

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 29

(investimentos complementares, atração de mão de obra qualificada, dotação de equipamentos e serviços de apoio à atividade empresarial.

As componentes principais do projeto consistem no: i) reordenamento das atividades industriais, de logística e de armazenamento (consolidação da principal área industrial/logística, promovendo a minimização da industrialização difusa); ii) ações coletivas de desenvolvimento empresarial (constituição de uma sociedade gestora); iii) Equipamentos e serviços de apoio à atividade empresarial (restauração, serviços bancários, pequenas unidades de comércio, lavandaria industrial, refeitório…); iv) outras ações complementares (melhoria dos transportes públicos, qualificação dos espaços exteriores e de acesso, construção de um site na internet que promova a sua divulgação).

Complementando este projeto-âncora estratégico, o Projeto 19 – Rede Empresarial de Condeixa-a-Nova da A21 Local, visa a criação e dinamização de parcerias e redes de cooperação e a dinamização da promoção da base económica e empresarial, cujas ações propostas passam por: i) promover a criação de uma rede de empresas do Concelho de Condeixa-a-Nova, com o intuito de se associarem e de garantirem a criação de mais valor no tecido empresarial do Concelho; ii) divulgar a rede junto do tecido empresarial – ação proactiva; iii) criar um sistema de acompanhamento da criação de novas empresas, com apoio no decorrer de todo o processo (administrativo, licenciamento urbanístico); iv) elaborar um Plano de Formação, que inclua as áreas do empreendedorismo, apoio ao emprego e à atividade empresarial.

Circuito Condeixa 2020

Apesar do diagnóstico realizado, tanto Condeixa como Conímbriga continuam a constar da programação de circuitos turísticos, tanto de âmbito nacional (Rota dos Escritores, associada a Fernando Namora), como internacional (legado romano na Península Ibérica).

Com a proposta Circuito “Condeixa 2020”, pretende-se genericamente estruturar e integrar a oferta turística concelhia, valorizando os recursos turísticos já existentes e potenciando em simultâneo o surgimento de novos atrativos por via da sua promoção turística. Procurar-se-á com esta intervenção organizar dois modelos/programas diferenciados mas complementares da visitação deste território:

a) Um primeiro, orientado para a consolidação e afirmação dos valores singulares de Condeixa – Conímbriga, Arzila, a Vila e Fernando Namora – em circuitos de escala macro, onde estes se constituem como elementos atrativos para o touring cultural de âmbito regional/nacional; b) Um segundo, visa criar um circuito de âmbito concelhio, que adicione aos valores singulares, outros elementos presentes na Vila (ex Biblioteca, Parque Verde, Centro Cívico, cerâmica artística, edifícios de interesse).

30 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

O Circuito “Condeixa 2020” deverá estar alicerçado fisicamente num conjunto de estruturas pré-existentes ou a criar, que se constituam como âncoras turísticas, disseminadas pelo território concelhio e que se assumam como landmarks das várias dimensões da paisagem: Centro de Eventos de Sicó - P.O.R.O.S. (deverá marcar o início e o culminar dessas itinerâncias, prestando informações diversas relevantes de preparação e de síntese da visita, ao mesmo tempo que daí partem circuitos de menor amplitude centrados na vila de Condeixa e nos seus principais atributos); Arzila (com o edifício-sede da Reserva natural, deverá ser a antecâmara para a visita à zona húmida do Paul, complementada com estruturas de apoio à observação da natureza localizadas noutros pontos deste ecossistema); território serrano de Sicó, onde se poderá criar um projeto de acolhimento aos turistas, emblemático, funcional e revelador da paisagem.

Neste âmbito, o Projeto 13 – Centros de Apoio às atividades turísticas, desportivas e de lazer, da Agenda 21 Local concretiza a ideia-chave da criação de pontos de apoio nas paisagens únicas de Condeixa como forma de melhorar o usufruto dos espaços. Estes centros deverão constituir-se como pontos de informação, apoio logístico e emergência, sendo este um pilar da aposta na diversidade e qualidade da oferta turística. As ações propostas passam por: i) criação de standes de apoio às atividades turísticas, desportivas e de lazer nos principais pontos de interesse (Paul de Arzila, Buracas do Casmilo e grutas); ii) produção de materiais informativos para distribuição nestes centros; iii) disponibilização de bicicletas no sistema rent-a-bike.

Também o Projeto 18 – Programa de marketing turístico para o concelho de Condeixa, é essencial na estratégia delineada, na medida em que as ações propostas neste âmbito são: i) identificar o ADN do território; ii) Desenvolver uma estratégia criativa de marketing; iii) comunicar os fatores atrativos e competitivos ao público interno e à envolvente externa; iv) participar em feiras nacionais e internacionais.

A Nova Feira: Montra do concelho

Para responder aos desafios de tornar Condeixa um centro qualificado e com identidade, sustentado e competitivo, inovador e criativo, em que a fileira da alimentação saudável seja um dos elementos motrizes dessa mudança, tratou-se de estruturar uma proposta de intervenção que, reinventando a tradição mercantil e as tradicionais feiras de transação de produtos locais e da região, se materializassem num espaço dedicado ao efeito, que fosse “ a montra do concelho”.

Tal espaço de assumida, embora não exclusiva vocação comercial, teria a dupla função de ser o polo aglutinador de venda de produtos de qualidade, influenciando, a montante, a elevação dos padrões produtivos e, a jusante, atraindo uma procura concelhia e metropolitana de nível superior, contribuindo, assim, para disseminar uma imagem atrativa e qualificada de Condeixa.

À sua reconhecida valia turística – podendo inclusivamente constituir-se como um polo de atração num circuitos de âmbito local/urbano e concelhio – acresce o interesse económico e cultural que esta intervenção poderá gerar: i) Económico, no sentido em que, estando direcionada para a comercialização de produtos endógenos de

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 31

qualidade, venha estimular o empreendedorismo nos setores agrícola, do artesanato e de outros bens transacionáveis, proporcionando o surgimento de novos produtos e a qualificação dessas produções; ii) Interesse cultural, na medida em que poderá contribuir para a recuperação de antigos processos produtivos, artes e ofícios.

As componentes do projeto incluem a i) criação de uma estrutura, cuja localização deveria ser central ou próxima da vila e, eventualmente, recuperando um valor patrimonial existente que poderia acolher complementarmente uma componente pedagógica e formativa/lúdica; ii) dar escala e valorizar a produção local, sendo que os produtos e os produtores deverão ser certificados, de forma a garantir a qualidade e conformidade dos bens com os processos produtivos tradicionais e ecológicos.

Complementando esta ideia, o Projeto 4 – Promoção da Produção Local para consumo Local, da Agenda 21 Local, com os objetivos de i) valorizar os produtos endógenos com base na definição de uma estratégia de mercado (identificação de clientes alvo, adaptação de produtos, renovação de imagem); ii) aumentar o número de empreendedores com produções biológicas; iii) promoção do comércio local e da responsabilidade social nos cidadãos de Condeixa, propõe algumas ações que concorrerão para o seu sucesso e que se podem articular com a “Nova feira- Montra do concelho”, nomeadamente: desenvolver um Estudo do Potencial Agrícola do Concelho, promover reuniões de sensibilização junto dos produtores atuais e dos potenciais comerciantes e elaborar um Programa para a Animação e Programação Comercial do Centro de Condeixa.

Circular Exterior Poente (CEP)

A construção de uma Circular Externa a Condeixa, (fechando a malha urbana a poente), concorrerá para descongestionar a EN1/ IC2 e para uma articulação mais eficaz entre alguns polos secundários do concelho. Esta proposta visa alcançar objetivos de maior amplitude para a mobilidade local e regional, devendo ser encarada como uma intervenção de âmbito supramunicipal, apesar do seu traçado se desenvolver maioritariamente em Condeixa, permitindo: i) constituir-se como uma alternativa à EN1/ IC2 – a partir do concelho na proximidade de Serrazina, até à proximidade de Cernache a sul de Coimbra; ii) uma ligação mais eficaz entre a ZIC e a A1 – através da conexão da CEP à Autoestrada no nó de Condeixa, essencialmente para tornar a ZIC mais competitiva como espaço de acolhimento empresaria no contexto regional, designadamente nos setores logísticos e dos transportes; iii) uma ligação mais eficaz entre a ZIC e a EN1/ IC2 – quer a norte pela ligação junto a Cernache, quer a sul, junto a Serrazina, constituindo uma alternativa à EN1/ IC2 no território concelhio; iv) uma ligação mais eficaz entre a vila de Condeixa e a ZIC, com efeito indireto, pelo desvio de transito da EN1/ IC2, possibilitando uma resposta adequada ao tráfego crescente nos movimentos diários, com ganhos de tempo na deslocação; v) melhorar as ligações entre as freguesias a poente da EN1/ IC2 – Ega, Sebal/ Belide e Anobra ficarão mais próximas entre si; vi) atenuar a sinistralidade rodoviária – num troço crítico da EN1/ IC2 de acesso a Condeixa.

32 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Programa de Valorização da Rede Urbana Complementar de Condeixa

Sob pena de abandono e desvalorização, a rede de pequenos centros urbanos locais (sobretudo as sedes das freguesias rurais) deverá ser alvo de intervenções de requalificação e de valorização ambiental, condição essencial para a sua sustentação e subsequente reforço e consolidação de um sistema urbano infraconcelhio robusto, estruturado e sustentado.

A dinamização dos principais aglomerados de cada freguesia é importante para a consolidação de um sistema urbano policêntrico e para o estabelecimento de um modelo de desenvolvimento social e de crescimento económico equilibrado.

Repercutindo as tendências que marcam as políticas urbanas atuais, propõe-se a estruturação de um programa concreto de intervenções públicas com objetivos de faseamento e financiamentos específicos, visando a requalificação e a valorização ambiental de cada um desses aglomerados, da melhoria das condições de qualidade de vida dos residentes e, em última análise, de inversão de processos cumulativos de declínio urbano. A sua prossecução é acompanhada por três objetivos específicos: i) Requalificação dos centros cívicos; valorização de um urbanismo policêntrico; iii) melhoria das condições de vida.

As componentes do projeto incluem ações de requalificação urbana, operações de valorização ambiental, revitalização comercial e ações de sensibilização para a fruição do espaço público.

Reforço das Infraestruturas Ambientais

Prosseguindo o esforço que tem vindo a ser desenvolvido, a intervenção proposta deverá focalizar-se na obtenção de ganhos na cobertura e na qualidade dos serviços prestados à população e às unidades industriais, destacando-se como principais objetivos: a) a melhoria da qualidade do abastecimento de água, que permita minimizar as fragilidades que caracterizam os aquíferos; b) a otimização dos investimentos realizados e a realizar em ETAR, visando minimizar os impactes ambientais negativos, gerados pelas empresas localizadas na ZIC, designadamente nos setores dos produtos cerâmicos e da indústria de abate e preparação de carne; c) o incremento da recolha seletiva e da valorização dos resíduos sólidos urbanos, aproximando-se dos objetivos estabelecidos pela carta de Aalborg e pelas diretivas comunitárias; d) a resolução dos problemas pontuais existentes nas restantes infraestruturas ambientais (designadamente as relacionadas com o saneamento básico nas freguesias serranas), dando continuidade à melhoria dos níveis de prestação de serviços.

Neste âmbito, essencial ao desenvolvimento concelhio, o Projeto 15 – Programa para a execução da rede de infraestruturas básicas, da Agenda 21 Local, vem reforçar esta dimensão: a necessidade da cobertura de todo o concelho com sistema de abastecimento de água e sistema de drenagem de águas residuais em boas condições de funcionamento, enquanto pilares básicos para o desenvolvimento sustentável.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 33

Gabinete de Formação Profissional e Integração no Mercado de Trabalho

O desenvolvimento social e a dinamização económica pressupõem o reforço da qualificação do capital humano e da plenitude da sua inserção no mercado de trabalho. Neste sentido, propõe-se a criação de um “Gabinete de Formação Profissional e integração no Mercado de Trabalho”, que seja concebido numa lógica de descentralização do Centro de Emprego.

Pretende-se, pela maior proximidade aos cidadãos, beneficiar de um melhor conhecimento das necessidades concelhias ao nível da empregabilidade. Por ter uma área de influência mais circunscrita permitirá alcançar resultados mais eficazes. O Gabinete proposto apresenta como objetivos centrais: a) fomentar a inclusão social; ii) promover a dinamização da base económica local. O gabinete deverá constituir-se como uma plataforma dinâmica, interagindo com diferentes atores, estabelecendo diversas parcerias, disponibilizando levantamentos sistemáticos das necessidades de emprego assim como das ofertas de trabalho. É igualmente importante a disponibilização de informação atualizada e diversificada sobre orientações ao nível das competências técnicas e científicas, do quadro legislativo em vigor, das fontes de financiamento de apoio à formação e à realização de estágios e de outras modalidades de integração no mercado de trabalho.

As componentes do projeto passam pelo, já referido, levantamento sistemático das necessidades, pela promoção de ações de formação profissional, pela prestação de apoio diversificado e pela criação de um site na internet.

Centro de Eventos de Sicó – P.O.R.O.S.

Propõe-se a criação de uma estrutura multifuncional – Centro de Eventos de Sicó - P.O.R.O.S. - de natureza iminentemente cívica e cultural, que restitua à vila uma centralidade necessária. A sua localização deverá corresponder à afirmação de uma nova centralidade que promova a consolidação e qualificação do tecido urbano, ao mesmo tempo que diminui/supre carências da rede de equipamentos culturais da vila, do concelho e da região, designadamente de nível superior.

O equipamento a criar deve constituir uma intervenção emblemática, recuperando um imóvel com reconhecido patrimonial (Quinta de São Tomé), com efeitos disseminadores, qualificando a envolvente urbanística e promovendo a produção cultural. Deverá tratar-se de um espaço apelativo, inovador, indutor de modernidade. A concretização deste complexo multifuncional, por ser contíguo ao parque verde urbano dos Bruscos, trará benefícios mútuos para ambos os equipamentos, reforçando assim a afirmação de uma centralidade cultural/lúdica na vila de Condeixa.

O Centro de Eventos de Sicó – P.O.R.O.S., constituirá um espaço museológico destinado ao estudo e promoção do romano em Terras de Sicó, com a implementação de um projeto multimédia. Pretende-se, assim, criar um polo cultural e educativo, um produto turístico diferenciado e inovador, capaz de integrar rotas turísticas culturais

34 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

a nível nacional e internacional. O centro P.O.R.O.S. será um espaço tecnológico, didático e interpretativo, com recurso a soluções multimédia, permitindo ao visitante a interação com a História e com o espaço, isto é, um espaço de descoberta da História e da Cultura.

As componentes do projeto deverão integrar, assim, na componente material, o complexo museológico, um auditório, uma sala de conferências, salas polifuncionais, um restaurante e um posto de atendimento turístico; na componente imaterial, a formação de técnicos nas áreas turístico/culturais, realização de cursos, ateliers, aposta na realização de um evento cultural regular, multidisciplinar, com crescente projeção.

Também este projeto estratégico pode ser consolidado/complementado com o Projeto10 – Articulação e coordenação das atividades culturais, da Agenda 21 Local. O centro P.O.R.O.S., dará suporte ao envolvimento das associações locais e do poder local na concertação de uma estratégia e planeamento para a atividade cultural como o caminho para o envolvimento da população e um fator de atração concelhio e, logo, de desenvolvimento.

Por outro lado, a rede de serviços e equipamentos existentes (piscina coberta, biblioteca, parque verde, campo de futebol, etc.), passíveis de serem utilizados pelos munícipes, são uma mais-valia no que se refere à dinâmica social, essencialmente no que respeita aos jovens. Contudo estes equipamentos poderão ser ainda mais potenciados com o desenvolvimento de um programa de atividades. Estas atividades, ainda que apoiadas pela Câmara Municipal, devem ser organizadas através da criação de uma comissão organizadora constituída pelas associações locais do Concelho.

Conímbriga 2020

A proposta “Conímbriga 2020 deverá constituir-se um referencial para o “renascimento” deste núcleo museológico – cultural, turístico, formativo – dotando-o de uma ambição renovada que o projete para uma posição cimeira no contexto da oferta museológica e dos arqueo-sítios, a nível nacional e internacional. As ideias-chave deste projeto deverão passar por: i) “Conímbriga Reabilitada” ( a intervenção deverá ser pretexto para uma ação de requalificação de toda a envolvente ao complexo museológico e do aglomerado de Condeixa- a-Velha); ii) “Conímbriga Criativa” (terá de evoluir para um sítio arqueológico inovador); iii) “Conímbriga Viva” (Conímbriga deverá ser um centro de arqueologia viva, por isso deverá promover eventos e atividades regulares); iv) ”Conímbriga Dinâmica (Conímbriga deverá prover o máximo aproveitamento sustentável das potencialidades que possui).

As componentes do essenciais do projeto deverão consistir em: i) reabilitação urbanística de Condeixa-a-Velha; ii) Classificação do arqueo-sítio como Parque Arqueológico; iii) Implementação de um projeto multimédia; iv) Reativação do programa de escavações arqueológicas; v) Realização de eventos de índole diversa; vi) Realização de um evento cultural de grande alcance mediático e com projeção nacional e internacional; vii)

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 35

Diversificação dos serviços e programas para os diferentes perfis de turistas; viii) Criação de espaços de visitação ajustados a segmentos específicos de procura.

Em total concordância e apelo a este tema fulcral para Condeixa, o Projeto 9 – Programa para a valorização do capital de Conímbriga, da Agenda 21 Local, consolida a substância do “Conímbriga 2020”. O projeto pretende criar um sistema de análise, diagnóstico e ação para a promoção e dinamização do turismo do Concelho, focalizado essencialmente no potencial de Conímbriga e dos espaços naturais envolventes. Deve ser dado especial ênfase ao estabelecimento de uma rede de cooperação sustentada em parcerias público-privado, que garanta a criação de uma oferta integrada.

Neste programa será elaborado um plano de ação integrado que defina um modelo de gestão global de atividades e produtos de turismo, para que o território de Condeixa tenha sempre como cartão-de-visita a qualidade e a sustentabilidade da sua oferta, valorizando não só as Ruínas de Conímbriga, mas aliando o seu potencial a uma oferta de turismo natureza vasta. Este projeto será fortemente condicionado pela capacidade de articulação com outros projetos, nomeadamente o P22 - Programa de Marketing Turístico para o Concelho de

Condeixa.

2.2.5.2 Projetos complementares

Os projetos complementares são as apostas de concretização maioritariamente “visíveis” e materiais, no território municipal, e que objetivamente vão “dar corpo” à estratégia global, nomeadamente aos seus objetivos e eixos, e complementar e consolidar a função dos projetos-âncora. Estes projetos encontram-se elencados no subcapítulo designado de Esquema Estratégico.

36 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

3. CONDICIONANTES LEGAIS

De acordo com a legislação em vigor2, a Planta de Condicionantes “identifica as servidões e restrições de utilidade pública em vigor que possam constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma específica de aproveitamento”.

Assim, por servidão administrativa deve entender-se o encargo imposto sobre um imóvel em benefício de uma coisa, por virtude da utilidade pública desta. Para além do conceito genérico de servidão administrativa, importa ainda atender às características principais das servidões administrativas que a seguir se identificam:

resultarem de imposição legal ou de ato administrativo praticado por determinada entidade administrativa com competência para tal;

terem subjacente um fim de utilidade pública;

não serem obrigatoriamente constituídas a favor de um prédio, podendo ser constituídas a favor de uma entidade beneficiária ou de uma coisa;

poderem recair sobre coisas do mesmo dono;

poderem ser negativas (proibir ou limitar ações) ou positivas (obrigar à prática de ações);

serem inalienáveis e imprescritíveis;

cessarem com a desafetação dos bens onerados ou com o desaparecimento da função de utilidade pública para a qual foram constituídas.

Por restrição de utilidade pública deve entender-se toda e qualquer limitação sobre o uso, ocupação e transformação do solo que impede o proprietário de beneficiar do seu direito de propriedade pleno, sem depender de qualquer ato administrativo uma vez que decorre diretamente da Lei. A servidão administrativa não deixa de ser uma restrição de utilidade pública pois tem subjacente a proteção de um bem ou de um interesse público, mas com características próprias.

Por vezes, a elaboração desta carta é significativamente dificultada por razões que se podem perceber através deste trecho extraído de Oliveira3 (1991): “A variedade dos tipos das servidões administrativas e das restrições de utilidade pública ao direito de propriedade, a sua dispersão por numerosos diplomas de natureza distinta, publicados em momentos diversos, a ausência, em muitos casos, de concretização gráfica das respetivas áreas de incidência ou de rigor das delimitações são fatores, entre outros, que dificultam a identificação física dos imóveis a elas sujeitos e transformam esta matéria num verdadeiro labirinto.”

2 Alínea c), do n.º 1, do Artigo 86º, do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 181/2009, de 7 de agosto. 3 OLIVEIRA, L.P., Planos Municipais de Ordenamento do Território, Decreto-Lei n.º 69/90 anotado, Coimbra, 1991

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 37

Ainda de acordo com o mesmo autor, esta Planta “destina-se unicamente a assinalar as servidões administrativas e restrições de utilidade pública previamente estabelecidas através ou ao abrigo dos diplomas específicos sectoriais”, e “não traduz graficamente o regime do Plano de Ordenamento em que se integra, possuindo apenas valor informativo.” Assim, na Planta de Condicionantes apenas são demarcadas as servidões administrativas e restrições de utilidade pública com estatuto legal.

As servidões administrativas e restrições de utilidade pública com incidência no concelho de Condeixa-a-Nova são as seguintes:

RECURSOS NATURAIS Recursos Hídricos Domínio hídrico Captações de águas subterrâneas para abastecimento público e respetivos perímetros de proteção Recursos Geológicos Pedreiras Concessões mineiras Recursos Agrícolas e Florestais Reserva Agrícola Nacional (RAN) Obras de aproveitamento hidroagrícola Oliveira Sobreiro e Azinheira Azevinho Defesa da Floresta contra Incêndios: Áreas florestais percorridas por incêndios Faixas de gestão de combustível Perigosidade de incêndio alta e muito alta Árvores e arvoredos de interesse público Recursos Ecológicos Reserva Ecológica Nacional (REN) Áreas protegidas Rede natura 2000 PATRIMÓNIO CULTURAL Património classificado, Património em vias de classificação e zonas de proteção INFRAESTRUTURAS Rede elétrica Gasodutos Rede rodoviária nacional e Estradas regionais Estradas e Caminhos Municipais Marcos Geodésicos

Assinala-se ainda que algumas servidões administrativas e restrições de utilidade pública não têm representação na Planta de Condicionantes: Recursos Agrícolas e Florestais: oliveiras, sobreiro e azinheira e azevinho.

O conteúdo introdutório de cada condicionante foi retirado, em termos gerais, da publicação Servidões e Restrições de Utilidade Pública, DGOTDU, 4ª edição, revista, atualizada e aumentada em 2006 e disponibilizada

38 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

no início de 2007. Esta breve introdução pretende apenas explicitar as implicações e a aplicação de cada servidão de uma forma geral, abordando as situações que se verificam no concelho de Condeixa-a-Nova, fazendo referência a diplomas específicos sempre que necessário.

Em termos de apresentação, a Planta de Condicionantes - Outras condicionantes e servidões (peça desenhada n.º 2.1 do Volume III) é complementada por três plantas: Reserva Agrícola Nacional e Obras de aproveitamento hidroagrícola (peça desenhada n.º 2.2 do Volume III), Reserva Ecológica Nacional (peça desenhada n.º 2.3 do Volume III) e Perigosidade de risco de incêndio e áreas ardidas (peça desenhada n.º 2.4 do Volume III), elaboradas com o objetivo de facilitar a leitura dos elementos cartografados.

Uma vez que as servidões administrativas e restrições de utilidade pública resultantes do regime de proteção florestal contra incêndios (peça desenhada n.º 2.4 do Volume III), são alvo de atualização anual, em conformidade com o respetivo regime legal, recomenda-se a consulta da versão atualizada disponível na Câmara Municipal.

3.1 RECURSOS NATURAIS

3.1.1 Recursos Hídricos

Os recursos hídricos dizem respeito ao Domínio Hídrico, constituído por um conjunto de bens que pela sua natureza são considerados de uso público e de interesse geral pelo que devem ser protegidos, garantindo-se o acesso universal à água e a passagem ao longo das águas, às Albufeiras de Águas Públicas cujas principais finalidades são a produção de energia, o abastecimento de água às populações e a rega, que devem ser conciliadas com outras atividades secundárias e, finalmente, as Captações Subterrâneas para Abastecimento Público que importa preservar. No concelho de Condeixa-a-Nova assinala-se a existência de Domínio Hídrico e de Captações Subterrâneas para Abastecimento Público.

3.1.1.1 Domínio Hídrico

O domínio hídrico é constituído pelo conjunto de bens que pela sua natureza são considerados de uso público e de interesse geral, que justificam o estabelecimento de um regime de caráter especial aplicável a qualquer utilização ou intervenção nos prédios localizadas nos leitos das águas do mar, correntes de água, lagos e lagoas, bem como as respetivas margens e zonas adjacentes, a fim de os proteger.

Assim, nos terrenos do domínio hídrico deverá garantir-se o acesso universal à água e a passagem ao longo das águas.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 39

A constituição de servidões administrativas e restrições de utilidade pública relativas ao Domínio Público Hídrico segue o regime previsto na Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro, no Capítulo III do Decreto-Lei n.º 468/71, republicado pela Lei n.º 16/2003, de 4 de junho, e na Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro.

O domínio público hídrico subdivide-se em domínio público marítimo, domínio público fluvial e lacustre e domínio público das restantes águas. No Concelho de Condeixa-a-Nova está presente o domínio público das restantes águas.

De acordo com o referido diploma:

a) “Entende-se por leito o terreno coberto pelas águas quando não influenciadas por cheias extraordinárias, inundações ou tempestades. No leito compreendem-se os mouchões, lodeiros e areais nele formados por deposição aluvial. (…) O leito das restantes águas é limitado pela linha que corresponder à estrema dos terrenos que as águas cobrem em condições de cheias médias, sem transbordar para o solo natural, habitualmente enxuto. Essa linha é definida, conforme os casos, pela aresta ou crista superior do talude marginal ou pelo alinhamento da aresta ou crista do talude molhado das motas, cômoros, valados, tapadas ou muros marginais. b) Entende-se por margem uma faixa de terreno contígua ou sobranceira à linha que limita o leito das águas (…) a margem das restantes águas navegáveis ou flutuáveis tem a largura de 30 metros (…) a margem das águas não navegáveis nem flutuáveis, nomeadamente torrentes, barrancos e córregos de caudal descontínuo, tem a largura de 10 metros”.

No concelho de Condeixa-a-Nova são representadas na Planta de Condicionantes - Outras condicionantes e servidões (peça desenhada n.º 2.1 do Volume III) os leitos e margens das águas não navegáveis nem flutuáveis, com faixa de proteção de 10 metros.

3.1.1.2 Captações de águas subterrâneas para abastecimento público e respetivos perímetros de proteção

Constituindo as águas subterrâneas fontes importantes, é de todo o interesse promover a sua proteção garantindo que os usos e ocupações do solo não afetam a sua qualidade, dado que, uma vez contaminadas, a sua recuperação é um processo lento e difícil. A servidão foi instituída com a publicação do D.L. n.º 382/99, de 22 de setembro, com as alterações decorrentes do art. 37.º da Lei da Água (Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro), pelo D.L. n.º 226-A/2007, de 31 de maio e pela Portaria n.º 702/2009, de 6 de Julho.

O perímetro de proteção abrange a área limítrofe ou contígua à captação de água e engloba 3 áreas:

Zona de Proteção Imediata, onde é interdita qualquer instalação ou atividade, com exceção das que têm por finalidade a conservação, manutenção e melhor exploração da captação. Nesta área o

40 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

terreno deve ser vedado e tem que ser limpo de quaisquer resíduos, produtos ou líquidos que possam resultar na infiltração de substâncias contaminantes da água de captação.

Zona de Proteção Intermédia, onde podem ser condicionadas as seguintes atividades e instalações quando se considere haver perigo de contaminação das águas: pastorícia; usos agrícolas e pecuários; aplicação de pesticidas móveis e persistentes na água ou que possam formar substâncias tóxicas, persistentes ou bioacumuláveis; edificações; estradas e caminho-de-ferro; parques de campismo; espaços destinados a práticas desportivas; estações de tratamento de águas residuais; coletores de águas residuais; fossas de esgotos; unidades industriais; cemitérios; pedreiras e quaisquer escavações; explorações minerais; e, finalmente, lagos e quaisquer obras ou escavações destinadas à recolha e tratamento de água ou quaisquer substância passíveis de se infiltrarem. Nesta área são interditas as seguintes atividades e instalações: infraestruturas aeronáuticas; oficinas e estações de serviço de automóveis; depósitos de materiais radioativos, de hidrocarbonetos e de resíduos perigosos; postos de abastecimento e áreas de serviço de combustíveis; canalizações de produtos tóxicos; e lixeiras e aterros sanitários.

Zona de Proteção Alargada, onde podem ser condicionadas as seguintes atividades e instalações, caso possam provocar poluição das águas subterrâneas: utilização de pesticidas móveis e persistentes na água ou que possam formar substâncias tóxicas, persistentes ou bioacumuláveis; coletores de águas residuais; fossas de esgotos; lagos e quaisquer obras ou escavações destinadas à recolha e tratamento de água ou quaisquer substâncias passíveis de se infiltrarem; ETAR; cemitérios; pedreiras e explorações mineiras; infraestruturas aeronáuticas; oficinas e estações de serviço de automóveis; e postos de abastecimento e áreas de serviço de combustíveis. Nesta área são interditas as seguintes atividades e instalações: transporte de hidrocarbonetos, de materiais radioativos, ou outras substâncias perigosas; depósitos de materiais radioativos, de hidrocarbonetos e de resíduos perigosos; canalizações de produtos tóxicos; refinarias e indústrias químicas; e lixeiras e aterros sanitários.

As captações de água subterrânea destinadas ao abastecimento público de água para consumo humano de aglomerados populacionais com mais de 500 habitantes ou com um caudal de exploração superior a 100m3/dia, são protegidas de acordo com a legislação em vigor em relação a todas as zonas de proteção estipuladas. Já às restantes captações aplicam-se as restrições previstas para as zonas de proteção imediata.

O perímetro de proteção poderá ainda englobar zonas de proteção especial sempre que se justifique, e em zonas sujeitas ao risco de intrusão salina prevê-se a criação de zonas de proteção especiais para prevenir o avanço da cunha salina.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 41

No caso específico de Condeixa-a-Nova, referência para a existência de perímetros de proteção das seguintes captações: JK6, em Ega, V1, em Casal Carrito (Portaria n.º 212/2011, de 27 de maio) e JK4, JK5 e RA1, em Alcabideque (Portaria n.º 248/2011, de 22 de junho).

3.1.2 Recursos Geológicos

Os recursos geológicos contemplam as Águas de Nascente e as Águas Minerais Naturais, por forma a garantir a sua proteção, e, finalmente, as Pedreiras e as Concessões Mineiras por forma a condicionar a sua localização de modo a conciliar a proteção dos recursos minerais existentes e a vertente populacional e ambiental. No concelho de Condeixa-a-Nova assinala-se a existência de Pedreiras e Concessões Mineiras.

3.1.2.1 Pedreiras

Como se sabe, o desenvolvimento do setor da construção civil e obras públicas está diretamente relacionado com a extração de inertes. A proliferação da exploração de pedreiras tem conduzido a situações de desequilíbrio ecológico que interessa evitar.

Esta servidão foi instituída com a publicação do n.º 227/82 de 14 de julho, regulamentado pelo Decreto Regulamentar n.º 71/82 de 26/10. A pesquisa e exploração de massas minerais está devidamente regulamentada através do Decreto-Lei n.º 340/2007, de 12 de outubro (e Declaração de Retificação n.º 108/2007, de 11 de dezembro), que altera o Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de junho. Qualquer prédio em que se localize uma pedreira, assim como os prédios vizinhos, pode ser sujeito a servidão administrativa. Em termos gerais, as zonas de defesa, “a que se refere o art.º 38 do Decreto-Lei n.º 90/90, de 16/03, devem observar as distâncias fixadas em portaria de cativação ou, na falta destas, as seguintes distâncias, medidas a partir da bordadura de cada escavação:

10 m – relativamente a prédios rústicos vizinhos, murados ou não;

15 m – relativamente a caminhos públicos;

20 m – relativamente a condutas de fluidos, linhas elétricas de baixa tensão, linhas aéreas de telecomunicações telefónicas não integradas na exploração/linhas de telecomunicações e teleférico/cabos subterrâneos elétricos e de telecomunicações;

30 m – relativamente a linhas elétricas aéreas de média e alta tensão, postos elétricos de transformação ou de telecomunicações e pontes;

50 m – relativamente a rios navegáveis, canais/nascentes de águas, cursos de água de regime permanente e canais, nascentes ou captações de água, edifícios não especificados e locais de uso público e estradas nacionais ou municipais e linhas férreas;

70 m – relativamente a autoestradas e estradas internacionais;

42 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

100 m – relativamente a monumentos nacionais, locais classificados de valor turístico, instalações e obras das Forças Armadas e forças de serviços de segurança, escolas e hospitais;

500 m – relativamente a locais e zonas classificadas com valor científico ou paisagístico”.

No concelho de Condeixa-a-Nova existem cinco pedreiras licenciadas. As suas designações são as seguintes: “Vale de Covadas” (n.º de cadastro 5575), Condeixa-a-Velha n.º 2 (n.º de cadastro 3084), Vale da Pia (n.º de cadastro 4691), Sangardão (n.º de cadastro 2786) e uma existente junto a Casal da Torre cuja designação não foi fornecida (n.º de cadastro 5801).

3.1.2.2 Concessões mineiras

O regime jurídico geral de revelação e aproveitamento dos recursos geológicos está sujeito ao disposto pelo Decreto-Lei nº 90/90, de 16 de março. Segundo este diploma integram-se no domínio público do Estado os recursos geológicos designados por:

Depósitos minerais

Recursos hidrominerais

Recursos geotérmicos

Considerando a diversidade de características dos diferentes recursos geológicos, das técnicas do seu aproveitamento e das implicações decorrentes da sua exploração, particularmente nas situações de potencial conflito com outros utilizadores do solo e subsolo, optou-se por enquadramentos jurídicos específicos para cada tipo de recurso.

Deste modo, de acordo com o Decreto-Lei n.º 88/90, de 16 de março, que aprova o regulamento de depósitos minerais, estes são definidos como “as ocorrências minerais existentes em território nacional e nos fundos marinhos da zona económica exclusiva que, pela sua raridade, alto valor específico ou importância na aplicação em processos industriais das substâncias nelas contidas, se apresentam de especial interesse para a economia nacional”.

Ainda segundo o regime geral de revelação e aproveitamento os recursos que se integram no domínio público, podem ser constituídos os seguintes direitos:

De prospeção e pesquisa, permitindo a prática de operações visando a descoberta de recursos e a determinação das suas características, até à revelação da existência de valor económico;

De exploração, permitindo o exercício da atividade posterior à prospeção e pesquisa, ou seja, o aproveitamento económico dos recursos, através da atribuição de uma concessão mineira.

Dos direitos dos concessionários destacam-se os seguintes:

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 43

O de requerer a expropriação por utilidade pública e urgente dos terrenos necessários à realização dos trabalhos e à implantação dos respetivos anexos, ainda que fora da área demarcada, ficando os mesmos afetos à concessão;

O de obter a constituição a seu favor por ato administrativo das servidões necessárias à exploração dos recursos.

Por outro lado, do conjunto das obrigações dos concessionários destacam-se as seguintes:

A de cumprir as normas e medidas de higiene e segurança do trabalho e proteção ambiental aplicáveis, ainda quando seja extinta a concessão;

A de explorar, sempre que possível, os recursos do domínio público que sejam revelados na área demarcada com reconhecido valor económico e desde que se verifique compatibilidade da exploração;

A de fazer o aproveitamento dos recursos, segundo normas técnicas adequadas e em harmonia com o interesse público do melhor aproveitamento desses bens.

As concessões mineiras existentes, visam a exploração de caulino no concelho são as seguintes: Alto da Serra Sul, Tapada e Alto da Serra Norte.

3.1.3 Recursos Agrícolas e Florestais

Os recursos agrícolas e florestais abrangem a Reserva Agrícola Nacional, que diz respeito às áreas de maior aptidão agrícola, proibindo todas as ações que diminuam ou destruam as suas potencialidades agrícolas; as Obras de Aproveitamento Hidroagrícola, sendo importante garantir a sua utilização para os fins a que se destinam, as Oliveiras, património que interessa preservar, através do condicionamento do seu corte, o Sobreiro e Azinheira, que constituem um dos biótopos mais importantes em Portugal e representam um recurso renovável de extrema importância económica, o Azevinho, cuja diminuição de exemplares, justifica a imposição de medidas que regulamentem e condicionem o seu corte, o Regime Florestal, que define áreas florestais consideradas um suporte ao desenvolvimento de importantes ecossistemas, apresentando funções produtiva, ambiental, cultural e social, as Áreas florestais percorridas por incêndio, que procuram garantir a rearborização destas áreas, por forma a preservar o património florestal, a Perigosidade de incêndio alta e muito alta e, finalmente, Árvores e Arvoredos de Interesse Público, que pelo seu interesse devem ser preservados. Excetuando o Regime Florestal no concelho de Condeixa-a-Nova verifica-se a ocorrência de todas estas servidões.

44 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

3.1.3.1 Reserva Agrícola Nacional

O regime jurídico da Reserva Agrícola Nacional (RAN) encontra-se previsto no Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março, que veio revogar o Decreto-Lei n.º 196/89, de 14 de junho.

A RAN é o conjunto das áreas que em termos agroclimáticos, geomorfológicos e pedológicos apresentam maior aptidão para a atividade agrícola, constituindo uma restrição de utilidade pública, à qual se aplica um regime territorial especial, que estabelece um conjunto de condicionamentos à utilização não agrícola do solo, identificando quais as utilizações permitidas tendo em conta os objetivos do presente regime nos vários tipos de terras e solos.

Os solos de RAN devem ser afetos à atividade agrícola e são áreas non aedificandi, numa ótica de uso sustentado e de gestão eficaz do espaço rural, sendo interditas todas as ações que diminuam ou destruam as potencialidades para o exercício da atividade agrícola.

A RAN do concelho de Condeixa-a-Nova foi aprovada com o Plano Diretor Municipal. No âmbito da presente revisão, procedeu-se à digitalização da informação publicada, tendo o resultado sido verificado pela entidade competente. A RAN apresentada na Planta de Condicionantes - Reserva Agrícola Nacional e Obras de aproveitamento hidroagrícola (peça desenhada n.º 2.2 do Volume III) traduz a delimitação da RAN “final” resultado das propostas de exclusão efetuadas no âmbito da revisão do PDM, e validada pela entidade responsável.

3.1.3.2 Obras de Aproveitamento Hidroagrícola

O regime jurídico das obras de aproveitamento hidroagrícola rege-se pelo Decreto-Lei n.º 269/82, de 10 de Julho, com redação dada pelo Decreto-Lei n.º 86/2002, de 6 de Abril.

São consideradas obras de aproveitamento hidroagrícola nomeadamente, as obras de aproveitamento de águas do domínio público para rega, as obras de drenagem, de enxugo e de defesa dos terrenos utilizados na agricultura.

Podem ainda ser consideradas obras de aproveitamento hidroagrícola as obras de infraestruturas viárias e de distribuição de energia, necessárias à adaptação ao regadio das terras beneficiadas ou à melhoria de regadios existentes (art.º 1.º do Decreto-Lei n.º 269/82).

Como estas áreas integram a RAN, ficam também sujeitas ao seu regime.

As obras de aproveitamento hidroagrícola (dois regadios tradicionais) presentes no concelho são as seguintes: Leiras e Batoreo-Melhora.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 45

3.1.3.3 Oliveiras

Esta servidão resulta da publicação do Decreto-Lei n.º 120/86, de 28 de maio, e pretende condicionar o corte das oliveiras uma vez que, nas últimas décadas, tem ocorrido uma substancial diminuição desta cultura. Uma vez que esta espécie apresenta uma elevada importância económica, comercial e paisagística, a legislação obriga a que o arranque e o corte de oliveiras só possa ser feito mediante uma autorização da Direção Regional da Agricultura da respetiva área geográfica.

Corresponde a uma condicionante não cartografada pelo que a aplicação desta servidão decorre da lei geral, sendo impossível ao plano identificar todas as manchas de oliveiras com o devido rigor.

3.1.3.4 Sobreiro e Azinheira

Os montados de sobreiro e azinheira são uns dos biótopos mais importantes em Portugal continental, particularmente no que diz respeito a conservação da natureza. Estas espécies constituem ainda um recurso renovável de extrema importância económica a nível nacional. O regime jurídico de proteção ao sobreiro e à azinheira rege-se pelo Decreto-Lei n.º 169/2001, de 25 de maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 155/2004, de 30 de junho.

Corresponde a uma condicionante não cartografada pelo que a aplicação desta servidão decorre da lei geral, sendo impossível ao plano identificar todas as manchas de sobreiro e azinheira com o devido rigor.

3.1.3.5 Azevinho

O azevinho constitui uma espécie a proteger, sendo já poucos os locais onde é possível encontrá-lo de forma espontânea. A sua utilização como ornamento característico da quadra natalícia tem vindo a aumentar pelo que se impõe a existência de medidas que regulamentem e condicionem o seu corte. A servidão constituiu-se com a publicação do Decreto-Lei n.º 423/89, de 04 de dezembro, que proíbe, em todo o território do continente, o arranque, corte total ou parcial, o transporte e a venda do azevinho espontâneo, exceto quando é indispensável à realização de obras públicas ou privadas de interesse geral. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) é a entidade que superintende esta servidão. Os serviços da inspeção económica fiscalizam o transporte e a comercialização.

Corresponde a uma condicionante não cartografada pelo que a aplicação desta servidão decorre da lei geral, sendo impossível ao plano identificar todas as manchas de azevinho com o devido rigor.

46 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

3.1.3.6 Defesa da Floresta Contra Incêndios

Áreas florestais percorridas por Incêndios

O regime jurídico de proteção das áreas percorridas por incêndios florestais encontra-se previsto no Decreto-Lei n.º 327/90, de 22 de outubro e no Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, com a redação dada pelo Decreto- Lei n.º 17/2009, de 14 de junho.

Os incêndios florestais constituem um problema para os ecossistemas florestais mediterrâneos. As alterações ao uso do solo, ocorridas após incêndio florestal, terão que ser salvaguardadas a fim de preservar os recursos florestais.

O levantamento cartográfico anual, das áreas percorridas por incêndios florestais é da responsabilidade do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas em colaboração com a Câmara Municipal.

Com base em elementos fornecidos pelo ICNF, são apresentadas na Planta de Condicionantes as áreas percorridas por incêndios, sendo que no concelho só ocorreram incêndios nos anos de 2005, 2006 e 2009.

Esta servidão embora tenha sido representada na Planta de Condicionantes, fica automaticamente desatualizada todos os anos, não só por novas áreas ardidas, como pela cessação da restrição imposta quando ultrapassados 10 anos.

A informação referente a esta temática foi individualizada de modo a facilitar a sua leitura, encontrando-se cartografada na Planta de Condicionantes - Perigosidade de risco de incêndio e áreas ardidas (peça desenhada n.º 2.4 do Volume III).

Faixas de Gestão de Combustível

Redes Primárias

A servidão constituiu-se após a publicação do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de junho, relativo ao Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios, que estabelece a criação de Redes regionais integrando redes de faixas de gestão de combustível (primárias, secundárias e terciárias).

As redes primárias apresentam como principais funções a diminuição da superfície percorrida por grandes incêndios, a redução dos efeitos da passagem de incêndios, protegendo, de forma passiva, vias de comunicação, infraestruturas e equipamentos sociais, zonas edificadas e povoamentos florestais de valor especial e, finalmente, o isolamento de potenciais focos de ignição de incêndios. As faixas devem possuir uma largura não inferior a 125 m e definem compartimentos que, preferencialmente, devem possuir entre 500 ha e 10000 ha.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 47

As redes primárias definidas no âmbito do planeamento regional de defesa da floresta contra incêndios são declaradas de utilidade pública, ficando qualquer alteração ao uso do solo ou do coberto vegetal sujeita a parecer vinculativo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, sem prejuízo das restantes condicionantes legais.

As Redes Primárias de Faixas de Gestão de Combustível não atravessam o Concelho.

Perigosidade de risco de incêndio alta e muito alta

O Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de junho, determina que a classificação e qualificação do solo definidas no âmbito dos instrumentos de gestão territorial vinculativos dos particulares, nos quais se insere o PDM, deve refletir a cartografia de risco de incêndio que consta nos PMDFCI, sendo que é interdita a construção de edificações para habitação, comércio, serviços e indústria nos terrenos classificados com risco de incêndio elevado ou muito elevado, sem prejuízo das infraestruturas definidas nas redes regionais de defesa da floresta contra incêndios.

Deste modo, as áreas de perigosidade de incêndio alta e muito alta definidas no PMDFCI (carta de risco de incêndio/perigosidade), são revertidas para a Planta de Condicionantes - Perigosidade de risco de incêndio e áreas ardidas (peça desenhada n.º 2.4 do Volume III).

Os conflitos identificados deverão ser considerados aquando da revisão das cartas de perigosidade do PMDFCI, que deverá considerar a proposta de ordenamento decorrente da presente revisão do PDM.

3.1.3.7 Árvores e Arvoredos de Interesse Público

Uma vez que não raras vezes o arvoredo introduz um interessante enquadramento a monumentos arquitetónicos, ou constitui um elemento de grande valorização paisagística, justifica-se a existência de medidas de proteção que regulamentem e condicionem arranjos florestais e de jardins, bem como salvaguardem exemplares isolados de espécies vegetais que se considerem, pela sua idade ou raridade, dever ser preservados.

A servidão foi instituída após publicação do Decreto-Lei n.º 28.468, de 15 de fevereiro de 1938. Todas as questões que se prendem com esta servidão são da responsabilidade do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e das Direções Regionais de Agricultura do MADRP.

No concelho de Condeixa-a-Nova é referenciada uma Árvore Isolada de Interesse Público: Liriodendron tulipífera L.. (D.G. n.º 30, II-Série, de 06/02/1942). Trata-se de uma árvore situada no jardim da Palácio dos Lemos/ Palácio Sotto Maior, que data do séc. XVIII e se localiza na Vila de Condeixa-a-Nova, próximo da Pousada de Santa Cristina.

48 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

3.1.4 Recursos Ecológicos

Os recursos ecológicos abrangem a Reserva Ecológica Nacional, de modo a condicionar a utilização destas áreas, por forma a garantir a proteção de ecossistemas essenciais ao desenvolvimento equilibrado das atividades humanas, as Áreas Protegidas, que procuram preservar os valores mais significativos do património natural, e a Rede Natura 2000, para assegurar a biodiversidade, através da conservação de habitats naturais, da flora e da fauna. No concelho de Condeixa-a-Nova verifica-se a ocorrência de todas estas condicionantes.

3.1.4.1 Reserva Ecológica Nacional

A REN é uma estrutura biofísica que integra o conjunto das áreas que, pelo valor e sensibilidade ecológicos ou pela exposição e suscetibilidade perante riscos naturais, são objeto de proteção especial, constituindo por isso uma restrição de utilidade pública, à qual se aplica um regime territorial especial que estabelece um conjunto de condicionamentos à ocupação, uso e transformação do solo, identificando os usos e as ações compatíveis com os objetivos desse regime nos vários tipos de áreas.

O regime jurídico da Reserva Ecológica Nacional (REN) encontra-se previsto no Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto.

A REN elaborada pela CCDR-Centro foi sujeita ao processo de exclusão para adequação ao Modelo de Ordenamento do Território preconizado para o concelho e a delimitação agora apresentada na Planta de Condicionantes- Reserva Ecológica Nacional (peça desenhada n.º 2.3 do Volume III) resulta dessa compatibilização; a delimitação da REN apresentada já teve a aprovação da CNREN.

3.1.4.2 Áreas Protegidas

A conservação da natureza, a proteção dos espaços naturais e das paisagens, a preservação das espécies da fauna e da flora e dos seus habitats naturais, a manutenção dos equilíbrios ecológicos e a proteção dos recursos naturais contra todas as formas de degradação constituem objetivos de interesse público, a prosseguir mediante a implementação e regulamentação de uma rede nacional de áreas protegidas.

A preservação dos valores mais significativos do património natural justifica a aplicação de políticas de gestão territorial e de desenvolvimento local sustentáveis, que garantindo a salvaguarda dos valores naturais potenciam a utilização racional dos valores culturais e económicos tradicionais, ali existentes, sem perder de vista os objetivos de conservação da Natureza e da biodiversidade.

No concelho de Condeixa-a-Nova identifica-se a área da Reserva Natural do Paul de Arzila.

A Reserva Natural do Paul de Arzila (RNPA) foi criada através do Decreto-Lei n.º 219/88, de 27 de junho, tendo os seguintes objetivos:

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 49

a) Proteger e conservar os valores naturais e científicos nela contidos; b) Proteger os elementos geomorfológicos e da flora e fauna específicas, residente e migrante, e os respetivos habitats; c) Promover o ordenamento do seu território para que o seu uso seja feito sem prejuízo dos fins referidos nas alíneas anteriores; d) Promover a divulgação dos seus valores naturais, estéticos e científicos e criar condições para que seja visitada de forma ordenada para fins recreativos e científicos pelo público nacional e estrangeiro.

A Reserva foi sujeita a uma reclassificação, mantendo o mesmo estatuto, pelo Decreto Regulamentar n.º 45/97, de 17 de novembro. Segundo esta legislação, são objetivos específicos da Reserva Natural:

a) Proteger e conservar o seu valor natural e científico; b) Promover e divulgar os seus valores naturais, estéticos e científicos; c) Ordenar e disciplinar a sua visitação. Por sua vez, encontra-se em vigor o Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Paul de Arzila, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º75/04, de 19 de junho.

3.1.4.3 Rede Natura 2000

A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica de âmbito europeu resultante da aplicação da Diretiva n.º 79/409/CEE, do Conselho, de 2 de abril (Diretiva Aves), alterada pelas Diretivas n.º 91/244/CEE, da Comissão, de 6 de março, 94/24/CE, do Conselho, de 8 de junho, e 97/49/CE, da Comissão, de 29 de junho, bem como da Diretiva n.º 92/43/CEE, do Conselho, de 21 de maio (Diretiva Habitats), com alterações que lhe foram introduzidas pela Diretiva n.º 97/62/CE, do Conselho, de 27 de outubro.

A Rede Natura 2000 compreende as áreas classificadas como zona especial de conservação (ZEC) e as áreas classificadas como Zona de Proteção Especial (ZPE), constando o respetivo regime, no Decreto-Lei n.º 49/2005 de 24 de fevereiro.

O concelho de Condeixa-a-Nova é abrangido por:

Paul de Arzila (Lista Nacional de Sítios, 1ª fase);

Paul de Arzila (Zona de Proteção Especial).

O SIC Paul de Arzila está incluído na 1ª lista nacional de sítios, constante da Resolução do Conselho de Ministros n.º142/97 de 28 de agosto. A classificação deste Sítio como ZEC depende de prévia aprovação da lista de sítios de importância comunitária, pelos órgãos competentes da União Europeia, com base na lista nacional

50 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

de sítios e segundo o procedimento previsto na Diretiva n.º 92/43/CEE, do Conselho, de 21 de maio. Por sua vez, a ZPE Paul de Arzila é instituída pelo Decreto-Lei n.º 384-B/99, de 23 setembro.

Na área onde se integra o SIC e a ZPE Paul de Arzila vigora o Plano sectorial da Rede Natura 2000 aprovado em Conselho de Ministros n.º115-A/2008, que tem como objetivos:

Estabelecer orientações para a gestão territorial das ZPE e Sítios;

Estabelecer o regime de salvaguarda dos recursos e valores naturais dos locais integrados no processo, fixando os usos e o regime de gestão compatíveis com a utilização sustentável do território;

Representar cartograficamente, em função dos dados disponíveis, a distribuição dos habitats presentes na ZPE ou Sítios;

Estabelecer diretrizes para o zonamento das áreas em função das respetivas características e prioridades de conservação;

Definir as medidas que garantem a valorização e a manutenção num estado de conservação favorável dos habitats e espécies, bem como fornecer a tipologia das restrições ao uso do solo, tendo em conta a distribuição dos habitats a proteger;

Fornecer orientações sobre a inserção em plano municipal ou especial de ordenamento do território das medidas e restrições mencionadas anteriormente;

Definir as condições, os critérios e o processo a seguir na realização da avaliação de impacte ambiental e na análise de incidências ambientais.

No entanto, importa referir que quando a totalidade ou parte das ZEC/ZPE se localizem dentro dos limites de áreas protegidas, classificadas nos termos da lei, a gestão territorial é assegurada através de planos especiais de ordenamento das áreas protegidas, como é o caso do SIC/ZPE Paul de Arzila em relação ao Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Paul de Arzila.

Para o concelho de Condeixa-a-Nova e tendo em conta o Sítio da Lista Nacional de Sítios e a ZPE presente, são identificados na Planta de Condicionantes os respetivos limites. A informação utilizada foi fornecida à Câmara Municipal e resultou de uma concertação entre o ICNF e a CM, de Julho de 2009 (ofício do ICNF n.º 11862/2009, de 10 de julho).

3.2 PATRIMÓNIO CULTURAL

O património cultural contempla o Património classificado e em vias de classificação que procura garantir uma eficaz proteção e valorização dos bens culturais imóveis, e os Edifícios Públicos e Outras Construções de Interesse Público, não classificados no âmbito cultural mas que justificam a sua classificação por razões

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 51

históricas, culturais, estéticas, de segurança ou de salubridade. No caso particular do concelho de Condeixa-a- Nova apenas ocorrem os primeiros.

3.2.1 Património Classificado e em Vias de Classificação

Por se tratar de testemunhos de particular relevância da civilização, da identidade e da cultura nacional justifica- se que os bens imóveis classificados sejam objeto de um regime especial de proteção e valorização.

A estreita comunhão entre os imóveis a proteger e as suas zonas envolventes torna extremamente delicada qualquer intervenção que nelas se faça, daí que estes imóveis beneficiem de zonas de proteção, nos termos do disposto na legislação em vigor.

A proteção destes imóveis é disciplinada por um conjunto de diplomas, de entre os quais se destacam a Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, que constitui a Lei de Bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural e o Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de Outubro, que estabelece o procedimento de classificação dos bens imóveis de interesse cultural, bem como o regime jurídico das zonas de proteção e do plano de pormenor de salvaguarda.

No concelho de Condeixa-a-Nova existem onze imóveis classificados: dois Monumentos Nacionais, sete Imóveis de Interesse Público e dois Imóveis de Interesse Municipal, e ainda um Imóvel em Vias de Classificação.

Monumentos Nacionais e zonas de proteção

Ruínas de Conímbriga (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) (Decreto de 16 de junho de 1910, DG n.º 136, de 23 de junho de 1910, ZEP - DG n.º 277, II Série, de 25 de novembro de 1971);

Aqueduto Romano de Conímbriga e do "Castellum" de Alcabideque (Condeixa-a-Velha/ Condeixa- a-Nova) (Decreto n.º 47508, DG n.º 20, de 24 de janeiro de 1967, ZEP - DG n.º 277, II Série, de 25 de novembro de 1971).

Imóveis de Interesse Público e zonas de proteção

Capela de Nossa Senhora da Lapa/ Capela da Lapinha (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) (Decreto n.º 67/97, DR n.º 301, de 31 de dezembro de 1997);

Palácio dos Figueiredos/ Paços do Concelho de Condeixa-a-Nova (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a- Nova) (Decreto n.º 735/74, DG n.º 297, de 21 de dezembro de 1974);

Palácio dos Lemos/ Palácio Sotto Maior (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) (Decreto n.º 735/74, DG n.º 297, de 21 de dezembro de 1974);

Igreja de Nossa Senhora da Graça / Igreja Matriz de Ega (Ega) (Decreto n.º 40 361, DG n.º 228, de 20 outubro de 1955);

52 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Paço dos Comendadores da Ega/ Paço da Ordem de Cristo (Ega) (Decreto n.º 5/2002, DR n.º 42, de 19 de fevereiro de 2002);

Pelourinho de Ega (Ega) (Decreto n.º 23 122, DG n.º 231, de 11 de outubro de 1933);

Villa Romana do Rabaçal (Zambujal) (Portaria n.º 431-D/2013, DR n.º 124 de 1 julho de 2013).

Imóveis de Interesse Municipal

Casa das Colunas (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) (Decreto n.º 735/74, DG n.º 297 de 21 de dezembro de 1974);

Casa de São Tomé (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) (Decreto n.º 735/74, DG n.º 297 de 21 de dezembro de 1974).

Imóveis em Vias de Classificação e zona de proteção

Igreja Matriz do Sebal (Sebal/ Belide) (Despacho de 24 de Fevereiro de 2010, ZEP - Despacho de 24 de Fevereiro de 2010).

3.3 INFRAESTRUTURAS

As infraestruturas suscetíveis de impor servidões e de dispor de proteção são as que dizem respeito ao Abastecimento de Água, Drenagem de Águas Residuais, Rede Elétrica, Gasodutos e Oleodutos, Rede Rodoviária Nacional e Regional, Estradas e Caminhos Municipais, Rede Ferroviária, Aeroportos e Aeródromos, Telecomunicações, Faróis e Outros Sinais Marítimos e, finalmente, Marcos Geodésicos. No concelho de Condeixa-a-Nova não se verifica a ocorrência de servidões relativas a Abastecimento de Água, Drenagem de Águas Residuais, Rede Ferroviária, Aeroportos e Aeródromos, Telecomunicações e de Faróis e Outros Sinais Marítimos.

3.3.1 Rede Elétrica

A legislação em vigor estabelece um sistema elétrico nacional integrado, no qual as atividades de produção e comercialização são exercidas em regime de livre concorrência mediante a atribuição de licenças, em consequência de concurso. As atividades de transporte e distribuição são por sua vez exercidas mediante atribuição de concessões de serviço público. Assim, ficou constituída a RESP – Rede Elétrica do Serviço Público, da qual faz parte a RNT – Rede Nacional de Transporte e Eletricidade e a RND - Rede Nacional de Distribuição. A REN – Rede Elétrica Nacional é concessionária da RNT.

Com o licenciamento das infraestruturas da RNT ficam constituídas servidões de utilidade pública nos termos do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, Decreto-Lei 26852, de 30 de julho de 1936, com as diversas alterações introduzidas respetivamente pelos Decreto-Lei nº 446/76, de 5 de junho e Decreto-Lei n.º 43335, de

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 53

19 de novembro de 1960. Devem ainda ser respeitadas as distâncias regulamentares às linhas de alta e média tensão, nomeadamente as preconizadas no Decreto-Regulamentar n.º1/92, de 18 de Fevereiro.

A organização do Sistema Elétrico Nacional assenta na coexistência de um Sistema Elétrico de Serviço Público (SEP) e de um sistema Elétrico Independente (SEI). Compete ao SEP assegurar em todo o território nacional a satisfação das necessidades dos consumidores de energia elétrica, em regime de serviço público e compreende: a Rede Nacional de Transporte de Energia Elétrica (concessionada pela Rede Elétrica Nacional, SA); o conjunto de instalações de produção (produtores vinculados) e de redes de distribuição (distribuição vinculada).

Acresce referir que entende-se por:

Muito Alta Tensão (MAT) a tensão superior a 110kV;

Alta Tensão (AT) a tensão superior a 45kV e igual ou inferior a 110kV;

Média Tensão (MT) a tensão superior a 1kV e igual ou inferior a 45kV;

Baixa Tensão (BT) a tensão até 1kV.

Neste âmbito, foram assinaladas as linhas elétricas de média, alta e muito alta tensão que atravessam o concelho, assim como uma subestação.

3.3.2 Gasodutos

Esta servidão, instituída pelo Decreto-Lei n.º 374/89, de 25 de outubro, foi complementada pelo Decreto-Lei n.º 11/94, de 13 de janeiro no que se refere ao gás natural e pelo Decreto-Lei n.º 152/94, de 26 de maio, para a implementação de oleodutos e gasodutos de gás liquefeito e produtos refinados. Os gasodutos pelos fins a que se destinam e pelas razões de segurança que implicam, justificam a criação de servidões por forma a garantir a segurança pública nas zonas confinantes.

A passagem de gasodutos do 1º escalão (ou de alta pressão) implica a criação de uma faixa de proteção non ædificandi de 10 metros para cada lado do eixo da tubagem, não sendo permitida a plantação de árvores ou arbustos numa faixa de 5 metros.

Na Planta de Condicionantes encontra-se o traçado do gasoduto de 1º escalão (Setúbal/ Braga) e estação de regulação de pressão e medição, a partir do qual é feito o abastecimento de gás natural à Vila e à Zona Industrial de Condeixa, através do Ramal Condeixa-a-Nova/ Coimbra.

54 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

3.3.3 Rede Rodoviária Nacional e Estradas Regionais

O Plano Rodoviário Nacional (PRN), revisto e atualizado pelo Decreto-Lei n.º 222/98, de 17 de julho, alterado pela Lei n.º 98/99, de 26 de julho, e pelo Decreto-Lei n.º 182/2003, de 16 de agosto, define a rede rodoviária nacional do continente que desempenha funções de interesse nacional ou internacional.

A rede rodoviária nacional é constituída por:

Rede nacional fundamental – que integra os Itinerários Principais (IP), que são as vias de comunicação de maior interesse nacional, que asseguram a ligação entre os centros urbanos com influência supradistrital e destes com os principais portos, aeroportos e fronteiras;

Rede nacional complementar – que integra os Itinerários Complementares (IC) e as estradas Nacionais (EN) que asseguram a ligação entre a rede nacional fundamental e os centros urbanos de influência concelhia ou supra concelhia, mas infradistrital.

Algumas das vias da rede rodoviária nacional foram especificamente projetadas e construídas para o tráfego motorizado, não servem as propriedades limítrofes, dispõem de faixas de rodagem distintas para os dois sentidos de tráfego, separadas fisicamente, não têm cruzamentos de nível e estão sinalizadas como autoestradas, constituindo, por isso, a rede nacional de autoestradas.

Além da rede rodoviária nacional, foi criada outra categoria de estradas que asseguram as comunicações públicas rodoviárias do continente com interesse supra municipal e complementar à rede rodoviária nacional, designadas por Estradas Regionais (ER).

A constituição de servidões relativas às estradas que foram classificadas no atual Plano Rodoviário Nacional segue o regime previsto no Decreto-Lei n.º 13/94, de 15 de janeiro. Relativamente às servidões nas estradas que foram classificadas em anteriores PRN mas que não constam do atual PRN, aplicam-se as disposições do Decreto-Lei n.º 13/71, de 23 de janeiro.

Nos terrenos confinantes com estradas classificadas pelo PRN a servidão constitui-se com a publicação em Diário da República da aprovação do estudo prévio da estrada a construir/ reconstruir ou de um documento equivalente e manter-se-á até à publicação do ato declarativo de utilidade pública dos terrenos e da respetiva planta parcelar. Após a publicação do estudo prévio e até à publicação da planta parcelar do projeto de execução, são consideradas zonas de servidão non aedificandi:

as faixas de terreno de 200 metros situadas em cada lado do eixo da estrada;

o solo situado num círculo de 1300 metros de diâmetro centrado em cada nó de ligação.

Após publicação da planta parcelar do projeto de execução, as referidas zonas de servidão non aedificandi passam a ser as seguintes:

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 55

para os IP – 50 metros para cada lado do eixo e nunca a menos de 20 metros da zona da estrada;

para os IC – 35 metros para cada lado do eixo e nunca a menos de 15 metros da zona da estrada;

para as EN – 20 metros para cada lado do eixo e nunca a menos de 5 metros da zona da estrada.

No caso dos lanços de autoestrada, após a publicação da planta parcelar do projeto de execução, é proibida a construção, estabelecimento ou implantação4:

de edifícios, a menos de 40 metros a contar do limite definitivo previsto das plataformas das autoestradas, dos ramos dos nós e dos ramais de acesso e ainda das praças de portagem e das zonas de serviço, e nunca a menos de 20 metros da zona da autoestrada;

de instalações de caráter industrial, nomeadamente fábricas, garagens, armazéns, restaurantes, hotéis e congéneres, e, bem assim, como Igrejas, recintos de espetáculos, matadouros e quartéis de bombeiros, a menos de 70 metros a contar dos limites da plataforma considerados na alínea anterior, e nunca a menos de 50 metros da autoestrada.

No interior dos aglomerados populacionais, nos troços que constituam ruas com, pelo menos, 150 m de comprimento, o licenciamento municipal de edificações nos terrenos limítrofes da estrada pode não respeitar as limitações aplicáveis fora dos aglomerados desde que salvaguardadas as normais condições de circulação e segurança rodoviárias, mediante licença da Câmara Municipal.

No concelho de Condeixa-a-Nova integram-se nesta servidão como vias existentes: IP1-A1, EN342/A13-1, EN1 (desclassificada)/ IC2, EN342, ER1-7, ER347, ER347-1 (sob jurisdição da Autarquia)

As faixas de proteção representadas na planta de condicionantes são indicativas, não dispensando a consulta de legislação específica e consulta de traçados mais rigorosos.

3.3.4 Estradas Desclassificadas

O atual Plano Rodoviário Nacional (PRN 2000) não incluiu algumas estradas classificadas em planos rodoviários anteriores e determinou que as mesmas integrassem as redes municipais, mediante protocolos a celebrar entre a EP – Estradas de Portugal, S.A. e as respetivas Câmara Municipais, após intervenções de conservação que as reponham em bom estado de utilização ou, em alternativa, mediante acordo equitativo com a respetiva autarquia.

Até à receção pela respetiva autarquia, estas estradas ficam sob tutela da EP - Estradas de Portugal, S.A..

4 Conforme decorre dos diplomas que aprovam os contratos de concessão da construção, conservação e exploração de autoestradas.

56 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Deste modo, enquanto não for publicado o diploma regulamentador da rede municipal, nas estradas que, não constando do PRN em vigor, tenham sido classificadas em anteriores planos rodoviários, aplicam-se as disposições do decreto-lei n.º 13/71 de 23 de janeiro.

Nas faixas com servidão non aedificandi só podem ser permitidas obras de ampliação ou modificação de edifícios já existentes para os dotar de anexos, quando não se preveja a necessidade de os demolir em futuro próximo para a melhoria das condições de trânsito, sendo requisitos de tais autorizações:

não resultar da execução das obras inconvenientes para a visibilidade;

não se trate de obras de reconstrução geral;

não se trate de obras que determinem o aumento de extensão, ao longo da estrada, dos edifícios ou vedações existentes, salvo quando não exceda 6 m;

obrigar os proprietários a não exigir indemnização, em caso de futura expropriação, pelo aumento de valor do prédio ou vedação que resultar dessas obras.

No interior dos aglomerados populacionais, nos troços que constituam ruas com, pelo menos, 150m de comprimento, o licenciamento municipal de edificações nos terrenos limítrofes da estrada pode não respeitar as limitações aplicáveis fora dos aglomerados, desde que salvaguardadas as normais condições de circulação e segurança rodoviárias, mediante licença da Câmara Municipal. Sempre que exista um plano de urbanização ou de pormenor ou plano de alinhamentos em vigor as edificações nos terrenos limítrofes da estrada estão subordinadas apenas ao que estiver previsto no plano.

Na Planta de Condicionantes foram demarcadas as Estradas Desclassificadas que estão sob jurisdição da EP – Estradas de Portugal, S.A.: EN110, EN342 e EN347.

3.3.5 Estradas e Caminhos Municipais

As estradas e caminhos municipais, embora sendo vias de menor importância do que as estradas nacionais, têm faixas de proteção que se destinam a garantir a segurança da sua circulação e a permitir a realização de futuros alargamentos e obras de beneficiação.

Sempre que seja aprovado o projeto ou anteprojeto de um troço municipal ou de uma variante a uma via municipal, as zonas de proteção são instituídas automaticamente.

A constituição de servidões nas estradas e caminhos municipais segue o regime previsto na Lei n.º 2110, de 19 de agosto de 1961. De acordo com este diploma as câmaras municipais podem impedir a execução de quaisquer obras na faixa de terreno que, segundo o projeto ou anteprojeto aprovado, deva vir a ser ocupada por um troço novo de via municipal ou uma variante a algum troço de via existente.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 57

Nos terrenos à margem das vias municipais denominados zonas non aedificandi não é permitido efetuar quaisquer construções:

nas faixas limitadas de cada lado da via por uma linha que dista do seu eixo 6 ou 4,5 metros, consoante se trate de estradas ou de caminhos municipais, que podem ser alargadas respetivamente até ao máximo de 8 e 6 metros para cada lado do eixo, na totalidade ou apenas nalguns troços de vias;

nas zonas de visibilidade do interior das concordâncias das ligações ou cruzamentos com outras comunicações rodoviárias.

Nas zonas non aedificandi podem ser admitidas:

construções a efetuar dentro dos aglomerados, quando para os mesmos existam planos de urbanização ou planos de pormenor aos quais essas construções devam ficar subordinadas;

construções simples, especialmente de interesse agrícola, à distância mínima de 5 ou 4 metros do eixo, consoante se trate de estradas ou caminhos municipais;

construções junto de estradas e caminhos municipais com condições especiais de traçado em encostas de grande declive, de acordo com os regulamentos;

obras de ampliação ou de alteração em edifícios e vedações existentes, situados no todo ou em parte nas faixas non aedificandi, quando não esteja prevista a necessidade de os demolir em futuro próximo para melhoria das condições de trânsito;

vedações.

Nas faixas de terreno ao longo das vias municipais denominadas faixas de respeito, estão sujeitas a licenciamento municipal a realização das seguintes atividades:

a construção, reconstrução ou reparação de edifícios e vedações ou execução de trabalhos de qualquer natureza, até 8 e 6 metros, respetivamente, para estradas e caminhos municipais, além da linha limite da zona da via municipal;

o estabelecimento de inscrições, tabuletas, anúncios ou outros meios de publicidade, até 100 metros além da linha limite da zona da via municipal.

As bombas de abastecimento de combustível podem ser autorizadas desde que os veículos, para se abastecerem, tenham de sair da plataforma da via municipal, estacionando em desvios apropriados e separados daquela por uma placa de largura não inferior a 0,50m.

Na Planta de Condicionantes foram assinaladas todas as estradas e caminhos municipais existentes no concelho de Condeixa-a-Nova.

58 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

3.3.6 Marcos Geodésicos

A constituição de servidões relativas à sinalização geodésica e cadastral – vértices ou marcos geodésicos – segue o regime previsto pelo Decreto-Lei n.º 143/82, de 26 de abril.

A servidão é instituída a partir da construção dos marcos.

Os marcos geodésicos têm zonas de proteção determinadas, caso a caso, em função da visibilidade que deve ser assegurada ao sinal construído e entre os diversos sinais. Contudo, a extensão desta zona de proteção terá, no mínimo, um raio de 15m.

Uma vez que não é viável demarcar as zonas de proteção à escala do Plano, na Planta de Condicionantes é indicada apenas a localização dos marcos geodésicos.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 59

4. SISTEMA URBANO

O estabelecimento de um sistema urbano no âmbito de um Plano Diretor Municipal, tem subjacente a necessidade de definição de um correto zonamento e de uma adequada utilização e gestão do território abrangido, fomentando a melhoria das condições de vida dos habitantes. Com efeito, a definição do sistema urbano de um concelho é fundamental enquanto instrumento que deverá servir de orientação à implantação espacial de equipamentos e de atividades económicas promotores de desenvolvimento e atenuadores das desigualdades espaciais, favorecendo o desenvolvimento de relações intercentros e atenuando a atual dependência polarizadora das sedes concelhias.

Assim, a definição do sistema urbano de um concelho deverá funcionar como a base para o seu desenvolvimento na medida em que deverá permitir a definição, para cada nível hierárquico proposto, da sua função de apoio às atividades económicas e de ponto de concentração de equipamentos coletivos, tendo em vista harmonizar níveis de conforto desejáveis e favorecer a equidade territorial.

4.1.1 Sistema Urbano Existente

Para efeitos do presente PDM, considera-se “centro urbano” todo o espaço, mais ou menos, edificado, delimitado por perímetro urbano, no qual se desenvolvem atividades humanas – residenciais, comerciais, de serviços (públicos e privados) e de equipamentos de utilização coletiva. Estes centros podem deter maior ou menor importância no sistema urbano concelhio (rede de centros urbanos que estabelecem entre si relações de dependência e se organizam de forma hierárquica) e podem integrar mais do que um lugar (de acordo com conceito do INE5).

Para a definição da hierarquia dos centros urbanos do concelho do Condeixa-a-Nova definiram-se, como critério de seleção: 1) todos os lugares sedes de freguesia6; 2) todos os lugares com mais de 200 habitantes7; 3) lugares contíguos, delimitados pelo mesmo perímetro urbano com população superior a 200 habitantes8.

Da aplicação destes critérios resultou a seleção de dezassete centros urbanos, listados seguidamente por ordem alfabética: Alcabideque, Anobra (sede de freguesia), Arrifana, Avenal (inclui lugares de Avenal, Casal do Paraíso, Rodão, Sobreiro e Alqueves), Belide (sede de freguesia), Bendafé (sede de freguesia), Campizes, Casal do Missa, Casével, Condeixa-a-Nova - integra lugares das freguesias de Condeixa-a-Nova (Barreira,

5 Conjunto de edifícios contíguos ou próximos, com 10 ou mais alojamentos, a que corresponde uma designação. O conceito abrange, a nível espacial, a área envolvente onde se encontram serviços de apoio (escola, igreja, etc).

6 Na configuração administrativa anterior à Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro 7 Dados populacionais de 2001 8 Idem

60 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Casal da Estrada, Castel, Condeixa-a-Nova, Gorgulhão, Pocinhos e Travaz); Condeixa-a-Velha (Atadoa, Cavaneiras, Condeixa-a-Velha, Palhacana, Sr.ª das Dores e Valada); Ega (São Fipo); e Sebal (Casal da Estrada, Fornos de Castel e Ribeira) -, Ega (sede de freguesia), Eira Pedrinha, Furadouro (sede de freguesia), Sebal (Sebal - sede de freguesia - Dadas e Quinta da Arrocha), Venda da Luísa, Vila Seca (inclui Vila Seca - sede de freguesia - e Bruscos), Zambujal (sede de freguesia).

Sobre a definição destes lugares, impõem-se as seguintes notas:

Nos casos em que se registou a aglutinação de lugares, por uma questão de simplificação e facilidade na sua referenciação, optou-se por designar o centro urbano com o nome do lugar que possuía mais população em 2001 (casos de Avenal, Condeixa-a-Nova, Sebal e Vila Seca);

O centro urbano de Condeixa-a-Nova incorpora o centro urbano de Condeixa-a-Velha, apesar deste ser sede de freguesia, pelo facto de ambos serem limitados pelo mesmo perímetro urbano;

Os lugares de Casal do Paraíso, Quinta da Arrocha (centro urbano Sebal) e Barreira, Gorgulhão e Pocinhos (centro urbano de Condeixa-a-Nova) não foram identificados como lugares pelo INE, tendo sido incluídos na população residual.

No caso do centro urbano Vila Seca, este inclui também o lugar de Bruscos, apesar de ser exceção aos critérios definidos inicialmente, pois estes dois lugares não estão integrados no mesmo perímetro urbano. No entanto, este facto deve-se a questões físicas do território mas existe um relacionamento funcional que justificou esta opção.

Os indicadores utilizados na determinação da hierarquia dos centros urbanos foram: Dimensão Demográfica, Acessibilidade/Centralidade, Funções Centrais do Setor Privado e Funções Centrais do Setor Público.

De acordo com os critérios utilizados, o sistema urbano de Condeixa-a-Nova é, presentemente, constituído por cinco níveis, sendo que no primeiro se encontra apenas Condeixa-a-Nova, no segundo integram-se 3 centros (Ega, Anobra e Sebal), no terceiro incluem-se 8 centros urbanos, no quarto nível agrupam-se 5 centros urbanos, três dos quais são as sedes de freguesia de Belide, Bendafé e Furadouro e, no último nível, todos os restantes pequenos lugares do concelho (identificados na Planta de Ordenamento e limitados por perímetro urbano).

Da análise realizada na Fase 1 do PDM (Estudos de Caracterização), identificaram-se como principais aspetos do sistema urbano concelhio os seguintes:

primeiro, o sistema urbano de Condeixa-a-Nova é policêntrico mas desequilibrado, por duas ordens de fatores:

i) espacialmente, pois a morfologia do território municipal assim o determina, existindo uma clara dicotomia entre o setor Noroeste e o setor Sudeste, fortemente determinados pelas

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 61

baixas e pelas altas altitudes, que num sentido e noutro determinaram ao longo do tempo que a ocupação humana, e consequente apetrechamento funcional/ económico e social, se fizesse na área plana em detrimento da área serrana. Assim, assiste-se a uma proliferação de lugares no setor noroeste, em crescente expansão, e no setor sudeste a um mais reduzido conjunto de lugares em tendencial processo de regressão/ despovoamento;

ii) funcionalmente (nível de dotação de funções urbanas) pois verifica-se uma excessiva polarização do centro urbano de Condeixa-a-Nova, em processo de expansão (entre 1991 e 2001, este aumentou em 2245 habitantes), não existindo verdadeiros centros urbanos intermédios que funcionem como alternativa à sede concelhia. Apesar de existirem três centros melhor apetrechados (Ega, Sebal e Anobra), eles não conseguem contudo satisfazer as necessidades da população residente para a maioria das funções urbanas (sobretudo as de caráter privado), para além de possuírem volumes populacionais muito inferiores ao centro urbano de Condeixa-a-Nova (este centro concentrava, em 2011, 45% da população do concelho, enquanto Ega, Sebal e Anobra, todos juntos apenas aglutinavam 10% no mesmo ano);

segundo, a proximidade a Coimbra pode ser considerada um fator determinante (causa e consequência) do atual sistema urbano municipal, também por duas ordens de razões:

i) Condeixa-a-Nova ao ser um palco privilegiado do processo de suburbanização de Coimbra, para uma população que trabalha predominantemente em Coimbra, com necessidades de unidades comércio e serviços mais exigentes em qualidade e diversidade, tem “obrigado” ao desenvolvimento e diversificação funcional da Vila de Condeixa-a-Nova;

ii) a acrescentar a este facto, as relativas pequenas distâncias a percorrer entre a maior parte dos centros de Condeixa-a-Nova e Coimbra (sobretudo os dos setor Noroeste), tem impedido/condicionado um maior desenvolvimento dos centros urbanos locais;

terceiro, o sistema urbano possui alguns pequenos polos de atração externa, para alguns bens de consumo, ainda que de pequena importância, nomeadamente: Parque Industrial de Taveiro (Coimbra), Soure, , Miranda do Corvo. No caso dos três últimos polos referidos, estes exercem atração para funções muito pontuais. A procura de lugares dos concelhos vizinhos é fundamentalmente feita pelos residentes dos centros urbanos mais distanciados tanto da sede de concelho, como de Coimbra (em termos gerais, Belide e Furadouro desloca-se a Soure, Vila Seca desloca-se a Miranda do Corvo e Zambujal a Penela). Soure é ainda procurado especificamente pela população de Eira Pedrinha e Bendafé para a função “mobiliário”.

62 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Níveis Hierárquicos Hierarquia Atual dos Centros Urbanos, 2011 Centro Complementar Condeixa-a-Nova Principal Centro Complementar de Ega, Anobra, Sebal segundo nível Eira Pedrinha, Casével, Avenal, Vila Seca, Zambujal, Centro Complementar de terceiro nível Alcabideque, Venda da Luisa, Campizes

Centro Complementar de Belide, Casal do Missa, Arrifana, Bendafé, Furadouro quarto nível Centro Complementar de Restantes lugares Quinto Nível

O primeiro nível - Centro Complementar Principal é constituído pela sede concelhia – Condeixa-a-Nova – facto que decorre, em primeiro plano, e fundamentalmente, da sua importância administrativa, sendo polarizadora de todo o funcionamento municipal, pois é aqui que se concentram o comércio e serviços privados e os equipamentos coletivos e serviços públicos de nível superior, estando direcionada para servir uma procura mais especializada e esporádica, sendo paralelamente, em termos demográficos, o primeiro polo concelhio (concentrava, em 2011, cerca de 45% da população total do Concelho). Em 2011 possuía 7718 residentes e detinha, em 2008, 125 funções centrais do setor privado e 27 funções centrais do setor público (equipamentos de utilização coletiva).

O segundo nível - Centro Complementar de Segundo Nível é constituído por Ega, Anobra e Sebal. Embora estes centros se destaquem em termos funcionais dos restantes centros urbanos do município, não conseguem ainda constituir-se como alternativa à sede de concelho para quase nenhuma função comercial e/ou de serviços. Estes centros urbanos possuem uma dimensão populacional que, embora também se destaquem da maioria dos restantes lugares do Concelho, se distanciam enormemente do centro urbano de Condeixa-a-Nova, apresentando valores que variam entre os 913 habitantes, de Ega, e os 391 habitantes de Sebal (dados de 2011). As funções privadas oscilam entre as 14 e 10 funções comerciais, de serviços de Ega e Sebal, respetivamente e as funções públicas, entre as 8 e 6 funções, também de Ega e Sebal.

O terceiro nível - Centro Complementar de Terceiro Nível é constituído pelos Centros Urbanos de Eira Pedrinha, Casével, Avenal, Vila Seca, Zambujal, Alcabideque, Venda da Luisa, Campizes. Nestes centros, a população oscilava, em 2011, entre 567 de Eira Pedrinha e os 289 habitantes de Venda da Luísa, as funções centrais do setor privado variam entre as 2 e as 6 e as funções centrais do setor público entre as 2 e as 4 funções centrais. Eira Pedrinha destaca-se pelo seu volume populacional, contudo o seu apetrechamento funcional, no momento, é quase inexistente.

O quarto nível - Centro Complementar de Quarto Nível é constituído pelos centros urbanos de Belide, Casal do Missa, Arrifana, Bendafé, Furadouro, centros urbanos que são caracterizados por uma fraca importância funcional, apesar de três deles serem sedes de freguesia (dois na zona serrana - Furadouro e Bendafé e um -

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 63

Belide, na fronteira do município de Condeixa com o concelho de Soure). As funções existentes neste nível são, na sua maioria, as que servem uma procura diária e local (posto telefónico, café, táxi, etc.) e os equipamentos coletivos que possuem são do nível mais básico, como por exemplo o campo de futebol, a associação, etc..

O quinto nível - Restantes lugares é constituído pelo grupo de lugares de reduzida dimensão, com fraca ou nula dinâmica funcional, mas com dimensão territorial à escala do Plano, sendo delimitados por perímetro urbano.

4.1.2 Sistema Urbano Proposto

4.1.2.1 Integração de Condeixa-a-Nova no sistema urbano proposto para a Região Centro

Ao longo do Litoral desenvolve-se uma extensa mancha urbana estruturada em três subsistemas urbanos9, num dos quais Condeixa-a-Nova se integra:

1. subsistema urbano Aveiro/Baixo Vouga

2. subsistema de Coimbra/Baixo Mondego

3. subsistema Leiria - Marinha Grande/Pinhal Litoral

Condeixa-a-Nova integra o subsistema de Coimbra, que é também composto por Figueira da Foz, Montemor- o-Velho, Cantanhede, Mira, Mealhada, Penacova, Lousã e Miranda do Corvo.

“Coimbra destaca-se claramente pela oferta formativa e base tecnológica, ligada à universidade secular, mas também nas funções administrativas, de saúde e de comércio e serviços e no seu potencial de internacionalização. Polariza um conjunto de centros urbanos vizinhos que asseguram a função habitacional de suporte”, como é o caso de Condeixa-a-Nova. “A influência dos serviços mais avançados, designadamente na área da saúde, estende-se a um extenso território. Exerce, por isso, funções de alcance regional, alargando a sua influência a territórios do Pinhal, vertebrando nesse sentido uma lógica de alternativa à influência das aglomerações metropolitanas de Lisboa e do Porto. Figueira da Foz apresenta a sua especialização nos serviços turísticos, no papel, na energia, vidro, na logística e nos transportes” (PROT-C, maio de 2011).

A estratégia urbana que suporta o PROT-C exige que se fomente a consolidação de um sistema urbano regional policêntrico segundo um modelo de estrutura urbana a três níveis: i) Centros urbanos regionais; ii) Centros urbanos estruturantes; iii) Centros urbanos complementares.

Os Centros Urbanos Regionais (CUR) definem-se pela concentração de população residente, pela importância da base económica e por um leque diversificado de equipamento e serviços. No seu contributo para o policentrismo pretende-se que os CUR se afirmem, globalmente, como âncoras do desenvolvimento da Região.

9 Conforme Proposta de Modelo Territorial do PROT-C (maio de 2011).

64 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

São fundamentais nos processos de inovação e reforço da coesão e competitividade regional, dinamizando os processos de concertação com as centralidades urbanas das regiões adjacentes. Os Centros Urbanos Regionais de Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz, Leiria, Viseu, Guarda, Covilhã e Castelo Branco devem assumir esta função de ancoragem regional.

Os Centros urbanos Estruturantes (CUE) desenvolvem um leque de funções razoavelmente diversificado ou um conjunto de funções especializadas, e devem afirmar-se como nós estruturantes do sistema urbano regional. Têm funções de articulação urbana e são fundamentais no reforço da conectividade urbana e, por isso, dinamizadores do policentrismo regional, nomeadamente na estruturação dos subsistemas urbanos. Os Centros Urbanos de Ovar, Ílhavo, Águeda, Cantanhede, Pombal, Marinha Grande, Mangualde, Tondela, Seia, Gouveia e Oliveira do Hospital devem assumir esta função de estruturação do território regional.

Os Centros Urbanos Complementares (CUC), como é considerado Condeixa-a-Nova, apresentam um leque mínimo de funções urbanas, ainda que pouco diversificadas, mas fundamentais na sustentação da coesão territorial e na consolidação de redes de proximidade. Têm uma função dominantemente municipal, garantindo uma oferta urbana essencial para a coesão territorial. No seu contributo para o policentrismo, deve-se:

1) Afirmar os centros urbanos complementares enquanto nós de estruturação e amarração local e de articulação com o sistema urbano regional. 2) Assegurar, nos territórios de baixa densidade, que os centros urbanos complementares são nós fundamentais de sustentação socio-rural. 3) Afirmar os centros urbanos complementares enquanto espaços de cidadania, de valorização de recursos e de quadros de vida cruciais para o desenvolvimento local.

Os centros urbanos, que não são centros urbanos regionais nem centros urbanos estruturantes, mas são sedes de concelho, devem desempenhar um papel complementar na estruturação regional. Estes centros urbanos podem fazer parte de um ou mais subsistemas urbanos.

A consolidação de um sistema urbano policêntrico regional, suportado em subsistemas urbanos e em eixos de relacionamento (longitudinal ou transversal) regionais, visa, para o território que integra Condeixa-a-Nova, entre outros objetivos:

- o fomento da articulação urbana no litoral, sobretudo entre Aveiro, Coimbra, Leiria-Marinha Grande, fortalecendo desta forma a massa crítica urbana, social e económica dos territórios inter-metrópoles;

- a valorização do subsistema urbano ancorado em Coimbra-Figueira da Foz.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 65

Figura 1: Sistema Urbano da Região Centro

Fonte: Proposta do PROT-C, maio 2011

Com implicações à escala do PDM, o PROT-C ainda preconiza a promoção e reforço das sinergias urbano- rurais, sendo que para tal, se deve:

a) “Maximizar as articulações entre o espaço urbano e o rural, atendendo às especificidades das “unidades territoriais” e as respetivas unidades urbanas.

b) Incentivar as parcerias institucionais de âmbito urbano-rural, como instrumento de coordenação das atuações da administração local e central e de outros agentes pertinentes.

c) Assumir os subsistemas urbanos, enquanto espaço de cidadania, de valorização de recursos, de residência e de quadros de vida, e como referencial de desenvolvimento urbano-rural.

d) Assegurar nos subsistemas urbanos uma distribuição de serviços e uma oferta de equipamentos que promova a polivalência, a complementaridade e a equidade territorial.

e) Organizar a mobilidade de pessoas e bens, de forma a assegurar a equidade territorial no acesso a bens e serviços.

f) Organizar os serviços agro-rurais de caráter intermunicipal ou regional, privilegiando as polarizações já existentes e de forma a criar sinergias inter-serviços.

g) Definir a escala (municipal, intermunicipal ou regional) a que devem ser prestados os serviços ao setor agro-rural e organizar os serviços em função do tipo de mobilidade a incrementar (ou seja,

66 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

identificando se deve ser o serviço que se desloca ao produtor/agricultor ou se é o produtor/agricultor que se desloca ao serviço).”

4.1.2.2 Sistema Urbano Proposto do concelho de Condeixa-a-Nova

O sistema urbano proposto deverá funcionar como estrutura orientadora da implantação espacial de equipamentos coletivos e de atividades económicas promotoras de desenvolvimento e atenuadoras das desigualdades espaciais. Dando continuidade às orientações do PROT, considera-se que o sistema urbano proposto para o município de Condeixa-a-Nova deverá contribuir para a maximização das articulações entre o urbano e o rural, assim como deverá permitir uma distribuição de serviços e uma oferta de equipamentos de utilização coletiva que promovam a polivalência, a complementaridade e a equidade territorial. Se isso não for possível, deverá ser organizada a mobilidade de pessoas e bens, de forma a ser assegurada a equidade territorial no acesso a bens e serviços.

O contexto económico, social e demográfico das últimas duas décadas tem resultado na perda de importância de alguns aglomerados urbanos e, paralelamente, reforçou-se a centralidade da vila de Condeixa-a-Nova. Para tal, contribuiu o processo de terciarização da economia, em detrimento das atividades agrícolas e da pecuária, que conduziu a um despovoamento das freguesias de cariz mais rural. Por outro lado, a ocupação humana do território tem sido determinada por aspetos morfológicos. Com efeito, a presença de grandes áreas planas (altitudes inferiores a 100 m) nos setores Noroeste e Central, facilitou a implantação de vias de comunicação (as quais se destacam pela sua importância ao nível dos fluxos nacionais, designadamente a A1, a EN1/IC2 e o IC3/ A13) e, em consequência, também a ocupação humana, em oposição, o setor Sul/Sudeste, que apresenta a menor densidade viária e humana, na medida em que se caracteriza pela presença de declives mais acentuados (altitudes superiores a 350m).

Estas condicionantes físicas têm vindo, efetivamente, a refletir-se na estrutura do povoamento observando-se, uma diferenciação clara: o setor Noroeste caracteriza-se pela presença de núcleos residenciais de maior dimensão e com a maior área de implantação de edificação, enquanto no setor sueste se destacam os núcleos residenciais de menores dimensões e, também, mais isolados

Também fatores exteriores têm contribuído para a afirmação dessa tendência, como a proximidade a Coimbra ou a tendência para a residência em espaços urbanos.

A conjugação de todos estes fatores tem conduzido a uma perda de vitalidade demográfica, de dinamismo económico e das vivências sociais nos pequenos aglomerados rurais, e estas dinâmicas recessivas têm conduzido estes aglomerados para limiares críticos de sustentabilidade.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 67

No âmbito da presente proposta do PDM, considera-se que a dinamização dos principais aglomerados de cada freguesia é importante para a consolidação de um sistema urbano policêntrico e para o estabelecimento de um modelo de desenvolvimento social e de crescimento económico mais equilibrado.

Este é, aliás, o objetivo de um dos projetos âncora da estratégia de desenvolvimento local - Programa de Valorização da Rede Urbana Complementar de Condeixa. Sob pena de abandono e desvalorização, a rede de pequenos centros urbanos locais (sobretudo as sedes das freguesias rurais) este programa propõe intervenções de requalificação urbana e de valorização ambiental, revitalização comercial e ações de sensibilização para a fruição do espaço público, condição essencial para a sua sustentação e subsequente reforço e consolidação de um sistema urbano infraconcelhio robusto, estruturado e sustentado.

Não obstante, considera-se de difícil concretização o equilíbrio territorial da ocupação humana e socio-funcional, tal como hoje se caracteriza, a julgar não só pelas imposições de caráter morfológico, como pela proximidade a Coimbra e pelas consequências territoriais que desse facto advêm. Não se considera que todas as sedes de freguesia se possam constituir, no futuro, como centros urbanos com um mesmo nível funcional e de desenvolvimento. Os casos dos centros urbanos sedes de freguesia de Ega, Anobra e Sebal dificilmente se poderão equiparar aos de Zambujal, Bendafé, Furadouro ou Belide.

Para estes últimos apontam-se soluções mais adequadas e que vão ao encontro do que é preconizado no PROT, nomeadamente “ assegurar uma distribuição de serviços e uma oferta de equipamentos que promova a polivalência, a complementaridade e a equidade territorial” mesmo que para tal seja necessário “organizar a mobilidade de pessoas e bens, de forma a assegurar a equidade territorial no acesso a bens e serviços” e /ou definir se é a pessoa que se desloca ao serviço ou se é o serviço que se desloca ao utente.

Por este motivo e não obstante a necessidade de requalificação urbana e valorização ambiental dos referidos por último, o modelo de sistema urbano proposto para o município de Condeixa-a-Nova passa pela supressão de um nível hierárquico, em resultado da junção dos níveis III e IV do sistema urbano atual. Assim, o sistema urbano proposto é o seguinte:

Níveis Hierárquicos Hierarquia dos Centros Urbanos Proposta

Centro Complementar Principal Condeixa-a-Nova Centro Complementar de segundo nível Ega, Anobra, Sebal Eira Pedrinha, Casével, Avenal, Vila Seca, Zambujal,

Centro Complementar de terceiro nível Alcabideque, Venda da Luísa, Campizes, Belide, Casal do Missa, Arrifana, Bendafé, Furadouro

Centro Complementar de quarto nível Restantes lugares

68 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Em função desta estruturação, as propostas apresentadas nas áreas temáticas, nomeadamente no domínio dos equipamentos coletivos e das infraestruturas urbanas, vão ao encontro da consolidação deste modelo, como sendo aquele que melhor serve as necessidades da população local.

Por níveis do sistema urbano, o que se espera de cada um é:

- Centro Complementar Principal (Nível I) – Continuará, naturalmente, a ser assegurado pela sede de concelho – Condeixa-a-Nova (Condeixa-a-Nova e Condeixa-a-Velha), para a qual se pretende, em termos de estratégia de desenvolvimento concelhio, a revalorização da sua função de Centro Urbano Complementar do sistema urbano regional, sendo indiscutível a sua manutenção e potencial reforço num contexto de concretização das intervenções em curso e previstas no presente Plano - não só as concretizações com visibilidade espacial como também as intervenções imateriais. Pretende-se para este centro urbano a promoção de uma oferta comercial que favoreça mais a sociabilidade urbana e melhore a qualidade de vida da população local.

- Centro Complementar de segundo nível (Nível II) – É também indiscutível a manutenção dos centros urbanos de Ega, Anobra e Sebal neste nível. São, e deverão continuar a ser, as únicas alternativas à sede de concelho para a prestação de alguns serviços e aquisição de bens. Deverá, contudo, ser reforçada/diversificada a sua dotação funcional, de forma a conseguir-se um maior “ equilíbrio” à rede urbana.

- Centro Complementar de terceiro nível (Nível III) - Eira Pedrinha, Casével, Avenal, Vila Seca, Zambujal, Alcabideque, Venda da Luísa, Campizes, Belide, Casal do Missa, Arrifana, Bendafé, Furadouro – para além dos três centros incluídos no nível anterior, são os principais aglomerados de cada freguesia (cinco dos quais são sedes de freguesia), para os quais se pretende um reforço das suas funções e a sua dinamização.

- Centro Complementar de quarto nível (Nível IV) - Restantes lugares

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 69

Figura 2: Sistema Urbano Proposto do concelho de Condeixa-a-Nova

Nota: A sede de freguesia de Condeixa-a-Nova integra o centro urbano de Condeixa-a-Velha.

70 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

5. CLASSIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO SOLO

5.1 PRINCÍPIOS GENÉRICOS E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO

De acordo com a Carta Europeia de Ordenamento do Território, o ordenamento do território é “simultaneamente uma disciplina científica, uma técnica administrativa e uma política que se desenvolve numa perspetiva interdisciplinar e integrada, tendente ao desenvolvimento equilibrado das regiões e à organização física do espaço segundo uma estratégia de conjunto.”

O RJIGT, determina que a Planta de Ordenamento do Plano Diretor Municipal representa o “modelo de organização espacial do território municipal de acordo com os sistemas estruturantes e a classificação e a qualificação dos solos, e ainda as unidades operativas de planeamento e gestão definidas.”

Por sua vez, o PROT-C ao incorporar as estratégias, políticas, programas e planos de índole nacional com incidência territorial nos vários domínios, permite a definição de uma estratégia regional de desenvolvimento territorial, constituindo o quadro de referência para a elaboração dos planos municipais de ordenamento do território, em particular os PDM.

De entre os diversos objetivos estratégicos à escala regional, definidos no PROT-C, destaca-se, neste âmbito, o seguinte: “Definir orientações e propor medidas para o uso, ocupação e transformação do solo adequadas às especificidades dos modelos e padrões de povoamento, às características das estruturas urbanas e às exigências dos novos fatores de localização de atividades, em particular para contrariar os fenómenos de urbanização e edificação difusa para fins habitacionais ou instalação de atividades não rurais”.

Dentro desta lógica, e tendo presente a demais legislação vigente sobre a matéria, procedeu-se à adequação do Solo Rural e Solo Urbano, definindo categorias e subcategorias de espaço, bem como uma regulamentação específica, que visa ir ao encontro das orientações nacionais e regionais de ordenamento do território.

A revisão do Plano Diretor Municipal de Condeixa-a-Nova prende-se, como, aliás, já se teve oportunidade de referir, com a necessidade de corrigir algumas lacunas do PDM, dando resposta às carências sentidas e adequando o ordenamento à realidade atual do Concelho e às expectativas de desenvolvimento entretanto geradas. Com efeito, estes aspetos associados, ainda, ao facto de se estar a trabalhar a uma escala de maior detalhe, conduzem à necessidade de redefinição de todos os perímetros urbanos que, em alguns casos, colidem com Condicionantes. Assim, apresenta-se como necessário efetuar compatibilizações e ajustes entre estes condicionamentos legais e o uso do solo, tendo presentes as necessidades futuras e as perspetivas de desenvolvimento. A juntar aos aspetos já enunciados, outro aspeto que foi tomado em consideração na proposta de ordenamento, e considerado essencial, é a atual Ocupação do Solo do concelho.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 71

De uma forma geral, apresentam-se de seguida as linhas de orientação para o ordenamento do concelho de Condeixa-a-Nova:

Ajustar os espaços urbanizados, delimitando-os com rigor, em função da ocupação efetiva, da dotação de infraestruturas urbanísticas e do seu comprometimento legal de ocupação, contrariando, sempre que possível, as expansões urbanas ao longo das vias;

Definir os solos urbanizáveis, em função das expectativas de desenvolvimento e de crescimento, tendo em conta as características do território em causa e a estratégia de desenvolvimento;

Dotar os aglomerados com maior relevância no sistema urbano de espaços urbanizáveis que permitam criar condições para a fixação de nova população, e dar resposta, às necessidades ao nível dos equipamentos e espaços verdes urbanos, caso existam;

Definir espaços verdes em solo urbano por forma a enquadrar áreas verdes, de recreio e lazer existentes e áreas com interesse ecológico ou cultural;

Definir/ consolidar áreas de atividades económicas, como suporte à autonomização da base económica concelhia;

Dinamizar o sector turístico através da implementação de um quadro normativo adequado e promotor do desenvolvimento deste sector;

Promover o potencial natural do concelho propondo espaços de fruição e lazer;

Desenvolver uma proposta de rede viária estruturante e hierarquizada, articulada com as acessibilidades externas, e que sustente as propostas de ordenamento;

Melhorar a mobilidade através da promoção dos diferentes modos de transporte existentes e da definição de modos de transporte inovadores adaptados às características de ocupação concelhias, bem como através da criação de condições de acessibilidade para a população com mobilidade reduzida;

Definir as características do ordenamento em solo rural ajustadas à realidade concelhia, articulando a salvaguarda das áreas mais sensíveis com a necessidade da sua utilização equilibrada para diversos fins;

Definir uma Estrutura Ecológica Municipal coerente que permita salvaguardar áreas com maior sensibilidade biofísica e ecológica;

Identificar os valores culturais a salvaguardar e definir medidas de proteção, incentivo à conservação e revitalização;

Identificar as áreas a sujeitar a Unidades Operativas de Planeamento e Gestão, em função da especificidade da ocupação existente e da existência de valores a salvaguardar e promover, tendo em vista a sua requalificação ou, por outro lado, uma ocupação urbana planeada.

72 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

A proposta de classificação e qualificação do solo para o Concelho assenta nas seguintes categorias e subcategorias de espaço, delimitadas na Planta de Ordenamento, à escala 1: 25 000 e constantes no quadro seguinte:

Quadro 5: Classes, Categorias e Subcategorias de Espaço CLASSES CATEGORIA DE ESPAÇO SUBCATEGORIA DE ESPAÇO Espaços Agrícolas de produção tipo I Espaços Agrícolas de Produção Espaços Agrícolas de produção tipo II Espaços de Uso Múltiplo Agrícola e Florestal Espaços Florestais de Produção SOLO RURAL Espaços Naturais tipo I Espaços Naturais Espaços Naturais tipo II Espaços de Recursos Geológicos Consolidados Espaços de Recursos Geológicos Espaços de Recursos Geológicos Complementares Espaços Centrais Espaços Residenciais urbanizados tipo I Espaços Residenciais urbanizados tipo II Espaços Residenciais urbanizados tipo III Solos Urbanizados Espaços de Atividades Económicas Espaços de Uso Especial SOLO URBANO Espaços Verdes de Proteção e Enquadramento Espaços Verdes de Recreio e Lazer Espaços Residenciais urbanizáveis tipo I Espaços Residenciais urbanizáveis tipo II Solos Urbanizáveis Espaços Residenciais urbanizáveis tipo III Espaços para Atividades Económicas

Ao estabelecer-se o ordenamento de um determinado território surgem diversas matérias ou situações a contemplar, que são fundamentais no seu futuro desenvolvimento, mas que não se enquadram na classificação de categoria ou de subcategoria de espaço, constituindo potencialidades ou restrições ao uso, ainda que não correspondam a condicionantes legais, ou mesmo infraestruturas de naturezas diversas, e que podem coexistir com as classes de Solo Urbano e Solo Rural.

Assim, além das categorias e subcategorias do Solo Rural e do Solo Urbano, há ainda a considerar no ordenamento:

Estrutura Ecológica Municipal;

Áreas de Recursos Geológicos Potenciais;

Valores Culturais e Naturais

Rede Viária

Infraestruturas Urbanas;

Áreas de Risco ao Uso do Solo;

Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG).

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 73

Estas, cumulativamente com a classificação e qualificação do solo regulamentam o uso do solo, impondo restrições adicionais ao seu regime de utilização e ocupação.

A Estrutura Ecológica Municipal, os Valores Culturais e Naturais, a Rede Viária, as Áreas de Risco ao Uso do Solo e as Unidades Operativas de Planeamento e Gestão e Unidades Executivas são tratadas em capítulo próprio, enquanto as Infraestruturas Urbanas são detalhadas no âmbito das Propostas sectoriais.

No que diz respeito aos Valores Culturais e Naturais, estes integram o Património Classificado, Património em Vias de Classificação, Património com interesse municipal e outro património com interesse, Conjuntos com Interesse, Património Arqueológico, Locais com Interesse Geológico e ainda Árvores de Interesse Público, encontrando-se representados na Planta de Ordenamento.

A Rede Viária, é composta pela Rede Rodoviária, constituída por três níveis hierárquicos: sistema primário, sistema secundário e sistema terciário, e pela Rede Ferroviária, tendo-se optado por representar na Planta de Ordenamento o corredor correspondente à ligação ferroviária de alta velocidade do eixo Lisboa – Porto (traçado previsto na Resolução de Conselho de Ministros n.º 16/2011, de 1 de março, cujas medidas preventivas caducaram). Apesar de ter sido opção a não implementação do projeto, considera-se importante a salvaguarda do corredor definido no âmbito dos estudos desenvolvidos (Estudo Prévio e Estudo de Impacte Ambiental com Declarações de Impacte Ambiental favoráveis).

As infraestruturas urbanas identificadas na Planta de Ordenamento, englobam as infraestruturas de abastecimento de água – ETA – e infraestruturas de drenagem e tratamento de águas residuais – ETAR. A opção pela representação destas infraestruturas na Planta de Ordenamento decorre das implicações que a sua localização possui ao nível da ocupação do solo, e pelo facto de não possuírem servidão administrativa constituída, revelando-se por isso essencial assegurar a sua proteção e salvaguarda ao nível do ordenamento.

As Áreas de risco ao uso do solo aqui consideradas dizem respeito às Zonas inundáveis em solo urbano e à Classificação acústica, as primeiras encontram-se representadas na Planta de Ordenamento - Classificação e Qualificação do Solo, e as segundas na Planta de Ordenamento - Classificação acústica (peça desenhada n.º 1.2 do Volume III).

As Áreas de recursos geológicos potenciais correspondem a áreas de reconhecido potencial geológico, em que o aprofundar do seu conhecimento as tornam passíveis de dar origem a eventuais espaços de exploração, nomeadamente da exploração de concessões mineiras. No concelho da Condeixa-a-Nova incluem-se nesta situação três áreas designadas como: Pombal (areias, argilas e argilas especiais), Sicó (calcários ornamentais e industriais) e Barroca (caulino) - e um recurso hidromineral potencial, na Arrifana.

Estas áreas sobrepõem-se às subcategorias existentes, estando sujeitas à regulamentação que lhe está subjacente.

74 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

No âmbito do ordenamento do Solo Rural tomou-se como ponto de partida o trabalho metodológico explicitado e desenvolvido ao nível dos diversos descritores (nomeadamente a RAN, a REN, o PROF-Centro Litoral, o Plano Ordenamento RNPA, a ocupação do solo, etc.), tendo sido efetuado um cruzamento ponderado dos diversos níveis de informação, sintetizando realidades de condicionantes e aptidões biofísicas à ocupação do território, bem como a ocupação atual.

No âmbito do ordenamento do Solo urbano, todos os aglomerados foram alvo da redefinição do perímetro urbano, de acordo com as indicações e parâmetros atuais e que se explicitarão adiante. As plantas de estrutura urbana dos aglomerados são apresentadas num Volume Anexo, à escala 1: 5 000, facilitando assim a sua leitura e análise.

5.2 PLANEAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL NA ÓPTICA DO PROT-C

Sendo o PROT-C o quadro de referência de elaboração da Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova, e atendendo à relevância normativa do primeiro no domínio da disciplina de planeamento, urbanização e edificação, considera-se fundamental sistematizar o conteúdo normativo do PROT considerado mais relevante neste contexto, e que norteou a proposta de ordenamento explanada ao longo do presente capítulo.

Os subcapítulos subsequentes não pretendem ser uma transcrição integral das normas do PROT-C, mas antes uma breve súmula das disposições consideradas mais relevantes, no âmbito das propostas de classificação e qualificação do solo por se tratarem de orientações de carácter mais operativo, fundamentais na definição das categorias e subcategorias de espaço e na sua subsequente regulamentação.

Partindo de uma perspetiva global de intervenção e disciplina da ocupação do território, e na ótica da contenção dos perímetros urbanos, o PROT-C começa por definir como orientações gerais que:

1. “os municípios devem considerar prioritária a contenção do solo urbano, encorajando o preenchimento das áreas já urbanizadas através da colmatação de vazios intersticiais, da conservação e rentabilização das infraestruturas existentes e incentivando a densificação razoável das áreas urbanas, evitando novas expansões isoladas;

2. o recurso à expansão dos tecidos existentes só deve ser considerado quando este for comprovadamente necessário e fundamental à qualificação e funcionamento urbano ou se verifique como necessário à oferta de solo urbanizável (…)”

No que à classificação, qualificação e reclassificação do solo diz respeito, para além do cumprimento dos critérios estabelecidos na legislação em vigor, e no que se refere em concreto à criação de novas áreas urbanas ou expansão dos perímetros urbanos existentes, o PROT-C dispõe que deverão ser tidos em consideração, entre outros, os seguintes critérios:

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 75

“A avaliação da dinâmica urbanística e da execução do PDM em vigor, suportada no relatório sobre o estado do ordenamento do território a nível municipal e sustentado em indicadores de execução física da urbanização e da edificação, níveis de infraestruturação, equipamentos, acessibilidades, quantificação dos compromissos urbanísticos válidos e eficazes, reservas disponíveis de solo urbano e outros critérios relevantes para o município;

O somatório das áreas urbanas consolidadas e legalmente comprometidas, incluindo a estrutura ecológica municipal, tenham atingido um valor igual ou superior a 70% dos perímetros urbanos atuais;

O somatório das áreas livres dos atuais perímetros urbanos, mais a ampliação proposta, não exceda 40% do perímetro urbano atual (não contabilizando as áreas de estrutura ecológica municipal e as zonas industriais/ empresariais)”

A contabilização referida, para efeito de expansão urbana, deverá ser feita para cada um dos perímetros urbanos, contudo, o PROT-C admite que nos aglomerados urbanos que o justifiquem, os valores estabelecidos poderão ser excedidos, “desde que seja efetuada a respetiva compensação noutros aglomerados, assegurando dessa forma que não é ultrapassado o valor acumulado das áreas de expansão para a totalidade do território municipal”. Relativamente ao concelho de Condeixa-a-Nova essa avaliação é feita no âmbito do subcapítulo 5.6.4.1

Relativamente à edificabilidade em solo rural, e em consonância com a demais legislação o PROT-C enfatiza que esta se deve pautar por princípios de contenção da edificação isolada, do parcelamento da propriedade e da racionalização da infraestruturação.

Quando permitida, a edificação isolada “deve ter como função o suporte às atividades económicas associadas à valorização dos recursos naturais, ambientais, culturais e paisagísticos e/ou à promoção da multifuncionalidade dos espaços rurais”, admitindo-se, nestes casos, que as edificações se destinem:

1. Edificação para fins habitacionais de quem exerça atividade agrícola ou atividades conexas ou complementares à atividade agrícola, nas seguintes condições:

· comprovação da inexistência de qualquer outra habitação na mesma exploração agrícola e de alternativas de localização; · tipologia unifamiliar; · área mínima do prédio com valores variando entre 3 e 4 hectares, em função da área média de exploração agrícola do município;

2. Construções de apoio às atividades agrícolas, pecuárias e florestais, devendo os PMOT definir os respetivos parâmetros de ocupação e os critérios de integração paisagística;

76 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

3. Empreendimentos turísticos e instalações de recreio e lazer nas condições definidas no normativo específico e por unidade territorial;

4. Estabelecimentos industriais, incluindo os afetos à atividade extrativa, cuja localização exija proximidade da matéria-prima ou que pela sua natureza técnica e económica, justifique a sua localização em solo rural devendo os PMOT estabelecer as condições de implantação, assegurando os aspetos ambientais, a inserção paisagística, os acessos viários e a segurança contra incêndios;

5. Construções ligadas a atividades que contribuam para reforçar a base económica e a promoção do emprego nos espaços rurais que pela sua natureza técnica, económica e/ou de complementaridade com as atividades instaladas, justifique a sua localização em solo rural;

6. Equipamentos de utilização coletiva na proximidade dos aglomerados rurais que possibilite uma forte interação com estes e apenas quando o elevado grau de consolidação dos aglomerados não os permita acolher;

7. Infraestruturas territoriais, designadamente nos domínios dos transportes, do abastecimento de água, do saneamento, da energia e das comunicações;

8. Edificações ligadas à proteção civil;

9. Outras ações previstas no PROT.

No regulamento da revisão do PDM, nas disposições comuns do solo rural, são acauteladas as diretrizes referentes à edificação isolada de residência própria do proprietário-agricultor e dos estabelecimentos industriais de modo a que possam ser cumpridas em todas as categorias onde são permitidos esses usos. Em termos de área média de exploração agrícola do concelho determinou-se ser esta 6,6ha, o que fixa a área mínima do prédio para edificação para fins habitacionais em 3,25ha, valor adotado transversalmente em todas as subcategorias do solo rural em que a edificação para esse fim seja permitida.

Relativamente à edificação turística o PROT-C estabelece que, em solo rural e no âmbito dos PMOT pode ser permitido o uso e ocupação turísticos desde que não se verifiquem incompatibilidades funcionais com o uso dominante e que se contabilizem com a conservação dos valores naturais em presença.

A implementação de novos empreendimentos turísticos poderá adotar as seguintes formas:

Empreendimentos Turísticos Isolados (ETI) cuja instalação deve cumprir os seguintes critérios:

· Soluções arquitetónicas e construtivas que assegurem a adequada inserção na morfologia do terreno e garantam a preservação das vistas; · Soluções paisagísticas que valorizem o património natural e cultural do local e da envolvente; · Os Estabelecimentos Hoteleiros obedecerão aos critérios das normas por unidade territorial;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 77

· São excecionados das referidas normas os hotéis que resultem da reabilitação e renovação de edifícios pré-existentes e de valia patrimonial, bem como as pousadas. O PROT-C dispõe ainda relativamente aos ETI: · Os hotéis, pousadas e hotéis rurais construídos de raiz, devem obedecer aos seguintes parâmetros: mínimo de 3 estrelas; densidade máxima: 40 camas/ha; número máximo de camas: 200 camas; associar equipamentos de recreio e lazer de ar livre (campos de jogos, piscinas, percursos pedonais e ciclovias, etc.); aos hotéis deve-se associar as temáticas específicas. · Turismo em Espaço Rural (TER) e turismo de habitação: são permitidas todas as tipologias TER previstas na legislação em vigor.

Núcleos de Desenvolvimento Turístico (NDT), que devem cumprir os seguintes critérios de inserção territorial, integração paisagística e qualidade urbanística e ambiental:

· A solução de ocupação do solo deve promover a concentração da edificação, incluindo as áreas impermeabilizadas. A área de concentração não deverá ser superior a 35% da área total do NDT. A restante área deve compreender as áreas de equipamentos como o golfe, se for o caso, e os espaços verdes adequados, desempenhando também as funções de área de enquadramento; · A densidade de ocupação bruta máxima admitida para a área de concentração da edificação não deve ser superior a 60 camas por hectare, podendo ser de 100 camas por hectare em parcelas ocupadas exclusivamente com hotéis e pousadas. · Categoria mínima de 4 estrelas · A área mínima dos NDT é estabelecida por unidade territorial, podendo variar em função de critérios objetivos estabelecidos em PDM. Na unidade Centro Litoral, na qual o concelho de Condeixa-a-Nova se insere a área mínima estabelecida é de 35ha, devendo dar-se preferência às atividades de recreio e lazer ao ar livre · As soluções paisagísticas devem valorizar o património natural e cultural do local e da envolvente; · A estrutura ecológica deve ser contínua e em articulação com a estrutura ecológica municipal.

Relativamente aos NDT estes poderão integrar apenas empreendimentos turísticos, e equipamentos e infraestruturas de apoio ao turismo e a sua implementação requer a aprovação prévia de PU ou PP. O PROT-C estabelece ainda um conjunto de parâmetros de qualidade a que a implantação de empreendimentos turísticos em NDT deve obedecer.

No caso concreto de Condeixa-a-Nova e atendendo a que em termos estratégicos o turismo é uma das apostas do concelho, o ordenamento da atividade turística em solo rural é feito da seguinte forma:

Empreendimentos turísticos isolados: permitidos nos Espaços agrícolas de produção tipo II, nos Espaços de uso múltiplo agrícola e florestal e nos Espaços florestais de produção;

Núcleos de Desenvolvimento Turístico: permitidos nos Espaços de uso múltiplo agrícola e florestal e nos Espaços florestais de produção.

78 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

No que se refere aos NDT são também concretizados nas disposições comuns do solo rural do regulamento os parâmetros que os PDM devem especificar, seguindo as diretrizes acima mencionadas pelo PROT-C.

Em solo urbano, embora seja possível a instalação de todas as tipologias de empreendimentos turísticos, atendendo às características dos aglomerados recomenda-se que seja privilegiada a implementação de empreendimentos de turismo em espaços rural e de turismo de habitação. De referir que Condeixa-a-Nova é classificada como Centralidade Urbano Turística de nível III.

Em síntese, e conforme explicitado ao longo do documento, foram vertidas nesta revisão do PDM a generalidade das orientações acima explanadas, assegurando-se assim a articulação entre os dois níveis de planeamento territorial.

5.3 ENQUADRAMENTO DAS ÁREAS EDIFICADAS

No desenvolvimento desta proposta de ordenamento, especificamente no que diz respeito ao tratamento das áreas edificadas, estiveram presentes as orientações do RJIGT e do Decreto Regulamentar n.º 11/2009, de 29 de maio, em particular no que concerne ao carácter excecional da reclassificação do solo rural em solo urbano, só admissível quando criteriosa e tecnicamente justificada, e o estabelecimento de modelos de uso e ocupação do solo e de disciplina de edificabilidade que promovam a concentração da edificação em aglomerados urbanos ou rurais, devidamente identificados e delimitados para o efeito, de forma a contrariar padrões de povoamento disperso ou linear.

Deste modo, e por forma a consubstanciar e fundamentar as opções da proposta de ordenamento, tornou-se necessária a definição de uma estratégia em termos de enquadramento das áreas edificadas, em solo urbano e em solo rural, com base na situação urbanística do território concelhio.

Para tal, como base de trabalho foi tida em consideração a seguinte informação: perímetros urbanos do atual PDM, áreas edificadas consolidadas e em consolidação (AEC) e respetivas densidades de ocupação (delimitadas nos Estudos de Caracterização), redes de abastecimento de água e de saneamento existentes e previstas, rede rodoviária, equipamentos coletivos, efetivo populacional, assim como visitas a todos os aglomerados. A peça desenhada n.º 01: Compromissos Urbanísticos (Volume II) e o quadro seguinte refletem alguma da informação trabalhada.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 79

Quadro 6: Proposta de enquadramento das AEC em solo urbano Rede de Abastec. Rede de Áreas Edificadas Consolidadas N.º de Perímetros de água Saneamento Hab. Urbanos Freguesias Aglomerados Densidade A A (INE, em Vigor Área N.º Exis- Exis- (n.º edif Remo- Cons- 2001) (ha) (ha) Edifícios tente tente /área) delar truir Alvogadas - - 7,0 48 6,9 x x

Anobra 417 51,7 30,1 335 11,1 x x

Caneira/ Inculca 109 16,0 11,2 95 8,5 x x

Casal da Amieira / Casal das 73 12,1 103 8,5 x x Figueiras Anobra Casal de São 148 19,8 12,3 140 11,3 x x x João/ Perdigueira Casal do Carrito 132 17,9 11,7 137 11,7 x x

Casal Seco - 4,7 1,7 21 12,2 x x

Lameira de Baixo 133 10,3 4,4 82 18,6 x x

Lameira de Cima - 1,8 1,0 7 6,9 x x

Anobra; Sebal/ Belide Venda da Luísa 309 30,0 23,6 424 17,9 x x

Alcabideque 353 33,9 33,4 484 14,5 x x

Ameixeira 68 9,7 8,9 77 8,7 x x

Avessada 85 5,5 99 17,8 x x Condeixa-a-Velha/ Bom Velho de Condeixa-a-Nova 28 6,6 2,5 41 16,2 x x Baixo Bom Velho de 26 8,5 5,1 61 11,9 x x Cima Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova; Casal Novo 72 8,4 5,8 85 14,7 x x Vila Seca/ Bendafé Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova Condeixa-a-Nova; 5977 793,7 431,3 4419 10,2 x x (1) Ega; Sebal/ Belide Eira Pedrinha 648 29,5 426 14,4 x x Condeixa-a-Velha/ Poço 25 6,3 2,5 37 14,8 x x Condeixa-a-Nova Salgueiro 64 5,4 88 16,4 x x

Ega; Condeixa-a- Velha/ Condeixa-a- Arrifana 278 23,8 19,7 379 19,3 x x Nova Ega Campizes 378 28,3 30,9 464 15,0 x x

Casal da Torre - 10,5 6,0 63 10,5 x x Ega Casal do Missa 284 20,2 11,8 154 13,0 x x

Ega; Sebal/ Belide Casével 469 41,9 35,7 630 17,7 x x

Ega; Condeixa-a- Velha/ Condeixa-a- Ega 874 112,5 87,1 1139 13,1 x x x Nova Presa - - 0,4 5 11,8 x x

Rebolia 180 16,6 13,2 167 12,7 x x Ega Relves 69 8,5 9,3 67 7,2 x x

Serrazina 58 6,6 4,4 63 14,3 x x

Ega; Furadouro Vale de Janes 95 5,5 7,4 55 7,5 x x

Ega ZI do Sangardão - 24,8 - - - x x

80 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Rede de Abastec. Rede de Áreas Edificadas Consolidadas N.º de Perímetros de água Saneamento Hab. Urbanos Freguesias Aglomerados Densidade A A (INE, em Vigor Área N.º Exis- Exis- (n.º edif Remo- Cons- 2001) (ha) (ha) Edifícios tente tente /área) delar truir Cadaval Grande 7 5,6 2,3 26 11,4 x x

Casmilo 119 19,3 12,1 182 15,0 x x Furadouro Furadouro 41 6,7 4,3 69 16,1 x x

Peixeiro - 5,0 1,4 25 17,7 x x

Sebal/ Belide; Ega Belide 279 27,3 27,6 398 14,4 x x

Sebal/ Belide Alqueves 67 3,3 2,1 24 11,3 x x

Sebal/ Belide; Anobra Avenal (2) 515 54,9 46,6 603 12,9 x x

Casal da Légua/ Sebal/ Belide; Anobra 140 14,3 15,6 156 10,0 x x Pagalhões Moinho da Palha 60 10,6 9,1 92 10,1 x x

Rapoila 46 7,6 4,8 78 16,2 x x Sebal/ Belide Sebal / Dadas/ Quinta da 389 39,4 32,8 436 13,3 x x x Arrocha Sebal/ Belide; Anobra Sebal Pequeno 64 7,0 7,2 61 8,5 x x

Vila Pouca - - 3,5 47 13,5 x x

Sebal/ Belide ZI de Condeixa- - 148,4 23,3 77 3,3 x x x a-Nova Alcouce 189 27,3 10,7 142 13,2 x x

Beiçudo 80 5,9 5,5 78 14,3 x x

Vila Seca/ Bendafé Bendafé 117 23,6 7,4 94 12,7 x x

Bruscos 273 29,7 27,1 264 9,7 x x

Casal dos Balaus 89 9,7 9,1 105 11,5 x x

Vila Seca/ Bendafé Mata 63 10,5 4,7 74 15,8 x x

Traveira 127 9,5 8,6 113 13,2 x x

Vila Seca 136 23,3 13,5 139 10,3 x x

Fonte Coberta 33 4,9 4,2 52 12,5 x x

Póvoa de Pêgas 70 9,8 7,6 76 10,0 x x

Zambujal Serra de 55 15,1 5,9 92 15,6 x x Janeanes Zambujal 269 32,5 20,0 299 14,9 x x

(1) Avessada/ Barreira/ Casal da Estrada/ Castel/ Condeixa-a-Nova/ Eira Pedrinha/ Gorgulhão/ Pocinhos/ Travaz/ Atadoa/ Cavaneiras/ Condeixa-a-Velha/ Palhacana/ Salgueiro/ Senhora das Dores/ Valada/ São Fipo/ Fornos de Castel/ Ribeira (2) Avenal/ Casal do Paraíso/ Rodão/ Sobreiro

Também o PROT-C reconhece estes “inputs” como ferramentas para a aferição da classificação e qualificação do solo urbano e do solo rural – este define para o solo urbano densidades de ocupação superiores a 7 edifícios por hectare, exceto os aglomerados que exerçam funções de sedes de freguesia, estabelecendo ainda como opção as áreas edificadas de baixa densidade, desde que concentrem um conjunto significativo de funções urbanas, e apresentem uma densidade entre 4 a 7 edifícios por hectare, remetendo para categorias específicas de solo rural as áreas que apresentem densidades de ocupação inferiores.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 81

Em termos de Solo Rural, o PROT-C define os Aglomerados Rurais como “pequenos núcleos de edificação concentrada, servidos de arruamentos de uso público, com funções residenciais e de apoio a atividades localizadas em solo rural. Estes aglomerados devem ser delimitados em PDM com base na contiguidade do edificado (afastamento entre as construções menor ou igual a 50 metros), incluindo uma faixa envolvente com a profundidade máxima de 50 metros, medida a partir do exterior das últimas edificações, ajustada à expressão edificada existente e às características biofísicas de cada local”. Existe ainda como opção as Áreas de Edificação Dispersa que “correspondem a áreas de uso misto, sem funções urbanas prevalecentes, e que apresentem uma densidade superior a 1 edifício por hectare”.

Tendo presentes as orientações do PROT-C, as características do povoamento no concelho de Condeixa-a- Nova e os objetivos de desenvolvimento municipais, apesar de alguns aglomerados constituírem pequenos núcleos de edificação concentrada e apresentarem um efetivo populacional baixo, foi opção manter todos os aglomerados em solo urbano, uma vez que a maioria já tem perímetro urbano definido no PDM em vigor e as densidades de ocupação das AEC encontram-se, regra geral, acima dos 7 edifícios por hectare.

O desenvolvimento desta metodologia, juntamente com alguma da informação referida, levou ainda à criação de três novos perímetros urbanos (Alvogadas, Presa e Vila Pouca), num total de 58.

Os outros conjuntos edificados existentes não foram considerados como perímetros urbanos, tendo ficado enquadrados como Edificação Isolada em Solo Rural.

5.4 COMPROMISSOS URBANÍSTICOS

De acordo com a alínea c) do nº 1 da Portaria n.º 138/2005, a revisão do PDM deve apresentar a informação relativa aos compromissos urbanísticos presentes no Município. Estes dizem respeito a compromissos urbanísticos, válidos e eficazes, ou seja, aqueles em que já há atos administrativos (deliberação ou despacho) a conferir direitos: Pedido de informação prévia, pedido de licenciamento ou admissão de comunicação prévia, incluindo a aprovação do projeto de arquitetura ou de loteamento.

Relativamente a Condeixa-a-Nova, foi compilada pela CM a informação que se encontra no Anexo II do presente relatório, representada na peça desenhada n.ºV2.01 do Volume II (Compromissos Urbanísticos).

5.5 SOLO RURAL

5.5.1 Aspetos gerais

De acordo com o RJIGT, o Solo Rural é “aquele para o qual é reconhecida vocação para as atividades agrícolas, pecuárias, florestais ou minerais, assim como o que integra os espaços naturais de proteção ou de lazer, ou que seja ocupado por infraestruturas que não lhe confiram o estatuto de solo urbano”.

82 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Segundo o mesmo diploma (artigo 73º), genericamente, “a qualificação do solo rural processa-se através da integração nas seguintes categorias:

Espaços agrícolas ou florestais afetos à produção ou à conservação;

Espaços de exploração mineira;

Espaços afetos a atividades industriais diretamente ligadas às utilizações referidas nas alíneas anteriores;

Espaços naturais;

Espaços destinados a infraestruturas ou a outros tipos de ocupação humana que não impliquem a classificação como solo urbano, designadamente permitindo usos múltiplos em atividades compatíveis com espaços agrícolas, florestais ou naturais.”

Este subcapítulo tem por objetivo dar a conhecer a qualificação do solo rural proposta para o concelho de Condeixa-a-Nova, assim como a metodologia de delimitação do solo rural nas suas várias componentes.

5.5.2 Metodologia de delimitação do solo rural

De modo a permitir um melhor entendimento das categorias de espaço definidas na Planta de Ordenamento, apresenta-se seguidamente a respetiva metodologia da delimitação. Na apreciação destas propostas deverá ter- se presente a legislação em vigor, nomeadamente em relação a áreas condicionadas biofisicamente, e as ocupações agrícolas, uso múltiplo agrícola e florestal e florestais, que o ordenamento concelhio terá necessidade de respeitar.

Por sua vez, importa ter em consideração o conjunto de orientações fundamentais para a organização territorial e funcional definidas pelo PROT-C, que estabelece nas Normas Específicas por Domínio de Intervenção de Ordenamento do Território um conjunto de orientações fundamentais para a organização territorial e funcional, e das quais se destacam as seguintes:

DI18 Em matéria de uso do solo é necessário aplicar o quadro legal, em conformidade com as seguintes orientações (…):

2. Classificar e qualificar o solo rural, em consonância com os seguintes critérios/disposições:

a. Diferenciar efetivamente no espaço agrícola ou florestal entre utilização na produção de bens agrícolas ou florestais e outras utilizações, nomeadamente proteção e conservação, e atividades territoriais;

b. Assegurar uma gestão propiciadora da criação de bens económicos e ambientalmente sustentável, tanto das áreas utilizadas para a produção agrícola e florestal, como das que estão incultas ou dedicadas a outros usos, incluindo os espaços naturais de proteção ou de conservação (…);

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 83

3. Criar (…) os mecanismos de controlo efetivo do cumprimento dos Códigos de Boas Práticas (Agrícolas, Florestais e as que a decorrem do quadro legal relativo à Conservação da Natureza e da Biodiversidade), com acuidade particular nas manchas sujeitas a regimes jurídicos específicos (…).

Deste modo, na definição da proposta de ordenamento de solo rural, consideram-se as atividades produtivas do concelho (agricultura, agrossilvo-pastoril, produção florestal, recursos geológicos) e as atividades conservacionistas. A regulamentação é feita de modo a cumprir o conceito de utilização dominante, evitando-se incompatibilidades de usos, tal como estipula o Decreto Regulamentar n.º 11/2009, de 29 de maio.

O mesmo Decreto Regulamentar estabelece os critérios para a qualificação do solo rural onde se baseia a sua delimitação, que foram utilizados no presente Plano:

“a) Compatibilidade com as opções dos planos regionais de ordenamento do território, designadamente no respeitante à estrutura regional de proteção e valorização ambiental, ao ordenamento agrícola e florestal, ao ordenamento dos recursos geológicos e ao desenvolvimento de atividades económicas admitidas em espaço rural, e com as opções dos planos sectoriais com incidência no território municipal; b) Conformidade com os planos especiais de ordenamento do território e com os regimes jurídicos de proteção, conservação e valorização dos recursos naturais; c) Salvaguarda e aproveitamento das áreas afetas a usos agrícolas e florestais, à exploração de recursos geológicos e à conservação de recursos e valores naturais, ambientais, culturais e paisagísticos, bem como a proteção face à ocorrência de riscos naturais ou tecnológicos; d) Aproveitamento multifuncional dos espaços rurais, com acolhimento de atividades que contribuam para a sua diversificação e dinamização económica e social, salvaguardando a sustentabilidade ambiental e paisagística desses espaços; e) Enquadramento de equipamentos, estruturas, infraestruturas e sistemas que não implicam a classificação como solo urbano”

Considerando estes princípios a proposta de ordenamento do solo rural teve ainda subjacente um vasto conjunto de elementos e inputs, nomeadamente:

84 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

1.Instrumentos Gestão Territorial de hierarquia Documentos superior: publicados ou em vias de publicação a) PROT-C (em elaboração); b) PROF Centro Litoral;

c) PBH do Mondego

Estudos de Análise Hipsometria e Diagnóstico Declives Modelo Digital do Terreno Ocupação do Solo Valores Naturais

Elementos Cartografia digital cartográficos Ortofotomapas (2012)

Visitas ao concelho PROPOSTADE ORDENAMENTO SOLO DO RURAL Planta de Condicionantes Outros elementos Legislação em vigor Informação fornecida pelas entidades

De seguida, estabeleceram-se critérios de ordenamento que permitiram a qualificação do solo rural, ambos apresentados no Quadro 7.

Quadro 7: Critérios de ordenamento para a delimitação das categorias e subcategorias do solo rural

CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS CRITÉRIOS DE ORDENAMENTO

Espaços com maior aptidão agrícola que, na essência, correspondem à RAN. As manchas inferiores a 2 hectares são incluídas ou excluídas conforme acerto cartográfico, situados fora da Reserva Natural do Paul de Arzila Tipo I Espaços Área da ZPE e do Sítio Paul de Arzila fora da Reserva Natural do Paul de Arzila Agrícolas de Áreas dos blocos de Ega previstas no Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Produção Mondego e os regadios tradicionais. Áreas agrícolas na envolvência dos aglomerados urbanos e outras áreas cujas Tipo II características pedológicas, de ocupação atual ou de localização os efetivam ou potenciam para usos agrícolas Ocupação florestal incluída na Sub-região homogénea Sicó-Alvaiázere, cuja Espaços de Uso Múltiplo Agrícola e Florestal função prioritária é a Silvopastorícia Ocupação florestal incluída na Sub-região homogénea Gândaras Sul cuja Espaços Florestais de Produção função prioritária é a Produção A Área de proteção total e a Área de proteção parcial definidas na Planta de Ordenamento da Reserva Natural do Paul de Arzila Tipo I Áreas com interesse geológico com dimensão representativa à escala do concelho Espaço Natural A Área de proteção complementar definida na Planta de Ordenamento da Reserva Natural do Paul de Arzila Tipo II As manchas de “Vegetação calcícola” e “Manchas florestais com presença de quercíneas inseridas na “Área de elevado valor ecopasiagístico”, definidas na

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 85

CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS CRITÉRIOS DE ORDENAMENTO Planta dos Valores Naturais, do Volume I dos Estudos de Caracterização Explorações licenciadas ou que se pretendam licenciar utilizando informação Espaços consolidados Espaços de fornecida pela Câmara e pela DGEG recursos Espaços Espaços contíguos aos Espaços consolidados para onde se pretende que a geológicos complementares exploração prossiga

Ao nível do solo rural, os principais usos do solo do Concelho dividem-se de forma muito idêntica entre o agrícola, o florestal e a conservação da natureza.

As maiores áreas com interesse conservacionista encontram-se na zona Sul onde, devido ao maior declive do relevo associado à ocorrência de sucessivos incêndios, predominam os matos rasteiros (identificados nos Estudos de Caracterização como vegetação calcícola) com manchas dispersas de pinhais e eucaliptais.

A complementaridade de recursos é claramente uma mais-valia para o concelho que não deve ser desprezada, sendo essencial um ordenamento do território sustentável, de acordo, não só com o potencial produtivo (agrícola, agro-silvo-pastoril e florestal), mas também com as qualidades e sensibilidade do meio natural.

5.5.3 Qualificação do Solo Rural

No seguimento da metodologia apresentada no ponto anterior e na sequência do RJIGT, a qualificação do solo rural processa-se com as categorias previstas no Decreto Regulamentar n.º 11/2009 de 29 de maio, reconferindo no entanto, aos planos municipais de ordenamento do território a possibilidade de proceder à sua desagregação por subcategorias, desde que estas se revelem adequadas à estratégia de desenvolvimento local e ao modelo de organização espacial do território municipal.

Posto isto, descreve-se a qualificação do solo rural para o concelho de Condeixa-a-Nova.

5.5.3.1 Espaços Agrícolas

São espaços onde predomina o uso agrícola e correspondem maioritariamente às zonas de vale dos principais cursos de água associadas à Reserva Agrícola Nacional. Inclui também áreas agrícolas adjacentes à RAN em que a ocupação predominante é a vinha, o olival e as culturas anuais, para as quais se pretende uma maior flexibilidade de usos. Por este motivo tornou-se necessário definir duas subcategorias de espaços agrícolas distintas:

Espaços Agrícolas de Produção de tipo I;

Espaços Agrícolas de Produção de tipo II.

86 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Espaços Agrícolas de Produção tipo I

São áreas que detêm o maior potencial agrícola no concelho e que por isso se destinam ao desenvolvimento de atividades agrícolas, constituindo objetivo desta categoria de espaço a manutenção e a promoção da estrutura de produção agrícola, a preservação da diversidade paisagística e a conservação do solo. Incidem, essencialmente, em espaços situados ao longo das principais linhas de água (ribeira de Cernache, ribeira de Condeixa e rio Ega). A ocupação do solo que lhe está subjacente assenta no cultivo de culturas anuais de regadio, existentes na zona oeste do concelho, na continuação da produção agrícola associada ao Baixo Mondego.

Foram integradas nesta subcategoria a generalidade dos solos integrados na Reserva Agrícola Nacional, tendo porém sido “excluídas” desta subcategoria algumas áreas afetas a RAN de menor dimensão (atendendo à escala do Plano) e que se encontram isoladas, uma vez que se privilegiou o critério de continuidade destes espaços.

Foi ainda incluída a totalidade da área da ZPE do Paul de Arzila que não é abrangida pela Reserva Natural, devido à semelhança de objetivos desta categoria de espaço com as orientações de gestão para a Agricultura e Pastorícia definidas no Plano sectorial da Rede Natura 2000.

Inclui-se também as áreas previstas para a construção dos Blocos de Ega do Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo do Mondego, bem como pequenas áreas (sensivelmente inferiores a 2 hectares) que, embora não se encontrem incluídas na RAN, são contíguas e apresentam um potencial de ordenamento semelhante a esta.

Figura 3: Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Mondego no concelho de Condeixa-a-Nova

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 87

Espaços Agrícolas de Produção tipo II

Estes espaços são complementares aos Espaços Agrícolas de Produção tipo I e surgem nas zonas adjacentes às áreas de Reserva Agrícola Nacional e aos aglomerados. Encontram-se numa zona de transição para as áreas florestais e a sua exploração é feita essencialmente de vinha, olival e pomares.

A ocupação e utilização, assim como o regime de edificabilidade, nestes espaços são menos restritivas que nos “Espaços Agrícolas de Produção tipo I”.

5.5.3.2 Espaços de Uso Múltiplo Agrícola e Florestal

A silvo-pastorícia, enquanto prática integrada de sistemas de uso múltiplo agrícola e florestal possibilita a obtenção, no curto prazo, de retornos financeiros decorrentes dos produtos animais. Estes retornos assumem especial importância no ordenamento do espaço rural, ao criarem condições para a fixação das populações, particularmente importantes fora das zonas de grande aptidão de produção de madeira e de produção agrícola, em que os sistemas silvo-pastoris possuem um papel decisivo na salvaguarda dos equilíbrios ambientais, territoriais e de uso do solo.

Desta prática resultam ainda benefícios em várias vertentes do ordenamento florestal, destacando-se os efeitos na prevenção dos fogos florestais, resultantes do controlo da vegetação espontânea, herbácea e arbustiva, e do consumo de outros materiais combustíveis, evitando assim a sua deposição e acumulação sobre o solo. É ainda devido à complementaridade de funções nestes espaços, e dela absolutamente dependentes, que surgem produtos de grande qualidade e autenticidade, fundamentais no contexto do património gastronómico e cultural português, tendo, na adaptação aos sistemas agroflorestais das suas regiões de origem, a sua maior valia.

Desta forma, e dada a importância da manutenção da atividade silvo-pastoril no ordenamento florestal deve ser tido em conta o potencial da região para a produção de produtos com designação de origem protegida, criando condições para a maximização do escoamento comercial. As freguesias de Condeixa-a-Velha, Ega, Furadouro, Vila Seca e Zambujal pertencem à área geográfica de produção do queijo do Rabaçal, que detém a designação de Denominação de Origem Protegida (DOP) no seu processo de fabrico.

5.5.3.3 Espaços Florestais de Produção

São áreas com ocupação florestal cujas principais funções são a produção de lenho, com utilização de espécies como o eucalipto, o pinheiro-bravo, em povoamentos puros ou em consociação com outras folhosas, e a produção de frutos, sementes, resinas, etc. No concelho de Condeixa-a-Nova, a produção lenhosa incide em povoamentos puros de pinheiro bravo e, mais recentemente, de eucalipto. Nestes espaços, é imperativa a

88 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

preservação de galerias ripícolas e a conservação de corredores ecológicos, aquando da proximidade de linhas de água.

Ao nível da organização dos povoamentos, a área máxima de maciços contínuos de terrenos arborizados e área máxima de maciços contínuos sujeitos a silvicultura extensiva deverá ser, segundo o PROF Centro Litoral, de 50 hectares.

As espécies florestais a privilegiar nos povoamentos florestais deverão ser: pinheiro-bravo, eucalipto, carvalho cerquinho, carvalho alvarinho e pinheiros silvestres.

5.5.3.4 Espaços Naturais

Os espaços naturais integram as áreas de valor paisagístico e ambiental mais elevado, nas quais se privilegia a salvaguarda das suas características essenciais, bem como a proteção das espécies autóctones, o equilíbrio e a diversidade ecológica, a prevenção de degradações ambientais e a minimização dos fatores de perturbação.

São estabelecidas duas subcategorias de espaços naturais atendendo às diferenças de sensibilidade ecológica em presença:

Espaços naturais de tipo I;

Espaços naturais de tipo II.

Espaços Naturais de tipo I

Os Espaços Naturais de tipo I correspondem a áreas de elevada sensibilidade ecológica devido ao caráter excecional do ponto de vista da conservação da natureza. Estes Espaços incluem as “Áreas de proteção total” e as “Áreas de proteção parcial” previstas no Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Paul de Arzila (PORNPA). De mencionar que estas áreas, no concelho de Condeixa-a-Nova, são de reduzida dimensão.

São também incluídas as Áreas com interesse geológico, onde também devem existir preocupações conservacionistas atendendo ao seu importante valor enquanto património geológico. São elas: o canhão fluviocársico, o campo de lapiás do Casmilo e o reculee do Casmilo.

As ocupações e utilizações são bastante restritas visando essencialmente a manutenção e a valorização dos sistemas biofísicos e de uma forma genérica seguem as diretrizes do PORNPA.

Espaços Naturais de tipo II

Os Espaços Naturais de tipo II correspondem aos espaços que contêm valores naturais e paisagísticos de interesse relevante ou, tratando-se de valores excecionais, apresentam uma sensibilidade ecológica moderada. Incluem a “Área de proteção complementar” do PORNPA, as manchas de “Vegetação Calcícola” e as “Manchas

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 89

florestais com presença de quercíneas”, ambas incluídas na “Área de elevado valor ecopaisagístico”, conforme planta de Valores Naturais elaborada nos Estudos de Caracterização.

Estes espaços ocupam essencialmente a parte do concelho associada ao maciço de Sicó-Alvaiázere, visando constituir uma área vocacionada para a conservação da natureza, onde se pretende que o povoamento se mantenha concentrado. Esta área contrapõe-se à zona poente do concelho, onde predomina uma ocupação humana dispersa e em que a vocação é florestal de produção, com objetivos económicos.

As ocupações e utilizações são menos restritivas que as da subcategoria anterior permitindo também atividades silvícolas atendendo ao facto de terem sido consideradas manchas florestais com interesse ecológico.

5.5.3.5 Espaços de Recursos Geológicos

Os recursos geológicos constituem um capital natural dos territórios onde ocorrem, sendo, portanto, um fator de competitividade dessas regiões, em particular, quando a eles está associado um valor económico importante. Nesta perspetiva, importa que os espaços territoriais onde este tipo de recursos esteja reconhecido sejam, de algum modo, preservados de usos com caráter definitivo que impeçam o seu eventual aproveitamento. Só assim será possível assumir hoje a responsabilidade do provimento das gerações futuras em matérias primas minerais.

Neste contexto, e sabendo-se que os recursos geológicos apenas podem ser explorados nos locais onde ocorrem, os Espaços de Recursos Geológicos a considerar em sede de ordenamento do território assumem duas vertentes estratégicas:

Assegurar a preservação dos recursos geológicos evitando a inviabilização da sua exploração nas áreas onde ocorrem e, portanto, salvaguardando essas áreas para a Indústria Extrativa.

Integrar formalmente em sede de ordenamento do território a atividade extrativa, a fim de assegurar a disponibilização de matérias primas minerais num contexto planificado e compatível com a preservação dos valores ambientais e sociais.

A realização destas duas vertentes, desde que suportada por um adequado conhecimento das capacidades do território, promove inequivocamente a inexistência de conflitos com outras eventuais pretensões de ocupação desse território.

Esta categoria de espaço subdivide-se em:

Espaços de recursos geológicos consolidados;

Espaços de recursos geológicos complementares.

Espaços de recursos geológicos consolidados

90 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

São aqueles onde ocorre atividade produtiva significativa bem como aqueles onde, não ocorrendo exploração, existe intenção para tal face ao reconhecido interesse em termos da existência do recurso geológico e da sua importância no contexto da economia regional.

Para o concelho da Condeixa-a-Nova, os Espaços de recursos geológicos consolidados correspondem ao conjunto das áreas licenciadas, ou seja, aquelas para as quais já existem licenças de estabelecimento para a exploração de recursos (massas minerais) do domínio privado. Englobam ainda as áreas com pedidos de licenciamento em vias de tramitação processual junto das autoridades competentes. Existem atualmente sete locais com licença de exploração de massas minerais:

Pedreira nº 2786, Pedreira de S. Gardão (calcários);

Licença n.º 2486, “Agrepor” (calcários);

Licença n.º 4691, Pedreira do Vale da Pia (calcários);

Licença nº 5575, Vale das Covadas (areias comuns);

Licença nº não titulada por licença, na freguesia de Zambujal;

Lagosol, Alto da Serra Norte;

“Blocking”, freguesia de Condeixa-a-Velha.

Os limites desta última pedreira foram ajustados tendo em conta o perímetro urbano proposto para Condeixa-a- Nova, atendendo à grande proximidade a zonas edificadas.

Espaços de recursos geológicos complementares

Os Espaços de recursos geológicos complementares podem ou não ser adjacentes aos Espaços de recursos geológicos consolidados consigo relacionados, e correspondem àqueles onde os recursos geológicos estão identificados, constituindo áreas prioritárias para progressão das explorações existentes. A sua utilização está condicionada pelo nível de esgotamento das reservas disponíveis e/ou pela evolução da recuperação paisagística das áreas de exploração existentes.

Demarcaram-se para o concelho da Condeixa-a-Nova as seguintes áreas:

Pedreira de rocha ornamental (calcário) designada comercialmente como “Agrepor”. O espaço proposto é aparentemente de grandes dimensões mas na sua maioria corresponde à exploração já existente, que não se apresenta como licenciada e portanto não está incluída nos “Espaços consolidados”;

Pedreira de Vale Covadas;

Exploração de argila, “Sorgila - Sociedade de Argilas SA”.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 91

O uso do território afeto a estas áreas deverá estar condicionado prioritariamente para a atividade extrativa, não inviabilizando, contudo, que outras atividades ou usos aí sejam implementados, desde que não inviabilizem de modo definitivo o aproveitamento dos recursos minerais com valor económico aí existentes.

5.5.4 Quantificação do Solo Rural

Considerando a metodologia apresentada para a revisão do PDM de Condeixa-a-Nova, a proposta de solo rural difere do PDM atual, tanto ao nível de qualificação do solo rural como ao nível do regime de edificabilidade. No quadro seguinte podem-se verificar as diferenças quanto à sua qualificação.

Quadro 8: Comparação da qualificação do solo rural do PDM e da revisão do PDM PDM Revisão do PDM (Área exterior à vila) (Solo rural) Unidades urbanas residenciais - Unidades de ocupação paraurbana Espaços de recursos geológicos Espaços para indústrias extrativas Espaços de recursos geológicos consolidados Espaços de recursos geológicos complementares Espaços industriais - Unidades de equipamento Espaços agrícolas Espaços agrícolas Espaços agrícolas de produção tipo I Espaços agrícolas de produção tipo II Espaços de uso múltiplo agrícola e florestal Espaços florestais Espaços florestais de produção Espaços naturais de tipo I Unidades de conservação da Natureza Espaços naturais de tipo II

Unidades com utilização turística -

No que se refere ao regime edificabilidade as diferenças são também significativas principalmente quanto à dimensão mínima da parcela: no atual PDM variava entre 5 000 m2 (espaços agrícolas e espaços florestais) e 10 000 m2 (espaços em RAN) enquanto na revisão do PDM, a dimensão mínima da parcela de referência é de 32 500 m2, para efeitos de edificação, conforme indicação do PROT-C.

Com a presente proposta os Espaços Agrícolas, os Espaços de uso múltiplo agrícola e florestal, os Espaços florestais produção e os Espaços naturais distribuem-se, em termos de área, de uma forma bastante idêntica, não havendo um papel preponderante para nenhuma categoria. Este facto reflete um concelho com uma grande diversidade paisagística e com potencialidades nos diversos níveis e funções: agrícola, florestal, agrossilvo- pastoril e de conservação da natureza.

92 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Quadro 9: Quantificação da proposta do solo rural Área Categoria e Subcategorias de Espaço Parcial Total % (ha) (ha) Espaços agrícolas de produção de 2.756 20,0 tipo I Espaços agrícolas 3.428 Espaços agrícolas de produção de 672 4,9 tipo II Espaços de uso múltiplo agrícola e florestal 3.552 25,7 Espaços florestais de produção 2.375 17,2 Espaços naturais de tipo I 11 0,1 Espaços naturais 2.522 Espaços naturais de tipo II 2.511 18,2 Espaços de recursos geológicos 72 0,5 Espaços de recursos consolidados 305 geológicos Espaços de recursos geológicos 233 1,7 complementares Total de Solo Rural 12.182 88,2 Solo Urbano 1.624 11,8 Superfície total do concelho 138.677 100

Quadro 10: Quantificação do solo rural (por subcategoria de espaço) e do solo urbano (total)

5.6 SOLO URBANO

O Solo Urbano, de acordo com o RJIGT, é “aquele para a qual é reconhecida vocação para o processo de urbanização e de edificação, nele se compreendendo os terrenos urbanizados ou cuja urbanização seja programada, constituindo no seu todo o perímetro urbano”.

O perímetro urbano, entendido como “uma porção contínua de território classificado como solo urbano” pressupõe a existência de espaços onde se concentra a ocupação urbana, contrastando com áreas vizinhas onde a percentagem de solo edificado, é muito menor, correspondendo assim a uma diferenciada qualidade de utilização. Este conceito está relacionado com a necessidade de infraestruturação do espaço urbano, em sistemas suficientemente concentrados para otimizar custos.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 93

Note-se ainda que os perímetros urbanos envolvem a estrutura urbana dos aglomerados, pretendendo-se que a composição definida para cada aglomerado promova o equilíbrio da composição urbanística respeitando a sua continuidade espacial e estabelecendo uma correta ligação com a envolvente. O perímetro urbano funciona igualmente como um elemento de contenção, evitando uma excessiva disseminação da ocupação humana, tantas vezes prejudicial aos valores naturais. Naturalmente, o facto de não se permitir a urbanização fora do perímetro urbano deverá estimular a procura em solo urbano.

Este subcapítulo tem por objetivo dar a conhecer a qualificação do solo urbano proposta para o concelho de Condeixa-a-Nova, nesta 1ª revisão, assim como a metodologia que serviu de base à reavaliação e ajuste dos perímetros urbanos e, quando considerado necessário, à delimitação de novos perímetros em aglomerados que não foram contemplados no Plano anterior. São ainda descritas e quantificadas as novas propostas de solo urbano e elaborada uma análise comparativa do PDM com a Proposta de Revisão.

5.6.1 Metodologia de delimitação do solo urbano

Tal como referido no inicio deste capítulo, o Decreto Regulamentar n.º 11/ 2009, de 29 de maio, reforça a necessidade dos PMOT contrariarem padrões de povoamento disperso ou linear, estabelecendo, para tal, modelos de uso e ocupação do solo que promovam a concentração da edificação em aglomerados urbanos ou rurais, tendo como princípio o caráter excecional da reclassificação do solo rural em solo urbano. Efetivamente, a contenção da expansão do solo urbano torna-se premente numa lógica de sustentabilidade do território, assente em critérios de economia de recursos territoriais e de infraestruturas, equipamentos e serviços.

O PROT-C, por sua vez, define que a estratégia de desenvolvimento do solo urbano deve pautar-se por princípios de contenção, dimensionamento correto das áreas a urbanizar tendente a gerar economias de solo infraestruturado, contiguidade, reforçando a continuidade urbana e a consolidação de padrões de urbanidade e coesão tipo-morfológica, tendo em conta a parcela tradicional, e, sustentabilidade, por forma a garantir que as áreas naturais e/ou de valia ambiental são protegidas.

Assim, numa primeira etapa do processo da definição de áreas a incluir em solo urbano e de delimitação de perímetros, procedeu-se à determinação de alguns fatores de análise, válidos para qualquer aglomerado, que permitem manter uma uniformidade de critérios e que, embora independentes da hierarquia urbana, são capazes de a complementar e de ajudar à sua definição, dos quais se destacam:

A extensão e área do tecido urbano consolidado;

A densidade habitacional e de ocupação global;

A existência de áreas disponíveis para a expansão do aglomerado;

O grau de infraestruturação;

94 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

A dinâmica na ocupação do solo;

A avaliação dos compromissos de ocupação do solo existentes;

A presença de áreas potencialmente condicionadas ou de risco ao uso do solo;

A necessidade de inclusão de áreas em perímetro que se pretendem salvaguardar, seja para assegurar a sua preservação, ou para garantir a sua ocupação futura com determinado uso.

Refira-se que foram efetuadas visitas a todos os aglomerados, para reconhecimento e aferição de algumas das características urbanísticas mencionadas.

Posteriormente, foi definido um conjunto de princípios e critérios de delimitação dos perímetros urbanos que pretende garantir coerência e equidade nesta proposta de delimitação de solo urbano. Para além de se procurar seguir os objetivos apresentados como justificação da revisão do Plano Diretor Municipal, muitos destes princípios e critérios resultam das disposições do RJIGT (e legislação complementar) e das orientações plasmadas na Política Nacional de Ordenamento do Território10 e no PROT Centro. Destacam-se os seguintes:

Contrariar o desenvolvimento dos aglomerados ao longo das vias;

Promover a colmatação de vazios e a compactação das áreas já infraestruturadas nos espaços urbanizados;

Procurar justificar as alterações aos perímetros urbanos com base no crescimento populacional;

Evitar sobreposições com condicionantes e justificar todos os casos onde tal não seja possível;

Contrariar a dispersão do povoamento e a consequente expansão não controlada da ocupação edificada do solo;

Proteger os locais que, no interior dos aglomerados, apresentam características biofísicas ou paisagísticas relevantes, ou que não se adequam a nova edificação;

Não afetação de áreas de valores e recursos naturais fundamentais e de áreas de risco a usos incompatíveis, salvo situações excecionais, quando demonstrada a necessidade e inexistência de alternativas de localização e comprovada a salvaguarda de pessoas e bens;

Salvaguardar as áreas estratégicas agrícolas e florestais;

Atender, quando possível e consentâneo com os princípios de ordenamento, às pretensões e intenções apresentadas pelas Juntas de Freguesia, Câmara Municipal e particulares (resultantes do período de prévia consulta pública).

10 Decreto-Lei n.º 58/2007, de 4 de Setembro.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 95

Ajustar as subcategorias de espaço, de modo a promover a sua adequação à realidade atual;

Afetar alguns espaços à categoria de atividades económicas como forma de promoção do sector industrial/empresarial em face da estratégia e procurando enquadrar pretensões concretas;

Afetar áreas que não se encontram ocupadas e/ ou infraestruturadas a solo urbanizável, sempre que justificável em função da estratégia e em consideração da hierarquia urbana proposta, de forma a conduzir à sua ocupação regrada;

Uniformizar critérios, estabelecendo que, sempre que possível, as frentes urbanas têm uma profundidade mínima de 50m relativamente a caminhos existentes, ou seguem limites físicos, como taludes, caminhos e linhas de água;

Delimitar espaços de usos especiais e de atividades económicas apenas em áreas onde tal uso seja dominante e ocupe áreas significativas do perímetro, ou quando se pretenda afetar áreas especificamente aos usos em causa;

Considerar os limites cadastrais sempre que tal se revele coerente para a delimitação do espaço;

Ajustar espaços em função da cartografia mais recente, corrigindo incorreções de limites.

Em termos mais operacionais, foram tidos em conta alguns princípios, que importa enumerar:

Ajuste das subcategorias de espaço, de modo a promover a sua adequação à realidade atual;

Uniformização de critérios, estabelecendo que sempre que possível as frentes urbanas têm uma profundidade de 50 m relativamente a caminhos existentes, ou seguem limites físicos, como taludes, caminhos, linhas de água;

Ajustes resultantes de cartografia mais recente;

Consideração dos limites cadastrais sempre que tal se revele coerente para a delimitação do espaço.

A nova proposta de solo urbano teve então por base os critérios e princípios enumerados e, ainda, os seguintes procedimentos:

1. Acerto das áreas edificadas consolidadas e em consolidação (definidas nos Estudos de Caracterização) tendo em consideração os princípios enumerados.

2. Aferição da existência de quebras de contínuo urbano ao longo de eixos viários, por forma a garantir a futura implementação de frentes edificadas consolidadas e, consequentemente, um melhor aproveitamento das infraestruturas urbanas.

3. Avaliação da agregação de várias áreas edificadas consolidadas, por forma a promover a consolidação do aglomerado e aproveitamento das infraestruturas urbanas. Esta agregação foi efetuada sempre que

96 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

se verificou a existência de duas ou mais áreas edificadas consolidadas e em consolidação integradas em perímetro urbano do atual PDM.

4. Avaliação da pertinência da integração de novas áreas urbanas por forma a promover a consolidação do aglomerado.

5. Aferição da afetação de áreas a solo urbanizável, sempre que estas não se encontram ocupadas e/ ou infraestruturadas, e tendo em consideração a hierarquia urbana proposta.

É de realçar que a proposta de Solo Urbano foi, naturalmente, desenvolvida em articulação com os níveis de hierarquia definidos no Sistema Urbano Proposto, tendo a aplicação dos princípios e critérios apresentados resultado na manutenção da delimitação de perímetros urbanos para todos os aglomerados concelhios.

5.6.2 Qualificação do Solo Urbano

No seguimento da metodologia apresentada no ponto anterior e na sequência do RJIGT, a qualificação do solo urbano processa-se com as categorias previstas no Decreto Regulamentar n.º 11/2009 de 29 de maio, conferindo no entanto, aos planos municipais de ordenamento do território a possibilidade de proceder à sua desagregação por subcategorias, desde que estas se revelem adequadas à estratégia de desenvolvimento local e ao modelo de organização espacial do território municipal.

De seguida faz-se a descrição das categorias e subcategorias de espaço em Solo Urbano, destacando-se as suas características.

5.6.2.1 Solos Urbanizados

São solos que se encontram dotados de infraestruturas urbanas e equipamentos coletivos, distinguindo-se por possuírem uma ocupação urbana predominantemente consolidada.

Espaços Centrais

Os Espaços Centrais correspondem a áreas localizadas no interior dos perímetros urbanos onde se concentram funções de centralidade, nomeadamente comerciais e de serviços, além das habitacionais, podendo ainda acolher outros usos compatíveis como equipamentos de utilização coletiva, áreas verdes, turismo, pequenos estabelecimentos industriais e outros.

São objetivos genéricos para estes espaços a preservação das características gerais da malha urbana, a manutenção das especificidades de ocupação, a qualificação e, quando necessário, o aumento do espaço público e o reordenamento da circulação viária.

Dadas as características do tecido consolidado do Concelho, a opção vai no sentido de definir indicadores urbanísticos e, paralelamente, estabelecer diversas regras de enquadramento e de integração no tecido urbano

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 97

predefinido. No concelho de Condeixa-a-Nova foi apenas definida uma tipologia de Espaços Centrais que irá permitir adotar os parâmetros urbanísticos adequados, em função das características urbanísticas existentes ou desejáveis na sua colmatação.

Os Espaços Centrais encontram-se apenas na vila de Condeixa-a-Nova e estão associados a situações onde existe maior concentração de equipamentos e serviços. O atual PDM permitia já a aplicação de parâmetros urbanísticos com vista a uma maior densificação e volumetria na vila de Condeixa-a-Nova, critérios mantidos na atual revisão do Plano.

Espaços Residenciais urbanizados

Os Espaços Residenciais urbanizados correspondem a áreas localizadas no interior dos perímetros urbanos onde predominam as funções habitacionais podendo ainda acolher outros usos compatíveis como comércio, serviços, equipamentos de utilização coletiva, áreas verdes, turismo, pequenos estabelecimentos industriais e outros.

Tal como previsto para os Espaços Centrais, são também objetivos genéricos destes espaços a preservação das características gerais da malha urbana, a manutenção das especificidades de ocupação, a qualificação e, quando necessário, o incremento do espaço público e o reordenamento da circulação viária.

Para estas áreas, e procurando também adotar os parâmetros urbanísticos adequados a cada caso concreto, foram definidas 3 tipologias de Espaços Residenciais, em função das características urbanísticas existentes ou desejáveis na sua colmatação. Paralelamente, são estabelecidas diversas regras de enquadramento e de integração no tecido urbano predefinido.

Os Espaços Residenciais urbanizados tipo I encontram-se associados às situações de maior densidade existentes no perímetro urbano de Condeixa-a-Nova (que integra a vila de Condeixa-a-Nova e os aglomerados de Avessada, Barreira, Casal da Estrada, Castel, Gorgulhão, Pocinhos, Travaz, Atadoa, Cavaneiras, Condeixa- a-Velha, Palhacana, Senhora das Dores, Valada, São Fipo, Fornos de Castel e Ribeira). O atual PDM permite a aplicação de parâmetros urbanísticos com vista a uma maior densificação e uma volumetria máxima de quatro pisos, critérios mantidos na atual revisão do Plano.

Os Espaços Residenciais urbanizados tipo II encontram-se também associados a situações de maior densidade (ainda que inferior à tipologia I), mas com uma volumetria mais reduzida de três pisos. Esta tipologia de espaço surge nos perímetros urbanos de Condeixa-a-Nova e Eira Pedrinha.

Os Espaços Residenciais urbanizados tipo III, por sua vez, estão associados a situações de densidade média/baixa, que se propõem para as restantes sedes de freguesia e alguns aglomerados com características semelhantes, apresentando um número máximo de dois pisos. Esta tipologia de espaço surge nos perímetros urbanos de Alcabideque, Alcouce, Alqueves, Alvogadas, Ameixeira, Anobra, Arrifana, Avenal (que inclui os

98 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

aglomerados de Avenal, Casal do Paraíso, Portela, Rodão, Sobreiro), Avessada, Belide, Beiçudo, Bendafé, Bom Velho de Baixo, Bom Velho de Cima, Bruscos, Cadaval Grande, Campizes, Caneira/ Inculca, Casal da Légua/ Pagalhões, Casal da Torre, Casal da Amieira / Casal das Figueiras, Casal de São João/ Perdigueira, Casal do Carrito, Casal do Missa, Casal dos Balaus, Casal Novo, Casal Seco, Casével, Casmilo, Condeixa-a-Nova, Ega, Eira Pedrinha, Fonte Coberta, Furadouro, Lameira de Baixo, Lameira de Cima, Mata, Moinho da Palha, Peixeiro, Poço, Póvoa das Pêgas, Presa, Rapoila, Rebolia, Relves, Salgueiro, Sebal (que inclui os aglomerados de Sebal, Dadas e Quinta da Arrocha), Sebal Pequeno, Serra de Janeanes, Serrazina, Traveira, Vale de Janes, Venda da Luísa, Vila Pouca, Vila Seca e Zambujal.

Espaços de Atividades Económicas

Estes espaços correspondem a situações existentes exclusivas de atividades industriais e/ ou empresariais e outras funções complementares, designadamente armazenagem, logística, serviços e comércio. São ainda admitidos nestes espaços equipamentos e espaços verdes de utilização coletiva.

No caso do concelho de Condeixa-a-Nova foi identificada a Zona Industrial de Condeixa-a-Nova, uma pequena área na Zona Industrial do Sangardão, e uma área que integra o perímetro urbano do aglomerado de Avenal, na freguesia de Sebal/ Belide.

Espaços de Uso Especial

Os espaços de uso especial correspondem a espaços onde são prestados serviços à população, nomeadamente no âmbito da saúde, da educação, da religião, da segurança social e da prevenção e segurança, e a outros onde são facultadas as condições para a prática de atividades desportivas e de recreio e lazer, bem como de atividades culturais, podendo ainda contemplar estabelecimentos de restauração e bebidas, bem como locais de entretenimento complementares.

Pretende-se que estes espaços se mantenham afetos a estes usos, podendo os edifícios existentes ser alvo de ampliações necessárias para a correta prestação das funções a que se destinam. Admitem-se ainda novos edifícios, devendo ser promovido o tratamento dos espaços exteriores.

Na Planta de Ordenamento foram integradas nesta categoria áreas afetas a equipamentos existentes com expressão à escala do Plano. Estes encontram-se nos aglomerados que apresentam maior importância em termos de hierarquia urbana, mas como seria de esperar, com maior incidência no perímetro urbano de Condeixa-a-Nova.

Obviamente estas áreas não esgotam os solos que podem ser afetos a equipamentos, uma vez que outras necessidades e oportunidades irão surgir no prazo de vigência do Plano. Ou seja, qualquer outra necessidade de área para equipamento tem sempre lugar nos espaços urbanizados disponíveis ou nos espaços urbanizáveis em geral, garantindo, desta forma, maior flexibilidade na escolha da localização deste tipo de espaços.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 99

De referir que é uma opção do ponto de vista do ordenamento a não afetação destes espaços a valências específicas permitindo-se assim uma maior flexibilidade na sua utilização futura.

Espaços Verdes

O Decreto Regulamentar n.º 11/ 2009, de 29 de maio, identifica os Espaços Verdes como sendo “áreas com funções de equilíbrio ecológico e de acolhimento de atividades ao ar livre de recreio, lazer, desporto e cultura, agrícolas ou florestais, coincidindo no todo ou em parte com a estrutura ecológica municipal”.

Assim, os Espaços Verdes destinam-se a assegurar o funcionamento dos sistemas biológicos, o controlo de escoamentos hídricos e conforto bioclimático, a promover a melhoria das condições ambientais e a qualidade do espaço urbano, englobando também as faixas de proteção a linhas de águas, faixas de proteção de infraestruturas viárias e urbanas e, principalmente, os espaços que constituem locais privilegiados para atividades de animação e lazer da população, pelo que preferencialmente são os locais escolhidos para criação de espaços verdes públicos designadamente jardins e parques urbanos.

Deste modo, e salvo situações pontuais, integraram-se nos Espaços Verdes áreas com interesse biofísico existentes no interior dos perímetros urbanos, como sejam manchas florestais significativas, linhas de drenagem superficial, cursos de água, áreas com declives acentuados, zonas húmidas, etc., promovendo, sempre que possível, o atravessamento da estrutura urbana e a interligação com áreas onde existam equipamentos coletivos, assim como a ligação ao solo rural.

Nestes espaços permitem-se atividades socioculturais, de recreio, de desporto e lazer, compatíveis com a natureza e condicionantes legais aplicáveis, bem como atividades agrícolas e pecuárias, nos termos previstos no regulamento.

Optou-se por dividir os Espaços Verdes em duas subcategorias:

Espaços Verdes de Proteção e Enquadramento

Correspondem a espaços naturais com funções relevantes ao nível do funcionamento dos sistemas ecológicos, que podem abranger algumas áreas de REN, e que na generalidade correspondem a áreas declivosas, áreas atravessadas por linhas de água, manchas relevantes de espécies florestais, áreas com utilização agrícola, zonas húmidas entre outras.

Espaços Verdes de Recreio e Lazer

Correspondem a espaços públicos ou privados, construídos ou naturais, equipados ou não, que contribuem ou se prevê que venham a adquirir características que concorrem para a melhoria do ambiente urbano e da qualidade de vida das populações como jardins públicos, largos arborizados ou ajardinados e outros.

100 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

5.6.2.2 Solos Urbanizáveis

São espaços que se propõe virem a adquirir a prazo, e nos termos estabelecidos para operações urbanísticas, as características de espaços urbanizados. Estes espaços correspondem, assim, às áreas de expansão dos aglomerados, onde se prevê a transformação do solo rural em solo urbano, bem como às áreas que, apesar de integradas nos perímetro urbanos do atual PDM, mantiveram um nível de ocupação praticamente nulo, pelo que é de prever a sua correta estruturação. Este processo deverá desenvolver-se, preferencialmente, mediante a elaboração de planos de pormenor e de operações de loteamento ou unidades de execução, de iniciativa pública ou privada, e da execução de obras de infraestruturação estabelecendo-se, assim, um programa equilibrado para uma ocupação qualificada do espaço, permitindo a existência do uso habitacional, comercial e de serviços, incluindo ainda equipamentos públicos e/ou privados, bem como turismo e pequenos estabelecimentos industriais e oficinais, compatíveis com o uso habitacional, e zonas verdes.

A delimitação dos espaços urbanizáveis é indispensável para uma correta e eficaz política de gestão urbanística do solo urbano, tanto em termos de controlo da ocupação do solo, como da programação dos investimentos para a execução e manutenção das redes de infraestruturas e dimensionamento de equipamentos e de espaços verdes.

Assim, a definição dos espaços urbanizáveis, que tenham em atenção as características fisiográficas do meio, as necessidades habitacionais e de equipamentos coletivos, e o traçado das redes de infraestruturas existentes e propostas permitirá, não só evitar o crescimento desordenado e incaracterístico, mas também promover o controlo e equilíbrio dos mercados fundiários.

Além das características apontadas e de outras condicionantes físicas, foram ainda analisadas as pretensões e compromissos da autarquia, sendo ponderada e avaliada a viabilidade da sua integração em perímetro urbano.

Teoricamente, a dimensão das áreas de expansão é equacionada em função das previsões de crescimento populacional. Todavia, sabe-se que a dinâmica construtiva nem sempre tem relação direta com o crescimento populacional, pelo que se optou por estabelecer uma delimitação pouco rígida que permitisse contrariar a expansão irracional das infraestruturas, não entrar em conflito com as tendências de expansão atuais e evitar a demarcação de áreas de expansão demasiado reduzidas que pudessem promover a especulação e desincentivar a procura.

Espaços Residenciais urbanizáveis

Pretende-se que estas áreas tenham como função dominante a habitacional, permitindo preencher e unificar zonas onde se verifica uma grande dispersão de edificado.

Como se pode observar na Planta de Ordenamento, os Espaços Residenciais urbanizáveis incidem apenas em alguns aglomerados urbanos, com particular destaque no perímetro urbano de Condeixa-a-Nova, permitindo

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 101

preencher e unificar zonas onde se verifica uma grande dispersão de edificado. Para além de Condeixa-a-Nova foram definidos Espaços Residenciais urbanizáveis em Alcouce, Anobra, Arrifana, Belide, Bendafé, Bruscos, Casal de São João/ Perdigueira, Campizes, Casével, Casmilo, Condeixa-a-Nova, Ega, Rebolia, Sebal (que inclui os aglomerados de Sebal, Dadas e Quinta da Arrocha), Traveira, Mata, Vila Seca e Zambujal.

No sentido de adotar os parâmetros urbanísticos adequados foram definidas 3 tipologias de Espaços Residenciais urbanizáveis, em função das características pretendidas na sua ocupação.

Os Espaços Residenciais urbanizáveis tipo I estão associados a situações de expansão em que se pretende maior densidade e volumetria. Estes espaços foram definidos apenas no perímetro urbano de Condeixa-a-Nova. À semelhança dos parâmetros definidos para os Espaços Residenciais urbanizados tipo I, para estas áreas pretende-se uma densidade alta e uma volumetria máxima de quatro pisos.

Os Espaços Residenciais urbanizáveis tipo II encontram-se associados a situações de maior densidade (ainda que inferior à tipologia I), assumindo as características dos Espaços Residenciais urbanizados tipo II. Esta tipologia surge apenas no perímetro urbano de Condeixa-a-Nova.

Finalmente, os Espaços Residenciais urbanizáveis tipo III são os que assumem maior expressão no Concelho, sendo que grande parte das áreas de expansão definidas se inserem nesta tipologia, semelhante à dos Espaços Residenciais urbanizados do tipo III. Esta tipologia é proposta nos perímetros urbanos de Alcouce, Anobra, Arrifana, Belide, Bendafé, Bruscos, Casal de São João/ Perdigueira, Campizes, Casével, Casmilo, Condeixa-a-Nova, Ega, Rebolia, Sebal (que inclui os aglomerados de Sebal, Dadas e Quinta da Arrocha), Traveira, Mata, Vila Seca e Zambujal.

Espaços para Atividades Económicas

São espaços que se destinam a atividades industriais e/ ou empresariais e suas funções complementares, designadamente armazenagem, logística, serviços e comércio. São ainda admitidos nestes espaços equipamentos e espaços verdes de utilização coletiva.

No concelho de Condeixa-a-Nova foram definidos 2 espaços urbanizáveis associados às Zonas Industriais já existentes: a de Condeixa-a-Nova e a do Sangardão.

5.6.3 Propostas de solo urbano

Houve necessidade de redefinir os perímetros urbanos, procurando uniformizar os critérios aplicados, ainda que tendo por base tratamentos diferenciados em função das características específicas dos núcleos edificados do concelho de Condeixa-a-Nova, na medida em que a extensão destes perímetros, a dimensão das áreas de expansão e o grau de dotação de equipamentos (e, consequentemente, a necessidade de reserva de espaço

102 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

para este uso), são indissociáveis do nível na hierarquia urbana que cada aglomerado ocupa, ou que se pretende que venha a ocupar, com a implementação do Plano.

Com a redefinição dos traçados dos perímetros urbanos existentes pretendeu-se, essencialmente, corrigir alguns desajustes verificados.

Efetivamente, como a maioria dos aglomerados cresceu de forma espontânea e em função das vias existentes e das características orográficas do terreno, verifica-se a existência de áreas de expansão não planeadas que não se encontram integradas em perímetro urbano, assim como pequenos aglomerados populacionais que não terão sido considerados no atual PDM, por falta de informação cartográfica adequada.

Outras questões identificadas dizem respeito à inadequabilidade dos perímetros urbanos do atual PDM face às características do terreno, à excessiva extensão dos mesmos e ainda à existência de incompatibilidades com condicionantes legais, tendo, sempre que possível, estas áreas sido remetidas para o solo rural.

Em todo o caso, de um modo geral, não foram efetuadas alterações profundas à delimitação dos perímetros em vigor, tendo-se procurado, sobretudo, integrar áreas já comprometidas, excluir áreas sem qualquer aptidão para assumirem estatuto de solo urbano, e dotar outras desta classificação, dando uma pequena folga às sedes de freguesia para que possam, eventualmente, expandir-se.

Tal como já referido, foi opção manter todos os aglomerados que já tinham perímetro urbano definido em solo urbano, tendo sido criados três novos perímetros urbanos (Alvogadas, Presa e Vila Pouca), num total de 58.

Passam a descrever-se as alterações propostas aos perímetros urbanos, por freguesia, salientando-se de forma muito sistemática e sucinta as principais intervenções.

5.6.3.1 Freguesia de Anobra

O perímetro urbano proposto para Anobra prevê, na generalidade, a introdução de pequenos ajustes ao traçado do perímetro existente uniformizando-o e assegurando a integração de edificações existentes assim como compromissos urbanísticos (loteamento aprovado) e algumas pretensões apresentadas por particulares. Por outro lado, verifica-se a redução do perímetro urbano em algumas áreas que não se encontram edificadas. É proposta a criação de uma área de expansão a este, grande parte já integrada em solo urbano, e outra a sudoeste. Referência para a eventual necessidade de compatibilização desta proposta com a variante à EN341/ EN347. Em termos de equipamentos, foi identificada uma área afetas a Espaços de Uso Especial por forma a integrar o cemitério e respetiva área de ampliação. Tanto o Espaços Residenciais urbanizados como o Espaços Residenciais a urbanizar são de tipo III.

Nesta freguesia, destaca-se ainda o aglomerado da Venda da Luísa, o qual se optou por classificar como Espaços Residenciais urbanizados tipo III. Foi efetuado um ajuste ao perímetro urbano por forma a integrar

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 103

edificações existentes o que levou a duas situações de ampliação, tendo sido, no entanto, compensadas com algumas diminuições. Foi ainda efetuada a ligação ao perímetro urbano da Zona Industrial de Condeixa-a-Nova, devido à proximidade verificada. Parte deste aglomerado encontra-se na freguesia de Sebal/ Belide. Referência ainda para o corredor que foi definido para a rede ferroviária de alta velocidade, que atravessa o aglomerado a Sul, e que se optou por manter, prevendo um conjunto de regras em regulamento que promovam a salvaguarda do traçado definido nos estudos elaborados.

Relativamente aos restantes aglomerados mantidos em solo urbano, foram efetuados ajustes aos perímetros urbanos, verificando-se reduções nos perímetros de Caneira/ Inculca, Casal da Amieira/ Casal das Figueiras, e Lameira de Baixo e Casal Seco, e ampliações nos perímetros de Casal de São João/ Perdigueira e de Casal do Carrito. As propostas definidas para os aglomerados de Caneira/ Inculca, Casal da Amieira/ Casal das Figueiras, Casal de São João/ Perdigueira e Lameira de Baixo, por se encontrarem inseridos na Reserva Natural do Paul da Arzila, tiveram em consideração a área não sujeita a regime de proteção definida no âmbito do seu Plano de Ordenamento. Devido à proximidade verificada entre os perímetros de Casal de São João e Perdigueira, considerou-se preferível efetivar esta ligação. O aglomerado de Casal da Légua, por sua vez, encontra-se associado ao de Pagalhões, que pertence à freguesia de Sebal/ Belide. Nestes aglomerados, foram afetas algumas áreas a Espaços Residenciais urbanizáveis. Tanto o espaço urbanizado como o espaço urbanizável é de tipo III.

É ainda de referir que com a alteração do limite do concelho, grande parte do aglomerado de Lameira de Cima passou a integrar o concelho de Coimbra, tendo sido apenas proposto um acerto ao perímetro urbano, por forma a integrar edificações existentes no concelho de Condeixa-a-Nova.

Destaque para a criação de um perímetro urbano no aglomerado de Alvogadas, tendo-se optado por não efetuar a sua ligação ao perímetro do Casal do Carrito, uma vez que este inevitavelmente já define um contínuo urbano que se apoia na via existente. Este encontra-se também classificado como espaço urbanizado de tipo III.

5.6.3.2 Freguesia de Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Velha

O perímetro urbano de Condeixa-a-Nova, sede de concelho, além da vila integra ainda um conjunto de aglomerados existentes na sua envolvente imediata, nomeadamente, os aglomerados de Barreira, Casal da Estrada, Castel, Gorgulhão, Pocinhos, Travaz, Atadoa, Avessada, Cavaneiras, Condeixa-a-Velha, Eira Pedrinha, Palhacana, Salgueiro, Senhora das Dores e Valada, pertencentes à união das freguesias de Condeixa-a-Velha e Condeixa-a-Nova, São Fipo da freguesia de Ega, Casal da Estrada, Fornos de Castel e Ribeira, pertencentes à união das freguesias de Sebal e Belide. A presente proposta prevê a separação dos aglomerados de Avessada, Eira Pedrinha e Salgueiro do perímetro proposto para Condeixa-a-Nova, sendo criados 3 novos perímetros independentes.

104 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Relativamente ao perímetro proposto e restantes aglomerados referidos, prevê-se uma diminuição significativa do perímetro urbano, em geral, nas suas extremidades, seja em áreas onde não se verifica a existência de edificações, ou então menos apropriadas à edificação pela existência de condicionantes ou de características físicas ou de valor ecológico a preservar.

Em termos de espaços urbanizados, são definidas três tipologias distintas que pretendem adequar-se à ocupação existente e de certa forma criar regras distintas para a colmatação de espaços por edificar, garantindo, desta forma a existência de diferentes tipos de densidades e consequentemente, diferentes tipos de usos e ocupação urbana. Foram então integrados nos Espaços Centrais e Residenciais urbanizados de tipo I urbanizados o núcleo antigo consolidado e zonas envolventes imediatas, assim como outras áreas onde se verifica uma ocupação urbana de maior densidade, onde é possível encontrar habitação coletiva com um número de pisos superior a quatro, nomeadamente, a urbanização Nova Conímbriga e Castel, situadas a sudoeste. Ainda com alguma densidade mas com um número máximo de três pisos, foram classificados como Espaços Residenciais urbanizados tipo II, Barreira e Pocinhos, aglomerados situados a noroeste, a área entre a EN1/ IC2 e a Quinta de São Silvais (Gorgulhão), a norte, e Ribeira, Fornos de Castel, Palhacana e São Fipo, por sua vez situados a oeste/ sudoeste. Optou-se por atribuir aos restantes espaços/ aglomerados que integram o perímetro proposto de Condeixa-a-Nova, uma densidade mais baixa (Espaços Residenciais urbanizados tipo III), com um número máximo de dois pisos, a saber: Casal da Estrada e Travaz, situados a noroeste, Condeixa-a- Velha, situada a sul, Atadoa, Cavaneiras, Senhora das Dores e Valada, situados a este/ sudeste. Junto à ligação viária a Condeixa-a-Velha, foram considerados o Jumbo e o Hotel Conímbrigapark.

A definição de diferentes densidades foi também assumida para os espaços urbanizáveis, propondo-se a criação de cinco áreas de Espaços Residenciais de tipo I, uma que se encontra associada à Urbanização Nova Conímbriga, duas junto à Escola C+S de Condeixa, outra associada a um loteamento ainda por concretizar e ainda uma outra situada a sul da Quinta de São Tomé. Como Espaços Residenciais urbanizáveis tipo II, são propostas seis manchas: uma entre Castel e Fornos de Castel/ Ribeira, uma no limite sul em São Fipo, uma no Nó da Faia, uma associada a um loteamento existente em Pocinhos, outra imediatamente a norte na zona da Barreira, e ainda uma em Gorgulhão. Relativamente a Espaços Residenciais urbanizáveis tipo III, definem-se cinco áreas, situadas a sudeste, na zona de Condeixa-a-Velha/ Valada/ Atadoa.

Como seria de esperar, a maior concentração de Espaços de Uso Especial urbanizados encontra-se na Vila, tendo esta proposta identificado várias áreas: as piscinas municipais, o pavilhão desportivo, o Centro Escolar (EB1/JI), a Escola C+S de Condeixa, a GNR e a APPACDM, o antigo Hospital D. Ana Laboreiro d’Eça, o centro de saúde e o edifício da antiga escola primária, o mercado municipal, a EB 2,3 e a biblioteca, o Centro Cultural na Quinta de São Tomé, o campo de jogos e a Casa de Saúde Rainha Santa Isabel e, finalmente, o cemitério de Condeixa-a-Nova. Foram ainda assinaladas as Ruínas de Conímbriga, a Igreja Matriz e o cemitério, em Condeixa-a-Velha – esta área inclui uma reserva para a ampliação do cemitério).

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 105

Apesar da dimensão considerável deste perímetro, é de referir a existência de áreas significativas de Espaços Verdes, que em grande parte integram áreas que se encontravam afetas a RAN e a REN existentes no interior do perímetro urbano. Efetivamente optou-se por integrar estas áreas em Espaços Verdes de Proteção e Enquadramento, permitindo, desta forma, dar uma maior consistência ao perímetro proposto. Destaque ainda para a existência de outras áreas que dizem respeito aos jardins do Palácio de Lemos, os campos existentes a Sul do Palácio de Podendes, a zona declivosa junto à Pousada de Santa Cristina, o parque verde associado à ribeira de Bruscos e a praça municipal, entre outros, sendo que as três últimas referidas foram afetas a Espaços Verdes de Recreio e Lazer.

Destaque ainda para a presença da água na Vila de Condeixa, que se traduz na existência de várias fontes, canais de água, lavadouros e moinhos de água, verificando-se, inclusivamente, a adaptação de inúmeros locais por forma a permitir a sua passagem pelas ruas e sob o edificado. São propostas duas UOPG, uma com vista à requalificação do corredor afeto à EN1/ IC2, e outra que prevê a reabilitação do centro de Condeixa-a-Nova, classificada como Centralidade Urbano Turística de nível III, no PROT-C.

Em Alcabideque regista-se um aumento do perímetro urbano, justificado pela inclusão de edificações existentes na sua envolvente imediata, que não se encontram integradas em perímetro, com destaque para o acerto efetuado a norte, prevendo-se a criação de uma área de expansão. O ajuste feito ao perímetro urbano levou também à reclassificação de algumas áreas urbanas, em particular a oeste, tendo sido inclusivamente retirada de solo urbano uma zona onde existe uma pequena pedreira. Destaque para o Aqueduto Romano de Conímbriga e o "Castellum" de Alcabideque integrados em Espaços Verdes de Proteção e Enquadramento, como espaço a preservar e salvaguardar. Este aglomerado foi classificado como Espaços Residenciais de tipo III.

Tal como referido anteriormente, Avessada, Eira Pedrinha e Salgueiro, foram destacados do perímetro urbano em vigor de Condeixa-a-Nova, tendo sido efetuado um ajuste ao perímetro de cada um destes aglomerados por forma a integrar as edificações existentes. No caso de Eira Pedrinha, foram integradas em Espaços Verdes de Proteção e Enquadramento linhas de água, onde não existem edificações. Estes aglomerados encontram-se classificados como Espaços Residenciais urbanizados tipo III, sendo que Eira Pedrinha integra uma pequena área afeta a Espaços Residenciais de tipo II, situada junto ao limite do concelho.

Nos restantes aglomerados, Ameixeira, Bom Velho de Baixo, Bom Velho de Cima, Casal Novo e Poço, foram efetuados acertos aos perímetros em vigor que, na generalidade, diminuíram. Estes aglomerados foram afetos a Espaços Residenciais urbanizados tipo III.

106 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

5.6.3.3 Freguesia de Ega

Depois da Vila de Condeixa-a-Nova, Ega é o aglomerado que se destaca no Concelho pela sua importância em termos de rede urbana. Efetivamente, este aglomerado apresenta uma dimensão superior aos restantes, associado ao crescimento populacional que se tem vindo a verificar. Em termos de proposta, o perímetro foi alvo de um acerto, optando-se por integrar, em Espaços Verdes de Proteção e Enquadramento as áreas de REN existentes no seu interior ficando, desta forma, salvaguardadas e associadas aos espaços urbanos edificados e, ainda, o Paço dos Comendadores da Ega e sua envolvente. Foi garantida a integração de edificações que se encontravam fora, mas contíguas ao perímetro, tendo este sido reduzido a sudeste, na zona da autoestrada e a oeste onde não existem edificações. Em termos de expansão, propõe-se a criação de duas bolsas: uma, a norte, que já se encontra integrada em solo urbano e, outra, a sul, que constitui o único alargamento efetuado e que se apoia em caminhos existentes. Em termos de equipamentos, são identificadas duas áreas afetas a Espaços de Uso Especial urbanizados que integram a junta de freguesia, o parque infantil, um campo de jogos, a associação recreativa e desportiva, o centro social polivalente, o centro de saúde, a igreja e o cemitério. Foi ainda integrada em Espaços Verdes de Recreio e Lazer a praça, junto da qual se concentram alguns dos equipamentos referidos. Optou-se por classificar o espaço urbanizado e o espaço urbanizável como tipo III. Assinala-se, junto a Ega, a existência de um pequeno núcleo urbano, Casal da Torre, cujo perímetro em vigor foi ajustado e reduzido.

Arrifana, Campizes e Casével, encontram-se classificados como Espaços Residenciais de tipo III, tendo sido efetuados ajustes aos perímetros urbanos, por forma a garantir a existência de espaço urbano disponível para novas edificações. Na Arrifana efetuou-se a diminuição do perímetro que se estendia a norte da EN1/ IC2, tendo sido afeta a espaços urbanizáveis uma área que inclui alguns logradouros. São ainda definidas algumas áreas afetas a espaço urbanizável em Campizes e Casével.

Os restantes aglomerados mantidos em solo urbano foram afetos a Espaços Residenciais de tipo III. Em Casal do Missa optou-se por manter os dois perímetros existentes separados por forma a salvaguardar uma área de RAN. O perímetro de Rebolia foi alvo de um acerto que implicou o seu crescimento, abrangendo áreas edificadas, e a sua diminuição, em zonas que se encontram desocupadas e sem pretensões. Serrazina sofreu apenas uma redução a norte.

Tanto Relves como Vale de Janes, cresceram significativamente, por forma a abranger edificações existentes na sua envolvente imediata. Desta forma, Relves, cresce na direção do aglomerado de Presa e, Vale de Janes, passa a abranger edificações que se encontram na freguesia do Furadouro. É ainda proposto um perímetro em Presa, por forma a abranger edificações que integram o concelho de Condeixa-a-Nova. Referência para a necessidade de compatibilização futura dos perímetros de Relves e Presa com as propostas do município de Soure.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 107

Em Ega assinala-se ainda a existência da Zona Industrial do Sangardão, que foi ajustada por forma a integrar algumas atividades existentes, prevendo também a manutenção de uma pequena área afeta a expansão, classificada como Espaços de Atividades Económicas urbanizáveis.

5.6.3.4 Freguesia do Furadouro

Nesta freguesia, apesar da sede ser o aglomerado do Furadouro, destaca-se Casmilo, quer pelo efetivo populacional, quer pela ocupação urbana. Desta forma, em termos de proposta, opta-se por classificar o espaço urbanizado e a urbanizar afeto a Casmilo de tipo III, e Furadouro de tipo III.

O perímetro urbano de Casmilo foi ajustado, acautelando a existência de áreas desocupadas, que permitam garantir nova ocupação urbana. Uma ligeira ampliação a Sudeste, foi amplamente compensada por uma diminuição do perímetro a Norte, onde não existem edificações ou pretensões apresentadas por particulares.

No Furadouro foram efetuados acertos no perímetro, que resultaram numa diminuição em termos de área urbana.

Nos perímetros de Cadaval Grande, Furadouro e Peixeiro foram efetuados acertos no perímetro, que resultaram numa diminuição em termos de área urbana.

Considera-se que não se justifica a criação de perímetro urbano em Cadaval Pequeno por se tratar de um número reduzido de edificações que não se encontram habitadas. É de referir que, apesar de estas se encontrarem em solo rural, podem ser intervencionadas tendo em vista a sua recuperação por forma a serem habitadas.

5.6.3.5 Freguesia de Sebal/ Belide

No aglomerado de Belide foi efetuado um acerto ao perímetro urbano, necessário para garantir a inclusão de edificações existentes que fazem parte do núcleo urbano deste aglomerado. Verifica-se a existência de algumas situações de conflito com a RAN e a REN, tendo sido, sempre que possível, minimizadas. Constata-se, desta forma, um ligeiro aumento do perímetro a sul e este, enquanto que a oeste se efetua uma diminuição onde não existem edificações ou pretensões de particulares para construir, propondo-se a criação de duas áreas afetas a espaço urbanizável. Relativamente a equipamentos afetos a Espaços de Uso Especial urbanizados, foi assinalada a escola primária. É proposta ainda uma pequena ampliação a sudoeste, que se apoia num caminho existente. Parte do aglomerado, a sul, integra a freguesia de Ega, encontrando-se classificado como Espaços Residenciais urbanizados tipo III.

A proposta prevê a junção dos aglomerados de Sebal, Dadas e Quinta da Arrocha, através da definição de um perímetro urbano único que, de uma forma planeada e consistente, possa também dar resposta ao crescimento populacional esperado para o Concelho. Para tal, encontram-se definidas duas áreas de expansão, classificadas

108 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

como Espaços Residenciais urbanizáveis tipo III, sendo que uma delas é adjacente a um loteamento de vivendas. Os acertos efetuados aos perímetros urbanos, preveem também algumas reduções em áreas que se consideram menos apropriadas. No que diz respeito a equipamentos, foram identificadas como Espaços de Uso Especial a escola básica.

Outro perímetro que se destaca em termos de dimensão é o que integra os aglomerados de Avenal, Casal do Paraíso, Rodão e Sobreiro. Optou-se por manter Alqueves separado deste núcleo. O perímetro urbano foi ajustado, tendo sido efetuadas reduções a norte e a sul. Foram também integradas em Espaços Verdes de Proteção e Enquadramento áreas livres que constituem logradouros de frentes urbanas. O espaço urbanizado é de tipo III verificando-se, a norte, uma área afeta a Espaços de Atividades Económicas urbanizados. Imediatamente a este, propõe-se a criação de um perímetro urbano por forma a integrar as edificações que pertencem ao núcleo urbano de Vila Pouca, que se desenvolve para o concelho de Coimbra. Este encontra-se afeto a Espaços Residenciais urbanizados tipo III.

No que diz respeito aos restantes aglomerados mantidos em solo urbano, referência apenas para Pagalhões que se encontra unido a Casal da Légua (pertencente à freguesia de Anobra), tendo sido efetuados ajustes no perímetro urbano, sem diferenças significativas nos aglomerados de Pagalhões e Moinho da Palha. O perímetro em vigor de Rapoila foi alvo de uma redução. Tanto em Casal da Légua/ Pagalhões como em Rapoila foram compatibilizadas as propostas com as do município de Montemor-o-Velho, pela sua contiguidade.

O perímetro de Sebal Pequeno foi ajustado por forma a integrar edificações existentes, mantendo-se adjacente à Zona Industrial de Condeixa-a-Nova, abrangida por Plano de Pormenor em vigor. Foi ainda efetuada a ligação desta com o perímetro urbano da Venda da Luísa. Esta proposta teve em conta o PP, alterado por forma a serem efetuados acertos de cartografia e alteração do limite do lote 4 (Declaração de retificação n.º 732/2012), prevendo a criação de áreas afetas a Espaços Verdes, assim como a integração da área abrangida por este, grande parte já ocupada, em espaço industrial existente. Foi ainda considerada, em Espaços de Atividades Económicas urbanizados, a área definida para ampliação do PP, situada imediatamente a norte. Em termos de expansão, uma vez que a ZI se encontrava condicionada a norte pelo corredor da rede de alta velocidade, é proposto o alargamento para nascente da área classificada como Espaços de Atividades Económicas urbanizáveis. Pretende-se garantir uma ocupação faseada e planeada, através da elaboração de um Plano de Pormenor ou operação de loteamento. Referência para o facto de ter sido integrada uma pequena área a sudoeste, fora do limite do PP, por forma a abranger edificações existentes.

5.6.3.6 Freguesia de Vila Seca/ Bendafé

Em Bendafé verifica-se uma diminuição significativa do perímetro urbano, tanto a este como a sudoeste. Efetuou-se um ajuste do perímetro, procurando uniformizá-lo no que diz respeito a distâncias às vias e optando

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 109

por manter em solo urbano a área a noroeste, integrada em espaço urbanizável, por forma a não condicionar o seu eventual crescimento. Tanto o espaço urbanizado como o espaço urbanizável são de tipo III.

Apesar da proposta de ordenamento manter a separação física da sede de freguesia de Vila Seca, do aglomerado de Bruscos, estes foram classificados com a mesma tipologia (tipo III), em termos de Espaços Residenciais urbanizados, uma vez que se considera que funcionam de forma complementar. No caso de Vila Seca, a alteração ao perímetro urbano é significativa tendo este sido eliminado a sul da EN342, exceto em Bruscos onde existem edificações. Outra opção foi a ligação à área urbana, existente a norte, criando desta forma um único perímetro. As ampliações a norte resultam de pretensões apresentadas para edificar. Relativamente a Bruscos, propõe-se igualmente uma ampliação a norte, por forma a integrar pretensões de particulares, enquanto a sul é efetivada a ligação ao conjunto edificado já integrado em solo urbano, através de Espaços Verdes de Proteção e Enquadramento com áreas afetas a REN. A sul, uma vez que não existem edificações nem pretensões, opta-se por reduzir a área urbana, garantindo apenas uma frente urbana onde existem edificações. Quanto aos equipamentos, é identificada a escola básica afeta a Espaços de Uso Especial.

Os restantes aglomerados mantidos em solo urbano encontram-se afetos a Espaços Residenciais urbanizados tipo III. A norte, encontra-se o perímetro de Alcouce, que regista uma redução significativa a norte/ oeste e uma ligeira ampliação a este por forma a integrar edificações existentes. Em Casal dos Balaus, efetuou-se apenas um ajuste ao perímetro, verificando-se uma pequena ampliação a norte. Não foi possível contrariar o seu desenvolvimento ao longo da via, uma vez que se verifica a existência de habitações. A sul, encontram-se os aglomerados de Beiçudo, Mata e Traveira, tendo sido o seu perímetro alvo de acertos, verificando-se uma redução na Mata e uma ampliação na Traveira.

5.6.3.7 Freguesia do Zambujal

Finalmente, nesta freguesia, destaca-se o aglomerado do Zambujal, sede de freguesia, tendo-se optado, na proposta, por efetuar a ligação dos dois perímetros existentes, através da criação de um espaço afeto Espaços Verdes de Proteção e Enquadramento, que coincide com áreas de REN. Efetuou-se um ajuste ao perímetro urbano, destacando-se uma redução a norte. O Espaço Residencial urbanizado é de tipo III.

Além deste, assinalam-se três outros aglomerados, de menor dimensão, afetos a espaços urbanizados de tipo III. Na Fonte Coberta e na Póvoa das Pêgas registam-se aumentos dos perímetros, mais significativo no segundo, uma vez que se procurou integrar em solo urbano um conjunto de edificações existentes a sul. Na Serra de Janeanes, verifica-se uma diminuição do solo urbano, tendo-se efetuado um ajuste por forma a integrar apenas as edificações existentes.

110 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

5.6.4 Quantificação do Solo Urbano e análise comparativa do PDM com a Proposta de Revisão

O RJIGT refere que “a reclassificação do solo como solo urbano tem caráter excecional, sendo limitada aos casos em que tal for comprovadamente necessário face à dinâmica demográfica, ao desenvolvimento económico e social e à indispensabilidade de qualificação urbanística”, questão reforçada no Decreto Regulamentar n.º 11/ 2009, de 29 de maio.

É assim fulcral que em sede de revisão dos Planos Diretores Municipais seja devidamente justificada a transformação do solo rural em solo urbano, principalmente quando se verificam aumentos significativos de área a afetar a solo urbano.

Apesar de tal não acontecer nesta proposta de revisão do Plano, optou-se por efetuar uma análise comparativa baseada na quantificação do solo urbano do PDM e da proposta de ordenamento da 1ª revisão do Plano.

É de assinalar que a delimitação do solo urbano constante no atual PDM, nem sempre está adequada às características físicas e da ocupação do solo, sendo que nesta 1ª revisão do PDM se procurou delimitar os espaços de forma mais rigorosa, suportada por cartografia atualizada e em visitas aos aglomerados. Foram considerados como espaços urbanizados, não só os que efetivamente já foram concretizados, mas também os que legalmente estão comprometidos, uma vez que correspondem a loteamentos já aprovados.

Por outro lado, o atual PDM não distingue os espaços urbanos dos espaços urbanizáveis, tendo-se optado, nesta proposta, por classificar como espaços urbanizáveis os que não foram ocupados na sua totalidade ou que não se encontram infraestruturados, ficando a sua ocupação dependente da realização de plano de pormenor, de operação de loteamento ou da construção em parcelas existentes quando dotadas de arruamento pavimentado e infraestruturas.

Seguidamente, procede-se então à análise comparativa do solo urbano, alertando-se desde já para o facto destes dados deverem ser encarados com cautela atendendo às debilidades identificadas na classificação do solo urbano do PDM em vigor, da sua por vezes difícil contabilização e, ainda, atendendo a que a informação a que se recorreu resulta da digitalização de cartas em papel com muito reduzida qualidade, o que contribuiu, decerto, para a ocorrência de alguns erros nas medições efetuadas.

5.6.4.1 Quantificação e análise comparativa do Solo Urbano

Existe alguma discrepância entre as categorias de espaço do PDM em vigor e as categorias propostas na revisão, pelo que se optou por agregar algumas delas no sentido de permitir a sua comparação, apresentando- se de seguida a forma como é feita a sua correspondência.

Quadro 11: Comparação das subcategorias do Solo Urbano no PDM anterior com as da proposta de revisão

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 111

Categorias de Solo Subcategorias de espaço Urbano PDM atual Revisão do PDM Espaços centrais Espaço urbano e urbanizável Espaços residenciais urbanizados tipo I, II e III Espaços residenciais urbanizáveis tipo I, II e III Solos urbanizados Espaços de atividades económicas e solos Espaço industrial urbanizáveis Espaços para atividades económicas Espaços de equipamentos Espaços de uso especial Espaços verdes de proteção e enquadramento Espaços verdes de proteção Espaços verdes de recreio e lazer

Definido que está este pressuposto de base, a análise que se seguirá encontra-se sustentada na informação que consta das figuras e quadros seguintes, onde se ilustra e quantifica a afetação de solo urbano a cada uma das categorias e subcategorias em presença nos dois documentos.

112 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Figura 4: Solo Urbano do PDM em vigor

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 113

Figura 5: Solo Urbano da Proposta de Revisão do PDM

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 115

Quadro 12: Quantificação do solo urbano em vigor e da proposta de revisão (em hectares e peso percentual) PDM Proposta de Revisão do PDM Comparação

Área Área Área Var. Subcategorias de Espaço Subcategorias de Espaço Parcial Total (ha) % % (ha) (%) (ha) (ha) Espaços Centrais 15,7

Solos Tipo I 70,4 Espaços 1103,6 67,9 Urbanizados Residenciais Tipo II 104,8 Espaço urbanizados Urbano e 1425,2 75,7 Tipo III 912,7 -154,2 -12,1 Urbanizável Tipo I 22,7 Espaços Solos Residenciais Tipo II 33,7 167,4 10,3 Urbanizáveis Solos urbanizáveis Tipo III 111,0 Urbanizados e Urbanizáveis Espaços de Solos Atividades 72,7 Urbanizados Espaço Económicas 175,8 9,3 9,5 -22,0 -14,3 Industrial Espaços para Solos Atividades 81,0 Urbanizáveis Económicas Espaço de Solos Espaços de Uso 56,5 3,0 59,2 3,6 2,7 4,6 Equipamentos Urbanizados Especial

Sub-Total 1657,5 88,0 Sub-Total 1484,0 91,4 -173,6 -11,7

Espaços Verdes de Solos Espaços 131,8 Solos Protecção e Enq. Urbanizados e Verdes de 225,8 12,0 140,2 8,6 -85,6 -61,0 Urbanizados Espaços Verdes de Urbanizáveis Proteção 8,4 Recreio e Lazer Total de Solo Urbano 1883,3 100,0 Total de Solo Urbano 1624,2 100,0 -259,1 -16,0

Em termos globais, verifica-se que a área de SOLO URBANO proposta pela presente revisão do Plano assume uma diminuição de 259,1ha, relativamente à do PDM, correspondendo a 1883,3ha no atual PDM e a 1624,2ha na proposta de revisão do PDM. Tendo presentes os critérios que sustentaram a delimitação desta nova proposta de ordenamento, referidos anteriormente, numa primeira análise, constata-se que esta variação resulta de:

Espaços Centrais e Residenciais: um maior rigor na delimitação dos espaços urbanizados e urbanizáveis, prevendo a integração de construções que não haviam sido abrangidas por perímetro aquando da elaboração do PDM, bem como de novas construções que surgiram contíguas ao perímetro urbano, remetendo para o solo rural áreas consideradas desadequadas à edificação. Verifica-se um decréscimo de 154,2ha (-12,1% do que o atual PDM);

Espaços de Atividades Económicas: foram efetuados acertos em todos os espaços afetos a atividades económicas, o que levou a um decréscimo de 22,0ha (-14,3% do que o atual PDM);

Espaços de Uso Especial: verifica-se um acréscimo de apenas 2,7ha (+4,6% do que o atual PDM) de áreas que integram, de uma forma geral, novos equipamentos existentes, assim como áreas de expansão;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 117 117

Espaços Verdes: diversas áreas foram remetidas para o Solo Rural, em particular quando coincidentes com áreas de RAN e REN, o que também levou a um decréscimo de 85,6ha (-61,0% do que o atual PDM).

Uma vez que o atual PDM não diferencia os Solos Urbanizados dos Solos Urbanizáveis, a comparação foi efetuada, para as diferentes subcategorias, em termos globais.

Se considerarmos apenas os Solos Urbanizados e Urbanizáveis (exceto os Espaços Verdes), verifica-se que estes passam de 1657,5ha para 1484,0ha, sendo que destes, apenas 20% dizem respeito a espaços urbanizáveis.

Figura 6: Área ocupada pelas categorias de Solo Urbano no PDM e na proposta de revisão (ha)

Desta forma, no que diz respeito aos Espaços Centrais e Espaços Residenciais urbanizados e urbanizáveis, a proposta de revisão do PDM contempla um total de 1271,0ha, 1087,9ha estão afetos a Espaços Centrais e Espaços Residenciais urbanizados, e, 167,4ha, a Espaços Residenciais urbanizáveis. Relativamente aos Espaços Residenciais urbanizáveis destaca-se Condeixa-a-Nova com 79,1ha. Estes espaços abrangem, na generalidade, áreas que apesar de em alguns casos já integrarem perímetro urbano, encontram-se, de uma forma geral, desocupadas e sem abastecimento de água e/ou saneamento.

Quanto aos Espaços de Atividades Económicas como já referido, no cômputo geral, verificou-se um decréscimo que resulta da redefinição da ZI de Condeixa-a-Nova, cuja ampliação ficou condicionada a norte pelo corredor da rede de alta velocidade (tendo sido opção manter esta proposta), e da ZI do Sangardão, que pretende apenas enquadrar algumas ocupações existentes. A proposta passa a abranger 72,7 ha de espaços urbanizados e 81,0ha de espaços urbanizáveis.

Em relação a áreas afetas a equipamentos, a proposta apresenta, 59,2ha de Espaços de Uso Especial urbanizados.

118 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

A proposta de Solo Urbano afeto aos Espaços Verdes, assume, neste contexto, uma importância significativa, uma vez que integra as zonas sensíveis do ponto de vista natural e/ou espaços cuja utilização potencia o recreio e lazer da população. A proposta de revisão afeta 140,2ha aos Espaços Verdes, assumindo maior expressão em Condeixa-a-Nova (108,7ha).

As áreas das diferentes subcategorias de espaço do Solo Urbano do atual PDM e da proposta de revisão do PDM, assim como a sua comparação, por aglomerado, são apresentadas no Quadro 49, Quadro 50 e Quadro 51 (que se encontram no Anexo III), por forma a que se possam quantificar as alterações propostas, tanto a nível dos aglomerados, como a nível concelhio.

5.6.4.2 Orientações do PROT-C para as propostas de alteração ao solo urbano

Importa ainda demonstrar que a proposta de solo urbano desenvolvida está de acordo com as orientações definidas no PROT-C, estabelecidas como medida para avaliar a quantificação das propostas de alteração aos perímetros urbanos.

Desta forma, e no que diz respeito às orientações quantitativas, tal como já referido, o PROT-C determina, além das disposições do Decreto Regulamentar n.º 11/2009, de 29 de maio, que a classificação do solo urbano deve respeitar densidades de ocupação superiores a 7 edifícios por hectare. Em caso de criação de novas áreas urbanas ou de expansão dos perímetros urbanos existentes terão ainda de ser respeitadas as seguintes condições:

“O somatório das áreas urbanas consolidadas e legalmente comprometidas, incluindo a estrutura ecológica municipal, tenham atingido um valor igual ou superior a 70% dos perímetros urbanos atuais;

O somatório das áreas livres dos atuais perímetros urbanos, mais a ampliação proposta, não exceda 40% do perímetro urbano atual (não contabilizando as áreas de estrutura ecológica municipal e as zonas industriais/ empresariais)”

Nas situações em que haja redefinição de perímetro urbano, implicando reclassificação de solo urbano para rural, os limiares referidos anteriormente referem-se ao perímetro urbano proposto.

Para efeito de expansão urbana, o cálculo das áreas nos termos previstos no presente normativo deverá ser feito perímetro a perímetro. Nos aglomerados urbanos que o justifiquem, poder-se-á exceder o valor previsto, desde que seja efetuada a respetiva compensação noutros aglomerados, assegurando dessa forma que não é ultrapassado o valor acumulado das áreas de expansão para a totalidade do território municipal.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 119 119

O Erro! A origem da referência não foi encontrada. sintetiza esta análise, integrando a seguinte informação ase: as Áreas Edificadas Consolidadas e em consolidação (AEC) de cada aglomerado, os solos urbanizados e urbanizáveis, os espaços verdes e as áreas totais dos perímetros urbanos em vigor e propostos.

A verificação das orientações do PROT é então feita com base na informação referida, a partir da qual é efetuado o cálculo da área livre existente nos perímetros urbanos e, ainda, da percentagem de área disponível para urbanizar, sendo possível constatar que a proposta de solo urbano, de uma forma geral, respeita as orientações do PROT-C.

Verifica-se a existência de 7 perímetros urbanos cuja percentagem de área edificada encontra-se entre os 60 e os 70% (Anobra, Casal do Missa, Vale de Janes, Peixeiro, Alqueves, Alcouce e Mata) e 8 perímetros que têm valores entre os 40 e os 60% (Casal de São João / Perdigueira, Casal do Carrito, Casal Seco, Lameira de Cima, Bom Velho de Baixo, Poço, Cadaval Grande e Bendafé). Chama-se a atenção para o facto deste valor, para o total do concelho, encontrar-se nos 73,1%, respeitando o PROT-C.

Relativamente às áreas de expansão, apenas 7 perímetros apresentam áreas superiores a 40% mas inferiores a 60% (Casal de São João / Perdigueira, Casal Seco, Lameira de Cima, Bom Velho de Baixo, Poço, Cadaval Grande e Bendafé), sendo que no cômputo geral a proposta de solo urbano respeita o PROTC.

Quadro 13: Análise dos critérios definidos no PROT-C para as propostas de solo urbano

PDM em Vigor Revisão do PDM Orientações do PROTC

Perim. urbanos em vigor Perim. urbanos propostos

Freguesias Aglomerados

Total Total

urbanizáveis

consolidadas

proposto

Áreas edificadas edificadas Áreas

Áreas Livres Áreas

70% do perím. perím. do 70%

perím. proposto perím.

Espaços Verdes Espaços Verdes Espaços

Área Livre < 40% 40% < Livre Área

Áreas edificadas > > edificadas Áreas

Solos urbanizados Solos

Solos urbanizáveis Solos Solos urbanizados e urbanizados Solos

Alvogadas - - - 7,0 8,4 0,0 0,0 8,4 1,4 82,9 17,1 Anobra 51,7 0,0 51,7 30,1 42,3 7,1 0,0 49,3 19,3 61,0 39,0 Caneira / Inculca 16,0 0,0 16,0 9,6 9,6 0,0 0,0 9,6 0,0 100,0 0,0 Casal da Amieira / 13,7 0,0 13,7 11,4 11,4 0,0 0,0 11,4 0,0 100,0 0,0 Casal das Figueiras Anobra Casal de São João 15,1 0,0 15,1 12,3 18,6 8,0 0,0 26,6 14,2 46,5 53,5 Perdigueira 4,7 0,0 4,7 Casal do Carrito 17,9 0,0 17,9 11,7 20,1 0,0 0,0 20,1 8,4 58,1 41,9 Casal Seco 4,7 0,0 4,7 1,7 3,8 0,0 0,0 3,8 2,0 45,8 54,2 Lameira de Baixo 10,3 0,0 10,3 3,9 3,9 0,0 0,0 3,9 0,0 100,0 0,0 Lameira de Cima 1,8 0,0 1,8 1,0 2,4 0,0 0,0 2,4 1,4 42,2 57,8 Anobra; Sebal Venda da Luísa 30,0 0,0 30,0 23,6 28,7 0,0 0,0 28,7 5,1 82,3 17,7 Alcabideque 33,9 0,0 33,9 33,4 35,1 0,0 0,3 35,4 2,0 94,4 5,6 Ameixeira 9,7 0,0 9,7 8,9 9,6 0,0 0,0 9,6 0,7 92,5 7,5 Condeixa-a-Velha/ Bom Velho de Condeixa-a-Nova 6,6 0,0 6,6 2,5 5,2 0,0 0,0 5,2 2,6 48,8 51,2 Baixo Bom Velho de Cima 8,5 0,0 8,5 5,1 6,0 0,0 0,0 6,0 0,9 85,2 14,8

120 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

PDM em Vigor Revisão do PDM Orientações do PROTC

Perim. urbanos em vigor Perim. urbanos propostos

Freguesias Aglomerados

Total Total

urbanizáveis

consolidadas

proposto

Áreas edificadas edificadas Áreas

Áreas Livres Áreas

70% do perím. perím. do 70%

perím. proposto perím.

Espaços Verdes Espaços Verdes Espaços

Área Livre < 40% 40% < Livre Área

Áreas edificadas > > edificadas Áreas

Solos urbanizados Solos

Solos urbanizáveis Solos Solos urbanizados e urbanizados Solos Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova; Casal Novo 8,4 0,0 8,4 5,8 6,9 0,0 0,0 6,9 1,1 84,0 16,0 Vila Seca/ Bendafé Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova Condeixa-a-Nova; 431,3 362,6 79,1 108,7 550,4 119,1 78,4 21,6 (1) Ega; Sebal/ Belide Avessada 567,8 225,8 793,7 5,5 5,8 0,0 0,0 5,8 0,3 95,0 5,0 Condeixa-a-Velha/ Eira Pedrinha 16,2 16,0 0,0 0,2 16,2 0,0 100,0 0,0 Condeixa-a-Nova Salgueiro 4,7 4,7 0,0 0,0 4,7 0,0 100,0 0,0 Poço 6,3 0,0 6,3 2,5 4,6 0,0 0,0 4,6 2,1 54,7 45,3 Ega; Condeixa-a- Velha/ Condeixa- Arrifana 23,8 0,0 23,8 19,7 18,4 5,5 0,0 23,9 4,3 82,2 17,8 a-Nova Campizes 28,3 0,0 28,3 30,9 30,8 2,5 0,0 33,2 2,4 92,9 7,1 Ega Casal da Torre 10,5 0,0 10,5 6,0 7,4 0,0 0,0 7,4 1,4 80,7 19,3 Casal do Missa 20,2 0,0 20,2 11,8 18,7 0,0 0,0 18,7 6,9 63,1 36,9 Ega; Sebal/ Belide Casével 41,9 0,0 41,9 35,7 34,4 7,6 0,0 41,9 6,3 85,0 15,0 Ega; Condeixa-a- Velha/ Condeixa- Ega 112,5 0,0 112,5 87,1 86,6 12,8 7,4 106,9 19,7 81,6 18,4 a-Nova Presa - - - 0,4 0,5 0,0 0,0 0,5 0,1 78,5 21,5 Rebolia 16,6 0,0 16,6 13,2 13,7 2,7 0,0 16,5 3,3 80,2 19,8 Ega Relves 8,5 0,0 8,5 9,3 8,7 0,0 1,0 9,7 0,4 96,0 4,0 Serrazina 6,6 0,0 6,6 4,4 6,3 0,0 0,0 6,3 1,9 69,8 30,2 Ega; Furadouro Vale de Janes 5,5 0,0 5,5 7,4 10,6 0,0 0,7 11,3 3,9 65,4 34,6 Ega ZI de Sangardão 24,8 0,0 24,8 - 4,5 11,7 0,0 16,2 - - - Cadaval Grande 5,6 0,0 5,6 2,3 5,3 0,0 0,0 5,3 3,0 43,0 57,0 Casmilo 19,3 0,0 19,3 12,1 12,1 4,0 0,0 16,0 3,9 75,7 24,3 Furadouro Furadouro 6,7 0,0 6,7 4,3 5,1 0,0 0,0 5,1 0,8 84,0 16,0 Peixeiro 5,0 0,0 5,0 1,4 2,3 0,0 0,0 2,3 0,9 61,7 38,3

Sebal/ Belide; Alqueves 3,3 0,0 3,3 2,1 3,3 0,0 0,0 3,3 1,1 65,0 35,0 Anobra Avenal (2) 54,9 0,0 54,9 46,6 48,5 0,0 3,2 51,8 5,1 90,1 9,9 Sebal/ Belide; Ega Belide 27,3 0,0 27,3 27,6 26,2 7,1 0,0 33,4 5,7 82,9 17,1 Sebal/ Belide; Casal da Légua / 14,3 0,0 14,3 15,6 15,8 0,0 0,0 15,8 0,3 98,4 1,6 Anobra Palhagões Moinho da Palha 10,6 0,0 10,6 9,1 10,3 0,0 0,0 10,3 1,2 88,5 11,5 Rapoila 7,6 0,0 7,6 4,8 5,3 0,0 0,0 5,3 0,5 90,0 10,0 22,7 0,0 22,7 32,8 31,1 8,8 0,0 39,9 7,1 82,2 17,8 Sebal / Dadas / 15,0 0,0 15,0 Sebal/ Belide Quinta da Arrocha 1,7 0,0 1,7

Sebal Pequeno 7,0 0,0 7,0 5,8 5,8 0,0 0,0 5,8 0,0 100,0 0,0 ZI de Condeixa 148,4 0,0 148,4 23,3 66,3 69,3 14,7 150,3 127,0 15,5 84,5 Vila Pouca - - - 3,5 4,7 0,0 0,0 4,7 1,2 74,1 25,9

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 121 121

PDM em Vigor Revisão do PDM Orientações do PROTC

Perim. urbanos em vigor Perim. urbanos propostos

Freguesias Aglomerados

Total Total

urbanizáveis

consolidadas

proposto

Áreas edificadas edificadas Áreas

Áreas Livres Áreas

70% do perím. perím. do 70%

perím. proposto perím.

Espaços Verdes Espaços Verdes Espaços

Área Livre < 40% 40% < Livre Área

Áreas edificadas > > edificadas Áreas

Solos urbanizados Solos

Solos urbanizáveis Solos Solos urbanizados e urbanizados Solos Alcouce 27,3 0,0 27,3 10,7 16,3 1,0 0,6 17,9 7,1 60,1 39,9 Beiçudo 5,9 0,0 5,9 4,7 4,7 0,0 0,0 4,7 0,0 100,0 0,0 Bendafé 23,6 0,0 23,6 7,4 13,1 5,8 0,0 18,9 11,5 39,1 60,9

Vila Seca/ Bruscos 29,7 0,0 29,7 27,1 31,2 4,0 1,3 36,5 9,4 74,2 25,8 Bendafé Casal dos Balaus 9,7 0,0 9,7 9,1 11,3 0,0 0,0 11,3 2,2 80,8 19,2 Mata 10,5 0,0 10,5 4,7 5,6 1,7 0,0 7,2 2,6 64,7 35,3 Traveira 9,5 0,0 9,5 8,6 9,0 1,1 0,6 10,7 2,2 79,9 20,1 Vila Seca 23,3 0,0 23,3 13,5 15,8 3,3 0,0 19,1 5,6 70,5 29,5 Fonte Coberta 4,9 0,0 4,9 4,2 4,5 0,0 0,0 4,5 0,3 92,7 7,3 Póvoa das Pêgas 9,8 0,0 9,8 7,6 7,6 0,0 0,0 7,6 0,0 99,4 0,6 Zambujal Serra de Janeanes 15,1 0,0 15,1 5,9 8,5 0,0 0,0 8,5 2,6 69,2 30,8 Zambujal 32,5 0,0 32,5 20,0 19,7 5,4 1,3 26,4 6,4 75,9 24,1 TOTAL 1657,5 225,8 1883,3 1169,0 1235,4 248,6 140,2 1624,2 455,2 72,0 28,0

5.6.4.3 Análise comparativa dos parâmetros urbanísticos

No que respeita aos parâmetros urbanísticos, o PDM distingue o perímetro urbano associado à Vila de Condeixa-a-Nova dos restantes aglomerados que integram o Concelho.

Nos espaços urbanizados da Vila de Condeixa-a-Nova é diferenciado o Núcleo Histórico de Condeixa-a-Nova das restantes áreas consolidadas, encontrando-se definido para cada uma destas áreas um conjunto de regras de ocupação e edificação. Relativamente às áreas consolidadas que se encontram fora do núcleo histórico destacam-se as seguintes regras:

À exceção de edifícios isolados, a altura total da fachada e o número de pisos do novo edifício não poderá exceder os 15 metros e 5 pisos, nas áreas de densidade média/alta, e os 9.5 metros e os 3 pisos, nas áreas de densidade baixa;

Nas áreas de densidade média/ alta, quando o edifício confinante tiver 6 pisos ou mais, sem prejuízo do RGEU, poderá autorizar-se uma altura da fachada correspondente à do 6º piso do edifício confinante;

As parcelas não infraestruturadas, passíveis de loteamento ou que tenham uma área superior a 0.3 ha, ficam sujeitas às regras definidas para os espaços urbanizáveis.

Para as áreas exteriores à Vila, são considerados aglomerados urbanos: Ega, Sebal, Anobra, Belide/ Casével, Campizes, Avenal/ Sobreiro, Bruscos/ Vila Seca, Alcabideque, Zambujal, Venda da Luísa, Arrifana, Casal do Missa, Alcouce e Beiçudo; sendo ainda definidos os núcleos, considerados unidades urbanas residenciais, e as unidades de ocupação paraurbana de transição urbano-rural, que correspondem a uma faixa de 50 metros para

122 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

o exterior dos limites urbanos dos aglomerados e dos núcleos, com exceção das áreas sujeitas a servidões administrativas específicas.

Em termos de índices urbanísticos aplicam-se, para os aglomerados urbanos e para os núcleos, os parâmetros previstos para as áreas de baixa densidade definidos para os espaços urbanizáveis, com uma tolerância de 20%, aplicável apenas para o índice de utilização do lote, enquanto que a edificação nas unidades de ocupação paraurbana, encontra-se condicionada a apenas 50% dos valores definidos.

No que diz respeito aos espaços urbanizáveis associados à Vila de Condeixa-a-Nova encontram-se definidas duas categorias de índices, sistematizados no quadro representado abaixo.

Quadro 14: Índices definidos no atual PDM para os Espaços a Urbanizar existentes na Vila de Condeixa-a-Nova Densidades nos Espaços a Urbanizar Índices urbanísticos Baixa Média/ Alta ib (máximo) 0.3 0.6 Db (número máximo de fogos / ha) 25 50 ilote (máximo) 0.5 1.5 Hf (valor máximo em metros) 9.5 15 Il (habitação) 0.4 1.2 Il (comércio e serviços) - 0.5 Número máximo de pisos 3 6

Fonte: PDM de Condeixa-a-Nova

Nos Espaços Industriais definidos no PDM, é estipulado o seguinte:

Vila de Condeixa-a-Nova:

Índice máximo de utilização de 0.6 para loteamentos que não prevejam obras de urbanização e lotes não decorrentes de alvará de loteamento, a aplicar à área do lote, e de 0.5 para outros loteamentos;

Cércea máxima de 9 metros, exceto para instalações técnicas devidamente justificadas. No caso de lotes não decorrentes de alvará de loteamento, a altura máxima de qualquer corpo do edifício não poderá ultrapassar um plano a 45º, definido a partir de qualquer dos lados do lote, com o máximo de 9 metros;

O tratamento de efluentes deverá, quando necessário, ser realizado em estação própria, antes de lançados na rede pública ou nas linhas de drenagem natural;

Os espaços livres não impermeabilizados, em especial a faixa de proteção entre os edifícios e os limites do lote, serão tratados como espaços verdes arborizados, sem prejuízo de se assegurar a possibilidade de acesso à circulação de veículos de emergência e implantação de ETAR, quando necessário.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 123 123

Áreas exteriores à Vila:

Índice de utilização máximo de 0.5, nos planos de pormenor e nos loteamentos com obras de urbanização, e 0.6 nos loteamentos apenas com lotes com frente para a via pública e nos lotes já existentes;

Percentagem de ocupação do solo máxima de 40%;

Cércea máxima de 9 metros, exceto instalações técnicas devidamente justificadas, não ultrapassando a altura máxima de qualquer corpo do edifício num plano a 45º, definido a partir de qualquer dos lados do lote;

Percentagem máxima de solo impermeabilizado de 80%;

Afastamento mínimo aconselhado das edificações aos limites do lote de 10 metros, exceto portarias, postos de transformação e no caso de unidades com uma parede comum;

O tratamento de efluentes deverá, quando necessário, ser realizado em estação própria, antes de lançados na rede pública ou nas linhas de drenagem natural;

Os espaços livres não impermeabilizados, em especial a faixa de proteção entre os edifícios e os limites do lote, serão tratados como espaços verdes arborizados, sem prejuízo de se assegurar a possibilidade de acesso à circulação de veículos de emergência e implantação de ETAR, quando necessário;

Os estabelecimentos industriais devem ser providos de sistemas antipoluentes.

Importa, ainda, referir que o PDM, quanto aos parâmetros de dimensionamento de estacionamento, estabelece os valores indicados no quadro seguinte:

124 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Quadro 15: Parâmetros de dimensionamento de estacionamento do PDM Uso Estacionamento Habitação em moradia 1 lugar / fogo com a.b.c < 200 m2 unifamiliar 2 lugares/ fogo com a.b.c ≥ 200 m2 1 lugar / fogo com a.b.c. ≤ 160 m2 Habitação coletiva 2 lugares/ fogo com a.b.c > 160 m2 e tipologia igual ou superior a T4 2 lugares por cada 100m2 de área coberta útil para superfície útil ≤ 500 m2 Comércio retalhista 3 lugares por cada 100m2 de área coberta útil para superfície útil > 500 m2 (a) Hipermercados ou 5 lugares por cada 100m2 de área útil de vendas e 1 lugar para pesados por cada 500 m2 de a.b.c. Comércio Grossista (b) destinada ao armazenamento, para hipermercados com a.b.c entre 2500 m2 e 4000 m2 (c) 2 lugares por cada 100m2 de área coberta útil para superfície útil ≤ 500 m2 Serviços 3 lugares por cada 100m2 de área coberta útil para superfície útil > 500 m2 Equipamentos coletivos A definir caso a caso pela Câmara Municipal 2 lugares por cada 5 quartos Hotelaria Área para estacionamento de veículos pesados e passageiros, a determinar caso a caso, em função da dimensão e localização da unidade hoteleira.(d) Salas de espetáculos 2 lugares por cada 25 lugares sentados 1 lugar por cada 200m2 de área coberta total de pavimentos Industria e armazéns 1 lugar por cada 100m2 de área coberta total de pavimentos para lotes com área > 1000 m2(d) (a) Caso a área coberta total de pavimento seja superior a 2500 m2 é obrigatória a elaboração de um estudo de tráfego. (b) Os centros comerciais, os grandes armazéns e os hipermercados de bricolage são comparáveis, para efeitos de cálculo das necessidades de estacionamento, aos hipermercados de área bruta inferior a 4000 m2. (c) Nos hipermercados com superfície bruta superior a 4000 m2 e nos edifícios destinados a comércio grossista de superfície idêntica, é obrigatória a existência de área de estacionamento no interior do lote, cuja dimensão deverá ser definida por estudo específico a apresentar pelo promotor, nunca podendo ser inferior à estabelecida para estabelecimentos com áreas inferiores. (d) Nas áreas a consolidar e nas áreas de reserva de gestão do plano deverá prever-se uma área mínima de estacionamento de 1 lugar para parqueamento de veículo pesado por cada 70 quartos. (e) Caso a área do lote seja superior a 2500 m2 é obrigatória a elaboração de um estudo de tráfego. Fonte: PDM de Condeixa-a-Nova

Nos loteamentos, além de obrigatórias as áreas de estacionamento estabelecidas no interior dos lotes deve ainda ser dada resposta às áreas previstas no algoritmo apresentado na tabela seguinte, a localizar nos espaços exteriores aos lotes anexos às vias de circulação, a integrar no domínio público municipal.

Quadro 16: Parâmetros de dimensionamento de estacionamento para loteamentos do PDM Sl (superfície liquida da Sest (superfície de estacionamento parcela a lotear em hectares) em percentagem de Sl) Até 1 ha 10 Entre 1 e 25 ha 9.8+0.2 Sl Superior a 25 ha 15 Fonte: PDM de Condeixa-a-Nova

A proposta de 1ª revisão do PDM, para os solos urbanizados e para os solos urbanizáveis, considera, para efeitos de edificabilidade a observar nas operações de loteamento, os seguintes parâmetros urbanísticos:

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 125 125

Quadro 17: Regime de edificabilidade proposto pela revisão do PDM para os solos urbanizados e urbanizáveis, a aplicar a operações de loteamento (valores máximos) REGIME DE EDIFICABILIDADE Solos urbanizados Solos urbanizáveis Índice máx. Tipologia Índice Índice Subcat. de Índice Número Índice Número de de máx.de máx.de Espaço máx. de máx.de máx. de máx. de impermeab. Espaço ocupação ocupação utilização pisos utilização pisos (%) (%) (%) Tipo I 60 0,80 4 60 0,80 4 70 Espaços Tipo II 50 0,70 3 50 0,70 3 60 Residenciais Tipo III 40 0,60 2 40 0,60 2 60

Nas edificações em parcelas existentes ou resultantes de operações de destaque aplicam-se os seguintes parâmetros:

Quadro 18: Regime de edificabilidade proposto pela revisão do PDM para os solos urbanizados e urbanizáveis a aplicar a parcelas existentes (valores máximos) REGIME DE EDIFICABILIDADE Solos urbanizados Solos urbanizáveis Índice máx. Tipologia Índice Índice Subcat. de Índice Número Índice Número de de máx.de máx.de Espaço máx. de máx.de máx. de máx. de impermeab. Espaço ocupação ocupação utilização pisos utilização pisos (%) (%) (%) Tipo I 65 0,90 4 65 0,90 4 75 Espaços Tipo II 55 0,80 3 55 0,80 3 65 Residenciais Tipo III 45 0,70 2 45 0,70 2 65

Nos solos urbanizados que se encontrem maioritariamente edificados (onde se integram os Espaços Centrais), devem manter-se as características de alinhamento, altura de fachada, volumetria e ocupação dos lotes tradicionais na fachada urbana, no conjunto ou nos espaços em que se inserem, tendo em vista a integração harmoniosa no tecido urbano construído. A edificabilidade nos solos urbanizáveis obedece aos parâmetros definidos nos quadros anteriores, processando-se mediante a aprovação de planos de pormenor ou de operações de loteamento, sendo que na ausência destes, a parcela tem que obedecer a alguns requisitos mínimos estabelecidos em regulamento.

Como se verifica, a revisão determina índices associados às tipologias de espaços definidas, procurando desta forma uma melhor adequação ao território em causa. Esta definição está inevitavelmente associada ao nível hierárquico dos aglomerados. A diferenciação dos índices de construção, permite garantir uma ocupação do solo mais equilibrada, possibilitando a existência de algumas áreas urbanas de maior densidade, nomeadamente na Vila de Condeixa-a-Nova.

A revisão do PDM propõe alterações ao regime de edificabilidade constante no PDM para os solos urbanizados e urbanizáveis, assim como aos valores relativos aos parâmetros de dimensionamento de espaços verdes e equipamentos de utilização coletiva, arrumamentos e estacionamento.

126 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Relativamente aos espaços verdes e equipamentos de utilização coletiva, foram adotados os parâmetros de dimensionamento decorrentes da legislação geral em vigor.

No que diz respeito ao estacionamento, os parâmetros de dimensionamento propostos são os que constam do quadro seguinte, verificando-se algumas exceções definidas em regulamento.

Quadro 19: Parâmetros de dimensionamento mínimos de estacionamento Tipo de Número mínimo de lugares de estacionamento a Número mínimo de lugares de estacionamento Ocupação prever no interior do lote ou parcela (a) a ceder para domínio público (b) Habitação em O número total de lugares resultante da aplicação a) 2 lugares/fogo com Ac < 200m2 moradia dos critérios da coluna anterior acrescido de 20%, b) 3 lugares/fogo com Ac > 200m2 unifamiliar apenas em operações de loteamento. 1. Habitação com indicação de tipologia: a) 1 lugar/fogo T0 e T1 b) 2 lugares/fogo T2 e T3 c) 3 lugares/fogo ≥ T4 Habitação O número total de lugares resultante da aplicação

coletiva dos critérios da coluna anterior acrescido de 20%. 2. Habitação sem indicação de tipologia: a) 1 lugar/fogo para a.m.f. < 120m2 b) 2 lugares/fogo para a.m.f. ≥120m2 e < 200m2 c) 3 lugares/fogo para a.m.f. ≥ 200m2 1. Comércio com Ac < 2500 m2: a) 1 lugar/50m2 de Ac para comércio < 500m2, com um mínimo de 1 lugar; b) 1 lugar/30m2 de Ac para comércio ≥ 500m2. O número total de lugares resultante da aplicação Comércio (c) 2. Comércio com Ac ≥ 2500 m2: dos critérios da coluna anterior acrescido de 20%. a) 2 lugares/50m2 de área útil de venda e/ou área útil de administrativa; b) 1 lugar de pesado/500m2 de área de construção destinada a armazém. a) 1 lugar/50m2 Ac para serviços < 500 m2, com um O número total de lugares resultante da aplicação Serviços (c) mínimo de 1 lugar; dos critérios da coluna anterior acrescido de 20%. b) 1 lugar/30m2 de Ac para serviços ≥ 500m2 a) 1 lugar/75 m2 de Ac; Indústria e O número total de lugares resultante da aplicação b) 1 lugar para pesados/500 m2 de Ac, com um mínimo armazéns (c) dos critérios da coluna anterior acrescido de 20%. de 1 lugar a) 1 lugar/3 unidades de alojamento em estabelecimentos hoteleiro para as categorias de 4 ou 5 Empreendimentos estrelas; Definir, caso a caso, as condições de Turísticos (d) b) 1 lugar/5 unidades de alojamento em acessibilidade e necessidades de estacionamento. estabelecimentos hoteleiro para as categorias de 1, 2 ou 3 estrelas; Nos casos de equipamentos coletivos, designadamente de natureza escolar (básica, secundária, etc.), Equipamentos de Definir, caso a caso, as condições de desportiva, segurança social e de saúde, proceder-se-á, utilização coletiva acessibilidade e necessidades de estacionamento. caso a caso, à definição das condições de acessibilidade e necessidades de estacionamento. Nos demais casos não previstos nesta secção serão exigidas áreas de estacionamento de acordo com as Definir, caso a caso, as condições de Diversos funções específicas a instalar, por similitude e ajuste dos acessibilidade e necessidades de estacionamento. parâmetros estabelecidos nos usos anteriores. Nota: Ac – área de construção (valor expresso em m2); a.m.f. – área média por fogo (valor expresso em m2). (1) No caso de edificações sujeitas a propriedade horizontal os lugares de estacionamento, devem ficar afetos a cada uma das parcelas. (2) Os lugares de estacionamento a ceder para o domínio público aplicam-se nas operações de loteamento e na edificação de novas construções. (3) É obrigatória a elaboração de estudo de tráfego. (4) Nos estabelecimentos hoteleiros com mais de 30 unidades de alojamento deve prever-se, para além dos valores estabelecidos no quadro, um lugar para veículos pesados para tomada e largada de passageiros

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 127 127

Os parâmetros de dimensionamento no que se refere aos arruamentos projetados no âmbito de operações de loteamento, que não integram os sistemas da hierarquia funcional definida para a rede rodoviária, obedecem aos parâmetros de dimensionamento definidos no quadro seguinte. Fora do âmbito de operações de loteamento, devem ser respeitados os parâmetros estabelecidos em regulamento municipal de urbanização e edificação. Constituem exceção as áreas com alinhamentos definidos, devendo ser tecnicamente justificados.

Quadro 20: Parâmetros de dimensionamento mínimos de arruamentos Tipo de Ocupação Perfil tipo dos arruamentos Perfil tipo ≥ 11m a) faixa de rodagem = 7m Habitação Ac hab. > 80% Ac b) passeio = 2m (x2) c) estacionamento = 2,5m (x2) (opcional) d) caldeiras para árvores = 1,0m (x2) (opcional) Perfil tipo ≥ 12m a) faixa de rodagem = 7m Habitação (se Ac hab. < 80%), b) passeio = 2,5m (x2) comércio e ou serviços c) estacionamento = 2,25m (x2) (opcional) d) caldeiras para árvores = 1,0m (x2) (opcional) Perfil tipo ≥ 12,2m a) faixa de rodagem = 9m Quando exista indústria e ou b) passeio = 1,6m (x2) armazéns c) estacionamento = 2,5m (x2) (opcional) d) caldeiras para árvores = 1,0m (x2) (opcional) Nota: Ac – área de construção (valor expresso em m2)

No que se refere aos espaços de atividades económicas e aos espaços de uso especial, além de algumas disposições com vista a promover um melhor enquadramento e preservação ambiental das áreas em causa, a proposta de 1ª revisão do PDM estipula o seguinte, em matéria de edificabilidade:

Espaços de Atividades Económicas (urbanizados)

Nas operações de loteamento: i) O índice máximo de utilização do solo é de 0,60; ii) O índice máximo de impermeabilização do solo a aplicar ao lote é de 70%;

Nas edificações em parcelas existentes ou resultantes de operações de destaque: i) O índice máximo de utilização do solo é de 0,65; ii) O índice máximo de impermeabilização do solo é de 75%;

A altura da edificação não deve exceder os 15 m, exceto nos casos tecnicamente justificados;

Os afastamentos aos limites dos lotes ou parcelas não podem ser inferiores a 10 m, com exceção para as fachadas das construções geminadas ou em banda coincidentes com a estrema do lote ou parcela;

É permitida a construção de edificações destinadas a habitação de encarregados e pessoal afeto à vigilância, com uma área máxima de construção de 250m2, 2 pisos, altura máxima da fachada de 8 m e afastamento às estremas do lote ou parcela de 10 m;

128 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

É permitida a construção de portarias e edifícios de apoio ligados às infraestruturas com uma área total máxima de construção de 25 m2, 1 piso e uma altura máxima da fachada de 3 m, podendo estes valores serem ultrapassados em casos tecnicamente justificados;

O tratamento de resíduos sólidos e de efluentes, quando necessário, tem de ser efetuado em instalações próprias, conforme definido em legislação específica ou em regulamentação municipal;

Tem de ser assegurada uma correta integração paisagística e atender-se às condições morfológicas do terreno, sendo obrigatório proceder ao tratamento espaços livres não impermeabilizados como espaços verdes, através da elaboração de projetos de arranjos exteriores.

Espaços para Atividades Económicas (urbanizáveis)

Tem de ser assegurada uma correta integração paisagística e atender-se às condições morfológicas do terreno, sendo obrigatório proceder ao tratamento espaços livres não impermeabilizados como espaços verdes, através da elaboração de projetos de arranjos exteriores;

Quando se tratar de uma zona industrial é obrigatória a criação de uma zona de proteção envolvente, com a largura mínima de 20 m entre os limites dos lotes e o limite exterior desta zona, ocupada no mínimo em 60% da sua extensão por cortina arbórea e arbustiva, que deve dar prioridade à manutenção da vegetação original, exceto nas zonas confinantes com outras zonas industriais;

O índice máximo de utilização do solo ao lote é de 0,70;

O índice máximo de impermeabilização do solo ao lote é de 80%;

A altura da edificação não deve exceder os 15 m, exceto nos casos tecnicamente justificados;

Os afastamentos aos limites dos lotes ou parcelas não podem ser inferiores a 10 m, com exceção para as fachadas das construções geminadas ou em banda coincidentes com a estrema do lote ou parcela;

É permitida a construção de edificações destinadas a habitação de encarregados e pessoal afeto à vigilância, com uma área máxima de construção de 250m2, 2 pisos, altura máxima da fachada de 8 m e afastamento às estremas do lote ou parcela de 10 m;

É permitida a construção de portarias e edifícios de apoio ligados às infraestruturas com uma área total máxima de construção de 25 m2, 1 piso e uma altura máxima da fachada de 3 m, podendo estes valores serem ultrapassados em casos tecnicamente justificados;

O tratamento de resíduos sólidos e de efluentes, quando necessário, tem de ser efetuado em instalações próprias, conforme definido em legislação específica ou em regulamentação municipal;

É obrigatório prever áreas de carga e descarga de veículos pesados;

Excecionalmente, admite-se a aplicação direta às parcelas existentes dos condicionamentos e parâmetros definidos, exceto o índice máximo de utilização do solo que é de 0,65 e o índice máximo de impermeabilização do solo que é de 75%, de acordo com determinadas condições definidas em regulamento.

Espaços de Uso Especial (urbanizados)

O índice máximo de impermeabilização do solo é de 75%;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 129 129

O número máximo de pisos é 3 e a altura máxima da fachada é de 12 m, com exceção para as partes dos edifícios cuja natureza funcional e técnica exija alturas de fachada superiores.

5.6.5 Estimativa da capacidade habitacional e populacional das propostas de solo urbano

Os novos solos urbanizáveis apresentam a seguinte capacidade máxima, do ponto de vista habitacional:

Quadro 21: Estimativa da capacidade habitacional dos solos urbanizáveis Área máxima Área total Estimativa de total Subcategoria de espaço de construção (hectares) de fogos possível útil (m2) (1) Espaços Residenciais urbanizáveis tipo I 22,7 163.517,14 1090 (2) Espaços Residenciais urbanizáveis tipo II 33,7 215.907,50 720 (3) Espaços Residenciais urbanizáveis tipo III 111,0 621.437,25 2071 (3) Total 167,4 1.000.861,88 3.881 (1) Considerou-se que a área útil corresponde a 80% da área máxima de construção calculada através da aplicação do índice máximo de utilização para cada tipologia de espaço. (2) Foi assumida uma área média por fogo de 150 m2. (3) Foi assumida uma área média por fogo de 300 m2.

Assim sendo, a aplicação de forma imediata do índice máximo de utilização a cada tipologia do espaço urbanizável, leva-nos a uma capacidade máxima de cerca de 3.881 fogos. Tendo em consideração a dimensão média da família em Condeixa, em 2011, (2,7 pessoas/ família), verifica-se então que as áreas de expansão propostas suportam um acréscimo populacional máximo de cerca de 10.479 habitantes.

Por outro lado, se tivermos ainda em consideração a colmatação de espaços livres existentes dentro do espaço urbanizado (admitindo apenas 10% de espaço urbanizado livre para efeitos de colmatação da malha atual), aplicando novamente o índice máximo de utilização a cada tipologia do espaço urbanizado, chegamos a uma estimativa de cerca de 1.956 fogos. Ou seja, será razoável assumir que os espaços urbanizados terão ainda capacidade para acolher um crescimento populacional de cerca de 5.281habitantes.

Quadro 22: Estimativa da capacidade habitacional resultante da colmatação dos solos urbanizados (1) Área máxima Área total Estimativa de total Subcategoria de espaço de construção (hectares) de fogos possível útil (m2) (2) Espaços Residenciais de tipo I 70,4 45.042,96 300 (3) Espaços Residenciais de tipo II 104,8 58.684,92 196 (4) Espaços Residenciais de tipo III 912,7 438.102,30 1460 (4) Total 1087,9 541.830,17 1.956 (1) Considerou-se apenas 10% dos espaços residenciais urbanizados para efeitos de colmatação da malha urbana. (2) Considerou-se que a área útil corresponde a 80% da área máxima de construção calculada através da aplicação do índice máximo de utilização para cada tipologia de espaço. (3) Foi assumida uma área média por fogo de 150 m2. (4) Foi assumida uma área média por fogo de 300 m2.

Constata-se então que, tendo em conta os pressupostos assumidos (% de colmatação de espaços urbanizados, dimensão média de fogos e de família, etc.), a capacidade de ocupação, desta nova proposta de solo urbano,

130 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

permite a construção de aproximadamente mais 5.837 fogos, não contabilizando os que possam surgir em solo urbanizado por reabilitação de edificado existente.

As necessidades de habitação previsíveis até 2023 variam entre os 2.000 e os 2.100 fogos (valor de referência). No cálculo deste valor entraram em linha de conta as carências existentes em 2011, a pressão habitacional que vai ser exercida no território pelo esperado acréscimo demográfico, o termo da vida útil de alguns alojamentos e a necessidade vital de se constituir uma reserva de fogos vagos que permita a mobilidade habitacional e o pleno funcionamento do mercado habitacional.

Outro aspeto a ter em consideração, além das necessidades habitacionais potencialmente esperadas no horizonte deste plano, é o crescimento populacional esperado, pelo que as áreas de expansão propostas pretendem dar resposta, dentro do possível, às projeções estimadas (subcapítulo 11.1). Contudo, há que ter em conta que os valores apresentados, como capacidades previsíveis até 2023, correspondem a um teto máximo e assumem um caráter indicativo pelo que, face à indefinição/imprecisão de algumas situações, poderão não ser atingidos por várias razões, nomeadamente:

Muito embora ainda seja comum a rentabilização máxima da construção, caminha-se cada vez mais para a aplicação de critérios construtivos que privilegiam a qualidade urbanística em detrimento da densificação abusiva dos espaços. Este é, aliás, um aspeto importante intencionalmente materializado neste plano, nomeadamente com a identificação de vários espaços destinados a baixas densidades de ocupação (espaços urbanizáveis de tipo III);

Os Espaços Residenciais urbanizáveis não se destinam na totalidade ao uso habitacional, pelo que a sua ocupação com os diferentes usos inerentes ao espaço urbano, reduzem a área a afetar a habitação;

Embora a preservação e reabilitação do parque habitacional construído deva ser, cada vez mais, um objetivo de qualquer território, o certo é que se está a atravessar, presentemente, um período de transição entre um cenário onde foi marcante o peso residual das reabilitações face à construção nova e a desejável operacionalização deste intenção, impulsionada pelo recente quadro legal que visa precisamente inverter esta situação. Estes processos levam o seu tempo e no caso concreto de Condeixa-a-Nova, apesar de se constatar a existência de algumas reabilitações efetuadas por particulares, este tipo de intervenções, continua a ser residual;

O valor apresentado como necessidade previsível (entre os 2.000 e os 2.100 fogos aproximadamente) pode configurar um grau de imprecisão não negligenciável, tendo em consideração que o seu cálculo não é linear, porque envolve demasiados fatores e fundamentalmente porque a informação base nem sempre está adaptada à análise aprofundada da matéria habitacional. O mesmo se passa com o cálculo das estimativas da capacidade

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 131 131

populacional. Efetivamente, no que diz respeito ao indicador que serve de base para o cálculo da pressão habitacional (pessoas/família) e da capacidade populacional, foi considerado o valor de 2011 (2,7 pessoas/ família), sendo de realçar a tendência evidente para a atomização familiar (em 1991 o número de pessoas/família era de 3,1 e, em 2001, já era de 2,8), pelo que será muito pouco provável que este valor se mantenha. Obviamente que se este valor diminuir, conforme é expectável, as necessidades resultantes da pressão habitacional serão maiores do que as apresentadas.

A existência de alguns espaços urbanizados mas não totalmente ocupados é uma realidade mas cuja contabilidade por amostragem, se afigura com um grau de imprecisão que também não é negligenciável;

Os cálculos das necessidades devem sempre ser monitorizados. Contudo, o horizonte temporal legalmente definido pelo plano, será previsivelmente 2023, pelo que neste espaço de tempo (2011- 2023), deve considerar-se que serão necessários entre os 2.000 e os 2.100 fogos definidos;

Face ao exposto, a alguma imprevisibilidade na mobilidade da população e às políticas e opções estratégicas que vão no sentido de evitar a densificação do território parece-nos estar justificada a transformação do solo proposta nesta revisão, bem como valores entre as necessidades teoricamente previsíveis e a capacidade de absorção habitacional deste território.

132 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

6. ESTRUTURA ECOLÓGICA MUNICIPAL

A Estrutura Ecológica Municipal (EEM) é, desde logo, preconizada com a Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e de Urbanismo (Lei n.º 48/98 de 11 de agosto), que atesta a necessidade de se “assegurar o aproveitamento racional dos recursos naturais, a preservação do equilíbrio ambiental, a humanização das cidades e a funcionalidade dos espaços edificados”, e a exigência de se promover “A preservação e defesa dos solos com aptidão natural ou aproveitados para atividades agrícolas, pecuárias ou florestais, restringindo-se a sua afetação a outras utilizações aos casos em que tal for comprovadamente necessário”.

A elaboração da EEM, no âmbito de um Plano Diretor Municipal, surge em resposta à legislação vigente em matéria de ordenamento de território, designadamente no RJIGT, bem como a Portaria n.º 138/2005, de 2 de fevereiro, que fixa os demais elementos que devem acompanhar os Planos Municipais de Ordenamento do Território, referindo concretamente a obrigatoriedade da elaboração da Carta da Estrutura Ecológica Municipal.

Por sua vez, o Decreto Regulamentar n.º 11/2009, de 29 de maio, define a Estrutura Ecológica Municipal como sendo:

“o conjunto de áreas que, em virtude das suas características biofísicas ou culturais, da sua continuidade ecológica e do seu ordenamento, têm por função principal contribuir para o equilíbrio ecológico e para a proteção, conservação e valorização ambiental e paisagística dos espaços rurais e urbanos.

(…) é identificada e delimitada nos planos diretores municipais, em coerência com a estrutura regional de proteção e valorização ambiental definida nos planos regionais de ordenamento do território e com as orientações contidas nos planos sectoriais que contribuam para os objetivos definidos no número anterior.

(…) incide nas diversas categorias de solo rural e urbano com um regime de uso adequado às suas características e funções, não constituindo uma categoria autónoma.”

Deste modo, foi analisado o PROT- Centro, que no seu Sistema Ambiental, estabelece a Estrutura Regional de Proteção e Valorização Ambiental (ERPVA), informação base essencial para a definição da EEM.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 133 133

6.1 A ESTRUTURA REGIONAL DE PROTEÇÃO E VALORIZAÇÃO AMBIENTAL E O CONCELHO DE CONDEIXA-A-NOVA

Segundo o PROT-C, a ERPVA “faz parte integrante do Modelo Territorial, consiste no conjunto de áreas com valores naturais e sistemas fundamentais para a proteção e valorização ambiental, tanto na ótica do suporte à vida natural como às atividades humanas”. Por sua vez, o seu objetivo ”é o de garantir a manutenção, a funcionalidade e a sustentabilidade dos sistemas biofísicos (ciclos da água, do carbono, do azoto), assegurando, desta forma, a qualidade e a diversidade das espécies, dos habitats, dos ecossistemas e das paisagens (…) Neste sentido, a Estrutura Regional de Proteção e Valorização Ambiental deve garantir a existência de uma rede de conectividade entre os ecossistemas, contribuindo para uma maior resiliência dos habitats e das espécies face às previsíveis alterações climáticas, e possibilitando as adaptações necessárias aos sistemas biológicos para o assegurar das suas funções.”

A ERPVA é constituída por áreas nucleares e corredores ecológicos e integra ainda as áreas abrangidas por regimes especiais, nomeadamente as áreas de Reserva Ecológica Nacional, da Reserva Agrícola Nacional e o Domínio Hídrico.

De seguida, apresenta-se um quadro com a descrição da ERPVA para a região Centro e a sua aplicabilidade ao concelho de Condeixa-a-Nova. São também apresentados os cartogramas da ERPVA com a inserção do limite de concelho, de modo a permitir a perceção geral das áreas abrangidas pela ERPVA. É de referir que a figura apresentada é de leitura difícil, mas é a única disponível.

Figura 7: ERPVA do PROT-C e o concelho de Condeixa-a-Nova

Fonte: Proposta do PROT-C, maio 2011

134 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Quadro 23: ERPVA para o território do PROT-C - concelho de Condeixa-a-Nova APLICABILIDADE AO ESTRUTURA REGIONAL DE PROTEÇÃO E VALORIZAÇÃO AMBIENTAL CONCELHO DE CONDEIXA-A- NOVA Componente Concretização Delimitação Delimitação Rede Nacional de Áreas Protegidas e De acordo com os instrumentos Reserva Natural do Paul do Arzila Áreas Nucleares – Áreas áreas classificadas da RN 2000 de gestão territorial eficazes SIC do Paul de Arzila classificadas ZPE do Paul de Arzila

Povoamentos de folhosas autóctones Carta de Ocupação do Solo Matos esclerofíticos Estudos específicos Coberto vegetal com interesse vegetal: Áreas Nucleares – Outras Zonas húmidas (estuários, lagunas Ortofotomapas manchas florestais com quercíneas e áreas sensíveis litorais, pauis, salinas e sapais) Visitas de campo vegetação arbustiva calcícola Sistemas dunares e arribas costeiras

Corredor Litoral: 2 km a partir da linha de costa, integrando uma faixa de 500 m de interdição, e uma faixa entre os 500m e os Corredor Litoral 2km a sujeitar a condicionamentos. Corredor do Mondego, Lis, Paiva, Restantes Corredores (Lis, Paiva, Corredores Ecológicos Zêzere e Vouga Zêzere, Mondego, Vouga e Não se aplica Estruturantes Corredor Interior Interior) - os corredores integram

as áreas de baixa aluvionar e 1 km para cada lado da margem. Quando não existe baixa aluvionar, os corredores terão 2 km (1 km para cada lado, medido a partir do eixo do rio).

Linhas de água e na zona costeira da Corredores ecológicos dos PROF Corredor da Ribeira de Bruscos região que salvaguardam a ligação e com 500 metros. Estes Corredores Ecológicos Corredor da Ribeira Vale Madrigal intercâmbios genéticos entre as áreas corredores devem ter 500 m de Secundários Corredor da Ribeira de Cernache nucleares largura mínima para cada lado a partir do eixo do rio. Corredor do Rio Ega

Fonte: Proposta do PROT-C, maio 2011

6.2 METODOLOGIA DE ADAPTAÇÃO DE CONTEÚDO DA ERPVA À ESCALA MUNICIPAL

Atendendo à exposição feita anteriormente, a adaptação da ERPVA à escala do concelho de Condeixa-a-Nova foi feita em duas etapas. Numa primeira etapa são analisadas todas as áreas com potencialidades para integrarem a EEM resultantes da aplicabilidade direta ao território do concelho de Condeixa-a-Nova da ERPVA, que se designou EEM Potencial. Numa segunda etapa são delimitadas as áreas que efetivamente têm importância ecológica para o concelho, a EEM Efetiva.

6.2.1 Etapa 1: Estrutura Ecológica Municipal Potencial

Antes de mais importa esclarecer que apesar da figura de imagem da ERPVA presente no volume do PROT dar a indicação de que o concelho em estudo seria abrangido pelo Corredor Ecológico Estruturante do Mondego verificou-se que tal não acontece, tal como se pode observar pela figura a seguir apresentada. Para a demarcação do Corredor do Mondego, na área envolvente ao limite do concelho, começou-se por diferenciar as suas diversas partes: o leito do rio propriamente dito, a baixa aluvionar - marcada com o auxílio da cartografia, dos ortofotomapas (2012), e que corresponde aos campos agrícolas do vale do rio Mondego confinados entre o

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 135 135

leito do rio e a linha de caminho-de-ferro -, e por fim, marcou-se a faixa de 1 km definida a partir da baixa aluvionar.

Figura 8: Corredor ecológico estruturante do Mondego e o concelho de Condeixa-a-Nova

Áreas Nucleares – Áreas classificadas

Correspondem às áreas de maior importância ecológica que no concelho se traduzem através da presença de parte da Reserva Natural do Paul de Arzila e de parte do SIC e ZPE Paul de Arzila.

136 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Figura 9: Áreas Nucleares – Áreas classificadas

Áreas Nucleares – Outras áreas sensíveis

São áreas que abrangem valores para a conservação da natureza (biótopos naturais de valor) como sejam as áreas agroflorestais e outros sistemas biogeográficos, não classificados. No caso do concelho de Condeixa-a- Nova, trata-se de manchas florestais com presença de quercíneas, com destaque para o Quercus ilex, Quercus faginea e o Quercus suber, sobreviventes da floresta originária desta região, tal como a vegetação calcícola, com a presença do Quercus coccifera. Optou-se por designar estas áreas como sendo coberto vegetal com

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 137 137

interesse ecológico com potencial para integrar a EEM. As áreas apresentadas foram retiradas da peça desenhada relativa aos Valores Naturais que consta do Volume I, que por sua vez teve como base a COS’90.

Figura 10: Coberto vegetal com importância ecológica com potencial para integrar a EEM

138 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Corredores Ecológicos Secundários

Os corredores ecológicos secundários são assentes nas linhas de água e salvaguardam a ligação entre as áreas nucleares, promovendo a continuidade espacial e a conectividade das componentes da biodiversidade. A delimitação destes corredores teve em consideração dois critérios: os corredores ecológicos do PROFCL e uma faixa de 500 m de largura para cada lado a partir dos eixos das linhas de água consideradas, segundo o PROT- C. Sendo assim, os rios considerados para incluírem estes corredores foram os seguintes: a ribeira de Bruscos (ribeira de Condeixa) com continuação no rio Ega, a ribeira Vale Madrigal com continuação no rio Ega e a ribeira de Cernache.

Figura 11: Corredores ecológicos secundários potenciais

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 139 139

Para além das componentes acima assinaladas da ERPVA, e segundo indicação do PROT para a articulação da ERPVA com os PMOT, a Estrutura Ecológica Municipal deve integrar também as áreas de Reserva Ecológica Nacional, Reserva Agrícola Nacional e Domínio Hídrico.

Para a REN de Condeixa-a-Nova, utilizou-se a sua versão mais recente, elaborada pela CCDR-Centro, e aprovada pela CNREN (aguarda-se a sua aprovação pelo Governo e a subsequente publicação) e constante da Planta de Condicionantes. Para a RAN, considerou-se a delimitação validada pela DRAP-Centro e que consta, também, da Planta de Condicionantes. Em relação ao Domínio Hídrico, inerente à cartografia utilizada, são incluídas as linhas de água dela constante.

6.2.2 Etapa 2: Estrutura Ecológica Municipal Efetiva

Na Etapa 2 procedeu-se à concretização da EEM, tendo como base a EEM potencial. De uma forma geral, foram introduzidas as propostas de ordenamento do solo urbano com usos não compatíveis com a EEM, que refletem a estratégia de desenvolvimento do concelho e efetuadas adaptações à fisiografia do território na EEM potencial.

Por conseguinte, as adaptações da ERPVA à escala municipal atenderam aos seguintes aspetos:

À fisiografia dos vales das seguintes linhas de águas: ribeira de Bruscos, rio Ega, ribeira do Vale Madrigal e ribeira de Cernache;

Ao tecido urbano consolidado;

Aos perímetros urbanos do atual PDM;

À proposta de ordenamento do solo urbano, através dos perímetros urbanos propostos assente na estratégia de desenvolvimento;

À manutenção da nucleação bem definida dos diversos aglomerados que os corredores ecológicos secundários atravessam;

À proposta de ordenamento do solo rural, através da criação de outras categorias de solo rural com usos não compatíveis com a EEM, mais concretamente os Espaços de Recursos Geológicos,

À manutenção em solo rural das principais várzeas existentes no concelho (ribeira de Bruscos, rio Ega, ribeira do Vale Madrigal e ribeira de Cernache).

De seguida são analisadas as adaptações feitas em relação a cada uma das componentes.

De referir que com o intuito de garantir a continuidade da EEM foram ainda integradas nesta algumas áreas de ligação, que asseguram a conectividade entre as diversas componentes deste sistema, apesar de não integrarem nenhuma delas em particular.

140 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Áreas Nucleares – Áreas classificadas

São consideradas integralmente na Estrutura Ecológica Municipal: a Reserva Natural do Paul de Arzila, o SIC e a ZPE Paul de Arzila.

Áreas Nucleares – Outras áreas sensíveis

Do “Coberto Vegetal com importância ecológica” foram agregadas as manchas com maior expressão no território, situadas na sua maioria na Serra da Senhora do Círculo e Serra de Janeanes e nas imediações do aglomerado do Zambujal.

Figura 12: Coberto vegetal com importância ecológica incluído na EEM

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 141 141

Corredores Ecológicos Secundários

A delimitação efetiva destes corredores atendeu à fisiografia dos vales onde se inserem. Assim, sempre que possível, a delimitação foi feita por estradas, caminhos, ou outros obstáculos físicos, por curvas de nível, ou pela ocupação do solo, de modo a que os Corredores Ecológicos Secundários previsto na ERPVA (e no PROF-CL) se ajustem aos valores e funções ecológicas em presença.

Figura 13: Corredor ecológico secundário efetivo

142 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Reserva Ecológica Nacional e Reserva Agrícola Nacional

No que se refere à REN, segundo o artigo 9º do Decreto-Lei n.º 166/2008 de 22 de Agosto em que a REN deverá fazer parte integrante da Estrutura Ecológica Municipal, foram considerados todos os seus sistemas, tendo apenas sido “retiradas” as áreas que se encontram afetas à exploração de recursos geológicos, pois embora sejam áreas condicionadas pelo regime da REN não se considera possuírem características para integrar a EEM.

Figura 14: Sistemas da REN incluídos na EEM

Quanto à RAN foram consideradas as manchas com maior consistência em termos de área e configuração geográfica, de modo a que a EEM não se torne uma estrutura fragmentada e sem continuidade, ou de uma continuidade “artificial”. De referir que as manchas da RAN mais consistente são, na sua maioria, coincidentes com os corredores ecológicos secundários.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 143 143

Figura 15: RAN incluída na EEM

Integração da Estrutura Ecológica Municipal na Proposta de Perímetros Urbanos - Espaços verdes urbanos

A proposta de perímetros urbanos integra a definição de espaços verdes que, em contexto urbano, integram espaços pertencentes à Estrutura Ecológica Municipal.

Os Espaços verdes de proteção e enquadramento compreendem áreas com caracter agrícola (algumas delas entretanto excluídas da RAN), REN, áreas atravessadas por linhas de água, bem como zonas húmidas.

Os restantes Espaços verdes de recreio e lazer compreendem espaços públicos ou privados, construídos ou naturais e que no concelho de Condeixa-a-Nova correspondem ao parque verde associado à ribeira de Bruscos, a praça municipal, em Condeixa-a-Nova, e a uma praça, em Ega. Estes espaços, sempre que possível, foram interligados através de ruas, caminhos e património, de modo a concretizar o “continuum naturale” no espaço urbano.

144 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluindo, o concelho de Condeixa-a-Nova apresenta uma importante valência ecológica proveniente da presença da Reserva Natural do Paul de Arzila e das áreas da Rede Natura 2000 que lhe estão subjacentes. Para além desta importante zona húmida, a EEM é constituída por corredores ecológicos secundários, que enquanto afluentes do rio Mondego assumem particular importância na promoção do ciclo da água na região. A presença de áreas com coberto vegetal remanescente da floresta autóctone também contribui para o valor ecológico do concelho, com especial destaque para a sua presença na Serra da Senhora do Círculo e Serra de Janeanes, pertencentes aos Maciço da Serra do Sicó. Refira-se aliás, que esta serra constitui também uma componente para a EEM, pois para além do coberto vegetal é também muito importante como área máxima de infiltração. Por fim, importa realçar que apesar dos aglomerados urbanos se desenvolverem inseridos nos referidos corredores, as atuais propostas de ordenamento assentam, na sua maioria, nos perímetros urbanos do atual PDM, assegurando-se a preservação dos valores ecológicos em causa através da afetação das áreas de maior sensibilidade ecológica à categoria dos “Espaços Verdes.

A EEM integrada na Planta de Ordenamento, sobrepõe-se à classificação do solo, tendo no entanto uma regulamentação própria de modo a salvaguardar os aspetos mais importantes da Estrutura, nomeadamente a preservação de elementos da paisagem e alteração do coberto vegetal. É também de salientar que a EEM representa 54% do território.

A delimitação da EEM consta da peça desenhada n.º 1 (Volume II), onde surge desagregada pelas suas diversas componentes, conforme enunciado anteriormente: REN, RAN, Reserva Natural, Sítio e ZPE do Paul de Arzila, coberto vegetal com interesse ecológico, o corredor ecológico da ERPVA e do PROFCL e espaços verdes urbanos.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 145 145

7. VALORES CULTURAIS E NATURAIS

De acordo com o definido nas bases da política de proteção e valorização do património cultural, segundo a legislação em vigor, este integra “todos os bens que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devem ser objeto de especial proteção e valorização”, designadamente por possuírem interesse histórico, arqueológico, artístico, científico, social ou técnico, são particularmente notáveis pela sua antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou exemplaridade, e por isso devem ser objeto de especial proteção e valorização.

Aos Valores Culturais, juntam-se ainda um conjunto de locais com interesse geológico e uma árvore de interesse público que, pela sua importância natural e também cultural, devem ser devidamente protegidos e salvaguardados.

Os IGT são reconhecidamente identificados como instrumentos do regime de valorização dos bens culturais, tendo-se já assumido que no concelho de Condeixa-a-Nova estes deverão constituir uma peça essencial no processo de desenvolvimento do território.

No âmbito da presente revisão, e conforme representado na Planta de Ordenamento, os valores culturais e naturais em presença no concelho integram:

Património classificado e em vias de classificação;

Património arqueológico;

Património com interesse municipal e outro património com interesse;

Conjuntos com interesse;

Locais com interesse geológico;

Árvores de interesse público.

Além dos valores culturais e naturais definidos é delimitada uma Área condicionada de proteção às Ruínas de Conímbriga que tem por objetivo a salvaguarda do enquadramento visual da sua envolvente edificada uma vez que a importância deste imóvel não se esgota em si mesmo, sendo essencial garantir a qualidade do seu enquadramento paisagístico, contribuindo desta forma para a valorização de todo o complexo museológico.

7.1 REGIME DE PROTECÇÃO LEGAL

O regime de proteção e valorização do património cultural é estabelecido na Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro (Lei de Bases do Património), que pretende promover a política do património cultural, visando garantir “a efetivação do direito à cultura e à fruição cultural”.

146 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

A proteção legal dos bens culturais imóveis tem por base a sua classificação e inventariação. Os bens culturais imóveis são classificados como:

de interesse nacional, sejam monumentos, conjuntos ou sítios, adotando-se a designação “Monumento Nacional”, quando representam um valor cultural de significado para a Nação. Podem ainda incluir bens culturais imóveis incluídos na lista do património mundial;

de interesse público quando representam ainda um valor cultural de importância nacional, mas para os quais o regime de proteção inerente à classificação como de interesse nacional se mostra desproporcionado;

de interesse municipal quando representam um valor cultural de significado predominante para um determinado município.

Os bens culturais imóveis incluídos na lista do património mundial passam também a integrar a lista de bens classificados como de interesse nacional.

Os bens culturais são agrupados nas seguintes categorias (de acordo com a Lei de Bases do Património e com a Convenção para a Salvaguarda do Património Arquitetónico da Europa ratificada pelo Decreto do Presidente da República n.º 5/91, de 23 de Janeiro):

Monumentos – construções, incluindo as instalações ou os elementos decorativos que delas fazem parte integrante;

Conjuntos – agrupamentos homogéneos de construções, urbanas ou rurais, suficientemente coerentes para serem objeto de uma delimitação topográfica;

Sítios – obras combinadas do homem e da natureza, parcialmente construídas e constituindo espaços suficientemente característicos e homogéneos para serem objeto de uma delimitação topográfica.

A proteção legal dos bens com valor cultural classificados é fixada por Decreto, quando se trate de monumento nacional, por Portaria quando se trate de um bem com interesse público, e por competência da Câmara Municipal quando são de interesse municipal.

Estes bens imóveis classificados ou em vias de classificação, beneficiam na sua envolvente de uma zona geral de proteção de 50m contados a partir dos limites externos do imóvel, fixada automaticamente com o início do procedimento de classificação, sendo recomendado que estes disponham ainda de uma zona especial de proteção (ZEP), fixada por Portaria, onde é indicada a área sujeita a servidão e os encargos por ela impostos. Esta ZEP pode incluir zonas non aedificandi.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 147 147

O Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de Outubro introduz ainda o conceito de zona especial de proteção provisória que “é fixada quando a zona geral de proteção se revele insuficiente ou desadequada para a proteção e valorização do bem imóvel”.

A classificação de um bem cultural imóvel impõe restrições de utilidade pública sobre o imóvel e servidões administrativas sobre a sua envolvente.

As disposições da Lei n.º 107/2001 aplicam-se apenas à classificação de bens culturais imóveis que mereçam a designação de monumento nacional ou de interesse publico e, quando assim seja previsto na legislação de desenvolvimento desta lei, aos bens classificados como de interesse municipal.

O procedimento de classificação de bens culturais imóveis, a definição do regime de proteção e o estabelecimento das regras para a elaboração do plano de pormenor de salvaguarda, seguem o disposto no Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de Outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, de 5 de Dezembro.

Com particular relevância para o contexto das competências da administração local, este diploma, vem finalmente consagrar a possibilidade dos municípios aplicarem o regime geral de proteção de bens culturais imóveis, aos imóveis classificados ou em vias de classificação como de interesse municipal.

Há ainda a considerar o Decreto-Lei n.º 140/2009, de 15 de Junho, relativo aos projetos de obras de edificação, e o Decreto-Lei n.º 138/ 2009, de 15 de Junho, que cria fundo de salvaguarda do Património Cultural.

Consideram-se elementos integrantes do património arqueológico, “todos os vestígios, bens e outros indícios da evolução do planeta, de vida e dos seres humanos:

cuja preservação e estudo permitam traçar a história da vida e da humanidade e a sua relação com o ambiente;

cuja principal fonte de informação seja constituída por escavações, prospecções, descobertas ou outros métodos de pesquisa relacionados com o ser humano e o ambiente que o rodeia.”

Uma última referência para o património imaterial, cujo regime jurídico se encontra definido no Decreto-Lei n.º 139/2009, de 15 de Junho (em desenvolvimento do disposto na Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro), que estabelece a salvaguarda das manifestações do património cultural imaterial, através da definição de medidas de salvaguarda e do procedimento de inventariação, abrangendo os seguintes domínios: (i) tradições e expressões orais, incluindo a língua como vector do património cultural imaterial; (ii) expressões artísticas e manifestações de carácter performativo; (iii) práticas sociais, rituais e eventos festivos; (iv) conhecimentos e práticas relacionados com a natureza e o universo; e (v) competências no âmbito de processos e técnicas tradicionais. Foi efetuada uma breve abordagem nos Estudos de Caraterização, considerando-se, no entanto, que esta

148 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

temática de cariz tão específico deverá ser tratada no âmbito da elaboração de uma Carta do Património, por forma a garantir um tratamento adequado do património em causa.

Na Planta de Ordenamento, à escala 1:25 000, encontram-se assinalados os elementos que correspondem a Património classificado ou em vias de classificação, Património com interesse municipal e outro património com interesse, Património arqueológico, Conjuntos com interesse, Locais com interesse geológico e Árvores de interesse público.

7.2 PATRIMÓNIO CLASSIFICADO E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO

No concelho de Condeixa-a-Nova existem onze imóveis classificados, dois como monumentos nacionais, sete como imóveis de interesse público e dois como imóveis de interesse municipal, e ainda, um Imóvel em vias de classificação.

Para além da necessidade de preservação do próprio imóvel, é fundamental salvaguardar a sua envolvente, de forma a contrariar a existência de elementos dissonantes que acabam por descaracterizar o imóvel. Existem, então, os seguintes imóveis classificados:

Monumentos Nacionais e zonas de proteção

Ruínas de Conímbriga (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) (Decreto de 16 de junho de 1910, DG n.º 136, de 23 de junho de 1910, ZEP - DG n.º 277, II Série, de 25 de novembro de 1971);

Aqueduto Romano de Conímbriga e do "Castellum" de Alcabideque (Condeixa-a-Velha/ Condeixa- a-Nova) (Decreto n.º 47508, DG n.º 20, de 24 de janeiro de 1967, ZEP - DG n.º 277, II Série, de 25 de novembro de 1971).

Imóveis de Interesse Público e zonas de proteção

Capela de Nossa Senhora da Lapa/ Capela da Lapinha (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) (Decreto n.º 67/97, DR n.º 301, de 31 de dezembro de 1997);

Palácio dos Figueiredos/ Paços do Concelho de Condeixa-a-Nova (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a- Nova) (Decreto n.º 735/74, DG n.º 297, de 21 de dezembro de 1974);

Palácio dos Lemos/ Palácio Sotto Maior (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) (Decreto n.º 735/74, DG n.º 297, de 21 de dezembro de 1974);

Igreja de Nossa Senhora da Graça / Igreja Matriz de Ega (Ega) (Decreto n.º 40 361, DG n.º 228, de 20 outubro de 1955);

Paço dos Comendadores da Ega/ Paço da Ordem de Cristo (Ega) (Decreto n.º 5/2002, DR n.º 42, de 19 de fevereiro de 2002);

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 149 149

Pelourinho de Ega (Ega) (Decreto n.º 23 122, DG n.º 231, de 11 de outubro de 1933);

Villa Romana do Rabaçal (Zambujal) (Portaria n.º 431-D/2013, DR n.º 124 de 1 julho de 2013).

Imóveis de Interesse Municipal

Casa das Colunas (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) (Decreto n.º 735/74, DG n.º 297 de 21 de dezembro de 1974);

Casa de São Tomé (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) (Decreto n.º 735/74, DG n.º 297 de 21 de dezembro de 1974).

Imóveis em Vias de Classificação e zona de proteção

Igreja Matriz do Sebal (Sebal/ Belide) (Despacho de 24 de Fevereiro de 2010, ZEP - Despacho de 24 de Fevereiro de 2010).

7.3 PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO

O património arqueológico constitui um legado vivo das comunidades desaparecidas no tempo, e como tal, a inserção dos valores arqueológicos, como herança cultural, é essencial no âmbito do ordenamento do território. A inclusão do património arqueológico como património a preservar visa, essencialmente, evitar que o desenvolvimento do concelho se realize à custa da destruição das memórias do passado.

Na Planta de Ordenamento, à escala 1:25 000, foram assinaladas as áreas de protecção dos sítios arqueológicos que constam no inventário elaborado e fornecido pela entidade responsável, listados de seguida:

I. Anobra - Povoado - Anobra (CNS - 24898) II. Currais - Villa – Vila Seca/ Bendafé (CNS - 24914) III. Castelo - Povoado - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 32872) IV. Condeixa-a-Nova - Achado(s) Isolado(s) - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 7464) V. Condeixa-a-Nova - Praça da República/Largo Rodrigo da Fonseca - Palácio - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a- Nova (CNS - 30071) VI. Quinta de Silvães/Silvais - Casal Rústico - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 16430) VII. Alcabideque - Aqueduto - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 7466) VIII. Algar - Achado(s) Isolado(s) - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 7475) IX. Atadoa - Achado(s) Isolado(s) - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 7467) X. Barroco - Achado(s) Isolado(s) - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 19644)

XI. XII. Carrascal - Achado(s) Isolado(s) - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 7473) XIII. Condeixa-a-Nova - Rua de - Necrópole - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 31966) XIV. Eira Pedrinha - Abrigo - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 2196) XV. Nossa Senhora da Piedade - Villa - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 24913) XVI. Ponte da Sancha - Ponte - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 7474)

150 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

XVII. Reconcos - Achado(s) Isolado(s) - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 7463) XVIII. Revolta Seca - Achado(s) Isolado(s) - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 7471) XIX. Ruínas de Conímbriga - Cidade - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 251) XX. Valada - Achado(s) Isolado(s) - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 7470) XXI. Vinhal - Achado(s) Isolado(s) - Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova (CNS - 7468) XXII. Barrios de Baixo - Achado(s) Isolado(s) - Ega (CNS - 7478) XXIII. Carreirinha - Achado(s) Isolado(s) - Ega (CNS - 24910) XXIV. Casal Cuco - Habitat - Ega (CNS - 24755) XXV. Costeiras - Achado(s) Isolado(s) - Ega (CNS - 17109) XXVI. Ega - Indeterminado - Ega (CNS - 4407) XXVII. Fornos de Castel - Achado(s) Isolado(s) - Ega (CNS - 7481) XXVIII. Largo da Feira de São Martinho - Cidade - Ega (CNS - 20359) XXIX. Moroiços - Villa - Ega (CNS - 7479) XXX. Pedrógãos - Achado(s) Isolado(s) - Ega (CNS - 7476) XXXI. Abrigo 1 de Vale dos Covões - Abrigo - Furadouro (CNS - 16989) XXXII. Senhora do Circulo / do Circo - Povoado Fortificado - Furadouro (CNS - 19179) XXXIII. Castelo / Outeiro do Castelo / Castro do Outeiro - Povoado - Sebal/ Belide (CNS - 32871) XXXIV. Moira - Achado(s) Isolado(s) - Sebal/ Belide (CNS - 7480) XXXV. Olival da Miquinhas - Villa - Sebal/ Belide (CNS - 12194) XXXVI. Selão - Achado(s) Isolado(s) - Sebal/ Belide (CNS - 24752) XXXVII. Venda da Luisa - Mancha de Ocupação - Sebal/ Belide (CNS - 4626) XXXVIII. Alcouce - Casal Rústico - Vila Seca/ Bendafé (CNS - 17119) XXXIX. Cascalheira - Achado(s) Isolado(s) - Vila Seca/ Bendafé (CNS - 7483) XL. Mouredos - Achado(s) Isolado(s) - Vila Seca/ Bendafé (CNS - 7482) XLI. Tojeira - Habitat - Vila Seca/ Bendafé (CNS - 24786) XLII. Buracas do Casmilo - Arte Rupestre - Zambujal (CNS - 33694) XLIII. Covão da Povóa - Vestígios Diversos - Zambujal (CNS - 7487) XLIV. Galega do Pragal - Habitat - Zambujal (CNS - 24968) XLV. Lameiros - Vestígios Diversos - Zambujal (CNS - 7484) XLVI. Monte da Pêga - Povoado - Zambujal (CNS - 24954) XLVII. Mouroiços - Indeterminado - Zambujal (CNS - 24966) XLVIII. Porta d' Angere - Habitat - Zambujal (CNS - 24969) XLIX. Vale da Porta - Habitat - Zambujal (CNS - 24967) L. Vale das Buracas. Depósito - Zambujal (CNS - 11396)

Relativamente à sua proteção a Lei de Bases do Património estabelece uma regulamentação específica para estes elementos patrimoniais, sendo-lhes aplicável o “princípio de conservação pelo registo científicos”, cabendo ao Estado o dever de criar, manter e atualizar o inventário nacional georreferenciado do património arqueológico imóvel.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 151 151

Segundo o referido diploma, é recomendada a elaboração de uma Carta de Património Arqueológico, com vista ao “salvamento da informação arqueológica contida no solo e no subsolo dos aglomerados urbanos”.

De notar, e conforme diagnosticado em fase precedente da revisão do Plano, é o facto de, apesar de se encontrarem presentes no concelho inúmeros sítios arqueológicos, se verificar que apenas um reduzidíssimo número possui condições para ser visitado, o que revela um subaproveitamento do notável recurso concelhio que é o património arqueológico. Recomenda-se, assim, que seja promovida a sua divulgação, definido um roteiro que integre os sítios com maior relevância, dotando-os de condições mínimas de visitação.

7.4 PATRIMÓNIO COM INTERESSE MUNICIPAL E OUTRO PATRIMÓNIO COM INTERESSE

Foram identificados alguns imóveis que se considera possuírem valor patrimonial, devendo, por isso, ser preservados. Alguns destes imóveis possuem linhas marcantemente urbanas, outros são de feição mais rural, mais ligada à propriedade. Estes imóveis são exemplos de arquitetura religiosa, civil (pública e privada) e estruturas de apoio.

Na listagem abaixo, distinguem-se diversos imóveis que constituem exemplos de merecido destaque, alguns deles identificados como imóveis com importância a nível concelhio e que, por isso, são abrangidos por uma zona de proteção (definida em regulamento). Os restantes Todavia, existem outros imóveis cuja preservação e requalificação é igualmente importante. Na impossibilidade de identificar todos os exemplos com valor histórico e arquitetónico, todas as intervenções devem ficar condicionadas a parecer da Câmara Municipal.

Arquitetura Religiosa

Igreja Matriz de Anobra (Anobra) – imóvel de interesse concelhio

Igreja Matriz de Belide (Sebal/ Belide) – imóvel de interesse concelhio

Igreja Matriz de Bendafé (Vila Seca/ Bendafé)

Igreja Matriz de Condeixa-a-Nova (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) – imóvel de interesse concelhio

Capela de Nossa Senhora do Amparo (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Igreja Matriz de Condeixa-a-Velha (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) – imóvel de interesse concelhio

Capela de Santa Maria Madalena (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Capela de São Sebastião (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Capela de Santa Isabel (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Capela de Nossa Senhora da Piedade (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Capela de Santo António (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Capela de São Romão (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Capela de São Martinho (Ega) – imóvel de interesse concelhio

152 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Capela de Santo António (Ega)

Capela de São João (Ega)

Capela de São Pedro (Ega)

Igreja Matriz do Furadouro (Furadouro)

Capela do Marco (Furadouro)

Capela de São Paulo (Furadouro)

Igreja Matriz de Vila Seca (Vila Seca/ Bendafé) – imóvel de interesse concelhio

Capela do Espírito Santo (Vila Seca/ Bendafé)

Capela de São João Batista (Vila Seca/ Bendafé)

Capela de Santo António (Vila Seca/ Bendafé)

Capela de Nossa Senhora da Conceição (Vila Seca/ Bendafé)

Capela de Nossa Senhora do Rosário (Vila Seca/ Bendafé)

Capela de Santa Vitória (Vila Seca/ Bendafé)

Igreja Matriz do Zambujal (Zambujal) – imóvel de interesse concelhio

Capela de Santa Cristina (Zambujal)

Capela de Janeanes (Zambujal)

Alminhas

Cruzeiros

Arquitetura Civil

Casa da Melhora (Anobra)

Casa dos Pereira Coutinho (Sebal/ Belide)

Casa com alpendre em Bendafé (Vila Seca/ Bendafé)

Casa da Quinta do Travaz (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) – imóvel de interesse concelhio

Casa Senhorial Bacelar (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) – imóvel de interesse concelhio

Casa dos Sás (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) – imóvel de interesse concelhio

Palácio Conde de Podendes (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) – imóvel de interesse concelhio

Casa Museu Fernando Namora (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) – imóvel de interesse concelhio

Casa das Ferrans (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Edifício dos antigos Paços do Concelho (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) – imóvel de interesse concelhio

Casa da Criança (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) – imóvel de interesse concelhio

Casa do Povo (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Edifício da antiga Escola Primária Conde de Ferreira (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Hospital D. Ana Laboreiro d’Eça (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 153 153

Pousada de Santa Cristina (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova) – imóvel de interesse concelhio

Monumento aos Combatentes da I Grande Guerra (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Edifício habitacional em Alcabideque (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Casa da família Costa Alemão (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Casa de Campo/ Quinta na Atadoa (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Casa dos alpendres em Avessada (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Casa com brasão em Ega (Ega)

Casa rural com alpendre em Casmilo (Furadouro)

Casa Senhorial da família A. Carvalho (Sebal/ Belide)

Casa dos Matos (Sebal/ Belide) – imóvel de interesse concelhio

Casa das Palmeiras (Sebal/ Belide)

Casa agrícola em Ventosa (Sebal/ Belide)

Casa agrícola Sotto Mayor (Sebal/ Belide)

Casa rural com alpendre em Alcouce (Vila Seca/ Bendafé)

Casa com alpendre em Mata (Vila Seca/ Bendafé)

Ponte sobre o Rio de Mouros (Zambujal)

Estruturas de Apoio

De uma forma geral, e evitando que a identificação dos elementos em listagem deixasse de fora estruturas importantes, devem condicionar-se a parecer da CM todas as intervenções em fontes, em moinhos, e noutras estruturas de apoio que mantenham o seu valor.

Fontanários (Vila Seca/ Bendafé e Zambujal)

Lavadouro (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Moinhos de água (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

Moinho de vento (Zambujal)

Nora (Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova)

7.5 CONJUNTOS COM INTERESSE

Para além dos imóveis que se consideraram, isoladamente, nos pontos anteriores, foram identificados Conjuntos com interesse (decorrentes dos estudos elaborados na fase dos Estudos de Caracterização), pela sua integração na paisagem envolvente, pelo seu valor histórico e cultural e pelas suas características de unidade arquitetónica, se destacam em relação aos restantes, podendo constituir uma aposta na dinamização de múltiplas atividades, nomeadamente a cultura e o turismo.

154 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Neste sentido, na estruturação da proposta de ordenamento teve-se em conta a necessidade de considerar os conjuntos identificados, promovendo a sua salvaguarda e valorização, e conferindo-lhes um papel de alavancagem da atratividade concelhia e da melhoria da qualidade de vida da população. Assim, foram considerados os seguintes Conjuntos:

Núcleo antigo de Bendafé;

Núcleo antigo de Condeixa-a-Nova;

Núcleo antigo de Atadoa;

Núcleo antigo de Bom Velho de Cima;

Núcleo antigo de Condeixa-a-Velha;

Núcleo antigo do Poço;

Núcleo antigo de Casmilo;

Núcleo antigo do Furadouro;

Núcleo antigo da Mata;

Núcleo antigo da Serra de Janeanes.

Para qualquer um destes conjuntos deverá apostar-se de forma incisiva na reabilitação urbana, promovendo as intervenções necessárias à sua recuperação, à melhoria da sua utilização, sem contudo comprometer o seu carácter fundamental. Deverá privilegiar-se, no entanto, um processo integrado que permita racionalizar recursos, em detrimento de intervenções avulsas que se possam revelar desarticuladas.

Refira-se, porém, que para além de uma forte aposta na recuperação do edificado, é fundamental uma intervenção no espaço público, dotando-o de condições para o usufruto da população, e reforçando a imagem urbana de aglomerado tradicional, ilustrativo da identidade local, propiciando assim a sua promoção e integração nas rotas turísticas do concelho.

7.6 LOCAIS COM INTERESSE GEOLÓGICO

Os locais com interesse geológico são definidos como sendo recursos não renováveis, de conteúdo importante para o conhecimento e estudo da evolução dos processos geológicos desde a escala regional até mesmo a uma escala nacional/mundial. O desaparecimento ou tratamento inadequado de um destes locais pode constituir um dano irreversível no valioso património que a geologia encerra e de relevante ocorrência no concelho de Condeixa-a-Nova.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 155 155

Figura 16: Locais com interesse geológico

Fonte: Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, 2012

Destacam-se os seguintes acidentes geológicos que são também considerados como Áreas com interesse geológico, integradas na categoria de Espaços Naturais (solo rural):

156 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

a) Buracas de Casmilo - formação geológica que corresponde ao que resta de várias salas de uma gruta existente no interior do monte, resultando do abatimento da parte central de uma conduta que deixou a descoberto as suas partes laterais extremas; b) Lapiás de Casmilo - tem origem na infiltração e consequente ação corrosiva da água sobre o calcário e origina uma paisagem singular que se assemelha a um “deserto de pedras”; d) Canhão Fluviocársico - acidente geológico no rio de Mouros, com 3,5 km de extensão, com vertentes abruptas para o vale que chegam a atingir os 50 metros.

Para além destes locais com interesse geológico, encontram-se ainda identificados na Planta de Ordenamento os seguintes: Abrigos (Eira Pedrinha), Algar e Gruta da Arrifana, Algar do Sergaçal, Dolina de Janeanes, Dolinas do Casmilo, Dolina de Peixeiro, Gruta das Termas, Lapa da Cascata, Lapa dos Jovens, Lapa dos Loureiros e Ouvido da Relva.

7.7 ÁRVORES DE INTERESSE PÚBLICO

Assinala-se a existência de uma Árvore Isolada de Interesse Público, tratando-se de um exemplar de Liriodendron tulipífera L.. (D.G. n.º 30, II-Série, de 06/02/1942).Trata-se de uma árvore que se encontra num jardim do séc. XVIII, na Vila de Condeixa-a-Nova.

Apesar de já constar enquanto servidão na Planta de Condicionantes, a sua inclusão na Planta de Ordenamento visa reforçar a importância enquanto exemplar arbóreo raro e antigo.

7.8 POLÍTICA REGIONAL DE PROTECÇÃO E VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL

O património cultural, a par do natural, é um importante fator identitário da região Centro enquanto unidade territorial, atribuindo o PROT lugar de destaque ao papel por este desempenhado na definição da estratégia e do modelo de desenvolvimento regional. Conforme reforça este documento, logo no âmbito da Visão Estratégica que estabelece para a região, é fundamental que esta seja capaz de “valorizar os recursos culturais e patrimoniais como ativos específicos de afirmação”, nomeadamente através de:

Proteção, salvaguarda, valorização e fruição do património histórico-arqueológico e arquitetónico como fator de desenvolvimento e de garantia de originalidade, diferenciação e afirmação de identidade e memória.

Reforço da incorporação da componente cultural nos produtos de turismo cultural e de natureza, ao serviço da qualificação da região Centro como destino turístico;

Preservação e recuperação de elementos patrimoniais rurais e de paisagens culturais, como partes integrantes de estratégias de desenvolvimento rural e de afirmação de marcas território;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 157 157

Consagração da articulação património-educação como elemento formativo de excelência e de instrumento privilegiado de diálogo com o meio;

Valorização do património cultural histórico-arqueológico como elemento estruturante dos processos de regeneração urbana.

Assim, deverá ser um desígnio também do PDM, a proteção de todo e qualquer exemplar de património que contribua para a identidade cultural dos aglomerados, uma vez que a riqueza e diversidade patrimoniais contribuem decisivamente para uma imagem e paisagem urbana singulares.

No âmbito da definição do Modelo Territorial para a região o património cultural é identificado como um importante recurso de afirmação e desenvolvimento do território, fundamental enquanto fator de identidade e perpetuador da memória coletiva, devendo por isso ser promovida uma aposta na “qualificação das condições do seu conhecimento, estudo e valorização, bem como formas que fomentem a sua proteção e divulgação”. Este é também um elemento territorialmente marcante e fundamental enquanto promotor do desenvolvimento, assumindo a proteção e valorização dos valores culturais uma importância acrescida.

Ainda no âmbito da proposta de modelo territorial para o desenvolvimento turístico regional o PROT-C destaca o potencial que todo este território possui em termos de reforço de complementaridades e de aproveitamento de sinergias entre recursos turísticos, “através da exploração em rede dos ativos culturais e patrimoniais”. Relembra-se que também o PENT identifica o touring cultural enquanto um dos produtos de destaque na região Centro.

Neste domínio tem assumido um papel determinante a criação de um vasto conjunto de rotas regionais que importa consolidar, associando-as a atividades que aliem recreio e lazer a património (cultural e natural). Condeixa-a-Nova integra já alguma destas rotas, nomeadamente o Circuito de Romanização do Território do Oppidum de Conímbriga, importante contributo para o desenvolvimento deste tipo de turismo.

No contexto das Normas Orientadoras o PROT-C reforça a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre os locais de interesse patrimonial a par da promoção de ações concertadas de valorização e divulgação, apresentando nas Normas Específicas para o domínio do Património Cultural um conjunto de orientações e recomendações a promover, quer pela Administração Central, quer pelas autarquias, de entre as quais se destacam as seguintes:

DI28. No âmbito do planeamento e gestão urbanística, as autarquias locais deverão em parceria com a administração central: 1. Elaborar inventários municipais do património cultural, histórico (património arquitetónico e arqueológico) e paisagístico, de acordo com as bases metodológicas anteriormente estabelecidas; 2. Promover, nos termos da legislação em vigor, obras de conservação a efectuar em edifícios devolutos com valor cultural;

158 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

3. Identificar, atualizar e caracterizar, nos PMOT, os valores patrimoniais históricos e arqueológicos, com base em levantamentos de campo e estabelecer medidas de proteção e salvaguarda dos valores patrimoniais identificados; 4. Garantir, a nível de PDM, que os PU e PP venham a integrar as medidas de protecção e valorização do património arquitetónico e arqueológico, tendo em particular atenção o património arqueológico, o património rural e os conjuntos urbanos de relevância patrimonial; 5. Optimizar a articulação entre os serviços culturais e os de gestão urbanística e obras das autarquias no acompanhamento dos projetos localizados nos centros históricos. DI29. No mesmo âmbito, as autarquias locais, em articulação com a Administração Central, deverão: 1. Proceder à caracterização prévia do património cultural histórico-arqueológico nos programas de reflorestação, não integrados em Zona de Intervenção Florestal (ZIF).

Identificados que estão os valores culturais presentes no concelho de Condeixa-a-Nova a revisão do PDM constitui uma oportunidade para promover a sua salvaguarda, proteção e valorização, procurando intervir de forma global e consertada, aliando a recuperação dos imóveis a intervenções de regeneração urbana e requalificação do espaço público.

7.9 POLÍTICA MUNICIPAL DE PROTECÇÃO DOS VALORES CULTURAIS

Tratando-se o concelho de Condeixa-a-Nova de um concelho de assinalável relevância patrimonial, e estando-se em presença de um território de baixa densidade no contexto regional, este deverá apostar em nichos de oportunidade ligados a atividades emergentes potenciadoras dos seus ativos patrimoniais, a par, naturalmente, dos seus valores naturais e paisagísticos.

Os valores culturais deverão, assim, ser encarados como elementos polarizadores e geradores de fluxos, de pessoas e de atividades económicas, sendo para isso fundamental atuar em quatro vertentes – a preservação, a requalificação, a valorização e a promoção – que terão de ser articuladas numa estratégia sectorial de conjunto, uma vez que sem uma dificilmente se conseguirá prosseguir o sucesso das restantes.

A componente patrimonial, no contexto de Condeixa-a-Nova, é indissociável da atividade turística, recomendando-se por isso uma abordagem integrada a ambas as temáticas, por exemplo ao nível da elaboração de roteiros e percursos de visitação, orientados para uma oferta turística diversificada e inovadora, dirigidos para vertentes menos convencionais e massificadas.

Neste domínio, e em reforço do já enunciado anteriormente, deverá privilegiar-se a requalificação urbana dos aglomerados com maior significância patrimonial, reorientando, investimentos para a reabilitação e revitalização do edificado e a valorização dos espaços públicos, em detrimento da criação de novas áreas urbanas desenraizadas do tecido existente e excêntricas no acesso às funções centrais (equipamentos, comércio e serviços).

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 159 159

A recuperação do ponto de vista físico deve, assim, ser acompanhada por um conjunto de ações de revitalização cultural, social e funcional, de forma a integrar os valores culturais na vivência urbana e nas experiências, não apenas dos visitantes, mas também dos residentes.

O património construído deve ser objeto de especial cuidado através de ações de recuperação/renovação e arranjos exteriores. Deverá também ser incentivada a sua preservação com a preocupação de que as novas construções, que sejam efetuadas na sua proximidade, promovam conjuntos harmoniosos, sem, que com isto se promova a obrigatoriedade de recurso a tecnologias e linguagens tradicionais.

Para proteção dos valores culturais em presença, sugerem-se algumas medidas, que deverão ser adotadas pela Câmara Municipal:

Reabilitar os espaços urbanos e os edifícios quando necessário;

Apoiar os proprietários na reabilitação dos seus imóveis (tecnicamente e financeiramente, sempre que necessário, e que os meios disponíveis o permitam);

Dar pareceres tão completos quanto possível, e prestar acompanhamento aos proprietários durante os licenciamentos, as obras e a utilização dos edifícios e espaços a recuperar;

Elaborar, sempre que se julgue necessário, orientações municipais para as novas construções e para as recuperações de edifícios.

Propõe-se a elaboração de uma Carta Municipal de Património, que para além de um exaustivo inventário dos valores culturais em presença no concelho e suas principais características, poderá também identificar situações de risco e respetivas causas, o que contribuirá de forma decisiva para a apresentação de soluções e meios de prevenção e combate à sua degradação.

Um documento desta natureza pode constituir uma base de trabalho, não só para o reforço e manutenção de uma identidade local, mas também para a definição de orientações relativas à criação de uma oferta de produtos e serviços, vocacionada para dinamização cultural e turística, com impactes positivos na economia local.

Para além das propostas e recomendações apresentadas ao longo do presente capítulo, a salvaguarda dos valores culturais identificados é ainda assegurada pela contemplação no Regulamento do PDM de medidas de proteção dos locais onde estes valores ocorrem, bem como das respetivas áreas circundantes. Por outro lado, a integração e enquadramento de parte destes valores em UOPG, promoverá, ainda, a valorização, recuperação e proteção de determinados conjuntos.

160 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

8. REDE VIÁRIA, TRANSPORTES E MOBILIDADE

Tendo por base os Estudos de Caracterização, a proposta que seguidamente se apresenta tem como objetivo a eliminação ou minimização das principais insuficiências e estrangulamentos que se verificam ao nível da estrutura viária, das acessibilidades e da mobilidade concelhia, face aos objetivos de desenvolvimento socioeconómico definidos e ao modelo territorial estabelecido na proposta de ordenamento agora apresentada.

No seu desenvolvimento foram devidamente consideradas as perspetivas de evolução existentes no âmbito das infraestruturas viárias – quer a nível local, quer regional –, assim como o enquadramento de âmbito superior ao do planeamento municipal, nomeadamente, no que concerne à Rede Viária Nacional e ao disposto no PRN200011, constituindo um referencial balizador, embora sem caráter restritivo, para as propostas elaboradas.

8.1 REDE RODOVIÁRIA

8.1.1 Enquadramento nas Políticas Regionais

Enquadrando o sistema rodoviário do concelho na sua envolvente regional, é de referir que a visão estratégica preconizada no PROT-C (na versão de maio 2011) foca a necessidade de se superar o papel de mero espaço- canal que frequentemente está destinado a esta Região, considerada essencial para a conexão entre o Sul e o Norte do país, em particular, entre as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, bem como com o estrangeiro.

No entanto, embora as infraestruturas rodoviárias que esta Região dispõe possam desempenhar uma função de grande significado no contexto da coesão e competitividade nacional, muitas vezes funcionam também como elementos indutores de desequilíbrios entre os diversos territórios à escala regional. É neste contexto que se justifica apostar em infraestruturas suscetíveis de contribuir diretamente para o reforço da atratividade e da centralidade da Região.

O PROT-C identifica quatro Corredores Estruturantes que desempenham ou poderão vir a desempenhar uma função essencial para a promoção do desenvolvimento e internacionalização da base económica regional, assim como, para a efetivação da própria conectividade entre os principais sistemas urbanos da Região.

No sentido de operacionalizar o desenvolvimento destes corredores, o PROT-C define normas orientadoras de planeamento a integrar nos instrumentos de gestão territorial dos Municípios abrangidos. Essas orientações são as seguintes (correspondem às normas orientadoras específicas por domínio - DI51):

11 Plano Rodoviário Nacional: DL n.º 222/98, de 17 de julho, alterado pela Lei n.º 98/99 e pelo Decreto-Lei n.º 182/2003, de 16 de agosto.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 161 161

Proceder à reserva dos espaços-canal necessários para a implantação de infraestruturas lineares ainda não construídas nos instrumentos de gestão territorial, considerando a legislação sobre o ruído;

Propor a construção de variantes a Estradas Nacionais (EN) cujo traçado atravesse áreas urbanas e daí decorram limitações severas em termos de nível de serviço e/ou riscos de segurança;

Definir regras de ocupação e utilização do solo que condicionem ou proíbam a ocupação marginal das vias rodoviárias com significado supralocal.

Figura 17: Modelo Territorial do PROT-C (Sistema Acessibilidade e Transportes)

Fonte: PROT-C (maio 2011)

Dos Corredores Estruturantes identificados destaca-se o Corredor Litoral, uma vez que é neste que se enquadra o concelho de Condeixa-a-Nova. Este corredor, para além da função de ligação entre as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, já referida, desempenha ainda uma função de conexão interna e externa do sistema urbano polarizado por Coimbra, Aveiro e Leiria.

Uma vez que este corredor é vital para o desenvolvimento da Região e, também, para o desenvolvimento do país, pela sua localização litoral, possui uma grande concentração de infraestruturas, algumas estruturantes no âmbito regional. Destas, destacam-se, no contexto do concelho de Condeixa-a-Nova, os itinerários da rede principal e complementar – IP1, IC2 e A13.

162 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

O PROT-C reconhece que ao nível das soluções materiais que é necessário introduzir no sistema de infraestruturas, estas estão maioritariamente relacionadas com a conclusão da rede de itinerários complementares do PRN 2000 e com algumas estradas nacionais.

Relativamente às intervenções mais estruturais o PROT-C identifica: (i) para o IC2, a necessidade de melhoria do nível de serviço e das condições de segurança, designadamente através da materialização de novas infraestruturas com melhores condições de segurança e mobilidade, e (ii) para a A13 (Tomar – Condeixa), via considerada como Eixo Prioritário de Coesão, refere a sua importância pela necessidade de assegurar níveis elevados de acessibilidade e serviço aos territórios que este serve.

8.1.2 Acessibilidades Externas e Internas

As funções desempenhadas pelas vias que integram a rede viária concelhia, nomeadamente no que se refere aos níveis de acessibilidade servidos, apresentam-se como fator determinante no estabelecimento da sua adequada hierarquização, devendo ser analisada a adequação à estrutura, características e importância dos troços que a constituem.

Situado em plena Região Centro – sub-região do Baixo Mondego – o concelho de Condeixa-a-Nova é servido por um conjunto diversificado de ligações ao exterior. Os eixos viários que integram a Rede Nacional Fundamental e Complementar e que, na sua envolvente regional imediata, mais afetam o concelho de Condeixa- a-Nova, são os apresentados no quadro seguinte.

Quadro 24: Vias da Rede Nacional Fundamental e Complementar e respetivo itinerário

Designação Itinerário IP (Itinerários Principais) – Rede Nacional Fundamental Valença - Castro Marim: Valença – Braga – Porto – Aveiro – Coimbra – IP1 Leiria – Santarém – Lisboa – Montijo – Setúbal – Ajustrel – Faro – Castro Marim IC (Itinerários Complementares) – Rede Nacional Complementar Lisboa – Porto: Lisboa – Rio Maior – Leiria – Coimbra – São João da IC2 Madeira – Argoncilhe – Porto Setúbal – Coimbra: Setúbal – Montijo – Salvaterra de Magos – Almeirim – IC3/ A13 Entroncamento – Tomar – Penela – Condeixa – Coimbra (IP3) A13-1 Coimbra (A1) – Almalaguês – Condeixa (A13) EN (Estradas Nacionais) e ER (Estradas Regionais) – Rede Nacional Complementar Soure - Arganil: Soure – Condeixa – Miranda do Corvo – Lousã – Góis – EN342 Arganil Condeixa – Montemor-o-Velho: Condeixa – Montemor-o-Velho ER347 (entroncamento da EN 341)

Fonte: PRN2000

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 163 163

O IP1 (A1) é uma via estruturante que estabelece a ligação longitudinal entre os principais polos urbanos situados ao longo da faixa litoral, bem como a articulação com os principais eixos transversais que servem o interior, nomeadamente o IP3, IC8 e IP6. Possui um nó de ligação em Condeixa-a-Nova, situado imediatamente a Norte da sede de concelho.

O IC2 (EN1 desclassificada) constitui, em alguns troços, uma alternativa ao IP1 (A1), em parte por beneficiar de isenção de portagem. Atravessa longitudinalmente a região central do país, permitindo fácil acesso a Coimbra (a norte), a Pombal (IC8) e a Leiria (IC36-IC1-A8). No interior do concelho de Condeixa-a-Nova esta via apresenta inúmeros nós de ligação com outras vias, inclusivamente algumas de acesso local não classificadas, constituindo uma forte barreira para o ordenamento do território concelhio. Desses nós salienta-se o nó da Faia, que permite a ligação à EN342, à ER347 e à EN342 desclassificada e o nó de ligação à EM607-2. Esta via apresenta também um elevado grau de congestionamento gerado, principalmente, pela forte presença de veículos pesados e acentuado nos períodos de ponta, o que é representativo do seu desajuste funcional e físico.

A A13, lanço Tomar – Condeixa-a-Nova, cuja concretização possibilita, entre outros aspetos, uma reafectação dos fluxos longitudinais de atravessamento ao concelho de Condeixa – cuja principal alternativa era assegurada pelo IC2. A Sul (sublanço Avelar/IC8 – Penela) o traçado desenvolve-se a Nascente do território concelhio e tem como ponto de acesso mais próximo o nó de Penela (ligação através do IC3). O nó de ligação a Condeixa situa- se igualmente no exterior do território concelhio (prox. de Almalaguês), tal como a maior parte do traçado da A13-1 que assegura a ligação à EN1/IC2, e que apenas interfere tangencialmente com uma área situada a Norte dos aglomerados de Casal dos Balau e Bom Velho de Cima.

As restantes vias classificadas na rede nacional complementar, a EN342 e a ER347, possibilitam o acesso local a grande parte dos aglomerados urbanos do concelho, atravessando inclusivamente os centros dos aglomerados de maior expressão no contexto concelhio.

As EN342 e EN347 desclassificadas asseguram os acessos a nascente, região com uma densidade viária mais reduzida, possibilitando a ligação ao IC8 e ao IP2 através da A13. A nível concelhio destaca-se a sua conexão com o IC2, a EN342 e a ER347, através do nó da Faia.

Num nível hierárquico inferior às vias anteriormente mencionadas, mas não de menor importância para as acessibilidades concelhias, encontra-se um conjunto de Estradas Regionais e Municipais, que estabelecem ligações entre a rede viária principal e a rede local. Essas vias são as seguintes:

A ER1-7, localizada a Norte do concelho, liga Condeixa-a-Nova a Taveiro/EN341, sendo muitas vezes uma alternativa à EN1 (desc.)/IC2 nas deslocações a Coimbra (constituindo uma alternativa ao IP1 no acesso à Zona Industrial de Taveiro (Coimbra) e ao IC2 (Coimbra Sul);

A ER347-1 está implementada a Sudeste do concelho e assegura a ligação a Ansião;

164 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

O troço da EN1 desclassificada (e não coincidente com o IC2) é atualmente considerada uma via de distribuição, que atravessa o perímetro urbano de Condeixa, dando continuidade à Circular Interna. É uma via que facilita o acesso à vila, bem como, o seu atravessamento;

A EN110 desclassificada liga Coimbra a Penela, passando na extremidade nascente do concelho, permitindo nesta zona, o acesso à EN342 desclassificada.

Condicionalismos a nível estrutural e funcional

Na fase dos Estudos de Caracterização foi ainda possível identificar alguns condicionalismos da rede viária concelhia, a nível estrutural e funcional, que condicionam o seu bom funcionamento. Resumidamente, estes são:

Limitada capacidade da EN1 (desc.)/IC2, originada pelo elevado grau de congestionamento (acentuado nos períodos de ponta), pela ocupação marginal intensiva e pelas características físicas desajustadas às exigências funcionais inerentes ao atravessamento do centro urbano de Condeixa- a-Nova;

Articulação deficiente entre a rede viária estruturante da Vila – em particular, da sua Circular Interna – e as vias que servem as zonas de expansão situadas a Poente, provocado pelo efeito barreira da EN1 (desc.)/IC2 e pelo traçado e dimensionamento do nó da Faia;

Atrasos na concretização de algumas vias previstas no PRN 2000, nomeadamente o novo traçado do IC2 que deveria permitir uma ligação mais vantajosa a diversos quadrantes do território nacional, assegurada presentemente por uma via que, em parte do seu traçado, não garante padrões de utilização e mobilidade adequados às suas funções;

Dispersão na ocupação do solo, em particular nas zonas Norte e Oeste do Concelho, e reduzida densidade viária de algumas áreas rurais e florestais;

Configuração acentuadamente radial da rede, centrada na Vila de Condeixa-a-Nova, associada à carência de troços que assegurem o fecho de malhas e o estabelecimento de ligações transversais adequadas entre as zonas de maior dimensão;

Insuficiências registadas ao nível da sinalização horizontal e vertical, assim como, colocação de guardas de segurança, aspetos para os quais deverá ser dada especial atenção, sobretudo nos troços que efetuam travessias de aglomerados urbanos;

Escassa aplicação de mecanismos limitadores da velocidade na travessia de aglomerados urbanos, e necessidade de generalizar a introdução medidas de requalificação do espaço público;

Estrangulamentos provocados pelo atravessamento de diversos aglomerados por estradas nacionais, com impactes negativos ao nível da qualidade de vivência urbana e por outro lado ao nível da capacidade e das condições de utilização rodoviárias.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 165 165

8.1.3 Conceito Global Proposto

Seguidamente, apresentam-se os principais eixos orientadores do Conceito Global preconizado, cujo objetivo se centra na melhoria das acessibilidades concelhias através da implementação de uma hierarquia funcional da rede, decorrendo daí a definição das características físicas a adotar nos diversos troços que a constituem, concretizadas através da determinação de normas de gestão.

Assim, em termos de acessibilidade nacional, regional e local, será fundamental uma adequada inserção na rede viária exterior, dotando o município de alternativas satisfatórias de ligação a todas as direções preferenciais, determinadas pela localização dos diversos polos geradores de deslocações e pela própria estrutura da rede envolvente, tendo em atenção as suas perspetivas futuras de evolução.

Quanto às acessibilidades internas, os objetivos definidos consistem, basicamente, na melhoria qualitativa das ligações entre os principais polos geradores de tráfego intramunicipais, sobretudo entre as diferentes sedes de freguesia – assumindo especial relevância, pelo volume e natureza das deslocações geradas, as ligações à Vila de Condeixa-a-Nova – e alguns aglomerados de maior importância, para além de outros equipamentos e infraestruturas existentes e previstos.

Assim, é proposto um Conceito Global que, essencialmente, consiste num plano de estrutura viária destinado a orientar, durante o prazo de vigência do PDM, a política municipal em matéria de gestão e desenvolvimento da rede viária por parte da Autarquia, podendo, deste modo, ser considerado como a meta a atingir no sentido de a dotar de características operacionais e funcionais que permitam assegurar de modo adequado as funções de mobilidade e acessibilidade, indispensáveis ao desenvolvimento concelhio. É também fundamental, assegurar a sua articulação com o ordenamento do uso do solo agora proposto, de forma a que o sistema rodoviário, através da hierarquização funcional, assegure as funções de acessibilidade e de mobilidade da população, tanto a nível externo como interno.

São então definidos três grandes eixos orientadores de desenvolvimento ao nível das infraestruturas rodoviárias:

Melhoria das ligações ao exterior, que permita um acesso mais eficaz aos concelhos vizinhos, tendo em atenção a localização dos diferentes polos geradores, a configuração da rede concelhia e regional, bem como as suas perspetivas de evolução a curto e médio prazo;

Implementação de uma hierarquia funcional, que permita segregar convenientemente os vários tipos de tráfego envolvidos – local, de penetração, de atravessamento, etc. –, e assegurar uma transição eficiente entre os diferentes sistemas propostos, de modo a proporcionar níveis de serviço adequados com o mínimo de custos de construção e manutenção das infraestruturas viárias municipais;

166 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Definição de normas de gestão para as infraestruturas viárias – troços e interseções – que, de acordo com a hierarquização estabelecida, permitam dotá-las das características físicas e geométricas mais adequadas ao desempenho das respetivas funções, tendo, uma vez mais, presentes os custos associados à implementação de novos troços ou à beneficiação dos existentes.

A concretização do Conceito Global, além dos eixos orientadores, tem subjacente três Princípios Gerais (PG) que nortearam as propostas apresentadas para a rede viária:

PG1 – Criar condições para que as vias correspondam ao nível de serviço considerado na hierarquia viária, apostando numa efetiva gestão da rede viária que lhe forneça legibilidade e que crie condições, através da definição de faixas de proteção e de perfis transversais tipo, para assegurar uma continuidade de características mínimas em termos de geometria de traçado e de sinalização;

PG2 - Assegurar uma melhoria de qualidade nas ligações viárias entre os principais polos geradores de deslocações, em particular a vila de Condeixa-a-Nova e a cidade de Coimbra;

PG3 – Articular o planeamento da rede rodoviária com o ordenamento do uso do solo proposto, particularmente no que respeita à criação duma hierarquia de vias que evidencie a estrutura das áreas urbanas e clarifique o sistema de acessibilidades.

Tendo presentes os princípios gerais enumerados, importa ainda referir um conjunto de Objetivos Específicos (OE) que refletem opções de base nesta proposta:

OE1 – Adequar o nível de serviço das vias de acordo com a hierarquia funcional proposta, criando novas vias ou reformulando as existentes;

OE2 – Criar uma circular poente, alternativa à atual EN1 (desc.)/ IC2, minimizando os atravessamentos no centro urbano de Condeixa-a-Nova;

OE3 – Criar uma circular sul, alternativa à EN342 desclassificada;

OE4 – Adequar o nível de serviço à atual EN1 (desc.)/ IC2, enquanto o novo traçado não é efetuado;

OE5 – Criar novas ligações ao exterior, nomeadamente através da integração dos novos traçados do IC2 e da variante à EN341/EN347, de modo a melhorar a acessibilidade aos concelhos limítrofes e a desviar o tráfego do centro urbano de Condeixa-a-Nova;

OE6 – Evitar, sempre que possível, atravessamentos de aglomerados urbanos por vias que apresentem níveis de tráfego significativos, através da definição de vias alternativas (variantes).

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 167 167

8.1.4 Hierarquização funcional e propostas de intervenção

O estabelecimento duma adequada hierarquização da rede viária é extremamente importante a diversos níveis, permitindo:

a definição das características físicas e dos parâmetros técnicos de projeto mais apropriados aos diferentes troços viários – incluindo a tipologia das respetivas interseções –, tendo em consideração as condicionantes de ocupação marginal existentes e previstas;

o estabelecimento de uma ordem de prioridades das ações de manutenção, conservação e beneficiação a concretizar;

a definição dos diferentes níveis de proteção a garantir às infraestruturas viárias, com destaque para a delimitação das zonas “non aedificandi”.

Como é prática corrente em planeamento de transportes, adotou-se uma hierarquização viária baseada na classificação funcional das vias (não necessariamente coincidente com a sua classificação administrativa), tendo estas sido agrupadas em três sistemas funcionais, aos quais estão associadas diferentes características e exigências operacionais e que, sucintamente, se podem caracterizar da seguinte forma:

Sistema Primário - integra as vias mais importantes da rede, nomeadamente aquelas que asseguram as principais ligações ao exterior, servindo tráfegos de penetração e de atravessamento e, ainda, algumas ligações internas de maior importância e extensão, formando assim a base da estrutura viária concelhia, garantindo prioritariamente a função mobilidade;

Sistema Secundário – abrange as vias essencialmente coletoras, tendo como funções a ligação dos principais polos geradores de tráfego entre si e a sede do Concelho, bem como estabelecer ligações alternativas de importância secundária ao exterior. Estas vias devem assegurar a articulação entre o sistema primário e o terciário, garantindo, de forma variável e equilibrada as funções mobilidade e acessibilidade;

Sistema Terciário – constituído pelas vias menos importantes e desempenhando, fundamentalmente, a função acessibilidade, assegura o acesso local a pequenos aglomerados polarizados por sedes de freguesia ou outros núcleos de maior dimensão, podendo ainda servir algumas ligações de importância local ao exterior;

Deste modo, foi desenvolvida uma proposta de hierarquização funcional, relacionada diretamente com as funções desempenhadas pelas vias (independentemente da sua categoria administrativa), a estrutura da rede e as características dos troços que a constituem, tendo como objetivo concreto a definição de níveis hierárquicos com diferentes exigências operacionais e, logo, dos parâmetros de conceção e de proteção adequados ao seu eficaz desempenho, aspetos a contemplar ao nível do Regulamento do Plano.

168 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Figura 18: Via do Sistema Primário (IC2) Figura 19: Via do Sistema Secundário (ER1-7)

Figura 20: Via do Sistema Terciário (CM1113, em Campizes) Figura 21: Via do Sistema Terciário (Largo Rodrigo de Fonseca)

Assim, decorrente da análise anteriormente efetuada foi desenvolvida a seguinte proposta de hierarquização funcional (cartografada na peça desenhada n.º 02 do Volume II)

Sistema Primário: IP1 (A1), EN342/A13-1, EN1 desclassificada (IC2), EN342, ER347, troço da EN342 desclassificada e EN347 desclassificada, variante à EN341/ EN347, e variantes propostas aos aglomerados de Belide, Ega e Sebal (V1, V3 e V2, respetivamente);

Sistema Secundário: ER1-7, ER347-1, EN1 desclassificada, troço da EN342 desclassificada, EN110 desclassificada, EM605, EM607, EM607-2, EM608, Via N e circular interna, futuras circulares sul (V6 e V7) e poente (V4) a Condeixa-a-Nova, e variante proposta ao aglomerado de Sobreiro (V8) e ligação ao IC2 (V12);

Sistema Terciário: restantes vias do sistema concelhio identificadas na peça desenhada, essencialmente constituído por caminhos municipais (CM), rurais ou agrícolas – incluindo um número significativo de vias sem classificação administrativa atribuída que, para efeitos de análise, se optou por designar por letras (vias A a Ax) – e, na maioria dos casos, por troços curtos formados por ramificações dos eixos principais. É também constituído pelas seguintes vias propostas: Via V5, Via V9, Via V10, Via V11, Via V13, Via V14, Via V15, Via V16 e Via V17.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 169 169

Quadro 25: Hierarquia funcional proposta e jurisdição da rede rodoviária Jurisdição Via Via Sistema Designação Categoria da Via Observações sobre a via existente proposta Rede Fundamental IP1/A1 EP X Itinerário Principal Rede EN 342 Complementar EP X Entre km 28,169 e km 35,145 Estrada Nacional Rede EN Entre km 3,830 e km 4,930 Complementar EP X 342/A13-1 Entre km 5,100 e km 6,500

Estrada Nacional

Rede ER 347 Complementar EP X Entre km 27,897 e km 34,325 Estrada Regional Entre km 167,684 e km EN1 EN desclassificada EP X 177,000

SISTEMA SISTEMA PRIMÁRIO EN 342 EN desclassificada EP X Entre km 35,145 e km 38,380

EN 342 EN desclassificada EP X Entre km 38,380 e km 45,614

EN 347 EN desclassificada EP X Entre km 34,416 e km 36,817 Variante à EP X EN 341/347 Vias V1 a Município X V3 Rede ER 1-7 Complementar Município X Entre km 0,000 e km 6,442 Estrada Regional Rede ER 347-1 Complementar Município X Entre km 0,506 e km 4,234 Estrada Regional EN 110 EN desclassificada EP X Entre km 32,642 e km 33,035 EM 605 Estrada Municipal Município X EM 607 Estrada Municipal Município X

EM 607-2 Estrada Municipal Município X Rua Principal de Condeixa-a-Velha (Entre a EM 608 Estrada Municipal Município X rotunda de Condeixa-a-Velha e o viaduto) Avenidas dos Bombeiros Circular Município X Voluntários (Condeixa-a- interna

Nova) SISTEMA SISTEMA SECUNDÁRIO Antiga EN Município X Rua de Tomar 342 Rua Monsenhor Manuel Paulo Antiga EN 1 / Largo das Almas / Rua da (Eira Município X Calçada (Condeixa-a- Pedrinha) Nova/Eira Pedrinha) Via N Município X Vias V4, V6, V7, V8, Município X V12

170 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Jurisdição Via Via Sistema Designação Categoria da Via Observações sobre a via existente proposta EN 342-2 EN desclassificada EP X Entre km 0,000 e km 0,570 EM 565 Estrada Municipal Município X EM 566 Estrada Municipal Município X EM 566-1 Estrada Municipal Município X EM 605-1 Estrada Municipal Município X EM 606 Estrada Municipal Município X EM 607 Estrada Municipal Município X EM 607-1 Estrada Municipal Município X Rua Principal de Condeixa-a-Velha (Entre o EM 608 Estrada Municipal Município X viaduto e o Largo Costa Alemão) EM 609 Estrada Municipal Município X CM 1096 Caminho Municipal Município X CM 1096-2 Caminho Municipal Município X CM 1113 Caminho Municipal Município X CM 1113-1 Caminho Municipal Município X CM 1174 Caminho Municipal Município X CM 1175 Caminho Municipal Município X

CM 1177 Caminho Municipal Município X CM 1178 Caminho Municipal Município X CM 1179 Caminho Municipal Município X CM 1180 Caminho Municipal Município X CM 1181 Caminho Municipal Município X CM 1182 Caminho Municipal Município X SISTEMA TERCIÁRIO SISTEMA CM 1182-1 Caminho Municipal Município X CM 1183 Caminho Municipal Município X CM 1184 Caminho Municipal Município X Antiga EN 1 Rua Principal Município X (Arrifana) (Salgueiro/Arrifana) Vias “A” a “M” , Município X “O” a “Z” e “Aa” a “Ax” Outras vias sem denominaç ão e representad Município X as na Planta de ordenament o Vias V5, V9, V10, Município X V11 e V13 a V17

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 171 171

Rede Rodoviária Proposta

Relativamente às propostas mais estruturantes (desenvolvidas pela Estradas de Portugal e pela Autarquia), destacam-se as seguintes:

A variante à EN341/347, que permitirá a ligação entre o IP3/ A14 (Nó de Montemor-o-Velho), a ER347 e a EN341, a Nascente de Alfarelos (ligação a Coimbra Sul), não existindo, contudo, segundo informação da EP, uma data definida para a sua execução.

A circular Sul (V6 e V7), alternativa à EN342 (desclassificada), que permitirá ligar o nó da Faia, a EM608 (acesso à circular interna de Condeixa-a-Velha) e a EN342 desclassificada; a ligação entre estas duas vias é também reforçada pela via proposta que atravessa o espaço urbanizável residencial de tipo III (via V13);

A circular Poente (V4), que promoverá a interligação entre a EN342, a ER347, a EM607-2, a ER1-7 e a EN1/IC2, articulando diversos eixos radiais que atravessam alguns aglomerados que integram o perímetro urbano de Condeixa-a-Nova, a poente da EN1/IC2.

Na sequência da reformulação do IC2, está prevista uma nova ligação (V12) que vai permitir maior fluidez na distribuição do tráfego gerado por Condeixa-a-Nova, prevendo-se também que vá libertar algum tráfego do nó da Faia.

É de referir que estas vias permitirão segregar parte substancial do tráfego de atravessamento em aglomerados urbanos, essencialmente na zona de Condeixa-a-Nova.

Relativamente ao sistema primário, que se destina sobretudo ao tráfego de atravessamento, privilegiando a mobilidade, propõe-se que sejam criadas variantes aos aglomerados por elas atravessados, permitindo, desta forma, que toda a sua extensão assuma as características inerentes a este sistema. Simultaneamente, retira-se o tráfego de atravessamento do interior dos aglomerados minimizando conflitos e promovendo maior conforto e segurança às populações residentes. Esta situação verifica-se, em particular, na ER347 e na EN342, tendo sido propostas variantes aos aglomerados de Belide, Ega e Sebal (V1, V3 e V2, respetivamente).

É ainda proposta uma variante ao aglomerado de Sobreiro (V8), classificada no sistema secundário, que liga a EM607 à ER1-7, e que se desenvolve a Noroeste deste. Esta via, além de permitir o desvio do tráfego de atravessamento oriundo da ER1-7, facilita o acesso à Zona Industrial de Condeixa-a-Nova.

No que diz respeito às variantes referidas anteriormente – V1, V2, V3 e V8 –, salienta-se que, assim que estas sejam concretizadas, os troços das vias existentes, que as variantes vêm substituir, devem ser integrados no sistema terciário.

172 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Em Bendafé, uma vez que a via que serve o aglomerado é demasiado estreita, sem possibilidade de alargamento, propõe-se igualmente uma variante à aldeia (V9), classificada no sistema terciário, melhorando a ligação da zona Este do concelho a Condeixa-a-Nova.

São também representadas algumas vias previstas em estudos da autarquia, em Casal da Estrada e Pocinhos (V10 e V11), que enquadram uma área afeta a espaço urbanizável, e ainda na Zona Industrial de Condeixa-a- Nova (V15, V16 e V17), prevendo novas ligações a assegurar aquando da sua ampliação.

As vias propostas irão originar, em situações de cruzamento, novos nós rodoviários, cujas soluções deverão ser estudadas por forma a garantir um bom fluxo de tráfego e a minimizar conflitos. Foram identificados os nós nos casos em que pelo menos uma das vias integre o sistema primário ou secundário.

Quadro 26: Identificação dos nós rodoviários a estudar Designação Vias Localização N1 ER347 / V1 Norte de Belide N2 ER347 / V1 Sudeste de Belide N3 CM1096-2 / V1 Nordeste de Belide N4 ER347 / L / V2 Noroeste do Sebal N5 CM1113 / V2 Poente do Sebal N6 EM607 / V2 Sebal N7 ER347 / N / V2 Sudeste do Sebal N8 EN342 / V3 Poente de Ega N9 EM607-1 / V3 Norte de Ega N10 EM607 / V3 Nordeste de Ega N11 CM1096 / Variante à EN 341/347 Noroeste da Venda da Luisa N12 EM605 / Variante à EN 341/347 Sul de Anobra N13 EM605-1 / Variante à EN 341/347 Nordeste de Anobra N14 EN342 / V3 / V4 São Fipo N15 ER347 / V4 Poente da Ribeira N16 EM607-2 / V4 Norte de Casal da Estrada N17 ER1-7 / V4 Norte da Barreira N18 EM607-2 / IC2 Poente de Condeixa-a-Nova N20 ER 1-7 / V8 Sobreiro N21 EM605 / EM 607 / V8 Sobreiro N22 EM607-2 / V17 Zona Industrial de Condeixa-a-Nova N23 V4 / V16 Zona Industrial de Condeixa-a-Nova

Uma última nota para referir que no atual contexto económico-financeiro que o país enfrenta a construção das vias propostas, em concreto as variantes a alguns aglomerados menos povoados, poderá não se afigurar como a opção economicamente mais sustentável ou mesmo viável. Nestes casos sugere-se a adoção de outras medidas alternativas que permitam minorar os conflitos e estrangulamentos existentes, aumentando a segurança de veículos e peões, nomeadamente a introdução de medidas de acalmia de tráfego.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 173 173

Ainda assim, o PDM possui um horizonte temporal de 10 anos, pelo que se considera que a concretização destas propostas deverá ser equacionada na medida do que seja a disponibilidade económico-financeira da autarquia e dos organismos responsáveis pela sua promoção, daí se apresentar a proposta de execução destas.

8.1.5 Princípios para a gestão da rede rodoviária

Uma vez formalizado o conceito de estrutura para a rede viária torna-se necessário proceder à sua implementação. Para tal será essencial proceder à definição de normas de gestão para as infraestruturas viárias – troços e interseções –, de acordo com a hierarquização estabelecida.

Sem prejuízo de situações excecionais devidamente justificadas, nomeadamente por limitações resultantes da situação existente ou necessidade de preservação de valores patrimoniais ou ambientais, a rede rodoviária adquire as características físicas e operacionais constantes do quadro seguinte:

Quadro 27: Características físicas e operacionais da rede rodoviária Sistema Sistema Âmbito Sistema Terciário Primário Secundário Implementação de Proteção da Proteção da Recomendações particulares medidas de acalmia envolvente envolvente de tráfego Características físicas: N.º mínimo 1 sentido 2 1 1 de vias 2 sentidos 2x2 ou 2x1 2x1 ou 1x1 1x1 Separação física dos Desejável Facultativa A evitar sentidos de circulação Largura mínima das vias (m) 3,25 3,00 2,75 Largura mínima dos 2,50 2,50 2,00 passeios/bermas (m) Acessos a parcelas marginantes Condicionado Condicionado Livre Autorizado, sujeito a Estacionamento Interdito Interdito restrições operacionais da via Cargas e descargas Interditas Interditas Reguladas Corredores Permitidos Permitidos Não aconcelhável Transportes BUS coletivos: Paragens Preferencialmente Em sítio próprio Em sítio próprio em sítio próprio Circulação pedonal e de Preferencialmente Segregada Livre velocípedes segregada Dimensão mínima do perfil (m) 14,75 11,00 9,5

As características físicas e operacionais da rede rodoviária apresentadas no quadro anterior pretendem ser normas orientadoras para a gestão da rede rodoviária e estão intimamente relacionadas com a função que se pretende que cada via venha a desempenhar, não obstante da necessidade de aprofundar o estudo de todas as novas ligações ou reformulações propostas no âmbito desta revisão do PDM.

174 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Uma vez que se verificou que tanto a sinalização horizontal, como a vertical, são insuficientes, principalmente nos aglomerados urbanos e sua envolvente, considera-se indispensável a elaboração de um plano de sinalização urbana, sendo mais urgente a sua implementação nos aglomerados de nível I e II, especialmente os que são atravessados por EN e ER. Estes planos devem ter em consideração, entre outros fatores, a necessidade de aplicar, em determinadas zonas do concelho, mecanismos limitadores de velocidade na travessia de aglomerados urbanos.

De salientar que qualquer proposta de ordenamento ou intervenção urbanística, desde uma nova urbanização, à construção de um novo armazém, até à concretização de um espaço verde, tem implicações ao nível da rede viária, nomeadamente relativamente à acessibilidade e mobilidade dos utentes, devendo ser estudado cada caso em particular, tendo em consideração também os seus efeitos ao nível do ruído e da qualidade do ar.

Por fim, importa acrescentar que qualquer intervenção nas vias tuteladas pela Estradas de Portugal, S.A., terá de ser objeto de estudo específico e de pormenorizada justificação, e ser previamente submetidos a parecer e aprovação desta entidade.

8.2 TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

O sistema de transportes é um dos fatores-chave do desenvolvimento sustentável dos territórios. Os sistemas de transporte eficientes promovem esse desenvolvimento, permitindo a ligação entre trabalhadores e empregadores, comércio e consumidores, pacientes e assistência médica, alunos e centros de educação, entre outros motivos de deslocação.

Desta forma, a mobilidade representa um aspeto determinante para a qualidade de vida das populações e um fator decisivo para a competitividade dos territórios e para a promoção da coesão territorial e social.

Em territórios de cariz fortemente rural, como é o caso do concelho de Condeixa-a-Nova, o sistema de transportes funciona como um elemento de ligação efetiva entre populações dispersas em aldeias e atividades e serviços urbanos centralizados na sede de concelho. Contudo, uma baixa densidade populacional dificulta uma oferta de transportes coletivos eficiente e eficaz, motivada sobretudo pelo reduzido número de utentes. Por este motivo há uma diminuição da procura de transportes públicos coletivos, o que consequentemente aumenta o uso do transporte individual, com todos os problemas ambientais e sociais que daí advêm.

Os transportes regulares implicam a existência de massa crítica suficiente e padrões de mobilidade claramente definidos, estando vocacionados para fluxos característicos de zonas com uma densidade populacional média/alta. Este tipo de transporte não é, por isso, eficiente ou rentável quando procura servir territórios caracterizados por uma reduzida procura e uma população com padrões de mobilidade dificilmente tipificáveis.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 175 175

No entanto, apesar do baixo retorno destes sistemas, em comparação com os sistemas em áreas urbanas e de altas densidades, a implementação de um sistema de transportes é considerada a solução menos onerosa em termos de custos económicos para a sociedade em geral, pois, embora a utilização do automóvel conduza a uma liberdade na mobilidade, também provoca graves problemas ambientais e sociais, nomeadamente: emissão de gases com efeito de estufa; poluição atmosférica; poluição sonora; sinistralidade; consumo de energia; congestionamento; ocupação inadequada do espaço público; e perda de acessibilidade dos não motorizados.

Os modelos de desenvolvimento e organização do território que têm vindo a ser adotados pelos municípios condicionam e tendem a agravar as dificuldades em criar eficientes sistemas de transportes públicos, principalmente no que respeita à dispersão dos locais de residência cada vez mais distantes dos locais de trabalho, estudo e lazer. Esta situação não tem permitido a implementação de políticas de acessibilidade e mobilidade devidamente coordenadas, que envolvam a gestão da via pública e o estacionamento, favorecendo o transporte público e dissuadindo o uso do transporte individual.

Nesta perspetiva, a abordagem do sistema de transportes públicos deverá ter por base uma visão estratégica, sistémica e integradora de diversas componentes - social, económica, energética, comportamental/cívica, ambiental, qualidade de vida e gestão do espaço/ordenamento do território.

Embora, as políticas de transportes e mobilidade devam ser pensadas a nível regional, por forma a permitir uma continuidade e coesão do sistema, dada a natureza do presente Plano, a abordagem efetuada será a um nível local/concelhio, sem no entanto, esquecer o enquadramento regional do concelho de Condeixa-a-Nova.

8.2.1 Enquadramento nas Políticas Regionais

O Conceito Global proposto para o sistema de transportes públicos pretende garantir ao nível concelhio as condições de mobilidade essenciais para contribuir para a competitividade dos territórios e para a promoção da coesão territorial e social. As propostas de intervenção que dão corpo ao Conceito Global decorrem principalmente da estratégia preconizada no modelo territorial estabelecido na proposta de ordenamento da presente revisão de PDM.

A promoção da coesão, garantindo as condições mínimas de acessibilidade em tempo, custo e segurança nas diferentes parcelas do território, é essencial para a mitigação e supressão de situações de exclusão. Assim, segundo o PROT-C, surge a necessidade de encontrar, na estrutura do sistema de transportes públicos, alternativas mais eficazes e eficientes, baseadas num forte investimento na infraestruturação dos aglomerados mais remotos, na perspetiva, entre outros fatores, de uma recuperação demográfica.

No PROT-C considera-se, como intervenções prioritárias na área dos transportes, a operacionalização de sistemas intermunicipais de transporte público e o desenvolvimento de novas formas de transporte público em

176 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

áreas de baixa densidade que permitam colmatar a ausência de massa crítica local. No entanto, também se reconhece que é necessário promover estratégias específicas de (re)estruturação do povoamento nestas áreas.

Estas intervenções prioritárias devem basear-se em padrões de mobilidade sustentáveis, o que implica criar condições para a implementação de sistemas intermunicipais de transporte público mais eficazes e eficientes, através da implementação de soluções inovadoras de transporte em territórios caracterizados pela dispersão. Neste âmbito, importa reorganizar a oferta do serviço, tanto ao nível sub-regional como local, com a finalidade de contribuir para a melhoria do seu desempenho ambiental, económico e operacional.

Neste sentido, é necessário investir numa gestão ativa da procura destes serviços e numa abordagem mais integradora das matérias de planeamento e gestão da mobilidade com as opções de ordenamento do território, evitando a implementação de soluções que se limitem à mera e continuada expansão das redes de infraestruturas de transporte.

A deficiente atratividade e o fraco desempenho do sistema de transportes públicos, resultam não só, de alguma inadequação das soluções implementadas, mas também, da ausência de um quadro regulamentar claro, de um sistema de financiamento adequado, da descoordenação entre entidades e agentes com responsabilidades neste setor

Assim, um dos princípios fundamentais apresentados no PROT-C refere-se à integração física, tarifária e lógica da oferta de serviços de transporte público, sendo que para tal deverá existir uma estreita colaboração entre a Administração Central (via Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres) e as Autarquias Locais, bem como entre estas últimas.

8.2.2 Conceito Global Proposto

É necessário aumentar a atratividade do sistema de transportes, com a finalidade de aumentar a procura, levando as pessoas a substituir o transporte individual pelo coletivo. Isto só será possível quando o sistema de transportes satisfizer as necessidades em termos de qualidade, eficiência e disponibilidade.

A eficiência é essencial; sem tempos de deslocação comparáveis aos do automóvel, os transportes coletivos não podem tornar-se competitivos.

LIVRO VERDE: Por uma nova cultura de mobilidade urbana; CCE 2007

O Conceito proposto para o sistema de transportes coletivos do concelho de Condeixa-a-Nova assenta em fatores que permitem alicerçar a qualidade do sistema de transportes públicos nas suas áreas fundamentais:

política global de ordenamento do território e dos transportes;

integração de redes e serviços;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 177 177

qualidade do serviço público de transportes;

e redução do peso do transporte individual nas deslocações.

Assim, é definida a seguinte visão:

Promover a melhoria da mobilidade integrada, por forma a permitir potenciar um sistema de transportes coletivos eficiente, ambientalmente e financeiramente sustentável, contribuindo para o aumento da qualidade da oferta e como consequência o aumento da procura.

Esta visão deverá ser concretizada alicerçando-se nos seguintes três vetores de desenvolvimento do sistema de transportes:

V1 – Intermodalidade e integração tarifária;

V2 – Integração com os usos do solo e sustentabilidade;

V3 – Novas tecnologias de informação.

Estes vetores de desenvolvimento têm como finalidade alcançar a estratégia definida pela visão, assentando nos seguintes objetivos específicos:

V1 – Intermodalidade e integração tarifária

Fomentar um sistema de transportes de qualidade, integrando redes e serviços, através da consagração de uma visão sistémica e intermodal;

Adotar medidas de dissuasão do uso do transporte individual, principalmente nas deslocações pendulares;

Desenvolver uma política de integração tarifária, em coordenação com a exploração dos serviços e com a integração da informação ao público;

Definir níveis e padrões de qualidade de serviço exigentes, garantindo o fornecimento desses serviços a custos acessíveis, de acordo com os princípios de equidade e coesão social;

Melhorar a articulação entre os vários modos de transporte, a diversos níveis: físico, horários e tarifário.

V2 – Integração com os usos do solo e sustentabilidade

Promover medidas e políticas de organização da mobilidade e da sua melhor articulação com os usos do solo;

178 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Tornar o sistema de transportes competitivo face ao transporte individual, num contexto de sustentabilidade económica e ambiental;

Motivar a integração, no sistema de transportes públicos coletivos, da bicicleta e de outros meios de transportes dedicados à pequena e à micro distribuição de passageiros com baixos impactes ambientais;

Coordenar as políticas de mobilidade envolvendo a gestão da via pública e o estacionamento;

Reforçar a importância da promoção da utilização segura de percursos pedonais e cicláveis.

Figura 22: Esquema do Conceito Global dos Transportes Públicos de Passageiros

V3 – Novas tecnologias de informação

Melhorar a qualidade do serviço público de transportes;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 179 179

Tirar partido da utilização sofisticada de tecnologias de informação para melhorar a adaptação da oferta às necessidades dos utentes, sobretudo em períodos de procura menos intensa;

Utilizar as novas tecnologias para promover a sensibilização dos cidadãos;

Melhorar a atratividade dos transportes coletivos, designadamente, ao nível das condições de conforto e segurança e dos sistemas de informação ao público;

Cativar novos utentes e/ou promover uma utilização mais efetiva dos utentes ocasionais;

Embora, algumas das opções apresentadas anteriormente possam, aparentemente, estar mais relacionadas com o setor privado, estas são consideradas como fundamentais para a definição de uma estratégia coerente. Desta forma, pretende-se que a Autarquia promova um trabalho de cooperação/orientação com os operadores de transportes que atuam no concelho.

Atendendo à especificidade destas matérias considera-se que a operacionalização do Conceito Global proposto deverá ser objeto de um estudo específico que, entre outras questões, apresente uma proposta de reestruturação das redes e serviços de transporte público de passageiros.

8.2.3 Propostas de Intervenção

Interface

Interfaces são infraestruturas que têm como função promover e facilitar a ligação de utentes entre diferentes sistemas de transporte, devendo sempre favorecer a circulação a pé, apoiada ou não por meios mecânicos. Nos interfaces propõe-se a ligação entre o transporte rodoviário e o transporte individual, mas também se pretende promover a utilização de modos suaves, como é o caso das bicicletas.

Uma vez que se considera que a principal paragem no aglomerado de Condeixa-a-Nova (terminus de todas as carreiras com origem/destino em Condeixa-a-Nova) não apresenta condições para satisfazer as necessidades de oferta e de procura, é necessário criar um terminal de autocarros, apetrechado com um espaço de estacionamento para os utentes do transporte público, assim como, uma praça de táxis. Esta infraestrutura vai permitir que a transferência entre modos de transporte seja mais fácil, cómoda e segura.

A localização proposta para este interface, indicada no esquema do Conceito Global, prende-se sobretudo com a proximidade ao centro da vila e à acessibilidade, a partir da circular interna de Condeixa-a-Nova.

A proximidade ao centro da vila evita que os utentes tenham de usar outro transporte para se deslocarem ao centro, proporcionando uma viagem mais cómoda. Desta forma o transporte público pode tornar-se competitivo em relação ao automóvel.

180 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

A possibilidade de se localizar junto à circular permite uma maior fluidez do tráfego, não só dos autocarros que fazem aqui paragem, como das pessoas que utilizam outro modo de transporte e pretendem efetuar o transbordo. Deste modo, pretende-se evitar criar filas de trânsito na entrada e saída do terminal.

Salienta-se contudo, que a localização exata desta infraestrutura, bem como as implicações, que terá nas vias envolventes, ao nível do tráfego, deve ser alvo de um estudo pormenorizado.

Parques de Estacionamento

Os parques de estacionamento têm de ser utilizados como ferramenta, quer na gestão da mobilidade, quer na promoção da utilização do transporte coletivo.

Propõe-se a criação de um espaço para parquear automóveis junto ao interface proposto, no aglomerado de Condeixa-a-Nova. Contudo, o número de lugares disponíveis não deve ser excessivo, de modo a não incentivar os automobilistas a deslocarem-se em transporte individual. Deve ser reservada, tanto quanto possível, a utilização deste espaço apenas aos utentes dos transportes coletivos rodoviários de passageiros. Uma forma de operacionalizar este conceito pode ser através da inclusão do pagamento do estacionamento no título de transporte, ou tornar o estacionamento mais caro para quem não detiver o bilhete de transporte público.

Embora com características diferentes do parque de estacionamento que se propõe desenvolver em Condeixa- a-Nova, considera-se fundamental a implementação de parques de estacionamento nos aglomerados de Ega, Anobra e Sobreiro/Avenal, para possibilitar maior adesão ao sistema de transportes coletivos. Estes parques de estacionamento devem estar associados às paragens do transporte rodoviário, assim como, às praças de táxis destes aglomerados.

Rede de Transportes Rodoviários

Foram identificadas lacunas ao nível do serviço de transportes coletivos em alguns aglomerados, identificados na figura representante do conceito global como áreas a servir. É necessário investir, nestes locais, na criação de novas carreiras ou prolongamento ou alteração do circuito de carreiras existentes, ou mesmo criar um sistema de transporte alternativo.

No que diz respeito à rede regional, embora não se disponha de dados concretos relativamente à procura, considera-se que o número de carreiras que efetuam a ligação Condeixa-a-Nova/Coimbra não é suficiente face o número de pessoas que se deslocam diariamente a Coimbra.

Relativamente às deslocações dentro do município, verifica-se que a oferta é escassa, principalmente, em termos de cobertura temporal.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 181 181

Os lugares a servir são os seguintes: Casal da Amieira, Casal das Figueiras, Rapoila, Ameixeira, Bom Velho de Cima e Bom Velho de Baixo, Casal dos Balaus, Poço, Fonte Coberta e Cadaval Grande. As áreas que necessitam de intervenções de reforço das carreiras existentes correspondem aos restantes lugares do concelho, com exceção de Ega, de Campizes, de Casal do Missa e de Arrifana.

No PROT-C realça-se a necessidade de implementar soluções inovadoras de transporte em áreas de baixa densidade, de forma a satisfazer as necessidades de deslocação da população. É neste sentido que se propõe a implementação de subsistemas de transporte público coletivo baseados na utilização de novos sistemas telemáticos de geração de viagens que permitam a otimização, em tempo real, de viagens de diferentes clientes no mesmo veículo.

Assim, considera-se que cabe aos táxis, partilhados por vários passageiros, o papel de complementar os percursos dos autocarros, onde estes não são viáveis, estendendo assim o serviço regular, efetuado por autocarros, a pequenas localidades, fora das horas de ponta, no período noturno e aos fins de semana em que a procura é bastante reduzida.

Esta é também uma forma de apoiar as deslocações de pessoas com mobilidade reduzida ou suportar a realização de deslocações esporádicas, como por exemplo idas ao médico ou a estabelecimentos de serviços.

Este sistema pode ter uma ou várias das modalidades seguintes, em que poderá, ou não, haver um horário definido:

Percurso fixo, com ou sem paragens definidas;

Percurso semifixo: em que há um percurso fixo no qual, dependendo dos passageiros se efetuam os desvios necessários;

Percurso flexível: o percurso a percorrer é definido à medida das necessidades dos utentes.

Em geral, estes sistemas funcionam com recurso a uma central telefónica onde se registam as reservas e posteriormente é definido o percurso, as paragens e o horário a efetuar.

Este sistema, além de proporcionar transporte cómodo a toda a população, reduz os custos associados aos transportes e otimiza os recursos. Esta medida permite, igualmente, que o transporte público compita com o privado, e consequentemente reduz o número de viaturas parqueadas na vila.

O sistema proposto - sistema de transporte “a pedido” – requer a existência de um acordo entre o Município, os operadores de transporte coletivo de passageiros e os transportadores de táxi que operem no concelho de Condeixa-a-Nova. Contudo, realça-se que esta proposta carece de sustentabilidade técnica baseada num estudo de mobilidade específico para a população do concelho.

182 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Além desta medida, a Autarquia deve implementar uma estratégia de atuação com os operadores, para que estes possam elaborar os seus planos de gestão com a devida antecedência, definindo novos circuitos, adaptando as tipologias de veículos, gerindo as frotas, etc., antes que as áreas de expansão – habitacionais, industriais e equipamentos – estejam executadas.

Praças de Táxis

Como descrito anteriormente, propõe-se que os táxis integrem o sistema de transporte público de passageiros, num sistema de transporte “a pedido”. Assim, é indispensável que o interface proposto, no aglomerado de Condeixa-a-Nova disponha de uma praça de táxis, não só para os passageiros não regulares, como para os que têm um sistema integrado.

Considera-se também desejável que os aglomerados de Ega, Anobra e Sobreiro/Avenal possuam uma praça de táxis, associada à bolsa de estacionamento proposta e à paragem de autocarros.

Rede de Transportes Ferroviários

Embora o concelho não seja abrangido diretamente pelo transporte ferroviário, beneficia da relativa proximidade a três estações de caminho-de-ferro, que lhe conferem uma posição privilegiada, uma vez que atualmente é possível efetuar a ligação entre Condeixa-a-Nova e os dois principais polos urbanos do país – Lisboa e Porto – com uma duração aceitável.

A rede de transportes ferroviários assume na estratégia Regional um papel relevante na criação de condições de mobilidade intrarregião e da sua articulação com o exterior. Neste contexto, a Rede Ferroviária de Alta Velocidade poderia vir a ter um papel preponderante para o desenvolvimento económico da região, caso viesse a ser implementada. Seria contudo fundamental assegurar a articulação dos pontos de ligação a Aveiro, a Coimbra e a Leiria com as vias e transportes existentes numa lógica de valorização da intermodalidade. Tal como já referido, foi opção integrar na Proposta de Ordenamento o corredor definido no sentido de salvaguardar uma eventual alteração da estratégia nacional definida a este nível.

Planos de Mobilidade e Transportes

Os Planos de Mobilidade e Transportes são estudos que permitem implementar a política de mobilidade municipal e que deverão definir objetivos estratégicos para o planeamento e gestão das condições de mobilidade e acessibilidade.

Por forma a complementar as propostas de intervenção já apresentadas e também para garantir um melhor nível de serviço das vias urbanas, propõe-se a realização de um Plano de Mobilidade e Transportes concelhio, que integrem esquemas de circulação que tornem a rede viária concelhia mais legível e coerente, e que favoreçam a

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 183 183

circulação dos transportes públicos na generalidade do território municipal, pese embora se considere que deva ser dado particular destaque à sede de concelho e ao núcleo de Ega.

Outras intervenções

Reforça-se, antes de mais, o facto de a Autarquia ter apenas um papel de mediador relativamente às questões de transportes, uma vez que não é a entidade responsável diretamente por esse sistema. Todavia, tem um papel fundamental na concertação entre os interesses dos operadores de transporte e o interesse público, bem como na promoção de informação e sensibilização da população.

Neste sentido, propõe-se que a Autarquia atue noutras áreas para além daquelas já referidas, que, no entanto, se pretende que funcionem de forma complementar. Assim, a política de transportes municipal deverá também incentivar as seguintes intervenções:

Promover a integração dos modos suaves de mobilidade, seguros e alternativos, facilitando a mobilidade pedonal, sempre que possível relacionados com os espaços afetos à estrutura ecológica;

O uso da bicicleta deve ser alargado, através da criação de ciclovias;

Sensibilização da população para a mobilidade sustentável, promovendo iniciativas como a semana da mobilidade;

Implementação de uma política menos agressiva para o ambiente e saúde pública, aumentando a atratividade global do sistema de transportes;

Apostar numa política de informação e comunicação com o utente.

Articulação entre os municípios vizinhos e operadores de transporte no sentido de definir uma estratégia de transportes integrada e sustentável.

8.2.4 Princípios para a gestão do sistema de transportes

Importa não esquecer, na concretização dos objetivos específicos que dão corpo ao Conceito Global proposto, que os diversos transportes devem ser acessíveis às pessoas com mobilidade reduzida - os deficientes, os idosos, as famílias com crianças e as próprias crianças -, para as quais a mudança de transporte representa, por vezes, um verdadeiro obstáculo.

É claro que será necessário um financiamento substancial para a concretização destes objetivos, nomeadamente nas infraestruturas e nós de correspondência para passageiros, na manutenção e funcionamento de redes, renovação e manutenção de frotas, sensibilização das populações e campanhas de comunicação. A responsabilidade por este investimento cabe, essencialmente, à administração local.

184 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Os utentes devem também contribuir pagando um preço justo pelos serviços de transportes coletivos. Contudo, há que ter em conta que o valor a pagar deverá ser acessível também às pessoas de baixos rendimentos.

Para a população que não tem como destino ou origem Condeixa-a-Nova, as deslocações em transporte público implicam, na maior parte das vezes transferência de transporte. Prevê-se minimizar os seus efeitos negativos através de uma política tarifária que integre não só o transporte coletivo como o próprio parqueamento do transporte individual, ou até mesmo a tarifa do táxi.

O sistema de estacionamento Park and Ride associado, a um modelo tarifário que inclua o pagamento do estacionamento em conjunto com o passe do transporte coletivo, é uma estratégia que deverá ser adotada, pois para além de facilitar a utilização de ambos os transportes, as receitas obtidas com o estacionamento poderão e deverão ser aproveitadas para introduzir melhorias no sistema de transporte público. Neste sentido, considera-se que as taxas de estacionamento também podem contribuir para o financiamento dos transportes.

A nível europeu, são várias as fontes de financiamento, nomeadamente os fundos estruturais e o fundo de coesão. Existem diversos projetos cofinanciados pela União Europeia, dirigidos aos municípios, e que pretendem incentivar e ajudar na implementação de ações no âmbito dos transportes e da mobilidade sustentável.

Concluindo, há que melhorar a oferta dos transportes coletivos, os itinerários, os horários, o tarifário e a integração intermunicipal dos sistemas de transporte, e por consequência promover, o uso do transporte coletivo. Contudo, um dos maiores desafios, é mudar os hábitos da população, pelo que se deve efetuar um investimento significativo ao nível da comunicação.

8.3 MOBILIDADE

Condeixa-a-Nova é um concelho com efetivos populacionais não muito altos, por isso, como já se viu, a problemática da mobilidade assume contornos distintos dos que ocorrem em territórios mais densamente povoados, sendo o nível de intervenção e a sua programação temporal também substancialmente diferentes.

8.3.1 Síntese do Diagnóstico

Neste contexto importa ter presente o diagnóstico elaborado no âmbito dos estudos de caracterização do concelho, relembrando-se que foi enunciado um conjunto de fatores considerados fundamentais para a aferição da qualidade da mobilidade concelhia, e que seguidamente se transcreve:

1. Qualidade de serviço da rede viária – O concelho é atravessado por eixos viários da Rede Nacional e por Estradas Regionais que asseguram as principais ligações ao exterior. A localização geográfica do concelho e o facto de a região ser servida por alguns importantes itinerários da Rede Nacional Fundamental e Complementar, garantem os desejáveis padrões de utilização e mobilidade. As

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 185 185

acessibilidades internas à sede de concelho são favorecidas pela configuração radial da rede, pela dimensão do concelho e, globalmente, pelas razoáveis características de grande parte das vias utilizadas. As estradas que atravessam o concelho servem de forma adequada a totalidade do território municipal.

2. Qualidade do serviço dos transportes públicos e identificação qualitativa dos constrangimentos à operação dos mesmos - O serviço dos transportes públicos no concelho tem uma boa cobertura territorial, no entanto, verifica-se a existência de poucas circulações diárias disponíveis – com exceção das linhas Coimbra/Condeixa (Joalto) e Coimbra/Pedrógão Grande (Transdev) –, o que é um fator condicionante da mobilidade, resultado do baixo efetivo populacional existente num número significativo de aglomerados, que acaba por não cativar o investimento por parte das empresas transportadoras na expansão de carreiras de transportes coletivos rodoviários. Efetivamente, a dimensão de alguns aglomerados não justifica a criação de transportes urbanos e as distâncias entre eles associadas ao potencial volume de passageiros transportados torna complexo implementar um sistema de transportes públicos operacional e economicamente sustentável.

3. Condições de deslocação pedonal e noutros modos suaves de transporte individual – Estas deslocações são fundamentalmente determinadas pela estrutura urbana do concelho. Face à reduzida dimensão dos aglomerados e à sua orgânica, (constituindo exceção a vila de Condeixa-a-Nova), compreende-se que no interior destes as deslocações pedonais, e em menor escala em bicicleta, apresentem alguma relevância. Na maior parte dos aglomerados estas deslocações são efetuadas pelos corredores viários, não existindo, de uma forma geral, corredores pedonais ou cicláveis autónomos; verifica-se a ausência de passeios e de condições favoráveis à deslocação de população com mobilidade reduzida. Fora dos aglomerados, ou entre aglomerados, são escassas as deslocações em bicicleta, não existindo quaisquer corredores especificamente destinados a deslocações em modos suaves de transporte.

4. Identificação qualitativa de carências e estrangulamentos à coesão territorial e social - Para além de todas as questões já referidas anteriormente, um dos problemas que claramente se identifica no concelho é o atravessamento dos aglomerados por rodovias o que pode constituir uma barreira à livre e segura circulação pedonal dos cidadãos, particularmente nos casos em que as vias são muito movimentadas. Os exemplos mais preocupantes ocorrem com as estradas pertencentes à Rede Rodoviária Nacional por serem, tipicamente, as que apresentam maior tráfego de atravessamento, com destaque para o IC2 (EN1) que atravessa a vila de Condeixa-a-Nova. Referência também para a ER347 que atravessa Sebal e Belide e a EN342 que atravessa Ega no sentido poente e Bruscos no sentido nascente. Uma outra questão são as regras a respeitar para a mobilidade condicionada, questão que é de abordagem um pouco complexa quando muitas vezes não existe separação de tráfego pedonal e motorizado. Contudo, sendo os efectivos populacionais em geral baixos e o tráfego automóvel reduzido

186 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

nos eixos viários municipais, a partilha do mesmo corredor para ambas as deslocações pode não apresentar problemas de maior na generalidade dos casos. Na vila de Condeixa-a-Nova, por ser sede de concelho e um aglomerado de dimensões claramente superiores aos restantes, e por ser onde se concentram os mais importantes serviços e equipamentos ao nível concelhio, a situação é um pouco diferente verificando-se a segregação destes dois modos de deslocação na maior parte dos arruamentos (excepção feita a algumas áreas do núcleo antigo). Por esta razão, nas suas artérias principais, e nomeadamente nas que servem os principais equipamentos e serviços, deveriam sempre existir passeios com dimensões regulamentares e sem obstáculos, em cumprimento da legislação vigente relativa a acessibilidade e mobilidade condicionada, o que efectivamente não se verifica em muitos casos.

5. Identificação qualitativa da mobilidade em áreas de especial concentração populacional e logística – Esta identificação tem como objectivo compreender se estas áreas, em geral muito procuradas pela população, são facilmente acessíveis. A maior concentração de actividade comercial retalhista, equipamentos públicos ou actividades económicas normalmente geradoras ou atractoras de deslocações localizam-se quase exclusivamente na sede de concelho, bem servida em termos de acessibilidade viária e de conectividade intermunicipal; trata-se também do aglomerado do concelho melhor dotado de transporte público rodoviário.

Tendo em atenção tudo o que foi referido, considera-se que actualmente a mobilidade no concelho de Condeixa- a-Nova possui algumas limitações do ponto de vista das acessibilidades, em grande medida decorrente dos baixos efectivos populacionais que não justificam investimentos de vulto por parte da administração central e dos operadores de transporte colectivo.

Este contexto geo-demográfico determinou uma mobilidade extremamente dependente das rodovias e do transporte individual e onde a importância dos transportes públicos, com excepção do transporte escolar, acaba por não ter uma oferta desejável. A circulação pedonal ou em modos suaves de transporte tem alguma importância ao nível local (aglomerados), e pode ser fomentada com recurso a medidas relativamente simples.

8.3.2 Alternativas de Mobilidade

Como foi referido, a questão da mobilidade no concelho de Condeixa-a-Nova não é problemática, contudo, considera-se que poderá ser substancialmente melhorada com a implementação de algumas medidas, conforme se explana ao longo do presente capítulo.

Medidas de carácter prático, e complementares à promoção da mobilidade por intermédio de apostas nos grandes modos de transporte, passam por:

Formalizar corredores (e não necessariamente implementação de novos) para circulação pedonal

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 187 187

e/ou em modos suaves de transporte (nomeadamente passeios);

Adotar boas práticas em termos de mobilidade condicionada, especialmente nos casos em que estiverem em causa acessos a zonas públicas, equipamentos e outras áreas de previsível concentração populacional e algumas intervenções na rede viária.

Aplicar critérios de gradual ajustamento do dimensionamento do espaço viário aos projetos de criação ou remodelação dos arruamentos, tendo em vista os objetivos de reduzir a pressão automóvel no espaço urbano, a redução da taxa de utilização de veículo próprio, a diminuição do custo das infraestruturas e a acalmia de tráfego em zonas exclusivamente residenciais;

Concretamente na vila de Condeixa-a-Nova, deveria ser avaliada a criação, alargamento, beneficiação ou reformulação de passeios. Nestas vias, o cumprimento da legislação vigente relativa a acessibilidade e mobilidade condicionada permitirá garantir simultaneamente a mobilidade dos cidadãos nestas condições, e a mobilidade global de vias que servem zonas chave sendo provavelmente as vias onde circulam diariamente mais pessoas no concelho;

Na Zona Industrial de Condeixa-a-Nova assim como nos Centros Escolares deverão ser promovidas ações tendentes a assegurar melhores condições de mobilidade em modos suaves, tais como a instalação de suportes para estacionamento de bicicletas;

Relativamente às deslocações pedonais e noutros modos leves de transporte em geral, estas deverão ser incentivadas, por exemplo através da disponibilização de passeios em algumas áreas e de suportes para estacionamento de bicicletas. Considera-se, porém, que não se justifica a criação de zonas estritamente pedonais e/ou cicláveis no concelho. A única exceção poderão ser algumas zonas centrais da vila de Condeixa-a-Nova, sendo que eventuais medidas neste sentido estarão provavelmente mais associadas a intervenções de requalificação do espaço público do que propriamente a carências ao nível da mobilidade. Assinala-se a existência de algumas intervenções já realizadas a este nível.

Embora a complexidade do território não aponte para a indispensabilidade de elaboração de um Plano de Mobilidade concelhio, a realização de um estudo desta natureza contribuiria decerto para a implementação de uma política de mobilidade municipal mais eficiente que permitira otimizar recursos, sobretudo de natureza financeira, usufruindo de um planeamento e gestão das condições de mobilidade e acessibilidade.

188 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

9. ÁREAS DE RISCO AO USO DO SOLO

No capítulo dos “Riscos Naturais e Tecnológicos”, tratado nos Estudos de Caracterização, sistematizaram-se os principais riscos identificados, cartografando, sempre que possível, a sua ocorrência no território concelhio. No presente capítulo pretende-se identificar as “Áreas de risco ao uso do solo”, de modo a que a Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova possa contribuir para a prevenção e para a minimização e mitigação de danos e impactes a estes associados.

De acordo com o disposto no Decreto Regulamentar n.º 11/2009, de 29 de maio, a classificação do solo como rural pressupõe a verificação de pelo menos um dos critérios definidos no n.º 2 do artigo 5º, sendo um deles a “ocorrência de riscos naturais ou tecnológicos ou de outros fatores de perturbação ambiental, de segurança ou de saúde públicas, incompatíveis com a integração em solo urbano”. Assim, no âmbito da Proposta de Ordenamento e atendendo aos riscos identificados, esta questão foi tida em linha de conta, tendo-se procurado minimizar os conflitos entre as áreas de risco de nível mais elevado com as propostas não só de solo urbano, mas também nas categorias de solo rural. Desta forma, procurou-se integrar as áreas de risco mais significativo em solo rural ou em espaços verdes, sempre que possível.

O concelho de Condeixa-a-Nova dispõe de Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil (PMEPC), de Dezembro de 2010, onde são identificadas as principais vulnerabilidades do território, bem como os riscos que daí advêm e que se podem traduzir num acidente grave ou catástrofe. Este Plano inclui uma análise dos riscos existentes, identificando os que têm maior impacto no concelho, e define estratégias para a mitigação dos riscos presentes.

Neste contexto, atendendo à informação disponível e numa perspetiva de articulação com a proposta de ordenamento, no concelho de Condeixa-a-Nova deverão ser considerados os seguintes riscos ao uso do solo:

Zonas inundáveis em solo urbano (Cheias e inundações);

Zonas de conflito acústico.

As zonas inundáveis em solo urbano encontram-se cartografadas na Planta de Ordenamento – Classificação e qualificação do solo (peça desenhada n.º1.1 do Volume III), enquanto a Classificação acústica está vertida na Planta de Ordenamento relativa a esta temática (peça desenhada n.º 1.2 do Volume III). Nestas áreas pretende- se disciplinar e condicionar a ocupação, de acordo com a legislação em vigor

9.1 ZONAS INUNDÁVEIS EM SOLO URBANO

Segundo o Decreto-Lei n.º 364/98 de 21 de Novembro, (que estabelece a obrigatoriedade de elaboração da carta das zonas inundáveis nos municípios com aglomerados urbanos atingidos por cheias), as zonas inundáveis correspondem às áreas urbanas atingidas por cheias, pelo menos desde o ano de 1967, e devem ser

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 189 189

delimitadas pela maior cheia conhecida. Esta delimitação visa a clara identificação das áreas que são sujeitas a regulamentação própria que estabelece as restrições necessárias para fazer face ao risco de cheia.

Para a delimitação destas áreas será utilizada a informação constante no PMEPC relativa às Cheias e Inundações.

Para estas áreas é definido um conjunto de restrições e condicionalismos à sua ocupação, pormenorizados no Regulamento do Plano, de entre as quais se destacam as seguintes:

É permitida a reconstrução, ampliação e alteração de edifícios existentes, desde que a área de implantação seja inferior ou igual à inicial e a cota do piso inferior da edificação seja superior à cota local da máxima cheia conhecida;

É interdita a construção de novas edificações para uso habitacional, exceto em situações que correspondam à colmatação da malha urbana existente e desde que a cota do piso inferior da edificação seja superior à cota local da máxima cheia conhecida;

É interdita a construção de caves, de aterros e outros obstáculos que interfiram negativamente com o escoamento das águas da rede hidrográfica;

É interdita a instalação de novos equipamentos de ensino, saúde, assistência a crianças e idosos e de gestão de emergência e de socorro;

Nos Espaços Verdes é permitida a edificação de estruturas ligeiras de apoio ao recreio e lazer que não constituam um obstáculo à livre circulação das águas.

Os efeitos das cheias devem ser minimizados através de normas específicas e de sistemas de proteção e drenagem, bem como medidas para a manutenção e recuperação de condições de permeabilidade dos solos, devendo para tal ser desenvolvidos os estudos necessários.

9.2 CLASSIFICAÇÃO ACÚSTICA

O Regulamento Geral do Ruído (RGR) aprovado pelo Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro, estabelece o regime legal aplicável à prevenção e controlo da poluição sonora, harmonizando o regime com o Decreto-Lei n.º 146/2006, de 31 de julho, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2002/49/CE, relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente.

Este Regulamento determina a necessidade dos planos municipais de ordenamento do território assegurarem a qualidade do ambiente sonoro, promovendo a distribuição adequada dos usos do território, tendo em consideração as fontes de ruído existentes e previstas. Compete aos municípios estabelecer nos planos municipais de ordenamento do território a classificação, a delimitação e a disciplina das denominadas zonas sensíveis e mistas.

190 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

De acordo com o referido Decreto-Lei, consideram-se as seguintes as definições:

Zonas Sensíveis: áreas definidas em planos municipais de ordenamento do território como vocacionadas para usos habitacionais, escolas, hospitais ou similares, espaços de lazer, existentes ou previstos, podendo conter pequenas unidades de comércio e de serviços destinadas a servir a população local, tais como cafés e outros estabelecimentos de restauração, papelarias e outros estabelecimentos de comércio tradicional, sem funcionamento no período noturno.

Zonas Mistas: as áreas existentes ou previstas em planos municipais de ordenamento do território eficazes, cuja ocupação seja afeta a outras utilizações, existentes ou previstas, para além das referidas na definição de zonas sensíveis, nomeadamente a comércio e serviços.

Estas zonas são delimitadas partindo das seguintes condições:

As zonas sensíveis não podem ficar expostas a ruído ambiente exterior superior a 55 dB(A), expresso pelo indicador Lden, no período diurno-entardecer-noturno, e superior a 45 dB(A), expresso pelo indicador Ln, no período noturno.

As zonas mistas não podem ficar expostas a ruído ambiente exterior superior a 65 dB(A), expresso pelo indicador Lden, no período diurno-entardecer-noturno, e superior a 55 dB(A), expresso pelo indicador Ln, no período noturno.

Na sequência da Adaptação do Mapa de Ruído do concelho de Condeixa-a-Nova ao novo Regulamento Geral do Ruído, no âmbito da revisão do Plano, foram delimitadas as Zonas Mistas de acordo com a legislação em vigor, nomeadamente, o Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro.

Foi opção considerar o solo urbano como zona mista uma vez que se pretende garantir a multifuncionalidade dos aglomerados, não condicionando a instalação de novas atividades compatíveis com o solo urbano.

Desta forma, consideram-se Zonas Mistas as áreas que integram o solo urbano, exceto os Espaços de Atividades Económicas urbanizados e urbanizáveis.

Do Solo Urbano excluíram-se das classificações anteriores as subcategorias de espaço afetas a indústria, uma vez que os usos existentes e previstos não se encontram nas definições referidas e não fazem qualquer sentido na avaliação de conflito relativa aos níveis de ruído, uma vez que elas próprias se podem assumir como potenciais fontes de ruído.

Para apoiar a elaboração, alteração e revisão dos planos diretores municipais torna-se necessário aferir o nível de ruído a que estão expostas as zonas mistas, com o objetivo de minimizar ou dirimir eventuais situações de conflito entre o ruído existente e o legalmente permitido.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 191 191

As Zonas de Conflito Acústico correspondem, portanto, àquelas onde os níveis de ruído identificados no Mapa de Ruído ultrapassam os já referidos valores do nível sonoro contínuo a que as zonas mistas podem ficar expostas nos períodos diurnos e noturnos. Estas encontram-se representadas na Planta de Ordenamento – Áreas de Risco ao Uso do Solo.

A análise das Zonas de Conflito Acústico mostra que o município de Condeixa-a-Nova apresenta algumas áreas com níveis de ruído elevados, particularmente nas zonas próximas dos principais eixos de tráfego rodoviário, nomeadamente ao longo da A1, EN1 (desclassificada), EN342 e EN347 (desclassificadas) e ER347. A zona de influência, em termos de ruído, é significativa chegando a atingir, no caso da A1, mais de 150 m para o indicador Lden e 200 m para o indicador Ln, em torno do respetivo eixo.

A situação mais crítica, do ponto de vista acústico, é a zona urbana de Condeixa-a-Nova em redor da EN1 (desclassificada), uma vez que apresenta um intenso volume de tráfego rodoviário ao longo de todo o dia, verificando-se a existência de muitas habitações próximas desta e, conforme seria de esperar, diversas situações de ultrapassagem dos limites regulamentares. De referir que os volumes de tráfego se têm vindo a manter, mantendo-se também os usos na faixa marginal desta via, pelo que não se reconheceu mais-valia adicional na realização de contagens de tráfego mais atuais, uma vez que não é expectável que os níveis de ruído tenham sofrido qualquer alteração

As restantes situações de conflito são residuais.

Para todas as Zonas de Conflito Acústico, ou seja, para as Zonas Mistas identificadas em que o nível de exposição ao ruído contrarie o disposto no regime legal, a Câmara Municipal tem que proceder à elaboração e à aplicação de planos de redução de ruído, prevendo técnicas de controlo do ruído como sejam barreiras acústicas, condicionamento do tráfego rodoviário, mecanismos de controlo da velocidade praticada – lombas, estreitamento de vias, semáforos atuados, etc..

Nas zonas de conflito, na ausência de Planos de Redução de Ruído, é interdita a construção de edifícios de habitação e equipamentos escolares, de saúde e assistência a crianças e idosos.

O regulamento do PDM de Condeixa-a-Nova integra orientações e restrições à edificação nestas zonas.

Uma última referência para a entrada em funcionamento da A13, que poderia justificar uma nova avaliação dos níveis de ruído na proximidade do aglomerado de Eira-Pedrinha, porém também nesta situação se considerou ser dispensável a realização de novas medições, uma vez que aquando da construção da via foram instaladas barreiras acústicas no sentido de mitigar o impacte do ruído gerado pelo tráfego que aí circula.

192 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

10. UNIDADES OPERATIVAS DE PLANEAMENTO E GESTÃO

Segundo o RJIGT, o PDM define as “Unidades Operativas de Planeamento e Gestão, para efeitos de programação da execução do plano, estabelecendo para cada uma os respetivos objetivos, bem como os termos de referência para a necessária elaboração de planos de urbanização e de pormenor”.

Fundamentalmente, as UOPG são um mecanismo através do qual o PDM propõe uma ocupação específica de uma parte do território concelhio garantindo que ela se processa de forma regrada e de acordo com os objetivos globais do Plano.

A ocupação e transformação do território deve, assim, ser antecedida da elaboração de instrumentos de gestão territorial ou operações urbanísticas que podem corresponder a:

Plano de Pormenor (PP);

Unidade de Execução (UE);

Operação de Loteamento ou Reparcelamento.

Prevê-se um conjunto de objetivos programáticos genéricos para a transformação do solo urbanizável em solo urbanizado, que deve processar-se da seguinte forma:

As unidades de execução, as unidades operativas de planeamento e gestão e a divisão destas em unidades de execução deve ser efetuada de modo a assegurar um desenvolvimento harmonioso, uma justa repartição de encargos e benefícios e devem ainda integrar áreas a afetar a espaços públicos ou equipamentos de utilização coletiva.

As áreas de RAN e REN no interior das unidades de execução e das unidades operativas de planeamento e gestão devem ser preservadas de edificação ou usos que diminuam ou destruam as suas capacidades agrícolas ou ecológicas.

Na programação e execução das Unidades aplica-se o regime de cada categoria de espaço abrangida, salvo se disposto de forma diferente no Regulamento do Plano, sendo para essas unidades atribuídos parâmetros específicos que assumem caráter excecional.

São, então, propostas as seguintes Unidades Operativas de Planeamento e Gestão, delimitadas na Planta de Ordenamento:

U1 – Zona Industrial de Condeixa-a-Nova - Expansão;

U2 - Zona Industrial do Sangardão;

U3 – Condeixa-a-Nova – Corredor EN1/ IC2;

U4 – Área Central de Condeixa-a-Nova;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 193 193

U5 - Condeixa-a-Velha;

U6 - Lugar do Poço;

U7 - Lugar de Casmilo;

U8 - Lugar do Furadouro;

U9 - Lugar de Serra de Janeanes;

Nesta 1ª revisão do PDM, é proposta a elaboração de:

Plano de pormenor, operação de loteamento ou delimitação de unidade de execução para a U1 e U2;

Plano de pormenor de reabilitação urbana (plano de pormenor na modalidade específica), ou delimitação da unidade de execução para as restantes (U3 a U9).

De acordo com o RJIGT, o Plano de Pormenor “desenvolve e concretiza propostas de ocupação de qualquer área do território municipal, estabelecendo regras sobre a implantação das infraestruturas e o desenho dos espaços de utilização coletiva, a forma de edificação e a disciplina da sua integração na paisagem, a localização e inserção urbanística dos equipamentos de utilização coletiva e a organização espacial das demais atividades de interesse geral”.

“O plano de pormenor pode adotar modalidades específicas com conteúdo material adaptado a finalidades particulares de intervenção previstas nos termos de referência do plano e na deliberação municipal que determinou a respetiva elaboração. São modalidades específicas de plano de pormenor: a) o plano de intervenção no espaço rural; b) Plano de pormenor de reabilitação urbana; c) plano de pormenor de salvaguarda.”.

As Unidades de Execução são, por sua vez, áreas a sujeitar a intervenção urbanística com identificação de todas as parcelas abrangidas. Segundo o RJIGT, as unidades de execução “devem ser delimitadas de forma a assegurar um desenvolvimento urbano harmonioso e a justa repartição de benefícios e encargos pelos proprietários abrangidos, devendo integrar as áreas a afetar a espaços públicos ou equipamentos previstos nos planos de ordenamento”.

As Unidades definidas destinam-se, essencialmente, a qualificar determinadas áreas (quer de aglomerados, ou parte deles, quer zonas particularmente sensíveis por constituírem uma simbiose entre a ocupação humana e o espaço natural), promovendo a sua integração no meio envolvente e a salvaguarda e requalificação do património edificado e natural. Deverá atender-se também à implementação de zonas para equipamentos, a uma infraestruturação adequada e à valorização de zonas verdes.

194 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

De seguida são apresentados os objetivos programáticos das diversas Unidades propostas na revisão do PDM, elencados de forma sistemática no Regulamento do Plano (Volume III). No Programa de Execução estas Unidades vão ser objeto de um tratamento específico, e contempladas no cronograma estabelecido para a implementação da presente revisão do PDM.

U1 - Zona Industrial de Condeixa-a-Nova - Expansão

O PROT-C refere a necessidade da criação de Zonas Empresariais e de Serviços, devendo estas resultar, preferencialmente, da requalificação ou ampliação de zonas industriais já existentes. Desta forma, é proposta uma UOPG para a área de expansão da Zona Industrial de Condeixa-a-Nova, por forma a assegurar o acolhimento de novas atividades industriais e complementares, nomeadamente armazenagem, logística, serviços e comércio. Esta área deverá ser alvo de uma programação adequada, através da definição de fases distintas de implementação, de modo a que a sua ocupação se dê de forma faseada e equilibrada, num espaço que se pretende qualificado, salvaguardando as áreas com maior sensibilidade ecológica.

U2 - Zona Industrial do Sangardão

Esta área já se encontrava delimitada no anterior PDM, pelo que foi opção mantê-la, pela sua proximidade à pedreira do Sangardão. O Plano prevê assim uma área que pode vir a contemplar atividades complementares. Esta área deverá ser alvo de uma programação adequada, de modo a que a sua ocupação se dê de forma faseada e equilibrada, num espaço que se pretende qualificado, salvaguardando as áreas com maior sensibilidade ecológica.

U3 – Condeixa-a-Nova – Corredor EN1/ IC2

O PROT-C refere também a necessidade da requalificação urbanística do atual eixo EN1/ IC2, o que vem reforçar a criação desta UOPG. Esta integra um corredor ao longo da EN1/ IC2, na área que atravessa o perímetro urbano da Vila de Condeixa-a-Nova, uma vez que esta via constitui um fator de segregação bastante negativo na dinâmica da Vila. Pretende-se que seja desenvolvido um estudo que preveja a minimização do impacte da passagem da EN1/ IC2, através da requalificação do espaço público e do desenvolvimento de barreiras visuais, prevendo uma intervenção paisagística, procurando conciliar, da melhor forma possível, a integração das edificações existentes, e assegurando e melhorando as ligações viárias e pedonais transversais à EN1/ IC2.

U4 - Área Central de Condeixa-a-Nova e U5 - Condeixa-a-Velha

Esta unidade abrange a área central da Vila de Condeixa-a-Nova, incluindo o núcleo antigo que se destaca por conservar ainda a sua estrutura urbana original e por integrar um conjunto significativo de exemplos da arquitetura tradicional, assim como casas e palácios senhoriais e património religioso e civil que deve ser

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 195 195

preservado. O PROT-C vem reforçar a sua importância, classificando Condeixa como uma Centralidade Urbano Turística, por ser um centro que desempenha um papel âncora no apoio e desenvolvimento de serviços de apoio à atividade turística, por via da importância nacional de Conímbriga, principal entrada no eixo da Romanização.

O aglomerado de Condeixa-a-Velha, por sua vez, constitui um núcleo habitacional de pequena dimensão, verificando-se a existência de alguns edifícios de arquitetura tradicional, em particular na rua que estabelece o acesso ao lavadouro municipal. Imediatamente a Sul encontra-se o complexo museológico das Ruínas de Conímbriga que se encontra praticamente ligado ao aglomerado.

A criação destas UOPG têm por objetivo a elaboração de um plano de pormenor ou de uma unidade de execução que procure, por um lado, promover a reabilitação do edificado e a requalificação do espaço público, através da definição de regras para os espaços que ainda não se encontram ocupados, procurando diminuir a degradação e descaracterização destes aglomerados e respetivos espaços envolventes e, por outro, promover a sua dinamização social e cultural, enquanto espaços de atração turística. Estabelecem-se as seguintes orientações:

Criar regras e incentivos à reabilitação e à recuperação da área identificada como Conjunto com interesse, no âmbito dos Valores culturais e naturais, procurando diminuir a degradação e descaracterização do edificado e respetivos espaços envolventes: (i) Caracterizar o edificado existente no que se refere ao número de pisos, estado de conservação, uso e características estéticas e construtivas; (ii) Preservar as caraterísticas arquitetónicas tradicionais dos edifícios; (iii) Definir para cada edifício, cérceas, usos e terapêutica, identificando quais as situações em que deve efetuar-se correção de dissonâncias; (iv) Garantir que as novas construções se harmonizam com o edificado existente do ponto de vista estético e volumétrico, o que não excluí a utilização de linguagens e materiais contemporâneos; (v) Identificar e enquadrar áreas urbanas desqualificadas, prevendo a sua regeneração por forma a promover uma correta integração urbanística.

Qualificar as principais vias de acesso ao centro da Vila;

Qualificar o espaço público ao nível paisagístico, de mobiliário urbano e de iluminação pública, dando primazia à circulação pedonal e aos meios de transporte suaves, nomeadamente bicicletas, não tendo em vista apenas uma utilização diária mas também o aproveitamento de circuitos turísticos;

Qualificar o espaço público procurando ordenar a circulação viária e o estacionamento público, criando regras para o acesso viário de cargas e descargas e condições de circulação e de paragem dos transportes públicos;

196 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Criar novas ligações viárias na área do pavilhão municipal, por forma a garantir um acesso melhor e mais qualificado aos equipamentos desportivos e escolares, a partir da Rua Dr. Simão da Cunha e da futura circular Sul;

Qualificar e criar espaços verdes de utilização coletiva e áreas de equipamentos que possam constituir locais de referência e de desafogo para utilização da população;

Definir programas de atuação específicos, não só para recuperação do edificado e do espaço público, mas também para a dinamização social, cultural, turística e recreativa desta zona enquanto espaço habitável e de atração turística.

U6- Lugar do Poço, U7 - Lugar de Casmilo, U8 - Lugar do Furadouro e U9 - Lugar de Serra de Janeanes

As aldeias assinaladas, que se localizam no maciço da Serra de Sicó, possuem ainda núcleos edificados com valor de conjunto a preservar, encontrando-se integradas em espaços com uma envolvente natural e um enquadramento paisagístico de inquestionável valor. A escassa oferta de alojamento turístico e a existência de valores naturais com interesse, como as Buracas de Casmilo, a Senhora do Círculo e a própria Serra de Sicó, justifica a dinamização destas aldeias como centros de apoio para fornecimento de informação turística prevendo ainda a criação, se possível, de empreendimentos de turismo da natureza ou de habitação. As intervenções deverão privilegiar a manutenção das características urbanas, promovendo a requalificação dos espaços públicos e a reabilitação do parque edificado, assim com a correta inserção de novas intervenções. O lugar do Poço poderá ser um ponto de partida para um percurso pedestre, ao longo do vale do rio de Mouros, que permita a ligação à zona do canhão fluviocársico. Este aglomerado poderá também servir de local para a criação de um centro de interpretação geológica, através da reabilitação de edificado existente, visando a divulgação e preservação da geologia do canhão. Casmilo, por sua vez, poderá servir de base às visitas às Buracas de Casmilo, nomeadamente através da criação de um centro interpretativo de apoio, num edifício a reabilitar. Os aglomerados de Furadouro e da Serra de Janeanes, fazem também parte do património cultural das serras do Maciço da Serra de Sicó e, por isso, o interesse em que sejam também integrados nesta rede de locais com interesse a visitar.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 197 197

11. OUTRAS PROPOSTAS SECTORIAIS

11.1 QUADRO DEMOGRÁFICO PROSPETIVO

11.1.1 Breve enquadramento da evolução demográfica recente

Condeixa-a-Nova contava com 17.078 habitantes em março de 2011. Este volume é o resultado de uma curva continuadamente positiva desde 1970, sendo especialmente importantes os acréscimos verificados nas décadas de 90 e 1ª do século XXI.

Figura 23: Evolução da população residente no concelho de Condeixa-a-Nova, entre 1960 e 2011

18000

16000

14000

12000

10000

8000

N.º de habitantes de N.º 6000

4000

2000

0 1960 1970 1981 1991 2001 2011 Nº 13555 12865 13257 13027 15340 17078

Fonte: INE-Portugal, Recenseamentos Gerais da População

Em 2001, Condeixa-a-Nova apresentava-se como um dos concelhos com menor número de residentes na sub- região do Baixo Mondego (4,5% da população da sub-região). No contexto deste território só o município de Mira apresentava um menor número de habitantes. Os municípios que possuem uma cidade (Coimbra, Figueira da Foz e Cantanhede) tinham, nesta sub-região, um número elevado de residentes (148.443, 62.601 e 37.910 habitantes, respetivamente).

Mas, se em termos de volume populacional, Condeixa-a-Nova apresentava uma reduzida importância, na década de noventa registou um forte acréscimo do número de residentes (17,8%), valor claramente superior ao observado nos outros municípios, que também viram a sua população residente aumentar (Coimbra, Cantanhede e Figueira da Foz), embora com acréscimos bastante menos expressivos (6,8%, 2,1% e 1,7%, respetivamente). Neste contexto, interessa sublinhar que o concelho de Condeixa-a-Nova foi o que registou o segundo maior crescimento relativo de toda a região Centro, entre 1991 e 2001, e o concelho que registou a 2ª maior variação absoluta do Baixo Mondego.

198 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Quadro 28: População no Baixo Mondego, por concelho, entre 1991 e 2011 População Variação Unidade Territorial 1991 2001 2011 91/2001 2001/11 Cantanhede 37140 37910 36595 2,1 -3,5 Coimbra 139052 148443 143396 6,8 -3,4 Condeixa-a-Nova 13027 15340 17078 17,8 11,3 Figueira da Foz 61555 62601 62125 1,7 -0,8 Mira 13257 12872 12465 -2,9 -3,2 Montemor-o-Velho 26375 25478 26171 -3,4 2,7 Penacova 16748 16725 15251 -0,1 -8,8 Soure 21704 20940 19245 -3,5 -8,1 Baixo Mondego 328858 340309 332326 3,5 -2,3 Fonte: INE-Portugal, Censos 1991, 2001 e 2011 (Resultados Definitivos)

Mais recentemente, de acordo com os Resultados Definitivos dos Censos 2011, Condeixa-a-Nova subiu na hierarquia dos concelhos do Baixo Mondego em termos de volume populacional e passou a representar 5% da população da sub-região.

O destaque observado por Condeixa-a-Nova na década de 90, manteve-se na 1ª década do século XXI, sendo que Condeixa-a-Nova e Montemor-o-Velho são os únicos concelhos do Baixo Mondego que registaram acréscimos demográficos (no seu conjunto o Baixo Mondego perdeu 2,4% de população) e Condeixa-a-Nova, verificou o significativo acréscimo de 1.738 habitantes, correspondentes a um incremento percentual de 11 pontos.

O notável crescimento da população de Condeixa-a-Nova nas décadas censitárias mais recentes, foi o resultado da efetiva capacidade de atração deste Município (Condeixa soube tirar partido da proximidade a Coimbra e criou melhores condições de bem-estar social), tendo sido, aliás, o concelho que registou o maior crescimento migratório da região Centro na década de 90 (22,7%) e, em menor grau, também da dinâmica natural da população. Com efeito, na década de 90, o crescimento natural apresentou taxas de natalidade variáveis e relativamente baixas e taxas de mortalidade maiores e igualmente diversas, em linha com o observado em grande parte dos territórios portugueses.

A partir do ano 2000, as taxas de natalidade e mortalidade anuais registam uma superioridade da natalidade sobre a mortalidade, sendo que em 2011 a taxa de natalidade foi de 10,5‰ e a taxa de mortalidade 9,6‰ (mais positivas do que as registadas no ano anterior). Tanto uma como outra, apresentaram-se com os valores mais positivos da sub-região do Baixo Mondego: a taxa de natalidade mais alta e a taxa de mortalidade mais baixa. Esta realidade é um sinal muito positivo, enquanto fator de rejuvenescimento e de bloqueio ao envelhecimento da população concelhia.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 199 199

Relativamente à distribuição da população residente no território concelhio, também no decurso das duas últimas décadas censitárias, se constatou um amplo reforço da freguesia de Condeixa-a-Nova e das freguesias contíguas à vila, localizadas a oeste e na proximidade de Coimbra.

Na década de 90, na evolução demográfica por freguesias destacou-se a evolução favorável apenas das freguesias de Condeixa-a-Nova (49,9%), Condeixa-a-Velha (38,3%), Anobra (12,1%) e Ega (7%), sendo que as restantes registaram evoluções em sentido contrário, tendo sido particularmente relevantes as perdas populacionais de Furadouro (-19,2%), Zambujal (-14,0%) e Belide (-11,4%).

Quadro 29: População no concelho de Condeixa-a-Nova, por freguesia, entre 1991 e 2011 População Variação (%) Freguesias 1991 2001 2011 91/2001 2001/11 Anobra 1210 1357 1316 12,1 -3,0 Belide 315 279 245 -11,4 -12,2 Bendafé 120 117 112 -2,5 -4,3 Condeixa-a-Nova 2656 3980 5136 49,8 29,0 Condeixa-a-Velha 2399 3318 3472 38,3 4,6 Ega 2693 2882 2835 7,0 -1,6 Furadouro 276 223 206 -19,2 -7,6 Sebal 1872 1793 2478 -4,2 38,2 Vila Seca 987 962 876 -2,5 -8,9 Zambujal 499 429 402 -14,0 -6,3 Total 13027 15340 17078 17,8 11,3 Fonte: INE-Portugal, Censos 1991, 2001 e 2011 (Resultados Definitivos)

Na 1ª década do século XXI, só cresceram três freguesias – Condeixa-a-Nova, Condeixa-a-Velha e Sebal – sendo que o grande destaque vai para a evolução verificada na freguesia de Sebal que registou um crescimento de 38% (na década de 90 tinha perdido 4% de população). Condeixa também cresce significativamente, em linha com o que sucedeu na década anterior, embora a um ritmo inferior (29%), tanto relativamente a Sebal, como aos crescimentos que verificou na década de 90 (50%). Condeixa-a-Velha, por sua vez, que tinha registado um amplo crescimento de 38% na década de 90, verificou um crescimento de 5%, na última década censitária.

A evolução da estrutura etária da população regional põe em evidência o tendencial envelhecimento da sua pirâmide etária, materializado duplamente, tanto ao nível do esvaziamento da base (de 1991 para 2011, a população jovem passou de 18% para 13%), bem como do empolamento do topo (no mesmo período, a população idosa, que representava 15% da população total, em 1991, viu ascender este valor para 22%, em 2011).

200 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Figura 24: Evolução da distribuição da população por grupos etários no concelho de Condeixa-a- Nova e no Baixo Mondego, entre 1991 e 2011

100% 15,2 90% 19,7 18,8 19,0 18,7 22,1 80% 70% 60% 50% 65,0 66,8 64,2 66,5 67,5 65,1 40% 30% 20% 10% 16,1 14,7 16,0 18,0 13,8 12,8 0% 1991 2001 2011 1991 2001 2011 CONDEIXA-A-NOVA BAIXO MONDEGO

0 aos 14 anos 15 aos 64 anos >65 anos

Fonte: INE-Portugal, Censos 1991, 2001 e 2011 (Resultados Definitivos)

Também neste domínio, Condeixa-a-Nova destaca-se de forma muito positiva. Tem conseguido manter, desde 1991, o peso da população jovem nos 16% e a população idosa nos 19%, tendo esta última, inclusivamente, diminuído ligeiramente entre os dois momentos. No quadro generalizado de envelhecimento da população portuguesa e particularmente regional, Condeixa tem conseguido assegurar a manutenção de volumes significativos de população jovem e travado o aumento relativo da população idosa. A capacidade de fixação da população residente e de atração de população do exterior, decorrentes do benefício da proximidade geográfica a Coimbra e da continuada criação de condições de bem-estar social, serão os principais fatores explicativos deste fenómeno, que Condeixa deverá continuar a protagonizar.

É de referir, no entanto, a existência de assimetrias internas dignas de nota. As freguesias mais pequenas e com dinâmicas negativas recentes são também aquelas que registam o maior envelhecimento, inversamente ao que sucede com as freguesias urbanas e mais dinâmicas. Desta forma, assinala-se o seguinte:

- Zambujal, Furadouro, Vila Seca, Belide e Bendafé eram, então, as freguesias mais envelhecidas, todas com pesos aproximados de população com mais de 65 anos, o triplo da população jovem, sendo também as mais pequenas em termos demográficas e as que registaram, entre 2001 e 2011, as maiores perdas percentuais de população;

- Condeixa-a-Nova, Condeixa-a-Velha e Sebal são as freguesias mais jovens e, paralelamente, as mais dinâmicas em termos demográficos, conforme já referido. Em todas elas, o peso da população jovem é superior à população idosa;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 201 201

Quadro 30: Estrutura etária do concelho de Condeixa-a-Nova, por freguesia, em 2011 Freguesias 0 a 14 anos 15 a 64 anos > 65 anos Anobra 13,9 65,0 21,0 Belide 10,2 60,8 29,0 Bendafé 8,9 65,2 25,9 Condeixa-a-Nova 17,8 66,5 15,7 Condeixa-a-Velha 18,0 67,5 14,5 Ega 13,7 61,0 25,3 Furadouro 9,2 59,2 31,6 Sebal 17,1 67,3 15,6 Vila Seca 11,8 59,1 29,1 Zambujal 12,2 54,7 33,1 Total 16,0 65,0 19,0 Fonte: INE-Portugal, Censos 2011 (Resultados Definitivos)

Estamos em presença de um território concelhio que, apesar de apresentar algumas diferenças de comportamento demográfico internas, tem sido capaz de valorizar as vantagens da localização e da posição no contexto do Centro Litoral e da proximidade a Coimbra. É neste sentido que as políticas a definir e as decisões a tomar devem ser perspetivadas, tendo em atenção o contexto atual e as tendências desenhadas.

11.1.2 POPULAÇÃO RESIDENTE EM 2023

11.1.2.1 Formulação do quadro de partida

Conhecer a médio prazo a dimensão e as características de uma população que habita num determinado território é uma tarefa a que muitos se entregam, seguindo percursos mais ou menos complexos, mas cujos resultados, não deixando de ser indispensáveis, se revelam sempre como provisórios face a uma realidade em acelerada transformação. Alguns dos modelos utilizados incorporam com mais intensidade elementos que procuram contornar a incerteza do futuro, designadamente as variáveis micro-demográficas, as estratégias e políticas de desenvolvimento espacial, etc., embora de difícil quantificação. Outras hipóteses simplificam este processo estendendo para o futuro as tendências registadas no passado recente.

As projeções do presente PDM têm um período de abrangência de 12 anos (2011/2023), tendo-se recorrido aos dados oficiais mais recentes e ao previsível horizonte temporal do PDM, sendo realizadas em duas etapas: para o total do concelho e por freguesias. Para o total do concelho, considerou-se como pressuposto base que o crescimento demográfico global do concelho de Condeixa-a-Nova, que se verificará no período 2011/2023, se baseará no crescimento médio verificado nas décadas de 90 e 1ª do século XXI, o que resulta numa taxa de crescimento ligeiramente superior à registada entre 2001 e 2011. Os crescimentos projetados por freguesia tiveram como suporte o ritmo verificado nas mesmas na 1ª década do presente século. Em ambas, recorreu-se à aplicação do modelo de projeção (Método Matemático e Modelo Geométrico).

202 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

No caso da população esperada em 2023, por grupos funcionais (jovens, adultos e idosos), utilizou-se como referência a mesma distribuição da população em 2011, atendendo à estabilidade verificada nos pesos percentuais dos grandes grupos funcionais nas duas últimas décadas.

11.1.2.2 Projeção da população residente (2011-2023)

As transformações ocorridas no concelho de Condeixa-a-Nova, nas duas últimas décadas censitárias no plano demográfico, económico, urbano e social fazem perspetivar uma evolução no sentido da valorização de Condeixa-a-Nova no quadro de integração na área metropolitana de Coimbra (AMC), sobretudo a nível habitacional mas também noutros domínios (cultural, turístico, etc.), naturalmente justificada pela proximidade, excelentes acessibilidades e posicionamento na AMC e na região Centro.

Este quadro genérico de potencial crescimento (otimista), qualificação, desenvolvimento e integração regional faz prever a continuação e reforço da capacidade atrativa de Condeixa-a-Nova. Assim, à perspetiva do incremento da imigração, pretende-se uma maior capacidade de fixação dos jovens que, aliás, se prevê sair reforçada com a conclusão e implementação de instrumentos de gestão territorial fundamentais como o Plano Diretor Municipal, bem como de outros instrumentos/ programas existentes e previstos (Carta Educativa, Agenda 21 Local, Rede Social, Plano Estratégico de Turismo, Plano Estratégico Cultural, etc.), muitos deles com potencial de atratividade relevantes.

Neste pressuposto, as hipóteses traçadas foram desenvolvidas em torno da intensidade (maior ou menor) de crescimento demográfico que se poderá vir a registar entre 2011 e 2023. Assim,

- a hipótese A (menos otimista) concretizaria um crescimento semelhante ao registado entre 2001 e 2011, o qual foi inferior ao registado entre 1991 e 2001, sendo que, neste caso, a população em 2023, se ficaria pelos cerca de 19.425 habitantes;

- a hipótese B (moderadamente otimista) aponta para que o crescimento na 2ª década do século XXI se concretize de forma idêntica ao comportamento médio ocorrido entre as duas últimas décadas censitárias (1991/2001 e 2001/2011), o qual se traduziria num volume populacional na ordem dos 20.279 habitantes;

- a hipótese C (mais otimista) considera que, Condeixa-a-Nova crescerá a um ritmo idêntico ao verificado na década de 90, apontando para uma população, em 2023, de 21.978 habitantes.

Quadro 31: Evolução da população residente no concelho de Condeixa-a-Nova entre 1991 e 2023 2023 Concelho 1991 2001 2011 Hipótese A Hipótese B Hipótese C Condeixa-a-Nova 13.027 15.340 17.078 19.425 20.279 21.978 Fonte: INE-Portugal, RGP 1991, 2001 e 2011 (Resultados Definitivos); Plural (cálculos próprios)

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 203 203

Para efeitos da revisão do PDM, considera-se a hipótese B, aquela que mais se ajustará às expetativas de desenvolvimento concelhio e da envolvente regional durante o período de vigência do Plano, sendo que o volume apurado nesse cenário será o utilizado nos dimensionamentos necessários à programação de equipamentos coletivos, parque habitacional e infraestruturas e como matriz de reflexão para as políticas a adotar no campo social e económico.

Figura 25: Evolução da população residente no concelho de Condeixa-a-Nova, entre 1991 e 2023

25000

20000

15000 Hipótese A Hipótese B 10000 N.º de habitantesde N.º Hipótese C

5000

0 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2023

Fonte: INE-Portugal, RGP 1991, 2001 e 2011 (Resultados Definitivos); Plural (cálculos próprios)

De acordo com a metodologia seguida, os valores da população residente por freguesia, esperados em 2023, seguem a matriz de crescimento verificada na 1ª década do presente século. Deste modo, as freguesias mais urbanas, e recentemente mais dinâmicas, continuarão na mesma linha de evolução, assim como as freguesias mais pequenas e mais regressivas continuarão a perder população. Assim, para além do amplo crescimento previsto da freguesia que integra a Vila de Condeixa-a-Nova (Condeixa-a-Velha/Condeixa-a-Nova), a Sebal/Belide continuará a aumentar os seus efetivos populacionais de forma igualmente expressiva, enquanto Ega e Anobra manterão aproximadamente os volumes de 2011.

Neste contexto, a freguesia de Sebal virá a registar um amplo crescimento demográfico até 2023, podendo ultrapassar a capacidade dos perímetros urbanos propostos na presente revisão do PDM. Contudo, assumindo os pressupostos das projeções, a sua proximidade geográfica a Condeixa-a-Nova justificará que esse potencial crescimento possa vir a ser integrado no perímetro urbano da sede concelhia.

204 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Quadro 32: Evolução da população por freguesia no concelho de Condeixa-a-Nova, entre 1991 a 2023 (Hipótese B) Tx. Var. (%) Freguesias* 1991 2001 2011 2023 2011/2023 Anobra 1210 1357 1316 1301 -1,1 Condeixa-a-Velha/Condeixa-a-Nova 5055 7298 8608 10764 25,0 Ega 2693 2882 2835 2851 0,6 Furadouro 276 223 206 192 -6,8 Sebal/Belide 2187 2072 2723 3877 42,4 Vila Seca/Bendafé 1107 1079 988 912 -7,7 Zambujal 499 429 402 381 -5,2 Total do concelho 13027 15340 17078 20279 18,7 * cf Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro) Fonte: INE-Portugal, RGP 1991, 2001 e 2011 (Resultados Definitivos); Plural (cálculos próprios)

Figura 26: População Residente no concelho de Condeixa-a-Nova, por freguesias, 1991 a 2023

12000

10000

8000

6000 N.º de habitantes de N.º

4000

2000

0 1991 2001 2011 2023

Anobra Ega Furadouro Zambujal Condeixa-a-Velha/Condeixa-a-Nova Sebal/Belide Vila Seca/Bendafé

Fonte: INE-Portugal, RGP 1991, 2001 e 2011 (Resultados Definitivos); Plural (cálculos próprios)

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 205 205

Ao nível da estrutura etária da população, considera-se a distribuição percentual de 2011, como aquela que servirá de orientação para os volumes populacionais por grupos funcionais, em 2023, sobretudo justificados pela estabilidade conseguida nos pesos da população jovem e da população idosa desde 1991 até 2011.

Considerando que estas estimativas reforçam as expectativas em torno da capacidade atrativa do concelho de Condeixa-a-Nova, nomeadamente na captação de casais jovens com filhos pequenos e/ou com potencial de procriação, parte-se da consistência deste pressuposto para equacionar a população esperada por grupos funcionais em 2023.

Neste pressuposto, espera-se, para efeitos da presente revisão do PDM, que a população jovem poderá representar, em 2023, cerca de 16% e a população com mais de 65 anos cerca de 19% da população total. Apesar de a distribuição por escalões etários vir a ser, neste novo contexto temporal, mais positiva que em 2001, no sentido em que se registará um maior volume de jovens, a população idosa, contrariamente ao que seria desejável, manter-se-á com um peso relativo superior à população jovem.

Quadro 33: População do concelho de Condeixa-a-Nova, por grupos funcionais, 2023 Grupo funcional 2001 (%) 2011 (%) 2023 (N.º) 0 - 14 14,7 16,0 3245 15 - 65 66,5 65,0 13181 Mais de 65 anos 18,8 19,0 3853 Total 100,0 100,0 20279

Fonte: INE, RPG 2001 e 2011 (Resultados Definitivos); Plural (Cálculos próprios)

11.2 HABITAÇÃO

A questão habitacional é um dos principais fatores que levam à transformação do território, daí a importância da sua integração no âmbito do Plano Diretor Municipal.

O parque habitacional é uma área de estudo onde a análise global de números é arriscada e só permite uma aproximação à realidade, para além da frequente falta de adequação da informação estatística à análise aprofundada do problema. Um dos problemas que se coloca tem a ver com os contornos imprecisos do conceito de “carência habitacional”, que pode incluir várias situações, desde a insatisfação (simbólica) face à habitação (fogo) até à ausência literal de alojamento. Acresce ainda a natureza diversa das carências quantitativas e qualitativas que encerram diversas conceções sobre tipos de famílias, modos de vida, etc. e que podem configurar uma diversidade de distintas “carências”.

No entanto, apresenta-se uma análise, em termos estruturais, aproximada e indicativa das situações de carência e das necessidades previsíveis de habitação para o cenário demográfico esperado em 2023. Apresenta-se também um conjunto de medidas que deverão orientar, globalmente, as intervenções no parque habitacional

206 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

concelhio, as quais não substituem a realização de um Programa Local de Habitação (PLH), de caráter municipal ou intermunicipal, tal como aconselha o Plano Estratégico de Habitação 2008-2013.

11.2.1 Síntese da caracterização do Parque Habitacional de Condeixa-a-Nova

O parque habitacional do concelho de Condeixa-a-Nova era constituído, em março de 2011, por 8.488 alojamentos familiares, suporte habitacional de 17.078 pessoas, cujos volumes, comparativamente à década anterior, significaram um acréscimo de 1.773 alojamentos (26%) e um ganho de 1738 indivíduos (11%). Tanto num caso como no outro, Condeixa-a-Nova registou ritmos de crescimento bastante superiores aos verificados pelo Baixo Mondego. Esta evolução recente (2001/2011) vem em linha com o que já havia sucedido na década de 90 (os alojamentos tinham crescido 23% e a população 18%).

O crescimento do parque habitacional tem sido consequência de dois fatores essenciais: por um lado a proximidade a Coimbra e a integração de Condeixa no processo de suburbanização da capital de distrito e, por outro, o efetivo reforço da centralidade da Vila no contexto concelhio, em virtude da forte concentração de equipamentos, serviços e atividades económicas, o que tem proporcionado movimentos centrípetos tanto de origem habitacional como de natureza laboral, em detrimento das freguesias mais isoladas e rurais.

Em 2011, o concelho de Condeixa-a-Nova detinha um parque edificado composto por 6.637 edifícios, tendo registado, relativamente a 2001, um incremento de 19%, valor muito aproximado do crescimento do número de alojamentos, significando que nesta década foi maioritária a construção de habitações com poucos pisos, ao contrário do que sucedeu na década anterior, onde foi privilegiada a construção em altura.

O concelho de Condeixa-a-Nova, registando valores médios idênticos à sub-região em que se insere, apresentava, em 2011, 0,7 famílias por alojamento e 2,7 pessoas por alojamento.

Desde 1970 até março 2011, construiu-se quase dois terços (63%) do parque edificado existente no concelho de Condeixa-a-Nova (edifícios de habitação, de comércio e serviços e mistos), refletindo a relativa juventude daquele. No entanto, verifica-se que 14% dos edifícios do concelho são anteriores a 1945, ou seja existe uma proporção significativa de edifícios muito próximos do termo da sua idade técnica limite (± 70 anos).

O parque habitacional do concelho de Condeixa-a-Nova era constituído, em 2001, quase na totalidade, por alojamentos clássicos (99,9%), não tendo qualquer significado o peso e o número de alojamentos não clássicos (6 alojamentos não clássicos/improvisados), volume igual ao registado em 2011.

Dadas as características do concelho de Condeixa-a-Nova, a residência habitual é, obviamente, predominante (73%), não possuindo especial relevância o peso dos alojamentos de residência secundária (9%), mas sendo significativos os fogos vagos (18%, correspondentes a 1500 alojamentos). A evolução mais recente (2001/2011) ditou a redução do peso dos alojamentos de residência habitual (passou de 80% para 73%) a favor da elevação

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 207 207

da proporção de fogos vagos (passou de 10% para 18%) sendo que o peso dos fogos de 2ª residência se manteve praticamente inalterado.

Fazendo jus à sua matriz rural e à tipologia dominante neste contexto, o parque edificado do concelho de Condeixa-a-Nova, é predominantemente constituído por edifícios com 1 alojamento (93%), existindo, num total de 6.637 edifícios, apenas 336 edifícios com de 2 a 6 alojamentos (5%) e 116 edifícios com mais de 7 alojamentos (2%), estando estes últimos situados, maioritariamente nas freguesias de Condeixa-a-Nova e Condeixa-a-Velha.

Em 2001, o retrato de Condeixa-a-Nova, no que respeita às condições de acessibilidade à generalidade dos edifícios por pessoas com mobilidade condicionada, traduzia-se num quadro global satisfatório, em que a população com deficiência representava 10% da população concelhia. Naquela data, existiam 449 edifícios com rampas de acesso, 3.665 edifícios sem rampas de acesso mas acessíveis e, por último, 1.474 edifícios, correspondentes a 26% do total, que não possuíam rampas de acesso e sem acesso possível. No entanto, a publicação de instrumentos legais posteriores a 2001, que visam o direito de pessoas com deficiência a acederem livremente ao meio construído, terá tido algumas repercussões nos edifícios construídos após 2006, pelo que se espera que a situação atual possa ser mais positiva. Contudo, os dados mais recentes (INE, 2011) apresentam-se com um método de abordagem diferente do utilizado nos Censos 2001 e, por isso, não são diretamente comparáveis. Daqueles, consideraram-se os que respeitavam a: i) dificuldades motoras (“andar ou subir degraus”) e ii) dificuldades visuais (“ver”), sendo que em Condeixa-a-Nova cerca de 9,8% da população com mais de 5 anos tem muita dificuldade em “andar ou subir escadas” (1591 indivíduos) e 1,8% não conseguem “andar ou subir degraus” (294 indivíduos); também 10,4% da população (1690 indivíduos) tem muitas dificuldades visuais e 41 pessoas são invisuais, sendo, por isso, no seu conjunto, bastante representativas as potenciais dificuldades de mobilidade da população deste concelho.

Não obstante a percentagem representativa de população residente com incapacidades motoras e visuais, a realidade construtiva e da ocupação humana do território de Condeixa-a-Nova antecipam a inexistência de grandes desconformidades ou dificuldades acrescidas às pessoas com mobilidade condicionada. Com efeito, a tipologia dos edifícios predominantes - predominantemente térreos -, por si só, um contexto favorável à mobilidade das pessoas. Assim, em 2011, apenas existiam 271 edifícios construídos estruturalmente para possuir 3 ou mais alojamentos e, destes, 189 não possuíam entrada acessível à circulação em cadeira de rodas.

No âmbito do serviço de infraestruturas (eletricidade, abastecimento de água canalizada e saneamento básico) o concelho já estava praticamente coberto em 2001, sendo um domínio que conheceu melhorias significativas nas últimas décadas. Em 2011, apenas se contabilizavam 22 alojamentos sem água canalizada e 55 alojamentos de residência habitual sem esgotos. Relativamente às instalações existentes nas habitações, a situação, é hoje, francamente satisfatória, atendendo a que apenas cerca de 1,8% dos alojamentos de residência habitual não tem instalações de banho ou duche.

208 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

A ocupação partilhada de um alojamento (mais de uma família por alojamento), bem como a existência de situações de sobrelotação, denunciam, na maior parte dos casos, a ausência de condições dignas de habitabilidade. No concelho de Condeixa-a-Nova existiam, em 2011, 101 famílias que partilhavam alojamento e 289 famílias a residir em fogos com divisões a menos para a população que nelas residia (alojamentos clássicos sobrelotados).

O regime de ocupação predominante (dos alojamentos familiares clássicos de residência habitual) dos alojamentos de Condeixa-a-Nova é o do “ocupante proprietário” (86%), sendo o arrendamento representado por apenas por 9% dos alojamentos familiares clássicos (585 fogos).

Em 2011, das famílias que eram proprietárias e ocupantes dos alojamentos, 44% tinham encargos com a aquisição da habitação, sendo que os restantes 56% não tinham qualquer encargo. Na mesma data, dos cerca de 14% dos alojamentos, cuja entidade proprietária era outra que não o próprio ocupante, o grande volume (70%) era propriedade de particulares ou empresas privadas - nesta data, os restantes fogos eram propriedade de ascendentes ou descendentes em 1º ou 2º graus (26%) e do Estado (2,5%), sendo o peso das restantes entidades residual.

O arrendamento sendo pouco expressivo no concelho (585 fogos) apresentava, em 2011, a seguinte distribuição de escalões de renda: 24% correspondiam a rendas inferiores a 200€, 15% a rendas superiores a 500€ e os restantes quase 2/3 correspondiam a rendas entre 200€ e 400€.

A maioria dos edifícios (77%) encontravam-se em bom estado de conservação, em 2011, isto é, não necessitavam de obras de reparação, no entanto, não deixava de ser significativo o número dos edifícios que precisavam de reparações - 1438 edifícios (embora, destes, só 12% necessitassem de grandes reparações). Foram na mesma data, contabilizados 81 edifícios muito degradados. O cenário atual é amplamente mais positivo do que o que se registava na década anterior.

Considerando que o parque habitacional do concelho de Condeixa-a-Nova não possui situações patológicas de destacar e que se verificou uma importante evolução no nível da qualidade do parque habitacional concelhio na última década censitária, importa contudo referir aquelas situações que, apesar disso, ainda não contribuem para a imagem desejável do município nesta matéria e que se referem, basicamente, às situações de ausência de condições dignas de habitabilidade e aos casos de degradação do parque habitacional e edificado. Este cenário tem-se mantido, em grande parte, porque tem persistido a incapacidade institucional de apoio social (habitação social) às famílias mais carenciadas.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 209 209

11.2.2 Avaliação das Carências Habitacionais

No presente caso - avaliação de carências habitacionais do município de Condeixa-a-Nova - quando se fala em défices/carências habitacionais não se está a referir a falta absoluta de alojamentos, mas a falta adequada às necessidades da população em função dos escalões de rendimento.

Considera-se, então, carência habitacional, situações em que: i) famílias vivem em alojamentos não clássicos; ii) famílias partilham fogos; iii) famílias que, vivendo sozinhas em fogos clássicos, sobreocupam-nos por falta de divisões assoalhadas; iv) famílias vivem em fogos obsoletos (degradados).

Existem vários critérios utilizados no cálculo de carências habitacionais. O critério utilizado na presente revisão do PDM é, estruturalmente, o de Abílio Cardoso12, que considera que as carências quantitativas resultam da "soma das famílias em alojamentos não clássicos com metade do excesso de famílias (ou indivíduos isolados) sobre fogos no parque partilhado e com um terço das famílias que não partilhando, sobreocupam as suas habitações", à qual se adiciona a componente dinâmica da depreciação do parque habitacional (1/3 dos fogos anteriores a 1945).

Assim, para efeitos de cálculo das carências habitacionais no concelho de Condeixa-a-Nova, utilizou-se a seguinte fórmula:

CQ = FAnC + 1/2 FFP + 1/3 FFS +1/3 Fa1945

CQ = Carência Quantitativa FAnC = Famílias em Alojamentos não Clássicos FFP = Famílias em Fogos Partilhados FFS = Famílias em Fogos Sobrelotados Fa1945 = Fogos de construção anterior a 1945

Dos dados apresentados anteriormente, e de acordo com a metodologia utilizada, em 2011, no concelho de Condeixa-a-Nova:

Os alojamentos não clássicos - todos aqueles que não correspondem aos padrões de habitabilidade socialmente aceites (barracas, improvisações, construções rudimentares de madeira, instalações móveis, entre outros), - totalizavam 6 alojamentos, nos quais viviam 6 famílias;

As situações de partilha correspondiam a 101 famílias a residir em fogos partilhados;

Os fogos sobrelotados albergavam 289 famílias;

O número de alojamentos de construção anterior a 1945, indicador que permite ponderar a obsolescência do parque habitacional - componente qualitativa dinâmica que tenta captar a

12 Planeamento Municipal e a Habitação, Coleção CCRN, Nov. 1991

210 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

depreciação do parque, quantificando as necessidades de substituição dos fogos que vão atingindo o termo da vida útil – correspondiam a 979 fogos.

De acordo com este exercício, à data do Censos 2011, existia no concelho de Condeixa-a-Nova, um défice de, aproximadamente, 480 fogos.

Tendo em consideração que estão vagos13 cerca de 18% dos alojamentos clássicos (1500 fogos), afigura-se concluir que não haveria necessidade de novos alojamentos para suprir as carências existentes naquela data. Obviamente, esta não é uma análise legítima, na medida em que quando se fala em défice/carências habitacionais, não se está a referir a falta absoluta de alojamentos, mas a falta adequada às necessidades da população em função dos escalões de rendimento.

Os fogos vagos não seriam provavelmente destinados à população residente nos alojamentos referidos anteriormente, daí referir-se que se considera carência quando há falta de alojamento a custos adequados aos escalões de rendimento da população e não à falta absoluta de casas que, como se sabe, não é o caso do concelho de Condeixa-a-Nova.

Por não serem ainda conhecidos todas as variáveis caraterizadoras do parque habitacional, não é possível fazer o mesmo exercício de quantificação das carências habitacionais relativo a 2011 sendo ainda que, as carências existentes em 2001, podem ter sido, entretanto, parcialmente colmatadas. Contudo, indiscutivelmente considerados como carência habitacional são os 6 alojamentos não clássicos e a cerca de 2 dezenas de alojamentos sem água canalizada e sem esgotos. Não obstante, este cenário deve ser prioritariamente resolvido embora, como se referiu, não seja relevante no contexto do parque de alojamentos do concelho.

Um conhecimento exaustivo das situações de carência extravasa a escala do PDM, mas é naturalmente importante conhecer, num contexto de necessidade de respostas sociais e a uma escala mais macro, ao nível da definição de uma política habitacional. Deste ponto de vista, essencial para o conhecimento e tentativa de resolução das carências habitacionais existentes, o Pré-Diagnóstico Social de Condeixa-a-Nova (do Programa Rede Social), ajustado, entretanto, com os dados conhecidos dos Censos 2011, identificou como principais constrangimentos em matéria de habitação os seguintes:

22 alojamentos sem água canalizada (eram 75, em 2001)

110 habitações sem banho ou duche (eram 389, em 2001)

2,5 centenas de habitações a necessitar de grandes obras e/ou muito degradadas (417 edifícios, em 2001, precisavam de grandes obras e/ou estavam muito degradados)

inexistência de habitação social para atribuir aos munícipes carenciados

13 Para venda (220), arrendamento (82), demolição (59) e outras situações (1139).

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 211 211

elevado número de novas habitações com barreiras arquitetónicas

os projetos que já decorreram no concelho e os que muito pontualmente apoiam situações na área da habitação não dão resposta às necessidades locais

diminuto investimento na área habitacional do concelho no âmbito da ação social local e como principais potencialidades em matéria de habitação, as seguintes:

parque habitacional em crescimento

localização geográfica estratégica e concelho limítrofe da cidade de Coimbra

evolução positiva das condições de habitabilidade

elevada oferta habitacional, com preços mais baixos que a cidade de Coimbra

mercado de arrendamento a ser cada vez mais explorado

Em síntese, a Rede Social destacou alguns aspetos essenciais do parque habitacional e/ou edificado, que consistem na presença de situações de condições de habitabilidade deficitárias, por um lado, e por outro, a incapacidade institucional de apoio social (habitação social) às famílias mais carenciadas.

11.2.3 Avaliação das necessidades de alojamento em 2023

No ponto anterior apresentaram-se as carências atuais (à data de 2011), sendo que agora se abordam as necessidades que se estima venham a surgir até ao horizonte do PDM (2023), pelo que, para efeitos do presente documento, carências e necessidades são conceitos distintos, embora surjam frequentemente de forma indistinta:

As carências referem-se ao momento atual e à “falta” de alojamentos, adequada às necessidades da população em função dos escalões de rendimento e não à falta de alojamentos no mercado;

As necessidades referem-se às novas condições que serão criadas, nomeadamente pela pressão que vai ser exercida sobre o parque habitacional (decorrente do crescimento esperado da população para 2022), às quais serão adicionadas outras componentes: as carências atuais, o envelhecimento do parque e necessidade de constituição de uma reserva de fogos.

A avaliação das necessidades de alojamento de um determinado território para um horizonte temporal definido, no caso, para o município de Condeixa-a-Nova em 2023, deve contemplar a ponderação de algumas componentes essenciais, nomeadamente: i) o défice-base (carências existentes no ano-base, no caso 2011); ii) a pressão habitacional que irá ser exercida no território, em consequência do crescimento demográfico esperado no horizonte temporal definido; (iii) o previsível envelhecimento do parque habitacional; e iv) a necessidade da existência de uma reserva de fogos vagos (para venda ou arrendamento) que permita a mobilidade da população e o bom funcionamento do mercado de habitação.

212 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Não existindo dados adaptados a este fim em concreto, revela-se sempre necessário fazer cálculos indiretos (como se fez para o cálculo das carências habitacionais) e, sempre, indicativos, com base nos dados oficiais existentes. Sendo por si só um exercício complexo pela inexistência de dados objetivos, tornam-se aqui presentes os dados e as ideias possíveis, de modo a conseguir-se uma aproximação (teórica) às necessidades habitacionais em 2023:

1. o défice atual (2011), componente estática, foi calculado em fase anterior (e contemplava as famílias que residiam em alojamentos não clássicos, as famílias que partilhavam alojamentos e as que residiam em fogos sobrelotados e os alojamentos obsoletos) era de 480 fogos.

2. a pressão habitacional, componente dinâmica, resulta da articulação entre o diferencial de população nos dois momentos (a população em 2011 era de 17.078 habitantes e o cenário demográfico considerado para 2023 é de 20.279 habitantes) e a dimensão média das famílias. Com estes dois indicadores, obtêm-se, aproximadamente, os alojamentos necessários no horizonte temporal definido. No caso concreto, considerou-se uma estimativa dimensão média da família, em 2011 (2,7 pessoas/família), tendo-se calculado um valor de 1186 fogos necessários até 2023, fruto apenas do crescimento demográfico esperado.

3. obsolescência do parque habitacional, também é uma componente dinâmica e tenta captar a depreciação do parque habitacional, quantificando as necessidades de substituição dos fogos que vão atingindo o termo da vida útil (considera-se a idade técnica limite de ± 70 anos), durante o período considerado. Sendo difícil de contabilizar, o parque obsoleto será aquele que vai atingindo o termo da vida útil. Contabilizam-se aproximadamente cerca de 226 fogos que até 2023 possam vir a atingir o termo da sua vida útil (1/3 dos alojamentos construídos entre 1946 e 1960).

4. a reserva de alojamentos vagos (fogos para venda ou para arrendamento) visa permitir a mobilidade da população e propiciar um melhor funcionamento do mercado de habitação, sendo de aproximadamente 2 a 3% do parque habitacional (António Fonseca Ferreira, 1987). Neste caso, calculou-se um volume aproximado de 148 fogos.

Tendo presentes estas componentes e os condicionalismos associados ao seu cálculo, considera-se que no espaço temporal entre 2011 e 2023, se o cenário demográfico esperado se confirmar (perto de 20 mil e 300 habitantes), poderá ser necessário disponibilizar, aproximadamente, 2000/2100 fogos. Para além de construção nova, este valor pode incluir a colocação no mercado de fogos atualmente inoperantes, tanto por ausência de condições de habitabilidade como por outros motivos.

11.2.4 Orientações gerais do PROT-C para a função habitacional

Os objetivos delineados no PROT para esta matéria, encontram-se no Anexo XIII (maio de 2011), sendo que a tónica dominante assenta no objetivo de “aproximar as ofertas das procuras no desenvolvimento urbano

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 213 213

consagrando a habitação como uso dominante na cidade existente e em expansão, recorrendo a políticas urbanas e de alojamento que tenham especial atenção às procuras de menores rendimentos. Para atingir tais objetivos, deve-se:

1. Compatibilizar a política de habitação com as previsões do mercado de habitação. Neste âmbito, é essencial definir uma política realista de habitação baseada no conhecimento da procura e oferta, tendo em consideração a sua crescente diferenciação, o reabilitado e o novo, o realojamento, a segunda habitação, o turismo residencial, e os utentes de caráter temporário (os emigrantes, os estudantes e os hipermóveis, etc.). A administração central e local deverão criar articuladamente dispositivos que informem os promotores acerca das necessidades reais do mercado de habitação local.

2. Atender especialmente à procura local menos solvente em relação ao mercado. Para isso deverá ser dada atenção especial à procura local menos solvente em relação ao mercado, recorrendo a soluções menos utilizadas tais como quotas de habitação social no licenciamento de urbanizações ou o encorajamento da reabilitação do parque existente.

3. Exigir quotas de custos controlados para habitação sempre que a situação socioeconómica ou urbana o justifique, devem ser exigidas quotas de habitação a custos controlados nas operações urbanísticas de impacte relevante, como forma de atenuar as carências habitacionais observadas, sem obrigar à concentração de habitação social.

4. Reabilitar áreas urbanas desqualificadas, estabelecendo instrumentos que promovam a reabilitação dos tecidos urbanos existentes, incentivando ações de requalificação que contribuam para a melhoria das condições de vida de determinados setores da cidade designadamente de bairros sociais mais degradados.

5. Integrar novos conjuntos para menores rendimentos nas áreas já urbanizadas, promovendo a fixação da população de menores rendimentos em áreas urbanas consolidadas, preferencialmente em edifícios pré-existentes, garantindo uma boa acessibilidade aos serviços de educação e saúde e espaços coletivos qualificados.

6. Utilizar unidades de execução para dinamizar o mercado de solos, ativando o mercado de solos utilizando Unidades de Execução realistas e bem programadas que promovam equitativamente a execução de infraestruturas e espaços livres e que permitam a negociação de quotas de habitação de custos controlados, tendo em vista uma maior probabilidade de alargamento da procura e a integração da diversidade social – idades, rendimentos, cultura.”

214 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

11.2.5 Orientações e medidas de política habitacional do município de Condeixa-a-Nova

As autarquias não têm obrigação legal de intervir direta ou indiretamente na questão habitacional, contudo muitas quererão e deverão fazê-lo na medida em que é manifesta a ligação que a habitação tem com o desenvolvimento local. Com efeito, a situação da habitação tende a ser melhor quanto maior o grau de desenvolvimento de um território.

A avaliação da situação habitacional do concelho de Condeixa-a-Nova, no âmbito dos Estudos de Caracterização, apontou para algumas situações de carência e, como em quase todos os concelhos com registos de carências habitacionais, sobretudo, a falta de habitação adequada às necessidades da população em função dos seus escalões de rendimento. Efetivamente, as carências em 2011 rondavam os 480 fogos num total de 8482 alojamentos familiares clássicos, quando existia, no entanto, uma importante componente de fogos inoperantes, ou seja, 1500 fogos vagos, dos quais, 220 para venda e 82 para arrendamento.

Em tese, naquela data seria, assim, possível resolver todas as carências quantitativas identificadas com base unicamente no parque existente. A sua utilização permitia encarar a possibilidade de substituir, com vantagens de custos, uma política de mero investimento em habitação nova como forma de responder às carências, por uma política que privilegiasse a melhor utilização do existente. O resultado prático de uma tal política depende obviamente de outros fatores, como sejam as formas de propriedade, a heterogeneidade do parque, questões afetivas e sociais de apego à habitação, incentivos, etc., fatores que, pela sua natureza, não facilitam a gestão do parque existente.

Não obstante a identificação de algumas situações de carência, o período de tempo decorrido entre 2001 e o momento presente não aconselham a utilização daqueles volumes como ponto de partida para a proposta, pelo facto de neste período aquela situação já se poder encontrar totalmente ultrapassada. Com efeito, a Autarquia não possui registos de carências habitacionais de monta e as que vão surgindo vão sendo resolvidas caso a caso, ou através de arrendamento, ou através da realização de obras de beneficiação do edificado, por parte da Autarquia ou da Santa Casa da Misericórdia.

Neste sentido, a Autarquia não tem prevista nenhuma intervenção ao nível de políticas sociais de habitação.

Neste sentido, considera-se que as características do parque habitacional e as próprias dimensões das componentes de carência atual e das necessidades esperadas em 2022, aconselham basicamente sete medidas de política habitacional global, na sequência daquele que é o objetivo central do município nesta matéria: Promoção da imagem global “Condeixa-a-Nova: oferta de habitação de qualidade”. As medidas identificadas, podem ter leituras cruzadas e são necessariamente complementares.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 215 215

Figura 27: Medidas de política habitacional do concelho de Condeixa-a-Nova

Fonte: Plural (esquematização própria)

A supressão das carências habitacionais, bem como a produção habitacional para as necessidades previsíveis em 2023, poderá passar, no âmbito de uma política de habitação global para o município por:

Garantir o solo necessário para o crescimento habitacional previsto

A disponibilização de solo para edificação ou para obras de intervenção urbanística integradas é o aspeto fulcral da prossecução de uma gestão equilibrada e sustentada do território. A ponderação do crescimento demográfico esperado no horizonte do Plano em articulação com as necessidades habitacionais previstas permitiu equacionar, através da delimitação dos perímetros urbanos na presente revisão do PDM, as necessidades espaciais para uma gestão autárquica equilibrada e capaz de dar resposta aos desafios do futuro.

Melhorar a qualidade de vida urbana e a coesão territorial

Esta medida, surge necessariamente na sequência da anterior e visa a criação de um contexto urbano favorável à edificação e manutenção de um parque habitacional de qualidade, complementado por um conjunto de outras funções urbanas que concorram para a qualidade de vida da população local e da população que migra para Condeixa-a-Nova. Pretende-se completar, redimensionar, gerir e manter a rede de equipamentos de proximidade, conservar, reabilitar e criar espaços públicos e de lazer e assegurar a mobilidade (transportes, estacionamento, passeios) e a dinamização do comércio local.

216 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Esta medida deverá ser potencialmente concretizada com a implementação do PDM e das intervenções nele propostas. Para a concretização desta medida contribuirão várias Unidades Operativas de Planeamento e Gestão propostas, por quanto potenciam a promoção da qualificação dos espaços, tanto visando disciplinar a reabilitação e a recuperação de muitos aglomerados, como promover a sua integração no meio envolvente e a salvaguarda do património existente.

Produção de habitação através de um modelo diversificado de promoção

Esta medida assenta na necessidade da produção de habitações para diferentes níveis de procura, num esforço de adequação da oferta à procura de habitação (necessidades segmentadas de habitação), pois a resolução das carências habitacionais não se reduz a produzir casas, mas a viabilizar socialmente aquilo que se constrói. A diversificação das formas de promoção habitacional é válida para a colmatação das carências existentes, mas sobretudo, a prazo, para o parque habitacional com o objetivo de se resolver, ou pelo menos mitigar, o volume e peso das carências habitacionais no futuro.

Promover a elevação da qualidade do parque habitacional

Com esta medida de caráter genérico mas fundamental no desenvolvimento do pressuposto de que Condeixa-a-Nova oferece habitação de qualidade, pretende-se reforçar a ideia da necessidade de recuperar, conservar e manter o parque habitacional existente e incentivar a recuperação, conservação e manutenção do parque habitacional degradado (público e privado), dando prioridade a assegurar as condições mínimas de habitabilidade, no âmbito das atuais exigências da sustentabilidade ambiental. A qualificação habitacional é decisiva para o desenvolvimento que se se pretende para o município por quanto se sabe que, efetivamente, a situação da habitação tende a ser melhor quanto maior o grau de desenvolvimento de um território.

Nesta medida, assume particular e crescente importância a eliminação de barreiras arquitetónicas que prejudicam a deslocação de pessoas com mobilidade condicionada, na medida em que este será um fator de inclusão e de bem-estar social. Para tal, devem ser criteriosamente cumpridas as normas inscritas nos instrumentos legais vigentes.

Dar prioridade à reabilitação urbana vs construção nova

Pretende-se com esta medida a rentabilização e racionalização social e económica do parque habitacional existente, limitando as degradações e as demolições e disponibilizando no mercado os fogos inoperantes. Efetivamente, se por um lado se coloca a questão da inoperância dos fogos vagos, porque não contribuem para a satisfação das necessidades de alojamento de muitas famílias, aqueles estão, por outro lado, mais vulneráveis à degradação e depredação, muitas vezes culminando em demolições.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 217 217

Esta medida enfatiza, assim, a importância vital da preservação e reabilitação do património edificado, entendido como contributivo para a revivificação do parque habitacional degradado e no sentido de aumentar a qualidade de vida das famílias que não possuem as necessárias condições de habitabilidade e conforto.

Esta medida consagra, assim, uma dupla atuação: se por um lado, contribuiria para a valorização e requalificação da paisagem urbana e, por outro lado, a possibilidade de aproveitar o parque existente permitiria que parte das carências habitacionais ou das necessidades futuras fossem colmatadas/resolvidas e reduziriam também as necessidades de novas construções o que induziria acentuadas vantagens urbanísticas e ambientais.

Não sendo ainda prática corrente no município de Condeixa-a-Nova, o recurso à reabilitação, nem através dos vários programas criados pela Administração Central, em parceria com as Câmaras Municipais, esta é uma matéria a merecer destacada atenção. A Autarquia poderá ter um papel importante na divulgação e sensibilização para o recurso a estes programas.

Incrementar a promoção de habitação a custos limitados (municipal ou cooperativa)

A habitação é um elemento essencial para a integração social, mas nem sempre é acessível a todos. É necessário, por isso, garantir que a habitação digna possa ser disponibilizada também aos grupos sociais mais vulneráveis e com menores recursos. Esta medida visa, precisamente, reforçar o parque habitacional para grupos com dificuldades de acesso ao mercado habitacional, a partir da dinamização da construção a custos controlados, ou eventualmente da criação de contrapartidas em novas urbanizações, tal como o PROT, também aconselha.

A Autarquia poderá ter um papel preponderante na divulgação/sensibilização e operacionalização dos programas existentes promovidos pela Administração Central, que funcionam em parceria com as câmaras municipais, empresas construtoras ou cooperativas.

Outra possibilidade de promover habitação a custos controlados será o desenvolvimento de modalidades de apoio à aquisição de habitação e à autoconstrução e destinada sobretudo às famílias que embora possuidoras de baixos recursos, são parcialmente solventes, sendo que o apoio dado por esta via a estas famílias, poderá permitir aliviar a pressão exercida das necessidades de habitação mais permanentes.

A resposta às carências identificadas em populações insolventes ou com outras dificuldades de integração através de habitação a custos limitados, permitirá também vivificar, social e demograficamente, espaços urbanos estratégicos, contribuindo para a requalificação dos conjuntos urbanos.

218 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Manutenção de uma reserva de fogos vagos

Num contexto da crescente integração na AMC, o concelho de Condeixa-a-Nova deverá registar o reforço do seu desempenho no território metropolitano, e fundamentalmente de suporte habitacional a Coimbra, atendendo ao amplo volume de intervenções e investimentos (concluídos recentemente ou previstos). Neste contexto é crucial a manutenção de uma reserva de fogos vagos, tanto para venda como para arrendamento, que permita a mobilidade da população e o bom funcionamento do mercado da habitação.

Estas medidas de intervenção no parque habitacional de Condeixa podem ter uma explicitação mais objetiva e operacional se devidamente enquadradas por um Plano Local de Habitação.

O Plano Estratégico da Habitação 2008-2013, que considera que a sua concretização depende, em larga medida, da adesão das autarquias, introduz, como elemento estruturante das propostas, a necessidade de elaboração de Programas Locais de Habitação, assumindo-se claramente a necessidade de uma parceria solidária entre o Estado e as Autarquias onde estas assumem um papel importante, não apenas na execução mas também na definição, implementação e execução das políticas de habitação.

Com o PLH pretende-se dotar as autarquias de uma visão estratégica sobre as políticas locais de habitação, articulando-as com as políticas de ordenamento do território. Em termos objetivos, o Programa Local de Habitação deve fixar os objetivos da política de habitação para um período determinado, devendo ser periodicamente revisto e definir localmente (municipal ou intermunicipal) uma visão estratégica das intervenções nas áreas da habitação e da reabilitação urbana.

Neste sentido, o PLH aprofunda o conhecimento sobre as carências habitacionais locais, hierarquiza prioridades, faz um levantamento dos recursos mobilizáveis, identifica promotores, enquadra as intervenções de regeneração urbana e identifica e divulga as “boas práticas” na gestão do parque público (Plano Estratégico da Habitação, 2008).

As dinâmicas demográficas e socio-territoriais recentes e expectáveis no futuro, materializadas na crescente integração de Condeixa-a-Nova na realidade da Área Metropolitana de Coimbra, aconselham a efetiva realização do PLH, tal como é sugerido no Plano Estratégico da Habitação, devendo ser ponderada a elaboração de um PLH de índole intermunicipal.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 219 219

11.3 EQUIPAMENTOS COLETIVOS

11.3.1 Enquadramento geral, metodológico e de síntese

O nível de desenvolvimento socioeconómico de qualquer população mede-se, não só pelo nível de rendimento, condições de habitabilidade, etc., mas também pela possibilidade de acesso a uma determinada gama de equipamentos coletivos, cabendo ao Estado (poder central e/ou local) garantir que todos os indivíduos tenham acesso a esses equipamentos.

Os equipamentos coletivos possuem uma componente determinante ao nível do tecido social, no sentido em que promovem a qualidade de vida da população ao assegurarem a otimização do acesso à educação, à saúde, à segurança social, ao desporto, à cultura e ao lazer, sendo, também, fundamentais no apoio prestado à atividade económica. Para além da componente social, são normalmente elementos polarizadores do espaço envolvente, funcionando como referências nos percursos e na paisagem urbana.

A este papel determinante na organização do território acresce também a enorme importância na imagem e projeção exterior do espaço/território onde se localizam. Esta dupla função dos equipamentos coletivos reflete-se de alguma forma na competitividade dos lugares, concelhos e regiões. Assim, pode considerar-se que os equipamentos coletivos são, paralelamente, consequência e causa do processo de desenvolvimento económico e social de qualquer território.

O local onde se vive não pode ser um fator de penalização em domínios básicos da vida coletiva. A dotação de níveis mínimos de qualidade de vida e de prestação de serviços é o suporte da estabilidade e equidade territorial. Um território equitativo, em termos de desenvolvimento e de condições de bem-estar, possibilitará melhores oportunidades de emprego e de habitação. Importa, pois, prosseguir a dotação de infraestruturas e equipamentos de modo a criar condições materiais equitativas de acesso e usufruto aos serviços e funções urbanas, sobretudo nos espaços mais marginalizados e de baixa densidade.

A sua disseminação pelo território concelhio não é, naturalmente, viável pelo que deve optar-se por uma distribuição equilibrada, em função da dinâmica económica e social do concelho, de forma a ser possibilitado o acesso fácil aos seus potenciais utilizadores, sempre no intuito de contribuir para a equidade social e territorial.

Os equipamentos coletivos considerados no âmbito das propostas do PDM, pelo seu papel essencial de apoio social e de satisfação das necessidades básicas da população, são os seguintes: Educativo; Solidariedade e Segurança Social; Saúde; Desportivo; e Cultural.

Existem algumas situações que devem ser mencionadas desde logo, de modo a que a leitura do presente capítulo seja devidamente esclarecedora e necessariamente ponderada, nomeadamente:

220 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

1. O concelho de Condeixa-a-Nova aderiu ao Programa Rede Social, estando em plena implementação o Plano de Desenvolvimento Social.

A Resolução do Conselho de Ministros n. º 197/97, de 18 de novembro, define a Rede Social com “um fórum de articulação e congregação de esforços baseados na adesão livre por parte das autarquias e das entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos que nela queiram participar. Estas entidades deverão concertar esforços com vista à erradicação ou atenuação da pobreza e da exclusão e à promoção do desenvolvimento social”.

Os objetivos específicos que norteiam a Rede Social, são: induzir o diagnóstico e o planeamento participados, promover a coordenação das intervenções ao nível concelhio e de freguesia, procurar soluções para os problemas das famílias e pessoas em situação de pobreza e exclusão social, formar e qualificar agentes envolvidos nos processos de desenvolvimento local, no âmbito da Rede Social, promover uma cobertura adequada do concelho por serviços e equipamentos e potenciar e divulgar o conhecimento sobre as realidades concelhias.

A adesão a este Programa e a sua implementação deverão vir a contribuir para a eliminação gradual das carências detetadas ao nível da dotação dos equipamentos coletivos, com especial relevância para os equipamentos sociais, sendo que o seu conteúdo, ajustado aos objetivos do PDM, foi integrado no âmbito dos Estudos de Caracterização e da Proposta da presente revisão do PDM.

2. Na sequência do que foi dito no ponto anterior, importa salientar que a avaliação realizada é eminentemente quantitativa, como aconselha a abordagem a fazer no âmbito de um PDM, facto que por si só justifica que possa existir uma leitura relativamente diferente/complementar da realidade, muito embora, as abordagens atuais existentes (Carta Educativa, Programa Rede Social, Plano Estratégico e presente Relatório do PDM), sublinhem os aspetos estruturais dos vários domínios. Assim, admitem-se situações não identificadas, de pendor mais qualitativo, de carência e/ou desajuste entre a oferta e a procura existentes.

O concelho de Condeixa-a-Nova encontra-se, em termos globais e quantitativos, razoavelmente dotado de equipamentos e serviços de utilização coletiva, quando avaliados e dimensionados em função da população residente e, conforme os casos, dos estratos etários potencialmente utilizadores de alguns equipamentos. Em todo o caso, há alguns domínios onde se deverá ampliar a dotação atual, não só para suprir algumas carências presentes mas também para dar resposta às necessidades previsíveis no horizonte do PDM, em consequência do esperado crescimento demográfico até 2023.

Na ótica da distribuição espacial dos equipamentos coletivos, salienta-se a excessiva concentração de equipamentos coletivos e, naturalmente os de ordem superior, na sede de concelho, sendo as freguesias de Ega e Sebal/Belide as segunda e terceira melhor equipadas do concelho. Em simultâneo, as freguesias de Furadouro e Zambujal são muito pouco dotadas fazendo jus à sua diminuta dimensão demográfica.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 221 221

11.3.2 Objetivos gerais do PROT-C para a política de equipamentos da Região

Como forma de enquadrar as propostas ao nível dos equipamentos de utilização coletiva para o município, importa apresentar as orientações do PROT (maio 2011), de modo a que se possa evidenciar o grau de compatibilidade e potencial de aplicação no território de Condeixa-a-Nova, dos objetivos globais estratégicos nesta matéria.

Normas gerais

A política de equipamentos e serviços deve estar ao serviço da qualidade de vida e da coesão territorial, nomeadamente através de:

a) Políticas sectoriais de saúde, educação e formação, apoio social, cultura e património cultural, desporto e lazer compatíveis com a territorialização do modelo de ordenamento e de desenvolvimento para a Região;

b) Um sistema urbano regional que oriente a definição e estruturação das redes de serviços, infraestruturas e equipamentos públicos de âmbito supramunicipal e regional, garantindo condições de equidade territorial em termos de cobertura e acessibilidade;

c) Uma rede de equipamentos e serviços que responda adequadamente à diversidade dos contextos territoriais, atendendo às características das estruturas sociais e económicas, e aos níveis e tipologia dos problemas presentes e emergentes;

d) Uma rede de equipamentos e serviços organizada em sistemas de articulação, de modo a dar coerência à oferta, rentabilizar recursos humanos e físicos e permitir uma melhor adaptação aos novos desafios da sociedade e da economia. Neste âmbito, devem ser valorizadas e melhoradas as articulações intersectoriais (entre diferentes serviços da administração pública) e as parcerias interinstitucionais.

Normas específicas (Sistema Urbano)

Assim, os objetivos gerais a prosseguir pela política de equipamentos deverão ser os seguintes:

a) Contribuir para a consolidação do sistema urbano regional, através da oferta de equipamentos e serviços;

b) Aumentar a articulação intersectorial e interinstitucional, nas respostas às necessidades locais, promovendo ações que visem a melhoria da qualidade de vida das populações, (sobretudo as mais carenciadas) e/ou organizando uma oferta integrada de multisserviços (sobretudo nos territórios de baixa densidade);

222 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

c) Organizar os serviços em função do tipo de mobilidade a incrementar, ou seja, identificando se deve ser o serviço que se desloca ao utente ou se é o utente que se desloca ao serviço;

d) Desenvolver uma rede de centros multisserviços assente na integração e polivalência dos serviços e na contratualização entre os serviços desconcentrados da administração pública central, as autarquias e outros agentes de desenvolvimento local;

e) Garantir níveis de mobilidade de pessoas e bens, designadamente nos territórios de baixa densidade de forma a garantir níveis de equidade territorial;

f) Criar infraestruturas e impulsionar o uso das TIC, na organização, no uso e no acesso aos serviços.

11.3.3 Equipamento Educativo

11.3.3.1 Objetivos para a rede regional de equipamentos e serviços de Educação e Formação

De acordo com o PROT Centro (versão de maio de 2011), com vista à prossecução dos interesses públicos e dos objetivos estratégicos estabelecidos nesta componente, competirá às Administrações Central e Local, o seguinte:

a) Organizar uma rede de Escolas Básicas Integradas a nível regional. A educação pré-escolar, o 1º, 2º e 3º ciclos devem funcionar de forma articulada, para dar coerência pedagógica a todo o funcionamento da escolaridade básica e da educação pré-escolar;

b) A rede de equipamentos de educação pré-escolar deve articular a rede pública e a rede privada e solidária, para que todas as crianças entre os 3 e os 5 anos possam frequentar este nível de escolaridade e de forma a permitir um alargamento do horário escolar. As escolas devem garantir o funcionamento em horário a tempo inteiro, assegurando as “atividades extra curriculares” com acesso a recursos adequados (sala de informática, sala de recursos, ginásio, biblioteca, refeitório).

c) No 2º e 3º ciclo e secundário deve-se garantir uma maior racionalização de recursos em prole de uma melhor qualidade da prestação dos serviços. Deve-se diminuir o número de unidades de gestão e haver uma melhor partilha e qualidade de recursos materiais (refeitório, polivalente, sala de atividades, biblioteca) e imateriais (gestão e projetos integrados). Neste âmbito, a oferta de equipamentos deve contribuir para a consolidação do modelo de sistema urbano.

d) Deve-se desenvolver conselhos intermunicipais, apoiados na definição de territórios educativos supra municipais, que possibilitem a construção de Cartas Educativas Regionais ou Sub-regionais. Estas cartas devem definir programas educativos específicos, designadamente ao nível do ensino secundário

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 223 223

e profissional, uma melhor articulação de recursos humanos e físicos e o desenvolvimento de uma oferta formativa melhor adaptada às necessidades do mercado de trabalho e à procura existente.

e) A nível regional, deve ser valorizada e melhorada a articulação entre a rede de agrupamentos de escolas básicas, escolas do ensino secundário, profissionais, centros de formação profissional e outras instituições formadoras, de forma a permitir o desenvolvimento de uma rede de cursos profissionalizantes, de acordo com as necessidades do tecido económico e de forma a serem atingidas as metas consagradas no Programa das Novas Oportunidades.

f) A nível regional, deve-se desenvolver formas institucionais de articulação entre a rede de escolas do ensino secundário, a rede de estabelecimentos do ensino superior, e outras entidades formativas, de modo a permitir uma sequencialidade coerente nas áreas de formação e a uma melhor adequação às necessidades da procura.

11.3.3.2 Síntese da Caracterização

A atual distribuição dos estabelecimentos de ensino do concelho é fruto de um reordenamento progressivo, iniciado com a Carta Educativa do Município, homologada em 2007.

Com uma distribuição territorial que privilegiava o setor noroeste e central, em detrimento do setor sul/sudeste, a rede educativa de Condeixa-a-Nova integrava, no ano letivo 2006/2007 (ano de referência da Carta Educativa), 25 estabelecimentos dos diferentes níveis de ensino, disponibilizando o 1º CEB e a Educação Pré-escolar um número de estabelecimentos bastante idêntico, respetivamente, 11 e 10 estabelecimentos. Os restantes quatro estabelecimentos de ensino encontravam-se distribuídos pelos 2º e 3º CEB (2 estabelecimentos), Ensino Secundário e Ensino Profissional (ITAP).

As transformações que ocorreram nas últimas décadas, em especial ao nível demográfico e de acessibilidades, e da própria conceção do sistema de ensino, tornaram desajustada a rede educativa existente no Município de Condeixa-a-Nova, a qual se baseia (ou baseava) ainda, no essencial, na rede educativa herdada do denominado “Plano Centenário”, cujos critérios eram a proximidade da população escolar aos estabelecimentos de ensino, num quadro económico-social e infraestrutural caracterizado por uma rede de acessibilidades deficitária e por volumes populacionais muito superiores aos atuais.

O reordenamento da rede educativa pública, iniciado em 2007, cuja génese remete para os aspetos anteriores, encontra-se estruturado, no ano letivo 2013/2014, em torno de 12 estabelecimentos de educação ou ensino, com as seguintes tipologias e distribuição geográfica:

224 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Níveis, ciclos e modalidades Designação de educação ou ensino Educação pré-escolar Jardim-de-infância Avenal Educação pré-escolar Jardim-de-infância Ega Educação pré-escolar Jardim-de-infância S. Fipo Educação pré-escolar Jardim-de-infância Sebal Ensino básico Escola básica de Anobra Ensino básico Escola básica de Belide Ensino básico Escola básica de Ega Ensino básico Escola básica de Sebal Ensino básico Escola básica de Condeixa-a-Nova n.º 2 Ensino básico e educação pré-escolar Escola básica de Condeixa-a-Nova n.º 1 Ensino básico e educação pré-escolar Escola básica de Condeixa-a-Nova n.º 3 Ensino secundário e 3.º ciclo do ensino básico Escola Secundária Fernando Namora

A distribuição dos equipamentos educativos de Condeixa-a-Nova reflete o padrão de povoamento concelhio, privilegiando-se o setor noroeste e central, mais intensamente povoado e onde se localizam a maioria dos estabelecimentos de ensino. As freguesias Furadouro, Zambujal e a União das Freguesias de Vila Seca e Bendafé, as menos povoadas do concelho, não possuem nenhum estabelecimento de ensino.

Quanto à população escolar que frequenta os diferentes estabelecimentos de ensino no Concelho, verifica-se que são os 1os e 3os níveis do ensino básico que apresentam um número de alunos mais elevado. Deste modo, no ano letivo 2013/2014, de um total de 1664 alunos matriculados nos diferentes níveis de ensino presentes no território municipal 19% frequentam o ensino Pré-escolar (311 alunos), 32% frequentam o 1º CEB (529 alunos), 14% frequentam o 2º CEB (241 alunos), 21% frequentam o 3º CEB (347 alunos), 10% frequentam o Ensino Secundário (162 alunos), 3% frequentam o Ensino Profissional (57 alunos) e 1% frequentam outros cursos (17 alunos).

Quadro 34: Nº de alunos matriculados no ano letivo 2013/2014, por estabelecimento de ensino

Estabelecimento de Pré- 1º 2º 3º Ens. Prof. + Secundário Total Ensino escolar CEB CEB CEB Outros Cursos JI Avenal 11 11

JI Ega 23 23

JI S. Fipo 39 39

JI Sebal 25 25

EB nº1 Condeixa 65 137 202

EB nº3 Condeixa 148 261 409

EB1 Anobra 22 22

EB1 Belide 28 28

EB1 Ega 40 40

EB1 Sebal 41 41

EB nº2 Condeixa (EB2,3) 241 254 495

ES Fernando Namora 93 162 74 329

Total 311 529 241 347 162 74 1664

Fonte: Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 225 225

11.3.3.3 Proposta

As propostas apresentadas são uma síntese operativa do reordenamento da rede educativa, nomeadamente nos aspetos que têm implicações com o ordenamento territorial no âmbito dos equipamentos educativos e têm por base a Carta Educativa do município, homologada em 2007, e em fase de implementação, tendo também em atenção o resultado da continuada monitorização do processo de reordenamento que, em algumas situações veio, contrariar as expetativas iniciais da Carta Educativa.

Tendo por base o diagnóstico do estado da rede educativa do Município à data da realização da Carta Educativa (ano letivo 2006/2007) e tomando como pressupostos fundamentais os novos caminhos e as novas necessidades que se perspetivavam para o sistema educativo das próximas décadas, foram definidas as principais linhas estratégicas sobre as quais assentaram as propostas de reorganização da rede educativa, a curto e a médio prazo, em observação dos objetivos estratégicos definidos pelo membro do Governo competente em razão da matéria para esta componente.

A reorganização da rede educativa do Município de Condeixa-a-Nova prevista na carta educativa, tendo como objetivos fulcrais a criação de condições de igualdade e oportunidade, bem como a garantia de um ensino de qualidade para a totalidade dos alunos do Município, propôs a criação/definição de 4 Territórios Educativos, prevendo a criação/beneficiação de seis equipamentos educativos, cuja qualidade e funcionalidade deveria responder às exigências enunciadas pelo membro do Governo competente em razão da matéria:

o Território Educativo de Belide constituído pelos lugares de Belide, Campizes, Casal do Missa e Casével, localizados no setor Noroeste da Freguesia de Ega;

o Território Educativo de Condeixa integrando um conjunto de freguesias com características bastante distintas: Anobra, Ega, Furadouro e União das freguesias de Condeixa-a-Nova e Condeixa-a-Velha;

o Território Educativo de Sebal integrando unicamente a antiga Freguesia de Sebal.

o Território Educativo de Vila Seca constituído pela União das Freguesias de Vila Seca e Bendafé e Freguesia de Zambujal.

Contudo, as diversas alterações introduzidas no sistema de ensino (o aumento de número de alunos por sala, por exemplo), a perda de população de algumas freguesias e a não concretização das expectativas de crescimento do número de alunos por território educativo, levou ao encerramento de todos os estabelecimentos de educação e ensino na zona sudeste do concelho levando, deste modo, à anulação do território educativo de Vila Seca, passando este a ser integrar o Território Educativo de Condeixa.

De facto, comparando as projeções da Carta Educativa, para os quatro territórios, para o ano letivo de 2011/2012 com o número total de alunos inscritos no ano letivo 2013/2014 percebe-se a necessidade que o

226 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

município teve em suspender um dos territórios e de não efetuar as obras de construção do novo Centro Educativo no Sector Ocidental e de não proceder à beneficiação/ampliação das EB de Belide e Sebal com vista à sua transformação em Centro Escolar.

Quadro 35: Alunos previstos no ano letivo 2011/2012 e alunos matriculados no ano letivo 2013/2014 Previsão carta educativa Número de alunos no Territórios educativos para o ano letivo 2011/2012 ano letivo 2013/2014 Território Educativo de Belide 52 28 Território Educativo de Condeixa 569 438 Território Educativo de Sebal 70 41 Território Educativo de Vila Seca 44 - TOTAL 735 507 Fonte: Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova

Embora ao longo da reorganização da rede educativa tenha existido necessidade de adaptação, esta processa-se temporalmente em três fases:

• A fase inicial, que iniciou em setembro de 2006, onde se procedeu ao encerramento de cinco estabelecimentos do 1º CEB (Alcouce, Atadoa, Campizes, Casal do Missa e Lameira de Baixo), cujos alunos foram direcionados para equipamentos educativos com melhores condições do ponto de vista pedagógico.

• A fase de transição, que deveria ocorrer entre os anos de 2007 e 2010, mas que se prolongou até 2012, tendo em consideração as necessárias adaptações e as dificuldades inerentes à edificação dos novos edifícios, onde se procedeu à suspensão de mais seis estabelecimentos de 1º CEB (Alcabideque, Arrifana, Avenal, Bruscos, Eira Pedrinha e Venda da Luísa).

• A fase final ocorrerá no momento em que esteja em funcionamento o novo equipamento educativo no território educativo de Condeixa, e sejam executadas as obras de ampliação e beneficiação das EB de Belide e Sebal.

Face a esta realidade, que contrariou as expectativas da carta educativa, será nos três territórios educativos considerados que se implantará o estabelecimento de ensino a ser edificado de raiz e serão canalizados esforços para a ampliação e beneficiação das infraestruturas educativas existentes.

Deste modo, para a consolidação dos 3 Territórios Educativos, prevê-se que no horizonte do PDM seja construído de raiz o Centro Escolar Sector Ocidental, em Condeixa-a-Velha, bem como sejam efetuadas obras de ampliação e remodelação das EB de Belide e do Sebal Grande.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 227 227

Figura 28: Localização dos Centros Escolares de Condeixa-a-Nova

Fonte: Carta Educativa de Condeixa-a-Nova, PensarTerritório,2007

Ao nível da Educação Pré-escolar também se verificaram algumas alterações relativamente às previsões da carta educativa, nomeadamente com o encerramento dos JI de Casével, Anobra, Eira Pedrinha e Venda da Luísa.

Relativamente ao JI de Casével a Carta Educativa já previa o seu encerramento, contudo motivado pela transferência das crianças para as novas instalações da EB1 de restantes, a Carta Educativa previa a sua manutenção mesmo após a conclusão da fase final, contudo, a diminuição do número de crianças motivou o seu encerramento.

Face a esta situação, no horizonte do PDM não se prevê alterações ao nível dos equipamentos existentes que tenham implicação no ordenamento território, uma vez que a perspetiva será, tal como prevê a Carta Educativa, vir a integrar algumas das crianças nos atuais e futuros centros escolares e, deste modo, proceder ao encerramento de pelo menos os JI de Sebal e Avenal e eventualmente o de S. Fipo ou da Ega.

No que concerne aos 2º e 3º CEB, irão manter-se os dois estabelecimentos de ensino que se encontravam em funcionamento no ano letivo 2006/2007.

Relativamente ao Ensino Secundário e ao Ensino Profissional, previa-se que iriam permanecer em funcionamento os dois estabelecimentos de ensino. Contudo, entretanto, o Instituto Técnico Artístico Profissional (ITAP), que assegurava o ensino profissional e tecnológico encerrou. No ano letivo 2006/2007, o único curso

228 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

ministrado teve 22 alunos, cuja procura estava já muito aquém da capacidade da instituição (112 alunos), sendo naturalmente uma perda para o município.

Perante este quadro de reorganização da rede educativa, e em particular no 1º CEB, a totalidade das crianças e jovens do Município de Condeixa-a-Nova passarão a usufruir dos mesmos meios pedagógicos e físicos, visto que os novos equipamentos educativos deverão incluir biblioteca, refeitório, bem como espaços para as atividades de enriquecimento curricular: Educação Física, Expressão Plástica, Educação Musical, Língua Estrangeira e Informática, o que lhes irá conceder igualdade nas condições de acesso ao ensino, algo que até ao momento só em alguns estabelecimentos de ensino era plenamente conseguido.

Em síntese, as principais propostas a nível físico do parque educativo de Condeixa-a-Nova, consubstanciadas na Carta Educativa do Município, são:

Edificação do Centro Escolar na freguesia de Condeixa-a-Nova (já em funcionamento)

Realização de obras de remodelação da atual EB1 n.º1 de Condeixa-a-Nova

Ampliação e remodelação da EB1 Belide

Ampliação e remodelação da EB1 Sebal

Edificação de raiz de um segundo Centro Escolar no setor ocidental do novo Território Educativo de Condeixa

11.3.4 Equipamento de Solidariedade e Segurança Social

11.3.4.1 Objetivos para a Rede Regional de Equipamentos e Serviços de Apoio Social

De acordo com o PROT Centro (versão de maio de 2011), com vista à prossecução dos interesses públicos e dos objetivos estratégicos estabelecidos nesta componente, competirá às Administrações Central e Local e a outras instituições públicas ou privadas, o seguinte:

1. “Conceber Planos de Desenvolvimento Social a nível regional (NUTS II) e/ou sub-regional (NUTS III), que façam um diagnóstico e definam uma estratégia socio-territorial, atendendo às prioridades definidas na política nacional (combate à pobreza das crianças, idosos e famílias, a correção das desvantagens de educação e formação, e a integração de deficientes e imigrantes) e à diversidade de contextos socio-territoriais (de acordo com as características das estruturas sociodemográficas e os níveis e tipologia dos problemas presentes e emergentes). Neste âmbito, devem também ser criados sistemas de monitorização e avaliação das políticas sociais em termos territoriais;

2. Dar resposta às necessidades de criação de novos lugares em equipamentos de apoio a crianças e jovens, garantindo taxas de cobertura nas áreas de maior densidade e níveis de equidade territorial nas áreas de baixa densidade;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 229 229

3. Dar resposta às necessidades de criação de novos equipamentos de apoio a idosos, nomeadamente lares de idosos, garantindo taxas de cobertura nas áreas de maior densidade e soluções adequadas às características sociodemográficas das áreas de baixa densidade;

4. Ao nível da deficiência e saúde mental, deverá promover-se a instalação de equipamentos supramunicipais seguindo o modelo do sistema urbano da região;

5. Numa perspetiva intersectorial, a segurança social e os serviços de saúde devem caminhar para a conclusão da rede de cuidados continuados, na qual as unidades de convalescença se instalam junto dos hospitais e as unidades de média e longa duração se encontram mais disseminadas pelo território. Por outro lado, a segurança social e os serviços de educação devem articular a oferta de serviços na área da educação pré-escolar, da escola a tempo inteiro, e da educação e da formação para todos e ao longo da vida.”

11.3.4.2 Síntese da Caracterização

Respostas Sociais à infância

Ao nível do apoio social nos seus diferentes domínios, há a registar, no apoio à infância, a existência de quatro creches no Concelho, todas localizadas no centro urbano de Condeixa-a-Nova. Em janeiro de 2013, prestavam apoio a 133 crianças, valor que, face à população em 2011 com idade para frequentar este tipo de estabelecimento14, se traduziria numa taxa de cobertura, aproximada, de 23%, bastante abaixo da dotação mínima exigida pelo Estado até 2010, que era de 33%. Todas as creches estão lotadas, o que, aliado à baixa taxa de cobertura, indicia a existência de carências ao nível desta valência.

Hoje, as dificuldades sentidas ao nível da valência creche prendem-se com: i) a inexistência de creches familiares; ii) equipamentos existentes com horários rígidos; iii) existência de listas de espera nos equipamentos existentes; iv) algumas crianças residentes em Condeixa-a-Nova frequentam equipamentos de concelhos vizinhos; e v) os equipamentos privados têm mensalidades elevadas (in Programa Rede Social - Proposta de Diagnóstico Social de Condeixa-a-Nova). Numa análise global, consideram-se insuficientes as creches existentes.

Ao nível das Atividades de Tempos Livres, existem três unidades de ATL, todas localizadas na freguesia de Condeixa-a-Nova. A abertura do Centro Escolar (EB1/JI nº 2) permitiu uma maior dotação a este nível. Se antes, o concelho apresentava carências (havia sobrelotação nos dois ATL existentes), em janeiro de 2013 (Fonte: Carta Social do MSSS), o concelho ainda tinha 10 vagas (num total de 240 lugares da valência ATL).

14 Em 2011 existiam 572 crianças com idade até 2 anos.

230 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Respostas sociais aos idosos

No apoio à 3ª idade, existe uma rede apreciável, embora seja considerada insuficiente para as necessidades da população idosa local. Em janeiro de 2013, existiam três lares, cinco centros de dia e era prestado Apoio Domiciliário a todo o concelho através de duas instituições (Santa Casa da Misericórdia de Condeixa-a-Nova e Centro Social Polivalente/Associação Desportiva Recreativa de Ega). A distribuição dos estabelecimentos é relativamente equilibrada, atendendo a que o setor sul/sudeste, de um modo geral mais desfavorecido e menos povoado, também está dotado de equipamentos de apoio aos idosos - Vila Seca possui um centro de dia e o apoio domiciliário é também aqui prestado, assim como em Zambujal. Contudo, existem ainda freguesias que não possuem qualquer equipamento de apoio social a idosos (Belide, Bendafé, Furadouro e Sebal).

No seu conjunto, os equipamentos e as valências de assistência à terceira idade (lares, centros de dia e apoio domiciliário), apoiam 12,2% da população com mais de 65 anos do concelho15, o que é manifestamente insuficiente, a julgar pela lotação atual das valências existentes, todas no limite das suas capacidades.

Para além da carência quantitativa, os principais problemas no domínio do apoio aos idosos prendem-se com: i) a utilização dos (poucos) lares existentes por população de fora do concelho o que reduz a capacidade de resposta às necessidades locais; ii) alguns idosos não possuem qualquer apoio diurno e noturno; iii) existência de situações de forte dependência de idosos; e iv) o reconhecimento de que os equipamentos existentes são pouco dinâmicos e inovadores. Não só a dotação atual, como o crescimento populacional previsto, exigirá uma muito maior dotação do concelho a este nível.

Ao nível de outras respostas sociais existem no concelho de Condeixa-a-Nova as seguintes valências: Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) pertencente à APPACDM, e uma IPSS que presta apoio a pessoas com doença do foro mental/psiquiátrico (Casa de Saúde Rainha Santa Isabel). Não obstante a existência destas instituições, considera-se que ainda não são as suficientes para a população residente, face ao crescimento do número de pessoas portadoras de deficiência, à falta de apoio institucional noturno a esta população e à incapacidade de resposta das famílias, fazendo-se sentir, de modo particular, a inexistência de um Lar Residencial para as pessoas portadoras de deficiência.

A questão da existência e necessidade de respostas sociais dirigidas a pessoas deficientes remete para outra necessidade mais abrangente, e que merece o devido enquadramento na legislação em vigor, nomeadamente a da eliminação das barreiras arquitetónicas e a criação de rampas de acesso aos edifícios públicos e privados especialmente dirigidos a pessoas com mobilidade condicionada (não só deficiências motoras ou outras mas também às crianças e aos idosos).

15 Calculado com base na população em 2011 e a dotação e frequência das unidades, em 2013

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 231 231

11.3.4.3 Proposta

Assistência à Infância

Mesmo num contexto em que se espera crescimento populacional e sendo previsível que se caminhe no sentido de ampliar as metas da Administração Central relativamente às coberturas da valência Creche e, considerando como cenário plausível que se possa vir a atingir os 50% (a meta do Estado para 2010 era de 33%), Condeixa-a- Nova terá de reforçar a oferta de creches no concelho.

Com efeito, já hoje as creches existentes não são suficientes: i) a maioria das unidades encontra-se ocupada no limiar da sua lotação (taxas de ocupação de 100% em janeiro de 2013); ii) são conhecidas algumas listas de espera para alguns estabelecimentos. Estes dois factos associados indiciam a necessidade de ampliação da valência creche, sobretudo na vila.

As propostas para a valência creche são:

duplicação da capacidade atual da valência creche na Vila de Condeixa, no caso de o cenário demográfico projetado se concretizar (considerando também que até 2022, 50% das crianças entre os 0 e 2 anos deverá ter frequência de creche);

implementação da resposta social “creche familiar” (ama), pela importância que assume este tipo de apoio, nomeadamente permitindo uma flexibilidade horária que a maioria das creches não permite e que cada vez mais é a resposta necessária às exigências laborais dos pais;

dotação de creches nas freguesias mais populosas, integrantes do nível II do sistema urbano concelhio: Ega, Anobra e Sebal/Belide.

A oferta ao nível dos centros de ATL virá a ser insuficiente se o cenário demográfico esperado se confirmar, sendo fundamental na sua futura programação uma forte articulação com os horários letivos e com os territórios educativos propostos na Carta Educativa do município.

Ainda no âmbito do apoio à juventude está preconizada a criação de dois equipamentos de caráter inovador e que se pretende que respondam às necessidades emergentes, nomeadamente um “Clube de Jovens” e, a outro nível de resposta, mas complementar do anterior, um ”Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental”. O primeiro visa a criação de um espaço que proporcione atividades diversas, de animação sociocultural para jovens com idade superior a 12 anos. Trata-se de um equipamento de ocupação dos tempos livres, visando a prevenção de comportamentos socialmente desviantes. O segundo tem por finalidade promover o reforço das competências pessoais nos intervenientes no sistema familiar do jovem em perigo, por razões sociais e/ou de saúde, através de uma abordagem integrada e com uma função de mediação entre a família e os serviços envolvidos.

232 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Assistência a Idosos

Admitindo como critério de dimensionamento, uma taxa de cobertura de 20% para 2023 - atendendo a que no início de 2013 o concelho apoiava cerca de 12% da população idosa e face às, cada vez maiores, exigências ao nível dos apoios a este grupo etário, e à população idosa esperada em 2023 (que se prevê que aumente em volume), o concelho terá necessidade de ampliar a sua dotação a este nível a mais cerca de 3,5 centenas de idosos, volume que é bastante significativo se considerada a capacidade atual de apoio social. Contudo, saliente-se que, a concretizarem-se estes volumes, Condeixa terá até 2023 uma taxa de cobertura muito boa.

Se se conseguir atingir uma taxa de cobertura intermédia entre o peso em 2013 (12%) e o peso ótimo (20%), o concelho só necessitaria de ampliar a dotação atual em cerca de aproximadamente 1,5 centenas (taxa de cobertura de 15%).

Quadro 36: Necessidades previsíveis de apoio social à população idosa de Condeixa-a-Nova (nº de utentes), em 2023 PROPOSTA Capacidade total do Necessidades Valência concelho, em 2013 2023 (Diferencial entre as Necessidades em 2023 e a Capacidade de 2013) Lar 200 Centro de Dia 107 - - Apoio Domiciliário 105 TOTAL se Tx. Cobertura = 20% 771 359 412 TOTAL se Tx. Cobertura = 15% 578 166 * Critério de dimensionamento: Taxa de Cobertura = 20% ou 15% da população com mais de 65 anos

Fonte: Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, Carta Social

A política de equipamentos de solidariedade e segurança social municipal terá em consideração os seguintes aspetos:

A dotação atual, reforçada pelas expectativas de crescimento demográfico no horizonte do PDM, faz prever a necessidade de ampliação da dotação de valências de apoio social a idosos, de forma generalizada a todo o concelho (lares, centros de dia e apoio domiciliário), bem como a introdução de novas valências, tendencialmente melhor adaptadas às necessidades dos idosos de hoje. Com efeito, um facto relevante é a crescente necessidade de se considerar que os idosos deste século têm características diferentes dos velhos de gerações mais antigas, essencialmente porque têm mais saúde e vão adquirindo, progressivamente, níveis de instrução mais elevados. Isto é, se as pessoas, atualmente, vivem mais anos, importa que os vivam, também, com mais qualidade, sendo evidente que a sociedade tem de se adaptar a estas mudanças e criar novos padrões de consumo e novas respostas sociais adaptados a esta nova realidade.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 233 233

Deve ser dada prioridade à valência Lar, sendo que de todas as valências disponíveis é a que revela presentemente uma procura potencial e a que apresenta maiores debilidades/carências;

A necessidade do reforço da valência Apoio Domiciliário, que tem vantagens óbvias sobre as outras valências, sendo de destacar o facto de permitir ir ao encontro dos anseios dos idosos no prolongamento de uma vida autónoma e não institucionalizada; neste domínio, considera-se essencial privilegiar o apoio domiciliário à população das aldeias (população mais isolada e predominantemente idosa, com mais dificuldades de mobilidade);

Alargar as respostas sociais a valências e serviços mais inovadores, no sentido de fornecer respostas integradas e melhor adequadas às reais necessidades dos grupos, comunidades, famílias e pessoas mais desfavorecidas, nomeadamente a Centros de Noite16, a serviços de Tele-alarme, a Residências Sénior, a Centros Sénior de Excelência etc.

As propostas do PDM nesta matéria pretendem dar resposta às orientações da política de equipamentos regional, nomeadamente através da “garantia de taxas de cobertura nas áreas de maior densidade e níveis de equidade territorial nas áreas de baixa densidade”. Assim,

1. O centro urbano de Condeixa-a-Nova (integrando Condeixa-a-Nova e Condeixa-a-Velha) deverá ampliar todas as valências existentes e estar disponível para alargar as suas valências aos referidos equipamentos de caráter inovador. Será de equacionar a hipótese de uma Residência Sénior ou mesmo de um Centro Sénior de Excelência;

2. No restante território concelhio, os investimentos neste domínio deverão localizar-se preferencialmente nos centros urbanos de nível II – Anobra, Sebal e Ega, na perspetiva do desejável reforço destes centros na rede urbana concelhia.

Assim, para as sedes de freguesia de Ega, Anobra e Sebal propõe-se a criação de “Centros Sénior de Excelência” (CSE), cujo conceito poderá corresponder a unidades que reúnam várias valências de apoio a idosos e familiares (apoio domiciliário, lar, banco de ajudas técnicas, apoio psicossocial, centro de voluntariado e de intercâmbio intergeracional, ATL, entre outros) e que possam funcionar de modo complementar. Apesar de Ega já possuir as valências de Lar, Centro de Dia e Apoio domiciliário propõe- se também a criação de um CSE, atendendo ao facto de as estruturas existentes estarem totalmente lotadas.

3. Nas freguesias mais rurais e isoladas deve ser privilegiado o apoio domiciliário, sobretudo em Furadouro, atendendo aos seus volumes populacionais diminutos e no caso da freguesia de Vila Seca/Bendafé, já possuidora de Centro de Dia, propõe-se a ampliação das valências de apoio,

16 Resposta social dirigida a idosos com autonomia, que desenvolvem as suas atividades de vida diária no domicílio, mas que, durante a noite, por motivo de isolamento necessitam de algum suporte de acompanhamento.

234 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

privilegiando também o apoio domiciliário; à população de Zambujal deverá ser assegurado o apoio domiciliário atendendo que encerrou recentemente o Centro de Dia.

Em síntese, as intenções/ propostas da Autarquia para a rede de equipamentos de solidariedade e segurança social do município são:

Duplicação da capacidade atual da valência creche no centro urbano de Condeixa-a-Nova

Implementação da resposta social “creche familiar” (ama)

Dotação de creches nas freguesias de Ega, Anobra e em Sebal/Belide

Criação de um “Clube de Jovens”

Criação de um ”Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental”.

Ampliação das valências de Lar, Centro de Dia e Apoio Domiciliário no centro urbano de Condeixa- a-Nova (poderá materializar-se através de um ou mais Centros Seniores de Excelência)

Criação de Centros Sénior de Excelência em Ega, Anobra e Sebal/Belide

Privilegiar o Apoio Domiciliário em Furadouro, Vila Seca/Bendafé e Zambujal

Ampliação das valências de apoio existentes em Vila Seca, com prioridade para o Apoio Domiciliário

Estas propostas vão ao encontro das necessidades identificadas tanto no Diagnóstico Estratégico do “Condeixa 2020. O futuro começa hoje”, como na avaliação feita no âmbito dos estudos do PDM e no diagnóstico da Rede Social e são reforçados no Projeto 22 – Rede de Equipamentos Sociais, da Agenda 21 Local, sendo que os objetivos delineados neste programa são a melhoria da qualidade de vida dos idosos através do acesso a uma rede de serviços e equipamentos diferenciados e a consolidação e alargamento da oferta de equipamentos e serviços destinados às crianças.

11.3.5 Equipamento de Saúde

11.3.5.1 Objetivos para a Rede Regional de Equipamentos e Serviços de Saúde

De acordo com o PROT Centro (versão de maio de 2011), com vista à prossecução dos interesses públicos, decorrentes da política nacional sobre esta matéria (Lei de Bases da Saúde e legislação complementar) competirá à Administração Central, em colaboração com a Administração Local, o seguinte:

1. “Reestruturar os Serviços de Saúde Pública Locais de forma a proporcionarem uma utilização adequada dos instrumentos epidemiológicos essenciais ao cumprimento das suas funções, o que significa que os Serviços de Saúde Pública Locais devem organizar-se de acordo com critérios geodemográficos. Neste âmbito, é fundamental articular a organização dos serviços ao modelo de

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 235 235

sistema urbano regional, trabalhando em rede, de acordo com as necessidades de saúde, as condições de acessibilidade, e a necessidade de reforçar a qualidade e a eficiência do sistema;

2. No âmbito dos cuidados de saúde primários, os centros de saúde, as unidades de saúde familiar, os serviços de saúde ao domicílio, as unidades móveis de saúde e os serviços multisserviços de proximidade devem garantir uma oferta de serviço de qualidade, assente num modelo que garanta a equidade territorial:

a. Os centros de saúde devem abranger áreas com uma dimensão geodemográfica que permita vigilância e gestão epidemiológica para a maioria dos fenómenos saúde-doença. Para atingir a referida dimensão geodemográfica, podem ser agrupados centros de saúde, não prejudicando a identidade e a denominação dos centros de saúde existentes. Os Agrupamentos de Centros de Saúde permitem uma gestão articulada e integrada de recursos com uma área de influência até 50.000 utentes nas zonas menos povoadas e 200 mil nas mais povoadas. Os centros de saúde, e implicitamente os agrupamentos de centros de saúde, devem assumir-se como centros de recursos de intervenção na comunidade e dinamizar uma participação efetiva dos utentes e das comunidades. Na Região Centro devem funcionar 18 agrupamentos de Centros de Saúde;

b. De forma a responder com mais qualidade aos desafios que se colocam atualmente aos cuidados de saúde primária, as Unidades de Saúde Familiar são, ou devem vir a ser, as unidades elementares de prestação de cuidados individuais e familiares, garantindo a prestação de cuidados de saúde gerais, de forma personalizada, com continuidade e acessibilidade. Esta responsabilidade focaliza-se num grupo de cidadãos que, em geral, varia entre 4000 e 14000 utentes;

c. As unidades móveis devem constituir uma forma de levar os cuidados primários a populações muito isoladas, designadamente nos territórios de baixa densidade, ou a grupos populacionais específicos (grupos de elevado risco de saúde e/ou social;

d. De forma a ser melhorada a prestação de cuidados de saúde ao domicílio, os Centros de Saúde /Unidades de Saúde Familiar devem ser dotados dos recursos logísticos e materiais necessários e adequados à população presente.

3. A prestação de cuidados de saúde diferenciados é, dentro da Região Centro, da responsabilidade da Rede Hospitalar: Centro Hospitalar de Coimbra, Hospitais da Universidade de Coimbra, Guarda, Viseu, Tondela, Leiria, Aveiro, Centro Hospitalar da Cova da Beira (Covilhã e Fundão), Hospital Amato Lusitano (Castelo Branco), Centro Hospitalar Psiquiátrico Sobral Cid de Coimbra, Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro - Rovisco Pais, Águeda, Seia, Águeda, Visconde Salreu (Estarreja), Anadia, Pombal e Cantanhede;

4. A Rede de Serviços de Urgência deve possuir as valências e os meios necessários à prestação de um serviço de emergência de qualidade;

236 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

5. Fomentar a interligação entre centros de saúde-hospitais, via Unidades Locais de Saúde, de forma a favorecer uma abordagem sistémica da saúde, ou seja a organização e prestação dos cuidados de saúde centrada no cidadão;

6. As tecnologias de informação e comunicação (TIC) e os serviços de telemedicina devem também contribuir para uma melhor gestão integrada do utente, centrada no cidadão e na resposta às suas necessidades.”

11.3.5.2 Síntese da Caracterização

Os serviços de saúde no Concelho, apenas circunscritos aos cuidados de saúde primários, são prestados pelo Centro de Saúde de Condeixa-a-Nova e pelas Unidades de Saúde Familiar de Condeixa (9526 utentes) e Fernando Namora (8065 utentes). O estado de conservação dos equipamentos é, na sua maioria, bom. Os cuidados de saúde secundários são prestados pelo Centro Hospitalar de Coimbra, que constitui o hospital de referência para o concelho e que se encontra a uma distância-tempo de aproximadamente 11 minutos do Centro de Saúde de Condeixa.

Existem cinco farmácias no Concelho distribuídas pelas freguesias de Anobra, Condeixa-a-Velha/Condeixa-a- Nova (3 farmácias) e Ega, consideradas suficientes, a uma adequada cobertura farmacêutica face à população residente.

Da análise global e quantitativa, considera-se que o concelho está bem dotado de equipamentos de saúde quando dimensionados com a população residente, contudo, existem algumas intervenções necessárias nesta matéria.

11.3.5.3 Proposta

Em termos quantitativos e globais o concelho está satisfatoriamente servido, tanto ao nível dos cuidados primários (nº e dimensão das unidades de saúde existentes no município) como dos cuidados secundários, pois a proximidade física e de tempo ao Centro Hospitalar de Coimbra permitem uma dotação confortável.

Contudo, foram identificados dois domínios essenciais no âmbito de alguns documentos estratégicos do município, que envolveram vários agentes locais (Plano Estratégico de Condeixa e Programa Rede Social) e que enfatizaram as necessidades do município ao nível de uma Unidade da Rede de Cuidados Continuados Integrados de Saúde e de uma Unidade Móvel de Saúde.

Com efeito, o acentuar de mudanças sociais e de saúde no passado recente, diretamente relacionadas com as atuais exigências da população idosa, com a nova estrutura e padrões familiares, com a falta de serviços específicos no âmbito da reabilitação e autonomização do doente/dependente, com o significativo número de doentes com alta médica e sem reunirem as condições no domicílio (com as famílias negligentes e ausentes,

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 237 237

inexistência de apoio domiciliário integrado, etc), tem conduzido à emergência de novas formas de dependência e de novas necessidades de apoio no domínio da saúde (e apoio social). Esta realidade tem conduzido a que os hospitais constituam, a maior parte das vezes, a única resposta às populações carenciadas de cuidados médicos. Este contexto justifica, por si, a necessidade de investimento numa Unidade de Internamento de Média Duração (considerando que Cantanhede possui já uma Unidade de Convalescença e com uma taxa de utilização inferior à capacidade disponível). Também o crescimento demográfico previsto até 2022 vem reforçar a necessidade deste investimento.

Por sua vez, foi também identificada a necessidade de uma Unidade Móvel de Saúde. Com efeito, apesar do crescimento urbano de Condeixa-a-Nova, o município confronta-se ainda com disparidades territoriais e sociais, nomeadamente com espaços rurais, com populações maioritariamente idosas e por vezes com mobilidade condicionada, a cujo cenário é acrescida a inexistência de assistência médica próxima (p.e. Zambujal e Furadouro). Atendendo a estes fatores e ao contexto marcado pela reestruturação dos cuidados de saúde primários e em consonância com as políticas definidas a nível central, nesta matéria, propõe-se uma unidade Móvel de Saúde, cujo objetivo é o de se deslocar às áreas geográficas com maiores carências – trata-se de uma carrinha dotada de mobiliário e equipamento médico e com recurso a técnicos do Centro de Saúde. O apoio prestado será fundamentalmente de assistência médica e de enfermagem, vigilância e rastreios, vacinação, prescrição de medicamentos.

Considera-se a concretização deste projeto de importância elevada pois é promotora da equidade social e concretiza a ideia da deslocação dos serviços aos utentes, nos casos justificados, tal como se preconiza na política de equipamentos regional, como também na política específica para os equipamentos de saúde em que “as unidades de saúde móvel devem constituir uma forma de levar os cuidados de saúde primários a populações mais isoladas, designadamente nos territórios de baixa densidade, ou a grupos populacionais específicos (grupos de elevado risco de saúde e/ou social) (PROT-C).

Ao nível da dotação de farmácias, a população esperada em 2022, não irá exigir uma maior cobertura farmacêutica, pois as existentes continuarão a ter condições de resposta à procura expectável, a julgar pelo crescimento demográfico esperado para o horizonte do Plano.

Poderá, contudo, ponderar-se a implementação de um serviço inovador, da “farmácia ao domicílio”, nos casos das freguesias rurais, mais isoladas. A ideia base seria a existência de um funcionário (possivelmente de uma instituição de apoio social) que recolhesse as receitas de todos os utentes e depois procedesse às respetivas entregas.

Este poderá ser um exemplo do que se preconiza na política de equipamentos regional, nomeadamente “Organizar os serviços em função do tipo de mobilidade a incrementar, ou seja, identificando se deve ser o serviço que se desloca ao utente ou se é o utente que se desloca ao serviço”.

238 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Em síntese, as intenções autárquicas, no sentido da melhor dotação de equipamentos de saúde no horizonte do PDM, de forma a dar resposta às necessidades previsíveis em função da população esperada em 2022, poderão passar pela dotação de:

Unidade de Cuidados Continuados

Unidade Móvel de Saúde

“Farmácia ao domicílio” nos aglomerados mais isolados

11.3.6 Equipamento Desportivo

11.3.6.1 Objetivos para a Rede Regional de Equipamentos Desportivos

Na ausência de uma visão específica para a rede de equipamentos desportivos regional, as orientações seguidas no presente PDM regem-se pelo estipulado na Lei de Bases da Atividades física e do Desporto (LBD) e legislação/orientações complementar. Neste sentido, são fundamentalmente três os documentos que contêm orientações para a setor e que se cruzam e devem articular com o ordenamento do território, nomeadamente: a) Lei de Bases da Atividade física e do Desporto (Lei n.º 5/2007, de 16 de janeiro), donde se destacam os aspetos a considerar em sede de instrumentos de gestão territorial, como é o caso do presente PDM:

“Todos têm direito à atividade física e desportiva, independentemente da sua ascendência, sexo, raça, etnia, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual (Artigo 2.º);

O desenvolvimento da atividade física e do desporto é realizado de forma harmoniosa e integrada, com vista a combater as assimetrias regionais e a contribuir para a inserção social e a coesão nacional (Artigo 4.º);

O princípio da continuidade territorial assenta na necessidade de corrigir os desequilíbrios originados pelo afastamento, por forma a garantir a participação dos praticantes nas competições desportivas de âmbito nacional (Artigo 4.º);

Incumbe ao Estado e às autarquias locais, a promoção e a generalização da atividade física, enquanto instrumento essencial para a melhoria da condição física, da qualidade de vida e da saúde dos cidadãos (Artigo 6º);

Para efeitos do disposto no número anterior, são adotados programas que visam: a) Criar espaços públicos aptos para a atividade física (Artigo 6º);

O Estado, em estreita colaboração com as autarquias locais e entidades privadas, desenvolve uma política integrada de infraestruturas e equipamentos desportivos com base em critérios de distribuição territorial equilibrada, de valorização ambiental e urbanística e de sustentabilidade

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 239 239

desportiva e económica, visando a criação de um parque desportivo diversificado e de qualidade, em coerência com uma estratégia de promoção da atividade física e desportiva, nos seus vários níveis e para todos os escalões e grupos da população. (Artigo 8.º);

Os instrumentos de gestão territorial devem prever a existência de infraestruturas de utilização coletiva para a prática desportiva. (Artigo 8.º).” b) Normas para a Programação e Caracterização de Equipamentos Coletivos (DGOTDU), que identificam a “Hierarquia da rede de equipamentos para o desporto” e os “Critérios de Previsão. Normas de Previsão”.

Neste âmbito e com base na legislação vigente também o: c) Decreto-lei nº 141/2009, de 16 de junho, que estabelece o regime jurídico das instalações desportivas de uso público, de onde se salientam as definições e classificação das instalações desportivas.

Segundo as Normas para a Programação e caracterização de Equipamentos Coletivos (DGOTDU) e em conformidade com as recomendações do Conselho da Europa e do Conselho Internacional para a Educação Física e o Desporto (UNESCO), deve ser atribuída a quota global de 4 m2 de superfície desportiva útil por habitante.

11.3.6.2 Síntese da Caracterização

Na oferta de equipamento desportivo salienta-se a tipologia designada por “pequenos campos de jogos” (15), os quais são seguidos pelos pavilhões/salas de desporto (6), pelos grandes campos de jogos (5) e pelas piscinas cobertas e descobertas (4).

A área desportiva útil do município é de 49.842m2, a qual é considerada insuficiente mediante a aplicação do valor oficial internacional que dá indicação para o desejável cumprimento de 4m2 de área desportiva útil por habitante, sendo que, para esta contabilização, apenas contam os equipamentos desportivos de base formativos17.

As freguesias de Condeixa-a-Nova e Condeixa-a-Velha concentram 56% da área desportiva total do concelho, fazendo jus à concentração populacional também maioritária nestas freguesias (50% da população concelhia em 2011).

17 De acordo com o Decreto-Lei nº 141/2009, de 16 de junho, são equipamentos desportivos de base formativos as instalações concebidas e destinadas para a educação desportiva de base e atividades propedêuticas de acesso a disciplinas desportivas especializadas, para aperfeiçoamento e treino desportivo, cujas características funcionais, construtivas e de polivalência são ajustadas aos requisitos decorrentes das regras desportivas que enquadram as modalidades desportivas a que se destinam (grandes campos de jogos, pequenos campos de jogos, pistas de atletismo, Pavilhões desportivos e salas de desporto polivalentes e piscinas ao ar livre ou cobertas.

240 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Condeixa-a-Nova dispõe de 2,9 m2 de área desportiva útil/habitante, apresentando um distanciamento relevante na distribuição tipológica das áreas desportivas, apresentando défice de áreas ao ar livre e excesso de pavilhões e salas de desporto. Os 2,9m2/habitante escondem situações bastante assimétricas, pois há uma freguesia que não possui nenhuma instalação desportiva (Zambujal) e há outras que podem ultrapassar largamente os 4m2 recomendados.

11.3.6.3 Proposta

Num cenário teoricamente ideal, o concelho de Condeixa-a-Nova, teria de fazer um enorme esforço de investimento para ter uma dotação de 4m2/habitante no ano 2023, conforme ditam os indicadores de referência. Todavia, estes valores constituem apenas uma base normativa, sem caráter rígido ou imperativo, devendo adaptar-se com a necessária flexibilidade às características do território em questão.

Face à dotação atual de instalações desportivas e à população esperada em 2023 (mais cerca de 3200 pessoas que em 2011) e cumprindo os valores de referência, em teoria, a Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova “deveria” construir até 2023, em termos globais, equipamentos desportivos (de várias tipologias), com uma área de aproximadamente 31.000 m2 (é o diferencial aproximado entre a Superfície Desportiva Útil necessária em 2023 e a existente).

Aquela área diz respeito a uma distribuição que fizesse corresponder ao total da população esperada em 2022 uma área desportiva de 4m2 por habitante. Na prática aquele valor (que é global) teria de ser forçosamente superior, se fosse feita a contabilidade freguesia a freguesia, em que duas freguesias não têm nenhuma área desportiva e outras têm área em excesso.

Nos quadros seguintes apresentam-se os valores resultantes do exercício teórico de quantificação da situação atual e das necessidades futuras.

Quadro 37: Síntese da distribuição da Área das instalações Desportivas de Condeixa-a-Nova, 2010/11 Área Área População Freguesias Desportiva útil/habitante 2011 2010 2010/11 Anobra 1316 800 0,6 Condeixa-a-Velha/Condeixa-a-Nova 8608 27915 3,2 Furadouro 206 900 4,4 Ega 2835 11925 4,2 Sebal/Belide 2723 6800 2,5 Vila Seca/Bendafé 988 1502 1,5 Zambujal 402 0 0,0 Total do concelho 17078 49842 2,9

Fonte: Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova; INE-Portugal, RGP 1991, 2001 e 2011 (Resultados Definitivos); Plural (cálculos próprios)

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 241 241

Quadro 38: Necessidades de área desportiva no concelho de Condeixa-a-Nova, em 2023 ÁREA PROPOSTA Área Área total População (Diferença entre área Freguesias Desportiva necessária 2023 necessária em 2023 e área 2010 em 2023 existente em 2010) Anobra 1301 800 5204 4404 Condeixa-a-Velha/Condeixa-a-Nova 10764 27915 43056 15141 Furadouro 192 900 768 -132 Ega 2851 11925 11404 -521 Sebal/ Belide 3877 6800 15508 8708 Vila Seca/Bendafé 912 1502 3648 2146 Zambujal 381 0 1524 1524 Total do concelho 20279 49842 81116 31274

Fonte: Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova.

Quadro 39: Dimensão Funcional Útil recomendada e existente, em Condeixa-a-Nova, por tipologia, 2010 e 2023 Área Área Área Existente Área existente (m2) PROPOSTA Tipologias Recomendada recomendada em 2010 (%) 2010 2023 (%) (m2) 2023 Ar livre 95% 88,7 44209 77060 32851 Salas de Desporto 2 a 2,5% 8,9 4417 2028 0 Superfícies de plano de água 1,5% 2,4 1216 1217 0

Fonte: Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova

O exercício quantitativo praticado, cujos valores estão patentes nos quadros anteriores servem como referências estruturais, não devendo ser lidos de forma cega, pois apontam para situações ideais (os 4m2/habitante, sem olhar à estrutura etária da população de cada freguesia e às diferentes necessidades que daí podiam advir) e no caso do cenário demográfico projetado se vier a concretizar no limite. Daí que, de acordo com a dotação atual, e na tentativa de dar resposta às necessidades de uma maior equidade territorial, são objetivos estruturais para a dotação futura de equipamentos desportivos deste Concelho, as seguintes:

1. o município terá necessidade de fazer um esforço considerável ao nível da dotação de equipamentos desportivos, se o cenário demográfico projetado se vier a confirmar em 2022, sendo que esse esforço (medido em área necessária) deve ser maioritariamente centrado nas freguesias que integram o perímetro urbano da Vila;

2. as apostas a concretizar devem dizer respeito estritamente a instalações ao ar livre, pois as Salas de Desporto e as superfícies de Plano de Água, existentes atualmente serão suficientes para as necessidades previsíveis em 2022, de acordo com a distribuição tipológica definida superiormente. No grupo de instalações desportivas a instalar podem ser ponderados as tipologias de Polidesportivo, Campo de Ténis, Ringue de Patinagem e Pista de Atletismo, sendo particularmente importantes os três últimos, no sentido da diversificação da oferta de equipamentos desportivos;

242 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

3. no sentido da equidade social e territorial, deverão ser construídas instalações desportivas em Anobra, Sebal/Belide, Vila Seca e Zambujal, sendo que em Anobra poderá ser um Grande Campo de Jogos de dimensão reduzida (5000m2) e nas restantes freguesias polidesportivos (800m2); Com esta intenção visa-se o reforço funcional destes centros complementares de nível 2, no sentido da consolidação do policentrismo concelhio; Sebal/Belide, excecionalmente, face à sua proximidade geográfica à vila de Condeixa deverá recorrer aos equipamentos desportivos da Vila18 e fazer o ajustamento necessário com os equipamentos existentes em Belide, na sequência da nova reorganização administrativa (Sebal e Belide constituem agora uma União de Freguesias)

4. Furadouro possui área excessiva para a população esperada em cada uma das freguesias em 2023, pelo que não será necessário incrementar a dotação atual;

5. Sobretudo no espaço rural, as intervenções a realizar neste domínio, devem ser sujeitas a uma avaliação prévia, em concreto, das necessidades da população local, sendo também importante favorecer a utilização partilhada de alguns equipamentos, a localizar preferencialmente nos aglomerados mais populosos;

6. Embora não entrando na contabilização da dimensão funcional útil, considera-se muito importante aprofundar a questão da prática desportiva mais informal e recreativa, isto é, apostar-se em equipamentos desportivos informais de proximidade que favoreçam a uma prática desportiva de utilização informal, tão livre quanto possível, dentro dos aglomerados, que poderão ir desde um pequeno espaço com tabela de basquete, uma baliza mural, até uma ciclovia, espaços abertos de fruição múltipla ou um circuito de manutenção. Embora estes espaços não entrem na contabilização da dimensão funcional útil, por não serem Equipamentos Desportivos de Base Formativos, são essenciais enquanto espaços de recreio e desporto informal e importantes elementos de qualificação e vivificação do espaço público.

Em síntese, as intenções autárquicas, no sentido da i) dotação de equipamentos desportivos no horizonte do PDM, de forma a dar resposta às necessidades previsíveis em função da população esperada em 2022, ii) em concordância com a lei de bases do desporto e legislação complementar e ii) no sentido da diversificação da oferta, poderão passar pela dotação de:

2 Pista de Atletismo, em Condeixa-a-Nova/Condeixa-a-Velha (± 14000 m )

2 Ringue de patinagem, em Condeixa-a-Nova/Condeixa-a-Velha (± 800 m )

2 Campos de ténis, em Condeixa-a-Nova/Condeixa-a-Velha (2x 800 m )

Grande Campo de Jogos em Anobra (± 5000m2)

18 Ver capítulo “Quadro Demográfico Prospetivo”

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 243 243

2 Polidesportivos em Sebal/Belide, Vila Seca/Bendafé e Zambujal (3x800 m )

Espaços para prática desportiva informal

11.3.7 Equipamento Cultural

11.3.7.1 Objetivos do PROT para a Rede de Equipamentos e Serviços de Cultura

De acordo com o PROT Centro (versão de maio de 2011), na organização da rede de equipamentos e serviços de Cultura, com vista à prossecução dos interesses públicos e dos objetivos estratégicos, competirá à Administração Central e Local e a outras instituições públicas ou privadas, o seguinte:

a) “Estruturar a oferta de equipamentos e serviços culturais segundo o modelo de sistema urbano da Região Centro, numa lógica de rentabilização e organização dos recursos existentes e de valorização patrimonial;

b) Garantir que todos os municípios possuam uma Biblioteca Pública, a inserir na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, e favorecer a qualificação/adequação de equipamentos existentes, em particular os teatros, cineteatros e estruturas museológicas (visando uma integração futura na Rede Portuguesa de Museus);

c) Garantir que todos os municípios possuam um Arquivo Municipal, a inserir na Rede Portuguesa de Arquivos, e favorecer a qualificação/adequação de equipamentos existentes;

d) Desenvolver as complementaridades territoriais e as sinergias entre os diversos tipos de equipamentos e serviços fomentando a articulação de iniciativas, estruturas e equipamentos, de forma a consolidar o modelo de sistema urbano, reforçar as especificidades instaladas e rentabilizar os recursos existentes. Neste âmbito, as redes devem ser ancoradas preferencialmente nos centros urbanos regionais.”

11.3.7.2 Síntese da Caracterização

Os equipamentos culturais (estruturas fixas) e a promoção cultural são elementos que, em paralelo com as condições urbanas, ambientais e as acessibilidades, se constituem como fundamentais para o desenvolvimento de um território.

A rede de equipamentos culturais de Condeixa-a-Nova é relativamente reduzida, no entanto, existem alguns equipamentos de qualidade e com reconhecimento à escala regional e até nacional, como é o caso do Museu Monográfico das Ruínas de Conímbriga, em Condeixa-a-Velha e a Casa Museu Fernando Namora, na vila de Condeixa-a-Nova.

244 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Para além destes equipamentos, destaca-se, ainda, a Biblioteca Municipal (que oferece ao público um acervo muito significativo e favorece o contacto com as novas tecnologias, possibilitando o acesso dos utentes à Internet), Espaços de Exposições (Galeria Manuel Filipe, na Casa Museu Fernando Namora e o Foyer do Cineteatro dos Bombeiros Voluntários de Condeixa), uma Rádio Regional, o Posto de Turismo, o Micro- Complexo Museológico de Artes e Oficios e três Salões de Festas (em quintas privadas em Condeixa-a-Nova, Condeixa-a-Velha e Ega).

A competitividade gerada pela cidade de Coimbra, neste como noutros domínios, poderá condicionar, de certa forma, um maior desenvolvimento da rede de equipamentos culturais. Contudo, o equipamento cultural, enquanto estrutura física fixa, não traduz, necessariamente, a atividade cultural de um concelho ou região, estando esta, sobretudo, dependente de uma política autárquica de promoção cultural e do dinamismo dos grupos e das associações culturais e recreativas. É, com efeito, uma realidade, que a atividade associativa do concelho é marcada pela existência de um vasto conjunto de Associações (mais de 4 dezenas), com incidência para as atividades desportivas, culturais e recreativas.

11.3.7.3 Proposta

Com objetivos bastante pertinentes para as potencialidades do município, a estratégia de desenvolvimento do município consagra uma importante dimensão à componente cultural, sendo que dos 9 projetos-âncora definidos (pilares da estratégia), 2 são no domínio cultural: o Centro de Eventos de Sicó – P.O.R.O.S. e o Conímbriga 2022, sendo ainda proposto, enquanto projeto complementar, a realização de um Plano Diretor Cultural de Condeixa.

O Centro de Eventos de Sicó - P.O.R.O.S. será localizado na Quinta de S. Tomé, em Condeixa-a-Nova, entre a vila e o Parque Verde da Ribeira de Bruscos. A oportunidade deste equipamento surge não só da relativa pouca oferta de equipamentos culturais como da inexistência, na vila, de um espaço-centro vocacionado para as atividades culturais que possa funcionar como ponto de encontro de residentes e de turistas.

Pretende-se, efetivamente, que este equipamento venha a assumir o estatuto de equipamento-âncora de natureza cultural capaz de aglutinar e organizar eventos culturais. Deverá constituir-se, assim, como um equipamento multifuncional, cuja concretização permitirá interferir em três domínios chave do território municipal: i) recuperação de um imóvel de reconhecido valor patrimonial (Imóvel de Interesse Concelhio); ii) a qualificação da envolvente urbanística (na ligação da vila ao Parque Urbano, que trará benefícios duplos para ambos e permitirá a constituição de uma centralidade lúdica-cultural na vila de Condeixa) e, fundamentalmente, iii) a criação de um equipamento emblemático e fundamental para a promoção cultural.

Trata-se de uma intervenção de elevada importância para o concelho e para a região, pois a criação de um equipamento cultural desta natureza, com potencial de vir a integrar redes internacionais associadas à temática

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 245 245

da Romanização, será indutor de uma nova dinâmica cultural, de recreio e lazer, assim como poderá assumir-se como um importante estímulo ao turismo e à economia local.

A proposta Conímbriga 2020 deverá constituir-se uma oportunidade para a revitalização/ “renascimento” do núcleo museológico, do ponto de vista cultural, turístico, formativo, dotando-o de uma ambição que o projete para uma posição cimeira no contexto da oferta museológica e dos arqueo-sítios, a nível nacional e internacional. As ideias-chave são ambiciosas, as quais deverão passar por ideias - chave como “Conímbriga Reabilitada”, “Conímbriga Criativa”, “Conímbriga Viva” e ”Conímbriga Dinâmica”. Este projeto estabelece sinergias importantes com outras intervenções previstas, nomeadamente com o Centro de Eventos de Sicó - P.O.R.O.S. e com o “Circuito Condeixa 2020”.

A realização de um Plano Diretor Cultural surge por quatro razões fundamentais: i) a importância da cultura enquanto recurso para o desenvolvimento económico; ii) instrumento importante para garantir a equidade e justiça social e territorial no acesso à cultura; iii) enquanto revelador da preocupação do município quanto à preservação do seu legado histórico; iv) procura de sinergias, articulações e fatores de diversificação na região ou no país.

O Plano Diretor Cultural deverá organizar-se em torno de três aspetos essenciais, nomeadamente a avaliação do estado atual da cultura, identificando fragilidades e potencialidades, a realização de diagnóstico prospetivo (identificando ameaças e oportunidades) e definição de uma estratégia para o desenvolvimento da cultura concelhia.

Em sede da Agenda 21 Local, a valorização do recurso cultural/turístico “Conímbriga” assume um papel igualmente preponderante, ao ponto de se constituir como um dos 29 projetos, nomeadamente o “Programa para a Valorização do Capital Conímbriga” (P09) e que basicamente tem por objetivos: “garantir a continuidade dos projetos de valorização turística de Conímbriga, enquadrando-os num programa de valorização do turismo concelhio e fomentar a cooperação entre agentes turísticos para a valorização do potencial endógeno e estímulo à criação de valor no setor turístico.”

Dando consistência à urgência da promoção cultural (e em articulação/complementaridade com o desejável desenvolvimento turístico), outros dois projetos foram identificados na Agenda 21 Local, como importantes projetos com o mesmo objetivo: “Programa para a articulação e coordenação das atividades culturais” (P10) e “ Condeixa vive arte urbana-exposições, workshops, demonstrações” (P26).

Respondendo aos objetivos do PROT para os equipamentos culturais, o concelho de Condeixa-a-Nova deverá, ainda proceder à estruturação/ organização do Arquivo Municipal existente para futura integração na Rede Portuguesa de Arquivos.

246 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Cruzando todas as intenções da Autarquia, patentes em diversos instrumentos de planeamento e/ou programação da Autarquia, apresentam-se de seguida a título de síntese, as intenções da Autarquia em matéria de equipamentos culturais:

Centro de Eventos de Sicó - P.O.R.O.S.

Conímbriga 2020 (Plano Estratégico)/Valorização do Capital Conímbriga (Projeto 9 da Agenda 21 Local)

Articulação e coordenação das atividades culturais (Projeto 10 da Agenda 21 Local)

Condeixa vive arte urbana – exposições, workshops, demonstrações (Projeto 26 da Agenda 21 Local)

Estruturação/ organização do Arquivo Municipal

Plano Diretor Cultural

O Plano Diretor Cultural apresenta-se como prioritário pois devendo ser o delineador da melhor estratégia de promoção cultural do município deverá “agarrar” todas as intenções manifestadas e com base nele permitir a melhor potenciação e articulação dos recursos culturais/turísticos

11.3.8 Equipamento de Segurança e Proteção Civil

11.3.8.1 Objetivos para a Rede Regional de Equipamentos de Proteção Civil

Na ausência de uma visão específica para a rede de equipamentos de segurança e proteção civil, as orientações seguidas no presente PDM regem-se pelo estipulado na Lei de Bases da Proteção Civil e no RJIGT. Neste sentido, são fundamentalmente estes os documentos que contêm orientações para o setor e que se cruzam e devem articular com o ordenamento do território.

A Lei nº 27/2006 de 3 de julho que aprova a Lei de Bases da Proteção Civil, define a proteção civil como “a atividade desenvolvida pelo Estado, Regiões Autónomas e Autarquias locais, pelos cidadãos e por todas as entidades públicas e privadas com a finalidade de prevenir riscos coletivos inerentes a situações de acidente grave ou catástrofe, de atenuar os seus efeitos e proteger e socorrer as pessoas e bens em perigo quando aquelas situações ocorram.

A atividade de proteção civil tem caráter permanente, multidisciplinar e plurissectorial, cabendo a todos os órgãos e departamentos da Administração Pública promover as condições indispensáveis à sua execução, de forma descentralizada, sem prejuízo do apoio mútuo entre organismos e entidades do mesmo nível ou proveniente de níveis superiores.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 247 247

Os instrumentos de gestão territorial devem estabelecer os comportamentos suscetíveis de imposição aos utilizadores do solo, tendo em conta os riscos para o interesse público relativo à proteção civil, designadamente nos domínios da construção de infraestruturas, da realização de medidas de ordenamento e da sujeição a programas de fiscalização.”

À luz do RJIGT, “o conjunto dos equipamentos, infraestruturas e sistemas que asseguram a segurança e proteção civil é identificado nos instrumentos de gestão territorial”.

11.3.8.2 Síntese dos Estudos de Caracterização

A dotação atual ao nível das instalações de prevenção e segurança existentes em Condeixa-a-Nova, nomeadamente os equipamentos, infraestruturas e sistemas que asseguram a segurança e a proteção civil é adequada e suficiente para a população a que se destina, sendo composta nomeadamente pelo Quartel dos Bombeiros Voluntários/INEM, pelo Serviço Municipal de Proteção Civil e pelo Posto da Guarda Nacional Republicana.

11.3.8.3 Proposta

A situação atual dita a necessidade da relocalização dos Bombeiros Voluntários de Condeixa-a-Nova, tendo-se formulado a hipótese de essa relocalização se vir a fazer em Condeixa-a-Velha.

11.4 TURISMO

Setor estratégico para a economia nacional, o turismo possui um pendor muito forte no PROT-C, legitimamente justificado pelo amplo e diversificado conjunto de recursos turísticos que a região Centro possui, pelo que merece também destaque no âmbito da 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova. Neste caso, não tanto pelo desenvolvimento atual deste setor na economia concelhia mas, sobretudo, pelo potencial identificado neste território e por se considerar ter chegado a momento de o tratar e valorizar adequadamente, ao nível da efetiva valia que possui.

Neste sentido, nos pontos seguintes faz-se uma abordagem breve às principais orientações para a Região Centro constantes no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT)19, bem como ao PROT, que por sua vez concretiza algumas orientações do PENT, pelo que se identifica o percurso das orientações para o setor turístico, desde um plano mais macro até ao nível do PDM, instrumento este que procura materializar as orientações possíveis.

19 Aprovado com a publicação da Resolução de Conselho Ministros n.º 53/2007, de 4 de abril.

248 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Internamente, o município já encetou várias estratégias complementares entre si, nomeadamente a de Desenvolvimento Local (“Condeixa 2020. O Futuro começa hoje!”) e a da Sustentabilidade (Agenda 21 Local). Uma e outra encontram no turismo um fator de desenvolvimento local mas também de sustentabilidade, se adequadamente potenciado.

É o conteúdo de todos estes documentos que neste capítulo se pretende concentrar e articular de modo a dar a conhecer a estratégia turística preconizada para Condeixa até ao momento, sendo que, não obstante, se considera essencial a realização de um Plano de Desenvolvimento Turístico, de caráter municipal.

11.4.1 Orientações do PENT (Revisão do PENT para período 2013/201520)

De acordo com a revisão do PENT para o período 2013-2015, todos os produtos definidos no PENT (RCM n.º 53/2007, de 4 de Abril) continuam válidos, reforçando a importância da estabilidade da oferta na perceção externa do destino. Não obstante, na atual RCM introduziu-se: a) maior segmentação no turismo de natureza, náutico e de saúde, assim como nos circuitos turísticos religiosos e culturais onde o Turismo Religioso assume um papel estratégico. No quadro do produto conjuntos turísticos (resorts) integrados assume-se como prioritário o escoamento das unidades existentes no domínio do turismo residencial; e b) Valorização dos recursos naturais, paisagísticos e culturais, no sentido do enriquecimento do produto e da promoção das respetivas atividades, destacando-se as apostas nos 10 produtos: a) Valorizar o sol e mar, melhorando as condições dos recursos, equipamentos, serviços e envolvente paisagística dos principais clusters, e assegurar a integração com outras ofertas complementares que enriqueçam a proposta de valor. b) Reforçar os circuitos turísticos religiosos e culturais, segmentando-os para as vertentes generalista e temática, assim como individualizar os primeiros (Turismo Religioso). c) Dinamizar as estadias de curta duração em cidade, integrando recursos culturais, propostas de itinerários e oferta de experiências, incluindo eventos, que promovam a atratividade das cidades e zonas envolventes. d) Desenvolver o turismo de negócios qualificando infraestruturas e estruturas de suporte, no reforço da captação proativa de eventos e no desenvolvimento criativo de ofertas que contribuam para proporcionar experiências memoráveis aos participantes. e) Incentivar a promoção do Algarve como destino de golfe de classe mundial e dar maior visibilidade à área de influência de Lisboa. f) Estruturar a oferta de turismo de natureza, nomeadamente através da contemplação e fruição do meio rural (turismo rural) e também de segmentos mais ativos, como passeios (a pé,

20 RCM n.º 24/2013, de 16 de abril

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 249 249

de bicicleta ou a cavalo), de observação de aves ou do turismo equestre, melhorando as condições de visitação e a formação dos recursos humanos. g) Desenvolver o turismo náutico nos segmentos da náutica de recreio e do surfing, qualificando as infraestruturas para responder a uma procura crescente e dinamizando as atividades conexas. h) Consolidar os investimentos e garantir elevados padrões de qualidade em novos projetos de turismo residencial, produto de relevância estratégica acrescida, clarificando incentivos e procedimentos para a instalação em Portugal de indivíduos de nacionalidade estrangeira. i) Qualificar e classificar a oferta de turismo de saúde, com vista ao desenvolvimento e crescimento deste produto de relevância estratégica para Portugal, nas componentes médica, termalismo, spa e talassoterapia, estimulando a estruturação e a promoção conjunta das valências médica e turística. j) Promover a riqueza e qualidade da gastronomia e vinhos como complemento da experiência turística, estimulando a aplicação da marca/conceito «Prove Portugal» em produtos, equipamentos e serviços.

11.4.1.1 Estratégia de desenvolvimento dos produtos da Região Centro

A estratégia de desenvolvimento de produto tem por objeto os mercados externos, situação que beneficia igualmente o mercado interno, tendo como premissa a necessidade de concentração de esforços, evitando a dispersão em ações de reduzido impacto. Assim, a classificação proposta determina para a Região Centro, a seguinte matriz de produtos vs. destinos, que preside à revisão do PENT para 2015:

Produtos Produtos em Produtos Produtos consolidados desenvolvimento complementares emergentes (Oferta organizada, procura (oferta em estruturação, (valoriza e enriquece a (requer estruturação para primária e objeto de procura primária e objeto de oferta e corresponde à atuação no médio prazo): promoção externa): promoção externa): satisfação de uma motivação secundária de viagem): • Circuitos turísticos, • Turismo de natureza • Sol e mar • Turismo náutico religiosos e culturais (passeios) • Turismo de saúde (surfing) • Turismo de saúde (spa/talassoterapia) • Turismo de Saúde (termas) • Gastronomia e vinhos (turismo médico)

Na revisão do PENT considerou-se que os outros produtos: estadias de curta duração em cidade, o golfe, o turismo de negócios e o turismo residencial não têm expressão na Região Centro.

250 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

11.4.1.2 Estratégia de desenvolvimento da Região Centro

No período 2006 a 2011, registou-se um aumento de 200 mil dormidas de nacionais e 400 mil internacionais (um aumento global de dormidas de 17% e dos proveitos globais dos empreendimentos turísticos de 15%), que compara com um aumento de 12% (4.400 camas) do lado da oferta. As taxas de ocupação quarto situaram-se nos 38%, com um RevPar de 19€.

Os mercados externos aumentaram a sua representatividade na região (35% das dormidas em 2006 vs. 38% em 2011), sobretudo devido aos mercados estratégicos (Espanha e França) e outros como o Brasil. A sazonalidade manteve-se estável, com julho, agosto e setembro a concentrarem 44% da procura internacional e 34% da nacional.

A zona circunscrita a um raio de 100 km a 150 km a partir da cidade do Porto deve assumir uma estratégia de mercados alinhada com os mercados definidos para a região Norte.

A estratégia de mercados para o interior da região Centro, em particular para a Serra da Estrela, passa pela manutenção da dinâmica de crescimento do mercado dos residentes em Portugal e a diversificação a novos mercados e segmentos, sobretudo lusodescendentes de 2.ª e 3.ª geração.

A região Centro deve estruturar a oferta de circuitos turísticos religiosos e culturais, de turismo de saúde e de turismo de natureza para promoção internacional.

Ao nível do produto, destacam-se as seguintes linhas de atuação: i) Nos circuitos turísticos religiosos e culturais, verifica-se a necessidade de colocar os recursos georreferenciados em valor e desenvolver conteúdos e informação para o cliente, bem como incentivar e diversificar as experiências de turismo rural e colocar o produto no mercado; ii) No turismo de saúde suportado na procura termal, verifica-se a necessidade de requalificar zonas envolventes, desenvolver serviços especializados, criar conteúdos para disponibilização em canais internos e externos e reposicionar o produto termal no mercado.

A nível do bem-estar (spa e talassoterapia), verifica-se a necessidade de desenvolver conteúdos para a sua disponibilização em canais específicos, bem como apostar na diversidade de experiências de spa e talassoterapia.

No domínio do turismo médico verifica-se a necessidade de fazer um diagnóstico global da articulação entre serviços médicos e de turismo, bem como proceder à análise da situação competitiva nacional e definição do modelo de negócio que melhor potencie os serviços de turismo;

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 251 251

iii) No turismo de natureza, na vertente passeios, verifica-se a necessidade de desenvolver infraestruturas e serviços especializados, diversificar experiências de turismo rural e criar conteúdos e a sua disponibilização em canais, colocar o produto dos passeios a pé, de bicicleta ou a cavalo no mercado; iv) No âmbito do produto sol e mar, é necessário estruturar ofertas para complementar outras motivações de procura primária; v) No âmbito da gastronomia e vinhos verifica-se a necessidade de densificar atividades, desenvolver conteúdos e experiências e integrar a oferta em plataformas de promoção e comercialização; vi) No turismo náutico, verifica-se a necessidade de divulgar a oferta de surfing.

11.4.2 Orientações do PROT-C para o Turismo da Região Centro

11.4.2.1 O Sistema Estruturante Produtivo: Caso do Turismo

A proposta de modelo territorial para o desenvolvimento turístico da Região Centro assenta num conjunto de pressupostos orientadores, explanados na análise feita a este documento no âmbito dos Estudos de Caracterização.

A afirmação da Região Centro como destino turístico é fortemente tributária das políticas públicas de preservação e de valorização dos recursos do património cultural e natural, da qualidade das paisagens urbanas ou naturais, e da qualidade dos serviços, tal como se preconiza nas opções estratégicas do PROT.

O posicionamento geoestratégico da Região Centro possibilita a viabilização e o reforço de complementaridades e sinergias entre recursos turísticos, numa lógica de organização da oferta, através da exploração em rede dos ativos culturais e patrimoniais. A criação e consolidação de rotas regionais e o desenvolvimento de atividades de animação, que associem o recreio e o lazer com o património cultural e ambiental (natural), são a forma de potenciar, nesta perspetiva, os produtos estratégicos definidos no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT).

Em termos de política territorial têm-se destacado alguns vetores estratégicos. A promoção de rotas culturais tem vindo a ser desenvolvida em torno dos ativos existentes: Rota das Aldeias Históricas, Rota das Aldeias do Xisto, Rota dos Escritores, Rota da Lã, Rota do Património Judaico, Rota do Vidro, Rota da Arte Nova, Rota dos Complexos de Gravuras Rupestres do Vale do Coa, Rota do Médio Tejo, entre outras. No âmbito do Turismo da Natureza têm sido desenvolvidas ações relevantes de qualificação e valorização do Litoral, da Rede Nacional de Áreas Protegidas, dos planos de água e das zonas ribeirinhas.

Na perspetiva de turismo multitemático e em função da qualidade dos produtos turísticos regionais, o modelo territorial de desenvolvimento estrutura-se em torno de quatro áreas de ordenamento da atividade turística,

252 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

onde se podem criar sinergias e integrar recursos e produtos turísticos: Centro Litoral, Dão-Lafões, Pinhal e Beira Interior. Existem na região dois polos turísticos, a Serra da Estrela, na Beira Interior, e Leiria-Fátima, no Centro Litoral.

Figura 29: Desenvolvimento Turístico da Região Centro

Fonte: PROT-C, maio 2011

O património cultural e natural são, em termos de modelo territorial, produtos estratégicos definidos no PENT. O Touring cultural e paisagístico e o Turismo da Natureza, para além de outros produtos como a Saúde e Bem- estar, e Gastronomia e Vinhos, têm especial relevância na região.

Em termos de modelo territorial identificam-se ainda um conjunto de Zonas Turísticas de Interesse (ZTI): são áreas de reconhecida valia nacional e internacional, do ponto de vista turístico, devido ao seu interesse histórico, patrimonial e urbano - Batalha, Conímbriga / Condeixa e os centros históricos das capitais de distrito. Nestas áreas deve-se privilegiar o investimento público e privado que permita a qualificação urbana, ambiental e paisagística, tal como previsto no PENT.

A marca urbana, patrimonial e cultural de Coimbra, com candidatura da Universidade de Coimbra a Património Mundial da UNESCO, pode funcionar como plataforma de entrada de fluxos suscetíveis de prolongamento por outros territórios da Região, nomeadamente ao próximo e contíguo território de Condeixa-a-Nova.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 253 253

11.4.2.2 Normas gerais para o turismo

A afirmação da Região Centro como destino turístico pressupõe que:

A Região seja fortemente tributária das políticas públicas de preservação e valorização dos seus recursos de património cultural e natural, da qualidade das paisagens naturais, rurais e urbanas, e da qualidade dos serviços;

Região promova em rede os ativos culturais e patrimoniais, designadamente através da criação e consolidação de rotas regionais e do desenvolvimento de atividades de animação associando o recreio e o lazer com o património histórico e natural.

11.4.2.3 Normas específicas para o Turismo

A inserção territorial dos empreendimentos turísticos deve ocorrer segundo as seguintes tipologias de espaços:

1. “Empreendimentos Turísticos Isolados (ETI), que correspondem a estabelecimentos hoteleiros, nas tipologias Hotéis, desde que associados a temáticas específicas (saúde, desporto, atividades cinegéticas, da natureza, educativas, culturais, sociais, etc.) que contribuam para a valorização económica e ambiental do espaço rural; empreendimentos de Turismo no Espaço Rural (TER); empreendimentos de Turismo de Habitação; Parques de Campismo e de Caravanismo;

2. Núcleos de Desenvolvimento Turístico (NDT), que correspondem às áreas de ocupação turística em solo rural, nas quais se integram conjuntos de empreendimentos turísticos e equipamentos de animação turística, bem como outros equipamentos e atividades compatíveis com o estatuto de solo rural. Nos NDT podem ser incluídos os seguintes empreendimentos turísticos: estabelecimentos hoteleiros, Aldeamentos Turísticos, empreendimentos de Turismo de Habitação, empreendimentos de Turismo em Espaço Rural, Parques de Campismo e Caravanismo e empreendimentos de Turismo da Natureza, bem como conjuntos turísticos (resorts) que englobem as tipologias anteriores.

3. Centralidades Urbano Turísticas (CUT), são centros urbanos que desempenham um papel âncora no apoio e desenvolvimento de serviços de apoio à atividade turística e onde se deve privilegiar a instalação de equipamentos e serviços de apoio ao turismo e lazer. Nos CUT são admitidos todos os tipos de empreendimentos turísticos

4. Núcleos Urbanos de Turismo de Lazer (NUTL), são aglomerados que, independentemente das funções urbanas que desempenham, integram, ou poderão vir a integrar, uma importante componente de alojamento turístico e/ou de residência secundária, e de concentração de

254 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

funções turísticas e de serviços de apoio às atividades turísticas e de lazer. Estes conjuntos, além de integrarem funções urbanas, concentram recursos e funções turísticas, designadamente, empreendimentos turísticos, de restauração e de serviços de apoio às atividades turísticas e de lazer. Nos NUTL são admitidos todos os tipos de empreendimentos turísticos.

Nos perímetros urbanos são admitidos todos os tipos de empreendimentos turísticos.

11.4.2.4 Normas por unidade territorial

O Centro Litoral é caracterizado por uma grande diversidade de recursos naturais, ambientais e culturais sendo a atividade turística fortemente ancorada em estruturas urbanas. 1. Produtos Turísticos: a. Nesta unidade territorial dever-se-á privilegiar os seguintes produtos turísticos: Touring Cultural e Paisagístico, Turismo de Natureza, Turismo de Negócios, Turismo Náutico, Turismo Sol e Mar, Gastronomia e Vinhos, Saúde e Bem-estar, Golfe. 2. Tipologias de Espaços Turísticos: a. CUT:

i. CUT I: Coimbra/Figueira da Foz, Aveiro/Ílhavo, Leiria/ Marinha Grande; ii. CUT II: Ovar, Batalha; iii. CUT III: Condeixa-a-Nova, Murtosa, Mira iv. Cabe aos PDM:

. Prever equipamentos e serviços a instalar;

. Prever a requalificação dos centros urbanos;

. Melhorar a conectividade com os NUTL e NDT. b. NUTL:

i. Praia de Esmoriz, Furadouro, Torreira, S. Jacinto, Barra, Costa Nova, Vagos, Vagueira; ii. Praia de Mira, Praia da Tocha, Quiaios, Costa de Lavos, Leirosa; iii. Praia de Pedrógão, Vieira de Leiria e S. Pedro de Moel; iv. Termas: Curia, Monte Real, Luso; v. Mealhada; vi. Outros definidos em PDM; vii. Cabe aos PDM:

. Prever a respetiva requalificação urbana e ambiental;

. Prever a qualificação de equipamentos e serviços;

. Melhorar a conectividade com os CUT e NDT.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 255 255

c. NDT:

i. Área mínima de NDT – 35 hectares; ii. Atividades preferenciais de recreio e lazer ao ar livre; iii. Melhorar a conectividade com os CUT e NUTL.

d. (ETI) 21:

i. Os hotéis, pousadas e hotéis rurais construídos de raiz, devem obedecer aos seguintes parâmetros:

. Mínimo de 3 estrelas;

. Densidade máxima: 40 camas/ hectares;

. Número máximo de camas: 200 camas;

. Associar equipamentos de recreio e lazer de ar livre (campos de jogos, piscinas, percursos pedonais e ciclovias, etc.);

. Aos hotéis deve-se associar as temáticas específicas. ii. Turismo em Espaço Rural (TER) e turismo de habitação: são permitidas todas as tipologias TER previstas na legislação em vigor.

11.4.3 Matriz-síntese das orientações estratégicas para a Região Centro, Centro Litoral e concelho de Condeixa-a-Nova

Na matriz-síntese pretende-se trazer de forma sistemática e sintética as principais orientações para o setor turístico com incidência ao nível do ordenamento territorial de Condeixa-a-Nova, provenientes de Planos de caráter supramunicipal (PENT e PROT). No fim da hierarquia surgem as implicações espaciais daqueles planos no ordenamento do território e apresentam-se as principais opções do PDM em termos de ordenamento turístico.

Na sequência do percurso hierárquico das orientações existentes para o setor turístico e, em concreto, para Condeixa-a-Nova, esta é identificada como uma Centralidade Urbano Turística.

21 São permitidos, em solo rural, todas as tipologias de empreendimentos turísticos previstas na modalidade de “Empreendimentos Turísticos Isolados”.

256 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Quadro 40: Matriz-síntese das orientações estratégicas para o Turismo na Região Centro, Centro Litoral, e no concelho de Condeixa-a-Nova PENT PROT PDM A atração de turistas será feita através dos produtos: • Circuitos turísticos, religiosos e culturais e Turismo de saúde – . Núcleos Urbanos de Turismo e Lazer termas (produtos consolidados); (NUTL) • Turismo de natureza – passeios . Empreendimentos Turísticos Isolados REGIÃO (ETI) (produto em desenvolvimento); CENTRO . Núcleos de Desenvolvimento Turístico • Sol e mar, Turismo de saúde - (NDT) spa/talassoterapia - e Gastronomia . Centralidades Urbano Turísticas e vinhos (produtos complementares); (CUT) • Turismo náutico –surfing- e Turismo de Saúde -turismo médico (produtos emergentes)

Deve-se privilegiar os seguintes produtos turísticos: .Touring cultural e paisagístico CENTRO .Turismo de natureza

LITORAL .Turismo de negócios .Turismo náutico .Turismo sol e mar . Gastronomia e vinhos . Saúde e bem estar

. Centralidade Urbano Turística . UOPG 4 – Área Central de (CUT III) Condeixa-a-Nova (CUT III) CONCELHO . Empreendimentos Turísticos Isolados . São ainda propostas outras UOPG DE estabelecidos em solo rural (ETI) que pretendem promover a CONDEIXA-A- . Núcleos de Desenvolvimento reabilitação de aglomerados e a NOVA Turístico (NDT) dinamização do turismo no Concelho. . No Solo Rural são permitidos os NDT e os ETI

Condeixa-a-Nova inscreve-se naquela tipologia – Centralidade Urbano Turística – por ser um centro que desempenha um papel âncora no apoio e desenvolvimento de serviços de apoio à atividade turística, por via da importância nacional de Conímbriga, principal entrada no eixo da Romanização – Conímbriga - Rabaçal/Penela – Santiago da Guarda/Ansião – Rominha/Alvaiázere – Anfiteatro da Bobadela/Oliveira do Hospital.

Por este motivo será considerado no Programa de Execução22 a necessidade de reabilitação da área central de Condeixa-a-Nova, sendo que para tal, e no âmbito do PDM, se definiu uma UOPG.

22 Esta intervenção deverá ser financiada pelo PROVER - Programa de Valorização dos Espaços da Romanização

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 257 257

11.4.4 Estratégia Municipal para o Turismo

11.4.4.1 Síntese do diagnóstico prospetivo

O concelho de Condeixa-a-Nova ainda não potencia o turismo na medida do valor dos seus recursos, sendo que a sua maioria não se encontra devidamente ajustada à finalidade turística.

Com efeito, Condeixa apresenta algumas características que lhe permitem ambicionar por um desempenho mais destacado e uma maior afirmação na dinâmica do turismo a nível regional/nacional e por objetivos mais consentâneos com a valia dos recursos que possui e que importa converter a favor do desenvolvimento turístico concelhio. São eles:

- proximidade geográfica a Coimbra, polo relevante de atração/irradiação de fluxos turísticos;

- a presença de Conímbriga, um arqueo-sítio singular no contexto nacional e de primeira linha no contexto ibérico e um dos mais significativos centros de visitação do país;

- presença de um estabelecimento hoteleiro qualificado e inserida numa rede de reconhecido mérito (Pousada de Santa Cristina)

- legado patrimonial de Fernando Namora;

- inserção territorial do concelho em espaços de inequívoco valor ambiental e paisagístico, como a Serra da Senhora do Circulo, a Serra de Janeanes ou a Reserva Natural do Paúl de Arzila;

Num quadro de macrotendências da procura internacional e de orientações estratégicas nacionais para o setor que prefiguram e privilegiam um perfil de turistas mais exigente e sofisticado – na qualidade e diversidade da experiência turística – a estratégia a prosseguir a nível concelhio passa pela consolidação dos recursos existentes, acrescentando-lhes valor, pela afirmação de novas ofertas/atrativos que se articulem e complementem com os recursos-âncora e/ou que promovam a diversificação de produtos.

Neste sentido, Condeixa deverá mobilizar esforços no sentido do desenvolvimento de segmentos que, por um lado, capitalizem Conímbriga e a proximidade a Coimbra e, que por outro, desenvolvam diferentes ofertas a partir do potencial das Serras da Senhora do Circulo e de Janeeanes, do Paúl de Arzila.

11.4.4.2 Intervenções em curso/intenções estratégicas

Identificados que estão os recursos turísticos concelhios emblemáticos, o Plano Estratégico de Desenvolvimento municipal: “Condeixa 2020. O futuro começa hoje!”, bem como a Agenda 21 Local, corporizam o que de estrutural, o município pretende desenvolver em matéria turística.

258 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Neste sentido, a Medida 1.2 – Desenvolvimento do turismo e dos lazeres - do Plano Estratégico de Condeixa-a- Nova, aposta na afirmação crescente de Condeixa na dinâmica do turismo regional/nacional, consolidando os recursos existentes e promovendo a diversificação de produtos, centrando esforços no desenvolvimento do touring cultural e do turismo de natureza, em linha com os produtos de aposta consignados no PENT e no PROT-C.

As principais apostas (projetos estruturantes) foram assumidas em 2 dos 9 projetos-âncora identificados e outras 3 foram definidas no âmbito dos 29 projetos que dão corpo à estratégia da sustentabilidade da Agenda 21 Local. Existem outros, que tanto num documento como noutro, lhes é atribuído a função de complementarem os outros 5 projetos identificados.

Por já terem sido já apresentadas as intenções e projetos no capítulo da Estratégia de Desenvolvimento Local, da presente 1ª Revisão do PDM, apresenta-se de seguida uma matriz-síntese operacional das principais intenções/ projetos:

Quadro 41: Matriz-síntese das intenções/projetos autárquicos em matéria de turismo Estratégia de Desenvolvimento Local Estratégia da Sustentabilidade ( in “Condeixa 2020. O futuro começa hoje”) (in “Agenda 21 Local”)

. Programa para a valorização do capital de Conímbriga (P 09) Projetos . Conímbriga 2020 (Proj. Âncora 09) .Programa de marketing turístico para o Estruturantes . Circuito Condeixa 2020 (Proj. Âncora 02) concelho de Condeixa (P 18) . Centros de Apoio às atividades turísticas, desportivas e de lazer (P 13) . Programa de articulação e coordenação Projetos . Centro de Eventos de Sicó - P.O.R.O.S. (Proj. Âncora 08) das atividades culturais (P 10) Complementares . A Nova feira: Montra do concelho (Proj. Âncora 03) Promoção da Produção Local para consumo Local (P 04)

Nota: Ver descrição dos projetos/programas no Capítulo da Estratégia de Desenvolvimento Local.

No âmbito do PDM, para efeitos de reforço e consolidação da componente turística, para além dos aspetos regulamentares em função das orientações do PROT e outras, são propostas várias UOPG (ver descrição das mesmas no capítulo respetivo) para as quais se pretende a potenciação turística para os espaços respetivos, nomeadamente:

U4 - Área Central de Condeixa-a-Nova;

U5 - Condeixa-a-Velha;

U6 - Lugar do Poço;

U7 - Lugar de Casmilo;

U8 - Lugar do Furadouro;

U9 - Lugar de Serra de Janeanes

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 259 259

Não se constituindo como UOPG, mas dada a sua importância turística, nos casos do Canhão Fluviocársico, das Buracas de Casmilo, da Senhora do Círculo, do Parque de Campismo de Conímbriga e do Paul de Arzila, deverá privilegiar-se:

Canhão fluviocársico: Este local de interesse geológico apresenta excelentes potencialidades para integrar um percurso pedestre ao longo do interessante vale do rio de Mouros, ligando a zona do canhão ao aglomerado de Poço onde, através da reabilitação de uma edificação, poderá ser criado um centro de interpretação geológica para a divulgação e preservação da geologia do local. O projeto que venha a ser desenvolvido deve ser interligado com o centro de interpretação previsto para as Buracas de Casmilo.

Buracas de Casmilo: Poderá ser criado um percurso pedestre/ equestre/ BTT, complementado com a instalação de painéis explicativos da geologia, fauna e flora do local, e a criação de um centro de interpretação geológica, num edifício a reabilitar no aglomerado de Casmilo. Os projetos a desenvolver deverão estar interligados com o canhão Fluviocársico.

Senhora do Circulo: Aqui poderia ser viabilizada a criação de um espaço de apoio à festa da Senhora do Círculo, através da implementação de um conjunto de infraestruturas, nomeadamente parque de merendas, instalações sanitárias e parque de estacionamento, assim como a requalificação do espaço existente. Poderia ainda ser equacionada a instalação de painéis explicativos da geologia, fauna e flora da serra de Sicó, e a integração deste ponto na rede de percursos pedestres, existentes, que permita ligar as várias unidades que se localizam nesta Serra.

Parque de Campismo de Conímbriga: é uma pretensão da CM, cuja possível localização teve em consideração a proximidade às Ruínas de Conímbriga e o facto de estar integrado numa zona com uma ocupação arbórea de carvalhos e pinheiros mansos, e com boas acessibilidades (próximo da EN342).

Paul de Arzila: A “Valorização ambiental e turística do Paul de Arzila” é um dos projetos complementares previstos na estratégia do Concelho. Constituindo a Reserva Natural um local de atração turística, com elevado valor natural e paisagístico, será pertinente equacionar a criação de unidades de alojamento que permitam, aos seus visitantes, ficarem instalados na sua envolvente imediata. Pretende-se, então, que seja criado um empreendimento de turismo da natureza de qualidade que, sem colidir com os valores naturais em presença, uma vez que se localiza fora da reserva, promova a visita e o usufruto desta.

Por fim, a qualificação do solo rural na Planta de Ordenamento, atende ao facto de o turismo ser um aspeto importante da estratégia de desenvolvimento do concelho. As tipologias de empreendimentos turísticos estabelecidas para cada categoria de solo rural refletem o grau de importância dos valores naturais em presença. Assim, para as categorias com menores restrições de usos, como os Espaços de Uso Múltiplo Agrícola e Florestal, os Espaços Florestais de Produção e os Espaços Agrícolas Complementares, são admitidos estabelecimentos hoteleiros, empreendimentos de turismo no espaço rural, empreendimentos de turismo de

260 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

habitação, parques de campismo e de caravanismo, empreendimentos de turismo de natureza e núcleos de desenvolvimento turístico (correspondem a conjuntos de empreendimentos turísticos e equipamentos de animação turística, segundo o PROT-C). Os Espaços agrícolas de produção tipo II não incluem núcleos de desenvolvimento turístico, pois a dimensão que esses espaços têm dificilmente possibilitaria a sua criação. Por sua vez, os Espaços agrícolas de produção tipo I, delimitados com base na RAN e os Espaços naturais, com importantes valores naturais a proteger, permitem unicamente a conservação, a reconstrução, a alteração e a ampliação de edifícios visando a ocupação de estabelecimentos hoteleiros, empreendimentos de turismo de habitação e turismo no espaço rural em edifícios existentes.

11.4.4.3 Plano Diretor Turístico

Não obstante a ambição manifestada nos projetos em curso e em intenção, que legitimamente, potenciam os recursos turísticos do município de Condeixa, considera-se estratégica, a realização de um Plano Diretor Turístico (este é, aliás, um dos Projetos Complementares da estratégia global de desenvolvimento concelhio).

O PDT deverá concretizar os objetivos estratégicos estruturantes que nortearão a gestão municipal, em matéria de turismo, na próxima década, garantindo que o turismo possa assumir-se como uma atividade mobilizadora, sustentável e singular no contexto regional e nacional. Assim, o Plano Diretor Turístico deverá definir a Missão e a Visão Estratégica para o Turismo em Condeixa-a-Nova e identificar o papel da Autarquia nessa estratégia, não só a partir dos recursos locais mas ampliando-a através da constituição de sinergias com o Baixo Mondego e com outras sub-regiões da Região Centro.

Para concretizar estes desígnios, o PDT deverá privilegiar quatro domínios de intervenção:

Domínio Estratégico – Inclui uma reflexão estratégica, que deve integrar a discussão aprofundada em torno das metas a considerar, bem como os recursos a adotar, servindo ainda para colocar em confronto os principais atores a operarem no setor turístico;

Domínio Regulamentar – Ainda no âmbito do Plano Estratégico, deverá definir as regras e parâmetros que enquadrem as atividades turísticas no Concelho, bem como as relações entre operadores. Neste domínio deverá ainda ficar estabelecido a modalidade de acompanhamento e avaliação daquelas regras e parâmetros, designadamente, no que respeita ao cumprimento de metas ou dos índices de qualidade;

Domínio Operativo – Considera a criação e oferta de serviços, equipamentos e infraestruturas passíveis de incentivar a atividade turística (por exemplo, a estrutura de acolhimento ao turista ou o e-turismo que inclui a central de reservas e programação de visitas);

Domínio Promocional – Estabelece o quadro de comunicação e divulgação das iniciativas, produtos e recursos em mercados e segmentos bem determinados.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 261 261

Não se trata exclusivamente, assim, da realização ou atualização de inventários de estabelecimentos e do património turístico, mas da concertação entre todos os atores concelhios interessados, de uma estratégia de valorização de um recurso concelhio de dimensão nacional. Trata-se também de uma estratégia de diversificação, abordando segmentos que, embora frequentemente invocados, se traduziram, até agora muito limitadamente, em ações e projetos marcantes, nomeadamente, os segmentos apontados pelo PENT e PROT, nomeadamente o “Touring Cultural e Paisagístico” e o “Turismo de natureza”. Para eles, o PDT deverá estabelecer “caminhos”, assim como “pontes” com as ações a desenvolver quanto ao património, a cultura e o ambiente no Concelho.

Neste sentido, o PDT deverá ter em consideração as indicações do Turismo de Portugal, IP, que dá relevo ao facto de o Concelho de Condeixa-a-Nova apresentar valores relevantes ao nível do património histórico-cultural e natural que lhe conferem uma grande apetência para a aposta nos produtos core para o desenvolvimento da região, os mesmos que têm revelado uma grande capacidade de atração de turistas estrangeiros, sendo que, no caso do:

- Circuitos turísticos, religiosos e culturais,, sendo a 2º principal motivação dos turistas que visitam Portugal, embora ainda represente pouco das preferências dos consumidores europeus do produto, pelo que em todo o país e de modo particular, em Condeixa-a-Nova, será necessário incrementar as atividades disponíveis e melhorar a qualidade do alojamento turístico, por forma a poder competir com outros territórios europeus. O reforço da competitividade requer também a adoção de elevados níveis de cooperação e de articulação em rede, pelo que se insiste na importância de estabelecer orientações concertadas com concelhos vizinhos, de forma a tirar-se maior partido do conjunto dos recursos turísticos existentes.

- Turismo de natureza que engloba todas as atividades, modalidades de alojamento e experiências que pressupõem uma interação com a natureza, independentemente de se localizarem, ou não, em áreas protegidas, e deverá tornar-se um produto vendável turisticamente, sendo necessário, para que tal aconteça, reforçar-se a oferta de alojamento e de atividades de animação complementares, em completo respeito pela preservação ambiental.

O PDT deverá também focar a questão do turismo acessível, “modalidade” recente, mas que se adequa aos requesitos dos três recentes “nichos de mercado”, nomeadamenteo turismo sénior, o turismo de família e o turismo para pessoas com deficiência (e seus acompanhantes). Para tal, a montante, deverão ser criadas condições de acessibilidade e mobilidade a toda a população, fator essencial de desenvolvimento social e de favorecimento e valorização turística de um território. Com efeito, se por um lado, um meio urbano acessível será mais inclusivo e atrativo, contribuindo para a coesão social e para a fixação de populção, por outro, favorecer-se- á um turismo com características diferenciadas, o que poderá vir a assumir-se como uma vantagem competitiva relativamente a outros destinos turísticos.

262 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Tanto os projetos em curso, como as intenções da Autarquia e as UOPG propostas são, desde já, um grande contributo para o Plano de Desenvolvimento Turístico.

11.5 INFRAESTRUTURAS URBANAS

As infraestruturas urbanas requerem um cuidado especial no seu planeamento, não só ao nível do seu dimensionamento, mas também no que diz respeito à monitorização da qualidade e do grau de cobertura dos serviços prestados e das necessidades existentes em cada momento, sempre numa ótica de otimização dos sistemas e, consequentemente, do equilibrado ordenamento do território.

As infraestruturas urbanas englobam as infraestruturas de abastecimento de água, de drenagem e tratamento de água residuais, de recolha e tratamento dos resíduos sólidos, elétricas, de comunicação e gasistas. Na Planta de Ordenamento é representada a localização das Estações de Tratamento de águas (ETA) e das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). As condutas adutoras e emissários, as captações de água com zona de proteção publicada, assim como as linhas elétricas e a subestação, encontram-se representados na Planta de Condicionantes.

Durante muitos anos registaram-se problemas ao nível do abastecimento de água e de saneamento, decorrentes, essencialmente, da falta de sistemas integrados de adução e do deficiente tratamento dos efluentes. Embora ainda hoje se verifique a persistência pontual de alguns destes problemas, nos últimos anos, foram sendo introduzidas, progressivamente, melhorias muito consideráveis a este nível, registando a globalidade da região uma situação considerada muito satisfatória.

No caso particular do concelho de Condeixa-a-Nova, não se registam, no momento presente, debilidades assinaláveis no domínio da dotação de infraestruturas urbanísticas, quer no que respeita à sua cobertura territorial, quer ao nível de serviço, apresentando o concelho um grau de cobertura muitíssimo satisfatório. Ainda assim, mantêm-se, naturalmente, algumas fragilidades neste domínio que se pretendem debelar com as propostas seguidamente apresentadas.

Salienta-se contudo que a maioria das propostas de melhoria do funcionamento dos sistemas existentes, assumem essencialmente um carácter genérico ou de recomendações, uma vez que, parte da sua gestão e programação de intervenções são asseguradas por entidades externas à Autarquia, na maior parte das vezes, equacionadas a nível intermunicipal, extravasando por isso o âmbito deste Plano e a competência da CM.

11.5.1 Abastecimento de Água

Na fase dos Estudos de Caracterização, observou-se que o abastecimento público domiciliário de água é efetuado em todos os aglomerados populacionais, apresentando um funcionamento bastante satisfatório, ficando

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 263 263

apenas por servir a população considerada residual, ou seja, residente em habitações localizadas fora dos aglomerados.

Apesar do crescimento populacional verificado, não existe um subdimensionamento do sistema, sendo a qualidade da água assegurada por tratamento, cumprindo todos os valores estabelecidos na legislação em vigor. A integração no Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e Saneamento do Baixo Mondego-Bairrada, concessionado à empresa Águas do Mondego S.A. (AdM), permitiu reduzir o número de captações, facilitando assim o controlo da qualidade e disponibilidade da água.

A responsabilidade do abastecimento de água é partilhada entre a AdM e a CMCN, sendo a primeira responsável pelo abastecimento em alta do sistema de Alcabideque (que serve cerca de 92% da população concelhia), e a segunda por todo o abastecimento em baixa e, até que seja construída a adutora entre Alcabideque e Ega, pelo abastecimento em alta do sistema de Ega.

Foi em 2004, segundo dados das “Estatísticas de Ambiente” do INE, que a população do concelho servida por água potável atingiu os 100%, sendo o abastecimento de água assegurado por dois sistemas independentes:

Sistema de Alcabideque – tal como referido, o abastecimento em alta desde sistema é assegurado pela Águas do Mondego, através do Subsistema de Abastecimento de Água da Boavista, com origem nas captações da Boavista situadas na margem direita do rio Mondego, no concelho de Coimbra. A ETA da Boavista foi reconstruída, reforçando a garantia de abastecimento de água em qualidade e quantidade. A água é então fornecida no ponto de entrega de Alcabideque (reservatórios), sendo a sua distribuição da responsabilidade da Câmara. É ainda de referir que as 4 captações subterrâneas que antes serviam este sistema (três, em Alcabideque, e uma, em Casal Carrito - furo de reserva), assim como a ETA, encontram-se presentemente desativadas, sendo esta última utilizada como reservatório.

Sistema de Ega – este sistema é ainda abastecido por uma captação subterrânea localizada em Olho de Ega que apresenta uma capacidade de captação de 25l/s. Para além deste existe um outro furo, localizado na mesma zona, que, caso seja necessário, poderá ser integrado no sistema de abastecimento. A água captada, antes de ser distribuída, é sujeita a um tratamento na ETA de Ega. É de realçar que assim que seja construído o troço da conduta entre Alcabideque e Ega, também este sistema passará a ser abastecido em alta pela Águas do Mondego.

No que concerne a intervenções futuras, tal como referido, encontra-se prevista a construção da adutora entre Alcabideque e Ega que irá permitir transportar a água a um novo reservatório a instalar em Ega que servirá os sistemas de Ega e de Alcabideque, prevendo-se uma capacidade máxima de entrega de 16,6l/s e 70,2l/s, respetivamente.

264 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Figura 30: Rede de Abastecimento de Água

Fonte: CMCN e Águas do Mondego

Relativamente a intervenções municipais, a CMCN efetuou recentemente um conjunto de intervenções nos sistemas de abastecimento de Vila Seca, Bruscos, Alcouce, Bendafé e Bom Velho, essencialmente relacionadas com substituição de tubagens existentes, com o intuito de assegurar um serviço de qualidade, em termos de caudais e pressões disponíveis. A elevada dureza da água até agora captada no concelho, provocava acumulação de calcário nas tubagens, originando frequentes diminuições de secção o que conduziu, em alguns casos, a ruturas no sistema. Encontram-se previstas intervenções semelhantes nos sistemas dos aglomerados de Lameira de Cima e Lameira de Baixo, Casal Novo/ Mata, Casmilo, Zambujal e Ega, sendo que neste último trata-se de uma nova ligação a efetuar na EN342.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 265 265

Foi ainda opção da CM assegurar a proteção das captações existentes no concelho, encontrando-se abrangidas por perímetros de proteção com servidão instituída as seguintes captações: JK6, em Ega, V1, em Casal Carrito e JK4, JK5 e RA1, em Alcabideque.

Efetivamente, importa reforçar que, apesar da existência do sistema intermunicipal que serve parte do concelho, e que recorre a água captada na margem direita do rio Mondego, considera-se que as captações subterrâneas existentes devem ser objeto de monitorização e manutenção periódica uma vez que poderá haver necessidade de a elas se recorrer, ainda que em casos excecionais, nomeadamente em situações de escassez de água ou de ocorrência de falhas no sistema de abastecimento em alta. Também nesta ótica, as condutas municipais que asseguram a ligação entre estas captações e a rede de distribuição, que sejam desativadas, devem ser objeto de manutenção, ou pelo menos monitorização, periódica.

Em síntese, e atendendo às principais fragilidades e constrangimentos associadas ao abastecimento de água, a Autarquia deverá atender às seguintes questões, procedendo aos investimentos que venham a ser necessários para se não ultrapassá-los, pelo menos minimizá-los:

Monitorização da qualidade da água para consumo;

Proteção dos aquíferos subterrâneos;

Redução ou eliminação de descargas de efluentes domésticos, industriais e agro-pecuários não tratados, nos cursos de água;

Prevenção da poluição de águas subterrâneas por nitratos;

Melhoria de alguns sistemas de abastecimento de água, principalmente os mais antigos;

Diminuição das perdas de água existentes na actual rede de abastecimento;

Garantir que as infraestruturas existentes e os investimentos previstos absorvem as necessidades da população prevista para o horizonte deste plano.

11.5.2 Drenagem e Tratamento de Águas Residuais

Na fase dos Estudos de Caracterização, observou-se que nos últimos anos foram introduzidas algumas melhorias no concelho de Condeixa-a-Nova, nomeadamente através da implementação de novas redes, do aperfeiçoamento das existentes e da construção e melhoria dos equipamentos de tratamento dos efluentes. Neste domínio encontram-se ainda perspetivadas diversas intervenções que visam uma melhoria generalizada dos sistemas de recolha e tratamento de águas residuais em alguns dos aglomerados do concelho. A percentagem de população do concelho de Condeixa-a-Nova servida por rede de saneamento atinge, atualmente, cerca de 81%.

266 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

A CMCN assume a responsabilidade da recolha e do tratamento das águas residuais do concelho, sendo, no entanto, a gestão das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) em alta assegurada pela empresa Águas do Mondego. A população servida por estas ETAR corresponde a 69%, sendo o tratamento destes efluentes assegurado por:

4 ETAR que se encontram em funcionamento, situadas em Condeixa-a-Nova, Zona Industrial de Condeixa-a-Nova, Anobra e Eira Pedrinha; e

1 ETAR, situada em Figueiró, no concelho vizinho de Soure, em funcionamento desde julho de 2007 e que serve, essencialmente, as freguesias de Ega e Sebal/ Belide.

Em termos de intervenções previstas para o sistema em alta e de acordo com a informação disponibilizada pela CMCN, relativa ao Plano Diretor para a criação dos sistemas multimunicipais de abastecimento de água e saneamento do Centro, e pela empresa Águas do Mondego, encontra-se prevista a execução de:

Rede de drenagem da zona poente da freguesia de Anobra - este subsistema passará a integrar 2.135m de intercetores, 1.550m de condutas elevatórias e duas estações elevatórias;

Obras de remodelação na ETAR de Anobra;

Construção de uma nova ETAR, no concelho de Coimbra (sem localização definida) que irá tratar alguns dos efluentes produzidos no concelho de Condeixa-a-Nova.

Não foi possível obter informação adicional relativamente às ETAR previstas – capacidade, nível de tratamento, etc. – uma vez que a empresa Águas do Mondego não disponibilizou, até ao momento, esses elementos.

A CMCN tem vindo a fazer um esforço no sentido de prover os aglomerados com métodos de recolha e tratamento das águas residuais mais eficazes, tendo sido recentemente implementadas redes de saneamento e construídas 5 ETAR compactas de oxidação total nos aglomerados de Vila Seca, Bruscos, Alcouce, Bendafé e Bom Velho de Cima e Bom Velho de Baixo, sendo que a ETAR de Bruscos serve também Vila Seca. Foi também construída uma ETAR compacta em Arrifana.

Os restantes efluentes produzidos por cerca de 19% da população, são conduzidos para fossas sépticas individuais, estando ainda por servir a totalidade da população das freguesias de Furadouro e Zambujal, parte da população residente nas freguesias de Anobra (22%), Condeixa-a-Nova (0,6%), Condeixa-a-Velha (11%), Ega (21%), Sebal/ Belide (21%), Vila Seca/ Bendafé (38%), e por fim cerca de 1/3 da população que se encontra dispersa pelo território concelhio.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 267 267

Figura 31: Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais

Fonte: CMCN e Águas do Mondego

Para além das intervenções referidas, a CMCN já lançou a elaboração de projetos para a rede de drenagem e tratamento de águas residuais de Lameira de Cima, Lameira de Baixo, Caneira/ Inculca, Casal de São João/ Perdigueira, Casal Seco, Ameixeira, Casal Novo, Beiçudo, Mata, Casmilo e Zambujal, assim como a execução de ETAR compactas em Casal Novo, Casmilo e Zambujal. Encontra-se também prevista a ampliação da rede de drenagem de Ega (a sul).

268 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Relativamente aos aglomerados que não dispõem de infraestruturas de saneamento coletivas, importa acompanhar a sua evolução e o impacte que a inexistência destes sistemas tem na qualidade de vida das populações e no meio ambiente.

Para além das intervenções previstas de carácter operacional e de curto ou médio prazo, deverão ser pensadas outras de índole mais estratégica mas igualmente importantes, algumas das quais em articulação com as disposições do Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR II - 2007-2013), nomeadamente:

Tratamento de águas residuais industriais: O controlo das descargas dos efluentes industriais para as redes públicas de drenagem é essencial para o cumprimento da legislação aplicável e para a viabilização de soluções de reutilização da água e a utilização das lamas em solos agrícolas. É de referir que o concelho tem uma ETAR que serve a zona industrial de Condeixa-a-Nova;

Tratamento de águas residuais das explorações pecuárias: Embora a atividade pecuária possua reduzida expressão no concelho, sobretudo a de regime intensivo, por se tratar de uma atividade que exerce alguma pressão sobre as linhas de água e sobre os solos é necessário que a Autarquia acompanhe o funcionamento das explorações existentes, avaliando a eventual necessidade de construção de sistemas individuais de tratamento, por forma, a minimizar estes impactos sobre o ambiente e saúde pública.

Gestão das águas pluviais nos sistemas de saneamento: De forma a contribuir para uma gestão ambientalmente mais adequada deverá ser ponderada pela Autarquia a progressiva substituição da rede unitária por rede separativa, nos aglomerados de maiores dimensões, o que permitirá não sobrecarregar as ETAR com águas pluviais que só acarretam acréscimo nos custos do tratamento e diminuem a sua eficiência. Admite-se que a nos aglomerados mais pequenos não se justifique a construção de redes pluviais, no entanto deverá ser garantida a drenagem destas águas com recurso a valas à superfície.

Aspetos como o tratamento e gestão de lamas produzidas nas estações de tratamento e a reutilização de águas residuais urbanas tratadas têm assumido cada vez maior relevância nos sistemas e têm sido concretizados tendo em vista a garantia da sustentabilidade económica, técnica, social e ambiental dos investimentos, tornando-se cada vez mais premente e vantajosa a contemplação deste tipo de soluções na constituição dos sistemas coletivos.

11.5.3 Recolha e Tratamento de Resíduos Sólidos

Na fase dos Estudos de Caracterização, foi possível constatar que, presentemente, o sistema de recolha de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) atinge a totalidade da população concelhia.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 269 269

O concelho de Condeixa-a-Nova faz parte do Sistema Multimunicipal de Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos do Litoral Centro (Decreto-Lei nº 166/96, de 5 de setembro) cuja gestão e exploração ficou a cargo da ERSUC - Resíduos Sólidos do Centro S.A, que fixou como objetivos estratégicos:

o desenvolvimento de novas infraestruturas de tratamento e deposição de RSU;

a selagem e recuperação ambiental de todas as lixeiras existentes na sua área de atuação;

a estruturação e arranque do sistema integrado de recolha seletiva;

a valorização de resíduos;

e o apoio e realização de ações de informação, sensibilização e educação ambiental das populações.

A recolha indiferenciada dos RSU, da responsabilidade da Câmara Municipal, é efetuada a partir de equipamentos de deposição normalizados, nomeadamente 869 contentores de superfície, encontrando-se definidos 6 grandes circuitos, sendo que o circuito que serve a sede de concelho e a sua envolvente próxima se divide em 5 circuitos mais pequenos.

Uma vez recolhidos, os resíduos indiferenciados são encaminhados diretamente para o Aterro Sanitário de Coimbra, gerido pela ERSUC, onde são depositados. A partir deste momento cessa a responsabilidade da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova em termos de RSU, ficando o resto do processo a cargo da ERSUC.

Foi no domínio da recolha seletiva de resíduos que se verificaram melhorias mais expressivas ao longo dos últimos anos, decorrentes da instalação de ecopontos um pouco por todo o território concelhio.

De acordo com a informação disponibilizada pela ERSUC, encontram-se instalados no concelho 66 ecopontos completos, 20 vidrões, 1 embalão e 7 pilhões. Os resíduos depositados nestes equipamentos são recolhidos periodicamente por viaturas próprias da ERSUC, que os conduz diretamente à Estação de Triagem, localizada no Aterro Sanitário de Coimbra, onde é realizada a sua triagem e acondicionamento. Os resíduos passíveis de serem reciclados são depositados no Ecocentro, localizado no mesmo local, de onde são encaminhados para posterior valorização; os resíduos que não possam ser valorizados, quer devido à tipologia, dimensão ou degradado estado de limpeza são depositados no Aterro Sanitário.

De acordo com o Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU II, aprovado pela Portaria n.º 187/2007, de 12 de fevereiro) constituem linhas orientadoras estratégicas essenciais neste domínio:

Reduzir, reutilizar e reciclar;

Separar na origem;

Minimizar a deposição em aterro;

“Waste to Energy” para a fração “resto” (não reciclável);

270 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

“Protocolo de Quioto”: compromisso determinante na política de resíduos;

Informação validada a tempo de se poderem tomar decisões,

Estratégia de Lisboa: Sustentabilidade dos sistemas de gestão.

Para a concretização das linhas orientadoras referidas acima estabeleceram-se 5 eixos de atuação, a promover entre 2007 e 2016:

1. Eixo I — Prevenção: Programa Nacional;

2. Eixo II — Sensibilização/Mobilização dos cidadãos;

3. Eixo III — Qualificação e otimização da gestão de resíduos;

4. Eixo IV — Sistema de Informação como pilar de gestão dos RSU;

5. Eixo V – Qualificação e otimização da intervenção das entidades públicas no âmbito da gestão de RSU.

Tendo presente, os eixos de atuação previstos no PERSU II, há a destacar no município de Condeixa-a-Nova:

Parque de Resíduos – em funcionamento desde 2008, situado junto do Estaleiro Municipal, com gestão a cargo da Autarquia e que tem como propósito dar aos munícipes uma nova alternativa de deposição dos resíduos que pelas suas características ou dimensões não possam ser depositados nos contentores distribuídos pelo concelho. Serve ainda para receber os resíduos resultantes das diversas atividades da Autarquia, nomeadamente os resíduos provenientes do serviço de recolha de monstros domésticos.

Sensibilização e educação ambiental - a Autarquia tem desenvolvido diversas iniciativas junto da população em geral, mas principalmente das camadas mais jovens, no sentido de alertar para o problema dos RSU e para a necessidade de aproveitar, reutilizar e reduzir a produção de resíduos sólidos urbanos, especialmente os recicláveis.

Outros projetos – Assinala-se ainda a existência de uma Programa de Recolha de Óleos Alimentares Usados e de um Programa de Compostagem Doméstica.

Apesar do sistema de recolha e tratamento de resíduos sólidos estar já totalmente enraizado no quotidiano dos munícipes, e de não estarem previstas intervenções de vulto no campo dos RSU para o concelho, importa chamar a atenção para a importância de serem controlados eventuais depósitos ilegais de sucatas e de entulhos. O parque de resíduos poderá, no futuro, integrar a criação de uma Unidade de Valorização de Resíduos procurando, minimizar, desta forma, a existência deste tipo de disfunções ambientais no concelho.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 271 271

11.5.4 Infraestruturas elétricas, de comunicação e gasistas

No concelho de Condeixa-a-Nova o abastecimento de energia elétrica encontra-se assegurado a todos os aglomerados. De acordo com a informação disponibilizada pela EDP, o fornecimento elétrico é feito, na quase totalidade, com recurso a linhas aéreas, representando a cablagem subterrânea uma percentagem muito reduzida da média e baixa tensão. Em novembro de 2003 estavam instalados no concelho 116 postos de transformação.

Relativamente à Rede Nacional de Transporte, de acordo com a informação disponibilizada pela Rede Elétrica Nacional, atravessam o concelho de Condeixa-a-Nova as seguintes linhas em exploração:

uma linha de 400kV: Batalha – Paraímo;

três linhas de 220kV: Pereiros – Batalha 1, Pereiros – Batalha 2 e Pereiros – Penela;

uma linha de 150kV: Zêzere – Pereiros 1.

De acordo com os dados disponíveis no Instituto Nacional de Estatística, considera-se que o concelho de Condeixa-a-Nova está bem servido ao nível de infraestruturas de comunicação. Em 2006, segundo o INE, existiam dos 3.422 postos telefónicos principais23 do concelho 82% eram residenciais e 18% eram postos profissionais. No mesmo ano o número de acessos telefónicos por cada 100 habitantes era de 23,1, valor significativamente inferior à média do Baixo Mondego (33,5) e da região Centro (30,5).

Dada a importância crescente que as comunicações móveis assumiram nos últimos anos, foram efetuados pedidos de informação às três operadoras móveis no sentido de conhecer o grau de cobertura de cada uma no concelho de Condeixa-a-Nova, o seu número de clientes, bem como a localização das respetivas antenas24, no entanto, não foi até à data disponibilizado qualquer tipo de informação, quer por parte das operadoras quer por parte da CMCN. Estes dados serão integrados numa fase posterior, caso venham a ser fornecidos.

No que diz respeito a infraestruturas gasistas, o concelho é atravessado, no sentido Sul-Norte, por um gasoduto de 1º escalão, a partir do qual é feito o abastecimento de gás natural à população da vila de Condeixa-a-Nova e à Zona Industrial e Logística. O abastecimento de gás dos restantes aglomerados do concelho é feito com recurso ao gás de botija.

23 Posto telefónico principal: linha telefónica que liga o equipamento terminal do assinante à rede pública e que possui acesso individualizado ao equipamento da Central Telefónica. 24 Note-se que, segundo parecer emitido pela ANCOM, as antenas de comunicação móveis não constituem servidão administrativa, todavia, seria conveniente conhecer a sua localização.

272 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

12. COMPATIBILIZAÇÃO DA PROPOSTA DE ORDENAMENTO COM PLANOS DE HIERARQUIA SUPERIOR

O RJIGT, no art. 74º, refere “a elaboração de planos municipais de ordenamento do território obriga a identificar e a ponderar, nos diversos âmbitos, os planos, programas e projetos com incidências na área em causa, considerando os que já existam e os que se encontrem em preparação, por forma a assegurar as necessárias compatibilizações.”

Este capítulo visa demonstrar a articulação do PDM, na sua 1ª revisão, com os Instrumentos de Gestão Territorial de âmbito supramunicipal que se encontram eficazes no concelho de Condeixa-a-Nova, nomeadamente os seguintes:

Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT)

Plano sectorial da Rede Natura 2000 (Resolução do Conselho de Ministros n.º 115-A/2008, de 21 de julho);

Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica dos rios Vouga, Mondego e Lis (Resolução do Conselho de Ministros n.º 16-B/2013, de 2 de março);

Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Paul de Arzila (Resolução do Conselho de Ministros n.º 75/2004, de 19 de junho);

Plano Regional do Ordenamento Florestal do Centro Litoral (Decreto Regulamentar n.º 11/2006, de 21 de julho).

O PNPOT é um importante documento de índole estratégica e por isso merece uma breve análise no presente documento, uma vez que constitui o quadro de referência para os planos diretores municipais.

No que se refere a planos que ainda não se encontram eficazes há a referir o Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro, que se reveste de uma fulcral importância no atual panorama de planeamento e desenvolvimento regional. Apesar de ter sido considerado no desenvolvimento desta proposta, uma vez que ainda não foi publicado, optou-se por efetuar esta análise quando estiver disponível a versão final. É no entanto apresentada uma síntese do Modelo Territorial no que diz respeito ao concelho de Condeixa-a-Nova.

12.1 PROGRAMA NACIONAL DA POLÍTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

No quadro vigente do regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial, o “Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território”, aprovado pela Lei nº 58/2007 de 4 de setembro e retificado pela Declaração de Retificação nº 80-A/2007, constitui um instrumento de desenvolvimento territorial, de natureza estratégica e de âmbito nacional.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 273 273

De acordo com o disposto no RJIGT, o PNPOT “ estabelece as grandes opções com relevância para a organização do território nacional, consubstancia o quadro de referência a considerar na elaboração dos demais instrumentos de gestão territorial (PROT e PDM) e constitui um instrumento de cooperação com os demais estados-membros para a organização do território da União Europeia” e “ estabelece as opções e diretrizes relativas à conformação do sistema urbano, das redes, das infraestruturas e equipamentos de interesse nacional, bem como a salvaguarda e valorização das áreas de interesse nacional em termos ambientais, patrimoniais e de desenvolvimento rural”.

O PNPOT, no capítulo das orientações estratégicas para as Regiões consubstancia, para as sub-regiões do Centro um vasto conjunto de opções para o desenvolvimento do território. No que diz respeito especificamente ao Centro Litoral, e tendo em conta a sua aplicabilidade no concelho de Condeixa-a-Nova, são definidas as seguintes orientações:

Reforçar as dinâmicas industriais que valorizem competências em setores de alto valor acrescentado e suscetíveis de elevados ganhos de produtividade;

Valorizar o novo quadro de acessibilidades resultantes dos investimentos na construção, melhoramento ou conclusão de infraestruturas de transporte e logística, nomeadamente relacionados com os portos da Figueira da Foz e Aveiro (incluindo a plataforma logística em Cacia) e a A17;

Promover a estrutura policêntrica dos sistemas urbanos do litoral, reforçando os eixos urbanos centrados em Leiria - Marinha Grande e Coimbra - Figueira da Foz e a constelação urbana de Aveiro;

Promover a cooperação interurbana de proximidade para criar a escala e a integração funcional necessárias ao desenvolvimento e sofisticação dos serviços e valorizar o novo quadro de acessibilidades para concorrer com as atividades terciárias instaladas em Lisboa e Porto;

Fomentar o desenvolvimento do eixo de ensino, ciência e inovação tecnológica de Aveiro – Coimbra -Leiria como elemento fundamental para sustentar dinâmicas de competitividade e inovação territorial;

Valorizar os grandes projetos hidroagrícolas do Baixo Mondego, Baixo Vouga e do Lis e promover o desenvolvimento do cluster horticultura de acordo com os princípios de bom ordenamento e de preservação dos recursos naturais;

Compatibilizar o modelo de urbanização e de industrialização difusas com a preservação e valorização do potencial de desenvolvimento das atividades agropecuárias, dos setores da pesca e da aquicultura e do turismo e com a salvaguarda dos valores ambientais, patrimoniais e paisagísticos;

274 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Favorecer o reordenamento industrial, sobretudo nas áreas do Pinhal Litoral e do Baixo Vouga, no sentido de criar espaços de localização empresarial que contribuam para o reforço da estrutura policêntrica do sistema urbano e que promovam fatores potenciadores da inovação e do desenvolvimento tecnológico;

Promover a valorização integrada dos recursos do litoral e gerir a pressão urbano-turística na zona costeira, de forma a assegurar a exploração sustentável dos recursos naturais, a qualificação da paisagem e a adequada prevenção dos riscos;

Valorizar os recursos hídricos e concluir os projetos de despoluição integrada das bacias do Liz, do Mondego e do Vouga e ainda da Ria de Aveiro.

Efetivamente, há a destacar na proposta de revisão do PDM, o reforço da aposta no turismo, através do desenvolvimento de projetos associados a Condeixa-a-Nova e Condeixa-a-Velha (reforçando a ligação a Conímbriga), e a aldeias que apresentam potencial enquanto núcleos rurais. Encontra-se também prevista a reabilitação destes aglomerados que, juntamente com o ordenamento do solo urbano proposto, desenvolvido tendo em conta a hierarquia urbana proposta, procura não descurar a necessidade de haver uma aposta, para o futuro, que permita garantir uma afetação de recursos mais eficiente. Por outro lado, no que diz respeito ao ordenamento do solo rural, há uma aposta no sistema multifuncional rural do Concelho, assente na agricultura associada às várzeas dos principais cursos de água, na floresta de produção como função silvícola principal e na conservação da natureza através da proteção da Reserva Natural do Paul de Arzila e da Serra da Senhora do Círculo e Serra de Janeanes. No que diz respeito à criação de Zonas Empresariais e de Serviços, a aposta foi feita na ampliação da Zona Industrial de Condeixa-a-Nova, por forma a assegurar o acolhimento de novas atividades industriais e complementares, nomeadamente armazenagem, logística, serviços e comércio.

12.2 PLANO SECTORIAL DA REDE NATURA 2000 - RELATÓRIO DE CONFORMIDADE

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 115-A/2008 aprova o Plano sectorial da Rede Natura 2000. Trata-se de um plano desenvolvido à escala 1/100 000 para o território continental, que apresenta a caracterização dos habitats naturais e seminaturais e das espécies da flora e fauna presentes nos sítios e ZPE e define as orientações estratégicas para a gestão do território abrangido por aquelas áreas, considerando os valores naturais que nele ocorrem, com vista a garantir a sua conservação a médio e a longo prazo. No desenvolvimento da revisão do PDM, no volume dos Estudos de Caracterização, são apresentadas as orientações de gestão e os fatores de ameaça para o SIC Paul de Arzila e ZPE Paul de Arzila. No entanto, no contexto da sua compatibilização com o PDM, é importante ressalvar que segundo o Decreto-Lei n.º 49/2005, “quando a totalidade ou parte das ZEC e ZPE se localizam dentro dos limites de áreas protegidas, classificadas nos termos da lei, o objetivo previsto no número anterior é assegurado através de planos especiais de ordenamento das áreas protegidas” (art. 8º, ponto 2). No caso concreto em estudo, os limites do SIC e da ZPE Paul de Arzila são

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 275 275

abrangidos pelo limite da Reserva Natural do Paul e portanto para o seu ordenamento do território foi tido em conta o Plano de Ordenamento do RNPA, assegurado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 75/2004 de 19 de junho.

No entanto, os limites do SIC e da ZPE do Paul de Arzila são mais abrangentes que o da Reserva Natural e portanto teve que ser feita a sua compatibilização com o Plano Sectorial da Rede Natura 2000.

12.2.1 Breve caracterização do Sítio Paul de Arzila

Segundo a ficha de caracterização do Plano sectorial da Rede Natura 2000, o vale do Baixo Mondego foi, ao longo de milénios uma imensa zona húmida, proporcionando condições para o desenvolvimento de variadas comunidades animais e vegetais. Com a colmatação, a “conquista” de terras ao rio e a posterior transformação em áreas de agricultura intensiva, restam hoje algumas zonas húmidas, que têm assegurado a continuidade mínima entre as comunidades representativas. Este Sítio é uma dessas últimas zonas húmidas, com fatores geográficos, extensão e cobertura vegetal adequados à fixação e desenvolvimento de diversas comunidades.

O Sítio compreende uma zona central de paul e uma área envolvente, que funciona como faixa de proteção. É atravessado por três valas mas, devido ao aparecimento de água à superfície e ao facto das cotas a montante serem mais baixas 2/3 m que a jusante, encontra-se alagado durante quase todo o ano. Assim, é óbvia a importância significativa dos habitats ripícolas e aquáticos, nomeadamente as galerias ribeirinhas mediterrânicas dominadas por salgueiros (Salix salvifolia subsp. salvifolia) (92A0) e as águas eutróficas permanentes paradas ou lentas com comunidades vasculares dulciaquícolas (3150).

É um Sítio importante para a conservação da fauna aquática e ribeirinha, sendo de destacar a lontra (Lutra lutra), o lagarto-de-água (Lacerta schreiberi) e algumas espécies de peixes, como o ruivaco (Rutilus macrolepidotus) e a boga (Chondrostoma polylepis).

De seguida apresentam-se os factores de ameaça e as orientações de gestão que devem ser tidas em conta na gestão do território do Sítio.

Fatores de ameaça Poluição difusa de origem agrícola (uso de adubos e fitofármacos); Poluição industrial e doméstica proveniente de áreas a montante do Sítio, com consequente eutrofização; Drenagem; Presença de espécies da flora infestantes; Florestações com espécies de rápido crescimento (eucalipto); Expansão da vegetação aquática, que prejudica a existência de espécies da fauna e flora associadas a este meio; Implantação de vias de comunicação.

Fonte: http://www.icn.pt/psrn2000

276 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

No Paul de Arzila as orientações de gestão são especialmente dirigidas para a manutenção da zona húmida, tendo em vista a conservação de habitats ripícolas e aquáticos e espécies da flora e da fauna associadas, entre as quais alguns endemismos e espécies ameaçadas.

Quadro 42: Orientações de gestão específicas para o SIC Paul de Arzila Orientações de Gestão Habitats e espécie alvo das orientações de gestão 3130; 3150; 3270; 3280; 6410; Lacerta schreiberi; Lutra lutra; Mauremys leprosa, Chondrostoma Monitorizar, manter / melhorar qualidade da água polylepis; Rutilus macrolepidotus (considerando como valores de referência os limites previstos para as “águas de ciprinídeos”, de acordo com o disposto no Dec.-Lei nº 236/98, de 1 de agosto) Chondrostoma polylepis; Lacerta schreiberi; Lutra lutra; Mauremys Conservar / recuperar vegetação ribeirinha autóctone leprosa; Rutilus macrolepidotus 3130; 3270; 3280; 91E0*; 9230; 92A0; Chondrostoma polylepis; Condicionar intervenções nas margens e leito de linhas Lacerta schreiberi; Lutra lutra; Mauremys leprosa; Rutilus de água macrolepidotus Condicionar expansão do uso agrícola 9330 Condicionar uso de agroquímicos /adotar técnicas Lacerta schreiberi; Lutra lutra alternativas Condicionar uso de agroquímicos /adotar técnicas 3130; 3150; 3270; 3280; 6410; Chondrostoma polylepis; Lacerta alternativas em áreas contíguas ao habitat schreiberi; Lutra lutra; Mauremys leprosa; Rutilus macrolepidotus 3130; 6410; 6420; 91E0*; Condicionar drenagem Mauremys leprosa 3150; 3270; 4030; 5239; 9240; 9330 Chondrostoma polylepis; Rutilus macrolepidotus (implementar programas de controlo e erradicação de espécies vegetais exóticas invasoras das margens das linhas de água e encostas adjacentes, Impedir introdução de espécies não autóctones promovendo a sua substituição por espécies autóctones) /controlar existentes Lacerta schreiberi (remover espécies vegetais exóticas pelo menos numa faixa de 50 m para cada lado das linhas de água); Mauremys leprosa (controlar introduções furtivas de espécies animais potenciais competidoras)

Fonte: http://www.icn.pt/psrn2000

12.2.2 Breve caracterização da ZPE Paul de Arzila

Segundo a ficha de caracterização do PSRN 2000, como já foi referido, o Paul do Arzila é uma zona húmida, com fatores geográficos, extensão e cobertura vegetal adequados à fixação e desenvolvimento de diversas comunidades, principalmente aves que utilizam esta área quer como local de nidificação, quer como refúgio de inverno ou, ainda, para repouso e alimentação durante as migrações.

O paul possui grande valor durante a migração outonal de passeriformes, destacando-se o rouxinol-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus), a felosa-dos-juncos (Acrocephalus schoenobaenus), a felosa-poliglota (Hippolais polyglotta) e a felosa-musical (Phylloscopus trochilus). A nível nacional, destaca-se a sua importância como local de refúgio para anatídeos invernantes, assim como local de reprodução para aves de caniçal, nomeadamente garça-pequena (Ixobrhychus minutus), rouxinol-grande-dos-caniços (Acrocephalus arundinaceus) e felosa- unicolor (Locustella luscinioides).

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 277 277

De seguida apresentam-se os factores de ameaça e as orientações de gestão que devem ser tidas em conta na gestão do território da ZPE.

Fatores de ameaça Poluição industrial, doméstica e poluição difusa de origem agrícola (uso de adubos e fitofármacos);

Presença de espécies da flora infestantes;

Drenagem;

Eutrofização;

Expansão da vegetação aquática, que prejudica a existência de espécies da fauna e flora associadas a este meio.

As orientações de gestão para a ZPE Paul de Arzila são dirigidas prioritariamente para a conservação das aves aquáticas (anatídeos, ardeídeos e limícolas) e passeriformes migradores de caniçais. Neste âmbito, deverá ser encarada como fundamental a manutenção de superfícies de água livre, de maciços arbóreos e galerias ripícolas, e de áreas de orizicultura. Complementarmente, deverá ser assegurada a manutenção de manchas florestais da área envolvente do paul. Consequentemente, deverão ser viabilizados e disponibilizados mecanismos que promovam um desenvolvimento rural assente em práticas agrícolas e florestais adequadas, assegurando a conservação dos valores da ZPE Paul de Arzila.

As orientações de gestão a seguir identificadas decorrem da transposição das orientações associadas a um conjunto de espécies consideradas como mais representativas da ZPE "Espécies alvo de orientações de gestão" e que, uma vez tidas em conta, levarão à conservação não só dessas espécies, mas de todas as espécies de aves de conservação obrigatória nesta área.

Quadro 43: Orientações de gestão para a ZPE Paul de Arzila Orientações de Gestão Habitats e espécie alvo das orientações de gestão Assegurar a manutenção de usos agrícolas extensivos Hieraaetus pennatus; Lullula arbórea; Milvus migrans Condicionar a intensificação agrícola Assegurar mosaico de habitats Restringir uso de agroquímicos /adotar Ardea purpurea; Circus aeruginosus; Egretta garzetta; Hieraaetus Agricultura e técnicas alternativas pennatus; Ixobrychus minutus; Milvus migrans; Nycticorax nycticorax Pastorícia Hieraaetus pennatus; Milvus migrans; Passeriformes migradores de Conservar / promover sebes, bosquetes e caniçais e galerias ripícolas; Passeriformes migradores de matos e arbustos bosques Manter olival tradicional existente Passeriformes migradores de matos e bosques Promover a manutenção de prados húmidos Hieraaetus pennatus; Milvus migrans Conservar / recuperar povoamentos florestais Hieraaetus pennatus; Milvus migrans; Passeriformes migradores de autóctones matos e bosques Promover áreas de matagal mediterrânico Hieraaetus pennatus; Passeriformes migradores de matos e bosques Silvicultura Hieraaetus pennatus; Lullula arborea; Passeriformes migradores de Condicionar a florestação matos e bosques Reduzir risco de incêndio Milvus migrans

278 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Orientações de Gestão Habitats e espécie alvo das orientações de gestão Ardea purpurea; Egretta garzetta; Hieraaetus pennatus; Himantopus Condicionar a construção de infraestruturas himantopus; Milvus migrans; Nycticorax nycticorax Construção e Circus aeruginosus; Hieraaetus pennatus; Himantopus himantopus; Condicionar expansão urbano-turística Infraestruturas Porphyrio porphyrio Reduzir mortalidade acidental associada a Ardea purpurea; Egretta garzetta; Hieraaetus pennatus; Himantopus linhas de transporte de energia himantopus; Milvus migrans; Nycticorax nycticorax Condicionar intervenções nas margens e leito Ixobrychus minutus; Porphyrio porphyrio de linhas de água Implementar gestão cinegética compatível com Circus aeruginosus; Hieraaetus pennatus; Milvus migrans conservação espécie Outros usos e Interditar o uso de chumbo na atividade atividades cinegética Ardea purpurea; Circus aeruginosus; Hieraaetus pennatus; Ordenar / Regulamentar a atividade de Himantopus himantopus; Milvus migrans; Nycticorax nycticorax observação de espécies da fauna Circus aeruginosus; Himantopus himantopus; Passeriformes Ordenar atividades de recreio e lazer migradores de caniçais e galerias ripícolas; Porphyrio porphyrio Incrementar sustentabilidade económica de Todas as espécies atividades com interesse para a conservação Ardea purpurea; Circus aeruginosus; Egretta garzetta; Himantopus Manter / melhorar qualidade da água himantopus; Ixobrychus minutus; Nycticorax nycticorax; Passeriformes migradores de caniçais e galerias ripícolas; Porphyrio porphyrio Ardea purpurea; Circus aeruginosus; Ixobrychus minutus; Nycticorax Condicionar drenagem nycticorax; Passeriformes migradores de caniçais e galerias ripícolas; Porphyrio porphyrio Ixobrychus minutus; Milvus migrans; Nycticorax nycticorax; Conservar / recuperar vegetação ribeirinha Passeriformes migradores de caniçais e galerias ripícolas; Porphyrio autóctone porphyrio Orientações Ardea purpurea; Circus aeruginosus; Ixobrychus minutus; Nycticorax Específicas Conservar / recuperar vegetação palustre nycticorax; Passeriformes migradores de caniçais e galerias ripícolas; Porphyrio porphyrio Controlar os níveis de água nas zonas de Ardea purpurea; Himantopus himantopus; Porphyrio porphyrio nidificação Criar novos locais de reprodução, Circus aeruginosus; Himantopus himantopus; Porphyrio porphyrio conservar/recuperar os existentes Criar pontos de água: charcas e bebedouros Hieraaetus pennatus; Milvus migrans artificiais Impedir introdução de espécies não autóctones Passeriformes migradores de matos e bosques /controlar existentes Promover a manutenção de prados húmidos Hieraaetus pennatus; Milvus migrans

Fonte: http://www.icn.pt/psrn2000

Quadro 44: Orientações de gestão gerais para o SIC Paul de Arzila Orientações de Gestão Habitats e espécie alvo das orientações de gestão Salvaguardar de pastoreio 91E0*; 9230; 9330 Lutra lutra (promover a manutenção/criação de sebes e Conservar / promover sebes, bosquetes e bordaduras de vegetação natural na periferia das zonas Agricultura e arbustos Pastorícia húmidas Outros condicionamentos específicos a práticas agrícolas em áreas contíguas ao 3150; 3270; 3280 habitat Adotar práticas silvícolas específicas 91E0*; 9230; 9240; 92A0; 9330

Silvicultura Condicionar a florestação 9330

Efetuar desmatações seletivas 6410; 6420

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 279 279

Orientações de Gestão Habitats e espécie alvo das orientações de gestão Promover a regeneração natural 91E0*; 9230; 9240; 9330 5230*; 91E0*; 9230; 9240; 9330; Chondrostoma polylepis; Reduzir risco de incêndio Lacerta schreiberi; Lutra lutra; Mauremys leprosa; Rutilus macrolepidotus Incrementar sustentabilidade económica de 9230; 9240; 9330 atividades com interesse para a conservação

Lacerta schreiberi (adjacentes às linhas de água, de forma Apoiar tecnicamente o alargamento de a não aterrar/destruir as margens das linhas de água e a estradas e a limpeza de taludes vegetação aí existente)

Chondrostoma polylepis; Lutra lutra; Mauremys leprosa; Assegurar caudal ecológico Rutilus macrolepidotus 4030; 5230*; 9330 Lacerta schreiberi (na construção de novas estradas ou Condicionar a construção de infraestruturas Construção e alargamento das existentes, evitar proximidade às linhas Infraestruturas de água) 4030; 5230*; 9330 Condicionar expansão urbano-turística Lutra lutra; Mauremys leprosa (ordenar expansão urbano- turística de forma a não afetar as áreas mais sensíveis) Lutra lutra (passagens para fauna e sinalizadores em Reduzir mortalidade acidental rodovias; implementar dispositivos dissuasores da passagem e entrada da espécie nas pisciculturas) Condicionar a construção de açudes em 91E0*; Chondrostoma polylepis; Rutilus macrolepidotus zonas sensíveis Chondrostoma polylepis; Lutra lutra; Mauremys leprosa; Condicionar captação de água Rutilus macrolepidotus (nas zonas mais sensíveis e durante os meses de menor pluviosidade) Interditar circulação de viaturas fora dos 5230* caminhos estabelecidos Ordenar acessibilidades 4030; 5230*; 9240; 9330 Mauremys leprosa (em áreas mais sensíveis, associadas Ordenar atividades de recreio e lazer às zonas húmidas) Chondrostoma polylepis; Rutilus macrolepidotus Ordenar prática de desporto da natureza (desportos associados a cursos de água) Outros usos e Lutra lutra (utilização de grelhas metálicas em artes de Atividades Reduzir mortalidade acidental pesca, que impossibilitam o acesso da lontra ao interior do engenho) Mauremys leprosa (interditar a extração de inertes nas zonas coincidentes com áreas de reprodução) Regular dragagens e extração de inertes Chondrostoma polylepis; Rutilus macrolepidotus (interditar (dragagens) extração de inertes nos locais de reprodução da espécie, em qualquer época do ano. Nos restantes locais, condicionar durante a primavera) Mauremys leprosa (salvaguardar os charcos temporários Regular uso de açudes e charcas do gado; evitar a mobilização dos charcos temporários localizados em terrenos agrícolas) Controlar a predação e/ou parasitismo e/ou a competição inter- específica 3130 Orientações Criar alternativas à colheita de espécies, específicas promovendo o seu cultivo 6410; 6430; 91E0*; 9240 Manter / recuperar habitats contíguos Chondrostoma polylepis; Rutilus macrolepidotus

Fonte: http://www.icn.pt/psrn2000

280 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

12.2.3 Conformidade da Rede Natura 2000 com o Plano Diretor Municipal

Na área em que o Sítio e a ZPE não coincidem geograficamente com a Reserva Natural do Paul de Arzila a confirmidade com o Plano Setorial é feita através da integração na categoria de “Espaço Agrícola tipo I” (espaços que grosso modo correspondem à RAN). Porém, encontra-se prevista regulamentação específica pelo facto de estar integrado na Rede Natura 2000 e esta adotar orientações de gestão específicas para a Agricultura e Pastorícia, atividades predominantes nessa categoria.

De modo a atestar esta compatibilidade transcreve-se a regulamentação do n.º 6 do artigo 14º, referente às Ocupações e utilizações dos espaços integrados na ZPE e no Sítio dos “Espaços Agrícolas de tipo I”:

12.3 PLANO DE GESTÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS RIOS VOUGA, MONDEGO E LIS

A compatibilização deste plano é feita essencialmente com a preservação do coberto vegetal com interesse ecológico (“vegetação calcícola” e “manchas florestais com presença de quercíneas” assinaladas na peça desenhada dos Valores Naturais do volume dos Estudos de Caracterização), através da sua integração na categoria de espaço natural numa área de especial importância, contribui também para a promoção da infiltração da água e consequentemente para o equilíbrio do ciclo da água.

12.4 PLANO DE ORDENAMENTO DA RESERVA NATURAL DO PAUL DE ARZILA

Como já foi referido o Plano de Ordenamento da Reserva Natural encontra-se em vigência desde 19 de junho de 2004 e sendo um plano especial terá ser compatibilizado com o PDM.

Na área de intervenção do PORNPA com incidência no concelho de Condeixa-a-Nova encontram-se identificadas as seguintes áreas sujeitas a regime de proteção, assinaladas na planta de síntese:

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 281 281

Área de proteção total;

Área de proteção parcial;

Área de proteção complementar.

Para além destas áreas, há a considerar as “Áreas não sujeitas a regime de proteção” que são todas aquelas onde, sem prejuízo da demais legislação em vigor, não é aplicado qualquer nível de proteção no âmbito do PORNPA. Incluem os solos com vocação para o processo de urbanização e edificação, compreendendo os terrenos urbanizados e de urbanização programada, bem como os solos afetos à estrutura ecológica necessária ao equilíbrio do sistema urbano.

Nos quadros a seguir é feita a correspondência entre as áreas de proteção e as categorias propostas no âmbito do PDM, com especial relevo para as regras de edificabilidade.

Quadro 45: Correspondência entre as Áreas de Proteção do PORNPA e as categorias proposta no PDM Áreas de Disposições específicas (principais regras Categoria proposta na Proteção do Usos de edificabilidade) revisão do PDM PORNPA Espaços onde os valores naturais assumem um caráter ESPAÇOS NATURAIS DE de excecionalidade do ponto Área de TIPO I de vista da conservação da Áreas não edificáveis Proteção Total (regulamento art.º 25 e art.º natureza e que se caracterizam 26) por elevada sensibilidade ambiental Espaços onde os valores naturais e paisagísticos assumem um significado e ESPAÇOS NATURAIS DE Área de importância relevantes do TIPO I Proteção ponto de vista da conservação Áreas não edificáveis (regulamento art.º 25 e art.º Parcial da natureza e que se 26) caracterizam por grau moderado de sensibilidade ecológica Espaços de transição ou Áreas não edificáveis com exceção das amortecimento de impactes, seguintes situações, que ficam sujeitas a necessários à salvaguarda das autorização prévia da comissão diretiva da áreas com nível deprotecção Reserva Natural: mais elevado, bem como das a) A alteração do uso atual dos terrenos áreas rurais onde são ou da morfologia do solo, praticadas as atividades designadamente através da alteração agrícola e silvícola, de culturas ou pela afetação de novas constituindo habitats áreas a atividades agrossilvo-pastoris, ESPAÇOS NATURAIS DE Área de importantes para a instalação de novos povoamentos TIPO II Proteção conservação da natureza, e florestais ou a sua reconversão; (regulamento art.º 27 e art.º Complementar onde a estrutura e b) A construção de novas edificações 28) componentes da paisagem para apoio agroflorestal, desde que devem ser mantidas ou utilizem na construção materiais valorizadas tradicionais e que não excedam os seguintes: i) área máxima de construção - 10m2, ii) altura máxima 3,5 m; c) As obras de reconstrução e de alteração de edificações; d) As obras de ampliação de edificações

282 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Áreas de Disposições específicas (principais regras Categoria proposta na Proteção do Usos de edificabilidade) revisão do PDM PORNPA para habitação desde que o aumento da área de implantação seja inferior a 20%; e) A alteração do uso das edificações existentes para instalação de equipamentos turísticos e recreativos, a qual poderá contemplar obras de reconstrução, alteração ou ampliação desde que o aumento da área de implantação seja inferior a 20%.

Fonte: ICNF, 2005

O regulamento do PDM considerou as disposições específicas do PORNPA relevantes para o regime de edificabilidade. No entanto, como os Espaços Naturais de tipo II também incluem áreas que não fazem parte da Reserva Natural do Paul de Arzila, são criadas exceções regulamentares mais permissivas para essas situações.

12.5 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO CENTRO LITORAL

De acordo com o Plano Regional de Ordenamento Figura 32: Sub-regiões do PROF CL no concelho de Condeixa- Florestal do Centro Litoral (PROF-CL), publicado no a-Nova Decreto Regulamentar n.º 11/2006, de 21 de julho, o concelho de Condeixa-a-Nova, encontra-se inserido em três sub-regiões: Gândaras Sul, Sicó e Alvaiázere Condeixa-a-Nova e Dunas Litorais e Baixo Mondego.

Para estas regiões são estabelecidas prioridades numa hierarquia de funções, baseada em determinadas justificações e objetivos, tal como se pode verificar pela análise do quadro seguinte. Da Fonte: PROF CL, Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das hierarquia de funções foi considerada a 1ª função para Pescas, 2006 a definição da categoria de espaço florestal.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 283 283

Quadro 46: Compatibilização das funções principais das Sub-regiões do PROF com a categoria proposta na revisão do PDM Sub-região Categoria proposta Homogénea/ Justificação Objetivos Específicos na revisão do PDM 1ª função

. Desenvolver a atividade silvo-pastoril:

. Aumentar o nível de gestão dos recursos silvo-pastoris e o conhecimento sobre a atividade silvo-pastoril;

. Integrar totalmente a atividade silvo-pastoril na cadeia de produção de produtos certificados;

. Aumentar a atividade associada à caça:

. Aumentar o conhecimento do potencial cinegético da região;

. Aumentar o número de áreas com gestão efetiva e Boa aptidão para a a rendibilidade da atividade cinegética e manter a Silvopastorícia, com integridade genética das espécies cinegéticas; importante densidade . Aumentar o nível de formação dos responsáveis ESPAÇOS USO Sicó e Alvaiázere/ de gado caprino. pela gestão de zonas de caça; MÚLTIPLO AGRÍCOLA Silvopastorícia, caça e Potencial cinegético . Desenvolver a prática da pesca nas águas E FLORESTAL pesca nas águas (caça menor). Aptidão interiores: (regulamento art.º 19, interiores para pesca (refere-se . Identificar as zonas com bom potencial para o art.º 20 e art.º 21) ao rio Nabão, não desenvolvimento da atividade da pesca e aplicável em desenvolver o ordenamento dos recursos Condeixa-a-Nova) piscícolas;

. Dotar todas as zonas prioritárias para a pesca identificadas no inventário com infraestruturas de apoio (por exemplo acessos e pontos de pesca) enquadradas com as do recreio e criar zonas concessionadas para a pesca;

. Aumentar o nível de gestão dos recursos apícolas e o conhecimento sobre a atividade apícola e integrar a atividade na cadeia de produção de produtos certificados. Região litoral sujeita em parte ao efeito de ESPAÇOS NATURAIS Dunas Litorais e Baixo salsugem. Proteção de Adequar a gestão dos espaços florestais às DE TIPO I e DE TIPO II Mondego/ espaços agrícolas necessidades de proteção da rede hidrográfica, (regulamento art.º 25, Proteção valiosos (agricultura ambiental, microclimática e contra a erosão eólica. art.º 26, art.º 27, art.º nas margens do rio 28) Mondego)

ESPAÇOS FLORESTAIS DE Gândaras Sul/ Elevado potencial de Diversificar a ocupação dos espaços florestais arborizados com espécies que apresentem bons PRODUÇÃO Produção produção lenhosa potenciais produtivos (regulamento art.º 22, art.º 23, art.º 24)

Fonte: PROF-CL, Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas, 2006

O PROF-CL estabelece uma determinada hierarquia de funções para cada sub-região homogénea como agora se apresentou.

Com base nessa informação e na Carta de Ocupação do Solo, a transposição para o ordenamento do solo rural fez-se conforme a configuração geográfica estabelecida pelo PROF. Os limites das sub-regiões homogéneas delimitadas à escala 1/200 000 foram ajustados à escala do PDM, nas situações em que se tornava claro no território qual o motivo da delimitação – refira-se que o limite da sub-região Sicó-Alvaiázere no concelho de Condeixa-a-Nova foi ajustado pelo IC2.

284 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

A sub-região homogénea Gândaras Sul insere-se na paisagem de transição entre maciços calcários a nascente e o litoral a Poente onde predominam os povoamentos de pinheiro bravo. Enquanto isso a sub-região homogénea Sicó-Alvaiázere corresponde ao maciço calcário Coimbra-Tomar e ao que resta do coberto vegetal desta zona que terá sido uma floresta de carvalhos onde dominava o Quercus faginea associado ao Quercus ilex e ao Quercus suber. Por sua vez, a sub-região homogénea Dunas litorais e Baixo Mondego, no concelho de Condeixa-a-Nova incide na área do Paul de Arzila.

Deste modo, consideraram-se como “Espaços Naturais”, os espaços abrangidos pela Reserva Natural do Paul de Arzila que incluem as zonas húmidas que lhe são inerentes. Os “Espaços de uso Múltiplo Agrícola e Florestal”, a Este do concelho, correspondem aos matos arbustivos das zonas mais declivosas, a olivais e a alguns povoamentos dispersos de pinheiros bravos. Por sua vez, à sub-região “Gândaras Sul” é correspondido o “Espaços Florestal de Produção”.

Tanto as ocupações e utilizações como o regime de edificabilidade previsto para as categorias propostas da revisão do PDM compatibilizam-se com os objetivos específicos das sub-regiões homogéneas (artigos 17º, 18º e 19º) e os modelos de silvicultura previstos no PROF-CL (artigos 26º, 27º e 28º).

12.6 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO CENTRO

Uma vez que este Plano ainda não foi aprovado, optou-se por efetuar apenas uma breve análise das propostas do PROT-C com incidência no concelho Condeixa-a-Nova.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 285 285

Quadro 47: Modelo Territorial versus proposta de Plano Propostas do PROT-C com incidência no Sistema Articulação com as Propostas da revisão do PDM concelho Condeixa-a-Nova

Sistemas Produtivos

Prospetiva Económica e Atividades Comerciais O Regulamento do Plano permite a instalação de funções comerciais em diversas categoriais de Solo Urbano inovação Indústria e Serviços às Empresas e Solo Rural, identificando Espaços Centrais como sendo a categoria de espaço que reúne as principais funções de centralidade. A proposta define duas áreas de atividades económicas: Zona Industrial de Condeixa-a-Nova e a Zona Industrial do Sangardão, definindo regras específicas para estes espaços. São também definidas UOPG para a área de expansão prevista para a ZI de Condeixa-a-Nova e ainda para a ZI de Sangardão. Nas restantes categorias de espaço, sempre que possível, são também admitidos usos industriais e de serviços, a edificação será feita de acordo com as especificidades estabelecidas no Regulamento.

Desenvolvimento Rural e Área Agrícola e Florestal Litoral: produção A manutenção das áreas de várzea como Espaços Agrícolas promove a produção agrícola visando o Atividades Agroflorestais agrícola e florestal orientada para o mercado mercado, atendendo principalmente à alta produtividade das várzeas em causa. (as fileiras mais relevantes são a horticultura, A zona Oeste do concelho apresenta fortes potencialidades para a produção lenhosa assente em viticultura, culturas de regadio, floresta de povoamentos florestais de eucalipto, reforçada pela classificação do solo como Espaços Florestais de produção e a produção pecuária intensiva de Produção. suínos e bovinos de leite) Os Espaços Naturais de tipo II e os Espaços de Uso Múltiplo Agrícola e Florestal visam o fomento das atividades pastoris, de forma a tirar partido do facto do concelho de Condeixa-a-Nova estar incluído na área geográfica do Queijo Rabaçal DOP (produto tradicional de qualidade).

Turismo Centralidade Urbano-Turística (CUT) de O desenvolvimento do Turismo é um dos 9 objetivos específicos de suporte da estratégia de desenvolvimento nível III: local: A2 - Condeixa, um destino turístico valorizado e multifacetado, sendo que a medida que o corporiza é - eixo Conímbriga/Condeixa - principal 1.2- “Desenvolvimento do Turismo e dos lazeres”. entrada no eixo da romanização É admitida a construção de empreendimentos turísticos, nas modalidades admitidas pelo PROT-C, na maioria das categorias de espaço definidas. O Núcleo antigo de Condeixa-a-Nova, classificado como CUT III, é abrangido por uma UOPG que prevê a sua requalificação por forma a promover a dinamização social e cultural, enquanto espaços de atração turística.

286 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Propostas do PROT-C com incidência no Sistema Articulação com as Propostas da revisão do PDM concelho Condeixa-a-Nova

Sistema Urbano

Estrutura Urbana Tipologia Urbana - Centro Urbano A vila de Condeixa-a-Nova já cumpre hoje as suas funções de centro urbano complementar, possuindo as Complementar funções suficientes para assegurar a sustentação da coesão territorial e a consolidação das redes de Redes de articulação urbana – Subsistema proximidade, em articulação com os centros urbanos concelhios de hierarquia inferior. Urbano de Coimbra/Baixo Mondego As orientações estratégicas para a Estrutura Urbana foram integradas, tendo-se definido o sistema urbano concelhio, assegurando-se a continuidade tipológica do sistema urbano regional.

Equipamentos A maioria das diretrizes do PROT relativas aos Equipamentos refere-se a atribuições da Administração Central, em colaboração com a administração local. As propostas do PDM vão ao encontro do que é preconizado naqueles instrumentos sectoriais e estão em consonância com o papel da vila de Condeixa-a- - Nova como centro urbano complementar, ou seja dotado, e/ou a dotar, com equipamentos de nível local, não obstante possuir alguns equipamentos/serviços de nível regional e até nacional (Arqueo-sítio Conímbriga, pousada de Santa Cristina). A Carta Educativa, conforme a lei em vigor, constitui-se elemento que acompanha o PDM.

Sistema de Acessibilidades e Transportes

Infraestruturas Rodoviárias: IC2 Leiria Sul – Coimbra Norte A proposta de Ordenamento contempla a reformulação do atual traçado do IC2 com a finalidade de melhorar o corredores de circulação IC3/A13 Tomar - Coimbra nível de serviço e as condições de segurança desta via. Inclui também o novo traçado da A13-1 (de acordo intrarregional com os estudos do EP, SA) que é essencial para colmatar os défices de integração espacial da região, facilitando as acessibilidades externas do concelho de Condeixa-a-Nova.

Outros Projetos: soluções de Estudo e implementação de soluções A proposta de Plano identifica como solução para o transporte público em áreas de baixa densidade a acessibilidade, mobilidade e inovadoras de transporte público em áreas implementação de subsistemas de transporte público coletivo baseados na utilização de novos sistemas transporte em áreas de baixa de baixa densidade telemáticos de geração de viagens que permitam a otimização, em tempo real, de viagens de diferentes densidade clientes no mesmo veículo. São apresentadas diversas soluções variantes deste sistema, sendo que se aponta a necessidade de efetuar um estudo mais pormenorizado sobre esta temática, envolvendo todos os atores interessados.

Sistema de Proteção e Valorização Ambiental

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6) 287

Propostas do PROT-C com incidência no Sistema Articulação com as Propostas da revisão do PDM concelho Condeixa-a-Nova

ERPVA

Áreas Nucleares – Áreas Reserva Natural do Paul de Arzila Estas áreas foram transpostas na íntegra para a Estrutura Ecológica Municipal (EEM). classificadas RN 2000 – SIC Paul de Arzila, ZPE Paul de Arzila

Áreas Nucleares – Outras áreas Manchas florestais com presença de Na sua grande maioria, o coberto vegetal com interesse ecológico integra a EEM. sensíveis quercíneas Vegetação calcícola

Corredores ecológicos Ribeira de Bruscos, Ribeira de Cernache, Após uma análise criteriosa da ERPVA, a EEM adapta à escala municipal o corredor ecológico secundário dos secundários Ribeira de Vale Madrigal e o rio Ega referidos cursos de água.

Sistema de Riscos Naturais e Tecnológicos

Riscos Movimentos de massas em vertentes; As áreas de risco identificadas no âmbito do PMEPC foram cartografadas nos Estudos de Caracterização Zonas ameaçadas pelas cheias; (exceto as de Movimentos de massas de vertente, com grau de risco moderado), tendo as áreas de risco ao uso do solo sido identificadas e representadas na Planta de Ordenamento e no Regulamento. Perigosidade de Incêndio; A proposta de ordenamento procurou excluir dos perímetros urbanos, sempre que possível, as áreas onde Zonas Industriais; ocorrem de riscos, e o Regulamento define medidas que visam minimizar os impactes detetados. Rede Viária Gasoduto

288 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

13. SÍNTESE DA COMPATIBILIZAÇÃO ENTRE A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL E O ORDENAMENTO PROPOSTO

Em jeito de síntese, apresenta-se uma matriz-síntese que pretende sistematizar o grau de relacionamento entre a estratégia de desenvolvimento do município e o ordenamento proposto na presente revisão do PDM, bem como o seu potencial de concretização. É também introduzido o que, de forma complementar, é proposto especificamente no ordenamento e ao nível das diversas áreas temáticas do PDM, que concorre para reforçar e enriquecer a estratégia de desenvolvimento traçada.

Os projetos propostos na estratégia de desenvolvimento que sejam de concretização imaterial, ou seja, sem representação à escala do PDM, ou outros, cujo caráter extravasa a intervenção do PDM, são assinalados nas matrizes seguintes como programas/ações a concretizar noutros âmbitos. No entanto, por serem importantes na identificação dos programas de cada eixo, são aqui apresentados.

Para uma melhor leitura da matriz, identificaram-se a azul os projetos-âncora e os projetos complementares da Estratégia de Desenvolvimento Local, que são a estrutura fundamental. Estão também listadas as propostas do PDM. Numas e noutras acrescentam-se as que se articulam/cruzam com os projetos da Agenda 21 Local.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 289 289

Quadro 48: Matriz-Síntese da compatibilização entre a estratégia de desenvolvimento local e o ordenamento proposto PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO PROPOSTAS DE ORDENAMENTO EIXOS E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS GLOBAIS ÂMBITO DE CONCRETIZAÇÃO OUTROS PROPOSTAS DA 1ª REVISÃO DO PDM PROJETOS-ANCORA/PROJETOS COMPLEMENTARES/PROPOSTAS PDM PLANTA DE ÂMBITOS REGULAMENTO RELATÓRIO OBSERVAÇÕES ORDENAMENTO EIXO 1 – COMPETITIVIDADE ECONÓMICA PARQUE DE ATIVIDADES ECONÓMICAS A integrar na ZI Condeixa X X Condeixa Tecno-Park A integrar na ZI Condeixa X Intervenção no comércio e nos serviços X X UOPG 1: Zona Industrial de Condeixa-a-Nova – expansão X X X UOPG 2: Zona Industrial do Sangardão X X X CIRCUITO CONDEIXA 2020 X Valorização Ambiental e turística do Paul da Arzila X X X Programação de eventos com projeção regional/ nacional X X Plano de Desenvolvimento Turístico de Condeixa X X UOPG 4: Área central de Condeixa-a-Nova X X X UOPG 5: Condeixa-a-Velha X X X UOPG 6: Lugar do Poço X X X UOPG 7: Lugar de Casmilo X X X UOPG 8: Lugar do Furadouro X X X UOPG 9: Lugar de Serra de Janeanes X X X Parque de Campismo X Valorização ambiental e turística do Paul de Arzila X Parque de Caravanismo X · A NOVA FEIRA: MONTRA DO CONCELHO X X Promoção do setor agroalimentar e melhoria da paisagem rural X X Projeto do Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Mondego (Bloco de Ega) X X EIXO 2 – VALORIZAÇÃO TERRITORIAL E AMBIENTAL

290 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO PROPOSTAS DE ORDENAMENTO EIXOS E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS GLOBAIS ÂMBITO DE CONCRETIZAÇÃO OUTROS PROPOSTAS DA 1ª REVISÃO DO PDM PROJETOS-ANCORA/PROJETOS COMPLEMENTARES/PROPOSTAS PDM PLANTA DE ÂMBITOS REGULAMENTO RELATÓRIO OBSERVAÇÕES ORDENAMENTO CIRCULAR EXTERIOR POENTE (CEP) X X Melhoria das acessibilidades externas X X Melhoria da rede rodoviária municipal X X Transportes coletivos rodoviários X X Hierarquização funcional da rede rodoviária e propostas de intervenção X X X Integração dos novos traçados do IC2 e da variante à EN341/347 X X Integração das vias Municipais: Circular Poente e Circular Sul X X Criação de variantes aos aglom. de Belide, Bendafé, Ega, Sebal e Sobreiro X X Indicação de nós viários a criar e a reformular X Criação de um interface e de parques de estacionamento X Indicações para melhoria da rede de transportes rodoviários X

PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DA REDE URBANA COMPLEMENTAR

Valorização urbana de Condeixa-a-Nova Valorização urbana de Condeixa-a-Velha UOPG 4: Condeixa-a-Nova - corredor da EN1/IC2; X X X UOPG 5: Núcleo antigo de Condeixa-a-Nova; X X X UOPG 6: Condeixa-a-Velha; X X X UOPG 7: Poço; X X X UOPG 8: Casmilo; X X X UOPG 9: Furadouro; X X X UOPG 10: Serra de Janeanes; X X X

Programa Local de Habitação (PLH) X X

REFORÇO DAS INFRAESTRUTURAS AMBIENTAIS Aproveitamento do potencial eólico no Maciço da Serra do Sicó X X

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 291

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO PROPOSTAS DE ORDENAMENTO EIXOS E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS GLOBAIS ÂMBITO DE CONCRETIZAÇÃO OUTROS PROPOSTAS DA 1ª REVISÃO DO PDM PROJETOS-ANCORA/PROJETOS COMPLEMENTARES/PROPOSTAS PDM PLANTA DE ÂMBITOS REGULAMENTO RELATÓRIO OBSERVAÇÕES ORDENAMENTO Agenda 21 Local X X Recuperação ambiental e valorização paisagística dos cursos de água X X Integração do abastecimento de água, em alta, pelas Águas do Mondego; X Remodelação e construção de ETAR e a construção ETAR compactas; X Centrais locais de compostagem orgânica X Agenda 21 Local (P05) X Rede de ecopontos de Condeixa Agenda 21 Local (P16) X EIXO 3 – POTENCIAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL GABINETE DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL E INTEGRAÇÃO MERCADO TRABALHO Formar e qualificar para melhor integrar X X Aperfeiçoamento profissional dos Quadros Médios X X Valorização do Ensino Profissional X X Centros Escolares X X X Concluir o reordenamento educativo em curso X X CENTRO DE EVENTOS DE SICÒ – P.O.R.O.S. Unidade da Rede de Cuidados Continuados Integrados de Saúde X X X Resposta Social Integrada para Juventude e Família X Ampliação da rede de equipamentos sociais para a Infância X Agenda 21 Local (P22) X Reestruturação da rede de equipamentos sociais para idosos X Agenda 21 Local (P22) X Dotar de instalações desportivas as freguesias de Anobra, Sebal, Vila Seca e Zambujal X Unidade Móvel de Saúde X Implementação da resposta social “creche familiar” X Implementar a “farmácia ao domicílio” nos aglomerados mais isolados X Criação de creches em Ega, Anobra e Sebal X Criação de um Clube de Jovens X Criação de Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental X Criação de Centros Sénior de Excelência em Ega, Anobra e Sebal X

292 1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO PROPOSTAS DE ORDENAMENTO EIXOS E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS GLOBAIS ÂMBITO DE CONCRETIZAÇÃO OUTROS PROPOSTAS DA 1ª REVISÃO DO PDM PROJETOS-ANCORA/PROJETOS COMPLEMENTARES/PROPOSTAS PDM PLANTA DE ÂMBITOS REGULAMENTO RELATÓRIO OBSERVAÇÕES ORDENAMENTO Privilegiar o Apoio Domiciliário nas freguesias em Bendafé e Furadouro X Ampliação das valência de apoio existentes em Zambujal e Vila Seca X Ampliação de todas as valências de apoio aos idosos na vila. X Pista de Atletismo, em Condeixa-a-Nova/Condeixa-a-Velha X Ringue de patinagem, em Condeixa-a-Nova/Condeixa-a-Velha X Campos de ténis, em Condeixa-a-Nova/Condeixa-a-Velha X Grande Campo de Jogos em Anobra X Polidesportivos em Sebal, Vila Seca e Zambujal X Relocalização do Quartel de Bombeiros para Condeixa-a-Velha X X CONÍMBRIGA 2020 Plano Diretor Cultural de Condeixa X X Articulação e coordenação de atividades culturais X Agenda 21 Local (P10) X Condeixa vive arte urbana-exposições, workshops, demonstrações X Agenda 21 local (P26) X Estruturação/organização do Arquivo Municipal X

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6) 293

ANEXO I – Cartografia

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

ANEXO II – COMPROMISSOS URBANÍSTICOS

LICENÇAS E COMUNICAÇÕES PRÉVIAS - PRAZO A DECORRER PARA EMISSÃO DE TITULO DATA - LICENCIAMENTO/ REQUERENTE PROCESSO LOCAL OPERAÇÃO URBANÍSTICA ADMISSÃO FREGUESIA DE ANOBRA Bruno Filipe Pereira Valente 01/2011/93 Venda da Luísa 06-08-2013 Obras de construção de habitação Ana Filipa Simões Jacinto 01/2012/26 Anobra 06-08-2013 Obras de construção de anexo Santos Joaquim Simões da Cruz 01/2012/47 Anobra 14-05-2014 Obras de edificação José Martins Leitão 01/2013/46 Anobra 03-06-2014 Obras de edificação Lagoasol, S.A. 01/2013/5 Casal do Carrito 04-06-2014 Obras de edificação FREGUESIA DE CONDEIXA-A-VELHA/CONDEIXA-A-NOVA Obras de ampliação e alteração de Elisabete Veríssimo Rebelo 01/2012/2. Atadoa 29-05-2012 habitação António Esteves Lucas e Paula Obras de ampliação e alteração de 01/2012/17 Venda Nova 19-09-2012 Alexandra dos Santos Lucas muro (regularização) Obras de construção de habitação Regina Cunha Reis 01/2011/14 Outeiro 03-07-2012 unifamiliar Maria Vieira Henriques Paulo Obras de construção de garagem e 01/2012/25 Eira Pedrinha 03-12-2012 Lamas e Marido conservação de ruína existente Obras de demolição de edifício e Ana Cristina da Silva Santos Bom Velho de 01/2010/65 20-12-2011 construção de habitação unifamiliar Almeida Fonseca baixo e muros Rua da Igreja, Obras de construção de habitação Nico Michel Lopes Beja 01/2010/67 Condeixa-a- 16-11-2011 unifamiliar e anexo Velha Rua Wesceslau Santa Casa da Mesericórdia de Obras de alteração e ampliação de 01/2011/58 Martins de 09-12-2011 Condeixa-a-Nova estabelecimento de apoio social Carvalho Rua da Obras de reconstrução e obras de Carlos Alberto Fontes Guiné 04/2012/12 14-12-2012 Assunção construção de arrumos José Manuel Antunes da Costa Obras de construção de habitação 01/2010/84 Travaz 01-04-2013 Miranda unifamiliar e muros Transportes Rodov. de Merc. Condeixa-a- 01/2007/141 05-12-2013 Obras de edificação Repolho & Rodrigues, Lda Velha Maria Candida Silva Matos Condeixa-a- 01/2012/37 06-12-2013 Obras de edificação Henriques Nova Santa Casa da Misericórdia de Condeixa-a- 01/2012/31 12-03-2014 Obras de edificação Condeixa Nova

João Rebelo de Carvalho 01/2012/60 Barreira 09-05-2014 Obras de edificação

Condeixa-a- José da Costa Rasteiro Relvão 01/2013/25 14-05-2014 Obras de edificação Nova FREGUESIA DE EGA Ampliação de habitação e Sandra Simões da Silva Lucas 01/2009/69 Relves 19-11-2012 construção de garagem e muro (regularização) Carlos Pedro Sequeira Sobreiro 01/2010/56 Ega 12-09-2012 Habitação e anexo 20/09/2011 - prorrogado até António Neves de Oliveira 01/2010/55 Campizes Anexo - regularização 21/09/2013 21/12/2011 - prorrogado até Sérgio de Oliveira Roxo 01/2010/95 Ega Habitação e anexo 22/12/2013 05/06/2012 - prorrogado até Ampliação habitação e obras de Paulo César dos Santos Orfão 01/2011/56 Campizes 11/06/2014 construção de anexo - regularização Obras de construção de habitação, Ana Maria Almeida de oliveira 01/2008/57 Casével 29-08-2012 anexo e muros

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

LICENÇAS E COMUNICAÇÕES PRÉVIAS - PRAZO A DECORRER PARA EMISSÃO DE TITULO DATA - LICENCIAMENTO/ REQUERENTE PROCESSO LOCAL OPERAÇÃO URBANÍSTICA ADMISSÃO 12/12/2011 - prorrogado até Obras de ampliação de instalação Porval 01/2009/59 São Fipo 15/12/2013 suinícola Obras de ampliação e alteração de Fernando Santos Neves 04/2012/17 Arrifana Admitida em 19/06/2013 edifício destinado a garagem, arrumos e muros Ana João Campos da Costa 01/2012/58 Ega 07-08-2013 Obras de construção de anexo Obras de construção de habitação e Joana Maria Manaia Caridade 01/2012/41 Ega 31-07-2013 regularização de muros Mário António dos Reis Madeira 01/2013/10 Campizes 16-01-2014 Obras de edificação Roque António Manuel Rodrigues 01/2013/27 São Fipo 11-02-2014 Obras de edificação Ferreira

Nuno Abel Neves dos Santos 01/2012/42 Campizes 03-06-2014 Obras de edificação

Henrique Cacho Cardoso 01/2013/15 Relves 04-06-2014 Obras de edificação

FREGUESIA DE FURADOURO António Manuel Vitorino Santos 04/2013/12 Casmilo 28-04-2014 Obras de edificação Lopes FREGUESIA DO SEBAL/ BELIDE Quatro Acorgeo - Sociedade de 04/2013/5 Caminhos - 29-07-2013 Obras de construção de serviços Estudos Geotécnicos, Lda. Zona industrial Dómino -Indústrias Cerâmicas, Zona Industrial, 04/2012/15 22-05-2013 Obras de urbanização Lda. Lotes 4 e 18 Marcolux 01/2008/35 Zona Industrial 09-09-2011 Ampliação de instalações Fernando Góis Cardoso, Vítor Góis Cardoso e Rui Manuel 01/2011/64 Avenal 21-12-2011 Obras de demolição Missa Jacinto Obras de construção de habitação, Ana Elísia Grilo Oliveira 01/2010/11 Belide 21-06-2013 muros e obras de urbanização FREGUESIA DE VILA SECA/BENDAFÉ Irene Machado Simões Obras de demolição e obras de 01/2012/11 Alcouce 05-08-2013 Veríssimo ampliação de habitação Delminda Ferreira Miranda e Carlos António Marques dos 04/2012/5 Bendafé 15-10-2012 Obras de ampliação de anexo Santos Eulalia Loureiro Ferreira 01/2011/94 Beiçudo 11-11-2013 Obras de edificação Antunes José António da Silva Martins 01/2012/43 Bruscos 16-01-2014 Obras de edificação Cura Fernanda da Conceição 01/2012/34 Alcouce 14-04-2014 Obras de edificação Figueira Veríssimo Loureiro FREGUESIA DE ZAMBUJAL Vítor de Sá Marques 01/2008/27 Póvoa de Pegas 11-11-2013 Obras de edificação Ana Sofia Teixeira Torres 04/2012/14 Fonte Coberta 17-02-2014 Obras de edificação

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

LOTEAMENTOS SEM ALVARÁ DATA - REQUERENTE PROCESSO LOCAL OPERAÇÃO URBANÍSTICA LICENCIAMENTO/ADMISSÃO Sociedade de Construções 02/2001/7 Anobra 31-07-2006 Loteamento Elimur, Lda.

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

ANEXO III - QUANTIFICAÇÃO DO SOLO URBANO E ANÁLISE COMPARATIVA DO PDM COM A PROPOSTA DE REVISÃO

Quadro 49: Área das diferentes subcategorias de Solo Urbano no PDM (em hectares e peso percentual) Espaços Urbanos e Urbanizáveis EEU Perímetros Espaço de Espaço Urbano e Espaço Espaços Verdes Urbanos em Freguesia Aglomerado Equipamentos Total Urbanizável Industrial de Protecção Vigor Colectivos ha % ha % ha % ha % ha % ha % Anobra 51,7 3,6 0,0 0,0 0,0 0,0 51,7 3,1 0,0 0,0 51,7 2,7 Caneira/ Inculca 16,0 1,1 0,0 0,0 0,0 0,0 16,0 1,0 0,0 0,0 16,0 0,9 Casal da Amieira/ Casal das 13,7 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13,7 0,8 0,0 0,0 13,7 0,7 Figueiras Casal de São João 15,1 1,1 0,0 0,0 0,0 0,0 15,1 0,9 0,0 0,0 15,1 0,8 Anobra Casal do Carrito 17,9 1,3 0,0 0,0 0,0 0,0 17,9 1,1 0,0 0,0 17,9 1,0 Casal Seco 4,7 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 4,7 0,3 0,0 0,0 4,7 0,3 Lameira de Baixo 10,3 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 10,3 0,6 0,0 0,0 10,3 0,5 Lameira de Cima 1,8 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 1,8 0,1 0,0 0,0 1,8 0,1 Perdigueira 4,7 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 4,7 0,3 0,0 0,0 4,7 0,3 Anobra; Sebal/ Belide Venda da Luísa 30,0 2,1 0,0 0,0 0,0 0,0 30,0 1,8 0,0 0,0 30,0 1,6 Alcabideque 33,9 2,4 0,0 0,0 0,0 0,0 33,9 2,0 0,0 0,0 33,9 1,8

Condeixa-a-Velha/ Ameixeira 9,7 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 9,7 0,6 0,0 0,0 9,7 0,5 Condeixa-a-Nova Bom Velho de Baixo 6,6 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 6,6 0,4 0,0 0,0 6,6 0,4 Bom Velho de Cima 8,5 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 8,5 0,5 0,0 0,0 8,5 0,5 Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova; Vila Casal Novo 8,4 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 8,4 0,5 0,0 0,0 8,4 0,4 Seca/ Bendafé Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova; Ega; Condeixa-a-Nova (1) 511,3 35,9 56,5 100,0 0,0 0,0 567,8 34,3 225,8 100,0 793,7 42,1 Sebal/ Belide Condeixa-a-Velha/ Poço 6,3 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 6,3 0,4 0,0 0,0 6,3 0,3 Condeixa-a-Nova Ega; Condeixa-a-Velha/ Arrifana 23,8 1,7 0,0 0,0 0,0 0,0 23,8 1,4 0,0 0,0 23,8 1,3 Condeixa-a-Nova Ega Campizes 28,3 2,0 0,0 0,0 0,0 0,0 28,3 1,7 0,0 0,0 28,3 1,5

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Espaços Urbanos e Urbanizáveis EEU Perímetros Espaço de Espaço Urbano e Espaço Espaços Verdes Urbanos em Freguesia Aglomerado Equipamentos Total Urbanizável Industrial de Protecção Vigor Colectivos ha % ha % ha % ha % ha % ha % Casal da Torre 10,5 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 10,5 0,6 0,0 0,0 10,5 0,6 Ega Casal do Missa 20,2 1,4 0,0 0,0 0,0 0,0 20,2 1,2 0,0 0,0 20,2 1,1 Ega; Sebal/ Belide Casével 41,9 2,9 0,0 0,0 0,0 0,0 41,9 2,5 0,0 0,0 41,9 2,2 Ega; Condeixa-a-Velha/ Ega 112,5 7,9 0,0 0,0 0,0 0,0 112,5 6,8 0,0 0,0 112,5 6,0 Condeixa-a-Nova Rebolia 16,6 1,2 0,0 0,0 0,0 0,0 16,6 1,0 0,0 0,0 16,6 0,9 Relves 8,5 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 8,5 0,5 0,0 0,0 8,5 0,4 Ega Serrazina 6,6 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 6,6 0,4 0,0 0,0 6,6 0,4 Vale de Janes 5,5 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 5,5 0,3 0,0 0,0 5,5 0,3 ZI de Sangardão 0,0 0,0 0,0 0,0 24,8 14,1 24,8 1,5 0,0 0,0 24,8 1,3 Cadaval Grande 5,6 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 5,6 0,3 0,0 0,0 5,6 0,3 Casmilo 19,3 1,4 0,0 0,0 0,0 0,0 19,3 1,2 0,0 0,0 19,3 1,0 Furadouro Furadouro 6,7 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 6,7 0,4 0,0 0,0 6,7 0,4 Peixeiro 5,0 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 5,0 0,3 0,0 0,0 5,0 0,3 Alqueves 3,3 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 3,3 0,2 0,0 0,0 3,3 0,2 Sebal/ Belide; Anobra Avenal (2) 52,3 3,7 0,0 0,0 2,6 1,5 54,9 3,3 0,0 0,0 54,9 2,9 Sebal/ Belide; Ega Belide 27,3 1,9 0,0 0,0 0,0 0,0 27,3 1,6 0,0 0,0 27,3 1,4 Sebal/ Belide; Anobra Casal da Légua/ Pagalhões 14,3 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 14,3 0,9 0,0 0,0 14,3 0,8 Dadas 15,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 15,0 0,9 0,0 0,0 15,0 0,8 Moinho da Palha 10,6 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 10,6 0,6 0,0 0,0 10,6 0,6 Sebal/ Belide Quinta da Arrocha 1,7 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 1,7 0,1 0,0 0,0 1,7 0,1 Rapoila 7,6 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 7,6 0,5 0,0 0,0 7,6 0,4 Sebal Grande 22,7 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 22,7 1,4 0,0 0,0 22,7 1,2 Sebal Pequeno/ ZI de Sebal/ Belide; Anobra 7,0 0,5 0,0 0,0 148,4 84,4 155,4 9,4 0,0 0,0 155,4 8,3 Condeixa Vila Seca/ Bendafé Alcouce 27,3 1,9 0,0 0,0 0,0 0,0 27,3 1,6 0,0 0,0 27,3 1,5 Vila Seca/ Bendafé Beiçudo 5,9 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 5,9 0,4 0,0 0,0 5,9 0,3

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Espaços Urbanos e Urbanizáveis EEU Perímetros Espaço de Espaço Urbano e Espaço Espaços Verdes Urbanos em Freguesia Aglomerado Equipamentos Total Urbanizável Industrial de Protecção Vigor Colectivos ha % ha % ha % ha % ha % ha % Bendafé 23,6 1,7 0,0 0,0 0,0 0,0 23,6 1,4 0,0 0,0 23,6 1,3 Bruscos 29,7 2,1 0,0 0,0 0,0 0,0 29,7 1,8 0,0 0,0 29,7 1,6 Casal dos Balaus 9,7 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 9,7 0,6 0,0 0,0 9,7 0,5 Mata 10,5 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 10,5 0,6 0,0 0,0 10,5 0,6 Traveira 9,5 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 9,5 0,6 0,0 0,0 9,5 0,5 Vila Seca/ Espírito Santo 23,3 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 23,3 1,4 0,0 0,0 23,3 1,2 Fonte Coberta 4,9 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 4,9 0,3 0,0 0,0 4,9 0,3 Póvoa das Pêgas 9,8 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 9,8 0,6 0,0 0,0 9,8 0,5 Zambujal Serra de Janeanes 15,1 1,1 0,0 0,0 0,0 0,0 15,1 0,9 0,0 0,0 15,1 0,8 Zambujal 32,5 2,3 0,0 0,0 0,0 0,0 32,5 2,0 0,0 0,0 32,5 1,7 TOTAL 1425,2 100,0 56,5 100,0 175,8 100,0 1657,5 100,0 225,8 100,0 1883,3 100,0

(1) Avessada/ Barreira/ Casal da Estrada/ Castel/ Condeixa-a-Nova/ Eira Pedrinha/ Gorgulhão/ Pocinhos/ Travaz/ Atadoa/ Cavaneiras/ Condeixa-a-Velha/ Palhacana/ Salgueiro/ Senhora das Dores/ Valada/ São Fipo/ Fornos de Castel/ Ribeira (2) Avenal/ Casal do Paraíso/ Rodão/ Sobreiro

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Quadro 50: Área das diferentes subcategorias de Solo Urbano na Proposta de Revisão do PDM (em hectares e peso percentual) Solos Urbanizados Solos Urbanizáveis Espaços Perímetros Espaços Espaços de Espaços Espaços Verdes Espaços para Verdes de Sub-Total Espaços Residenciais Sub-Total Urbanos Freguesias Aglomerados Espaços Residenciais Ativ. de Uso de Protecção e Ativ. Recreio e urbanizáveis (ha) Propostos Centrais urbanizados(ha) Total % Económicas Especial Enquadramento Total % Económicas (ha) Lazer Tipo I Tipo II Tipo III ha % ha % ha % ha % ha % Tipo I Tipo II Tipo III ha % ha % ha % Alvogadas 0,0 0,0 0,0 8,4 8,4 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,4 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,4 0,5 Anobra 0,0 0,0 0,0 41,7 41,7 3,8 0,0 0,0 0,6 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 42,3 3,1 0,0 0,0 7,1 7,1 4,2 0,0 0,0 7,1 2,8 49,3 3,0 Caneira / Inculca 0,0 0,0 0,0 9,6 9,6 0,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,6 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,6 0,6 Casal da Amieira / Casal das 0,0 0,0 0,0 11,4 11,4 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 11,4 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 11,4 0,7 Figueiras Casal de São João / Anobra 0,0 0,0 0,0 18,6 18,6 1,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 18,6 1,3 0,0 0,0 8,0 8,0 4,8 0,0 0,0 8,0 3,2 26,6 1,6 Perdigueira Casal do Carrito 0,0 0,0 0,0 20,1 20,1 1,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 20,1 1,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 20,1 1,2 Casal Seco 0,0 0,0 0,0 3,8 3,8 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,8 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,8 0,2 Lameira de Baixo 0,0 0,0 0,0 3,9 3,9 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,9 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,9 0,2 Lameira de Cima 0,0 0,0 0,0 2,4 2,4 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,4 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,4 0,1 Anobra; Sebal Venda da Luísa 0,0 0,0 0,0 28,7 28,7 2,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 28,7 2,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 28,7 1,8 Alcabideque 0,0 0,0 0,0 35,1 35,1 3,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,3 0,0 0,0 35,4 2,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 35,4 2,2 Ameixeira 0,0 0,0 0,0 9,6 9,6 0,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,6 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,6 0,6 Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a- Avessada 0,0 0,0 0,0 5,8 5,8 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,8 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,8 0,4 Nova Bom Velho de Baixo 0,0 0,0 0,0 5,2 5,2 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,2 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,2 0,3 Bom Velho de Cima 0,0 0,0 0,0 6,0 6,0 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,0 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,0 0,4 Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a- Casal Novo 0,0 0,0 0,0 6,9 6,9 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,9 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,9 0,4 Nova; Vila Seca/ Bendafé Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a- Condeixa-a-Nova 15,7 70,4 104,0 118,6 308,7 28,0 0,0 0,0 53,9 91,0 100,7 76,4 8,0 94,2 471,1 34,2 22,7 33,7 22,7 79,1 47,3 0,0 0,0 79,3 31,9 550,4 33,9 Nova; Ega; Sebal/ Belide Eira Pedrinha 0,0 0,0 0,8 15,2 16,0 1,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 0,2 0,0 0,0 16,2 1,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 16,2 1,0 Poço 0,0 0,0 0,0 4,6 4,6 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,6 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,6 0,3 Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a- Nova Salgueiro 0,0 0,0 0,0 4,7 4,7 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,7 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,7 0,3

Arrifana 0,0 0,0 0,0 18,4 18,4 1,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 18,4 1,3 0,0 0,0 5,5 5,5 3,3 0,0 0,0 5,5 2,2 23,9 1,5

Campizes 0,0 0,0 0,0 30,8 30,8 2,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 30,8 2,2 0,0 0,0 2,5 2,5 1,5 0,0 0,0 2,5 1,0 33,2 2,0

Ega Casal da Torre 0,0 0,0 0,0 7,4 7,4 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,4 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,4 0,5

Casal do Missa 0,0 0,0 0,0 18,7 18,7 1,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 18,7 1,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 18,7 1,2 Ega; Sebal/ Belide Casével 0,0 0,0 0,0 33,9 33,9 3,1 0,0 0,0 0,5 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 34,4 2,5 0,0 0,0 7,6 7,6 4,5 0,0 0,0 7,6 3,0 41,9 2,6 Ega; Condeixa-a-Velha/ Condeixa- Ega 0,0 0,0 0,0 84,1 84,1 7,6 0,0 0,0 2,5 4,3 6,9 5,3 0,5 5,8 94,1 6,8 0,0 0,0 12,8 12,8 7,6 0,0 0,0 12,8 5,1 106,9 6,6 a-Nova Presa 0,0 0,0 0,0 0,5 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 Rebolia 0,0 0,0 0,0 13,7 13,7 1,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13,7 1,0 0,0 0,0 2,7 2,7 1,6 0,0 0,0 2,7 1,1 16,5 1,0 Ega Relves 0,0 0,0 0,0 8,7 8,7 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,8 0,0 0,0 9,7 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,7 0,6 Serrazina 0,0 0,0 0,0 6,3 6,3 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,3 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,3 0,4 Ega; Furadouro Vale de Janes 0,0 0,0 0,0 10,6 10,6 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7 0,5 0,0 0,0 11,3 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 11,3 0,7 Ega Zona Industrial do Sangardão 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,5 6,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,5 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 11,7 14,4 11,7 4,7 16,2 1,0 Cadaval Grande 0,0 0,0 0,0 5,3 5,3 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,3 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,3 0,3 Casmilo 0,0 0,0 0,0 12,1 12,1 1,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 12,1 0,9 0,0 0,0 4,0 4,0 2,4 0,0 0,0 4,0 1,6 16,0 1,0 Furadouro Furadouro 0,0 0,0 0,0 5,1 5,1 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,1 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,1 0,3 Peixeiro 0,0 0,0 0,0 2,3 2,3 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,3 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,3 0,1 Sebal/ Belide; Ega Belide 0,0 0,0 0,0 26,0 26,0 2,4 0,0 0,0 0,2 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 26,2 1,9 0,0 0,0 7,1 7,1 4,3 0,0 0,0 7,1 2,9 33,4 2,1

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Solos Urbanizados Solos Urbanizáveis Espaços Perímetros Espaços Espaços de Espaços Espaços Verdes Espaços para Verdes de Sub-Total Espaços Residenciais Sub-Total Urbanos Freguesias Aglomerados Espaços Residenciais Ativ. de Uso de Protecção e Ativ. Recreio e urbanizáveis (ha) Propostos Centrais urbanizados(ha) Total % Económicas Especial Enquadramento Total % Económicas (ha) Lazer Tipo I Tipo II Tipo III ha % ha % ha % ha % ha % Tipo I Tipo II Tipo III ha % ha % ha % Alqueves 0,0 0,0 0,0 3,3 3,3 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,3 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,3 0,2 Sebal/ Belide; Anobra Avenal 0,0 0,0 0,0 46,6 46,6 4,2 1,9 2,6 0,0 0,0 3,2 2,5 0,0 0,0 51,8 3,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 51,8 3,2 Casal da Légua / Palhagões 0,0 0,0 0,0 15,8 15,8 1,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 15,8 1,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 15,8 1,0 Moinho da Palha 0,0 0,0 0,0 10,3 10,3 0,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,3 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,3 0,6 Rapoila 0,0 0,0 0,0 5,3 5,3 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,3 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,3 0,3 Sebal / Dadas / Quinta da 0,0 0,0 0,0 30,0 30,0 2,7 0,0 0,0 1,1 1,8 0,0 0,0 0,0 0,0 31,1 2,3 0,0 0,0 8,8 8,8 5,3 0,0 0,0 8,8 3,5 39,9 2,5 Sebal/ Belide Arrocha Sebal Pequeno 0,0 0,0 0,0 5,8 5,8 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,8 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,8 0,4 Vila Pouca 0,0 0,0 0,0 4,7 4,7 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,7 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,7 0,3 Zona Industrial de Condeixa 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 66,3 91,2 0,0 0,0 14,7 11,2 0,0 0,0 81,0 5,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 69,3 85,6 69,3 27,9 150,3 9,3 Alcouce 0,0 0,0 0,0 16,3 16,3 1,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,5 0,0 0,0 16,9 1,2 0,0 0,0 1,0 1,0 0,6 0,0 0,0 1,0 0,4 17,9 1,1 Beiçudo 0,0 0,0 0,0 4,7 4,7 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,7 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,7 0,3 Bendafé 0,0 0,0 0,0 13,1 13,1 1,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13,1 1,0 0,0 0,0 5,8 5,8 3,5 0,0 0,0 5,8 2,3 18,9 1,2 Bruscos 0,0 0,0 0,0 30,8 30,8 2,8 0,0 0,0 0,4 0,8 1,3 1,0 0,0 0,0 32,6 2,4 0,0 0,0 4,0 4,0 2,4 0,0 0,0 4,0 1,6 36,5 2,3 Vila Seca/ Bendafé Casal dos Balaus 0,0 0,0 0,0 11,3 11,3 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 11,3 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 11,3 0,7 Mata 0,0 0,0 0,0 5,6 5,6 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,6 0,4 0,0 0,0 1,7 1,7 1,0 0,0 0,0 1,7 0,7 7,2 0,4 Traveira 0,0 0,0 0,0 9,0 9,0 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,5 0,0 0,0 9,6 0,7 0,0 0,0 1,1 1,1 0,7 0,0 0,0 1,1 0,5 10,7 0,7 Vila Seca 0,0 0,0 0,0 15,8 15,8 1,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 15,8 1,2 0,0 0,0 3,3 3,3 2,0 0,0 0,0 3,3 1,3 19,1 1,2 Fonte Coberta 0,0 0,0 0,0 4,5 4,5 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,5 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,5 0,3 Póvoa das Pêgas 0,0 0,0 0,0 7,6 7,6 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,6 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,6 0,5 Zambujal Serra de Janeanes 0,0 0,0 0,0 8,5 8,5 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,5 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,5 0,5 Zambujal 0,0 0,0 0,0 19,7 19,7 1,8 0,0 0,0 0,0 0,0 1,3 1,0 0,0 0,0 21,0 1,5 0,0 0,0 5,4 5,4 3,2 0,0 0,0 5,4 2,2 26,4 1,6 100, TOTAL 15,7 70,4 104,8 912,7 1103,6 100,0 72,7 100,0 59,2 131,8 100,0 8,4 100,0 1375,6 100,0 22,7 33,7 111,0 167,4 100,0 81,0 100,0 248,6 100,0 1624,2 100,0 0 (1) Avessada/ Barreira/ Casal da Estrada/ Castel/ Condeixa-a-Nova/ Gorgulhão/ Pocinhos/ Travaz/ Atadoa/ Cavaneiras/ Condeixa-a-Velha/ Palhacana/ Senhora das Dores/ Valada/ São Fipo/ Fornos de Castel/ Ribeira (2) Avenal/ Casal do Paraíso/ Rodão/ Sobreiro

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Quadro 51: Comparação do solo urbano no PDM com a Proposta de Revisão (em hectares e variação percentual) Espaços de Ativ. Espaços urbanizados e Económicas urbanizados e Espaços de Uso Especial Espaços Verdes Perímetros Urbanos Espaços urbanizáveis urbanizáveis Freguesias Aglomerados PDM Rev. PDM Rev. PDM Rev. PDM Rev. PDM Rev. Var. Var. Var. Var. Var. Vigor PDM Vigor PDM Vigor PDM Vigor PDM Vigor PDM ha ha % ha ha % ha ha % ha ha % ha ha % Alvogadas 0,0 8,4 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,4 100,0 Anobra 51,7 48,7 -6,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 100,0 0,0 0,0 0,0 51,7 49,3 -4,8 Caneira/ Inculca 16,0 9,6 -67,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 16,0 9,6 -67,3 Casal da Amieira / Casal 13,7 11,4 -20,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13,7 11,4 -20,3 das Figueiras Casal de São João 15,1 0,0 0,0 0,0 15,1 Anobra 26,6 25,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 26,6 25,4 Perdigueira 4,7 0,0 0,0 0,0 4,7 Casal do Carrito 17,9 20,1 10,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 17,9 20,1 10,7 Casal Seco 4,7 3,8 -25,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,7 3,8 -25,7 Lameira de Baixo 10,3 3,9 -164,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,3 3,9 -164,1 Lameira de Cima 1,8 2,4 22,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,8 2,4 22,8 Anobra; Sebal Venda da Luísa 30,0 28,7 -4,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 30,0 28,7 -4,3 Alcabideque 33,9 35,1 3,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 100,0 33,9 35,4 4,3

Condeixa-a-Velha/ Ameixeira 9,7 9,6 -0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,7 9,6 -0,8 Condeixa-a-Nova Bom Velho de Baixo 6,6 5,2 -27,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,6 5,2 -27,3 Bom Velho de Cima 8,5 6,0 -40,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,5 6,0 -40,4 Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova; Vila Casal Novo 8,4 6,9 -22,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,4 6,9 -22,2 Seca/ Bendafé Condeixa-a-Velha/ Condeixa-a-Nova; Ega; Condeixa-a-Nova (1) 387,8 0,0 53,9 108,7 550,4 Sebal/ Belide Avessada 5,8 0,0 0,0 0,0 5,8 511,3 -25,0 0,0 0,0 56,5 -4,9 225,8 -107,5 793,7 -39,3

Condeixa-a-Velha/ Eira Pedrinha 16,0 0,0 0,0 0,2 16,2 Condeixa-a-Nova Salgueiro 4,7 0,0 0,0 0,0 4,7 Poço 6,3 4,6 -37,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,3 4,6 -37,1

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)

Espaços de Ativ. Espaços urbanizados e Económicas urbanizados e Espaços de Uso Especial Espaços Verdes Perímetros Urbanos Espaços urbanizáveis urbanizáveis Freguesias Aglomerados PDM Rev. PDM Rev. PDM Rev. PDM Rev. PDM Rev. Var. Var. Var. Var. Var. Vigor PDM Vigor PDM Vigor PDM Vigor PDM Vigor PDM ha ha % ha ha % ha ha % ha ha % ha ha %

Ega; Condeixa-a-Velha/ Arrifana 23,8 23,9 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 23,8 23,9 0,5 Condeixa-a-Nova

Campizes 28,3 33,2 14,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 28,3 33,2 14,9 Ega Casal da Torre 10,5 7,4 -41,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,5 7,4 -41,6 Casal do Missa 20,2 18,7 -8,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 20,2 18,7 -8,0 Ega; Sebal/ Belide Casével 41,9 41,5 -1,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 100,0 0,0 0,0 0,0 41,9 41,9 0,0

Ega; Condeixa-a-Velha/ Ega 112,5 96,9 -16,1 0,0 0,0 0,0 0,0 2,5 100,0 0,0 7,4 100,0 112,5 106,9 -5,3 Condeixa-a-Nova

Presa 0,0 0,5 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 100,0 Rebolia 16,6 16,5 -0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 16,6 16,5 -0,8 Ega Relves 8,5 8,7 2,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 100,0 8,5 9,7 12,9 Serrazina 6,6 6,3 -5,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,6 6,3 -5,2 Ega; Furadouro Vale de Janes 5,5 10,6 48,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7 100,0 5,5 11,3 51,5 Ega ZI de Sangardão 0,0 0,0 0,0 24,8 16,2 -53,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 24,8 16,2 -53,1 Cadaval Grande 5,6 5,3 -5,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,6 5,3 -5,2 Casmilo 19,3 16,0 -20,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 19,3 16,0 -20,3 Furadouro Furadouro 6,7 5,1 -30,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,7 5,1 -30,9 Peixeiro 5,0 2,3 -117,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,0 2,3 -117,1 Alqueves 3,3 3,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,3 3,3 0,0 Sebal/ Belide; Anobra Avenal (2) 52,3 46,6 -12,3 2,6 1,9 -32,5 0,0 0,0 0,0 0,0 3,2 100,0 54,9 51,8 -6,0 Sebal/ Belide; Ega Belide 27,3 33,1 17,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 100,0 0,0 0,0 0,0 27,3 33,4 18,2 Casal da Légua/ Sebal/ Belide; Anobra 14,3 15,8 9,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 14,3 15,8 9,4 Pagalhões Sebal/ Belide Moinho da Palha 10,6 10,3 -3,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,6 10,3 -3,1 Sebal/ Belide Rapoila 7,6 5,3 -41,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,6 5,3 -41,5

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova – Volume II (versão 6)

Espaços de Ativ. Espaços urbanizados e Económicas urbanizados e Espaços de Uso Especial Espaços Verdes Perímetros Urbanos Espaços urbanizáveis urbanizáveis Freguesias Aglomerados PDM Rev. PDM Rev. PDM Rev. PDM Rev. PDM Rev. Var. Var. Var. Var. Var. Vigor PDM Vigor PDM Vigor PDM Vigor PDM Vigor PDM ha ha % ha ha % ha ha % ha ha % ha ha % Sebal Grande 22,7 0,0 0,0 0,0 22,7 Dadas 15,0 38,8 -1,5 0,0 0,0 0,0 0,0 1,1 100,0 0,0 0,0 0,0 15,0 39,9 1,2 Quinta da Arrocha 1,7 0,0 0,0 0,0 1,7 Sebal/ Belide Sebal Pequeno 7,0 5,8 -19,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,0 5,8 -19,6 Zona Industrial de Sebal/ Belide 0,0 0,0 0,0 148,4 135,6 -9,5 0,0 0,0 0,0 0,0 14,7 100,0 148,4 150,3 1,3 Condeixa Sebal/ Belide Vila Pouca 0,0 4,7 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,7 100,0 Vila Seca/ Bendafé Alcouce 27,3 17,3 -58,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 100,0 27,3 17,9 -52,8 Vila Seca/ Bendafé Beiçudo 5,9 4,7 -27,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,9 4,7 -27,3 Vila Seca/ Bendafé Bendafé 23,6 18,9 -25,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 23,6 18,9 -25,0 Vila Seca/ Bendafé Bruscos 29,7 34,8 14,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 100,0 0,0 1,3 100,0 29,7 36,5 18,8 Vila Seca/ Bendafé Casal dos Balaus 9,7 11,3 14,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,7 11,3 14,3 Vila Seca/ Bendafé Mata 10,5 7,2 -44,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,5 7,2 -44,4 Vila Seca/ Bendafé Traveira 9,5 10,1 6,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 100,0 9,5 10,7 11,4 Vila Seca/ Bendafé Vila Seca/ Espírito Santo 23,3 19,1 -21,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 23,3 19,1 -21,8 Zambujal Fonte Coberta 4,9 4,5 -8,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,9 4,5 -8,9 Zambujal Póvoa das Pêgas 9,8 7,6 -29,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,8 7,6 -29,2 Zambujal Serra de Janeanes 15,1 8,5 -77,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 15,1 8,5 -77,7 Zambujal Zambujal 32,5 25,1 -29,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,3 100,0 32,5 26,4 -23,2 TOTAL 1425,2 1271,0 -12,1 175,8 153,7 -14,3 56,5 59,2 4,6 225,8 140,2 -61,0 1883,3 1624,2 -16,0

(1) Avessada/ Barreira/ Casal da Estrada/ Castel/ Condeixa-a-Nova/ Gorgulhão/ Pocinhos/ Travaz/ Atadoa/ Cavaneiras/ Condeixa-a-Velha/ Palhacana/ Senhora das Dores/ Valada/ São Fipo/ Fornos de Castel/ Ribeira (2) Avenal/ Casal do Paraíso/ Rodão/ Sobreiro

1ª Revisão do PDM de Condeixa-a-Nova - Volume II (versão 6)