Música Pop Audiovisualidade E Desdobramentos Contemporâneos
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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS-ARTES MÚSICA POP AUDIOVISUALIDADE E DESDOBRAMENTOS CONTEMPORÂNEOS VASCO MADEIRA MORGADO DISSERTAÇÃO MESTRADO EM DESIGN DE COMUNICAÇÃO E NOVOS MEDIA 2015 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS-ARTES MÚSICA POP AUDIOVISUALIDADE E DESDOBRAMENTOS CONTEMPORÂNEOS VASCO MADEIRA MORGADO DISSERTAÇÃO ORIENTADA PELA PROF. DOUTORA LUÍSA RIBAS MESTRADO EM DESIGN DE COMUNICAÇÃO E NOVOS MEDIA 2015 Resumo Este trabalho visa identificar estratégias emergentes de veiculação da música pop no contexto contemporâneo. Neste âmbito, a investigação debruça-se sobre o estudo da música pop enquanto forma de expressão artística audiovisual. Examinam-se os pro- dutos e estratégias usados actualmente na sua produção e disseminação, atendendo às possibilidades dos media digitais e procurando evidenciar o tipo de envolvimento do público que promovem. A investigação começa por proporcionar uma compreensão da música pop enquanto fenómeno simultaneamente sonoro e imagético, através de um enquadramento teórico que traça a sua expressão audiovisual ao longo do século XX até ao contexto contem- porâneo. Na sequência deste contexto histórico, proporciona-se uma visão dos desdo- bramentos contemporâneos da música pop, através da análise de diferentes produtos e estratégias utilizadas na sua veiculação. De acordo com esta análise, o estudo foca-se em aplicações interactivas para dispositivos móveis (apps) enquanto forma emergente de veiculação da música pop, contemplando o papel do público. Para tal, reúnem-se instrumentos teóricos que possibilitam uma análise das tipologias e funcionalidades das apps, bem como dos papéis interpretativo, exploratório e configurativo do público. Os resultados deste estudo sugerem que as formas emergentes de veiculação da músi- ca pop, como as apps, reforçam uma concepção da música pop enquanto fenómeno audiovisual, potenciando a construção simultânea das suas dimensões sonoras e ima- géticas. Revelam igualmente como o envolvimento activo do público é promovido ao fomentar uma relação continuada entre o utilizador e a edição musical. Com esta análise, procurou-se contribuir para uma compreensão da música pop enquanto pro- jecto total, cujos desdobramentos exemplificam uma ligação permanente entre som e imagem, entre media áudio e visuais, e entre formas de expressão artística na cultura pop contemporânea. Palavras-chave: música pop, audiovisualidade, media digitais, aplicações móveis. Abstract This work aims to identify emerging strategies for conveying pop music in the con- temporary context. In this scope, the research focuses on the study of pop music as an audiovisual form of artistic expression. It examines the products and strategies that are currently used in its production and dissemination, taking into account the possibi- lities of digital media and seeking to reveal the kind of involvement they promote on the part of the public. The research begins by providing an understanding of pop music as a simultaneously sonorous and imagetic phenomenon, through a theoretical framework that traces its audiovisual expression throughout the twentieth century until the contemporary context. Following this historical context, it provides a vision of contemporary deve- lopments of pop music, through an analysis of different products and strategies used in its dissemination. According to this analysis, the study focuses on interactive mobile applications (apps) as an emergent form of pop music publication and dissemination, while contemplating the role of the public. To do this, we gather theoretical tools that enable an analysis of the apps’ typology and functionality, as well as the interpretive, exploratory and configurative roles of the public. The results of this study suggest that the emerging forms of pop music dissemination, such as apps, reinforce a conception of pop music as an audiovisual phenomenon, enhancing the simultaneous construction of both its sound and image dimensions. They also reveal how the active involvement of the public is promoted by fostering an ongoing relationship between the user and the musical edition. With this analysis, we sought to contribute to an understanding of pop music as a total project, whose contemporary developments exemplify a permanent connection between sound and image, between audio and visual media, and between artistic forms of expression in contemporary pop culture. Keywords: pop music, audiovisuality, digital media, mobile applications. Agradecimentos À professora Luísa Ribas pela incansável orientação, dedicação e apoio, sem os quais este trabalho não teria sido possível. Aos meus amigos e família. Mãe, pai, Mafalda. Índice Introdução 19 Propósito e metodologia de investigação 20 Estrutura da dissertação 21 1. Audiovisualidade na música pop 23 1.1. A música como mais do que som 23 1.1.1. Intermedialidade e trans-sensorialidade na música 24 1.1.2. Contaminação mútua de formas de expressão artística – musicalização e visualização 25 1.2. Música pop como fenómeno audiovisual 30 1.2.1. A gravação inicial e a dimensão visual 31 1.2.2. Diluição de fronteiras e expansão de contextos 32 1.2.3. Desdobramentos da música pop 34 1.3. Audiovisualidade da música pop ao longo do século XX 36 1.3.1. Assimilação das artes visuais pela música pop e vice-versa 38 1.3.2. Música pop como esforço colaborativo 40 1.3.3. Performance musical como correlação entre som e imagem 43 1.3.4. Envolvimento perceptivo do público 45 1.4. Convergência de media no meio digital 46 1.4.1. Hibridização de formas de expressão artística 47 1.4.2. Reforço do papel das colaborações na música pop 48 1.4.3. Reconfiguração da performance musical 50 1.4.4. Envolvimento interactivo do público 52 1.5. Conclusão 54 2. Veiculação da música pop 57 2.1. Selecção de exemplos 57 2.2. Análise 65 2.2.1. Tipologias de desdobramentos 67 2.2.2. Estratégias de disseminação 74 2.2.3. Plataformas 76 2.2.4. Colaborações 77 2.3. Conclusões 81 2.3.1. Investimento em desdobramentos 81 2.3.2. Diversificação de desdobramentos 83 2.3.3. Transversalidade das colaborações 84 2.3.4. Técnicas emergentes 84 2.3.5. Revalorização do suporte físico 85 2.3.6. Disseminação online 86 2.3.7. Compatibilidade de conteúdos 87 2.3.8. Papel do público na disseminação 88 2.3.9. Envolvimento do público 89 2.4. Estratégias emergentes 90 3. Apps 91 3.1. Selecção de exemplos 91 3.2. Análise 100 3.2.1. Projecto musical 100 3.2.2. Conteúdos musicais 101 3.2.3. Acessibilidade 102 3.2.4. Tipologias e funcionalidades 103 3.2.5. Actualização 104 3.2.6. Papel do público 104 3.3. Envolvimento do público 105 3.3.1. Selecção de exemplos 105 3.3.2. Parâmetros de análise 106 3.3.3. Análise 110 3.3.4. Conclusões 117 Conclusão 123 Discussão de Resultados 124 Limitações e investigação futura 126 Referências 129 Obras citadas 133 Apps citadas 135 Projectos musicais citados 137 Edições musicais citadas 139 Anexos 141 Índice de figuras Fig. 1: Fugue in Rot (Paul Klee, 1921) 27 Fig. 2: Polyphon gefasstes Weiß (Paul Klee, 1930) 27 Fig. 3: Fotogramas de Synchromy No. 4: Escape (Mary Ellen Bute,1938) 28 Fig. 4: Liquid projections, Frank Zapa and the Mothers of Invention (Joshua Light Show, 1971) 29 Fig. 5: Capa do segundo álbum de Elvis Presley, Elvis (1956) 30 Fig. 6: Fotograma do videoclip de Thriller de Michael Jackson (John Landis, 1983) 30 Fig. 7: Fotogramas de Lichtspiel Opus Nr. 1 (Walter Ruttmann,1921) 33 Fig. 8: The Sensational Fix, Museion, Itália (2008) 35 Fig. 9 Fotograma do videoclip de Virtual Insanity dos Jamiroquai (Jonathan Glazer, 1996) 40 Fig. 10: Fotograma do videoclip de Around the World dos Daft Punk (Michel Gondry, 1997) 40 Fig. 11: Fotograma do videoclip de Criminal de Fiona Apple (Mark Romanek, 1997) 40 Fig. 12: Fotograma do videoclip de All is Full of Love de Björk (Chris Cunningham, 1999) 40 Fig. 13: Fotograma de Exploding Plastic Inevitable (Ronald Nameth, 1967) 41 Fig. 14: The Velvet Underground, com Nico, The Velvet Underground & Nico (1967) 41 Fig. 15: No Ow Now (USCO, 1962) 42 Fig. 16: Gerd Stern e a escultura Contact is the Only Love (USCO, 1963) 42 Fig. 17: The Who no 6th Jazz and Blues Festival (1966) 44 Fig. 18: Jimmy Hendrix no Monterey Pop Festival (1967) 44 Fig. 19: World Tour dos Massive Attack (© UVA, 2010) 49 Fig. 20: Speed of Light, instalação artística (UVA, 2010) 49 Fig. 21: Rave The Trip no Astoria em Londres (1988) 50 Fig. 22: 100th Window Tour dos Massive Attack (UVA, 2003) 58 Fig. 23: Demon Days Live dos Gorillaz, Manchester Opera House (Zombie Flesh Eaters, 2005) 59 Fig. 24: Interface da app Gossamer dos Passion Pit (Scott Snibbe Studios, 2012) 60 Fig. 25: Varúð, The Valtari Film Experimentdos Sigur Rós (Ryan Mcginley, 2012) 61 Fig. 26: Varðeldur, The Valtari Film Experimentdos Sigur Rós (Melika Bass, 2012) 61 Fig. 27: Valtari, The Valtari Film Experimentdos Sigur Rós (Christian Larson, 2012) 61 Fig. 28: Just a Reflektordos Arcade Fire (Google Creative Lab, AATOAA, 2013) 62 Fig. 29: Modelos imprimíveis no videoclip de We Are Explorers dos Cut Copy (Party, 2014) 63 Fig. 30: Interface da app John Moose dos John Moose (2015) 64 Fig. 31: Interface do No Fun dos The Presets no Google Cube (Google Creative Lab, 2015) 64 Fig. 32: Esquema de observação do levantamento das edições musicais 66 Fig. 33: Fotograma do videoclip de Black Lake (Andrew Thomas Huang, 2015) 68 Fig. 34: Björk, MoMA, Nova Iorque, EUA (2015) 68 Fig. 35: Björk: Archives (Björk, Klaus Biesenbach, 2015) 68 Fig. 36: Hologramas dos Gorillaz, e Madonna, nos 48th Annual Grammy Awards (2006) 70 Fig. 37: Set-up da Biophilia Tour (2011) 70 Fig. 38: Interface do Neon Bible dos Arcade Fire (AATOAA, 2007) 72 Fig. 39: Interface do Sprawl II dos Arcade Fire (AATOAA, 2011) 72 Fig. 40: Synchronised artwork para o single The Suburbsdos Arcade Fire (AATOAA, 2011) 73 Fig.