Ar T E Teoria S É R Ie Ii N º 20
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ARTETEORIA SÉRIE II Nº 20 capa fac-símile cedido pela Câmara Municipal de Vila do Conde. ARTETEORIA _ ISSN 1646-396X _ SÉRIE II _ Nº20 _ 2017 © 2018 by ARTETEORIA, All rights reserved. 1 ARTETEORIA _ ISSN 1646-396X _ SÉRIE II _ Nº20 _ 2017 © 2018 by ARTETEORIA, All rights reserved. 2 ARTETEORIA _ ISSN 1646-396X _ SÉRIE II _ Nº18/19 _ 2017 © 2017 by ARTETEORIA, All rights reserved. 3 ARTETEORIA _ ISSN 1646-396X _ SÉRIE II _ Nº20 _ 2017 © 2018 by ARTETEORIA, All rights reserved. PROPRIEDADE DO TÍTULO C I E B A _ CENTRO DE INVESTIVAÇÃO E DE ESTUDOS EM BELAS ARTES SECÇÃO DE CIÊNCIAS DA ARTE E DO PATRIMÓNIO — FRANCISCO DE HOLANDA FACULDADE DE BELAS-ARTES, LARGO DA ACADEMIA NACIONAL DE BELAS ARTES, 1247-058, LISBOA TELEFONE 213 252 100 FUNDADOR C A P A founder cover José Fernandes Pereira Fernando Estevens DIRECÇÃO PAGINAÇÃO editors pagination José Carlos Pereira Fernando Estevens FBAUL António Vargas COORDENAÇÃO GRÁFICA UDESC graphic coordination Fernando Estevens IMPRESSÃO E ACABAMENTO graphic coordination Grafisol TIRAGEM edition 200 ISSN issn 1646-396X DEPÓSITO LEGAL legal deposit 450540/18 * Os artigos são da responsabilidade dos autores. A Direcção respeitou as diversas grafias do português. 4 ARTETEORIA _ ISSN 1646-396X _ SÉRIE II _ Nº20 _ 2017 © 2018 by ARTETEORIA, All rights reserved. CONSELHO CIENTÍFICO advisory board Luisa Arruda Rosangela Maria Cherem Universidade de Lisboa Universidade do Estado de Santa Catarina Cristina Azevedo Tavares Domingo Hernandez Universidade de Lisboa Universidad de Salamanca Fernando António Baptista Pereira Pedro Duarte Universidade de Lisboa Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro João Paulo Queiroz Universidade de Lisboa Afonso de Medeiros Universidade Federal do Pará Ilídio Salteiro Universidade de Lisboa Bernardo Pinto de Almeida Universidade do Porto Vítor dos Reis Universidade de Lisboa António Pedro Pita Universidade de Coimbra Eduardo Duarte Universidade de Lisboa Francisco de Almeida Dias Università degli Studi della Tuscia Pedro Cabral Santo Universidade do Algarve Salvato Teles de Menezes Fundação D. Luis I Carlos Bizarro Morais Universidade Católica Portuguesa Sabina de Cavi Universidad de Córdoba Rodrigo Sobral Cunha Universidade Europeia-IADE Anna Maria Guasch Universitat de Barcelona Sylvie Deswartes-Rosa Institut d’histoire des représentations et Annemarie Jordan des idées dans les modernités Universidade Nova de Lisboa Margarida Acciaiuoli António Braz Teixeira Universidade Nova de Lisboa Academia das Ciências de Lisboa Lúcia Rosas Samuel Dimas Universidade do Porto Universidade Católica Portuguesa Daniela Kern Universidade Federal do Rio Grande do Sul 5 ARTETEORIA _ ISSN 1646-396X _ SÉRIE II _ Nº20 _ 2017 © 2018 by ARTETEORIA, All rights reserved. 6 ARTETEORIA _ ISSN 1646-396X _ SÉRIE II _ Nº18/19 _ 2017 © 2017 by ARTETEORIA, All rights reserved. ÍNDICE GERAL P. 9 EDITORIAL II _ NOTAS DE INVESTIGAÇÃO José Carlos Pereira António Vargas P. 153 A EXPOSIÇÃO UNIVERSAL DE PARIS DE 1878 I _ ARTIGOS CONTADA POR RAMALHO ORTIGÃO Alice Nogueira Alves P. 15 P. 175 PRESENÇA DA FILOSOFIA NA PRESENÇA SAUDAÇÃO RÍTMICA NA OBRA DE CARLOS QUEIROZ António Braz Teixeira Rodrigo Sobral Cunha P. 23 P. 187 O MISTÉRIO DA POESIA NA ESTÉTICA DA UMA CARTA DE RAUL LEAL (HENOCH) PARA JOÃO INSPIRAÇÃO E DA EXPRESSÃO DE JOÃO GASPAR GASPAR SIMÕES SIMÕES Zetho Cunha Gonçalves Samuel Dimas P. 199 P. 41 CARTAS DE RAUL LEAL (HENOCH) PARA JOSÉ RÉGIO O HIPERESTETA – DA VERTIGEM À PRESENÇA Rui Lopo PASSANDO PELO FUTURISMO Rui Lopo P. 229 UMA VIAGEM AO PRINCÍPIO P. 73 CUMPLICIDADES ARTÍSTICAS JOSÉ RÉGIO: O ESTETA E O ARTISTA (À VOLTA DE JOSÉ RÉGIO E JULIO UM MANUSCRITO INÉDITO DO POETA) Rui Maia Isabel Cadete Novais P. 241 P. 89 FILMOGRAFIA E PRESENCISMO “TIPOGRAFIA VIVA”: EXPERIMENTAÇÃO E José de Matos-Cruz EXPRESSÃO TIPOGRÁFICAS NA REVISTA PRESENÇA Sofia Rodrigues P. 253 AD EXTRA P. 109 A Direcção PRESENÇA: UMA REVISTA TIPOGRAFADA AO RITMO DO MODERNISMO Cristiana Serejo _ Jorge dos Reis P. 139 COMENTÁRIO SOBRE OS MUNDOS “INTERNO” E “EXTERNO” À PRESENÇA Carlos Vidal 7 ARTETEORIA _ ISSN 1646-396X _ SÉRIE II _ Nº20Nº18/19 _ 2017 _ 2017 © 20182017 by ARTETEORIA, All rights reserved. 8 ARTETEORIA _ ISSN 1646-396X _ SÉRIE II _ Nº20 _ 2017 © 2018 by ARTETEORIA, All rights reserved. Pereira, José Carlos _ Vargas, António _”Editorial”, 2018, pp. 9-12. EDITORIAL José Carlos Pereira António Vargas Com este número dedicado aos 90 anos da revista Presença, folha de arte e crítica, cujo perfil revela traços do simbolismo coimbrão, do futurismo e do paulismo lisboetas, e mesmo do saudosismo portuense, fechamos o primeiro ano da Série II da Revista Arteteoria. Conhecida a tese acerca do carácter mais ou menos contra-revolucionário do movimento presencista, consagramos o seu legado nos campos da poesia, da ficção, do design editorial, da filosofia, da doutrinação crítica e estética, do cinema — seja pelo seu precoce reconhecimento como arte seja pela ligação privilegiada de Manoel de Oliveira ao universo ficcional e estético de José Régio —, da música, através de Lopes Graça, sendo que a figura de Julio, igualmente poeta sob o pseudónimo de Saúl Dias, se destacou no panorama dos artistas que nela colaboraram: Mário Eloy, Almada, Diogo de Macedo, Paulo Ferreira, ou Arlindo Vicente, entre outros. Se a Presença se afirma como contraponto à “ausência”, sobre que assentava esteticamente o movimento da Renascença Portuguesa sob a égide do Saudosismo, é, por outro lado, o movimento que se aproxima de uma estética da expressão, tema ao qual Fidelino de Figueiredo, Leonardo Coimbra ou José Régio dedicaram particular atenção. Além disso, e ape- sar das várias sensibilidades e posições doutrinárias e estéticas que a caracterizam, a Presença, segundo juízo de João Gaspar Simões, assumiu-se como “pendant literário e artístico do Orpheu”, acolhendo colaboração dos primeiros modernistas, sendo apresen- tada por alguns dos seus colaboradores como a pedra de fecho do arco do modernismo em Portugal, pela sequência que deu aos valores artísticos afirmados em publicações como Portugal Futurista, Exílio, Centauro, ou Contemporânea, entre outras. Como dou- trinador da Presença, José Régio procura, num primeiro momento, compatibilizar clas- sicismo e individualismo, sem deixar de assinalar o que há de “romântico”, seja por evo- lução ou por reacção, no Dadaísmo, no Futurismo ou no Expressionismo, vanguardas cuja “exagerada exaltação emocional” conduziu ao “exaspero estético niilista”, de Dada, à recusa futurista de “toda a sentimentalidade e toda a estesia”, e à “excentricidade no seu sonho anti-realista” da estética expressionista. Num segundo momento, Régio procura conciliar Classicismo e Modernismo, afir- mando que este último não se constituiu a partir da soma das vanguardas que o com- põem, mas da tentativa, tanto na expressão como no expresso, de valorizar o novo e o actual, face às formas e às substâncias esgotadas. Apenas possível de analisar na singu- laridade da obra de cada artista, o modernismo superior e verdadeiro, aquele que Régio reputa de clássico, alberga o que há de mais pessoal, sincero e vivo em cada criador, e 9 ARTETEORIA _ ISSN 1646-396X _ SÉRIE II _ Nº20 _ 2017 © 2018 by ARTETEORIA, All rights reserved. Pereira, José Carlos _ Vargas, António _”Editorial”, 2018, pp. 9-12. que determina a sua personalidade artística. É por esta razão que, no caso da poesia, o autor de Cântico Negro se opõe à estética do fingimento de Fernando Pessoa, prefe- rindo a poesia de Pascoaes quando “escuta o seu génio”, embora recuse o Saudosismo, seja pela referida dimensão de “ausência”, que o caracteriza, seja pelo facto de, em sua opinião, se constituir uma “escola” que impede o desenvolvimento da individualidade artística. Quanto à génese da obra de arte, é ainda a emoção, ou a paixão — como es- creveu —, que consubstancia, consciente ou inconscientemente, a finalidade estética, e a arte apenas como arte se realiza quando mergulha as suas raízes na humanidade, de que o artista é, enquanto Homem, parte integrante. No que toca à finalidade e à natu- reza da obra de arte, defende que os seus meios são a linha, a mancha, a cor, no caso da pintura, e os recursos da linguagem, e a sua própria plasticidade, no caso da literatura, respondendo deste modo aos que, à época, exigiam da arte correctivos sociais e ideoló- gicos. Para Régio, antes ou depois da expressão, não existe obra de arte, pois que esta apenas existe onde há “intenção profunda e jogo, imitação aparente e transfiguração do real”, distinguindo ainda outros dois tipos de expressão: a expressão vital, insuficiente para atingir a expressão artística, e a expressão mística, que exorbita a esfera da arte. Para além de uma Teoria da Crítica, que cedo propõe, parte de uma inicial filosofia da arte, na qual se destaca uma teoria estética da expressão, e culmina numa gnoseo- logia, como podemos, de modo lapidar, observar no poema "Redenção". Para além dos vários colaboradores da Presença, na teorização estética e crítica relevam também Adolfo Casais Monteiro e João Gaspar Simões. A teorização especulativa do autor de Clareza e Mistério da Crítica assenta também nos valores do “individualismo” e numa concepção da arte como “expressão”, embora considere que a oposição do romantismo ao classicismo não foi suficiente para uma efectiva autonomização da obra de arte, e do eu criador. Na verdade, o especulativo defende que, em alternativa aos clássicos con- ceitos de “belo” e de “razão”, os românticos criaram um outro formalismo, através das oposições “sinceridade-mentira”, “verdadeiro-falso” e “autenticidade-artifício”, dicoto- mias que Casais Monteiro se propõe ultrapassar por via da defesa de uma “arte viva”, baseada no modelo criacionista do continuum entre sujeito e realidade. Com a defesa intransigente da autonomização da estética face à filosofia, Casais Monteiro manifesta a preocupação epistemológica adjacente ao seu pensamento, atribuindo à permanência do platonismo e do neoplatonismo na cultura ocidental a causa maior da resistência a uma estética ancorada na experiência criadora, de que a Poética de Aristóteles se constitui precursora tentativa.