CONSTITUCIONALISTA” DE 1932 E a FORÇA DA TRADIÇÃO: Do Confronto Bélico À Batalha Pela Memória (1932-1934)

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CONSTITUCIONALISTA” DE 1932 E a FORÇA DA TRADIÇÃO: Do Confronto Bélico À Batalha Pela Memória (1932-1934) JOÃO PAULO RODRIGUES O LEVANTE “CONSTITUCIONALISTA” DE 1932 E A FORÇA DA TRADIÇÃO: Do confronto bélico à batalha pela memória (1932-1934). ASSIS-SP 2009 2 JOÃO PAULO RODRIGUES O LEVANTE “CONSTITUCIONALISTA” DE 1932 E A FORÇA DA TRADIÇÃO: Do confronto bélico à batalha pela memória (1932-1934). Tese apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP – Universidade Estadual Paulista para a obtenção do título de Doutor em História (Área de Conhecimento: História e Sociedade). Orientadora: Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva ASSIS-SP 2009 3 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) R696L Rodrigues, João Paulo. Levante “Constitucionalista” de 1932 e a força da tradição. Do confronto bélico à batalha pela memória (1932-1934). / João Paulo Rodrigues. Assis, 2009. 320f.: il. Orientador: Zélia Lopes da Silva. Tese (Doutorado em História) ? Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras de Assis, 2009. Inclui Bibliografia. 1 .Levante constitucionalista em São Paulo - Assis(SP)-Teses.2.Governo provisório – Assis(SP) - Teses.3. Memória – Assis(SP) – Teses. 4 Militantes vanguardeiro – Assis(SP) – Teses. I. Silva, Zélia Lopes da. II. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras de Assis. III. Título. CDU 981.082/.083 4 A Viviane, Terezinha & Joaquim. 5 AGRADECIMENTOS À profª Drª Zélia Lopes da Silva pela orientação competente e segura, conferida com talento singular, ao longo de toda a trajetória que envolve esta pesquisa. Pela confiança e a amizade desvelada na dedicação com que assumiu o desafio de, em brevíssimo tempo, conduzir uma transferência de nível. Pela excelência de sua orientação, Zélia foi fundamental para este trabalho; a partir de seu empenho incansável e sincero aprendi para a vida. Aos professores, Dr. Milton Carlos Costa e Drª Tânia Regina de Luca, pela leitura esmerada e as sugestões preciosas feitas durante o Exame de Qualificação, as quais contribuíram, singularmente, para o direcionamento metodológico e acadêmico assumido pela pesquisa. Agradeço, também, aos funcionários do Memorial’32, em especial a Andrezza S. Moreira, e do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (Cedap), sobretudo a Marlene S. Gasque, pela presteza no atendimento, que viabilizaram a efetivação do trabalho. Recebe minha gratidão Zélia M. S. Barros, da Seção de Pós-graduação, pela solicitude no processo de transferência de nível, e Marilene Lucena pela gentil elaboração da ficha catalográfica. Merecem agradecimento especial os amigos que estiveram presentes neste percurso: Josiani, Candido, Marcos e Sidinéia. Foram cruciais: meus pais e, também, Viviane, Vânia e Edevir. Sem eles tudo seria mais difícil. Agradeço, igualmente, aos professores do Departamento de História da UNESP, de Assis, pelas contribuições para a minha formação, particularmente, aos Drs. Claudinei M. M. Mendes e Áureo Busetto, pela acolhida e o incentivo no período de graduação. Sou, ainda, imensamente grato ao CNPq pelo financiamento concedido para a realização deste trabalho, em suas sucessivas etapas, o que propiciou cumprir os requisitos necessários para a consecução da tese de doutorado. 6 RODRIGUES, João Paulo. O Levante “Constitucionalista” de 1932 e a Força da Tradição: Do confronto bélico à batalha pela memória (1932-1934). Assis, 2009. 346 p. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Universidade Estadual Paulista. RESUMO: Esta pesquisa almeja, fundamentalmente, problematizar o levante de 1932 em São Paulo, bem como a emblemática memória criada acerca dele, sobretudo, nos dois primeiros anos que lhe são subseqüentes, com o intuito de demonstrar que, mediante a ausência de uma plataforma, de fato, revolucionária, a tradição regional erige-se como preeminente trunfo simbólico para a luta, sendo apropriada pela burguesia insurrecta, no sentido de pugnar por uma nova partilha do poder no cenário nacional. Tal apropriação apresenta diferenciadas nuances ao longo da conjuntura em apreço, mas é possível identificar, de modo nítido, dois eixos centrais. O primeiro, formulado ainda em meio às conspirações pela interventoria, associa o caráter aguerrido dos ancestrais paulistas ao presente do estado, acometido pela invasão “tenentista”, concitando, por conseguinte, a expulsão dos “estrangeiros”. Pouco depois, quando em outro patamar despontava o tema da Constituição, nova formulação ganharia corpo, sobrelevando não mais a tradição paulista de defesa do território, mas a condição histórica de militante vanguardeiro da formação da nação, atualizada na batalha pela lei. Encerradas as hostilidades, a memória não ficou alheia às investidas, culminando sintomaticamente na controversa vitória moral do levante. Não obstante, dado o vigor atual dessa memória, evidencia-se meridianamente que a apropriação do passado regional não se constituiu em uma quimera da classe dominante e que, a despeito da suposta revolução predominantemente popular e democrática, em 1932 estava em pauta uma luta no âmbito da elite bandeirante, a fim de implantar novas diretrizes ao país. Palavras-chave: Levante de 1932. “Revolução Constitucionalista”. Propaganda. Memória. São Paulo. Governo Provisório. 7 RODRIGUES, João Paulo. The “Constitutionalist” Insurrection of 1932 and the Power of the Tradition: from war confrontation to battle for the memory (1932-1934). Assis, 2009. 346 p. Thesis (History Doctorate) – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Universidade Estadual Paulista. ABSTRACT This research intends, fundamentally, to discuss the insurrection of 1932 in São Paulo. It also intends to discuss the emblematic memory about it, especially, two first years after insurrection, with the objective of showing that, without a platform, indeed, revolutionary, the regional tradition is built as simbolic preeminent asset for the fight. It was appropriated by insurrect bourgeoisie, for sharing national Power. The appropriation shows different types in this conjuncture, but it’s possible to identify two central axles. The first, created by interventor Office during conspiracies, enhances courageous character of paulistas ancetral to the present of the state, attacked by “tenentista” invasion, stiring up expulsion of “foreigners”. After some time, when Constitution subject was discussed, a new formularization would increase no more on paulista tradition of territory defense, but in historical condition of vanguard militant in Nation formation, brought up to date in Law battle. Finished hostilities, the memory culminates symptomatically in moral victory controversy of Insurrection. However, considering current memory, appropriation of the regional past isn’t a chimera of dominant class and, although supposed popular and democratic revolution, 1932 was the year of discussion on fight in bandeirante elite, to do new lines of direction to the country. KEY-WORDS: Insurrection of 1932. “Constitutionalist Revolution”. Propaganda. Memory. São Paulo. Provisory Government. 8 LISTA DE IMAGENS: IMAGEM 1 – Comício realizado em 25 de Janeiro de 1932. Dia de S. Paulo. 67 IMAGEM 2 – Manifestação na Praça do Patriarca em maio de 1932. 78 IMAGEM 3 – Manifestação popular na Praça da República. Maio de 1932. 79 IMAGEM 4 – Mapa – Exército Constitucionalista. Situação em 12/07/1932. 112 IMAGEM 5 – Carta de Santos Dumont pela Constituição. Folha volante. SP, 1932. 121 IMAGEM 6 – Campanha em represália aos boateiros. Cartaz. São Paulo, 1932. 123 IMAGEM 7 – Desfile de “batalhões” infantis durante o levante. 128 IMAGEM 8 – Manual de Campanha do Voluntário Constitucionalista. MMDC: São Paulo, 1932. 139 IMAGEM 9 – PAULISTA eu já cumpri o meu dever... São Paulo, 1932. 141 IMAGEM 10 – Trabalho do voluntariado na retaguarda do combates. 146 IMAGEM 11 – Cartão-postal. MMDC: São Paulo, 1932. 147 IMAGEM 12 - Cartão-postal usado pelos combatentes para suas correspondências. 147 IMAGEM 13 – O Arrependimento chegará tarde! Cartão-postal. São Paulo, 1932. 148 IMAGEM 14 – Anhangüera Hymno (capa). Partitura Musical. São Paulo, 1932. 153 IMAGEM 15 – Visita de Dom Duarte Leopoldo e Silva à Liga de Defesa Paulista. 157 IMAGEM 16 - Soldado constitucionalista. Jornal das Trincheiras, 25/08/1932 – Página 3. 170 IMAGEM 17 – As aventuras de Jeremias e Zoroastro – “soldados dictoriaes”. Jornal das Trincheiras, 04/09/1932 – Página 2. 171 9 LISTA DE TABELAS: Tabela 1: Balanço Comercial do Estado de São Paulo, Comércio Exterior. 195 Tabela 2: Balanço Comercial do Estado de São Paulo, Comércio de Cabotagem. 196 10 SIGLAS E ABREVIAÇÕES BOC – Bloco Operário e Camponês CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo DAF – Departamento de Assistência aos Feridos FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FUP – Frente Única Paulista LDP – Liga de Defesa Paulista MMDC – Entidade Civil (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo). PD – Partido Democrático PPP – Partido Popular Progressista PRP – Partido Republicano Paulista RM – Região Militar 11 LISTA DE ORGANOGRAMAS: Organograma – Entidades organizadoras centrais do levante paulista de 1932. 117 12 LISTA DE QUADROS: Quadro 1 – Delegação do Comércio Paulista que negocia com o Governo Provisório, em janeiro de 1932. 62 Quadro 2 – Grupo que assina a proclamação de esclarecimento paulista. 102 Quadro 3 – Efetivos e Material Bélico dos combatentes na Região Sul. 113 Quadro 4 – Principais lideranças do levante paulista de 1932. 118 Quadro 5 – Departamentos organizados pela Associação Comercial no levante de 1932. 132 Quadro 6 – Departamentos coordenados pela FIESP na beligerância.
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