2015-2025

Plano Municipal de Educação

Secretaria Municipal de Educação Entre Rios do Sul / RS 2015-2025

DOCUMENTO BASE DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ENTRE RIOS DO SUL – RS

ENTRE RIOS DO SUL – RS

2015

MENSAGEM

A construção do PME (Plano Municipal de Educação) representa um marco histórico da sociedade de Entre Rios do Sul, fazendo parte de ações concretas em prol da educação, educação esta que desejamos seja de qualidade cultural, conhecimento, avanço social, humano e democrático associados à capacidade de promoção do desenvolvimento da comunidade escolar. Pensar em uma construção educacional para o território de Entre Rio do Sul é sem dúvida um ato corajoso, pois estamos vivenciando um contexto de agravos econômicos e sociais, de devastação de valores familiares, da falta de religiosidade e solidariedade. Neste campo minado, a educação atua como agente de redução de conformismos, individualismos e assujeitamentos do ser humano.

Entendemos que a educação é um processo que deve ser compartilhado com toda a sociedade, no qual todos têm papel preponderante a assumir, privilegiando a construção do conhecimento com vistas ao acesso e permanência de todos os estudantes na escola, consolidando-se assim a inclusão social e redução das desigualdades.

Com a construção participativa do referencial que hora apresentamos, queremos legitimar a relevância dos cidadãos neste processo, oportunidade em que os mesmos poderão debater suas proposições políticas e pedagógicas para a educação do território de Entre Rios do Sul.

A educação é para pessoas que sabem que ela tem função determinante na formação de uma sociedade solidária e ética, então assumimos o compromisso de pensar em nossos filhos, nos vossos filhos, despidos de siglas e de ideologias para numa realidade de desafios, contemplar o desejo de cada um e de todos. O PME, é para nós um instrumento que ratifica o papel educacional entreriossulense no que se refere à educação como direito de todos, com acesso, permanência e conclusão com sucesso dos estudantes, sejam eles crianças, jovens ou adultos, amenizando o problema crônico da educação pública, a exclusão através de suas várias facetas que se configura em um importante agravante para o não desenvolvimento integral do nosso estudante.

Através de diretrizes, metas e estratégias propostas no PME e em consonância com o PNE (Plano Nacional de Educação) o PEE (Plano Estadual de Educação) num regime de colaboração com estes entes, queremos qualificar os espaços educacionais, qualificar as pessoas, estimular e motivar a todos a abraçarem este grande desafio que é a educação

pública em todas as esferas governamentais, a começar pela exclusão da reprovação e evasão escolar de uma parcela considerável dos alunos.

O trabalho árduo e comprometido com a educação por parte dos agentes públicos, dos trabalhadores em educação e olhar atento da sociedade contribuem decisivamente para que o processo ensino-aprendizagem ocorra da melhor forma possível e dê a Entre Rios do Sul a credibilidade educacional que a Rede Municipal e Estadual tem tido.

Maria de Fátima Branco Secretária Municipal de Educação Cultura e Desporto

PREFEITO MUNICIPAL

Ivair Antonio Signor

VICE-PREFEITO

Jairo Paulo Leyter

SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO

Maria de Fátima Branco

DIGITAÇÃO

Sirley Teresinha Moresco Rampanelli

FORMATAÇÃO E DIGITAÇÃO

Kellen da Rocha

COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO DO PME

Sirley T.Moresco Rampanelli Secretaria Municipal de Educação/Cons. Saúde Kellen da Rocha Secretaria Municipal de Educação/Cons. Assistência Social/PIM Maria de Fátima Branco Secretaria Municipal de Educação Claudio Giovani Martins Secretaria Municipal de Educação CONDICA Neusa S.Capitanio Buscke Gestores Escolares/Cons. CAE Miryam Panis Capitanio Gestores Escolares/Cons. do FUNDEB Nadir Francescon Spegiorin Gestores Escolares/Cons. CME Ires Capitanio Panis Gestores Escolares (FME) Rosilene de Marco Gestores Escolares Eisiane Caigara Vassoler Gestores Escolares Joice Oliboni Suporte Pedagógico Giovana Biazus Suporte Pedagógico (RAE) Loiri Sandri Suporte Pedagógico Noeli Cadore Suporte Pedagógico Maristela Czarnobay Escola Estadual (FME)

Elaboração do Documento Base do Plano Municipal de Educação

Maria de Fátima Branco, Sirley Teresinha Moresco Rampaneli, Kellen da Rocha

LISTA DE SIGLAS

PNE - Plano Nacional de Educação

PEE - Plano Estadual de Educação

PME - Plano Municipal de Educação

MEC - Ministério de Educação e Cultura

FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento

PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola

FUNDEB - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica

LDB - Lei de Diretrizes e Bases

CF - Constituição Federal

CNE - Conselho Nacional de Educação

CEE - Conselho Estadual de Educação

CME - Conselho Municipal de Educação

MDE - Ministério de Desenvolvimento da Educação

FPM - Fórum Municipal de Educação

SMCD - Secretaria Municipal de Educação Cultura e Desporto

LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA - Lei Orçamentária Anual

PCM - Plano de Carreira do Magistério

CAE - Conselho de Alimentação Escolar

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

RAE - Rede de Apoio a Escola

PNAIC - Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa

ANA - Avaliação Nacional de Alfabetização

ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio

AEE - Atendimento Educacional Especializado

APAE - Associação de Amigos dos excepcionais

MP - Ministério Público

TCE - Tribunal de Contas do Estado

CEB - Câmara de Educação Básica

FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior

SESC - Serviço Social do Comércio

ALFA - Alfabetização para Profissionalizar

EJA - Educação de Jovens e Adultos

IBC - Instituto Benjamin Constant

CENESP - Conselho Nacional de Educação Especial São Paulo

INES - Instituto Nacional da Educação dos Surdos

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias

IPTU - Imposto Predial Territorial Urbano

FPM - Fundo de Participação dos Municípios

IPVA - Imposto sobre Veículos Automotores

ITR - Imposto Territorial Rural

IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte

ITBI - Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis

IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados

ISSQN - Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Demonstrativo das principais atividades econômicas...... 31 Figura 2 Demonstrativo da estrutura fundiária...... 32 Figura 3 Demonstrativo das declarações de aptidão...... 32 Figura 4 Demonstrativo etário das crianças de 0 a 5 anos...... 42 Figura 5 Demonstrativo de matrícula de Educação Infantil 2010/2014...... 46 Figura 6 Comparativo de matrícula em creche e pré-escola...... 46 Figura 7 Demonstrativo de matricula no Ensino Fundamental rural...... 49 Figura 8 Demonstrativo de matrícula no Ensino Fundamental urbano...... 50 Figura 9 Demonstrativo de matrícula no Ensino Fundamental 2010/2014...... 50 Figura 10 Evolução na taxa de aprovação no Ensino Fundamental 2010/2014...... 53 Figura 11 Evolução na taxa de reprovação no Ensino Fundamental 2010/2014...... 53 Figura 12 Demonstrativo do total de reprovação 2010/2014...... 54 Figura 13 Evolução na taxa de evasão no Ensino Fundamental 2010/2014...... 54 Figura 14 Demonstrativo do total de evasão 2010/2014...... 55 Figura 15 Percentuais de matrículas no Ensino Fundamental de 6 a 14 anos...... 55 Figura 16 Matrícula de alunos de 16 anos com Ensino Fundamental concluído...... 56 Figura 17 Taxa de alfabetização de crianças que concluíram o 3º ano do Ensino Fundamental 56 Figura 18 Comparativo de escolaridade em Ensino Médio...... 60 Figura 19 Matrículas de Educação Profissional em nível médio...... 6 1 Figura 20 População de 4 a 17 anos com deficiência que frequentam a escola...... 6 7 Figura 21 População de 15 anos ou mais na Educação de Jovens e Adultos...... 74 Figura 22 Analfabetismo funcional na população de 15 anos ou mais...... 7 4 Figura 23 Comparativo de escolas públicas com alunos em tempo integral...... 8 5 Figura 24 Percentual de alunos que freqüentam a escola em tempo integral...... 8 6 Figura 25 Escolaridade média da população de 18 a 29 anos...... 8 7 Figura 26 Escolaridade média da população de 18 a 29 anos mais pobre...... 8 8 Figura 27 Escolaridade média da população negra e não negra...... 88 Figura 28 Docentes que atuam no Ensino Fundamental na rede municipal...... 9 0 Figura 29 Demonstrativo de docentes na área de atuação...... 9 0 Figura 30 Demonstrativo da valorização dos professores da Rede Municipal...... 9 1 Figura 31 Despesas com Educação Infantil e Ensino Fundamental...... 98 Figura 32 Demonstrativo de despesas com pessoal e equipamentos...... 99

SUMÁRIO Apresentação...... 12 Etapas da elaboração do Plano Municipal de Educação...... 14 1 - Introdução...... 15 1.1-Breve histórico sobre os Planos Nacionais no Brasil...... 21 PARTE l 2 - Identificação do Município...... 23 2.1-Origem do território...... 23 2.2-Primeiros colonizadores...... 23 2.3-Presença estranha...... 24 2.4-Impacto ambiental...... 24 2.5-Impacto Cultural...... 25 2.6-Aspectos Educacionais...... 27 2.7-O novo Município...... 29 2.8-Caracterização física...... 29 3 - Indicadores oficiais de Entre Rios do Sul...... 31 3.1-Indicadores diversos e financeiros...... 31 3.1.1-Agricultura...... 33 3.1.2-Pecuária...... 34 3.1.3-Bacia Leiteira...... 34 3.1.4-Indústria...... 35 3.1.5-Comércio...... 35 3.1.6-Serviços...... 35 4 - Concepções educacionais...... 37 4.1-De Educação...... 37 4.2-De Escola...... 37 4.3-De Cultura...... 37 4.4-De Currículo...... 37 4.5-De Homem...... 38 4.6-Da Sociedade...... 38 4.7-Da Democracia...... 38 4.8-Da Autonomia...... 38 4.9-Da Cidadania...... 38 4.10-Dos Sujeitos...... 38 4.10.1-Infância...... 39 4.10.2-Adolescência...... 39 4.10.3-Professor...... 39 4.10.4-Aluno...... 39 4.11-De Políticas Educacionais...... 39 4.11.1-Ensino...... 40 4.11.2-Aprendizagem...... 40 4.11.3-Conteúdos...... 40 4.11.4-Conhecimento...... 40 4.11.5-Avaliação...... 40 PARTE ll 5 - Níveis de Ensino – Educação Básica...... 41 5.1-Educação Infantil...... 41 5.2-Gráficos Demonstrativos da Educação Infantil...... 46 5.3-Metas e Estratégias para a Educação Infantil...... 47 6 - Ensino Fundamental...... 49 6.1-Gráficos Demonstrativos do Ensino Fundamental...... 53 6.2-Metas e Estratégias para o Ensino Fundamental...... 57 7 - Ensino Médio e Educação Profissional...... 59 7.1-Gráficos Demonstrativos do Ensino Médio e Educação Profissional...... 60

7.2-Metas e Estratégias para o Ensino Médio e Educação Profissional...... 61 PARTE lll 8 - Educação Inclusiva...... 64 8.1-Gráficos Demonstrativos da Educação Inclusiva...... 67 8.2-Metas e Estratégias para a Educação Inclusiva...... 68 9 - Educação de Jovens e Adultos...... 71 9.1-Gráficos Demonstrativos da Educação de Jovens e Adultos...... 74 9.2-Metas e Estratégias para a Educação de Jovens e Adultos...... 75 10 - Ensino Superior...... 78 10.1-Metas e Estratégias para a Ensino Superior...... 79 11 - Qualidade da Educação Básica...... 80 11.1-Metas e Estratégias...... 80 12 - Educação em Tempo Integral e Elevação da Escolaridade...... 84 12.1-Metas e Estratégias da Educação de tempo Integral...... 84 12.2-Gráficos Demonstrativos da Educação em tempo integral...... 85 12.3-Metas e Estratégias da Elevação da Escolaridade Média...... 86 12.4-Gráficos Demonstrativos da Elevação da Escolaridade Média...... 87 PARTE lV 13 - Magistério da Educação Básica...... 89 13.1-Formação de Professores e valorização do Magistério...... 89 13.2-Gráfico da Formação e atuação dos professores...... 90 13.3-Gráfico da Valorização dos Professores...... 91 13.4-Metas e Estratégias Associados a Formação dos Profissionais da Educação...... 92 13.5-Metas e Estratégias Associadas a Valorização dos profissionais da Educação...... 94 14 - Gestão Democrática...... 96 14.1-Metas e Estratégias da Gestão Democrática...... 96 15 - Financiamento da Educação...... 98 15.1-Tabela de Demonstrativos...... 98 15.2-Metas e Estratégias do Financiamento da Educação...... 100 16 - Acompanhamento, controle e avaliação do Plano...... 103 17 - Referências Bibliográficas...... 104 18 - Anexos...... 106 Mensagem Final...... 131 Agradecimentos...... 132

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APRESENTAÇÃO

Em cumprimento ao estabelecido no Plano Nacional de Educação sobre a elaboração de planos decenais regido pela emenda 59/2009, por parte dos sistemas de ensino, o município de Entre Rios do Sul, realizou, em abril de 2015, três Conferência Municipais de Educação, sob a Coordenação da Comissão de Organização do Plano Municipal de Educação (PME), da Secretaria Municipal de Educação e do Conselho Municipal de Educação, com representação dos diversos segmentos da comunidade educativa e de representantes da sociedade civil. A última Conferência aconteceu no dia 12 de maio na sede do município e foi a culminância de um trabalho iniciado em fevereiro do corrente ano, a partir da realização dos Encontros com os professores municipais e estaduais e colaboradores, Secretaria de Saúde, Secretaria de Ação Social e Cidadania, Secretaria de Agricultura, Secretaria de Finanças, EMATER e Jurídico da Prefeitura. Todo esse processo resultou na elaboração do novo Plano Municipal de Educação (PME), desde o diagnóstico, fundamentação teórica, metas e estratégias para os níveis e modalidades da educação e texto final, este se constituindo, principalmente, como documento norteador das ações educacionais do município, para o período de 2015 a 2025.

Faz-se importante salientar que os níveis e modalidades de ensino cuja oferta não constitui atribuições do poder público municipal (Ensino Médio, Ensino Médio Profissional e Educação Superior) foram mantidos no plano, como metas voltadas para observância do seu atendimento pelos órgãos competentes, ou ainda para o estabelecimento de parcerias visando a soma de esforços, objetivando suprir as demandas, pois somos um município de pequeno porte e não há como não se envolver com as necessidades de toda a população.

Dessa forma, o Plano Municipal de Educação do município de Entre Rios do Sul (2015-2025), está organizado em quatro partes, cada parte em capítulos. A primeira parte é constituída pelo capítulo 1, o qual está focado na elaboração de um breve histórico da Educação no Brasil de acordo com os Planos Nacionais e Estaduais de Educação, onde o leitor poderá ter acesso a forma de como foi organizado o Documento Base do Plano Municipal de Educação, bem como suas etapas de elaboração. Já o capitulo 2 trata do município de Entre Rios do Sul, sua história que permitirá ao leitor conhecer os primeiros colonizadores, origem do território, impactos culturais e ambientais produzidos pela USINA HPF, plebiscito e origem do nome do novo território, características físicas, culturais e educacionais, indicadores oficias financeiros e demais indicadores, trazendo presente a

13 agricultura, a pecuária, a bacia leiteira, a indústria, o comércio e serviços, bem como a população. No capítulo 3 são apresentadas as diversas concepções educacionais e de sujeitos do processo, concepções de homem, sociedade, democracia, autonomia, cidadania, educação, cultura, currículo, infância, adolescência, escola, aluno, ensino e aprendizagem.

Na parte II que compreende os capítulos, 4, 5 e 6, que tratam dos níveis de ensino da educação básica e modalidades de ensino, apresentando gráficos e demonstrativos, metas e estratégias referentes à educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação profissional, educação inclusiva, educação de jovens e adultos, educação a distância, tecnologias educacionais e ensino superior. No capítulo 7, fala-se sobre a qualidade da educação, educação integral e elevação da escolaridade, com suas metas e estratégias.

A terceira parte abrange os capítulos 8 e 9, nos quais são feitas abordagem em relação aos profissionais da educação básica, formação de professores e valorização do magistério, gestão democrática e financiamento da educação com propostas de metas e estratégias.

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Etapas da elaboração do Plano Municipal de Educação

A elaboração do Plano Municipal de Educação congrega diversos setores e colaboradores no desenvolvimento das etapas.

A tabela mostra as diversas etapas do PME.

DATAS AÇÕES AGENTES ENVOLVIDOS 2013 Constituição do FME Vários segmentos e setores 12/2014 Leitura do PME em Gestores/Professores/Funcionários vigência. 26/12/14 a Levantamento de dados CME, FME, Professores, Funcionários e 10/02/15 para o diagnóstico colaboradores 19/02/15 Portaria das comissões dos Professores que atuam nos diferentes níveis e níveis de ensino modalidades 11/02/15 Portaria de nomeação da Poder Executivo C. de Org. do PME 11/02/15 a Redação do Documento Comissão de Organização do PME. 10/04/15 Base Equipe da Secretaria de Educação. 14/04/15 Conferência Comunidade Equipe da Secretaria de educação, de V. União. Comissão de Organização 24/04/15 Conferência Comunidade Equipe da Secretaria de Educação, de Alto Alegre. Comissão de Organização 29/04/15 Conferência na cede do Equipe da Secretaria de Educação, município. Comissão de Organização 03/05/15 Apresentação do PME ao Secretaria de Educação e comissões dos legislativo municipal. Níveis. 12/5/15 Leitura pública do PME Equipe da Secretaria de Educação, comunidade Comissão de Organização 15/05/15 Elaboração do Projeto de Jurídico da Prefeitura Lei 31/05/15 a Apreciação do PME pelo Poder Legislativo 08/06/15 Legislativo 09/06/15 Entrega do documento ao Comissão de Organização do Plano Municipal Executivo de Educação (PME)

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INTRODUÇÃO

O documento que aqui apresentamos é uma proposição de educação para o município de Entre Rios do Sul no decênio 2015-2025 em conformidade com PNE, contida no art.214 da Constituição Federal de 1988. O referido Plano, objetiva articular e desenvolver o ensino em seus diversos níveis e, ainda, integrar as ações do poder público, voltadas a erradicar o analfabetismo, universalizar o atendimento escolar, melhorar a qualidade do ensino, formar para o trabalho e promover humanística, científica e tecnologicamente o país.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

O Plano Nacional de Educação, em síntese, define as diretrizes para a gestão e o financiamento da educação, as metas e estratégias para cada nível e modalidade de ensino, e ainda a formação e valorização do magistério e demais profissionais da educação, no período de dez anos.

Ainda de forma sintética, podem ser destacados como principais objetivos do PNE a elevação do nível de escolaridade da população, a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis, a redução das desigualdades no que se refere ao acesso, à permanência e sucesso do aluno na escola pública, e gestão democrática do ensino público.

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O município de Entre Rios do Sul, em conformidade com a legislação vigente, vem desenvolvendo ações no sentido de elevar a qualidade da educação oferecida a sua população, melhorando assim, os indicadores educacionais.

Contudo, embora os dados informem que o município vem adotando uma política educacional consistente, é preciso reconhecer que o caminho em busca da qualidade é longo e desafiador, tendo em vista a existência de demandas ainda não superadas, principalmente no que diz respeito à infraestrutura escolar, vagas em creche, educação de jovens e adultos, informatização da rede comprometimento da família e de órgãos públicos parceiros.

Sendo assim, integrar os esforços necessários para a elevação da qualidade da educação da população local, em todos os níveis e modalidades de ensino, constitui-se como principal objetivo deste Plano e faz-nos compreender que esses esforços perpassam por diversas dimensões, dentre elas a política, a administrativa, a técnica e a financeira, voltadas para atender aos padrões básicos de funcionamento das escolas, permitindo à sociedade uma maior participação e controle social mais efetivo das ações do poder público.

Vale ressaltar que, embora a proposta seja de que todas as metas sejam consolidadas até 2025, as ações aqui estabelecidas são demandas sociais, e ultrapassam interesses de partidos ou do governo municipal. Em outras palavras, o Plano municipal de Educação configura-se como documento do território do município para mais de uma gestão pública.

O Documento apresenta uma visão democrática, pois foi elaborado pela Comissão Executiva da Secretaria de Educação, Comissão de Organização do PME, nomeada pela portaria administrativa 05 /15 de 11 de fevereiro de 2015 CME, criado pela Lei nº 165/91 e alterado pela Lei municipal nº 761/98 a atual gestão foi nomeada pela portaria nº 015/13 de 3 de junho de 2013, e acompanhado pelo Fórum Municipal de Educação, instituído pelo decreto do Executivo nº 2.244 de 19 de abril de 2013 composto por 44 membros representantes de seguimentos e setores ligados a educação, entidades e sociedade civil. Ainda contamos com a colaboração das escolas municipais e estadual e comunidade escolar.

O PNE é uma conquista da sociedade brasileira, cuja obrigação de ser realizado é determinada pelo art. 214 da Constituição Federal, estabelecido em lei específica conforme

17 redação da Emenda Constitucional nº 59/2009. Ele veio atribuir também aos municípios a responsabilidade da elaboração de seus planos de educação em um prazo máximo de um ano após a aprovação do mesmo, em concordância com os planos estaduais e federais, integrando um conjunto de diretrizes, metas e estratégias para todos os entes federados.

È necessário ter responsabilidade política para enfrentar os três grandes desafios do PNE e como conseqüência os desafios do território municipal, a oferta de matrículas em creche, de 6 meses a 3 anos, a oferta de matrículas de crianças de 4 e 5 anos que vão para a pré-escola e finalmente universalizar o atendimento de crianças de 4 a 17 anos com necessidades especiais.

A educação com qualidade social ultrapassa os limites da escola perpassando todos os canais da sociedade onde a instituição está inserida, para isso se faz necessário um olhar democrático sobre a educação, rompendo com mecanismos tradicionais, repensando currículos e repensando formação dos trabalhadores em educação. A democratização da educação no Brasil está em processo, porém ainda vivemos a mercê das hierarquias, do problema crônico da exclusão, da evasão escolar, o que aprofundam ainda mais as desigualdades sociais, neste contexto a escola é ainda a única instituição capaz de promover a inserção social.

As críticas à educação são muitas em função do baixo desempenho de nossas crianças, porém, nota-se que são ignorados o modelo de desenvolvimento econômico e social, a corrupção, a obrigação de elevar os índices a revelia da qualidade. Nosso papel de ente público é organizar um espaço democrático, dando voz aos diferentes grupos, por isso salientamos a importância de um Plano Municipal de Educação com a cara da comunidade.

Depois de elaborado o Documento Base, o Plano Municipal de Educação foi debatido com a comunidade por meio de três conferências, onde toda a sociedade foi convidada a participar. Concluído o PME, este se transforma na garantia de Políticas Públicas mais eficientes e para todos, pois este tem força de lei para atender as demandas sociais. Para concluir, acreditamos que o Plano Nacional de Educação seja a origem para o desenvolvimento do PEE e do PME, pois ele é constituído de 20 metas e 253 estratégias que contemplam todas as etapas e modalidades da educação, valorização dos profissionais da educação, gestão democrática e financiamento da educação, apresentado as seguintes metas:

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Meta1 Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos até o final da vigência do PNE.

Meta2 Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a população de seis a 14 anos e garantir que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência do PNE.

Meta3 Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período de vigência do PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%.

Meta4 Universalizar, para a população de quatro a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.

Meta5 Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até os oito anos de idade, durante os primeiros cinco anos de vigência do plano; no máximo, até os sete anos de idade, do sexto ao nono ano de vigência do plano; e até o final dos seis anos de idade, a partir do décimo ano de vigência do plano.

Meta6 Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.

Meta7 Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB.

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Meta8 Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudo no último ano de vigência do Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE.)

Meta9 Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência do PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.

Meta10 Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, na forma integrada à educação profissional, nos ensinos fundamental e médio.

Meta11 Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% de gratuidade na expansão de vagas.

Meta12 Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta.

Meta13 Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%, sendo, do total, no mínimo, 35% de doutores.

Meta14 Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.

Meta15 Garantir, em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de um ano de vigência do PNE, política nacional de formação dos

20 profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do art. 61 da Lei nº 9.394/1996, assegurando-lhes a devida formação inicial, nos termos da legislação, e formação continuada em nível superior de graduação e pós-graduação, gratuita e na respectiva área de atuação.

Meta16 Formar, até o último ano de vigência do PNE, 50% dos professores que atuam na educação básica em curso de pós-graduação stricto ou lato sensu em sua área de atuação, e garantir que os profissionais da educação básica tenham acesso à formação continuada, considerando as necessidades e contextos dos vários sistemas de ensino.

Meta17 Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência do PNE.

Meta18 Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

Meta19 Garantir, em leis específicas aprovadas no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a efetivação da gestão democrática na educação básica e superior pública, informada pela prevalência de decisões colegiadas nos órgãos dos sistemas de ensino e nas instituições de educação, e forma de acesso às funções de direção que conjuguem mérito e desempenho à participação das comunidades escolar e acadêmica, observados a autonomia federativa e das universidades.

Meta20 Ampliar o investimento público em educação de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no quinto ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB no final do decênio.

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A Educação no Brasil e os PNEs.

Na organização da educação brasileira, ao longo de sua história, tínhamos a construção de um sistema de ensino que se adequava as necessidades contemporâneas, porém nesse contexto de demandas de interesses, o papel da escola brasileira é organizar- se como esfera pública e democrática contribuindo na formação de cidadão de fato e de direito.

Faremos uma breve contextualização da trajetória evolutiva da educação brasileira que começou a ser sentida como necessária a partir da falta de mão- de- obra especializada. Então foram feitos alguns investimentos em educação e o Ministério da Educação sancionou em meados de 1930 decretos de organização do Ensino Secundário. Quatro anos depois, foram instituídos o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação, nesta mesma época, foi organizado o ensino primário de cinco anos, o curso ginasial de quatro anos e o ensino secundário com no mínimo três anos de duração.

A LDB de 1946 determinava a obrigatoriedade do ensino primário. Em 1953 a educação passa a ser administrada por um ministro próprio MEC. Já em 1962 foi criado o PNE sofrendo alterações, três anos depois de sua criação, neste período foi criado o Programa Nacional de Alfabetização, adotando-se o método de Paulo Freire.

No período ditatorial (1964 a 1985), dá-se apoio a pesquisa e cria-se o ensino de oito anos, acontece a expansão das universidades, foi criado o MOBRAL com o objetivo de erradicar o analfabetismo no país.

Em 1971 foi formulada a nova LDB, aprovada pela lei 4.020/71, ela deu ênfase a educação profissionalizante. Nessa época foram extintas as disciplinas de História, Geografia, Filosofia e Sociologia e criadas às disciplinas de Estudos Sociais, Educação Moral e Cívica, e OSPB. Um novo projeto de educação é aprovado em 1996 com a nova LDB 9394/96, com ela foi criado o FUNDEF, hoje FUNDEB, o SAEB, o ENEM, o ENC Exame Nacional de Cursos.

Com a constituição de 1988, retoma-se a ideia de PNE decenal da educação, deixando este de ter caráter plurianual que até então eram elaborados em gabinetes. Com

22 a nova LDB é que se tornou obrigatório a construção de um Plano Nacional de Educação para o decênio. (2001 - 2010).

O atual PNE tem também a duração de 10 anos e nasceu do árduo trabalho feito nas CONAEs, realizadas a nível municipal, intermunicipal e estadual. O município de Entre Rios do Sul em 2013, sediou a Conferência intermunicipal de Educação, envolvendo 12 municípios da região da AMAU no Alto Uruguai do RS.

Atualmente a educação brasileira obteve alguns avanços no que tange ao analfabetismo que decresceu, houve aumento no número de matrículas e crescimento da média de escolaridade da população, paralelo aos avanços existe grandes desafios para diminuir a taxa de evasão escolar no ensino fundamental, a repetência e a falta de investimentos.

O Brasil tem uma das maiores cargas horárias de ensino, 800h e 200dias letivos no mínimo, com previsão de aumento gradativo da permanência dos estudantes na escola.

O sistema educacional brasileiro regular compreende a educação básica assim organizada: Educação Infantil, Ensino Fundamental e ensino médio, sendo que o município deve atuar prioritariamente nas duas primeiras etapas. A educação infantil é oferecida em creches para crianças de até três anos e em pré-escolas para crianças de quatro a cinco anos.

Já o ensino fundamental tem duração de nove anos e é etapa obrigatória. A faixa obrigatória da educação básica é de 4 a 17 anos. O ensino médio etapa final da educação básica tem duração de no mínimo três anos.

Além disso, integram a educação formal, a educação especial, de jovens e adultos e educação profissional. A Educação Superior abrange cursos de diferentes áreas, também fazendo parte deste nível as especializações em pós-graduação.

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PARTE I

2 IDENTIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO

2.1. Origem do território

Entre Rios do Sul, antes denominado de Vila Alegre, foi desmembrado do município de São Valentim, Vila Alegre nascia com a chegada dos seus primeiros moradores.

(Localização do município de São Valentim)

2.2. Primeiros colonizadores Os primeiros moradores da então Vila Alegre que, diga-se de passagem, foram grandes desbravadores e em muito contribuíram para esta terra dos pinhais e do lobo guará pudesse ser o que é hoje. Nossos pioneiros eram de descendência italiana, alemã, polonesa e cabocla, viviam tranquilamente com suas famílias, na atividade agrícola e de pequenos comércios. Não demorou e viria a transformação, o primeiro levantamento para a construção de uma usina gerou boas expectativas para os poucos moradores, mas grande também preocupação.

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2.3. Presença estranha

A construção da Usina Hidrelétrica do Rio Passo Funda oportunizou trabalho e renda para muitas pessoas, mas logo se sentiu a interferência de culturas, o que é um ponto positivo sob a ótica da diversidade, porém para os moradores tudo mudou, pois eles tinham como únicas opções, a missa do domingo, as festas das comunidades, jogos de futebol, oportunidade em que todos se reuniam para conversar e para fazer visitas aos vizinhos. Este tempo foi de muitas dificuldades, mas todos se ajudavam em sistema de troca de serviços “mutirões”. Não havia hospitais, então, as parteiras ajudavam as mães a terem seus filhos. Para modificar esses hábitos, em 1965 chegaram pessoas de diversas regiões e até de outros países para servirem de mão-de-obra na usina, estas foram se integrando à comunidade e inevitavelmente modificando costumes, tradicionais e culturais, causando até certo desconforto à comunidade local, pela diferença de classe, pelo modo de vida. Foi um tempo de interferências e de enriquecimento cultural.

2.4. Impactos ambientais Anterior a construção da usina UHPF, nosso município era coberto por uma vasta floresta de mata nativa, com biomas da floresta Atlântica. A interferência na vegetação nativa deu-se por dois fatores: desmatamento para a produção agrícola e para aninhar o leito do lago da barragem. Hoje, a mata nativa ocupa aproximadamente 5% do nosso território, já podemos ver alguns reflorestamentos com espécies exóticas como eucaliptos, pinos e acácias. A madeira desta produção reverte-se para a produção de carvão, e beneficiamento ou consumo nas propriedades. As matas ciliares não são suficientes para evitar o assoreamento de nossos mananciais, porém as águas entreriossulense ainda não apresentam elevado grau de contaminação e são utilizadas para a geração de energia, criação de peixes, prática de esportes náuticos e lazer da população local e dos turistas. O relevo do município também sofreu modificações consideráveis, foi desviado o curso do rio , a limpeza do lago, abertos túneis através de detonações subterrâneas. As partes acidentadas do relevo e que foram cultivadas sofriam muitos deslizamentos de solo, sendo que a terra boa era levada para dentro dos rios, há alguns anos para sanar impactos danosos ao solo adotou-se a prática de plantio direto. Sendo parte do Planalto Meridional nosso território é constituído de áreas acidentadas que hoje

25 são utilizadas para o reflorestamento e as planas reservadas para a prática da agricultura. Temos poucos agricultores manuais, pois a maior parte agricultável do município é mecanizada. O solo entreriossulense é formado por rochas basálticas, de coloração vermelho-escuro e atinge uma profundidade de 250 cm.

2.5. Impactos culturais

Os moradores de Entre Rios do Sul com sua cultura restrita devido a baixa escolarização e ao reduzido número de habitantes, sentiu-se invadido pela presença estranha, pelo aumento da população, pelos costumes diferentes, por línguas diversas, situação econômica que oportunizou o desnível de classes. Eis que chegaram os trabalhadores para a construção da Usina, eles eram de todos os lugares do Brasil, baianos, paulistas, paranaenses, goianos e de vários outros países, japoneses, russos, indianos, americanos, argentinos. Segundo os moradores mais antigos, até então a vida deles era assim: a missa do domingo e as festas das comunidades, bem como os jogos de futebol do domingo à tarde, era a ocasião de encontro de praticamente toda a população onde rezavam, sabiam das novidades, namoravam e até conseguiam casamento. A prática da vizinhança era fazer “serões”, as visitas noturnas aos amigos e parentes. Era um tempo de muitas dificuldades, mas todos se ajudavam sem esperar nada em troca. Para ter filhos, as mulheres não iam ao hospital. Havia a parteira, que se dispunha a atender as companheiras a qualquer hora do dia. As escolas municipais eram atendidas por São Valentim, distante 28 km de Vila Alegre. A professora dava aulas para todas as séries, fazia merenda, limpava a sala e era uma das autoridades na localidade. Não havia transporte escolar, nem Ensino Fundamental de séries finais ou Ensino Médio. A população buscava atendimento médico em São Valentim, ou . Nossos agricultores produziam quase tudo o que precisava para a alimentação da família, sendo necessário comprar muito pouco. Foi em meados de 1965, que esta vida tranqüila foi interrompida, para acolher os “forasteiros” para servir de mão-de-obra na construção da Usina, então, pessoas de diversas regiões integraram-se à comunidade local, modificando hábitos tradicionais e culturais. Essa população com já mencionamos, oriunda de diversas partes do Brasil e do mundo interferiram nos costumes e modo de viver da comunidade, desestruturando os antigos traços culturais, principalmente entre os jovens. Uma das principais mudanças ocorridas nessa época (1970) foi a inauguração da primeira boate da localidade e das regiões vizinhas e as primeiras casas de tolerância, que atraía pessoas de toda a região.

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Hoje, apesar da saída de grande parte do pessoal envolvido com a construção da barragem, os costumes se resumem ainda em poucas atividades como: festas religiosas, bailes e atividades esportivas, já que a população diminuiu consideravelmente, principalmente os jovens que saíram do município em busca de oportunidades, ficando praticamente só os idosos e estes na sua maioria migraram para a cidade. Na sede do município, contamos com as festas das igrejas locais, jantar do Leitão ao Mel, bailes, promoções do Centro de Cultura, campeonatos de futebol, futsal, bocha, comemorações à semana farroupilha, festas juninas, feira de agronegócios e a motonáutica, que acontece anualmente na área turística da barragem.

Paralelo ao evento da Motonáutica percebeu o surgimento de contravalores, como a promiscuidade e a difusão de drogas, pela aglomeração de pessoas vindas dos mais diversos pontos do estado e dos estados vizinhos. Nesse contexto, as escolas não conseguem ser o principal veículo de transmissão e preservação de valores éticos, culturais e morais para essa nova geração que aqui vive. Contribui ainda para isso, que algumas famílias perderam sua estrutura, finalidade e base de valores e conseqüentemente, sua identidade este evento também é fator de invasão dos bons costumes das pessoas.

Atualmente, a perda de valores está presente também através das redes sociais, trazendo como conseqüência a imitação de modelos, o individualismo, o consumismo e a total desestruturação familiar, porém percebemos que as pessoas nunca escreveram e leram tanto quanto nas redes sociais das quais são usuários, este é um fator positivo. Vivemos um tempo de novas relações afetivas onde há opções sexuais diferentes, que muitas vezes chocam quem não está preparado para esta nova realidade.

Apesar dos efeitos nocivos que as redes sociais produzem na população, a informatização pode ser considerada também como um ponto positivo, no que se refere à informação, cultura e agilidade de serviços, pois a maioria das pessoas tem acesso a essa ferramenta e podemos em um minuto nos conectarmos além fronteira.

A religião predominante é a Católica, mas identificamos outras seis Igrejas que também estão presentes no município e que fazem seus adeptos.

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2.6. Aspectos Educacionais

Entre Rios do Sul, pertence a 15ª Coordenadoria de Educação, sediada na cidade de Erechim- RS.

O Município conta com duas redes de ensino: Municipal e Estadual. A rede municipal possui atualmente quatro escolas: 03 escolas de Ensino Fundamental e 01 escola de Educação Infantil. No passado não muito distante foram necessárias algumas medidas contrárias aos anseios da comunidade escolar, a nucleação de 8 escolas municipais, devido ao reduzido número de alunos. Hoje a realidade que se desenha é quase a mesma do passado, o número de alunos vem caindo vertiginosamente. Apontamos como prováveis causas, o êxodo rural, o controle da natalidade, o envelhecimento da população, as mudanças de domicílio, tanto é que as escolas rurais estão com um número reduzido de alunos, uma delas com 20 alunos moradores da comunidade que estão distribuídos em quatro turmas multisseriadas, prejudicando assim o trabalho do professor e o aprendizado dos alunos, além de envolver transporte terceirizado e próprio e 14 profissionais da educação sem contar os motoristas. É uma situação bem complicada, pois se desativarmos a mesma vai causar um grande impacto social, as crianças dão vida à comunidade, porém os gastos são grandes e o aprendizado não é o desejável. Já nas escolas urbanas a demanda vem aumentando, nossos alunos são provenientes de classes menos favorecidas e as famílias têm um elevado número de filhos, há circulação interna da população, movimento migratório entre municípios, como conseqüência, a Escola Municipal de Ensino Fundamenta Padre Réus já não possui vagas para determinadas turmas, mas o município está construindo uma nova escola de 6 salas para acomodar a demanda.

A formação continuada dos professores da rede municipal está sendo oferecida antes de começar o ano letivo e durante o recesso de julho. Essa formação ultrapassa a 40 horas e traz conteúdos condizentes com a sua área de atuação.

No ano de 2015 será aprovado o Plano de Carreira do Magistério Público de Entre Rios do Sul, que contempla o pagamento do Piso Salarial Nacional, as horas atividades de 1/3 que são reservadas para elaboração de aulas, correção de trabalhos, participação em reuniões pedagógicas, elaboração de projetos, também contempla a progressão na carreira através da avaliação de desempenho.

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A Rede Municipal de Ensino desenvolve programa saúde bucal, além do atendimento das crianças por psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapia quando necessário e visita de agentes de saúde nas residências.

Os alunos com deficiência são atendidos em uma sala de recursos multifuncional na Escola Municipal Padre Réus, em turno contrário ao horário escolar.

Os alunos matriculados na rede Municipal de Ensino, quase na sua totalidade, utilizam o transporte escolar, oferecido pela Administração Municipal.

A merenda escolar é servida diariamente a todos os alunos, preparada com qualidade e variedade, dentro das normas higiênicas, acompanhada por nutricionista que além do cardápio, desenvolvem atividades educativas quanto aos hábitos corretos na alimentação e orientação profissional. Na escola de Educação Infantil, além da merenda escolar, também é servido almoço para as crianças do turno integral. Atualmente está sendo desenvolvido o Projeto Educação Nutricional “Comida Colorida é Saúde Garantida”, com os alunos do turno integral e pré-escolar ll, visando a formação de hábitos saudáveis e como medida de prevenção à saúde.

As escolas municipais têm por princípio a interação dos sujeitos da aprendizagem, cumprindo um papel além do ensinar conteúdos, mas são cenários de idéias, de valores, interesses e modos de ser e agir, de construção de conceitos e habilidades, de representações e atitudes perante a dignidade da vida, dos direitos, das diferenças de gênero, raça, etnias e ritmos, em fim a escola é um espaço de vivências culturais.

Embora se tenha todo o empenho em se construir uma realidade diferente com as pessoas, nosso maior desafio é o enfrentamento da falta de motivação para o estudo, a indisciplina, a falta de limites e a ausência da família. Tomamos esses referenciais para construir um currículo que agregue o conhecimento tácito com o conhecimento processado pela escola, de forma que este seja dinâmico e sujeito a adaptações.

Em 2015 reformulamos a grade curricular, acrescentando ao currículo a disciplina de Filosofia e Arte em algumas turmas que não estavam sendo contempladas. A Educação de Entre Rios do Sul enfrenta problemas de falta de recursos humanos para certas áreas do conhecimento dentre elas destacamos a disciplina de Língua Estrangeira. Neste ano sentimos maiores dificuldades ainda na questão de recursos humanos, pois implantamos 1/3 de horas atividades para o quadro do magistério.

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Temos certeza que o exposto não transpareceu a dedicação silenciosa de nossos profissionais da educação, a realização de cada projeto que nasce e viabiliza as conquistas, os avanços a concretização dos sonhos das escolas, e da comunidade escolar. Ressaltamos ainda, o apoio recebido das Associações Círculos de Pais e Mestres, dos Conselhos Escolares, Conselho de Educação, da Rede de Apoio a Escola, que é um trabalho voluntário e anônimo, mas contribui decisivamente para que o processo ensino- aprendizagem ocorra da melhor forma possível e dê a Entre Rios do Sul a credibilidade educacional, que garanta o acesso de todos, ingresso, permanência e sucesso da comunidade estudantil.

2.7. O novo Município Em 1963, através do decreto nº 067 de 04 de outubro de 1963, foi criado o 4º distrito de São Valentim, Vila Alegre. Em 1965, por divergência de opiniões, formaram-se duas comissões, uma pela permanência de Vila Alegre como integrante de São Valentim e outra pela reintegração ao município de Campinas do Sul. Após um plebiscito, venceu a Comissão da Permanência a São Valentim. Em 1987, iniciou-se uma campanha pró-emancipacionista, que culminaria com um plebiscito em 10 de abril de 1988, quando com a aprovação de todos, Vila alegre passa a condição de município, nesse mesmo ato foi votada a mudança ou não do nome, passando assim a denominar-se Entre Rios do Sul, devido estar localizado entre dois rios. Oficialmente Entre Rios do Sul passa a existir no dia 05 de maio de 1988, criado pela Lei Estadual nº 8.614.

2.8. Características Físicas Localizado na Região do Alto Uruguai, ao Norte no , fazendo parte da microrregião de Erechim, distante aproximadamente 450 km da capital . Possui uma área de 120,1 km² e uma altitude de 607 metros acima do nível do mar. Limita-se atualmente ao Norte com o município de ; ao Sul com o município de ; a Oeste com o Rio Passo Fundo e confluência com o Lajeado Santa Paulina, ao Leste com o município de São Valentim.

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O clima é Subtropical mesotérmico, constante, úmido, temperatura maior que 22º e em média menor que 18º, com geadas no inverno. O relevo do município apresenta áreas planas e acidentadas sucessivamente, pois o mesmo faz parte do Planalto Meridional. Em média, a profundidade do solo atinge mais ou menos 250 cm, de coloração vermelho- escuro e desenvolvido a partir de rochas basálticas.

Quanto à hidrografia, os principais mananciais de água existentes são os rios: Passo Fundo e Erechim, e o lago resultante da Barragem do Rio Passo Fundo, cuja Usina Hidrelétrica (UHPF) é utilizada para geração de energia elétrica, e o lago para a criação de peixes, esportes náuticos e lazer.

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3 INDICADORES OFICIAIS DE ENTRE RIOS DO SUL

Indicadores gerais do município

Área de unidade territorial 120,068 km²

Estabelecimento de Saúde SUS 2 estabelecimentos

Matrícula - Ensino fundamental - 2012 398 matrículas

Matrícula - Ensino Médio - 2012 131 matrículas

PIB per capita 42.752,42 reais

População residente 3.080

População residente - Homens 1.556

População residente - Mulheres 1.524

População residente que frequentava creche ou escola 731

3.1. Indicadores diversos e financeiros:

Principais atividades econômicas % ICMS

2,24 0,92

0,24 8,06 8,13 Produção animal e vegetal Indústria de transformação Indústria de beneficiamento Comércio atacadista Comércio varegista Serviços e outros 80,41

Figura 1

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Estrutura Fundiária 9000

8000

7000 6000 5000 4000 Menos de 5 3000 De 5 a menos de 20 2000 De 20 a menos de 50 1000 De 50 a menos de 100 0

Tamanho das propriedades (ha) propriedades das Tamanho Prop. Área De 100 a menos de 200 % % (nº) (ha) De 200 a menos de 500 Menos de 5 42 10,4 123,5 1,52 De 500 a menos de 1.000 De 5 a menos de 20 228 56,44 2660 32,64 Mais de 1.000 De 20 a menos de 50 100 24,75 2916 35,78 De 50 a menos de 100 29 7,18 2008 24,64 Total De 100 a menos de 200 3 0,74 442 5,42 De 200 a menos de 500 2 0,50 0 0,00 De 500 a menos de 1.000 0 0,00 0 0,00 Mais de 1.000 0 0,00 0 0,00 Total 404 8149,5

Figura 2

Declaração de aptidão 400 371 353 350

300

250

200

150

100

50 6 12 0 Mulheres Jovens Homens Total DAP Ativas

Figura 3

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3.1.1. Agricultura

A agricultura é uma importante fonte de renda do nosso município, sendo uma das principais atividades que gera divisas significativas. Hoje já não é mais possível pensar na forma tradicional de produção em que a agricultura girava em torno da monocultura, nossos agricultores estão modernizando seu modo de produção influenciado pelas rápidas mudanças e as exigências de mercado. A agricultura que era de sobrevivência tornou-se um mercado competitivo, a cada safra se produz mais por hectares e com melhor qualidade.

Nossos agricultores se tornaram também empresários rurais que necessitam fazer uso cada vez mais das tecnologias, para saber a capacidade produtiva do solo e como torná-los mais fértil.

Por outro lado começaram correr atrás do prejuízo, nossos solos exauridos de sua capacidade produtiva, devido à maneira desenfreada para obter lucro, por razões sociais ou até mesmo por falta de orientação técnica, pela prática da monocultura, pelo uso indiscriminado de fertilizantes e agrotóxicos, que além de contaminarem alimentos, deixam nossas águas impróprias, por isso esse novo olhar que busca práticas mais sustentáveis através de adubação orgânica, manejo de culturas, plantio direto dentre outros.

Parte da agricultura de precisão de nosso município é exportada para outros estados e países, especialmente a soja e milho. Além da agricultura de precisão, nosso município também incentiva os agricultores com menor capacidade produtiva e os agricultores familiares, bem como a instalação de agroindústrias no campo.

A prática da agricultura familiar contribui para a segurança alimentar das pessoas e agrega renda às propriedades.

Entre Rios do Sul, conta com vários agricultores familiares, destes 7 produzem para venderem seus produtos na feira do agricultor e para a merenda escolar servidas nas escolas da rede municipal e estadual, pois cerca de 30% dos recursos são recebidos do FNDE, via PNAE. A aquisição da agricultura familiar é feita por meio de Chamada Pública. Devem ser gasto na aquisição de produtos da agricultura familiar, por serem eles fresquinhos, de boa qualidade, diversificados de procedência. Estes agricultores são acompanhados e orientados pela EMATER.

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3.1.2. Pecuária

No município de Entre Rios do Sul há aproximadamente 5.000 cabeças de gado, distribuídos entre gado leiteiro da raça holandesa, de corte, das raças nelores e zebus e boi carreiro, também há criação de búfalos, gado de cria e recria.

A suinocultura também agrega valores à renda de vários agricultores aqui residentes, parte da produção é transformada em embutidos ou carne que é consumida pelas população local, sendo que o restante é vendido fora do município. A criação de animal consome grande parte do milho produzido nas propriedades rurais que é transformado em ração ou silagem atingindo 70% da produção que é usado no reforço alimentar dos animais em tempos escasso de pastagens especialmente, para o gado leiteiro. A contribuição decorrente do ICMS da produção animal é de 8,06%.

3.1.3. Bacia leiteira

A produção de leite fortaleceu a agricultura, que passou a representar uma parcela significativa na composição da renda de nossos agricultores e suas famílias, com a diversificação de sua atividade, o que oportunizou aos mesmos fazerem investimentos na qualidade do rebanho, em equipamentos, instalações dentro das normas da vigilância sanitária.

Entre Rios do Sul, possui 1.270 vacas leiteiras, que produzem 4.465.000 de litros de leite mensalmente, representando 2% para a economia do município. O leite produzido é recolhido por cooperativas, que transportam para a indústria de queijos, laticínios e outros derivados.

A atividade leiteira exige total dedicação de tempo, dá bastante trabalho, pois além da ordenha, são necessários cuidados com a saúde e alimentação dos rebanhos, limpeza de instalações e utensílios, mas é uma alternativa viável e que possibilita nosso agricultor a ter mais de uma fonte de renda, ficando assim protegido se houver intempéries, motivando assim sua permanência no campo.

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3.1.4. Indústria

Por ser um município com área territorial pequena cerca de 120, 56 Km, e não possuir acesso asfáltico, as indústrias não encontram atrativo para aqui se instalarem, mesmo que lhes sejam proporcionados incentivos fiscais. Então contamos somente com poucas indústrias, praticamente familiares e com um número pouco significativo de funcionários, porém esta também dá a sua parcela de contribuição para alavancar a economia.

Entre Rios do Sul conta com uma fábrica de Jeans que emprega aproximadamente 12 funcionários, uma malharia com mais cinco funcionários, três metalúrgicas que empregam mais quatro funcionários e familiares. A produção industrial é absorvida localmente e parte dela é comercializada fora do município e até para outros estados que é o caso dos Jeans. Ainda contamos com uma distribuidora de medicamentos que absorve grande parte da população como mão-de-obra. O ICMS proveniente da indústria de transformação de Entre Rios do Sul representa 80,41%, e da indústria de beneficiamento cerca de 0,24%. Contamos com a indústria de transformação principalmente a UHPF com a produção de energia.

3.1.5. Comércio

O comércio local restringe-se a diversos estabelecimentos comerciais, dentre eles podemos destacar mercados, lojas, padarias, farmácias, pequenos bares, os produtos oferecidos por estes são de boa qualidade. O comércio também é fonte de arrecadação de impostos e alguns deles incentiva o consumidor através de ofertas, alguns mercados tem parceria com grandes redes, o que torna mais barato suas mercadorias podendo assim oferecer um produto com preço mais acessível ao consumidor.

O ICMS decorrente do comércio varejista representa 2,24% e do comércio atacadista 8,13%.

3.1.6. Serviços

Nossa cidade disponibiliza diversos serviços à população através de empresas prestadoras ou de trabalhadores autônomos. Contamos com serviços de bancos, correios, abastecimento de água pela CORSAN, oficinas mecânicas, cabeleireiras, manicures,

36 serviços de limpeza, restaurantes, empresas de construção civil e a oferta de serviços públicos de saúde, brigada militar, polícia civil, escolas e turismo.

Ainda temos a Usina Hidrelétrica do Rio Passo Fundo, que fornece energia elétrica para o Município, Estado e parte do País, resultando para o ICMS do município um montante de 88,14%.

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4 CONCEPÇÕES EDUCACIONAIS

Apresentamos algumas concepções educacionais relacionadas ao contexto educacional, tais como: educação, escola, política educacional, conselho e sujeitos do processo educativo.

4.1. De Educação

A formação do ser humano é resultado de atividades diversas que possibilitam a construção de significados na interação com o seu grupo social. Neste sentido a sociedade se dará na educação da autonomia, no ato de aprender uns com os outros, do processo coletivo, no qual todos têm o papel a assumir, visando à transformação social. Faz-se necessário possibilitar educação, de forma ampla com flexibilidade de olhares, que acreditamos ser caminhos indispensáveis para se consolidar uma sociedade cada vez mais humanizada, democrática e participativa.

4.2. De escola

Espaço social de vivências culturais entre os sujeitos que compõem a comunidade escolar, lugar de possibilidades, de aprendizagens significativas, no qual saberes e conhecimentos emergem e se conflituam na interação entre sujeitos transformando a sociedade. Seu papel fundamental é possibilitar que os estudantes elaborem, pessoalmente, o conhecimento e seu significado. As práticas desenvolvidas na escola devem buscar a solidariedade, a colaboração, a experiência compartilhada e um tipo de relação com o conhecimento acumulado, que estimule a busca, o contraste, a iniciativa e a criação.

4.3. De Cultura

É o conjunto de significados e manifestações partilhadas por diferentes grupos de pessoas em conseqüência de suas experiências, suas interações sociais e seus intercâmbios com o mundo material.

4.4. De currículo

É um fenômeno histórico, com dimensões políticas, sociais e pedagógicas. Constitui- se numa frente privilegiada de luta e uma estratégia de invenção cultural no processo de transformação. É dinâmico, mutante, envolve todas as ações e relações que circulam no

38 interior da escola as relações da escola com o seu exterior, corporificando relações sociais, formas de conhecimento e saberes.

4.5. Do Homem

Um ser cultural, social, aprendente, por conseguinte, um ser em permanente formação, que pode se constituir em agente de transformação, via linguagem e ação.

4.6. Da Sociedade

É o resultado da construção de significados, na inserção dos homens entre si e como grupo social, permitindo a formação da subjetividade e a sobrevivência como ser humano.

4.7. Da Democracia

É o consenso num grupo, resultado das vozes, do saber ouvir, do tomar decisões, do respeitar as diferenças. É, portanto, a educação para a autonomia.

4.8. Da autonomia

É o resultado de um processo vivido, em que se dá a automodelação, a individuação, a singularização e a socialização dos sujeitos. A autonomia depende do desenvolvimento cultural e político da própria sociedade.

4.9. Da Cidadania

É conseqüência da construção de uma sociedade democrática e educada para a autonomia.

4.10. Dos Sujeitos

A escola deve estar associada à comunidade escolar, pois a educação acontece em diferentes âmbitos, com e através de diversas pessoas e instituições. Os trabalhadores da educação, os educando, a comunidade local e a família fazem parte da comunidade escolar e são sujeito no processo educativo. Nesse sentido todos devem sentir-se pertencentes ao meio educacional, igualmente comprometidos, competentes e valorizados em suas subjetividades.

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4.10.1. Infância

É o momento em que a linguagem humana emerge como significado. É um tempo de comunicações, fantasia, exploração, descoberta e construção; tempo de movimento, de iniciativa, de experiência e de socialização. Nessa fase ocorre a interiorização da escala de normas e valores estabelecidos e sancionados pela sociedade adulta.

4.10.2. Adolescência

É fase de busca da afirmação de uma identidade própria dos sujeitos, do questionamento dos modelos de comportamento adotados pela sociedade em que vivem, da reavaliação dos vínculos familiares e das representações parentais, da preocupação com o mundo do trabalho, com a sexualidade e com o corpo do adulto e da aquisição de uma linguagem com o corpo, com a falta e com os gestos.

4.10.3. Professor

Sujeito sócio-cultural, histórico, político, comprometido e possibilitador do espaço de aprendizagem.

4.10.4. Aluno

É um ser social que precisa ser considerado em suas características estruturais, emocionais, cognitivas, históricas e culturais, com capacidade de ser sujeitos de sua própria aprendizagem.

4.11. De Políticas Educacionais

As políticas educacionais dizem respeito à educação, são por elas que os recursos públicos são liberados, elas estão ligadas a qualidade da educação e conseqüentemente a uma nova ordem social. A política educacional se adéqua ao contemporâneo, às necessidades sociais dos sujeitos e deve ter a participação efetiva da comunidade proporcionando a esta a concretização de seus sonhos e anseios.

Temos como definição clássica do termo política que emana do adjetivo (Politikós), originado de polis, que abrange tudo o que se refere a cidade, portanto ao urbano, público e civil.

Hoje a política refere-se, principalmente ao conjunto de atividades, que, de alguma forma são atribuídas ao Estado moderno, ou que dele emanam.

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4.11.1. Ensino

É redefinir e reconstruir as aprendizagens num processo intencional, realizando a tradução dos conceitos reconhecidos no estado atual das ciências para o nível das práticas sociais contextualizadas e conjunturais.

4.11.2. Aprendizagem

É a construção da singularidade, da criatividade e da autonomia, numa perspectiva de emancipação na medida em que os sujeitos traduzem os conteúdos ao nível das práticas cotidianas.

4.11.3. Conteúdos

São discursos que recortam os objetos de estudo dos saberes, conceitos, habilidades, valores, crenças, sentimentos, interesses, condutas, símbolos ou formas culturais, cuja apropriação constitui um elemento de compreensão e interação social do indivíduo em seu meio.

4.11.4. Conhecimento

É o saber cotidiano, o saber estético e o saber científico produzidos historicamente pelo ser humano, trabalhados, refletidos, reelaborados e ressignificados pelos sujeitos.

4.11.5. Avaliação

É o elemento que perpassa todo o processo educativo, fazendo a interligação entre os diferentes momentos da ação pedagógica, redimensionando-a, visando o avanço na aprendizagem.

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PARTE II

5 NÍVEIS DE ENSINO – EDUCAÇÃO BÁSICA

5.1. Educação Infantil

O Município de Entre Rios do Sul oferece a Educação Infantil em 03 escolas municipais, sendo uma urbana e duas rurais. As escolas rurais estão credenciadas para atender alunos de 04 e 5 anos, mas neste ano de 2015, não tem demanda. Os alunos da cidade frequentam a Escola Municipal de Educação Infantil Risinho situada na Rua Lucimar Isaias Biessek, centro da cidade a qual, atende alunos e 02 a 05 anos. Neste ano foram matriculados 111 alunos, distribuídos em 03 turmas de maternal, duas de pré-escolar l, 02 de pré-escolar ll e duas em turno integral.

A Escola possui uma construção mista com 07 salas de aula, sala de vídeo, sala de direção, uma cozinha, 01 refeitório, 01 depósito, 01 área coberta, instalações sanitárias e parque infantil. É abastecida com água potável tratada pela CORSAN.

Os alunos matriculados recebem atendimento psicológico, fonoaudiólogico e de saúde bucal, além disso, utilizam o transporte escolar para o deslocamento até a escola.

A merenda escolar é servida diariamente a todos os alunos, preparada com qualidade e variedade, dentro das normas higiênicas, acompanhada por nutricionista que além do cardápio, desenvolvem atividades educativas quanto aos hábitos corretos na alimentação e orientação profissional. Na escola de Educação Infantil, além da merenda escolar, também é servido almoço para as crianças do turno integral.

Estamos vivendo um momento histórico muito oportuno para a reflexão e ação em prol das crianças. Cada vez mais, a educação e o cuidado na primeira infância são tratados como assuntos prioritários.

Sob o ponto de vista da Educação Infantil, pesquisas constatam inúmeros progressos nos níveis de aprendizado e desenvolvimento das crianças que freqüentam a educação pré-escolar. Segundo a LDB (art. 30) a oferta de Educação Infantil deve ser organizada por faixa etária: creche (berçário e maternal) para crianças de 0 a 3 anos e o pré- escolar para crianças de 4 a 5 anos tendo por finalidade o desenvolvimento integral

42 da criança em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, complementando a ação da família e da comunidade.

Segundo a Resolução nº 3, de 3 de agosto de 2005, que define normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para 9 anos, a duração da Educação Infantil adotará a seguinte nomenclatura: Educação Infantil até 5 anos de idade; sendo que creche até 3 anos de idade e Pré- escola 4 e 5 anos de idade.

No município de Entre Rios do Sul, dos seus 3.080 habitantes, aproximadamente 210 são crianças de até 5 anos de idade, destas 51,90% frequentam a escola de Educação Infantil.

Atualmente, o município conta com 210 crianças de 0 a 5 e 32 mães gestantes. Das crianças levantadas, 111 estão matriculadas na Escola Municipal de Educação Infantil Risinho, na sede do Município, portanto 51,90% das mesmas.

DEMONSTRATIVO ETÁRIO DAS CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS DO MUNICÍPIO DE ENTRE RIOS DO SUL EM 2015 Até 9 meses 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos

50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Meses, anos Crianças na escola

Figura 4

Os alunos que frequentam a educação infantil na Escola Municipal de Educação Infantil Risinho são de vários níveis sociais. Alguns são filhos de famílias desestruturadas, e de extrema vulnerabilidade social.

43

A Educação Infantil tem como objetivo, educar para a vida, promovendo a integração da criança com a comunidade, oportunizando o desenvolvimento físico, mental, social e emocional da criança, formando atitudes e habilidades.

No ano de 2006, as matrículas dos alunos do Pré-escolar foram feitas a partir dos 5 anos de idade conforme a Lei nº 11.114 de 16/05/05, Resolução nº 3 de 3 de agosto de 2005, seguindo a nova nomenclatura e Parecer nº2/06 do Conselho Municipal de Educação.

O Material didático pedagógico é adequado à faixa etária das crianças, possuímos também uma, monitora para auxiliar no projeto de escovação e no transporte escolar.

A infância é uma fase do desenvolvimento de extrema importância, em que deve ser propiciada à criança, as mais diversificadas experiências, possibilitando-lhe conhecer, produzir, explorar, criar, considerando suas especificidades e o contexto social em que está inserida.

A história e a evolução da Educação Infantil no Brasil estão ligadas ao período da expansão industrial e às mudanças no contexto familiar, sobretudo com a participação da mulher no mercado de trabalho. Nesse contexto, as creches e pré-escolas surgem como espaços para atender e assistir às crianças pequenas.

Devido à ausência de políticas públicas voltadas para a Educação Infantil percebia- se uma dicotomia entre os trabalhos da creche e da pré-escola, sendo a primeira de cunho assistencialista (voltado para higiene e cuidado) e a segunda de caráter pedagógico (voltado exclusivamente para a educação), fragmentando, assim, o atendimento a essa etapa de educação, que precisa trabalhar o todo. Também considerando a escassez de iniciativas públicas, a população mais pobre tinha um atendimento reduzido se comparado às camadas de renda mais elevadas, que podiam pagar para obtê-lo.

Nessa perspectiva, a Constituição Federal de 1988 representa um avanço significativo ao reconhecer a educação infantil como um direito das crianças e de suas famílias, apresentando referenciais à educação e à concepção de criança como ser em processo de desenvolvimento, unificando, assim, o atendimento integral da criança, independentemente da sua faixa etária e da sua classe social. Quanto a esse avanço, afirma Kramer (2003, p.18) que:

44

“a nova Carta Constitucional (1988) reconhece o dever do Estado de oferecer creches e pré-escolas para todas as crianças de 0 a 6 anos. No entanto, a fim de que esse reconhecimento se transforme em realidade, fazendo com que a educação pré-escolar se torne verdadeiramente pública, é necessário que haja legislação e recursos específicos, estabelecidos não só pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, mas também pelas Constituições Estaduais.”

Nesse sentido, reforçando o disposto na Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, em seu Art.29, determina que “a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.

Considerando os referidos aspectos legais, vale destacar que as creches e pré- escolas constituem importantes espaços de descoberta do mundo para as crianças, devendo ser também de proteção, que possibilitam o desenvolvimento dessas com a estimulação e a promoção de experiências significativas, de maneira qualitativa. Sobre esse aspecto é relevante destacar a contribuição de Barbosa (2009, p. 22) quando afirma que:

“Os estabelecimentos de educação infantil ocupam atualmente, na sociedade, importante lugar como produtores e divulgadores de uma cultura de defesa da infância, ou seja, possuem o compromisso político e social de garantir as especificidades das infâncias na sociedade contemporânea.”

Nesse contexto o processo de municipalização da Educação Infantil em Entre Rios do Sul, ocorreu no ano de 2005, a partir da incorporação na rede municipal dos alunos de 4 e 5 anos, anteriormente compartilhadas com a escola estadual. Hoje atende 100% de alunos de 4 e 5 anos e 42% de 2 e 3 anos.

No ano de 2012, o município de Entre Rios do Sul iniciou o atendimento das crianças de 2 anos na Escola de Educação Infantil e atualmente atende também, 02 turmas em período integral.

Nesse sentido, os dados referentes à matrícula na educação infantil no município, no ano de 2015, apresentam um total de 72 crianças nas turmas de pré-escolar e 39 nas turmas de creche. Ressalta-se que no município há também atendimento de período integral com 20 alunos.

45

No que se refere ao desenvolvimento integral da criança, a Proposta Curricular do Município está voltada à concepção de Educação Infantil como tempo favorável à integração e estimulação dos aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos, linguísticos e sociais da criança, entendendo-a como um ser social que produz história e cultura. Essa etapa da educação básica proporciona condições de ampliação de experiências e conhecimentos da criança, a fim de desenvolver a construção de sua identidade e autonomia, sendo assim norteada pelos eixos educar, cuidar e brincar.

Sobre a importância do currículo para a Educação Infantil, é relevante destacar as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Resolução CNE/CEB nº 5, de 17 de dezembro de 2009) que ressalta em seus artigos:

Art. 3º - O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade.

Art. 4º - As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

Diante do exposto, entende-se que há necessidade de sistematização da Política Municipal de Educação Infantil, que contemple e assegure aspectos pedagógicos e administrativos, nomeação de professores e atendentes de creche por meio de concurso público; construção e provimento de equipamentos do parque escolar, visando padrões de qualidade; aprovação e implementação da Proposta Curricular que se encontra reformulada; programa de formação permanente e continuada para os professores, técnicos e gestores; garantia da formação e acompanhamento pedagógico.

É importante a articulação de debates sobre o significado da educação das crianças pequenas, no sentido de envolver os diferentes sujeitos – famílias, crianças, professores, técnicos, gestores e a sociedade – possibilitando assim o surgimento de ideias e atitudes que potencializem a primeira etapa da educação básica.

Acredita-se que, a partir dessas considerações, o Município de Entre Rios do Sul, através da Secretaria de Educação, efetivará ações que propiciem de fato a qualidade na Educação Infantil, atendendo aos eixos educar, cuidar e brincar. Desse modo, contribuirá

46 para o desenvolvimento integral da criança pequena, promovendo a construção de sua identidade e autonomia, assim como seu conhecimento de mundo. Tais ações serão imprescindíveis ao desenvolvimento das estratégias contidas neste documento.

5.2. Gráficos Demonstrativos da Educação Infantil

Demonstrativo de matrícula na educação infantil de 2010 a 2014 nas escolas da rede municipal de Entre Rios do Sul 120

100

80

60

40

20

0 E.M.de Educ.Infantil E.M.de Ens.Fund.Carlos E.M. de Ens. Risinho Gomes Fund.Cândido Portinari

2010 2011 2012 2013 2014

Figura 5

Demonstrativo de matrículas em creche e pré-escola 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% BRASIL RIO GRANDE DO SUL ENTRE RIOS DO SUL

CRECHE 0 A 3 ANOS PRÉ-ESCOLAR 4 E 5 ANOS

Figura 6

47

5.3. Metas e Estratégias para a Educação Infantil

META 1: Universalizar até 2016 a Educação Infantil na Pré-escola para as crianças de 4 e 5 anos, e ampliar, até 2024, a oferta de educação infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos.

Estratégias:

1.1 - Prever orçamento para o atendimento à população de 4 e 5 anos em pré-escola até 2016, e, progressivamente até 31 de dezembro de 2024 50% de crianças de 0 a 3 anos.

1.2 - Apresentar anualmente até 31 de dezembro relatório contendo número atualizado e porcentagens de crianças que freqüentam turmas de Educação Infantil, tendo em vista acompanhar a progressão do atendimento à META 1 do PNE.

1.3 - Continuar assegurando vaga em creche e pré-escola no estabelecimento próximo a residência ou onde for possível formar turma.

1.4 - Manter o transporte escolar dos alunos de pré-escola até o estabelecimento mais próximo, se distante mais de 2 quilômetros da residência da criança.

1.5 - Assumir a garantia da educação Básica obrigatória e gratuita, a partir dos 4 anos de idade.

1.6 - Continuar recenseando a população em idade escolar de 4 e 5 anos.

1.7 - Fazer chamada pública para a matrícula através dos meios de comunicação existentes no município.

1.8 - Comunicar formalmente ao Conselho Tutelar as crianças que não efetuarem matrícula em classes de Educação Infantil e estiverem na faixa etária obrigatória, realizando visitas a essas famílias.

1.9 - Zelar junto aos pais ou responsáveis pela freqüência das crianças à escola.

48

1.10 - Aumentar gradativamente o tempo integral na creche e pré-escola da rede pública municipal, especialmente das crianças em situação de vulnerabilidade.

1.11 - Garantir para os alunos com deficiência o Atendimento Educacional Especializado (AEE).

1.12 - Promover a adequação necessária para acessibilidade nos estabelecimentos de Educação Infantil.

1.13 - Construir uma creche municipal para atender alunos de 0 a 3 anos.

49

6 ENSINO FUNDAMENTAL

O objetivo principal, no Ensino Fundamental, de acordo com a LDB (Art. 32), é a formação básica do cidadão, mediante o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos, o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, priorizando a qualidade da educação para todos.

No ano de 2015, as matrículas no Ensino Fundamental no município de Entre Rios do Sul, em escolas da rede municipal e estadual somam 658 alunos, sabendo que existem alunos em idade superior a 14 anos freqüentando a escola, configurando a existência de distorção idade/série.

O Ensino Fundamental na Rede Municipal é ministrado em três escolas distintas, duas localizadas na zona rural e uma na zona urbana.

ENSINO FUNDAMENTAL RURAL EM 2015

Anos iniciais Anos Finais

80

70

60

50

40

30

20

10

0 E.M.de Ens.Fund.Carlos E.M.de Ens.Fund.Cândido Total Gomes Portinari

Figura 7

50

Ensino fundamental urbano envolvedo as redes estadual e municipal em 2015 160

140

120

100

80

60

40

20

0 E.M.de Ens.Fund.Padre E.E.E.Básica Barragem do Total Réus Rio Passo Fundo

Anos Iniciais Anos Finais

Figura 8 As escolas possuem Regimento Escolar próprio e recursos humanos qualificado para atender, a gestão, administração, orientação e serviços.

Demonstrativo de matrículas do Ensino Fundamental da rede nos últimos 5 anos (2010 a 2014) 140 124 120 109 113 98 94 93 100 88 91 76 80 69 73 59 54 60 48 50 40

20

0 E.M.de Ens.Fund.Cândido E.M. de Ens.Fund. E.M. de Enns. Fund. E.M.de Ens.Fund. Padre Portinari Cândido portinari Carlos Gomes Réus

2010 2011 2012 2013 2014

Figura 9 Os alunos carentes da rede recebem auxílio do governo Federal, através da Bolsa Família, além disso, material escolar gratuito, nas unidades nas quais estão matriculados.

51

As escolas possuem Regimento Escolar aprovado pelo Conselho Estadual de Educação, Proposta Político Pedagógica construída pela comunidade escolar, CPM e Conselho Escolar constituídos.

A população está crescendo, em função do êxodo rural, de famílias que migram de outros municípios em busca de benefícios na área da saúde, assistência social. Com isso há um aumento de crianças em idade escolar na zona urbana. Para atender essa demanda, está sendo construída uma nova escola de ensino fundamental de 06 salas na sede do município. Além disso, é oferecido para os alunos que freqüentam a sala multifuncional, um espaço junto ao ambulatório municipal, onde os mesmos recebem atendimento especializado (fonoaudiólogo, psicológico, fisioterapia e outros).

O período do Ensino Fundamental da Rede Municipal é de nove anos, atendendo os alunos em 04 horas diárias, como prevê a LDBN, art. 34, nos turnos matutinos e vespertinos. Além disso, nas Escolas funciona o Programa mais Educação no contraturno.

A merenda escolar é oferecida a todos os alunos, nos 200 dias letivos, sendo de boa qualidade e acompanhada por uma nutricionista. Para isso, os recursos vindos do FNDE são insuficientes, sendo então complementados com os recursos livres do município. Ainda são servidas refeições e lanches para os alunos do Programa Mais Educação, complementados com verbas do município. Do montante recebido são investidos 30% na aquisição de produtos oriundos da agricultura familiar.

Para as ações desenvolvidas no Ensino Fundamental dois eixos merecem destaque: assegurar o acesso e permanência à escola a todas as crianças e garantir a qualidade do ensino oferecido.

Em Entre Rios do Sul, o Ensino Fundamental foi normatizado pelo Conselho Estadual de Educação através da Resolução CEE Nº 06/2009 e atende as crianças a partir de seis anos de idade. No eixo da garantia da qualidade, nos últimos anos, foram intensificados estudos que culminaram na construção da Proposta Curricular para todos os níveis e modalidades de ensino, com a participação dos segmentos que constituem a Educação Municipal.

Observando os indicadores apresentados na Parte I deste plano pode-se constatar uma melhoria nas taxas de aprovação e uma redução na evasão escolar. Tais aspectos

52 também podem ser comprovados através dos resultados das avaliações internas e externas e dos controles desenvolvidos para o acompanhamento da frequência escolar.

No que se refere à melhoria nas aprovações podem ser atribuídas a programas como reforço escolar, mais educação e cursos de aperfeiçoamento que teve por finalidade proporcionar aos professores de 6° ao 9° ano, formação continuada nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática, com uma metodologia diferenciada, voltada para as resoluções de situações problema. Além do Programa Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), promovido pelo governo federal, voltado à formação de professores alfabetizadores com o objetivo de alfabetizar as crianças até o 3º ano.

Embora os resultados sejam significativos, ainda se observa necessidade de maior investimento no acompanhamento pedagógico por parte da escola e da Secretaria de Educação com vistas à promoção de um ensino de qualidade.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estabelece em seu Art. 23 que a Educação Básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. Nessa perspectiva, o município a partir de 2006 começou atender paralelamente o ensino fundamental de 8 anos e de 9 anos, sendo que a partir de 2013 são atendidos somente alunos do ensino Fundamental de 9 anos.

Além disso, a Secretaria de Educação tem direcionado seus esforços no sentido de implementar o Programa de Informática Educativa a fim de realizar ações voltadas à inserção de seus cidadãos nas novas tecnologias da informação e comunicação, através do trabalho com conhecimentos sistematizados, utilizando o computador como ferramenta de apoio pedagógico. A perspectiva é trabalhar com vistas à inclusão digital, sensibilizando os professores da necessidade de planejar as suas atividades nesses espaços como forma de ampliar o acesso ao conhecimento e ao desenvolvimento de habilidades.

Concluindo, é importante ressaltar que a Proposta Curricular do Município de Entre Rios do Sul, está pautada numa visão sistêmica, buscando a formação global do ser, respeitando a diversidade e trabalhando a transversalidade por meio de temáticas como meio ambiente, ética, cidadania, história, cultura afro-brasileira e indígena, conforme o artigo 26 A, da LDB.

53

6.1. Gráficos Demonstrativos do Ensino Fundamental

Evolução das taxas de aprovação de Ensino Fundamental na Rede Municipal 105%

100%

95%

90%

85%

80%

75% 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9ºANO 2010 100% 84% 98% 97,10% 100% 95% 100% 100% 100% 2011 100% 100% 100% 100% 100% 85% 89% 89% 100% 2012 100% 100% 98% 100% 97% 98% 94,00% 94% 91% 2013 100% 100% 93% 100% 100% 90% 100% 90% 97% 2014 100% 100% 93% 94% 90% 100% 100% 90% 97%

2010 2011 2012 2013 2014

Figura 10

Evolução das taxas de reprovação de Ensino Fundamental na Rede Municipal 18% 16% 14% 12% 10%

8% 2010 6% 2011 4% 2012 2% 2013 0% 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º Ano 2014 2010 0% 16% 2% 2,9% 0% 5% 0% 0% 0% 2011 0% 0% 0% 0% 0% 15% 11% 11% 0% 2012 0% 0% 2% 0% 3% 2% 6% 5,8% 9% 2013 0% 0% 7% 0% 0% 10% 0% 10% 3% 2014 0% 0% 7% 6% 4% 10% 0% 10% 3%

Figura 11

54

Total de Reprovação 5% 4,4% 5%

4%

4% 3% 3% 3% 3% 2,8%

3%

2% Total

2%

1%

1%

0% 2010 2011 2012 2013 2014 Anos

Figura 12

Evolução das taxas de evasão de Ensino Fundamental da Rede Municipal 10% 9% 8% 7% 6% 5% 2010 4% 3% 2011 2% 2012 1% 2013 0% 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º Ano 2014 2010 0% 0% 0% 2,9% 0% 0% 0% 0% 0% 2011 0% 0% 0% 0% 0% 3,8% 0% 0% 0% 2012 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 5,8% 0% 2013 0% 0% 0% 0% 0% 0% 2% 3% 0% 2014 0% 0% 0% 0% 0% 0% 9% 0% 3%

Figura 13

55

Total de Evasão 0,9% 0,8% 0,8% 0,8% 0,7% 0,7%

0,6%

0,5% 0,4% 0,4% Total 0,3% 0,3%

0,2%

0,1%

0,0% 2010 2011 2012 2013 2014 Anos

Figura 14

Matrículas de Ensino Fundamental de 6 a14 anos 98,45% 98,40% 98,35% 98,30% 98,25% 98,20% 98,15% 98,10% 98,05% 98,00% 97,95% Brasil R.Grande doSul Entre Rios do Sul

Ens.Fund. 6 a 14 anos Ens.Fund. De 6 a 14 anos Ens.Fund.de 6 a 14 anos

Figura 15

56

Matrículas de alunos de 16 anos com 9 anos de Ensino Fundamental concluídos 78,00% 76,00% 74,00% 72,00% 70,00% 68,00% 66,00% 64,00% 62,00% 60,00% Brasil R.Grande doSul Entre Rios do Sul

Alunos de 16 anos Alunos de 16 anos3 Alunos de 16 anos2

Figura 16

Taxa de alfabetização de crianças que concluiram o 3º ano do Ensino Fundamental 100%

98%

96%

94%

92%

90%

88%

86% Brasil R.Grande do Sul Entre Rios do Sul

Alfabetização 3º ano Alfabetização 3º ano2 Alfabetização 3º ano3

Figura 17

57

6.2. Metas e Estratégias do Ensino Fundamental

META 2: Universalizar o Ensino Fundamental de 9 anos para toda a população de 6 a14 anos até o penúltimo ano da vigência do PME, atingindo 95% dos alunos em idade certa.

Estratégias:

2.1 - Atender as novas recomendações sugeridas pelo MP na consulta pública nacional respeitando as peculiaridades regionais.

2.2 - Implantar conforme o § 5º do art. 7º da lei 13005/2014, direitos e objetivos de aprendizagem que segundo a nova lei, configurarão a base nacional comum curricular do Ensino Fundamental.

2.3 - Criar instrumentos para acompanhar a aprendizagem individual dos alunos do ensino fundamental.

2.4 - Garantir o acesso, a permanência e o aproveitamento de beneficiários de programas de transferência de renda (bolsa família).

2.5 - Resgatar crianças e adolescentes fora da escola, integrado a outras secretarias, conselhos Tutelar, CONDICA, Conselho Escolar e RAE.

2.6 - Desmistificar o uso das tecnologias em sala de aula, oportunizando capacitação aos docentes para que façam uso deste recurso a favor de uma aprendizagem mais prazerosa prendendo à atenção do aluno.

2.7 - Promover a articulação da escola com a comunidade e outros espaços de cultura, buscando a socialização, convívio e interação dos educandos com outras culturas.

2.8 - Buscar e resgatar a participação da família na escola.

2.9 - Oportunizar a oferta de ensino fundamental a filhos de famílias de profissionais itinerantes.

2.10 - Oferecer atividades extracurriculares, concursos, oficinas, dentre outros: gincanas, teatros, música, banda e artesanatos.

2.11 - Oportunizar a prática de diversas modalidades de esportes e integração entre estudantes.

58

META 5: Alfabetizar a todas as crianças no máximo até o final do 3º ano do Ensino Fundamental.

Estratégias:

5.1 - Desenvolver processos de qualificação e valorização dos professores alfabetizadores e apoio pedagógico para consolidar a alfabetização de todas as crianças.

5.2 - Realizar a ANA (Avaliação Nacional de Aprendizagem) para aferir a alfabetização e a partir de então, implantar medidas pedagógicas necessárias para até o final do 3º ano alfabetizar todas as crianças na idade certa.

5.3 - Buscar tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras que oportunizem a alfabetização, a qualidade, a permanência e a motivação.

5.4 - Garantir a formação inicial e continuada dos professores alfabetizadores, instrumentalizando-os com as novas tecnologias, programas de pós-graduação e formação continuada.

59

7 ENSINO MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

O Ensino Médio é a última etapa da educação básica e tem por finalidade segundo o art. Nº 36 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação “Desenvolver o educando, assegurando-lhe a formação comum, indispensável para o exercício da cidadania.

A proposição do governo federal para o ensino médio tem o objetivo de elevar o índice de conclusão dessa etapa da Educação Básica. O grande desafio dos sistemas de ensino envolve a capacidade de organizar programas curriculares que consigam ao mesmo tempo, formar os jovens para continuarem os estudos no ensino superior e prepará-los para o mercado de trabalho. Os marcos legais para esta etapa da educação, a exemplo do art.35 da (LDB), estabelece finalidades para o Ensino Médio.

1.a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

2.a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

3.a aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

4.a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

A CF de 88, nos traz como meta a progressiva universalização do Ensino Médio, cabendo ao Estado atuar prioritariamente nesta etapa. Hoje se fala muito em regime de colaboração entre os entes federados para que seja possível consolidar uma educação de qualidade para todos. Existe uma forte pressão socioeconômica e grande parte dos estudantes abandonam os estudos tendo assim, menos oportunidades do que aqueles que conseguem concluir essa etapa da educação básica.

No Brasil conforme a síntese dos indicadores sociais divulgados em 2010, somente 37% dos jovens de 18 a 24 já completaram a etapa, por isso, o MEC tem adotado medidas para ampliar a oferta da educação profissional pois esta, responde apenas por 14% das matrículas.

60

Em Entre Rios do Sul, todas as matrículas de Ensino Médio são absorvidas pela única escola estadual do município, embora não seja de nossa responsabilidade atuamos com parcerias através de convênio com o governo estadual, ofertando transporte para alunos do interior que freqüentam o ensino médio, também subsidiamos os estudantes do ensino técnico profissionalizante que se deslocam do município para realizarem seus estudos. Os alunos que concluem o ensino médio na escola estadual saem com uma bagagem de qualidade pois, muitos deles que fazem vestibular, logram êxito sem terem feito cursos preparatórios, isso vem reafirmar o papel da escola de garantir o acesso, a permanência, e o sucesso dos estudantes. Neste ano de 2015, foram matriculados 100 alunos no ensino médio da escola estadual. A partir de 2012 o ensino médio foi reestruturado com ampliação de carga horária de 30h semanais envolvendo teoria e prática.

7.1. Gráficos demonstrativos do Ensino Médio e Educação Profissional

Escolarização em Ensino Médio (15 a 17 anos) 57,00%

56,00%

55,00%

54,00%

53,00%

52,00%

51,00%

50,00% Brasil R.Grande do Sul Entre Rios do Sul

Escolarização Ens.Médio Escolarização Ens.Médio2 Escolarização Ens.Médio3

Figura 18

61

Matrículas em educação profissional de nível médio 70,00%

60,00%

50,00%

40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00% Brasil R. Grande do Sul Entre Rios do Sul

Professores da educ.básica com pós- graduação Professores da educ.básica com pós-graduação Professores da educ. básica com pós-graduação

Figura 19

7.2. Metas e estratégias para o Ensino Médio e Educação Profissional

META 3 - Viabilizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e levar, até o final do período de vigência do PNE, a taxa líquida de matricula no Ensino Médio para 85%.

Estratégias:

3.1 - Continuar mantendo convênio com o Governo do Estado para o transporte escolar dos alunos do Ensino Médio do interior do município a fim de que todos possam chegar até a escola, melhorando assim a freqüência e a taxa líquida de matrícula destes em 85%.

3.2 - Oportunizar o acesso ao Exame Nacional ENEM, a todos os interessados, através da divulgação, motivação e da oferta de transporte para o deslocamento.

3.3 - Colaborar com a chamada pública para matrículas dos alunos, a título de divulgação através dos meios de comunicação.

3.4 - Desenvolver parcerias através de palestras, encontros, eventos esportivos e culturais envolvendo as duas redes de ensino, estadual e municipal, como política de boa vizinhança e integração social.

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3.5 - Incentivar práticas pedagógicas com abordagem interdisciplinar, integrando teoria e prática.

3.6 - Garantir a formação básica comum curricular da EJA.

3.7 - Oportunizar a participação em atividades culturais e esportivas integrando-as ao currículo desta modalidade.

3.8 - Efetuar a correção de fluxo com aulas de reforço, estudos de recuperação e progressão.

3.9 - Oportunizar a avaliação classificatória externa.

3.10 - Garantir o acesso e permanência dos alunos beneficiários;

3.11 - Recensear e fazer o chamamento dos jovens fora da escola.

3.12 - Oferecer programas culturais e desportivos.

3.13 - Implementar estratégias de prevenção à evasão, coibindo atitudes de discriminação de qualquer natureza.

3.14 - Estimular os estudantes a buscar a sua formação continuada.

3.15 - Recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar.

3.16 - Fazer chamada pública aos estudantes da educação básica obrigatória e que o ente municipal atua prioritariamente.

3.17 - Zelar junto aos pais ou responsáveis pela freqüência à escola.

3.18 - Gerar relatórios anuais, até 31 de dezembro, contendo o número atualizado e porcentagem de alunos que foram atendidos no ano em curso.

3.19 - Assegurar a garantia da educação básica obrigatória e gratuita a partir dos 4 anos de idade.

3.20 - Apresentar proposta gradativa do atendimento em tempo integral até 31 de dezembro de 2016, à Promotoria de Justiça da Educação com sede em Passo Fundo- RS.

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META 11 - Triplicar as matrículas de Educação Profissional técnica em nível Médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% de gratuidade na expansão de vagas.

Estratégias:

11.1 - Estimular os estudantes a participarem de cursos profissionalizantes, propiciando a oferta no município.

11.2 - Buscar parceria com entidades e universidades para a implantação de cursos profissionalizantes.

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PARTE III

8 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O município de Entre Rios do Sul oferece educação a todos, inclusive aqueles com deficiência, ou transtorno globais do desenvolvimento, altas habilidades ou superdotação. Considerando que a educação é um direito de todos e que este direito é garantido por lei de acordo com o artigo 208, inciso III, preferencialmente no ensino regular.

A Escola Estadual e a Escola Municipal Padre Réus oferecem aos alunos com deficiência, atendimento em sala de recursos em turno inverso da sua matrícula. Essas crianças possuem acompanhamento, psicológico, fonoaudiólogo e fisioterapeuta, conforme a necessidade. Para isso conta com quatro professores especializados.

No Brasil, as políticas educacionais direcionadas para o acesso e permanência das pessoas com deficiência começam a ter destaque no final da década de 1980, a partir de diversos documentos legais que fundamentaram as políticas públicas e postularam os direitos desta parcela da população que foi excluída historicamente do acesso aos bens comuns.

A educação especial, na maioria dos países, tem seguido um padrão de evolução que se caracterizou pela segregação e exclusão, e pela institucionalização a partir da segunda metade do século XX. Com o advento da Psicologia da Aprendizagem e outras ciências afins, surgem propostas educacionais alternativas de atendimento a essa população.

No País, o atendimento às pessoas com deficiência deu-se com iniciativas oficiais e particulares que contribuíram significativamente para a expansão da Educação Especial. Merece destaque o período do Império, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant (IBC), e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, atual Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES), ambos no Rio de Janeiro.

No início do século XX (1926) foi fundado o Instituto Pestalozzi, instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1945 foi criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na

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Sociedade Pestalozzi; e em 1954 foi fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE.

Após essas iniciativas, houve interesse das forças que estavam no poder de lutar por esta parcela da população que se encontrava excluída do âmbito das políticas nacionais. Em 1961, a Lei nº. 4024/61, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, aponta o direito dos “excepcionais” à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino, e em 1971 a Lei nº. 5.692/71 define ‘tratamento especial’ para os alunos com “deficiências físicas, mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados”. Apesar das iniciativas, não ocorreu, nos sistemas de ensino, uma organização capaz de atender às necessidades educacionais dos deficientes, sendo esses alunos encaminhados para as classes e escolas especiais.

Em 1973, o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) foi criado pelo Ministério da Educação (MEC) para desenvolver ações voltadas para as pessoas com deficiência e superdotadas, porém ainda configuradas por campanhas assistenciais e ações isoladas do Estado.

A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 3º, inciso IV, traz como um dos seus objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” e em seu Art. 205 define a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No seu Art. 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante, através do Art. 208, como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino.

Em 1994, foi publicada a Política Nacional de Educação Especial orientando o processo de ‘integração instrucional’, que reafirma os pressupostos construídos a partir de padrões homogêneos de participação e aprendizagem. Dessa maneira, a Política não instiga uma reformulação das práticas educacionais para uma valorização da diversidade, mantendo a responsabilidade da educação desses alunos exclusivamente no âmbito da educação especial.

A Lei nº 9.394/96, no Art. 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículos, métodos, recursos e organização específica para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade àqueles que não atingiram o nível exigido para a

66 conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. Também define, em seu Art. 24, inciso V, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” e, no Art. 37, “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames”.

O Decreto nº 3.298/99, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência, define a educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando sua atuação complementar ao ensino regular.

Acompanhando o processo de mudanças, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, publicada através da Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no Art. 2º, determina que:

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar- se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).

No Município, assim como no país, existe ainda preconceito até por parte de algumas famílias em expor seus filhos para a sociedade, tornando-se elas mesmas responsáveis pela exclusão, fazendo com que retarde o atendimento, e a criança acabe perdendo em todos os aspectos.

O aluno, com deficiência tem que ser colocado preferencialmente, na rede regular de ensino, sendo este um direito constitucional claramente estabelecido, também no Plano Nacional de Educação e nas políticas que estão sendo implantadas pelo governo federal e pelos governos municipais. A diretriz máxima é a inclusão, em todas as áreas da educação formal e sistemática.

A Educação Especial deve ser oferecida para todos aqueles que necessitam e possuem algum tipo de deficiência. O plano em questão propõe uma escola integrada, inclusiva, aberta a diversidade dos alunos no que a participação da comunidade é fator essencial.

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Portanto, é necessário fazer as adaptações curriculares, qualificar os professores e os profissionais que trabalham com estas crianças, buscar os materiais didáticos adequados, adaptar espaços físicos e até transporte escolar, se for preciso, para atender as deficiências apresentadas.

As modalidades de atendimento poderão ser oferecidas em sala de recursos, para as deficiências mais leves, com acompanhamento psicológico e Escola Especial (APAE).

Além disso, é preciso buscar parcerias: Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Assistência Social, e assim desenvolver programas, cujos recursos sejam destinados a aquisição de próteses, hortenses, aparelhos auditivos e equipamentos de acordo com as necessidades de cada criança. Essa é uma forma de realizar a educação inclusiva em todos os níveis.

É necessário também, dar incentivos para os profissionais da área participarem de cursos e treinamentos. Promover palestras de apoio às famílias, trabalhando o preconceito, a inclusão, auto-estima, ensinando como lidar com a necessidade de seus filhos.

8.1. Gráficos Demonstrativos da educação Inclusiva

População de 4 a 17 anos com deficiência que frequentam a escola 87,00%

86,00%

85,00%

84,00%

83,00%

82,00%

81,00% Brasil R.Grande do Sul Entre Rios do Sul

Alunos com Deficiência Alunos com Deficiência2 Alunos com Deficiência3

Figura 20

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8.2. Metas e estratégias da Educação Inclusiva

META 4 - Universalizar para a população de 04 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação o acesso à educação básica e atendimento especializado preferencialmente na rede regular de ensino com a garantia de sistema educacional inclusivo de salas multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

Estratégias:

4.1 - Manter durante os dez anos de vigência deste Plano, a cooperação com as profissionais da área da saúde no atendimento às pessoas com deficiência.

4.2 - Ampliar dentro de dez anos, a ajuda dada às famílias na aquisição de próteses, órteses, entre outros aparelhos que são necessários para amenizar as dificuldades de cada um.

4.3 - Dentro de cinco anos, ampliar e implementar testes de acuidade visual e auditiva a todos os alunos, inclusive aqueles com deficiências ou transtornos globais do desenvolvimento.

4.4 - No período de um ano a partir da aprovação deste plano, promover palestras educativas à comunidade que tratem sobre questões da deficiência ou transtornos globais.

4.5 - Assegurar, no Projeto Político Pedagógico e Regimento das Escolas, inclusão de atendimento aos alunos com deficiências.

4.6 - Oportunizar aos professores da rede municipal, durante a vigência do Plano Municipal de Educação, cursos de aperfeiçoamento que contribuam para um melhor desempenho dos mesmos.

4.7 - Incentivar as ações de educação especial através de mecanismos de cooperação com a política de educação para o trabalho, o desenvolvimento de programas de qualificação profissional e oficinas pedagógicas para alunos com deficiência, promovendo sua inclusão no mercado de trabalho.

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4.8 - Contabilizar para fins de repasse do FUNDEB as matrículas na rede regular e as matrículas efetivadas nos termos da lei nº 11.494 de 20 de junho de 2007.

4.9 - Promover até a vigência do PNE o atendimento de toda a população de 0 a 3 anos com transtorno, deficiência observando o que dispõe a Lei 9.394 de 20 de dezembro de 2007.

4.10 - Garantir atendimento especializado em salas de recursos multifuncionais para os estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

4.11 - Promover a formação dos profissionais que atuam no atendimento de salas de recursos ou que atendam essa clientela em sala regular.

4.12 - Integrar educação com os profissionais da saúde e assistência social, promovendo um trabalho multidisciplinar.

4.13 - Garantir acessibilidade nas instituições para o público alvo.

4.14 - Oferecer subsídio bilíngüe Libras e Braile para quem assim necessitar.

4.15 - Garantir a inclusão, articulando o pedagógico da escola regular e o atendimento educacional especializado.

4.16 - Acompanhar e monitorar os profissionais o atendimento especializado e o ensino na escola, verificando resultados.

4.17 - Criar metodologias diferenciadas, materiais didáticos, equipamentos e recursos tecnológicos para atender alunos com deficiências.

4.18 - Promover avaliação com o objetivo de obter indicadores de qualidade do atendimento pedagógico e multidisciplinar.

4.19 - Consultar as informações dos órgãos de pesquisa sobre o perfil das pessoas com deficiência.

4.20 - Proporcionar condições de acesso e utilização de todos os ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida.

4.21 - Cumprir as regras de acessibilidade arquitetônica segundo as normas da ABNT.

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4.22 - Oferecer oportunidade de emprego nas escolas para as pessoas deficientes ou portadora de transtornos globais.

4.23 - Proporcionar em consonância com o artigo 58 da Lei 9394/96, o ente federado proporcionará serviço de apoio especializado, preferencialmente na sala regular para a clientela de educação especial.

4.24 - Oferecer atendimento em sala multifuncional ou serviços especializados, sempre que não for possível a interação das crianças com deficiências em sala de ensino regular.

4.25 - Integrar o atendimento especial técnico será integrado à proposta pedagógica da escola, envolvendo a participação da família e articulando as demais políticas públicas (saneamento, saúde, assistência social).

4.26 - Reformular o PPP das escolas de ensino regular institucionalizando a oferta da AEE da seguinte forma: a) Sala de recurso multifuncional com acessibilidade e materiais necessários; b) Matrícula na AEE de alunos no ensino regular da própria escola ou de outra; c) Cronograma de atendimento aos alunos; d) Plano do AEE com indicação das necessidades específicas; e) Professores com formação em cursos ou especialização na área, para o exercício da docência; f) Apoio de monitores para às atividades de alimentação, higiene e locomoção nos casos de paralisia cerebral e atrofia muscular. g) Comunicação formal ao Conselho Tutelar das crianças em idade obrigatória (4 a 17) ano, que não efetuaram a matrícula no AEE e realizar o encaminhamento das Ficais; h) Incluir dotação orçamentária para garantir o atendimento educacional (AEE) em sala de recurso seguindo a normalização vigente.

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9 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Depois de feito o levantamento da demanda da educação de jovens e adultos, constatamos que temos 25 alunos no município com distorção de idade/série.

A Constituição Federal de 1988 garante o direito ao Ensino Fundamental público e gratuito, independentemente de idade, e responsabiliza os poderes públicos por sua oferta universal. Isso gerou expectativas de que a Educação de Jovens e Adultos - EJA deixasse de ocupar lugar secundário na hierarquia de prioridades das políticas educacionais e passasse a receber investimentos crescentes. Mais de uma década depois, documentos de legislação e política educacional continuam reivindicando a ampliação dos fundos públicos para o financiamento da Educação de Jovens e Adultos.

A LDB nº 9.394/96, nos seus artigos 37 e 38, dá à EJA uma dignidade própria, incluindo-a na Educação Básica como modalidade do Ensino Fundamental.

A EJA foi criada para atender a parcela significativa da população que não concluiu o Ensino Fundamental nas idades previstas na Lei e se constitui em uma das alternativas educacionais que vem mobilizando Estado e sociedade civil na busca de formulação de políticas, visando atender às reais necessidades do conjunto da população de mandatário dessa modalidade de ensino. Isso possibilita à EJA contribuir para a equalização de oportunidades de inserção de jovens e adultos no mundo do trabalho e na vida social, com melhores condições de desempenho e participação na distribuição da riqueza produzida. Segundo preconiza a Declaração de Hamburgo sobre Educação de Jovens e Adultos, de 1997, no Parecer CEB nº11/2000:

[...] a alfabetização, concebida como o conhecimento básico, necessário a todos, num mundo em transformação, é um direito humano fundamental. Em toda a sociedade, a alfabetização é uma habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras habilidades. [...] O desafio é oferecer-lhes esse direito... A alfabetização tem também o papel de promover a participação em atividades sociais, econômicas, políticas e culturais, além de ser um requisito básico para a educação continuada durante a vida.

Em consonância com esses princípios, o município de Entre Rios do Sul vem demonstrando uma preocupação com a escolarização dos jovens e adultos, em especial no que se refere à sua alfabetização.

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O Plano Municipal de Educação – PME, tem entre seus objetivos, a erradicação do analfabetismo, determinada pela Constituição Federal, artigo 214, § 1º. Apesar das ações já desenvolvidas, ainda é muito elevado o número de analfabetos no município.

A população entreriossulense estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2010, é de 3.080 habitantes, sendo que 2.432 (IBGE, 2000) tem quinze anos ou mais, e desses, 201 habitantes (IBGE, 2000) são sem instrução e com menos de um ano de estudo, o que significa 8,3 % da população.

Para reduzir a taxa de analfabetismo, entende-se que é preciso fazer um trabalho direcionado, oferecendo as condições necessárias para que esses possam freqüentar a escola, acelerando assim a redução do analfabetismo e prevenindo que futuras gerações continuem esse processo.

Visando ampliar as oportunidades educacionais para jovens e adultos em 2005/2006 a Secretaria Municipal de Educação implantou o Programa Alfabetiza Rio Grande, atendendo 14 alunos na faixa etária entre 22 e 51 anos realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Réus, através de convênio com o Governo do Estado, o período foi de seis meses. No mesmo ano a EJA foi implantada pela Secretaria Municipal de Educação na totalidade III.

O desafio é de proporcionar o Ensino Fundamental de modo eficaz, na perspectiva de erradicação do analfabetismo, bem como do nível de escolaridade, cumprindo o seu dever constitucional, articulada com a sociedade civil.

Para que isso se concretize a Rede Municipal de Educação, que oferece o Ensino Fundamental deverá reformular seu Regimento, organizar Planos de Estudos e Base Curricular, introduzindo na Proposta Pedagógica esta modalidade de ensino (Educação de Jovens e Adultos – EJA.

As profundas transformações que vêm ocorrendo em escala mundial, em virtude do acelerado avanço científico e tecnológico e do fenômeno da globalização, têm implicações diretas nos valores culturais, na organização das rotinas individuais, nas relações sociais, na participação política, assim como na reorganização do mundo do trabalho.

A necessidade de contínuo desenvolvimento de capacidades e competências para enfrentar essas transformações alterou a concepção tradicional de educação de jovens e adultos, não mais restrita a um período particular da vida ou uma finalidade circunscrita.

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Desenvolve-se o conceito de educação ao longo da vida, que há de se iniciar com a alfabetização. Mas não basta ensinar a ler e escrever. Para inserir a população no exercício pleno da cidadania, melhorar sua qualidade de vida e de fruição do tempo livre, e ampliar suas oportunidades no mercado de trabalho, a educação de jovens e adultos deve compreender no mínimo, a oferta de uma formação equivalente às oito séries do ensino fundamental.

De acordo com a Carta Magna (art. 200, I), a modalidade de ensino “educação de jovens e adultos”, no nível fundamental deve ser oferecido gratuitamente pelo Estado a todos que a ele não tiveram acesso na idade própria. Trata-se de um direito público subjetivo (CF, art. 208, § 1º), assim sendo, também é dever do município a instalação na Rede Municipal de Ensino, a Educação de Jovens e Adultos – EJA – Ensino Fundamental.

Por isso, compete aos poderes públicos disponibilizar os recursos para ofertar a essa modalidade.

Para atender a essa clientela, numerosa e heterogênea no que se refere a interesses e competências adquiridas na prática social, há que se diversificar os programas. Nesse sentido, é fundamental a participação solidária de toda a comunidade, com o envolvimento das organizações da sociedade civil envolvidas na temática. É necessário, ainda, a produção de materiais didáticos e técnicas pedagógicas apropriadas, além da especialização do corpo docente. Deve ser oferecido gratuitamente pelo município para todos os que não tiveram acesso à escola, em idade própria.

É preciso suprir lacunas no município de Entre Rios do Sul, introduzindo definitivamente a Educação de Jovens e Adultos – EJA – Ensino Fundamental, havendo a necessidade de reformular o Regimento, Plano Político-Pedagógico, Planos de Estudo e Base Curricular.

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9.1. Gráficos Demonstrativos da Educação de Jovens e Adultos

Alfabetização da população de 15 ou mais anos na alfabetização de jovens e adultos 96,00% 95,00% 94,00% 93,00% 92,00% 91,00% 90,00% 89,00% 88,00% Brasil R.Grande do Sul Entre Rios do Sul

Alfabetização de jovens e adultos de 15 ou mais anos Alfabetização de jovens e dultos de 15 ou mais anos Alfabetização de jovens e adultos de 15 ou mais anos2

Figura 21

Analfabetismo funcional da população de 15 ou mais anos 31,00%

30,00%

29,00%

28,00%

27,00%

26,00%

25,00%

24,00%

23,00% Brasil R.Grande do Sul Entre Rios do Sul

Analfabetismo funcional Analfabetismo funcional2 Analfabetismo funcional3

Figura 22

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9.2. Metas e estratégias para a Educação de Jovens e Adultos

META 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5%, reduzindo assim até o final da vigência do plano o analfabetismo absoluto e funcional no município.

Estratégias:

9.1 - Mobilizar a comunidade, conscientizando-a da importância da alfabetização para os jovens e adultos que não tiveram acesso a escola, erradicando o analfabetismo absoluto em 93,5 e reduzindo em 50% o analfabetismo funcional.

9.2 - Elaborar um mapeamento, por meio de censo municipal, nos termos do art 5º, § 1º da LDB, da população analfabeta, por bairros ou comunidades das residências com o objetivo de localizar e induzir a demanda, e programar a oferta de educação de jovens e adultos para essa população.

9.3 - Criar programas municipais de redução do analfabetismo.

9.4 - Providenciar recursos financeiros, materiais e pessoal qualificado para garantir um atendimento educacional de boa qualidade.

9.5 - Expandir gradativamente, de forma articulada com o Estado, a partir do primeiro ano de implantação deste PME, a oferta da EJA em 93,5%, e em dez anos, 93,5% da demanda potencial a ser atendida no Ensino Fundamental, diminuindo o analfabetismo no município.

9.6 - Garantir o atendimento à pessoas com deficiências, de forma integrada, a fim de que estas sejam incluídas na sociedade.

9.7 - Implantar propostas metodológicas diversificadas que atendam às necessidades de jovens e adultos, disponibilizando horário para freqüentar as aulas, reduzindo a evasão e faltas, para alcançar o aproveitamento esperado.

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9.8 - Incluir, sistematicamente, nas propostas pedagógicas, procedimentos metodológicos que envolvam atividades culturais, lúdicas e esportivas que visem ao exercício pleno da cidadania.

9.9 - Assegurar à escola elaboração de materiais didático-pedagógicos compatíveis com a realidade dos alunos.

9.10 - Adaptar, no prazo de dois anos, a Proposta Político-Pedagógica, Regimento Escolar, Planos de Estudos e Base Curricular à realidade do município e à clientela, oferecendo a modalidade de Ensino de Jovens e Adultos – EJA – Ensino Fundamental, sob a responsabilidade do Município.

9.11 - Fazer chamada pública da população de 15 anos ou mais, identificando a demanda ativa de jovens e adultos.

9.12 - Conscientizar o público alvo para a importância do estudo a fim de se ter maiores oportunidades.

9.13 - Assegurar o acesso à educação básica daqueles que não tiveram oportunidade em idade própria.

9.14 - Aferir o grau de alfabetização através de provas, trabalhos, conhecimento de mundo, etc.

9.15 - Oferecer transporte, merenda e serviços especializados como fonoaudióloga, psicóloga para os estudantes de EJA, a fim de que eles possam se expressar melhor e ter uma inclusão social digna.

9.16 - Adquirir equipamentos voltados à melhoria da rede física da escola que ofereça esta modalidade de ensino.

9.17 - Integrar teoria e prática nas questões da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania, adequando de forma organizada, tempo e o espaço pedagógico, conforme às características da clientela.

9.18 - Estabelecer parcerias com a secretaria de Cidadania e Assistência Social, Secretaria de Saúde para oferecer aos estudantes a melhoria da qualidade de vida.

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META 10: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, na forma integrada à educação profissional, nos ensinos fundamental e médio.

Estratégias:

10.1 - Divulgar programas de Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental séries finais e Ensino Médio para que todos possam ter oportunidade de seguirem seus estudos.

10.2 - Elevar o nível de escolaridade dos jovens e adultos que trabalham através da criação de turmas de EJA dos anos finais, no turno em que a maioria possa freqüentar, oferecendo também transporte, merenda e materiais.

10.3 - Agregar o curso de jovens e adultos com cursos profissionalizantes como o programa Pronatec, dentre outros, pequeno aprendiz e primeiro emprego.

10.4 - Oferecer aos jovens e adultos que tenham baixa escolaridade a inclusão social através de palestras, participação em eventos culturais, gincanas, campanhas comunitárias e ambientais, além da inserção desses jovens em outros grupos sociais.

10.5 - Divulgar cursos na região e estimular a demanda existente a participar.

10.6 - Ampliar a oferta de vagas através do Programa ALFA em parceria com a assistência Social e o SESC, assegurando a continuidade de estudos, profissionalização.

10.7 - Integrar os programas de Educação de Jovens e Adultos à programas de educação profissional, buscando parcerias com instituições governamentais e não-governamentais, na perspectiva da formação permanente, que possibilitem maiores oportunidades no mercado de trabalho, exercício da cidadania e melhores condições de vida para si e sua família.

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10 ENSINO SUPERIOR

Como já mencionamos anteriormente, a educação superior não é de competência do Município e sim dos outros entes federados e instituições privadas, porém como os sujeitos desta demanda são munícipes, não podemos ignorar esta modalidade de ensino que ainda abrange pequena parcela da população brasileira, então gerar oportunidades é um dever público.

Os municípios de pequeno porte não possuem infraestutura física nem recursos humanos e financeiros para dar suporte a uma universidade, mesmo assim podemos estabelecer parcerias com instituições de ensino superior para facilitar a vida das pessoas aqui residentes.

Uma das formas é levantando a demanda existente, através de pesquisa de coleta de dados. Entre Rios do Sul, possui 29 estudantes de curso superior que se deslocam do município para diversas universidades da região, estas distantes até 76 km, tendo os mesmos que saírem da cidade de origem às 17h30 min e retornarem a 1hora da manhã.

Os estudantes estão matriculados em vários cursos como Direito, Engenharia Civil e Mecânica, Ciências Humanas, História e Geografia, Letras/Inglês, Gestão Ambiental e Gestão Empresarial, Química e Pedagogia. Ciente de que precisa fazer a sua parte, o município auxilia os estudantes repassando mensalmente R$ 4.185,00 em óleo diesel à empresa que efetua o serviço de translado, também aderiu ao Programa Passe Livre.

Junto ao Centro de Cultura do município temos o Centro Tecnológico com internet para o uso didático dessa parcela da população. Ainda atuamos na divulgação de cursos e programas educacionais como as provas do ENEM, FIES, para que assim possam manter informados. Nosso papel de apoiadores é fundamental.

Os professores efetivos da Rede Municipal recebem também subsídios a título de ajuda de custo, para graduação 50%, para pós-graduação 25%, para pós-graduação em mestrado 10%, também entendemos que devemos atuar no sentido de dialogar junto as universidades na elaboração de currículos mais adequados ao perfil do estudante e estudos metodológicos que atendam as demandas regionais e questões profissionais.

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10.1. - Metas e estratégias para o Ensino Superior

META 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na Educação Superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta.

Estratégias:

12.1 - Aumentar num prazo de dois anos o acervo bibliográfico da biblioteca municipal, para que a mesma tenha livros que possam ser utilizados por universitários, num prazo de dois anos.

12.2 - Oferecer no máximo dois anos aos universitários do Município acesso aos meios de comunicação essenciais para um bom aprendizado, disponibilizando para isso uso da Internet e computadores para pesquisa, em no máximo dois anos.

12.3 - Ampliar a divulgação de programas educacionais como PROUNI, SISU, ENEM e FIES para que as pessoas de baixa renda possam ingressar em uma Universidade.

12.4 - Aumentar o suporte financeiro à associação dos estudantes universitários, no menor prazo possível.

12.5 - Oferecer acesso à biblioteca pública, em período integral, inclusive nas férias.

12.6 - Manter o transporte para a realização do ENEM em Erechim, para todos os alunos inscritos.

12.7 - Manter aos professores ajuda financeira de 50% para graduação, 25% para pós - graduação e 10% para pós- graduação em mestrado o doutorado na área de atuação.

12.8 - Cobrar das Universidades Regionais a melhoria dos Cursos de Graduação e Pós- graduação.

12.9 - Incentivar o ingresso dos estudantes no Ensino Superior mantendo a ajuda no transporte e Programa Passe Livre Estudantil.

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11 QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA

A qualidade da educação básica é responsabilidade não só da comunidade escolar, mas dos governos municipal, estadual e federal que devem trabalhar em regime de colaboração, abrangendo as múltiplas dimensões, considerando o desenvolvimento dos processos extra e intra escolares. O índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é usado para mensurar a qualidade de ensino público e privado à nível nacional, permitido identificar o índice de qualidade oferecido por essas instituições. É calculado segundo o desempenho dos alunos, obtido através da prova Brasil/SAEB, sendo as taxas de aprovação globais calculadas com os resultados informados no censo escolar. Dessa forma a qualidade na educação, envolve a relação entre recursos materiais e humanos, bem como aos aspectos organizacionais, e a gestão, articulada aos processos pedagógicos que contemplem a construção dos saberes escolares.

11.1. - Metas e estratégias da qualidade da Educação Básica

META 7- Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da qualidade da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB.

IDEB 2015 2017 2019 2021

Anos iniciais do ensino fundamental 5,2 5,5 5,7 6

Anos finais do ensino fundamental 4,7 5 5,2 5,5

Estratégias:

7.1 - Melhorar a qualidade social através da educação para a cidadania na perspectiva de uma sociedade mais justa, solidária, ética e inclusiva.

7.2 - Ampliar a jornada de tempo integral em 50% das escolas e pelo menos 25% dos alunos até o final da vigência deste plano.

81

7.3 - Criar vagas para Educação Infantil em creche de 0 a 3 anos e atender 100% de crianças de 4 e 5 anos na pré-escola.

7.4 - Alfabetizar os educandos até o 3º ano até 2016, 2º ano até 2020 e 1º ano até o final da vigência deste plano.

7.5 - Oferecer o atendimento a todas as crianças com dificuldades especiais de 4 a 17 anos em salas de recurso multifuncionais.

7.6 - Proporcionar o atendimento a 100% da demanda de jovens e adultos no município.

7.7 - Implantar para todas as turmas o ensino de artes e cultura.

7.8 - Tornar obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira e indígena em toda rede.

7.9 - Adotar políticas públicas que assegurem o respeito à diversidade sexual e de gênero e oferta de oportunidades iguais a todos.

7.10 - Fortalecer as atividades da RAE, envolvendo agentes municipais como: assistência social, saúde, brigada militar, escolas CPM das escolas, a fim de desenvolver projetos voltados à redução da infrequencia , evasão, violência escolar e diferentes abusos.

7.11 - Desenvolver programas municipais de incentivo à leitura com ampliação e criação de ambientes de leitura em todas as escolas.

7.12 - Revitalizar e ampliar a biblioteca pública municipal, atualizando em 10% o acervo bibliográfico, bem como as bibliotecas das escolas Municipais.

7.13 - Criar e manter os ambientes tecnológicos e educacionais com recursos das tecnologias da informação e comunicação.

7.14 - Estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa, diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos, de

82 aprendizagem e desenvolvimento dos alunos para cada ano do ensino fundamental, respeitada a diversidade regional, estadual e local.

7.15 - Assegurar que: a) no quinto ano de vigência do PNE, pelo menos 70% (setenta por cento) dos alunos do ensino fundamental tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 50% (cinqüenta por cento), pelo menos o nível desejável; b) no último ano de vigência do PNE, todos os estudantes do ensino fundamental tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem.

7.16 - Garantir transporte gratuito para todos os estudantes da rede com renovação e padronização da frota.

7.17 - Universalizar até o primeiro ano de vigência, o acesso às tecnologias e banda larga.

7.18 - Criar programas suplementares para reforçar o aprendizado dos estudantes.

7.19 - Proporcionar acessibilidade em todas as unidades escolares.

7.20 - Estabelecer parâmetros mínimos de qualidade, oferecendo diversas avaliações, no prazo de 2 anos em regime de colaboração.

7.21 - Oferecer capacitação aos professores de sala regular, desenvolvendo a temática da inclusão e detecção dos sinais de violência.

7.22 - Elaborar currículos direcionados a população do campo, em parceria com instituições.

7.23 - Criar um laboratório de línguas (inglês, espanhol e italiano), e ampliar o laboratório de ciências e de informática.

83

7.24 - Estimular as escolas a adotarem medidas de motivação dos estudantes para melhorar a média e valorizar o mérito dos docentes e toda a comunidade escolar.

7.25 - Garantir nos currículo de todas as etapas e modalidades, conteúdos sobre a história e as culturas dos afro-brasileiros e indígenas.

7.26 - Oportunizar a valorização da cultura indígena, fazendo intercâmbios, visitas, pesquisas as comunidades indígenas e remanescentes de quilombolas.

7.27 - Acolher as comunidades itinerantes procurando preservar a identidade e cultura das mesmas.

7.28 - Assegurar programas de acolhimento aos povos indígenas itinerantes e suas crianças que se deslocam de municípios vizinhos a vender seus artesanatos no município de Entre Rios do Sul.

7.29 - Estimular a valorização da cultura negra nos currículos escolares, estudando as valiosas contribuições que ela trouxe para formação do povo brasileiro.

7.30 - Buscar a conscientização e a erradicação de atitudes discriminatórias.

7.31 - Elaborar projetos de danças afro, pinturas, máscaras, esculturas, culinária indígena e afro-brasileira e proporcionar palestras, envolvendo as diversas culturas.

7.32 – Construir mais sanitários adequados ao numero de alunos e proporcionar melhorias na rede de abastecimento de água.

7.33 – Melhorar a qualidade da educação para atingir as metas do IDEB no ensino fundamental.

84

12 EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL E ELEVAÇÃO DA ESCOLARIDADE

A Educação Integral visa aumentar o tempo de permanência dos educandos na escola, sendo este igual ou superior a sete horas durante o período letivo. Esse tempo que o educando fica na escola contribui para integrá-lo com outros colegas, professores, distanciando-o de possíveis problemas em suas residências ou na rua, além de elevar a escolaridade média, devido ao tempo de reforço escolar oferecido.

12.1. – Metas e estratégias em Tempo Integral

META 6: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25 (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as)de educação básica.

Estratégias:

6.1 - Promover, com apoio da União, a oferta de educação básica pública em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência dos alunos ultrapasse às 7 (sete) horas diárias durante o ano letivo.

6.2 - Instituir, em regime de colaboração, programa de construção de escolas com padrão arquitetônico e de mobiliário adequado para atendimento em tempo integral.

6.3 - Institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio de instalação de quadras poliesportivas, laboratórios de ciências e de informática, etc.

6.4 - Atender as escolas do campo na oferta de educação em tempo integral, considerando as peculiaridades locais.

6.5 - Garantir a educação em tempo integral para pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na faixa etária de 2 (dois)

85 a 15 (quinze) anos, assegurando atendimento educacional especializado complementar e suplementar em salas de recursos multifuncionais da próprias escola.

6.6 - Adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos alunos na escola, direcionado a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades esportivas e culturais.

12.2. Gráficos demonstrativos da Educação em Tempo Integral

Percentual de escolas públicas com alunos que permanecem pelo menos 7h em atividades escolares 70,00%

60,00%

50,00%

40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00% Brasil R.Grande do Sul Entre Rios do Sul

Turno Integral Turno Integral2 Turno Integral3

Figura 23

86

Percentual de alunos que permanecem pelo menos 7h em atividade escolar 15,50%

15,00%

14,50%

14,00%

13,50%

13,00%

12,50%

12,00% Brasil R.Grande do Sul Entre Rios do Sul

Alunos de Turno Integral Alunos de turno integral Alunos de turno integral2

Figura 24

12.3. - Metas e estratégias da Elevação da Escolaridade

META 8 – Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudo no último ano de vigência do plano, para que as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estratégias:

8.1 - Desenvolver programas para correção de fluxo, priorizando estudantes com rendimento escolar defasado, para a recuperação e progressão parcial e integral.

8.2 – Garantir a população acesso gratuito a exames de certificação da conclusão dos ensinos fundamentais e médios.

8.3 - Implementar programas de educação de jovens e adultos para os segmentos populacionais que estejam fora da escola e com defasagem idade-série, associados a

87 outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização, após a alfabetização inicial.

8.4 - Promover busca ativa de jovens fora da escola pertencentes aos segmentos populacionais considerados, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude.

12.4. Gráficos indicadores da Elevação da escolaridade

Escolaridade média da população de 18 a 29 anos 12

10

8

6

4

2

0 Brasil R.Grande do Sul Entre Rios do Sul

Escolaridade média de 18 a 29 anos Escolaridade média de 18 a 29 anos2 Escolaridade média de 18 a 29anos

Figura 25

88

Escolaridade média da população de 18 a 29 anos entre os mais pobres 9,00% 8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% Brasil R.Grande do Sul Entre Rios do SUL

Escolaridade dos 25% mais pobres Escolaridade dos 25% mais pobres2 Escolaridade média dos 25% mais pobres

Figura 26

Razão entre a escolaridade média da população negra e não negra de 18 a 29 anos 95,00%

90,00%

85,00%

80,00%

75,00%

70,00% Brasil R.Grande do Sul Entre Rios do Sul

Razão entre escolaridade da população negra enão negra Razão entre escolaridadeda população negra e não negra Razão entre escolaridade da população negra e não negra

Figura 27

89

PARTE IV

13 MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

13.1. Formação de professores e valorização do magistério A melhoria da qualidade de ensino, principal objetivo do Plano Municipal de Educação somente ocorrerá, se for provida, ao mesmo tempo, a Valorização do Magistério. Sem esta, ficam abalados quaisquer esforços para alcançar as metas estabelecidas em cada um dos níveis e modalidades de ensino.

Para buscar formação, o profissional precisa sentir-se valorizado e motivado, pois a valorização só pode ser obtida por meio de uma política global de magistério, a qual implica simultaneamente: formação inicial, formação continuada, melhoria das condições de trabalho, de salário e de carreira. Anualmente, durante o período letivo a Secretaria Municipal de Educação, desenvolve programas de formação continuada, e de atualização, para os profissionais do magistério, através de cursos oferecidos em parceria com outros agentes educacionais. A avaliação de desempenho também tem importância, neste contexto, com incentivo para qualificação do trabalho docente.

Na Rede Municipal de Ensino a jornada de trabalho é de 20 horas semanais. O professor poderá ser convocado para trabalhar em regime suplementar de 20 horas semanais, em conformidade com a necessidade da substituição, percebendo a remuneração na mesma base em que se der o regime normal da convocação, observada a proporcionalidade da carga horária semanal, atendendo a lei vigente.

A carreira é constituída de 06 (seis) classes, representadas A, B, C, D, E, F (crescimento profissional) que representam a promoção, e por 04 (quatro) níveis denominados I, II, III e lV, que representam a habilitação através da apresentação de Diploma de Conclusão de Licenciatura Plena, certificados de Pós-graduação e mestrado, Diploma de doutorado, de acordo com os artigos 20 a 25 da Lei municipal nº 009 de 09 de março de 2015.

90

13.2. Gráficos demonstrativos de professores que atuam no Ensino Fundamental

Docentes que atuam no ensino fundamental na rede municipal

1 1

Ensino Médio/Normal Licenciatura Pós-graduação

28

Figura 28

Área de atuação

11

1º ao 5º ano 6º ao 9º ano

19

Figura 29 Após levantamento da formação dos professores, constatamos que somente 01 professor não possui graduação, os demais possuem graduação e pós-graduação.

Para oferecer um ensino de qualidade, há necessidade de constante atualização e aperfeiçoamento dos professores. A formação continuada acontece anualmente, no âmbito municipal ou em parceria com outras Secretarias Municipais de Educação ou Escola Estadual.

91

O plano de carreira do magistério, aprovado em ...... pela Lei Municipal nº 009/15 contempla os seguintes cargos: 44 cargos de professores de educação Infantil e anos Iniciais, 26 cargos de professores de anos finais de 20 horas semanais, 4 cargos de pedagogo com 20 horas semanais para atuar na coordenação pedagógica das escolas municipais, um cargo de supervisor educacional e um cargo de orientador educacional, ambos para fazerem atendimento de supervisão e orientação nas escolas municipais.

O vencimento básico do quadro do magistério municipal acompanha o percentual do Piso Nacional do Magistério. Parágrafo único – o índice de aumento do quadro do magistério obedecerá ao mesmo índice dos servidores civis do município e a complementação para atingir o Piso Nacional do Magistério.

Art. 56 – O gráfico abaixo quantifica o pagamento por níveis, com os avanços de classes previstos nos artigos 8º e seguintes, da lei vigente 009/15 de 04/15.

Parágrafo único – o nível l é base de cálculo para os demais níveis.

13.3. Gráfico demonstrativo da valorização dos professores da Rede Municipal

Pagamento por níveis com os avanços de classes

R$ 1.600,00 R$ 1.400,00 R$ 1.200,00 R$ 1.000,00 R$ 800,00 R$ 600,00 NÍVEL 1 R$ 400,00 NÍVEL 2 R$ 200,00 NÍVEL 3 R$ 0,00 CLASSE A CLASSE B CLASSE C CLASSE CLASSE E CLASSE F D NÍVEL 1 R$ 908,91 R$ 954,35 R$ 1.002, R$ 1.052, R$ 1.104, R$ 1.160, NÍVEL 2 R$ 1.090, R$ 1.145, R$ 1.202, R$ 1.262, R$ 1.325, R$ 1.392, NÍVEL 3 R$ 1.181, R$ 1.240, R$ 1.302, R$ 1.367, R$ 1.436, R$ 1.508,

Figura 30

92

O ingresso no magistério é exclusivamente por concurso público de provas e títulos. Em caso de falta de professores concursados, em alguma disciplina, pode haver contratação emergencial, até o final do ano letivo.

O Magistério Municipal considera como avanços, a elaboração e aprovação do Plano de carreira, Regimentos e Propostas Pedagógicas nas escolas, elaboração do PME, criação da RAE (rede de apoio a escola), cursos de formação continuada, aumento do número de alunos na rede, oferta de empregos para professores e funcionários; aulas de reforço escolar em turno inverso, sala de recurso multifuncional nos dois turnos, ampliação do acervo bibliográfico nas bibliotecas escolares, atendimento psicológico e fonoaudiólogo, integração entre escolas municipais.

A escolha dos diretores é feita segundo critérios da legislação, designado através de Portaria, assinada pelo Prefeito Municipal, conforme a Constituição Federal art. 37, Parágrafo 5º e LDB – Art. 67, parágrafo único.

A valorização do professor é prioridade do Ministério da Educação e do Poder Público Municipal.

13.4. Metas e estratégias associados à formação dos Profissionais da Educação

META 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, Estados, o Destrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, Política Nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurando que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

Estratégias:

15.1 - Manter o que determina o Plano de Carreira do Magistério, relativamente à avaliação do desempenho na docência, durante a vigência deste plano.

15.2 - Incluir nos cursos de Formação Continuada, aos professores de Ensino Fundamental, conhecimentos sobre Educação Inclusiva, a fim de que os alunos com deficiência, possam integrar-se no Ensino Regular.

93

15.3 - Assegurar, até 2016, a habilitação em Curso Superior, para 100% dos professores da Rede Municipal.

15.4 - Adquirir material de acordo com as disciplinas, equipamentos e recursos de tecnologia que visem a promoção do ensino e da aprendizagem.

15.5 - Estimular dos docentes a usarem, práticas pedagógicas inovadoras, proporcionadas através da formação continuada de professores.

15.6 - Fazer o diagnóstico das necessidades de formação dos profissionais do magistério.

15.7 - Oportunizar cursos de licenciatura através de subsídios como: transporte escolar, acesso a internet, acervo bibliográfico condizente e atualizado.

15.8 - Oferecer iniciação docente para o aprimoramento na atuação em sala de aula.

15.9 - Discutir junto às instituições de curso superior, sobre a importância dos currículos na formação dos docentes.

15.10 - Estabelecer convênios com universidades para atuação de estagiários integrando formação acadêmica e demandas da educação básica no município.

META 16: Formar em nível de pós-graduação, 100% (cem por cento) dos professores da educação básica, até o segundo ano de vigência deste PME, e garantir a todos os profissionais da educação básica, formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

Estratégias:

16.1 - Planejar em regime de colaboração a formação continuada e buscar a oferta de cursos junto às Universidades.

16.2 - Ampliar o acervo didático e bibliográfico, inclusive com literaturas em libras e Braille.

16.3 - Disponibilizar material de consulta e formação para que os professores tenham acesso a bens culturais na área da educação.

94

16.4 – Oferecer apoio financeiro de 25% no valor da respectiva mensalidade como forma de estimular o docente efetivo do Quadro de Carreira da Rede Municipal de Ensino a realizar um curso de Pós-graduação.

13.5. Metas e estratégias associadas a valorização dos Profissionais da Educação

META 17: Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência do PNE.

Estratégias:

17.1 - Buscar informações sobre a evolução salarial dos profissionais do magistério público municipal divulgados pelo IBGE e fazer a divulgação junto aos interessados.

17.2 - Valorizar o profissional da educação assegurando o Piso Nacional para todos e buscar até o quinto ano da vigência do Plano a equiparação salarial com os profissionais que possuam o mesmo nível de formação.

META 18: Assegurar, no prazo de um ano, a existência de Planos de Carreira para os profissionais da educação básica da rede municipal, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

Estratégias:

18.1 - Rever a estrutura organizacional do Plano de carreira dos profissionais docentes da educação básica (educação infantil e ensino fundamental) de forma que 80% dos mesmos sejam efetivos e 40% dos outros profissionais.

18.2 - Acompanhar a avaliação de desempenho do estágio probatório dos profissionais docentes da educação básica como condição para a aquisição da estabilidade no serviço público.

18.3 - Realizar provas externas para alunos e educadores a fim de aferir a qualidade do ensino aprendizagem na rede como forma de fornecer subsídios para ao gestor público na formulação de políticas educacionais voltadas aos objetivos não atingidos.

95

18.4 - Implementar o Plano de Carreira obedecendo os critérios estabelecidos na Lei nº 11.438/2006 de 16 de julho de 2006, observando 1/3 de horas atividades e implantação gradual da jornada de trabalho em um único estabelecimento.

96

14 GESTÃO DEMOCRÁTICA

A gestão democrática do ensino é instrumento de transformação da escola, movidos pelo manifesto dos Pioneiros da Educação, reafirmados na Constituição de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 9.394/96, caracterizados pela busca permanente de qualidade.

Dessa forma, o Plano Municipal de Educação (PME) é mais um instrumento da gestão democrática, um meio de planejamento conjunto governo-sociedade, de registro da intenção política, de estratégias, objetivos e diretrizes que visam atingir metas estabelecidas para cada nível e modalidade de ensino.

A consolidação da sociedade democrática depende não apenas da existência de programas para “atender” aos pobres, mas de políticas orientadas a acabar com os processos que multiplicam e produzem socialmente a pobreza (Pablo Gentili-2002 p.40).

Dentro da escola, a gestão democrática transcorre pelos aspectos administrativos pedagógicos, financeiro e relacionais que abrange o Planejamento participativo, a criação do Projeto Político Pedagógico, do Regimento Interno e do Conselho Escolar.

Portanto a gestão democrática deve ser entendida como um processo legítimo de transformação, de emancipação e de formação integral, mediada pelo agir-interagir- modificar, através de experiências de troca e aceitação de todos os sujeitos sociais.

14.1. Metas e estratégias da Gestão Democrática

META 19: Assegurar condições, no prazo de um ano, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

Estratégias:

19.1 - Ampliar os programas de apoio e formação aos (às) conselheiros (as) dos Conselhos de acompanhamento e controle social do FUNDEB, dos Conselhos de alimentação escolar, Conselhos de Educação, garantindo recursos financeiros para transportes, equipamentos, espaço adequados e formação, com vistas ao bom desempenho de suas funções.

97

19.2 - Ampliar o turno do diretor de escola para 40 horas semanais, conforme prevê o novo plano de carreira do magistério público municipal.

19.3 - Ampliar o turno da direção de 20h, para 40h semanais, conforme Plano de Carreira.

19.4 - Estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, planos de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais.

19.5 - Favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino.

19.6 - Desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento dos cargos.

19.7 - Oportunizar cursos de formação aos membros do Conselho Municipal de Educação como o Pró-conselho e oferecer transporte para a participação dos mesmos nas reuniões mensais do CONSEME AMAU, onde os conselheiros recebem informações e formação.

19.8 - Investir na formação dos conselheiros escolares, na busca pela descentralização do poder e da consciência social em torno da oferta, compartilhamento das decisões, do trabalho coletivo e efetivação do processo democrático.

19.9 - Integrar as famílias com a escola e a escola com a comunidade através de ações do CPM como: reuniões de planejamento de compras e atividades, avaliação de gestão de recursos, promoções e encontros de integração da comunidade escolar, visando um desempenho eficiente e autossustentável do processo educativo

98

15 FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO

O financiamento da educação é definido conforme o que consta na Constituição Federal (1988), com a instituição das políticas de fundos vinculadas à educação, texto implementado pela Emenda Constitucional nº 14 de 24 de dezembro de 1996, que criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), lei nº 9424 de 24 de dezembro de 1996, modifica os artigos 34, 208, 212 d Constituição federal e dá nova redação ao art. 60 do ato das Disposições Constitucionais Transitórias, a lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que Estabelece as diretrizes e Bases da Educação Nacional 9Título Vll: Dos recurso financeiros); na forma prevista Np art. 60,§ 7º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências; e da Medida provisória n.1.565, de janeiro de 1997, que altera a legislação que rege o salário-educação, e dá outras providências, em 2006 o FUNDEF foi substituído pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação e da Valorização dos Profissionais dos da Educação Básica (FUNDEB), criado pela emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007.

Estas medidas foram instauradas como uma estratégia contábil, reorganizando a distribuição de recursos, usando como critério a receita em razão do total de matrículas, e com isso promoveu significativa alteração do atendimento educacional, o FUNDEB prevê também a constituição de Conselhos Municipais de acompanhamento e controle do fundo, que tem a atribuição de supervisionar a aplicação dos recursos do Fundo e o Censo Escolar anual.

15.1. Tabela de demonstrativos do financiamento da Educação

ANO Despesa % Infantil Fundamental Médio Outros Total

2010 1.891.530,28 27,97 551.596,68 1.339.933,60 1.891.530,28

2011 3.006.696,16 27,81 617.106,13 2.389.590,03 3.006.696,16

2012 3.123.336,30 26,73 616.195,32 2.507.140,98 3.123.336,30

2013 3.527.107,95 27,31 761.912,58 2.765.195,37 3.527.107,95

2014 3.930.391,65 28,42 777.566,40 3.152.825,25 777.566,40 Figura 31

99

ANO Pessoal % Outras % Subtotal Obras %

2010 1.331.968,10 71,17 394.194,19 20,84 1.726.162,29 146.782,80 7,76

2011 2.147.983,74 71,44 555.637,45 18,48 2.703.621,19 47.505,80 1,58

2012 2.435.265,31 77,97 473.497,78 15,16 2.908.763,10 0 0

2013 2.698.237,58 76,50 638.406,54 18,10 3.336.644,12 162.246,97 4,60

2014 2.763.458,37 70,31 740.878,83 18,85 3.504.337,20 178.046,74 4,53

ANO Equipamentos % Subtotal Total Geral

2010 18.585,19 0,23 165.367,99 1.891.530,28

2011 255.569,17 8,50 303.074,97 3.006.696,16

2012 214.573,20 6,87 214.573,20 3.123.336,30

2013 28.216,86 0,80 190.463,83 3.527.107,95

2014 248.007,71 6,31 426.054,45 3.930.391,65 Figura 32

O município de Entre Rios do Sul aplica obrigatoriamente no mínimo 25% das receitas e transferências na Educação, conforme determina a constituição Federal, Art. 212 e Art. 35 da Lei Orgânica.

Destina 15% das demais receitas de impostos e transferências (FPM – ICMS – IPI – Exp. Lei Kandir) para o FUNDEF e 25% do IPTU, ISSQN, ITBI, IRRF, IPVA e ITR para o MDE, além de 10% do ICMS, IPI, FPM e Lei Kandir.

A SMECD é a gestora do orçamento da educação referente aos recursos do MDE, conforme Lei vigente.

O acompanhamento e controle social do recebimento e aplicação dos recursos do FUNDEB são realizados pelo conselho do FUNDEB, de acordo com a lei Nº 9424/96.

O salário educação, contribuição social das empresas, a partir de janeiro de 2004 é repassado diretamente ao município, facilitando o gerenciamento e aplicação do mesmo.

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A aplicação dos recursos recebidos para o Transporte escolar dos alunos da Rede Municipal e Estadual representam 1/3 do valor gasto pelo município, portanto são insuficientes tendo a necessidade de aplicação de recursos próprios, bem como os recursos do FNDE para a aquisição da merenda escolar, são feitos pela SMECD.

As quatro escolas municipais possuem Regimento Escolar próprio, aprovado pelo Conselho Estadual de Educação.

O Conselho Municipal de educação é atuante e fiscalizador, criado através de Lei nº 298/91 de 27/06/91, e conforme Lei nº 1437/05 de 11/10/2005, sofreu alteração quanto a sua composição.

As Escolas de Ensino Fundamental, através do Círculo de Pais e Mestres, administram os recursos federais, recebidos através do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, que segundo sua programação, são destinados para material permanente e material de consumo.

15.2. Metas e estratégias do financiamento da Educação

META 20: Garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para todos os níveis, etapas e modalidades da educação básica, observando-se as políticas de colaboração entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do § 1º do art. 75 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que tratam da capacidade de atendimento e do esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender suas demandas educacionais à luz do padrão de qualidade nacional.

Estratégias:

20.1 - Garantir recursos para a educação pública prioritariamente para a educação infantil e ensino fundamental da rede municipal.

20.2 - Aplicar o Custo-aluno-qualidade (CAQ), como parâmetro para o financiamento da Educação de todas as etapas e modalidades da Educação Básica acompanhando regularmente as definições e os indicadores.

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20.3 - Promover o acompanhamento sistemático de despesas e investimentos na educação pública.

20.5 - Acompanhar a nível municipal o investimento progressivo na educação pública.

20.6 - Assegurar a aplicação, prioritariamente na Educação Infantil dos 10% dos recursos vinculados ao MDE, não reservados ao Ensino Fundamental.

20.7 - Instituir, a partir da aprovação deste Plano, mecanismos de colaboração e integração entre os setores da Educação, Saúde, Assistência Social e Comunidade.

20.8 - Garantir, anualmente, Programas de Formação Continuada para os professores, promoção própria ou em parceria com outros municípios.

20.9 - Garantir, durante a vigência deste plano, a continuidade e eficiência dos Conselhos Fiscalizadores (CME / CAE / FUNDEB conforme Lei Vigente), para que os recursos destinados à Educação sejam bem distribuídos e gastos.

20.10 - Assegurar, a partir da vigência deste plano, a participação da Secretaria Municipal de Educação, no Planejamento e Gestão Orçamentária do Município, garantindo previsão de suporte financeiro às metas constantes neste plano.

20.11 - Adequar espaços para educação infantil com berçário, lactário e brinquedoteca.

20.12 - Garantir acessibilidade na escola infantil e demais instituições do Ensino Fundamental.

20.13 - Adquirir veículos escolares adequados para transportar crianças de educação infantil.

20.14 - Manter o transporte Escolar gratuito para os alunos da zona rural e urbana, sob a responsabilidade financeira de cada rede de ensino.

20.15 – Manutenção, reposição e fiscalização dos veículos do transporte Escolar (próprios) e terceirizado.

20.16 - Revisar o Plano de Carreira do Magistério Público Municipal a cada 03 anos, nas mudanças de classe, ou quando for necessário.

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20.17 - Manter o contrato de locação dos prédios dos centros esportivos das comunidades de Vila União e Alto Alegre para a realização de Educação Física pelos alunos do Ensino Fundamental das Escolas e outros eventos.

20.18 - Incentivar o Centro de Tradições Gaúchas (CTG Recanto dos Xirús) e o Grupo de Danças Raízes da Terra, com transporte e motorista.

20.19 - Buscar recursos no Município, no Estado e na União através de projetos pelo Sistema Nacional de Cultura.

20.20 - Equipar as bibliotecas das escolas com mobiliário e acervos.

20.21 - Equipar as salas de computação com computadores e internet.

20.22 - Modernizar os laboratórios de ciências com materiais específicos.

20.23 - Criar um centro experimental de biomas vegetais.

20.24 - Organizar campeonatos de futebol. Bochas, futebol sete. Futsal e outros eventos esportivos, fornecendo materiais específicos, transporte para deslocamento, estabelecendo parcerias com outras instituições.

20.25 - Adquirir mobiliário e equipamentos para a escola nova e suprir as necessidades pontuais das demais escolas.

20.26 - Munir as secretarias das escolas com mobiliário e equipamentos tecnológicos.

20.27 - Prover de recursos humanos as secretarias das escolas.

20.28 - Reformar e equipar a Secretaria de Educação.

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16 ACOMPANHAMENTO, CONTROLE E AVALIAÇÃO DO PLANO

O acompanhamento, controle e avaliação do presente Plano realizar-se-à através de um processo contínuo e integrado à execução e conclusão de cada ação desenvolvida.

O processo de controle permanente visa conduzir a execução e conclusão das metas propostas do Plano para que se alcance os resultados esperados no decorrer do decênio.

Para que esse processo se efetive com unidade, é necessário que se defina o que será considerado por acompanhamento, controle e avaliação:

*Acompanhamento é a observação constante do andamento da execução física da programação, em termos de resultado e tempo previsto.

*Controle é a verificação do grau de correspondência entre o Planejamento e o que está sendo realmente executado. Implica a comparação com os padrões pré-estabelecidos e a necessária ação corretiva, sempre que houver desvios significativos.

*Avaliação é um processo contínuo que pretende valorizar os fatores quantitativos e qualitativos de uma determinada meta ou um conjunto de metas, com vistas a alcançar os objetivos propostos.

Ao final de cada ano, reunir-se-ão SMEC e o Conselho Municipal de Educação, o Fórum de Educação Municipal e a Comissão de Organização do Plano Municipal de Educação, para avaliar as metas alcançadas e detalhar prioridades para o ano seguinte.

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17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http: www.planalto.gov.br/ceivil_03/constituição/constituição 37 htm. Acesso em: mar.2015.

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério no Rio Grande do Sul: acompanhamento e avaliação do impacto: relatório de pesquisa. Porto Alegre:UFRGS, V.I, 2002.

UNDME- União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação Orientações ao dirigente municipal de educação: fundamentos, políticas e práticas. São Paulo: Fundação Santilana, 2012. http:/população.net.br/população-entre-rios –do-sul_rs.html. Acesso em: mar.2015.

BOSSA, Nadia Aparecida, Fracasso escolar: um sintoma da contemporaneidade revelando a singularidade, 2000, 248 f.Tese (Doutorado em educação)-Faculdade de Educação da USP, Universidade de São Paulo, São Paulo.

NAVARRO, Ana. Plano de carreira: será que chegou a sua vez? Secretaria Executiva, Curitiba ano 6, n. 61, p.12-13, Nov.2000.

BRASIL, Constituição (1988), Emenda Constitucional nº 14 de dezembro de 2000. Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza. In: CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 17. Ed. São Paulo: Atlas, 2001. http:www.tce.rs.gov.br/ Acesso em: fev. 2015. http: www.pne.mec.gov.br. Acesso em: fev. 2015. http:www.simec.mec.gov.br. Acesso em: fev.2015. http. www.ibge.gov./home/geografia/araterritorial. Acesso em: mar.2015. http.www.ibge.gov.br/home/estatística/economia/perfilmunic/. Acesso em: abr.2015. http.www.soledade.rs.gov.br. Acesso em:abr.2015. www.pim.saude.rs.gov.br. Acesso em: abr.2015. www.entreriosdosul.rs.gov.br. Acesso em: abr.2015.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da educação (9394/96) Brasília, 1996.

UNESCO. Declaração de Hamburgo, Alemanha, 2000.

BARBOSA, Ana Mãe, A imagem do ensino de arte: anos oitenta e novos tempos, São Paulo: Perspectiva, 2009 p.22.

KRAMER, Sonia, Infância, Educação e Direitos, 14ª edição, Editora Ática, São Paulo, 2003.

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GENTILI, Pablo, EDUCAR na esperança em tempo de desencanto. 2ª Ed. 2002, Petrópolis RJ.

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18 ANEXOS

1º Conferência Municipal de Educação Comunidade de Alto Alegre 14/03/2015

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2º Conferência Municipal de Educação Comunidade de Vila União 06/05/2015

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3º Conferência Municipal de Educação na sede do município 12/05/2015

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MENSAGEM FINAL

“... à medida que avançamos para a terra desconhecida do amanhã, é melhor ter um mapa geral incompleto, sujeito a revisões e correções do que não ter mapa algum.” (As Mudanças do Poder) Alvim Toffer.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a cada um que se envolveu de uma forma ou de outra ao longo da trajetória do processo de construção do Plano Municipal de Educação que é dedicado a educação do território entreriossulense, envolvendo sua redes, suas crianças, seus profissionais e seus parceiros colaboradores, articulados na busca da qualidade da educação para uma cultura de humanização, de direitos e deveres com o objetivo de construir uma sociedade melhor.