Uma Campanha de Recuperação das Matas Ciliares do Vale do Ribeira

ano V número 5 novembro2011

Renata Takahashi/Vidágua Ivy Wiens/ISA parceria

Ivy Wiens/ISA nesta edição II Expedição Ribeira Ivy Wiens/ISA mostra desafios e riquezas do maior rio do Vale

Ivy Wiens/ISA

Comunidades quilombolas participam de capacitações para restauração. Leia na página 2

Renata Takahashi/Vidágua De 16 a 21 de outubro a Problemas como falta de dores de histórias que envol- Campanha Cílios do Ribeira água para consumo humano, vem a todos com a beleza realizou a “II Expedição dificuldades para o transpor- poética do grande Ribeira. de Educação Ambiental e te de pessoas e insumos de Levantamento de Campo uma margem à outra do rio, O encontro do rio com no Rio Ribeira de ”. grandes perdas de terras e o mar foi celebrado com Diversidade de ações é mar- Durante seis dias, técnicos infra-estrutura em decorrên- o show “Excelência ao ca da Campanha Cílios do percorreram o rio, desde o cia do uso intensivo do solo, Ribeira”, do grupo Batucajé. Ribeira. Leia na página 3 Quilombo de Porto Velho, desbarrancamentos e cons- Júlio César da Costa, poeta e entre os municípios de Ita- tantes cheias foram desafios membro da banda, resumiu Juliana Ferreira/ISA óca e , até sua foz, encontrados pelo caminho. o sentimento com o qual a em Iguape. equipe da expedição con- Ao mesmo tempo, ações cluiu sua jornada. “Aqui no O rio Ribeira foi o perso- de resistência e de cuida- Vale o Rio é tudo. nagem principal da expe- do mostraram que muita É a identidade do povo. dição. Além de observar gente se preocupa com o rio A cultura popular precisa ser Municípios do Vale partici- suas condições ambientais, Ribeira e se empenha para reconhecida e legitimada. pam da elaboração do Plano especialmente a vegetação restaurá-lo. Durante a expe- A questão ambiental passa Diretor de Matas Ciliares. e o uso e ocupação do solo dição, a equipe conheceu pela questão cultural. Leia na página 7 nas margens do rio, jovens empenhados na sen- A valorização das comunida- a equipe visitou comunida- sibilização para as questões des tradicionais por meio da Renata Barroso/IDESC des que vivem próximas a ambientais, agricultores que arte, da música e da poesia é ele, além de escolas munici- perceberam, na prática, muito importante”, disse. pais e estaduais (veja na pá- a importância de se proteger gina 4 o roteiro percorrido). as margens dos rios, conta- E Viva o Rio Ribeira!

Parceiros da Expedição: Comitê da Bacia Hidrográfi- da Paiva, IDESC, Instituto A união entre Comitês pode Associação do Remanes- ca Ribeira de Iguape/Litoral Ambiental Vidágua, MOAB, fazer a força para a Bacia do cente de Quilombo da Sul, Comunidades locais, Prefeituras de Iporanga, Rio Ribeira. Comunidade de Porto DAEE, Diretorias de Ensino, Eldorado, , Re- Leia na página 8 Velho, AMAVALES, APTA, Escola Estadual Jayme Almei- gistro e Iguape, e UNESP Comunidades quilombolas participam de Diversidade de ações marca cursos de restauração florestal a Campanha Cílios do Ribeira Ivy Wiens/ISA Ivy Wiens/ISA Ivy Wiens/ISA Para dar suporte técnico às A Campanha Cílios do Ribeira, inicia- A diversidade de características das comunidades interessadas tiva do Instituto Socioambiental (ISA) áreas, como a qualidade da vegetação em fazer restauração flores- em parceria com o Instituto Ambiental do entorno e o uso e ocupação do tal, a Campanha Cílios do Ri- Vidágua, e que conta com um Conse- solo existente, demandam diferentes beira promoveu dois cursos lho Gestor formado por 25 instituições, metodologias de restauração. A escolha sobre o tema, em Abobral e demonstra, com suas ações, que restau- da técnica a ser utilizada é feita a partir Pedro Cubas. Em Abobral, ração de matas ciliares vai muito além de diagnóstico ambiental e discussão um grupo de mulheres, com de plantar árvores. Restaurar as mar- junto aos proprietários. Com o objetivo apoio do ISA e do Proter gens dos rios é respeitar e compreender de sistematizar estas informações e (Programa da Terra), mon- a diversidade sociocultural e física da monitorar os resultados, a Campanha taram estrutura para um região com o maior remanescente con- estabeleceu parceria com a UNESP, viveiro de mudas. Durante tínuo de Mata Atlântica do Brasil. campus de Registro. o curso, elas aprenderam os princípios para organização De 2008 a 2011, quarenta e oito par- Além dos aspectos ambientais, o de- dos trabalhos em viveiros, os ceiros se uniram à Campanha, dispo- senvolvimento da região e as necessi- Mutirão de construção de cerca no Quilombo de Porto Velho. diferentes tipos de estrutura nibilizando áreas com o objetivo de dades da população são considerados Ivy Wiens/ISA possíveis, o beneficiamento Atividade prática finalizou oficina de restauração. Manipulação de sementes de juçara, durante oficina de viveiro. restaurar áreas de nascentes, entornos nos projetos. Um exemplo disso é o de sementes, a dinâmica de de rio e topos de morro. O perfil dos Quilombo de Porto Velho, em Ipo- produção, o controle natural colocaram plântulas de café desde 2008 a comunidade to, e apresentar diferentes parceiros é bem diversificado: co- ranga, que sofre com a falta de água. de pragas e expedição. e sementes de aroeira. tem implantado ações de técnicas possíveis para res- munidades quilombolas, população Segundo Vandir dos Santos, membro As participantes também rea- As mudas produzidas foram restauração de matas ciliares tauração, como plantio total, indígena, assentados rurais, bananicul- da Associação local, muitos fazendei- lizaram a primeira semeadu- comercializadas e/ou troca- do Rio Pedro Cubas, com enriquecimento e técnicas tores, prefeituras, pequenos e médios ros e posseiros abriram a área, transfor- ra no viveiro, com capaci- das nas duas últimas edições apoio do ISA e recursos de nucleação. Os participan- proprietários rurais. Ao todo, 124,57 mando-a em pasto. “Agora precisamos dade para produzir 12.000 da Feira de Sementes e Mu- provenientes da Iniciativa tes puderam aplicar na prá- hectares de matas ciliares encontram-se recuperar principalmente as áreas de mudas em saquinhos. das Quilombolas, realizada Verde e Aymoré Financia- tica o conteúdo apresentado em processo de restauração com apoio nascente, de mata ciliar, para que não Na sementeira que constru- anualmente em Eldorado. mentos, o objetivo foi dar indo até as áreas de plantio e da Campanha. falte água”, diz. A comunidade tem íram, semearam palmeira suporte técnico às ações de realizando a manutenção de investido na apicultura como geração juçara. Nos saquinhos elas Já em Pedro Cubas, onde manutenção e monitoramen- algumas parcelas. Cílios do Ribeira desenvolve desde seu de renda e estímulo para o envolvi- lançamento a produção de informa- mento dos jovens com o território, por Cia Ópera na Mala se apresenta em escola, em Registro. ções estratégicas para compreender a isso a escolha das espécies utilizadas dinâmica do uso e ocupação do solo teve como foco principal a ampliação escolas públicas nos municípios de Aldeias indígenas de nas margens dos rios. O trabalho que do pasto apícola. O plantio foi finaliza- Apiaí, Eldorado, Iguape, e Re- vem sendo feito na construção do do no início de 2011, e novas áreas já gistro assistiram a peça “O Segredo do iniciam projeto de restauração florestal Plano Diretor de Matas Ciliares (leia foram prospectadas. Rio”, da Cia Ópera na Mala. Oficinas, Reinaldo Gomes Ribeiro/ISA mais na página 7), somado às visitas palestras e plantios são outras ações em Representantes das Aldeias cies frutíferas e espécies em campo, fortalecem a tomada de As crianças também participam da andamento com crianças e jovens, esti- Indígenas Uru-ity e Djaiko- propícias ao manejo para decisões nos processos de restauração. Campanha! Cerca de 2.000 alunos de mulando a participação nas discussões. aty, ambas no município de artesanato, e o plantio de Miracatu, se reuniram no sementes da palmeira juça- último dia 28 de junho com ra (Euterpe edulis), espécie técnicos da Campanha Cílios ameaçada de extinção. Propriedades atendidas pela Metodologias do Ribeira e da FUNAI para As comunidades poderão

oficializarem parceria para a legenda fazer uso da polpa do fruto Campanha Cílios do Ribeira de restauração utilizadas restauração de matas ciliares para alimentação, e, no nos territórios indígenas. caso da Aldeia Djaiko-aty, Sistemas Agroflorestais 10% a FUNAI já disponibilizou Repovoamento com sementes de A parceria, que conta tam- Oficina para escolha de espécies, na Aldeia Uru-ity. uma despolpadeira, que palmito juçara bém com a Diretoria de Ensi- tem sido usada para o be- 11% no de Miracatu, teve início no para reverter a degradação Na Aldeia Uru-ity serão neficiamento da polpa usa- Populações tradicionais segundo semestre de 2010, destas áreas. Em abril de 2011 restaurados 1,80 hectares, da na merenda da escola Assentamento Enriquecimento e condução quando foi realizada reunião foi realizado diagnóstico da e na Aldeia Djaiko-aty, 2,35 localizada na comunidade. Área pública de regeneração 23% para apresentação sobre a situação das matas ciliares hectares. A metodologia Atualmente a Campanha Área particular situação das matas ciliares nas aldeias, possibilitando a de restauração discutida e está buscando ampliar as na Bacia Ribeira de Iguape/ formulação de propostas para aceita pelas comunidades parcerias para viabilizar Litoral Sul e as ações que a a restauração, adequadas às será adensamento de áreas, recursos para os mutirões Campanha tem desenvolvido demandas locais. com plantio de espé- de implantação das áreas. Fonte: Instituto Socioambiental, 2011 Fonte: Instituto Socioambiental, 2011

2 www.ciliosdoribeira.org.br www.ciliosdoribeira.org.br 3 Ivy Wiens/ISA Ivy Wiens/ISA 3º dia - 18.10 5º dia - 20.10 II Expedição de Educação Discussão sobre matas ciliares, Plantio de 1.000 mudas na fazenda com o Eng Agr. Erick Weissem- Fagundes, no bairro Baissununga, Ambiental e Levantamento berg (equipe da Expedição), onde a Prefeitura de Registro fez prepa- Marta Negrão (CEA/SMA) e ração mecanizada do solo. Priorizou- de Campo do Rio Ribeira alunos do 3º ano da EE Jayme se espécies aptas à ambientes úmidos Almeida Paiva, em Eldorado. (jerivá, ingá, canema, suinã). Por rio, Roteiro percorrido Seguindo pelo Ribeira, a equipe a equipe chegou ao Rocío, em Iguape, observou pastagens, atividades observando muitas áreas de pastagens de mineração, plantações de com criação de bubalinos e bovinos. eucalipto e bananais. A noite A noite, na Casa do Patrimônio de Renata Takahashi/Vidágua foi feita conversa com agricul- Iguape (Ponto de Cultura), foi exibido tores e exibido o vídeo “Terço o vídeo “Terço Cantado”. Cantado”, na Igreja Santa Luzia, bairro Votupoca (Sete Barras).

Ivy Wiens/ISA

4º dia - 19.10 Reunião com grêmios da EE Plácido de Paula e Silva e Reinaldo Gomes Ribeiro/ISA EE Maria Santana de Almeida, em Sete Barras, para conversa sobre matas ciliares e projeto no 2º dia - 17.10 Renata Takahashi/Vidágua município. Por rio, a equipe viu Plantio com alunos da EE Nasci- a redução de bananais e pasta- mento Sátiro da Silva e Prefei- gens, aumento da mineração de tura de Iporanga, na entrada do areia, e iniciativas de restauração município. Seguindo pelo rio de matas ciliares. Ribeira, a Expedição apoiou A noite, com apoio da Prefeitura manifestação de moradores dos de Registro, moradores do Bairro 1º dia - 16.10 Quilombos de Maria Rosa e Pi- Boa Vista e adolescentes do Início da Expedição, no Qui- lões, que estão sem balsa desde Programa Ação Jovem assistiram lombo de Porto Velho, entre agosto. A noite, na Praça de Ita- ao vídeo “Terço Cantado”. Itaóca e Iporanga, onde a Cam- peúna (Eldorado) foram exibidos panha plantou cerca de 10.000 os vídeos “Terço Cantado” e 6º dia - 21.10 mudas para ampliação do pasto “O Povo dos Quilombos”. Saída de barco até a Barra do Ribeira, apícola e da produção de água no encontro das águas do rio com o doce. Visita à roça tradicional e mar. O monitor ambiental José Mário Unidade de Beneficiamento de “Major” Fortes e o músico Antonio Lara Mel. Exibição do vídeo “Olha- fizeram atividade com alunos da res Cruzados” e apresentação EE Sebastiana Muniz Paiva. A tarde, da Banda Municipal de Iporan- alunos da EM Abigail Fortes Martins, ga, na praça da cidade. receberam Cleide Carneiro, que contou histórias do rio Ribeira de maneira divertida. A noite, foram apresentadas imagens de todo o percurso e o grupo Batucajé coroou o encerramento da Expedição com o show “Excelência ao Rio Ribeira”.

Saiba mais sobre a expedição lendo o Diário de Bordo em http://www.ciliosdoribeira.org.br/expedicao 4 www.ciliosdoribeira.org.br 5 Expedição levanta informações de campo para Municípios do Vale do Ribeira pensar técnicas de restauração das matas ciliares participam da construção de Plano Diretor de Matas Ciliares

Ivy Wiens/ISA O plano vai apontar áreas restauração e conservação Reinaldo Gomes Ribeiro/ISA Ribeira, com os diversos prioritárias para a proteção de áreas prioritárias para atores que participaram dos recursos hídricos e a proteção dos recursos das reuniões municipais e deve ainda estabelecer cri- hídricos. encontros regionais, para térios e metodologias para a que constem no Plano de conservação e restauração Para esse trabalho, o Vale Ação a ser aprovado pelas foi dividido em quatro sub- instituições que compõem O Instituto Socioambiental regiões: Portal do Vale, Alto o Comitê de Bacia. (ISA) coordena, desde ou- Vale, Médio Vale e Laga- tubro de 2010, a realiza- mar. No início, o projeto Na segunda fase do projeto Equipe navega pelo rio Ribeira em Iporanga. ção do “Plano diretor para se dedicou à produção e serão elaborados e exe- recomposição florestal sistematização da base Oficina realizada no Lagamar. cutados projetos piloto de Além das atividades de educação planejar ações de reflorestamento de Renata Takahashi/Vidágua visando à conservação cartográfica da Bacia, em restauração, com o objetivo ambiental, a Expedição também teve acordo com a especificidade do solo de recursos hídricos da escala 1:50.000. O uso e derados nesta priorização, de testar metodologias que como um de seus objetivos a produção ao longo do rio”, explicou Gilvani. bacia hidrográfica do Rio ocupação do solo das ma- tendo em vista aspectos possam ser replicadas na de conhecimento. Para isso, a equipe Ribeira de Iguape e Litoral tas ciliares foi delimitado físicos, biológicos, sociais Bacia e avaliar custos. realizou captação de imagens audio- O engenheiro agrônomo Erick Weis- Sul”, projeto institucional a partir desses dados. e políticos. As propostas Ao final desta etapa será visuais das matas ciliares, coleta de senberg, especialista em botânica, do Comitê de Bacia, com As informações foram apre- construídas definem ações elaborado o documento amostras de solo e análise da fisiono- foi quem analisou a fisionomia vegetal. financiamento do Fun- sentadas aos 23 municípios e políticas necessárias para com as metas de restaura- mia vegetal. Ele ressaltou que a mata ciliar do Rio do Estadual de Recursos da região, para validação a conservação dos recursos ção e conservação da Bacia Ribeira não é muito conhecida, bem Hídricos (FEHIDRO) e que dos dados e definição dos hídricos, incluindo incen- Hidrográfica. O Plano O estagiário da Campanha Cílios do como em toda a Mata Atlântica. deverá nortear as estraté- critérios para escolha de tivos econômicos, como Diretor fornecerá dados Ribeira, Gilvani Scatolin Leite, fez as O ponto principal foi identificar as dife- gias do colegiado relativas áreas a serem preservadas pagamento por serviços que poderão interagir com coletas de solo, sob orientação do rentes ocupações do solo e a situação às áreas protegidas nas ou restauradas. Represen- ambientais, e investimentos diversas políticas públi- Prof Dr Reginaldo Barbosa da Silva. da mata nativa. “Uma grande parte beiras dos rios. O objeti- tantes de órgãos governa- para restauração florestal cas, como meio ambiente, Utilizando um trado holandês, ele do rio por onde passamos tem a mata vo é fazer diagnóstico da mentais, instituições de em áreas de captação de agricultura, planejamento, coletou amostras em 12 pontos ao ciliar ocupada por pastagens e plantio Desbarrancamento em Sete Barras. degradação e conservação pesquisa, associações rurais água para abastecimento saúde e educação. É um longo do Rio. Para conseguir uma boa de banana. Em menor escala, também da cobertura vegetal da e sociedade civil discutiram humano. Elas devem ser importante instrumento de representatividade, cada coleta foi feita ocorre o plantio de eucalipto e pinus”, Renata Takahashi/Vidágua Bacia, estabelecendo crité- em oficinas regionais quais validadas em um Seminário planejamento para os mu- em 2 pontos, um a partir de 10 metros observou Erick. Assim, a expedição sus- rios e metodologias para a elementos devem ser consi- da Campanha Cílios do nicípios do Vale do Ribeira. e outro a 50 metros da beira do rio, citou reflexões que podem contribuir respeitando a profundidade de para a caracterização da vegetação ao 0 a 40 centímetros. longo do Rio Ribeira.

As amostras foram levadas para a Outra presença notável nas margens Em iniciativa pioneira, Eldorado Faculdade de Agronomia da Unesp, do rio é a planta conhecida como onde serão submetidas a testes como “uvá”. Pouco se sabe sobre ela, mas começa a elaborar seu Plano da Mata Atlântica granulometria, química do solo e esta- a planta tem sido usada para conter o bilidade dos agregados. O objetivo é desbarrancamento que ocorre devido A Lei Federal 11.428/2006, Municipal deve identificar, a elaboração do primeiro georeferenciamento, restau- determinar a mancha de solo presente à vazão do rio nas margens, principal- conhecida como Lei da planejar e ordenar as ações Plano da Mata Atlântica do ração de áreas e controle no local, sua fertilidade e o quão ero- mente onde está bastante desmatado. Mata Atlântica, completa que visam a conservação Vale do Ribeira. O projeto social. A participação da sivo pode ser. “Uma hipótese é que, A equipe da expedição recolheu amos- em 2011 cinco anos de e a recuperação da Mata tem apoio do Ministério sociedade civil na aprova- a partir dessas informações, possamos tras para análise. Coleta de amostras de solo. publicação. Colocar em Atlântica, promovendo a do Meio Ambiente, através ção do plano é requisito prática sua aplicação, conectividade das áreas do Programa de Projetos para sua validação, por isso Ivy Wiens/ISA Ivy Wiens/ISA conforme regulamenta o conservadas e em recupera- Demonstrativos (PDA), com um dos objetivos do projeto Decreto 6.660/2008, ainda ção. Deve também apontar financiamento da GIZ/KfW. é o fortalecimento dos con- é um desafio. ações para o uso sustentá- A Rede de Ong’s da Mata selhos municipais de meio vel e manejado dos recur- Atlântica (RMA) oferece ambiente. Um dos instrumentos cria- sos naturais, aproveitando apoio institucional. dos pela lei são os Planos o potencial do bioma para Municipais de Conservação ações de turismo, agroeco- Haverá capacitações para Acompanhe a agenda das e Recuperação da Mata logia, extrativismo, coleta a elaboração dos planos, capacitações na página da Atlântica, no entanto, de sementes, entre outros. abertas a todos os municí- Campanha Cílios do Ribeira apenas o município de pios da região. Os temas na internet: João Pessoa (PB) dispõe de O ISA e a Prefeitura de Eldo- serão legislação, manejo e Botânico observa “uvá”. Plantio de eucalipto e banana em Eldorado. Plano aprovado. O Plano rado firmaram parceria para biodiversidade, sistemas de www.ciliosdoribeira.org.br

6 www.ciliosdoribeira.org.br www.ciliosdoribeira.org.br 7 A união faz a força

Projeto discute integração discussões sobre o rio, pro- Ribeira de Iguape e Litoral de recursos hídricos nos Es- entre Comitês das Bacias do movidas pela II Expedição Sul”, realizado pelo Instituto tados do Paraná e São Paulo Ribeira São Paulo e Paraná Ribeira, a própria popula- para o Desenvolvimento e logo devemos evoluir para ção chamou atenção para a Sustentável e Cidadania outras atividades”, disse o Por nascer no Estado do Pa- necessidade desta integra- do Vale do Ribeira (Idesc), secretário executivo do Co- raná, e desaguar no Estado ção. “O que adianta fazer a e executado pelo Instituto mitê da bacia Hidrográfica de São Paulo, o Rio Ribeira nossa parte se eles destroem Socioambiental (ISA) com Ribeira de Iguape e Litoral é considerado um rio de tudo por lá?”, disse seu financiamento do Fehidro/ Sul, Ney Ikeda. domínio federal. Estudos e Joaquim, fazendo referência SP visa a integração das O levantamento deve mapas mostram que a situa- aos municípios paulistas e ações entre o Comitê da abarcar um conhecimento ção da mata ciliar nos dois paranaenses localizados a Bacia do Ribeira de Iguape amplo da questão socio- Estados merece atenção de montante de Sete Barras. e o Comitê das Bacias do econômica e geográfica. todos. O modelo de uso da Alto Iguaçu e Afluentes do Ney ressalta que o processo terra adotado nos últimos A proposta de criar um Alto Ribeira. de integração dos Comitês anos e a ameaça perma- comitê da bacia federal vem de Bacia que abrangem o nente de investimentos com de encontro a essa preo- “Estamos traçando planos Território do Vale do Ribeira impactos ambientais, exige cupação. O projeto “Arti- para evoluir o processo de exige um esforço conjunto visão integrada de bacia e culação Institucional para criação do comitê. dos dois Estados, da parte maior articulação dos gesto- Gerenciamento de Recursos Já fizemos duas reuniões, do Governo do Estado e res públicos e lideranças da Hídricos do Comitê de estamos em fase de troca de com aporte e subsídio do sociedade civil. Durante as Bacia Hidrográfica do Rio informações sobre a gestão Governo Federal.

Campanha Cílios do Ribeira apóia plantios no Parque do Rio Turvo

Conjunto de iniciativas fortalece a a Restauração da Mata Atlântica, uma em floresta. Claro que é só o inicio, restauração de áreas em Unidade de iniciativa de caráter coletivo envolven- mas a regeneração está ocorrendo, Conservação do diversos segmentos da sociedade. o que prova que o homem pode agir No projeto, a comunidade do entorno em harmonia com a natureza ajudan- Os plantios realizados no Parque do Parque recebeu cursos de capacita- do ao invés de destruir”, afirmou. Estadual do Rio Turvo são oriundos de ção de atores locais. Em parceria com várias iniciativas. A Campanha Cílios o Instituto Amigos da Reserva da Bio- As mudas utilizadas em todos os do Ribeira apoiou a restauração de 3 sfera da Mata Atlântica, Conservação plantios são obrigatoriamente de es- hectares, doando 5.000 mudas, além Internacional e Fundação Florestal, 17 pécies da Mata Atlântica e da região e de fomento financeiro para a implanta- mil mudas de espécies nativas foram foram adquiridas dos viveiros da rede ção e manutenção da área. As empre- plantadas. “Viveiros comunitários” e de pequenos sas OHL e Elektro realizaram plantios viveiros do Vale do Ribeira. compensatórios nos Núcleos Capeli- Segundo o Engenheiro Agrícola Outro requisito é que a mão-de-obra nha e Cedro desde 2009. Ocimar Baptista Bim da Fundação Flo- contratada nos serviços de manuten- Outra iniciativa que colabora com restal, órgão gestor do Parque, as ações ção seja da região. Assim, a população a restauração das áreas do Parque de plantio são muito importantes para se aproxima dos processos de res- é o projeto Modelo de Restauração a região. “Áreas degradas para pasta- tauração e dos temas relacionados à Participativa, apoiado pelo Pacto para gem agora começam a se transformar preservação da floresta.

CÍLIOS DO RIBEIRA - CAMAPNHA DE RECUPERAÇÃO DAS MATAS CILIARES DO VALE DO RIBEIRA parceiros apoiadores patrocínio desta edição Inst. Socioambiental [email protected] (13) 3871 1697 www.socioambiental.org Inst. Ambiental Vidágua [email protected] (14) 3281 2633 www.vidagua.org.br Jornalista responsável Katarini Miguel (MTB 41963) Textos Ivy Wiens e Renata Mondini Takahashi Mapa Maria Fernanda do Prado Diagramação Débora Oelsner Lopes Tiragem 2.000 exemplares Impressão Gráfica Print On Colaboração Nilto Tatto

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