COMO EXPORTAR CABO VERDE

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Coordenação-Geral de Promoção Comercial

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Índice

1- INTRODUÇÃO ...... 6

2- MAPA ...... 10

3- DADOS BÁSICOS ...... 11

4- ASPECTOS GERAIS ...... 14 4.1 Geografia ...... 14 4.1.1 Distâncias ...... 14 4.1.2 Clima ...... 15 4.2 População, centros urbanos e indicadores ...... 16 4.2.1 População ...... 16 4.2.2 Principais centros urbanos ...... 18 4.2.3 Principais indicadores socioeconômicos ...... 19 4.3 Organização política e administrativa (breves descrições) ...... 27 4.3.1 Organização política ...... 27 4.3.2 Organização administrativa ...... 28

5- ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS ...... 29 5.1 Conjuntura econômica ...... 29 5.2 Principais setores de atividade ...... 34 5.2.1 Turismo ...... 34 5.2.2 Construção civil e obras públicas ...... 35 5.2.3 Energia ...... 36 5.2.4 Economia do mar (economia azul) ...... 36 5.2.5 Questões ambientais e atividades econômicas ...... 37 5.3 Moeda e finanças ...... 39 5.3.1 Moeda e taxa de câmbio ...... 39 5.3.2 Balanço de pagamentos e reservas internacionais ...... 42 5.3.3 Finanças públicas ...... 43 5.3.4 Sistema bancário ...... 44 5.3.5 Risco do sistema financeiro ...... 45

6 - COMÉRCIO EXTERIOR GERAL DO PAÍS ...... 46 6.1 Evolução recente: considerações gerais ...... 46 6.2 Origem e destino do comércio ...... 52 6.2.1 Importações ...... 52 6.2.2 Exportações ...... 52 6.3 Composição segundo produtos ...... 53 6.3.1 Importações ...... 53 6.3.2 Exportações ...... 54 6.4. Participação em organizações e acordos internacionais ...... 55

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7 -RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL – CABO VERDE ...... 57 7.1.Intercâmbio comercial bilateral ...... 57 7.1.1 Evolução recente ...... 57 7.1.2 Composição do intercâmbio comercial bilateral ...... 60 7.2 Investimentos bilaterais ...... 62 7.3 Principais acordos econômicos com o Brasil ...... 63 7.4 Linhas de crédito de bancos brasileiros para exportação ...... 64 7.5 Importações, exportações e balança comercial ...... 85

8 -ACESSO AO MERCADO ...... 86 8.1 Sistema tarifário ...... 86 8.1.1 Estrutura da tarifa de importação ...... 86 8.1.2 Pauta aduaneira de Cabo Verde...... 86 8.1.3 Outras taxas e gravames à importação ...... 88 8.2 Regulamentação das atividades de comércio exterior ...... 89 8.2.1 Regulamentação geral ...... 89 8.2.2 Regulamentação específica ...... 91 8.2.3 Embalagem e rotulagem ...... 92 8.2.4 Marcas e patentes ...... 92 8.2.5 Regime cambial ...... 93 8.3 Documentação e formalidades...... 94 8.3.1 Documentação e formalidades no embarque (Brasil) ...... 94 8.3.2 Documentação e formalidades no desembarque (Cabo Verde) ...... 96 8.4 Regimes aduaneiros especiais ...... 98 8.4.1 Regimes especiais ...... 98 8.4.2 Sem regime especial ...... 100 8.4.3 Centro Internacional de Negócios de Cabo Verde ...... 101 8.4.4 Zonas francas comerciais ...... 102 8.4.5 Entreposto aduaneiro ...... 103 8.4.6 Importação temporária ...... 103 8.4.6 Drawback ...... 104 8.4.7 Reexportações ...... 104 8.4.8 Trânsito aduaneiro ...... 104

9 - INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES ...... 105 9.1 Infraestrutura interna ...... 105 9.1.1 Modal rodoviário ...... 105 9.1.2 Modal ferroviário ...... 111 9.1.3 Modal hidroviário (marítimo) ...... 111 9.1.4 Modal aéreo ...... 116 9.2 Infraestrutura para importação/exportação ...... 121 9.2.1 Portos e conexões marítimas ...... 122 9.2.2 Aeroportos e conexões aéreas ...... 129

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10 - ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO ...... 135 10.1 Canais de distribuição ...... 135 10.1.1 Considerações gerais ...... 135 10.1.2 Estrutura geral ...... 136 10.1.3 Canais recomendados ...... 139 10.2 Promoção de vendas ...... 142 10.2.1 Considerações gerais ...... 142 10.2.2 Principais feiras e exposições ...... 143 10.2.3 Veículos publicitários ...... 144 10.2.4 Consultoria de marketing ...... 146 10.3 Práticas comerciais ...... 147 10.3.1 Negociações e contratos de importação ...... 147 10.3.2 Designação dos agentes ...... 148 10.3.3 Abertura de escritório de representação comercial, de empresa filial e de franquia ...... 149 10.3.4 Formação de joint-ventures ...... 151 10.3.5 Financiamento das importações ...... 152 10.3.6 Litígios e arbitragem comercial ...... 153 10.4 Comércio eletrônico ...... 155

11 - RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS ...... 157 11.1 Ambiente de negócios ...... 157 11.2 Setores mais atrativos em Cabo Verde para o investimento ...... 159 11.2.1 Setor do turismo...... 159 11.2.2 Setor da construção e obras públicas ...... 161 11.2.3 Setor da energia ...... 163 11.2.4 Setor do ambiente ...... 164 11.2.5 Setor da economia do mar (economia azul) ...... 165 11.2.6 Setor do agronegócio ...... 166 11.2.7 Setor da importação e distribuição ...... 167 11.2.8 Setor das tecnologias da informação e comunicação (TIC) ...... 168 11.2.9 Setor das indústrias culturais e criativas ...... 169 11.3 Produtos com maior potencial de exportação Brasil – Cabo Verde ...... 170 11.4 Recomendações gerais ...... 174

12 - ANEXOS ...... 176 12.1 Endereços ...... 176 12.1.1 Órgãos oficiais ...... 176 12.1.2 Empresas brasileiras ...... Erro! Indicador não definido. 12.1.3 Câmaras de comércio ...... 180 12.1.4 Principais entidades de classe locais ...... 181 12.1.5 Principais Empresas de e-commerce ...... 181 12.1.6 Principais bancos ...... 182 12.1.7 Meios de comunicação ...... 184 12.1.8 Empresas de consultoria de estratégia operacional e marketing ...... 187 12.1.9 Aquisição de documentação ...... 188 12.1.10 Companhias de transporte com o Brasil ...... 189 12.1.11 Supervisão de embarques ...... 195 12.1.12 Fluxo operacional ...... 196 12.1.13 Informações sobre fretes ...... 197 4

12.1.14 Comunicações: Tarifas ...... 197 12.1.15 Informações práticas ...... 198 12.2 Bibliografia ...... 203

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1-INTRODUÇÃO

A importância política e econômica de Cabo Verde no mundo:

Cabo Verde encontra-se situado no Médio Atlântico Norte, em conformação geográfica arquipelágica que, por um lado, dificulta o transporte e a comunicação interilhas, mas, por outro, privilegia o país como um dos pontos de maior densidade de cruzamento de rotas marítimas e aéreas a interligarem o Mediterrâneo e o Brasil, bem como a África Ocidental e o continente americano, facilitando a conexão com Estados Unidos, Canadá e Caribe.

A localização estratégica de Cabo Verde traduz-se em vantagem para o país em matéria de negociações comerciais com os parceiros internacionais e tem sido devidamente potenciada na política externa do país.

Cabo Verde é visto pelos países internacionais como ponto de ligação com toda a África, em especial com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa-PALOP e a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental-CEDEAO, e de escala para muitos países nas suas rotas comerciais – como a China e mais recentemente o Brasil, que pode reestruturar e intensificar sua presença em todo o continente africano, especialmente em Cabo Verde.

Aspetos relevantes da atual conjuntura econômica de Cabo Verde, com perspetivas para o futuro:

Até o início da pandemia COVID-19, Cabo Verde atravessava momento de crescimento econômico favorável, com taxa real do Produto Interno Bruto-PIB estimada em 5,2% para 2019 e 5% para 2020. Tal crescimento se deve à atividade robusta nos setores de turismo, construção civil e obras públicas, energia, ambiente e economia azul. Outros setores potenciais da economia são agronegócio, importação e distribuição, TIC e indústrias culturais e criativas.

O investimento público dos últimos anos impulsionou o crescimento econômico, aumentando, no entanto, a dívida pública. A consolidação fiscal foi implementada para combater a dívida, com limite de 3% do PIB nos empréstimos domésticos. Tais medidas começaram a dar frutos, pois o déficit fiscal reduziu para valores abaixo de 3% do PIB em 2018, financiado por empréstimos concessionais e emissões de títulos do tesouro. A dívida pública caiu de 128,4% do PIB em 2016 para 123,9% em 2018. Projetava-se, até a eclosão da pandemia de 2020, declínio para 98,5% do PIB em 2023 (com a atual pandemia, a maior parte das previsões assinala aumento da divida pública em mais de 130% em 2020). A redução do investimento público devido à consolidação fiscal limitou investimentos em infraestrutura e desacelerou a diversificação econômica. Como resultado, a conectividade inadequada entre as ilhas de Cabo Verde dificulta a competitividade das empresas locais nas cadeias de valor globais.

As altas tarifas de eletricidade – cerca de USD 0,25/kWh em comparação com USD 0,19/kWh nas Ilhas Maurícias – também impedem o crescimento da produção industrial, uma vez que a maioria das empresas depende de energia diesel de valores elevados, drenando as reservas externas.

O crescimento econômico de Cabo Verde traduziu-se substancialmente na redução da pobreza de 58%, em 2001, para 35%, em 2015, e declínio da desigualdade de rendimentos: coeficiente

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de Gini de 0,53, em 2001, para 0,42, em 2015. No entanto, continua a assistir-se a altas taxas de desemprego, especialmente entre jovens e mulheres (32,4%).

Com a atual pandemia COVID-19, tendo em conta que o PIB depende em 25% do turismo e que 80% dos turistas são originários das regiões onde a pandemia é mais intensa (Estados Unidos e Europa), de acordo com a agência de notação financeira Fitch Ratings, prevê-se que em 2020 Cabo Verde tenha crescimento econômico negativo de 14% e que a dívida pública suba para 154% do PIB (devido às receitas fiscais e ao financiamento das respostas do governo à pandemia vindo principalmente dos parceiros multilaterais e bilaterais).

Ao revés, aara 2021 a mesma agência prevê forte recuperação de Cabo Verde, antevendo crescimento do PIB na ordem dos 8,5%, que depois abrandará para uma média de 5% nos anos seguintes, índices previstos com base na perspectiva de recuperação no turismo global e nos investimentos diretos estrangeiros nos setores de aviação e turismo.

A política geral de comércio exterior, dimensão e crescimento do mercado e sua importância em termos mundiais e regionais, com perspectivas para o futuro:

Em Cabo Verde, vigora regime de comércio internacional liberal. As transações estabelecidas por importadores e exportadores devidamente reconhecidos e licenciados para tal, sob orientação de despachantes oficiais credenciados, não conhecem entraves para além das restrições e condicionantes estabelecidas legalmente quanto a matérias específicas de teor securitário ou sanitário, em tudo idênticas às existentes na maioria dos países em que existe comércio livre.

Em 2018, as principais importações de Cabo Verde tiveram origem em , Espanha, Países Baixos e Brasil. As importações consistem essencialmente de produtos alimentares, produtos industriais, equipamentos de transporte e combustíveis. Os principais destinos das exportações foram Espanha, Portugal e Estados Unidos, principalmente pescados, combustíveis, sapatos, vestuário e peles de animais.

O país faz parte da CEDEAO, da Organização Mundial do Comércio-OMC, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa-CPLP e estabeleceu ao longo dos anos diversos acordos que lhe permitem usufruir de benefícios nas trocas comerciais com diversos países, em especial com a União Europeia.

Cabo Verde é um dos países da África Ocidental que absorve maior investimento estrangeiro, tendo muitas empresas opinião muito positiva sobre a privilegiada posição geográfica do país, bem como sobre seu ambiente político e social estável. Os investimentos estrangeiros diretos são principalmente provenientes de Portugal, Espanha e China.

Tanto investidores nacionais como estrangeiros gozam de igualdade de tratamento em matéria fiscal, sendo concedida aos investidores redução de impostos que varia entre 5 e 10 anos, consoante os setores.

O potencial das relações econômicas de Cabo Verde com o Brasil:

Brasil e Cabo Verde estabeleceram relações diplomáticas em 1975. Com a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica, em 1977, Cabo Verde tem-se beneficiado de projetos desenvolvidos em parceria com instituições brasileiras em áreas como saúde, educação, agropecuária e agências reguladoras. O país é atualmente um dos maiores parceiros de 7

cooperação em projetos desenvolvidos principalmente com recursos da Agência Brasileira de Cooperação-ABC.

No âmbito da Cooperação Educacional, Cabo Verde tem também aproveitado as oportunidades oferecidas pelos Programas de Estudantes-Convênio de Graduação e de Pós- Graduação (PEC-G e PEC-PG), enviando anualmente dezenas de estudantes para o Brasil, onde diplomatas e militares cabo-verdianos têm frequentado tradicionalmente cursos de formação.

Recentemente, com a visita do Ministro Ernesto Araújo a Cabo Verde em dezembro de 2019, Cabo Verde e Brasil aprofundaram vínculos bilaterais nas áreas da segurança, defesa, comércio, investimento e cultura.

Os dois países intensificaram também cooperação no âmbito da defesa da costa marítima próxima dos países da África Ocidental. Em 1986, a Organização das Nações Unidas-ONU aprovou, por iniciativa do Brasil, resolução com o objetivo de defender e aproveitar o potencial socioeconômico do Atlântico Sul, mas incluindo países da porção meridional do Atlântico Norte, que está sujeita a ataques de piratas e gangs que assaltam navios.

Cabo Verde e Brasil fazem parte da Cooperação Sul-Sul da ONU, que estabelece os objetivos de desenvolvimento sustentável para todos os países da cooperação, em matérias sociais, políticas, económicas e ambientais. A Cooperação Sul-Sul corresponde a projetos de apoio mútuo entre países em vias de desenvolvimento e traduz-se em potencial de relação entre os dois países.

Cronologia das relações Bilaterais:

1975 – Estabelecimento das relações diplomáticas 1977 – Acordo básico de cooperação 1979 – Tratado de amizade e cooperação e acordo de cooperação cultural 1983 – Visita do presidente João Figueiredo a Cabo Verde 1985 – Visita ao Brasil do presidente Aristides Pereira 1986 – Visita do presidente José Sarney a Cabo Verde; assinatura de acordo comercial 1987 – Visita ao Brasil do presidente Aristides Pereira 1990 – Visita ao Brasil do presidente Aristides Pereira 1992 – Visita ao Brasil do presidente Antonio Mascarenhas Monteiro 2002 – Visita ao Brasil do presidente Pedro Pires 2003 – Visita ao Brasil do presidente Pedro Pires (junho) 2003 – Visita ao Brasil do primeiro-ministro José Maria Neves (outubro) 2004 – Visita a Cabo Verde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva 2005 – Visita ao Brasil do primeiro-ministro José Maria Neves (agosto 2005 – Visita ao Brasil do presidente Pedro Pires (setembro) 2006 – Visita ao Brasil do presidente Pedro Pires 2007 – Visita ao Brasil do presidente Pedro Pires 2008 – Início das atividades do Centro Cultural Brasil-Cabo Verde 2009 – I Reunião do Mecanismo de Consultas Políticas e de Cooperação (julho) 2009 – Visita do primeiro-ministro José Maria Neves ao Brasil (outubro) 2010 – Visita à Ilha do Sal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ocasião da Cúpula Brasil- CEDEAO 2011 – O ministro das relações exteriores-MRE Antonio Patriota mantém encontro com o ministro dos negócios estrangeiros, cooperação e comunidades-MNECC de Cabo Verde, José Brito, em visita ao Brasil por ocasião da cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff 8

(janeiro) 2012 – II Reunião do Mecanismo de Consultas Políticas, por ocasião da visita do MNECC Jorge Alberto Borges ao Brasil 2015 – Visita do MRE Mauro Vieira a , ocasião em que é realizada a III Reunião do Mecanismo de Consultas Políticas e de Cooperação. Reuniões de trabalho com o chanceler Jorge Tolentino, o presidente Jorge Carlos Fonseca, o primeiro-ministro José Maria Neves e o presidente da Assembleia Nacional Basílio Mosso Ramos 2016 – Visita do MRE José Serra a Praia, ocasião em que mantém reuniões de trabalho com seu homólogo Luis Filipe Tavares, com o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva e com o presidente Jorge Carlos Fonseca (maio) 2016 – Assinatura de acordo sobre serviços aéreos entre a República Federativa do Brasil e a República de Cabo Verde (novembro) 2018 – O presidente Michel Temer viaja à Ilha do Sal para participar da XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP 2019 – Visita do MRE Ernesto Araújo a Cabo Verde, quando mantém reuniões de trabalho com o chanceler Luis Filipe Tavares e o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva 2021 – Prevista visita do presidente Jair Bolsonaro a Cabo Verde, no âmbito da nova visão do relacionamento do Brasil com a África e do reforço das relações bilaterais com Cabo Verde

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2- MAPA

Mapa 1 - Mapa do Arquipélago de Cabo Verde

Fonte: Google Maps

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3- DADOS BÁSICOS

 Superfície: 4.033km2

 População: 543.492 (2018)

 Densidade demográfica: 135 hab/km2 (2018)

 População economicamente ativa: 222.028 (2018)

 Ilhas e principais cidades: o Ilha de Santiago: Praia, Assomada, Calheta São Miguel, João Teves, Pedra Badejo, Ribeira Grande de Santiago - Cidade Velha, São Domingos, Tarrafal o Ilha de São Vicente: Mindelo, Ribeira de Craquinha o Ilha do Fogo: Cova Figueira, Mosteiros, São Filipe o Ilha da Boa Vista: Sal-Rei o Ilha do Sal: Espargos, Santa Maria o Ilha Brava: Nova Sintra o Ilha de Santo Antão: Pombas, Ponta do Sol, Porto Novo, Ribeira Grande o Ilha do Maio: Porto Inglês o Ilha de São Nicolau: Ribeira Brava

 Moeda: escudo de Cabo Verde-CVE

 Cotação (média anual): 110,265 (taxa fixa, equivalente a 1 euro)

 PIB (preços correntes, 2018): USD 1,977 bilhões (Fonte: Banco Mundial)

 Composição do PIB (2017 – últimos dados disponíveis): o Agropecuária: USD 12.185 o Indústria: USD 30.969 o Serviços: USD 105.999 o Impostos e taxas líquidos de subsídios: USD 23.944 (Fonte: Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde-INE-CV)

 PIB (preços correntes, previsão para 2019): USD 1,990 bilhões (Fonte: Banco Mundial)

 Composição do PIB (previsão trimestral para 2019):

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Tabela 1 -Composição do PIB por setores (em milhões de CVE*)

RAMOS 2019-I 2019-II 2019-III 2019-IV AGRICULTURA 2.155 2.206 1.672 1.793 PESCA 263 261 403 290 INDÚSTRIAS EXTRATIVAS 137 156 159 157 INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS 3.316 3.196 3.220 3.225 ELETRICIDADE E ÁGUA 1.258 1.270 1.388 1.256 CONSTRUÇÃO 4.408 5.053 5.100 4.974 COMÉRCIO 4.811 5.035 5.261 5.518 TRANSPORTES 4.114 4.808 5.363 5.360 ALOJAMENTO E RESTAURAÇÃO 4.017 2.953 3.296 3.857 TELECOMUNICAÇÕES E CORREIOS 1.205 1.224 1.247 1.457 SERVIÇOS FINANCEIROS 2.072 2.126 2.152 2.204 IMOBILIÁRIA E OUTROS SERVIÇOS 4.031 4.082 4.072 4.244 SERVIÇOS ÀS EMPRESAS 1.053 1.028 1.008 1.093 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 7.523 7.705 7.578 8.330 VALOR ACRESCENTADO 40.363 41.101 41.920 43.758 IMPOSTOS LÍQUIDOS DE SUBSÍDIOS 6.583 6.840 7.033 7.604 PIB 46 946 47 941 48 953 51 362 *1 euro = 110,265 CVE. Fonte: INE-CV, contas nacionais trimestrais – 2019

 Crescimento real do PIB em % (últimos 5 anos): o 2014: 0,61 o 2015: 1,00 o 2016: 4,70 o 2017: 3,70 o 2018: 5,07 (Fonte: Banco Mundial)

 Crescimento real do PIB em % (previsão para 2019 e 2020): o 2019: 5,2 o 2020: 5 (Fonte: Banco de Cabo Verde-BCV)

 PIB per capita (último ano disponível: 2018): USD 3,654 bilhões  PIB per capita (previsão para 2019): USD 3,900 bilhões (Fonte: Banco Mundial)

 Comércio exterior (2018): o Exportações: USD 71.307 mil o Importações: USD 770.181 mil (Fonte: Banco Mundial)

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 Comércio exterior (previsão para 2019) o Exportações: USD 61.900 mil o Importações: USD 790.000 mil (Fonte: INE-CV)

 Intercâmbio comercial bilateral (2018): o Exportações brasileiras: USD 18.120.947 o Importações brasileiras: USD 31.254 (Fonte: Comex Stat)

 Intercâmbio comercial bilateral (previsão para 2019)): o Exportações brasileiras: USD 24.777.388 o Importações brasileiras: USD 8.772 (Fonte: Comex Stat)

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4- ASPECTOS GERAIS

4.1 Geografia

Cabo Verde é um arquipélago constituído por dez ilhas, que se estendem por 4.033km2. A maior ilha é a de Santiago, com superfície de 930km²; e a de menor dimensão, a ilha Brava, com 67km2.

Cabo Verde encontra-se dividido em duas regiões: Barlavento e Sotavento. No Barlavento, encontram-se as ilhas de Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia, São Nicolau, Sal, Boavista e os ilhéus Branco e Raso; e no Sotavento, as ilhas de Santiago, Fogo, Brava e Maio.

4.1.1 Distâncias

Apresentamos no quadro seguinte as distâncias entre as 9 ilhas habitadas de Cabo Verde:

Tabela 2 – Distâncias entre as Ilhas de Cabo Verde Ilha de Ilha de Ilha do Ilha da Ilha do Ilha Ilha de Ilha do Ilhas Santiago São Fogo Boa Sal Brava Santo Maio Vicente Vista Antão Ilha de São 98km Vicente Ilha do 84km 221km Fogo Ilha da 139km 243km 210km Boa Vista Ilha do 199km 219km 255km 74km Sal Ilha 119km 224km 34km 243km 197km Brava Ilha de 276km 31km 249km 271km 103km 250km Santo Antão Ilha do 44km 267km 128km 112km 181km 163km 298km Maio Ilha São 173km 98km 185km 144km 125km 203km 126km 185km Nicolau Fonte: Distance To-Cabo Verde https://pt.distance.to/Cabo-Verde

Cabo Verde encontra-se localizado a cerca de 500km da costa africana e faz fronteira marítima a oeste com , Mauritânia, Gâmbia e Guiné-.

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Mapa 2 – Fronteiras com as Ilhas de Cabo Verde

Fonte: Google Maps

Tabela 3 - População e PIB per capita dos países vizinhos Países vizinhos População PIB per capita corrente USD Senegal 15.854.360 1.521,954 Mauritânia 4.403.319 1.218,596 Gâmbia 2.280.102 712,452 Guiné-Bissau 1.874.309 777,977 *Cabo Verde 543.492 3.654,007 Fonte: Banco Mundial *Fonte: INE-CV

4.1.2 Clima

As ilhas de Barlavento – de onde sopra o vento – e Sotavento – por onde se escoa o vento – estão sujeitas tanto às baixas pressões equatoriais, como às altas pressões subtropicais ao largo do deserto do Norte de África, de onde provêm ventos quentes e secos.

As temperaturas médias anuais variam entre 20ºC e 30ºC.

As temperaturas médias da água do mar variam entre 21ºC em fevereiro e março e 25ºC entre setembro e outubro.

O período seco e quente ocorre de agosto a outubro.

O período do tempo fresco é mais longo, ocorrendo de novembro a julho.

No geral, Cabo Verde caracteriza-se por clima com chuvas irregulares, que podem ser demasiado escassas durante longos períodos de tempo.

A estação de maior precipitação dura 2,4 meses, de 9 de agosto a 22 de outubro, com probabilidade acima de 13% de que um determinado dia tenha precipitação.

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4.2 População, centros urbanos e indicadores

4.2.1 População

 Total: 543.492 Crianças (menos de 15 anos): 26,5% Jovens (15anos aos 24 anos): 18,2% Adultos (25anos aos 64anos): 49,3% Idosos (65 anos ou mais): 6%

Homens: 49,7% Mulheres: 50,3%

Urbana: 68% Rural: 32%  Densidade média: 135 hab/km2 (2018)  Concentração geográfica/regional: o Ilha de Santiago (56,2%) da população. o Cidade da Praia com peso relativo de 30%. (Fonte: INE-CV, 2018))

Tabela 4 – Evolução da população total entre 1990-2030 Anos 2014 2015 2016 2017 2018 2020 2030

População 518.468 524.623 530.931 537.231 543.492 556.857 621.141 Fonte: INE-CV

Tabela 5 - Distribuição percentual da população segundo grandes grupos etários e por gênero GRUPOS ETÁRIOS IDADE IDADE 0- 15-24 25-34 35-64 65 anos + Total MÉDIA MEDIANA 14 Gênero Masculino 27,4 18,1 21,0 28,7 4,7 100,0 28,6 27,0 Feminino 25,5 18,3 18,1 30,7 7,4 100,0 31,1 28,0 Fonte: INE-CV

Tabela 6 - Distribuição percentual da população segundo grandes grupos etários por meio de residência e concelhos

GRUPOS ETÁRIOS IDADE IDADE 0-14 15-24 25-34 35-64 65 anos + Total MÉDIA MEDIANA

CABO VERDE 26,5 18,2 19,6 29,7 6,0 100,0 29,8 27,0

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MEIO RESIDÊNCIA Urbano 26,1 17,7 20,9 30,2 5,1 100,0 29,5 28,0 Rural 27,3 19,4 16,7 28,6 8,0 100,0 30,5 26,0

CONCELHOS Ribeira Grande 24,8 16,1 13,6 34,5 10,9 100,0 34,5 31,0 Paul 24,8 16,0 13,2 35,7 10,2 100,0 33,6 32,0 Porto Novo 26,1 17,5 17,5 30,8 8,0 100,0 32,0 28,0 São Vicente 22,9 17,2 16,8 35,2 7,9 100,0 32,4 30,0 Ribeira Brava 22,5 16,9 16,5 32,7 11,4 100,0 34,3 31,0 Tarrafal de São Nicolau 26,6 18,7 14,1 31,4 9,2 100,0 31,9 27,0 Sal 27,1 15,4 26,1 28,3 3,0 100,0 27,7 28,0 Boavista 23,9 13,6 25,6 33,0 3,9 100,0 29,4 30,0 Maio 25,5 15,1 16,7 34,7 8,0 100,0 32,5 30,0 Tarrafal 29,1 19,0 16,8 28,0 7,1 100,0 29,7 25,0 Santa Catarina 25,9 21,7 20,9 25,1 6,5 100,0 29,1 26,0 Santa Cruz 29,9 21,9 16,4 26,3 5,5 100,0 28,0 24,0 Praia 27,0 17,6 22,3 29,3 3,8 100,0 28,5 27,0 São Domingos 28,6 22,5 16,9 25,4 6,6 100,0 28,4 24,0 São Miguel 27,4 22,3 16,0 26,6 7,8 100,0 30,1 25,0 São Salvador do Mundo 28,8 21,5 17,4 24,1 8,1 100,0 29,2 24,0 São Lourenço dos Órgãos 26,8 21,2 14,7 28,8 8,4 100,0 30,8 25,0 Ribeira Grande Santiago 27,9 22,2 17,3 26,2 6,5 100,0 28,8 24,0 Mosteiros 29,5 19,6 17,9 26,6 6,5 100,0 29,1 25,0 São Filipe 29,2 17,5 17,3 28,1 8,0 100,0 30,3 26,0 Santa Catarina do Fogo 31,9 21,5 15,9 24,4 6,3 100,0 27,5 22,0 Brava 29,1 15,3 15,0 32,2 8,4 100,0 31,4 29,0 Fonte: INE-CV

Tabela 7 - População economicamente ativa (2018) Total Homens Mulheres População ativa 222.028 124.053 97.975 Urbano 164.054 89.254 74.800 Rural 57.974 34.799 23.175 Fonte: INE-CV

Tabela 8 - População de 15 anos ou mais, empregada, segundo o ramo de atividade econômica (2018)

Total da População 19.000 Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 23.011

Indústria extrativa 1.325 Indústria transformadora 18.486

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 1.490 Captação, tratamento e distribuição de água, 847 saneamento, gestão de resíduos e despoluição

17

Total da População 19.000 Construção 20.383 Comércio, reparação de automóveis e motociclos 32.602

Transporte e armazenagem 10.438 Alojamento e restauração 15.507

Atividades de informação e comunicação 2.443 Atividades financeiras e seguros 1.545

Atividades imobiliárias 757 Atividades de consultoria científicas e técnicas 1.102

Atividades administrativas e dos serviços de apoio 7.673 Administração pública e defesa segurança social 20.232

Educação 13.015 Saúde humana e ação social 4.307

Atividades artísticas, Esportivas e recreativas 1.589 Outras atividades e serviços 5.376

Famílias empregadores de domésticos 11.520 Organismos internacionais e ONGs 731

N/D 620 Fonte: INE-CV

4.2.2 Principais centros urbanos

Tabela 9 – Evolução da População por Concelhos em 1990 - 2018

1990 2000 2010 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

CABO VERDE 331.504 434.625 491.875 505.848 512.096 518.468 524.623 530.931 537.231 543.492

CONCELHOS Ribeira Grande 20.790 21.594 18.890 18.105 17.748 17.375 17.017 16.674 16.348 16.034 Paul 8.106 8.385 6.997 6.616 6.433 6.261 6.099 5.940 5.789 5.647 Porto Novo 14.864 17.191 18.028 17.784 17.681 17.556 17.431 17.308 17.188 17.068 São Vicente 50.478 67.163 76.140 78.325 79.241 80.140 81.014 81.862 82.679 83.467 Ribeira Brava 8.467 7.580 7.432 7.347 7.262 7.182 7.108 7.035 6.965 Tarrafal de São 13.649 5.180 5.237 5.257 5.254 5.249 5.242 5.233 5.224 5.217 Nicolau Sal 7.514 14.816 25.779 29.096 30.654 32.208 33.746 35.267 36.768 38.243 Boavista 3.437 4.209 9.162 11.201 12.313 13.376 14.451 15.533 16.620 17.707 Maio 4.962 6.754 6.952 6.923 6.881 6.946 6.840 6.828 6.817 6.812

18

1990 2000 2010 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Tarrafal 11.600 17.792 18.565 18.488 18.424 18.367 18.314 18.264 18.217 18.171 Santa Catarina 32.283 40.852 43.297 44.052 44.387 44.745 45.123 45.516 45.921 46.335 Santa Cruz 18.004 25.234 26.617 26.579 26.509 26.436 26.359 26.276 26.190 26.099 Praia (Capital) 63.981 98.118 131.719 139.993 143.785 147.608 151.428 155.239 159.027 162.784 São Domingos 11.526 13.320 13.808 13.936 13.970 14.004 14.037 14.070 14.102 14.134 São Miguel 13.762 16.128 15.648 15.271 15.067 14.867 14.671 14.482 14.298 14.121 São Salvador do 9.091 9.172 8.677 8.676 8.670 8.661 8.652 8.641 8.631 8.620 Mundo São Lourenço dos 7.811 7.781 7.388 7.288 7.233 7.179 7.127 7.078 7.033 6.990 Órgãos Ribeira Grande de 6.527 8.234 8.325 8.372 8.357 8.399 8.344 8.338 8.329 8.319 Santiago Mosteiros 8.327 9.535 9.524 9.455 9.428 9.394 9.364 9.336 9.310 9.286 São Filipe 21.014 23.127 22.248 21.806 21.587 21.384 21.194 21.018 20.852 20.687 Santa Catarina do 4.481 4.769 5.299 5.307 5.303 5.291 5.289 5.282 5.274 5.265 Fogo Brava 6.969 6.804 5.995 5.886 5.823 5.760 5.698 5.638 5.579 5.521 Fonte: INE-CV

4.2.3 Principais indicadores socioeconômicos

 Nível de renda média bruta per capita: USD 7.280 (2018; fonte: Banco Mundial)  PIB per capita: USD USD 3.635 (2018; fonte: Banco Mundial))  Contribuição do consumo privado para o crescimento: 1% (2018; fonte: BCV))  Dívida pública de Cabo Verde em % do PIB: 124,5% (2018, fonte: BCV)

Tabela 10 - Principais faixas salariais Carreira Técnica Salário CARGOS NÍVEIS CVE USD III 127.828 1.248,87 Técnico especialista II 120.455 1.176,84 I 111.282 1.087,22 III 94.687 925,08 Técnico sênior II 89.226 871,73 I 82.431 805,34 III 78.810 769,97 Técnico II 72.808 711,33 I 65.945 644,28 I 15.000 146,55 II 20.465 199,94 III 26.525 259,15 Pessoal de apoio operacional IV 32.586 318,36 V 38.646 377,57 VI 44.706 436,77

19

Salário Cargo NÍVEIS CVE USD I 53.324 520,97 II 54.113 528,68 III 54.902 536,39 IV 55.690 544,09 Pessoal assistente técnico V 56.479 551,80 VI 57.268 559,50 VII 58.056 567,20 VIII 58.845 574,91

Salário CARGO REF CVE USD Agente sanitário 1 D 19.474 190,26 Ajudante de serviços gerais 1 E 21.082 205,97 Ajudante de serviços gerais 1 F 22.532 220,14 Ajudante de serviços gerais 1 G 23.980 234,28 Ajudante de serviços gerais 1 H 25.590 250,01 Ajudante de serviços gerais 1 I 27.038 264,16 Telefonista 2 A 18.830 183,97 Condutor auto ligeiro 2 B 20.278 198,11 Auxiliar administrativo 2 C 21.726 212,26 Auxiliar administrativo 2 D 23.336 227,99 Condutor auto ligeiro 2 E 24.784 242,14 Auxiliar administrativo 2 F 26.233 256,29 Auxiliar administrativo 2 G 27.038 264,16 Auxiliar administrativo 2 H 27.842 272,01 Auxiliar administrativo 2 I 29.290 286,16 Condutor auto pesado 4 A 21.726 212,26 Condutor auto pesado 4 B 23.336 227,99 Condutor auto pesado 4 C 25.590 250,01 Condutor auto pesado 4 D 27.842 272,01 Condutor auto pesado 4 E 29.290 286,16 Condutor auto pesado 4 F 30.739 300,32 Condutor auto pesado 4 G 32.348 316,04 Condutor auto pesado 4 H 36.050 352,21 Condutor auto pesado 4 I 39.054 381,55 Técnico auxiliar 5 A 22.532 220,14 Técnico auxiliar 5 B 23.980 234,28 Técnico auxiliar 5 C 26.233 256,29 Técnico auxiliar 5 D 28.486 278,31 Técnico auxiliar 5 E 30.739 300,32 Técnico auxiliar 5 F 32.993 322,34

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CARGO REF Salário Técnico auxiliar 5 G 39.054 381,55 Técnico auxiliar 5 H 39.739 388,25 Assistente administrativo 6 A 23.980 234,28 Assistente administrativo 6 B 26.233 256,29 Assistente administrativo 6 C 27.842 272,01 Assistente administrativo 6 D 30.096 294,04 Assistente administrativo 6 E 32.348 316,04 Assistente administrativo 6 F 36.050 352,21 Assistente administrativo 6 G 39.725 388,11 Assistente administrativo 6 H 39.768 388,53 Técnico profissional segundo nível 7A 27.842 272,01 Técnico profissional segundo nível 7 B 29.290 286,16 Técnico profissional segundo nível 7 C 30.739 300,32 Técnico profissional segundo nível 7 D 32.348 316,04 Técnico profissional segundo nível 7 E 36.854 360,06 Técnico profissional segundo nível 7 F 39.754 388,39 Técnico profissional segundo nível 7 G 39.948 390,29 Operário qualificado 7 H 41.049 401,05 Oficial Administrativo 8 A 30.096 294,04 Oficial Administrativo 8 B 32.992 322,33 Técnico profissional primeiro nível 8 C 39.725 388,11 Técnico profissional primeiro nível 8 D 39.754 388,39 Técnico profissional primeiro nível 8 D 40.437 395,07 Técnico profissional primeiro nível 8 F 42.580 416,00 Técnico profissional primeiro nível 8 G 45.644 445,94 Técnico profissional primeiro nível 8 H 48.708 475,87 Oficial principal 9 A 36.050 352,21 Oficial principal 9 B 39.739 388,25 Oficial principal 9 C 39.948 390,29 Oficial principal 9 D 41.815 408,53 Oficial principal 9 E 46.563 454,92 Oficial principal 9 F 48.708 475,87 Oficial principal 9 G 51.771 505,80 Oficial principal 9 H 54.068 528,24 Mestre de oficina 10 D 48.708 475,87 Técnico adjunto 11 A 51.771 505,80 Técnico adjunto 11 B 54.834 535,72 Técnico adjunto 11 C 57.897 565,65 Técnico adjunto 11 D 60.960 595,57 Técnico adjunto 11 E 64.024 625,51 Técnico adjunto 11 F 67.088 655,44 Técnico adjunto principal 12 A 59.429 580,62 Fonte: Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) Administração Pública - segundo segmento da população

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 Acesso a rádio: 46,4% da população (2018) o Urbano: 0,2% o Rural: 38,3%

 Acesso a televisão: 81,8% da população (2018) o Urbano: 86% o Rural: 72,2%  Quantidade de televisores (2018): o Um: 68,1% o Dois: 10,9% o Três ou mais: 2,7%  Acesso a televisão multicanal (2018): 23,5% o Urbano: 27% o Rural: 15,6%

 Acesso a telefone fixo (2018): 20,7% o Urbano: 21,8% o Rural: 18,2%

 Posse de celular ou telefone móvel (2018): 70,4% o Urbano: 74,3% o Rural: 62,3%  Posse de celular ou telefone móvel por gênero (2018): o Homem: 70,8% o Mulher: 70%  Posse de celular ou telefone móvel (2018) por faixa etária: o 10-14 anos: 22,1% o 15-24 anos: 76,9% o 25-34 anos: 86,5% o 35-64 anos: 77,6%

 Acesso a computador (2018): 37% o Urbano: 45,8% o Rural:17,3%  Tipo de computador (2018): o Portátil: 16% o Tablet/ipad: 16% o Desktop: 8%

 Acesso a internet no alojamento (2018): 70,1% o Urbana: 74,1% o Rural: 61,2%  Tipo de serviço utilizado para aceder à internet (2018): o Net móvel: 67,8% o Pen 3G: 9,2% o ADSL: 7,3% o Praças digitais: 1,9% o Rede do vizinho: 0,6%

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 Tipo de serviço utilizado para aceder à internet por residência (2018): o Urbano . Net móvel: 71,4% . Pen 3G: 11,3% . ADSL: 8,8% . Praças digitais: 2,2% . Rede do vizinho: 0,8% o Rural . Net móvel: 59,7% . Pen 3G: 4,5% . ADSL: 3,9% . Praças digitais: 1,2% . Rede do vizinho: 0,1%  Tempo de acesso à internet (2018) o Diariamente: 71% . + de 5 horas diárias: 57,1% o Pelo menos 1 vez por semana: 24,7% o Menos de 1 vez por semana: 3,1%  Locais de utilização de internet: o Em casa: 93,5% o Em movimento (caminhando, viagem e em vários dispositivos): 63,3% o Local de trabalho: 27,9% o Escola ou universidade: 15% o Praças digitais: 8,1%  Equipamento utilizado para aceder à internet: o Telefone móvel: 96,7% o Computador: 22,8% o Tablet/ipad: 8,1%

 Acesso livre WIFI em regiões: o Ilha do Maio (desde 2019) - primeira ilha digital gratuita no espaço da CPLP

 Número de automóveis em circulação (2018): 72.455 (fonte: DGTR) (Fonte: INE-CV)

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 Consumo de aço - tm/hab.

Gráfico 1 - Consumo de aço

Fonte: UN Cometrade database 2018

 Consumo de energia elétrica – KWh/hab.

Tabela 11 - Consumo de energia elétrica – KWh/hab. Total Norte Sul Consumo de energia IP por habitantes (kWh/habit.) 19,6 37,5 10,9 Fonte: ELECTRA, SA. RELATÓRIO & CONTAS 2018

 Taxa de eletrificação do território: 95%

Tabela 12 – Taxa de alfabetização nacional, meio de residência, concelho e grupo etário (2018)

Alfabetização

CABO VERDE 36,1

MEIO DE RESIDÊNCIA Urbano 30,2 Rural 52,6

CONCELHO Ribeira Grande 45,8 Paul 50,5 Porto Novo 50,3 São Vicente 40,0 Ribeira Brava 56,1 Tarrafal São Nicolau 61,3 Sal 24,0 Boavista 40,7 Maio 45,7 24

Alfabetização

Tarrafal 47,1 Santa Catarina 34,6 Santa Cruz 42,4 Praia 23,9 São Domingos 46,3 São Miguel 45,5 São Salvador do Mundo 49,0 São Lourenço dos Órgãos 49,3 Ribeira Grande Santiago 47,1 Mosteiros 54,6 São Filipe 54,4 Santa Catarina Fogo 53,6 Brava 55,7

GRUPO ETÁRIO 15-34 20,2 15-24 15,2 25-34 22,0 35-64 49,6 65 ou + 50,9 Fonte: INE-CV

Tabela 13 – Taxa de alfabetização por nível de atividade e gênero (2018) Alfabetização Total Homens Mulheres Empregados 36,1 37,8 34,0 Desempregados 26,5 30,1 21,6 Inativos 28,7 28,1 29,2 Fonte: INE-CV

Tabela 14 - Indicadores de Educação Indicadores de Educação Ano Cabo África Países em Países Verde Desenvolvimen Desenvolvido to s Taxa bruta de inscrição (%) Escola primária - total 2010-2017 95,9 99,5 102,8 102,6 Escola primária - feminino 2010-2017 92,5 97,4 102,0 102,6 Escola secundária - total 2010-2017 83,5 51,9 59,5 108,5 Escola secundária - feminino 2010-2017 87,3 49,5 57,9 108,3 Pessoal docente do ensino 2010-2017 71,0 48,7 53,0 81,5 primário (% do total) Taxa de alfabetização de 2010-2017 86,8 65,5 73,1 - adultos - total (%) Taxa de alfabetização de 2010-2017 91,7 77,0 79,1 - adultos - masculino (%) Taxa de alfabetização de 2010-2017 82,0 62,6 67,2 - adultos - feminino (%) Percentagem do PIB gasto 2010-2015 5,4 4,9 4,1 5,2 em educação Fonte: Banco Africano de Desenvolvimento-BAD, Country Strategy Paper 2019-2024

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 IDH – Índice de Desenvolvimento Humano: total e componentes (último dado disponível). Posição (2018 – Relatório IDH 2019): 126a posição Total de pontos: 0.651 Componentes: o Esperança de vida ao nascer: 72,8 anos o Anos esperados de escolaridade: 11,9 anos o Média de anos de escolaridade: 6,2 anos o Renda média per capita: USD 6.513 (Fonte: Relatório IDH 2019)

26

4.3 Organização política e administrativa (breves descrições)

4.3.1 Organização política

A República de Cabo Verde rege-se pelo sistema semipresidencialista, no quadro de uma democracia representativa, em que a soberania é exercida por quatro órgãos, de acordo com o princípio da independência dos poderes:  Presidência da República  Assembleia Nacional  Governo  Tribunais

É no parlamento, enquanto centro do sistema, que se decidem as questões estruturais do país.

A atual Constituição de Cabo Verde reserva ao presidente da república, eleito por sufrágio direto e universal para um mandato de 5 anos, o direito de dissolver a Assembleia Nacional, mas só e quando forem rejeitadas duas moções de confiança ou aprovadas quatro moções de censura ao Governo. O presidente da república pode também vetar leis aprovadas na Assembleia Nacional, mas se o mesmo diploma for aprovado de novo por uma maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, o chefe de estado é obrigado a promulgá- lo.

O primeiro-ministro é nomeado pelo presidente e sujeito a aprovação da Assembleia Nacional, cujos membros são eleitos por voto popular para mandatos de cinco anos, por meio de eleições legislativas. Cabe ao primeiro-ministro propor os ministros e secretários de estado para a formação do Governo.

O primeiro-ministro assume também as áreas da reforma do estado, descentralização e regionalização.

Os principais partidos políticos em Cabo Verde são o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), o Movimento para a Democracia (MpD), a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID).

Para mais informação consultar:  Governo de Cabo Verde

(Fonte: Governo de Cabo Verde)

 Composição do atual Governo de Cabo Verde:

o Ministério das Finanças (vice-primeiro-ministro) o Ministério de Estado, dos Assuntos Parlamentares e da Presidência do Conselho de Ministros e do Desporto o Ministério do Turismo e Transportes 27

o Ministério da Administração Interna o Ministério da Economia Marítima o Ministério da Indústria, Comércio e Energia o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades e da Defesa o Ministério da Justiça e do Trabalho o Ministério da Educação, Família e Inclusão Social o Ministério da Cultura e Indústrias Criativas o Ministério da Saúde e Segurança Social o Ministério da Agricultura e Ambiente o Ministério das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação o Ministério Adjunto do Primeiro-Ministro e da Integração Regional (Fonte: Governo de Cabo Verde)

4.3.2 Organização administrativa

 Agências governamentais: o ADEI - Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação o Banco de Cabo Verde-BCV o CNDHC - Comissão Nacional para os Direitos Humanos e a Cidadania o Comissão Nacional de Eleições o IGAE - Inspeção Geral das Atividades Económicas o IGQPI - Instituto de Gestão da Qualidade e da Propriedade Intelectual o NOSI - Grupo Operacional para a Sociedade de Informação o Portal do Conhecimento o Porton di nos ilha o UCRE - Unidade de Coordenação da Reforma do Estado

 Assembleia Nacional: o Parlamento de Cabo verde

 Governo Central: o Governo de Cabo Verde

 Governos locais (câmaras municipais) o Boavista; Brava; Maio; Mosteiros; Paul; Porto Novo; Praia; Ribeira Brava; Ribeira Grande; Ribeira Grande de Santiago; Sal; Santa Catarina; Santa Catarina – Fogo; Santa Cruz; São Domingos; São Filipe; São Lourenço dos Órgãos; São Miguel; São Salvador do Mundo; São Vicente; Tarrafal; Tarrafal de São Nicolau

 Presidência da República o Presidência da República de Cabo Verde

(Fonte: Governo de Cabo Verde)

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5- ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

5.1 Conjuntura econômica

Cabo Verde é uma economia pequena e altamente dependente das importações, incluindo de produtos petrolíferos, e muito exposta à volatilidade da procura externa e dos fluxos financeiros externos.

O país tem como objetivo consolidar seus resultados como nação de rendimento médio e continuar a reforçar as condições para o crescimento econômico e a redução da pobreza. Sua taxa fixa de câmbio é elemento essencial para a segurança econômica do país.

Em nível estrutural, Cabo Verde apresenta-se fragmentado em nove ilhas habitadas; a distância entre elas constitui importante condicionante para o crescimento e desenvolvimento, pois limita as economias de escala e cria problemas significativos de conectividade, bem como desafios ao fornecimento de serviços (incluindo energia, água, educação, saúde).

A economia cabo-verdiana precisa de diversificação e oferece grande potencial de desenvolvimento no âmbito da economia verde. A escassez de recursos naturais, especialmente na produção alimentar com peso reduzido no Valor Acrescentado Bruto, e um setor industrial também de peso reduzido fazem com que a economia do país seja orientada para o setor terciário – comércio, transportes, turismo e serviços públicos.

A atividade turística, nessa perspectiva, constitui-se como o principal setor produtivo do país, concentrada maioritariamente nas Ilhas de Boa Vista, Sal e, mais recentemente, nas de Santiago e São Vicente. O setor tem vindo a assumir importância crescente nas atividades econômicas de Cabo Verde, contribuindo para as receitas correntes da balança de pagamentos e para a diminuição do desemprego, quer pelos capitais estrangeiros que atrai, como ainda pelo impulso que vem dando a diversos outros setores de atividade (construção civil, comércio, serviços, transportes e comunicações). Apesar disso, destaca-se ainda a necessidade de reformas estruturais para o dinamismo econômico do turismo, sobretudo melhor organização da produção local de bens e serviços, criação de sistema de certificação de qualidade para produtos locais e melhorias no sistema de transporte interilhas para aproximar as regiões e fazer escoar o fluxo turístico.

No que toca à agricultura, apesar de continuar a ser um setor crítico para o alívio da pobreza, seu subdesenvolvimento deve-se às condições naturais precárias do país, especialmente decorrentes dos efeitos da seca. A agricultura em Cabo Verde tem sido desenvolvida essencialmente para consumo interno. No entanto, com o crescente desenvolvimento do agronegócio no país, que tem atenuado as importações de produtos agrícolas, prevê-se que, nos próximos anos, o setor ganhe maior peso no desenvolvimento econômico e social do país. A exploração dos recursos marinhos (economia azul) constitui também forte componente da economia cabo-verdiana.

No nível energético, a política de Cabo Verde tem por objetivo construir setor seguro,

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eficiente, sustentável e sem dependência de combustível fóssil, assente em 4 pilares: segurança energética e redução da dependência das importações; energias renováveis; sustentabilidade; e eficiência no fornecimento, distribuição e consumo.

O acesso às TIC, em particular à internet e aos dispositivos móveis, constitui condição necessária para que governo de Cabo Verde, organizações e cidadãos operem sob o paradigma da sociedade da informação e do conhecimento. A inclusão digital do país, com a possibilidade de acesso gratuito à internet em localidades e ilhas (como na Ilha do Maio, com cerca de 7mil residentes com acesso gratuito à internet de banda larga, tornando-se a primeira ilha digital gratuita no espaço da CPLP) emerge como um dos desafios tecnológicos de Cabo Verde nesta matéria.

A atividade econômica em Cabo Verde melhorou consideravelmente nos últimos anos e registou assinalável dinâmica em 2018, favorecida pelo contexto externo de contínua melhoria das condições de financiamento e dos mercados de trabalho nos principais parceiros do país, pela conjuntura de contínuo fortalecimento da confiança dos agentes econômicos e pela implementação de políticas macroeconômicas acomodatícias.

De acordo com as estimativas das contas nacionais trimestrais do INE-CV, a economia cabo- verdiana registrou crescimento em volume de 5,5% em 2018, depois de ter assinalado, em 2017, abrandamento de 4,7 para 4,0%.

O crescimento econômico está projetado para 5,2% em 2019, e 5 % em 2020 (ressalvado o cenário da pandemia de COVID-19), enquanto a inflação deve manter-se baixa. Com a atual pandemia, prevê-se que Cabo Verde tenha crescimento econômico negativo de 14% em 2020, recuperando para 8,5% em 2021 e 5% nos anos seguintes.

O déficit orçamental recuou de 4,6% do PIB em 2015 para 2,8% do PIB em 2018 e em 2019 será aproximadamente 2% do PIB. A previsão é que os riscos orçamentais gerados pelas empresas públicas deficitárias diminuam, como reflexo do impacto das reformas adotadas em 2018 e no início de 2019, designadamente a privatização da companhia aérea nacional, e de medidas adicionais visando à reestruturação das empresas públicas, previstas para 2019-2020.

O crescimento econômico foi determinado, do lado da oferta, sobretudo pela dinâmica do setor público (impostos líquidos de subsídios e administração pública) e pelos desempenhos positivos do comércio, da indústria transformadora, da imobiliária e de outros serviços e da eletricidade e água. De notar ainda recuperação importante da construção e redução do contributo positivo de alojamento e restauração.

Fonte: BCV, Fundo Monetário Internacional-FMI e Fitch Ratings

 PIB preços correntes em US dólares: USD 1,977 bilhões (Fonte: Banco Mundial)

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 PIB evolução recente (com variação anual nos últimos 5 anos).

Tabela 15 – PIB a preços correntes e crescimento real em % de 2014-2018 Anos 2014 2015 2016 2017 2018

PIB preços correntes 1,86 1,597 1,666 1,77 1,977 (USD bilhões)

Crescimento real do PIB 0,61 1,00 4,70 3,70 5,07 em %

Fonte: Banco Mundial

 Composição do PIB ou PNB por principais setores de 2014-2018.

Tabela 16 – Composição do PIB por principais setores 2014-2017 (em milhões de CVE*) Setores 2014 2015 2016 2017 2018 Agropecuária 13.089 14.432 13.847 12.185 S/dados Indústria 28.212 28.192 27.808 30.969 S/dados Serviços 94.563 96.043 102.436 105.999 S/dados Impostos e taxas líquidos 23.944 S/dados 18.571 20.032 21.692 de subsídios 1 euro = 110,265 CVE. Fonte: INE-CV

Tabela 17 - Peso do PIB por setores 2018-2019

Fonte: Orçamento do Estado 2020

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 Taxa de Desemprego (2018): 12,2% o Masculino: 58,1% o Feminino: 41,9% (Fonte INE-CV)

 Evolução recente (2014-2018)

Tabela 18: Evolução da taxa de desemprego da população de 15 anos ou mais (%), por meio de residência, concelho, sexo e grupo etário, 2014-2018 ANO 2014 2015 2016 2017 2018

CABO VERDE 15,8 12,4 15,0 12,2 12,2

MEIO DE RESIDÊNCIA

Urbano 17,0 14,2 16,9 13,4 12,4 Rural 12,4 7,9 10,3 8,8 11,5

CONCELHO

Ribeira Grande 27,4 11,7 4,5 5,3 9,2 Paul 25,7 9,1 10,9 7,0 6,8 Porto Novo 18,4 10,3 10,3 6,7 10,2 São Vicente 13,0 14,5 16,2 12,1 10,2 Ribeira Brava 10,8 10,4 12,6 7,1 7,0 Tarrafal São Nicolau 8,4 7,2 9,7 4,3 7,4 Sal 14,4 7,8 8,3 7,4 4,1 Boavista 17,9 15,9 7,9 11,5 9,2 Maio 15,5 10,8 8,0 9,8 9,0 Tarrafal 12,6 8,8 9,4 7,7 9,5 Santa Catarina 15,1 10,3 19,6 16,9 14,5 Santa Cruz 14,6 12,0 12,4 5,8 21,6 Praia 20,0 15,7 22,1 16,2 16,0 São Domingos 6,5 4,3 5,7 14,4 8,0 São Miguel 9,9 6,0 5,3 9,9 14,8 São Salvador do 5,6 5,6 7,9 10,4 20,2 Mundo São Lourenço dos 9,9 8,9 4,5 6,1 11,2 Órgãos Ribeira Grande 8,2 9,3 13,9 12,9 6,7 Santiago Mosteiros 8,9 4,4 7,7 7,1 7,3 São Filipe 8,0 10,9 9,3 9,2 10,5

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ANO 2014 2015 2016 2017 2018

Santa Catarina Fogo 5,0 2,1 8,9 7,5 3,2 Brava 17,3 18,5 4,6 13,6 14,8

SEXO

Masculino 16,3 13,5 12,9 11,8 12,7 Feminino 15,2 11,2 17,4 12,8 11,6

GRUPO ETÁRIO

15-34 23,9 19,2 24,2 19,1 18,7 15-24 35,8 28,6 41,0 32,4 27,8 25-34 17,4 14,6 15,4 12,9 15,0 35-64 7,8 6,1 5,2 6,0 5,8 65 ou + 0,7 0,5 3,2 0,9 … Fonte: INE-CV

Tabela 19 - Taxa de inflação anual 2014-2019 Ano Taxa de Inflação Nacional 2014 -0,2 2015 0,1 2016 -1,4 2017 0,8 2018 1,3 2019 (Maio) 1,3 Fonte INE-CV

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5.2 Principais setores de atividade

5.2.1 Turismo

O turismo é a principal atividade econômica de Cabo Verde em termos de geração de divisas e criação de riqueza. O contributo do setor para o PIB atingiu 21,9% em 2019 (fonte: Orçamento do Estado para 2020), ao que há que acrescentar seu contributo indireto para o desenvolvimento de outras atividades, que dele dependem ou por ele são impulsionadas, como é o caso de construção, comércio e diversos serviços.

Gráfico 2 – Contribuição direta do turismo no PIB

Fonte BCV

Demonstrando a importância do papel do setor na economia nacional, o turismo captou cerca de 80% do montante total de IDE realizado no país nas últimas duas décadas – fonte: Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Oportunidades e Dificuldades de Mercado.

A aposta no setor começou a evidenciar-se na década de 1990, com a construção de unidades hoteleiras e outras infraestruturas nas ilhas do Sal e Boa Vista, as mais vocacionadas do arquipélago em termos climatéricos, geográficos e logísticos para o estabelecimento de turismo de praia em volume e onde até hoje se concentra a maior parte da atividade turística.

A estratégia do país para a sustentabilidade do setor assenta na promoção da diversificação dos destinos dentro do arquipélago, com ênfase em todas as ilhas, em especial nas de Santiago e São Vicente. Tal promoção associa-se à valorização de tipologias de oferta complementares do turismo de sol e praia, notadamente turismo cultural, de cidade, ecoturismo, rural e de aventura.

Tal expansão dos focos de atividade turística para além da oferta sol-praia nas ilhas do Sal e Boa Vista trará oportunidades de investimento e de fornecimento de bens e serviços nas restantes ilhas e nos serviços de transporte entre ilhas para acomodar programas que incluam circuitos interilhas.

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Tabela 20 – Principais indicadores de turismo

Fonte: BCV

5.2.2 Construção civil e obras públicas

O setor da construção civil é tradicionalmente um dos mais significativos em termos de contribuição para o Valor Acrescentado Bruto da economia cabo-verdiana.

Como em qualquer economia, o dinamismo do setor está diretamente relacionado com o investimento, reagindo de forma sensível aos ciclos de crescimento econômico.

Com a recuperação econômica nos últimos anos dos países que mais contribuem para o investimento direto em Cabo Verde, assistiu-se a um cenário de revitalização do setor, com projetos na área imobiliária e turística a serem retomados.

A recuperação das contas públicas do país trouxe folgas orçamentais que se traduziram em aumento dos investimentos públicos em infraestruturas e equipamentos sociais e em recuperação da taxa de concretização dos projetos acertados com o BAD.

De acordo com o INE-CV, no último trimestre de 2019, o setor da construção registrou o indicador de confiança mais alto dos últimos 11 anos. Prevê-se, assim, que a economia cabo- verdiana para os próximos anos continue a recuperar o dinamismo perdido em anos recentes, ressalvados os efeitos de curta e média duração da pandemia de COVID-19. A atividade está a ser dinamizada pelos setores do turismo e imobiliário e das infraestruturas e obras públicas.

A estratégia de diversificação regional da oferta turística para as várias ilhas do arquipélago traduz-se na construção de novas unidades hoteleiras e, sobretudo, resorts nas áreas do ecoturismo. Nesse particular, destaca-se a ação da Sociedade de Desenvolvimento Turístico das ilhas da Boa Vista e Maio, com projetos em curso e investimentos de infraestruturação previstos. A diversificação do turismo terá também impacto sobre o mercado de reabilitação urbana e de edifícios rurais.

No domínio das infraestruturas, destacam-se os investimentos no setor energético, nomeadamente projetos na área das energias renováveis e dos transportes, estes com ênfase em intervenções portuárias e aeroportuárias.

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5.2.3 Energia

As características geográficas (insularidade, dispersão das ilhas), demográficas e econômicas (densidades populacionais e índices de atividade econômica e respetivas exigências energéticas muito diferenciadas entre ilhas) criam obstáculos ao desenvolvimento do setor elétrico no país, entendido em termos de capacidade de geração e distribuição a um custo competitivo.

Apesar de tais dificuldades endógenas, a taxa de eletrificação situa-se em 95%, atingindo os 100% nas ilhas do Sal, São Vicente, Boa Vista e Maio.

No entanto, Cabo Verde não possui rede hídrica adequada à produção e exploração comercial de energia hidrelétrica, nem recursos em hidrocarbonetos para a produção de gás natural.

Grande parte da eletricidade é gerada a partir da queima de combustíveis fósseis importados, fator que muito contribui para a dimensão do déficit das contas externas.

A diminuição da fatura energética de Cabo Verde, essencial para a competitividade do país, passa pelo investimento na produção de energias renováveis, nomeadamente energia eólica e solar, as quais representam atualmente 20% da energia produzida (18% eólica e 2% solar), com as ilhas do Sal e São Vicente a ultrapassarem os 30%, com picos pontuais na ordem dos 50%, um dos valores mais elevados da África Subsaariana. Cabo Verde assume a ambição de, até 2030, estar no Top 10 dos países com maior taxa de penetração de energias renováveis (ER), atingindo os 30% em 2025 e 50% em 2050, por meio de um plano de investimentos de cerca de 400 milhões de euros.

O governo pretende automatizar os sistemas de produção de água dessalinizada para abastecimento urbano e dos setores industrial (parques e zonas industriais) e turístico (zonas de desenvolvimento turístico integral).

Semelhante esforço requererá melhorias na rede de distribuição, que é antiga e de capacidade limitada.

5.2.4 Economia do mar (economia azul)

Apesar de sua reduzida dimensão territorial, Cabo Verde tem ampla zona marítima econômica exclusiva de 789,4 milkm2 (fonte: Cabo Verde TradeInvest, agência estatal de promoção de investimentos e exportações), cerca de 9,4% da Zona Econômica Exclusiva-ZEE de toda a África Subsaariana, ainda que de densidade relativamente baixa.

De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP), o potencial haliêutico considerado como sustentável situa-se entre 36 a 44 mil toneladas/ano. Grande parte desse valor refere-se a tunídeos, espécie migradora que representa potencial aproximado de 25 mil toneladas de captura anual; são também relevantes peixes de fundo como garoupa, badejo, salmonete, cherne e goraz, muito apreciados na Europa, onde atingem

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preços aliciantes.

A zona compreendida entre as ilhas do Sal, Boavista e Maio é a que apresenta maior plataforma continental, aí se concentrando grande parte dos recursos pesqueiros do país.

A pesca constitui importante fonte de rendimento para as populações, desempenhando ainda papel determinante na segurança alimentar do país e contribuindo para a geração de riqueza por meio das exportações de peixes (atum, cavala e outras espécies) e crustáceos (lagosta). Paralelamente, a indústria de transformação de pescado encontra-se em crescimento, contribuindo de forma importante para as exportações do país.

Todas as ilhas do arquipélago estão dotadas de portos de pesca com estruturas de desembarque minimamente adequadas. Está em curso programa de investimento em obras de ampliação e remodelação em grande parte dos portos, com vista a melhorar sua capacidade e operacionalidade.

A pesca em Cabo Verde é explorada por frotas nacional e estrangeiras, com autorização para pescar na ZEE do país mediante contratos de pesca estabelecidos na sequência de acordos assinados entre as autoridades cabo-verdianas e os países ou armadores estrangeiros.

5.2.5 Questões ambientais e atividades econômicas

A preservação do meio ambiente é determinante para o desenvolvimento de Cabo Verde, dada a sensibilidade de seus ecossistemas e a importância de que se reveste o impacto da qualidade ambiental no desempenho de atividades fundamentais para a economia e o emprego, como turismo, pesca e agricultura.

Entre os problemas ambientais que o país enfrenta, destacam-se escassez de água potável para consumo humano, insuficiente saneamento básico e suas consequências para a saúde pública e desenvolvimento do turismo, bem como ameaça de perda de biodiversidade terrestre e marinha.

Dessa realidade, resultam quatro áreas prioritárias de ação: o Gestão sustentável dos recursos hídricos; o Saneamento básico; o Ordenamento do território; o Defesa da biodiversidade.

Aumento da população, crescimento urbano, aumento das necessidades de irrigação e desenvolvimento do turismo e da indústria, aliados a períodos de seca recorrentes, têm causado situações de carência de água, que tendem a agravar-se com o tempo. Os problemas que se levantam no domínio dos recursos hídricos impõem a necessidade de se procurar evitar que a crescente escassez de água possa constituir obstáculo ao desejável desenvolvimento socioeconômico.

O programa de construção de barragens em curso transformará Cabo Verde de país em constante stress hídrico num dos mais ricos em termos de água por habitante da África Subsaariana, melhorando significativamente as condições para a prática de agricultura e a capacidade de abastecimento à população.

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Outras tecnologias a serem exploradas para melhoria do aproveitamento dos recursos hídricos são a dessalinização da água do mar e a recolha e tratamento de águas residuais para posterior reutilização.

Em matéria de saneamento básico, o país está ainda aquém do desejado, com parte significativa da população a cuidar inadequadamente as águas residuais.

O crescimento das zonas urbanas e suburbanas cria problemas consideráveis na gestão das lixeiras e aterros sanitários, além de pressão crescente sobre as atividades de recolha, transporte e tratamento de resíduos sólidos. Tais atividades estão a cargo dos municípios, de forma direta ou concessionada a terceiros.

De modo geral, com algumas exceções de determinados resíduos em alguns municípios, não há recolha diferenciada. A atividade de reciclagem é comprometida pela pequena dimensão do mercado potencial de produtos reciclados, existindo problema de economia de escala.

Em Cabo Verde, a poluição do ar não é preocupação de maior relevo, embora mereça atenção o recente crescimento acelerado do parque de automóveis, particularmente na ilha de Santiago.

O ordenamento territorial tem-se constituído em anos mais recentes como prioridade, traduzida na elaboração de Esquemas Regionais de Ordenamento do Território (EROT) como instrumentos de planejamento e ordenamento do território concebidos para as ilhas com mais de um município, a refletirem a visão política e opções estratégicas do governo relativamente à concessão e gestão de alocação das principais infraestruturas e equipamentos estruturantes, numa perspetiva tanto regional como nacional.

No entanto, em Cabo Verde, a necessidade de interligação entre os problemas ambientais e econômicos ainda é muito visível, e um dos problemas principais a suplantar reside na ausência de planos de desenvolvimento, fundamentais para o aproveitamento racional dos recursos naturais existentes de forma sustentável e respeitadora do ambiente.

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5.3 Moeda e finanças

5.3.1 Moeda e taxa de câmbio

A política monetária de Cabo Verde está alinhada à manutenção da indexação da taxa de câmbio ao euro e, combinada com a apreciação da taxa de câmbio real, ajudou a manter a inflação abaixo de 2%.

A execução da política monetária, no quadro do regime de controle monetário indireto que prevalece no país, faz-se com recurso às operações de open market type, à alteração das taxas de referência do BCV, bem como a alterações no coeficiente das disponibilidades mínimas de caixa.

Em 2018, a execução da política monetária traduziu-se em gestão monetária ativa, com emissão de títulos de intervenção monetária (TIM) a 180 dias, para a esterilização gradual da liquidez excedentária, e de títulos de regularização monetária (TRM) a 14 dias, para a sinalização da orientação da política monetária.

Tabela 21 – Setor monetário cambial Indicadores Unidade 2014 2015 2016 2017 2018 Ativo externo líquido do taxa variação em 22,2 13,4 18,6 2,3 6,5 sistema % Reservas internacionais taxa variação em 21,1 7,8 19,4 -4,3 2,0 líquidas % Crédito interno líquido taxa variação em 2,8 2,2 3,7 6,3 2,9 % Crédito à economia taxa variação em 0,2 2,7 3,6 7,5 2,8 % Massa monetária taxa variação em 7,8 5,9 8,4 6,6 1,6 % Índice de câmbio efetivo 2001=100; 104,5 102,4 102,7 103,0 103,5 nominal valores médios Índice de câmbio efetivo 2001=100; 114,0 131,8 129,7 128,7 128,7 real valores médios Fonte: BCV

Tabela 22 - Índices das taxas de câmbios efetivas nominal e real do escudo cabo-verdiano (2015 a 2019) Índice de Câmbio Índice de Câmbio Efetivo Nominal Anos Efetivo Real (TER) (TEN) 2015 102,42 110,82 2016 102,65 129,70 2017 103,00 128,72 2018 103,48 128,57 Fonte: BCV 39

A taxa de câmbio em Cabo Verde é fixa e é a âncora nominal da política monetária.

Inicialmente, no início de 1998, um acordo de cooperação cambial estabeleceu paridade cambial fixa do escudo cabo-verdiano ao escudo português, fixada em 0,50 CVE/PTE, ou seja, 1 PTE = 0,50 CVE; já em março de 1998, essa paridade foi revista para 1 PTE = 0,55 CVE. Em 1999, com a entrada do euro, surgiu a necessidade de ajustar o acordo de cooperação cambial, o que levou à determinação do valor do euro em escudos de Cabo Verde como 1 euro = 110,265 CVE.

Para o investidor brasileiro, há que se atentar para a existência de taxas diferenciadas, a seguir pormenorizadas:

Taxa ecológica Instituída pela Lei nº 76/VII/2010, de 23 de agosto e regulada pela Lei nº 17/VIII/2012, de 23 de agosto. Incide sobre os produtos produzidos ou importados constantes da tabela que segue:

Tabela 23 – Produtos sujeitos à taxa ecológica Produtos e rmbalagens de grande consumo CVE/Kg Pilhas e baterias de pilhas elétricas 100 Pilhas recarregáveis 50 Artigos de transporte ou de embalagem, de plástico, rolhas, tampas, cápsulas e outros dispositivos destinados a fechar recipientes, de plástico (PET e derivados) 50 Garrafões, garrafas, frascos, boiões, vasos, embalagens tubulares, ampolas e outros recipientes de vidro próprios para transporte ou embalagem (vidros e similares) 50 Reservatórios, barris, tambores, baldes, latas, caixas e recipientes semelhantes (metais) 50 Papel e cartão revestidos 50 Foguetes, fogos de artifício, bombas, petardos e outros artigos de pirotecnia 200 Rolos de folhas em plástico 60 Chapas e rolos para fotografias descartáveis 50 Rolos de folhas em alumínio 80 Utensílios para cozinha em plástico descartável ou não 80 Cigarros e cigarrilhas 200 Pneus novos 50 Pneus recauchutados/usados 100 Copos descartáveis 80 Óleos de petróleo e derivados 2 Paletes de plástico para ovos 5 Caixotes, caixas, engradados, barricas e embalagens semelhantes, de madeira, carretéis para cabos, de madeira, paletes simples 20

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Fraldas descartáveis para bebés e crianças 5 Pastilhas elásticas 100 Produtos eletroeletrônicos 2 Balões 10 Produtos e Embalagens para Produção Industrial e materias subsidiárias CVE/Kg Artigos de transporte ou de embalagem, de plástico, rolhas, tampas, cápsulas e outros dispositivos destinados a fechar recipientes, de plástico (PET e derivados) 25 Garrafões, garrafas, frascos, boiões, vasos, embalagens tubulares, ampolas e outros recipientes de vidro próprios para transporte ou embalagem (vidros e similares) 2 Reservatórios, barris, tambores, baldes, latas, caixas e recipientes semelhantes (metais) 11 Papel e cartão, revestidos 10 Rolos de folhas em plástico 25 Rolos de folhas em alumínio 18 Caixotes, caixas, engradados, barricas e embalagens semelhantes de madeira, carretéis para cabos de madeira, paletes simples 2 Fonte: Lei nº 76/VII/2010

Taxa turística Criada pela Lei nº 23/VIII/2012, de 31 de dezembro (Orçamento de Estado para 2013) e regulada pelo Dec. Lei nº 20/2013, de 28 de maio. Consiste na aplicação de quantia fixa de 220$00 (até um máximo de 10 dias consecutivos), pelos prestadores de serviços, sobre cada pernoite, por pessoa física com idade superior a 16 anos, em estabelecimentos turísticos e similares.

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5.3.2 Balanço de pagamentos e reservas internacionais

As reservas externas são essenciais nos regimes de câmbios fixos relativamente a outras moedas, porque dão credibilidade à âncora cambial, como é o caso de Cabo Verde. A posição externa de Cabo Verde reforçou-se com as reservas internacionais, permanecendo em nível superior a cinco meses das importações futuras de bens e serviços.

Tabela 24 - Balança de Pagamentos

Fonte: BCV

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Tabela 25 - Reservas internacionais brutas (meses de importações futuras de bens e serviços) – Variação percentual anual 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

6,0 6,1 5,5 5,1 5,3 5,3 5,3 5,3 5,4 5,4

Fonte: FMI

5.3.3 Finanças públicas

Tabela 26 – Principais indicadores orçamentais 2016-2018

Fonte: BCV

Gráfico 3 - Receitas do Estado

Fonte: BCV

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Gráfico 4 – Despesas do Estado

Fonte: BCV

5.3.4 Sistema bancário

Os serviços financeiros evoluíram favoravelmente em 2018, reforçando seu peso no PIB do país.

Com peso preponderante no sistema financeiro nacional, o desempenho do setor bancário foi determinante para a aceleração do crescimento, em volume, do valor acrescentado dos serviços financeiros, de 8,1% em 2017 para 8,7% em 2018.

Efetivamente, o ativo total do setor bancário nacional aumentou 3,2% em 2018 (5,6 % em 2017), em função, sobretudo, do crescimento dos ativos em títulos, crédito e caixa e disponibilidades, respectivamente, 10,6; 3,1 e 10,3% (9,5; 6,1 e 14,7% em 2017). A evolução dos ativos dos bancos terá traduzido algum aumento da atratividade das aplicações internas de menor risco, conforme sugerem a redução dos seus depósitos a prazo no exterior (em 48%) e a moderação do crédito concedido a clientes.

Os depósitos, principal fonte de financiamento dos bancos, registraram crescimento de 4,3%, menos 1,4 pontos percentuais que em 2017, reflexo da queda dos depósitos dos emigrantes a prazo e de poupança, bem como do forte abrandamento dos depósitos à ordem, quer dos residentes, quer dos emigrantes. A captação do funding pelos bancos permaneceu sólida, entretanto, favorecendo a intermediação financeira.

Para verificação dos bancos existentes em Cabo Verde, consulte o ponto “12.1.6 Principais Bancos” do Guia.

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Tabela 27 - Principais indicadores de performance do sistema financeiro em Cabo Verde

Fonte: BCV

5.3.5 Risco do sistema financeiro O sistema financeiro de Cabo Verde, nomeadamente o bancário, padece de um conjunto de vulnerabilidades que condicionam a robustez das instituições e que induzem a materialização de riscos de natureza financeira. As vulnerabilidades são da seguinte natureza: crédito vencido ainda em patamar considerado elevado, concentração do crédito em número limitado de contrapartes, considerável nível de stock de bens recebidos em dação e concentração do funding em face dos cinco maiores depositantes.

De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira de 2018, produzido pelo BCV (BCV), comparativamente com o ano anterior (2017), houve melhoria nos fatores de estabilidade relacionados com o ambiente macroeconômico e financeiro, com a situação financeira das empresas particulares e com o sistema de pagamentos. Para o BCV (BCV), alguns dos domínios do setor bancário desaceleraram, pelo segundo ano consecutivo, em razão do crescimento do funding do sistema bancário nacional, refletindo, sobretudo, o menor ritmo de constituição de depósitos e, em menor medida, a redução do financiamento das atividades bancárias por meio do recurso a instituições de crédito e a obrigações subordinadas.

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6 - COMÉRCIO EXTERIOR GERAL DO PAÍS

6.1 Evolução recente: considerações gerais

Cabo Verde é uma economia aberta e tem mantido fortes laços com a Europa, particularmente com Portugal. Desde as reformas de liberalização do comércio no início de 1990, o país tem mantido relação de abertura comercial acima de 90 %, ancorada em vários acordos bilaterais, regionais e internacionais – OMC em 2015, acordos comerciais no âmbito da CEDEAO e da African Growth and Opportunity Act ou Lei Africana do Crescimento e Oportunidades-AGOA, prorrogada até 30 de setembro de 2025.

A moeda nacional está indexada ao euro sob parceria especial com Portugal. A maior parte dos turistas, assim como as remessas e o Investimento Direto Estrangeiro-IDE, vêm do Reino Unido, Espanha, Portugal, Itália e Estados Unidos.

A Europa também é responsável por quase 100% das exportações dos bens do país. Espanha (65% do total), Portugal (15,2 %), Itália (13,3 %), Estados Unidos (2,5 %) e Curaçao (1,6 %) ocupam nos últimos anos as primeiras posições como clientes. Esse conjunto representou 97,6% do total das exportações cabo-verdianas em 2018.

As exportações consistem principalmente em preparações de peixes congelados e de carne. De acordo com o banco de dados do comércio internacional da ONU, o Comtrade, em 2018 as exportações de Cabo Verde atingiram 75,3 milhões de USD (129º exportador mundial). Nos últimos 5 anos, as exportações aumentaram a uma taxa média anual de 1,8%. As preparações de carne, peixe, crustáceos etc, com 60,9% do total, destacaram-se como a principal exportação cabo-verdiana, seguindo-se peixes, crustáceos e moluscos, com 18,1%.

A proximidade com os principais mercados da África Ocidental e a adesão à CEDEAO não se traduziram em maior diversificação das exportações. Em 2018, a CEDEAO representou apenas 0,03 % das exportações de Cabo Verde e 3 % de suas importações.

Cabo Verde também é fortemente dependente da importação de produtos alimentares, industriais, equipamentos de transporte e combustíveis.

As primeiras posições de fornecedores são ocupadas por Portugal (43,2% do total), Espanha (14,5%), Bélgica (7,4%), Países Baixos (6%) e China (5,8 %). Esse conjunto representou 76,9% do total das importações cabo-verdianas em 2018.

Segundo o Comtrade, em 2018 as importações cabo-verdianas atingiram 814,6 milhões de USD, o que coloca o país como o 127º importador mundial. Nos últimos 5 anos, as importações cresceram a uma taxa média anual de 2,7%. Os combustíveis minerais, com 12,1% do total, destacaram-se como o principal item de importação, seguidos das máquinas e dos aparelhos mecânicos, com 7,7%.

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Gráfico 5 - Importações por setor de atividade

Fonte: Comtrade

Sendo um pequeno estado insular com nível elevado de importações, Cabo Verde é vulnerável às oscilações dos preços dos alimentos e combustíveis, por meio da balança de pagamentos. Cabo Verde importa a maioria de seus alimentos e combustíveis e, como tal, é extremamente suscetível a condições adversas de movimentos comerciais. O uso de subsídios não é generalizado, o que limita o impacto das contas fiscais.

Cabo Verde é um país altamente exposto à volatilidade do comércio. Sua estrutura de exportação concentra-se principalmente no turismo e depende de um pequeno número de países europeus. Cerca de 25% do PIB de Cabo Verde está dependente do turismo, que registou em 2019 um máximo histórico de mais de 800 mil turistas.

Durante a crise financeira global de 2008–2009, o país sofreu queda nas receitas do turismo e do IDE. Da mesma forma, a crise da pandemia de ébola na África Ocidental de 2014 e 2015, reduziu as receitas do turismo em 1,7% em percentagem do PIB. A queda do índice no contexto da pandemia de COVID-19 está para ser mensurada de forma consolidada.

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Gráfico 6 – Receitas do turismo em Cabo Verde (% do PIB)

Fonte: Banco Mundial

Com a atual pandemia do COVID-19, perspetiva-se que a as receitas do turismo diminuam em 60% durante 2020, resultando cenário de déficit orçamental, que passaria de 2 para 10% do PIB, com a correspondente aumento da dívida pública e recessão econômica de 14% do PIB, contra o crescimento anual registrado nos últimos anos acima de 5%. Contudo, em 2021, espera-se que se recupere o PIB para 8,1%, com 5% nos anos seguintes.

Considerando que a economia cabo-verdiana assenta-se, sobretudo, no setor dos serviços, que os recursos naturais são escassos e os solos são pouco férteis, a grande maioria dos produtos alimentares e dos bens industriais (os combustíveis, as máquinas e equipamentos e os veículos automóveis) têm de ser adquiridos ao exterior.

Entre os setores que apresentam melhores oportunidades para investimentos ou exportação, assinalem-se turismo, construção civil e obras públicas, energia, ambiente, economia azul, agronegócio, importação e distribuição, TIC e indústrias culturais e criativas:

1. Turismo – Setor em grande crescimento, fruto do clima ameno que se faz sentir no país durante todo o ano e da localização geográfica próxima da Europa. O turismo hoteleiro e as restantes vertentes de turismo (rural, ecológico, aventura, saúde, negócios), tendem a expandir-se em todo o arquipélago, ressalvados os impactos da pandemia de COVID-19, a serem mensurados de forma consolidada.

2. Construção civil e obras públicas – A atividade da construção em Cabo Verde encontra-se num ciclo de crescimento sustentado. Em 2019, a produção na construção civil aumentou 8,5%, em relação a 2018, constituindo-se como o melhor dos últimos 6 anos. Esse incremento teve origem essencialmente no consumo de material de revestimento (30%), de eletricidade (23,1%), de esquadria (14,2%) e de base (8,4%). De 2016 a 2018, verificam-se as seguintes famílias de produtos com crescimentos positivos em termos de importação: acrílicos, vidro flutuante ou polido em folhas, tubos de cobre, alumínio e seus produtos, produtos metálicos diversos (fechaduras, dobradiças, guarnições e outros) e geradores e grupos eletrogêneos.

3. Energia – Cabo Verde tem como objetivo fornecer energia renovável a 100% em 2030, pelo que a procura por investimento, serviços e produtos nesta área vai aumentar. O potencial eólico e solar de Cabo Verde é enorme e já existe um Plano Nacional de Ação

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para as Energias Renováveis, faltando-lhe capacitar recursos humanos e certificar pessoal técnico, equipamentos e sistemas.

4. Ambiente – As oportunidades estendem-se desde a área da consultoria, certificação, formação e apoio científico a projetos, à realização de obras e empreitadas e fornecimento de serviços e equipamentos, abarcando praticamente todos os domínios ambientais.

5. Economia azul – O cluster da economia marítima conta com área de 789.4 milkm2 e cinco portos principais, sendo as suas oportunidades na área da pesca, concessões e serviços de logística nos portos, infraestrutura de frio, armazenagem e transformação de pescado, aquicultura, reparação naval, bunkering e desportos náuticos.

6. Agronegócio – O aumento do turismo tem incentivado a produção interna de produtos agrícolas, para fornecimento dos estabelecimentos turísticos locais. Existem oportunidades para empresas fabricantes ou distribuidoras de equipamentos destinados à agropecuária e agroindústrias.

7. Importação e distribuição – O país importa grande parte dos produtos que consome. Existem várias oportunidades relacionadas com esse tema.

8. Tecnologias de comunicação e informação – Cabo Verde usifrui de fibra ótica que liga todas as ilhas, dois cabos submarinos que ligam o país a África e à Europa, e ainda de um data center. Tal proporciona condições para a expansão das TIC na Administração Pública, no sistema educativo, no setor empresarial e na economia em geral. O Parque Tecnológico da Cidade da Praia, que se encontra em fase final de construção, tem como objetivo tornar Cabo Verde referência em África como plataforma de prestação de serviços tecnológicos em nível regional. Está também em construção outro Parque Tecnológico e data center na ilha de São Vicente.

9. Indústrias culturais e criativas – As atividades culturais e criativas ganham cada vez mais importância nos estilos e qualidade de vida das pessoas, o que se reflete diretamente nas atividades económicas em geral, ao gerar empregos e rendimentos.

Em 2018, o valor das exportações de mercadorias de Cabo Verde aumentou substancialmente em 51,3%, atingindo USD 75,5 milhões, enquanto as importações de mercadorias aumentaram levemente (2,4%), atingindo USD 812,8 milhões (ver gráfico 1, tabela 2 e tabela 3).

A balança comercial é tradicionalmente deficitária, uma vez que o país importa mais do que exporta. A balança comercial de mercadorias registrou grande déficit de USD 737,2 milhões (ver gráfico 1).

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Gráfico 7: Comércio total de mercadorias, por valor

Fonte: International Trade – ONU

Tabela 28- Exportação e Importação de Mercadorias por SITC*

Fonte: International Trade – ONU

*SITC - Classificação Padrão do Comércio Internacional. SITC é a classificação do comércio internacional emitida pelas ONU. Os dados que obedecem à classificação SITC são deduzidos da Nomenclatura Combinada, de acordo com as definições da ONU. O nível de classificação mais detalhado da SITC contém 2 970 categorias de mercadorias.

A maior balança comercial de mercadorias é resultado dos negócios com a Europa – USD 558,2 milhões (ver gráfico 4).

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Gráfico 8 - Balança comercial de mercadorias

Fonte: International Trade – ONU

As exportações de mercadorias em Cabo Verde foram altamente concentradas entre os parceiros; as importações foram moderadamente concentradas. Os dois principais parceiros representaram 80% ou mais das exportações e oito parceiros representaram 80% ou mais das importações

Em 2017, o valor das exportações de serviços de Cabo Verde aumentou substancialmente em 12,5%, atingindo USD 643,6 milhões, enquanto suas importações de serviços aumentaram substancialmente em 13,8% e atingiram USD 342,4 milhões. Houve grande excedente de comércio de serviços, de USD 301,2 milhões.

Gráfico 9 - Comércio total de serviços, por valor

Fonte: International Trade – ONU

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6.2 Origem e destino do comércio

6.2.1 Importações

Tabela 29 - Importações cabo-verdianas de mercadorias por zona econômica e país de destino

Fonte BCV

6.2.2 Exportações

Tabela 30 - Exportações cabo-verdianas de mercadorias por zona econômica e país de destino

Fonte BCV

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6.3 Composição segundo produtos

6.3.1 Importações

Tabela 31 - Importações cabo-verdianas de mercadorias por grupo e produto

Fonte: BCV

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6.3.2 Exportações

Tabela 32- Exportações cabo-verdianas de mercadorias por grupo e produto

Fonte: BCV

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6.4. Participação em organizações e acordos internacionais

Cabo Verde tem como principais doadores bilaterais China, Luxemburgo, Portugal, Espanha e Estados Unidos.

Nas relações internacionais e regionais, é parte dos seguintes acordos comerciais e integra as organizações abaixo listadas:

 Cooperação Sul-Sul da ONU - Cabo Verde e Brasil fazem parte da Cooperação Sul-Sul, que estabelece os objetivos de desenvolvimento sustentável para todos os países da cooperação em matéria social, política, econômica e ambiental, com projetos de apoio mútuo entre países em vias de desenvolvimento.  BAD – O novo CSP (Country Strattegy Paper) 2019-2024 do BAD tem como foco o apoio à agricultura e às cadeias de valor da economia azul, a fim de promover a criação de empregos e melhorar a inclusão econômica. O apoio da instituição visa a melhorar a produtividade de setores críticos (por exemplo, agricultura e pesca) e fortalecer a demanda por produção local, otimizando as interligações com o mercado do turismo, criando empregos e colmatando as desigualdades. Mais especificamente, o Banco trabalhará com o governo para reduzir os custos de produção (por exemplo, aumentando a eficiência do setor elétrico); melhorar a conectividade entre ilhas por meio da modernização de portos e aeroportos; e abordar outros fatores políticos e institucionais que impedem o desenvolvimento de cadeias de valor. Além disso, o Banco usará uma variedade de instrumentos, incluindo garantias de crédito sob o Compacto Lusófono (acordo entre o estado português e PALOP africanos que dá acesso a financiamentos do BAD), para investir e catalisar investimentos do setor privado em cadeias de valor importantes na agricultura e economia azul. O novo CSP também enfatiza a integração das questões transversais de gênero, mudança climática e governança.  Banco Mundial – A ajuda do Banco Mundial em Cabo Verde somou um total de USD 77,5 milhões entre 2015-2017, dos quais USD 10,8 milhões estão ainda por desembolsar para projetos relacionados com o desenvolvimento dos setores de transportes, eletricidade e turismo.  ONU – Cabo Verde é membro das Nações Unidas, havendo várias agências especializadas presentes no país: a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), entre outras.  Organização Internacional da Francofonia (OIF) – Tem por missão dar corpo à solidariedade ativa entre os oitenta Estados e governos que a compõem (58 membros e 26 observadores).  OMC – Cabo Verde é membro, desde 23 de julho de 2008, da organização internacional global que lida com as regras do comércio entre nações.  União Africana (UA) - Organização internacional que promove a integração entre os países do continente africano nos mais diferentes aspectos.  CEDEAO) – União comercial criada no intuito de fomentar a autossuficiência coletiva dos estados-membros, intervindo nos setores de atividades econômicas ligados a indústria, transportes, telecomunicações, energia, agricultura, recursos naturais, comércio e questões monetárias e financeiras, bem como a assuntos sociais e 55

culturais.  CPLP – Cabo Verde é membro fundador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), criada em julho de 1996, exercendo a presidência pro tempore até 2021.  União Europeia: o Acordo de Cotonu: a União Europeia possui relações comerciais com Cabo Verde por meio do estabelecimento do Acordo de Cotonu, entre os países da europeus e 79 de três continentes, que abrangem África, Caribe e Pacífico (países ACP); tem por escopo erradicar a pobreza, apoiar o desenvolvimento econômico, cultural e social sustentável dos países parceiros e facilitar a integração progressiva de suas economias na economia mundial. o Parceria Especial Cabo Verde-União Europeia:, estabelecida em 2007, visa a reforçar e aprofundar a relação existente em várias áreas da cooperação para o desenvolvimento, promovendo diálogo político regular ao mais alto nível na promoção de interesses e valores comuns.  Acordos para evitar a dupla tributação assinados com Portugal e Macau.  Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos: assinados com Alemanha, , Áustria, China, Cuba, Itália (não entrou em vigor), Holanda, Portugal e Suíça.  Acordo de Cooperação Cambial com Portugal.  AGOA: com os Estados Unidos.

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7 - RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL – CABO VERDE

7.1. Intercâmbio comercial bilateral

7.1.1 Evolução recente A balança comercial de Cabo Verde é tradicionalmente deficitária. Nos últimos 5 anos, as exportações do Brasil ao país superam as importações de itens cabo-verdianos. Em 2019, registrou-se o maior saldo da balança comercial entre os dois países.

O Brasil é a 22ª maior economia de exportação do mundo e a 37ª economia mais complexa, de acordo com o Índice de Complexidade Econômica (ICE). Por outro lado, Cabo Verde é a 184ª maior economia exportadora.

Cabo Verde caracteriza-se por ser uma economia importadora de bens.

Tabela 33 - Exportações do Brasil para Cabo Verde

Fonte: Comex Stat

Tabela 34 - Importações para o Brasil de Cabo Verde

Fonte: Comex Stat

Tabela 35- Saldo da Balança comercial de Cabo Verde e Brasil (UDS) 2019 2018 2017 2016 2015 2014 Saldo 24.768.616 18.089.693 22.656.043 19.689.763 21.292.744 21.189.469 Fonte: Comex Stat

Tabela 36- Exportações do Brasil para África

Fonte: Comex Stat

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Tabela 37 – Importações do Brasil de África

Fonte: Comex Stat

Tabela 38 – Balança comercial brasileira de exportação, importação: saldo e corrente de comércio Valores em USD FOB VARIAÇÃO % RELATIVA SOBRE ANO EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO SALDO CORRENTE ANTERIOR ANO (A) (B) (A-B) (A+B) EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO CORRENTE (A) (B) (A+B) 2015 16.763.260.821 14.011.848.151 2.751.412.670 30.775.108.972 -19,2 -30,1 -24,5

2016 17 568 728 661 11.138.188.323 6.430.540.338 28.706.916.984 4,8 -20,5 -6,7 2017 19 789 994 972 12.129.014.411 7 660 980 561 31.919.009.383 12,6 8,9 11,2 2018 19 325 063 725 13.260.789.020 6 064.274.705 32.585.852.745 -2,3 9,3 2,1

2019 20.592.409.187 14.968.051.867 5 624.357 320 35.560.461.054 6,6 12,9 9,1

2020 17.939.029.631 13.391.607.557 4.547.422.074 31.330.637.188 -12,9 -10,5 -11,9 Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX)

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Tabela 39 – Balança comercial entre Cabo Verde e Brasil

Fonte: International Trade Center-ITC

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7.1.2 Composição do intercâmbio comercial bilateral

Tabela 40 – Exportações de Cabo Verde para o Brasil

Fonte: ITC

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Tabela 41 – Importações de Cabo Verde do Brasil

Fonte: ITC

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7.2 Investimentos bilaterais

O Brasil tem pouca expressividade no IDE em Cabo Verde.

A Fazenda de Camarão em Cabo Verde é um dos poucos investimentos de capital brasileiro. O projeto inclui uma diversidade de investidores/parceiros do Brasil, do Uruguai e de Portugal. A empresa atua na aquicultura e seus principais produtos são camarão biológico fresco e congelado, atum fresco, peixe demersal fresco e lagosta vermelha espinhosa.

Recentemente, Brasil e Cabo Verde decidiram aprofundar os vínculos bilaterais nas áreas de segurança, defesa, comércio e cultura.

O IDE em Cabo Verde é liderado por Espanha (sobretudo na área das pescas e indústria das conservas), havendo aumentado 3,2% em 2019 em face de 2018, para mais de CVE 10.375 milhões (EUR 94 milhões).

Tabela 42 – IDE em Cabo Verde IDE 2016 2017 2018 2019 em Cabo Verde Total Total Total Total em milhões de escudos

Total de IDE 12 558,8 10 867,3 10 048,1 10 375,5 Total de Participações 9 666,8 8 211,8 7 773,4 7 156,1 País de Origem Espanha 1 428,9 521,5 1 927,3 937,2 Itália 68,8 107,3 69,6 202,9 Reino Unido 5 537,6 4 830,2 348,2 146,2 Irlanda -8,6 5,1 -29,1 -17,1 Portugal 902,6 425,3 1 032,7 -1 846,6 Outros 1 737,4 2 322,5 4 424,7 7 733,4 Ilhas de Destino Maio 37,4 49,7 83,0 83,8 Boa Vista 2 868,2 2 916,8 894,2 1 348,8 Sal 4 331,2 2 838,6 2 033,7 4 220,7 Santiago 1 792,5 1 681,8 3 431,3 -478,2 São Vicente 549,0 560,5 832,5 1 495,0 Outros 88,4 164,5 498,7 486,0 Sectores Indústria 439,6 227,4 450,0 1 075,4 Comércio 174,7 490,3 743,1 1 197,9 Turismo e Imobiliária Turística 6 817,1 6 267,5 4 665,0 6 604,4 Serviços Financeiros -29,2 -393,9 -241,3 -636,7 Outros Serviços 324,5 212,6 1 039,8 -2 663,8 Outros Sectores 1 940,1 1 407,9 1 116,9 1 579,0 Fonte: BCV

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7.3 Principais acordos econômicos com o Brasil

Cronologia dos acordos bilaterais entre Cabo Verde e o Brasil com virtual impacto no setor econômico

 1975 – Estabelecimento das relações diplomáticas  1977 – Acordo Básico de Cooperação Técnica – Firmado em 28 de abril de 1977 e promulgado em 16 de dezembro de 1980, a ABC, em parceria com instituições nacionais, tem empreendido ações de cooperação técnica com Cabo Verde nos mais diversos setores: administração pública, patrimônio público, saúde, educação, formação profissional, hotelaria, agropecuária, habitação, meio ambiente, direitos humanos e cooperativismo.  1979 – Tratado de Amizade e Cooperação e Acordo de Cooperação Cultural – Reconhece a existência de laços de amizade e solidariedade entre os respectivos povos e a existência de uma política comum com vista a reforçar estes laços. As formas de cooperação ocorrem em vários domínios, em particular no econômico, comercial, financeiro, técnico, científico, cultural e judicial, e serão definidas por acordos especiais, que concretizarão o tratado.  2016 – Assinatura de acordo sobre serviços aéreos entre a República Federativa do Brasil e a República de Cabo Verde.

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7.4 Linhas de crédito de bancos brasileiros para exportação

Tabela 43 – Linhas de crédito de apoio à exportação no Brasil

BANCO SETOR LINHA DE CRÉDITO DESCRIÇÃO SAIBA MAIS (LINK) Agência de Indústria AFEAM - Industrial Aumentar a escala de industrialização do SAIBA MAIS Fomento do Estado Estado, visando ao atendimento do do Amazonas- consumidor interno e à produção de AFEAM excedentes exportáveis. Banco da Amazônia Agroindústria, indústria e ACC - Adiantamentos sobre Antecipação de recursos em reais ao SAIBA MAIS serviços contratos de câmbio exportador, por conta de exportação a ser realizada. Este financiamento proporciona apoio financeiro à produção da mercadoria Banco da Amazônia Agroindústria, indústria e ACE - Adiantamentos sobre Presta serviço ao importador, trabalhando SAIBA MAIS serviços cambiais entregues apenas com assistência creditória. Banco da Amazônia Agroindústria, indústria e FNO Exportação Modalidade de financiamento destinada a SAIBA MAIS serviços apoiar empresas exportadoras da Região Norte, mediante análise simplificada, taxas de juros competitivas e fonte de recursos sem dependência externa. Banco de Brasília Agroindústria, comércio, ACC - Adiantamentos sobre Linha de crédito destinada a clientes SAIBA MAIS indústria e serviços contratos de câmbio exportadores com venda contratada. Adianta valor das exportações previstas ACE - Adiantamentos sobre pela empresa, ou antecipa as vendas a cambiais entregues prazo, embarcadas ao exterior Banco do Brasil Agroindústria, comércio, ACC - Adiantamentos sobre Antecipação de recursos em moeda SAIBA MAIS indústria e serviços contratos de câmbio nacional ao exportador.

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BANCO SETOR LINHA DE CRÉDITO DESCRIÇÃO SAIBA MAIS (LINK) Banco do Brasil Agroindústria, comércio, BB Capital de giro exportação Atende às necessidades de capital de giro SAIBA MAIS indústria e serviços das empresas exportadoras, financiando a produção de bens destinados à exportação Banco do Brasil Agroindústria, comércio, BNDES Exim Linha de financiamento à produção de bens SAIBA MAIS indústria e serviços e serviços brasileiros destinados à exportação (modalidade pré-embarque) e de refinanciamento ao exportador. Banco do Brasil Agroindústria, comércio, Carta de crédito de exportação Modalidade de pagamento que oferece SAIBA MAIS indústria e serviços maior segurança no recebimento pelo exportador, desde que os prazos e condições estabelecidas no documento sejam cumpridos. Linha de abertura de crédito que envolve um ou mais bancos na operação. Banco do Brasil Agroindústria, comércio, Pré-pagamento Linha de financiamento à exportação em SAIBA MAIS indústria e serviços moeda estrangeira concedido na fase pré- embarque. Banco do Brasil Agroindústria, comércio, Proex equalização O governo brasileiro arca com parte dos SAIBA MAIS indústria e serviços encargos financeiros incidentes no financiamento à exportação. Banco do Brasil Agroindústria, comércio, Proex financiamento Financiamento direto ao exportador SAIBA MAIS indústria e serviços brasileiro ou importador estrangeiro, com recursos financeiros obtidos junto ao Tesouro Nacional.

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BANCO SETOR LINHA DE CRÉDITO DESCRIÇÃO SAIBA MAIS (LINK) Banco do Estado do Agroindústria, comércio, ACC - Adiantamentos sobre Abertura de crédito documentário, SAIBA MAIS Espírito Santo - indústria e serviços contratos de câmbio instituído por banqueiro estrangeiro, por Banestes conta e ordem do cliente, em que se descrevem condições de execução da operação, sob as quais o banqueiro se compromete a pagar a mercadoria embarcada, mediante apresentação dos documentos representativos da transação Banco do Estado do Agroindústria, comércio, ACE - Adiantamentos Sobre Destinado ao correntista Banestes SAIBA MAIS Espírito Santo- indústria e serviços Cambiais Entregues habilitado à exportação Banestes Banco do Nordeste Comércio, indústria e ACC - Adiantamentos sobre Suporte financeiro à exportação, mediante SAIBA MAIS serviços contratos de câmbio adiantamento, total ou parcial, de recursos por conta do preço em moeda nacional da ACE - Adiantamentos sobre moeda estrangeira comprada a termo, cambiais entregues objeto de contrato de câmbio celebrado com o banco para liquidação futura, em contratos de exportação cujo pagamento pelo comprador estrangeiro seja devido no prazo máximo de 360 dias ou 12 meses, contados da data do embarque Banco do Nordeste Agroindústria, comércio, BNDES Exim pré-embarque Recursos de capital de giro necessário à SAIBA MAIS indústria e serviços produção de bens (a exemplo de máquinas e/ou equipamentos, produtos de origem animal, frutas etc) para exportação. Também são passíveis de financiamento serviços de projeto básico e de detalhamento de engenharia

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BANCO SETOR LINHA DE CRÉDITO DESCRIÇÃO SAIBA MAIS (LINK) Banco do Nordeste Agroindústria, comércio, Programa Nordeste Exportação Destinado è produção industrial e SAIBA MAIS indústria e serviços - Fomento às exportações agroindustrial e às atividades comerciais regionais (Nexport) das empresas localizadas na área de atuação da SUDENE voltadas para a exportação Banpará Agroindústria, comércio, ACC - Adiantamentos sobre Recursos para comercializar bens SAIBA MAIS indústria e serviços contratos de câmbio destinados à exportação (taxas de juros internacionais); adiantamento de recursos de até 360 dias, podendo chegar a 390, após o embarque do bem a ser exportado; isenção do IOF Banrisul Comércio, indústria e ACC - Adiantamentos sobre Adiantamento sobre contrato de câmbio SAIBA MAIS serviços contratos de câmbio antes do embarque: o banco antecipa ao exportador brasileiro os recursos, em reais, equivalentes ao valor total ou parcial do contrato de exportação, mediante contratação de câmbio, anteriormente ao embarque da mercadoria, para recebimento futuro da moeda estrangeira Banrisul Agroindústria, comércio, ACC - Adiantamentos sobre Operações de câmbio para liquidação na SAIBA MAIS indústria e serviços contratos de câmbio mesma data mediante crédito da moeda estrangeira no exterior, em pagamento de vendas de serviços ou mercadorias ao exterior, realizadas até o valor de USD 20 mil ou equivalente em outras moedas com emissão de Registro de Exportação Simplificada (RES) ou Declaração Simplificada de Exportação (DSE)

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BANCO SETOR LINHA DE CRÉDITO DESCRIÇÃO SAIBA MAIS (LINK) Banrisul Agroindústria, comércio, BNDES Pré-embarque Linha de crédito destinada a financiar SAIBA MAIS indústria e serviços empresas exportadoras, na fase pré- embarque, da produção dos bens passíveis de apoio pelo BNDES, que apresentem índice de nacionalização, em valor, igual ou superior a 60% Banrisul Agroindústria, comércio, BNDES Pré-embarque curto Linha de crédito destinada a financiar SAIBA MAIS indústria e serviços prazo empresas exportadoras, com prazo de pagamento até 180 dias, na fase pré- embarque, da produção dos bens passíveis de apoio pelo BNDES, que apresentem índice de nacionalização, em valor, igual ou superior a 60% Banrisul Agroindústria, comércio, Câmbio travado Operação de câmbio de exportação, SAIBA MAIS indústria e serviços contratada para liquidação futura, sem a concessão de adiantamento. Pode ser contratado antes ou após o embarque da mercadoria Banrisul Agroindústria, comércio, Pós-Embarque Linha de crédito destinada a financiar SAIBA MAIS indústria e serviços empresas exportadoras e refinanciar seus clientes no exterior, quando da aquisição de bens passíveis de apoio pelo BNDES e/ou de serviços. Os bens, cuja comercialização seja financiada, devem apresentar índice de nacionalização, em valor, igual ou superior a 60% BNDES Agroindústria, comércio, BNDES Exim Financiamento de exportação de bens e SAIBA MAIS indústria e serviços serviços tanto na fase de pré-embarque como na fase de pós-embarque 68

BANCO SETOR LINHA DE CRÉDITO DESCRIÇÃO SAIBA MAIS (LINK) Caixa Econômica Agroindústria, comércio, BNDES Exim pré-embarque Apoio do BNDES destinado a financiar a SAIBA MAIS Federal indústria e serviços produção de bens destinados a exportação Caixa Econômica Comércio, indústria e Carta de crédito de exportação Compromisso firmado por banco no SAIBA MAIS Federal serviços exterior em favor do exportador (empresas brasileiras), com o objetivo de honrar a quantia devida pelo importador (empresas estrangeiras). O banco que emite a carta realiza o pagamento, desde que o exportador cumpra todas as exigências documentais HSBC Comércio, indústria e ACC - Adiantamentos sobre Antecipação, em reais, de até 100% da SAIBA MAIS eerviços contratos de câmbio exportação da empresa HSBC Agroindústria, comércio, ACC - Adiantamentos sobre Garantia de pagamento de exportações, SAIBA MAIS indústria e serviços contratos de câmbio com visibilidade e controle HSBC Agroindústria, comércio, BNDES Exim Apoio do BNDES destinado a financiar a SAIBA MAIS indústria e serviços exportação de bens e serviços tanto na fase de pré-embarque como na fase de pós- embarque. HSBC Agroindústria, comércio, Cobrança documentária do Redução de riscos de não pagamento por SAIBA MAIS indústria e serviços HSBC parte dos importadores e controle da documentação comercial Itaú Agroindústria, comércio, Financiamento à importação - O banco paga ao exportador no exterior à SAIBA MAIS indústria e serviços FINIMP vista, enquanto a dívida pode ser liquidada a prazo Santander Comércio, indústria e ACC - Adiantamentos sobre Linha de financiamento que tem por SAIBA MAIS serviços contratos de câmbio objetivo antecipar ao exportador os recursos de exportação

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BANCO SETOR LINHA DE CRÉDITO DESCRIÇÃO SAIBA MAIS (LINK) Santander Agroindústria, comércio, ACC - Adiantamentos sobre Linha de crédito para exportadores SAIBA MAIS indústria e serviços contratos de câmbio anteciparem recursos para financiar todo ciclo referente à exportação de mercadorias (produção, armazenagem, comercialização – sempre antes do embarque) Santander Agroindústria, comércio, Carta de crédito de exportação Compromisso irrrevogável de pagamento SAIBA MAIS indústria e serviços emitido por banco no exterior em favor do exportador. Após o fechamento do contrato de venda de bens ou serviços, o importador no exterior solicita a um banco emissão do crédito e sua respectiva entrega ao exportador por meio do Santander Santander Agroindústria, comércio, Deconto de exportação Linha de crédito destinada a antecipar ao SAIBA MAIS indústria e serviços exportador os recebíveis da comercialização de mercadorias no exterior com custos menores em comparação com o mercado nacional e sem riscos. Fonte: Portal da Indústria Brasileira

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7.5 Importações, exportações e balança comercial

Tabela 44 - Exportação, importação, saldo comercial e corrente de comércio brasileira – Valores nensais - jan-jun – geral e com Cabo Verde (Valores em USD FOB) EXPORTAÇÃO (A) IMPORTAÇÃO (B) PAÍS JAN-JUN/2020 JAN-JUN/2019 JAN-JUN/2020 JAN-JUN/2019 Total geral 101.719.578.613 109.448.134.654 79.396 522.233 83.767.891.548 Cabo Verde 14.202.141 11.924.349 20.843 0 SALDO(A-B) CORRENTE (A+B) JAN-JUN/2020 JAN-JUN/2019 JAN-JUN/2020 JAN-JUN/2019 22.323.056.380 25.680.243.106 181.116.100 846 193.216.026 202 14.181.298 11.924.349 14.222.984 11.924.349 Fonte: Estatísticas do Comércio Exterior – Ministério da Economia doBrasil

Tabela 45 - Balança comercial brasileira jan-dez e média (Valores em USD FOB) EXPORTAÇÃO (A) IMPORTAÇÃO (B) Mês 2020 2019 Var.% 2020 2019 Var.% Jan/Dez 225.383.482.468 177.347.934.749 Media 8.476.631.551 18.781.956.872 -3 6.616.376.853 14.778.994.562 -3 SALDO(A-B) CORRENTE (A+B) 2020 2019 2020 2019 Var.% 48.035.547.719 402.731.417.217 1.860.254.698 4.002.962.310 15.093.008.404 33.560.951-435 -3 Fonte: Estatísticas do Comércio Exterior – Ministério da Economia doBrasil

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8 - ACESSO AO MERCADO

8.1 Sistema tarifário

8.1.1 Estrutura da tarifa de importação

A estrutura tarifária de Cabo Verde baseia-se no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias, partilhado pelos países membros da CEDEAO, de que o país faz parte.

A CEDEAO desenvolveu pauta externa comum, composta por cinco categorias de tributação aduaneira, de acordo com a natureza dos bens, que os seus países membros devem aplicar.

Contudo, Cabo Verde, dada a especificidade resultante da sua dimensão, insularidade e dispersão geográfica, não aplica ainda esta pauta externa comum, ou as suas taxas, regendo-se por pauta aduaneira própria.

Para análise dos impactos e eventual tomada de medidas complementares que mitiguem efeitos inicialmente adversos, intensificaram-se em 2019 os estudos de um grupo de trabalho constituído no sentido de preparar a transição de Cabo Verde para a pauta externa comum da CEDEAO num futuro próximo.

A pauta de Cabo Verde pode ser consultada na seguinte ligação do sítio da Direção-Geral das Alfândegas (versão de 2012, a mais recente disponível online à data de dezembro de 2019): Pauta Aduaneira de Cabo Verde

8.1.2 Pauta Aduaneira de Cabo Verde

Os direitos de importação a pagar vão desde a isenção até uma taxa máxima de 50%. A base de incidência é ad valorem, a preços CIF.

Desde 2012, ocorreram, entretanto, atualizações nas taxas de diversas mercadorias, que devem ser tidas em consideração:

 Lei n.º 22/VIII/2012, de 19 de dezembro, alterações a taxas de direitos aduaneiros no ano de 2013;

 Lei n.º 53/VIII/2013, de 31 de dezembro, alterações a taxas de direitos aduaneiros no ano de 2014;

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 Lei n.º 5/IX/2016, de 30 de dezembro, (artigos 31 e 32), alterações a taxas de direitos aduaneiros no ano de 2017;

 Lei nº 20/IX/2017, de 31 de dezembro (artigos 26 e 27), alterações a taxas de direitos aduaneiros no ano de 2018.

Já em 2019, foi aprovada revisão profunda da pauta, a mais extensa e abrangente desde a revisão de 2012.

Tal revisão resultou da aplicação da sexta emenda do Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias, em conformidade com a recomendação de 11 de junho de 2015 do Conselho de Cooperação Aduaneira da Organização Mundial das Alfândegas.

A pauta de 2019 compreende 233 conjuntos de alterações relativamente à de 2012. Por setores:

 Agrícola – 85 alterações  Químico – 45  Máquinas – 25  Madeiras – 13  Têxtil – 15  Metais comuns – 6  Transportes – 18  Outros – 26

Além disso, tendo por objetivo melhor adaptação do Sistema Harmonizado às práticas comerciais atuais, alguns produtos passaram a receber códigos separados e foram desdobradas ou criadas novas suposições.

As alterações à pauta aduaneira podem ser consultadas na ligação Alterações à Pauta Aduaneira, de 28 de março de 2019.

Aguarda-se que a Direção-Geral das Alfândegas atualize a pauta online no seu sítio eletrônico para a nova versão de 2019, em Pauta Aduaneira de 2019.

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8.1.3 Outras taxas e gravames à importação

Para além do pagamento dos direitos que constam na pauta aduaneira (ter presente as atualizações identificadas), incidem sobre os produtos importados os seguintes encargos:

. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) – Taxa de 15% aplicada sobre o valor CIF (custo, seguro e frete) + DI (direitos de importação). Aplica-se a todos os bens, exceto os considerados essenciais de consumo, de equipamento em áreas críticas como a saúde, ou de investimento na capacidade produtiva nacional, que estão isentos (ver pauta e atualizações);

. Imposto de Consumos Especiais (ICE) – Taxa entre 10% e 50% aplicada a bens considerados supérfluos, de luxo ou indesejáveis (incluindo bebidas alcoólicas, vinhos, espumantes, cerveja, tabaco). A taxa ICE a cobrar por mercadoria está indicada na pauta, havendo a considerar a atualização de 2019: Lei nº 44/IX/2018, de 31 de dezembro (artigo 29). De referir que na pauta de 2012 surgem veículos usados como objeto de ICE, com taxas que chegam aos 150%, situação que foi revista pelas Leis nº 20/IX/2017 e nº 44/IX/2018, citadas anteriormente;

. Taxa Comunitária (TC) – Taxa fixa de 0,5% sobre todos os produtos importados, com incidência ad valorem a preços CIF, decorrente do tratado da CEDEAO;

. Taxa Ecológica (TE) – Incide sobre embalagens não biodegradáveis, de metal, vidro ou matéria plástica sintética ou artificial. A taxa varia entre 2 CVE e 100 CVE por unidade, no caso de embalagens (garrafas, frascos, latas, caixas e similares) que acondicionem produtos. No caso da importação das referidas embalagens e sacos de plástico sem produto acondicionado no seu interior, a taxa é de 10% sobre o valor CIF;

. Taxa de Serviços Aduaneiros – Taxa de 1,04% sobre o valor CIF da mercadoria;

. Taxa Estatística Aduaneira (TEA) – São cobrados 5.000 CVE (cerca de 45€) a cada declaração aduaneira, 500 CVE (cerca de 5€) a cada adição de mercadorias à declaração aduaneira, 3.000 CVE (cerca de 27€) a cada pedido de levantamento e 6.000 CVE (cerca de 54€) a cada processo de isenção aduaneira.

 Serviços de Inspeção Zoossanitária e Fitossanitária – São cobradas taxas pela inspeção de animais, vegetais, produtos de origem animal e vegetal e produtos de pesca, de acordo com o número de animais ou quilos de produtos inspecionados.

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8.2 Regulamentação das atividades de comércio exterior

8.2.1 Regulamentação geral

Em Cabo Verde, vigora regime de comércio internacional liberal. As transações estabelecidas por importadores e exportadores devidamente reconhecidos e licenciados para tal, sob orientação de despachantes oficiais credenciados, não conhecem entraves para além das restrições e condicionantes estabelecidas legalmente quanto a matérias específicas de teor securitário ou sanitário, em tudo idênticas às existentes na maioria dos países em que existe comércio livre.

O estatuto de mercado liberal foi adotado quando da adesão à OMC, ocorrida em 2007, e concretizado progressivamente desde então por medidas de contingência das importações e simplificação de procedimentos aduaneiros.

O procedimento administrativo alfandegário das importações pode assumir três tipos de tratamento diferentes, consoante o objetivo da importação e as características das mercadorias:

 Licenciamento automático – Aplica-se à generalidade das importações. Exceções: produtos com restrições legais (combustíveis, medicamentos, mercadorias sujeitas a controle sanitário, fitossanitário ou de segurança/defesa), e produtos importados em operações que o dispensam (ver ponto adiante).

 Licenciamento não-automático – Aplica-se às mercadorias sujeitas a medidas de controle legal, como as exemplificadas no ponto anterior e que requerem autorização específica das respectivas autoridades competentes.

 Dispensa de licenciamento – Aplica-se a mercadorias importadas temporariamente, reimportadas, destinadas a reexportação, em trânsito, sujeitas a regimes aduaneiros especiais (como loja franca, depósito afiançado, depósito franco ou depósito especial alfandegado), ou sem valor comercial (cuja elegibilidade está definida por lei) e ainda a operações de aperfeiçoamento ativo ou passivo.

O licenciamento automático efetua-se mediante apresentação da declaração aduaneira na alfândega, cuja emissão é da competência do ministério que tutela a área do comércio (no momento o Ministério da Indústria, Comércio e Energia).

Tratando-se de licenciamento não-automático, há necessidade de os operadores econômicos obterem autorização prévia junto às autoridades competentes, conforme o tipo de mercadoria em causa.

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Em termos documentais, para além da documentação geral que acompanha a mercadoria (fatura comercial, documentos de transporte, certificado de origem quando exigido pelo importador etc), pode haver exigência de apresentação de documentação específica por parte do exportador (certificados sanitários, fitossanitários etc).

Esquema sumário do regime geral de importação, aplicável a todas as mercadorias que, devido a seu caráter, peso ou valor, sejam passíveis de despacho não simplificado (este último destina-se apenas a bagagem de caráter não comercial, valor até 100.000 CVE ou peso até 150kg, por remessa):

Figura 1 – Esquema do procedimento do regime geral de importação

Fonte: Direção Geral das Alfândegas

O serviço de despacho das importações por via postal funciona nos correios, nas instalações da Praia (Santiago), Mindelo (São Vicente), São Filipe (Fogo) e Espargos (Sal).

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O procedimento é basicamente idêntico ao praticado nas alfândegas e delegações aduaneiras para pequenos volumes: o funcionário abre a mercadoria, verfica-a e atribui-lhe valor. Caso a mercadoria ultrapasse o valor da franquia (15.000 CVE) e tiver caráter comercial, segue, conforme valor ou dimensão, o regime simplificado ou o regime geral: no primeiro caso, faz-se despacho-recibo, aplicand-se taxa forfetária de 30% ad valorem; no segundo caso, o proprietário da mercadoria terá de recorrer aos serviços de um despachante oficial para seu levantamento.

O Código Aduaneiro (ligação) regulamenta toda a normativa relacionada com procedimentos aduaneiros.

8.2.2 Regulamentação específica

Normas fitossanitárias:

De acordo com a legislação cabo-verdiana, os produtos alimentares exportados para Cabo Verde devem respeitar:

 As normas gerais de higiene a que estão sujeitos os gêneros alimentícios (Decreto-Lei nº 25/2009, de 20 de julho);

 As normas de rotulagem aplicáveis aos gêneros alimentícios destinados a serem fornecidos diretamente ao consumidor final (Decreto-Lei nº 24/2009, de 20 de julho, alterado e republicado pelo Decreto-Lei nº 67/2015, de 12 de dezembro);

 Os direitos dos consumidores consagrados no regime jurídico de proteção e defesa dos consumidores (Lei nº 88/V/98, de 31 de dezembro).

A Lei nº 29/VIII/2013 (ligação), de 13 de maio, estabelece as normas de proteção fitossanitária e regulamenta sua aplicação. Descreve obrigações do exportador e importador, certificações e documentação a apresentar, medidas de salvaguarda etc, e determina que produtos têm de ser acompanhados por certificado fitossanitário emitido pela autoridade competente do país exportador.

As empresas brasileiras devem informar-se junto aos organismos competentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre a possibilidade de realizar a exportação dos seus produtos para Cabo Verde e dos procedimentos e documentação necessários para o fazer.

A Secretaria de Defesa Agropecuária disponibiliza, desde março de 2019, guia detalhado (ligação) que esclarece todos os passos para solicitação de certificação fitossanitária de

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exportação através do portal único Sistemas de Comércio Exterior-SISCOMEX, desenvolvido pela Coordenação-Geral do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (CGVIGIAGRO).

A Instrução Normativa nº 71 (ligação), de 13 de novembro de 2018, estabelece legalmente os procedimentos e critérios para emissão do certificado fitossanitário (CF) e do certificado fitossanitário de reexportação (CFR), bem como os modelos de formulários a utilizar.

8.2.3 Embalagem e rotulagem

As obrigações legais cabo-verdianas relativas a embalagem e rotulagem encontram-se determinadas no Decreto-Lei nº 67/2015 (ligação), de 12 de dezembro. Entre várias disposições, determina que as indicações de rotulagem definidas legalmente para os gêneros alimentícios pré-embalados são da responsabilidade do fabricante, acondicionador, vendedor ou empresa importadora.

A legislação define matérias como os princípios gerais a que a rotulagem deve obedecer, menções obrigatórias descritivas na embalagem, identificação da lista de ingredientes do produto e outras substâncias (incluindo alergênios), condições especiais de conservação e utilização, data de durabilidade mínima ou sua dispensa, data limite de consumo, idioma do rótulo, indicação de lote, modo e local de marcação na embalagem etc.

8.2.4 Marcas e patentes

As questões relacionadas com proteção de marca e patentes são geridas pelo Instituto de Gestão da Qualidade e da Propriedade Intelectual-IGQPI.

O Código da Propriedade Industrial (ligação) estabelece o regime de propriedade industrial e os princípios e regras a que está sujeita, abrangendo indústria, comércio e serviços.

Os pedidos de proteção nas suas diferentes modalidades (patente de invenção, registro de marca, desenho, logotipo, direito de autor etc) devem ser feitos mediante preenchimento de formulário e cumprimento das demais exigências formais e procedimentos administrativos junto do IGQPI.

De referir que Cabo Verde não subscreveu ainda o Acordo de Madrid, administrado pela World Intellectual Property Organization (WPO), relativo ao registro internacional de marcas. O Brasil aderiu em outubro de 2019.

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8.2.5 Regime cambial

O fato de a moeda de Cabo Verde (CVE – escudo cabo-verdiano) estar indexada ao euro (paridade fixa) transmite impacto positivo sobre a segurança cambial das exportações para o país, dada a inerente previsibilidade.

A taxa de câmbio com outras moedas, como o real, é oficialmente indicada pelo BCV para efeito de comércio externo (câmbio de compra e câmbio de venda), refletindo, dada a paridade fixa existente, a taxa de câmbio dessas moedas com o euro.

Quando os elementos de suporte à determinação do valor aduaneiro de uma mercadoria estiverem expressos em moeda estrangeira (além do euro), a conversão é fixada segundo o câmbio do dia do registro da declaração em detalhe.

Na falta de câmbio do dia, por se tratar de feriado ou por outro motivo qualquer, a conversão é feita com base no câmbio disponível do último dia imediatamente anterior.

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8.3 Documentação e formalidades

8.3.1 Documentação e formalidades no embarque (Brasil)

O despacho aduaneiro de exportação consiste no procedimento fiscal de desembaraço da mercadoria a exportar, com base nas informações contidas num registro de exportação-RE.

O RE é o conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal, que caracteriza a operação de exportação da mercadoria e define seu enquadramento.

Mediante o despacho aduaneiro de exportação, é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador relativamente à mercadoria e documentos apresentados, tendo em vista o seu desembaraço aduaneiro. É processado através do SISCOMEX.

É necessária a seguinte documentação para proceder ao embarque:

 Fatura comercial  Bill of Lading  Packing List

Fatura comercial:

Este documento, necessário para o desembaraço da mercadoria por parte do importador no destino, contém todos os elementos relacionados com a operação de exportação, tais como:

 Nome e endereço completos do exportador;  Nome e endereço completos do importador;  Especificação das mercadorias, com as denominações próprias e comerciais, e indicação dos elementos indispensáveis à sua perfeita identificação;  Marca, numeração e, se aplicável, números de referência dos volumes;  Quantidade e espécie dos volumes;  Peso bruto dos volumes, entendendo-se como bruto o da mercadoria com todos os seus recipientes, embalagens e demais invólucros;  Peso líquido da mercadoria;  País de origem, entendido como aquele em que a mercadoria foi produzida ou onde tiver ocorrido a sua última transformação substancial;  Preço unitário e total de cada espécie de mercadoria;  Custo de transporte e demais despesas logísticas relativas às mercadorias especificadas na fatura;

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 Condições e moeda de pagamento;  Termo da condição de venda (Incoterm).

Bill of Lading (conhecimento de embarque):

Certificado que comprova que a mercadoria foi colocada a bordo do meio de transporte. Este documento é fundamental para aceitação pelos bancos, como garantia de que a mercadoria foi embarcada para o exterior, e deve conter os seguintes elementos:

 Nome e endereço do exportador e do importador;  Local de embarque e de desembarque;  Quantidade, marca e espécie de volumes;  Tipo de embalagem;  Descrição da mercadoria e códigos (SH/NCM/NALADI);  Peso bruto e líquido;  Valor da mercadoria;  Dimensão e cubagem dos volumes;  Valor do frete.

Deve conter ainda a forma de pagamento do frete: freight prepaid (frete pago) ou freight collect (frete a pagar), e as condições em que a mercadoria foi embarcada: clean on board (embarque sem restrições ou ressalvas à mercadoria) ou received in apparent good order and conditions (mercadoria recebida aparentemente em boas condições). Essa declaração implica que o transportador deverá entregar a mercadoria nas mesmas condições em que a recebeu para transporte.

Packing List (romaneio)

Trata-se da relação dos volumes a serem exportados e seu conteúdo. Deve conter os seguintes elementos:

 Número do documento;  Nome e endereço do exportador e do importador;  Data de emissão;  Descrição da mercadoria, quantidade, unidade, peso bruto e líquido;  Local de embarque e desembarque;  Nome do transportador e data de embarque;  Número de volumes, identificação dos volumes por ordem numérica, tipo de embalagem, peso bruto e líquido por volume e dimensões em metros cúbicos.

Mercadorias sujeitas a controle sanitário ou fitossanitário deverão ser acompanhadas dos

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respectivos certificados de autorização de exportação.

O SISCOMEX, Portal Único do Comércio Exterior (ligação), foi criado para simplificar os processos de exportação (e importação), tornando-os mais eficientes e harmonizados, centralizando num local único toda a interação necessária em termos de informação, autorizações, formalidades e documentação entre as autoridades e as empresas exportadoras ou despachantes.

8.3.2 Documentação e formalidades no desembarque (Cabo Verde)

Cabo Verde dispõe de quatro entidades aduaneiras principais, localizadas na Praia (Santiago), Mindelo (São Vicente), Espargos (Sal) e Sal-Rei (Boa Vista), existindo delegações nas restantes ilhas.

Cabe a tais entidades o controle da entrada e saída de mercadorias do território nacional, bem como a cobrança dos impostos e taxas associadas.

A apresentação às autoridades aduaneiras das mercadorias introduzidas no território faz-se a coberto de uma declaração sumária, a qual é constituída pelo manifesto de carga e respetiva documentação de suporte.

Em casos especiais, as autoridades aduaneiras podem aceitar, a título de declaração sumária, qualquer documento aduaneiro, administrativo ou comercial, desde que contenha, pelo menos, os seguintes elementos:

 As marcas, os números, a qualidade e a quantidade dos volumes ou, tratando-se de mercadoria a granel, a qualidade e a quantidade em peso ou volume;  A natureza e o peso bruto das mercadorias;  A natureza e as características do respectivo meio de transporte;  O local de carregamento das mercadorias.

O procedimento do desembaraço aduaneiro desencadeia-se por iniciativa do proprietário ou consignatário da mercadoria mediante a apresentação da declaração em detalhe, que consiste no ato pelo qual o declarante designa o regime aduaneiro pretendido para a mercadoria declarada. As declarações em detalhe podem ser apresentadas em suporte de papel ou por via eletrônica.

A declaração em detalhe deve conter todas as informações necessárias para a aplicação das disposições que regem o regime aduaneiro pretendido, para o controle do comércio externo e para a aplicação das medidas sanitárias, fitossanitárias ou outras exigidas por lei, fazendo-se acompanhar da documentação de suporte das referidas informações, que são as habituais em comércio internacional (faturas, documentos de transporte, certificados de origem ou

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sanitários etc).

Não podem ser submetidas a despacho numa mesma declaração em detalhe:

 Mercadorias sujeitas a regimes aduaneiros diferentes;  Mercadorias provenientes de depósitos ou entrepostos aduaneiros diferentes;  Mercadorias pertencentes a consignatários ou destinatários diferentes.

Quando numa mesma declaração em detalhe constarem vários artigos pautais, os elementos relativos a cada artigo são considerados como constituindo uma declaração independente.

Sempre que tal se mostre necessário, a origem das mercadorias deverá ser comprovada mediante certificado de origem ou documento equivalente, emitido por entidade competente no país exportador.

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8.4 Regimes aduaneiros especiais

8.4.1 Regimes especiais

De acordo com a agência estatal de promoção comercial e exportações Cabo Verde TradeInvest, encontram-se em vigor, ao abrigo da Lei do Investimento, as seguintes isenções de direitos aduaneiros na importação de bens para investimento:

Setor do turismo

Os investimentos no setor do turismo levados a cabo no âmbito da Lei de Investimento beneficiam de isenção de direitos aduaneiros na importação de bens ligados ao objeto principal do projeto de investimento, conforme expresso no art. 15, do Capítulo II, do Código de Benefícios Fiscais.

As entidades que invistam no setor do turismo e da promoção turística beneficiam de crédito fiscal que opera por dedução à coleta do IRPC ou IRPS, em valor correspondente a 50% dos investimentos relevantes, no âmbito da Lei do investimento.

As entidades que operam nos setores do turismo e da promoção turística beneficiam-se de isenção de direitos aduaneiros na importação de:

 Mobiliário, equipamentos e utensílios destinados à instalação, expansão ou remodelação, o valor do reinvestimento deve exceder 25% do valor inicial;  Materiais e equipamentos incorporáveis diretamente na instalação, expansão ou remodelação de empreendimentos não destinados à venda, designadamente, materiais termoacumuladores e frigoríficos que não sejam da classe A, bem como peças e acessórios;  Veículos de transportes coletivos e mistos destinados ao transporte exclusivo de turistas e bagagens, barcos de recreio, pranchas e acessórios, instrumentos e equipamentos destinados à animação esportiva e cultural.

Os veículos e equipamentos importados não podem ter mais de 5 anos de uso, sob pena de a isenção não ser aplicada.

Setor da energia

Os investimentos levados a cabo no âmbito da Lei de Investimento beneficiam-se de isenção de direitos aduaneiros na importação de bens ligados ao objeto principal do projeto de investimento, conforme expresso no art 15 do capítulo II do Código de Benefícios Fiscais.

As entidades que realizem investimentos neste setor e que estejam inscritas no Cadastro Industrial têm ainda acesso a isenção de direitos aduaneiros na importação de bens, materiais e equipamentos que se encontrem ligados ao objeto principal do

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projeto de investimento, materiais que sejam incorporados ou utilizados na produção de bens ou serviços destinados à produção de energia elétrica com origem em fontes renováveis. Veículos e equipamentos importados não podem ter mais de 5 anos de uso, sob pena de a isenção não ser aplicada.

A produção e montagem de equipamentos de energias renováveis beneficiam-se de crédito fiscal por dedução à coleta do IUR, em valor correspondente a 50% dos investimentos relevantes realizados no setor das energias renováveis nos termos da Lei do Investimento. A dedução do crédito não pode exceder 50% do valor da coleta de cada exercício, podendo ser efetuada nos exercícios seguintes, caducando o direito à sua utilização no décimo quinto exercício fiscal.

Setor da indústria

As entidades que operam no setor da indústria beneficiam-se de isenção de direitos aduaneiros na importação de Bens, materiais, equipamentos, veículos de transporte de mercadorias ou veículos coletivos para utilização exclusiva de estabelecimentos industriais, destinados aos projetos de investimento que se enquadrem na Lei do Investimento.. Veículos e equipamentos importados não podem ter mais de 5 anos de uso, sob pena de a isenção não ser aplicada.

As empresas industriais inscritas no cadastro industrial têm ainda acesso a isenção de direitos aduaneiros na importação de determinados bens que se encontrem ligados ao objeto principal do projeto de investimento relativamente a:

 Matérias-primas e subsidiárias, materiais e produtos acabados e semiacabados destinados à incorporação em produtos fabricados no âmbito de novos projetos industriais (inclui a indústria farmacêutica);

 Materiais que sejam incorporados ou utilizados na produção de bens ou serviços destinados à produção de energia elétrica com origem em fontes renováveis;

 Materiais para embalagem e acondicionamento de produtos fabricados pela empresa beneficiária.

Setor do ambiente

Os investimentos levados a cabo no âmbito da Lei de Investimento beneficiam-se de isenção de direitos aduaneiros na importação de bens ligados ao objeto principal do projeto de investimento, conforme expresso no art. 15 do capítulo II do Código de Benefícios Fiscais.

Setor do agronegócio

A importação de mercadorias destinadas a exploração agropecuária, tais como:  Plantas, estacas para plantação, sementes, bulbos, tubérculos, fertilizantes

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químicos e orgânicos, pesticidas, desde que ligados à produção, proteção e conservação de produtos agrícolas (não dispensa o cumprimento das regras específicas de controlo sanitário ou fitossanitário);  Aparelhos, alfaias agrícolas, equipamentos e materiais de irrigação, equipamentos para filtragem e bombagem de água, seus respetivos acessórios e peças separadas;  Embarcações, e todos os tipos de materiais para sua reparação, incluindo peças sobressalentes, e amarras e redes de pescas.

Setor dos serviços

O Código dos Benefícios Fiscais prevê isenções de direitos aduaneiros para a importação de bens, materiais, equipamentos, veículos de transporte coletivo e misto desde que destinados ao projeto de investimento. Veículos e equipamentos importados não podem ter mais de 5 anos de uso, sob pena de a isenção não ser aplicada.

Setor dos transportes marítimos

As entidades do setor do transporte marítimo beneficiam-se de isenção de direitos aduaneiros na Importação de bens, materiais e equipamentos destinados aos projetos de investimento que se enquadrem no âmbito da Lei do Investimento, nomeadamente nos seguintes:

 Embarcações de comércio e rebocadores, bem como materiais destinados ao seu fabrico, construção e reparação, incluindo peças sobressalentes.  Tratores rodoviários e atrelados utilizados exclusivamente nos navios de carga e descarga roll-on e roll-off e que não se desloquem além do terminal de carga portuária ou deste se afastem mais que dois quilômetros (benefício sujeito a parecer favorável do Instituto Marítimo e Portuário).

Para compreensão cabal das condições de acesso recomenda-se a consulta da Lei do Investimento, na seguinte ligação: Lei do Investimento e de um guia de auxílio disponibilizado no sítio da Cabo Verde TradeInvest: Cabo Verde TradeInvest, FAQs.

Por meio do Balcão Único de Investimento, a Cabo Verde TradeInvest disponibiliza um modelo de acompanhamento ao investidor sustentado numa abordagem One Stop Shop, onde se concentram de forma prática todos os serviços necessários à receção, avaliação e aprovação de projetos.

8.4.2 Sem regime especial

Setor da construção e obras públicas

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Não existem incentivos financeiros ou fiscais diretamente aplicáveis ao setor da construção.

Os incentivos aplicáveis são os consignados ao investimento externo em geral:

 Isenção de tributação sobre os dividendos e lucros distribuídos ao investidor externo durante período de 5 anos;  Isenção de tributação sobre as amortizações e juros correspondentes às operações financeiras;  Isenção de tributação sobre os dividendos, sempre que tenham sido reinvestidos.

8.4.3 Centro Internacional de Negócios de Cabo Verde O Centro Internacional de Negócios de Cabo Verde-CIN-CV foi legalmente criado por diploma em 2011 (revisto em 2013 e 2016) como plataforma de desenvolvimento econômico por meio da qual – a empresas licenciadas perante o cumprimento de um conjunto de requisitos – se concede conjunto de benefícios aduaneiros e fiscais para operarem em determinado espaço ou espaços.

O CIN-CV não foi, contudo, implementado até a data presente, em parte devido à ausência de regulamentação específica.

Assim, tendo em vista a criação das condições legais e operacionais que desbloqueiem a sua implementação efetiva, foi aprovado o Decreto-Lei nº 57/2017 (ligação), de 6 de dezembro.

Tal diploma introduz também algumas importantes alterações na visão pretendida para o CIN- CV.

A visão anterior centrava-se na vertente industrial e a promoção dos espaços estava centralizada ao nível nacional e estatal.

Com a nova legislação, passa a existir a possibilidade de municípios ou iniciativas privadas criarem seus próprios parques ao abrigo do CIN-CV, a fim de atraírem não só empresas da área industrial, mas também nas do comércio e prestação de serviços.

Com esta alteração estratégica, o CIN-CV deixa de ser um mecanismo pensado apenas para a indústria, passando a acolher em seu modelo de funcionamento atividades de logística, comércio, lojas francas, lojas tax free, designadamente nos aeroportos e portos, e prestação de serviços.

Já em 2019, tendo em conta a aceleração do processo de instalação, foi nomeado um gabinete de operacionalização, e publicada mais uma legislação específica, neste caso o Decreto-Lei nº 2/2019 (ligação), de 10 de janeiro, que estabelece os procedimentos no desembaraço alfandegário, designadamente a caução aduaneira, para os agentes econômicos que operem no CIN-CV.

101

As entidades licenciadas no âmbito do CIN-CV gozam de isenção de direitos aduaneiros na importação dos seguintes bens:

 Materiais e equipamentos incorporáveis diretamente na instalação, expansão ou remodelação dos empreendimentos não destinados à venda, designadamente estruturas metálicas, materiais de construção civil, equipamentos sanitários, equipamentos elétricos e eletrônicos, bem como seus acessórios e peças separadas, quando os acompanham;

 Equipamentos, máquinas, aparelhos, instrumentos e utensílios, bem como os respectivos acessórios e peças separadas;

 Veículos de transporte coletivo novos, destinados ao transporte urbano de passageiros, devidamente equipados, e veículos pesados destinados ao transporte de mercadorias, importadas por empresas do setor;

 Material para embalagem e acondicionamento de produtos fabricados pela empresa beneficiária;

 Matérias-primas e subsidiárias, materiais e produtos acabados e semiacabados destinados à incorporação em produtos fabricados pela empresa.

Por outro lado, os bens, produtos e matérias-primas importados pelas entidades instaladas e em funcionamento no CIN-CV não carecem de licença de importação.

A Cabo Verde TradeInvest disponibiliza em seu sítio toda a informação detalhada, por meio da seguinte ligação.

8.4.4 Zonas francas comerciais São, nos termos da lei específica, áreas de livre importação e reexportação de mercadorias, inequivocamente delimitadas, onde as mercadorias nelas introduzidas são consideradas, para efeito de aplicação dos direitos aduaneiros e de quaisquer outras imposições relativas à importação, como não estando no território aduaneiro nacional.

A entrada de mercadorias numa zona franca comercial não está sujeita à sua apresentação às autoridades aduaneiras nem à entrega de uma declaração aduaneira. Excetuam-se as sujeitas a controlo sanitário, fitossanitário ou a outros considerandos de ordem securitária.

É também permitida a entrada na zona franca de máquinas, aparelhos, ferramentas e utensílios de trabalho para utilização temporária, mediante o processamento de guia especial, com verificação obrigatória e tomada de sinais para futuras confrontações no ato da saída.

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8.4.5 Entreposto aduaneiro O regime de entreposto aduaneiro permite o depósito de mercadorias num local designado, sob fiscalização aduaneira, com suspensão de direitos e de outras imposições aduaneiras, para efeito de posterior atribuição de novo regime ou destino aduaneiros, em estado inalterado ou após transformação sob controlo aduaneiro.

Em função da sua finalidade, o regime de entreposto aduaneiro pode assumir a forma de entreposto industrial ou de entreposto de armazenagem.

O entreposto aduaneiro industrial destina-se ao uso exclusivo de empresas industriais para armazenagem de mercadorias provenientes do estrangeiro, usadas na incorporação, transformação e acondicionamento de produtos por elas fabricados.

O entreposto de armazenagem destina-se ao uso exclusivo de um depositante para as necessidades da sua indústria ou do seu comércio.

O depositário deve entregar à estância aduaneira de controlo, nos prazos fixados por esta, relatório sobre a exatidão das suas existências.

8.4.6 Importação temporária A importação temporária possibilita a entrada das mercadorias com isenção do pagamento de direitos, desde que se destinem a ser reexportadas sem qualquer alteração registrada. O período máximo de permanência dos bens, habitualmente equipamentos, máquinas e veículos de transporte de mercadorias, ao abrigo deste regime é de um ano, prorrogável, em casos devidamente fundamentados, por dois períodos adicionais de um mês cada.

Procedimentos a seguir no país de origem:

 Compilar e entregar listagem das mercadorias a exportar;

 Anexar fatura das mercadorias constantes na lista. Essa fatura é passada em nome da empresa destinatária, necessariamente a própria empresa estrangeira ou uma sua sucursal.

 A fatura e o despacho de exportação, este realizado pelo despachante do país de origem, deverão indicar expressamente "Exportação Temporária". Se a mercadoria permanecer após o período de importação temporária, serão cobrados direitos e taxas devidos.

As autoridades aduaneiras recusam a concessão do regime de importação temporária sempre que for impossível assegurar a identificação das mercadorias temporariamente importadas. 103

Materiais, amostras, equipamentos e mercadorias que entrem no país comprovadamente para utilização em ações de promoção, demonstração, exposição ou exibição, regressando ao país de origem ou sendo reexportadas dentro dos prazos legais estabelecidos, encontram-se também englobadas neste regime.

8.4.6 Drawback O titular da autorização de drawback pode pedir reembolso de direitos e outros encargos pagos na importação mediante produção de prova suficiente às autoridades aduaneiras de que:

 Os produtos importados, relativamente aos quais o drawback foi pedido, foram incorporados no produto exportado;  Os produtos compensadores foram exportados ou introduzidos numa zona franca.

O prazo para requerer o drawback é de um ano após a importação dos produtos que foram incorporados no produto compensador, suscetível de prorrogação por dois períodos idênticos de noventa dias cada.

8.4.7 Reexportações A legislação cabo-verdiana permite a saída do território aduaneiro de mercadorias não nacionais que nele permaneceram em depósito temporário, em regime de trânsito internacional ou sujeitas a regime aduaneiro econômico, abrangendo, quando exigida, a aplicação das formalidades previstas para a saída de mercadorias, incluindo medidas de política comercial.

8.4.8 Trânsito Aduaneiro As mercadorias em trânsito aduaneiro são declaradas numa forma simplificada, mediante formulário de modelo adotado por convenções internacionais vinculativas do estado cabo- verdiano.

A declaração inclui:  O nome do proprietário, do destinatário das mercadorias e do transportador;  As marcas, números, qualidade, quantidade e peso das mercadorias;  A data de emissão, bem como a data e a hora do transporte para a estância de destino;  O itinerário estabelecido pela autoridade aduaneira.

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9 - INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES

9.1 Infraestrutura interna

As características geográficas de Cabo Verde – insularidade e dispersão geográfica entre as nove ilhas habitadas – determinam que o acesso de pessoas e mercadorias ao país e as deslocações interilhas se procedam exclusivamente por transporte aéreo ou marítimo, o que confere grande importância estratégica às infraestruturas aeroportuárias e portuárias.

Em termos de infraestruturas aeroportuárias, o país dispõe de quatro aeroportos internacionais, situados nas Ilhas de Santiago, São Vicente, Sal e Boa Vista. As restantes ilhas, excetuando Brava e Santo Antão, possuem aeródromo para voos domésticos.

Em termos de infraestruturas portuárias, o país dispõe de três portos de águas profundas vocacionados para o tráfego marítimo internacional, localizados nas ilhas de Santiago, São Vicente e Sal, a partir dos quais é feita a distribuição de mercadorias importadas para as restantes ilhas. Existem portos secundários em todas as demais ilhas habitadas, que asseguram o transporte interno.

9.1.1 Modal rodoviário

Cabo Verde possui, nas várias ilhas, redes de estradas suficientemente dimensionadas e adaptadas às necessidades de transporte de pessoas e mercadorias.

Em cada ilha, as ligações entre portos, aeroportos ou aeródromos e sedes de concelho são garantidas por vias pavimentadas que proporcionam adequados níveis de segurança, rapidez e comodidade.

A rede possui, em todo o arquipélago, extensão total de 1.650km, sendo 1.113km correspondentes a estradas nacionais e 537km a estradas municipais. 974km dos 1.113km de estradas nacionais, ou seja, 87% da sua extensão, são objeto de contrato de manutenção corrente, o que lhes garante boas condições de circulação.

37% da Rede de Estradas Nacionais encontram-se pavimentada com asfalto ou betão e 57% com empedrado. Apenas 6% possuem o piso em terra batida, situando-se a maioria destas na ilha de Santo Antão. As ilhas com maior percentagem relativa de estradas asfaltadas, ou seja, de maior qualidade, são Sal, Boa Vista, Santiago e São Vicente.

A ilha de Santiago possui a rede de estradas mais extensa e densa do país, representando 37,5% do total do arquipélago. 105

Gráfico 10 – Extensão (em km e %) da rede de estradas nacionais por tipo de pavimento, total e por ilha

Fonte: CVE – Estradas de Cabo Verde

Detalhe das redes de estradas das ilhas com aeroporto internacional:

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Mapa 3 – Rede de estradas da Ilha de Santiago, de acordo com o plano rodoviário nacional de 2015

AEROPORTO

PARQUE INDUSTRIAL

PORTO

Fonte: CVE – Estradas de Cabo Verde

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Mapa 4 – Rede de estradas da Ilha de São Vicente, de acordo com o plano rodoviário nacional de 2015

PORTO

PARQUE INDUSTRIAL

AEROPORTO

Fonte: CVE – Estradas de Cabo Verde

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Mapa 5 – Rede de estradas da Ilha do Sal, de acordo com o plano rodoviário nacional de 2015

PORTO

AEROPORTO

ZONA TURÍSTICA

ZONA TURÍSTICA Fonte: CVE – Estradas de Cabo Verde

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Mapa 6 – Rede de estradas da Ilha da Boa Vista, de acordo com o plano rodoviário nacional de 2015

PORTO

AEROPORTO

ZONA TURÍSTICA

ZONA TURÍSTICA

Fonte: CVE – Estradas de Cabo Verde

Em termos de serviço de transporte urbano e interurbano de passageiros, as cidades da Praia (ilha de Santiago) e Mindelo (ilha de São Vicente) são servidas por bem dimensionada e eficaz rede de transportes públicos. No restante território do arquipélago, o transporte é garantido por táxis e minivans (do tipo Hiace/Hilux), disponíveis em todas as ilhas em bom número.

Existem empresas de rent-a-car locais em todas as ilhas, à exceção da Brava. A Hertz opera no Aeroporto Internacional da Praia e na ilha do Sal.

O transporte de mercadorias dentro de cada ilha a partir dos portos ou aeroportos de embarque / desembarque é gerido pelos transitários, incluindo transporte de contentores ou de cargas fracionadas (grupagem) até à porta do destino final e seguro das mercadorias.

Existem pequenas e médias empresas de transportes nas várias ilhas e os ferries que fazem as travessias interilhas permitem o transporte de veículos de mercadorias, incluindo, em alguns casos, até dois contentores de 40 pés.

110

9.1.2 Modal ferroviário

Não existe ferrovia no país.

9.1.3 Modal hidroviário (marítimo)

O transporte marítimo é fulcral para o funcionamento da economia cabo-verdiana, representando em média cerca de 50% do movimento de mercadorias (cargas e descargas) em tonelagem do país (o transporte aéreo assume os restantes 50%).

Gráfico 5 – Evolução recente da tonelagem de mercadorias movimentadas nos portos de Cabo Verde, incluindo longo curso e cabotagem

Movimento de Mercadorias 2500

2000

1500

1000 milhares de t de milhares 500

0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Cargas Descargas TOTAL

Fonte: ENAPOR – Portos de Cabo Verde

O país possui três portos de águas profundas: o Porto Grande, localizado em São Vicente; o Porto da Praia, em Santiago; e o Porto da Palmeira, no Sal. Todas as restantes seis ilhas habitadas possuem portos que permitem a atracagem de navios de carga de menor calado, os quais estão equipados com áreas de armazenamento cobertas.

O Porto Grande encontra-se certificado com o ISPS Code – Código Internacional para a Proteção de Navios e Instalações Portuárias e dispõe de cais com 315 metros de comprimento e 11,5 metros de profundidade para descarga de granéis sólidos e líquidos. Dispõe ainda de dois cais com 350 metros de comprimento cada, 50 metros de largura e profundidade que varia entre os 10 e os 12 metros, para descarga de contentores. Está dotado de entreposto frigorífico com área total de 1 ha, com capacidade para congelação e conservação de 6.000 toneladas de pescado e produtos perecíveis. Para o armazenamento de mercadorias, dispõe de armazéns com uma área coberta de 7.000 m2.

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O Porto da Praia, que possui também certificação ISPS Code, apresenta um total de 1.132 metros lineares de atracação, com profundidades que variam entre os 3 e os 13,5 metros, e um parque de contentores de 8 ha. Para o armazenamento de mercadorias, dispõe de armazéns com área total de 10.000 m2 e um edifício com scanner de contentores.

O Porto da Palmeira é o terceiro porto cabo-verdiano no que concerne ao tráfego de mercadorias, comportando, além da atividade comercial de transporte de mercadorias e passageiros e atividades de pesca, indústrias marítimo-turísticas, em particular relacionadas com a náutica de recreio. Notabiliza-se ainda por ser receptor de tráfego internacional de combustível. Possui certificação ISPS Code e apresenta 390 metros lineares totais de cais, com profundidades que vão até aos 11,5 metros. O parque de contentores tem 2 ha e a área coberta de armazenamento 450m2. Está equipado com edifício com scanner de contentores.

Tabela 45 – Portos de Cabo Verde, suas características principais e movimento de contentores no 1º semestre de 2019 Ilha Porto Certificação Nº Berço Cota de Área de Área do Movimento Quota ISPS de total de profundidade armazenagem parque de de no total cais atracação máxima do coberta (m2) contentores contentores nacional (m) berço (m) (ha) no 1º (%) semestre 2019 (teu) Santiago Praia Sim 9 1.132 -13,5 10.000 8 25.343 55,65 São Grande Sim 9 1.945 -12,5 7.000 3 11.954 26,25 Vicente Sal Palmeira Sim 4 390 -11,5 450 2 4.792 10,52 Boa Sal-Rei 2 240 -7 3 2.506 5,50 Vista Vale de Fogo 3 185 -5 500 2,5 742 1,63 Cavaleiros Santo Novo 3 295 -7 450 72 0,16 Antão Maio Inglês 2 530 -10 59 0,13 Brava Furna 2 95 -5,5 58 0,13 São Tarrafal 2 125 -5 450 14 0,03 Nicolau Fonte: ENAPOR

Os portos do país foram objeto de intervenções recentes de expansão e modernização, ou têm-nas em curso, adjudicadas ou programadas.

As ligações marítimas regulares entre as ilhas são asseguradas pela empresa CV Interilhas. Por meio desse serviço, é possível viajar ou enviar mercadorias por via marítima de qualquer ilha para outra dentro de 24 horas e com frequência no máximo semanal.

O serviço disponibilizará no futuro 7 linhas (rotas), de acordo com o seguinte diagrama:

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Mapa 7 – Rotas marítimas interilhas

Fonte: CV Interilhas

Tabela 47 – Rotas marítimas interilhas LINHA 1 Santo Antão – São Vicente LINHA 2 São Vicente – São Nicolau – Sal – Boa Vista LINHA 3 São Vicente – Santiago LINHA 4 Brava – Fogo – Santiago LINHA 5 Santiago – Maio LINHA 6 Sal – Boa Vista – Santiago LINHA 7 Santiago – São Nicolau Fonte: CV Interilhas

À data de dezembro de 2019, o serviço oferece as seguintes ligações:

 Santo Antão – São Vicente, diariamente, 3 vezes por dia em cada sentido, com tempo de viagem de 1 hora em cada sentido.  Brava – Fogo – Santiago, 4 vezes por semana em cada sentido, com tempo de viagem total de 4h30m (30m + 4h) em cada sentido.  Santiago – Maio, 4 vezes por semana em cada sentido, com tempo de viagem de 2h30m em cada sentido.  Santiago – São Nicolau – São Vicente, 1 vez por semana em cada sentido, com tempo de viagem de 8h30m no sentido ST-SV (6h30m + 2h) e de 9h30m no sentido SV-ST (7h + 2h30m).  São Vicente – São Nicolau – Sal – Boa Vista – Santiago, 2 vezes por semana em cada sentido, com tempo de viagem total de 10h30m (2h + 3h30m + 1h30m + 3h30m) em

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cada sentido.  Santiago – Fogo – Brava, 1 vez por semana, com tempo de viagem total de 5h (4h + 1h) em cada sentido, especialmente vocacionado para o transporte de carga.

A frota é composta por cinco navios (ferries), dos quais três são do tipo catamarã roll-on roll- off, com capacidades de transporte entre 164 e 427 passageiros, até 25 veículos e carga. Prevê-se a curto prazo a entrada em serviço um novo barco com capacidade para 430 passageiros e até 50 veículos.

A carga deve ser entregue na área logística do transportador ou seu agente com antecedência mínima que varia de porto para porto e poderá variar também de acordo com fatores sazonais ou outros pontuais. Como tal, é conveniente obter essa informação para cada carregamento em concreto.

No ato de entrega da carga, o transportador emite uma guia de embarque necessária para o posterior levantamento no porto de destino.

Os veículos de transporte de mercadorias devem apresentar-se para embarque com antecedência mínima de duas horas relativamente ao horário de partida. Sua recepção está sujeita à verificação e aceitação de determinadas condições de acondicionamento, volumetria e peso, que podem variar de barco para barco, e cuja informação deve ser obtida antecipadamente.

Além da CV Interilhas, existem outras empresas a operar regularmente circuitos de transporte marítimo de carga entre as ilhas de Santiago, São Vicente, Sal e Boa Vista, como é o caso da Transinsular (Nacex Cabo Verde). Existem, com escritórios em todas as ilhas, agências de transportes que tratam de todo o processo logístico envolvido.

Os fretes de transporte, incluindo seguro, são normalmente obtidos por pedido de cotação. Indicativamente, no sítio eletrônico da empresa cabo-verdiana Polar – Agência Marítima de Navegação, estavam, à data de dezembro de 2019, os seguintes fretes de mercadorias nas ligações ao Porto Grande (São Vicente):

São Vicente – Santo Antão:

Tabela 48 - Fretes de mercadorias São Vicente – Santo Antão: Valor(CVE) m3/tons 1€ =110,265 CVE Carga geral 2.747 Contentor 20' cheio Porto Novo 45.000 20' cheio (>2) Ribeira Grande 51.500 20' cheio (<2) Ribeira Grande 59.500

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Valor(CVE) m3/tons 1€ =110,265 CVE 40' cheio Porto Novo 68.000 40' cheio Ribeira Grande 81.050 40' cheio Diversos 89.000 Fonte: Polar – Agência Marítima de Navegação

São Vicente – São Nicolau:

Tabela 49 - Fretes de mercadorias São Vicente – São Nicolau Valor(CVE) m3/tons 1€ =110,265 CVE Carga geral 3.480 Contentor 20' cheio 78.000 40' cheio 145.000 20' vazio 30.000 40' vazio 50.000 Fonte: Polar – Agência Marítima de Navegação

São Vicente – Sal: Tabela 50 - Fretes de mercadorias São Vicente - Sal Valor(CVE) m3/tons 1€ =110,265 CVE Carga geral 5.020 Contentor 20' cheio 109.390 40' cheio 191.430 20' vazio 40.000 40' vazio 70.000 Fonte: Polar – Agência Marítima de Navegação

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9.1.4 Modal aéreo

Num país com a descontinuidade geográfica de Cabo Verde, é fundamental a existência de infraestruturas aeroportuárias que proporcionem serviços de ligação rápida e eficiente entre as diversas ilhas para o transporte de pessoas e mercadorias, além de boa acessibilidade a partir do exterior.

Gráfico 11 – Evolução recente do movimento de passageiros nos aeroportos de Cabo Verde, incluindo voos internacionais e domésticos

Movimento de Passageiros 3500 3000 2500 2000

1500 milhares 1000 500 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Passageiros (Chegadas + Partidas + Em Trânsito)

Fonte: Agência de Aviação Civil -AAC

Gráfico 12 – Evolução recente da tonelagem de mercadorias movimentadas nos aeroportos de Cabo Verde, incluindo voos internacionais e domésticos

Movimento de Mercadorias 4500 4000 3500 3000 2500 2000

1500 milhares de t de milhares 1000 500 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Cargas Descargas TOTAL

Fonte: AAC 116

As duas ilhas mais populosas e com maior diversificação econômica, Santiago e São Vicente, e as duas ilhas com maior ênfase na atividade turística, Sal e Boa Vista, possuem aeroportos internacionais. As ilhas do Fogo, São Nicolau e Maio possuem aeródromos para voos domésticos. Santo Antão e Brava são acessíveis apenas por mar.

Mapa 8 – Localização dos aeroportos e aeródromos de Cabo Verde

Fonte: Aeroportos e Segurança Aérea-ASA

Aeroporto Internacional da Praia Nelson Mandela (AIP-NM) – Situado na Ilha de Santiago a cerca de 3km do centro da cidade da Praia, possui pista de 2.100 metros de comprimento, adequada a aeronaves de classe 4D, de acordo com a classificação da ICAO. Possui serviços de handling, combustíveis, catering e free-shop. Recebe voos internacionais procedentes da Europa, América do Sul, América do Norte e África, além dos voos domésticos provenientes de todas as ilhas de Cabo Verde.

Aeroporto Internacional Cesária Évora (AICE) – Situado na Ilha de São Vicente, a cerca de 9km do centro da Cidade de Mindelo, possui pista de 2.000 metros, adequada a aeronaves de classe 4D, de acordo com a classificação da ICAO. Possui serviços de handling, combustíveis e lojas. Recebe voos internacionais e voos domésticos provenientes de todas as ilhas de Cabo Verde.

Aeroporto Internacional Amílcar Cabral (AIAC) – Situado na Ilha do Sal, a 2km da cidade de Espargos e a 18km da cidade de Santa Maria, constitui a maior infraestrutura aeroportuária do país. Possui pista de 3.000 metros de comprimento, adequada às aeronaves de classe 4E, de acordo com a classificação da ICAO. Disponibiliza serviços de handling, combustíveis, catering

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e free-shop. Funciona como plataforma para voos internacionais e domésticos, bem como escala técnica para abastecimentos.

Aeroporto Internacional Aristides Pereira (AIAP) – Situado na Ilha da Boavista, a 5,7km da cidade de Sal-Rei, possui pista de 2.100 metros de comprimento, adequada a aeronaves de classe 4D, de acordo com a classificação da ICAO. Possui serviços de handling, combustíveis e lojas. Recebe voos internacionais procedentes maioritariamente da Europa vocacionados para o turismo e voos domésticos provenientes de todas as ilhas de Cabo Verde.

Aeródromo de São Filipe – Situado na Ilha do Fogo, a 2km do centro da cidade de São Filipe, possui pista de 1.350 metros de extensão e 30 metros de largura, adequada a aeronaves de classe 3C (ex.: aeronaves tipo ATR), de acordo com a classificação da ICAO. Recebe apenas voos domésticos provenientes das ilhas de Cabo Verde.

Aeródromo da Preguiça – Situado na Ilha de São Nicolau, a 5km da cidade da Ribeira Brava, possui pista de 1.200 metros de extensão e 30 metros de largura, adequada a aeronaves de classe 3C (ex.: aeronaves tipo ATR), de acordo com a classificação da ICAO. Recebe apenas voos domésticos, provenientes das ilhas de Cabo Verde.

Aeródromo do Maio – Situado na Ilha do Maio, junto a Vila do Maio, possui pista de 1.200 metros de extensão e 30 metros de largura, adequada a aeronaves de classe 3C (ex.: aeronaves tipo ATR), de acordo com a classificação da ICAO. Recebe apenas voos domésticos, provenientes das ilhas de Cabo Verde.

Tabela 51 – Aeroportos de Cabo Verde e movimento total de aeronaves, passageiros e carga no 1º semestre de 2019 Ilha Infraestrutura Classificação Movimento Quota no Movimento Quota no Movimento Quota no de total de total de carga no total aeronaves nacional (%) passageiros nacional (%) 1º semestre nacional (%) no 1º no 1º de 2019 (t) semestre de semestre de 2019 (nº) 2019 (nº) Aeroporto Sal Amílcar Internacional 6.674 40,7 583.713 43,3 201,5 30,2 (Espargos) Cabral Aeroporto Santiago Praia-Nelson Internacional 4.654 28,4 302.896 22,5 322,3 48,4 (Praia) Mandela Aeroporto Boa Vista Aristides Internacional 2.421 14,8 295.651 22,0 30,7 4,6 (Rabil) Pereira São Aeroporto Vicente Cesária Internacional 1.676 10,2 115.740 8,6 106,0 15,9 (Mindelo) Évora Fogo Aeródromo Doméstico 612 3,7 31.443 2,3 2,3 0,4 (São Filipe) de São Filipe

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Ilha Infraestrutura Classificação Movimento Quota no Movimento Quota no Movimento Quota no de total de total de carga no total aeronaves nacional (%) passageiros nacional (%) 1º semestre nacional (%) no 1º no 1º de 2019 (t) semestre de semestre de 2019 (nº) 2019 (nº) São Aeródromo Nicolau Doméstico 220 1,3 10.451 0,8 2,1 0,3 da Preguiça (Preguiça) Maio Aeródromo (Vila do Doméstico 154 1,0 7.065 0,5 1,4 0,2 do Maio Maio) Fonte: AAC

As ligações internas são asseguradas por duas companhias aéreas, a Cabo Verde e a TICV – Transporte Interilhas de Cabo Verde (ex-Binter Cabo Verde).

Os percursos entre ilhas não excedem os 45 minutos nas distâncias mais longas.

À data de dezembro de 2019, eram as seguintes as ligações aéreas domésticas diretas regulares entre as ilhas:

Tabela 52 – Voos domésticos São São Sal Boa Vista Fogo Maio Vicente Nicolau Cabo Verde A Cabo Verde A Santiago TICV TICV TICV TICV TICV TICV

São Cabo Verde A - - - - Vicente TICV

Sal TICV Cabo Verde A TICV -

Fontes: AAC, routesonline.com

O serviço doméstico da é assegurado por uma aeronave com capacidade para 48 passageiros; e o da TICV, por três aeronaves com capacidade para 72 passageiros.

Tais aeronaves asseguram também o transporte aéreo de carga entre ilhas. A TICV possui para o efeito uma parceria com o Grupo Rangel, empresa de logística e transportes que representa a FedEx no país. O serviço inclui entrega porta-a-porta, fretes sob pedido de consulta.

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Mapa de localização dos modais de transporte

Mapa 9 – Mapa de localização das infraestruturas portuárias e aeroportuárias

Fonte: caboverde-info.com

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9.2 Infraestrutura para importação/exportação

Os produtos importados por Cabo Verde entram no país por meio aéreo e marítimo, numa proporção relativa ao redor dos 50%.

Gráfico 13 – Evolução da proporção relativa de mercadorias entradas no país por meio de aeroportos (voos internacionais) e portos (navegação de longo-curso)

Fontes: AAC, ENAPOR

Os produtos são exportados majoritariamente por meio aéreo. No entanto, o peso relativo do transporte marítimo tem vindo a aumentar nos últimos anos.

Gráfico 14 – Evolução da proporção relativa de mercadorias saídas no país por meio de aeroportos (voos internacionais) e portos (navegação de longo-curso)

Fontes: AAC, ENAPOR

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As importações por via aérea processam-se em sua maioria pelos aeroportos internacionais da Praia (50% do total nos primeiros dez meses de 2019) e do Sal (34% no mesmo período) e, em menor grau, São Vicente e Boa Vista. As importações por via marítima entram principalmente pelos portos da Praia (53%), São Vicente (24%) e Sal (14%).

As exportações por via aérea realizam-se de forma repartida a partir dos aeroportos da Praia (37% do total nos primeiros dez meses de 2019), São Vicente (33%) e Sal (28%). As exportações por via marítima saem sobretudo pelos portos da Praia (53%) e São Vicente (35%).

Tabela 53 – Peso relativo das ilhas no volume de importações e exportações nos primeiros dez meses de 2019, por modo de transporte Importação Exportação Ilha Aéreo Marítimo Aéreo Marítimo Santiago 50% 53% 37% 53% São Vicente 11% 24% 33% 35% Sal 34% 14% 28% 7% Boa Vista 5% 6% 2% 3% Restantes - 3% - 2% Fontes: AAC, ENAPOR

A predominância da ilha de Santiago como principal porta de entrada de mercadorias no país prende-se à dimensão do seu mercado interno e atividade econômica. Santiago serve também de plataforma de distribuição de mercadorias pelas demais ilhas, nomeadamente as da região sul do arquipélago (Fogo, Brava e Maio).

São Vicente, segunda ilha mais populosa do arquipélago, recebe majoritariamente mercadorias destinadas às ilhas ao norte, incluindo Santo Antão e São Nicolau.

As mercadorias entradas pelo Sal e Boa Vista destinam-se essencialmente ao abastecimento das respetivas indústrias turísticas, mas também, no caso do Sal, à distribuição pelas restantes ilhas, dada a sua condição de hub aéreo do país.

9.2.1 Portos e conexões marítimas

Características técnicas dos principais portos de importação/exportação:

Porto da Praia:

 Localização – Cidade da Praia, ilha de Santiago.

 Distâncias: o Do centro da Cidade da Praia – 3km o Do aeroporto da Praia – 5km 122

o Da zona Industrial da Achada Grande Trás – 2km o Do Tarrafal (extremo oposto da ilha) – 71km

 Características físicas: Tabela 54 - Caraterísticas físicas do Porto da Praia

Fonte: ENAPOR

 Serviços: o Atracações / Desatracações o Equipamentos o Tráfego de mercadorias o Reboque o Armazenagem o Energia e água o Bunkering

 Equipamentos:

o Duas rampas roll-on – roll-off (uma metálica e uma em concreto) o Rebocador o Tremonhas para descarga de cereais (2) o Garras (3) o Grua 35T o Empilhadeiras 45T (4) o Empilhadeira 25T o Empilhadeira 10T o Empilhadeiras 5T (3) o Empilhadeiras 3T (15) o Tratores (11) o Atrelados de 40' - 50 tons (11) o Atrelados de 20' - 25 tons (11)

123

Porto Grande:

 Localização – Mindelo, ilha de São Vicente.

 Distâncias: o Do centro do Mindelo – 1km o Do aeroporto de São Vicente – 10km o Da zona industrial do Lazareto – 6km

 Características físicas: Tabela 55 - Caraterísticas físicas do Porto Grande

Fonte: ENAPOR

 Serviços: o Atracações / Desatracações o Equipamentos o Tráfego de mercadorias o Reboque o Armazenagem o Energia e água o Bunkering

 Equipamentos:

o Três rampas roll-on – roll-off (uma metálica e duas em concreto) o Rebocadores (5) o Tremonhas para descarga de cereais (5) o Garras (2) o Grua 80T o Grua 35T (2) o Grua flutuante

124

o Empilhadeira 45T o Empilhadeiras 40T (2) o Empilhadeira 10T o Empilhadeiras 3T (8) o Empilhadeiras 2,5T (3) o Tratores (7) o Atrelados (23)

Porto da Palmeira:

 Localização – Palmeira, ilha do Sal.

 Distâncias: o Do aeroporto do Sal, em Espargos – 7km o Da cidade de Santa Maria – 23km

 Características físicas: Tabela 56 - Características físicas do Porto da Palmeira

Fonte: ENAPOR

 Serviços: o Atracações / Desatracações o Equipamentos o Tráfego de mercadorias o Armazenagem

 Equipamentos:

o Uma rampa roll-on – roll-off em concreto o Grua o Empilhadeiras 3T (7) o Tratores (3) o Atrelado de 60T o Atrelado de 25T

125

Porto de Sal-Rei:

 Localização – Sal-Rei, ilha da Boa Vista.

 Distâncias: o Do centro de Sal-Rei – < 1km o Do aeroporto da Boa Vista, em Rabil – 8km o Do extremo Sul da ilha (zonas turísticas) – 33km

 Características físicas:

Tabela 57 - Características físicas do Porto Sal-Rei

Fonte: ENAPOR

 Serviços: o Atracações / Desatracações o Equipamentos o Tráfego de mercadorias o Armazenagem

 Equipamentos:

o Uma rampa roll-on – roll-off em concreto o Grua o Empilhadeira 25T o Empilhadeira 5T o Empilhadeira 3T o Trator o Atrelado de 40T o Atrelado de 20T

126

Tráfego de mercadorias nos principais portos de importação / exportação (2018, navegação de longo-curso, em toneladas, por tipo de carga):

Tabela 58 – Tráfego de mercadorias em 2018 por tipo de carga Tipo de carga Tonelagem (t) Quota-parte (%) Garga geral 158.653 9,7 Contentorizada 591.420 36,2 Granel líquido 488.820 29,9 Granel sólido 172.431 10,5 Sacaria 162.182 9,9 Carga em trânsito/Transbordo 62.898 3,8 TOTAL 1.636.404 100,0 Fonte: ENAPOR

Movimento de contentores nos principais portos de importação/exportação (2018, navegação de longo-curso, em TEU e respetiva tonelagem média, por tipo de operação):

Tabela 59 – Movimento de contentores em 2018 por tipo de operação Tipo de Operação Unidades (TEU) Tonelagem média (t/TEU) Carga 32.478 4,39 Descarga 34.250 13,71 Transbordo 5.497 11,10 Fonte: ENAPOR – Portos de Cabo Verde

Cabo Verde encontra-se localizado no cruzamento das rotas marítimas entre a Europa, a África e a América do Sul.

É objetivo estratégico nacional consolidar o país como importante plataforma logística e hub marítimo no Atlântico Norte, com o investimento em infraestruturas e serviços que atraiam e facilitem a navegação comercial entre os três continentes.

127

Mapa 10 – Principais rotas marítimas mundiais, respectiva densidade de tráfego e posição do arquipélago de Cabo Verde

Cabo Verde

Densidade Alta

Baixa

Fonte: Dep. of Global Studies & Geography, Hofstra University

De acordo com o CIA World Factbook, em 2018 o país possuía 20 navios de transporte de carga, a maioria dedicados a navegação de cabotagem, e 3 navios-tanque.

Dada sua localização geográfica, Cabo Verde pode assumir potencialmente papel relevante no comércio internacional marítimo brasileiro para a Europa e o Noroeste de África (incluindo a CEDEAO, de que Cabo Verde faz parte, que possui mercado interno de 260 milhões de habitantes).

Na atualidade não existe, contudo, ligação regular entre Cabo Verde e Brasil. A última ligação existente, iniciada em 2015 e entretanto terminada, consistia em serviço semanal que ligava o porto de Mucuripe, em , aos portos cabo-verdianos da Praia e do Mindelo, tendo como operadores a Companhia Docas do Ceará (CDC) e a Ceará Trade Brasil. O percurso demorava entre 35 a 40 dias, passando pelos portos do Recife, Santos e Lisboa antes de seguir para o arquipélago.

A criação de uma ligação regular, sustentada e sustentável, entre Brasil e Cabo Verde é um objetivo estratégico prioritário das autoridades cabo-verdianas, num esforço de mobilização e agregação dos investimentos privados necessários.

A rota mais habitual para o transporte marítimo de mercadorias entre os dois países passa atualmente por Portugal, com transbordo de carga naquele país.

Consultar o capitulo “12.1.10 Companhias de Transporte com o Brasil”, para conhecer as linhas de navegação existentes entre Brasil e Portugal, e entre Portugal e Cabo Verde.

128

9.2.2 Aeroportos e conexões aéreas Características principais dos aeroportos internacionais:

Tabela 60 – Características principais dos aeroportos internacionais Infraestrutura Ilha Distâncias (km) Classificação Serviços Cidade* Porto Zona ICAO** Industrial Handling Aeroporto Combustíveis Sal 18 7 - 4 E Amílcar Cabral Catering Free-Shop Handling Aeroporto Combustíveis Praia-Nelson Santiago 3 5 4 4 D Catering Mandela Free-Shop Aeroporto Handling Aristides Boa Vista 6 8 - 4 D Combustíveis Pereira Handling Aeroporto São 9 10 5 4 D Combustíveis Cesária Évora Vicente

* Cidade principal da ilha ** International Civil Aviation Organization Fontes: AAC, ASA

O Aeroporto Amílcar Cabral, no Sal, é a maior infraestrutura aeroportuária do país e hub da Cabo Verde Airlines.

À data de dezembro de 2019, Cabo Verde apresentava ligações diretas regulares com os seguintes países:  Alemanha  Angola  Bélgica  Brasil  Espanha (Canárias)  Estados Unidos  França  Holanda  Itália  Marrocos  Nigéria  Portugal  Reino Unido

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 São Tomé e Príncipe  Senegal  Suíça

Voam para e de Cabo Verde as seguintes companhias aéreas, com os seguintes destinos por aeroporto:

Aeroporto Internacional da Praia – Nelson Mandela (Santiago)

Tabela 61 – Aeroporto da Praia (Nelson Mandela), voos internacionais Destino Companhia Aérea Frequência País Cidade Portugal Lisboa Regular Cabo Verde Airlines Estados Unidos Regular TAP Air Portugal Portugal Lisboa Regular Portugal Ponta Delgada Regular TUI Holanda Amesterdã Regular Marrocos Casablanca Regular Air Senegal Senegal Regular Transair Senegal Senegal Dakar Regular Fontes: AAC, routesonline.com

Aeroporto Internacional Cesária Évora (São Vicente)

Tabela 62 – Aeroporto Cesária Évora, voos internacionais Destino Companhia Aérea Frequência País Cidade TAP Air Portugal Portugal Lisboa Regular TUI Holanda Amesterdã Regular ASL Airlines França Sazonal Fontes: AAC – Agência de Aviação Civil, routesonline.com

Aeroporto Internacional Amílcar Cabral (Sal)

Tabela 63 – Aeroporto Amílcar Cabral, voos internacionais Destino Companhia Aérea Frequência País Cidade Portugal Lisboa Regular Fortaleza Regular Recife Regular Brasil Cabo Verde Airlines Salvador Regular Porto Alegre Regular Estados Unidos Boston Regular

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Estados Unidos Washington Regular Roma Regular Itália Milão Regular Cabo Verde Airlines França Paris Regular Senegal Dakar Regular Nigéria Regular Lisboa Regular TAP Air Portugal Portugal Porto Sazonal Espanha Gran Canaria Regular Roma Regular Milão Regular Itália Bolonha Regular Verona Regular Angola Regular TAAG Angola São Tomé e Príncipe São Tomé Regular Royal Air Maroc Marrocos Casablanca Regular Amesterdã Regular Holanda Eindhoven Sazonal Bélgica Bruxelas Regular Frankfurt Regular Munique Regular Colónia/Bona Regular Alemanha Hannover Regular TUI Dusseldorf Regular Estugarda Regular Hamburgo Sazonal Londres Regular Manchester Regular Reino Unido Birmingham Regular Bristol Regular Suíça Basileia Sazonal ASL Airlines France França Paris Sazonal Bélgica Bruxelas Sazonal Blue Panorama Itália Bergamo Sazonal Luxemburgo Luxemburgo Sazonal Transavia Holanda Amesterdã Sazonal Fontes: AAC, routesonline.com

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Aeroporto Internacional Aristides Pereira (Boa Vista)

Tabela 64 – Aeroporto Aristides Pereira, voos internacionais Destino Companhia Aérea Frequência País Cidade TAP Air Portugal Portugal Lisboa Regular Roma Regular Milão Regular Neos Itália Bolonha Regular Verona Regular Frankfurt Regular Munique Regular Colónia/Bona Regular Alemanha Hannover Regular Dusseldorf Regular Estugarda Regular Hamburgo Regular TUI Suíça Basileia Regular Amesterdã Regular Holanda Eindhoven Sazonal Bélgica Bruxelas Regular Londres Regular Reino Unido Manchester Regular Birmingham Regular Brussels Airlines Bélgica Bruxelas Sazonal Luxair Luxemburgo Luxemburgo Sazonal Transavia Holanda Amesterdã Sazonal Fontes: AAC, routesonline.com

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Ligações diretas regulares com o Brasil (à data de dezembro de 2019):

Tabela 65 – Ligações aéreas diretas regulares entre Brasil e Cabo Verde ENTRE Frequência Tempo Companhia Semanal aproximado Aérea de voo Cabo Verde Fortaleza Sal 4x 3h45m Airlines Cabo Verde Recife Sal 4x 4h00m Airlines Fonte: Cabo Verde Airlines

Ligações regulares alternativas com escala em Lisboa, Portugal (à data de dezembro de 2019):

Tabela 66 – Ligações aéreas regulares entre Brasil e Cabo Verde com escala em Lisboa BRASIL -> LISBOA LISBOA -> CABO VERDE Aeroporto Companhia Aérea Aeroporto Companhia Aérea Belém TAP Portugal Cabo Verde Airlines Belo Horizonte- TAP Portugal Praia, Santiago TAP Portugal Confins Brasília TAP Portugal Cabo Verde Airlines Sal Campinas Azul TAP Portugal Fortaleza TAP Portugal São Vicente TAP Portugal Maceió (após TAP Portugal 10/2020) Natal TAP Portugal Porto Alegre TAP Portugal Recife TAP Portugal Rio de Janeiro- TAP Portugal Galeão Salvador TAP Portugal LATAM São Paulo-Guarulhos TAP Portugal Fonte: ANA – Aeroportos de Portugal

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Ligações regulares alternativas com escala em Casablanca, Marrocos (à data de dezembro de 2019):

Tabela 67 – Ligações aéreas regulares entre Brasil e Cabo Verde com escala em Casablanca BRASIL -> CASABLANCA CASABLANCA -> CABO VERDE Aeroporto Companhia Aérea Aeroporto Companhia Aérea Rio de Janeiro- Royal Air Maroc Royal Air Maroc Praia, Santiago Galeão São Paulo-Guarulhos Royal Air Maroc Sal Royal Air Maroc Fonte: ONDA – Office Nationale des Aéroports)

Outras ligações entre aeroportos brasileiros e o aeroporto do Sal com uma escala internacional, mas com percursos mais longos, são possíveis por trânsito em vários aeroportos europeus, como Londres-Gatwick, Paris-Charles de Gaule, Roma, Milão, Frankfurt ou Amesterdã (neste último caso, com ligação também aos aeroportos da Praia-Santiago e São Vicente).

Relativamente a linhas aéreas regulares específicas de aviões de carga, não existe nenhuma com ligação a Cabo Verde.

Mercadorias saídas por via aérea do Brasil em aviões cargo com destino a Cabo Verde terão de fazer transbordo em aeroporto em que haja ligação de passageiros ao arquipélago.

A solução mais curta em termos de tempo poderá passar pelo aeroporto de Dakar, no Senegal, que tem ligação cargo com Campinas e São Paulo-Guarulhos por meio da Cargo.

Outra solução no noroeste do continente africano passa por Lagos, Nigéria, por meio da Ethiopian Air Lines Cargo, que faz ligação a São Paulo-Guarulhos.

Alternativamente, podem ser usados para tal efeito aeroportos europeus, como os de Amesterdã ou Frankfurt, mas não o de Lisboa, que não tem ligações regulares de aviões de carga com o Brasil.

134

10 - ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO

10.1 Canais de distribuição

10.1.1 Considerações gerais

Devido a fatores como falta de matérias-primas e recursos naturais, insularidade e dispersão geográficas, dimensão reduzida do mercado, escassez de água e aridez dos solos, Cabo Verde importa a grande maioria dos produtos que consome.

As importações incidem sobretudo sobre bens de consumo final, pois a incipiência das atividades transformadoras locais, bem como a reduzida dimensão das respetivas cadeias de valor, retiram potencial à importação de matérias-primas e produtos intermédios. O turismo revela-se crescentemente como setor alavanca das importações.

A figura da empresa exclusivamente importadora, ou representante, para distribuição em nível nacional de um produto ou gama de produtos destinada a um setor específico é pouco comum no país.

Contudo, sobretudo no ramo alimentar e de bebidas, há algumas marcas estrangeiras implantadas no país por meio de acordos de parceria com empresas fabricantes locais.

A maioria dos atacadistas são generalistas não especializados, no sentido de importarem e distribuírem mais do que um tipo de produtos, destinados a setores diferenciados (por exemplo, materiais de construção em simultâneo com produtos alimentares, produtos farmacêuticos e produtos de limpeza).

O peso do setor público na economia tem vindo progressivamente a diminuir desde a independência. Os sucessivos governos têm tido por objetivo criar um ambiente legal e fiscal mais favorável à iniciativa privada.

Está atualmente em curso programa extenso e ambicioso de privatização de grande parte do setor público empresarial, incluindo empresas públicas nos setores dos transportes marítimo e aéreo, serviços portuários e aeroportuários, energia, água e saneamento, farmacêutico e imobiliário.

A importância do setor público nas importações tenderá, assim, a reduzir-se progressivamente às aquisições destinadas ao funcionamento dos órgãos de administração central e local e institutos, sendo de destacar que estes se regem pelo princípio do fomento da participação de produtos e serviços de origem nacional.

135

10.1.2 Estrutura geral

A forma particular como a distribuição se processa em Cabo Verde é bastante influenciada pelas características geográficas do país e localização física dos portos e aeroportos internacionais.

A insularidade e descontinuidade territorial traduz-se em pulverização da distribuição pelas várias ilhas, não existindo empresas de distribuição que atuem em nível verdadeiramente nacional, no sentido de cobrirem todo o território.

Os maiores importadores e distribuidores são na sua maioria atacadistas e varejistas em simultâneo, e localizam-se nas principais cidades: Praia e Assomada na ilha de Santiago, Mindelo na ilha de São Vicente e Espargos na ilha do Sal – ou seja, nos maiores mercados e perto das infraestruturas portuárias e aeroportuárias por onde entram as mercadorias.

Os comerciantes de dimensão média localizam-se no Tarrafal, na ilha de Santiago, em Porto Novo e Ribeira Grande, na ilha de Santo Antão, e na principal povoação das ilhas do Fogo, Maio e São Nicolau; os de menor dimensão encontram-se nas ilhas da Boa Vista e Brava.

Tais comerciantes, também eles atacadistas e varejistas em simultâneo, abastecem-se junto dos mais próximos geograficamente e superiores em dimensão comercial e capacidade financeira, e fornecem aos de menor dimensão e mais afastados dos portos nas respectivas ilhas.

As empresas de Santiago abastecem, para além do mercado da ilha, Fogo, Maio e Brava, ou seja, as ilhas que lhes estão próximas. No entanto, pela sua maior dimensão, fornecem também a São Vicente e Sal.

As empresas de São Vicente distribuem para Santo Antão, São Nicolau e, em menor grau, para Boa Vista e Sal.

O Sal, cuja importância como ilha importadora tem vindo a aumentar devido ao desenvolvimento turístico e ao fato de nela se situar o principal aeroporto internacional do país, e hub da Cabo Verde Airlines, importa essencialmente para seu próprio mercado interno e para o da vizinha ilha da Boa Vista.

O turismo está também na origem do aumento recente da atividade importadora na ilha da Boa Vista.

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Tabela 68 – Evolução do número de empresas importadoras por ilha ILHA 2011 2012 2013 2014 2015 Boa Vista 8 27 37 35 41 Brava 0 0 0 0 0 Fogo 3 7 8 7 7 Maio 1 1 1 2 3 Sal 106 89 95 103 128 Santiago 398 368 338 369 400 Santo Antão 16 21 14 21 27 São Nicolau 6 8 8 7 9 São Vicente 216 209 189 195 215 TOTAL 754 730 690 739 830 Fonte: INE-CV

Gráfico 15 – Contribuição de cada ilha para o número de empresas importadoras em 2015

Fonte: INE-CV

137

Gráfico 16 – Percentagem de empresas dedicadas ao comércio atacadista (“por grosso”) e varejista (“a retalho”), em 2015, total nacional

Fonte: INE-CV

Gráfico 17 – Percentagem do volume de negócios das empresas dedicadas ao comércio atacadista (“por grosso”) e varejista (“a retalho”), em 2015, total nacional

Fonte: INE-CV

Há que ter presente que a fronteira entre empresa importadora, distribuidora, atacadista e varejista é bastante esbatida em Cabo Verde.

Muitas empresas varejistas importam diretamente produtos para venda a cliente final nos seus mercados de proximidade, designadamente na própria ilha ou mesmo em regiões da ilha no caso das maiores.

Uma mesma empresa pode importar para venda a cliente final e para distribuição para 138

revenda, sendo ao mesmo tempo abastecida por outras empresas importadoras que vendem, também elas, a cliente final.

Por outro lado, muitas empresas de fora do setor do comércio, designadamente dos setores dos serviços, turístico, industrial e agropecuário, importam diretamente bens de consumo ou equipamento para o exercício da sua atividade.

10.1.3 Canais recomendados

Para o fornecimento de matérias-primas, bens intermédios e bens de capital às indústrias transformadoras, é recomendado o contato direto. As cadeias de valor locais têm expressão reduzida, e as empresas importam normalmente os insumos e equipamentos produtivos diretamente do exterior.

De igual modo, as empresas turísticas, nomeadamente as cadeias de hotéis e resorts mais expressivas a operar nas ilhas do Sal e da Boa Vista, fazem suas compras diretamente no exterior, seja de equipamentos, seja de bens de consumo corrente (produtos alimentares, de higiene, têxteis, consumíveis etc), ou por meio de traders específicos, na sua maioria associados ao país de origem das respectivas unidades hoteleiras. A recente criação de plataforma de empresas portuguesas para distribuição de produtos alimentares para a rede hoteleira da ilha do Sal é um exemplo dessa forma de operar.

O mercado da construção civil, relativamente às obras de maior dimensão, rege-se basicamente por princípios semelhantes. As empresas construtoras, normalmente estrangeiras ou em consórcio com empresas locais de menor dimensão, fazem a importação direta dos materiais de construção a partir dos seus países de origem e importam também os equipamentos, normalmente em regime temporário.

As cadeias de distribuição locais adquirem maior importância no que diz respeito aos produtos de grande consumo destinados a cliente final.

Em tal setor, é recomendável a exportação por meio dos maiores grupos ou empresas atacadistas a operar nas ilhas de Santiago e de São Vicente, minimizando, assim, os custos comerciais e logísticos que a distribuição direta para as várias ilhas comportaria. Em nível de varejo, é de equacionar a exportação direta para os maiores supermercados, que se localizam também nessas duas ilhas.

A relativa exiguidade do mercado e a descontinuidade territorial não favorecem a existência de agentes exclusivos ou representantes de marcas. A maioria dos atacadistas são empresas generalistas que importam, distribuem e comercializam todo o tipo de produtos, desde bens alimentares a material de escritório, passando por eletrodomésticos e produtos eletrônicos, materiais de construção e decoração, mobiliário, drogarias e cosméticos, confecções etc,

139

embora alguns possam estar mais vocacionados para determinados setores.

Para a implantação de uma marca é recomendável a realização de parcerias com empresas estabelecidas localmente no respectivo setor, visto estas já possuírem o know-how de mercado e recursos específicos e que poderá incluir o fabrico sob licença ou apenas a distribuição.

No capitulo “12.1.3 Câmaras de Comércio” pode-se encontrar informação sobre as câmaras de comércio existentes no país, que prestam auxílio no encaminhamento de oportunidades e contatos com empresas locais.

No que diz respeito às compras do estado, quer do setor público empresarial, quer das administrações central e local, a contratação é regulamentada pela Lei nº 88/VIII/2015, de 14 de abril, cabendo à ARAP – Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas zelar pelo seu cumprimento.

Os concursos públicos seguem normalmente a seguinte estrutura:

- Identificação da entidade adjudicante; - Objeto do contrato (descrição, local de execução e prazo); - Tramitação, procedimento, forma de adjudicação e tipo de contratação; - Deveres e responsabilidades; - Requisitos específicos do contratado; - Apresentação das propostas ou da solicitação de participação (data limite de apresentação, documentação necessária, local de entrega, prazo de validade da proposta); - Abertura das propostas; - Obtenção da documentação e informação (cláusulas administrativas particulares e prescrições técnicas).

Podem participar na licitação dos contratos pessoas individuais ou jurídicas, cabo-verdianas ou estrangeiras, que tenham plena capacidade de operar e cuja atividade tenha relação direta com o objeto do contrato.

A informação sobre concursos em aberto está disponível na plataforma ecompras.cv (ligação).

Em termos de market intelligence sobre oportunidades de exportação para o país, ou de investimento no país, nos diversos setores, recomenda-se o contato com as seguintes entidades locais:

 Cabo Verde TradeInvest – Agência de Promoção de Investimento e Exportação de Cabo Verde, entidade pública que, entre outras missões, foca a sua ação na promoção, divulgação, coordenação, facilitação e acompanhamento das oportunidades de investimento no país.

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 CCB/AE – Câmara de Comércio de Barlavento, associação empresarial que representa os agentes econômicos das ilhas do Barlavento (conjunto de ilhas do norte, com sede no Mindelo, São Vicente).

 CCISS – Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Sotavento, associação empresarial que representa os agentes econômicos das ilhas do Sotavento (conjunto de ilhas do sul, com sede na Praia, Santiago).

A UE-CPLP, União de Exportadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, de que o Brasil e Cabo Verde fazem parte, disponibiliza plataforma eletrônica B2B, que aproxima exportadores e importadores, além de promover ações de networking one 2 one.

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10.2 Promoção de vendas

10.2.1 Considerações gerais

O mercado cabo-verdiano apresenta boa maturidade em termos de conhecimento e aplicação de técnicas de promoção de vendas nos vários domínios, em tudo idênticas ao que se pratica no Brasil ou na Europa.

Existem no mercado diversas empresas de consultoria de marketing, branding, comunicação e imagem, agências de publicidade e empresas de produção gráfica, audiovisual e digital, devidamente apetrechadas.

Tais recursos são utilizados principalmente pelo setor dos serviços (por exemplo, empresas de telecomunicações e instituições bancárias), por agências, institutos ou ministérios governamentais para promoção de serviços públicos ou campanhas de informação e sensibilização cívica, e por algumas empresas nacionais de maior dimensão, nomeadamente dos setores alimentar e de bebidas.

Nos casos em que semelhantes empresas distribuem também marcas importadas, como acontece, por exemplo, no setor das bebidas, planejamento e custo das atividades promocionais destas são repartidos em termos negociados nos respectivos acordos de parceria.

No fornecimento às empresas atacadistas, é importante dotá-las com materiais promocionais e de apoio técnico e comercial, como catálogos, folhetos, brochuras, manuais, cartazes publicitários para ponto de venda, prateleira etc, para utilização nos seus próprios pontos de venda e redistribuição pelos varejistas. Esses materiais podem ser produzidos em Cabo Verde, habitualmente a cargo do exportador, mas o comum é serem entregues diretamente por este a partir do país de origem, em língua portuguesa.

Frequentemente, os atacadistas importam e distribuem marcas ou produtos que podem ser concorrentes entre si, pelo que a iniciativa e custo do lançamento de ações de promoção e dinamização comercial em loja, como campanhas de desconto ou de destaque em prateleira, cabe sobretudo à empresa exportadora. A repartição de custos depende, no limite, do poder negocial de cada concorrente, que é em parte função da força comercial das várias marcas em presença e das necessidades pontuais de escoamento de estoque do atacadista.

As empresas varejistas mais ativas em termos promocionais são os maiores supermercados das ilhas de Santiago e São Vicente, centrando-se tais ações em promoções temporárias no ponto de venda, geralmente com apoio do atacadista ou do fabricante, e suporte comunicacional mediante folhetos e cartazes. Menos frequentemente, esses supermercados

142

fazem campanhas publicitárias institucionais nos meios de comunicação.

10.2.2 Principais feiras e exposições

A FIC – Feira Internacional de Cabo Verde (ligação) é a maior feira comercial e empresarial do país, decorrendo todos os anos em novembro na ilha de São Vicente ou de Santiago. É um evento multissetorial, aberto a agentes de todas as atividades econômicas e espaço de encontro entre empresas e instituições, nacionais e estrangeiras, para a promoção de produtos e serviços e atração de investimentos, desempenhando papel importante na vida econômica do país.

Além desse evento, têm ocorrido outros de natureza setorial, mas nem sempre com caráter regular:

 Expotur – Feira do Turismo de Cabo Verde (realizada em 2019 na ilha do Sal).  Cabo Verde Ocean Week (ligação, realizado em 2019 na ilha de São Vicente).  Expomar – Feira do Mar de Cabo Verde (realizada em 2019 na ilha de São Vicente, integrada na Ocean Week).  FICH – Feira Internacional de Construção e Habitação (não realizada em 2019).  FIER – Feira Internacional do Ambiente e Energias Renováveis (não realizada em 2019).  Feira Internacional de Agronegócios (não realizada em 2019).  Expoauto – Salão Automóvel de Cabo Verde (realizado em 2019 na ilha de Santiago).

Todas as feiras são organizadas e promovidas pela empresa FIC, Feiras e Eventos Empresariais, S.A.

As instalações da Cidade da Praia contam com um pavilhão de 2.925 m2; as do Mindelo são compostas por dois pavilhões de 1.200 m2 cada. A empresa disponibiliza ainda estrutura móvel coberta com 1.000 m2 de área.

A Cabo Verde Ocean Week é um evento promovido pelo governo cabo-verdiano, transversal a todas as áreas da economia do mar (científica, tecnológica, ambiental, piscatória, naval etc), que inclui seminários, palestras, exposições e, na sua vertente comercial, a feira Expomar.

As feiras com maior dimensão em termos de expositores e visitantes, incluindo internacionais, são, além da FIC – Feira Internacional de Cabo Verde, a Expotur e a Expomar.

Os setores empresariais tradicionalmente mais representados na FIC são o import-export, comércio por atacado, alimentação, bebidas, construção, telecomunicações, seguros e bancos.

Além de empresas e instituições cabo-verdianas, que representam normalmente cerca de 2/3 dos expositores, é habitual a presença de empresas portuguesas e, em menor número e regularidade, as oriundas de Espanha, Brasil, Itália, Alemanha, Senegal e China.

143

A feira de 2019 contou com cinco empresas brasileiras, por meio do SECOM da Embaixada do Brasil, além de uma empresa de representações comerciais (Arquipélago Internacional, Representações e Serviços, Ltda.) em stand próprio.

Antes de ser decretado o estado de pandemia, estava prevista em 2020 a realização da Expotur em junho e da Expomar em outubro. A realização da FIC, na cidade da Praia, em novembro, foi confirmada.

Recomenda-se a consulta do sítio eletrônico da FIC para notícias e atualizações sobre a realização de feiras (ligação).

10.2.3 Veículos publicitários

Em termos de mídia tradicionais, a televisão é o veículo de publicidade que proporciona maior visibilidade em Cabo Verde, mas também o mais dispendioso. A comunicação impressa continua a ser bastante utilizada, em razão de seu custo mais acessível, mas a audiência tem caído nos últimos anos. A rádio conta com audiência razoável no país e pode representar interessante relação custo-benefício.

A publicidade tem aumentado consideravelmente nos meios digitais, seja nos sítios eletrônicos de meios de comunicação online e outras plataformas de comunicação, seja por intermédio das redes sociais, nomeadamente o Facebook.

A internet é, na conjuntura atual, um veículo promocional a ter-se cada vez mais em conta, quer em nível de publicidade a produtos e serviços, quer em nível de construção de imagem e branding.

Gráfico 18 – Percentagem da população com mais de 15 anos com acesso a televisão, rádio e internet em 2018

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Fonte: INE-CV

Gráfico 19 – Percentagem da população com mais de 15 anos com consumo de meios de comunicação nos 3 meses anteriores, por meio de comunicação, em 2018

Fonte: INE-CV

Meios físicos como placas de anúncio de rua (billboards), mupis, cartazes no ponto de venda e folhetos promocionais são utilizados sobretudo para publicitar o lançamento de novos produtos e serviços, campanhas promocionais periódicas ou eventos da marca.

A produção e distribuição gratuita de artigos e utilidades de merchandising ou de amostras de produto, como suporte a ações de promoção e divulgação, consiste em meio eficaz de criar notoriedade e laços emocionais positivos com os públicos-alvo.

O patrocínio de eventos musicais, culturais ou desportivos, e de personalidades com relevo na vida social, cultural ou artística cabo-verdiana constitui ferramenta de branding que tem vindo a crescer nos últimos anos e que se conecta eficazmente com a atividade de criação e desenvolvimento de imagem nas redes sociais.

A diáspora cabo-verdiana, comunidades de emigrantes vivendo fora do país, e que é maior em número do que a própria população residente, constitui importante veículo para chegar ao mercado dos residentes, dada sua capacidade de influência. As maiores comunidades encontram-se nos Estados Unidos, Portugal, Holanda, Angola e França, mas estão espalhadas um pouco por toda a Europa. No Brasil, é constituída principalmente por estudantes. As redes sociais, designadamente o Facebook, são bom meio para fazer uso da comunicação com a diáspora.

Quer nas peças publicitárias faladas, quer nas escritas, é importante decidir se o idioma utilizado é o português ou o crioulo, o que depende do tipo de produto ou serviço, mensagem a transmitir e segmento de público-alvo a atingir.

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10.2.4 Consultoria de marketing

Em Cabo Verde, existem várias empresas, nacionais e estrangeiras, devidamente apetrechadas e com experiência para providenciar todo tipo de apoio técnico necessário ao planejamento e à operacionalização da entrada no mercado.

Os serviços disponíveis incluem estudo e formulação de estratégias comerciais e de negócio, realização de estudos de mercado, construção de branding e imagem, elaboração de planos de marketing e de comunicação, programação e operacionalização de lançamentos de produto, eventos e campanhas, produção de peças publicitárias, compra de espaço em mídia etc.

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10.3 Práticas comerciais

10.3.1 Negociações e contratos de importação

A comunicação, falada e escrita, entre Cabo Verde e Brasil processa-se em português, língua oficial de ambos os países. As particularidades linguísticas do idioma em cada país, em termos de expressões utilizadas ou sotaque, são reciprocamente entendidas com relativa facilidade.

O contato pessoal presencial é muito valorizado em Cabo Verde e essencial para criar laços de confiança com os potenciais fornecedores ou parceiros de negócio. Do ponto de vista do exportador, existem também grandes benefícios em estabelecer presencialmente os primeiros contatos e passos subsequentes, designadamente em termos de controle do andamento do processo, que de outra forma se pode arrastar por ausência ou demora na resposta às solicitações.

Neste sentido, a visita a feiras em Cabo Verde, sobretudo a FIC – Feira Internacional de Cabo Verde, adquire papel importante para o contato one to one.

Em caso de incompatibilidade com o calendário das feiras, é recomendado realizar visita de negócios ao país, que deverá ser planejada com antecedência em termos de marcação, por de e-mail, de reuniões com empresas e instituições, mantendo presente a eventual necessidade de alterações de última hora ao programa. Flexibilidade é um conceito-chave na comunicação e atuação.

As Câmaras de Comércio do Barlavento (as ilhas do norte) e Sotavento (as ilhas do sul) podem colaborar no desenho do programa da visita e marcação de reuniões. Os contatos com o SECOM da Embaixada do Brasil ([email protected]), nesse sentido, são indicados para a facilitação dos contatos.

Os contatos comerciais regulares, após acordo, são feitos por meios tradicionais, como correio eletrônico, fax ou telefone, mas também, principalmente pelas gerações mais jovens de empresários, por aplicações de comunicação online, como skype, whatsapp, viber ou messenger, bastante utilizados no país.

Os acordos comerciais tanto podem assumir forma escrita, contratual, como apenas verbal, o que depende das perspectivas de regularidade e continuidade do relacionamento comercial, bem como da vontade das duas partes e das garantias pretendidas. No geral, a existência de contrato não é tão valorizada em Cabo Verde como em outros países, prevalecendo o conceito de “confiança pessoal”.

Com contrato ou sem contrato, os preços são habitualmente negociados em escudos cabo-

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verdianos, euros ou dólares, conforme o país de origem das mercadorias, mas nada impede que sejam pactuados em outras moedas. A conversão para escudos (CVE) realiza-se de acordo com as regras estabelecidas pelo BCV, referidas anteriormente, registrando-se que a relação CVE – euro tem paridade fixa. De notar que o euro é praticamente tão usado como moeda de pagamento como o CVE.

Consoante sua capacidade de contratação de transporte e seguro a preços interessantes, os importadores cabo-verdianos podem importar a preços FOB ou CIF, sendo normal pedirem ao exportador as duas cotações para tomada de decisão.

As condições de pagamento são acertadas caso a caso, dependendo de vários fatores como a existência de garantias bancárias, parte que contrata o transporte e seguro, confiança e nível de maturidade do relacionamento comercial entre as partes, podendo ir desde o pagamento contra emissão de documento de conhecimento de embarque até 30 dias após o desembarque.

10.3.2 Designação dos agentes

Por força da reduzida dimensão e descontinuidade territorial do mercado, e também pela difícil capacidade de atuação no plano financeiro de grande parte do tecido empresarial cabo- verdiano, torna-se complicado, para o importador e o exportador, acertarem condições que levem à designação de agentes ou representantes oficiais, sobretudo em nível nacional.

De forma geral, as empresas cabo-verdianas dão preferência, ou estão limitadas, a acordos comerciais menos exigentes do ponto de vista das obrigações que estão associadas a contratos de representação.

Há que ter em conta que os importadores comercializam, na maior parte dos casos, produtos de marcas concorrentes entre si, dando primazia ao fornecedor com melhores condições no momento.

Nos seus esforços de agenciamento, os exportadores poderão ter de considerar a possibilidade de nomear um agente para as ilhas do Barlavento e outro distinto para as do Sotavento.

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10.3.3 Abertura de escritório de representação comercial, de empresa filial e de franquia

Os investidores estrangeiros podem criar empresas com capitais totalmente privados, exceto no setor das pescas, em que é exigida participação mínima de 51% de capitais cabo-verdianos, e no dos transportes marítimos interilhas, no qual se exige participação de ao menos 25% de capitais nacionais.

As formas jurídicas societárias possíveis no país são as seguintes:  Sociedade por quotas  Sociedade anônima  Sociedade unipessoal  Cooperativa

As sociedades podem ser constituídas, em qualquer destas formas jurídicas, por via de:

 Inscrição na Conservatória dos Registos Predial, Comercial e de Automóvel;  Utilização da funcionalidade “Empresa no Dia”, por meio da Casa do Cidadão.

As formalidades de constituição seguem os seguintes passos:

1. Obtenção da certidão de admissibilidade de firma junto à conservatória; 2. Elaboração estatutos da sociedade/pacto social/contrato; 3. Abertura de conta bancária em nome da sociedade e depósito do capital social, junto de qualquer banco comercial que opere em Cabo Verde; 4. Outorga da escritura pública de constituição de sociedade instruída com todos os documentos acima enunciados, apenas quando algum dos sócios pretenda subscrever a sua entrada no capital social mediante um imóvel – caso contrário é suficiente o contrato social assinado pelos sócios/acionistas; 5. Registro comercial junto à Conservatória do Registro Comercial para obter certidão definitiva; 6. Publicação dos estatutos da sociedade no Boletim Oficial de Cabo Verde; 7. Emissão de declaração prévia de início de atividade na Direção-Geral de Contribuições e Impostos, obtendo-se o número de contribuinte; 8. No prazo de seis meses, emissão da declaração de início efetivo da atividade, para efeitos de tributação; 9. Inscrição no Instituto Nacional de Previdência Social, na Direção-Geral do Trabalho e na Inspeção-Geral do Trabalho; 10. Registro junto à Direção do Comércio para efeitos de exercício de atividade comercial.

Para o exercício de determinadas atividades, pode ser necessária a obtenção de alvará (indústria, construção, turismo, transportes). A atividade industrial requer licenciamento específico (ligação para consulta de procedimento de obtenção). 149

O recurso à “Empresa no Dia” (ligação) é recomendado dada a sua simplicidade e rapidez, sendo possível desencadear todas as operações constitutivas no mesmo local e momento e obter licença de funcionamento imediato.

Nas sociedades cuja constituição dependa de autorização especial, ou cujo capital seja realizado com recurso a entradas em espécie, não é possível recorrer à “Empresa no Dia”.

A figura da sucursal não está regulada na legislação cabo-verdiana, mas prevalece o entendimento de que se trata de um ente não autônomo da sociedade-mãe, funcionando como sua extensão local.

A sucursal não tem personalidade jurídica distinta da sociedade-mãe, mas tem capacidade jurídica plena para celebrar contratos no âmbito de suas atividades. A sociedade-mãe assume responsabilidade ilimitada pelas obrigações assumidas ou imputadas à sucursal que resultem dos atos jurídicos por esta praticados.

A sociedade-mãe é obrigada a designar um procurador para a administração da sucursal.

Os procedimentos de constituição são muito semelhantes aos dos outros tipos de sociedade, exigindo-se ainda os seguintes documentos:

 Fotocópia autenticada da escritura ou documento de constituição (da sociedade- mãe);  Fotocópia autenticada da certidão de registro comercial (da sociedade-mãe);  Fotocópia autenticada do cartão de contribuinte (da sociedade-mãe);  Ata a deliberar a abertura da sucursal em Cabo Verde, com indicação do tipo de sociedade e nome da pessoa que vai representar a sociedade;  Procuração com assinaturas reconhecidas conferindo poderes a um procurador para representação da sociedade junto dos órgãos competentes para a constituição e legalização da sociedade em Cabo Verde.

A sucursal será tributada em Cabo Verde pelos lucros obtidos e determinados pela sua contabilidade. O repatriamento dos lucros não é tributado.

O sistema de franquias é um modelo bem recebido pelo mercado cabo-verdiano e incentivado pelas autoridades do país como meio de criação de autoemprego, geração de rendimentos e dinamização do comércio e serviços.

As marcas estão presentes no país, quer por meio de franqueadores master, que desenvolvem rede local de franqueados, quer por franqueados a partir de franqueadores master do país de origem.

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10.3.4 Formação de joint-ventures

A legislação prevê as seguintes modalidades de joint-venture;  Contrato de consórcio;  Contrato de associação em participação;  Agrupamento complementar de empresas.

O contrato de consórcio, pelo qual duas empresas se obrigam entre si a realizar de forma concertada certa atividade ou efetuar certa contribuição para um objetivo comum, é o mais adequado num cenário em que uma empresa brasileira pretenda associar-se a um fabricante ou prestador de serviços local para produzir ou fornecer determinado produto ou serviço.

Sendo as joint-ventures uma opção de investimento que minimiza riscos políticos e econômicos, e permite ultrapassar com maior facilidade eventuais barreiras legais ou culturais, há que considerar que os riscos e barreiras desta natureza que se apresentam às empresas brasileiras em Cabo Verde são reduzidos.

A vantagem em termos de redução do investimento, acesso a estruturas produtivas e redes de distribuição existentes, e ao conhecimento da demanda e das vicissitudes do mercado em geral, pode constituir importante valor acrescentado e acelerar o retorno do investimento.

Funcionam em Cabo Verde algumas parcerias desta natureza entre empresas locais e portuguesas, nomeadamente no setor das bebidas.

Seguros e supervisão de embarques

Os portos de Cabo Verde possuem no geral boas condições de segurança, nomeadamente os portos das ilhas de São Vicente, Santiago e Sal, por onde entra grande parte do comércio internacional no país, os quais se encontram certificados por código ISPS. Tais instalações portuárias possuem regras definidas de controle de acessos e sistema de videovigilância.

A ENAPOR - Portos de Cabo Verde, providencia os serviços de descarga e movimentação das mercadorias em terra até os parques de contentores ou zonas de armazenagem.

A chegada das mercadorias é normalmente supervisionada pelo importador ou pelo despachante em seu nome. O exportador, pela sua parte, pode contratar o serviço localmente.

O seguro de transporte marítimo é obrigatório em Cabo Verde e, dada a dificuldade das seguradoras nacionais cobrirem, na sua extensão, todo o tipo de riscos, a legislação foi atualizada em 2019, de forma a incluir a possibilidade de os seguros serem realizados por associações mutualistas de armadores na modalidade P&I (Protection and Indemnity Insurances).

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Nesse sentido, o seguro marítimo passou a comportar duas possibilidades:

- Seguros normalmente comercializados por seguradoras comerciais (conhecido por seguro de prêmio), com cobertura dos riscos de navegação mediante contrato de seguro marítimo, incluindo os riscos de danos no casco e máquinas (hull & machinery), protegendo o transportador ou armador e os riscos de perda ou danos na carga (cargo insurance), protegendo o respectivo proprietário ou expedidor.

- Seguros de proteção e indenização P&I (seguro mutualista), que cobrem os danos contratuais e de terceiros, mais amplos e indeterminados, que as seguradoras comerciais normalmente não cobrem. O âmbito e a cobertura de serviços prestados pelos seguros P&I contemplam a proteção dos armadores em diversas situações, designadamente em casos de responsabilidade civil perante terceiros, incluindo perdas, faltas, danos e acidentes com a carga.

Os seguros P&I passaram a ser obrigatórios nos navios com os requisitos técnicos suficientes, mantendo-se nos restantes casos a obrigatoriedade de subscrição de um seguro de responsabilidade civil de danos de carga e acidentes pessoais.

A legislação mais recente sobre essa matéria pode ser encontrada na ligação Decreto-Lei nº 44/2019, de 24 de setembro.

10.3.5 Financiamento das importações

Cabo Verde possui setor bancário comercial bem dimensionado e com capacidade de disponibilizar crédito ao funcionamento da economia privada. As taxas de juro têm baixado nos últimos anos, em parte fruto da indexação do CVE ao euro. O governo preocupa-se em criar condições para que o crédito chegue com mais facilidade às pequenas e médias empresas, incluindo a promoção da assinatura de um protocolo com representantes do setor privado e da banca comercial em 2018.

Contudo, o acesso ao crédito continua a ser moroso e difícil, sendo solicitadas garantias que frequentemente ultrapassam a capacidade das empresas. Por norma, os bancos pedem a penhora ou hipoteca sobre bens imóveis.

Para tal situação, contribui o elevado montante de crédito malparado, que representava, em setembro de 2019, cerca de 12% do total de créditos concedidos no país.

As importações para investimentos ao abrigo de programas de incentivo promovidos pelo governo pela Cabo Verde Tradeinvest podem ser objeto de maior facilidade e rapidez no acesso ao crédito.

Há ainda a considerar o financiamento externo, que decorre dos programas de ajuda

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internacional multilaterais e bilaterais de que Cabo Verde beneficia para apoio ao seu desenvolvimento sustentável, nomeadamente por meio do Banco Mundial e BAD. A concretização desses financiamentos é feita em grande parte por meio de projetos que dão origem a concursos internacionais lançados pelo governo.

10.3.6 Litígios e arbitragem comercial

A utilização de cláusulas de arbitragem em contratos de importação não é usual em Cabo Verde.

Embora seu pedido de inclusão por iniciativa do exportador não seja fator impeditivo da realização do negócio, pode ser vista como elemento de falta de confiança.

Em todo caso, exportador e importador encontram-se protegidos pela legislação comercial nacional, que em Cabo Verde segue, em traços gerais, o modelo europeu e internacional, cujo reconhecimento é garantido no país.

As cláusulas contratuais de arbitragem, desde que redigidas dentro do espírito da lei, são reconhecidas em tribunal em caso de litigância e a sua aplicação determinada.

A utilização de meios de resolução extrajudicial de conflitos está prevista na legislação cabo- verdiana, designadamente:

 Na área da mediação, pelo Decreto-Lei nº 30/2005, de 09 de maio (ligação) e Decreto- Lei nº 31/2005, de 09 de maio (ligação), que regula o seu uso.

 Na área da arbitragem, pela Lei nº 76/VI/2005, de 16 de agosto (ligação) e Decreto- Regulamentar nº 8/2005, de 10 de outubro (ligação), que materializa o quadro legal dos centros de arbitragem.

De salientar que Cabo Verde ratificou em 2018 a Convenção de Nova Iorque (ligação) sobre reconhecimento e execução de sentenças arbitrais estrangeiras, pelo que se aplicam no país os mecanismos genéricos de arbitragem internacional.

De acordo com a ferramenta de avaliação do ambiente de negócios para 2020 Doing Business, do Banco Mundial, Cabo Verde possui, no que diz respeito à execução judicial de contratos, desempenho positivo quando comparado com a média mundial no que diz respeito à rapidez de resolução de casos e ao montante de custas judiciais. Já no que diz respeito à qualidade dos processos judiciais, o panorama é pior, sobretudo devido à ausência de procedimentos automáticos que utilizem meios e plataformas eletrônicas.

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Tabela 70 – Desempenho do sistema judicial cabo-verdiano na execução de contratos e comparação com o Brasil Cabo Verde Brasil Nº de dias 1) 425 731 Rapidez Pontuação (0-100) 75,0 49,9 % 2) 19,8 20,7 Custo Pontuação (0-100) 77,8 76,8 Classificação (0-18) 3) 7,5 12,5 Qualidade do processo Pontuação (0-100) 41,7 69,4

1) Tempo decorrido entre o momento em que o reclamante inicia a ação processual no foro até o pagamento final pelo condenado. 2) Montante das custas judiciais, dos honorários advocatícios (se o uso destes for obrigatório ou frequente) e da execução da sentença, calculado em percentagem do valor da demanda. 3) Classificação das práticas do sistema judiciário em quatro áreas: estrutura jurisdicional e processos, gestão de casos, automação dos tribunais e resolução alternativa de litígios. Metodologia em detalhe (ligação) Fonte: Doing Business 2020, Banco Mundial

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10.4 Comércio Eletrônico

O Comércio Eletrônico conheceu um boom em meados da última década (2010), mas a expetativa de crescimento continuado não se confirmou nos anos seguintes.

A percentagem de compras por meio do canal online é ainda muito pouco significativa: as compras online representaram, em volume e valor, menos de 1% do total de transações efetuadas em 2017.

Tabela 71 – Evolução dos pagamentos online e em compras em estabelecimentos comerciais, em número e valor Valor Total de Valor Total de Nº Total de Nº Total de compras em Ano pagamentos compras em pagamentos estabelecimentos online (milhões estabelecimentos online comerciais de CVE) comerciais (milhões de CVE) 2014 5.400 12,9 6.256.636 22.295,7 2015 73.265 647,9 8.259.074 27.412,6 2016 45.599 364,2 10.780.923 33.463,1 2017 30.160 222,8 13.496.655 40.026,5 Fonte: Sociedade Interbancária e Sistemas de Pagamentos (SISP)

Os produtos mais comprados por meio do e-commerce são vestuário, calçados, equipamentos e artigos desportivos, e produtos eletrônicos.

A plataforma digital nacional compracomgarantia.com (ligação) reúne na sua página mais de 50 “lojas” (parceiros de negócio). Contudo, as plataformas mais procuradas são o Ali-Express, Ali Baba, Amazon e E-Bay.

A percentagem de empresas cabo-verdianas com sítio eletrônico é ainda reduzida quando comparada com a média europeia ou brasileira. Apesar de várias empresas e organizações se apresentarem com sítios modernos e bem desenvolvidos, número significativo de médias e pequenas empresas não possui sítio próprio na internet. Por outro lado, as empresas com sítio na internet não disponibilizam a funcionalidade de compra online.

Apesar da existência de um sistema de pagamentos eficaz e seguro, a expansão do comércio eletrônico no país debate-se com várias questões, como a escassez de oferta de canais de venda, confiança do consumidor e atrasos e erros nas entregas.

O comércio eletrônico encontra-se enquadrado pelo Decreto-Lei nº 49/2003 (ligação), de 24

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de novembro. O decreto consagra o princípio geral da liberdade de exercício do comércio eletrônico no país e procura garantir uniformidade com as normas aplicadas em nível internacional.

Cabe à ARME – Agência de Regulação Multissetorial da Economia (ligação) a regulação das comunicações eletrônicas, assim como dos serviços postais, entre outras responsabilidades de regulação noutros setores. A atividade de comércio eletrônico carece, no entanto, ainda de regulação específica.

A ARME disponibiliza um Portal do Consumidor online (ligação), com funcionalidades de reclamação e denúncia.

A SISP – Sociedade Interbancária e Sistemas e Pagamentos (ligação) é a instituição financeira encarregada de gerir atividades relacionadas com desenvolvimento e utilização de meios de pagamento em Cabo Verde, consistindo em fator de promoção da bancarização da economia e desmaterialização das operações de pagamento, conferindo ao sistema de pagamentos maior liquidez, rapidez, segurança e transparência.

A rede Vinti4 (ligação), infraestrutura gerida pela SISP, permite, entre outras funcionalidades, a realização de pagamentos e recebimentos online por meio da internet, incluindo pelo celular.

Apesar dos vários constrangimentos que têm condicionado o crescimento do comércio eletrônico em Cabo Verde, este é um canal de vendas com um grande potencial no país, pois proporciona o acesso a todas as ilhas sem necessidade de implantação de loja física e, ainda, aos cabo-verdianos da diáspora que procuram produtos do “mercado da saudade”.

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11 - RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS

11.1 Ambiente de negócios

A avaliação e o planejamento da exportação para Cabo Verde devem ter presentes diversos condicionalismos, designadamente:

 Reduzida dimensão do mercado: Cabo Verde tem área menor que o Distrito Federal e população inferior à do Estado de Roraima. Dispersão geográfica por nove ilhas induz descontinuidade territorial, com as consequentes complexidades logísticas.

 Acesso e mobilidade de pessoas e mercadorias dependente da regularidade e eficiência dos transportes marítimo e aéreo para o arquipélago e entre as ilhas, que se têm apresentado intermitentes.

 Intermitência na existência de rota comercial marítima regular direta entre o Brasil e Cabo Verde. As rotas existentes à data de dezembro de 2019 pressupõem a necessidade de transbordo num porto terceiro (por exemplo, ligação via Portugal, que mantém rotas frequentes com ambos os países).

 A indústria resume-se à transformação ligeira nos setores agroalimentar, do processamento de pescado, das bebidas e das confecções e à construção civil. O comércio, os serviços e, principalmente, o turismo são o motor de desenvolvimento da economia.

 Pequena economia aberta ao exterior; como tal, bastante vulnerável a choques macroeconômicos externos, que têm grande impacto sobre os ciclos de crescimento.

Apesar desses condicionalismos, Cabo Verde apresenta fatores de grande atratividade em termos de comércio e investimento para empresas brasileiras:

 Barreiras culturais e linguísticas irrelevantes.

 Localização geográfica enquanto plataforma de acesso à Europa e à África Ocidental.

 Elegibilidade do país relativamente a exportações para os Estados Unidos da América ao abrigo do sistema AGOA (African Growth and Opportunity Act) (ligação).

 Elegibilidade do país relativamente a exportações para a União Europeia ao abrigo do Sistema de Preferências Generalizado SPG+ (ligação).

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 Acesso ao mercado comum da CEDEAO – Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, com mais de 260 milhões de consumidores em 15 países, por meio do mecanismo ELTC (Esquema de Liberalização das Trocas Comerciais) (ligação).

 Pacote competitivo de benefícios fiscais e aduaneiros (ligação) concedidos pelo governo ao investimento estrangeiro por meio do CIN-CV.

 Estabilidade social, política e das instituições, e ambiente de negócios em progresso e superior à média da região da África Subsaariana.

Tabela 72 – Critérios de avaliação da qualidade do ambiente de negócios, comparação de Cabo Verde com a região da África Subsaariana e as melhores práticas mundiais Processos (ligação Melhor Prática (a Cabo Verde África Subsaariana para significado) nível mundial) Abertura de 100 84,5 80,1 empresas Obtenção de alvarás de 100 74,6 58,5 construção Obtenção de 100 54,7 50,4 energia elétrica Registro de 100 68,8 53,6 propriedades Obtenção de 100 35,0 45,2 crédito Proteção de investidores 100 24,0 38,5 minoritários Pagamento de 100 74,8 57,8 impostos Comércio 100 69,1 53,6 internacional Execução de 100 64,8 49,6 contratos Fonte: Doing Business 2020, Banco Mundial

Os processos em que o ambiente de negócios é pouco atrativo são a obtenção de crédito e a proteção de investidores minoritários. Esta última é prejudicada, segundo o Banco Mundial, por deficiências na obrigatoriedade de divulgação de informação societária, na proteção dos direitos dos acionistas e do seu grau de controle societário, bem como na eficácia da transparência corporativa.

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11.2 Setores mais atrativos em Cabo Verde para o investimento

O país tem criado nos últimos anos condições propícias ao IDE e ao desenvolvimento de negócios, dado o ímpeto reformista que procura incentivar e agilizar o funcionamento do setor privado.

Devido aos efeitos da pandemia COVID-19 sobre a economia, impactada sobretudo pela suspensão da atividade turística, 2020 será um ano de recessão, mas para 2021 e anos seguintes, com o retomar do turismo, prevê-se recuperação dos níveis de crescimento econômico.

Os setores mais atrativos para exportação de bens e serviços, ou para investimento na produção local numa perspetiva de fornecimento ao mercado interno ou exportação para outros mercados, são os seguintes:

11.2.1 Setor do turismo

A atividade tende a diversificar-se e expandir-se em termos regionais e de tipologias de oferta de produto turístico, o que representa novas oportunidades de investimento e exportação de bens e serviços fora do contexto do turismo de sol e praia das ilhas do Sal e Boa Vista.

O turismo cultural, rural, ecológico e de aventura, com as suas necessidades de implantação e funcionamento específicas, tende a expandir-se nas restantes ilhas, deparando-se com envolvente de escassez de estruturas e serviços de apoio em várias delas, como por exemplo no Fogo, São Nicolau ou Santo Antão.

A maior circulação de turistas entre as ilhas colocará pressão acrescida sobre o sistema de transportes e ligações, abrindo espaço para fornecimento de equipamentos e serviços nessa área, assim como na da organização de circuitos turísticos interilhas.

Existem oportunidades em vários níveis da cadeia de valor:  Imobiliária turística: complexos turísticos vocacionados para a venda de vivendas e apartamentos e prestação de serviços de gestão (timeshare, condomínios etc);  Hotéis resort (mais de 100 quartos) no Sal, Boavista, Maio e Santiago (São Francisco);  Hotéis executivos (50 a 80 quartos), na Praia e Mindelo;  Hotéis especializados (até 25 quartos), com serviços de desporto e lazer náuticos (pesca esportiva, atividades subaquáticas etc);  Pequenos hotéis, pensões e pousadas (até 30 quartos), para turismo de circuitos (caminhadas, escaladas, aventura etc);  Atividades de diversão turística (centros de diversão, golfe, cassino, restaurantes, snack-bar, jogos etc);  Transporte aéreo low cost;  Turismo de negócios (eventos, conferências etc);  Turismo rural e ecoturismo;  Turismo de cruzeiros;  Marinas para embarcações; 159

 Turismo de saúde.

Principais importadores

Principais empresas presentes na fileira do turismo em Cabo Verde, importadoras ou potencialmente importadoras de produtos e serviços:

Tabela 73 - Principais empresas presentes na fileira do turismo em Cabo Verde Don Paco, Hotelaria e Turismo – Morabitur, Operador Turístico – Sipat, Sociedade de São Vicente Boa Vista Investimento e Promoção de Atividades Turísticas – Santiago Girassol, Hotelaria e Turismo – Qualitur, Viagens e Turismo – Santiago Fogo Serenata, Atividade Turística – São Vicente Kebra Cabana, Hotelaria e Sectour, Serviços Consultoria em Turismo – Santiago Turismo – Santiago Santiago Golf Resort – Santiago

Mtv, Hotelaria e Turismo – Sotur, Sociedade de Sandymar, Operador Turístico – Santiago Desenvolvimento Turístico e Santiago Urbano – Santo Antão Anaze, Turismo e Recreação – Sambala Resort, Complexo Santiago Trilhas e Montanhas, Sociedade Turístico – Santiago de Turismo – Santo Antão Aventura, Turismo e Serviços – Rotxa Skibida Hi King and Tour – São Vicente Trip Tours, Viagens e Turismo – São Nicolau Maio Cabovento, Turismo e Platur, Investimentos Hoteleiros Imobiliária – Sal Alsatour – Santo Antão – Santiago

Casa das Ilhas, Turismo e Baobab Tour – Boa Vista Paradise Beach Services – Sal Hotelaria – Santo Antão Barracuda Tours – São Vicente Melitour – Boa Vista Cabo Verde Internacional, Vista Verde Tours, Serviços Marina Mindelo, Exploração e Turismo e Serviços – Sal Turísticos – Sal Operação de Marinas – São ISI, Serviços e Turismo – Sal Vicente TME, Turismo Marketing e Jardim dos Sabores, Hotelaria, Eventos – Santiago Bela Sombra, Hotelaria e Restauração e Turismo – Turismo – São Nicolau Terra Sab, Operador Turístico – Santiago Santiago Cabotel, Hotelaria e Turismo – Jumbo Turismo Cabo Verde – Sal Boa Vista Sociedade Turística Paul – Santo Antão

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11.2.2 Setor da construção e obras públicas

Existem oportunidades de intervenção em todos os níveis da cadeia de valor, designadamente:

 Estudos, consultoria e projetos nos domínios da arquitetura e engenharia civil, incluindo construção, ampliação, remodelação ou manutenção de edifícios, vias de comunicação rodoviárias e ferroviárias e respectivas obras de arte, estruturas portuárias e aeroportuárias, redes de abastecimento, transporte e distribuição de água e saneamento e energia etc;  Construção (execução das empreitadas);  Fiscalização de obras;  Fornecimento de materiais de construção, designadamente cimento e derivados, vigas de aço, estruturas metálicas, produtos cerâmicos para coberturas e pavimentos, tintas e revestimentos, produtos de impermeabilização, vidros e caixilharia, louças sanitárias, cozinhas, sistemas de encanamento e esgotos, sistemas elétricos;  Fornecimento de bens de equipamento para a construção, incluindo centrais de produção de concreto, máquinas de projeção, máquinas para pavimento e parede, máquinas para fabrico de blocos/tijolos, máquinas de corte e para trabalhar ferro, máquinas de ar comprimido, sistemas de bombagem, geradores, gruas e outro material de elevação e tração, moinhos, ferramentas elétricas e pneumáticas, material de fixação, material de proteção e segurança, máquinas para movimentação de terras, máquinas de terraplanagem, escavadoras, pavimentadoras, máquinas de compactação.

Principais importadores

As principais empresas em termos de volume de negócios e carteira de projetos a atuar em Cabo Verde no setor da construção e obras públicas, incluindo promoção imobiliária e comércio de materiais, são:

Tabela 74 - Principais empresas em termos de volume de negócios e carteira de projetos a atuar em Cabo Verde no setor da construção e obras públicas, incluindo promoção imobiliária e comércio de materiais IFH, Imobiliária Fundiária e Index, Construção Civil Serviços CVC, Construções de Cabo Habitat – Organismo público e Representações Verde (Grupo Somague) empresarial, que gere Lurec, Ambiente e Construção Engeobra, Engenharia e nomeadamente o programa Construção social “Casa para Todos” Montrond, Construção Civil e Engenharia HBC, Hidráulica Betão e Tecnicil, SGPS – Grupo Construções (Imobiliária, Construções, PCF, Projetos Construção Civil e Trading) Fiscalização MSF Cabo Verde

SGL, Sociedade de Construções Proconstrói, Sociedade de Servigest Construção Civil Editur, Imobiliária e Construção Tecnocasa Tecnisol, Construção Civil Sogei, Sociedade de Gestão de Carlos Veiga, Materiais de Investimentos Veigalves, Construção Civil Construção

Engeco, Engenharia e Acciona, Infraestruturas Grupo SOCID, Import Export e

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Construções CAD, Engenharia e Construções Distribuição

SCI, Spencer Construções e Concretil, Engenharia e Cimac, Comércio e Indústria Imobiliária Construções Materiais de Construção

Empreitel, Engenharia e Constrope Cabo Verde Macal, Materiais de Construção Construção Construtek BBS, Comércio e Indústria Armando Cunha Cabo Verde Construtora do Tâmega Cabo Comercial Cofricave Tecnovia Cabo Verde Verde Pavicabo Mota Engil Engenharia e CPTP Cabo Verde Prolar, Materiais Soluções e Construção Serviços Construtora SanJose Cabo Verde SICAM, Sociedade Internacional Grupo Elevo de Comércio

F3, Ambiente e Construção Socol, Sociedade Comercial

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11.2.3 Setor da energia

O setor apresenta oportunidades em vários níveis da cadeia de valor, designadamente: o Estudos, consultoria e projetos; o Fabrico e fornecimento de equipamentos e estruturas, mobilizando indústrias como: o Metalomecânica; o Moldes; o Eletrônica; o Automação; o TIC. o Construção, montagem e instalação de estruturas; o Serviços de manutenção e assistência técnica; o Certificação e auditoria; o Investigação; o Formação profissional; o Exploração econômica, sobretudo sob o regime de parceria público-privada.

Tais oportunidades incidem sobretudo na área das energias renováveis, designadamente eólica e solar. Para além de parques de captação e geração, a integração nos sistemas de transporte, armazenamento e distribuição existentes, bem como a melhoria da capacidade destes, constituem uma necessidade.

Em nível micro, existe bom potencial de negócio no que diz respeito à instalação doméstica de painéis fotovoltaicos, nomeadamente em instalações turísticas, industriais, espaços comerciais ou de serviços públicos, e inclusive residencial (produção independente, microrredes).

É ainda de salientar que a dispersão geográfica pode criar mercados locais de exploração consubstanciados em empresas ou subconcessionárias ao nível de cada ilha.

Principais importadores

Principais empresas ligadas ao setor: Tabela 75 - Principais empresas ligadas ao setor energético ELECTRA – Eletricidade e Águas de Cabo Verde Enitel – Energia Informática e Telecomunicações

Cabeólica, Parques de energia eólica de Cabo Heliodon Energia Verde Núcleo de Investigação em Energias Renováveis AEB – Águas e Energia de Boa Vista (São Vicente)

APP – Águas de Ponte Preta RePower – Energias Renováveis e Eficiência Energética STEE – Serviços Técnicos de Engenharia e Energia WinEnergy EASA – Energia Águas e Sistemas de Automatização

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11.2.4 Setor do ambiente

As oportunidades estendem-se desde a área da consultoria, certificação, formação e apoio científico a projetos, à realização de obras e empreitadas e fornecimento de serviços e equipamentos, abarcando praticamente todos os domínios ambientais, com especial destaque para os seguintes, isolados ou em articulação:

o Energias renováveis, designadamente eólica e fotovoltaica. o Recursos hídricos, incluindo estruturas de captação, armazenamento e distribuição de água potável, centrais de dessalinização e centrais de recuperação e reciclagem de águas residuais. o Sistemas de recolha e gestão de resíduos sólidos e redes de saneamento. o Ordenamento do território, especialmente a nível dos EROT – Esquema Regional de Ordenamento do Território e dos PDM – Planos Diretores Municipais. o Projetos na área da biodiversidade, especialmente relacionados com a gestão e conservação de parques naturais e espaços protegidos no geral, e a sustentabilidade dos habitats.

De salientar a existência de lugar para o investimento privado, sobretudo por meio do estabelecimento de parcerias público-privadas, nos domínios do abastecimento de água e do saneamento básico: a lei permite o estabelecimento de privados ao abrigo de contratos de concessão, designadamente em projetos de investimento respeitantes a serviços de distribuição de água para uso público, serviços de saneamento, e de recolha e tratamento de resíduos sólidos.

Principais importadores

As empresas mais relevantes a operar no setor do ambiente em Cabo Verde são:

Tabela 76 - empresas mais relevantes a operar no setor do ambiente em Cabo Verde ELECTRA – Eletricidade e Águas de Cabo Verde APP – Águas de Ponte Preta

Cabeólica, Parques de energia eólica de Cabo AdS – Águas de Santiago Verde Águabrava – Águas da Brava e Fogo AEB – Águas e Energia de Boa Vista APN – Águas de Porto Novo

Estas são as empresas com maior dimensão e relevância que fazem parte da cadeia de valor do setor, importadoras ou potencialmente importadoras de produtos e serviços para o desenrolar da sua atividade.

164

11.2.5 Setor da economia do mar (economia azul)

Toda a cadeia de valor do setor apresenta oportunidades de investimento e exportação de bens de equipamento e serviços, designadamente:

o Embarcações de pesca e respectivos equipamentos; o Manutenção e reparação naval; o Montagem e reparação de aparelhos e redes; o Equipamentos e maquinaria para operações portuárias; o Redes de armazenagem a frio; o Formação profissional; o Indústrias de transformação de pescado; o Estruturas de comercialização.

Principais importadores

Empresas do setor das pescas de maior dimensão presentes no mercado, já importadoras ou potencialmente importadoras de produtos e serviços:

Tabela 77 - Empresas do setor das pescas de maior dimensão presentes no mercado, já importadoras ou potencialmente importadoras de produtos e serviços Sal Pesca, Lda. Navipesca Lda. – Sociedade de Comercialização de Materiais de Pesca e Navegação Complexo de Pesca Cova Inglesa Mindel Pesca, Comercialização de Materiais de Centro de Pesca do Mindelo, Lda Pesca Frescomar, S.A.

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11.2.6 Setor do agronegócio

A infraestrutura de apoio ao regadio tem melhorado nos últimos anos em resultado do programa de construção de diques e minibarragens, fator essencial para a atividade agrícola.

O crescimento do turismo constitui incentivo à produção interna de produtos agrícolas para fornecimento aos estabelecimentos horeca locais.

A dinamização do setor apresenta oportunidades para empresas fabricantes ou distribuidoras de equipamentos destinados à agropecuária e agroindústrias numa perspectiva de fabrico, montagem, instalação e manutenção de instalações e equipamentos, como, por exemplo, empresas metalomecânicas, de moldes e de aglomerados.

As oportunidades de negócio surgem nomeadamente nos seguintes segmentos:

 Insumos agrícolas, sementes, fertilizantes, pesticidas, rações para gado e aves de capoeira;  Maquinaria agrícola;  Equipamentos e tecnologias, incluindo de automação e telemetria, para o cultivo hidropônico, de estufa e por meio de rega gota-a-gota;  Estruturas logísticas para armazenagem e distribuição;  Transferência de conhecimento e tecnologias de produção agrícola e transformação agroindustrial.

Em nível de investimento na produção, destacam-se com bom potencial a fileira hortícola (tomate, cenoura, pepino, cebola), dos tubérculos (mandioca e batata), frutícola (banana e papaia) e das flores e plantas ornamentais.

Em termos agroindustriais, a transformação de leite e carnes, queijo, enchidos, sumos naturais, compotas de frutas, conservas, vinhos e aguardentes.

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11.2.7 Setor da importação e distribuição

Cabo Verde importa a grande maioria dos produtos que consome. Há espaço para diversas modalidades de parceria com empresas de comércio locais, como a simples venda de mercadorias a empresas atacadistas distribuidoras generalistas, nomeação de representantes autorizados, constituição de centrais de compras e plataformas logísticas para abastecimento a setores específicos como o turístico, estabelecimento de franquias e plataformas de comércio eletrônico.

Com o crescimento da população residente e do número de turistas, aumento do rendimento per capita e incremento do número de empresas, o potencial estende-se a todo o tipo de bens de consumo e equipamento, incluindo alimentares e bebidas, produtos de higiene e limpeza, vestuário e calçado, materiais de construção, mobílias e artigos de decoração, eletrodomésticos, equipamentos informáticos e eletrônicos, material de escritório, produtos de economato etc.

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11.2.8 Setor das tecnologias da informação e comunicação (TIC)

Graças aos investimentos realizados nos últimos anos, as infraestruturas de telecomunicações em Cabo Verde permitem o desenvolvimento das mais recentes tecnologias e soluções de informação e comunicação.

As oportunidades surgem no nível da produção de conteúdos voltados para a modernização da administração do estado, sistema educativo, do setor empresarial e da economia em geral, especialmente no tocante a:

 Business Process Outsource (processamento de salários e obrigações fiscais, outsourcing de contabilidade e finanças, outsourcing de processos legais);  Outsourcing de tecnologias da informação (desenvolvimento de software, desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis, desenvolvimento web, e- commerce, multimídia);  Aplicações e-learning e sistemas de treinamento online;  Business continuity e disaster recovery.

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11.2.9 Setor das indústrias culturais e criativas

Cabo Verde é um país com significativo patrimônio cultural e artístico, material e imaterial:

 Patrimônio cultural, incluindo produtos e serviços de museus, sítios históricos e paisagens culturais, gastronomia, festas populares e romarias, carnaval;  Criatividade artística, incluindo performance ao vivo (música, espetáculos cênicos, festivais), produtos audiovisuais e de mídia, de artesanato, e da indústria editorial;  Criatividade funcional, incluindo design e serviços criativos (moda, decoração de interiores, paisagismo, arquitetura, publicidade).

As oportunidades de negócio surgem nos vários níveis das cadeias de valor: estudo e investigação, apoio à criação, organização de eventos, produção, publicação, distribuição, difusão e sua articulação com o turismo.

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11.3 Produtos com maior potencial de exportação Brasil – Cabo Verde

Para identificação das famílias de produto com maior potencial de exportação do Brasil para Cabo Verde, identificaram-se aqueles que constam simultaneamente no top 30 das exportações brasileiras (para todo o mundo) e no top 30 das importações cabo-verdianas (de todo o mundo), na média de 2016, 2017 e 2018, em valor.

Relativamente a cada uma dessas famílias de produto, identificam-se os três maiores países exportadores para Cabo Verde e a posição do Brasil, o que permite avaliar o desempenho recente do país a exportar para Cabo Verde e o potencial de crescimento existente, e conhecer os maiores concorrentes.

Excluem-se desta análise os produtos petrolíferos e seus derivados.

Tabela 78 – Exportações para Cabo Verde das principais famílias de produto, média do período 2016-2018 Peso nas Peso nas Três maiores Família de importações exportações totais exportadores para Quota-parte produto totais de Cabo do Brasil CV e Brasil Verde Máquinas, Portugal 49,5% aparelhos e Espanha 15,2% equipamentos 8,7% 6,3% China 9,9% mecânicos, e suas partes Brasil 0,2% Máquinas, Portugal 47,3% aparelhos e China 14,9% equipamentos 7,3% 1,6% Espanha 13,3% elétricos, e suas partes Brasil 0,1% Portugal 36,1% Veículos, e peças e França 8,6% 5,7% 6,0% acessórios Estados Unidos 8,2% Brasil 1,6% Tailândia 1) 28,4% Argentina 2) 18,1% Cereais 4.0% 2,1% Brasil 1) 17,9% - - Portugal 59,6% Plásticos e seus Espanha 22,9% 3,5% 1,6% artigos China 3,3% Brasil 0,9%

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Peso nas Peso nas Três maiores Família de importações exportações totais exportadores para Quota-parte produto totais de Cabo do Brasil CV e Brasil Verde Holanda 27,4% Carne e miudezas Espanha 25,2% de carne para 3,0% 6,2% Portugal 15,0% consumo humano Brasil 9,1% Portugal 78,1% Espanha 8,7% Ferro e aço 2,1% 4,7% Itália 3,9% Brasil 0,0% Espanha 45,4% Aeronaves e suas França 29,4% 2,0% 2,0% partes Laos 22,1% Brasil 0,0% Portugal 57,7% Preparados de Espanha 13,9% vegetais, frutos e 1,9% 1,1% Holanda 8,7% frutos secos Brasil 1,4% Portugal 57,4% Madeira e seus Espanha 16,3% 1,8% 1,3% artigos Gana 5,3% Brasil 0,0% Brasil 72,1% Açúcares e suas Portugal 9,6% 1,4% 4,5% confecções Espanha 2,9% - - 1) Arroz 2) Milho e Trigo Fonte: International Trade Center

Famílias de produto em que o Brasil tem um desempenho nas exportações para Cabo Verde superior à média das suas exportações globais:

 Açúcares e suas confecções;  Cereais;  Carne e miudezas de carne para consumo humano;  Preparados de vegetais, frutos e frutos secos.

À eventual exceção do açúcar, em relação a que o Brasil tem já uma quota superior a 70% nas importações de Cabo Verde, existe ainda espaço para crescimento nas exportações de cereais, carnes e preparados de vegetais e frutos.

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Principalmente em relação ao milho, em que a Argentina lidera claramente as exportações para Cabo Verde, mas também ao trigo, o Brasil tem potencial exportador que não está a ser capitalizado. No setor das carnes, há espaço de crescimento, sobretudo para a carne de porco.

Em todas as outras famílias de produto evidenciadas, o Brasil apresenta quota nas importações de Cabo Verde inferior à sua média no comércio internacional, significando que existe mercado para conquistar.

Destacam-se neste particular máquinas para a construção civil, bombas, compressores e válvulas, bem como produtos metalúrgicos de base.

Para além dessas famílias de produto com maior relevo simultâneo nas importações globais de Cabo Verde e exportações globais do Brasil, há a considerar outras oportunidades a explorar pelos empresários brasileiros:

Tabela 79 – Exportações para Cabo Verde de outras famílias de produto relevantes, média do período 2016-18 Peso nas Quota-parte do Peso nas importações Brasil nas Família de produto exportações totais totais de Cabo importações de do Brasil Verde Cabo Verde Laticínios e ovos 4,4% 0,1% 0,6% Artigos em ferro ou aço 3,1% 0,7% 0,9% Cimento e clínquer 3,0% 0,3% 0,0% Bebidas alcoólicas e vinagres 3,0% 0,5% 0,5% Mobílias, iluminação doméstica e 2,7% 0,3% 2,0% casas pré-fabricadas Óleos e gorduras animais e 2,2% 0,6% 4,9% vegetais Preparados alimentares 2,0% 0,5% 7,8%

Produtos cerâmicos 1,8% 0,2% 1,6% Instrumentos óticos, fotográficos, médicos, cirúrgicos, de medida e 1,7% 0,4% 0,1% de precisão Papel e outros produtos de 1,4% 0,9% 0,2% celulose de papel Têxteis usados, incluindo vestuário, roupa de cama e atoalhados, 1,4% < 0,1% < 0,1% calçado e malas Produtos farmacêuticos 1,4% 0,6% 0,4%

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Peso nas Quota-parte do Peso nas importações Brasil nas Família de produto exportações totais totais de Cabo importações de do Brasil Verde Cabo Verde Preparados de cereais, farinha, amido ou leite, produtos de 1,4% 0,1% 5,1% confeitaria Preparados de carne, peixe, 1,1% 0,5% 3,1% crustáceos ou moluscos

Óleos essenciais e resinóides, produtos de perfumaria, cosmética 1,0% 0,4% 3,8% e banheiro

Alumínio e seus artigos 0,9% 0,4% < 0,1%

Tintas, vernizes e corantes 0,9% 0,2% < 0,1% Vidro e seus artigos 0,9% 0,1% < 0,1% Borracha e seus artigos 0,7% 0,8% 0,3% Vestuário e acessórios 0,6% < 0,1% 2,2% Artigos de pedra, gesso, cimento, 0,6% 0,5% 1,0% mica e materiais similares Farinhas, malte, amido, sêmola, 0,6% < 0,1% 14,4% amido, glúten Rações para animais e resíduos e 0,5% 2,8% 1,8% desperdícios da indústria alimentar Café, chá, especiarias 0,4% 2,3% 28,0% Livros e outros produtos da 0,3% < 0,1% 0,3% indústria de impressão Brinquedos, jogos e material 0,3% < 0,1% < 0,1% esportivo Talheres e instrumentos de corte 0,3% 0,2% 0,5% metálicos Calçado e acessórios 0,3% 0,6% 3,0% Cacau e seus preparados, incluindo 0,2% 0,2% 1,4% chocolate Fonte: International Trade Center

173

11.4 Recomendações gerais

Brasil e Cabo Verde partilham a mesma língua e possuem raízes culturais comuns. É fácil estabelecerem-se pontes entre os dois países, como o atestam décadas de cooperação institucional e de trocas comerciais e culturais. Em 2018, o Brasil foi o sexto maior fornecedor de Cabo Verde.

O empresário brasileiro que pensa em investir ou exportar para Cabo Verde deve necessariamente programar uma visita ao país. O contato pessoal é fundamental para a criação de empatia e confiança, sendo determinante para a conclusão de um acordo. Este pode demorar mais tempo do que é habitual noutros países, nomeadamente europeus ou americanos, e requerer maior número de contatos e visitas do que seria expetável. A criação de laços além dos comerciais é um bônus importante.

A visita à FIC – Feira Internacional de Cabo Verde, que decorre anualmente em novembro, é um must. Além de proporcionar contatos, permite obter visão geral sobre o ambiente de negócios do país, em nível empresarial e institucional.

Para obter uma ainda melhor compreensão do mercado e da realidade cabo-verdiana, é aconselhável aproveitar a viagem para visitar o maior número de ilhas possível. No mínimo, deverá considerar Santiago, São Vicente (nas quais a FIC se realiza em princípio em anos alternados) e o Sal, que oferecem três particularidades distintas.

As Câmaras de Comércio, Indústria e Serviços do Barlavento, com sede no Mindelo, São Vicente, e do Sotavento, com sede na Praia, Santiago, são associações empresariais que têm por missão, entre outras, dinamizar o negócio dos seus associados. Como tal, são entidades privilegiadas para estabelecer pontes e acessos ao mercado. O contato com as Câmaras é recomendado como boa solução para a planificação da visita ao mercado, identificação de potenciais clientes e parceiros de negócio, e promoção do contato entre as partes.

A UECPLP – União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa presta serviços e informações às empresas suas associadas no âmbito das relações econômicas entre os países membros da CPLP, como é o caso do Brasil e Cabo Verde, constituindo-se como organismo promotor de negócios a considerar.

O contato com a Cabo Verde TradeInvest, agência governamental de apoio ao IDE, é imprescindível, caso exista o objetivo de se estabelecer uma sucursal no país, ou de aí constituir uma sociedade. A agência presta auxílio de informação sobre benefícios fiscais e aduaneiros, bem como de orientação quanto aos procedimentos legais e administrativos.

Em termos de apoios, há ainda a considerar a existência de diversas empresas de consultoria, nacionais e estrangeiras, a atuar no país, a que o interessado pode recorrer para estudar e operacionalizar a sua entrada no mercado.

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Finalmente, o SECOM – Setor de Promoção Comercial da Embaixada do Brasil fornece o apoio institucional necessário e colabora na divulgação de produtos e serviços brasileiros em eventos que se realizam em Cabo Verde, na organização de viagens de empresários e compradores locais a feiras e eventos empresariais no Brasil (missões inversas), e nos contatos de entidades empresariais brasileiras com empresas, agências e instituições públicas e privadas de Cabo Verde.

O empresário brasileiro interessado em exportar para Cabo Verde deve considerar como principais segmentos-alvo as empresas import-export a operar no país, empresas atacadistas generalistas e os grandes supermercados de Santiago e São Vicente.

Os acordos podem ser ou não firmados por meio de contrato de importação escrito. Nesse aspecto, o exportador deverá usar da flexibilidade necessária e possível. Na maioria dos casos, os seus produtos terão concorrência direta de outras marcas e fornecedores. As vantagens competitivas obtêm-se por meio da concessão de maior apoio, seja nas condições de comercialização (descontos, prazos de pagamento), seja na disponibilização de material promo-publicitário (catálogos, cartazes de ponto de venda etc), seja na frequência dos contatos e, preferencialmente, visitas presenciais.

Caso o modelo de negócio a implementar passe pela nomeação de representante oficial, o que se pode justificar em alguns mercados setoriais específicos (nomeadamente em relação a bens de equipamento), poderá ser necessário nomear um para a Cidade da Praia e outro distinto para o Mindelo.

Se o objetivo consiste em estabelecer-se diretamente no país, a melhor solução é a constituição de uma sucursal. No caso de constituir uma sociedade de capitais mistos, é recomendável assegurar maioria de capital. Em qualquer caso, deve considerar estabelecer-se por meio do CIN-CV. O recrutamento de pessoal devidamente qualificado não deverá constituir preocupação. Ter presente, contudo, possíveis dificuldades no acesso a crédito.

Como recomendações finais, aconselha-se trabalhar com despachante oficial experiente e expedito, cultivar contatos na administração pública (alfândega, registros, Cabo Verde TradeInvest, ministérios e secretarias de estado etc) e estar atento aos projetos financiados pela cooperação internacional multilateral e bilateral.

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12 - ANEXOS

12.1 Endereços

12.1.1 Órgãos Oficiais

12.1.1.1 Em Cabo Verde

a) Representação diplomática e consular brasileira:

Embaixada do Brasil em Praia Chã de Areia, 2, C.P. 93, Praia, Santiago Tel (+238) 261 56 07/08 Email [email protected] http://praia.itamaraty.gov.br

Serviço Consular: Tel (+238) 261 56 07/08 Email [email protected] Horário de atendimento: das 9h às 13h

Setor Comercial (SECOM): Tel (+238) 261 56 07 Email [email protected] Chefe do SECOM: Secretário Maurício Martins do Carmo Assistente: Lìlia Mesquita

Cooperação: Tel (+238) 261 56 07 Email [email protected]

b) Órgãos oficiais locais de interesse para os empresários brasileiros:

Cabo Verde TradeInvest Tel (+238) 260 41 10 Email [email protected]

Direção-Geral das Alfândegas Tel (+238) 261 77 58 Email [email protected]

Direção-Geral das Contribuições e Impostos Tel (+238) 261 77 59 Email [email protected]

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Registos, Notariado e Identificação Tel (+238) 800 20 08 Email [email protected]

Casa do Cidadão Tel (+238) 800 20 08 Email [email protected]

Instituto Nacional de Estatística Tel (+238) 261 38 27 Email [email protected]

Imprensa Nacional de Cabo Verde Tel (+238) 261 21 45 Contato (ligação)

BCV Tel (+238) 260 70 00 Email [email protected] (Gabinete de Relações Internacionais, Comunicação e Relações Públicas)

Ministério da Agricultura e Ambiente http://www.maa.gov.cv/index.php

Ministério da Indústria, Comércio e Energia https://www.facebook.com/mice.cv/

Ministério da Economia Marítima https://www.facebook.com/ministeriodaeconomiamaritima/

Ministério do Turismo e Transportes https://www.facebook.com/ministeriodoturismoetransportes/

Ministério das Finanças https://www.mf.gov.cv/

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12.1.1.2 No Brasil

a) Representação diplomática e consular do país:

Embaixada de Cabo Verde em Brasília SHIS QL 14 Conjunto 03 Casa 08 – Lago Sul, Brasília/DF, CEP: 71640-035 Tel (61) 3248-0543 Email [email protected] http://www.embcv.org.br/portal/ Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h

Consulados

Consulado Geral Honorário de Cabo Verde no Rio de Janeiro Rua Castro Alves, nº 79, apto 701- Meier CEP: 20775-040 Tel (21) 3277-6482 Email [email protected] Cônsul Honorário Pedro Antonio dos Santos

Consulado Honorário de Cabo Verde em São Paulo Av. Prof. Alfonso Bovero, 1057- 9° Andar Conjunto 96/ 99 – Perdizes CEP: 05019-010 Tel (11) 3871-0017 Email [email protected] Cônsul Honorário Emmanuel Jean-Baptiste da Silva Rocha

Consulado Honorário de Cabo Verde em Recife/PE Av. Domingos Ferreira 2215, sala 502 – Boa Viagem CEP: 51020-031 Tel (81) 3467-6516 Email [email protected] Cônsul Honorário José Ricardo Galdino da Silveira

Consulado Honorário de Cabo Verde em Fortaleza Av. Engenheiro Santana Júnior, 2468 – Cocó CEP: 60192-200 Tel (88) 3077-5544 Email [email protected] Cônsul Honorário António Roberto Alves Marinho

Consulado Honorário de Cabo Verde em Espírito Santo Rua Charles Darwin, 240, Bairro Divino Espírito Santo, Vila Velha, posto Rosalem 2 – Vitória CEP: 2977-190 Tel (27) 3334-9902 Email [email protected] Cônsul Honorário Fred Rosalem Heliodoro

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b) Órgãos oficiais brasileiros:

- Informações sobre o mercado, inclusive condições de acesso, importadores locais e oportunidades comerciais: distribuição das publicações da Coleção Estudos e Documentos de Comércio Exterior do MRE; apoio a viagens e missões de empresários brasileiros ao país ou a missões econômicas e comerciais do país no Brasil:

CGPR - Coordenação-Geral de Promoção Comercial Ministério das Relações Exteriores Anexo Maria José de Castro Rebello Mendes – 5º andar - sala 541 Tel: 2030-8989 Fax: 2030-8967 Email [email protected]

- Informações sobre o mercado, a documentação e formalidades de embarque; emissão exclusiva de certificados de origem para o SGP (se aplicável).

Departamento de Operações de Comércio Exterior – DECEX Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Esplanada dos Ministérios, Bloco “J”, sala 918 70053-900 Brasília – DF Tel: (61) 2027-7000 http://www.desenvolvimento.gov.br Email [email protected]

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12.1.3 Câmaras de Comércio

12.1.3.1 Em Cabo Verde

Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços do Barlavento Avenida 5 de Julho, Mindelo, São Vicente Tel (+238) 232 84 95 Email [email protected] www.bCVE.org

Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Sotavento Avenida OUA, 39, Praia, Santiago Tel (+238) 261 53 52 Email [email protected] https://www.facebook.com/camaracomerciodesotavento

Câmara de Turismo de Cabo Verde Avenida 1 de Junho, Santa Maria, Sal Tel (+238) 242 13 61 Email [email protected] www.caboverde-info.com

180

12.1.4 Principais entidades de classe locais

AJEC – Associação de Jovens Empresários de Cabo Verde Rua São Vicente, Palmarejo, Praia, Santiago Tel (+238) 531 10 78 Email [email protected] www.ajec.org.cv

APESC – Associação de Armadores de Pesca de Cabo Verde Mindelo, São Vicente Tel (+238) 232 82 20 Email [email protected]

12.1.5 Principais empresas de e-commerce

Compra com Garantia Tel (+238) 264 76 05 Email [email protected] https://www.compracomgarantia.com/

Defesa do Consumidor

ARME, Portal do Consumidor Avenida da China, Prédio ARME, Chã d'Areia, Praia, Santiago Tel (+238) 260 44 00 Email [email protected] www.consumidor.arme.cv

ADECO – Associação para Defesa do Consumidor Bairro de Holanda, Monte Sossego, Mindelo, São Vicente Tel (+238) 232 70 33 Email [email protected] www.adeco.cv

181

12.1.6 Principais bancos

Banco BAI Cabo Verde Edifício BAICENTER, R/C-Chã D`Areia, Praia, Santiago Tel (+238) 260 23 00 Email [email protected] www.bancobai.cv

Banco BIC Cabo Verde Edifício Ferreira Cars, 2º Piso, Achada Santo António, Praia, Santiago Tel (+ 238) 262 48 61 Email [email protected] www.bancobic.cv

Banco Caboverdiano de Negócios Avenida Amílcar Cabral, 97, Praia, Santiago Tel (+238) 260 49 20 Email [email protected] www.bcn.cv

Banco Comercial do Atlântico Praça Alexandre Albuquerque, C.P. 474, Praia, Santiago Tel (+238) 260 09 00 Email [email protected] www.bca.cv

Banco de Fomento Internacional Avenida São Vicente, 3, Palmarejo, Praia, Santiago Tel (+238) 260 40 90 Email [email protected] www.bfibank.com

Banco Interatlântico Avenida Cidade de Lisboa, C.P. 131-A, Praia, Santiago Tel (+238) 261 40 08 Email [email protected] www.bi.cv

Banco Montepio Geral Cabo Verde Rua da Comunicação Social, 1º Andar Esqº, Achada de Santo António, Praia, Santiago Tel (+238) 260 16 30 Email [email protected] www.bmgcv.cv

Banco Privado Internacional Edifício Millenium Challenge Account, Achada Santo António, Praia, Santiago Tel (+ 238) 260 51 00

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Caixa Económica de Cabo Verde Avenida Cidade de Lisboa, C.P. 199, Praia, Santiago Tel (+238) 260 36 00 Email [email protected] www.caixa.cv

Ecobank Cabo Verde Avenida Cidade de Lisboa - Várzea - C.P. 374/C, Praia, Santiago Tel (+238) 260 36 60 Email [email protected]

International Investment Bank Avenida Cidade de Lisboa, C.P. 35, Praia, Santiago Tel (+238) 260 26 26 Email [email protected]

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12.1.7 Meios de Comunicação

Órgãos de imprensa escrita

 A Nação – Praia, Santiago – generalista

– Praia, Santiago – generalista

– Praia, Santiago – generalista

 Notícias do Norte – Mindelo, São Vicente – generalista (apenas online)

 Santiago Magazine – Praia, Santiago – generalista (apenas online)

– Mindelo, São Vicente – generalista

 Artiletra – Mindelo, São Vicente – especializado (cultura e letras)

Estações de televisão (com emissão em canal aberto e produção local de conteúdos)

 TVC, Televisão de Cabo Verde – estação pública cabo-verdiana

 TIVER, Televisão Independente de Cabo Verde – estação privada cabo-verdiana (sem emitir à data de dezembro de 2019)

 Record TV Cabo Verde – estação afiliada da Record TV Brasil

 RTP África – canal internacional da Rádio Televisão Portuguesa dirigido aos PALOP

Estações de rádio

 Cidade 91.1 – rádio nacional

 Crioula FM – rádio nacional

 Morabeza Rádio – rádio local, Mindelo, São Vicente

 Praia FM – rádio local, Praia, Santiago

 Rádio Comercial – rádio nacional

 Rádio Nova, Emissora Cristã de Cabo Verde – rádio nacional

 Rádio Voz Ponta D’Água – rádio comunitária local, Praia, Santiago

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 RCV, Rádio de Cabo Verde – rádio pública de Cabo Verde

 RCV+, Rádio de Cabo Verde Jovem – rádio pública de Cabo Verde

 RDP África – canal internacional da Rádio Difusão Portuguesa dirigido aos PALOP

Agências de publicidade e marketing (e principais áreas de atuação)

B2G Cabo Verde – Design e Comunicação, Produção, Merchandising e Brindes Condomínio Copacabana, Piso O, Bloco A2, Fracção BS, C.P. 115, Mindelo, São Vicente Tel (+238) 231 08 88 Email [email protected] www.b2gtrading.com/cabo-verde/

Climar – Marketing e Tecnologias Avenida Abílio Duarte, Monte Sossego, Mindelo, São Vicente Tel (+238) 232 50 73 Email [email protected] www.facebook.com/climar.marketing.caboverde/

Cogent Tech Solutions – Marketing Digital, Soluções de Impressão Rua da Moeda, 12, Mindelo, São Vicente Tel (+238) 232 12 34 Email [email protected] www.cogent.cv

DBX – Publicidade, Design, Marketing Digital Bai Center 2º piso, Praia, Santiago Tel (+238) 261 72 03 Email [email protected] www.dbx.pt

Design Kriola – Publicidade, Marketing Palmarejo, Praia, Santiago Tel (+238) 261 38 33 Email [email protected] www.facebook.com/Design-Kriola

Dikor – Publicidade, Impressão, Sinalética Praia, Santiago Tel (+238) 262 27 00 Messenger m.me/285001318302070 www.facebook.com/pg/DIKOR

185

EME – Marketing, Eventos Rua da Ilha da Brava, Praia, Santiago Tel (+238) 261 49 15 Email [email protected] www.eme.cv

ExtractDesign – Publicidade, Design Tel (+49) 030 50 34 11 88 Email [email protected] www.extractdesign.com iDE!A – Marketing Digital, Design Avenida Santiago, 28, 5º Andar Direito, Palmarejo, Praia, Santiago Tel (+238) 356 14 53 Email [email protected] www.ideia.cv

Imprintis – Design Gráfico, Impressão Digital, Multimédia Rua de Lisboa, 27, Mindelo, São Vicente Tel (+238) 231 59 76 Email [email protected] www.imprintis.com

Kriolscope – Publicidade, Design, Produção Audiovisual Prédio do INPS 3ro A, Achada Santo Antonio, Praia, Santiago Tel (+238) 262 38 39 Email [email protected] www.facebook.com/kriolscope/

Lima Limão – Publicidade, Marketing Rua de Entre-os-Rios, 1, 1º andar, Achada Santo António, Praia, Santiago Tel (+238) 534 03 35 Email [email protected] www.limalimaoadvertising.com

Limon – Design, Web Design, Marketing, Publicidade, Ações Promocionais Palmarejo, Praia, Santiago Tel (+238) 262 25 14 Email [email protected] www.limoncv.com

Maianga – Comunicação, Publicidade, Marketing, Produção Audiovisual Tel (+351) 211 966 547 Email [email protected] http://www.maianga.com/

Rectângulo – Publicidade, Eventos , Praia, Santiago Tel (+238) 262 84 12 Email [email protected] www.newlookcv.com 186

Scientia – Marketing Digital, Web Design, Eventos Rua João Cesário de Lacerda 10, Praia, Santiago Tel (+238) 958 09 19 Email [email protected] www.scientiacv.com

12.1.8 Empresas de consultoria de estratégia operacional e marketing

Africa Business Consulting Rua da Caixa Económica, Fazenda, Praia, Santiago Tel (+238) 983 69 11 Email [email protected] https://www.facebook.com/abusinessconsulting/

BTOC Consulting Rua de Espanha, Edifício Odessa, 1º Andar, Achada Santo António, Praia, Santiago Tel (+238) 260 11 56 Email [email protected] www.btoc.com.pt

Competir Cabo Verde Condomínio Miramar, Bloco A, R/C Dto., Palmarejo Baixo, Praia, Santiago Tel (+238) 262 40 40 Email [email protected] www.competircv.cv

CREIA Avenida Cidade de Lisboa, Edifício Águia, 9º Piso, Praia, Santiago Tel (+238) 958 69 96 Email [email protected] www.creiaconsultores.com

INFINANCE Rua Vila do Tarrafal nº 14, R/C., Palmarejo, Praia, Santiago Tel (+238) 261 64 18 Email [email protected] www.infinance.cv

INOVE Cidadela, Praia, Santiago Tel (+238) 996 63 96 Email [email protected] www.inove.cv

187

LUX Consulting Centro Comercial Columbinho, Loja 12, Mindelo, São Vicente Tel (+238) 353 32 24 Email [email protected] www.luxconsultingcv.com

Mundi Consulting Avenida São Vicente, 4, 1º Esq., Palmarejo, Praia, Santiago Tel (+238) 973 20 90 Email [email protected] www.mundiconsulting.net

PD Consult Achada de Santo António, Praia, Santiago Tel (+238) 262 99 02 Email [email protected] www.pdconsult.cv

Prime Consulting Condomínio Miramar, Bloco A, R/C Dto, Palmarejo Baixo, Praia, Santiago Tel (+238) 262 40 40 Email [email protected] www.prime.cv

PwC Edifício BAI Center, Piso 2 Direito, Avenida Cidade de Lisboa, Praia, Santiago Tel (+238) 261 59 34 www.pwc.com

12.1.9 Aquisição de Documentação

INE-Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde Rua da Caixa Económica nº 18, C.P. 116, Fazenda, Praia, Santiago Tel (+238) 261 38 27 Email [email protected] www.ine.cv/publicacoes/

Direção-Geral das Alfândegas Avenida Amilcar Cabral, Praia, Santiago Tel (+238) 261 77 58 Email [email protected] www.mf.gov.cv/web/dnre

Contatos das alfândegas e delegações aduaneiras: www.mf.gov.cv/web/dnre//contactos

188

12.1.10 Companhias de transporte com o Brasil

12.1.10.1 Marítimas

À data de dezembro de 2019 não existe ligação marítima direta regular entre Brasil e Cabo Verde.

As rotas através de país terceiro com maior frequência entre os dois países envolvem passagem por Portugal.

Linhas de navegação entre Brasil e Portugal (poderá sofrer alterações):

Tabela 81 - Linhas de navegação entre Brasil e Portugal Porto Agente Linha Periodicidade Serviço Burmester & Stüve - Navegação, Fortaleza Intermarine Mensal Convencional S.A. CMA CGM Portugal - Agentes de Fortaleza CMA CGM Semanal Contentores Navegação, S.A. M.S.C. - Mediterranean Shipping M.S.C.- Mediterranean Fortaleza Semanal Contentores Company (Portugal), S.A. Shipping Company M.S.C. - Mediterranean Shipping M.S.C.- Mediterranean Itaguaí Semanal Contentores Company (Portugal), S.A. Shipping Company M.S.C. - Mediterranean Shipping M.S.C.- Mediterranean Itajaí Semanal Contentores Company (Portugal), S.A. Shipping Company Safmarine Portugal - Agentes de Itajaí Safmarine Semanal Contentores Navegação, Lda CMA CGM Portugal - Agentes de Itapoá CMA CGM Semanal Contentores Navegação, S.A. Itapoá Garland Navegação, Lda. Hamburg Süd Semanal Contentores M.S.C. - Mediterranean Shipping M.S.C.- Mediterranean Itapoá Semanal Contentores Company (Portugal), S.A. Shipping Company ZIM Integrated Shipping Itapoá Pinto Basto Navegação, Lda Semanal Contentores Services, Ltd CMA CGM Portugal - Agentes de Manaus CMA CGM Semanal Contentores Navegação, S.A. Manaus Garland Navegação, Lda. Hamburg Süd Semanal Contentores M.S.C. - Mediterranean Shipping M.S.C.- Mediterranean Manaus Semanal Contentores Company (Portugal), S.A. Shipping Company

189

Tabela 82 - Linhas de navegação entre Portugal e Cabo Verde (poderá sofrer alterações)

Porto Agente Linha Periodicidade Serviço

Navex - Empresa Transinsular Central Boa Vista Portuguesa de Semanal Contentores Line Navegação, S.A.

Navex - Empresa Contentores e Carga Boa Vista Portuguesa de Vieira & Silveira, S.A. Quinzenal Geral Navegação, S.A.

Portmar – Contentores e Boa Vista Agência de PCI - Guiver Quinzenal Convencional Navegação, Lda.

Transinsular - Boa Vista Agente de Barlavento Expresso Quinzenal Contentores Navegação, Lda.

M.S.C. - Mediterranean M.S.C.- Mindelo Shipping Mediterranean Semanal Contentores Company Shipping Company (Portugal), S.A.

Navex - Empresa Transinsular Central Mindelo Portuguesa de Semanal Contentores Line Navegação, S.A.

Safmarine Portugal - Mindelo Safmarine Semanal Contentores Agentes de Navegação, Lda

Transinsular - Mindelo Agente de África Expresso 10 em 10 Dias Contentores Navegação, Lda.

Portmar – Contentores e Mindelo Agência de PCI - Guiver Quinzenal Convencional Navegação, Lda.

M.S.C. - Mediterranean M.S.C.- Praia Shipping Mediterranean Semanal Contentores Company Shipping Company (Portugal), S.A.

190

Porto Agente Linha Periodicidade Serviço

Navex - Empresa Transinsular Central Praia Portuguesa de Semanal Contentores Line Navegação, S.A.

Portmar – Contentores e Praia Agência de PCI - Guiver Quinzenal Convencional Navegação, Lda.

Safmarine Portugal - Praia Safmarine Semanal Contentores Agentes de Navegação, Lda

Transinsular - Praia Agente de África Expresso 10 em 10 Dias Contentores Navegação, Lda.

Navex - Empresa Transinsular Central Sal Portuguesa de Semanal Contentores Line Navegação, S.A.

Navex - Empresa Contentores e Carga Sal Portuguesa de Vieira & Silveira, S.A. Quinzenal Geral Navegação, S.A.

Portmar – Contentores e Sal Agência de PCI - Guiver Quinzenal Convencional Navegação, Lda.

Transinsular - Sal Agente de Barlavento Expresso Quinzenal Contentores Navegação, Lda.

Contatos dos agentes de navegação mencionados:

Burmester & Stuve Navegação Pedido de cotação (ligação) Contatos (ligação) em Portugal

CMA CGM Pedido de cotação Contatos no Brasil Contatos em Cabo Verde Contatos em Portugal

Garland Navegação Pedido de cotação

191

Contatos em Portugal

MSC Pedido de cotação Contatos no Brasil Contatos em Portugal

Navex Pedido de cotação Contatos em Cabo Verde Contatos em Portugal

Pinto Basto Navegação Pedido de cotação Contatos em Portugal

Portmar Pedido de cotação Contatos em Portugal

Safmarine Pedido de cotação Contatos no Brasil Contatos em Portugal

Transinsular Pedido de cotação Contatos em Portugal

Outras possibilidades de agenciamento:

Boluda Pedido de cotação Contatos em Cabo Verde e Portugal

GoShippingCV Pedido de cotação Contatos em Cabo Verde

Grupo Sousa (GS Lines) Pedido de cotação Contatos no Brasil, Cabo Verde e Portugal

Hamburg Sud Pedido de cotação Contatos no Brasil Contatos em Portugal

Maersk Pedido de cotação 192

Contatos no Brasil Contatos em Cabo Verde Contatos em Portugal

Rangel Pedido de cotação Contatos no Brasil Contatos em Cabo Verde Contatos em Portugal

12.1.10.2 Aéreas

Tabela 83 - Ligações diretas regulares entre Brasil e Cabo Verde (à data de dezembro de 2019) Tempo Frequência ENTRE aproximado de Companhia Aérea Semanal voo Fortaleza Sal 4x 3h45m Cabo Verde Airlines Recife Sal 4x 4h00m Cabo Verde Airlines Salvador Sal 3x 4h50m Cabo Verde Airlines Porto Alegre Sal 2x 7h30m Cabo Verde Airlines

Tabela 84 - Ligações regulares alternativas com escala em Lisboa, Portugal (à data de dezembro de 2019) BRASIL -> LISBOA LISBOA -> CABO VERDE Companhia Companhia Aeroporto Aeroporto Aérea Aérea Belém TAP Portugal Cabo Verde Airlines Praia, Santiago Belo Horizonte- TAP Portugal TAP Portugal Confins Brasília TAP Portugal Cabo Verde Sal Airlines Campinas Azul TAP Portugal Fortaleza TAP Portugal São Vicente TAP Portugal Maceió (após TAP Portugal 10/2020) Natal TAP Portugal Porto Alegre TAP Portugal Recife TAP Portugal Rio de Janeiro- TAP Portugal Galeão Salvador TAP Portugal São Paulo- LATAM Guarulhos TAP Portugal

193

Tabela 85 - Ligações regulares alternativas com escala em Casablanca, Marrocos (à data de dezembro de 2019) BRASIL -> CASABLANCA CASABLANCA -> CABO VERDE Aeroporto Companhia Aérea Aeroporto Companhia Aérea Rio de Janeiro- Royal Air Maroc Royal Air Maroc Praia, Santiago Galeão São Paulo-Guarulhos Royal Air Maroc Sal Royal Air Maroc

Contatos das companhias mencionadas

Cabo Verde Airlines Reservas (ligação) Contatos: Brasil / Fortaleza - 85 2180 9038 Brasil / Salvador - 71 4042 2838 Brasil / Recife - 81 4042 2978 Cabo Verde - (+238) 350 01 50

Azul Reservas Contatos: Capitais e regiões metropolitanas - 4003 1118 Demais localidades - 0800 997 1118

LATAM Reservas Contatos: Capitais e regiões metropolitanas - 4002 5700 Demais localidades - 0300 570 5700

Royal Air Maroc Reservas Contatos: Brasil (ligação) Cabo Verde (ligação)

TAP Portugal Reservas Contatos: Brasil - 0800 022 3743 Cabo Verde – (+238) 241 36 77

Aéreas (serviço exclusivamente cargo)

À data de dezembro de 2019, não existe ligação direta regular para Cabo Verde de serviço por 194

meio de aviões de carga, seja a partir do Brasil seja de outra origem.

Tabela 86 - Ligações indiretas a partir de aeroporto no noroeste de África, com ligação posterior a Cabo Verde por meio de linha de passageiros: ENTRE Companhia Aérea Campinas Dakar, Senegal São Paulo - Guarulhos Dakar, Senegal Lufthansa Cargo São Paulo - Guarulhos Lagos, Nigéria Ethiopian Air Lines Cargo

Contatos das companhias mencionadas

Ethiopian Air Lines Cargo Pedido de cotação Contato no Brasil: Tel 11 991 922 337 Email [email protected]

Lufthansa Cargo Pedido de cotação Contato (ligação) no Brasil

12.1.11 Supervisão de Embarques

Global Shipping Services Marine Surveyors Avenida Oeiras, H19, Monte Sossego, Mindelo, São Vicente Tel (+238) 991 59 83 https://lizardojoao.wixsite.com/gssmarine-surveyor/services

Group 3A P.O. Box 85, Dakar, Senegal Email [email protected] www.group3a.com

Intercontinental Cabo Verde Rua Senador Vera Cruz, C.P. 442, Mindelo, São Vicente Tel (+238) 231 39 49 Email [email protected] www.intercontinentalcaboverde.cv

195

12.1.12 Fluxo operacional

Figura 2

196

12.1.13 Informações sobre fretes

Fretes marítimos

Para informações específicas e atualizadas sobre fretes marítimos, os empresários brasileiros interessados deverão dirigir consulta às empresas de transportes marítimos relacionadas no Anexo I-10.

Fretes aéreos

Para informações específicas e atualizadas, os empresários deverão dirigir consulta à seção de carga das companhias aéreas relacionadas no Anexo I-10.

12.1.14 Comunicações: Tarifas

Em Cabo Verde estão regulados os seguintes operadores de telecomunicações:

Telefonia fixa: CVMultimedia CVTelecom Unitel T+

Telefonia móvel: CVMóvel Unitel T+

Internet: CVMóvel CVMultimédia Unitel T+

Conforme o operador e o serviço ou pacote de serviços contratado, a tarifa das comunicações telefônicas para o Brasil varia entre 20CVE (0,18€) e 109CVE (0,99€) por minuto.

Em Cabo Verde, estão regulados os seguintes operadores de serviços postais: Correios de Cabo Verde (ligação, com simulador de preços e tempos de entrega) DHL Express Cabo Verde Praia Express (UPS) Rangel Os preços variam de acordo com o peso do artigo e rapidez de envio pretendida. 197

12.1.15 Informações Práticas

12.1.15.1 Moeda

A unidade monetária de Cabo Verde é o escudo cabo-verdiano (CVE).

O escudo cabo-verdiano está indexado ao euro. A paridade fixa é de 1€ = 110,265 CVE.

À data de 31/12/2019, 100 CVE valiam:

0,90 EUR 1,01 USD 4,09 BRL

As notas em circulação têm as seguintes denominações: 200, 500, 1 000, 2 000 e 5 000 escudos. As moedas têm os valores de 1, 5, 10, 20, 50 e 100 escudos.

12.1.15.2 Pesos e medidas

Sistema Internacional de Unidades (sistema métrico)

12.1.15.3 Comunicações

Cabo Verde possui sistema de telecomunicações e de comunicação postal moderno e evoluído. As comunicações com o Brasil são fáceis e acessíveis.

O código de acesso telefônico ao país é +238. Todos os números de telefone fixos e celulares têm sete dígitos. No caso da telefonia fixa, os três primeiros dígitos identificam a ilha:

Boa Vista – 251 e 252 Brava – 285 Fogo – 281 a 284 Maio – 255 e 256 Sal – 241 e 242 Santiago – 260 a 269, e 271 a 273 Santo Antão – 221 a 227 São Nicolau – 235 a 238 São Vicente – 230 a 232

198

12.1.15.4 Feriados

Feriados nacionais: Ano Novo – 1 de janeiro Dia da Liberdade e Democracia – 13 de janeiro Dia da Nacionalidade e dos Heróis Nacionais – 20 de janeiro Sexta-feira Santa Páscoa Dia do Trabalhador – 1 de maio Dia Mundial da Criança – 1 de junho Dia da Independência Nacional – 5 de julho Dia da Assunção – 15 de agosto Dia de Todos os Santos – 1 de novembro Natal – 25 de dezembro

12.1.15.5 Fuso horário

UTC -1 Não existe hora de verão. Em Cabo Verde, são mais duas horas do que em Brasília.

12.1.15.6 Horário comercial

Regra geral, praticam-se os seguintes horários, podendo, contudo, haver variações:

Serviços públicos, de segunda-feira a sexta-feira das, 8h às 16h.

Bancos, de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 15h.

Comércio, de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 13h e das 15h às 19h, e sábado, das 9h às 13h.

12.1.15.7 Corrente elétrica

Tensão elétrica 220 V Frequência: 50 Hz Tomadas europeias (2 pinos)

12.1.15.8 Períodos recomendados para viagem

O clima de Cabo Verde é tropical seco, com chuvas pouco frequentes ao longo do ano. Existe estação seca (novembro a julho) e estação úmida (agosto a outubro).

Os períodos habituais de férias em Cabo Verde são as datas próximas do feriado de 5 de julho,

199

o mês de agosto e o período do natal, a partir de 20 de dezembro até o ano novo.

Nos meses de verão na Europa, principalmente em julho e agosto, existe maior afluência de turistas europeus, com repercussões em nível de disponibilidade hoteleira.

12.1.15.9 Visto de entrada

Desde fevereiro de 2020, os viajantes brasileiros estão isentos de visto para entrar em Cabo Verde para estadas de até 30 dias.

Precisam, contudo, além de apresentar passaporte válido por pelo menos seis meses a contar da data de entrada no país, realizar pré-registro e pagar taxa para visitar o arquipélago, que assume a forma de Taxa de Segurança Aeroportuária (TSA).

Nos voos internacionais, a TSA tem um valor de 3.400 escudos cabo-verdianos (cerca de 31 euros) e é cobrada no ato de realização do pré-registro, o qual é efetuado na plataforma online EASE (ligação).

O pré-registro consiste no preenchimento dos dados do passaporte e da viagem (voos, datas de entrada e saída e alojamento), e deverá ser efetuado até 5 dias antes da data de início da viagem para Cabo Verde.

Para estadas superiores a 30 dias, é necessária a obtenção de visto. Os procedimentos podem ser consultados na seguinte ligação: tipos de vistos para Cabo Verde

12.1.15.10 Vacinas

Para entrada no país, os cidadãos brasileiros devem apresentar comprovativo de vacinação contra a febre amarela.

12.1.15.11 Alfândega e câmbio

Obrigatoriedade de declaração de valores superiores a USD 10.000 (ou seu equivalente em outra moeda) na entrada e saída do país.

200

12.1.15.12 Hotéis de categoria média e superior na Praia

Hotel Cesaria Reservas (ligação) Tel (+238) 261 65 56 Email [email protected]

Hotel Oásis Praiamar Reservas (ligação) Tel (+238) 260 84 40 Email [email protected]

Hotel Pérola Reservas (ligação) Tel (+238) 260 14 40 Email [email protected]

Boutique Hotel Pescador Reservas (ligação) Tel (+238) 260 21 30 Email [email protected]

Hotel Pestana Trópico Reservas (ligação) Tel (+238) 261 42 00 Email [email protected]

Hotel Praia Confort Reservas (ligação) Tel (+238) 260 02 00 Email [email protected]

Boutique Hotel Praia Maria Reservas (ligação) Tel (+238) 262 20 99 Email [email protected]

Hotel Santiago Praia Reservas (ligação) Tel (+238) 260 49 80 Email [email protected]

201

Sol Hotel Reservas (ligação) Tel (+238) 262 21 88 Email [email protected]

VIP Praia Hotel Reservas (ligação) Tel (+238) 260 32 80 Email [email protected]

202

12.2 Bibliografia

Principais fontes e publicações consultadas para a elaboração do estudo (locais, internacionais e brasileiras).

Fontes em Cabo Verde (ligações)

AAC, Agência de Aviação Civil ANAS, Agência Nacional de Água e Saneamento ARAP, Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas ARME, Agência Reguladora Multissectorial da Economia ASA, Aeroportos e Segurança Aérea BCV Cabo Verde Airlines Cabo Verde TradeInvest (Agência de Cabo Verde para o Investimento) Câmara de Comércio Barlavento Câmara de Comércio Sotavento Câmara de Turismo de Cabo Verde CERMI, Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial CV Interilhas (Empresa de ligação marítima entre ilhas) Direção Geral das Alfândegas ECV, Estradas de Cabo Verde ENAPOR, Portos de Cabo Verde FIC, Feiras e Eventos Empresariais Governo de Cabo Verde (Sítio oficial) IDCVE, Infraestrutura de Dados Espaciais de Cabo Verde IGQPI, Instituto de Gestão da Qualidade e Propriedade Intelectual IMAR, Instituto do Mar INCV, Imprensa Nacional de Cabo Verde (Legislação diversa) INE, Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde Porton Di Nos Ilhas (Plataforma de governação eletrônica de Cabo Verde) SIA, Sistema de Informação Ambiental SISP, Sociedade Interbancária e Sistemas de Pagamento Turismo de Cabo Verde (Sítio oficial)

Fontes no Brasil

ABC, Agência Brasileira de Cooperação Embaixada do Brasil em Cabo Verde Invest & Export Brasil Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ministério da Economia Ministério das Relações Exteriores SISCOMEX, Sistemas de Comércio Exterior

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Fontes Internacionais

AGOA, African Growth and Opportunity Act (Acordo Comercial África – Estados Unidos) AICEP, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal Banco Africano de Desenvolvimento Banco Mundial CEDEAO, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental Comissão Europeia (Órgão executivo da União Europeia) CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ICEX, España Exportación e Inversiones InfraCo Africa (Fundo de desenvolvimento de infraestruturas) ITC, International Trade Center OMC, Organização Mundial do Comércio ONU, Organização das Nações Unidas Open Data for Africa (Portal de dados)

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