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OS$8 'DS3 •'• VH1NID i o'Í PLANTA D O REAL PALÁCIO DE CINTR 8 — Sala de D. Sebastião, do Con- 21 — Sala das Colunas ou selho ou da Audiência de Alonso V 9 » das Pegas 22 —Terreiro de Meca 10 » de Jantar ou dos Leões 23 — Passagem para a Sala dos 11 » das Sereias, da Galé Brasões AÃ e BB—Corpo manoelino (Apo- ou Camará do Ouro 25 —Prisão de Afonso VI sentos de Maria Pia e D. Luís) 12 Casa de trinchar 29 —Pátio da Carranca 1 — Porta principal 13 Sala da Coroa 30— Sala dos Árabes 2 —Pátio d'entrada 14 Passagem 31 — Pátio do Esguicho ou Central 3 —Escuda exterior 15 Pátio de Diana 32 — Tanque dos cisnes 4 —Sala d'entrada 16 » do LeSo 36 — Coro da capela 5— » dos archeiros 17 Sala das Galés 37 — Capela 6— » dos reposteiros e do 18 Terraço 38 — Sacristia porteiro da cana 19 Jardim de Lindarala 39 —Tribuna Real 7 — » dos cisnes 20 Pátio dos Tanqulnhos 41 — Cosínhas BRASÃO DE CINTRA MONUMENTOS DE PORTUGAL Coleção de Vulgarlsação Artisticó-Monumental sob o alto patrocínio da ASSOCIAÇÃO DOS ARQUEÓLOGOS PORTUGUESES E DO CONSELHO NACIONAL DE TURISMO OBRA LOUVADA PELO MINISTÉRIO DA INSTRUÇÃO N.°7 NUNO CATHARINO CARDOSO Premiado com a Medalha de Ouro na Exposição Internacional do Rio de Janeiro (1922) e Oficial da Ordem Militar de S. Tiago da Espada ClNTRfí Noticia Historicó-Arqueológica e Artística do Paço da Vila, do Palácio da Pena e do Castelo dos Mouros ?^''. Fotografias de Alvão & Ca Capa de Amoroso Lopes Desenhos e tarjas de Manoel Abella y Fernandez Reproduções de O Paço de Cintra, do Conde de Sabugosa 1930 Litografia Nacional—Edições PORTO CINTRA ENCANTADORA e bela Vila de Cintra, «retiro sau- dosissimo onde se esquecem máguas», no dizer feliz e inspirado de Qarrett, «Éden Glorioso», que Byron enalteceu no Child Harold e Luisa Sigea, dama ilustre da famosa corte da Infanta D. Maria, também memorou num poema latino, oferecido ao Papa Paulo III, e que é, segundo afirma Gil Vicente, um verdadeiro Jardim do Paraíso Terreal Que Salomão mandou A um rei de Portugal, dista apenas vinte e oito quilómetros de Lisboa, percurso que, realisado em comboio, pôde ser feito em meia hora. Justamente considerada por nacionais e por estrangeiros como uma das mais aprasiveis regiões do mundo, Cintra é, incon- testavelmente, quer de verão, quer de inverno, sempre linda. Povoação muito antiga, a Vila de Cintra foi conquistada MINISTÉRIO OA JUSTIÇA E NI6QWS DEPARTAMENTO DE IMPRENSA definitivamente aos mouros em 1147, por D. Afonso Henriques, e BIBLIOTECA teria sido habitada, primitivamente, por túrdulos e gregos, a dar crédito a informações cuja fonte não me parece bastante autorizada. NUMERO PATA Na Geografia Nubiense, escrita pelo Xerife Eldrisi, dedi- *; cada a Rogério Rei da Sicília, que viveu em 1090, ha referencias de Cintra, ao contrário do que afirmam alguns autores, deve ter a esta localidade a que então se chamava Sentra ou Chentra ('). sido efectuada depois da tomada de Lisboa aos mouros, também em 1147. o No tempo dos romanos fazia parte dos Campos Olisiponenses e usufrúia, por essa razão, segundo assevera Plínio, os direitos de município romano, de que igualmente gosavam os habitantes f 8 J -^ -f-z. 4— de Lisboa, única cidade da Lusitânia que tinha tal privilégio. Da dominação romana e goda ficaram bem poucos vestí- gios em Cintra e seus arredores. Nas faldas da serra de Cintra houve, segundo consta, um templo dedicado ao Sol e á Lua, cuja inscrição resava assim : Soll et Lunse -f -f f Cosclus Acedlus Perenis Leg. Aug. Pró. Prov. Lusit f -p An. XXXVIII. O primeiro foral de Cintra data de 9 de Janeiro de 1154, Siglas do Paço de Cintra o qual foi confirmado em 1189 por D. Sancho I, o povoador, e Conquistada aos mouros em 1093, por Afonso IV de Castela, Cintra reformado por D. Manuel I, em 1514. cahiu de novo em poder destes, até que, em 1109, a retomou o Na Camará Municipal de Cintra, que é de estilo neó-manue- Conde D. Henrique de Borgonha. lino, existe uma cópia iluminada deste foral, cujo original foi escri- Da rebelião dos mouros contra a soberania do Conde pto em pergaminho. D. Henrique fala, nestes termos, a História dos Godos: Em 1472 foi concedido aos «Et paulo post primo sequente circiter anno cum Cintra oficiais e homens «boons» da Vila defecisset, audita morte regis Alfonsi, recuperata est a comité de Cascais o traslado do referido Henrico regis género et patri Alfonsi primi regis Portugalia:». foral, o qual pagou oitenta reis e Mandada reedificar por D. Afonso Henriques, a conquista foi feito por «Rui lopes». Azulejos do Paço de Cintra A Vila de Cintra compreendia, então, apenas trinta casais, (i) Vide Vestígios da língua arábica em Portugal, por Frei João de sendo os seus limites, como é natural, diferentes dos de hoje. Sousa, citado por Juronrenha na Cintra pinturesca e por António A. R. da Cunha, na nova edição do referido livro. Estes iam de Almosquer até á serra e por onde parte o 10 11 caminho publico que conduz a Cabrelas até á serra, águas verten- deste ultimo monarca, aplicada a Cintra, uma justa disposição: tes até ao Monte, e por onde parte o caminho que vai para Chi- não poder pessoa alguma habitar em mais do que uma casa. leiros, até ao rio Galamar. Cintra era habitada em 1154 por 30 Outros reis concederam também diversas regalias aos habi- moradores cristãos. tantes desta vila. Assim, D. Afonso III, por carta dada em Guima- O foral, acima aludido, estabelecia, como era de uso nessa rães em 2 de fevereiro de 1261, época, leis militares, criminais, impostos, alcaválas e meneios. quitou os moradores de Cintra Esse documento continha algumas curiosas disposições, tais de determinadas rendas que lhes como as que se referem ao dote que o noivo devia dar á noiva, eram impostas. e que era o seguinte: D. Afonso IV concedeu «Um par de sapatos ou cendalhas, uma structa, uma aos besteiros do Couto de Cintra Azulejos do Paço de Cintra pele, um manto, e trinta soldos, dote que o noivo o privilégio de não pagarem certos impostos, exceto para fazimento perdia quando desmanchasse o casamento e lhe era e refazimento dos muros. entregue se fosse a noiva que não quizesse casar». D. João I concedeu á Camará de Cintra o privilégio de Outras disposições eram deste teor: poder dispor de certos empregos, se eles anteriormente estivessem «As viuvas, emquanto se conservassem nesse estado, sob sua alçada. gosavam dos mesmos direitos e honras que, em vida, D. Duarte, pela graça de Deus, rei de Portugal e dos Algarves tinham seus maridos». e de «Cepta», encantado com «os mui boos ares e aguas e as mui «Concedia aos soldados que pelejassem pela fé, que espaçadas vistas dos Paços de Cintra», também concedeu a esta não fossem tão longe que não podessem vir pernoitar ^y Vila, por Carta datada de 24 de Julho de 1436, a casa, exceto se se tratasse de lutas com os mouros». F "varias regalias, o que comprova o apreço em que «Multava o marido que não prezasse a honra e a I^S a tinha. fama de sua mulher, e estabelecia os seguintes im- I J D. João II seguiu o exemplo de seu pai, postos: o caçador que matasse a tiro ou a laço um favorecendo com várias disposições os moradores veado, pagava meio lombo; o de porco, um costado; Sigla gótica do de Cjnt tais como a que perrnitja cortarem lenha canteiro executor o de coelhos, três com as suas peles, em cada ano». do repuxo da vila nas matas para fazerem a festa do Espirito Santo, D. Fernando, o formoso e inconstante, e D. João I confir- de Cintra D Manuel I acrescentou os privilégios dados maram os antigos privilégios da Vila de Cintra, o que também aos moradores desta ridente Vila que ajudassem nas obras dos sucedeu com D. Afonso V, o qual deu licença aos moradores para Paços, prerrogativas que foram respeitadas pelos seus sucesores, que corressem os lobos uma vez por ano. É ainda do reinado incluindo os Filipes, e confirmou o alvará d'El-Rei D. João II, feito 12 13 em Santarém em 27 de Maio de 1484, concedendo licença para valor poético exalto no meu Cancioneiro da Musa Regia (S. Paulo- a referida festa do Espirito Santo (') se realisar em Cintra na Brasil), figuravam os padroados, alcaidarias, colheitas, direitos, etc. Sala dos Infantes e poder ser cortada toda a lenha que fosse Por escritura lavrada em 9 de junho de 1345, a qual foi necessária para esse efeito. assinada pelos comendadores que sabiam escrever, a Rainha Por Carta datada de 1497 D. Manoel confirmou o privilégio D. Brites fez escambo dos_bens que que tinha a Vila de Cintra, dado por D. Afonso V, em 1460, para possuía na Ega e Torre da Murta com que a feira durasse cinco dias, principiando dois dias antes do dia os que a Ordem de Cristo tinha em de Santo António e findando dois dias depois, e concedeu grandes Cintra, devolvidos dos Templários. regalias e liberdades aos que a ela fossem, não sendo presos nem Alem destas doações, muitas demandados pelos malefícios que tivessem cometido. outras foram feitas nos primeiros tem- D. João III, por licença datada de Évora, em 15 de novembro pos da monarquia á Ordem de milí- de 1535, permitia que a Camará de Cintra desse bodo no dia de cias e corporações. Corpus Christi, como era de costume ime- Entre estas doações figura a morial, aplicando uma quarta parte das esmo- datada da era de 1190, ano de Cristo las que tirassem para a fábrica das freguesias.