Melhores Seleções Brasileiras De Todos Os Tempos, As
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Seleção Brasileira de Futebol - História I. Título. 09-13007 CDD-796.3340981 Índices para catálogo sistemático: 1. Seleção Brasileira de Futebol : História 796.3340981 2014 EDITORA CONTEXTO Diretor editorial: Jaime Pinsky Rua Dr. José Elias, 520 – Alto da Lapa 05083-030 – São Paulo – SP PABX: (11) 3832 5838 [email protected] www.editoracontexto.com.br Sumário O m elhor futebol do m undo 1958 • Rei põe o Brasil no mapa 1962 • Veteranos repetem a dose 1970 • Seleção faz história no México 1982 • Show termina sem taça 1994 • Pragmatismo conquista o tetra 2002 • Do caos à glória na Ásia Bibliografia O autor O melhor futebol do mundo Desde nossa derrota na final de 1950 – o “Maracanazo” –, o Brasil mudou muito. É quase outro país este que ganhou o direito de receber outra vez uma Copa do Mundo, a de 2014. População quatro vezes maior, economia fortalecida, menos gente na linha de pobreza, importância no cenário mundial... Parecemos próximos de realizar o sonho de “nação do futuro”. O Brasil conquistou, inclusive, a possibilidade de gastar bilhões com a construção de estádios, 12 novos Maracanãs, que lá no meio do século XX foi a única grande obra pública para receber o evento. Outros tempos. No futebol, o crescimento foi ainda mais radical e o país ganhou incontestável status de primeiro mundo da bola: sete finais de mundiais, cinco taças erguidas, alguns dos maiores craques da história, clubes que ganharam fama internacional e, principalmente, admiração de todos que acompanham o esporte mais popular do planeta. A maior derrota da história foi também o ponto de partida para a era das conquistas. Estamos mais confiantes no nosso futebol, não apenas pelos resultados dos últimos 50 anos, mas especialmente pela convincente conquista da Copa das Confederações em 2013, teste para a estrutura montada e ensaio para a torcida, orgulhosa de ter em casa a sua seleção de história tão rica. Afinal, dois técnicos campeões do mundo (Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira) foram chamados para comandar a campanha. E se já tivemos Pelé, Garrincha, Didi, Tostão, Rivellino, Zico, Sócrates, Romário, Ronaldo, Rivaldo encantando o mundo, na nova edição brasileira do Mundial, Neymar recebeu a missão de ser o virtuose. Ao receber no quintal de casa as melhores seleções e os grandes jogadores, fica mais instigante olhar para o passado e perceber como a excelência verde e amarela com a bola nos pés foi construída. Essa ideia deu origem ao trabalho que você encontrará nas páginas deste livro. Retratar as principais representantes da seleção mais vencedora do futebol. Em outras palavras, responder à pergunta: quais foram as melhores formações que a equipe brasileira já teve? À primeira vista, parece fácil, por tudo que já foi dito nas primeiras linhas desta introdução. No entanto, buscar excelência em meio ao que já é considerado a elite da modalidade escancara muitas e difíceis possibilidades. Mas para um apaixonado por futebol, o trabalho mostrou-se delicioso. Voltar às vitórias catárticas de 1958 e 2002, sonhar novamente com os gols feitos – e até os não feitos – da perfeita equipe de 1970 e ainda recuperar o econômico time de 1994 e também aquele de 1982, com qualidade de campeão, mas que não conseguiu a taça. Entretanto, quando o título começa com “melhor” ou “melhores”, é claro que a obra remete a escolhas, comparações. Sentir-se Feola, Aymoré Moreira, Zagallo, Parreira, Felipão tem seus encantos e desafios. O primeiro passo da nossa “comissão técnica” foi restringir o universo de escolhas às equipes que disputaram Copas do Mundo, o principal evento. A partir daí, basicamente foram adotados dois critérios: conquistas e qualidade técnica, que nem sempre caminham juntas quando o assunto é futebol. Das seis seleções retratadas no livro, pelo menos duas, em minha opinião, conseguiram unir o futebol bonito, de alta qualidade, à conquista do título. As equipes de 1958 e de 1970 foram campeãs jogando um futebol irrepreensível. O time de 1962 era praticamente o mesmo de quatro anos antes, mas, envelhecido, não teve o mesmo brilhantismo, como os próprios integrantes daquele grupo deixam claro no capítulo que trata da vitória no Chile. Se as taças de 1994 e 2002 não foram conseguidas com futebol espetacular, ganharam e somaram ao país os cinco títulos. Também contaram com participações decisivas de craques como Romário, Bebeto, Taffarel, Ronaldo, Rivaldo e Marcos, só para ficar nos principais. No entanto, nem todo grande time consegue vencer, entrando para a história pela qualidade apresentada em campo. Por isso, a seleção de 1982, derrotada na Espanha, tem um capítulo a ela dedicado – questão sempre polêmica, já que para muitos torcedores e especialistas time bom é o que vence. Nesse capítulo entra em ação, também, minha memória afetiva. Tive o privilégio de conhecer boa parte dos jogadores daquele grupo. Ele era formado por craques dentro e fora de campo. Provavelmente essa não será a única polêmica a surgir nas próximas páginas. Sempre haverá quem reclame da presença ou ausência desta ou daquela equipe, pelas mais diversas razões. Eu mesmo sinto falta de uma: a vice-campeã de 1950, no Maracanã. Não ficou com o título, mas entraria facilmente pelo critério de qualidade técnica. Só que, em debates com os editores do livro, concluímos que não poderíamos abrir um trabalho sobre as melhores seleções justamente com o maior fracasso do nosso futebol. Porque se aquele era um timaço, também pesa contra ele o fato de ter perdido em casa, diante de um público de 200 mil pessoas, quando era favoritíssimo. Escolhas feitas, começava a segunda fase: recolher o material. Foram muitas entrevistas, muitas histórias, muita conversa com essa gente que fez do futebol brasileiro o mais respeitado e vitorioso do mundo em todos os tempos. Das mensagens curtas e valiosas de Ronaldo e Pelé, passando por longas conversas com Carlos Alberto Parreira e Zagallo, contei com a participação direta ou indireta de várias gerações de craques com as mais diversas características. E dos mais diferentes pontos do planeta. Numa manhã qualquer lá estava eu abrindo minhas mensagens eletrônicas. Uma delas vinha de Moscou e pedia desculpas pela demora em responder algumas perguntas formuladas dias antes. – Meu Deus, o Zico me pedindo desculpas!!! – foi minha reação. Eu já estava feliz só de ter conseguido o e-mail do Galinho e poder mandar as perguntas. Ele concordar em responder era a consagração. E um dos maiores jogadores que vi atuar ainda me pedia desculpas???!!! A viagem pelo Brasil de primeiro mundo, que é o futebol das nossas seleções brasileiras, me proporcionou coisas assim. Agora convido você a embarcar neste passeio por este país internacional que está nas páginas seguintes. Se existe uma área em que os brasileiros se sentem cidadãos de um país desenvolvido, essa área é o futebol. E se você duvida, faça o teste: vá ao exterior e conte que é brasileiro. Os jogadores citados por qualquer estrangeiro podem até variar, mas certamente você ouvirá algum nome familiar, pois o futebol brasileiro é referência corrente nos mais diferentes cantos do globo. * * * * Por fim, antes de a bola rolar, agradeço a alguns dos maiores jogadores e técnicos brasileiros que pessoalmente, por telefone ou por mensagens eletrônicas generosamente concederam entrevistas: Djalma Santos, Zagallo, Pelé, Tostão, Carlos Alberto Torres, Zico, Falcão, Júnior, Batista, Carlos Alberto Parreira, Bebeto, Mauro Silva, Cafu, Marcos e Ronaldo. Há muitos outros depoimentos, retirados de programas de televisão, entrevistas a jornais e portais de internet, além de biografias publicadas em livros. Espero que você se divirta lendo como eu me diverti escrevendo! 1958 Suécia Organização ganha a prim eira Copa Como conquistar uma Copa do Mundo? Essa era a pergunta que os brasileiros se faziam às vésperas da disputa na Suécia, em 1958. Nem jogando em casa, em 1950, diante de 200 mil pessoas no Maracanã, a vitória tinha acontecido. Em 1954, na Suíça, outro fiasco. Não bastava ter craques como Pelé, Garrincha, Didi, Gilmar, Djalma Santos... A resposta veio com o empresário e dirigente Paulo Machado de Carvalho: planejamento, organização, trabalho em equipe e treinamento. Foi essa união de talento com a bola nos pés e um plano competente que levou a seleção brasileira a acabar com todos os fantasmas e conquistar pela primeira vez a Taça Jules Rimet. O luto de 1950 ainda pesava sobre o futebol nacional na Copa da Suíça, na qual, mais uma vez, faltou um projeto mais profissional. Djalma Santos estava lá e lembra bem como era o relacionamento com os dirigentes: – Eles nem ficavam com a gente. E quando vinham era para falar de patriotismo, de bandeira nacional. Uma coisa constrangedora, eles ficavam falando de Nossa Senhora – conta ele. Na Suíça, teve um jogo contra a Iugoslávia que podíamos empatar para conseguir a classificação. Mas os dirigentes não conheciam o regulamento e diziam que precisávamos ganhar.