澳門特別行政區 立法會會刊 Diário Da Assembleia Legislativa Da Região Administrativa Especial De Macau
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
澳門特別行政區 立法會會刊 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO ADMINISTRATIVA ESPECIAL DE MACAU 第三屆立法會 第三立法會期 (二零零七—二零零八) 第一組 第 III-97 期 III第� LEGISLATURA���� 3.ª SESSÃO第�� LEGISLATIVA��期(��� �(2007-2008) – ���� ) 第�� I Série 第 IIIN.º- 97III-97期 III LEGISLATURA 3a SESSÃO LEGISLATIVA(2007-2008) I SÉRIE N o III-97 Data: 12 de Junho de 2008 Único ponto: Discussão e votação na especialidade da proposta de lei intitulada “Combate ao crime de tráfico de pessoas”. Início da reunião: 15 horas Sumário: Intervenções no período de antes da Ordem do Dia dos Srs. Deputados Au Kam San, Tsui Wai Kwan, Ng Kuok Cheong, Termo da reunião: 17 horas e 05 minutos José Pereira Coutinho, Leong On Kei, Kwan Tsui Hang, Chan Meng Kam, Ung Choi Kun, Iong Weng Ian, Leong Iok Wa e Ieong Tou Local: Sala do Plenário do edifício da Assembleia Legislativa, sito Hong. A Proposta de Lei intitulada “Combate ao crime de tráfico de nos Aterros da Baía da Praia Grande, Praça da Assembleia pessoas” foi aprovada na especialidade. Legislativa. Acta: Presidente: Susana Chou Presidente: Srs. Deputados: Vice-Presidente: Lau Cheok Va Iniciemos a sessão plenária. Primeiro-Secretário: Leonel Alberto Alves Temos hoje 13 Srs. Deputados inscritos para usar da palavra no Segundo-Secretário: Kou Hoi In período de antes da Ordem do Dia. Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. Deputados presentes: Susana Chou, Lau Cheok Va, Leonel Alberto Alves, Kou Hoi In, Philip Xavier, Leong Heng Teng, Kwan Tsui Au Kam San: Obrigado Sr.ª Presidente. Hang, Chow Kam Fai David, Iong Weng Ian, Ng Kuok Cheong, Vitor Cheung Lup Kwan, Tsui Wai Kwan, Chan Chak Mo, Leong Caros colegas. Iok Wa, Cheang Chi Keong, Au Kam San, Ung Choi Kun, Lei Pui Lam, Lao Pun Lap, Ieong Tou Hong, José Maria Pereira Coutinho, Estamos no dia 12 de Junho. Precisamente há um mês e 33 Sam Chan Io, Leong On Kei, Chan Meng Kam e Lee Chong Cheng. minutos deu-se o catastrófico sismo de Sichuan. Aproveito esta minha intervenção Antes da Ordem do Dia para exprimir a minha Deputados ausentes: Fong Chi Keong, Ho Teng Iat, Chui Sai consternação para com todos os compatriotas sinistrados, fazendo Cheong e Chui Sai Peng. votos de que, com o apoio de todo o povo chinês, incluindo o dos compatriotas de Macau, tenham as suas casas reconstruídas quanto Convidados: antes, para o começar duma nova vida nova. Florinda Chan, Secretária para a Administração e Justiça; Cheong Weng Chun, Director dos Serviços de Assuntos de Justiça; António Marques da Silva, Assessor do Gabinete da Secretária para “Quem é nosso inimigo? Quem é nosso amigo?” Estas são as duas a Administração e Justiça; frases que dão início ao 4.º Volume da grande obra do Presidente José Luciano Correia de Oliveira, Assessor do Gabinete do Mao. De facto, trata-se de matéria essencial que deve ser encarada Secretário para a Segurança; com toda a seriedade. Iong Kuong Io, Vice-Presidente do Instituto de Acção Social; Leong Pou Yeng, Subdirectora, substituta, da DSAJ; A importação abusiva de mão-de-obra que hoje se vive em Macau Chan Man Tak, Subintendente do Corpo de Polícia de Segurança Pública; resulta na grave redução de oportunidades de emprego para os Chow Wai Kuong, Chefe do Departamento de Investigação Criminal; residentes e no agravamento das condições de trabalho. São muitos Ho Sok Han, Chefe do Departamento de Família e Comunidade. os locais de trabalho em que os trabalhadores se dividem em classes, 1.ª classe são os importados, 2.ª classe os clandestinos e 3.ª classe os Ordem do Dia: trabalhadores locais, um fenómeno resultante da manipulação da 2 澳門特別行政區立法會會刊—第一組 第 III - 97 期—2008 年 6 月 12 日 parte patronal detentora de muitas quotas de importação e com as trabalhadores de trezentas patacas por dia e manipulam-nos, costas quentes para se atrever a contratar elevadas quantidades de aproveitando-se do seu desconhecimento da lei de Macau e de não trabalhadores clandestinos. Essa classificação diz respeito apenas às saberem a quem recorrer para apresentar queixa. Os trabalhadores, oportunidades de emprego, não significa que os trabalhadores mesmo que inconformados, não têm grandes alternativas. Assim importados tenham estatuto superior ao dos outros, na realidade, percebe-se. Tendo mão-de-obra barata como esta, vão deixar de a tanto os importados como os clandestinos são vítimas de opressão. importar? Claro que vão sempre encontrar meios para despedir os trabalhadores locais. Porque é que alguns empregadores gostam de importar trabalhadores? Porque estes trabalhadores estão sempre à sua Os casos que referi passaram-se em Macau. Tratando-se de disposição, podem exigir-lhes, a seu bel-prazer, que trabalhem fora empresários sem escrúpulos, é natural que encontrem todos os de horas, bem como podem privá-los dos salários a que têm direito. métodos possíveis para assegurarem os seus lucros. Para além disso, O caso mais típico passou-se com um estabelecimento de comida tendo em conta que o Governo da RAEM só defende os interesses típica de Sichuan, com o seu pessoal de cozinha também proveniente dum grupo privilegiado, e se a isso se juntar a baixa eficácia do de Sichuan a auferir salários mensais da ordem das oito mil patacas. sistema judiciário de Macau, como é que Macau não pode ser o O empregador recorreu a todos os pretextos para lhes reduzir o paraíso dos empresários sem escrúpulos, e o inferno para os salário, por exemplo, baixas vendas, queixas dos clientes, erros, trabalhadores e para os empresários honestos e bons? louça partida, etc., tudo servia para descontar dos ordenados até ao cúmulo de, em vez de 8 mil patacas, chegarem a receber seiscentas. É verdade, todos sabemos, que em muitas empresas os Um dos empregados fugiu nessa mesma noite para Sichuan e quanto trabalhadores locais são humilhados pelas chefias não residentes, um aos seus colegas que não agiram tão rapidamente, viram os seus problema que tanto pode ter a ver com a moral das referidas chefias documentos de viagem confiscados pelo empregador, como forma como com o encorajamento e tolerância da entidade patronal. É de os impedir de fugirem. Isto nunca poderia acontecer com verdade que há uma pequena parte das chefias não residentes que trabalhadores locais, por isso, pode perceber-se porque é que os abusam do seu poder, mas acredito que o mesmo acontecerá com os empregadores preferem importar mão-de-obra e recorrem a todos os trabalhadores locais, por isso é que não devem afastar os não pretextos para despedir os trabalhadores locais. residentes. De facto, com o objectivo de obrigar os trabalhadores locais a abandonarem os seus empregos para poderem importar mais No ano passado, a Polícia Judiciária descobriu dois casos de mão-de-obra, as chefias não residentes são toleradas ou encorajadas ameaça e extorsão cujas vítimas eram trabalhadores importados. A a oprimir os trabalhadores locais. lei prevê um salário mínimo de quatrocentas patacas por dia e a garantia de vinte e seis dias de trabalho por mês para os operários Os trabalhadores não residentes são nossos compatriotas, na sua importados que trabalham no sector da construção civil, condições maioria simpáticos e diligentes, normalmente são oprimidos e mais fundamentais para a autorização de importação de trabalhadores para maltratados do que os trabalhadores locais. Deixam a sua terra natal, aquele sector. A parte patronal deposita mensalmente o montante do não estão familiarizados nem com o local nem com as pessoas, e salário nas contas dos trabalhadores, para comprovar que as normas quando se deparam com problemas, ninguém responde aos seus são cumpridas. Mas no caso referido, depois dos trabalhadores pedidos. Quanto mais oprimidos são, mais baixos os custos de levantarem o salário, a entidade ameaçou-os de despedimento, caso importação, maior a atracção da importação, e mais repelidos são os não devolvessem parte do salário, cerca de duzentas patacas por dia. trabalhadores locais. Os trabalhadores sabiam muito bem que isso era irracional mas, caso não o fizessem, seriam despedidos e perdiam ainda as restantes Os trabalhadores têm de saber bem “Quem é nosso inimigo? duzentas e cinquenta patacas por dia, bem como as diversas despesas Quem é nosso amigo?”. De facto, os trabalhadores não residentes relacionadas com a sua colocação em Macau, cerca de dez mil de também são oprimidos, os empresários desonestos aproveitam-se patacas. Assim, não tiveram outra alternativa que não fosse obedecer. deles para oprimirem os trabalhadores locais, para reduzirem o seu Contudo, um deles não se conformou e participou o caso à polícia, espaço de sobrevivência, assim, também estes sofrem de opressão e que depois das respectivas investigações desvendou o caso, que foi os culpados são esses empresários desonestos, detentores de regalias encaminhado para o tribunal. Devido à baixa eficácia do sistema especiais, e não os trabalhadores não residentes. Também devem ser judiciário de Macau, o empregador envolvido num desses casos imputadas responsabilidades às erradas políticas de importação de despediu os trabalhadores importados em questão, depois de ter sido mão-de-obra, às políticas desequilibradas, adoptadas apenas para os libertado após pagamento da devida caução, e quando esses detentores de regalias especiais, e ao sistema político desactualizado, trabalhadores iam sair de Macau, disse-lhes: “Aguardem pelo com um sistema eleitoral que protege apenas os interesses dum julgamento, porque até lá, não vão ver nem uma pataca. Até acabar o pequeno grupo de detentores de regalias especiais. julgamento, vão ser necessários, no mínimo, três anos, e no máximo... olhem, nessa altura já vocês deixaram Macau, o que mais Por último, há ainda a salientar, porque é que se faz alarde de que é que poderiam fazer!!!” a importação de mão-de-obra é ilimitada? Porque é que se pretende interferir na elaboração da lei sobre a regulamentação de Os empresários sem escrúpulos retiraram os devidos ensinamentos trabalhadores não residentes? Tudo isto tem apenas a ver com o da situação e ajustaram os métodos, isto é, quando o trabalhador lucro.