Brad Mehldau Kevin Hays 21:00 Sala Suggia
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24 FEV | 2013 BRAD MEHLDAU KEVIN HAYS 21:00 SALA SUGGIA Brad Mehldau piano Kevin Hays piano Amigos e colegas desde que chegaram ao meio jazzísti‑ para manter o arranjo no espírito da música que o rodeia co de Nova Iorque no final dos anos 80, Brad Mehldau e neste projecto. Quisemos também incluir uma peça ori‑ Kevin Hays há muito tinham vontade de trabalhar jun‑ ginal de cada um, então eu escrevi Modern Music, e Brad tos. Ambos ganharam destaque no início da década de 90 e Kevin trouxeram composições pré ‑existentes – Unrequi- em diferentes configurações do quarteto de Joshua Red‑ ted e Elegia, ambas melodias belíssimas com progressões man, antes de se lançarem em bem ‑sucedidas carreiras harmónicas encantadoras.» Seriam ainda acrescentados a solo como intérpretes e líderes. Depois de regressar a mais originais de Zimmerli: Crazy Quilt, Generatrix e Celtic Nova Iorque, após uma temporada no Novo México, Ke‑ Folk Melody. vin Hays levou um piano eléctrico para casa de Mehldau Hays acrescenta: «A música de Patrick é fortemente es‑ e aí começaram a trabalhar em conjunto. truturada; os solos têm geralmente uma extensão determi‑ Patrick Zimmerli, um amigo comum, cresceu em West nada, mas nós esticámo ‑los um pouco. O desenvolvimento Hartford, Connecticut, onde tocou saxofone no mesmo acontece mais através da improvisação na peça do Brad e na programa de jazz da escola secundária que Mehldau, minha; são como ‘lead sheets’ (partituras guia que determi‑ dois anos mais novo. Conhecia Hays, também oriundo nam apenas os aspectos essenciais da música).» de Connecticut, através dos concursos de música. Zim‑ Mehldau concorda: «A improvisação estava frequen‑ merli prosseguiu estudos de composição e obteve grande temente fora da nossa zona de conforto – ou seja, habi‑ sucesso no mundo da música clássica contemporânea. tualmente, quando um músico de jazz improvisa, traba‑ Chamado à colaboração entre os dois pianistas como lha intuitivamente, permitindo que o seu intelecto seja produtor, tornou ‑se uma figura ‑chave da gravação do dis‑ suspenso durante algum tempo. Este projecto é diferen‑ co Modern Music (2011), trazendo ideias para o repertó‑ te, porque Pat colocou ‑nos alguns desafios especiais. Um rio e apresentando desafios criativos que transportaram exemplo entre muitos: em Modern Music, há uma parte Hays e Mehldau para regiões bem distantes daquelas que em que temos de improvisar na mão direita enquanto a lhes são familiares. Entre as obras do século XX sugeri‑ mão esquerda toca algo que está escrito. No papel pare‑ das por Zimmerli estava Music for 18 Musicians de Steve ce simples, mas revelou ‑se um verdadeiro desafio para Reich e o Quarteto de Cordas nº 5 de Philip Glass. nós os dois.» Zimmerli explica que «Planeámos desde o início in‑ Depois de gravarem no Mechanics Hall em Worcester, cluir um standard de jazz, e depois de alguma troca de Massachusetts, excertos do álbum foram incluídos num ideias decidimos optar por Lonely Woman (de Ornette Co‑ programa intitulado “Brad Mehldau and Friends”, na Pri‑ leman), um tema que sempre adorei, e para o qual idea‑ mavera de 2011, no Zankel Hall, como parte da residên‑ lizei uma abordagem à melodia com acordes de 20 notas cia de Mehldau no Carnegie Hall. ao piano. Juntei alguns motivos em estilo minimalista ciclo jazz sonae MECENAS PROGRAMAS DE SALA MECENAS CASA DA MÚSICA APOIO INSTITUCIONAL MECENAS PRINCIPAL MECENAS CICLO JAZZ SONAE CASA DA MÚSICA Brad Mehldau piano Kevin Hays piano O pianista de jazz Brad Mehldau tem gravado e tocado in‑ O compositor e pianista de jazz Kevin Hays gravou mais tensamente desde o início da década de 1990, especial‑ de uma dúzia de CDs como líder e tem participado em mente em trio. Desde 1996, o seu grupo editou uma série muitas outras gravações como sideman. Os seus discos de cinco discos intitulados The Art of the Trio para a War‑ têm sido incluídos na lista dos melhores 40 discos do ner Bros (reeditados em 2011 numa caixa pela Nonesu‑ ano escolhida pela Musician Magazine, e foram aplaudi‑ ch). No mesmo período, editou dois discos conceptuais: dos pelo New York Times. Em meados da década de 90, Elegiac Cycle, a solo, e Places, com gravações a solo e em começou a gravar para a Blue Note Records, que editou trio. Refira ‑se ainda outros títulos como Largo, uma cola‑ vários dos seus discos aclamados. boração com o músico e produtor Jon Brion, e Anything Ao longo dos últimos 15 anos, Kevin Hays tem tocado Goes, em trio com o contrabaixista Larry Grenadier e o intensamente com o seu trio que inclui o contrabaixista baterista Jorge Rossy. Doug Weiss e o baterista Bill Stewart. O primeiro CD do O seu primeiro disco para a Nonesuch intitulava ‑se Brad trio intitulou‑se What Survives (2001, com reedição recen‑ Mehldau Live in Tokyo e foi editado em 2004. Em 2005 o te na editora de Hays, NDS Records) e incluía arranjos de seu trio passou a contar com o baterista Jeff Ballard. Nes‑ obras clássicas de Johannes Brahms, Robert Schumann e ta editora surgiram os discos em trio Day is Done (2005) e Anton Webern, para além das composições do pianista. Brad Mehldau Trio Live (2008) e ainda Highway Rider, Live Para além das gravações e concertos com o trio, Kevin in Marciac e Modern Music, este uma colaboração com o Hays é requisitado por alguns dos músicos mais presti‑ pianista Kevin Hays e o compositor/arranjador Patrick giados e influentes no jazz, entre os quais Sonny Rollins, Zimmerli (2011). Em 2012, a Nonesuch editou os álbuns John Scofield, Benny Golson, Roy Haynes, Chris Potter, em trio Ode e Where Do You Start. Al Foster, Joe Henderson e Joshua Redman. Brad Mehldau é, antes de mais, um improvisador que se Depois de uma paragem de quatro anos nas grava‑ entusiasma com a surpresa das ideias musicais espontâ‑ ções, altura em que se mudou para Santa Fé, Novo Mé‑ neas, mas tem também um fascínio profundo pela arqui‑ xico, Kevin Hays regressou a Nova Iorque e ao estúdio. tectura formal da música. As duas vertentes da sua perso‑ O resultado foi o disco For Heaven’s Sake, em 2006, de‑ nalidade – o improvisador e o formalista – digladiam ‑se, dicado inteiramente ao Cancioneiro Americano, ampla‑ e o resultado é algo semelhante a um caos controlado. mente aclamado, galardoado com o Prémio Coups de Mehldau tem ‑se apresentado por todo o mundo regu‑ Coeur (França) e eleito Melhor do Ano pela revista The larmente desde meados dos anos 90. Para além dos seus New Yorker. projectos em trio e a solo, tem trabalhado com grandes No disco You’ve Got A Friend, de 2009, Kevin e o seu trio figuras do jazz como Joshua Redman, Pat Metheny, Char‑ transformam de forma brilhante clássicos do jazz e da lie Haden, Lee Konitz, Michael Brecker, Wayne Shor‑ música popular da autoria de Carole King, Paul McCart‑ ter, John Scofield e Charles Lloyd. Colaborou com vários ney, Charlie Parker, Thelonious Monk e Bob Dorough, músicos da sua geração como Peter Bernstein, Kurt Ro‑ entre outros. senwinkel e Mark Turner. Tem tocado também em vá‑ Em 2011, a Nonesuch editou Modern Music, com Brad rios discos fora do universo do jazz, tais como Teatro de Mehldau, incluindo arranjos sobre música de Ornette Willie Nelson e Scar de Joe Henry. A sua música aparece Coleman, Philip Glass e Steve Reich e composições do em vários filmes, incluindoEyes Wide Shut de Stanley Ku‑ produtor do projecto, Patrick Zimmerli. brick e Million Dollar Hotel de Wim Wenders, e é autor da O disco a solo Variations foi editado em 2011 pela Pi‑ banda sonora original para o filme francêsMa Femme Est rouet Records, e inclui três conjuntos de variações im‑ Une Actrice. Compôs duas obras para voz e piano enco‑ provisadas sobre vários temas originais, além de varia‑ mendadas pelo Carnegie Hall, interpretadas e gravadas ções sobre uma fuga de Robert Schumann. pela soprano Renée Fleming. Em 2009 foi estreada nova encomenda do Carnegie Hall: sete canções para a voz de Anne Sofie von Otter. O disco duploLove Songs junta este ciclo a uma selecção de canções francesas, americanas, inglesas e suecas e foi editado em 2010 pela Naïve. Mehldau foi nomeado curador de um ciclo anual de quatro concertos de jazz no prestigiante Wigmore Hall de Londres, nas temporadas de 2009/10 e 2010/11. Foi Artis‑ ta Residente do Carnegie Hall na temporada de 2010/11, ocupando a Composer’s Chair de Richard e Barbara Debs. Foi o primeiro músico de jazz neste posto criado em 1995 e que homenageou já Louis Andriessen, Elliott Carter e John Adams. A CASA DA MÚSICA É MEMBRO DE.