RAQUEL DE LUNA ANTONIO

FÓRMULAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR MÉDICOS TIBETANOS DO MEN-TSEE-KHANG, ÍNDIA, E SUAS CORRELAÇÕES COM ESTUDOS FARMACOLÓGICOS

Dissertação apresentada à Universidade Federal

de São Paulo - Escola Paulista de Medicina, para a

obtenção do título de Mestre em Ciências.

São Paulo

2012

i

Antonio, Raquel de Luna Fórmulas medicinais utilizadas por médicos tibetanos do Men-Tsee-Khang, Índia, e suas correlações com estudos farmacológicos / Raquel de Luna Antonio. -- São Paulo, 2012.

x, 112p.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina.

Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia.

Título em inglês: Medicinal formulas applied by tibetan physicians from Men-Tsee-Khang, India, and its correlation with pharmacologial studies. 1.Etnofarmacologia. 2.Plantas medicinais. 3.Medicina tradicional tibetana. 4.sinergismo de drogas.

ii

RAQUEL DE LUNA ANTONIO

FÓRMULAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR MÉDICOS TIBETANOS DO MEN-TSEE-KHANG, ÍNDIA, E SUAS CORRELAÇÕES COM ESTUDOS FARMACOLÓGICOS

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de São Paulo - Escola Paulista

de Medicina, para a obtenção do título

de Mestre em Ciências.

Orientadora: Eliana Rodrigues

Co-orientadora: Elisa H. Kozasa

São Paulo

2012

i

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA

Chefe do Departamento de Psicobiologia Profa. Dra. Maria Lucia Oliveira de Souza Formigoni

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia Profa. Dra. Vânia D'Almeida

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA

Banca examinadora:

Prof. Dr. Reinaldo Nóbrega de Almeida (UFPB)

Prof. Dra. Maria Christina de Mello Amorozo (UNESP)

Prof. Dr. Nelson Filice de Barros (UNICAMP)

Suplente: Dr. Marcelo Marcos Piva Demarzo (UNIFESP)

iii

Esta dissertação foi realizada no Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, com o apoio financeiro da Associação Fundo de Incentivo à Psicofarmacologia (AFIP), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo (FapUNIFESP).

iv

AGRADECIMENTOS

A Deus. Aos meus pais, Christina e Eduardo, pelo amor e apoio infinitos. Ao meu irmão Luis e à minha família, ‘com ou sem sangue’, por torcerem sempre por mim. À minha orientadora Eliana Rodrigues, pela oportunidade de realizar este trabalho, pela confiança e incentivo, por sua dedicação e ensinamento, e pela orientação cuidadosa. À minha co-orientadora Elisa H. Kozasa, pela atenção, comprometimento, disponibilidade e prontidão, e pelas contribuições científicas. Ao Prof. Luiz Eugenio Araujo de Moraes Mello, Lia Diskin e Tsewang Phuntso pelo estabelecimento do convênio de colaboração entre a UNIFESP e o Men-Tsee-Khang. Aos médicos do Men-Tsee-Khang, entrevistados neste estudo, pela paciência e bom humor ao compartilhar um pouco de seu conhecimento ao longo de 7 meses. Ao Dr. Tsewang Tamdin, diretor do Men-Tsee-Khang, pela disponibilidade; ao Tseten Dorjee, por sua dedicação. Ao Geshe Lhakdor, da Library of Tibetan Works and Archives, pela recepção calorosa e pelas conversas esclarecedoras. Ao Nadeesh e sua família, pelo acolhimento durante a estadia em Dharamsala. Aos amigos que conheci na Índia: Erez, Irina, Shelley, Masha, Shivadas, John, Törsten, Gaia, Cris, Vlad, James, Silvia, Luis, Maya, Timothy, pela amizade, conversas, trocas de experiências, choros e risadas. Aos colegas alunos do Men-Tsee-Khang, pelos momentos que passamos juntos durante a viagem a Marhi. Ao Romain Lamberet, por tudo o que compartilhamos. À Nandini, Mohini e Matsya, por cuidarem da pequena Mira enquanto eu estava em campo. Aos colegas do Centro de Estudos Etnobotânicos e Etnofarmacológicos Julino, Juliana, Thabata, Juká, Mariana, Cagliume, Braz, e também Rafaela e Nayara, por todo o apoio. Aos colegas do Coletivo Curare, pelo trabalho bacana que fizemos e, principalmente, pela amizade. Aos professores e colegas da Psicobiologia, pelo conhecimento transmitido e compartilhado. Ao Prof. Altay, pela ajuda com a estatística. Aos amigos do Instituto Sachcha de Saúde, por mais um ano de colaboração. Aos amigos e amigas do coração, que fizeram estes dois anos mais divertidos. Gratidão !

v

SUMÁRIO

Agradecimentos...... v

Lista de figuras...... viii

Lista de tabelas...... ixi

Resumo...... x

1. Introdução

1.1. Biodiversidade...... pg. 1

1.2. Etnofarmacologia e plantas medicinais...... pg. 1

1.3. Medicina tradicional e sistema humoral...... pg. 3

1.4. Medicina tradicional tibetana...... pg. 4

1.5. Transtornos neuropsiquiátricos...... pg. 7

1.6. Etnofarmacologia e medicina tradicional tibetana...... pg. 7

1.7. Justificativa...... pg. 8

1.8. Objetivo...... pg. 9

2. Metodologia

2.1. Aspectos éticos...... pg. 10

2.2. Caracterização da área de estudo...... pg. 10

2.3. Trabalho de campo...... pg. 11

2.3.1. Seleção dos entrevistados, entrevistas e observações...... pg. 11

2.3.2. Tradução e categorização das doenças...... pg.13

2.3.3. Aspectos taxonômicos...... pg. 14

2.4. Pesquisa bibliográfica...... pg. 14

2.5. Análise dos dados...... pg. 14

3. Resultados

3.1. Perfil dos médicos tradicionais tibetanos do Men-Tsee-Khang...... pg. 16

3.2. A medicina tibetana praticada no Men-tsee-khang, Dharamsala...... pg. 17

vi

3.2.1. Fisiologia quanto aos humores...... pg. 17

3.2.1.1. Subtipos dos humores ( Nyes-pa ewa ) ...... pg. 19

3.2.2. Constituição individual: combinação dos humores...... pg. 20

3.2.3. O adoecimento...... pg. 21

3.2.4. Diagnóstico...... pg. 22

3.2.5. Tratamento...... pg. 22

3.2.6. Mente e rLung ...... pg. 23

3.3. Ingredientes medicinais...... pg. 24

3.3.1. Propriedades de formulação...... pg. 25

3.3.2. Formas farmacêuticas...... pg. 28

3.3.3. Etapas da formulação...... pg. 28

3.4. As fórmulas medicinais utilizadas no Men-tsee-khang, Dharamsala...... pg. 29

3.5. Usos das plantas na medicina tibetana X estudos farmacológicos...... pg. 31

4. Discussão...... pg. 64

5. Conclusões...... pg. 69

6. Anexos

6.1. Ficha de dados do entrevistado...... pg. 70

6.2. Ficha de dados etnofarmacológicos...... pg. 71

7. Referências bibliográficas...... pg. 72

Abstract

vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Árvore da etiologia...... pg. 5 Figura 2. Árvore do diagnóstico...... pg. 6

Figura 3. Árvore da terapia...... pg. 7

Figura 4. Localização da cidade de Dharamsala, estado de Himachal Pradesh, na Índia, onde se encontra o Men-Tsee-Khang...... pg.11 Figura 5. Os 15 subtipos dos humores...... pg. 19

Figura 6. Análise de correspondência (ANACOR) entre as fórmulas e as indicações neuropsiquiátricas...... pg. 31 Figura 7. Distribuição dos 61 ingredientes nas 10 fórmulas indicadas...... pg. 32

Figura 8. Quantidade e porcentagem de plantas com uso êmico corroborado pela literatura científica farmacológica...... pg. 63

Figura 9. Quantidade e porcentagem das plantas com estudos científicos que corroboram a ação neuropsiquiátrica...... pg. 63

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Humores, seus elementos correspondentes, qualidades, localização e funções gerais, conforme os entrevistados...... pg. 18

Tabela 2. Etiologia psicológica: os “venenos” mentais e os humores correspondentes.... pg. 21

Tabela 4. Sabor e sabor pós-digestivo correspondente...... pg. 25

Tabela 3. Os 6 sabores, seus respectivos elementos e as qualidades destes elementos em ordem decrescente de relevância, conforme os entrevistados...... pg. 27

Tabela 5: Dez Fórmulas neuropsiquiátricas e o número de entrevistados do Men-Tsee-Khang que evocaram suas possíveis indicações terapêuticas...... pg. 30 Tabela 6: 61 ingredientes presentes nas 10 fórmulas neuropsicoativas indicadas pelos quatro médicos tibetanos, a parte utilizada, a frequência de aparição nas fórmulas, suas indicações terapêuticas individuais, suas qualidades conforme a medicina tibetana, e respectivas atividades biológicas descritas na literatura científica em conformidade às indicações...... pg. 33

ix

RESUMO

Introdução: O Men-Tsee-Khang (TMAI - Tibetan Medical and Astrological Institute ), Dharamsala, Índia, é um instituto de ensino e prática da medicina tibetana, que emprega plantas, contidas em fórmulas multi-ingredientes, na sua terapêutica. Objetivo: Realizar um levantamento das fórmulas utilizadas pelo Men-Tsee-Khang, focando nos transtornos neuropsiquiátricos, e comparar as indicações das plantas com dados farmacológicos da literatura científica. Metodologia: A partir de técnicas e métodos da etnografia, como entrevistas e observações, selecionou-se cinco médicos que foram entrevistados entre julho de 2010 e janeiro de 2011. Ainda, a literatura científica foi consultada a respeito das ações biológicas dos ingredientes contidos nas fórmulas indicadas. Resultados: Observou-se uma relação entre os transtornos do sistema nervoso central e o humor rLung (um dos três humores desta medicina), sendo 10 as fórmulas indicadas para tratar o desequilíbrio deste humor, compreendendo 61 ingredientes (sais, produtos animais e plantas). Cada fórmula trata diversos sintomas relacionados ao desequilíbrio do rLung , logo os ingredientes podem possuir indicações terapêuticas distintas daquela da fórmula à qual pertence. Para os produtos animais com identificação até espécie, não foram encontrados estudos de atividade farmacológica. As 48 espécies vegetais presentes nas fórmulas são clássicas nesta medicina e constam no herbário do Men-Tsee-Khang. Os dados da literatura científica mostram que todas as fórmulas possuem ingredientes com ações neuropsiquiátricas, e corroboram as indicações terapêuticas de 75,6% das plantas. Conclusão: Observou-se uma congruência entre os usos das plantas nas medicinas tibetana e ocidental.

x

1. INTRODUÇÃO

1.1 Biodiversidade

“Megadiversidade” é um termo criado por Russell Mittermeier para se referir aos países de maior riqueza em biodiversidade – flora, fauna e microrganismos – sendo o número de organismos endêmicos – aqueles que só existem em determinada região – o principal critério para definir esta riqueza (Conservation International, 2011). Dos 17 países megadiversos, distribuídos em quatro continentes, a maioria deles está nas Américas, com as maiores áreas de habitats naturais intactos, como o Brasil, Colômbia, México, Venezuela, Equador, Peru e Estados Unidos. São, ainda, megadiversos a África do Sul, Madagascar, República Democrática do Congo, Indonésia, China, Papua Nova Guiné, Malásia, Filipinas, Austrália e Índia (Conservation International, 2011). A Índia é o sétimo maior país do mundo, possui uma área de 3.287.263 Km², estendendo-se desde as montanhas do Himalaia até as Florestas Tropicais do Sul. Apresenta como fronteiras o Afeganistão e Paquistão ao noroeste; a China, Butão e Nepal ao norte e Mianmar e Bangladesh ao leste. O continente é compreendido por quatro grandes regiões físicas: Zona da Grande Montanha, Planícies de Ganga e Indus, a Região do Deserto e a Península do Sul. Ainda, é possível dividir o país em oito regiões florísticas: Himalaia ocidental, Himalaia oriental, Assam, planície Indus, planície Ganga, Deccan, Malabar e Andamans. Algumas destas regiões possuem uma flora endêmica muito rica, colocando a Índia na décima posição no mundo e quarta na Ásia em diversidade florística. Cerca de 70% de sua área é preservada e apresenta 49.000 espécies de plantas, sendo 15.000 plantas superiores e destas, 35% endêmicas. Algumas pesquisas etnobotânicas realizadas em diferentes áreas do país detectaram mais de 800 espécies de plantas de interesse etnobotânico (Embassy of India, 2011; National Portal of India, 2011). É importante salientar que a região do Himalaia é considerada um hotspot , área prioritária de conservação, concentrando altos níveis de biodiversidade, cujo número de espécies botânicas endêmicas chega a 3.160 (Conservation International, 2011).

1.2 Etnofarmacologia e plantas medicinais

Do grego, “etno” significa cultura ou povo e “farmacologia” refere-se à droga. Dessa forma, a etnofarmacologia é uma exploração interdisciplinar que considera a etnografia

1 médica e os aspectos biológicos da ação terapêutica (Etkin & Elisabetsky, 2005). Tem como objetivo o resgate e a documentação de importantes heranças culturais, validando os agentes empregados (Holmstedt & Bruhn, 1995), à medida que busca entender o universo das plantas e/ou outros recursos naturais utilizados como drogas sob a ótica de grupos humanos (Schultes, 1962; Rao e Hajra, 1987). Segundo Rodrigues & Carlini (2006), há duas condições principais que devem incentivar os estudos de entofarmacologia: 1) a biodiversidade e 2) traços culturais peculiares de uma dada população local. O Brasil, por exemplo, concentra biodiversidade e endemismo com uma expressiva diversidade cultural, dentre etnias indígenas, quilombolas, caiçaras, jangadeiros, dentre outros (Rodrigues & Carlini, 2003). Imagina-se que os homens sempre tenham interagido com as plantas. Os primeiros homens que habitaram nosso planeta, ou mesmo seus ancestrais que caminhavam sobre quatro patas, certamente utilizavam das plantas o potencial para alimentação, remédios, corantes, vestimentas, abrigos, meios de transporte e itens ritualísticos. Simpson & Ogorzali (2001) pontuam que a relação entre homens e plantas é, inclusive, anterior à própria condição humana. Este homem primitivo, que dependia da natureza para sobreviver, descobriu seus remédios naturais conscientemente, através da observação e experimentação empírica (Balick & Cox, 1996; Di Stasi, 1996; Heinrich et al ., 2004), embora o acaso também desempenhe algum papel na escolha dos ingredientes medicinais. Balick & Cox (1996) afirmam, ainda, que são mais as plantas do que os animais as bases para o desenvolvimento de material cultural da maior parte dos povos da Terra, uma vez que dos vegetais extraímos recursos para os mais variados tipos de atividades, superando a subsistência. O dado arqueológico mais antigo encontrado até hoje que sugere o uso de plantas medicinais foi observado no sítio arqueológico Shanidar IV, no Iraque, onde havia pólen de diversas espécies num túmulo. Neste sítio arqueológico, que remonta ao homem de Neanderthal e data de mais de 50.000 anos atrás, sete espécies vegetais utilizadas atualmente no Iraque como medicinais foram identificadas (Solecki, 1975). Não se pode afirmar que o uso destas plantas era medicinal, mas há fortes indícios (Heinrich et al ., 2004). Um detalhe curioso, que reforça a idéia do uso medicinal para as plantas encontradas, é que havia tanto cinzas de espécies vegetais quanto material seco, sugerindo que as plantas não estavam no túmulo somente para produzir fogo (Leroi-Gourhan, 1975).

2

1.3 Medicina tradicional e sistema humoral

A medicina tradicional é a soma de conhecimentos, habilidades e práticas com base nas teorias, crenças e experiências indígenas de diferentes culturas que são usados para manter a saúde, bem como para prevenir, diagnosticar, melhorar ou tratar doenças físicas e mentais (WHO, 2002). As medicinas tradicionais apresentam-se de forma codificada, fundamentando-se em manuscritos, e não-codificada, cujo conhecimento é transmitido oralmente pelas gerações (WHO, 2001). De qualquer forma, as medicinas tradicionais não são conhecimentos estáticos, mas um processo evolucionário em que seus praticantes e a comunidade podem transformar práticas e saberes, com o passar do tempo, a partir do desenvolvimento de novas técnicas (Janes, 1999; Patwardhan, 2005). O primeiro documento escrito que temos conhecimento registrando o uso medicinal de plantas é o cânone Pen Tsao do imperador chinês Nung, datando do 3º milênio a.C., englobando usos de cerca de 250 plantas (Balick & Cox, 1996; Simpson & Ogorzali, 2001). Ainda no Oriente, o livro indiano chamado Atharva Veda , escrito por volta de 1.000 a.C. (Zimmer, 1986), inclui centenas de plantas medicinais. Posteriormente, há o Papiro de Ébers, principal documento antigo egípcio, originário de 1.500 a.C., que inclui os conhecimentos médico e farmacêutico e cuja primeira frase é “ Aqui começa o livro da produção dos remédios para todas as partes do corpo humano ” (Haas, 1999; Heinrich et al ., 2004). Na Grécia, o discípulo de Aristóteles chamado Theophrastus dedicou-se ao estudo das plantas medicinais, deixando escritos sobre o tema no 4º século a.C. (Balick & Cox, 1996). Já no primeiro século d.C., o grego Pedanius Dioscorides influenciou mais de mil anos seguintes, na medicina, com sua obra De Materia Medica que descrevia mais de 600 tipos de plantas (Balick & Cox, 1996; Schulz et al ., 2002; Heinrich et al ., 2004). Não podemos deixar de lembrar Avicena (980-1037 d.C.) e seu tratado Al Qanoon Fil Tib , que cita diversos ingredientes terapêuticos e seus usos (Mohagheghzadeh et al ., 2006). Atualmente, observa-se que práticas e medicamentos das medicinas tradicionais penetram o mercado tanto de países desenvolvidos quanto em desenvolvimento (Cordell & Colvard, 2005). Fabricant & Farnsworth (2001) sugerem que o estudo das medicinas tradicionais indica metodologias sobre agentes medicinais, a partir de quatro objetivos alcançados a partir do uso de plantas como agentes terapêuticos: 1) isolamento de compostos bioativos para uso direto como drogas; 2) a partir destes, produção de compostos semi- sintéticos desenvolver patente de agentes com maior ação terapêutica e/ou menor toxicidade; 3) usá-las como ferramentas farmacológicas; 4) utilizar a planta inteira, ou suas partes, como medicamento – neste caso, se valendo das informações tradicionais. 3

Embora exista certa segurança no consumo de medicamentos provenientes das medicinas tradicionais, considerando a experiência temporal extensiva que essas drogas vêm sendo utilizadas nestas práticas, Cordell & Colvard (2005) consideram que atualmente a interação medicamentosa é mais expressiva que no passado, uma vez que os medicamentos fitoterápicos, por exemplo, são comumente vendidos sem receita médica. Em diversas medicinas tradicionais ao redor do mundo observa-se o sistema humoral, como a medicina indiana ayurveda (Weiss et al ., 1988), a medicina tradicional chinesa (Anderson Jr, 1987), a medicina tibetana (Dakpa & Dodson-Lavelle, 2009b) e diversos sistemas na América Latina (Foster, 1987). A origem do sistema humoral parece remontar aos princípios patológicos de Hipócrates (Browner, 1985). Os sistemas humorais consideram que o corpo humano é composto por determinado número de “fluidos elementares” (Bos, 2009). Comumente, o sistema humoral baseia-se numa teoria de um balanço quente/frio que garante a homeostase. Porém, estas classificações geralmente independem de temperatura corporal (Randall, 1993). De forma geral, os excessos de todos os tipos (calor, frio, secura, umidade) devem ser evitados e o tratamento deve possuir as qualidades opostas ao humor perturbado (Browner, 1985), numa relação alopática, segundo Leonti (2011), embora essas classificações possam variar conforme as diferentes culturas. Casagrande (2002) discute o sistema humoral como pista mnemônica, de modo a facilitar a aquisição e disseminação do conhecimento. O autor coloca que, por outro lado, a classificação humoral também pode aparecer no discurso do entrevistado posteriormente à explicação da doença e de seu tratamento. Uma vez que se observa um alto nível de discordância entre entrevistados de uma mesma comunidade a respeito da classificação humoral, esta aparição posterior da classificação humoral pode ter um efeito de validação, numa tentativa de justificar a escolha de determinado tratamento para dada doença (Casagrande, 2002).

1.4 Medicina tradicional tibetana

Pode-se dizer que a medicina tradicional tibetana, ou Bodkyi Sowa Rigpa (“o conhecimento de cura do Tibete”) (Men-Tsee-Khang, 2008) possui a mesma origem que o povo tibetano, quando os primeiros habitantes da região aplicaram os remédios naturais para sanar os males que os acometiam. Anteriormente à penetração do Budismo e ao desenvolvimento da escrita na região (século VII), a cultura xamânica e animista Bon florescia no Tibete (Hoffman, 1961). A cura xamânica estava, então, difundida entre a população e certamente influenciou a prática e o conhecimento médicos daquele tempo. A 4 história da medicina tibetana conta sobre trocas culturais, incluindo textos médicos, entre o Tibete e as regiões vizinhas desde o século III. Especialmente durante o reinado de Trisong Deutsen (755-797 A.D.), médicos da Índia, China e Grécia, dentre outros, visitaram o Tibete e diversos textos médicos foram traduzidos. A medicina tradicional tibetana é produto da combinação de diversos sistemas médicos com a própria medicina indígena então praticada pelos tibetanos (Men-Tsee-Khang, 2001; Kala, 2005a; Salick et al ., 2006; Garrett, 2007). Conforme o livro clássico rGyud bzhi , no qual os princípios básicos da medicina tibetana estão descritos, existem três bases nesta prática: a base da etiologia, a base do diagnóstico e a base da terapia. Estas bases são alegoricamente representadas por árvores, por suas vezes divididas em troncos, galhos e folhas ( Figura 1 ) (Finckh, 1982; Men-Tsee-Khang, 2001).

Figura 1. Árvore da etiologia (Men-Tsee-Khang, 2001)

A árvore da etiologia possui dois troncos, o organismo saudável e o organismo adoecido. No primeiro tronco, o organismo saudável, divide-se em três galhos, a começar pela esquerda da ilustração ( Figura 1 ) – 1) os quinze humores (Nyes-pa ), contando com suas subdivisões; 2) os sete constituintes corporais; 3) as três excreções –, que somam 25 folhas. Já o segundo, tronco, o organismo adoecido, possui nove galhos: 1) causas primárias do desequilíbrio dos humores; 2) causas secundárias do desequilíbrio dos humores; 3) vias gerais dos humores; 4) localização geral dos humores; 5) vias específicas dos humores; 6) condições favoráveis para o desequilíbrio dos humores; 7) distúrbios fatais; 8) efeitos adversos de tratamentos; 9) resumo. Cada um destes galhos possui um número variado de folhas, totalizando 63. O último tronco desta árvore, cujas folhas estão no canto inferior direito, refere-se à qualidade quente ou fria da doença (Finckh, 1982; Men-Tsee-Khang, 2001). 5

Há, ainda, a árvore do diagnóstico ( Figura 2 ), que possui três troncos: observação; palpação; interrogação. O primeiro, à esquerda, refere-se à observação dos humores rLung , mKhris-pa e Bad-kan na língua (primeiro galho) e na urina (segundo galho), totalizando seis folhas. O segundo tronco se refere à palpação do pulso, geralmente radial, de rLung , mKhris- pa e Bad-kan , sendo três galhos de uma folha cada. A interrogação é o terceiro tronco, possuindo três galhos para os humores rLung , mKhris-pa e Bad-kan em que as folhas dividem-se em causas, sinais e sintomas e reação a determinadas condições, totalizando 29 folhas (Finckh, 1982; Men-Tsee-Khang, 2001).

Figura 2. Árvore do diagnóstico (Men-Tsee-Khang, 2001)

Por fim, a árvore da terapia (Figura 3 ) contém quatro troncos: alimentação; comportamento; medicamentos; terapias acessórias. O tronco da alimentação, o primeiro à esquerda, possui seis galhos, distribuídos em alimentos e bebidas para rLung , mKhris-pa e Bad-kan e divididos de forma variada em 35 folhas, que consideram o tipo de carne, vegetais, frutas, etc., para cada humor (Nyes-pa ). No tronco do comportamento, observamos os três galhos rLung , mKhris-pa e Bad-kan com duas folhas cada. Medicamentos são o tema do terceiro tronco, que possui 15 galhos ditribuídos em sabores e qualidades que beneficiam cada humor (Nyes-pa ), além de fórmulas e formas farmacêuticas específicas para os mesmos, totalizando 50 folhas. O último tronco refere-se às terapias acessórias para rLung , mKhris-pa e Bad-kan , ou seja, três galhos. Incluem massagem com óleo para rLung ; técnicas de sudação e venesecção para mKhris-pa ; e moxabustão em pontos específicos das articulações para Bad- kan , totalizando sete folhas (Finckh, 1982; Men-Tsee-Khang, 2001).

6

Figura 3. Árvore da terapia (Men-Tsee-Khang, 2001)

1.5 Transtornos neuropsiquiátricos

Os transtornos mentais afetam uma grande parte da população mundial (Kessler et al ., 2005), e estão reconhecidamente presentes em condições de comorbidade (Krueger, 1999), além de serem uma das principais causas de incapacidade (Üstün, 1999). Ainda, indivíduos com transtornos mentais são frequentemente estigmatizados, prejudicando suas relações sociais e, muitas vezes, limitando a busca por tratamento. O transtorno depressivo maior é a quarta causa de incapacitação no mundo (Üstün et al ., 2004), além de ser uma comorbidade comum em pacientes com desordens físicas crônicas (Moussavi et al ., 2007). O transtorno de ansiedade, segundo estimativa, está presente em um terço da população (Kessler et al ., 2007). No caso dos transtornos neurológicos, há por volta de 25 milhões de pessoas vivendo com a Doença de Alzheimer, e estima-se que em 2040 este número chegará a 81,1 milhões. Já a esclerose múltipla afeta 2,5 milhões de pessoas no mundo, segundo a Oganização Mundial de Saúde (WHO, 2006), sendo um dos transtornos neurológicos mais comuns em jovens adultos.

1.6 Etnofarmacologia e a medicina tradicional tibetana

Um levantamento bibliográfico recente evidenciou a existência de poucos estudos etnofarmacológicos relacionados às plantas utilizadas na medicina tradicional tibetana. A maior parte dos estudos sobre esta medicina é de natureza farmacológica ou fitoquímica, principalmente sobre algumas das fórmulas medicinais utilizadas na medicina tibetana, 7 denominadas Padma 28 (por exemplo: Schräder et al ., 1985; Suter & Richter, 2000; Barak et al ., 2004; Jenny et al ., 2004; Melzer et al ., 2006; Ueberall et al ., 2006; Aslam et al ., 2010; Ginsburg et al ., 2011) e Padma Lax (Sallon et al ., 2002; Feldhaus, 2006; Hofbauer et al ., 2006; Gschossmann et al ., 2010). Alguns estudos tratam de aspectos regulatórios, de saúde pública e transição de saúde em relação à medicina tibetana, como Janes, 1995; 1999; Li et al ., 2001; Salick et al ., 2005; Schwabl et al ., 2006;. Outros descrevem a terapêutica tibetana: Finckh, 1982, 1984; Begley, 1994; Ryan, 1997; Loizzo & Blackhall, 1998; Tokar, 1999; Zhen, 2000; Dakpa & Dodson- Lavelle, 2009a, 2009b; e Loizzo et al ., 2009, sendo alguns relacionados ao tratamento de doenças específicas (Husted & Dhondup, 2009; Yangkyi & Waller, 2011). Seis estudos etnofarmacológicos relatam as plantas utilizadas na medicina tibetana, sendo três (03) no Nepal, um (01) na China e dois (02) em Ladakh, Índia (Bhattarai et al ., 2006; Ballabh & Chaurasia, 2007; Ballabh et al ., 2008; Liu et al ., 2009; Witt et al., 2009; Bhattarai et al ., 2010). Poucos são os estudos etnofarmacológicos específicos sobre Himachal Pradesh, área deste estudo, e os disponíveis tratam do conhecimento indiano (Natarajan et al ., 2000; Sharma et al ., 2004; Singh & Lal, 2008), sendo apenas o de Kala (2005a) relacionado ao conhecimento tibetano.

1.7 Justificativa

O presente estudo levantou as fórmulas medicinais utilizadas na medicina tibetana praticada no Men-Tsee-Khang ( Tibetan Medical and Astrological Institute ) para os transtornos neuropsiquiátricos e seus ingredientes, estes últimos foram buscados na literatura científica quanto à atividade biológica. É o primeiro trabalho feito a partir do convênio de colaboração entre a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e o Men-Tsee-Khang. Espera-se que futuras investigações fitoquímicas e farmacológicas desenvolvam-se a partir de então, sendo este um dos principais objetivos da própria ciência Etnofarmacologia, em especial para doenças neuropsiquiátricas. Tais doenças constituem sério problema no âmbito da saúde pública, pelo prejuízo que causam ao indivíduo e à sociedade. Este estudo vem contribuir, ainda, para o preenchimento de uma lacuna quanto à escassez de trabalhos na área de etnofarmacologia relacionados à medicina tradicional tibetana

8

1.8 Objetivo

O principal objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento dos recursos vegetais com fins terapêuticos utilizados pelos médicos tibetanos do Men-Tsee-Khang (TMAI - Tibetan Medical and Astrological Institute of His Holiness the Dalai Lama ), Dharamsala, Índia, focando as plantas cujos usos estejam relacionados a ações neuropsiquiátricas. Buscou- se também observar e registrar os conceitos relacionados à saúde e doença, de acordo com a categorização êmica 1, primordialmente os conceitos relacionados ao funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC), a fim de traduzi-las à terminologia da medicina convencional. Ressalta-se que aspectos etnográficos não foram aprofundados, uma vez que se buscou focar nas demandas da área de concentração Psicofarmacologia. Ainda, o foco nas fórmulas medicinais e seus ingredientes de forma alguma pretende reduzir ou limitar a medicina tibetana, mas sim buscar estabelecer correlações deste sistema com a biomedicina.

1 é uma tentativa de descobrir e descrever o sistema comportamental de uma dada cultura nos seus próprios termos (D’olne Campos, 2002). 9

2. METODOLOGIA

2.1. Aspectos éticos

Este estudo foi viabilizado por um convênio de intercâmbio didático, científico e tecnológico estabelecido, em agosto de 2009, entre a UNIFESP e o Men-Tsee-Khang, sendo este o trabalho inaugural do mesmo. Termos e documentos específicos para este projeto foram elaborados e acordados. O trabalho de campo foi realizado entre julho de 2010 e janeiro de 2011. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNIFESP, sob o processo n o 0427/10.

2.2 Caracterização da área de estudo

Em 1959, Sua Santidade O Dalai Lama, juntamente com cerca de 80.000 refugiados tibetanos após a ocupação chinesa no Tibete, escaparam para a Índia em exílio político, a partir do apoio do primeiro ministro indiano Pandit Jawaharlal Nehru e de organizações não- governamentais internacionais. A partir de então, Dharamsala, uma cidade localizada no norte da Índia, estado de Himachal Pradesh (Figura 4 ), sedia a Administração Central Tibetana (Bhatia, 2002; The Government of Tibet in Exile, 2011). No exílio, os tibetanos buscaram manter as peculiaridades da sua cultura, incluindo a medicina tradicional. Em Gangchen Kyishong , complexo onde se localizam os escritórios oficiais da Administração Central Tibetana, encontra-se o Men-Tsee-Khang, centro responsável pela prática, desenvolvimento e pesquisa da medicina tradicional tibetana. O Men-Tsee-Khang é uma instituição de ensino e prática da medicina tibetana. Foi estabelecido em Lhasa, Tibete, em 1916 pelo XIII Dalai Lama e em Dharamsala, na Índia, em 1961 pelo XIV Dalai Lama (Salick et al ., 2006). Antes disso, institutos ligados ao estado já eram responsáveis pelo ensino médico desde o século XVII, quando do governo do V Dalai Lama e seu ministro Sangye Gyatso que fundaram em Lhasa o Chagpori College of Medicine . Trata-se de um centro institucional de educação e cultura, que promove atividades em diversas universidades do mundo e possui departamentos dedicados às pesquisas de Materia Medica , Farmacologia e Clínica / Epidemiologia (Janes, 1995; Kala, 2005a ; Men-Tsee- Khang, 2011). O Departamento de Materia Medica , desde 1990, possui um Herbário, onde centenas de espécies de plantas utilizadas pelos médicos foram identificadas e estão depositadas.

10

Dharamsala situa-se no estado indiano de Himachal Pradesh, num de seus 12 distritos denominado Kangra ( Figura. 4 , apresentada em 2.2 Caracterização da área de estudo ). Este estado localiza-se a noroeste da Cordilheira do Himalaia, com uma área geográfica de 55.673 Km², sendo 37.033 Km 2 área de florestas, e altitudes que variam de 300 m ao longo da Planície de Punjab a mais de 6.000 m ao longo do interior da Cordilheira do Himalaia. Ocupa 1,7% da área geográfica do país, onde é possível encontrar cerca de 3.500 espécies de plantas superiores, 800 destas utilizadas como medicinais. O estado localiza-se na região florística do Himalaia Ocidental, que se caracteriza por zona temperada rica em florestas de coníferas e árvores de alta altitude (National Portal of India, 2011; HP Forest Department, 2011).

Figura 4. Localização da cidade de Dharamsala, estado de Himachal Pradesh, na Índia, onde se encontra o Men-Tsee-Khang

2.3 Trabalho de campo

2.3.1 Seleção dos entrevistados, entrevistas e observações

Os entrevistados foram selecionados conforme as indicações do atual diretor do Men- Tsee-Khang, Dr. Tsewang Tamdin, em relação aos médicos reconhecidos como possuidores de grande experiência e tradição no uso das plantas medicinais. As informações pessoais dos entrevistados e etnofarmacológicas foram obtidas a partir dos métodos de campo sugeridos pela Antropologia (Foote-Whyte, 1980; Bernard, 1988;

11

Malinowski, 1990; Alexiades, 1996), como entrevistas informais, não-estruturadas, observação participante e anotações em diário de campo: • Entrevistas informais: conversas informais, caracterizadas pela total falta de estrutura e controle. O pesquisador lembra-se de tópicos de interesse, abordados ao longo dos dias e tenta investigá-los mais profundamente; • Entrevistas não-estruturadas: realizadas periodicamente com os entrevistados, que sabem o objetivo do encontro. O pesquisador sabe quais são suas perguntas, mas não controla as respostas do entrevistado. • Observação participante: o pesquisador acompanha o entrevistado e participa de suas atividades cotidianas, como por exemplo, festas, caças, pescas, participação em rituais, entre outras. Desta forma, ele interage com os hábitos da população, compreendendo mais a fundo as práticas medicinais. • Anotações em diário de campo: para registrar momentos da observação participante e também situações corriqueiras cujas informações não podem ser obtidas por meio de perguntas, como aspectos de autocuidado; forma de preparar o alimento e comê-lo; forma com que as pessoas se relacionam – os “imponderáveis da vida real”. • Check list : os entrevistados são re-entrevistados para que as informações por eles fornecidas em momentos anteriores sejam revisadas individualmente, a fim de garantir a veracidade desses dados.

A partir das entrevistas, foram preenchidas fichas de dados pessoais (Anexo I ) – ressaltando informações como idade, local de nascimento, localidade onde cursou a formação médica do Men-Tsee-Khang, ano de conclusão da formação – e dados etnofarmacológicos (Anexo II ) – fórmulas indicadas, plantas contidas nas fórmulas, sabor e natureza das plantas, usos terapêuticos das plantas, elaboradas especificamente para este estudo. Cada um dos entrevistados foi visitado várias vezes, a fim de se estabelecer uma relação de confiança recíproca, permitindo a realização de entrevistas e observações, esgotando, dessa maneira, o registro de grande parte de seus conhecimentos. Um mês após o final da coleta de informações foram re-entrevistados na forma de check list . As entrevistas realizaram-se na língua inglesa. Ainda, a pesquisadora participou de uma excursão anual de coleta e estudo de plantas medicinais, acompanhando os alunos do Men-Tsee-Khang e seus professores, na região de Marhi e Rohtang, no mesmo estado de Himachal Pradesh. A partir desta experiência e outras,

12 como preparos de medicamentos e celebrações no próprio instituto, foi possível vivenciar a técnica da observação participante. As entrevistas iniciais focaram-se na categorização êmica, no entendimento dos princípios básicos da medicina tradicional tibetana, seus conceitos de saúde e doença, com destaque para a compreensão do funcionamento do chamado de SNC pela medicina convencional. Ainda, os entrevistados sugeriram à pesquisadora a leitura do livro “Fundamentals of Tibetan Medicine ” (Men-Tsee-Khang, 2001) no início do trabalho de campo. A partir da observação da relação entre o humor rLung e a mente (ver seção Resultados – Mente e rLung ), foi questionado aos entrevistados as fórmulas utilizadas para tratar os transtornos neuropsiquiátricos evocadas ao longo das entrevistas como sendo relacionadas ao distúrbio deste humor. Por fim, os médicos do Departamento de Materia Medica foram entrevistados acerca das indicações terapêuticas de cada ingrediente contido nas fórmulas. Optou-se por não identificar os entrevistados pelo nome. Quando necessário, apenas suas iniciais, seguidas da idade, são apresentadas.

2.3.2 Tradução e categorização das doenças

Observamos nos estudos de etnofarmacologia envolvendo um conhecimento médico diferente da medicina ocidental, como aqui, na medicina tibetana, a necessidade de buscar equivalências dos termos êmicos para que sejam compreendidos à luz da biomedicina. Os entrevistados relataram usos e sintomas tratados por cada ingrediente medicinal contido nas fórmulas e procuramos estabelecer relações com as atividades biológicas descritas na literatura científica. É importante ressaltar que os médicos do Men-Tsee-Khang têm contato habitual com a biomedicina, não apenas por meio dos pacientes ocidentais que chegam com seus exames e diagnósticos para serem tratados pela medicina tibetana, como também pela própria necessidade de diálogo entre estes saberes, como é o caso por exemplo, quando os atuais alunos realizam estágio no hospital biomédico de Dharamsala ( Delek Hospital ). Dessa forma, os termos biomédicos apresentados neste estudo (por exemplo, na Tabela 6 : ‘lepra’; ‘acidente vascular cerebral’; ‘reumatismo’) e as próprias indicações neuropsiquiátricas ( Tabela 5 ) foram utilizados pelos próprios entrevistados, como forma de comunicação com a pesquisadora. Por outro lado, alguns transtornos indicados pelos entrevistados não tiveram

13 uma equivalência à terminologia da biomedicina, e nestes casos os sintomas foram descritos como explicados pelos mesmos. Todas as palavras estrangeiras, tanto em língua inglesa quanto tibetana ou outra, são apresentadas em itálico .

2.3.3 Aspectos taxonômicos

As fórmulas indicadas para os transtornos neuropsiquiátricos foram registradas e seus ingredientes identificados pelos nomes tibetanos e científicos, a partir do material vegetal disponível no Herbário do Men-Tsee-Khang.

2.4 Pesquisa bibliográfica

Entre fevereiro e maio de 2011 foi feita uma revisão nas bases de dados PubMed , Web Of Science e Scopus , a fim de levantar todos os estudos que tivessem investigado ações farmacológicas das plantas presentes nas fórmulas indicadas pelos médicos tibetanos para transtornos neuropsiquiátricos.

2.5 Análise dos dados

Os dados obtidos possuem caráter tanto quantitativo quanto qualitativo. Os dados quantitativos foram analisados quanto a: • correspondência entre fórmulas e transtornos (análise de correspondência - ANACOR) • no de ingredientes identificados taxonomicamente cujo uso êmico seja corroborado pela literatura científica farmacológica • no de ingredientes identificados taxonomicamente cuja ação neuropsiquiátrica seja corroborada pela literatura científica farmacológica • no de fórmulas indicadas para transtornos neuropsiquiátricos que contenham ingredientes com ação neuropsiquiátrica corroborada pela literatura científica farmacológica

Para a ANACOR, foi utilizado o software SPSS versão 18.0. Já para a obtenção das frequências foi utilizado o software Office Excel 2007. Trata-se de uma técnica exploratória

14 de análise dos dados, que revela relações que não seriam detectadas em comparações aos pares das variáveis – no caso, fórmulas e transtornos (Czermainski, 2004). De acordo com Rodrigues & Otsuka (2011), as observações e entrevistas são fundamentais para as análises qualitativas, permitindo o registro e a compreensão das informações passadas pelos entrevistados, conceitos sobre doença, remédio, veneno, cura, prevenção e proteção. Ainda, o registro dos sintomas dos transtornos permite a tradução para suas equivalências na medicina ocidental, uma vez que os termos da medicina tibetana são de difícil interpretação. As anotações de campo foram submetidas à análise de conteúdo, sendo condensadas e codificadas, de modo a facilitar o encontro de categorias temáticas nos dados obtidos (Rodrigues & Otsuka, 2011). Há diversas técnicas de análise de conteúdo, sendo a mais utilizada neste trabalho a análise das relações, de co-ocorrências e estrutural, a fim de extrair as relações entre os elementos presentes no diário de campo (Minayo, 1993). Unindo estas informações com as anotaçãoes das fichas de dados (Anexos I e II ), foi possível obter uma visão geral dos dados, possibilitando uma reflexão sobre os resultados.

15

3. RESULTADOS

3.1 Perfil dos médicos tradicionais tibetanos do Men-Tsee-Khang

Durante os primeiros cinco anos de formação médica, os alunos devem decorar os textos clássicos, além dos treinos das técnicas diagnósticas; acompanhamento de pacientes; e estudo de identificação e coleta dos ingredientes medicinais, em campo, que ocorre pelo menos uma vez ao ano. Tradicionalmente, o ensino envolve a medicina e a astrologia tibetanas, sem incluir a biomedicina. Atualmente, os alunos acompanham pacientes no Delek Hospital, hospital biomédico tibetano próximo ao Men-Tsee-Khang – há grande colaboração entre estes dois serviços médicos em Dharamsala. No 6º ano de estudo, os alunos são enviados a uma das 50 clínicas associadas espalhadas pela Índia, a fim de concluírem o estágio clínico. Cinco médicos do Men-Tsee-Khang foram entrevistados neste estudo. Quatro entrevistados forneceram indicações sobre as fórmulas com ações neuropsiquiátricas, sendo destes três do Departamento de Materia Medica (T.K., 40; T.N., 43; D., 53) e um (01) do Departamento Clínico (Y.D., 50). Todos são homens, com idades entre 40 e 53 anos, e nasceram fora da Índia: três no Tibete e um (01) no Nepal. Metade se formou no Men-Tsee- Khang de Lhasa e a outra metade em Dharamsala, possuindo entre 14 e 36 anos de formados. O quinto entrevistado (T.T., 37), do Departamento Farmacêutico, que colaborou com informações sobre as fórmulas – composição, aquisição dos ingredientes, etapas de formulação, etc. –, foi o único que nasceu na Índia, na região de Ladakh, onde há grande concentração de assentamentos e comunidades tibetanas. Ele é também o médico mais jovem dentre os cinco entrevistados, com 15 anos de prática médica. Como os médicos convencionais, apesar de haver um protocolo que sugere determinados medicamentos para determinadas condições, na medicina tibetana a escolha do medicamento também varia conforme a experiência pessoal do médico com cada fórmula. Houve uma observação de um dos entrevistados do Departamento de Materia Medica de que, “às vezes, um médico clínico se surpreende com determinado efeito secundário de uma fórmula” (entrevistado D., 53) – isso se deve ao fato do médico clínico nem sempre ter o domínio de todos os ingredientes presentes na fórmula e suas interações.

16

3.2 A medicina tibetana praticada no Men-Tsee-Khang, Dharamsala

A medicina tibetana praticada no Men-Tsee-Khang estrutura-se a partir de textos clássicos como o rGyud bZhi, “ Os Quatro Tantras”, que fundamentam os princípios filosóficos, e Demed Shelgon e Demed Shelteng , livros de farmacopéia que citam as propriedades de mais de 2.000 ingredientes. Embora este conhecimento norteie a prática dos médicos tibetanos, os resultados aqui apresentados refletem apenas as informações obtidas destes entrevistados, por meio de entrevistas e observações, ao longo do trabalho de campo.

3.2.1 Fisiologia quanto aos humores

Conforme explicação dos entrevistados, a medicina tibetana entende a fisiologia a partir de um princípio humoral, que em última análise reduz as condições a quente ou frio. O organismo humano possui 25 aspectos, divididos entre sete constituintes corporais – essência nutricional / plasma; sangue; músculo; gordura; ossos; medula; essência regenerativa –; três excreções – urina; fezes; suor – e quinze humores (Nyes-pa ), uma vez que cada um dos três humores principais divide-se em cinco subtipos cada. Há uma interdependência entre estes fatores, mantendo o corpo vivo. No equilíbrio destes fatores, existe a saúde, e caso haja aumento, diminuição ou perturbação, há a doença. O termo Nyes-pa se refere aos três (03) humores presentes no corpo humano: rLung , mKhris-pa e Bad-kan . Estas energias, conforme explicação dos entrevistados, encontram-se em equilíbrio no organismo, porém podem se alterar para o estado de desequilíbrio, causando as enfermidades e doenças. São interdependentes, atuam sempre em conjunto, apesar de possuírem funções diferentes e residirem em locais diferentes. Um sem o apoio do outro não funciona apropriadamente.

“Humores são como doença; mesmo que não apareçam, estão lá” (entrevistado T.N., 43)

Na filosofia tibetana, eplicam os entrevistados, o universo é constituído pelos cinco elementos – espaço/ Nam-mkha ; ar/ rLung ; fogo/ Me; água/ Chu ; terra/ Sa –, que no corpo humano manifestam-se na forma dos humores (Nyes-pa ), conforme Tabela 1 . Os elementos não são forças estáticas, mas sim caracterizados pelas funções inerentes às suas qualidades. Sem os cinco elementos, não há vida, pois formam a base material dos seres. No entanto, sem

17

a consciência que penetre no corpo também não há vida. Logo, a vida em si é considerada a integração destes elementos, no aspecto material, mais a consciência. A astrologia tibetana, disciplina estudada concomitantemente à medicina tibetana no Men-Tsee-Khang, também se baseia nos cinco elementos cósmicos, sob perspectivas de dois sistemas: medicina chinesa e medicina ayurveda (indiana). Já na prática da medicina tibetana, utiliza-se primordialmente o sistema da medicina ayurveda de compreensão dos cinco elementos cósmicos. “Apenas para o diagnóstico de pulso a medicina tibetana utiliza o sistema da medicina chinesa para entender estes elementos, pois este sistema é mais preciso para isto” (entrevistado D., 53).

Tabela 1. Humores, seus elementos correspondentes, qualidades, localização e funções gerais, conforme os entrevistados Humores Elementos Qualidades Localização geral Funções gerais (Nyes-pa ) rLung ar áspero, leve, porção superior, peito e movimento, ação fresco, fino, duro, cabeça móvel mKhris-pa fogo oleoso, agudo, porção medial, calor corporal, quente, leve, intestinos metabolismo, malcheiroso, digestão fluido, purgativo Bad-kan água e terra oleoso, pesado, porção inferior, água corporal, embotado, macio, membros sistema linfático, estável, pegajoso lubrificações

As funções gerais de rLung são controlar respiração; excreção (urina, fezes, cuspe, etc.); movimentos de toda natureza; circulação (não somente do sangue, mas entre os órgãos e tecidos), batimento cardíaco; funcionamento dos órgãos dos sentidos. Já as funções gerais mKhris-pa são o controle das sensações de sede e fome; digestão; absorção dos nutrientes; produção do calor corporal; promoção de compleição da pele. Por fim, as funções gerais de Bad-kan são promover a força do corpo; facilitar o movimento das articulações; garantir conexão entre articulações; maciez da pele; oleosidade.

“Da mesma forma que existem flores de diferentes cores, as pessoas possuem naturezas diferentes e escolhem coisas diferentes” (entrevistado D., 53) 18

3.2.1.1 Subtipos dos humores (Nyes-pa ewa )

Os entrevistados explicam que cada um dos três humores possui, ainda, cinco subdivisões, responsáveis por realizar as suas funções específicas, totalizando as 15 energias no corpo humano (“ Nyes-pa ewa ” – Nyes-pa = humores; ewa = categoria).

Figura 5. Os 15 subtipos dos humores

Subtipos de rLung , segundo os entrevistados: 1. sok zin (“ sok = vida; zin = mantém”) → Localização: da coroa (topo da cabeça) até o peito. Funções: engolir; respiração; cuspir; espirro; eructação; clareza mental; funcionamento dos órgãos dos sentidos; memória de retenção (relacionada a aprendizado, informações na leitura de um livro; guarda os fatos ou acontecimentos, como uma situação que causou tristeza; “segura os fatos”). 2. ken gyu (“para cima”) → Localização: região do peito, movimento para cima. Funções: nariz; língua; garganta; fala; força; compleição; entusiasmo; predisposição a fazer o bem; memória. 3. kyap che (“espalhado”) → Localização: coração, espalha-se para todo o corpo. Funções: andar; segurar; contrair e relaxar os membros. 4. me nyam (me = fogo; nyam = similar) → Localização: estômago. Funções: colabora na digestão, separando a essência nutricional; ajuda na produção dos sete constituintes corporais (atua em todos os órgãos internos). 5. tru si (para baixo) → Localização: região dos órgãos sexuais, reto, cólon, bexiga, genitais até as coxas. Funções: controle do peristaltismo; parto; menstruação; urina.

Subtipos de mKhris-pa , segundo os entrevistados: 19

1. ju chi (função digestiva) → Localização: porção digestiva e não digestiva do trato gastrointestinal. Funções: digestão; separa as partes pura e impura da essência nutricional; calor corporal; força; nutre os outros mKhris-pa . 2. dan gue (calor, compleição) → Localização: fígado. Funções: transforma a cor dos fluidos do organismo, como sangue, chu ser (linfa), bile. 3. dup chi (realizar) → Localização: região do coração. Funções: controla os sentimentos de confiança; depressão; raiva; apego; 4. tom chi (visão) → Localização: olhos. Função: visão. 5. tok se (tok = cor; se = brilho) → Localização: pele. Função: compleição corporal.

Subtipos de Bad-kan , segundo os entrevistados: 1. den chi (estável) → Localização: região do peito. Funções: estabilidade; fluidez; nutre os outros Bad-kan . 2. nyar chi (decomposição) → Localização: estômago. Funções: quebra e mistura o alimento de forma a facilitar a digestão, sendo o 1º estágio da digestão (depois vem mKhris- pa e, por último, rLung ). 3. nyun chi (saborear, experienciar) → Localização: língua. Funções: percebe os diferentes sabores. 4. tsim ji (satisfação) → Localização: cabeça. Funções: apreciação dos órgãos dos sentidos, também no sentido de satisfação (o que “é suficiente”). 5. jor ji (articulações) → Localização: todas as articulações. Funções: união e flexibilidade.

3.2.2 Constituição individual: combinação dos humores

Segundo os esntrevistados, tudo que está presente no universo é composto pelos cinco elementos e o mesmo vale para o ser humano. Porém, a proporção destes elementos em cada indivíduo varia, e assim é explicada a enorme diferença entre os seres humanos. De acordo com estas predominâncias, os indivíduos podem possuir sete (07) diferentes constituições, com diferentes combinações dos três humores ( Nyes-pa ): 1. rLung + mKhris-pa + Bad-kan 2. mKhris-pa + Bad-kan 3. rLung + Bad-kan 4. rLung + mKhris-pa 20

5. Bad-kan 6. mKhris-pa 7. rLung

As constituições únicas e tripla de humores ( Nyes-pa ) são mais raras, a maior parte das pessoas possui constituição dupla, segundo os entrevistados. O principal fator que garante a manutenção e promoção da saúde é conhecer sua natureza constitucional, que revelarão as tendências do organismo para se desequilibrar, os órgãos e sistemas mais sensíveis.

3.2.3 Adoecimento

A medicina tibetana, conforme os entrevistados, possui duas teorias etiológicas: uma psicológica (mente) e outra física (cinco elementos); a doença pode surgir pela mente ou pelo corpo. A teoria psicológica se relaciona às causas denominadas primárias, ou preliminares, onde a partir da ignorância ( Marig-pa ) são gerados os três “venenos mentais”, e cada um deles promove o desequilíbrio de um dos humores ( Nyes-pa ), conforme a Tabela 2 :

Tabela 2. Etiologia psicológica: os “venenos” mentais e os humores correspondentes “venenos mentais” humor (Nyes-pa ) Doe cha (desejo, apego) rLung She tang (ódio) mKhris-pa Ti mug (obscurecimento, ilusão) Bad-kan

Já a teoria física de surgimento das doenças relaciona-se às chamadas causas secundárias, ou imediatas, que são quatro condições que promovem o desequilíbrio dos humores (Nyes-pa ): • dieta; • comportamento (físico, mental); • local (condições climáticas, condições sociais); • espíritos.

Os médicos contam que no rGyud-bZhi há descrição de 1.600 diferentes tipos de doenças, todas relacionadas aos três humores ( Nyes-pa ) que, por sua vez, relacionam-se com

21 aos cinco elementos. Em última análise, as doenças podem ser divididas em frias ou quentes. A fonte de doenças frias é o humor Bad-kan enquanto a fonte de doenças quentes é o humor mKhris-pa .

3.2.4 Diagnóstico

Segundo os entrevistados, o diagnóstico é feito através da observação, palpação e interrogação. Os exames físicos de pulso e urina são extremamente importantes. A principal informação sobre a doença – se é de natureza quente ou fria – é percebida pelo pulso e urina, então o tratamento mais adequado será definido. Os alunos do Men-Tsee-Khang aprendem sobre o diagnóstico de pulso pelos textos clássicos durante os cinco anos de estudo e, então, praticam a clínica médica nas diversas unidades do Men-Tsee-Khang espalhadas pela Índia. Nesta técnica, uma sincronização específica entre o batimento cardíaco e a respiração é observada. As mudanças sazonais afetam o pulso e este conhecimento é fundamental para o médico fazer um bom diagnóstico. Por exemplo, no verão aumenta o elemento fogo e isto é observado no pulso, não podendo ser confundido com um desequilíbrio de natureza quente ( mKhris-pa ). De acordo com o entrevistado T.N., 43, “nos anos iniciais a ‘leitura’ do pulso é difícil para os recém- formados, sendo necessários alguns anos de prática”. Pela observação de campo, grande parte da consulta é dedicada ao exame de pulso. No caso de doenças mais avançadas ou de diagnóstico mais difícil, os entrevistados explicam que o exame da urina complementa informações que não foram identificadas pelo pulso. Por exemplo, é possível observar no paciente como está o metabolismo de chu ser (linfa), através dos sedimentos da urina. Segundo os entrevistados D., 53 e T.N., 43, “ a urina é como um espelho ”, provendo diversas informações sobre o desequilíbrio do paciente.

3.2.5 Tratamento

Os entrevistados explicam que o tratamento possui quatro abordagens: 1) dieta alimentar; 2) comportamento; 3) medicamentos; 4) terapias acessórias. Aconselhamento na dieta alimentar e comportamento são sempre a primeira abordagem terapêutica, e podem ser suficientes se o distúrbio for leve. Estas indicações serão feitas conforme o humor (Nyes-pa ) em desequilíbrio, de modo que as qualidades dos alimentos e comportamentos lhes sejam opostas. Porém, conforme observação de campo, este nível mais leve de desequilíbrio não é tão frequente no dia-a-dia clínico – o uso das fórmulas medicinais é a abordagem terapêutica 22 mais observada na prática clínica. Ao questionar esta observação com o entrevistado Y.D., 50, ele relatou que a maior parte dos pacientes procura o médico apenas quando o desequilíbrio já está mais estabelecido. Na indicação de uma fórmula, devem ser considerados a idade do paciente, o estágio de desenvolvimento da enfermidade, se é um quadro crônico ou agudo, além de co- morbidades. Um mesmo remédio não será indicado para todos os casos de uma determinada doença, uma vez que, conforme os entrevistados, a medicação considera aquele indivíduo (sua constituição e o desequilíbrio) e não a enfermidade por ele apresentada.

3.2.6 Mente e rLung

Na medicina tibetana, contam os entrevistados, a mente é composta pela consciência mais os cinco órgãos dos sentidos. Como todos os órgãos e sistemas, o funcionamento do SNC depende da ação dos três humores (Nyes-pa ) e, consequentemente, dos cinco elementos. Porém, os órgãos dos sentidos processam a informação sensorial por meio da ação dos cinco subtipos de rLung , que estão em diferentes partes do corpo. Estas informações – som; textura; visão; odor; paladar – estimulam ou deprimem a atividade mental. Os entrevistados explicam que existe o estado normal da mente, no equilíbrio, e no desequilíbrio a mente torna-se perturbada. Tanto a mente agitada quanto a mente deprimida são reflexos do desequilíbrio de rLung , ou seja, quando rLung se desequilibra (fatores etiológicos previamente mencionados no item 3.1.3. adoecimento ) a atividade da mente será afetada, assim como outras funções no organismo relacionadas a este humor (Nyes-pa ).

“rLung é o cavalo e a mente é o cavaleiro. O cavaleiro, mente, deve conduzir. Se o cavalo é bravo, perturba o cavaleiro. Quando se utiliza medicação, é sempre para o cavalo – rLung.” (entrevistado T.K., 40)

Para as doenças mentais não há medicação, mas sim para rLung . Também não há medicamento para os três venenos mentais (causa primária do adoecimento). O que pode ser feito é restabelecer o equilíbrio dos humores (Nyes-pa ). Ainda, é possível fortalecer o tecido nervoso, sok tza dkar-po (“canais vitais brancos”), como prevenção. O entrevistado Y.D., 50, explica: “a pessoa pode utilizar medicamentos para os humores, mas o treinamento mental deve ser feito sozinho” . Para tanto, pode-se utilizar a filosofia Budista ou outros métodos, por exemplo a Psicologia.

23

Segundo Y.D., 50, no desequilíbrio inicial de rLung , os sintomas são genéricos. A partir do nível médio, surgem perturbações dos órgãos dos sentidos – visão fraca; audição pobre; língua seca; visão avermelhada – insônia, memória e concentração são afetadas e emocionalmente o indivíduo pode experimentar tristeza e raiva. Doenças como mal de Parkinson, mal de Alzheimer e esclerose múltipla estão relacionadas ao desequilíbrio de rLung no sok tza dkar-po . Nestes casos, não se ministra apenas medicação, mas também as terapias acessórias, como moxabustão, banhos medicinais, agulhas, óleo nos pontos de rLung . Ainda, é importante que durante o tratamento haja “silêncio, quietude, o ambiente seja agradável, com uma vista bonita e o médico faça uma abordagem extremamente amigável e suave” (entrevistado Y.D., 50). Ainda, “ao tratar rLung os pacientes relatam melhora na concentração, na memória, sentem-se mais relaxados e dormem melhor, mesmo que estas não tenham sido as queixas” , explica D., 53. O entrevistado diz, ainda, que normalmente, o paciente é capaz de comparar a própria atividade mental com o passado e percebe que está em desequilíbrio, porém, conforme a severidade da doença, há casos em que a pessoa não percebe o desequilíbrio.

3.3 Ingredientes medicinais

A medicina tibetana praticada pelo Men-Tsee-Khang, a partir dos textos clássicos, possui disponível em seu repertório mais de 2.000 ingredientes medicinais, distribuídos em centenas de fórmulas. Existem oito tipos de ingredientes medicinais: gemas preciosas; minerais; solo; aromáticos; árvores; arbustos; ervas; animais, conforme explicação dos entrevistados. No Men-Tsee-Khang de Dharamsala, os produtos animais vêm sendo substituídos por outros ingredientes com qualidades semelhantes. Os entrevistados explicam que esta substituição ocorre para que não se tire a vida de seres sencientes (preceito Budista) e também porque seria difícil, na escala de produção atual do Men-Tsee-Khang, encontrar estes animais – por exemplo, o iaque (dong-trak ), Bos grunniens L., ocorre em alta altitude. O uso das substâncias medicinais ocorre sempre com multi-ingredientes, sendo o uso de um único ingrediente uma exceção. Este sinergismo, segundo os entrevistados, faz com que cada planta tenha sua ação “suavizada”, por isso a fórmula pode ser utilizada por um longo período e provoca menos efeitos colaterais, sendo indicada para um número maior de condições. Existem métodos para suavizar os efeitos das plantas, pois se entende que a maioria das plantas possui natureza “áspera” e “rude” – se utilizadas sozinhas e por tempo prolongado podem prejudicar a digestão, aumentar rLung e prejudicar os sete constituintes corporais, mencionados no item 3.2.1 Fisiologia quanto aos humores . 24

3.3.1 Propriedades de formulação

O sabor é um dos conceitos utilizado quando se considera farmacologicamente alimentos, bebidas e substâncias medicinais, segundo os entrevistados. Conforme a distribuição dos cinco elementos em cada tipo de substância, há diferentes níveis de sabor (sabores primário, secundário, etc.). Porém, pode-se dizer que a maioria dos alimentos possui o sabor doce, que está presente em vegetais, frutas, cereais, leguminosas, em diferentes níveis. Este sabor é o que deve ser consumido em maior quantidade, mas em excesso aumentará os elementos água e terra, que são frios, fazendo aumentar as enfermidades relacionadas ao frio. “Todos os sabores possuem os cinco elementos, porém predominam dois elementos em cada sabor” (entrevistado D., 53). Ainda segundo o mesmo entrevistado, para definir as qualidades de cada sabor, somam-se as características de cada elemento e observa-se a proporção final ( Tabela 3 ). Os alimentos, bebidas e medicamentos ingeridos passam pelo efeito dos três humores (Nyes-pa ) durante o processo de digestão, através da ação dos subtipos de cada humor: Nyar- chi Bad-kan (doce); Ju-chi mKhris-pa (ácido); Me-nyam rLung (amargo) – conforme item 3.2.1.1 Subtipos dos humores ( Nyes-pa ewa ). Os seis sabores, então, sofrem transformações e geralmente resultam em três sabores pós-digestivos conforme a Tabela 4.

Tabela 4. Sabor e sabor pós-digestivo correspondente Sabor Sabor pós-digestivo doce, salgado doce ácido ácido amargo, picante e adstringente amargo

Além do sabor e do sabor pós-digestivo, existem 17 qualidades secundárias, também baseadas nas qualidades dos cinco elementos: fresco, flexível, fluido, seco, pálido, móvel, suave, morno, estável, pesado, oleoso, frio, embotado, leve, áspero, quente, penetrante. Os oito poderes (oito últimas qualidades secundárias apresentadas acima) são a essência dessas qualidades. Por exemplo, explicam os entrevistados, um medicamento fresco e frio é benéfico para o indivíduo de constituição mKhris-pa , uma vez que este humor é composto pelo elemento fogo. Há três abordagens para se formular um medicamento: 1) nyu dep – formulação baseada nos oito poderes; 2) ro dep – formulação baseada no sabor; 3) shu ji dep jor – formulação baseada no sabor pós-digestivo. 25

A maioria das fórmulas baseia-se nos poderes. Estas são as características dos ingredientes medicinais que provocarão efeito fisiológico, agindo nas qualidades dos humores (Nyes-pa ) desequilibrados numa relação alopática – qualidades contrárias se anulam e restauram o equilíbrio. A fórmula, quando finalizada, pode ainda ter efeito “esfriante”, neutro ou aquecedor, nos níveis forte, médio ou fraco. Geralmente, segundo o entrevistado T.N, 43, plantas colhidas em alta altitude são “esfriantes” e plantas colhidas em baixa altitude são aquecedoras. Ainda, plantas “esfriantes” devem ser secas à sombra, para aumentar sua potência “esfriante”, enquanto plantas aquecedoras devem ser secas ao sol, para aumentar sua potência aquecedora. É possível, também, que os medicamentos ganhem uma bênção espiritual. Segundo o entrevistado T.N., 43, uma vez ao ano monges vão ao Men-Tsee-Khang para abençoar os medicamentos – este ritual transmite poderes especiais aos medicamentos. O entrevistado conta, ainda, que se líderes espirituais ( Lamas ) ou pessoas muito espiritualizadas visitam uma região, os ingredientes que ocorrem no local tornam-se mais potentes; isto se chama denter (espiritual) nuba (potência); já os ingredientes que ocorrem em cemitérios, locais de aparência feia, sujos, com excessiva presença de animais (cachorro, vaca) não devem ser utilizados como medicamento, pois não possuem uma energia adequada.

26

Tabela 3. Os 6 sabores, seus respectivos elementos e as qualidades destes elementos em ordem decrescente de relevância, conforme os entrevistados Sabor Elementos e qualidades Doce Terra Água 6 Pesado 7 Fluido 5 Estável 6 Frio 4 Embotado 5 Pesado 3 Suave 4 Embotado 2 Oleoso 3 Oleoso 1 Seco 2 Suave 1 Flexível Ácido Fogo Terra 7 Quente 6 Pesado 6 Penetrante 5 Estável 5 Seco 4 Embotado 4 Áspero 3 Suave 3 Leve 2 Oleoso 2 Oleoso 1 Seco 1 Móvel Salgado Água Fogo 7 Fluido 7 Quente 6 Frio 6 Penetrante 5 Pesado 5 Seco 4 Embotado 4 Áspero 3 Oleoso 3 Leve 2 Suave 2 Oleoso 1 Flexível 1 Móvel Amargo Água Ar 7 Fluido 6 Leve 6 Frio 5 Móvel 5 Pesado 4 Fresco 4 Embotado 3 Áspero 3 Oleoso 2 Pálido 2 Suave 1 Seco 1 Flexível Picante Fogo Ar 7 Quente 6 Leve 6 Penetrante 5 Móvel 5 Seco 4 Fresco 4 Áspero 3 Áspero 3 Leve 2 Pálido 2 Oleoso 1 Seco 1 Móvel Adstringente Terra Ar 6 Pesado 6 Leve 5 Estável 5 Móvel 4 Embotado 4 Fresco 3 Suave 3 Áspero 2 Oleoso 2 Pálido 1 Seco 1 Seco

27

3.3.2 Formas farmacêuticas

Pílulas e em pó são as principais formas farmacêuticas utilizadas no Men-Tsee-Khang, mas há oito formas principais, que conforme relatam os entrevistados estão descritas nos textos clássicos: 1. decocção – utilizada somente em febre crônica; concentrar a doença num só ponto, para ter os sintomas mais claros; doenças em que estão os três humores (Nyes-pa ) em desequilíbrio, para separá-los. 2. pó – efeito mais rápido do que pílula, geralmente relacionado a desordens do sistema digestivo em estágio inicial. 3. pílula – doenças crônicas, doenças em geral. É a forma mais utilizada. 4. pasta – geralmente uso externo. Pasta feita a partir da mistura do pó com água ou óleo. 5. manteiga medicinal – tônicos, indicados principalmente para idosos, crianças ou em casos de fraqueza, diminuição do sistema imune. 6. cinza – obtida a partir da queima dos ingredientes, porém sem se tornar carvão. Uso tanto externo quanto interno. 7. kendra – preparado a partir do cozimento dos ingredientes medicinais, possui ação efetiva porém com qualidade suave; é como uma pasta, porém obtida pelo cozimento. 8. men chang – “vinho medicado”. Indicado para rLung , que é fresco e seco. Após a ingestão, a pessoa relaxa, dorme bem. Fortalece o corpo (por exemplo, após o parto). Possui baixo teor alcoólico.

3.3.3 Etapas da formulação

Atualmente, no Men-Tsee-Khang de Dharamsala, responsável pela produção dos medicamentos que abastecem as mais de 50 clínicas distribuídas pela Índia, 95% da matéria- prima é comprada no mercado, segundo o entrevistado T.T., 37. O Departamento Farmacêutico faz testes de qualidade para avaliar as plantas compradas, referentes a sabor; cor; odor; qualidade (se o material é fresco ou velho). Algumas matérias-primas mais sensíveis, como plantas aromáticas, são armazenadas em sala refrigerada. O processo de manufatura dos medicamentos, nas formas de pós ou pílulas, possui seis etapas: 1. Sala de limpeza: as plantas provenientes do mercado passam por uma limpeza, onde se retira partes não utilizadas, partes de outras plantas e impurezas. 28

2. Desintoxicação: alguns ingredientes precisam ser desintoxicados, podendo passar por um dos dois processos abaixo. Em ambos os casos, são posteriormente transformados em pó no momento de preparo da formulação. • Kendra – numa panela grande coloca-se a planta, água e ferve-se. Essa decocção é filtrada e os restos da planta desprezados. Novamente vai para fervura, até sobrar uma pasta. Esta forma é mais efetiva do que utilizar o material cru. • Cinzas – a planta é desidratada e colocada em panelas grandes, que são posteriormene seladas, e vão ao fogo. Processo utilizado em plantas muito aquecedoras, e caso não seja efetuado podem ser prejudiciais ao estômago. 3. Pó: para fazer as pílulas é necessário um pó bem fino e macio, e para tanto a matéria prima passa em máquina de moagem em três etapas para se transformar em pó. Dessa forma, também a potência do remédio é melhor aproveitada. 4. Pílulas: primeiramente se faz uma pílula pequena, todas devem ser do mesmo tamanho e seu volume deve ser calculado com um instrumento semelhante a uma peneira. Estas “pílulas-sementes” são colocadas numa máquina e são adicionados o restante do medicamento em pó e água morna (previamente fervida), para transformar o medicamento em uma pílula maior, camada a camada. 5. Secagem: as pílulas serão secas à luz do sol ou em salões protegidos da chuva. Há também, à disposição, uma máquina de secagem de mecanismo solar. As pílulas recebem um banho de preparados de algumas plantas para dar um brilho final. 6. Contagem: uma máquina específica conta as pílulas, recebendo-as no número de 500 ou 1.000, e são embaladas a vácuo. As pílulas são levadas, então, para um depósito.

3.4 As fórmulas medicinais utilizadas no Men-Tsee-Khang, Dharamsala

Dentre o universo de 170 fórmulas para tratar os mais diversos distúrbios produzidas no Men-Tsee-Khang em Dharamsala atualmente, a partir de 200 ingredientes, 10 fórmulas foram indicadas pelos quatro entrevistados para os transtornos neuropsiquiátricos, e estas possuem na sua composição entre 8 e 35 ingredientes. Algumas fórmulas foram citadas pelos quatro entrevistados, enquanto outras foram citadas por somente um entrevistado. Conforme se pode observar pela Tabela 5, a fórmula 2) Srog-‘dzin 11, por exemplo, foi indicada pelos quatro entrevistados para psicoses, enquanto apenas um dos entrevistados indicou essa fórmula para incremento da memória. Dentre as diversas formas farmacêuticas descritas na medicina tibetana, pós e pílulas via oral são as mais comuns. Nove fórmulas indicadas neste estudo são pílulas e uma – 10) 29

Moe dik 25 – é um incenso. As pílulas são comumente administradas três vezes ao dia e uma dose corresponde, normalmente, a três pílulas.

Tabela 5: Dez Fórmulas neuropsiquiátricas e o número de entrevistados do Men- Tsee-Khang que evocaram suas possíveis indicações terapêuticas Indições Doença de Doença de Esclerose Psicoses Transtornos Sono Ansiedade Depressão Transtornos terapêuticas Parkinson Alzheimer múltipla de Memória dos órgãos

sensoriais Nome das fórmulas* 1) Sems-kyi 2** 2 2 2 1 0 0 0 0 bde-skyid 2) Srog- 3 3 3 4 1 0 1 1 0 ‘dzin 11 3) Shing 1 1 1 2 1 0 0 0 0 kung 25 4) Bi-ma-la 1 1 1 1 1 0 1 1 0 5) A-gar 8 1 1 1 1 2 2 0 0 1 6) A-gar 15 0 0 0 0 1 1 0 0 1 7) A-gar 20 1 1 1 2 1 1 0 0 1 8) A-gar 31 0 0 0 0 0 1 0 0 0 9) A-gar 35 2 2 2 2 2 4 0 2 1 10) Moe dik 1 1 1 1 1 0 0 0 0 25 * o número que segue ao nome de algumas fórmulas indica a quantidade de ingredientes contidos nas mesmas ** número de entrevistados que indicou essa fórmula para a respectiva indicação terapêutica

Na Figura 6 , observa-se a análise de correspondência (ANACOR) entre as fórmulas evocadas e as respectivas indicações, a fim de observarmos as semelhanças entre as duas variáveis. A partir do gráfico é possível observar que para a indicação de “transtornos da memória” as fórmulas mais correspondentes foram A-gar 8 e A-gar 20 . As indicações de “Doença de Parkinson”, “Doença de Alzheimer” e “Esclerose Múltipla” aparecem juntas, pois se referem ao conjunto de sintomas derivados do alto desequilíbrio de rLung , quando este humor afeta o tecido nervoso ( sok tza dkar-po ). Para estas doenças, as fórmulas mais correspondentes foram Srog-‘dzin 11 ; Sems-kyi bde-skyid ; Shing kun 25 ; e Moe dik 25 , sendo as três últimas também correspondentes à indicação de “psicoses”. Já para os transtornos “ansiedade” e “depressão”, a fórmula mais correlacionada é a Bi-ma-la .

30

Figura 6. Análise de correspondência (ANACOR) entre as fórmulas e as indicações neuropsiquiátricas

3.5 Usos das plantas na medicina tibetana X estudos farmacológicos

A partir da revisão na literatura científica, constatou-se que todas as fórmulas indicadas para os transtornos neuropsiquiátricos de fato possuem ingredientes com comprovada ação neuropsicoativa. Ainda, muitos dos ingredientes com indicação para “desequilíbrio de rLung ” não possuem estudos científicos referentes à neuropsicoatividade. Conforme a Figura 7 , as dez fórmulas medicinais compreendem 61 ingredientes – entre eles dois sais, seis produtos animais e 53 plantas –, apresentados na Tabela 6. Apenas 48 vegetais possuem identificação até espécie e puderam ter suas atividades biológicas buscadas na literatura científica. Embora os produtos animais pérola e madrepérola estejam contidos nas fórmulas, não foi possível obter sua classificação taxonômica. São indicados para lesão no tecido nervoso (por exemplo, acidentes em que há exposição do tecido), porém mesmo para o nome genérico “pérola” e “madrepérola” não foram encontrados

31 estudos para estas atividades farmacológicas. No caso dos sais, e da pedra de vesícula biliar – preferencialmente de vaca, mas pode ser de ovelha, cabra, elefante ou porco –, também não foi possível obter suas classificações taxonômicas para viabilizar a busca de atividades farmacológicas. Não foram encontrados estudos de atividade biológica para os animais.

Figura 7. Distribuição dos 61 ingredientes nas 10 fórmulas indicadas

Na Tabela 6 consta, ainda, a frequência em que estes ingredientes ocorrem nas respectivas fórmulas; seus usos terapêuticos conforme o conhecimento tibetano; e as ações farmacológicas encontradas para os ingredientes na literatura científica. Os usos terapêuticos para outros sintomas que diferentes dos neuropsiquiátricos e/ou relacionados ao desequilíbrio do humor rLung (por exemplo, “infecção por microorganismos”) que tenham sido corroborados pelos estudos farmacológicos estão marcados com “ †” nas colunas “ Indicação terapêutica conforme os médicos tibetanos” e “Atividades biológicas (literatura científica) ”.

32

Tabela 6: 61 ingredientes presentes nas 10 fórmulas neuropsicoativas indicadas pelos quatro médicos tibetanos, a parte utilizada, a frequência de aparição nas fórmulas, suas indicações terapêuticas individuais, suas qualidades conforme a medicina tibetana, e respectivas atividades biológicas descritas na literatura científica em conformidade às indicações 1linfa 2inflamação com edema na região do pescoço 3aumento do calor corporal, não necessariamente de temperatura, associado às desordens quentes de mKrhis-pa 4tecido nervoso 5doenças infecciosas 6úlcera. Em negrito estão as indicações terapêuticas ou atividades biológicas relacionadas aos transtornos neuropsiquiátricos; “ †” refere-se às indicações tibetanas corroboradas pela literatura; “-" refere-se aos ingredientes que não foram identificados taxonomicamente, logo não tiveram as atividades biológicas buscadas na literatura. Identificação Parte Frequência de Indicação terapêutica Qualidades Atividades biológicas (literatura científica) taxonômica e nome utilizada aparição nas conforme os médicos conforme a popular fórmulas e tibetanos medicina nome das tibetana mesmas 1. Aconitum sp. planta 20% - Sems-kyi Dor, inflamação e edema Sabor: doce, - [Ranunculaceae] – toda bde-skyid ; de gota, artrite, levemente sman chen (em cada Shing kung 25 reumatismo; chu ser 1; amargo fórmula é infecção por Qualidade: indicada a microorganismos; aquecedor parte) desordem rLung no coração; lepra. Tóxica - sempre que é utilizado, passa anteriormente por processo de desintoxicação.

33

2. Aconitum sp. folhas 10% - A-gar 35 Artrite, dor articular; gota; Sabor: doce, - [Ranunculaceae] – inchaço nas articulações; picante blud-rtsi-lo-ma reduz aumento de chu Qualidade: ser 1; infecção intestinal; aquecedor desequilíbrio de rLung no coração; lepra; acidente vascular cerebral, paralisia. 3. Aconitum raiz 10% - Moe dik Artrite; reumatismo; Sabor: doce, Anti -convulsivante (Raza et al ., 2009). violaceum Jacquem. 25 infecções; inchaços; dor; levemente ex Stapf chu ser 1 desequilibrado na amargo [Ranunculaceae] – pele; excesso de Qualidade: bong nag microorganismos no trato aquecedor gastrointestinal - tênia; desequilíbrio de rLung no coração; lepra. Deve passar pelo processo de desintoxicação antes de ser utilizado. 4. Acorus calamus raiz 10% - Shing Aumenta o calor corporal; Sabor: picante Antiinflamatório (Kim et al ., 2009); anti - L. [Acoraceae] – shu kung 25 gak lok 2†; reduzir rLung . Qualidade: epilético (Hazra et al ., 2007); anti-

34 dag Uso religioso: usar o aquecedor convulsivante (Sharma et al ., 1961; Manis et rizoma que possui 9 anéis al ., 1991); sedativo (Dandiya et al ., 1959; amarrado no lado direito Bhattacharya, 1968); depressor do SNC do corpo, transpassado (Dandiya & Menon, 1965; Tripathi & Singh, pelo braço, numa 1995; Hazra & Guha, 2003; Zaugg et al ., bolsinha. 2011); anticolinesterásico e incremento da memória (Zhang et al ., 1994; Howes & Houghton, 2003; Mukherjee et al ., 2007); neuroprotetor (Palani et al ., 2010); alterações comportamentais (Dandiya & Collumbine, 1959; Vohora et al ., 1990; Shukla et al ., 2002, 2006); hipotensor (Shah & Gilani, 2009); modulador vascular (Shah & Gilani, 2009); analgésico (Tippani et al ., 2008); inseticida (Yingjuan et al ., 2008); redução do colesterol (D’Souza et al ., 2007); ateroesclerose (D’Souza et al ., 2007); anti- diabético (Wu et al ., 2007; Si et al ., 2010); antiespasmódico (Gilani et al ., 2006); antifúngico (Ghosh, 2006); imunomodulador (Belska et al ., 2010); radioprotetor (Sandeep

35

& Nair, 2010). 5. Adhatoda vasica folhas, 20% - A-gar Febre 3 no fígado †; febre 3 Sabor: amargo Hepatoprotetor (Bhattacharyya et al ., 2005); Nees [Acanthaceae] – flores 31 ; A-gar 35 no sangue; purifica o Qualidade: quimiopreventivo (Singh et al ., 2000; pa- sha-ka sangue; desequilíbrio de “esfriante” Jahangir & Sultana, 2007); antiinflamatório mKhris-pa . (Chakraborty & Brantner, 2001); imunomodulador (Thaakur, 2007); modulador para irradiação (Kumar et al ., 2005); antiulcerativo (Shrivastava et al ., 2006); antitussivo (Dhuley, 1999; Chattopadhyay et al ., 2011); broncodilatador (Amin & Mehta, 1959); antidiabético (Gao et al ., 2008); antioxidante (Jayakumar et al ., 2009); anti-micobactericida (Ignacimuthu & Shanmugam, 2010). 6. Allium sativum L. bulbo 20% - Bi-ma-la ; Combater Sabor: picante, Neuroprotetor (Ray et al ., 2011); anti- [Amaryllidaceae] – Shing kung 25 microorganismos †; doce microbiano (Ankri & Mirelman, 1999; sgog-skya envenenamento Qualidade: Goncagul & Ayaz, 2010); bactericida alimentar †; lepra †. Protege aquecedor, (Cellini et al ., 1996; Ross et al ., 2001); anti- contra espíritos. agudo, pesado, fúngico (Ledezma & Apitz-Castro, 2006); oleoso incremento da memória (Haider et al ., 2008); antioxidante (Butt et al ., 2009;

36

Marzouki et al ., 2010); anti-câncer (Thomson & Ali, 2003; Devrim & Durak, 2007); hipocolesterolêmico (Mathew et al ., 1996; Augusti et al ., 2005; Heidarian et al ., 2011); cardioprotetor (Brace, 2002; Ariga & Seki, 2006; Ginter & Simko, 2010). 7. Amomum tsaoko semente 40% - A-gar Desequilíbrio de Bad-kan Sabor: picante Anti-microbiano (Yang et al ., 2008a); anti- Crevost & Lemarié 31 ; A-gar 35 ; no estômago e baço; Qualidade: fúngico (Yang et al ., 2008a); hipoglicêmico [Zingiberaceae] – ka- Bi-ma-la ; Moe doenças de natureza fria aquecedor (Yu & Suzuki, 2007); hipolipidêmico (Yu & ko-la dik 25 (Bad-kan ); doenças Suzuki, 2007); redução de peso (Yu & digestivas; Suzuki, 2007); redução triglicérides no aumentar o apetite; plasma e fígado (Yu & Suzuki, 2007); diarréia e vômitos antioxidante (Yu et al ., 2007b). causados por aumento de frio; gases no estômago.

37

8. Aquilaria casca do 90% - A-gar 8 ; Desequilíbrio de rLung ; Sabor: picante e Depressor do SNC (Okugawa et al ., 1993); agallochum (Lour.) tronco A-gar 15 ; A-gar planta importante para amargo ansiolítico e anti-convulsivante (Alla et al ., Roxb. ex Finl. 20 ; A-gar 31 ; mente/cérebro . Doenças Qualidade: 2007); inibidor da MAO (enzima [Thymelaeaceae] – A-gar 35 ; Bi- dos canais vitais, oleoso, monoaminoxidase) (Huong et al ., 2002); ar-nag ma-la ; Sems-kyi principalmente nervos , aquecedor, anti-alérgico (Kim et al ., 1997); anti- bde-skyid ; em que a pessoa perde a suave, seco bactericida (Dash et al ., 2008); anti-câncer Shing-kun 25 ; consciência , enlouquece . (Gunasekera et al ., 1981 apud Dash et al ., Srog-‘dzin 11 2008); antioxidante (Owen & Johns, 2002); analgésico (Chitre et al ., 2007); antiinflamatório (Chitre et al ., 2007). 9. Aquilaria sinensis tronco 20% - A-gar Desordens rLung ; febre 3 Sabor: Antinociceptivo (Zhou et al ., 2008); anti- (Lour.) Spreng. 31 ; A-gar 35 no sok tza dkar-po 4†; adstringente tumoral (Xu et al ., 2010); laxativo (Kakino et [Thymelaeaceae] – doenças do coração com Qualidade: al ., 2010; Hara et al ., 2008); anti-bacteriano ar-gya febre 3. “esfriante” (Liu et al ., 2008); antiinflamatório (Zhou et al ., 2008). 10. Areca catechu L. fruto 10% - Sems-kyi Aumentar o calor dos Sabor: amargo, Anti -depressivo (Dar et al ., 1997; Dar & [Arecaceae] – gu yu bde-skyid rins †; fortificante dos rins; levemente Khatoon, 2000); aumento de temperatura dkar-po doenças sexuais (fortifica picante, corporal (Chu, 2001); promove tremores * o fluido regenerativo - adstringente (Hafeman et al ., 2006); diabetogênico * esperma); fortificante da Qualidade: (Boucher et al ., 1994; Boucher & Mannan, gengiva; tênia. aquecedor 2002; Tung et al ., 2004; Hsu et al ., 2010);

38 aumenta o risco de tumor * (Boucher & Mannan, 2002); induz formação de EROs * (espécies reativas de oxigênio) (Chen et al ., 2002; Wu et al ., 2010); aumenta o risco de obesidade * (Boucher & Mannan, 2002; Hsu et al ., 2010); aumenta glicemia * (Mannan et al ., 2000); inflamatório * (Boucher & Mannan, 2002); aumenta risco cardiovascular * (Boucher & Mannan, 2002).; anti-hipertensivo (Inokuchi et al ., 1986); promotor de asma * (Taylor et al ., 1992); aumenta batimentos cardíacos (Chu, 2001); aumento de transpiração (Chu, 2001); dano oxidativo no DNA (Liu et al ., 1996); analgésico (Bhandare et al ., 2010; 2011; Khan et al ., 2011); antiinflamatório (Bhandare et al., 2010; Khan et al ., 2011); anti-oxidante (Bhandare et al ., 2010); abortivo (Shrestha et al ., 2010); anti- ovulatório (Shrestha et al ., 2010); fungicida (Yenjit et al ., 2010); vasodilatador (Goto et

39

al ., 1997); hipoglicêmico (Amudhan & Begum, 2008); aumento do risco de cirrose * (Wu et al ., 2009); anti-envelhecimento epidérmico (Lee & Choi, 1999).

* uso relacionado ao hábito crônico de mascar a noz desta planta 11. Bambusa textilis resina 80% - A-gar 8 ; Doenças pulmonares com Sabor: doce Sem estudos McClure [Poaceae] – queimada A-gar 15 ; A-gar presença de febre 3; feridas Qualidade: chu-gang 20 ; A-gar 31 ; infeccionadas. “esfriante” A-gar 35 ; Bi- ma-la ; Moe dik 25 ; Srog-‘dzin 11 12. Bergenia raiz 10% - Bi-ma-la Rim 5† com presença de Sabor: Antiinflamatório (Cai, 1991). purpurascens (Hook. febre 3; febre nos pulmões; adstringente, f. & Thomson) Engl. inchaço agudo. levemente [Saxifragaceae] – li- picante ga-dur Qualidade: “esfriante” 13. Bombax ceiba L. flor 50% - A-gar 8 ; Doenças nos pulmões; Sabor: Antioxidante (Vieira et al ., 2009); [Malvaceae] – ge ser A-gar 20 ; A-gar coração; fígado. adstringente Antioxidante (Dar, 2005); anti-angiogênico 31 ; A-gar 35 ; Qualidade: (You et al ., 2003); analgésico (Dar, 2005).

40

Srog-‘dzin 11 “esfriante” 14. Boswellia carteri resina 70% - A-gar 8 ; Reduz aumento de chu Sabor: amargo, Antiinflamatório (Banno et al., 2006); Birdw. [Burseraceae] A-gar 20 ; A-gar ser 1†; purifica o sangue. adstringente tumoricida (Zhao et al., 2003; Akihisa et al., – spos-dkar 31 ; A-gar 35 ; Qualidade: 2006; Frank et al., 2009; Mazzio & Soliman, Bi-ma-la ; “esfriante” 2009). Shing-kun 25 ; Srog-‘dzin 11 15. Carthamus flor 60% - A-gar Desequilíbrio de rLung ; Sabor: doce, Neuroprotetor (Zhu et al ., 2005; Chu et al ., tinctorius L. 15 ; A-gar 20 ; doenças do fígado, levemente 2006; Hiratsuka et al ., 2008; Tian et al ., [Asteraceae] – gur A-gar 31 ; A-gar crônica ou aguda; doenças amargo 2008); neuromodulador (Zhao et al ., gum 35 ; Bi-ma-la ; do fígado com presença Qualidade: 2009b); incremento da memória (Huang et Moe dik 25 de febre 3; reduz bile se “esfriante” al ., 2007); anti-depressivo (Zhao et al ., estiver produzindo em 2009a); antioxidante (Zhang et al ., 1997; Jun excesso; estanca et al ., 2002; Koyama et al ., 2009); sangramento; doenças dos antitumoral (Roh et al ., 2004; Shi et al ., rins; doenças do sangue. 2010); antagonista de canais Ca ++ (Meselhy et al ., 1993); cardioprotetor (Ji et al ., 2008; Koyama et al ., 2009; Han et al ., 2009); promotor de fibroblastos (Takii et al ., 1999; Yang et al ., 2008b); analgésico (Popov et al ., 2009); promotor de massa óssea (Alam et al .,

41

2006; Banu et al ., 2006); antiinflamatório (Sun et al ., 2010). 16. Carum carvi L. semente 30% - A-gar Desequilíbrio de rLung ; Sabor: picante, Adaptógeno e nootrópico (Koppula et al ., [Apiaceae] – go- 31 ; Bi-ma-la ; envenenamento †; clarifica adstringente, 2009); inseticida (Fang et al ., 2010); snyod Shing-kun 25 a visão; rLung na levemente moluscicida (Kumar & Singh, 2006); presença de febre 3; amargo bactericida (Iacobellis et al ., 2005; Hawrelak desordem rLung no Qualidade: et al ., 2009; De Martino et al ., 2009); coração; aumenta o neutro adulticida para Aedes aegypti (Chaiyasit et apetite. Bastante al ., 2006); nefro-protetor (Sadiq et al ., 2010); prejudicial para relaxante da musculatura intestinal (Al-Essa articulações. Utilizada et al ., 2010); antioxidante (Satyanarayana et externamente com za ti na al ., 2004; Kamaleeswari & Nalini, 2006; forma de trouxinhas, para Damasius, et al ., 2007; De Martino et al ., restaurar a consciência 2009; Samojlik, 2010); diurético (Lahlou, et quando há desequilíbrio al ., 2007); reduz colesterol e triglicérides de rLung . (Lemhadria et al ., 2006); anti-hiperglicêmico (Eddouks et al ., 2004); anti-carcinogênico (Kamaleeswari et al ., 2006). 17. fruto 10% - A-gar 20 sMug-po 6; febre 3 no Sabor: ácido, Inibição do transporte de dopamina e speciosa (Sweet) estômago; indigestão. doce antiparkinson (Zhao et al ., 2008); antiviral Nakai [] – se Qualidade: (Zhang et al ., 2010); antiinflamatório (Chen

42 yab “esfriante” & Wei, 2003; Dai et al ., 2003; Zheng et al ., 2004; Wang et al ., 2005b; Zhang & Wei, 2006; Li et al ., 2009; Zhang et al ., 2010); imunoestimulante (Shi et al ., 2009); antidiarréia (Chen et al ., 2007); imunorregulador (Chen & Wei, 2003), antimicrobiana (Xianfei et al ., 2007); antioxidante (Tang et al ., 2010); anti- ateroesclerose (Tang et al ., 2010). 18. Choerospondias fruto 80% - A-gar 8 ; Principal planta para Sabor: ácido, Anti-arrítmico (Wang et al ., 2005a); axillaris (Roxb.) B.L. A-gar 15 ; A-gar doenças do coração † com doce cicatrizante de queimaduras (Doanh et al ., Burtt & A.W. Hill 20 ; A-gar 31 ; presença de febre 3. Qualidade: 1996); antioxidante (Wang et al ., 2008). [Anacardiaceae] – A-gar 35 ; Bi- neutro snying-zho-sha ma-la ; Sems-kyi bde-skyid ; Srog-‘dzin 11 19. Chrysanthemum flor 20% - A-gar Fratura dos ossos da Sabor: amargo Sem estudos tatsienense Bureau & 31 ; A-gar 35 cabeça; aumento de chu Qualidade: Franch. [Asteraceae] ser 1; dor nas costelas “esfriante” – gzer-'joms causada por rLung com presença de febre 3; feridas

43

na pele. 20. Cinnamomum casca do 20% - Shing- Desequilíbrio de rLung ; Sabor: doce, Antinflamatório (Reddy et al ., 2004; Iwaoka cassia (L.) D. Don tronco kun 25 ; Moe dik interrompe diarréia †; adstringente, et al ., 2010); ansiolítico (Yu et al ., 2007a); [Lauraceae] – shing- 25 inflamação crônica nos salgado, picante anti-neuroinflamatório (Hwang et al ., tsha pulmões †, com presença Qualidade: 2011); antimicrobiano (Ooi et al ., 2006); de pus; aumenta o calor aquecedor anti-hiperglicêmico (Kirkham et al ., 2009); digestivo. hipoglicemiante (Verspohl et al ., 2005; Soni & Bhatnagar, 2009; Lu et al ., 2010); antidiabético (Kim et al ., 2006); antioxidante (Lin et al ., 2003); pró-apoptose tumoral (Ka et al ., 2003; Hong et al ., 2007; Koppikar et al ., 2010; Kwon et al ., 2010; Ock et al., 2011); angiogênese (Choi et al ., 2009); anti- agregante plaquetário (Kim et al ., 2010); anti-coagulante (Kim et al ., 2010); anti- fúngico (Giordani et al ., 2006); inseticida (Park et al ., 2000); nematicida (Kong et al ., 2007); repelente (Chang et al ., 2006); hipouricemiante (Zhao et al ., 2006); clareador epidérmico (Kong et al ., 2008).

44

21. Cinnamomum madeira 20% - A-gar Desequilíbrio de rLung ; Sabor: Hipoglicêmico (Jia et al ., 2009). parthenoxylon (Jack) 20 ; A-gar 35 desequilíbrio de rLung adstringente Meisn. [Lauraceae] – com presença de febre 3. Qualidade: a-gar go-snyod “esfriante” 22. Commiphora resina 20% - A-gar Dor causada por Sabor: amargo Antiinflamatório (Shishodia & Aggarwal, mukul (Hook. ex 35 ; Shing kung inflamação †; doenças do Qualidade: 2004; Burris et al ., 2005; Manjula et al ., Stocks) Engl. 25 fígado, agudas ou “esfriante”, 2006; Mencarelli et al ., 2009; Song et al ., [Burseraceae] – gu- crônicas; previne contra pesado 2010); hipocolesterolêmico (Szapary et al ., nag espíritos. Como incenso, é 2003; Urizar & Moore, 2003; Sharma et al ., utilizada para proteção 2009; Yu et al ., 2009); hipolipidêmico espiritual, o cheiro da (Burris et al ., 2005; Sharma et al ., 2009); planta previne o espírito pró-apoptose tumoral (Singh et al ., 2005; de chegar ao corpo. Ichikawa & Aggarwal, 2006; Singh et al ., 2007; Xiao & Singh, 2008; Xiao et al ., 2011); anti-tumoral (Sarfaraz et al ., 2008); cardioprotetor (Deng, 2007; Ojha et al ., 2008). 23. Crocus sativus L. gineceu 10% - Moe dik Doenças do fígado, Sabor: doce, Inibidor glutamatérgico (Berger et al ., [Iridaceae] – kha-che- 25 crônica ou aguda, com ou levemente 2011); neuroprotetor (Ochiai et al ., 2007; gur-gum sem presença de febre 3; amargo Shati et al ., 2011); anti-depressivo reduz bile se estiver Qualidade: (Akhondzadeh et al ., 2005; Noorbala et al .,

45

produzindo “esfriante” 2005; Basti et al ., 2007; Wang et al ., 2010); em excesso; estanca antioxidante (Saleem et al ., 2006); anti- sangramento; doenças dos parkinson (Ahmad et al ., 2005); ansiolítico rins; purifica o sangue; (Pitsikas et al ., 2008; Hosseinzadeh & aumenta hemoglobina se Noraei, 2009); hipnótico (Hosseinzadeh & estiver baixa; Noraei, 2009); incremento da memória fecha os canais ( tza ). (Pitsikas et al ., 2006, 2007). 24. Cuminum semente 10% - Moe dik Infecção † de natureza Sabor: picante, Anti -epilético (Janahmadi et al ., 2006); anti - cyminum L. 25 rLung ; febre 3 por rLung ; doce convulsivante (Sayyah et al ., 2002); [Apiaceae] – ze-ra para melhorar a digestão; Qualidade: bactericida (Iacobellis et al ., 2005; Ani et al ., dkar-po aumenta o apetite. “esfriante”, leve 2006; Allahghadri et al ., 2010; Hajlaoui et al ., 2010; Wanner et al ., 2010); fungicida (Hajlaoui et al ., 2010; Romagnoli et al ., 2010; Wanner et al ., 2010); benefício no condicionamento à morfina (Haghparast et al ., 2008; Khatibi et al ., 2008); sedativo do SNC (Shams et al ., 2009). 25. Dalbergia sp. resina 10% - Shing- Doenças do sangue; Sabor: amargo - [Fabaceae] – gya tsoe kun 25 febre 3; junta num só local Qualidade: a inflamação que está “esfriante” espalhada no corpo.

46

Acredita-se a resina utilizada seja produzida por insetos no interior do tronco das árvores. As sementes podem ser usadas para doenças de natureza quente nos pulmões e rins. 26. Elettaria semente 50% - A-gar Doenças nos rins †; Sabor: picante, Gastroprotetor (Jamal et al ., 2006); anti- cardamomum (L.) 31 ; A-gar 35 ; aumenta calor no amargo hipertensivo (Gilani et al ., 2007; Verma et Maton Bi-ma-la ; Moe estômago †. Qualidade: al ., 2009); diurético (Gilani et al ., 2007); [Zingiberaceae] – dik 25 ; Shing- aquecedor sedativo (Gilani et al ., 2007); anti- sug-smel kun 25 espasmódico (AlZuhair et al ., 1996); bactericida (Arora & Kaur, 2007; Singh et al ., 2008a; Aneja & Sharma, 2010); antioxidante (Singh et al ., 2008a; Verma et al ., 2009); antiinflamatório (Majdalawieh & Carr, 2010).

47

27. Ferula assa- resina 40% - Bi-ma-la ; Viroses †; desequilíbrio de Sabor: picante Anti-viral (Lee et al ., 2009); anti-diabético foetida L. [Apiaceae] Sems-kyi bde- rLung no coração; Qualidade: (Abu-Zaiton, 2010); anti-fúngico (Angelini et – shing-kun skyid ; Shing- doenças de natureza fria aquecedor al ., 2009); moluscicida (Kumar & Singh, kun 25 ; Srog- (Bad-kan ). 2006); espasmolítico (Sadraei et al ., 2003). ‘dzin 11 Em excesso pode desequilibrar mKhris-pa . 28. Fragaria nubicola parte 20% - A-gar Inflamação de sok tza Sabor: Sem estudos (Hook. f.) Lindl. ex aérea 20 ; Moe dik 25 dkar-po 4; reduz pus levemente doce Lacaita [Rosaceae] – acumulado no peito e Qualidade: dre -rta-sa-'dzin pulmões. O fruto é “esfriante” levemente tóxico, se comer em excesso pode causar diarréia. 29. Inula sp. raiz 80% - A-gar 8 ; Úlceras no sistema Sabor: picante - [Asteraceae] – ru-ta A-gar 20 ; A-gar digestivo devido a rLung Qualidade: 31 ; A-gar 35 ; desequilibrado; doenças neutro Moe dik 25 ; ginecológicas; gases no Sems-kyi bde- estômago; pulmões. skyid ; Shing- kun 25 ; Srog- ‘dzin 11

48

30. Inula racemosa raiz 50% - A-gar Desequilíbrio de rLung no Sabor: picante, Cardioprotetor (Tripathi et al ., 1988; Hook. f. [Asteraceae] 15 ; A-gar 20 ; sangue †; desequilíbrio de doce, amargo Lokhande et al ., 2006; Mangathayaru et al ., – ma-nu A-gar 31 ; A-gar rLung e mKhris-pa ; Qualidade: 2009; Ojha et al ., 2010; Ojha et al ., 2011); 35 ; Shing-kun desequilíbrio de Bad-kan ; aquecedor anti-câncer (Pal et al ., 2010); anti-obesidade 25 aumenta o calor digestivo; (Mangathayaru et al ., 2009); hipoglicemiante melhora a digestão. (Tripathi & Chaturvedi, 1995; Gholap & Kar, 2004); anti-alérgico (Srivastava et al ., 1999). 31. Lygodium semente 10% - Moe dik Limpa linfa; doenças dos Sabor: Hepatoprotetor (Wills & Asha, 2006a, flexuosum (L.) Sw. 25 rins; fratura de ossos do levemente 2006b, 2007, 2009; Wills et al ., 2006). [Lygodiaceae] – ser- crânio. salgado, picante tshen Qualidade: aquecedor 32. Malva verticillata flor, 10% - Moe dik Diarréia †; feridas †; limpa Sabor: doce, Anti-complementar (sistema imune / L. [Malvaceae] – semente 25 linfa; diurético; sensação adstringente respostas inflamatórias para combate de lcham-'bru de sede; doenças dos rins. Qualidade: infecção) (Tomoda et al ., 1990; Tomoda et aquecedor al ., 1992). 33. Meconopsis planta 20% - A-gar Desequilíbrio de rLung Sabor: amargo Sem estudos horridula Hook. f. & toda 31 ; A-gar 35 com presença de febre 3; Qualidade: Thomson febre 3 nos ossos; fratura “esfriante” [Papaveraceae] – óssea; fortifica medula tsher-sngon óssea; reduz dor na região

49

da coluna torácica. 34. Myristica fruto 100% - A-gar Bastante importante para Sabor: picante Ansiogênico (Sonavane et al ., 2002); fragrans Houtt. 8; A-gar 15 ; A- desordens rLung ; Qualidade: incremento da memória (Parle et al ., 2004); [Myristicaceae] – gar 20 ; A-gar desequilíbrio de rLung aquecedor, anti-depressivo (Dhingra & Sharma, 2006); dza'-ti 31 ; A-gar 35 ; que afeta o coração †; oleoso anti-trombótico, analgésico, antitrombótico Bi-ma-la ; Moe aumenta calor digestivo. (Olajide et al ., 1999); sedativo (Grover et al ., dik 25 ; Sems- Uso externo na forma de 2002); anti-convulsivante (Wahab et al ., kyi bde-skyid ; trouxinhas, em pontos 2009); psicotrópico (Beyer & Maurer, Shing-kun 25 ; externos específicos de 2005); afrodisíaco (Tajuddin, 2005); Srog-‘dzin 11 rLung , quando há perda antiobesidade (Nguyen et al ., 2010); de consciência , falta de antinflamatório (Ozaki et al ., 1989). concentração , loucura . 35. Myrobalanus fruto 90% - A-gar 8 ; Qualquer tipo de doença †; Sabor: doce, Antioxiodante (Cheng et al ., 2003; Lee et al ., chebula ( Retz.) A-gar 15 ; A-gar mantém a vida, conhecida ácido, picante, 2005a); anti-envelhecimento (Manosroi et Gaertn. 20 ; A-gar 31 ; como “rei dos adstringente, al ., 2010); imunomodulador (Shivaprasad et [Combretaceae] – a- A-gar 35 ; Bi- medicamentos” †; aumenta amargo, al ., 2006; Aher et al ., 2010); anti- ru ma-la ; Moe dik o calor digestivo; ligeiramente convulsivante (Debnath et al ., 2010); 25 ; Shing-kun desequilíbrio de mKhris- salgado cicatrizante (Suguna et al ., 2002). 25 ; Srog-‘dzin pa . Qualidade: 11 neutro

50

36. Neopicrorhiza raiz 20% - A-gar Purifica o sangue; Sabor: amargo Neuroprotetor (Li et al ., 2010); promove scrophulariiflora 31 ; A-gar 35 envenenamento; febre 3 Qualidade: crescimento neural (Li et al ., 2000). (Pennell) D.Y. Hong após envenenamento; “esfriante” [Plantaginaceae] – febre 3 nos órgãos vitais; hom-len doenças da vesícula biliar. 37. Phyllanthus fruto 60% - A-gar Doenças do sangue † como Sabor: ácido, Antioxidante (Bhattacharya et al ., 1999; emblica L. 15 ; A-gar 20 ; hipertensão, aumento de doce, Khopde et al ., 2001; Chaudhuri, 2002; Rajak [Phyllanthaceae] – A-gar 31 ; A-gar colesterol; diabetes †; adstringente et al ., 2004; Nampoothiri et al ., 2011); skyu-ru-ra 35 ; Bi-ma-la ; melhora a digestão †; Qualidade: hepatoprotetor (Gulati et al ., 1995; Moe dik 25 doenças nos pulmões †; “esfriante”. Pramyothin et al ., 2006; Sultana et al ., 2008); estágio inicial de doenças Após a digestão gastroprotetor (Bandyopadhyay et al ., 2000; do fígado †; desequilíbrio torna-se mais Al-Rehaily et al ., 2002; Albiero et al ., 2002); de mKhris-pa ; “esfriante” e cardioprotetor (Rajak et al ., 2004); anti- desequilíbrio de Bad-kan ; agudo, sem ser diabético (Mehta et al ., 2009); incremento aumenta o apetite; maléfico para da memória (Vasudevan & Parle, 2007; doenças nos olhos. Rica rLung Ashwlayan & Singh, 2008; em vitamina C †. Utilizada Wanasuntronwong, 2008); antitussivo em óleos para queda de (Nosal'ova et al ., 2003). cabelo devido a mKhris- pa ou falta de nutrientes. Sabor ácido costuma ser

51

ruim para mKhris-pa e Bad-kan , mas esta planta não é. 38. Piper longum L. fruto 30% - Moe dik Desequilíbrio de Bad-kan ; Sabor: picante Neuroprotetor (Subramanian et al ., 2010; [Piperaceae] – pi-pi- 25 ; Sems-kyi desequilíbrio de Bad-kan Qualidade: Chonpathompikunlert et al ., 2010; Fu et al ., ling bde-skyid ; e rLung ; doenças dos aquecedor, 2010); anti-depressivo (Lee et al ., 2005b); Shing-kun 25 pulmões †. penetrante, anti-câncer pulmonar (Pradeep & Kuttan, áspero 2002; Selvendiran et al ., 2005a, 2005b; 2006); incremento da memória (Chonpathompikunlert et al ., 2010); hipnótico (Mujumdar et al ., 1990); modulador do receptor GabaA (Zaugg et al ., 2010); anti-depressivo (Wattanathorn et al ., 2008; Mao et al ., 2011); incremento da cognição (Wattanathorn et al ., 2008). 39. Piper nigrum L. semente 20% - Sems-kyi Desequilíbrio de Bad-kan ; Sabor: picante Colerético (Bhat & Chandrasekhara, 1987); [Piperaceae] – pho-ril bde-skyid ; aumenta o apetite †. Qualidade: neuroprotetor (Chonpathompikunlert et al ., Shing-kun 25 aquecedor 2010; Fu et al ., 2010); incremento da memória (Chonpathompikunlert et al ., 2010); hipnótico (Mujumdar et al ., 1990); modulador do receptor GabaA (Zaugg et

52

al ., 2010); anti -depressivo (Wattanathorn et al ., 2008; Mao et al ., 2011); incremento da cognição (Wattanathorn et al ., 2008). 40. Pterocarpus tronco 60% - A-gar Doenças do sangue com a Sabor: Hipoglicêmico (Nagaraju et al ., 1991; Rao et santalinus L. f. 15 ; A-gar 20 ; presença de febre; sangue adstringente al ., 2001); anti-diabético (Kondeti et al ., [Fabaceae] – tsan- A-gar 31 ; A-gar grosso †; colesterol alto †; Qualidade: 2010); antiinflamatório (Wu et al ., 2011); dan-dmar-po 35 ; Bi-ma-la ; pasta com água reduz “esfriante” cicatrizante (Biswas et al ., 2004). Moe dik 25 inchaço †; pressão arterial alta. Pasta com água reduz inchaço. 41. Pulicaria insignis flor 20% - A-gar Dor na coluna torácica Sabor: amargo Sem estudos Drumm. ex Dunn 31 ; A-gar 35 causada por rLung e Qualidade: [Asteraceae] – ming- febre 3; rim 5. “esfriante” chan-ser-po 42. Punica granatum fruto 30% - A-gar Doenças do estômago †; Sabor: ácido, Gastroprotetor (Ajaikumar et al ., 2005); L. [Lythraceae] – se- 31 ; A-gar 35 ; doenças de natureza fria doce, neuroprotetor (Hartman et al ., 2006); ‘bru Shing-kun 25 (Bad-kan ); aumentar calor adstringente afrodisíaco (Azadzoi et al ., 2005; Forest, et do fígado caso tenha sido Qualidade: al ., 2007; Türk et al ., 2008). esfriado pela presença de aquecedor Bad-kan ; desequilíbrio de rLung e Bad-kan ;

53

desequilíbrio de rLung nos pulmões. Um dos melhores medicamentos para aumentar o calor digestivo † e dos rins. 43. Rubus niveus planta 30% - A-gar rLung com presença de Sabor: haste – Abortivo (Dhanabal et al ., 2000); nematicida Thunb. [Rosaceae] – toda 15 ; A-gar 31 ; febre 3; desequilíbrio de doce, amargo; (Sultana et al ., 2010). kan-ta-ka-ri A-gar 35 Bad-kan ; doenças dos fruta – doce, pulmões. ácido; folhas – amargo, adstringente Qualidade: “esfriante” 44. Saccharum melaço 10% - Sems-kyi Veículo para outros Sabor: doce Antiinflamatório (Ledón et al ., 2003; 2007); sinense Roxb. bde-skyid ingredientes. Qualidade: antioxidante (Duarte-Almeida et al ., 2006; [Poaceae] – bu-ram aquecedor, 2007); imunoestimulante (Amer et al ., 2004; oleoso Hikosaka et al ., 2007; Awais et al ., 2011).

54

45. Santalum album tronco 50% - A-gar Doenças do coração † com Sabor: Incremento da memória (Azmathulla et al ., L. [Santalaceae] – 15 ; A-gar 31 ; presença de febre 3; adstringente, 2010) hipolipidêmico (Qureshi et al ., 2010). tsan-dan-dkar-po A-gar 35 ; Bi- doenças dos pulmões; picante ma-la ; Moe dik febre 3 por rLung . Incenso: Qualidade: 25 para reduzir pressão “esfriante”, arterial; desequilíbrio de suave mKhris-pa . Cuidado se estiver com rLung elevado, pois pode provocar dor de cabeça, tontura. 46. Saxifraga planta 10% - A-gar 35 Febre 3 no fígado e na Sabor: amargo Sem estudos umbellulata Hook. f. toda vesícula biliar. Qualidade: & Thomson “esfriante” [Saxifragaceae] – sum-tik 47. Solms-laubachia planta 30% - A-gar Desequilíbrio de rLung ; Sabor: doce Sem estudos pulcherrima Muschl. toda 15 ; A-gar 31 ; febre 3 devido a rLung ; Qualidade: ex Diels A-gar 35 febre por rim 5; estanca “esfriante” [Brassicaceae] – soo- sangramento externo. loo dkar-po

55

48. Strychnos nux- semente 30% - A-gar Dor nas costas † causada Sabor: amargo Anti-nociceptivo (Cai et al ., 1996); vomica L. 20 ; A-gar 31 ; por hipertensão de Qualidade: analgésico (Yin et al ., 2003; Parida et al ., [Loganiaceae] – go- A-gar 35 natureza rLung ; “esfriante” 2010); anti-convulsivante (Parida et al ., byi-la envenenamento que 2010); anti-epilético (Katiyar et al ., 2010); apresenta febre 3†. Planta antagonista nicotínico (Matsubayashi et al ., venenosa, necessário 1998; Daly, 2005); reduz o consumo de desintoxicar. álcool (Sukul et al ., 2001); antídoto para veneno de cobra (Chatterjee et al ., 2004). 49. Swertia sp. planta 10% - A-gar 31 Pedra na vesícula biliar; Sabor: amargo - [Gentianaceae] – tig- toda infeccção na vesícula Qualidade: ta biliar; dor de cabeça; “esfriante”, doenças do sangue. áspero 50. Syzygium pedúncul 80% - A-gar Sok tza dkar-po 4 afetado Sabor: picante Analgesia nervosa (Lionnet et al ., 2010); aromaticum (L.) o antes de 20 ; A-gar 31 ; por rLung ; excesso de Qualidade: afrodisíaco (Tajuddin et al ., 2003; 2004); Merr. & L.M. Perry florescer A-gar 35; Bi- calor no estômago † e aquecedor, seco protetor gástrico (Santin et al ., 2011); [Myrtaceae] – li-shi ma-la ; Moe dik fígado; desequilíbrio de incremento da memória (Halder et al ., 25 ; Sems-kyi rLung e Bad-kan . 2010); anticonvulsivante (Pourgholami et bde-skyid ; al ., 1999); moluscicida (Kumar & Singh, Shing khun 25; 2006); anti-carcinogênico (Zheng et al ., Srog-‘dzin 11 1992); bactericida (Deans et al ., 1995; Dorman & Deans, 2000; Nascimento et al .,

56

2000; Friedman et al ., 2002; Chaieb et al ., 2007); anti-patógenos orais (Cai & Wu, 1996); antioxidante (Deans et al ., 1995; Lee & Shibamoto, 2001; Abdel-Wahhab & Aly, 2005; Chaieb et al ., 2007); anti-viral (Kurokawa et al ., 1998; Chaieb et al ., 2007); fungicida (Deans et al ., 1995; Ranasinghe et al ., 2002; Chaieb et al ., 2007); antimutagênico (Miyazawa & Hisama, 2003); insulinomimético (Prasad et al ., 2005); anestésico (Guenette et al ., 2006; Chaieb et al ., 2007); repelente (Chaieb et al ., 2007); pró-apoptose tumoral (Yoo et al ., 2005); antiinflamatório (Kim et al ., 1998; Daniel et al ., 2009). 51. Terminalia fruto 50% - A-gar Desequilíbrio de rLung ; Sabor: Antibacteriano (Sumathi & Parvathi, 2010); bellirica (Gaertn.) 15 ; A-gar 31 ; diarréia com presença de adstringente, anti-depressivo (Dhingra & Valecha, 2007); Roxb. A-gar 35 ; Bi- febre 3†; doenças dos amargo, antiespasmódico (Gilani et al ., 2008); anti- [Combretaceae] – ba- ma-la ; Moe dik olhos; desequilíbrio de levemente diabético (Sabu & Kuttan, 2009; Kasabri et ru 25 chu ser 1. ácido al ., 2010; Latha & Daisy, 2011); antioxidante Qualidade: (Nampoothiri et al ., 2011); antinociceptivo

57

neutro (Kaur & Jaggi, 2010); analgésico (Khan & Gilani, 2010); anti-hipertensivo (Khan & Gilani, 2008); contraceptivo masculino (Satishgoud et al ., 2009); cicatrizante (Choudhary, 2008); protetor do fígado e rins (Jadon et al ., 2007); broncodilatador (Gilani et al ., 2008). 52. Tinospora raiz 40% - A-gar Bom para equilibrar os 3 Sabor: doce, Imunomodulador (Manjrekar et al ., 2000); sinensis (Lour.) Merr. 15 ; A-gar 31 ; humores; fortalece amargo, anti-leishmaniose (Singh et al ., 2008b). [Menispermaceae] – A-gar 35 ; idosos †; desequilíbrio de picante, sle-tres Shing-kun 25 rLung com presença de adstringente febre 3; doenças Qualidade: infecciosas com presença neutro de febre 3; gota. 53. Zingiber officinale rizoma 50% - A-gar Aumenta calor digestivo †; Sabor: picante, Antitrombótico (Thomson et al ., 2002); Roscoe 15 ; A-gar 31 ; doenças dos rins; amargo, cardiotônico (Shoji et al ., 1982); [Zingiberaceae] – A-gar 35 ; Sems- desequilíbrio de rLung ; adstringente antiagregante plaquetário (Koo, et al ., 2001); sga-gya kyi bde-skyid ; melhora a circulação do Qualidade: digestivo (Ghayur & Gilani, 2005b); anti- Shing-kun 25 sangue †; purifica o aquecedor hiperlipidêmico (Bhandari et al ., 1998); anti- sangue †. hipercolesterolêmico (ElRokh et al ., 2010); antiaterogênico (Fuhrman et al ., 2000);

58 neuroprotetor (Waggas, 2009; Wattanathorn et al ., 2011); nootrópico (Joshi & Parle, 2006); incremento da memória (Wattanathorn et al ., 2011); ansiolítico (Vishwakarma et al ., 2002); antiinflamatório (Kiuchi et al ., 1992; Thomson et al ., 2002; Grzanna et al ., 2005; Lantz et al ., 2007); hipotensivo (Ghayur & Gilani, 2005a); antioxidante (Kikuzaki & Nakatani, 1993; Ahmed et al ., 2000; Ippoushi et al ., 2003; Masuda et al ., 2004); quimiopreventivo (Manju & Nalini, 2005); anti-câncer (Shukla & Singh, 2007); antitumoral (Katiyar et al ., 1996); antirreumático (Srivastava & Mustafa, 1989, 1992; Altman & Marcussen, 2001); agonista serotoninérgico no estômago (Abdel-Aziz et al ., 2005; Riyazi et al ., 2007; Nievergelt et al ., 2010); gastroprotetor (Ko & Leung, 2010); anti-emético (Bone et al ., 1990; Phillips et al ., 1993); anti-náusea (Mowrey & Clayson, 1982; Grontved et al .,

59

1988); antidiabético (Heimes et al ., 2009); anti-asma (Kuo et al ., 2011). 54. Bos grunniens L. sangue do 20% - Shing- Desequilíbrio de rLung no Sabor: doce Sem estudos – dong-trak coração kun 25; Srog- sok tza dkar-po 4; Qualidade: ‘dzin 11 suspender diarréia; aquecedor feridas. Uso popular: coloca o sangue seco em um pouco de água e beber, caso a pessoa estiver ansiosa, estressada. 55. Cervus elaphus chifre 10% - A-gar 20 Desequilíbrio de Bad-kan ; Sabor: Sem estudos L.– sha-ru dor; reduz inchaços. adstringente Qualidade: aquecedor

60

56. madre-pérola – concha 10% - A-gar 20 Cura lesões do cérebro; Sabor: - nya chi envenenamento; feridas; adstringente olhos. Antes de usar a Qualidade: madrepérola é necessário “esfriante” passar por desintoxicação. Quando não há a pérola disponível, pode-se utilizar a madrepérola. 57. pedra vesicular – pedra da 30% - A-gar Rim 5; envenenamento; Sabor: doce, - gi-wang vesícula 20; A-gar 35; fígado; febre 3 nas levemente biliar de Bi-ma-la vísceras. amargo diversos Qualidade: animais “esfriante” 58. pérola – moe-dik pérola 10% - Moe dik Fratura de ossos do Sabor: Sem estudos 25 crânio; cura lesões do adstringente cérebro; paralisia; Qualidade: envenenamento de “esfriante”, qualquer tipo; olhos; pesado, áspero feridas. Muito bom para memória.

61

59. Sus scrofa L. fezes 10% - Shing Pedra na vesícula biliar; Sabor: picante Sem estudos (fezes) – gar-nag (cinzas) khun 25 indigestão; rim 5. Qualidade: aquecedor, penetrante 60. Halitum sal 10% - Sems-kyi Aumenta o calor Sabor: salgado - violaceum – ka-ru-tsa bde-skyid digestivo; reduz gases Qualidade: devidos a baixo calor aquecedor, digestivo; eructação oleoso excessiva após alimentação; barulhos na barriga; sensação de peso no abdômen; desequilíbrio de Bad-kan ; desequilíbrio de rLung ; constipação. 61. Sallucidum – sal 10% - Shing Indigestão; desequilíbrio Sabor: salgado - gyam-tsa khun 25 de Bad-kan ; desequilíbrio Qualidade: de rLung ; aquece sem ser “esfriante” prejudicial a mKhris-pa . (alguns textos mencionam aquecedor)

62

Ainda na Tabela 6, para sete das 48 plantas que possuem identificação até espécie não foram encontrados estudos científicos, totalizando 41 com estudos científicos de atividade biológica. Destas, 31 (75,6%) tiveram seus usos êmicos coincidentes com atividades biológicas estudadas ( Figura 8 ); e 24 (58,5%) possuem ação neuropsiquiátrica comprovada (Figura 9 ).

Figura 8. Quantidade e porcentagem de plantas com uso êmico corroborado pela literatura científica farmacológica

Figura 9. Quantidade e porcentagem das plantas com estudos científicos que corroboram a ação neuropsiquiátrica

63

4. DISCUSSÃO

Os princípios da medicina tibetana conforme apontados pelos médicos entrevistados – fisiologia, constituição, diagnóstico, tratamento – estão de acordo com o que foi observado por outros pesquisadores (Finckh, 1982, 1984; Janes, 1995; Kala, 2005a; Loizzo et al ., 2009; Dakpa & Dodson-Lavelle, 2009), indicando que, de fato, é um sistema codificado (WHO, 2001), baseado em seus textos clássicos como o rGyud bzhi (“Os Quatro Tantras”). Salick et al . (2006) apontam que embora a medicina tibetana, de forma geral, baseie sua prática nos textos clássicos, a interpretação dos textos pode ser múltipla, inclusive pela epidemiologia que se apresenta distintamente em diferentes regiões do Tibete. Os médicos entrevistados também enfatizam esta influência do clima e da geografia na prescrição dos tratamentos, tendo relatado que em Lhasa as terapias acessórias são mais utilizadas do que na Índia. A relação entre mente e rLung , identificada no início das entrevistas e que fundamentou a investigação sobre as fórmulas medicinais indicadas para os transtornos neuropsiquiátricos, também foi observada por outros pesquisadores (Schwartz et al ., 2005; Dakpa & Dodson-Lavelle, 2009b). Epstein & Topgay (1988) afirmam que o funcionamento natural da mente depende do movimento de rLung , uma vez que a própria consciência depende deste humor para determinar o objeto a que se conecta. Estes autores sugerem, ainda, que “consciência, mente e rLung podem ser descritos ao longo de um contínuo de corporeidade, a partir do mais denso e físico para mais o mais sutil e etéreo”. Na Figura 7 observa-se a distribuição dos ingredientes, entre sais, produtos animais e plantas medicinais. A grande representatividade das plantas medicinais foi observada por outros autores (Kala, 2005; Ballabh & Chaurasia, 2007; Witt et al ., 2009), embora o uso de minerais apontado nestes estudos não tenha sido encontrado nas dez fórmulas indicadas. O Men-Tsee-Khang de Dharamsala produz 170 fórmulas a partir de 200 ingredientes. Um mesmo ingrediente encontra-se presente em mais de uma fórmula, assim como a fórmula, por ser multi-ingredientes, possui mais de uma indicação. Cada ingrediente tem sua indicação específica e a fórmula pode contemplar outros sintomas relacionados ao desequilíbrio dos humores (Nyes-pa ) que não somente sua indicação primária. O desequilíbrio do humor rLung , responsável pelos transtornos neuropsiquiátricos, também provoca outros sintomas e a fórmula pretende incorporá-los. Um bom exemplo é a planta Choerospondias axillaris (Roxb.) B.L. Burtt & A.W. Hill, presente em 80% das fórmulas indicadas, que segundo os entrevistados é uma das principais plantas utilizadas nos transtornos do coração, sendo este um sintoma extremamente comum no desequilíbrio de rLung .

64

As diferentes indicações das 10 fórmulas evocadas para atividade neuropsiquiátrica, como observado na Tabela 5, sugerem o efeito do sinergismo, atuando em diferentes sistemas neurotransmissores, ou mesmo uma ação adaptógena, compreendida como “aumento da atenção e resistência em situações de fatiga; redução de prejuízos induzidos pelo estresse; e transtornos relacionados aos sistemas neuroendócrino e autoimune” (Panossian & Wikman, 2010). Williamson (2001) e Spinella (2002) discutem a questão do sinergismo observado nos remédios herbais, que se define por um efeito proveniente de uma combinação de substâncias que é maior do que se esperaria pela soma de seus efeitos individuais. Este sinergismo ocorre tanto quando consideramos a diversidade de ativos presentes numa mesma planta (em comparação a um ativo isolado) e quando consideramos uma formulação com diversos ingredientes. O sinergismo ocorre de duas formas, conforme a natureza da interação: farmacodinâmica e farmacocinética. O sinergismo farmacodinâmico ocorre quando duas drogas diferentes são direcionadas a um mesmo sistema fisiológico ou receptor. Já o sinergismo farmacocinético resulta da metabolização da droga, ou seja, a competição entre diferentes drogas se dá nos processos de absorção, distribuição, biotransformação ou eliminação. O efeito sinergístico pode agir, ainda, em multi-targets , como enzimas, metabólitos, proteínas, receptores, canais iônicos, etc., ou resultar da interação de mecanismos similares aos de resistência bacteriana (Wagner & Ulrich-Merzenich, 2009). Muitos são os exemplos de sinergismo em plantas ou formulações com indicação neuropsiquiátrica. Um deles ocorre com a planta Cannabis sativa L., um agente terapêutico que pode ser utilizado como analgésico, relaxante muscular, sedativo, melhora do humor, estimulação do apetite, anti-emético, dentre outros (Grotenhermen, 2003). Os níveis de tetrahidrocannabinol, ativo responsável pelos efeitos terapêuticos da planta, podem ser elevados pela presença de outro composto, o cannabidinol, ao mesmo tempo em que efeitos indesejados do tetrahidrocannabinol isolado, como a ansiedade, podem ser reduzidos pela presença do cannabidinol (Zuardi et al ., 1982). Este aspecto do sinergismo de facilitação na absorção e/ou metabolização de outras drogas ocorre em diversas plantas condimentares, uma vez que podem afetar o tempo de trânsito do alimento ingerido, secreção de bile, enzimas pancreáticas e do intestino delgado (Platel & Srinivasan, 2004). Sabe-se, por exemplo, que a piperina presente nas pimentas aumenta a biodisponibilidade de outros ativos justamente por estas ações descritas para as plantas condimentares, além do efeito que provoca nas células intestinais (Johri et al ., 1992; Srinivasan, 2007).

65

Há que se considerar, ainda, que o tratamento na medicina tibetana busca aliviar uma série de diferentes sintomas que são compreendidos como derivados dos desequilíbrios dos humores (Nyes-pa ). Desta forma, a ação do sinergismo de ingredientes medicinais é especialmente benéfica. O Zingiber officinale Roscoe está presente em 50% das fórmulas e suas diversas ações farmacológicas já estudadas – nootrópico (Joshi & Parle, 2006), benéfico para a memória (Wattanathorn et al ., 2011), ansiolítico (Vishwakarma et al ., 2002), antiagregante plaquetário (Koo et al ., 2001), digestivo (Ghayur & Gilani, 2005b), anti-hiperlipidêmico (Bhandari et al ., 1998) – sugerem uma ação inespecífica. Da mesma forma, a Phyllanthus emblica L. está presente em 60% das fórmulas, sendo sua ação antioxidante (Bhattacharya et al ., 1999; Khopde et al ., 2001; Chaudhuri, 2002; Rajak et al ., 2004; Nampoothiri et al ., 2011) e também o efeito promotor de memória (Vasudevan & Parle, 2007; Ashwlayan & Singh, 2008; Wanasuntronwong, 2008) algumas de suas atividades biológicas. Nestes dois casos, é possível que a ação neuropsiquiátrica destas plantas se dê pela ação adaptógena. Ambas a Myristica fragrans Houtt., presente em 100% das fórmulas, e a Aquilaria agallochum (Lour.) Roxb. ex Finl., presente em 90% das fórmulas, foram indicadas pelos médicos tanto para ansiedade quanto para depressão, dentre outros. Tanto os sintomas de ansiedade quanto os sintomas de depressão podem estar relacionados à deficiência de serotonina na amígdala, no primeiro caso, e no córtex pré-frontal no segundo caso (Stahl, 2008). Considerando esta correlação existente entre as duas doenças, é interessante observar que a fórmula Bi-ma-la é a que mais se aproxima destas duas indicações, conforme análise de correspondência estatística ( Figura 6 ). Piper longum L. está presente em 30% das fórmulas. É uma planta rica em piperina, um composto com ação moduladora do receptor Gaba-A (Zaugg et al ., 2010), facilitando a entrada de cloretos e tendo, portanto, ação ansiolítica semelhante a dos benzodiazepínicos (Stahl, 2008). Algumas outras plantas, como a Myristica fragrans Houtt. e a Aquilaria agallochum (Lour.) Roxb. ex Finl. também possuem estudos mais aprofundados em termos de mecanismos de ação, mas há muitas plantas utilizadas na medicina tibetana para o desequilíbrio de rLung , ou seja, possíveis transtornos neuropsiquiátricos, que não foram estudadas para estas ações. Outros autores encontraram a relação aqui observada entre a mente e o humor rLung (Schwartz et al ., 2005; Dakpa & Dodson-Lavelle, 2009b). Janes (1995) ressalta a facilidade deste humor de se desequilibrar no tecido nervoso, causando transtornos como pensamento desordenado; depressão; insanidade e, menos severamente, tontura; insônia; disforia; desmaio; e percepção alterada dos órgãos dos sentidos.

66

Um estudo etnofarmacológico realizado com um médico tibetano da região de Sikkim (Índia) e Nepal procurou identificar as plantas utilizadas por este médico e classificá-las conforme a ocorrência em alta ou baixa altitude (Witt et al ., 2009). Das 48 plantas indicadas pelos médicos do Men-Tsee-Khang que foram identificadas até espécie, 34 (70,83%) também foram observadas por Witt et al . (2009). Destas, a maior parte (25) são plantas que ocorrem em baixa altitude. Já Salick et al . (2009) apresentaram centenas de espécies vegetais utilizadas por médicos tibetanos da província de Yunnan, China, em altitude entre 4.000 e 5.000 metros – apenas duas espécies ( Bergenia purpurascens (Hook. f. & Thomson) Engl. e Meconopsis horridula Hook. f. & Thomson) e três gêneros ( Allium ; Saxifraga ; Solms-laubachia ) foram evocadas também pelos médicos do Men-Tsee-Khang. Salick et al . (2006) observaram as plantas utilizadas no Tibete, em Lhasa e na região da montanha Menri, em diversos setores médicos, como clínicas e hospitais tibetanos formais; mercados tibetanos; e curadores locais. Trinta e quatro (82,9%) plantas utilizadas pelos médicos do Men-Tsee-Khang, dentre as 41 identificadas até espécie, são congruentes com as encontradas neste estudo. Este dado demonstra que mesmo no exílio, o uso das plantas medicinais mantém-se bastante semelhante ao que é praticado no Tibete, país de origem de três dos cinco médicos entrevistados. Nas regiões indianas de Ladakh e Lahaul-Spiti, Kala (2005a) observou que 35% dos médicos tibetanos entrevistados tiveram formação no Men-Tsee-Khang ou em instituição associada, enquanto a outra parte também seguia os textos clássicos tibetanos, porém a transmissão do conhecimento é vertical, passada no núcleo familiar. Neste estudo, as plantas medicinais também possuem destaque no uso medicinal, enquanto minerais e produtos e/ou partes animais são utilizados com menor ênfase. Porém, das 55 espécies apresentadas pelo mesmo autor em outra publicação (Kala, 2005b), apenas duas – Aconitum violaceum Jacquem. ex Stapf e Inula racemosa Hook. f. – são semelhantes às indicadas pelos médicos no presente estudo. A Figura 6 mostra a correspondência entre as fórmulas e as indicações neuropsiquiátricas. Além da correlação para a fórmula Bi-ma-la citada anteriormente, observa-se que a fórmula mais próxima dos distúrbios do sono é a A-gar 35 , citada pelos quatro entrevistados para esta finalidade. Ainda, o incenso A-gar 31 também se aproxima deste distúrbio conforme a análise estatística, tendo sido citado por apenas um entrevistado. É possível que o uso das fórmulas na forma de incenso não seja a primeira opção terapêutica dos médicos do Men-Tsee-Khang. De forma geral, observa-se uma grande aproximação de entre as fórmulas e as diversas indicações neuropsiquiátricas. As mesmas indicações para as fórmulas foram apontadas por Tsarong (1996), em seu livro “Formulário de composição, 67 indicações e dosagem de medicamentos tibetanos”. Ressalta-se que dentre o universo de 200 fórmulas produzidas pelo Men-Tsee-Khang, os entrevistados evocaram espontaneamente as dez fórmulas aqui apontadas, o que de fato justifica esta alta correlação.

68

5. CONCLUSÕES

Práticas médicas tão distintas, como a medicina tibetana e a medicina ocidental, são congruentes em relação ao uso de plantas medicinais, dada a alta concordância entre as indicações terapêuticas tibetanas e os estudos farmacológicos encontrados. A medicina tradicional tibetana possui um conhecimento bastante estruturado a partir de seus textos clássicos. No entanto, muitos dos ingredientes com indicação para “desordens rLung ” ou no “sok tza dkar-po ” (tecido nervoso) não possuem estudos científicos referentes à neuropsicoatividade e podem ser potenciais terapêuticos, principalmente ao considerarmos a prevalência das doenças mentais e neurológicas, no âmbito da saúde pública, e o prejuízo que causam ao indivíduo. Para o futuro, metodologias para se estudar de forma controlada fórmulas multi-ingredientes poderão contribuir fortemente para o desenvolvimento de novos fármacos.

69

6. ANEXOS

ANEXO I

FICHA DE DADOS DO ENTREVISTADO

Código: Nome: Sexo: ( ) feminino ( ) masculino Idade: Local de nascimento: ______Onde se formou: ( ) Tibete ( ) Índia Ano em que se formou: ______Depto. no TMAI: ( ) Materia Medica ( ) Clinica ( ) Farmacêutico Data: ___/___/_____ Obs: ______

70

ANEXO II

FICHA DE DADOS ETNOFARMACOLÓGICOS

Código da receita: Nome(s) popular(es) da(s) planta(s) utilizadas: ______Nome(s) popular(es) do(s) animal(is) utilizados: ______Nome(s) popular(es) do(s) mineral(is) utilizados: ______Uso: ______Parte utilizada: ( ) folha ( ) casca ( ) flor ( ) fruto ( ) semente ( ) raiz ( ) entrecasca ( ) casca da raiz ( ) óleo ( ) resina ( ) látex ( ) pecíolo ( ) galho ( ) planta toda ( ) cerne ( ) outro ______Quantidade: ______Modo de preparo: ( ) infusão ( ) decocção ( ) macerado ( ) cigarro ( ) emplastro ( ) in natura ( ) sumo ( ) defumação ( ) outro ______Via de administração : ( ) ingestão ( ) tópico ( ) inalação ( ) retal ( ) outro ______Dosagem: Idosos ______Adultos ______Gestante / Lactante ______Crianças ______Já experimentou outras doses? O que verificou? ______Contra-indicações: ______Se contra-indicada a gestante e for tomada acidentalmente, existe algum antídoto? ______Existe alguma parte dessa planta que seja venenosa? ______Pode ser utilizada(o) junto com outros remédios? ______Código da(s) planta(s): Código do(s) animal(is): Código do(s) mineral(is): Código do entrevistado:

71

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abdel-Aziz H, Nahrstedt A, Petereit F, Windeck T, Ploch M, Verspohl EJ. 5-HT3 receptor blocking activity of arylalkanes isolated from the rhizome of Zingiber officinale . Planta Medica , 71(7): 609-616, 2005. Abdel-Wahhab MA, Aly SE. Antioxidant property of Nigella sativa (black cumin) and Syzygium aromaticum (clove) in rats during aflatoxicosis. Journal of Applied Toxicology , 25(3): 218-223, 2005. Abu-Zaiton AS. Anti-diabetic activity of Ferula assafoetida extract in normal and alloxan- induced diabetic rats. Pakistan Journal of Biological Sciences , 13(2): 97-100, 2010. Aher VD, Kumar A, Wahi. Immunomodulatory effect of alcoholic extract of Terminalia chebula ripe fruits. Journal of Pharmaceutical Sciences and Research , 2(9): 539-544, 2010. Ahmad AS, Ansari MA, Ahmad M, Saleem S, Yousuf S, Hoda MN, Islam F. Neuroprotection by crocetin in a hemi-parkinsonian rat model. Pharmacology, Biochemistry and Behavior , 81(4): 805-813, 2005. Ahmed RS, Seth V, Pasha ST, Banerjee BD. Influence of dietary ginger ( Zingiber officinales Rosc) on oxidative stress induced by malathion in rats. Food and Chemical Toxicology , 38(5): 443-450, 2000. Ajaikumar KB, Asheef M, Babu BH, Padikkala J. The inhibition of gastric mucosal injury by Punica granatum L. (pomegranate) methanolic extract. Journal of Ethnopharmacology, 96(1- 2): 171-176, 2005. Akhondzadeh S, Tahmacebi-Pour N, Noorbala AA, Amini H, Fallah-Pour H, Jamshidi AH, Khani M. Crocus sativus L. in the treatment of mild to moderate depression: a double-blind, randomized and placebo-controlled trial. Phytotherapy Research , 19(2): 148-151, 2005. Akihisa T, Tabata K, Banno N, Tokuda H, Nishimura R, Nakamura Y, Kimura Y, Yasukawa K, Suzuki T. Cancer chemopreventive effects and cytotoxic activities of the triterpene acids from the resin of Boswellia carteri . Biological & Pharmaceutical Bulletin , 29(9): 1976-1979, 2006. Alam MR, Kim SM, Lee JI, Chon SK, Choi SJ, Choi IH, Kim NS. Effects of Safflower seed oil in osteoporosis induced-ovariectomized rats. American Journal of Chinese Medicine , 34(4): 601-612, 2006. Albiero ALM, Sertié JAA, Bacchi EM. Antiulcerogenic effect of methanolic extract of Emblica officinalis : an experimental study. Journal of Ethnopharmacology , 82(1): 1-9, 2002.

72

Al-Essa MK, Shafagoj YA, Mohammed FI, Afifi FU. Relaxant effect of ethanol extract of Carum carvi on dispersed intestinal smooth muscle cells of the guinea pig. Pharmaceutical Biology , 48(1): 76-80, 2010. Alexiades MN. (ed.). Selected guidelines for ethnobotanical research: a field manual . New York: The New York Botanical Garden, 1996. Alla T, Handral M, Nandakumar K, Venkatrao N, Shalam, Satyanaryana, Shantakumar SM. Anxiolytic and anti convulsant activity of alcoholic extract of heartwood of Aquilaria agallocha roxb (Thymelaeceae) in mice. Pharmacologyonline , 2: 218-225, 2007. Allahghadri T, Rasooli I, Owlia P, Nadooshan MJ, Ghazanfari T, Taghizadeh M, Astaneh SD. Antimicrobial property, antioxidant capacity, and cytotoxicity of essential oil from cumin produced in Iran. Journal of Food Science , 75(2): H54-61, 2010. Al-Rehaily AJ, Al-Howiriny TS, Al-Sohaibani MO, Rafatullah S. Gastroprotective effects of 'amla' Emblica officinalis on in vivo test models in rats. Phytomedicine , 9(6): 515-522, 2002. Altman RD, Marcussen KC. Effects of a ginger extract on knee pain in patients with osteoarthritis. Arthritis and Rheumatism , 44(11): 2531-2538, 2001. AlZuhair H, ElSayeh B, Ameen HA, AlShoora H. Pharmacological studies of cardamom oil in animals. Pharmacological Research , 34(1-2): 79-82, 1996. Amer S, Na KJ, El-Abasy M, Motobu M, Koyama Y, Koge K, Hirota Y. Immunostimulating effects of sugar cane extract on X-ray radiation induced immunosuppression in the chicken. International Immunopharmacology , 4(1): 71-77, 2004. Amin AH, Mehta DR. A bronchodilator alkaloid (vasicinone) from Adhatoda vasica Nees. Nature , 184(Suppl 17): 1317, 1959. Amudhan MS, Begum VH. Alpha-glucosidase inhibitory and hypoglycemic activities of Areca catechu extract. Pharmacognosy Magazine , 4(15): 223-227, 2008. Anderson Jr. EN. Why is humoral medicine so popular? Social Science & Medicine , 25(4): 331-337, 1987. Aneja KR, Sharma C. Antimicrobial potential of fruit extracts of Elettaria cardamomum maton (Chhoti Elaichi) against the pathogens causing ear infection. Pharmacologyonline , 3: 750-756, 2010. Angelini P, Pagiotti R, Venanzoni R, Granetti B. Antifungal and allelopathic effects of asafoetida against Trichoderma harzianum and Pleurotus spp. Allelopathy Journal , 23(2): 357-368, 2009. Ani V, Varadaraj M, Naidu KA. Antioxidant and antibacterial activities of polyphenolic compounds from bitter cumin (Cuminum nigrum L.). European Food Research and Technology , 224(1): 109-115, 2006. 73

Ankri S, Mirelman D. Antimicrobial properties of allicin from garlic. Microbes and Infection , 1(2): 125-129, 1999. Ariga T, Seki T. Antithrombotic and anticancer effects of garlic-derived sulfur compounds: a review. Biofactors , 26(2): 93-103, 2006. Arora DS, Kaur GJ. Antibacterial activity of some Indian medicinal . Journal of Natural Medicines , 61(3): 313-317, 2007. Ashwlayan VD, Singh M. Memory enhancing effect of Asparagus racemosus and Phyllanthus emblica . Indian Journal of Pharmacology , 40(Suppl. 2): 118-118 Meeting Abstract 285, 2008. Aslam MN, Warner RL, Bhagavathula N, Ginsburg I, Varani J. A multi-component herbal preparation (Padma 28) improves structure/function of corticosteroid-treated skin, leading to improved wound healing of subsequently induced abrasion wounds in rats. Archives of Dermatological Research , 302(9): 669-677, 2010. Augusti KT, Chackery J, Jacob J, Kuriakose S, George S, Nair SS. Beneficial effects of a polar fraction of garlic ( Allium sativum Linn) oil in rats fed with two different high fat diets. Indian Journal of Experimental Biology , 43(1): 76-83, 2005. Awais MM, Akhtar M, Muhammad F, ul Haq A, Anwar MI. Immunotherapeutic effects of some sugar cane ( Saccharum officinarum L.) extracts against coccidiosis in industrial broiler chickens. Experimental Parasitology , 128(2): 104-110, 2011. Azadzoi KM, Schulman RN, Aviram M, Siroky MB. Oxidative stress in arteriogenic erectile dysfunction: prophylactic role of antioxidants. Journal of Urology , 174(1): 386-393, 2005. Azmathulla M, Bilal S, Baidya M, Kumar BNS. Effect of Santalum album Linn. on memory enhancing activity on mice. Journal of Chemical and Pharmaceutical Sciences , 3(3): 172- 177, 2010. Ballabh B, Chaurasia OP. Traditional medicinal plants of cold desert Ladakh - used in treatment of cold, cough and fever. Journal of Ethnopharmacology , 112(2): 341-349, 2007. Ballabh B, Chaurasia OP, Ahmed Z, Singh SB. Traditional medicinal plants of cold desert Ladakh - used against kidney and urinary disorders. Journal of Ethnopharmacology , 118(2): 331-339, 2008. Balick MJ, Cox PA. Plants, people and culture: the science of ethnobotany . New York: Scientific American Lybrary, 1996. Bandyopadhyay SK, Pakrashi SC, Pakrashi A. The role of antioxidant activity of Phyllanthus emblica fruits on prevention from indomethacin induced gastric ulcer. Journal of Ethnopharmacology , 70(2): 171-176, 2000.

74

Banno N, Akihisa T, Yasukawa K, Tokuda H, Tabata K, Nakamura Y, Nishimura R, Kimura Y, Suzuki T. Anti-inflammatory activities of the triterpene acids from the resin of Boswellia carteri . Journal of Ethnopharmacology , 107(2): 249-253, 2006. Banu J, Bhattacharya A, Rahman M, O'Shea M, Fernandes G. Effects of conjugated linoleic acid and exercise on bone mass in young male Balb/C mice. Lipids in Health and Disease , 5: 7, 2006. Barak V, Kalickman I, Halperin T, Birkenfeld S, Ginsburg I. Padma-28, a Tibetan herbal preparation is an inhibitor of inflammatory cytokine production. European Cytokine Network , 15(3): 203-209, 2004. Basti AA, Moshiri E, Noorbala AA, Jamshidi AH, Abbasi SH, Akhondzadeh S. Comparison of petal of Crocus sativus L. and in the treatment of depressed outpatients: a pilot double-blind randomized trial. Progress in Neuropsychopharmacology and Biological Psychiatry , 31(2): 439-442, 2007. Begley SS. Tibetan Buddhist medicine: a transcultural nursing experience. Journal of Holistic Nursing , 12(3): 323-342, 1994. Belska NV, Guriev AM, Danilets MG, Trophimova ES, Uchasova EG, Ligatcheva AA, Belousov MV, Agaphonov VI, Golovchenko VG, Yusubov MS, Belsky YP. -soluble polysaccharide obtained from Acorus calamus L. classically activates macrophages and stimulates Th1 response. International Immunopharmacology , 10(8): 933-942, 2010. Berger F, Hensel A, Nieber K. Saffron extract and trans-crocetin inhibit glutamatergic synaptic transmission in rat cortical brain slices. Neuroscience , 180: 238-247, 2011. Bernard HR. Research Methods in Cultural Anthropology , Califórnia: Sage, New-Bury Park, 1988. Beyer J, Maurer HH. Abuse of nutmeg ( Myristica fragrans Houtt.): identification of the metabolites of its ingredients elemicin, myristicin and safrole in rat and human urine by GC- MS. Therapeutic Drug Monitoring , 28(4): 568-575., 2006. Bhandare AM, Kshirsagar AD, Vyawahare NS, Hadambar AA, Thorve VS. Potential analgesic, anti-inflammatory and antioxidant activities of hydroalcoholic extract of Areca catechu L. nut. Food and Chemical Toxicology , 48(12): 3412-3417, 2010. Bhandare A, Kshirsagar A, Vyawahare N, Sharma P, Mohite R. Evaluation of anti-migraine potential of Areca catechu to prevent nitroglycerin-induced delayed inflammation in rat meninges: Possible involvement of NOS inhibition. Journal of Ethnopharmacology , 136(1): 267-270, 2011.

75

Bhandari U, Sharma JN, Zafar R. The protective action of ethanolic ginger ( Zingiber officinale ) extract in cholesterol fed rabbits. Journal of Ethnopharmacology , 61(2): 167-171, 1998. Bhat BG, Chandrasekhara N. Effect of black pepper and piperine on bile secretion and composition in rats. Die Nahrung , 31(9): 913-916, 1987. Bhatia S, Dranyi T, Rowley D. A social and demographic study of Tibetan refugees in India. Social Sciences and Medicine , 54: 411-422, 2002. Bhattacharya A, Chatterjee A, Ghosal S, Bhattacharya SK. Antioxidant activity of active tannoid principles of Emblica officinalis (amla). Indian Journal of Experimental Biology , 37(7): 676-680, 1999. Bhattacharya IC. Effect of acorus (vacha) oil on the induced agitation, hexobarbital-sleeping time and on instrumental avoidance conditioning in rats. Indian Journal of Medical Research , 2: 195-201, 1968. Bhattacharyya D, Pandit S, Jana U, Sen S, Sur TK. Hepatoprotective activity of Adhatoda vasica aqueous leaf extract on D-galactosamine-induced damage in rats. Fitoterapia , 76(2): 223-225, 2005. Bhattarai S, Chaudhary RP, Quave CL, Taylor RS. The use of medicinal plants in the trans- Himalayan arid zone of Mustang district, Nepal. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine , 6: 14, 2010. Bhattarai S, Chaudhary RP, Taylor RS. Ethnomedicinal plants used by the people of Manang district, central Nepal. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine , 2: 41, 2006. Biswas TK, Maity LN, Mukherjee B. Wound healing potential of Pterocarpus santalinus Linn.: a pharmacological evaluation. The International Journal of Lower Extremity Wounds, 3(3): 143-150, 2004. Bone ME, Wilkinson DJ, Young JR, McNeil J, Carlton S. Ginger root - a new antiemetic. The effect of ginger root on postoperative nausea and vomiting after major gynaecological surgery. Anaesthesia , 45(8): 669-671, 1990. Boucher BJ, Ewen SWB, Stowers JM. Betel nut ( Areca catechu ) consumption and the induction of glucose intolerance in adult CD1 mice and in their F1 and F2 offspring. Diabetologia , 37(1): 49-55, 1994. Boucher BJ, Mannan N. Metabolic effects of the consumption of Areca catechu . Addiction Biology , 7(1): 103-110, 2002. Bos J. The rise and decline of character: humoral psychology in ancient and early modern medical theory. History of the Human Sciences , 22(3): 29-50, 2009.

76

Brace LD. Cardiovascular benefits of garlic ( Allium sativum L). The Journal of Cardiovascular Nursing , 16(4): 33-49, 2002. Browner CH. Criteria for selecting herbal remedies. Ethnology , 24: 13-32, 1985. Bueno OFA. Studying memory: from the frontal to the temporal lobe and vice-versa. In: Learning and memory development and intellectual disabilities . Nova York: Nova Science Publishers. 2011, p. 227-240. Burris TP, Montrose C, Houck KA, Osborne HE, Bocchinfuso WP, Yaden BC, Cheng CC, Zink RW, Barr RJ, Hepler CD, Krishnan V, Bullock HA, Burris LL, Galvin RJ, Bramlett K, Stayrook KR. The hypolipidemic natural product guggulsterone is a promiscuous steroid receptor ligand. Molecular Pharmacology , 67(3): 948-954, 2005. Butt MS, Sultan MT, Butt MS, Iqbal J. Garlic: nature's protection against physiological threats. Critical Reviews in Food Science and Nutrition , 49(6): 538-551, 2009. Cai B, Nagasawa T, Kadota S, Hattori M, Namba T, Kuraishi Y. Processing of nux vomica. VII. Antinociceptive effects of crude alkaloids from the processed and unprocessed seeds of Strychnos nux-vomica in mice. Biological and Pharmaceutical Bulletin , 19(1): 127-131, 1996. Cai L, Wu CD. Compounds from Syzygium aromaticum possessing growth inhibitory activity against oral pathogens. Journal of Natural Products , 59(10): 987-990, 1996. Cai Y. Experimental studies with Bergenia purpurascens , the frequency of micronucleus in NIH mice, the frequency of SCE, and chromosome aberration in human lymphocytes. Zhongguo Yi Xue Ke Xue Yuan Xue Bao , 13(1): 73-77, 1991. Casagrande DG. Ecology, cognition, and cultural transmission of Tzeltal Maya medicinal knowledge [Phd dissertation]. Athens: Faculty of The University of Georgia, 2002. Cellini L, DiCampli E, Masulli M, DiBartolomeo S, Allocati N. Inhibition of Helicobacter pylori by garlic extract ( Allium sativum ). FEMS Immunology and Medical Microbiology , 13(4): 273-277, 1996. Chaieb K, Hajlaoui H, Zmantar T, Kahla-Nakbi AB, Rouabhia M, Mahdouani K, Bakhrouf A. The chemical composition and biological activity of clove essential oil, Eugenia caryophyllata (Syzigium aromaticum L. Myrtaceae): a short review. Phytotherapy Research , 21(6): 501-506, 2007. Chaiyasit D, Choochote W, Rattanachanpichai E, Chaithong U, Chaiwong P, Jitpakdi A, Tippawangkosol P, Riyong D, Pitasawat B. Essential oils as potential adulticides against two populations of Aedes aegypti , the laboratory and natural field strains, in Chiang Mai province, northern Thailand. Parasitology Research , 99(6): 715-721, 2006.

77

Chakraborty A, Brantner AH. Study of alkaloids from Adhatoda vasica Nees on their antiinflammatory activity. Phytotherapy Research , 15(6): 532-534, 2001. Chang KS, Tak JH, Kim SI, Lee WJ, Ahn YJ. Repellency of Cinnamomum cassia bark compounds and cream containing cassia oil to Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) under laboratory and indoor conditions. Pest Management Science , 62(11): 1032-1038, 2006. Chatterjee I, Chakravarty AK, Gomes A. Antisnake venom activity of ethanolic seed extract of Strychnos nux-vomica Linn. Indian Journal of Experimental Biology , 42(5): 468-475, 2004. Chattopadhyay N, Nosál'Ová G, Saha S, Bandyopadhyay SS, Flešková D, Ray B. Structural features and antitussive activity of water extracted polysaccharide from Adhatoda vasica . Carbohydrate Polymers , 83(4): 1970-1974, 2011. Chaudhuri RK. Emblica cascading antioxidant: a novel natural skin care ingredient. Skin Pharmacology and Applied Skin Physiology , 15(5): 374-380, 2002. Chen CL, Chi CW, Liu TY. Hydroxyl radical formation and oxidative dna damage induced by areca quid in vivo. Journal of Toxicology and Environmental Health - Part A , 65(3-4): 327-336, 2002. Chen Q, Wei W. Effects and mechanisms of glucosides of Chaenomeles speciosa on collagen-induced arthritis in rats. International immunopharmacology , 3(4): 593-608, 2003. Chen JC, Chang YS, Wu SL, Chao DC, Chang CS, Li CC, Ho TY, Hsiang CY. Inhibition of Escherichia coli heat-labile enterotoxin-induced diarrhea by Chaenomeles speciosa . Journal of Ethnopharmacology , 113(2): 233-239, 2007. Cheng HY, Lin TC, Yu KH, Yang CM, Lin CC. Antioxidant and free radical scavenging activities of Terminalia chebula . Biological and Pharmaceutical Bulletin , 26(9): 1331-1335, 2003. Chitre T, Bhutada P, Nandakumar K, Somani R, Miniyar P, Mundhada Y, Gore S, Jain K. Analgesic and anti-inflammatory activity of heartwood of Aquilaria agallocha in laboratory animals. Pharmacologyonline , 1: 288-298, 2007. Choi DY, Baek YH, Huh JE, Ko JM, Woo H, Lee JD, Park DS. Stimulatory effect of Cinnamomum cassia and cinnamic acid on angiogenesis through up-regulation of VEGF and Flk-1/KDR expression. International Immunopharmacology , 9(7-8): 959-967, 2009. Chonpathompikunlert P, Wattanathorn J, Muchimapura S. Piperine, the main alkaloid of Thai black pepper, protects against neurodegeneration and cognitive impairment in animal model of cognitive deficit like condition of Alzheimer's disease. Food and Chemical Toxicology , 48(3): 798-802, 2010.

78

Choudhary, G.P. Wound healing activity of the ethanol extract of Terminalia bellirica Roxb. fruits. Natural Product Radiance , 7(1): 19-21, 2008. Chu DF, Liu WH, Huang Z, Liu SS, Fu XQ, Liu K. Pharmacokinetics and excretion of hydroxysafflor Yellow A, a potent neuroprotective agent from safflower, in rats and dogs. Planta Medica , 72(5): 418-423, 2006. Chu NS. Effects of betel chewing on the central and autonomic nervous systems. Journal of Biomedical Science , 8(3): 229-236, 2001. Conservation International [on line]. Consultado em março de 2011. Disponível em: http://www.conservation.org.br/ Cordell GA, Colvard MD. Some thoughts on the future of ethnopharmacology. Journal of Ethnopharmacology , 100: 5–14, 2005. Czermainski ABC. Análise de Correspondência [seminário]. Universidade de São Paulo - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2004. Dai M, Wei W, Shen YX, Zheng YQ. Glucosides of Chaenomeles speciosa remit rat adjuvant arthritis by inhibiting synoviocyte activities. Acta pharmacologica Sinica , 24(11): 1161-1166, 2003. Dakpa T, Dodson-Lavelle B. A traditional Tibetan medical response to advancements in basic longevity research. Annals of the New York Academy of Sciences , 1172: 70-73, 2009a. Dakpa T, Dodson-Lavelle B. "Subtle" psychosomatic aspects of Tibetan medicine. Annals of the New York Academy of Sciences , 1172: 181-185, 2009b. Daly JW. Nicotinic agonists, antagonists, and modulators from natural sources. Cellular and Molecular Neurobiology , 25(3-4): 513-552, 2005. Damasius J, Skemaite M, Kirkilaite G, Vinauskiene R, Venskutonis PR. Antioxidant and antimicrobial properties of caraway ( Carum carvi L.) and cumin ( Cuminum cyminum L.) extracts. Veterinarija ir Zootechnika , 40(62): 9-13, 2007. Dandiya PC, Cullumbine H. Studies on Acorus calamus III. Some pharmacological actions of the volatile oil. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics , 125: 353-359, 1959. Dandiya PC, Cullumbine H, Sellers EA. Studies on Acorus calamus IV Investigations on mechanism of action in mice. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics , 126: 334-337, 1959. Dandiya PC, Menon MK. Interaction of asarone with mescaline, amphetamine and tremorine. Life Sciences , 4: 1635-1641, 1965.

79

Daniel AN, Sartoretto SM, Schmidt G, Caparroz-Assef SM, Bersani-Amado CA, Cuman RKN. Anti-inflammatory and antinociceptive activities of eugenol essential oil in experimental animal models. Brazilian Journal of Pharmacognosy , 19(1 B): 212-217, 2009. Dar A, Faizi S, Naqvi S, Roome T, Zikr-Ur-Rehman S, Ali M, Firdous S, Moin ST. Analgesic and antioxidant activity of mangiferin and its derivatives: the structure activity relationship. Biological and Pharmaceutical Bulletin , 28(4): 596-600, 2005. Dar A, Khatoon S. Behavioral and biochemical studies of dichloromethane fraction from the Areca catechu nut. Pharmacology Biochemistry and Behavior , 65(1): 1-6, 2000. Dar A, Khatoon S, Rahman G, Atta-Ur-Rahmana. Anti-depressant activities of Areca catechu fruit extract. Phytomedicine , 4(1): 41-45, 1997. Dash M, Patra JK, Panda PP. Phytochemical and antimicrobial screening of extracts of Aquilaria agallocha Roxb. African Journal of Biotechnology , 7(20): 3531-3534, 2008. Deans SG, Noble RC, Hiltunen R, Wuryani W, Penzes LG. Antimicrobial and antioxidant properties of Syzygium aromaticum (L.) Merr. and Perry: impact upon bacteria, fungi and fatty acid levels in ageing mice. Flavour and Fragrance Journal , 10(5): 323-328, 1995. Debnath J, Sharma UR, Kumar B, Chauhan NS. Anticonvulsant activity of ethanolic extract of fruits of Terminalia chebula on experimental animals. International Journal of Drug Development and Research , 2(4): 764-768, 2010. Deng R. Therapeutic effects of guggul and its constituent guggulsterone: cardiovascular benefits. Cardiovascular Drug Reviews , 25(4): 375-390, 2007. Devrim E, Durak I. Is garlic a promising food for benign prostatic hyperplasia and prostate cancer? Molecular Nutrition & Food Research , 51(11): 1319-1323, 2007. Dhanabal SP, Prasanth S, Ramanathan M, Elango K, Suresh B. Validation of antifertility activity of various Rubus species in female albino rats. Indian Journal of Pharmaceutical Sciences , 62(1): 58-60, 2000. Dhingra D, Sharma A. Antidepressant-like activity of n-hexane extract of nutmeg ( Myristica fragrans ) seeds in mice. Journal of Medicinal Food , 9(1): 84-89, 2006. Dhingra D, Valecha R. Evaluation of antidepressant-like activity of aqueous and ethanolic extracts of Terminalia bellirica Roxb. fruits in mice. Indian Journal of Experimental Biology , 45(7): 610-616, 2007. Dhondup L, Husted C. Tibetan Medicine and Regeneration. Annals of the New York Academy of Sciences , 1172: 115–122, 2009. Dhuley JN. Antitussive effect of Adhatoda vasica extract on mechanical or chemical stimulation-induced coughing in animals. Journal of Ethnopharmacology , 67(3): 361-365, 1999. 80

Di Stasi LC. Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar . São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996. Doanh ND, Ham NN, Tam NT, Son PT, Van Dau N, Grabe M, Johansson R, Lindgren G, Stjernström NE, Söderberg TA. The use of a water extract from the bark of Choerospondias axillaris in the treatment of second degree burns. Scandinavian Journal of Plastic and Reconstructive Surgery and Hand Surgery , 30(2): 139-144, 1996. Dorman HJD, Deans SG. Antimicrobial agents from plants: antibacterial activity of plant volatile oils. Journal of Applied Microbiology , 88(2): 308-316, 2000. Duarte-Almeida JM, Novoa AV, Linares AF, Lajolo FM, Genovese MI. Antioxidant activity of phenolics compounds from sugar cane ( Saccharum officinarum L.) juice. Plant Foods for Human Nutrition , 61(4): 187-192, 2006. Duarte-Almeida JM, Negri G, Salatino A, de Carvalho JE, Lajolo FM. Antiproliferative and antioxidant activities of a tricin acylated glycoside from sugarcane (Saccharum officinarum) juice. Phytochemistry , 68(8): 1165-1171, 2007. Eddouks M, Lemhadri A, Michel JB. Caraway and caper: potential anti-hyperglycaemic plants in diabetic rats. Journal of Ethnopharmacology , 94(1): 143-148, 2004. ElRokh el-SM, Yassin NA, El-Shenawy SM, Ibrahim BM. Antihypercholesterolaemic effect of ginger rhizome ( Zingiber officinale ) in rats. Inflammopharmacology , 18(6):309-315, 2010. Embassy of India [on line]. Consultado em março de 2011. Disponível em: http://www.indianembassy.org/indiainfo/india_2000/chapters/chp01.pdf Epstein M, Topgay S. Mind and mental disorders in Tibetan medicine. In: Mind and mental health in Tibetan medicine . New York: Potala Publications, 1988. p. 3-27. Etkin NL, Elisabetsky E. Seeking a transdisciplinary and culturally germane science: the future of ethnopharmacology. Journal of Ethnopharmacology , 100: 23-26, 2005. Fabricant DS, Farnsworth NR. The value of plants used in traditional medicine for drug discovery. Environmental Health Perspectives , 109(Suppl 1): 69-75, 2001. Fang R, Jiang CH, Wang XY, Zhang HM, Liu ZL, Zhou L, Du SS, Deng ZW. Insecticidal activity of essential oil of Carum carvi fruits from China and its main components against two grain storage insects. Molecules , 15(12): 9391-9402, 2010. Feldhaus S. Treatment of a tetraplegic patient with chronic constipation with the Tibetan remedy Padma Lax - a case report. Forsch Komplementarmed , 13(Suppl 1): 31-32, 2006. Finckh E. Tibetan medicine: theory and practice. American Journal of Chinese Medicine , 9(4): 259-267, 1982. Finckh E. Tibetan medicine - constitutional types. American Journal of Chinese Medicine , 12(1-4): 44-49, 1984. 81

Foote-Whyte W. “Treinando a observação participante”. In: Guimarães, A.Z. (org.). Desvendando Máscaras Sociais . 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1980. pp. 77-86. Forest CP, Padma-Nathan H, Liker HR. Efficacy and safety of pomegranate juice on improvement of erectile dysfunction in male patients with mild to moderate erectile dysfunction: a randomized, placebo-controlled, double-blind, crossover study. International Journal of Impotence Research , 19(6): 564-567, 2007. Foster GM. On the Origin of Humoral Medicine in Latin America. Medical Anthropology Quarterly , 1(4): 355-393, 1987. Frank MB, Yang Q, Osban J, Azzarello JT, Saban MR, Saban R, Ashley RA, Welter JC, Fung KM, Lin HK. Frankincense oil derived from Boswellia carteri induces tumor cell specific cytotoxicity. BMC Complementary and , 9: 6, 2009. Friedman M, Henika PR, Mandrell RE. Bactericidal activities of plant essential oils and some of their isolated constituents against Campylobacter jejuni , Escherichia coli , Listeria monocytogenes , and Salmonella enterica . Journal of Food Protection , 65(10): 1545-1560, 2002. Fu M, Sun ZH, Zuo HC. Neuroprotective effect of piperine on primarily cultured hippocampal neurons. Biological and Pharmaceutical Bulletin , 33(4): 598-603, 2010. Fuhrman B, Rosenblat M, Hayek T, Coleman R, Aviram M. Ginger extract consumption reduces plasma cholesterol, inhibits LDL oxidation and attenuates development of atherosclerosis in atherosclerotic, apolipoprotein E-deficient mice. Journal of Nutrition , 130(5): 1124-1131, 2000. Gao H, Huang YN, Gao B, Li P, Inagaki C, Kawabata J. Inhibitory effect on α-glucosidase by Adhatoda vasica Nees. Food Chemistry , 108(3): 965-972, 2008. Garrett F. Critical Methods in Tibetan Medical Histories. The Journal of Asian Studies , 66(2): 363-387, 2007. Ghayur MN, Gilani AH. Pharmacological basis for the medicinal use of ginger in gastrointestinal disorders. Digestive Diseases and Sciences , 50(10): 1889-1897, 2005b. Ghayur MN, Gilani AH. Ginger lowers blood pressure through blockade of voltage- dependent calcium channels. Journal of Cardiovascular Pharmacology , 45(1): 74-80, 2005a. Gholap S, Kar A. Hypoglycaemic effects of some plant extracts are possibly mediated through inhibition in corticosteroid concentration. Die Pharmazie , 59(11): 876-878, 2004. Ghosh M. Antifungal properties of haem peroxidase from Acorus calamus . Annals of Botany , 98(6): 1145-1153, 2006.

82

Gilani AH, Jabeen Q, Khan AU, Shah AJ. Gut modulatory, blood pressure lowering, diuretic and sedative activities of cardamom. Journal of Ethnopharmacology , 115(3): 463-472, 2007. Gilani AH, Khan A, Ali T, Ajmal S. Mechanisms underlying the antispasmodic and bronchodilatory properties of Terminalia bellerica fruit. Journal of Ethnopharmacology , 116(3): 528-538, 2008. Gilani AUH, Shah AJ, Ahmad M, Shaheen F. Antispasmodic effect of Acorus calamus Linn. is mediated through calcium channel blockade. Phytotherapy Research , 20(12): 1080-1084, 2006. Ginsburg I, Rozenstein-Tsalkovich L, Koren E, Rosenmann H. The herbal preparation Padma® 28 protects against neurotoxicity in PC12 cells. Phytotherapy Research , 25(5): 740- 743, 2011. Ginter E, Simko V. Garlic ( Allium sativum L.) and cardiovascular diseases. Bratislavské Lekárske Listy , 111(8): 452-456, 2010. Giordani R, Regli P, Kaloustian J, Portugal H. Potentiation of antifungal activity of amphotericin B by essential oil from Cinnamomum cassia . Phytotherapy Research , 20(1): 58- 61, 2006. Goncagul G, Ayaz E. Antimicrobial effect of garlic ( Allium sativum ). Recent Patents on Antiinfective Drug Discovery , 5(1): 91-93, 2010. Goto H, Tanaka N, Tanigawa K, Shimada Y, Itoh T, Terasawa K. Endothelium-dependent vasodilator effect of extract prepared from the seeds of Areca catechu on isolated rat aorta. Phytotherapy Research , 11(6): 457-459, 1997. Grontved A, Brask T, Kambskard J, Hentzer E. Ginger root against seasickness. Acta Oto- Laryngologica , 105(1-2): 45-49, 1988. Grotenhermen F. Pharmacokinetics and pharmacodynamics of cannabinoids. Clinical Pharmacokinetics , 42(4): 327-360, 2003. Grover JK, Khandkar S, Vats V, Dhunnoo Y, Das D. Pharmacological studies on Myristica fragrans - antidiarrheal, hypnotic, analgesic and hemodynamic (blood pressure) parameters. Methods and Findings in Experimental and Clinical Pharmacology , 24(10): 675-680, 2002. Grzanna R, Lindmark L, Frondoza CG. Ginger - an herbal medicinal product with broad anti- inflammatory actions. Journal of Medicinal Food , 8(2): 125-132, 2005. Gschossmann JM, Krayer M, Flogerzi B, Balsiger BM. Effects of the Tibetan herbal formula Padma Lax on visceral nociception and contractility of longitudinal smooth muscle in a rat model. Neurogastroenterology and Motility , 22(9): 1036-e270, 2010.

83

Guenette SA, Beaudry F, Marier JF, Vachon P. Pharmacokinetics and anesthetic activity of eugenol in male Sprague-Dawley rats. Journal of Veterinary Pharmacology and Therapeutics , 29(4): 265-270, 2006. Gulati RK, Agarwal S, Agrawal SS. Hepatoprotective studies on Phyllanthus emblica Linn. and quercetin. Indian Journal of Experimental Biology , 33(4): 261-268, 1995. Haas LF. Papyrus of Ebers and Smith. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry , 67 (5): 578, 1999. Hafeman D, Ahsan H, Islam T, Louis E. Betel quid: Its tremor-producing effects in residents of Araihazar, Bangladesh. Movement Disorders , 21(4): 567-571, 2006. Haghparast A, Shams J, Khatibi A, Alizadeh AM, Kamalinejad M. Effects of the fruit essential oil of Cuminum cyminum Linn. (Apiaceae) on acquisition and expression of morphine tolerance and dependence in mice. Neuroscience Letters , 440(2): 134-139, 2008. Haider S, Naz N, Khaliq S, Perveen T, Haleem DJ. Repeated administration of fresh garlic increases memory retention in rats. Journal of Medicinal Food , 11(4): 675-679, 2008. Hajlaoui H, Mighri H, Noumi E, Snoussi M, Trabelsi N, Ksouri R, Bakhrouf A. Chemical composition and biological activities of Tunisian Cuminum cyminum L. essential oil: a high effectiveness against Vibrio spp. strains. Food and Chemical Toxicology , 48(8-9): 2186-2192, 2010. Halder S, Mehta AK, Kar R, Mustafa M, Mediratta PK, Sharma KK. Clove oil reverses learning and memory deficits in scopolamine-treated mice. Planta medica , 2010. Han SY, Li HX, Ma X, Zhang K, Ma ZZ, Tu PF. Protective effects of purified safflower extract on myocardial ischemia in vivo and in vitro. Phytomedicine , 16(8): 694-702, 2009. Hara H, Ise Y, Morimoto N, Shimazawa M, Ichihashi K, Ohyama M, Iinuma M. Laxative effect of agarwood leaves and its mechanism. Bioscience, Biotechnology and Biochemistry , 72(2): 335-345, 2008. Hartman RE, Shah A, Fagan AM, Schwetye KE, Parsadanian M, Schulman RN, Finn MB, Holtzman DM. Pomegranate juice decreases amyloid load and improves behavior in a mouse model of Alzheimer's disease. Neurobiology of Disease , 24: 506-515, 2006. Hawrelak JA, Cattley T, Myers SP. Essential oils in the treatment of intestinal dysbiosis: a preliminary in vitro study. Alternative Medicine Review , 14(4): 380-384, 2009. Hazra R, Guha D. Effect of chronic administration of Acorus calamus on electrical activity and regional monoamine levels in rat brain. Biogenic Amines , 17: 161-169, 2003. Hazra R, Ray K, Guha D. Inhibitory role of Acorus calamus in ferric chloride-induced epileptogenesis in rat. Human and Experimental Toxicology , 26(12): 947-953, 2007.

84

Heimes K, Feistel B, Verspohl EJ. Impact of the 5-HT3 receptor channel system for insulin secretion and interaction of ginger extracts. European Journal of Pharmacology , 624(1-3): 58-65, 2009. Heidarian E, Jafari-Dehkordi E, Seidkhani-Nahal A. Effect of garlic on liver phosphatidate phosphohydrolase and plasma lipid levels in hyperlipidemic rats. Food and Chemical Toxicology , 49(5): 1110-1114, 2011. Heinrich M, Barnes J, Gibbons S, Williamson EM. Fundamentals of pharmacognosy and phytotherapy. London: Churchill Livingstone, 2004. 309 p. Hikosaka K, El-Abasy M, Koyama Y, Motobu M, Koge K, Isobe T, Kang CB, Hayashidani H, Onodera T, Wang PC, Matsumura M, Hirota Y. Immunostimulating effects of the polyphenol-rich fraction of sugar cane ( Saccharum officinarum L.) extract in chickens. Phytotherapy Research , 21(2): 120-125, 2007. Hiratsuka S, Ishihara K, Kitagawa T, Wada S, Yokogoshi H. Effect of dietary docosahexaenoic acid connecting phospholipids on the lipid peroxidation of the brain in mice. Journal of Nutritional Science and Vitaminology , 54(6): 501-506, 2008. Hofbauer S, Kainz V, Golser L, Klappacher M, Kiesslich T, Heidegger W, Krammer B, Hermann A, Weiger TM. Antiproliferative properties of Padma Lax and its components ginger and elecampane. Forsch Komplementarmed , 13(Suppl 1): 18-22, 2006. Hoffman H. The religions of Tibet . London: Ruskin House, 1961. 199 p. Holmstedt B. Historical perspective and future of ethnopharmacology. In: Schultes, R.E.; von Reis, S. (eds.) Ethnobotany: evolution of a discipline. Oregon: Timber Press Inc., 1995. pp. 320-337. Holmstedt B, Bruhn JG Ethnopharmacology: a challenge. In: Schultes, R.E.; von Reis, S. (eds.) Ethnobotany: evolution of a discipline. Oregon: Timber Press Inc., 1995. pp. 338-342. Hong SH, Kim J, Kim JM, Lee SY, Shin DS, Son KH, Han DC, Sung YK, Kwon BM. Apoptosis induction of 2'-hydroxycinnamaldehyde as a proteasome inhibitor is associated with ER stress and mitochondrial perturbation in cancer cells. Biochemical Pharmacology , 74(4): 557-565, 2007. Hosseinzadeh H, Noraei NB. Anxiolytic and hypnotic effect of Crocus sativus aqueous extract and its constituents, crocin and safranal, in mice. Phytotherapy Research , 23(6): 768- 774, 2009. Howes MR, Houghton PJ. Plants used in Chinese and Indian traditional medicine for improvement of memory and cognitive function. Pharmacology, Biochemistry and Behavior, 75: 513-527, 2003.

85

HP (Himachal Pradesh) Forest Department - Himachal Pradesh Forestry Sector Medicinal Plants Policy, 2006 [on line]. Consultado em março de 2011. Disponível em: http://hpforest.nic.in/MedicalPlantPolicy.Pdf Hsu HF, Tsou TC, Chao HR, Shy CG, Kuo YT, Tsai FY, Yeh SC, Ko YC. Effects of arecoline on adipogenesis, lipolysis, and glucose uptake of adipocytes-A possible role of betel-quid chewing in metabolic syndrome. Toxicology and Applied Pharmacology , 245(3): 370-377, 2010. Huang JL, Fu ST, Jiang YY, Cao YB, Guo ML, Wang Y, Xu Z. Protective effects of Nicotiflorin on reducing memory dysfunction, energy metabolism failure and oxidative stress in multi-infarct dementia model rats. Pharmacology, Biochemistry and Behavior , 86(4): 741- 748, 2007. Huong DTL, Dat NT, Minh CV, Kang JS, Kim YH. Monoamine oxidase inhibitors from Aquilaria agallocha . Natural Product Sciences , 8(1): 30-33, 2002. Husted C, Dhondup L. Tibetan medical interpretation of myelin lipids and multiple sclerosis. Annals of the New York Academy of Sciences , 1172: 278-296, 2009. Hwang H, Jeon H, Ock J, Hong SH, Han YM, Kwon BM, Lee WH, Lee MS, Suk K. 2'- Hydroxycinnamaldehyde targets low-density lipoprotein receptor-related protein-1 to inhibit lipopolysaccharide-induced microglial activation. Journal of Neuroimmunology , 230(1-2): 52-64, 2011. Iacobellis NS, Cantore PL, Capasso F, Senatore F. Antibacterial activity of Cuminum cyminum L. and Carum carvi L. essential oils. Journal of Agricultural and Food Chemistry , 53(1): 57-61, 2005. Ichikawa H, Aggarwal B. Guggulsterone inhibits osteoclastogenesis induced by receptor activator of nuclear factor-κB ligand and by tumor cells by suppressing nuclear factor-κB activation. Clinical Cancer Research , 12(2): 662-668, 2006. Ignacimuthu S, Shanmugam N. Antimycobacterial activity of two natural alkaloids, vasicine acetate and 2-acetyl benzylamine, isolated from Indian shrub Adhatoda vasica Ness. leaves. Journal of Biosciences , 35(4): 565-570, 2010. Inokuchi J, Okabe H, Yamauchi T. Antihypertensive substance in seeds of Areca catechu L. Life Sciences , 38(15): 1375-1382, 1986. Ippoushi K, Azuma K, Ito H, Horie H, Higashio H. [6]-Gingerol inhibits nitric oxide synthesis in activated J774.1 mouse macrophages and prevents peroxynitrite-induced oxidation and nitration reactions. Life Sciences , 73(26): 3427-3437, 2003.

86

Iwaoka Y, Hashimoto R, Koizumi H, Yu J, Okabe T. Selective stimulation by cinnamaldehyde of progesterone secretion in human adrenal cells. Life sciences , 86(23-24): 894-898, 2010. Jadon A, Bhadauria M, Shukla S. Protective effect of Terminalia belerica Roxb. and gallic acid against carbon tetrachloride induced damage in albino rats. Journal of Ethnopharmacology , 109(2): 214-218, 2007. Jahangir T, Sultana S. Tumor promotion and oxidative stress in ferric nitrilotriacetate- mediated renal carcinogenesis: protection by Adhatoda vasica . Toxicology Mechanisms and Methods , 17(7): 421-430, 2007. Jamal A, Javed K, Aslam M, Jafri MA. Gastroprotective effect of cardamom, Elettaria cardamomum Maton. fruits in rats. Journal of Ethnopharmacology , 103(2): 149-153, 2006. Janahmadi M, Niazi F, Danyali S, Kamalinejad M. Effects of the fruit essential oil of Cuminum cyminum Linn. (Apiaceae) on pentylenetetrazol-induced epileptiform activity in F1 neurones of Helix aspersa. Journal of Ethnopharmacology , 104(1-2): 278-282, 2006. Janes CR. The transformations of Tibetan Medicine. Medical Anthropology Quaterly , 9(1): 6- 39, 1995. Janes CR. The health transition, global modernity and the crisis of traditional medicine: the Tibetan case. Social Science & Medicine , 48(12): 1803-1820, 1999. Jayakumar T, Ilayaraja M, Sridhar MP, Sivalokanathan S, Prasad TRB, Balasubramanian MP. Protective effect of Adhatoda vasica on D-galactosamine induced liver damage in rats with reference to lipid peroxidation and antioxidant status. Journal of Natural Remedies , 9(1): 91- 98, 2009. Jenny M, Schwaiger W, Bernhard D, Wrulich OA, Cosaceanu D, Fuchs D, Ueberall F. Apoptosis induced by the Tibetan herbal remedy Padma 28 in the T cell-derived lymphocytic leukaemia cell line CEM-C7H2. Journal of Carcinogenesis , 4: 15, 2004. Ji DB, Zhu MC, Zhu B, Zhu YZ, Li CL, Ye J, Zhu HB. Hydroxysafflor yellow A enhances survival of vascular endothelial cells under hypoxia via upregulation of the HIF-1α-VEGF pathway and regulation of Bcl-2/Bax. Journal of Cardiovascular Pharmacology , 52(2): 191- 202, 2008. Jia Q, Liu X, Wu X, Wang R, Hu X, Li Y, Huang C. Hypoglycemic activity of a polyphenolic oligomer-rich extract of Cinnamomum parthenoxylon bark in normal and streptozotocin- induced diabetic rats. Phytomedicine , 16(8): 744-750, 2009. Johri RK, Thusu N, Khajuria A, Zutshi U. Piperine-mediated changes in the permeability of rat intestinal epithelial cells. The status of γ-glutamyl transpeptidase activity, uptake of amino acids and lipid peroxidation. Biochemical Pharmacology , 43(7): 1401-1407, 1992. 87

Joshi H, Parle M. Zingiber officinale : evaluation of its nootropic effect in mice. African Journal of Traditional, Complementary and Alternative Medicines , 3(1): 64-74, 2006. Jun YL, Eun JC, Hyo JK, Jun HP, Sang WC. Antioxidative flavonoids from leaves of Carthamus tinctorius . Archives of Pharmacal Research , 25(3): 313-319, 2002. Ka H, Park HJ, Jung HJ, Choi JW, Cho KS, Ha J, Lee KT. Cinnamaldehyde induces apoptosis by ROS-mediated mitochondrial permeability transition in human promyelocytic leukemia HL-60 cells. Cancer Letters , 196(2): 143-152, 2003. Kakino M, Tazawa S, Maruyama H, Tsuruma K, Araki Y, Shimazawa M, Hara H. Laxative effects of agarwood on low-fiber diet-induced constipation in rats. BMC Complementary and Alternative Medicine , 10: 68, 2010. Kala CP. Health traditions of Budddhist community and role of amchis in trans-Himalayan region of India. Current Science, 89(8): 1331-1338 , 2005a. Kala CP. Indigenous uses, population density, and conservation of threatened medicinal plants in protected areas of the Indian Himalayas. Conservation Biology , 19(2): 368-378, 2005b. Kamaleeswari M, Nalini N. Dose-response efficacy of caraway ( Carum carvi L.) on tissue lipid peroxidation and antioxidant profile in rat colon carcinogenesis. The Journal of Pharmacy and Pharmacology , 58(8): 1121-1130, 2006. Kamaleeswari M, Deeptha K, Sengottuvelan M, Nalini N. Effect of dietary caraway ( Carum carvi L.) on aberrant crypt foci development, fecal steroids, and intestinal alkaline phosphatase activities in 1,2-dimethylhydrazine-induced colon carcinogenesis. Toxicology and Applied Pharmacology , 214(3): 290-296, 2006. Kasabri V, Flatt PR, Abdel-Wahab YHA. Terminalia bellirica stimulates the secretion and action of insulin and inhibits starch digestion and protein glycation in vitro. British Journal of Nutrition , 103(2): 212-217, 2010. Katiyar C, Kumar A, Bhattacharya SK, Singh RS. Ayurvedic processed seeds of nux-vomica: neuropharmacological and chemical evaluation. Fitoterapia , 81(3): 190-195, 2010. Katiyar SK, Agarwal R, Mukhtar H. Inhibition of tumor promotion in SENCAR mouse skin by ethanol extract of Zingiber officinale rhizome. Cancer Research , 56(5): 1023-1030, 1996. Kaur S, Jaggi RK. Antinociceptive activity of chronic administration of different extracts of Terminalia bellerica Roxb. and Terminalia chebula Retz. fruits. Indian Journal of Experimental Biology , 48(9): 925-930, 2010. Kessler RC, Angermeyer M, Anthony JC, Graaf R, Demyttenaere K, Gasquet I, Girolamo G, Gluzman S, Gureje O, Haro JM, Kawakami N, Karam A, Levinson D, Mora MEM, Browne MAO, Posada-Villa J, Stein DJ, Tsang CHA, Aguilar-Gaxiola S, Alonso J, Lee S, Heeringa S, 88

Pennell BE, Berglund P, Gruber MJ, Petukhova M, Chatterji S, Üstün TB. Lifetime prevalence and age-of-onset distributions of mental disorders in the World Health Organization’s World Mental Health Survey Initiative. World Psychiatry , 6: 168-176, 2007. Kessler RC, Chiu WT, Demler O, Walters EE. Prevalence, severity, and comorbidity of 12- Month DSM-IV disorders in the National Comorbidity Survey Replication. Archives of General Psychiatry , 62: 617-627, 2005. Khan AU, Gilani AH. Pharmacodynamic evaluation of Terminalia bellerica for its antihypertensive effect. Journal of Food and Drug Analysis , 16(3): 6-14, 2008. Khan A, Gilani AH. Antisecretory and analgesic activities of Terminalia bellerica . African Journal of Biotechnology , 9(18): 2717-2719, 2010. Khan S, Mehmood MH, Ali AN, Ahmed FS, Dar A, Gilani AH. Studies on anti-inflammatory and analgesic activities of betel nut in rodents. Journal of Ethnopharmacology , 135(3): 654- 661, 2011 Khatibi A, Haghparast A, Shams J, Dianati E, Komaki A, Kamalinejad M. Effects of the fruit essential oil of Cuminum cyminum L. on the acquisition and expression of morphine-induced conditioned place preference in mice. Neuroscience Letters , 448(1): 94-98, 2008. Khopde SM, Priyadarsini KI, Mohan H, Gawandi VB, Satav JG, Yakhmi JV, Banavaliker MM, Biyani MK, Mittal JP. Characterizing the antioxidant activity of amla ( Phyllanthus emblica ) extract. Current Science , 81(2): 185-190, 2001. Kikuzaki H, Nakatani N. Antioxidant effects of some ginger constituents. Journal of Food Science , 58(6): 1407-1410, 1993. Kim H, Han TH, Lee SG. Anti-inflammatory activity of a water extract of Acorus calamus L. leaves on keratinocyte HaCaT cells. Journal of Ethnopharmacology , 122(1): 149-156, 2009. Kim HM, Lee EH, Hong SH, Song HJ, Shin MK, Kim SH, Shin TY. Effect of Syzygium aromaticum extract on immediate hypersensitivity in rats. Journal of Ethnopharmacology , 60(2): 125-131, 1998. Kim SH, Hyun SH, Choung SY. Anti-diabetic effect of cinnamon extract on blood glucose in db/db mice. Journal of Ethnopharmacology , 104(1-2): 119-123, 2006. Kim SY, Koo YK, Koo JY, Ngoc TM, Kang SS, Bae K, Kim YS, Yun-Choi HS. Platelet anti- aggregation activities of compounds from Cinnamomum cassia . Journal of Medicinal Food , 13(5): 1069-1074, 2010. Kim YC, Lee EH, Lee YM, Kim HK, Song BK, Lee EJ, Kim HM. Effect of the aqueous extract of Aquilaria agallocha stems on the immediate hypersensitivity reactions. Journal of Ethnopharmacology , 58(1): 31-38, 1997.

89

Kirkham S, Akilen R, Sharma S, Tsiami A. The potential of cinnamon to reduce blood glucose levels in patients with type 2 diabetes and insulin resistance. Diabetes, obesity & metabolism , 11(12): 1100-1113, 2009. Kiuchi F, Iwakami S, Shibuya M, Hanaoka F, Sankawa U. Inhibition of prostaglandin and leukotriene biosynthesis by gingerols and diarylheptanoids. Chemical and Pharmaceutical Bulletin , 40(2): 387-391, 1992. Ko JK, Leung CC. Ginger extract and polaprezinc exert gastroprotective actions by anti- oxidant and growth factor modulating effects in rats. Journal of Gastroenterology and Hepatology , 25(12): 1861-1868. Kondeti VK, Badri KR, Maddirala DR, Thur SK, Fatima SS, Kasetti RB, Rao CA. Effect of Pterocarpus santalinus bark, on blood glucose, serum lipids, plasma insulin and hepatic carbohydrate metabolic enzymes in streptozotocin-induced diabetic rats. Food and Chemical Toxicology , 48(5): 1281-1287, 2010. Kong JO, Lee SM, Moon YS, Lee SG, Ahn YJ. Nematicidal activity of cassia and cinnamon oil compounds and related compounds toward Bursaphelenchus xylophilus (Nematoda: Parasitaphelenchidae). Journal of Nematology , 39(1): 31-36, 2007. Kong YH, Jo YO, Cho CW, Son D, Park S, Rho J, Choi SY. Inhibitory effects of cinnamic acid on melanin biosynthesis in skin. Biological & Pharmaceutical Bulletin , 31(5): 946-954, 2008. Koo KLK, Ammit AJ, Tran VH, Duke CC, Roufogalis BD. Gingerols and related analogues inhibit arachidonic acid-induced human platelet serotonin release and aggregation. Thrombosis Research , 103(5): 387-397, 2001. Koppikar SJ, Choudhari AS, Suryavanshi SA, Kumari S, Chattopadhyay S, Kaul-Ghanekar R. Aqueous cinnamon extract (ACE-c) from the bark of Cinnamomum cassia causes apoptosis in human cervical cancer cell line (SiHa) through loss of mitochondrial membrane potential. BMC Cancer , 10: 210, 2010. Koppula S, Kopalli SR, Sreemantula S. Adaptogenic and nootropic activities of aqueous extracts of Carum carvi Linn (caraway) fruit: an experimental study in Wistar rats. Australian Journal of Medical Herbalism , 21(3): 72-78, 2009. Koyama N, Suzuki K, Furukawa Y, Arisaka H, Seki T, Kuribayashi K, Ishii K, Sukegawa E, Takahashi M. Effects of safflower seed extract supplementation on oxidation and cardiovascular risk markers in healthy human volunteers. British Journal of Nutrition , 101(4): 568-575, 2009.

90

Kumar A, Ram J, Samarth RM, Kumar M. Modulatory influence of Adhatoda vasica Nees leaf extract against gamma irradiation in Swiss albino mice. Phytomedicine , 12(4): 285-293, 2005. Kumar P, Singh DK. Molluscicidal activity of Ferula asafoetida , Syzygium aromaticum and Carum carvi and their active components against the snail Lymnaea acuminata . Chemosphere , 63(9): 1568-1574, 2006. Kuo PL, Hsu YL, Huang MS, Tsai MJ, Ko YC. Ginger suppresses phthalate ester-induced airway remodeling. Journal of Agricultural and Food Chemistry , 59(7): 3429-3438, 2011. Krueger RF. The structure of common mental disorders. Archives of General Psychiatry , 56: 921-926, 1999. Kunwar RM, Nepal BK, Kshhetri HB, Rai SK, Bussmann RW. Ethnomedicine in Himalaya: a case study from Dolpa, Humla, Jumla and Mustang districts of Nepal. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine , 2: 27, 2006. Kurokawa M, Hozumi T, Basnet P, Nakano M, Kadota S, Namba T, Kawana T, Shiraki K. Purification and characterization of Eugeniin as an anti-herpesvirus compound from Geum japonicum and Syzygium aromaticum . Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics , 284(2): 728-735, 1998. Kwon HK, Hwang JS, So JS, Lee CG, Sahoo A, Ryu JH, Jeon WK, Ko BS, Im CR, Lee SH, Park ZY, Im SH. Cinnamon extract induces tumor cell death through inhibition of NFkappaB and AP1. BMC Cancer , 10: 392, 2010. Lahlou S, Tahraoui A, Israili Z, Lyoussi B. Diuretic activity of the aqueous extracts of Carum carvi and Tanacetum vulgare in normal rats. Journal of Ethnopharmacology , 110(3): 458- 463, 2007. Lantz RC, Chen GJ, Sarihan M, Sólyom AM, Jolad SD, Timmermann BN. The effect of extracts from ginger rhizome on inflammatory mediator production. Phytomedicine , 14(2-3): 123-128, 2007. Latha RCR, Daisy P. Insulin-secretagogue, antihyperlipidemic and other protective effects of gallic acid isolated from Terminalia bellerica Roxb. in streptozotocin-induced diabetic rats. Chemico-Biological Interactions , 189(1-2): 112-118, 2011. Ledezma E, Apitz-Castro R. Ajoene the main active compound of garlic ( Allium sativum ): a new antifungal agent. Revista Iberoamericana de Micología , 23(2): 75-80, 2006. Ledón N, Casacó A, Remirez D, González A, Cruz J, González R, Capote A, Tolón Z, Rojas E, Rodríguez VJ, Merino N, Rodríguez S, Ancheta O, Cano MC. Effects of a mixture of fatty acids from sugar cane ( Saccharum officinarum L.) wax oil in two models of inflammation:

91 zymosan-induced arthritis and mice tail test of psoriasis. Phytomedicine , 14(10): 690-695, 2007. Ledón N, Casacó A, Rodríguez V, Cruz J, González R, Tolón Z, Cano M, Rojas E. Anti- inflammatory and analgesic effects of a mixture of fatty acids isolated and purified from sugar cane wax oil. Planta Medica , 69(4): 367-369, 2003. Lee CL, Chiang LC, Cheng LH, Liaw CC, Abd El-Razek MH, Chang FR, Wu YC. Influenza A (H(1)N(1)) antiviral and cytotoxic agents from Ferula assa-foetida . Journal of Natural Products , 72(9): 1568-1572, 2009. Lee HS, Nam HW, Kyoung HK, Lee H, Jun W, Lee KW. Antioxidant effects of aqueous extract of Terminalia chebula in vivo and in vitro. Biological and Pharmaceutical Bulletin , 28(9): 1639-1644, 2005a. Lee KK, Choi JD. The effects of Areca catechu L extract on anti-aging. International Journal of Cosmetic Science , 21(4): 285-295, 1999. Lee KG, Shibamoto T. Antioxidant property of aroma extract isolated from clove buds [Syzygium aromaticum (L.) Merr. et Perry]. Food Chemistry , (74)4: 443-448, 2001. Lee SA, Hong SS, Han XH, Hwang JS, Oh GJ, Lee KS, Lee MK, Hwang BY, Ro JS. Piperine from the fruits of Piper longum with inhibitory effect on monoamine oxidase and antidepressant-like activity. Chemical & Pharmaceutical Bulletin , 53(7): 832-835, 2005b. Lemhadri A, Hajji L, Michel JB, Eddouks M. Cholesterol and triglycerides lowering activities of caraway fruits in normal and streptozotocin diabetic rats. Journal Ethnopharmacology , 106(3): 321-326, 2006. Leonti M. The future is written: Impact of scripts on the cognition, selection, knowledge and transmission of medicinal plant use and its implications for ethnobotany and ethnopharmacology. Journal of Ethnopharmacology , 134: 542-555, 2011. Leroi-Gourhan A. The flowers found with Shanidar IV, a Neanderthal burial in Iraq. Science , 190: 562-564, 1975. Li LY, Ciren BZ, Zhan D, Wei YF. Comprehensive utilization and development of traditional Tibetan medicine in China. Zhongguo Zhong Yao Za Zhi , 26(12): 808-810, 2001. Li P, Matsunaga K, Ohizumi Y. Nerve growth factor-potentiating compounds from Picrorhizae rhizoma. Biological and Pharmaceutical Bulletin , 23(7): 890-892, 2000. Li Q, Li Z, Xu XY, Guo YL, Du F. Neuroprotective properties of picroside II in a rat model of focal cerebral ischemia. International Journal of Molecular Sciences , 11(11): 4580-4590, 2010.

92

Li X, Yang YB, Yang Q, Sun LN, Chen WS. Anti-inflammatory and analgesic activities of Chaenomeles speciosa fractions in laboratory animals. Journal of Medicinal Food , 12(5): 1016-1022, 2009. Lin CC, Wu SJ, Chang CH, Ng LT. Antioxidant activity of Cinnamomum cassia . Phytotherapy Research , 17(7): 726-730, 2003. Lionnet L, Beaudry F, Vachon P. Intrathecal eugenol administration alleviates neuropathic pain in male Sprague-Dawley rats. Phytotherapy Research , 24(11): 1645-1653, 2010. Liu J, Mei WL, Cui HB, Wu J, Dai HF. Study on chemical constituents and anti-bacterial activity of volatile oil from seed of Aquilaria sinensis . Zhong Yao Cai , 31(3): 340-342, 2008. Liu TY, Chen CL, Chi CW. Oxidative damage to DNA induced by areca nut extract. Mutation Research - Genetic Toxicology , 367(1): 25-31, 1996. Liu Y, Dao Z, Yang C, Liu Y, Long C. Medicinal plants used by Tibetans in Shangri-la, Yunnan, China. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine , 5: 15, 2009. Loizzo JJ, Blackhall LJ. Traditional alternatives as complementary sciences: the case of Indo- Tibetan medicine. The Journal of Alternative and Complementary Medicine , 4(3): 311-319, 1998. Loizzo JJ, Blackhall LJ, Rapgay L. Tibetan medicine: a complementary science of optimal health. Annals of the New York Academy of Sciences , 1172: 218-330, 2009. Lokhande PD, Dhaware BS, Jagdale SC, Chabukswar AR, Mulkalwar SA. Cardiac activity of isolated constituents of Inula racemosa . Journal of Herbal Pharmacotherapy , 6(3-4): 81-88, 2006. Lu Z, Jia Q, Wang R, Wu X, Wu Y, Huang C, Li Y. Hypoglycemic activities of A- and B- type procyanidin oligomer-rich extracts from different Cinnamon barks. Phytomedicine, 18(4): 298-302, 2010. Machado ABM. Apresentação. Megadiversidade , 1(1): 3-4, 2005. Majdalawieh AF, Carr RI. In vitro investigation of the potential immunomodulatory and anti- cancer activities of black pepper ( Piper nigrum ) and cardamom ( Elettaria cardamomum ). Journal of Medicinal Food , 13(2): 371-381, 2010. Malinowski B. “O Objeto, Método e Alcance dessa pesquisa”. In: Guimarães, A.Z. (org.). Desvendando Máscaras Sociais . 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1990. pp. 39-61. Mangathayaru K, Kuruvilla S, Balakrishna K, Venkhatesh J. Modulatory effect of Inula racemosa Hook. f. (Asteraceae) on experimental atherosclerosis in guinea-pigs. The Journal of Pharmacy and Pharmacology , 61(8): 1111-1118, 2009.

93

Manis G, Rao A, Karanth KS. Neuropharmacological activity of Acorus calamus . Fitoterapia , 62: 131-137, 1991. Manjrekar PN, Jolly CI, Narayanan S. Comparative studies of the immunomodulatory activity of Tinospora cordifolia and Tinospora sinensis . Fitoterapia , 71(3): 254-257, 2000. Manju V, Nalini N. Chemopreventive efficacy of ginger, a naturally occurring anticarcinogen during the initiation, post-initiation stages of 1,2 dimethylhydrazine-induced colon cancer. Clinica Chimica Acta , 358(1-2): 60-67, 2005. Manjula N, Gayathri B, Vinaykumar KS, Shankernarayanan NP, Vishwakarma RA, Balakrishnan A. Inhibition of MAP kinases by crude extract and pure compound isolated from Commiphora mukul leads to down regulation of TNF-α, IL-1β and IL-2. International Immunopharmacology , 6(2): 122-132, 2006. Mannan N, Boucher BJ, Evans SJW. Increased waist size and weight in relation to consumption of Areca catechu (betel-nut); a risk factor for increased glycaemia in Asians in East London. British Journal of Nutrition , 83(3): 267-275, 2000. Manosroi A, Jantrawu, P, Akihisa T, Manosroi W, Manosroi J. In vitro anti-aging activities of Terminalia chebula gall extract. Pharmaceutical Biology , 48(4): 469-481, 2010. Mao QQ, Xian YF, Ip SP, Che CT. Involvement of serotonergic system in the antidepressant- like effect of piperine. Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry , 35(4): 1144-1147, 2011. De Martino L, De Feo V, Fratianni F, Nazzaro F. Chemistry, antioxidant, antibacterial and antifungal activities of volatile oils and their components. Natural Product Communications , 4(12): 1741-1750, 2009. Marzouki SM, Almagro L, Sabater-Jara AB, Ros Barceló A, Pedreño MA. Kinetic characterization of a basic peroxidase from garlic ( Allium sativum L.) cloves. Journal of Food Science , 75(9): C740-6, 2010. Masuda Y, Kikuzaki H, Hisamoto M, Nakatani N. Antioxidant properties of gingerol related compounds from ginger. BioFactors , 21(1-4): 293-296, 2004. Mathew BC, Daniel RS, Augusti KT. Hypolipidemic effect of garlic protein substituted for casein in diet of rats compared to those of garlic oil. Indian Journal of Experimental Biology , 34(4): 337-340, 1996. Matsubayashi H, Alkondon M, Pereira EFR, Swanson KL, Albuquerque EX. Strychnine: a potent competitive antagonist of a-bungarotoxin-sensitive nicotinic acetylcholine receptors in rat hippocampal neurons. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics , 284(3): 904-913, 1998.

94

Mazzio EA, Soliman KFA. In vitro Screening for the tumoricidal properties of international medicinal herbs. Phytotherapy Research , 23(3): 385-398, 2009. Mehta S, Singh RK, Jaiswal D, Rai PK, Watal G. Anti-diabetic activity of Emblica officinalis in animal models. Pharmaceutical Biology , 47(11): 1050-1055, 2009. Melzer J, Brignoli R, Diehm C, Reichling J, Do DD, Saller R. Treating intermittent claudication with Tibetan medicine Padma 28: does it work? Atherosclerosis . 189(1): 39-46, 2006. Mencarelli A, Renga B, Palladino G, Distrutti E, Fiorucci S. The plant sterol guggulsterone attenuates inflammation and immune dysfunction in murine models of inflammatory bowel disease. Biochemical Pharmacology , 78(9): 1214-1223, 2009. Men-Tsee-Khang - The Tibetan Medical and Astrological Institute of His Holiness The Dalai Lama [on line]. Consultado em dezembro de 2011. Disponível em: http://www.tibetan- medicine.org/headoffice.asp Men-Tsee-Khang. Fundamentals of Tibetan Medicine. Delhi: Indraprashta Press. 4th Edition, 2001. 138p. Men-Tsee-Khang , editores. The basic tantra and the explanatory tantra from the secret quintessential instructions on the eight branches of the ambrosia essence tantra. Dharamsala: Men-Tsee-Khang, 2008. 375 p. Meselhy MR, Kadota S, Momose Y, Hatakeyama N, Kusai A, Hattori M, Namba T. Two new quinochalcone yellow pigments from Carthamus tinctorius and Ca2+ antagonistic activity of tinctormine. Chemical and Pharmaceutical Bulletin , 41(10): 1796-1802, 1993. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 2ª edição. São Paulo: Hucitec-Abrasco, 1993. 269p. Miyazawa M, Hisama M. Antimutagenic activity of phenylpropanoids from clove ( Syzygium aromaticum ). Journal of Agricultural and Food Chemistry , 51(22): 6413-6422, 2003. Mohagheghzadeh A, Faridi P, Shams-Ardakani M, Ghasemi Y. Medicinal smokes. Journal of Ethnopharmacology , 108: 161–184, 2006. Moussavi S, Chatterji S, Verdes E, Tandon A, Patel V, Üstün TB. Depression, chronic diseases, and decrements in health: results from the World Health Surveys. Lancet , 370: 851– 858, 2007. Mowrey DB, Clayson DE. Motion sickness, ginger, and psychophysics. Lancet , 1(8273): 655- 657, 1982. Mujumdar AM, Dhuley JN, Deshmukh VK, Raman PH, Thorat SL, Naik SR. Effect of piperine on pentobarbitone induced hypnosis in rats. Indian Journal of Experimental Biology , 28(5): 486-487, 1990. 95

Mukherjee PK, Kumar V, Mal M, Houghton PJ. In vitro acetylcholinesterase inhibitory activity of the essential oil from Acorus calamus and its main constituents. Planta Medica , 73(3): 283-285, 2007. Nagaraju N, Prasad M, Gopalakrishna G, Rao KN. Blood sugar lowering effect of Pterocarpus santalinus (red sanders) extract in different rat models. International Journal of Pharmacognosy , 29(2): 141-144, 1991. Nampoothiri SV, Prathapan A, Cherian OL, Raghu KG, Venugopalan VV, Sundaresan A. In vitro antioxidant and inhibitory potential of Terminalia bellerica and Emblica officinalis fruits against LDL oxidation and key enzymes linked to type 2 diabetes. Food and Chemical Toxicology , 49(1): 125-131, 2011. Nascimento GGF, Locatelli J, Freitas PC, Silva GL. Antibacterial activity of plant extracts and phytochemicals on antibiotic-resistant bacteria. Brazilian Journal of Microbiology , 31(4): 247-256, 2000. Natarajan B, Paulsen BS, Korneliussen V. An ethnopharmacological study from Kulu district, Himachal Pradesh, India: traditional knowledge compared with modern biological science. Pharmaceutical Biology , 38(2): 129-138, 2000. National Portal of India [on line]. Consultado em março de 2011. Disponível em: http://www.india.gov.in Nguyen PH, Le TV, Kang HW, Chae J, Kim SK, Kwon KI, Seo DB, Lee SJ, Oh WK. AMP- activated protein kinase (AMPK) activators from Myristica fragrans (nutmeg) and their anti- obesity effect. Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters , 20(14): 4128-4131, 2010. Nievergelt A, Huonker P, Schoop R, Altmann KH, Gertsch J. Identification of serotonin 5- HT1A receptor partial agonists in ginger. Bioorganic and Medicinal Chemistry , 18(9): 3345- 3351, 2010. Noorbala AA, Akhondzadeh S, Tahmacebi-Pour N, Jamshidi AH. Hydro-alcoholic extract of Crocus sativus L. versus fluoxetine in the treatment of mild to moderate depression: a double- blind, randomized pilot trial. Journal of Ethnopharmacology , 97(2): 281-284, 2005. Nosal'ova G, Mokry J, Hassan KMT. Antitussive activity of the fruit extract of Emblica officinalis Gaertn. (Euphorbiaceae). Phytomedicine , 10(6-7): 583-589, 2003. Ochiai T, Shimeno H, Mishima K, Iwasaki K, Fujiwara M, Tanaka H, Shoyama Y, Toda A, Eyanagi R, Soeda S. Protective effects of carotenoids from saffron on neuronal injury in vitro and in vivo. Biochimica et Biophysica Acta , 1770(4): 578-584, 2007. Ock J, Lee HA, Ismail IA, Lee HJ, Kwon BM, Suk K, Lee WH, Hong SH. Differential antiproliferation effect of 2'-benzoyloxycinnamaldehyde in K-ras-transformed cells via downregulation of thiol antioxidants. Cancer science , 102(1): 212-218, 2011. 96

Ojha S, Bharti S, Sharma AK, Rani N, Bhatia J, Kumari S, Arya DS. Effect of Inula racemosa root extract on cardiac function and oxidative stress against isoproterenol-induced myocardial infarction. Indian Journal of Biochemistry & Biophysics , 48(1): 22-28, 2011. Ojha SK, Nandave M, Arora S, Mehra RD, Joshi S, Narang R, Arya DS. Effect of Commiphora mukul extract on cardiac dysfunction and ventricular function in isoproterenol- induced myocardial infarction. Indian Journal of Experimental Biology , 46(9): 646-652, 2008. Ojha S, Nandave M, Kumaria S, Arya DS. Cardioprotection by Inula racemosa Hook in experimental model of myocardial ischemic reperfusion injury. Indian Journal of Experimental Biology , 48(9): 918-924, 2010. Okugawa H, Ueda R, Matsumoto K, Kawanishi K, Kato A. Effects of agarwood extracts on the central nervous system in mice. Planta Medica , 59: 32-36, 1993. Olajide OA, Ajayi FF, Ekhelar AI, Awe SO, Makinde JM, Alada ARA. Biological effects of Myristica fragrans (nutmeg) extract. Phytotherapy Research , 13(4): 344-345, 1999. D’olne Campos M. Etnociência ou etnografia de saberes, técnicas e práticas? In: Amorozo MCM, Ming, LC, Silva SP. (Org.). Métodos de coleta e análise de dados em etnobiologia, etnoecologia e disciplinas correlatas. Rio Claro: UNESP/CNPq, 2002. p. 129-154. Ooi LS, Li Y, Kam SL, Wang H, Wong EY, Ooi VE. Antimicrobial activities of cinnamon oil and cinnamaldehyde from the Chinese medicinal herb Cinnamomum cassia Blume. The American Journal of Chinese Medicine , 34(3): 511-522, 2006. Owen PL, Johns TN. Antioxidants in medicines and spices as cardioprotective agents in Tibetan highlanders. Pharmaceutical Biology , 40(5) 346-357, 2002. Ozaki Y, Soedigdo S, Wattimena YR, Suganda AG. Antiinflammatory effect of mace, aril of Myristica fragrans Houtt., and its active principles. Japanese Journal of Pharmacology , 49(2): 155-163, 1989. Pal HC, Sehar I, Bhushan S, Gupta BD, Saxena AK. Activation of caspases and poly (ADP- ribose) polymerase cleavage to induce apoptosis in leukemia HL-60 cells by Inula racemosa . Toxicology in vitro , 24(6): 1599-1609, 2010. Palani S, Raja S, Kumar RP, Parameswaran P, Kumar BS. Therapeutic efficacy of Acorus calamus on acetaminophen induced nephrotoxicity and oxidative stress in male albino rats. Acta Pharmaceutica Sciencia , 52(1): 89-100, 2010. Panossian A, Wikman G. Effects of adaptogens on the central nervous system and the molecular mechanisms associated with their stress – protective activity. Pharmaceuticals , 3: 188-224, 2010.

97

Parida NK, Sahu MR, Debata PC, Panda PK. Analgesic and anticonvulsant effects of extracts from the leaves of Strychnos nux-vomica Linn. Indian Drugs , 47(4): 25-33, 2010. Park IK, Lee HS, Lee SG, Park JD, Ahn YJ. Insecticidal and fumigant activities of Cinnamomum cassia bark-derived materials against Mechoris ursulus (Coleoptera: attelabidae). Journal of Agricultural and Food Chemistry , 48(6): 2528-2531, 2000. Parle M, Dhingra D, Kulkarni SK. Improvement of mouse memory by Myristica fragrans seeds. Journal of Medicinal Food , 7(2): 157-161, 2004. Patwardhan B. Ethnopharmacology and drug discovery. Journal of Ethnopharmacology , 100: 50-52, 2005. Phillips S, Ruggier R, Hutchinson SE. Zingiber officinale (ginger) - an antiemetic for day case surgery. Anaesthesia , 48(8): 715-717, 1993. Pitsikas N, Boultadakis A, Georgiadou G, Tarantilis PA, Sakellaridis N. Effects of the active constituents of Crocus sativus L., crocins, in an animal model of anxiety. Phytomedicine , 15(12): 1135-1139, 2008. Pitsikas N, Sakellaridis N. Crocus sativus L. extracts antagonize memory impairments in different behavioural tasks in the rat. Behavioral and Brain Research , 173(1): 112-115, 2006. Pitsikas N, Zisopoulou S, Tarantilis PA, Kanakis CD, Polissiou MG, Sakellaridis N. Effects of the active constituents of Crocus sativus L., crocins on recognition and spatial rats' memory. Behavioral Brain Research , 183(2): 141-146, 2007. Platel K, Srinivasan K. Digestive stimulant action of spices: a myth or reality? Indian Journal of Medical Research , 119: 167-179, 2004. Popov AM, Li IA, Kang DI. Analgesic properties of "cF" extracted from safflower (Carthamus tinctorius L.) seeds and potential for its use in medicine. Pharmaceutical Chemistry Journal , 43(1): 41-44, 2009. Pourgholami MH, Kamalinejad M, Javadi M, Majzoob S, Sayyah M. Evaluation of the anticonvulsant activity of the essential oil of Eugenia caryophyllata in male mice. Journal of Ethnopharmacology , 64(2): 167-171, 1999. Pradeep CR, Kuttan G. Effect of piperine on the inhibition of metastasis induced B16F- 10 melanoma cells in mice. Clinical and Experimental Metastasis , 19(8): 703-708, 2002. Pramyothin P, Samosorn P, Poungshompoo S, Chaichantipyuth C. The protective effects of Phyllanthus emblica Linn. extract on ethanol induced rat hepatic injury. Journal of Ethnopharmacology , 107(3): 361-364, 2006. Prasad RC, Herzog B, Boone B, Sims L, Waltner-Law M. An extract of Syzygium aromaticum represses genes encoding hepatic gluconeogenic enzymes. Journal of Ethnopharmacology , 96(1-2): 295-301, 2005. 98

Qureshi SA, Kamran M, Asad M, Zia A, Lateef T, Azmi MB. A preliminary study of Santalum album on serum lipids and enzymes. Global Journal of Pharmacology , 4(2): 71-74, 2010. Rajak S, Banerjee SK, Sood S, Dinda AK, Gupta YK, Gupta SK, Maulik SK. Emblica officinalis causes myocardial adaptation and protects against oxidative stress in ischemic- reperfusion injury in rats. Phytotherapy Research , 18(1): 54-60, 2004. Ram A, Lauria P, Gupta R, Sharma VN. Hypolipidaemic effect of Myristica fragrans fruit extract in rabbits. Journal of Ethnopharmacology , 55(1): 49-53, 1996. Ranasinghe L, Jayawardena B, Abeywickrama K. Fungicidal activity of essential oils of Cinnamomum zeylanicum (L.) and Syzygium aromaticum (L.) Merr et L.M. Perry against crown rot and anthracnose pathogens isolated from banana. Letters in Applied Microbiology , 35(3): 208-211, 2002. Randall SC. Blood is hotter than water: popular use of hot and cold in Kel Tamasheq illness management. Social Science & Medicine , 36(5): 673-681, 1993. Rao BK, Giri R, Kesavulu MM, Apparao C. Effect of oral administration of bark extracts of Pterocarpus santalinus L. on blood glucose level in experimental animals. Journal of Ethnopharmacology , 74(1): 69-74, 2001. Rao RR, Hajra PK. Methods of research in ethnobotany. In: Jain SK, ed. A manual of ethnobotany . Jodhpur: Rajasthan Law Weekly Press; 1987. p. 33-41. Ray B, Chauhan NB,, Lahiri DK. Oxidative insults to neurons and synapse are prevented by aged garlic extract and S-allyl-l-cysteine treatment in the neuronal culture and APP-Tg mouse model. Journal of Neurochemistry , 117(3): 388-402, 2011. Raza ML, Zeeshan M, Ahmad M, Shaheen F, Simjee SU. Seizure protection by Aconitum violaceum against maximal electroshock test. Journal of Neurochemistry , 110(Suppl. 1): 11, 2009. Reddy AM, Seo JH, Ryu SY, Kim YS, Kim YS, Min KR, Kim Y. Cinnamaldehyde and 2- methoxycinnamaldehyde as NF-kappaB inhibitors from Cinnamomum cassia . Planta Medica , 70(9): 823-827, 2004. Riyazi A, Hensel A, Bauer K, Geißler N, Schaaf S, Verspohl EJ. The effect of the volatile oil from ginger rhizomes ( Zingiber officinale ), its fractions and isolated compounds on the 5- HT3 receptor complex and the serotoninergic system of the rat ileum. Planta Medica , 73(4): 355-362, 2007. Rodrigues E, Carlini EA. Possíveis efeitos sobre o sistema nervoso central de plantas utilizadas por duas culturas brasileiras (quilombolas e índios). Arquivos Brasileiros de Fitomedicina Científica , 1(3): 147-154, 2003. 99

Rodrigues E, Carlini EA. Use of South American plants for the treatment of neuropsychiatric disorders. Bulletin of the Board of International Affairs of the Royal College of Psychiatrists , 3(3): 19-21, 2006. Rodrigues E, Otsuka RD. Estratégias utilizadas para a seleção de plantas com potencial bioativo com ênfase nos métodos de etnobotânica e etnofarmacologia. In: Carlini EA, Mendes FR, org. Protocolos em Psicofarmacologia comportamental: um guia para a pesquisa de drogas com ação sobre o SNC, com ênfase nas plantas medicinais . São Paulo: FAP- UNIFESP, 2011. pp. 39-64. Roh JS, Han JY, Kim JH, Hwang JK. Inhibitory effects of active compounds isolated from safflower ( Carthamus tinctorius L.) seeds for melanogenesis. Biological and Pharmaceutical Bulletin , 27(12): 1976-1978, 2004. Romagnoli C, Andreotti E, Maietti S, Mahendra R, Mares D. Antifungal activity of essential oil from fruits of Indian Cuminum cyminum . Pharmaceutical Biology , 48(7): 834-838, 2010. Ross ZM, O'Gara EA, Hill DJ, Sleightholme HV, Maslin DJ. Antimicrobial properties of garlic oil against human enteric bacteria: evaluation of methodologies and comparisons with garlic oil sulfides and garlic powder. Applies and Environmental Microbiology , 67(1): 475- 480, 2001. Ryan M. Efficacy of the Tibetan treatment for arthritis. Social Science & Medicine , 44(4): 535-539, 1997. Sabu MC, Kuttan R. Antidiabetic and antioxidant activity of Terminalia belerica . Roxb. Indian Journal of Experimental Biology , 47(4): 270-275, 2009. Sadiq S, Nagi AH, Shahzad M, Zia A. The reno-protective effect of aqueous extract of Carum carvi (black zeera) seeds in streptozotocin induced diabetic nephropathy in rodents. Saudi Journal of Kidney Diseases and Transplantation , 21(6): 1058-1065, 2010. Sadraei H, Ghannadi A, Malekshahi K. Composition of the essential oil of asa-foetida and its spasmolytic action. Saudi Pharmaceutical Journal , 11(3): 136-140, 2003. Saleem S, Ahmad M, Ahmad AS, Yousuf S, Ansari MA, Khan MB, Ishrat T, Islam F. Effect of saffron ( Crocus sativus ) on neurobehavioral and neurochemical changes in cerebral ischemia in rats. Journal of Medicinal Food , 9(2): 246-253, 2006. Salick J, Byg A, Amend A, Gunn B, Law W, Schmidt H. Tibetan medicine plurality. Economic Botany , 60(3): 227-253, 2006. Salick J, Zhendong F, Byg A. Eastern Himalayan alpine plant ecology, tibetan ethnobotany, and climate change. Global Environmental Change , 19: 147-155, 2009.

100

Sallon S, Ben-Arye E, Davidson R, Shapiro H, Ginsberg G, Ligumsky M. A novel treatment for constipation-predominant irritable bowel syndrome using Padma Lax, a Tibetan herbal formula. Digestion , 65(3): 161-171, 2002. Samojlik I, Laki ć N, Mimica-Duki ć N, Dakovi ć-Svajcer K, Bozin B. Antioxidant and hepatoprotective potential of essential oils of coriander ( Coriandrum sativum L.) and caraway (Carum carvi L.) (Apiaceae). Journal of Agricultural and Food Chemistry , 58(15): 8848- 8853, 2010. Sandeep D, Nair CKK. Protection of DNA and membrane from γ-radiation induced damage by the extract of Acorus calamus Linn: an in vitro study. Environmental Toxicology and Pharmacology , 29(3): 302-307, 2010. Santin JR, Lemos M, Klein LC, Machado ID, Costa P, de Oliveira AP, Tilia C, de Souza JP, de Sousa JPB, Bastos JK, de Andrade SF. Gastroprotective activity of essential oil of the Syzygium aromaticum and its major component eugenol in different animal models. Naunyn- Schimiedebergs Archives of Pharmacology , 383(2): 149-158, 2011. Sarfaraz S, Siddiqui IA, Syed DN, Afaq F, Mukhtar H. Guggulsterone modulates MAPK and NF-kappaB pathways and inhibits skin tumorigenesis in SENCAR mice. Carcinogenesis , 29(10): 2011-2018, 2008. Satishgoud S, Sharangouda Vishwanatha T, Patil SB. Contraceptive effect of Terminalia bellirica (bark) extract on male albino rats. Pharmacologyonline , 2: 1278-1289, 2009. Satyanarayana S, Sushruta K, Sarma GS, Srinivas N, Raju GVS. Antioxidant activity of the aqueous extracts of spicy food additives - evaluation and comparison with ascorbic acid in in- vitro systems. Journal of Herbal Pharmacotherapy , 4(2): 1-10, 2004. Sayyah M, Mahboubi A, Kamalinejad M. Anticonvulsant effect of the fruit essential oil of Cuminum cyminum in mice. Pharmaceutical Biology , 40(6): 478-480, 2002. Schulz V, Hänsel R, Tyler VE. Rational Phytotherapy – a physicians’ guide to herbal medicine . Barueri: Manole, 2002. 306 p. Schräder R, Nachbur B, Mahler F. Effects of the Tibetan herbal preparation Padma 28 in intermittent claudication. Schweizerische Medizinische Wochenschrift , 115(22): 752-756, 1985. Schultes RE. The role of ethnobotanist in the search for new medicinal plants. Lloydia , 25: 257-266, 1962. Schwabl H, Geistlich S, Mchugh E. Tibetan medicine in Europe: historical, practical and regulatory aspects. Forsch Komplementarmed , 13(Suppl 1): 1-6, 2006.

101

Schwartz S, Tol WA, Sharma B, De Jong JTVM. Investigating the Tibetan healing system: a psychosocial needs assessment of Tibetan refugees in Nepal. Intervention , 3(2): 122-128, 2005. Selvendiran K, Banu SM, Sakthisekaran D. Oral supplementation of piperine leads to altered phase II enzymes and reduced DNA damage and DNA-protein cross links in benzo(a)pyrene induced experimental lung carcinogenesis. Molecular and Cellular Biochemistry , 268(1-2): 141-147, 2005a. Selvendiran K, Singh JPV, Sakthisekaran D. In vivo effect of piperine on serum and tissue glycoprotein levels in benzo(a)pyrene induced lung carcinogenesis in Swiss albino mice. Pulmonary Pharmacology and Therapeutics , 19(2): 107-111, 2006. Selvendiran K, Thirunavukkarasu C, Singh JPV, Padmavathi R, Sakthisekaran D. Chemopreventive effect of piperine on mitochondrial TCA cycle and phase-I and glutathione- metabolizing enzymes in benzo(a)pyrene induced lung carcinogenesis in Swiss albino mice. Molecular and Cellular Biochemistry , 271(1-2): 101-106, 2005b. Shah AJ, Gilani AH. Blood pressure-lowering and vascular modulator effects of Acorus calamus extract are mediated through multiple pathways. Journal of Cardiovascular Pharmacology , 54(1), 38-46, 2009. Shams J, Khatibi A, Asefi F, Rahmani B, Hosseini FF. Effect of Cuminum cyminum L. on acquisition and expression of ephedrine induced manic behavior. Bipolar Disorders , 11(Suppl. 1): 79 2009. Sharma B, Salunke R, Srivastava S, Majumder C, Roy P. Effects of guggulsterone isolated from Commiphora mukul in high fat diet induced diabetic rats. Food and Chemical Toxicology , 47(10): 2631-2639, 2009. Sharma JD, Dandiya PC, Baxter RM, Kandel SI. Pharmacodynamical effects of asarone and b-asarone. Nature , 192: 1299-1300, 1961. Sharma PK, Chauhan NS, Lal B. Observations on the traditional phytotherapy among the inhabitants of Parvati valley in western Himalaya, India. Journal of Ethnopharmacology , 92(2-3): 167-176, 2004. Shati AA, Elsaid FG, Hafez EE. Biochemical and molecular aspects of aluminium chloride- induced neurotoxicity in mice and the protective role of Crocus sativus L. extraction and honey syrup. Neuroscience , 175: 66-74, 2011. Shi JJ, Liu CQ, Li B, Qin XL, Chen J, Wang JJ, Yang F. Protecting effect of Chaenomeles speciosa broth on immunosuppressive mice induced by cyclophosphamide. Zhong Yao Cai , 32(9): 1418-1421, 2009.

102

Shi X, Ruan D, Wang Y, Ma L, Li M. Anti-tumor activity of safflower polysaccharide (SPS) and effect on cytotoxicity of CTL cells, NK cells of T739 lung cancer in mice. Zhongguo Zhongyao Zazhi , 35(2): 215-218, 2010. Shishodia S, Aggarwal BB. Guggulsterone inhibits NF-κB and I κBα kinase activation, suppresses expression of anti-apoptotic gene products, and enhances apoptosis. Journal of Biological Chemistry , 279(45): 47148-47158, 2004. Shivaprasad HN, Kharya MD, Rana AC, Mohan S. Preliminary immunomodulatory activities of the aqueous extract of Terminalia chebula . Pharmaceutical Biology , 44(1): 32-34, 2006. Shoji N, Iwasa A, Takemoto T. Cardiotonic principles of ginger ( Zingiber officinale Roscoe). Journal of Pharmaceutical Sciences , 71(10): 1174-1175, 1982. Shrestha J, Shanbhag T, Shenoy S, Amuthan A, Prabhu K, Sharma S, Banerjee S, Kafle S. Antiovulatory and abortifacient effects of Areca catechu (betel nut) in female rats. Indian Journal of Pharmacology , 42(5): 306-311, 2010. Shrivastava N, Srivastava A, Banerjee A, Nivsarkar M. Anti-ulcer activity of Adhatoda vasica Nees. Journal of Herbal Pharmacotherapy , 6(2): 43-49, 2006. Shukla PK, Khanna VK, Ali MM, Maurya RR, Handa SS, Srimal RC. Protective effect of Acorus calamus against acrylamide induced neurotoxicity. Phytotherapy Research , 16: 256- 260, 2002. Shukla PK, Khanna VK, Ali MM, Maurya RR, Khan MY, Srimal RC. Neuroprotective effect of Acorus calamus against middle cerebral artery occlusion-induced ischaemia in rat. Human & Experimental Toxicology , 25: 187-194, 2006. Shukla Y, Singh M. Cancer preventive properties of ginger: a brief review. Food and Chemical Toxicology , 45(5): 683-690, 2007. Si MM, Lou JS, Zhou CX, Shen JN, Wu HH, Yang B, He QJ, Wu HS. Insulin releasing and alpha-glucosidase inhibitory activity of ethyl acetate fraction of Acorus calamus in vitro and in vivo . Journal of Ethnopharmacology , 128(1): 154-159, 2010. Singh G, Kim S, Marimuthu P, Isidorov V, Vinogorova V. Antioxidant and antimicrobial activities of essential oil and various oleoresins of Elettaria cardamomum (seeds and pods). Journal of the Science of Food and Agriculture , 88(2): 280-289, 2008a. Singh KN, Lal B. Ethnomedicines used against four common ailments by the tribal communities of Lahaul-Spiti in western Himalaya. Journal of Ethnopharmacology , 115(1): 147-159, 2008. Singh N, Kumar A, Gupta P, Chand K, Samant M, Maurya R, Dube A. Evaluation of antileishmanial potential of Tinospora sinensis against experimental visceral leishmaniasis. Parasitology Research , 102(3): 561-565, 2008b. 103

Singh RP, Padmavathi B, Rao AR. Modulatory influence of Adhatoda vesica (Justicia adhatoda ) leaf extract on the enzymes of xenobiotic metabolism, antioxidant status and lipid peroxidation in mice. Molecular and Cellular Biochemistry , 213(1-2): 99-109, 2000. Singh SV, Choi S, Zeng Y, Hahm ER, Xiao D. Guggulsterone-induced apoptosis in human prostate cancer cells is caused by reactive oxygen intermediate-dependent activation of c-Jun NH 2-terminal kinase. Cancer Research , 67(15): 7439-7449, 2007. Singh SV, Zeng Y, Xiao D, Vogel VG, Nelson JB, Dhir R, Tripathi YB. Caspase-dependent apoptosis induction by guggulsterone, a constituent of Ayurvedic medicinal plant Commiphora mukul , in PC-3 human prostate cancer cells is mediated by Bax and Bak. Molecular Cancer Therapeutics , 4(11): 1747-1754, 2005. Simpson BB, Ogorzaly MC. Economic botany: plants in our world . 3 th Edition. New York: McGraw-Hill, 2001. 544 p. Solecki RS. Shanidar IV, a Neanderthal flower burial in Northern Iraq. Science , 190: 880-881, 1975 Sonavane GS, Sarveiya VP, Kasture VB, Kasture SB. Anxiogenic activity of Myristica fragrans seeds. Pharmacology, Biochemistry and Behavior , 71(1-2): 239-244, 2002. Song JJ, Kwon SK, Cho CG, Park SW, Chae SW. Guggulsterone suppresses LPS induced inflammation of human middle ear epithelial cells (HMEEC). International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology , 74(12): 1384-1387, 2010. Soni R, Bhatnagar V. Effect of cinnamon ( Cinnamomum cassia ) intervention on blood glucose of middle aged adult male with non insulin dependent diabetes mellitus (NIDDM). Studies on Ethno-Medicine , 3(2): 141-144, 2009. D'Souza T, Mengi S, Hassarajani S, Chattopadhayay S. Efficacy study of the bioactive fraction (F-3) of Acorus calamus in hyperlipidemia. Indian Journal of Pharmacology , 39(4): 196-200, 2007. Spinella M. The importance of pharmacological synergy in psychoactive herbal medicines. Alternative Medicine Review , 7(2): 130-137, 2002. Srinivasan K. Black pepper and its pungent principle-piperine: a review of diverse physiological effects. Critical Reviews in Food Science and Nutrition , 47(8): 735-748, 2007. Srivastava KC, Mustafa T. Ginger ( Zingiber officinale ) and rheumatic disorders. Medical Hypotheses , 29(1): 25-28, 1989. Srivastava KC, Mustafa T. Ginger ( Zingiber officinale ) in rheumatism and musculoskeletal disorders. Medical Hypotheses , 39(4): 342-348, 1992.

104

Srivastava S, Gupta PP, Prasad R, Dixit KS, Palit G, Ali B, Misra G, Saxena RC. Evaluation of antiallergic activity (type I hypersensitivity) of Inula racemosa in rats. Indian Journal of Physiology and Pharmacology , 43(2): 235-241, 1999. Stahl SM. Stahl’s essential psychopharmacology: neuroscientific basis and practical applications. 3 rd Edition. New York: Cambridge University Press, 2008. 1132 p. Subramanian U, Poongavanam S, Vanisree AJ. Studies on the neuroprotective role of Piper longum in C6 glioma induced rats. Investigational New Drugs , 28(5): 615-623, 2010. Suguna L, Singh S, Sivakumar P, Sampath P, Chandrakasan G. Influence of Terminalia chebula on dermal wound healing in rats. Phytotherapy Research , 16(3): 227-231, 2002. Sukul NC, Ghosh S, Sinhababu SP, Sukul A. Strychnos nux-vomica extract and its ultra-high dilution reduce voluntary ethanol intake in rats. The Journal of Alternative and Complementary Medicine , 7(2): 187-193, 2011. Sultana N, Akhter M, Khatoon Z. Nematicidal natural products from the aerial parts of Rubus niveus . Natural Product Research , 24(5): 407-415, 2010. Sultana S, Ahmed S, Jahangir T. Emblica officinalis and hepatocarcinogenesis: a chemopreventive study in Wistar rats. Journal of Ethnopharmacology , 118(1): 1-6, 2008. Sumathi P, Parvathi A. Antibacterial potential of the three medicinal fruits used in Triphala: an ayurvedic formulation. Journal of Medicinal Plant Research , 4(16): 1682-1685, 2010. Sun CY, Pei CQ, Zang BX, Wang L, Jin M. The ability of hydroxysafflor yellow a to attenuate lipopolysaccharide- induced pulmonary inflammatory injury in mice. Phytotherapy Research , 24(12): 1788-1795, 2010. Suter M, Richter C. Anti- and pro-oxidative properties of Padma 28, a Tibetan herbal formulation. Redox Reports , 5 (1): 17-22, 2000. Szapary PO, Wolfe ML, Bloedon LT, Cucchiara AJ, DerMarderosian AH, Cirigliano MD, Rader DJ. Guggulipid for the treatment of hypercholesterolemia: a randomized controlled trial. Journal of the American Medical Association , 290(6): 765-772, 2003. Tajuddin A, Ahmad S, Latif A, Qasmi IA. Aphrodisiac activity of 50% ethanolic extracts of Myristica fragrans Houtt. (nutmeg) and Syzygium aromaticum (L) Merr. & Perry. (clove) in male mice: a comparative study. BMC Complementary and Alternative Medicine , 3: 6, 2003. Tajuddin A, Ahmad S, Latif A, Qasmi IA. Effect of 50% ethanolic extract of Syzygium aromaticum (L.) Merr. & Perry. (clove) on sexual behaviour of normal male rats. BMC Complementary and Alternative Medicine , 4: 17, 2004. Tajuddin A, Ahmad S, Latif A, Qasmi IA, Amin KM. An experimental study of sexual function improving effect of Myristica fragrans Houtt. (nutmeg). BMC Complementary and Alternative Medicine , 5:16, 2005. 105

Takii T, Hayashi M, Hiroma H, Chiba T, Kawashima S, Zhang HL, Nagatsu A, Sakakibara J, Onozaki K. Serotonin derivative, N-(p-coumaroyl)serotonin, isolated from safflower (Carthamus tinctorius L.) oil cake augments the proliferation of normal human and mouse fibroblasts in synergy with basic fibroblast growth factor (bFGF) or epidermal growth factor (EGF). Journal of Biochemistry , 125(5): 910-915, 1999. Tang Y, Yu X, Mi M, Zhao J, Wang J, Zhang T. Antioxidative property and antiatherosclerotic effects of the powder processed from Chaenomeles speciosa in apoe-/- mice. Journal of Food Biochemistry , 34(3): 535-548, 2010. Taylor RFH, Al-Jarad N, John LME, Conroy DM, Barnes NC. Betel-nut chewing and asthma. Lancet , 339(8802): 1134-1136, 1992. Thaakur SR. Immunomodulatory potential of Adhatoda vasica . Asian Journal of Microbiology, Biotechnology and Environmental Sciences , 9(3): 553-557, 2007. The Government of Tibet in Exile [on line]. Consultado em março de 2011. Disponível em: http://www.tibet.com/dasaguide.html Thomson M, Ali M. Garlic [ Allium sativum ]: a review of its potential use as an anti-cancer agent. Current Cancer Drug Targets , 3(1): 67-81, 2003. Thomson M, Al-Qattan KK, Al-Sawan SM, Alnaqeeb MA, Khan I, Ali M. The use of ginger (Zingiber officinale Rosc.) as a potential anti-inflammatory and antithrombotic agent. Prostaglandins Leukotrienes and Essential Fatty Acids , 67(6): 475-478, 2002. Tian J, Li G, Liu Z, Fu F. Hydroxysafflor Yellow A inhibits rat brain mitochondrial permeability transition pores by a free radical scavenging action. Pharmacology , 82(2): 121- 126, 2008. Tippani R, Porika M, Rao AV, Abbagani S, Yellu NR, Tammidala C. Analgesic activity of root extract of Acorus calamus linn. Pharmacologyonline , 3: 240-243, 2008. Tokar E. Seeing to the distant mountain: diagnosis in Tibetan medicine. Alternative Therapies In Health And Medicine , 5 (2): 50-8, 1999. Tomoda M, Asahara H, Gonda R, Takada K. Constituents of the seed of Malva verticillata . VIII. Smith degradation of MVS-VI, the major acidic polysaccharide, and anti- complementary activity of products. Chemical & Pharmaceutical Bulletin , 40(8): 2219-2221, 1992. Tomoda M, Shimizu N, Gonda R, Kanari M, Yamada H, Hikino H. Anti-complementary and hypoglycemic activities of the glycans from the seeds of Malva verticillata . Planta Medica , 56(2): 168-170, 1990. Tripathi AK, Singh RH. Clinical study on an indigenous drug vaca ( Acorus calamus ) in the treatment of depressive illness. Journal of Research in Ayurveda & Siddha , 16: 24, 1995. 106

Tripathi YB, Chaturvedi P. Assessment of endocrine response of Inula racemosa in relation to glucose homeostasis in rats. Indian Journal of Experimental Biology , 33(9): 686-689, 1995. Tripathi YB, Tripathi P, Upadhyay BN. Assessment of the adrenergic beta-blocking activity of Inula racemosa . Journal of Ethnopharmacology , 23(1): 3-9, 1988. Tsarong TJ. Formulário de composição, indicações e dosagem de medicamentos tibetanos. Kalimpong: Tibetan Medical Publications, 1986. 104 p. (edição brasileira) Tung TH, Chiu YH, Chen LS, Wu HM, Boucher BJ, Chen THH. A population-based study of the association between areca nut chewing and Type 2 diabetes mellitus in men (Keelung Community-based Integrated Screening programme No. 2). Diabetologia , 47(10): 1776-1781, 2004. Türk G, Sönmez M, Aydin M, Yüce A, Gür S, Yüksel M, Aksu EH, Aksoy H. Effects of pomegranate juice consumption on sperm quality, spermatogenic cell density, antioxidant activity and testosterone level in male rats. Clinical Nutrition , 27(2): 289-296, 2008. Ueberall F, Fuchs D, Vennos C. Anti-inflammatory potential of Padma 28 - review of experimental data on the antiatherogenic activity and discussion of the multi-component principle. Forschende Komplementärmedizin , 13(Suppl 1): 7-12, 2006. Urizar NL, Moore DD. Gugulipid: a natural cholesterol-lowering agent. Annual Review of Nutrition , 23: 303-313, 2003. Üstün TB. The global burden of mental disorders. American Journal of Public Health , 89(9): 1315-1318, 1999. Üstün TB, Ayuso-Mateos JL, Chatterji S, Mathers C, Murray CJ. Global burden of depressive disorders in the year 2000. The British Journal of Psychiatry , 184(5): 386-392, 2004. Vasudevan M, Parle M. Memory enhancing activity of anwala churna ( Emblica officinalis Gaertn.): an Ayurvedic preparation. Physiology and Behavior , 91(1): 46-54, 2007. Verma SK, Jain V, Katewa SS. Blood pressure lowering, fibrinolysis enhancing and antioxidant activities of cardamom ( Elettaria cardamomum ). Indian Journal of Biochemistry & Biophysics , 46(6): 503-506, 2009. Verspohl EJ, Bauer K, Neddermann E. Antidiabetic effect of Cinnamomum cassia and Cinnamomum zeylanicum in vivo and in vitro. Phytotherapy Research , 19(3): 203-206, 2005. Vieira TO, Said A, Aboutabl E, Azzam M, Creczynski-Pasa TB. Antioxidant activity of methanolic extract of Bombax ceiba . Redox Report , 14(1): 41-46, 2009. Vishwakarma SL, Pal SC, Kasture VS, Kasture SB. Anxiolytic and antiemetic activity of Zingiber officinale . Phytotherapy Research , 16(7): 621-626, 2002. Vohora SB, Shah SA, Dandiya PC. Central nervous system studies on an ethanol extract of Acorus calamus rhizomes. Journal of Ethnopharmacology , 28: 53-62, 1990. 107

Waggas AM. Neuroprotective evaluation of extract of ginger (Zingiber officinale ) root in monosodium glutamate-induced toxicity in different brain areas malealbino rats. Pakistan Journal of Biological Sciences , 12(3): 201-212, 2009. Wagner H, Ulrich-Merzenich G. Synergy research: approaching a new generation of phytopharmaceuticals. Phytomedicine , 16: 97-110, 2009. Wahab A, Haq RU, Ahmed A, Khan RA, Raza M. Anticonvulsant activities of nutmeg oil of Myristica fragrans . Phytotherapy Research , 23(2): 153-158, 2009. Wanasuntronwong A. Effects of Phyllanthus emblica on memory impairment and neuoronal cell death. Neuroscience Research , 61(Suppl. 1): S259-S259, 2008. Wang FH, Yang YM, Xu JH, Qin JM, Ying K, Zhang CZ, Song YT, Yu TF. Comparing the actions of the three flavone ingredients in Choerospondias axillaris on arrhythmias induced by aconitine. Zhongguo Zhong Yao Za Zhi , 30(14): 1096-1098, 2005a. Wang H, Gao XD, Zhou GC, Cai L, Yao WB. In vitro and in vivo antioxidant activity of Choerospondias axillaris aqueous extract from fruit. Food Chemistry , 106(3): 888-895, 2008. Wang NP, Dai M, Wang H, Zhang LL, Wei W. Antinociceptive effect of glucosides of Chaenomeles speciosa . Chinese Journal of Pharmacology and Toxicology , 19(3): 169-174, 2005b. Wang Y, Han T, Zhu Y, Zheng CJ, Ming QL, Rahman K, Qin LP. Antidepressant properties of bioactive fractions from the extract of Crocus sativus L. Journal of Natural Medicines , 64(1): 24-30, 2010. Wanner J, Bail S, Jirovetz L, Buchbauer G, Schmidt E, Gochev V, Girova T, Atanasova T, Stoyanova A. Chemical composition and antimicrobial activity of cumin oil ( Cuminum cyminum , Apiaceae). Natural Product Communications , 5(9):1355-1358, 2010. Wattanathorn J, Chonpathompikunlert P, Muchimapura S, Priprem A, Tankamnerdthai O. Piperine, the potential functional food for mood and cognitive disorders. Food and Chemical Toxicology , 46(9): 3106-3110, 2008. Wattanathorn J, Jittiwat J, Tongun T, Muchimapura S, Ingkaninan K. Zingiber officinale mitigates brain damage and improves memory impairment in focal cerebral ischemic rat. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine , 1-8, 2011. Weiss MG, Desai A, Jadhav S, Gupta L, Channabasavanna SM, Doongaji DR, Behere PB. Humoral concepts of mental illness in India. Social Science & Medicine , 27(5): 471-477, 1988. WHO – World Health Organization, 2001. Traditional medicine in Asia. SEARO Regional Publications No. 39. New Delhi: World Health Organization, 2001.

108

WHO – World Health Organization. WHO traditional medicine strategy. Geneva: World Health Organization, 2002. WHO – World Health Organization. Neurological disorders: public health challenge. Geneva: World Health Organization, 2006. 218 p. Williamson EM. Synergy and other interactions in phytomedicines. Phytomedicine , 8: 401- 409, 2001. Wills PJ, Asha VV. Protective effect of Lygodium flexuosum (L.) Sw. extract against carbon tetrachloride-induced acute liver injury in rat. Journal of Ethnopharmacology , 108(3): 320- 326, 2006a. Wills PJ, Asha VV. Protective effect of Lygodium flexuosum (L.) Sw. (Lygodiaceae) against D-galactosamine induced liver injury in rats. Journal of Ethnopharmacology, 108(1): 116- 123, 2006b. Wills PJ, Asha VV. Protective mechanism of Lygodium flexuosum extract in treating and preventing carbon tetrachloride induced hepatic fibrosis in rats. Chemico-biological Interactions , 165(1): 76-85, 2007. Wills PJ, Asha VV. Chemopreventive action of Lygodium flexuosum extract in human hepatoma PLC/PRF/5 and Hep 3B cells. Journal of Ethnopharmacology , 122(2): 294-303, 2009. Wills PJ, Suresh V, Arun M, Asha VV. Antiangiogenic effect of Lygodium flexuosum against N-nitrosodiethylamine-induced hepatotoxicity in rats. Chemico-biological Interactions , 164(1-2): 25-38, 2006. Witt CM, Berling NE, Rinpoche NT, Cuomo M, Willich SN. Evaluation of medicinal plants as part of Tibetan medicine prospective observational study in Sikkim and Nepal. The Journal of Alternative and Complementary Medicine , 15(1): 59-65, 2009. Wu GHM, Boucher BJ, Chiu YH, Liao CS, Chen THH. Impact of chewing betel-nut ( Areca catechu ) on liver cirrhosis and hepatocellular carcinoma: A population-based study from an area with a high prevalence of hepatitis B and C infections. Public Health Nutrition , 12(1): 128-135, 2009. Wu HS, Li YY, Weng LJ, Zhou CX, He QJ, Lou YJ. A fraction of Acorus calamus L. extract devoid of β-asarone enhances adipocyte differentiation in 3T3-L1 cells. Phytotherapy Research , 21(6): 562-564, 2007. Wu PF, Chiang TA, Chen MT, Lee CP, Chen PH, Ko AMS, Yang KJ, Chang PY, Ke DS, Ko YC. A characterization of the antioxidant enzyme activity and reproductive toxicity in male rats following sub-chronic exposure to areca nut extracts. Journal of Hazardous Materials , 178(1-3): 541-546, 2010. 109

Wu SF, Chang FR, Wang SY, Hwang TL, Lee CL, Chen SL, Wu CC, Wu YC. Anti- inflammatory and cytotoxic neoflavonoids and benzofurans from Pterocarpus santalinus . Journal of Natural Products , 74(5): 989-996, 2011. Xianfei X, Xiaoqiang C, Shunying Z, Guolin Z. Chemical composition and antimicrobial activity of essential oils of Chaenomeles speciosa from China. Food Chemistry , 100(4): 1312- 1315, 2007. Xiao D, Singh SV. z-Guggulsterone, a constituent of Ayurvedic medicinal plant Commiphora mukul , inhibits angiogenesis in vitro and in vivo. Molecular Cancer Therapeutics , 7(1): 171- 180, 2008. Xiao D, Zeng Y, Prakash L, Badmaev V, Majeed M, Singh SV. Reactive oxygen species- dependent apoptosis by gugulipid extract of Ayurvedic medicine plant Commiphora mukul in human prostate cancer cells is regulated by c-Jun N-terminal kinase. Molecular Pharmacology , 79(3): 499-507, 2011. Xu WN, Gao XX, Guo XL, Chen YC, Zhang WM, Luo YS. Study on volatile components from peel of Aquilaria sinensis and the anti-tumor activity. Zhong Yao Cai , 33(11): 1736- 1740, 2010. Yang Y, Yan RW, Cai XQ, Zheng, ZL, Zou GL. Chemical composition and antimicrobial activity of the essential oil of Amomum tsao-ko . Journal of the Science of Food and Agriculture , 88(12): 2111-2116, 2008a. Yang YL, Chang SY, Teng HC, Liu YS, Lee TC, Chuang LY, Guh JY, Chang FR, Liao TN, Huang JS, Yeh JH, Chang WT, Hung MY, Wang CJ, Chiang TA, Hung CY, Hung TJ. Safflower extract: a novel renal fibrosis antagonist that functions by suppressing autocrine TGF-Beta. Journal of Cellular Biochemistry , 104(3): 908-919, 2008b. Yangkyi T, Waller SG. Treatment of corneal disease with traditional Tibetan medicine: a report of four cases. Nepalese Journal of Ophthalmology , 3(5): 83-85, 2011. Yenjit P, Issarakraisila M, Intana W, Chantrapromma K. Fungicidal activity of compounds extracted from the pericarp of Areca catechu against Colletotrichum gloeosporioides in vitro and in mango fruit. Postharvest Biology and Technology , 55(2): 129-132, 2010. Yin W, Wang TS, Yin FZ, Cai BC. Analgesic and anti-inflammatory properties of brucine and brucine N-oxide extracted from seeds of Strychnos nux-vomica . Journal of Ethnopharmacology , 88(2-3): 205-214, 2003. Yingjuan Y, Wanlun C, Changju Y, Dong X, Yanzhang H. Isolation and characterization of insecticidal activity of (Z)-Asarone from Acorus calamus L. Insect Science , 15(3): 229-236, 2008.

110

Yoo CB, Han KT, Cho KS, Ha J, Park HJ, Nam JH, Kil UH, Lee KT. Eugenol isolated from the essential oil of Eugenia caryophyllata induces a reactive oxygen species-mediated apoptosis in HL-60 human promyelocytic leukemia cells. Cancer Letters , 225(1): 41-52, 2005. You YJ, Nam NH, Kim Y, Bae KH, Ahn BZ. Antiangiogenic activity of lupeol from Bombax ceiba . Phytotherapy Research , 17(4): 341-344, 2003. Yu BZ, Kaimal R, Bai S, El Sayed KA, Tatulian, SA, Apitz RJ, Jain MK, Deng R, Berg OG. Effect of guggulsterone and cembranoids of Commiphora mukul on pancreatic phospholipase A(2): role in hypocholesterolemia. Journal of Natural Products , 72(1): 24-28, 2009. Yu HS, Lee SY, Jang CG. Involvement of 5-HT1A and GABAA receptors in the anxiolytic- like effects of Cinnamomum cassia in mice. Pharmacology, biochemistry, and behavior , 87(1): 164-170, 2007a. Yu L, Shirai N, Suzuki H. Effects of some Chinese spices on body weights, plasma lipids, lipid peroxides, and glucose, and liver lipids in mice. Food Science and Technology Research , 13(2): 155-161, 2007b. Yu L, Suzuki H. Effects of tsao-ko, turmeric and garlic on body fat content and plasma lipid glucose and liver lipid levels in mice (a comparative study of spices). Food Science and Technology Research , 13(3): 241-246, 2007. Zaugg J, Baburin I, Strommer B, Kim HJ, Hering S, Hamburger M. HPLC-based activity profiling: discovery of piperine as a positive GABAA receptor modulator targeting a benzodiazepine-independent binding site. Journal of Natural Products , 73(2): 185-191, 2010. Zaugg J, Eickmeier E, Ebrahimi SN, Baburin I, Hering S, Hamburger M. Positive GABA(A) receptor modulators from Acorus calamus and structural analysis of (+)-dioxosarcoguaiacol by 1D and 2D NMR and molecular modeling. Journal of Natural Products , 74(6): 1437-43, 2011. Zhang HL, Nagatsu A, Watanabe T, Sakakibara J, Okuyama H. Antioxidative compounds isolated from safflower ( Carthamus tinctorius L.) oil cake. Chemical and Pharmaceutical Bulletin , 45(12): 1910-1914, 1997. Zhang L, Cheng YX, Liu AL, Wang HD, Wang YL, Du GH. Antioxidant, anti-inflammatory and anti-influenza properties of components from Chaenomeles speciosa . Molecules , 15(11): 8507-8517, 2010. Zhang LL, Wei W. Study of therapeutic drugs on molecular targets in rheumatoid arthritis. Chinese Pharmacological Bulletin , 22(11): 1291-1296, 2006. Zhang Y, Takashina K, Saito H, Nishiyama N. Antiaging effect of DX-9386 in senescence accelerated mouse. Biological & Pharmaceutical Bulletin , 17: 866-868, 1994. 111

Zhao G, Gai Y, Chu WJ, Qin GW, Guo LH. A novel compound N-1, N-5-(Z)-N-10-(E)-tri-p- coumaroylspermidine isolated from Carthamus tinctorius L. and acting by inhibition. European Neuropsychopharmacology , 19(10): 749-758, 2009a. Zhao G, Zheng XW, Gai Y, Chu WJ, Qin GW, Guo LH. Safflower extracts functionally regulate monoamine transporters. Journal of Ethnopharmacology , 124(1): 116-124, 2009b. Zhao W, Entschladen F, Liu H, Niggemann B, Fang Q, Zaenker KS, Han R. Boswellic acid acetate induces differentiation and apoptosis in highly metastatic melanoma and fibrosarcoma cells. Cancer Detection and Prevention , 27(1): 67-75, 2003. Zhao X, Zhu JX, Mo SF, Pan Y, Kong LD. Effects of cassia oil on serum and hepatic uric acid levels in oxonate-induced mice and xanthine dehydrogenase and xanthine oxidase activities in mouse liver. Journal of Ethnopharmacology , 103(3): 357-365, 2006. Zhao G, Jiang ZH, Zheng XW, Zang SY, Guo LH. inhibitory and antiparkinsonian effect of common flowering extract. Pharmacology, Biochemistry and Behavior , 90(3): 363-371, 2008. Zhen Y. On the differences and similarities of pulse - taking between TCM and Tibetan medicine. Zhonghua Yi Shi Za Zhi , 30(4): 237-239, 2000. Zheng GQ, Kenney PM, Lam LKT. Sesquiterpenes from clove ( Eugenia caryophyllata ) as potential anticarcinogenic agents. Journal of Natural Products , 55(7): 999-1003, 1992. Zheng YQ, Wei W, Wang NP. Effects of Chaenomeles speciosa glucosides on cyclophosphamide potentiated contact hypersensitivity in mice. Chinese Journal of Pharmacology and Toxicology , 18(6): 415-420, 2004. Zhou M, Wang H, Suolangjiba, Kou J, Yu B. Antinociceptive and anti-inflammatory activities of Aquilaria sinensis (Lour.) Gilg. Leaves extract. Journal of Ethnopharmacology , 117(2): 345-350, 2008. Zhu HB, Wang ZH, Tian JW, Fu FH, Liu K, Li CL. Protective effect of hydroxysafflor Yellow A on experimental cerebral ischemia in rats. Yaoxue Xuebao , 40(12): 1144-1146, 2005. Zimmer H. Filosofias da Índia. 3 a Edição. São Paulo: Palas Athena, 2005. 507 p. Zuardi AW, Shirakawa I, Finkelfarb E, Karniol IG. Action of cannabidiol on the anxiety and other effects produced by ∆9-THC in normal subjects. Psychopharmacology , 76(3): 245-250, 1982.

112

ABSTRACT Introduction: Men-Tsee-Khang in Dharamsala, India, formally known as the Tibetan Medical and Astrological Institute (TMAI), is dedicated to the teachings and practice of Tibetan medicine, which uses therapeutic agents in multi-ingredient formulas. Objective: The aim of the present study was to identify formulas used at Men-Tsee-Khang (Tibetan Medical and Astrological Institute), India, for the treatment of neuropsychiatric disorders and to compare the Tibetan usage of particular ingredients with pharmacological data from the scientific database. Methods: Using ethnographic techniques and methods, five physicians were selected, and the interviews were conducted between July 2010 and February 2011. The scientific literature was consulted regarding the biological effects of the ingredients included in the formulas. Results: A correlation was observed between central nervous system disorders and rLung , one of the three humors in Tibetan medicine which imbalance is the source of mental disorders, and 10 multi-ingredient formulas used to treat the imbalance of this particular humor were identified. These formulas utilize 61 ingredients, among them 48 plant species. Each formula treats several symptoms related to rLung imbalance, so the plants may have therapeutic uses distinct from those of the formulas in which they are included. Myristica fragrans , nutmeg, is contained in 100% of the formulas and its seeds exhibit stimulant and depressant actions affecting the CNS. Preclinical and clinical data from the scientific literature indicate that all of the formulas include ingredients with neuropsychiatric action and corroborate the therapeutic use of 75.6% of the plants. Conclusion: These findings indicate a level of congruence between the therapeutic uses of particular plant species in Tibetan and Western medicines.

113