Sp-Arte Ganha a Cidade E Se Consolida Como Festival De Arte
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Release Abril 2017 SP-ARTE GANHA A CIDADE E SE CONSOLIDA COMO FESTIVAL DE ARTE A 13ª edição da SP-Arte aconteceu de 5 a 9 de abril no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, com a participação de 134 celebradas galerias nacionais e internacionais de arte e 25 galerias brasileiras de design. Ao longo de cinco dias, 30 mil pessoas passaram pelo Pavilhão – número 10% maior que o do ano passado. Neste ano, estrearam as visitas guiadas da SP-Arte, oferecidas gratuitamente a mais de mil pessoas. “Há muito para comemorar – fizemos um trabalho duro, focado em pluralidade e diversidade, no que existe de mais novo em arte. Foi uma edição voltada para múltiplas manifestações artísticas, que teve recorde de público e inclusive crescimento nos negócios”, afirma Fernanda Feitosa, diretora e fundadora da SP-Arte. Novidades O novo setor Repertório foi um dos grandes destaques desta edição. Com curadoria de Jacopo Visconti Crivelli, o espaço apresentou artistas a partir de um recorte cronológico e reuniu criadores considerados fundamentais para a compreensão das práticas artísticas atuais. Buscou-se, portanto, incluir tanto artistas brasileiros com trajetórias sólidas, mas ainda relativamente pouco conhecidos pelo grande público – como Rubem Valentim, Carlos Vergara e Niobe Xandó –, quanto artistas internacionais que, apesar de sua importância, ainda não tiveram visibilidade suficiente no Brasil. Desse grupo se destacam, por exemplo, Lothar Baumgarten, Richard Long e Pino Pascali. Uma das grandes novidades trazidas pela 13ª edição SP-Arte foram as visitas guiadas temáticas. Ao longo dos cinco dias do evento, mais de mil pessoas participaram das visitas, oferecidas gratuitamente, que abordaram temas diversos, tais como arte contemporânea brasileira e internacional, moderna e concreta, mulheres na arte, circuitos específicos dos setores Solo, Repertório e Design, além de uma visita que buscou destacar jovens artistas e galerias em ascensão. A SP-Arte e a Associação Cultural Videobrasil renovaram a parceria e apresentaram ao público a exposição Nada levarei quando morrer, aqueles que me devem cobrarei no inferno, que transbordou o Pavilhão da Bienal e segue até 17 de junho no Galpão VB. Inspirada nas obras do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini – refinado observador da cultura de seu tempo que traz em seus trabalhos uma dura crítica à extinção de práticas culturais em função do desenvolvimento –, a mostra apresenta trabalhos de grandes figuras nacionais como Claudia Andujar e Miguel Rio Branco. Consolidação Em 2017, a SP-Arte se assumiu como festival, lugar que vinha ocupando ao longo dos últimos anos. Entre os dias 30 de março e 9 de abril, São Paulo recebeu mais de 180 eventos voltados à arte e ao design. Somaram-se ao epicentro dessa celebração, que é o evento no Pavilhão da Bienal, uma série de aberturas de exposições, visitas guiadas em galerias e museus, performances e lançamentos de livros. Nos dias 3 e 4 de abril, a capital paulista abrigou a segunda edição do Gallery Night, iniciativa que reuniu mais de 50 galerias e espaços culturais paulistanos com o intuito de impulsionar o mundo das artes da cidade nos dias que antecederam o festival. Ao longo das duas noites, os apreciadores da arte puderam aproveitar a efervescência cultural da cidade ao circular por seus bairros, visitando uma série de espaços que abriram suas portas até mais tarde para receber atividades culturais. Grande novidade da edição anterior, o setor de Design ganhou sua segunda edição neste ano, ampliando o diálogo da arte com design e arquitetura. O setor apresentou ainda uma renomada seleção de artistas e designers, com coleções como Mangue, assinada pelo artista e designer Ary Perez, além de uma série de peças de expoentes do mobiliário moderno brasileiro, dentre os quais Zanine Caldas, Sergio Rodrigues, Joaquim Tenreiro e Lina Bo Bardi. As icônicas tapeçarias da galeria Passado Composto Século XX, obras-primas de nomes internacionais como Magdalena Abakanowicz, Jacques Douchez e Norberto Nicola, também chamaram a atenção do público no 3º pavimento do Pavilhão. Ainda houve lançamentos de mobiliário na Ovo e de peças em vidro e quartzo na Jacqueline Terpins. O setor de Design recebeu, pela primeira vez, um espaço dedicado a peças de mobiliário assinadas por consagrados arquitetos brasileiros, entre os quais Isay Weinfeld, Arthur de Mattos Casas, Dado Castello Branco e Lia Siqueira. Em parceria com o escritório MMBB, Paulo Mendes da Rocha apresentou ao público da SP-Arte, em primeira mão, os móveis criados especialmente para a unidade do Sesc 24 de Maio, que também tem a sua assinatura. Destaques A 13ª edição do evento foi marcada pela estreia de 24 galerias do Brasil e do exterior no Pavilhão da Bienal. Além das galerias brasileiras, marcaram presença nomes de diversas partes do mundo, como Alemanha, Áustria, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Japão, México e Portugal. A Cheim&Read, de Nova York, foi um dos destaques entre as estreantes. A galeria trouxe obras de três artistas mulheres centrais na arte da metade do século XX: Louise Bourgeois, Lynda Benglis e Joan Mitchell. A Taka Ishii, do Japão, especializada em arte japonesa, destacou em seu estande a fotografia do país, com imagens assinadas por fotógrafos como Shoji Ueda e Kansuke Yamamoto. A austríaca Thaddaeus Ropac, uma escultura de grande porte do alemão Georg Baselitz; a David Zwirner esteve presente com obras de Yayoi Kusama, Dan Flavin e Fred Sandback; a Continua, com obras de Michelangelo Pistoletto, Ai Weiwei, Carlos Garaicoa e Shilpa Gupta. A galeria Neugerriemschneider trouxe obras de Rirkrit Tiravanija, que fez uma ação de sucesso com camisetas, além de Pae White, Renata Lucas e Olafur Eliasson. Paulo Darzé realizou um solo com Mestre Didi, enquanto a Stephen Friedman apresentou um solo de Andreas Eriksson. Na Vermelho os artistas foram Gisela Motta & Leandro Lima, Jonathas de Andrade, Dora Longo Bahia e Chiara Banfi. Em sua estreia, a Cavalo, do Rio de Janeiro, veio com Pedro Caetano, Thora Dolven Balke e Alvaro Seixas. Como de costume, o evento foi marcado também pela forte presença da pintura moderna e contemporânea, com obras de Alfredo Volpi, Antonio Bandeira, Cândido Portinari, Helio Oiticica, Iberê Camargo, Lygia Clark, Tomie Ohtake, Tunga, Mira Schendel, Sergio Camargo, Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e outros nomes, com importantes obras expostas pelo Pavilhão. Uma das novidades mais aguardadas na cena cultural paulistana em 2017, a Japan House, que deve abrir suas portas na Avenida Paulista ainda em maio deste ano, deu uma prévia do novo espaço de cultura do governo nipônico durante a SP-Arte. Sob curadoria de Marcello Dantas, estiveram presentes artistas de peso como Hiroshi Sugimoto, Kasuko Miyamoto, Kishio Suga e Yoshitomo Nara. Performances Fruto de uma parceria com o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, a SP-Arte trouxe, pelo terceiro ano consecutivo, um setor dedicado exclusivamente a performances. Os artistas participantes foram selecionados a partir de uma chamada pública, que contou com desenvolvimento de projeto feito por Paula Garcia, curadora independente e colaboradora artística do Marina Abramović Institute. Os artistas ocuparam diversos espaços do Pavilhão ao longo do evento, apresentando no meio do público muitas vezes. Paula Garcia foi também uma das responsáveis criativas pelo projeto da Melissa Meio-Fio, que trouxe três projetos performáticos que buscaram a experiência de artistas de fora do centro. Trama São Paulo, de Alexandre Heberte; BlasFêmea, de Linn da Quebrada; e Mulheres Pretas Independentes da Favela (MPIF), das irmãs gêmeas Tasha e Tracie Okereke. Presença Internacional A SP-Arte chamou atenção pelo crescimento da presença estrangeira, com colecionadores internacionais vindos especialmente para participar do evento, como o casal Marc e Livia Straus e Galila Barzilai. Os nomes de profissionais internacionais incluíram Tanya Barson, curadora chefe do MACBA (Barcelona), Michael Wellen, curador da Tate (Londres), Gabriel Pérez-Barreiro, curador da Bienal de São Paulo, e Carolin Kochling, Curadora do The Power Plant, (Toronto). Lançamentos Importante plataforma de impulsionamento editorial nas artes, a SP-Arte recebeu em seu lounge o lançamento recorde de 28 publicações. O evento reuniu ainda 13 destacadas editoras e nomes do mercado de arte brasileiro e estrangeiro, com a estreia de Desapê, Paisagem/Taschen, Plana e Ubu. Entre os títulos estão Museum in a Box (editora Desapê), do artista Marcel Duchamp; Sonia Gomes (Cobogó), da artista plástica que dá nome à obra; e a Acaso e necessidade (Ateliê Fidalga), de Sandra Cinto. A 13ª edição contou ainda com a presença do Fiteiro Cultural, projeto de Fabiana Barros inspirado nos quiosques de comércio popular de João Pessoa. Posicionado longo na entrada do Pavilhão, foi responsável pela promoção de uma série de lançamentos, entre os quais Disorder (Poligrafa), de Caio Reisewitz, e Pronto para morar (Platen Press Print Shop), de Regina Silveira. No setor de Design, a Editora Bei apresentou um recorte de sua coleção de bancos indígenas de madeira, produzidos por tribos de diversas partes do Brasil. Durante a SP-Arte, lançou uma publicação que compila esses trabalhos singulares e bastante diversos entre si. Talks Realizado em parceria com a revista Arte!Brasileiros, o Talks discutiu as tendências do mercado criativo, os pontos de encontro entre o design e a arte e as inúmeras formas de expressões artísticas. Os encontros, que reuniram mais de 400 pessoas, rolaram nos dias 6 e 7 de abril,