As Sete Mortes Do Diário Popular: 117 Anos De Um Jornal À Procura De Identidade
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES LUIZ ANTONIO DE PAULA As sete mortes do Diário Popular: 117 anos de um jornal à procura de identidade Dissertação apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências da Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), área de concentração Estudo dos Meios e da Produção Mediática, sob orientação do Prof. Dr. José Luiz Proença São Paulo 2008 2 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES LUIZ ANTONIO DE PAULA As sete mortes do Diário Popular: 117 anos de um jornal à procura de identidade Dissertação apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências da Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), área de concentração Estudo dos Meios e da Produção Mediática, sob orientação do Prof. Dr. José Luiz Proença São Paulo 2008 3 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES LUIZ ANTONIO DE PAULA As sete mortes do Diário Popular: 117 anos de um jornal à procura de identidade COMISSÃO JULGADORA _____________________________________________ Orientador e Presidente _____________________________________________ Examinador _____________________________________________ Examinador _____________________________________________ Data da aprovação 4 Aos homens e mulheres que, ao descobrir que ser jornalista é ter dois patrões – o leitor e a pessoa ou grupo que lhe paga o salário – e que os interesses dos dois, na maioria das vezes, são divergentes, podendo optar a qual servir, optaram pelo primeiro e, não podendo, por necessidade de sobreviver, procuraram todas as brechas que lhes garantissem manter-se profissionalmente dignos. 5 RESUMO Esta pesquisa analisa a vida e a morte, aos 117 anos, do jornal paulistano Diário Popular, retirado das bancas em 2001, e substituído pelo Diário de S. Paulo, numa operação anunciada como troca de título. Resgatando sua trajetória, desde sua fundação como instrumento político, em 1884, destacam-se os períodos de altos e baixos que a publicação viveu. Comparando-se seu conteúdo e estratégia empresarial à dos veículos existentes em cada um desses momentos históricos, é feita uma reflexão sobre jornal popular, a utilização da Imprensa com fins políticos e sua transformação em empresa, e sobre como e quando ocorrem as mortes de jornais. A metodologia utilizada foi a comparação de conteúdo editorial, posicionamento político, receptividade de leitores e resultados econômicos conseguidos, a partir de consulta às páginas das publicações, a trabalhos acadêmicos a respeito da história do jornalismo e a obras sobre teorias da comunicação. PALAVRAS CHAVES: Diário Popular, jornal, jornal impresso, jornal popular, morte de jornal. ABSTRACT This research analyses the life and the death, after 117 years of existence, of the newspaper “Diário Popular” from São Paulo city, which was taken out from circulation in 2001 and substituted by the newspaper “Diário de S. Paulo” in an operation as announced to be just an exchange of titles. Bringing back its trajectory since its foundation as a politic instrument, in 1884, the high and low periods of the newspaper are shown. Comparing its contents and business strategy with the ones from other present vehicles, in each one of these historical moments, a reflection is done about popular newspapers, about the utilization of press with political aims, its transformation into enterprise and also about the death of newspapers. The methodology applied in the research was based on the comparison of editorial contents, political postures, reader’s reception and economic results obtained by consulting the pages of the publications, academic researches about journalism history and publications about communication theories. KEY WORDS: Diário Popular, newspaper, press, popular newspaper, death of newspapers. 6 7 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS..................................................................................................................................... 9 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 11 CAPÍTULO 1 A MORTE QUE NÃO FOI ASSUMIDA ............................................................................ 17 1.1 QUANDO, COMO E QUANTAS VEZES MORRE UM JORNAL .......................................................................... 17 1.1.1 Um nome reúne referenciais avalizados pelos leitores ................................................................... 27 1.2 DEFINIR O “POPULAR” É TOMAR POSIÇÃO................................................................................................ 31 1.2.1 O jornalismo popular e o “popular” no jornalismo ....................................................................... 35 CAPÍTULO 2 O NASCIMENTO E O FINANCIADOR ESQUECIDO ................................................. 41 2.1 A ESCOLHA DO NOME E A “MAQUIAGEM” DA PRIMEIRA PÁGINA 110 ANOS DEPOIS.................................. 41 2.2 UM NOVO ATOR EM UM CENÁRIO ONDE JORNAL SIGNIFICA INSTRUMENTO POLÍTICO............................... 45 2.2.1 Antonio Bento, o abolicionista que foi além das palavras .............................................................. 53 2.2.2 Lobo e Campos no Governo e Lisboa desiste de ser constituinte................................................... 60 2.3 JORNAL E POLÍTICA SE INTERLIGAM NA HISTÓRIA DAS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS................................ 62 2.3.1 – Usos, manipulação e influência da Imprensa na política brasileira............................................ 65 2.3.2 Jornais mantêm poder político, mas diminuem os políticos nos jornais ......................................... 71 CAPÍTULO 3 DEPOIS DA PRIMEIRA MORTE..................................................................................... 75 3.1 A NECESSIDADE DE SER EMPRESA APÓS ATINGIR OS OBJETIVOS POLÍTICOS ...................................... 75 3.1.1 uso do “popular” se revela no conteúdo dos pioneiros jornais paulistanos.................................. 83 3.2 NÃO TER SIDO VÍTIMA DE REPRESSÃO POLÍTICA RELATIVIZA IMPORTÂNCIA HISTÓRICA ......................... 90 CAPÍTULO 4 A OPÇÃO POR SER UMA EMPRESA PEQUENA ...................................................... 109 4.1 NA CONTRA-MÃO DO MERCADO EM DOIS MOMENTOS IMPORTANTES.................................................... 109 4.2 DESENTENDIMENTOS FAMILIARES INFLUENCIAM DESTINO DO JORNAL................................................. 113 4.3 A PARADOXAL GESTÃO DOS FERRENTINIS MODERNIZOU, MAS VALIDOU O ATRASO ........................ 125 4.3.1 O uso dos recursos da linguagem publicitária para atrair leitores ............................................ 136 4.4 FALTA DE COMANDO LEVA À INEVITABILIDADE DA VENDA .................................................................. 152 CAPÍTULO 5 ASCENSÃO E QUEDA DE UM “REI DAS BANCAS”................................................. 164 5.1 UMA MORTE POLÊMICA E A VOLTA DO PARADIGMA ÚLTIMA HORA ...................................................... 164 5.1.1 Equipe de jornalistas lutava para superar falta de recursos........................................................ 170 5.2 UM PROJETO JORNALÍSTICO AO QUAL NÃO FALTOU RECURSOS FINANCEIROS........................................ 176 5.3 MIRANDA JORDÃO E SUAS LIÇÕES DE RESPEITO AO LEITOR .................................................................. 184 5.3.1 Enfim, o jornal local e com características de “popular” ............................................................ 191 5.4 A SAÍDA DE MIRANDA E A “PREPARAÇÃO DA NOIVA”........................................................................... 203 5.5 DIÁRIO DE S. PAULO, O SUCESSOR QUE NÃO SUCEDE.............................................................................. 208 5.5.1 Sub-segmentação do “popular”, uma tendência paulistana......................................................... 214 5.5.2 Preço reduzido, anabolizantes e sinergia entre veículos viram receita ...................................... 220 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................................... 225 BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................................... 232 RELAÇÃO E CRÉDITOS DAS ILUSTRAÇÕES .................................................................................... 239 ANEXOS ....................................................................................................................................................... 241 8 9 AGRADECIMENTOS Este projeto é resultado de muitos apoios e, mesmo com o risco de cometer injustiça por eventual omissão causada por lapsos de memória, agradeço aqui a pessoas fundamentais em sua idealização, estruturação e concretização. Como acredito que tudo que se consegue na vida é cumulativo, procuro, também, registrar a gratidão aos que me ajudaram nos caminhos que me trouxeram até este ponto. Ao orientador Prof. Dr. José Luiz Proença sou grato pelas defesas constantes da função do jornalista, pela confiança demonstrada durante a pesquisa, por ter compreendido minhas oscilações de foco e ter apontado caminhos que permitiram unir o interesse pessoal de resgatar uma história vivida à necessidade de oferecer uma contribuição