3. a Vulnerabilidade Social Nas Subprefeituras Que Compõem a Zona Sul Do Município De São Paulo
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CEM-Sul-18-38\ 5/1/04 7:01 PM Page 18 MAPA DA VULNERABILIDADE SOCIAL DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO 3. A vulnerabilidade social nas subprefeituras que compõem a Zona Sul do Município de São Paulo No presente caderno, é apresentada a situação de vulnerabilidade social das famílias que residem na Zona Sul do Muni- cípio de São Paulo. Fazem parte desse conjunto 9 subprefeituras e 22 distritos administrativos, onde residem aproximada- mente 3 milhões e 200 mil pessoas. MAPA 6 Subprefeituras e distritos que compõem a Zona Sul, Município de São Paulo. Legenda Subprefeituras Distritos Número e nome das subprefeituras 12 – Vila Mariana 13 – Ipiranga 14 – Santo Amaro 15 – Jabaquara 16 – Cidade Ademar 17 – Campo Limpo 18 – M´Boi Mirim 19 – Socorro 20 – Parelheiros 18 CEM-Sul-18-38\ 5/1/04 7:01 PM Page 19 MAPA DA VULNERABILIDADE SOCIAL DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO Desse contingente, mais de 1 milhão e 226 mil pessoas vivem em setores censitários considerados de alta vulnerabilidade (grupos 5, 7 e 8), o que corresponde a 38,5% de toda a população que reside nessa Zona. MAPA 7 Setores censitários de alta e de altíssima vulnerabilidade social. Zona Sul, Município de São Paulo. Legenda Hidrografia Grandes áreas públicas Subprefeituras Município O Mapa 7 deixa clara a enorme concen- Distritos Grupos de alta e altíssima vulnerabilidade social tração de grupos de alta e de altíssima vul- Alta privação e jovens (Grupo 5) nerabilidade observada na Zona Sul. Em Alta privação e adultos (Grupo 7) Marsilac e Parelheiros, principalmente, a Altíssima privação e jovens (Grupo 8) maioria dos setores censitários foi classifi- cada como altamente vulnerável. Contudo, o número absoluto de pessoas que residem nesses distritos é ainda bastante baixo, com Fonte: Censo Demográfico 2000, IBGE. Elaboração CEPID-FAPESP/Centro de Estudos da Metrópole-CEBRAP, 2002. pequena presença de núcleos urbanos. É importante lembrar que o censo demográfico não colhe informações sobre a população em situação de rua – o que tem implicações, especialmente para distritos onde o número de pessoas nessa situação é mais expressivo. Na Zona Sul, contudo, esse tipo de situação parece ser menos significativo do que nos distritos do Centro da cidade. O mesmo acontece com a popu- lação encortiçada, que também não é devidamente contabilizada pelo IBGE e se torna, de certo modo, “invisível” – não sendo captada nem mesmo quando trabalhamos com indicadores voltados para as condições de habitação. 19 CEM-Sul-18-38\ 5/1/04 7:01 PM Page 20 MAPA DA VULNERABILIDADE SOCIAL DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO Gráfico 1 Percentual de pessoas residentes em setores de alta e de altíssima vulnerabilidade, por subprefeitura. Zona Sul, Município de São Paulo. 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Socorro Zona Su Ipiranga arelheiros Jabaquara São Paulol P M‘Boi Mirim Vila Mariana Santo Amaro Campo Limpo Cidade Ademar Fonte: Censo demográfico 2000, IBGE. Elaboração CEPID-FAPESP/Centro de Estudos da Metrópole-CEBRAP, 2002 O Gráfico 1 retrata a variação entre as subprefeituras quanto à presença de grupos de alta vulnerabilidade social. As sub- prefeituras de Vila Mariana e Santo Amaro se destacam por baixíssima presença de pessoas nessas condições; por outro lado, nas subprefeituras de Cidade Ademar, M’Boi Mirim, Socorro e Parelheiros, mais de 50% da população reside em setores desse tipo. Há, entretanto, uma diferença de concentração populacional entre esses lugares: o número de pessoas em setores de al- ta vulnerabilidade em Parelheiros equivale ao encontrado no Ipiranga, apesar da grande diferença em termos proporcionais; Socorro apresenta 100 mil pessoas mais que Cidade Ademar, embora ambas tenham 50% da população em setores altamente vulneráveis. Essa situação é mostrada no Mapa 8, que apresenta a densidade demográfica por setor censitário, e na Tabela 4, que traz os números absoluto e relativo de pessoas vivendo em setores de alta vulnerabilidade, por subprefeitura. 20 CEM-Sul-18-38\ 5/1/04 7:01 PM Page 21 MAPA DA VULNERABILIDADE SOCIAL DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO MAPA 8 Densidade demográfica (habitantes por hectare) dos setores censitários. Zona Sul. Município de São Paulo. Legenda Hidrografia Grandes áreas públicas Distritos Subprefeituras Município Densidade (habitantes por hectare) Menos de 75 O Mapa 8 permite que se observe a concen- 75 a 150 tração populacional no território e ajuda a 150 a 200 avaliar em que locais a situação é mais 200 a 275 275 e mais grave ou onde atinge um maior número de pessoas. Nesse sentido, ele fornece uma in- formação que complementa todos os indi- cadores produzidos e que deve, portanto, ser levada em conta ao se analisarem os Fonte: Censo Demográfico 2000, IBGE. Elaboração CEPID-FAPESP/Centro de Estudos da Metrópole CEBRAP, 2002. mapas apresentados neste estudo. Tabela 4 Números absoluto e relativo de pessoas que residem em setores de alta vulnerabilidade, por subprefeitura. Zonas Sul, Município de São Paulo, 2000. Nº da 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Sul São Paulo subprefeitura Número absoluto 1.896 79.398 8.257 53.489 191.991 227.477 278.781 299.044 86.048 1.226.381 3.006.981 Percentual 0,6 18,6 3,8 25,1 52,2 45,2 57,8 53,4 77,9 38,4 29,1 21 CEM-Sul-18-38\ 5/1/04 7:01 PM Page 22 MAPA DA VULNERABILIDADE SOCIAL DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO Outros indicadores sociais A seguir é apresentado um conjunto de indicadores sociais produzido a partir de fontes de dados diversas. Ele tem por ob- jetivo acrescentar ao mapeamento realizado outras dimensões de vulnerabilidade – mais fortemente relacionadas ao próprio território do que às características demográficas e socioeconômicas dos grupos sociais. Foram destacados, nesse sentido, indicadores que ajudam a caracterizar o contexto onde as pessoas vivem – seja pela me- nor presença de serviços básicos, como provisão de esgoto, ou por condições inadequadas de moradia, seja pela alta incidên- cia de certos agravos de saúde pública ou, ainda, de elevadas taxas de homicídio envolvendo a população jovem. Da mesma forma, foram produzidas cartografias relativas aos equipamentos públicos de educação, saúde, assistência so- cial, esportes e cultura, a fim de que se pudesse observar como está distribuída a rede de serviços e equipamentos que, po- tencialmente, poderia estar contribuindo para amenizar esse conjunto de situações de precariedade social. A distribuição desses equipamentos no espaço não é homogênea, e muitas vezes se concentra em áreas mais consolidadas e com maior pre- sença de grupos melhor inseridos sócio-economicamente, sendo mais escassos em algumas áreas de periferia. Para os grupos de mais baixa renda, a grande distância dos equipamentos pode representar custos de transporte significativos, configuran- do um importante obstáculo à utilização desses serviços e restringindo o acesso a direitos da cidadania por parte dos grupos mais pobres. Esses elementos compõem contextos particulares envolvendo os diversos espaços da cidade e se combinam de diferen- tes maneiras à vulnerabilidade social dos grupos. Na seção seguinte, o leitor poderá observar como todos esses indicadores se comportam relativamente às subprefeituras localizadas na Zona Sul do Município de São Paulo. Em linhas gerais, pode- se depreender que há uma grande heterogeneidade de situações, com algumas áreas apresentando um considerável acúmu- lo de indicadores negativos – enquanto outras apresentam combinações particulares, nem sempre apresentando riscos so- brepostos. 22 CEM-Sul-18-38\ 5/1/04 7:01 PM Page 23 MAPA DA VULNERABILIDADE SOCIAL DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO 3.a. Indicadores associados às condições de habitação Muitas vezes, a situação de vulnerabilidade social é reforçada por condições de habitação inadequadas. Em muitos dos A diferença espacial entre as áreas sem setores considerados de alta vulnerabilidade, há também uma presença expressiva de favelas ou mesmo de condições pre- provimento de esgoto e a localização das cárias de infra-estrutura urbana. Essas duas características, entretanto, nem sempre aparecem juntas: os maiores percen- favelas fica mais clara quando se observa o tuais de domicílios sem provisão de esgoto ocorrem em áreas de alta vulnerabilidade, porém são muito mais freqüentes em Mapa 9, ao lado. Em amarelo estão desta- cados os setores onde mais de 11% não têm áreas de proteção ambiental do que em áreas de alta concentração de favelas. esgoto – percentual que se aplica a 20% dos domicílios de toda a cidade – e em marrom, MAPA 9 Setores censitários com os piores índices de provimento de esgoto e os domicílios onde esse percentual ultra- passa 50%. É apresentada também a distri- distribuição das favelas. Zona Sul, Município de São Paulo. buição das favelas, em verde. Como se pode ver, a concentração de domi- cílios sem esgoto está predominantemente situada em áreas de mananciais, nas bordas das represas Billings e Guarapiranga. Os piores índices, entretanto, concentram- se nos distritos de Marsilac e Parelheiros, no extremo sul do município. Cabe lembrar que essas áreas apresentam densidade de- mográfica bastente baixa, como foi visto na seção anterior. Por outro lado, ao redor das represas, em distritos como Pedreira e Jardim Ângela, a presença de favelas se faz bastante nítida, Legenda indicando uma intensa ocupação, possivel- Hidrografia mente agravada pela presença de riscos Grandes áreas públicas ambientais como, por exemplo, deslizamen- Favelas tos e inundações. Distritos Subprefeituras Município Domicílios sem esgotamento sanitário De 11% a 50% 50% ou mais Fonte: Censo Demográfico 2000, IBGE. Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano, SEHAB/PMSP e CEM/CEBRAP, 2003. Elaboração CEPID-FAPESP/Centro de Estudos da Metrópole-CEBRAP, 2002 23 CEM-Sul-18-38\ 5/1/04 7:01 PM Page 24 MAPA DA VULNERABILIDADE SOCIAL DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO Porcentagem de domicílios sem esgoto Na Zona Sul, em grupos de alta vulnerabili- Baixa e média vulnerabilidade Alta vulnerabilidade Total dade, o percentual de domicílios sem esgoto (grupos 1, 2, 3, 4 e 6) (grupos 5, 7 e 8) é 5 vezes maior do que em grupos de baixa vulnerabilidade.