PLANO DIRETOR MUNICIPAL PROCESSO DE REVISÃO

VOLUME III - Carta do Património Arquitetónico do Concelho de

DEPARTAMENTO DE PLANEAMENTO E SERVIÇOS SÓCIO-CULTURAIS Novembro CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO 2013

I. NOTA INTRODUTÓRIA

A presente Carta do Património Arquitectónico tem como objectivo a identificação, protecção e valorização do património cultural na área de influência do Plano Director Municipal de Celorico de Basto, o qual abrange a totalidade da área concelhia. Tendo sido iniciado há cerca de cinco anos, este importante instrumento de inventariação do património edificado deste concelho, irá integrar a segunda geração do Plano Director de Municipal de Celorico de Basto e, em complemento com a Carta Arqueológica, tornar-se-á um elemento essencial para o ordenamento e gestão do conjunto patrimonial cultural.

II. ELABORAÇÃO DA CARTA DO PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO

No âmbito da revisão do Plano Director Municipal em curso foi elaborada e concluída a Carta Arqueológica do concelho de Celorico de Basto, trabalho desenvolvido nos últimos cinco anos e levado a cabo por um técnico da especialidade, através de uma assessoria externa à Câmara Municipal. A Carta Arqueológica apresenta um estudo da realidade arqueológica do concelho, nomeadamente através da detecção, inventariação e caracterização dos elementos identificados, procurando definir, o potencial arqueológico do concelho. Ao mesmo tempo, de forma a complementar o trabalho encetado e dando seguimento ao plano de execução do novo Plano Director Municipal, deu-se início ao processo de elaboração da Carta do Património, procedendo-se, actualmente, à conclusão da última fase deste. No procedimento de elaboração da Carta do Património, atribuiu-se uma atenção privilegiada à identificação, inventariação e caracterização, mais rigorosa, dos bens imóveis existentes e considerados relevantes segundo os valores patrimoniais estipulados / determinados. Neste processo de inventariação, entende-se por valores patrimoniais, o acervo de edifícios, imóveis e elementos considerados isoladamente ou em conjuntos identificáveis que, por razões de interesse artístico, arquitectónico, cultural, etnológico, histórico e social, conferem ao concelho de Celorico de Basto, uma identidade própria, e que por tal merecem ser inventariados / arrolados. O procedimento inicial passou pela consulta prévia, como ponto de partida, do inventário do património do primeiro Plano Director Municipal (1994) que serviu de base de trabalho, como obra orientadora, da actual Carta do Património. A partir da análise dessa fonte de informação prévia, procedeu-se à aplicação de uma metodologia específica para a elaboração deste documento e que comportou os seguintes momentos: • Um trabalho de consulta bibliográfica: o Efectuado através da consulta de um conjunto diversificado de fontes históricas, em que se destacam as monografias concelhias, as memórias paroquiais e outras obras de carácter

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histórico, artístico, patrimonial e etnológico que abordam o património edificado do concelho; o Determinou as fontes documentais existentes sobre o património concelhio; o Permitiu o conhecimento da evolução histórico-artística do território que integra o concelho de Celorico de Basto; o Sustentou a organização e elaboração do procedimento de recolha de informações. • A recolha e organização da informação, através de um trabalho de campo nas do concelho, nos respectivos espaços urbanos históricos e noutras áreas onde existem imóveis com interesse patrimonial (esta inventariação consiste no levantamento dos bens culturais existentes com vista à respectiva identificação sendo orientada por normas de inventariação estabelecidas previamente): o Realização de um inquérito artístico, arquitectónico e patrimonial escrito ou oral (entrevista), de âmbito paroquial (permitiu a inventariação e registo do património edificado de cada uma das freguesias a partir das informações obtidas através de elementos que integram as Juntas de ); o Realização de um trabalho de prospecção na área concelhia para registo e inventariação do património arquitectónico imóvel; o Avaliação da sustentabilidade dos imóveis anteriormente identificados (no primeiro Plano Director Municipal) e a descoberta de bens imóveis ainda não identificados a partir de novas leituras do espaço e do contacto com a população; o Construção das fichas de inventário preliminares (constituem uma descrição sumária que servirá de base a uma descrição mais completa de cada um dos bens imóveis inventariados). • Tratamento da informação recolhida e reorganizada na base de dados que constitui o núcleo central de informação e gestão da Carta de Património: o A elaboração da ficha técnica descritiva para cada um dos elementos inventariados o Estudo das categorias e tipologias inventariadas de modo a que seja fundamentada a avaliação dos bens imóveis identificados. o Elaboração e estudo das propostas de classificação de Imóvel de Interesse Municipal, justificadas em função do valor cultural do bem imóvel na perspectiva da sua protecção e valorização. No âmbito do tratamento da informação obtida, procedeu-se à elaboração, para cada um dos bens imóveis inventariados, de uma ficha técnica (corresponde à presente fase de conclusão desta Carta Patrimonial) que constitui uma descrição aprofundada do bem imóvel inventariado e que integra os seguintes campos de registo: • Código do Bem Imóvel ou Número de Inventário Municipal (o código ou número de inventário engloba uma sigla alfabética da freguesia composta por três letras e uma numeração composto por dois algarismos);

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• Tipologia (identificação da tipologia arquitectónica do bem imóvel); • Protecção (identificação da categoria de protecção existente ou proposta); • Designação (identificação da ou das designações em vigor ou conhecidas); • Localização (identificação do lugar onde se situa); • Acesso (identificação das vias de acesso existentes e da georeferenciação do bem imóvel); • Enquadramento (caracterização genérica da área de implantação); • Descrição Geral (descrição geral dos elementos que compõem o bem imóvel, interior e exteriormente); • Características Particulares (identificação e descrição de características, que pela sua exemplaridade e notoriedade merecem uma descrição aprofundada); • Cronologia / Época de Construção (identificação do ano ou século de construção do bem imóvel); • Estado de Conservação (identificação do estado de conservação no biénio de 2010-2011); • Bibliografia (identificação das referências bibliográficas consultadas e/ou conhecidas); • Intervenções (identificação das intervenções efectuadas e conhecidas ou até vindouras); • Actualizações (aditamento de dados considerados essenciais para um melhor conhecimento do bem imóvel inventariado); • Anexos (identificação de outros dados suplementares ou colocação de links para localização cartográfica ou similar); • Registo fotográfico (registo visual composto por três fotografias que deverão corresponder a vistas gerais ou particularidades relevantes identificadas); A partir da identificação do bem imóvel, , verificou-se o seu interesse cultural nos domínios histórico, arquitectónico, artístico, etnográfico, científico, social, industrial e técnico, bem como o seu valor, separada ou conjuntamente, de memória, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, integridade, singularidade ou exemplaridade para o concelho de Celorico de Basto, para a região em que este concelho se integra e até mesmo para o próprio país. A realização de uma prévia análise geral do património inventariado, a partir dos critérios de inventário que foram previamente estabelecidos permitiu, desde já, estabelecer as linhas orientadoras da inventariação e apresentar uma proposta preliminar de classificação de Imóvel de Interesse Municipal para alguns dos bens imóveis inventariados. Esta proposta preliminar está em conformidade com os seguintes critérios de inventário, análise e classificação: • Critérios estéticos o As qualidades estéticas do bem imóvel; o A integração e/ou relação com o envolvente; o A presença de elementos artísticos dignos de relevo que constituem uma componente de destaque no bem imóvel catalogado. • Critérios histórico-culturais

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o O significado e proeminência histórica, cultural e funcional do bem imóvel na história local e/ou regional, conferindo-lhe um papel único/especial na evolução temporal da comunidade humana local/regional. o Especial simbologia para o concelho e sua população; o Memória da fixação humana (existência de actividades artísticas, económicas e habitacionais num espaço e período considerado); o Exemplo arquitectónico com relevo concelhio, regional e nacional; o Tenha exercido influência considerável (a vários níveis) em determinado período ou região (independentemente da época). • Critérios sociais o Existência de crenças e / ou tradições naquele espaço ao longo de diferentes tempos; o Representação de uma memória social colectiva. • Critérios cívicos e técnicos-científicos o Constituam edificações ou espaços que foram palco ou cenário de actividades técnico- científicas reconhecidas; o Constituam edifícios ou espaços de nascimento ou residência de personalidade proeminente a nível cívico, cultural, religioso ou técnico-científico. • Critérios tipológicos e/ou arquitectónicos; o A presença de um conjunto de elementos do binómio tipológico e arquitectónico que concedem um estatuto superior face ao conjunto edificado do património arquitectónico do concelho; o Concepções arquitectónicas e urbanísticas, individual ou conjuntamente consideradas. • Critérios de autenticidade, integridade e exemplaridade o Exigências evolutivas determinadas pelos próprios materiais, técnicas e funções, ou pelo sentido do lugar; o Representativo de uma área física e/ou cultural em que, apesar de uma natural evolução, esta se tenha processado de forma coerente, em relação ao próprio meio natural, aos dinamismos económicos, sociais e culturais desse meio; o Tenha mantido ao longo do tempo, valores originais e cujos restauros ou intervenções não tenham escamoteado ou não se tenham sobreposto à edificação, função ou enquadramento originários; o Edificações que se tenham conservado em conjuntos mesmo que desabitados ou desprovidos de funcionalidade; o Exemplares arquitectónicos, paisagísticos ou urbanísticos, raros, únicos ou excepcionais, no seu contexto espácio-temporal. Com carácter geral, na presente carta, são estabelecidas três categorias de classificação do Património Arquitectónico Edificado, em função da legislação em vigor e tendo em atenção o seu interesse patrimonial, as circunstâncias de cada área de implantação e as determinações do Plano Director Municipal:

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• Monumento Nacional (MN) – Designação atribuída aos bens imóveis classificados como de interesse nacional, considerando-se como tal quando a respectiva protecção e valorização, no todo ou em parte, represente um valor cultural de significado para a Nação; • Imóvel de Interesse Público (IIP) – Considera-se de interesse público quando a respectiva protecção e valorização represente ainda um valor cultural de importância nacional, mas para qual o regime de protecção inerente à classificação como de interesse nacional se mostre desproporcionado; • Imóvel de Interesse Municipal (IIM) – Consideram-se de interesse municipal os bens cuja protecção e valorização, no todo ou em parte, representem um valor cultural de significado predominante para um determinado município (edificações que merecem ser preservadas pelo seu interesse histórico, arquitectónico e etnográfico, como expoentes da identidade cultural de Celorico de Basto e/ou região de Basto e do próprio concelho).

Segundo as categorias de classificação estabelecidas pela legislação em vigor, existe neste concelho apenas um bem imóvel classificado como Monumento Nacional (MN) e quatro classificados como Imóvel de Interesse Público (IIP). Neste momento encontram-se três em vias de classificação: dois como património de interesse público e um como património de interesse municipal .

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III. O CONCELHO DE CELORICO DE BASTO – GÉNESE E EVOLUÇÃO

De forma a compreender a edificação, disposição e homogeneidade dos elementos identificados na presente Carta do Património, será necessário conhecer a criação e evolução do concelho e da vila de Celorico de Basto, já que o seu conhecimento possibilita uma exacta contextualização dos mesmos e a compreensão dos pressupostos históricos que estiveram na base da sua edificação.

1. O CONCELHO DE CELORICO DE BASTO

O concelho de Celorico de Basto juntamente com os concelhos vizinhos de , Mondim de Basto e Ribeira de Pena, integra a muito antiga e característica área geográfica e histórica conhecida por Terras de Basto, localizada numa faixa de transição entre o Noroeste Atlântico e o Nordeste Transmontano.

Centrada sobre o vale médio do rio Tâmega, esta zona representa uma identidade geográfica e cultural muito específica, talvez motivada pela situação de vale encaixado entre as serras do Marão e Alvão (a nascente) e as serras da Cabreira e Lameira (a norte e poente), apresentando ainda características de zona montanhosa, com densas florestas e inúmeros vales que enquadram uma extensa rede de cursos de água, proporcionando assim a tradicional agricultura de subsistência.

À imagem de muitas outras terras, cujas origens remontam a um período que antecede os primórdios da nossa identidade nacional, as questões relacionadas com a sua origem não são de fácil resolução, tal como decorre da análise dos dois topónimos identificativos deste concelho. Assim, relativamente ao “território de Basto”, as mais antigas referências documentais em que surgem os topónimos Basto e Celorico surgem no século XI: um de 1064 que se refere ao “ Castellum Celorici et oppidi ibi...” (LEMOS, 1988) e outro de 1092 que cita propriedades “ sub urbis Cellorico et territorio Basto ” (DIPL. et CHARTAE. n.º 755). Aqui, tal como, posteriormente, nas Inquirições de 1220 (P.M. H., 1858), o nome Celorico aparece sem sobrenome, enquanto nas Inquirições de 1258 (P.M. H., 1858), já aparece o epíteto “de Basto”.

É inegável, que ligado à história da Terra de Celorico, está, indiscutivelmente, o Castelo de Celorico, vulgarmente conhecido como Castelo de Arnoia (por se localizar nessa mesma freguesia), monumento militar, situado sobre a antiga povoação de “Villa de Basto” (CRAESBEECK, 1726), que foi, durante longo tempo, sede deste território e, posteriormente, do julgado e concelho.

A data da sua fundação perdeu-se nos tempos, embora se defenda uma possível edificação, sobre ruínas de um povoamento castrejo, a partir do qual se alicerçou o castelo, constituído por uma única linha de muralhas, a respectiva torre de menagem e uma pequena barbacã, tendo uma função de sentinela defensiva, de modo a assegurar a protecção do vale do Tâmega, face a possíveis investidas árabes no decorrer da Reconquista. O certo é que o castelo e a circunscrição territorial de Celorico já existiriam desde o século XI, acreditando-se que tenha sido edificado, à imagem de outros do mesmo género (castelos roqueiros), existentes no Norte do País, durante os séculos IX-X (FONTES, 1992), tal como o comprova o rude aparelho 6

da base das muralhas e da torre ou as recentes escavações arqueológicas realizadas pelo IGESPAR em 2002, no âmbito do projecto de recuperação deste monumento nacional. A este castelo estão ligadas diversas lendas medievais que ainda persistem na memória das populações e dos livros, entre as quais, a do lendário feito de Martim Vasques da Cunha, narrado no “Livro das Linhagens”, do Conde D. Pedro.

Após a era da Reconquista, o povoamento deste território intensificou-se também decerto pela fundação, no ermo de Arnóia, provavelmente durante o século XI, de um mosteiro beneditino (os documentos mais antigos que o referem dizem respeito a doações datadas de 1076 e 1095), actualmente designado S. João de Arnóia. Este foi profundamente remodelado ao longo dos séculos, em resultado das sucessivas remodelações artísticas e das grandes doações, que contribuíram para a posse de um amplo património, transformando-se o mosteiro num dos mais ricos da região.

Na Idade Média, as terras eram circunscrições territoriais e administrativas confiadas pelo rei a um rico-homem que detinha o poder militar e judicial, presidindo aos seus destinos. Tal sucedeu aqui, quando os primeiros reis portugueses confiaram esses mesmos poderes da administração local às nobres famílias dos Guedeãos (os primeiros documentos referentes a esta família nobre surgem em fins do século XI) e Sousas, aparentadas entre si e que possuíam aqui vultuosos haveres, daí a profusão de notáveis honras que deram origem a diversas linhagens nobres rurais, bem como alguns coutos monásticos.

Esta extensa Terra de Celorico (de Basto) era uma notável circunscrição que abarcava a bacia média do Tâmega e que, nas Inquirições 1220, aparecia como uma só “terra”, a Terra de Celorico, que parece corresponder precisamente à terra de Basto ou “território Basto” do século XI. Esta circunscrição abrangia a totalidade dos actuais concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, e Mondim de Basto, uma boa parte do de Amarante (Aboim, Amarante, Chapa, Freixo de Baixo, Freixo de Cima, Gatão e Vila Garcia), e ainda parte dos concelhos de Felgueiras (Borba de Godim, Macieira da Lixa e Pinheiro), (Ardegão, Arnozela, Regadas e Seidões), Ribeira de Pena (Alvadia, Cerva e Limões) e Vieira do Minho (Rossas). No entanto, nas Inquirições de 1258 (P.M.H., 1858), já se tinham formado os três julgados de Cabeceiras, Celorico propriamente dito e Amarante. Como se verifica, foi grande o julgado de Celorico, cuja jurisdição castelã ultrapassava o Tâmega.

A presença do Românico, a arte característica de grande parte da Idade Média, subsiste ainda desde esse tempo, no próprio castelo e em alguns dos templos paroquiais do concelho de Celorico de Basto, destacando-se as igrejas de Arnoia (diversos elementos), de S. Clemente de Basto (arco da capela-mor), de Fervença (capela mor) e de Ribas (já de manifesta influência gótica), que conservam alguns elementos decorativos de um românico já característico dos séculos XII e XIII, merecendo particular destaque a Igreja Matriz de Veade, templo muito modificado no século XVIII, mas que conserva ainda importantes vestígios de decoração românica, especialmente nos dois portais laterais, com excelentes capitéis vegetalistas que revelam nítida influência do românico bracarense (ALMEIDA, 2001).

Em torno do castelo e da sua protecção, foi-se formando um pequeno povoado, existindo já a localidade em 1343, pois por lá, ou nas proximidades, realizaram-se feiras, em relação às quais se referem as Inquirições de D. Afonso IV. Mesmo assim, a terra era ainda no século XIV tão escassa de moradores que 7

face à falta de povoamento, e por iniciativa do alcaide do castelo, Fernando Vaz Coutinho (numa época de grande impulso régio concedido à política de formação de novos coutos de homiziados) obteve uma carta régia que concedia à terra o privilégio de couto de homiziados. Este couto tinha como objectivo primordial, promover a defesa das regiões fronteiriças, ou então, neste caso, remediar os males do despovoamento. Tratava-se pois, de um senhorio particular que, por ser um lugar muito despovoado, foi transformado em couto de homiziados por carta de D. Afonso V, de 12 de Janeiro de 1441 (LEMOS, 1988), para trinta homiziados (malfeitores acossados pela justiça), com privilégios idênticos aos do couto de Sabugal, que lhe serviu de modelo.

2. “A VILLA DE BASTO ”

Dando seguimento a uma política de remodelação administrativa, o reinado de D. Manuel foi muito produtivo na criação de novos forais. Assim, este monarca também deu foral a esta vila, em Évora, a 29 de Março de 1520, sendo nomeado com o título de concelho de Celorico de Basto. Governava-se no civil, com dois juízes ordinários, um da parte de cima do castelo e outro da parte de baixo (por eleição do povo e pelouro de três em três anos), sendo também criado o lugar de Juiz de Fora e, militarmente, com um capitão- mor, seu sargento-mor e respectivas companhias (CRAESBEECK, 1726).

Assim sendo, a primeira sede do antigo julgado nasceu e terá florescido junto do monumento militar que a protegeu e lhe deu o nome (actual povoação do Castelo, na freguesia de Arnoia), na qual ainda hoje restam vestígios e construções desses tempos, nomeadamente os edifícios que serviram de Paços de Audiências e de Cadeia, a Forca e a Botica, bem como o antigo Pelourinho, da então designada Villa de Basto.

Apesar do foral e de um relativo dinamismo da “Villa de Basto” ao longo do século XVI, como o atesta a construção da cadeia em 1586 (CRAESBEECK, 1726), não consta que em tempo algum fosse grande a povoação desta vila, por estarem os seus habitantes muito espalhados na sua área concelhia (abrangia então quase quarenta paróquias), conservando poucos vizinhos, porque a aspereza do sítio não permitia o seu crescimento.

Como a Casa da Câmara desta vila, bem como o castelo se foram arruinando com o tempo e os Juízes de Fora não tinham povoação nem sítio onde residirem com comodidade e por acharem o lugar desabrigado e frio, por instância do Dr. António Teixeira Álvares do Conselho de Sua Majestade (LEMOS, 1988), se tentou encontrar, um sítio com comodidade para os Juízes de Fora poderem assistir nas suas funções, pois era já patente que o adormecido arruamento do Castelo deixara de corresponder às exigências modernas, por se encontrar descentralizado num concelho tão amplo e ser, climatericamente, muito agreste.

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Figura 1 – O Castelo de Arnoia ou de Celorico de Basto junto à antiga “Villa de Basto” (cerca de 1910).

3. A VILA DE FREIXIEIRO OU VILA NOVA DE BASTO

Depois de várias diligências que se moveram entre os moradores, deliberou-se que a nova sede concelhia ficasse quase no meio do concelho, no lugar de Freixieiro, na freguesia de Britelo, por ser um sítio ameno e o vale aprazível. Isto, apesar de inicialmente, as autoridades e moradores pensarem em mudar a sede para o lugar de Outeiro Coelhos, na freguesia de Arnoia, mas, perante a oposição da nobre Casa de Telhô, acabaram por escolher o lugar de Freixieiro, junto à margem do pequeno ribeiro do mesmo nome, afluente do rio Tâmega (inicialmente a nova vila tomou o nome de Vila Nova de Basto ou Freixieiro).

A transferência da sede do concelho e Comarca de Celorico foi sancionada por provisão de D. João V, datada de 27 de Abril de 1719, sob a designação de Vila Nova de Freixieiro, edificando-se uma Casa da Câmara, com Casa de Audiência e mais casas para os Juízes de Fora assistirem (construção das instalações municipais destinadas à Câmara e outras repartições públicas), contribuindo os moradores da dita vila com toda a despesa, para se fazer a dita obra que foi concluída em1723 (CRAESBEECK, 1726).

Na Casa da Câmara colocou-se sobre a porta da audiência as armas reais, de notável execução, bem como todo o paramento necessário para as funções de semelhante edifício, de modo a que, em 31 de Agosto de 1722, foi já possível realizar aí a primeira audiência. Estas Casas de Residência e Audiência da vila de Celorico de Basto, juntamente com a cadeia, a capela (hoje inexistente), a implantação de pelourinho (datado de 1734), um pontão de madeira sobre o rio Freixieiro e uma fonte pública, foram as primeiras obras públicas levadas a cabo na Vila de Freixieiro, de modo a que, os moradores e os juízes não sentissem a falta de comodidades que experimentavam na antiga “Villa de Basto” (CRAESBEECK, 1726).

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Figura 2 – Primeiras instalações municipais destinadas à Câmara e a outras repartições públicas na “Vila Nova de Freixieiro (desenho da segunda metade do século XIX).

Após a mudança da sede concelhia e principiadas as obras públicas da nova vila, construíram-se também algumas moradias particulares no mesmo sítio, tomando a vila algum incremento desde essa época, mas de uma forma lenta, como se nem o facto de ter passado a sede de concelho motivasse iniciativas deste género, nem mesmo quando a edilidade entendeu distribuir, gratuitamente, terrenos a possíveis interessados.

Figura 3 – A Casa da Boavista, em Veade, num Bilhete-postal ilustrado de 1905.

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No entanto, foi neste mesmo século XVIII que se edificou a maior parte dos solares, que polvilham o concelho de Celorico de Basto, correspondendo a um período de apogeu económico patente na construção e/ou reconstrução dos solares e na ostentação social do seu característico brasão, da capela, da torre e dos belos jardins (geralmente de camélias), como emblemáticos atributos nobres da época e testemunhos da arte barroca que claramente representam. De entre as várias dezenas, convém realçar, pela sua qualidade artística, os Solares do Casal, Telhô e Travassinhos, em Arnoia, os da Boavista, Capela e Outeiro, em Veade, o da Granja, em Ribas, o do Prado, em Britelo, os de Gandarela e Souto em S. Clemente de Basto, os do Campo e Eiras, em Molares, os da Cruz e Portela, em Gagos e os de Cabo Vila e Barreiro em Canedo de Basto, os do Melhorado, Reguengo e Ribeira, em Vale de Bouro, entre outros.

4. AS ALTERAÇÕES ADMINISTRATIVAS E A INFLUÊNCIA DA EMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

Na primeira metade do século XIX, em consequência das várias reformas administrativas levadas a cabo pelas políticas liberais nas décadas de 1830 e 1840, procedeu-se ao reordenamento territorial de grande parte dos concelhos portugueses, tendo o de Celorico de Basto perdido algumas das freguesias que compunham o seu concelho. Assim, para o concelho de Amarante transitaram as freguesias de Chapa, Freixo de Baixo, Freixo de Cima, Gatão, Macieira, Telões e Vila Garcia; para o de Felgueiras, a de Borba de Godim; para o de Cabeceiras, a de Passos e para o de Mondim de Basto a de Paradança. Para o concelho de Celorico haviam passado as freguesias de Aboim (durante pouco tempo) e Codessoso, que tinham constituído uma unidade administrativa própria, designada Couto das Tábuas Vermelhas. Hoje o concelho de Celorico de Basto já não conta com as freguesias de Aboim e Rebordelo, que passaram, entretanto, para o de Amarante, nem com as Ardegão, Arnozela, Regadas e Seidões, que transitaram, no século XIX, para o concelho de Fafe.

Na segunda metade do século XIX e primeiras décadas do século XX, com os dinheiros provenientes do Brasil, o aparecimento de construções particulares, na sede e restante área concelhia, ganhou um assinalável incremento e progresso, verificando-se a expansão da vila para Norte da Praça Albino Alves Pereira e ao longo da hoje designada Avenida da República. Ao mesmo tempo, alguns núcleos populacionais do concelho, como as povoações de Gandarela e Fermil de Basto ganharam algum dinamismo económico que conjugado com a construção de algumas infra-estruturas básicas, especialmente ligadas à rede viária e que ocorreu desde a época do fontismo até finais do século XIX (com destaque para a Ponte de Mondim que edificada em 1886 constituiria um elemento fundamental para um dos principais eixos viários da região), atesta um certo desenvolvimento no concelho, em contrapondo com a letargia verificada em sequência da constante instabilidade política vivida durante quase toda a primeira metade do século XIX (fruto das invasões francesas, da guerra civil entre liberais e absolutistas e de diversos levantamentos populares de cariz regional ou até mesmo nacional).

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Figura 4 – A Avenida da República (em construção) em Novembro de 1910.

O crescimento urbano tornou-se significativo nos últimos cem anos, tendo os próprios espaços urbanos de utilização colectiva sofrido profundas transformações. A expansão para Sul da Praça Albino Alves Pereira, com a abertura de novos arruamentos, verifica-se neste período, tendência que seria reforçada com a construção do caminho-de-ferro, inaugurado a 20 de Março de 1932, que deu um impulso significativo ao concelho com a chegada de um importante meio de comunicação constantemente adiado e reclamado.

A sede do concelho assumiu então o papel de pólo de comércio local, para onde se dirigia um considerável número de pessoas vindas do exterior, nomeadamente, do vizinho concelho de Mondim de Basto. O espaço central da vila de Celorico de Basto é ainda hoje muito marcado pela imagem dos edifícios construídos por esta altura e nos quais a marca e influência do dinheiros do Brasil ainda está presente (a emigração para o Brasil foi significativa e seduziu todos os estratos da população, incluindo a antiga aristocracia local).

O impacto do regresso de muitos, sobretudo daqueles que fizeram fortuna, está presente na arquitectura e desenvolvimento urbano da sede do concelho, com a edificação de moradias e do apoio dado à construção de espaços públicos (praças, passeios e jardins), e ainda a construção de equipamentos de natureza social. A sua importância é igualmente sentida pelo forte incremento que vão dar às actividades comerciais e de serviços, contribuindo para a localização na vila de Celorico de Basto de significativo número de estabelecimentos comerciais e pequenas unidades hoteleiras, que geraram um grande impacto económico-social, quer pelos investimentos directos, quer pelos postos de trabalho criados e que está, ainda hoje, bem patente na Praça Albino Alves Pereira, rua 5 de Outubro e Rua Serpa Pinto, entre outras.

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Figura 5 – A expansão urbana ao longo da Avenida da Republica na primeira metade do séc. XX (anos 20).

Figura 6 – A Rua 5 de Outubro (início da década de 20 do século XX).

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Figura 7 – A estação de caminho de ferro e área circundante.

5. A INFLUÊNCIA DA EMIGRAÇÃO PARA A EUROPA E O PÓS 25 DE ABRIL DE 1974

Na década de 60 e 70 do século XX o concelho de Celorico sofre uma forte emigração para França, fazendo-se sentir por todo o concelho e também na própria vila de Celorico de Basto. Na sede, as marcas deste período são mais relevantes no aparecimento de um significativo número de edifícios unifamiliares que estruturam um espaço periférico à zona central da Vila, numa ocupação muito difusa e desordenada, cujas acessibilidades nem sempre foram acauteladas nas melhores condições. Durante este período são construídos três equipamentos muito importantes para a sede do concelho: a Casa do Povo, o Palácio da Justiça e o edifício do Ciclo Preparatório.

O período pós 25 de Abril marca um acréscimo significativo do emprego na área dos serviços, que se concentram, na sua maioria, nas sedes dos concelhos. A vila de Celorico de Basto não foge a esta regra e um número cada vez mais significativo de pessoas, que agora trabalham no sector bancário, ensino e serviços públicos, tendem a localizar a sua habitação na sede do concelho. Assistimos ao aparecimento dos primeiros edifícios plurifamiliares, com volumetrias nem sempre articuladas com o meio em que se inserem.

De sentido contrário, dois factos importantes ocorridos nas décadas de 80 e 90 marcam a imagem da sede do concelho: o encerramento da linha do Tâmega e a respectiva degradação do património edificado, bem como do respectivo espaço canal, e a construção da primeira fase da Variante do Tâmega (contrapartida ao encerramento da referida linha férrea e que na primeira fase apenas foi incluído um troço de 4,5 km desde a recta do Cabo até ao lugar de Lordelo). Estas constituem duas “barreiras” que dividem o

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espaço urbano da Vila, situação que já era ditada pela existência da Veiga do Rio Freixieiro e que contribuíram para um temporário asfixiamento da vila de Celorico de Basto.

A construção do Centro de Saúde é de grande importância para a população de sede do concelho, dado que até aí o atendimento médico era efectuado no “Hospital de Arnoia” em instalações do Mosteiro, propriedade da Santa Casa da Misericórdia, estando o mesmo deslocado face à centralidade da Vila de Celorico.

Com a adesão de à Comunidade Económica Europeia e o acesso da Câmara Municipal aos Fundos Comunitários, uma nova e importante fase é aberta à expansão da vila de Celorico de Basto. A partir da década de 90 a vila volta a registar um importante crescimento impulsionado pelos apoios comunitários e pelos novos instrumentos de gestão do território, nomeadamente o Plano Director Municipal. A partir deste período o crescimento urbano da sede do concelho passa a ter orientações que se traduziram na colmatação de espaços já construídos, na densificação de algumas áreas urbanas, no aproveitamento mais racional das redes de infra-estruturas existentes e a instalar, na criação de pólos de atracção, caracterizados pela requalificação dos espaços públicos e na construção de novos equipamentos.

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IV. PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO (HISTÓRICO E EDIFICADO)

O património arquitectónico e histórico-artístico do concelho de Celorico de Basto é bastante significativo e diversificado, tendo beneficiado da antiguidade desta circunscrição administrativa, já que o actual concelho formou-se e consolidou-se desde a Idade Média a partir do Território de Basto, daí resultando a presença de pequenos e antigos núcleos urbanos e rurais de modestas dimensões e uma diversidade tipológica considerável de bens do património arquitectónico. Desta profusão patrimonial sobressai o rico e diversificado património religioso, o excepcional e homogéneo conjunto de solares / casas nobres (integram os típicos solares das Terras de Basto com os seus tradicionais jardins de camélias), os numerosos moinhos que polvilham as paisagens marginais das inúmeras ribeiras que confluem para o Tâmega e os elementos construtivos que constituíram o núcleo inicial das duas sedes concelhias, a primitiva da “Villa de Basto” e a actual de Celorico de Basto (inicialmente designada Vila Nova de Freixieiro e Vila Nova de Basto). De assinalável diacronia cronológica (desde os séculos X-XI até ao século XX), homogéneo e pouco adulterado, este conjunto patrimonial encontra-se disperso por toda área concelhia que compreende 22 freguesias do concelho, centrando-se, especialmente, nas áreas envolventes das sedes paroquiais ou nos férteis vales dos afluentes do Tâmega e, em particular, na área dos três principais aglomerados históricos e urbanos (de maior dimensão): o primitivo aglomerado da então designada “Villa de Basto” (dos séculos XIII- XIV) que corresponde à actual aldeia do Castelo, a posterior sede concelhia que constitui o centro histórico da actual Vila de Celorico de Basto (edificado no século XVIII) e o núcleo central e primitivo da povoação de Fermil, pequeno entreposto viário e comercial que emergiu no cruzamento de importantes vias que atravessam a região de Basto. Da presente inventariação, executada segundo um conjunto definido de parâmetros e critérios, maioritariamente, histórico-artísticos, resultou a identificação e inventariação 407 bens imóveis que incluem 22 conjuntos de interesse cultural, histórico e urbano. Estes agregam, na área abrangida pela sua delimitação, um número considerável de edificações (coexistem um número significativo de bens imóveis individualmente classificados e/ou arrolados) que, pelo conjunto, detêm um maior significado patrimonial correspondendo à génese e evolução histórica dessas mesmas povoações e, por ele, considerados elementos integrantes de seu património cultural histórico e urbano, dois dos quais propostos como Imóveis de Interesse Municipal e que serão, posteriormente, alvo de um plano pormenor de protecção e salvaguarda no âmbito da reabilitação urbana. A partir da análise sumária do inventário patrimonial foi possível, desde logo, estabelecer uma catalogação tipológica dos bens imóveis registados que permitiu vislumbrar a predominância dos bens imóveis tipologicamente integrados no Património Civil (privado e público), Religioso e Vernacular/ Popular, tradicionalmente ligados aos costumes sociais e religiosos, às actividades agrícolas deste concelho e à presença de uma remota nobreza rural.

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PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO Categoria TIPOLOGIA QUANTIFICAÇÃO Forca 1 Património Administrativo Marco 6 Pelourinho 2 Casa 85 Casal Rústico 2 Conjunto Histórico/Urbano 22 Património Civil Coreto 0 (Residencial e/ou Público) Edifício 7 Paço 0 Palácio / Palacete 0 Solar 42 Aqueduto 0 Canal 0 Cisterna 0 Património de Equipamento Fonte 12 Levada 1 Poço 0 Represa 0 Tanque 1 Atalaia 0 Castelo 1 Património Militar Fortificação 0 Torre 0 Alminhas 51 Capela 41 Calvário 1 Cemitério 0 Cerca (conventual) 1 Património Religioso Cruzeiro 27 Ermida 2 Igreja 22 Mosteiro 1 Nicho 1 Santuário 0 Azenha 2 Engenho (azeite) 2 Espigueiro 3 Forno 0 Património Vernacular / Popular Lagar 0 (agrícola e industrial) Moinho 27 Moinhos (conjunto) 13 Muro 0 Oficina 0 Olaria 0 Serração 1 Estação 4 Ponte 18 Património Viário Travessia 0 Via 0 Viaduto 3 Arte 0 Edificações Comemorativas 0 Escultura 4 Património Diverso Estrutura 0 Inscrição 1 Vestígios Diversos 0

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Património Cultural Inventariado

Património Arquitectónico Administrativo 9 Património Arquitectónico Civil 158 Património Arquitectónico de Equipamentos 14 Património Arquitectónico Religioso 147 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 48 Património Arquitectónico Viário 25 Património Diverso 5 Total 407

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V. INVENTARIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS BENS IMÓVEIS

1. BENS IMÓVEIS CLASSIFICADOS

Desde meados do século XX que alguns dos bens imóveis deste concelho foram classificados como Monumento Nacional ou de interesse público, categorias de classificação patrimonial de nível nacional. Essa restrita lista inclui o Castelo de Arnoia, também designado Castelo dos Mouros ou de Moreira, declarado Monumento Nacional em1946, como Imóveis de Interesse Público, o Pelourinho do Castelo (ou Pelourinho de Arnóia), a Estela de Vila Boa, (Rego) e as Casas da Boavista e do Outeiro (Veade) e como Monumento de Interesse Público o Solar do Souto (S. Clemente).

MN MONUMENTO NACIONAL

LUGAR / CÓDIGO DESIGNAÇÃO TIPOLOGIA DECRETO DATA FREGUESIA Dec. n.º 35532, 15 de Março ARN24 Castelo de Arnoia Castelo, Arnoia Castelo DG 55 de 1946

IIP IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO

CÓDIGO DESIGNAÇÃO LUGAR / TIPOLOGIA DECRETO DATA FREGUESIA Pelourinho do Castelo, Dec.N.º 23122, 11 de Outubro ARN27 Pelourinho Castelo Arnoia DG 231 de 1933 Vila Boa, Dec.N.º 129/77, 29 de Setembro REG06 Estela de Vila Boa Estela Rego DR 226 de 1977 Casa da Boavista, Outeiro, Dec.N.º 29 de Setembro VEA07 Solar incluindo o jardim Veade 129/77,DR 226 de 1977 Outeiro, Dec.N.º 29 de Setembro VEA10 Casa do Outeiro Casa Veade 129/77,DR 226 de 1977

MIP MONUMENTO DE INTERESSE PÚBLICO

CÓDIGO DESIGNAÇÃO LUGAR / TIPOLOGIA DECRETO DATA FREGUESIA Solar do Souto, Vilar, Basto Portaria n.º 13 de Maio BAT12 Solar jardins e quinta (S. Clemente) 283/2013, 2.ª s. de 2013

2. BENS IMÓVEIS EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO

Os imóveis objecto de uma proposta de classificação de nível nacional são considerados, após publicação do despacho de abertura da instrução, Imóveis em Vias de Classificação, beneficiando de protecção legal. Á presente data, existem um imóvel com procedimento de classificação aberto, aguardando assim um parecer final da entidade responsável pela análise da proposta (Direção Geral do Património Cultural) em relação à existência de condições para a possibilidade de poderem vir a ser considerados como Monumento de Interesse Público (MIP). Foi ainda, recentemente, aberto um procedimento de classificação de interesse municipal (IIM).

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Os bens imóveis que se encontram em vias de classificação, tal como os já classificados, estão integrados no inventário por freguesia (no capítulo VI deste documento), com uma nota informativa acerca da sua situação actual de classificação patrimonial.

EVC IMÓVEIS EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO

LUGAR / DESPACHO DE CLASS. CÓDIGO DESIGNAÇÃO TIPOLOGIA FREGUESIA ABERTURA PROP: 27 de Maio de ARN01 Igreja e Convento de Arnoia Mosteiro, Arnoia Convento MIP 2011

GAG05 Casa da Cruz Cruz, Gagos Solar 10 Dez. 2012 IIM

3. BENS IMÓVEIS INVENTARIADOS NO PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DE 1994

No âmbito dos estudos de caracterização sectorial do Plano Director Municipal de 1994, foi inventariado um conjunto de bens imóveis, o qual já sendo significativo (73 elementos), não representa a diversidade e riqueza do conjunto patrimonial existente neste concelho.

PATRIMÓNIO INVENTARIADO NO PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DE 1994

N.º PDM94 CÓDIGO DESIGNAÇÃO FREGUESIA TIPOLOGIA N.º 01 AGI01 Igreja de Agilde Agilde Igreja N.º 02 AGI04 Capela de S. Pedro Agilde Capela N.º 03 ARN08 Casa de Arnoia Arnoia Casa N.º 04 ARN10 Casa do Casal Arnoia Casa N.º 05 ARN11 Casa do Casal de Nino Arnoia Casa N.º 06 ARN13 Casa do Chelo Arnoia Casa N.º 07 ARN18 Casa do Telhô Arnoia Casa N.º 08 ARN19 Casa de Toiande Arnoia Casa N.º 09 ARN20 Solar de Travassinhos Arnoia Solar N.º 10 ARN24 Castelo de Arnóia Arnoia Castelo N.º 11 ARN01 Convento de Arnoia (1) Arnoia Convento N.º 12 ARN01 Igreja Matriz de Arnóia (1) Arnoia Igreja N.º 13 ARN27 Pelourinho do Castelo Arnoia Pelourinho N.º 14 BOR06 Casa de Murgido Borba de Montanha Casa N.º 15 Casas Rurais em Quintela (2) Borba da Montanha Aldeia N.º 16 Casas Rurais na Barrega (2) Borba da Montanha Aldeia N.º 17 BRI18 Casa de Mosqueiros Britelo Casa N.º 18 BRI14 Casa do Outeiro Britelo Casa N.º 19 BRI16 Casa do Prado Britelo Casa N.º 20 BRI01 Igreja Matriz de Britelo Britelo Igreja N.º 21 BRI26 Pelourinho da Vila Britelo Pelourinho N.º 22 CAL02 Ermida da N. S. do Viso Caçarilhe Capela N.º 23 CAL0 7 Cruzeiro de Caçarilhe Caçarilhe Cruzeiro N.º 24 Casas Rurais em Pereira (2) Basto (S. Clemente) Aldeia N.º 25 Casas Rurais na Vacaria (2) Basto (S. Clemente) Aldeia N.º 26 CAN04 Casa do Barreiro Canedo de Basto Casa N.º 27 CAN05 Casa de Cabo de Vila Canedo de Basto Casa

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N.º 28 CAN 10 Casa da Piedade Canedo de Basto Casa N.º 29 CAN1 3 Casa de Val de Esculca Canedo de Basto Casa N.º 30 CAR06 Casa de S.ta Bárbara Carvalho Casa N.º 31 COR03 Casa de Caselhos de Cima Corgo Casa N.º 32 COR05 Casa da Igreja Corgo Casa N.º 33 COR06 Casa do Marvão Corgo Casa N.º 34 COR01 Igreja de S. Romão do Corgo Corgo Igreja N.º 35 FER0 9 Casa do Vinhal Fervença Casa N.º 36 GAG04 Casa de Balouta Gagos Casa N.º 37 GAG05 Casa da Cruz Gagos Casa N.º 38 GAG07 Casa do Pomar Gagos Casa N.º 39 GAG08 Casa da Portela Gagos Casa N.º 40 GAG09 Casa de S. Tiago Gagos Casa N.º 41 GAG10 Casa da Veiga Gagos Casa N.º 42 GEM03 Casa da Laje Gémeos Casa N.º 43 GEM01 Igreja Paroquial de Gémeos Gémeos Igreja N.º 44 MOL03 Casa do Campo Molares Casa N.º 45 MOL04 Casa das Eiras Molares Casa N.º 46 MOL0 2 Capela de S. António Molares Capela N.º 47 Casa de Cabo de Vila (3) Moreira do Castelo Casa N.º 48 MOR03 Casa da Torre Moreira do Castelo Casa N.º 49 OUR02 Casa das Cerdeirinhas Ourilhe Casa N.º 50 OUR04 Casa do Muro Ourilhe Casa N.º 51 Capela do Porto (3) Ourilhe Capela N.º 52 REG06 Estela de Vila Boa Rego Estela N.º 53 RIB01 Igreja de S. Salvador de Ribas Ribas Igreja N.º 54 BAT08 Casa de Arosa Basto (S. Clemente) Casa N.º 55 BAT10 Casa da Gandarela Basto (S. Clemente) Casa N.º 56 Casa da Granja (4) Basto (S. Clemente) Casa N.º 57 BAT11 Casa da Lapeira Basto (s. Clemente) Casa N.º 58 BAT12 Casa do Souto Basto (S. Clemente) Casa N.º 59 BAT01 Igreja de S. Clemente de Basto Basto (S. Clemente) Igreja N.º 60 BAT04 Capela da Senhora da Oliveira Basto (S. Clemente) Capela N.º 61 BAS05 Casa do Paço Basto (Santa Tecla) Casa N.º 62 VAL03 Casa da Igreja Vale de Bouro Casa N.º 63 VAL04 Casa do Melhorado Vale de Bouro Casa N.º 64 VAL0 5 Casa do Outeiro Vale de Bouro Casa N.º 65 VAL07 Casa do Reguengo Vale de Bouro Casa N.º 66 VAL09 Casa da Ribeira Vale de Bouro Casa N.º 67 VAL11 Casa de Sorribas Vale de Bouro Casa N.º 68 VEA07 Casa de Boavista Veade Casa N.º 69 Casa dos Carvalhos (3) Veade Casa N.º 70 VEA06 Casa do Barão Veade Casa N.º 71 VEA10 Casa do Outeiro Veade Casa N.º 72 VEA11 Casa de Veade Veade Casa N.º 73 VEA01 Igreja Matriz de Veade Veade Casa

(1) Correspondem ao mesmo Bem Imóvel presentemente inventariado como ARN01 (Igreja e Convento de Arnoia) (2) Corresponde a um aglomerado populacional rural (aldeia) que não se integra no âmbito desta Carta Patrimonial. 21

(3) Bem imóvel inexistente (4) Localização provavelmente incorrecta (corresponderá à Casa da Granja, na freguesia de Ribas).

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VI. PROPOSTA DE ENQUADRAMENTO DO PATRIMÓNIO CULTURAL NO ÂMBITO DA REVISÃO DO PLANO DIRECTOR MUNICIPAL

A relação entre o património cultural e o Plano Diretor Municipal (PDM) pode ser concretizada através de normas regulamentares e pode, ainda, ter expressão cartográfica. Por outro lado, o direito do “património cultural” assume um conjunto de premissas que não podem deixar de ser tomadas em consideração no âmbito do exercício de planeamento. Em particular, no que diz respeito aos monumentos, conjuntos e sítios classificados ou em vias de classificação, onde as intervenções ou obras não podem ser realizadas sem autorização expressa e o acompanhamento do órgão competente da administração central. Assim e desde logo o PDM terá de fazer a devida menção a estes elementos e garantir que os mesmos constam na carta de condicionantes.

Para um plano que é de abrangência municipal interessa ponderar várias perspetivas sobre os bens culturais. Para além de considerar os bens culturais classificados como de interesse nacional, de interesse público ou em vias de classificação, interessa atender aos restantes elementos ou bens culturais que devido à sua singularidade ou representatividade se apresentam como de “interesse cultural”. Se para os primeiros a sua gestão, bem como das respetivas zonas de proteção, está condicionada a servidões administrativas, onde o município tem limitações ao exercício da sua tutela, já no caso dos restantes bens culturais inventariados as operações de licenciamento podem estar sujeitas a um processo de avaliação que vise a salvaguarda do bem, sendo esta apreciação conduzida pelo município, no âmbito da legislação em vigor e das normas e regulamentos municipais aplicáveis.

Quando nos referimos aos bens de “interesse cultural” queremos não só incluir neste conceito aqueles que eventualmente tenham sido (ou venham a ser) alvo de um processo administrativo resultante na sua classificação (nos termos definidos na legislação em vigor), mas também abarcar um conjunto de bens, móveis ou imóveis, com valor cultural de significado importante que pela sua singularidade e representatividade se lhe reconhece valor cultural suficiente para que tenham, por parte do município, um tratamento e enquadramento que vise a sua salvaguarda e preservação.

Neste trabalho de aplicação do referido conceito ao plano devemos praticar um exercício de ponderação, de forma a não colocar em causa os diferentes interesses que podem estar subjacentes. Interessa, pois, utilizar o princípio da graduabilidade do interesse cultural 1, no sentido de garantir diferentes soluções para bens culturais que nos apresentam diferentes graus de “interesse” ou importância ao nível da sua contextualização municipal. Certos que o exercício de estabelecer uma hierarquização dos bens patrimoniais em diferentes níveis de valor, e de correspondente proteção, pode não se revelar de fácil execução, não devemos deixar de atender que se este não for realizado e optarmos por soluções de inclusão sistemática dos bens identificados no território municipal, podemos ao invés de os proteger, estar a promover a sua banalização e a contribuir para a sua desproteção.

1 José Casalta Nabais, Introdução ao direito do património cultural, livaria Almedina, Coimbra, 2004 23

O Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial introduz a obrigatoriedade destes instrumentos identificarem, entre outros, o património arquitectónico e arqueológico 2, assim como de estabelecerem medidas indispensáveis à protecção e valorização do património, acautelando o uso dos espaços envolventes. A anterior premissa é dada de forma genérica para todos os Instrumentos de Gestão do Território. Em concreto, o referido regime estabelece, para os Planos Municipais de Ordenamento do Território, o objectivo de definirem princípios e regras que visem garantir a preservação do património cultural.

No contexto dos trabalhos da revisão do PDM, a identificação do património é concretizada através de trabalhos sistemáticos ao nível do inventário, materializado na carta arqueológica do concelho e da carta do património arquitectónico, documentos que foram realizados nos últimos sete anos. A definição dos princípios, que visem garantir a preservação do património cultural, é concretizada através das premissas contidas no presente documento e a sua tradução em normas será concretizada na proposta de regulamento do PDM.

Com base nos trabalhos realizados avança-se com a distinção do património cultural construído em quatro níveis valorativos, de acordo com os critérios a seguir expostos:

● Património de superior interesse cultural (V1); ● Património interesse relevante (V2); ● Património de interesse (V3); ● Outros elementos patrimoniais (V4).

● Património de superior interesse cultural

Corresponde aos elementos e conjuntos patrimoniais identificados com o nível V1 na Planta de Ordenamento - Salvaguardas e de Execução do Plano e em anexo ao Regulamento do PDM.

Este nível integra os exemplares arquitectónicos, paisagisticos ou urbanísticos considerados únicos, raros ou excepcionais, no seu contexto espácio-temporal. Os elementos selecionados para este nível tiveram como base critérios de autenticidade, integridade e exemplaridade.

Incluem-se aqui os edifícios classificados ou em vias de classificação como monumento nacional ou imóvel de interesse público (referidos no nos títulos 1 e 2 deste capítulo) e ainda os que se considera serem potencialmente merecedores da classificação de interesse público.

● Património de interesse relevante

Corresponde aos elementos e conjuntos patrimoniais identificados com o nível V2 na Planta de Ordenamento - Salvaguardas e de Execução do Plano e em anexo ao Regulamento do PDM.

2 No âmbito do PDM é considerado apenas o património cultural com incidência territorial, pelo que não se inclui neste estudo o património cultural imaterial nem o património artístico móvel. 24

Este nível integra os edifícios, conjuntos edificados e outros elementos construídos que, não tendo o mesmo carácter de singularidade dos V1, são exemplares representativos da sua tipologia e época histórica (por exemplo: solares, arquitectura religiosa) e inclui ainda os imóveis classificados (que não são edifícios) não identificados no nível anterior.

De um modo geral, os elementos deste nível têm, potencialmente, condições para virem a ser classificados como imóveis de interesse municipal.

• Património de interesse

Corresponde aos elementos e conjuntos patrimoniais identificados com o nível V3 em anexo ao Regulamento do PDM.

Estão aqui incluídos os elementos que, tendo características individuais comuns, integram uma categoria tipológica relevante a nível concelhio ou sub-regional ou que possuem importância de nível local em termos de preservação da memória de época ou função.

Este nível inclui ainda vários aglomerados habitacionais com interesse patrimonial em termos de conjunto (com excepção de dois, que estão no nível V2).

• Outros elementos patrimoniais

Este nível integra os restantes elementos inventariados, identificados com o nível V4 em anexo ao Regulamento do PDM, cujas características tipológicas e cronológicas menos claras, ou o estado de conservação, não permitem a sua inclusão nos níveis superiores.

A identificação dos elementos patrimoniais por nível valorativo, que constitui o Anexo VII do Regulamento do PDM, corresponde à listagem do inventário, apresentada no final do presente documento .

Em termos de princípios a aplicar a cada um destes níveis propõe-se, mais concretamente, o seguinte:

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• Medidas de salvaguarda a aplicar ao património de superior interesse cultural (V1) e património interesse relevante (V2)

A Câmara Municipal, no limite e âmbito da sua competência e de acordo com o disposto no regulamento do PDM, apenas deverá permitir, na área ocupadas por estes elementos e na sua envolvente, intervenções que contribuam para a protecção, valorização ou usufruição do património identificado, salvaguardando o seguinte: o Todas as intervenções nestes elementos deverão ser realizadas de acordo com as características particulares dos mesmos e considerando o objetivo de garantir a sua preservação; o Todos os elementos dos níveis V1 e V2 beneficiam de áreas de salvaguarda de 100 metros, medidos a partir do seu perímetro exterior (polígono definido na Carta do Património e na Planta de Ordenamento - Salvaguardas e de Execução do Plano), sem prejuízo das zonas de protecção estabelecidas pelo quadro legal em vigor, no caso do património classificado e em vias de classificação. o Competirá aos serviços municipais, no âmbito dos processos de controlo prévio das operações urbanísticas (licenciamento, autorização, comunicação prévia), garantir que as intervenções propostas nos elementos patrimoniais, bem como nas respectivas áreas de salvaguarda, são as mais correctas e que não prejudicam o valor historico-cultural do bem patrimonial nem o seu enquadramento visual. o Para esse feito será obrigatória a apresentação de um relatório elaborado por técnico habilitado, que fará parte da instrução dos processos, onde se evidencie que as soluções propostas para a intervenção, incluindo eventuais obras de demolição, não porão em causa a preservação das características particulares do bem que lhe conferem o estatuto de património cultural. o A mesma exigência aplica-se a quaisquer intervenções dentro das áreas de salvaguarda, devendo a Câmara Municipal impor condicionamentos à configuração dos edifícios e às atividades a instalar de modo a não prejudicar, visual ou funcionalmente, o valor patrimonial. o Para a viabilização da intervenção pretendida é indispensável a validação do relatório acima referido pela Câmara Municipal, com base em apreciação técnica dos serviços municipais competentes, devendo sempre recusar essa viabilização quando se identifique, fundamentadamente, o risco das intervenções colocarem em causa a preservação do elemento patrimonial.

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o No caso do património classificado e em vias de classificação, será aplicado o enquadramento legal previsto na lei de bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural, para além do aqui proposto.

• Medidas de salvaguarda a aplicar ao património de interesse (V3)

No sentido de garantir que as intervenções em elementos ou conjuntos patrimoniais são as mais corretas, do ponto de vista da preservação do valor cultural, deverão ser adoptadas as seguintes medidas de protecção:

o Todos os elementos do nível V3 beneficiam de áreas de salvaguarda de 50 metros, medidos a partir do seu perímetro exterior (polígono definido na Carta do Património) o No âmbito dos processos de controlo prévio das operações urbanísticas que incidam sobre elementos ou conjuntos do nível V3 e respectivas áreas de salvaguarda , deverá ser apresentado um relatório elaborado por técnico habilitado, que fará parte da instrução dos processos, onde se evidencie que as intervenções pretendidas (nomeadamente as obras de demolição) não porão em causa a preservação das características particulares do bem que lhe conferem o estatuto de património cultural. o Os serviços municipais competentes, podem sempre recusar a viabilização das intervenções caso identifiquem o risco dessas intervenções submetidas colocarem em causa a preservação do elemento patrimonial ou afectarem o seu valor histórico-cultural.

• Medidas de salvaguarda a aplicar aos outros elementos patrimoniais (V4)

Neste nível, será da competência municipal, no seu âmbito de acção, assegurar que as intervenções nestes elementos não diminuem ou prejudicam seu interesse patrimonial, pelo que:

o Todos os elementos do nível V4 beneficiam de áreas de salvaguarda de 50 metros, medidos a partir do seu perímetro exterior (polígono definido na Carta do Património) o Os serviços municipais competentes, no âmbito dos processos de controlo prévio das operações urbanísticas, podem sempre, fundamentando, recusar a viabilização das intervenções pretendidas (nomeadamente as obras de demolição) caso identifiquem o risco dessas intervenções submetidas colocarem em causa a preservação do elemento patrimonial ou afectarem o seu valor histórico- cultural.

As áreas de salvaguarda atrás referidas são uma opção da Câmara Municipal, constituindo uma medida de proteção que complementa mas não prejudica as zonas de proteção impostas pela lei geral, quando aplicáveis. Quando forem constituídas zonas especiais de proteção são estas que prevalecem.

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VII. INVENTÁRIO DO PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO

A listagem dos bens imóveis identificados no concelho de Celorico de Basto é apresentada por freguesia e por nível valorativo. Em anexo apresentam-se as fichas individuais de caraterização dos elementos integrados no nível valorativo V1.

Existem alguns elementos do nível V4 que não foi possível identificar na cartografia e outros que estão representados com uma localização aproximada ou que ainda necessita de confirmação, estando essas situações assinaladas na listagem. Trata-se essencialmente de elementos de pequena dimensão (alminhas, cruzeiros, moinhos, espigueiros) e de casos em que há dúvidas na correspondência entre a designação e o imóvel. Estes elementos foram inventariados com base em referências escritas ou orais e, dado que inicialmente se ponderou não incluir este nível na Carta do Património, não foi realizado um trabalho de campo mais exaustivo, o que poderá ser feito numa fase posterior.

O inventário do património arquitetónico continuará a ser um documento aberto, já que a prospeção poderá ainda ser aprofundada em algumas das freguesias do concelho, em especial no que se refere às tipologias do património arquitetónico vernacular / popular que estão associadas a actividades agrícolas ou produtivas. Poderão ainda alguns imóveis vir a merecer um nível valorativo superior ao atual, se forem alvo de intervenções de conservação ou valorização.

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CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO AGI 9,01 km² 1227 AGILDE (Santa Eufémia)

Igreja de Santa Eufémia de Agilde

Código Designação Localização Tipologia Nível AGI01 Igreja de Santa Eufémia de Agilde Estrada Igreja V3 AGI02 Capela do Bonfim Alijão Capela V4 AGI03 Capela de N.ª Sr.ª da Rosa Barreiro Capela V3 AGI04 Capela de S. Pedro do Ó S. Pedro Capela V3 AGI05 Casa das Avelosas Carvalheiras Casa V3 AGI06 Cruzeiro de Agilde Estrada Cruzeiro V4 AGI07 Cruzeiro de N.ª Sr.ª da Rosa Barreiro Cruzeiro V4 AGI08 Cruzeiro de S. Pedro do Ó S. Pedro Cruzeiro V4 AGI09 Moinho da Carreira (*) Carreira Moinho V4 AGI10 Moinho da Ribeira (*) Ribeira Moinho V4 AGI11 Moinho da Várzea Várzea Moinho V4 AGI12 Alminhas do Barreiro (*) Barreiro Alminhas V4 AGI13 Alminhas da Costa (*) Costa Alminhas V4 AGI14 Alminhas de S. Pedro (*) S. Pedro Alminhas V4 AGI15 Alminhas da Várzea (*) Várzea Alminhas V4 AGI16 Povoação de Costa Costa Conjunto V3 AGI17 Povoação de Carreira Carreira Conjunto V3 AGI18 Povoação de Carvalheiras Carvalheiras Conjunto V3

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 4 Património Arquitectónico Religioso 11 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 3

______(*) Não identificado na cartografia (**) Localização cartográfica aproximada ou que necessita confirmação.

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CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO ARN 18,73 km² 1702 ARNOIA (São João)

Castelo de Arnoia

Código Designação Localização Tipologia Nível ARN01 Igreja e Convento de Arnoia Mosteiro Convento V1 (EVC) ARN02 Botica da Villa de Basto (1) Castelo Edifício V3 ARN03 Cadeia e Casa das Audiências (1) Castelo Edifício V3 ARN04 Capela de Santa Luzia Castelo Capela V3 ARN05 Capela de Santo Amaro Lourido Capela V3 ARN06 Capela de Santo Tirso Santo Tirso Capela V3 ARN07 Capela de S. Sebastião S. Sebastião Capela V3 ARN08 Casa de Arnoia Arnoia Solar V2 ARN09 Casa da Bouça Bouça Casa V3 ARN10 Casa do Casal Boucinha Solar V2 ARN11 Casa do Casal de Nino Casal de Nino Casa V3 ARN12 Casa de Cerqueda Cerqueda Casa V3 ARN13 Casa de Chelo Chelo Casa V3 ARN14 Casa de Fijô Fijô Casa V4 ARN15 Casa do Paço de Freixieiro (2) Celorico de Basto Solar V2 ARN16 Casa da Portelinha Portelinha Casa V4 ARN17 Casa de Sarrazinhos Cruz de Baixo Casa V4 ARN18 Casa de Telhô S. Sebastião Solar V2 ARN19 Casa de Toiande Bouça Solar V2 ARN20 Casa de Travassinhos Cruz de Baixo Solar V1 ARN21 Cruzeiro de Arnoia Mosteiro Cruzeiro V4 ARN22 Cruzeiro de N.ª Sr.ª da Piedade (3) Boucinha Cruzeiro V3 ARN23 Casa de Vila Verde Casa V4 ARN24 Castelo de Arnoia Castelo Castelo V1 (MN) ARN25 Povoação do Castelo ou “Villa de Basto” Castelo Conjunto V2 ARN26 Forca de Arnoia Castelo Forca V4 ARN27 Pelourinho do Castelo (1) Castelo Pelourinho V2 (IIP) ARN28 Cerca Conventual do Mosteiro de Arnoia (*) Mosteiro Cerca V4

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ARN29 Ponte de arame de Lourido Lourido Ponte V4 ARN30 Ponte do Tapado Arnoia Ponte V3 ARN31 Alminhas de Campêlo (*) Campêlo Alminhas V4 ARN32 Alminhas de Cima de Vila (*) Cima de Vila Alminhas V4 ARN33 Alminhas da Cruzinha Cruzinha Alminhas V4 ARN34 Alminhas de Outeiro Coelhos (**) Outeiro Coelhos Alminhas V4 ARN35 Alminhas de Vilalva (*) Vilalva Alminhas V4 ARN36 Tanque do Castelo (1) Castelo Tanque V4 ARN37 Moinhos de Cêgoa (*) Cêgoa Moinhos V4 ARN38 Moinhos do Combro Combro Moinhos V4 ARN39 Alminhas de Chelo Chelo Alminhas V4 ARN40 Alminhas do Castelo 2 Castelo Alminhas V4 ARN41 Povoação de Cruz de Baixo Cruz de Baixo Conjunto V3 ARN42 Conjunto de Casal de Nino Casal de Nino Conjunto V3 ARN43 Povoação de Cerqueda Cerqueda Conjunto V3 ARN44 Casa de Souto Maior Souto Maior Casa V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Administrativo 2 Património Arquitectónico Civil 21 Património Arquitectónico de Equipamentos 1 Património Arquitectónico Militar 1 Património Arquitectónico Religioso 15 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 2 Património Arquitectónico Viário 2

(1) Elementos que integram a Povoação da “Villa de Basto” (ARN25). (2) Inclui um pequeno pombal. (3) Inclui um pequeno espaço ajardinado anteriormente pertencente à Casa do Casal.

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CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO BAS 3,20 km² 212 BASTO (Santa Tecla)

Igreja de Santa Tecla de Basto

Código Designação Localização Tipologia Nível BAS01 Igreja de Santa Tecla de Basto Levandeira Igreja V3 BAS02 Capela de N.ª Sr.ª da Graça Feixe Capela V3 BAS03 Casa da Lameira Qt.ª da Lameira Casa V4 BAS04 Casa da Levandeira Levandeira Casa V3 BAS05 Casa do Paço Quintã Solar V4 BAS06 Casa em Aveia (1) Aveia Casa V4 BAS07 Moinho de Penagude (**) Rio Moinho V4 BAS08 Moinhos e Levadas de Santa Tecla (**) Rio Moinhos V3 BAS09 Alminhas de Nogueira Nogueira Alminhas V4 BAS10 Alminhas de Toutaim (*) Toutaim Alminhas V4 BAS11 Azenha da Bouça Bouças Azenha V4 BAS12 Espigueiro de Nogueira Nogueira Espigueiro V4 BAS13 Povoação de Travaços Travaços Conjunto V3

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 5 Património Arquitectónico Religioso 4 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 4

(1) Apenas o alçado com a janela decorada

32

CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO BAT 15,41 km² 1524 BASTO (São Clemente)

Jardim da Casa de Gandarela

Código Designação Localização Tipologia Nível BAT01 Igreja de São Clemente de Basto Vilar Igreja V2 BAT02 Capela de N.ª Sr.ª do Amparo Pereira Capela V3 BAT03 Capela das Almas / de N.ª Sr.ª da Guia Pereira Capela V3 BAT04 Capela de N.ª Sr.ª da Oliveira Gandarela Capela V2 BAT05 Capela de S. Gonçalo S. Gonçalo Capela V3 BAT06 Capela de S. José Ferrã Capela V3 BAT07 Capela de S. Sebastião Portelinha Capela V3 BAT08 Casa da Arosa Arosa Solar V2 BAT09 Casa de Arosa de Baixo Arosa Casa V4 BAT10 Casa de Gandarela Gandarela Solar V1 BAT11 Casa da Lapeira Lapeira Solar V2 BAT12 Solar do Souto Vilar Solar V1 (MIP) BAT13 Casa da Torre Crasto Casa V3 BAT14 Casa da Venda Gandarela Casa V3 BAT15 Cruzeiro de S. Clemente de Basto Vilar Cruzeiro V4 BAT16 Fonte de Gandarela Gandarela Fonte V4 BAT17 Marco de Vacaria Vacaria Marco V4 BAT18 Ponte de Freiria Freiria Ponte V4 BAT19 Ponte Pedrinha Ponte Pedrinha Ponte V3 BAT20 Ponte do Piago Negro Piago Negro Ponte V4 BAT21 Alminhas de Gandarela Gandarela Alminhas V4 BAT22 Alminhas de Pereira (*) Pereira Alminhas V4 BAT23 Alminhas de Vilar (*) Vilar Alminhas V4 BAT24 Casa da Família Ribeiro Pereira Casa V4 BAT25 Moinho de Bacelo Bacelo Moinho V4 BAT26 Antiga Escola Primária de S. Gonçalo S. Gonçalo Edifício V4 BAT27 Alminhas de Gandarela de Cima (*) Gandarela Alminhas V4 BAT28 Povoação de Pereira Pereira Conjunto V3

33

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Administrativo 1 Património Arquitectónico Civil 10 Património Arquitectónico de Equipamentos 1 Património Arquitectónico Religioso 12 Património Arquitectónico Viário 3 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 1

34

CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO BOR 10,89 km² 1294 BORBA DA MONTANHA (Santa Maria)

Vale de Borba

Código Designação Localização Tipologia Nível BOR01 Igreja de St.ª M.ª de Borba da Montanha Assento Igreja V3 BOR02 Capela de Santo Amaro Borba Capela V3 BOR03 Capela de Santo António Assento Capela V3 BOR04 Capela de S. Brás Barrega Capela V3 BOR05 Capela de S. José (1) Barrega Capela V3 BOR06 Casa de Murgido Murgido Casa V3 BOR07 Cruzeiro de Cabanelas Cabanelas Cruzeiro V3 BOR08 Alminhas de Mondrões (*) Mondrões Alminhas V4 BOR09 Alminhas de Santo António (*) Vilar Alminhas V4 BOR10 Azenha de Barrega Barrega Azenha V4 BOR11 Espigueiro de Quintela (*) Quintela Espigueiro V4 BOR12 Moinhos de Afães (*) Afães Moinhos V4 BOR13 Moinho de Alvarães (*) Alvarães Moinho V4 BOR14 Moinho de Borba (*) Ribeira de Borba Moinho V4 BOR15 Moinhos de Quintela (*) Quintela Moinhos V4 BOR16 Casa da Carreira Barrega Casa V4 BOR17 Povoação de Quintela Quintela Conjunto V3 BOR18 Povoação de Cabanelas de Cima Cabanelas Conjunto V3 BOR19 Povoação de Cabanelas de Além Cabanelas Conjunto V3 BOR20 Povoação de Alvarães Alvarães Conjunto V3 BOR21 Povoação de Vilar Vilar Conjunto V3

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 7 Património Arquitectónico Religioso 8 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 6

(1) Designação com relativa incerteza.

35

CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO BRI 7,78 km² 2561 BRITELO (São Pedro)

Conjunto de Vila Nova de Freixieiro

Código Designação Localização Tipologia Nível BRI01 Igreja de São Pedro de Britelo Assento Igreja V2 BRI02 Busto de João Pinto Ribeiro Celorico de Basto Escultura V4 BRI03 Capela de N.ª Sr.ª da Conceição Celorico de Basto Capela V3 BRI04 Capela de N.ª Sr.ª da Saúde Celorico de Basto Capela V2 BRI05 Capela de Santa Luzia Celorico de Basto Capela V3 BRI06 Casa da Avenida Celorico de Basto Casa V4 BRI07 Casa Barroso Celorico de Basto Edifício V4 BRI08 Casa do Burguete Celorico de Basto Casa V4 BRI09 Casa dos Farias Celorico de Basto Casa V3 BRI10 Casa dos Carvalhos Celorico de Basto Casa V3 BRI11 Casa de Crespos ou da Aldeia Crespos Casa V4 BRI12 Conjunto de Vila Nova de Freixieiro Celorico de Basto Conjunto V2 BRI13 Casa do Outeiro (da Ribeira) Celorico de Basto Casa V2 BRI14 Casa do Outeiro (de Santa Luzia) Celorico de Basto Solar V2 BRI15 Casa de Pereira Pereira Casa V3 BRI16 Casa do Prado (1) Celorico de Basto Solar V1 BRI17 Casa da Roda Celorico de Basto Casa V3 BRI18 Casa de Mosqueiros Mosqueiros Solar V2 BRI19 Casa de Seixomil Cruz Casa V4 BRI20 Cruzeiro de Britelo Cruz Cruzeiro V4 BRI21 Casa do Paço Seturrada Casa V4 BRI22 Estação de Celorico de Basto Celorico de Basto Estação V2 BRI23 Estátua de S. Pedro Celorico de Basto Escultura V4 BRI24 Casa da Vinha de Mosqueiros Mosqueiros Casa V3 BRI25 Fonte do Tanque Celorico de Basto Fonte V3 BRI26 Pelourinho de Celorico de Basto Celorico de Basto Pelourinho V2 BRI27 Ponte do Freixieiro Celorico de Basto Ponte V3 BRI29 Quinta da Corredoura Corredoura Casal V4

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BRI30 Alminhas da Cruz Cruz Alminhas V4 BRI31 Alminhas da Paixão Paixão Alminhas V4 BRI32 Alminhas da Venda Nova Venda Nova Alminhas V4 BRI35 Casa dos Desvalidos Celorico de Basto Casa V4 BRI36 Alminhas de Boeiros (**) Boeiros Alminhas V4 BRI37 Casa da Residência Paroquial Assento Casa V4 BRI38 Casa de Britelo Veiga Casa V4 BRI39 Casa da Fareleira Cruz Casa V4 BRI40 Casa dos Tojais Celorico de Basto Casa V4 BRI41 Casa da Levada Celorico de Basto Casa V4 BRI42 Estátua do Cardeal D. António Ribeiro Celorico de Basto Escultura V4 BRI43 Escultura “Estudo da Elipse” (2) Celorico de Basto Escultura V4 BRI44 Casa de N.ª Sr.ª da Saúde Celorico de Basto Casa V4 BRI45 Capela de Santa Iria Seturrada Capela V4 BRI46 Casa do Marquês de Valença (3) Celorico de Basto Casa V3 BRI47 Tribunal de Celorico de Basto Celorico de Basto Edifício V3 BRI48 Edifício do antigo Tribunal e Cadeia (3) Celorico de Basto Edifício V3 BRI49 Fonte da Praça (3) Celorico de Basto Fonte V3 BRI50 Moinhos do Seco / da Bouça (4) (**) Bouça de Mosqueiros Moinhos V4 BRI51 Ponte da Raposa Bouça de Mosqueiros Ponte V3 BRI5 2 Povoação de Mosqueiros Mosqueiros Conjunto V3

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Administrativo 1 Património Arquitectónico Civil 28 Património Arquitectónico de Equipamentos 2 Património Arquitectónico Religioso 10 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 1 Património Arquitectónico Viário 2 Património Diverso 4

(1) Sede da Câmara Municipal (2) Recentemente furtada (3) Elementos integrados na Vila Nova de Freixieiro (BRI12) (4) Conjunto de 4 moinhos identificados individualmente na cartografia

37

CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO CAL 5,95 km² 466 CAÇARILHE (São Miguel)

Igreja de S. Miguel de Caçarilhe

Código Desginação Localização Tipologia Nível CAL0 1 Igreja de São Miguel de Caçarilhe Carvalhal Igreja V3 CAL02 Capela de N.ª Sr.ª do Viso Viso Ermida V3 CAL03 Casa de Linhares Linhares Casa V4 CAL06 Casa do Telhado Telhado Casa V4 CAL07 Cruzeiro de Caçarilhe Carvalhal Cruzeiro V4 CAL08 Cruzeiro do Viso Viso Cruzeiro V4 CAL0 9 Alminhas do Carvalhal (*) Carvalhal Alminhas V4 CAL 10 Alminhas do Telhado Telhado Alminhas V4 CAL1 1 Moinho da Aldeia (*) Aldeia Moinho V4 CAL1 2 Moinho da Carreira (*) Carreira Moinho V4 CAL1 3 Moinhos de Basto (*) Basto Moinhos V4 CAL1 4 Moinho do Telhado (*) Telhado Moinho V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 2 Património Arquitectónico Religioso 6 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 4

38

CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO CAN 9,98 km² 1010 CANEDO DE BASTO (Santa Maria)

Vista geral da Casa do Barreiro

Código Designação Localização Tipologia Nível CAN0 1 Igreja de St.ª Maria de Canedo Bt.º (nova) Santa Luzia Igreja V3 CAN02 Igreja de St.ª Maria de Canedo Bt.º (antiga) Cerdeirinhas Igreja V2 CAN0 3 Casa do Bairro Bairro, St.ª Luzia Casa V4 CAN0 4 Casa do Barreiro (ou de Canedo) Barreiro Solar V2 CAN0 5 Casa de Cabo Vila Cabo de Vila Solar V2 CAN0 6 Casa do Eido Santa Luzia Casa V4 CAN 07 Casa de Figueiredo Figueiredo Solar V2 CAN08 Casa de Queirões Queirões Casa V4 CAN09 Casa de Padredo (de Baixo) Padredo Casa V4 CAN10 Casa da Piedade (ou da Portela) Santa Luzia Casa V4 CAN1 1 Casa do Rego Santa Luzia Casa V3 CAN1 2 Casa da Renda Corredoura Casa V4 CAN1 3 Casa de Vale de Esculca Vale de Esculca Casa V3 CAN1 4 Cruzeiro de Canedo de Basto Cerdeirinhas Cruzeiro V4 CAN15 Estação de Canedo de Basto Santa Luzia Estação V3 CAN1 6 Marco de Canedo (*) Marco Marco V4 CAN17 Moinhos de Chedas (1) Chedas Moinhos V4 CAN18 Moinho da Serra Serra, St.ª Luzia Moinho V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Administrativo 1 Património Arquitectónico Civil 11 Património Arquitectónico Religioso 3 Património Arquitectónico Viário 1 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 2

(1) Conjunto de 3 moinhos identificados individualmente na cartografia

39

CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO CAR 6,82 km² 789 CARVALHO (São Miguel)

Igreja de S. Miguel de Carvalho

Código Designação Localização Tipologia Nível CAR0 1 Igreja de São Miguel de Carvalho Feira Igreja V3 CAR02 Capela de Santa Bárbara Robalde Capela V3 CAR03 Capela de Santo Afonso Maria Ligório Covas Capela V3 CAR04 Casa da Aldeia Pousada Casa V3 CAR05 Casa do Campo / de Carvalho Feira Casa V3 CAR06 Casa de Santa Bárbara Robalde Casa V3 CAR07 Casa da Subinha Subinha Casa V4 CAR08 Cruzeiro de Carvalho Feira Cruzeiro V4 CAR09 Cruzeiro dos Centenários Matinho Cruzeiro V3 CAR10 Espigueiro de Lamas Campo Espigueiro V4 CAR11 Antiga Escola Primária de Carvalho Feira Edifício V4 CAR12 Fonte de Queirós (*) Carvalho Fonte V4 CAR13 Fonte de Santa Bárbara Robalde Fonte V4 CAR14 Moinhos de Covas Covas Moinhos V4 CAR15 Moinho de Silvares Silvares Moinho V4 CAR16 Alminhas do Assento Feira Alminhas V4 CAR17 Alminhas da Cabreira (*) Cabreira Alminhas V4 CAR18 Alminhas do Castelo 1 (*) Castelo Alminhas V4 CAR19 Alminhas do Cemitério (**) Matinho Alminhas V4 CAR20 Alminhas de Covas (*) Covas Alminhas V4 CAR21 Alminhas de Pousada (**) Pousada Alminhas V4 CAR22 Moinho de Pousada (*) Pousada Moinho V4 CAR2 3 Povoação de Covas Covas Conjunto V3

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 6 Património Arquitectónico de Equipamentos 2 Património Arquitectónico Religioso 11 Património Arquitectónico Popular / Vernacular (agrícola e industrial) 4

40

CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO COD 10,70 km² 444 CODESSOSO (Santo André)

Igreja de Santo André de Codeçoso

Código Designação Localização Tipologia Nível COD 01 Igreja de Santo André de Codessoso Igreja Igreja V3 COD02 Casa de Vila Pouca Espariz Casa V3 COD03 Casa do Casal do Fundo Casal do Fundo Casal V4 COD04 Estação de Codeçoso Alvarinhas Estação V3 COD05 Viaduto das Carvalhas Carvalhas Viaduto V4 COD06 Alminhas da Costa (*) Costa Alminhas V4 COD07 Alminhas da Fonte Nova (*) Fonte Nova Alminhas V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 2 Património Arquitectónico Religioso 3 Património Arquitectónico Viário 2

41

CÓDIGO ÁREA HABITANTE DESIGNAÇÃO COR 3,25 km² 311 CORGO (São Romão)

Casa dos Caselhos

Código Designação Localização Tipologia Nível COR0 1 Igreja de São Romão do Corgo São Romão Igreja V3 COR02 Capela de S. Bartolomeu Vila Nova Capela V3 COR03 Casa dos Caselhos Caselhos Solar V2 COR04 Casa de Fundevila Fundo de Vila Casa V3 COR05 Casa da Igreja São Romão Solar V2 COR06 Casa do Marvão Marvão Solar V2 COR07 Cruzeiro de S. Romão São Romão Cruzeiro V3 COR08 Fonte da Igreja / Corgo São Romão Fonte V4 COR09 Levada de Caselhos Vila Nova Levada V4 COR10 Alminhas de Vila Nova (*) Vila Nova Alminhas V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 4 Património Arquitectónico de Equipamentos 2 Património Arquitectónico Religioso 4

42

CÓDIGO ÁREA HABITANTE DESIGNAÇÃO FER 12,05 km² 1445 FERVENÇA (Divino Salvador)

Moinho de Eirô

Código Designação Localização Tipologia Nível FER0 1 Igreja do Divino Salvador de Fervença Assento Igreja V2 FER02 Capela de N.ª Sr.ª da Ajuda Dafões Capela V4 FER04 Capela de S. Bento Samil Capela V4 FER05 Casa do Fontão Fontão Casa V4 FER06 Casa de Fundoães de Cima Fundoães Casa V4 FER07 Casa de Fundo de Vila Fundo de Vila Casa V4 FER08 Casa da Prelada / Asparedes Prelada Casa V3 FER09 Casa do Vinhal Vinhal Casa V3 FER10 Cruzeiro da Devesa Devesa Cruzeiro V4 FER11 Cruzeiro de S. Bento Samil Cruzeiro V4 FER12 Cruzeiro do Tapado (*) Tapado Cruzeiro V4 FER13 Moinho de Eirô (*) Póvoa Moinho V4 FER14 Moinho de Fundevila Fundo de Vila Moinho V4 FER15 Moinhos da Ribeira de Santa Natália (*) Formas Moinhos V4 FER16 Alminhas do Burguinho (*) Burguinho Alminhas V4 FER17 Alminhas de Paredes (*) Paredes Alminhas V4 FER18 Alminhas do Souto (*) Souto Alminhas V4 FER19 Alminhas do Tapado (*) Tapado Alminhas V4 FER20 Povoação de Paredes Paredes Conjunto V3 FER21 Povoação de Vinhal Vinhal Conjunto V3 FER22 Povoação de Paradela Paradela Conjunto V3

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 8 Património Arquitectónico Religioso 11 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 3

43

CÓDIGO ÁREA HABITANTE DESIGNAÇÃO GAG 4,41 km² 628 GAGOS (São Tiago)

Capela de N.ª Sr.ª da Goma / dos Prazeres

Código Designação Localização Tipologia Nível GAG01 Igreja de S. Tiago de Gagos Assento Igreja V3 GAG02 Capela de N.ª Sr.ª dos Prazeres / Goma Cruz / Goma Capela V2 GAG03 Capela de S. Caetano S. Caetano Ermida V3 GAG04 Casa da Balouta Passagem Casa V3 GAG05 Casa da Cruz Cruz Solar V2 (EVC) GAG06 Casa do Sobrado Muchões Casa V4 GAG07 Casa do Pomar Atães Casa V2 GAG08 Casa da Portela Portela Solar V2 GAG09 Casa de Santiago Igreja Casa V3 GAG10 Casa da Veiga Veiga Solar V2 GAG11 Cruzeiro da de N.ª Sr.ª dos Prazeres Cruz / Goma Cruzeiro V2 GAG12 Cruzeiro de S. Caetano S. Caetano Cruzeiro V4 GAG14 Fonte de S. Caetano S. Caetano Fonte V4 GAG15 Marco da Goma (*) Cruz / Goma Marco V4 GAG16 Marco do Monte (*) Monte Marco V4 GAG17 Marco da Sobreira (*) Sobreira Marco V4 GAG18 Alminhas do Assento (*) Assento Alminhas V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Administrativo 3 Património Arquitectónico Civil 7 Património Arquitectónico de Equipamentos 1 Património Arquitectónico Religioso 6

44

CÓDIGO ÁREA HABITANTE DESIGNAÇÃO GEM 4,02 km² 650 GÉMEOS (São Miguel)

Vista geral da Casa de Outeiro de Quintela

Código Designação Localização Tipologia Nível GEM0 1 Igreja de São Miguel de Gémeos Igreja Igreja V3 GEM02 Casa de Adoufe Adoufe Casa V4 GEM03 Casa da Laje Laje Solar V2 GEM04 Casa de Loureiro Loureiro Casa V3 GEM05 Casa do Outeiro de Quintela Quintela Solar V3 GEM06 Casa de Refontoura (1) Refontoura Casa V4 GEM07 Casa de S. Silvestre (2) S. Silvestre Solar V3 GEM09 Casa de Vilar Vilar Casa V3 GEM10 Cruzeiro de S. Miguel de Gémeos Igreja Cruzeiro V4 GEM11 Ponte de Além Rio (*) Além Rio Ponte V4 GEM12 Ponte de Boques (**) Boques Ponte V4 GEM13 Engenho de Além Rio (*) Além Rio Engenho V4 GEM14 Moinho da Carvalha Parque do Freixieiro Moinho V4 GEM15 Moinho do Fundo Quintela Moinho V4 GEM16 Moinho de Lama Lama Moinho V4 GEM17 Moinho de Loureiro Loureiro Moinho V4 GEM18 Moinho de Além Rio (*) Além Rio Moinho V4 GEM19 Moinho de Quintela Quintela Moinho V4 GEM20 Alminhas de Lama (*) Lama Alminhas V4 GEM21 Alminhas do Fontão (*) Fontão Alminhas V4 GEM22 Moinho do Bernardo Parque do Freixieiro Moinho V4 GEM2 3 Engenho de Azeite de S. Silvestre Parque do Freixieiro Engenho V4 GEM24 Ponte do Engenho de S. Silvestre Parque do Freixieiro Ponte V3 GEM25 Povoação de Loureiro Loureiro Conjunto V3

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 8 Património Arquitectónico Religioso 4 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 9

45

Património Arquitectónico Viário 3

(1) Inclui um cruzeiro de grandes dimensões. (2) Biblioteca Municipal.

46

CÓDIGO ÁREA HABITANTE DESIGNAÇÃO INF 5,53 km² 292 INFESTA (Divino Salvador)

Igreja de S. Salvador de Infesta

Código Designação Localização Tipologia Nível INF0 1 Igreja do Divino Salvador de Infesta Assento Igreja V3 INF02 Capela de Santa Luzia Rebordões Capela V3 INF03 Capela de S. Gonçalo Lamelas Capela V3 INF04 Casa das Cales Cales Casa V3 INF05 Casa de Real Real Casa V4 INF06 Casa da Torre Rebordões Casa V2 INF07 Cruzeiro de Infesta Assento Cruzeiro V4 INF08 Alminhas do Chamusco (*) Chamusco Alminhas V4 INF09 Alminhas da Ponte do Feixe Ponte do Feixe Alminhas V4 INF10 Alminhas de Rebordões Rebordões Alminhas V4 INF11 Povoação de Rebordões Rebordões Conjunto V3

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 4 Património Arquitectónico Religioso 7

47

CÓDIGO ÁREA HABITANTE DESIGNAÇÃO MOL 3,07 km² 621 MOLARES (Santo André)

Casa do Campo

Código Designação Localização Tipologia Nível MOL0 1 Igreja de Santo André de Molares Cruzeiro Igreja V2 MOL0 2 Capela de Santo António Cruzeiro Capela V2 MOL0 3 Casa do Campo Campo Solar V1 MOL0 4 Casa das Eiras Pouso Solar V2 MOL0 5 Casa da Fonte Coberta Fonte Coberta Solar V3 MOL0 6 Casa do Outeiro Cruzeiro Casa V3 MOL0 7 Casa dos Portais Campo Casa V4 MOL08 Cruzeiro de Molares Cruzeiro Cruzeiro V4 MOL09 Casa do Brasileiro (1) Barrocas Casa V4 MOL10 Moinho do Salgueiro (**) Salgueiro Moinho V4 MOL11 Moinho de Soutelo Soutelo Moinho V4 MOL12 Ponte do Lavadouro Chousa Ponte V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 6 Património Arquitectónico Religioso 3 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 2 Património Arquitectónico Viário 1

(1) Poderá ter outra designação

48

CÓDIGO ÁREA HABITANTE DESIGNAÇÃO MOR 6,14 km² 627 MOREIRA DO CASTELO (Santa Maria)

Vista geral da Casa de Sequeiros

Código Designação Localização Tipologia Nível MOR 01 Igreja de St.ª Maria de Moreira do Castelo Igreja Igreja V3 MOR02 Casa de Sequeiros Sequeiros Solar V3 MOR03 Casa da Torre (1) Torre Casa V3 MOR04 Cruzeiro de Moreira do Castelo Igreja Cruzeiro V4 MOR05 Alminhas de Combros (*) Combros Alminhas V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 2 Património Arquitectónico Religioso 3

(1) Inclui dois grupos de edificações

49

CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO OUR 5,37 km² 459 OURILHE (São Tiago)

Igreja de S. Tiago de Ourilhe

Código Designação Localização Tipologia Nível OUR0 1 Igreja de S. Tiago de Ourilhe Igreja Igreja V3 OUR02 Casa das Cerdeirinhas Cerdeirinhas Solar V2 OUR03 Casa de Fundevila Fundo de Vila Solar V3 OUR04 Casa do Muro Muro Solar V3 OUR05 Alminhas das Cerdeirinhas Vinhaça Alminhas V4 OUR06 Alminhas da Igreja Igreja Alminhas V4 OUR07 Moinho das Cerdeirinhas Cedreirinhas Moinho V4 OUR08 Moinho de Bandufe (**) Crasto Moinho V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 3 Património Arquitectónico Religioso 3 Património Arquitectónico Popular / Vernacular (agrícola e industrial) 2

50

CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO REG 17,09 km² 1241 REGO (São Bartolomeu)

Igreja de S. Bartolomeu do Rego

Código Designação Localização Tipologia Nível REG01 Igreja de S. Bartolomeu do Rego Rego / Vila Boa Igreja V3 REG02 Capela de N.ª Sr.ª da Saúde. Lameira Capela V3 REG03 Capela de S. Bento Quintela Capela V3 REG04 Capela de S. Pedro Arbonça Capela V3 REG05 Cruzeiro da Lameira Lameira Cruzeiro V4 REG06 Estela de Vila Boa Vila Boa Inscrição V2 REG07 Fonte da Lameira Lameira Fonte V4 REG08 Moinhos de Argontim (1) Argontim Moinhos V3 REG09 Serração de Argontim Argontim Serração V3 REG10 Ponte de Quintela Quintela Ponte V3 REG11 Alminhas de Perraço Perraço Alminhas V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico de Equipamentos 1 Património Arquitectónico Religioso 6 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 2 Património Arquitectónico Viário 1 Património Diverso 1

(1) Conjunto edifícios dispersos, identificados individualmente na cartografia

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CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO RIB 8,28 km² 1068 RIBAS (Divino Salvador)

Capela de S. Sebastião

Código Designação Localização Tipologia Nível RIB01 Igreja do Divino Salvador de Ribas Assento Igreja V1 RIB02 Alminhas do Sobreiro da Lama Sobreiro da Lama Alminhas V4 RIB03 Capela de Santa Bárbara Monte Capela V3 RIB04 Capela de S. Martinho Lordelo Capela V3 RIB05 Capela de S. Sebastião Cruz Capela V3 RIB06 Casa do Bairro Bairro Casa V3 RIB07 Casa de Barreiros Barreiros Casa V3 RIB08 Casa da Granja Granja Solar V2 RIB09 Casa Grande do Passô Passô Casa V4 RIB11 Cruzeiro de Ribas Assento Cruzeiro V4 RIB12 Ponte de Torres Torres Ponte V2

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 4 Património Arquitectónico Religioso 6 Património Arquitectónico Viário 1

52

CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO VAL 7,89 km² 813 VALE DE BOURO (São Martinho)

Igreja de S. Martinho de Vale de Bouro

Código Designação Localização Tipologia Nível VAL01 Igreja de S. Martinho de Vale de Bouro Igreja Igreja V2 VAL02 Capela de N.ª Sr.ª do Amparo Nespereira Capela V3 VAL03 Casa da Igreja Igreja Casa V4 VAL04 Casa do Melhorado Carvalheiras Solar V2 VAL05 Casa do Outeiro Pinheiro Solar V2 VAL06 Casa da Raposeira (1) Raposeira Casa V4 VAL07 Casa do Reguengo Reguengo Solar V2 VAL08 Casa do Requeixo Requeixo Casa V4 VAL09 Casa da Ribeira Ribeira Solar V2 VAL10 Casa da Taipa Taipa Casa V4 VAL11 Casa de Surribas Surribas Casa V3 VAL12 Cruzeiro de Vale de Bouro Residência Cruzeiro V4 VAL13 Ponte da Boavista Boavista Ponte V4 VAL14 Ponte de Perre Perre Ponte V4 VAL15 Ponte da Ribeira Ribeira Ponte V4 VAL16 Alminhas da Raposeira Raposeira Alminhas V4 VAL17 Fonte da Ribeira Ribeira Fonte V4 VAL18 Marco de Nespereira (*) Nespereira Marco V4 VAL19 Moinho da Capela (*) Nespereira Moinho V4 VAL20 Moinhos de Reboriça (*) Reboriça Moinhos V4 VAL21 Moinhos do Regedouro (*) Regedouro Moinhos V4 VAL22 Casa do Pinheiro Pinheiro Casa V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Administrativo 1 Património Arquitectónico Civil 10 Património Arquitectónico Religioso 4 Património Arquitectónico de Equipamentos 1 Património Arquitectónico Vernacular / Popular (agrícola e industrial) 3

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Património Arquitectónico Viário 3 (1) O elemento patrimonial corresponde apenas ao piso térreo e escadaria.

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CÓDIGO ÁREA HABITANTES DESIGNAÇÃO VEA 5,51 km² 714 VEADE (Santa Maria)

Pormenor da Igreja de Santa Maria de Veade

Código Designação Localização Tipologia Nível VEA01 Igreja de Santa Maria de Veade Veade Igreja V1 VEA02 Calvário de Veade Rua Nova Calvário V3 VEA03 Capela de N.ª Sr.ª do Socorro Lordelo Capela V3 VEA04 Capela de N.ª Sr.ª da Conceição Fermil Capela V3 VEA05 Capela de Santo António Santa Cristina Capela V3 VEA06 Casa dos Barões de Fermil Fermil Solar V2 VEA07 Casa da Boavista Outeiro Solar V1 (IIP) VEA08 Casa dos Comendadores / Renda Veade Casa V4 VEA09 Casa da Levada Veade Casa V4 VEA10 Casa do Outeiro Outeiro Solar V1 (IIP) VEA11 Casa de Veade / Capela / Igreja Veade Solar V2 VEA12 Cruzeiro de Lordelo Lordelo Cruzeiro V4 VEA13 Estação de Mondim de Basto Boucinha Estação V3 VEA14 Fonte de Fermil I Fermil Fonte V4 VEA15 Fonte de Fermil II Fermil Fonte V4 VEA16 Fonte da Ponte de Mondim de Basto Águas Férreas Fonte V4 VEA17 Nicho de S. Pedro Fermil Nicho V4 VEA18 Ponte da Boucelha Boucelha Ponte V3 VEA19 Ponte de Mondim de Basto Águas Férreas Ponte V3 VEA20 Viaduto do Caniço Caniço Viaduto V4 VEA21 Viaduto de Matamá Matamá Viaduto V2 VEA22 Alminhas da Cruz das Almas (*) Cruz das Almas Alminhas V4

Património Cultural Inventariado Património Arquitectónico Civil 6 Património Arquitectónico de Equipamentos 3 Património Arquitectónico Religioso 8 Património Arquitectónico Viário 5

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LISTAGEM DO INVENTÁRIO POR CATEGORIA VALORATIVA

V1 - ELEMENTOS PATRIMONIAIS DE SUPERIOR INTERESSE CULTURAL

Código Designação Localização Freguesia Tipologia Class 3 ARN01 Igreja e Convento de Arnoia Mosteiro Arnoia Convento EVC ARN20 Casa de Travassinhos Cruz de Baixo Arnoia Solar ARN24 Castelo de Arnoia Castelo Arnoia Castelo MN BAT10 Casa de Gandarela Gandarela S. Clemente Solar BAT12 Solar do Souto Vilar S. Clemente Solar MIP BRI16 Casa do Prado Celorico de Basto Britelo Solar MOL03 Casa do Campo Campo Molares Solar RIB01 Igreja do Divino Salvador de Assento Ribas Igreja Ribas VEA01 Igreja de Santa Maria de Veade Veade Veade Igreja VEA07 Casa da Boavista Outeiro Veade Solar IIP VEA10 Casa do Outeiro Outeiro Veade Solar IIP

V2 - ELEMENTOS PATRIMONIAIS DE INTERESSE RELEVANTE

Código Designação Localização Freguesia Tipologia Class ARN08 Casa de Arnoia Arnoia Arnoia Solar ARN10 Casa do Casal Boucinha Arnoia Solar ARN15 Casa do Paço de Freixieiro Celorico de Basto Arnoia Solar ARN18 Casa de Telhô São Sebastião Arnoia Solar ARN19 Casa de Toiande Bouça Arnoia Solar Povoação do Castelo ou “Villa de ARN25 Castelo Arnoia Conjunto Basto“ ARN27 Pelourinho do Castelo Castelo Arnoia Pelourinho IIP BAT01 Igreja de São Clemente de Basto Vilar S. Clemente Igreja BAT04 Capela de N.ª Sr.ª da Oliveira Gandarela S. Clemente Capela BAT08 Casa da Arosa Arosa S. Clemente Solar BAT11 Casa da Lapeira Lapeira S. Clemente Solar BRI01 Igreja de São Pedro de Britelo Assento Britelo Igreja BRI04 Capela de N.ª Sr.ª da Saúde Celorico de Basto Britelo Capela BRI12 Vila Nova de Freixieiro Celorico de Basto Britelo Conjunto BRI13 Casa do Outeiro (da Ribeira) Celorico de Basto Britelo Casa BRI14 Casa do Outeiro (de Santa Luzia) Celorico de Basto Britelo Solar BRI18 Casa de Mosqueiros Mosqueiros Britelo Solar BRI22 Estação de Celorico de Basto Celorico de Basto Britelo Estação BRI26 Pelourinho de Celorico de Basto Celorico de Basto Britelo Pelourinho Igreja de Santa M.ª de Canedo de CAN02 Cerdeirinhas Canedo Igreja Basto (antiga) CAN04 Casa do Barreiro / de Canedo Barreiro Canedo Solar

3 Classificação: MN - Monumento Nacional, IIP - Imóvel de Interesse Público, EVC - em vias de classificação (interesse público ou municipal)

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CAN05 Casa de Cabo Vila Cabo de Vila Canedo Solar CAN07 Casa de Figueiredo Figueiredo Canedo Solar COR03 Casa dos Caselhos Caselhos Corgo Solar COR05 Casa da Igreja São Romão Corgo Solar COR06 Casa do Marvão Marvão Corgo Solar FER01 Igreja do Divino Salvador de Assento Fervença Igreja Fervença GAG02 Capela de N.ª Sr.ª dos Prazeres / Cruz / Goma Gagos Capela Goma GAG05 Casa da Cruz Cruz Gagos Solar EVC GAG07 Casa do Pomar Atães Gagos Casa GAG08 Casa da Portela Portela Gagos Solar GAG10 Casa da Veiga Veiga Gagos Solar GAG11 Cruzeiro da N.ª Sr.ª dos Prazeres Cruz / Goma Gagos Cruzeiro GEM03 Casa da Laje Laje Gémeos Solar INF06 Casa da Torre Rebordões Infesta Casa MOL01 Igreja de Santo André de Molares Cruzeiro Molares Igreja MOL02 Capela de Santo António Cruzeiro Molares Capela MOL04 Casa das Eiras Pouso Molares Solar OUR02 Casa das Cerdeirinhas Cerdeirinhas Ourilhe Solar REG06 Estela de Vila Boa Vila Boa Rego Inscrição IIP RIB08 Casa da Granja Granja Ribas Solar RIB12 Ponte de Torres Torres Ribas Ponte VAL01 Igreja de S. Martinho de Vale de Igreja Vale de Bouro Igreja Bouro VAL04 Casa do Melhorado Carvalheiras Vale de Bouro Solar VAL05 Casa do Outeiro Pinheiro Vale de Bouro Solar VAL07 Casa do Reguengo Reguengo Vale de Bouro Solar VAL09 Casa da Ribeira Ribeira Vale de Bouro Solar VEA06 Casa dos Barões de Fermil Fermil Veade Solar VEA11 Casa de Veade / Capela / Igreja Veade Veade Solar VEA2 1 Viaduto de Matamá Matamá Veade Viaduto

V3 - ELEMENTOS PATRIMONIAIS DE INTERESSE

Código Designação Localização Freguesia Tipologia AGI01 Igreja de Santa Eufémia de Agilde Estrada Agilde Igreja AGI03 Capela de N.ª Sr.ª da Rosa Barreiro Agilde Capela AGI04 Capela de S. Pedro do Ó S. Pedro Agilde Capela AGI05 Casa das Avelosas Carvalheiras Agilde Casa AGI16 Povoação de Costa Costa Agilde Conjunto AGI17 Povoação de Carreira Carreira Agilde Conjunto AGI18 Povoação de Carvalheiras Carvalheiras Agilde Conjunto ARN02 Botica da Villa de Basto Castelo Arnoia Edifício ARN03 Cadeia e Casa das Audiências Castelo Arnoia Edifício ARN04 Capela de Santa Luzia Castelo Arnoia Capela ARN05 Capela de Santo Amaro Lourido Arnoia Capela ARN06 Capela de Santo Tirso Santo Tirso Arnoia Capela

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ARN07 Capela de S. Sebastião São Sebastião Arnoia Capela ARN09 Casa da Bouça Bouça Arnoia Casa ARN11 Casa do Casal de Nino Casal de Nino Arnoia Casa ARN12 Casa de Cerqueda Cerqueda Arnoia Casa ARN13 Casa de Chelo Chelo Arnoia Casa ARN22 Cruzeiro de N.ª Sr.ª da Piedade Boucinha Arnoia Cruzeiro ARN30 Ponte do Tapado Tapado Arnoia Ponte ARN41 Povoação de Cruz de Baixo Cruz de Baixo Arnoia Conjunto ARN42 Conjunto de Casal de Nino Casal de Nino Arnoia Conjunto ARN43 Povoação de Cerqueda Cerqueda Arnoia Conjunto BAS01 Igreja de Santa Tecla de Basto Levandeira Santa Tecla Igreja BAS02 Capela de N.ª Sr.ª da Graça Feixe Santa Tecla Capela BAS04 Casa da Levandeira Levandeira Santa Tecla Casa BAS08 Moinhos e Levadas de Santa Tecla (**) Rio Santa Tecla Moinhos BAS13 Povoação de Travaços Travaços Santa Tecla Conjunto BAT02 Capela de N.ª Sr.ª do Amparo Pereira S. Clemente Capela BAT03 Capela de N.ª Sr.ª da Guia / das Almas Pereira S. Clemente Capela BAT05 Capela de S. Gonçalo S. Gonçalo S. Clemente Capela BAT06 Capela de S. José Ferrã S. Clemente Capela BAT07 Capela de S. Sebastião Portelinha S. Clemente Capela BAT13 Casa da Torre Crasto S. Clemente Casa BAT14 Casa da Venda Gandarela S. Clemente Casa BAT19 Ponte Pedrinha Ponte Pedrinha S. Clemente Ponte BAT28 Povoação de Pereira Pereira S. Clemente Conjunto BOR01 Igreja de St.ª M.ª de Borba da Montanha Assento Borba da Mont. Igreja BOR02 Capela de Santo Amaro Borba Borba da Mont. Capela BOR03 Capela de Santo António Vilar Borba da Mont. Capela BOR04 Capela de S. Brás Barrega Borba da Mont. Capela BOR05 Capela de S. José Barrega Borba da Mont. Capela BOR06 Casa de Murgido Murgido Borba da Mont. Casa BOR07 Cruzeiro de Cabanelas Cabanelas Borba da Mont. Cruzeiro BOR17 Povoação de Quintela Quintela Borba da Mont. Conjunto BOR18 Povoação de Cabanelas de Cima Cabanelas Borba da Mont. Conjunto BOR19 Povoação de Cabanelas de Além Cabanelas Borba da Mont. Conjunto BOR20 Povoação de Alvarães Alvarães Borba da Mont. Conjunto BOR21 Povoação de Vilar Vilar Borba da Mont. Conjunto BRI03 Capela de N.ª Sr.ª da Conceição Celorico de Basto Britelo Capela BRI05 Capela de Santa Luzia Celorico de Basto Britelo Capela BRI09 Casa dos Farias Celorico de Basto Britelo Casa BRI10 Casa dos Carvalhos Celorico de Basto Britelo Casa BRI15 Casa de Pereira Pereira Britelo Casa BRI17 Casa da Roda Celorico de Basto Britelo Casa BRI24 Casa da Vinha de Mosqueiros Mosqueiros Britelo Casa BRI25 Fonte do Tanque Celorico de Basto Britelo Fonte BRI27 Ponte do Freixieiro Celorico de Basto Britelo Ponte BRI46 Casa do Marquês de Valença Celorico de Basto Britelo Casa BRI47 Tribunal de Celorico de Basto Celorico de Basto Britelo Edifício BRI48 Edifício do antigo Tribunal e Cadeia Celorico de Basto Britelo Edifício

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BRI49 Fonte da Praça Celorico de Basto Britelo Fonte BRI51 Ponte da Raposa Bouça de Mosq. Britelo Ponte BRI52 Povoação de Mosqueiros Mosqueiros Britelo Conjunto CAL01 Igreja de São Miguel de Caçarilhe Carvalhal Caçarilhe Igreja CAL02 Capela de N.ª Sr.ª do Viso Viso Caçarilhe Ermida CAN01 Igreja de Santa M.ª de Canedo de Basto Santa Luzia Canedo de Basto Igreja CAN11 Casa do Rego Santa Luzia Canedo de Basto Casa CAN13 Casa de Val de Esculca Vale de Esculca Canedo de Basto Casa CAN15 Estação de Canedo de Basto Santa Luzia Canedo de Basto Estação CAR01 Igreja de São Miguel de Carvalho Feira Carvalho Igreja CAR02 Capela de Santa Bárbara Robalde Carvalho Capela CAR03 Capela de Santo Afonso Maria Ligório Covas Carvalho Capela CAR04 Casa da Aldeia Pousada Carvalho Casa CAR05 Casa do Campo / de Carvalho Feira Carvalho Casa CAR06 Casa de Santa Bárbara Robalde Carvalho Casa CAR09 Cruzeiro dos Centenários Matinho Carvalho Cruzeiro CAR23 Povoação de Covas Covas Carvalho Conjunto COD01 Igreja de Santo André de Codeçoso Igreja Codessoso Igreja COD02 Casa de Vila Pouca Espariz Codessoso Casa COD04 Estação de Codeçoso Alvarinhas Codessoso Estação COR01 Igreja de São Romão do Corgo São Romão Corgo Igreja COR02 Capela de S. Bartolomeu Vila Nova Corgo Capela COR04 Casa de Fundevila Fundo de Vila Corgo Casa COR07 Cruzeiro de S. Romão São Romão Corgo Cruzeiro FER08 Casa da Prelada / de Asparedes Prelada Fervença Casa FER09 Casa do Vinhal Vinhal Fervença Casa FER20 Povoação de Paredes Paredes Fervença Conjunto FER21 Povoação de Vinhal Vinhal Fervença Conjunto FER22 Povoação de Paradela Paradela Fervença Conjunto GAG01 Igreja de S. Tiago de Gagos Assento Gagos Igreja GAG03 Capela de S. Caetano S. Caetano Gagos Ermida GAG04 Casa da Balouta Passagem Gagos Casa GAG09 Casa de Santiago Igreja Gagos Casa GEM01 Igreja de São Miguel de Gémeos Igreja Gémeos Igreja GEM04 Casa de Loureiro Loureiro Gémeos Casa GEM05 Casa do Outeiro de Quintela Quintela Gémeos Solar GEM07 Casa de S. Silvestre Celorico de Bt.º Gémeos Solar GEM09 Casa de Vilar Vilar Gémeos Casa GEM24 Ponte do Engenho de São silvestre Celorico de Bt.º Gémeos Ponte GEM25 Povoação de Loureiro Loureiro Gémeos Conjunto INF01 Igreja do Divino Salvador de Infesta Assento Infesta Igreja INF02 Capela de Santa Luzia Rebordões Infesta Capela INF03 Capela de S. Gonçalo Lamelas Infesta Capela INF04 Casa das Cales Cales Infesta Casa INF11 Povoação de Rebordões Rebordões Infesta Conjunto MOL05 Casa da Fonte Coberta Fonte Coberta Molares Solar MOL06 Casa do Outeiro Cruzeiro Molares Casa MOR01 Igreja de St.ª Maria de Moreira do Cast.º Igreja Moreira do Cast. Igreja

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MOR02 Casa de Sequeiros Sequeiros Moreira Cast. Solar MOR03 Casa da Torre Torre Moreira Cast. Casa OUR01 Igreja de S. Tiago de Ourilhe Igreja Ourilhe Igreja OUR03 Casa de Fundevila Fundo de Vila Ourilhe Solar OUR04 Casa do Muro Muro Ourilhe Solar REG01 Igreja de S. Bartolomeu do Rego Vila Boa Rego Igreja REG02 Capela de N.ª Sr.ª da Saúde Lameira Rego Capela REG03 Capela de S. Bento Quintela Rego Capela REG04 Capela de S. Pedro Arbonça Rego Capela REG08 Moinhos de Argontim Argontim Rego Moinhos REG09 Serração de Argontim Argontim Rego Serração REG10 Ponte de Quintela Quintela Rego Ponte RIB03 Capela de Santa Bárbara Monte Ribas Capela RIB04 Capela de S. Martinho Lordelo Ribas Capela RIB05 Capela de S. Sebastião Cruz Ribas Capela RIB06 Casa do Bairro Bairro Ribas Casa RIB07 Casa de Barreiros Barreiros Ribas Casa VAL02 Capela de N.ª Sr.ª do Amparo Nespereira Vale de Bouro Capela VAL11 Casa de Surribas Surribas Vale de Bouro Casa VEA02 Calvário de Veade Calvário Veade Calvário VEA03 Capela de N.ª Sr.ª do Socorro Lordelo Veade Capela VEA04 Capela de N.ª Sr.ª da Conceição Fermil Veade Capela VEA05 Capela de Santo António Santa Cristina Veade Capela VEA13 Estação de Mondim de Basto Boucinha Veade Estação VEA18 Ponte da Boucelha Boucelha Veade Ponte VEA19 Ponte de Mondim de Basto Águas Férreas Veade Ponte

V4 - OUTROS ELEMENTOS PATRIMONIAIS

Código Designação Localização Freguesia Tipologia AGI02 Capela do Bonfim Alijão Agilde Capela AGI06 Cruzeiro de Agilde Estrada Agilde Cruzeiro AGI07 Cruzeiro de N.ª Sr.ª da Rosa Barreiro Agilde Cruzeiro AGI08 Cruzeiro de S. Pedro do Ó S. Pedro Agilde Cruzeiro AGI09 Moinho da Carreira (*) Carreira Agilde Moinho AGI10 Moinho da Ribeira (*) Ribeira Agilde Moinho AGI11 Moinho da Várzea Várzea Agilde Moinho AGI12 Alminhas do Barreiro (*) Barreiro Agilde Alminhas AGI13 Alminhas da Costa (*) Costa Agilde Alminhas AGI14 Alminhas de S. Pedro (*) S. Pedro Agilde Alminhas AGI15 Alminhas da Várzea (*) Várzea Agilde Alminhas ARN14 Casa de Fijô Fijô Arnoia Casa ARN16 Casa da Portelinha Portelinha Arnoia Casa ARN17 Casa de Sarrazinhos Cruz de Baixo Arnoia Casa ARN21 Cruzeiro de Arnoia Mosteiro Arnoia Cruzeiro ARN23 Casa de Vila Verde Vila Verde Arnoia Casa ARN26 Forca do Castelo Castelo Arnoia Forca ARN28 Cerca Conventual do Mosteiro de Arn. (*) Mosteiro Arnoia Cerca

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ARN29 Ponte de Arame de Lourido Lourido Arnoia Ponte ARN31 Alminhas de Campêlo (*) Campêlo Arnoia Alminhas ARN32 Alminhas de Cima de Vila (*) Cima de Vila Arnoia Alminhas ARN33 Alminhas da Cruzinha Cruzinha Arnoia Alminhas ARN34 Alminhas de Outeiro Coelhos (**) Outeiro Coelhos Arnoia Alminhas ARN35 Alminhas de Vilalva (*) Vilalva Arnoia Alminhas ARN36 Tanque do Castelo Castelo Arnoia Tanque ARN37 Moinhos de Cêgoa (*) Cêgoa Arnoia Moinhos ARN38 Moinhos do Combro Combro Arnoia Moinhos ARN39 Alminhas de Chelo Chelo Arnoia Alminhas ARN40 Alminhas do Castelo 2 Castelo, Arnoia Arnoia Alminhas ARN44 Casa de Souto Maior Souto Maior Arnoia Casa BAS03 Casa da Lameira Qt.ª da Lameira Santa Tecla Casa BAS05 Casa do Paço Paço Santa Tecla Solar BAS06 Casa em Aveia Aveia Santa Tecla Casa BAS07 Moinho de Penagude (**) Rio Santa Tecla Moinho BAS09 Alminhas de Nogueira Nogueira Santa Tecla Alminhas BAS10 Alminhas de Toutaim (*) Toutaim Santa Tecla Alminhas BAS11 Azenha da Bouça Bouça Santa Tecla Azenha BAS12 Espigueiro de Nogueira Nogueira Santa Tecla Espigueiro BAT09 Casa de Arosa de Baixo Arosa S. Clemente Casa BAT15 Cruzeiro de S. Clemente de Basto Vilar S. Clemente Cruzeiro BAT16 Fonte de Gandarela Gandarela S. Clemente Fonte BAT17 Marco de Vacaria Vacaria S. Clemente Marco BAT18 Ponte de Freiria Freiria S. Clemente Ponte BAT20 Ponte do Piago Negro Piago Negro S. Clemente Ponte BAT21 Alminhas de Gandarela Gandarela S. Clemente Alminhas BAT22 Alminhas de Pereira (*) Pereira S. Clemente Alminhas BAT23 Alminhas de Vilar (*) Vilar S. Clemente Alminhas BAT24 Casa da Família Ribeiro Pereira S. Clemente Casa BAT25 Moinho de Bacelo (de Baixo) Bacelo S. Clemente Moinho BAT26 Antiga Escola Primária de S. Gonçalo S. Gonçalo S. Clemente Edifício BAT27 Alminhas de Gandarela (de Cima) (*) Gandarela S. Clemente Alminhas BOR08 Alminhas de Mondrões (*) Mondrões Borba da M. Alminhas BOR09 Alminhas de Santo António (*) Vilar Borba da M. Alminhas BOR10 Azenha de Barrega Barrega Borba da M. Azenha BOR11 Espigueiro de Quintela (*) Quintela Borba da M. Espigueiro BOR12 Moinhos de Afães (*) Afães Borba da M. Moinhos BOR13 Moinho de Alvarães (*) Alvarães Borba da M. Moinho BOR14 Moinhos de Borba (*) Ribeira de Borba Borba da M. Moinhos BOR15 Moinhos de Quintela (*) Quintela Borba da M. Moinhos BOR16 Casa da Carreira Barrega Borba da M. Casa BRI02 Busto de João Pinto Ribeiro Celorico de Basto Britelo Escultura BRI06 Casa da Avenida Celorico de Basto Britelo Casa BRI07 Casa Barroso Celorico de Basto Britelo Edifício BRI08 Casa do Burguete Celorico de Basto Britelo Casa BRI11 Casa de Crespos ou da Aldeia Crespos Britelo Casa BRI19 Casa de Seixomil Seixomil Britelo Casa BRI20 Cruzeiro de Britelo Cruz Britelo Cruzeiro 61

BRI21 Casa do Paço Seturrada Britelo Casa BRI23 Estátua de S. Pedro Celorico de Basto Britelo Escultura BRI29 Quinta da Corredoura Corredoura Britelo Casal BRI30 Alminhas da Cruz Cruz Britelo Alminhas BRI31 Alminhas da Paixão Paixão Britelo Alminhas BRI32 Alminhas da Venda Nova Venda Nova Britelo Alminhas BRI35 Casa dos Desvalidos Celorico de Basto Britelo Casa BRI36 Alminhas de Boeiros (**) Boeiros Britelo Alminhas BRI37 Casa da Residência Paroquial Assento Britelo Casa BRI38 Casa de Britelo Veiga, Britelo Britelo Casa BRI39 Casa da Fareleira Cruz Britelo Casa BRI40 Casa dos Tojais Celorico de Basto Britelo Casa BRI41 Casa da Levada Celorico de Basto Britelo Casa BRI42 Estátua do Cardeal D. António Ribeiro Celorico de Basto Britelo Escultura BRI43 Estátua “Estudo da Elipse” Celorico de Basto Britelo Escultura BRI44 Casa de N.ª Sr.ª da Saúde Celorico de Basto Britelo Casa BRI45 Capela de Santa Iria Seturrada Britelo Capela BRI50 Moinhos do Seco / da Bouça (**) Bouça de Mosq. Britelo Moinhos CAL03 Casa de Linhares Linhares Caçarilhe Casa CAL06 Casa do Telhado Telhado Caçarilhe Casa CAL07 Cruzeiro de Caçarilhe Caçarilhe Caçarilhe Cruzeiro CAL08 Cruzeiro do Viso Viso Caçarilhe Cruzeiro CAL09 Alminhas do Carvalhal (*) Carvalhal Caçarilhe Alminhas CAL10 Alminhas do Telhado Telhado Caçarilhe Alminhas CAL11 Moinho da Aldeia (*) Aldeia Caçarilhe Moinho CAL12 Moinho da Carreira (*) Carreira Caçarilhe Moinho CAL13 Moinhos de Basto (*) Basto Caçarilhe Moinhos CAL14 Moinho do Telhado (*) Telhado Caçarilhe Moinho CAN03 Casa do Bairro Bairro Canedo de B. Casa CAN06 Casa do Eido Santa Luzia Canedo de B. Casa CAN08 Casa de Queirões Queirões Canedo de B. Casa CAN09 Casa de Padredo / de Baixo Padredo Canedo de B. Casa CAN10 Casa da Portela / Piedade Santa Luzia Canedo de B. Casa CAN12 Casa da Renda Corredoura Canedo de B. Casa CAN14 Cruzeiro de Canedo de Basto Cerdeirinhas Canedo de B. Cruzeiro CAN16 Marco de Canedo (*) Marco Canedo de B. Marco CAN17 Moinhos de Chedas Chedas Canedo de B. Moinhos CAN18 Moinho 1 da Serra Serra Canedo de B. Moinho CAR05 Casa do Campo / Carvalho Campo Carvalho Casa CAR07 Casa da Subinha Subinha Carvalho Casa CAR08 Cruzeiro de Carvalho Feira Carvalho Cruzeiro CAR10 Espigueiro de Lamas Campo Carvalho Espigueiro CAR11 Edifício da Antiga Escola Primária Feira Carvalho Edifício CAR12 Fonte de Queirós (*) Carvalho Carvalho Fonte CAR13 Fonte de Santa Bárbara Robalde Carvalho Fonte CAR14 Moinhos de Covas Covas Carvalho Moinhos CAR15 Moinho de Silvares Silvares Carvalho Moinho CAR16 Alminhas do Assento Assento Carvalho Alminhas CAR17 Alminhas da Cabreira (*) Cabreira Carvalho Alminhas

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CAR18 Alminhas do Castelo 1 (*) Castelo, Carvalho Carvalho Alminhas CAR19 Alminhas do Cemitério (**) Matinho Carvalho Alminhas CAR20 Alminhas de Covas (*) Covas Carvalho Alminhas CAR21 Alminhas de Pousada (**) Pousada Carvalho Alminhas CAR22 Moinho de Posada (*) Pousada Carvalho Moinho COD03 Casa do Casal do Fundo Casal do Fundo Codessoso Casal COD05 Viaduto das Carvalhas Carvalhas Codessoso Viaduto COD06 Alminhas da Costa (*) Costa Codessoso Alminhas COD07 Alminhas da Fonte Nova (*) Fonte Nova Codessoso Alminhas COR08 Fonte da Igreja / Corgo São Romão Corgo Fonte COR09 Levada de Caselhos Vila Nova Corgo Levada COR10 Alminhas de Vila Nova (*) Vila Nova Corgo Alminhas FER02 Capela de N.ª Sr.ª da Ajuda Dafões Fervença Capela FER04 Capela de S. Bento Samil Fervença Capela FER05 Casa do Fontão Fontão Fervença Casa FER06 Casa de Fundoães de Cima Fundoães Fervença Casa FER07 Casa de Fundo de Vila Fundo de Vila Fervença Casa FER10 Cruzeiro da Devesa Devesa Fervença Cruzeiro FER11 Cruzeiro de S. Bento Samil Fervença Cruzeiro FER12 Cruzeiro do Tapado (*) Tapado Fervença Cruzeiro FER13 Moinho de Eirô (*) Póvoa Fervença Moinho FER14 Moinho de Fundevila Fundo de Vila Fervença Moinho FER15 Moinhos da Ribeira de Santa Natália (*) Formas Fervença Moinhos FER16 Alminhas do Burguinho (*) Burguinho Fervença Alminhas FER17 Alminhas de Paredes (*) Paredes Fervença Alminhas FER18 Alminhas do Souto (*) Souto Fervença Alminhas FER19 Alminhas do Tapado (*) Tapado Fervença Alminhas GAG06 Casa do Sobrado Muchões Gagos Casa GAG12 Cruzeiro de S. Caetano S. Caetano Gagos Cruzeiro GAG14 Fonte de S. Caetano S. Caetano Gagos Fonte GAG15 Marco da Goma (*) Cruz / Goma Gagos Marco GAG16 Marco do Monte (*) Monte Gagos Marco GAG17 Marco da Sobreira (*) Sobreira Gagos Marco GAG18 Alminhas do Assento (*) Assento Gagos Alminhas GEM02 Casa de Adoufe Adoufe Gémeos Casa GEM06 Casa de Refontoura Refontoura Gémeos Casa GEM10 Cruzeiro de S. Miguel de Gémeos Igreja Gémeos Cruzeiro GEM11 Ponte de Além Rio (*) Além Rio Gémeos Ponte GEM12 Ponte de Boques (**) Boques Gémeos Ponte GEM13 Engenho de Além Rio (*) Além Rio Gémeos Engenho GEM14 Moinho da Carvalha Celorico de Basto Gémeos Moinho GEM15 Moinho do Fundo Quintela Gémeos Moinho GEM16 Moinho de Lama Lama Gémeos Moinho GEM17 Moinho de Loureiro Loureiro Gémeos Moinho GEM18 Moinho de Além Rio (*) Além Rio Gémeos Moinho GEM19 Moinho de Quintela Quintela Gémeos Moinho GEM20 Alminhas de Lama (*) Lama Gémeos Alminhas GEM21 Alminhas do Fontão (*) Fontão Gémeos Alminhas GEM22 Moinho do Bernardo Celorico de Basto Gémeos Moinho

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GEM23 Engenho de Azeite de São Silvestre Celorico de Basto Gémeos Engenho INF05 Casa de Real Real Infesta Casa INF07 Cruzeiro de Infesta Assento Infesta Cruzeiro INF08 Alminhas do Chamusco Chamusco Infesta Alminhas INF09 Alminhas da Ponte do Feixe Ponte do Feixe Infesta Alminhas INF10 Alminhas de Rebordões Rebordões Infesta Alminhas MOL07 Casa dos Portais Campo Molares Casa MOL08 Cruzeiro de Molares Cruzeiro Molares Cruzeiro MOL09 Casa do Brasileiro Barrocas Molares Casa MOL10 Moinho do Salgueiro (**) Salgueiro Molares Moinho MOL11 Moinho de Soutelo Soutelo Molares Moinho MOL12 Ponte do Lavadouro Lavadouro Molares Ponte MOR04 Cruzeiro de Moreira do Castelo Igreja Moreira do C. Cruzeiro MOR05 Alminhas de Combros (*) Combros Moreira do C. Alminhas OUR05 Alminhas das Cerdeirinhas Vinhaça Ourilhe Alminhas OUR06 Alminhas da Igreja Igreja Ourilhe Alminhas OUR07 Moinho das Cerdeirinhas Cedreirinhas Ourilhe Moinho OUR08 Moinho de Bandufe (**) Crasto Ourilhe Moinho REG05 Cruzeiro da Lameira Lameira Rego Cruzeiro REG07 Fonte da Lameira Lameira Rego Fonte REG11 Alminhas de Perraço Perraço Rego Alminhas RIB02 Alminhas do Sobreiro da Lama Sobreiro da Lama Ribas Alminhas RIB09 Casa Grande do Passô Passô Ribas Casa RIB11 Cruzeiro de Ribas Assento Ribas Cruzeiro VAL03 Casa da Igreja Igreja Vale de Bouro Casa VAL06 Casa da Raposeira Raposeira Vale de Bouro Casa VAL08 Casa do Requeixo Requeixo Vale de Bouro Casa VAL10 Casa da Taipa Taipa Vale de Bouro Casa VAL12 Cruzeiro de Vale de Bouro Residência Vale de Bouro Cruzeiro VAL13 Ponte da Boavista Boavista Vale de Bouro Ponte VAL14 Ponte de Perre Perre Vale de Bouro Ponte VAL15 Ponte da Ribeira Ribeira Vale de Bouro Ponte VAL16 Alminhas da Raposeira Raposeira Vale de Bouro Alminhas VAL17 Fonte da Ribeira Ribeira Vale de Bouro Fonte VAL18 Marco de Nespereira (*) Nespereira Vale de Bouro Marco VAL19 Moinho da Capela (*) Nespereira Vale de Bouro Moinho VAL20 Moinhos de Reboriça (*) Reboriça Vale de Bouro Moinhos VAL21 Moinhos do Regedouro (*) Regedouro Vale de Bouro Moinhos VAL22 Casa do Pinheiro Pinheiro Vale de Bouro Casa VEA08 Casa dos Comendadores / Renda Veade Veade Casa VEA09 Casa da Levada Veade Veade Casa VEA12 Cruzeiro de Lordelo Lordelo Veade Cruzeiro VEA14 Fonte de Fermil I Fermil Veade Fonte VEA15 Fonte de Fermil II Fermil Veade Fonte VEA16 Fonte da Ponte de Mondim de Basto Águas Férreas Veade Fonte VEA17 Nicho de S. Pedro Fermil Veade Nicho VEA20 Viaduto do Caniço Caniço Veade Viaduto VEA22 Alminhas da Cruz das Almas (*) Cruz das Almas Veade Alminhas

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(*) Não identificado na cartografia (**) Localização cartográfica aproximada ou que necessita confirmação.

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LISTAGEM DO INVENTÁRIO POR CATEGORIA VALORATIVA LISTAGEM DO INVENTÁRIO POR CATEGORIA VALORATIVA

ANEXO I - Fichas de caraterização - Património edificado - V1

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CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO ARN01 Convent o Igreja e Convento de Arnoia

LOCALIZAÇÃO Lugar do Mosteiro, freguesia de Arnoia.

ACESSO A partir da vila de Celorico de Basto pela E. M. 619 até ao lugar de Mosteiro, no centro da freguesia.

ENQUADRAMENTO Rural, isolado, a meia encosta e sobranceiro à estrada que liga Arnoia à sede de concelho.

DESCRIÇÃO Exemplar da arquitetura religiosa, românica, maneirista e barroca que corresponde a um antigo mosteiro beneditino masculino composto por igreja de planta longitudinal, nave única e capela-mor quadrangular, a que se adossa ao lado direito da igreja, as dependências monacais, desenvolvidas em torno de um claustro. A igreja conserva ainda hoje vestígios da planta românica, com cabeceira quadrangular e com contrafortes no alçado virado a norte. Já a fachada principal e a torre sineira demonstram uma influência maneirista, bastante simples, sendo a fachada principal marcada por pilastras toscanas, remate em frontão triangular e portal simples coroado por nicho e dois grandes janelões. Da mesma forma, as dependências monacais apresentam um cariz maneirista, com fachada principal rasgada regularmente por portas e janelas de sacada à face, embora o acesso principal ao segundo piso, por escadaria de arranque volutado, seja já tipicamente barroco. O claustro apresenta uma arcaria de volta perfeita, assente em colunas toscana no primeiro registo e janelas de sacada à face no segundo, tendo no centro um chafariz de taças com uma assinalável dimensão. A planta é composta por igreja de planta longitudinal, de nave única, com capela-mor quadrangular mais estreita, torre sineira quadrangular adossada a Norte da fachada principal, e dependências monacais adossadas a Sul, avançadas em relação à fachada principal da igreja, organizadas em torno de claustro quadrangular, com corpo da extremidade Sul alongado para Oeste, formando um L que envolve o pátio. O conjunto apresenta volumes articulados de dominante horizontal, quebrados pelo verticalismo da torre sineira, coroada por cata-vento. A igreja patenteia fachadas em cantaria de granito rematadas por cornija sob beiral. Fachada principal orientada, enquadrada por pilastras toscanas coroadas por urnas e rematada por frontão triangular com grande cruz latina sobre o acrotério. Ainda na fachada, apresenta o portal principal em arco abatido, com demarcação na pedra de fecho, encimado por nicho com imagem de São João Baptista, ladeada superiormente por dois janelões em arco abatido. Na fachada lateral Norte, o corpo da nave é ritmado por contrafortes, aberta por janelões em capialço e fresta (corpo da nave aberto por dois janelões em capialço), enquanto a fachada lateral a Sul, apenas visível parte do corpo da capela-mor, é rasgada por janelão em capialço. Fachada posterior da capela-mor em empena, com cruz latina no vértice. Torre sineira com fachada em cantaria de granito, com cunhais apilastrados, rematada por cornija, com pináculos nos ângulos. Apresenta dois registos, separados por estreita cornija,

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possuindo no primeiro, na face fronteira, um relógio e, no superior, sineiras em arco de volta perfeita. As dependências monacais encontram-se com fachadas rebocadas e pintadas de branco, de dois registos, com cunhais apilastrados e remates em cornija sob beiral. A fachada principal a Norte, apresenta-se virada para um pátio, formando o ângulo do L, sendo rasgada no primeiro registo, por portas de verga reta, na face voltada a Oeste, e por dois vãos em arco pleno na face voltada a Norte. É rasgada no segundo registo por janelas de verga reta, de sacada à face, com guarda em ferro, e porta de verga reta, a que se acede por escadaria de pedra, de um só lanço, com arranque volutado, decorado com folhagens e ave, coroado por uma, guarda plena em cantaria (o arranque da escadaria da fachada principal das dependências monacais destaca-se pelo excelente trabalho de cantaria), terminando em patamar coberto por alpendre sustentado por quatro colunelos toscanos, assentes em plintos entre guarda de ferro (de cobertura interior em madeira). As fachadas Sul e Este apresentam uma fenestração irregular, constituída por frestas, janelas retangulares, de peito e de sacada tendo, a Este, três portas retangulares, uma delas com acesso por escada de cimento e guardas em ferro. Claustro de dois registos, separados por estreita cornija, sendo o primeiro rasgado por arcaria plena sobre colunas toscanas, e o segundo, fechado, com fenestração regular, constituída em cada pano por três janelas de sacada à face, com guardas de ferro. O interior das galerias é constituído por teto plano rebocado e pintado de branco e pavimento em laje de granito. Na galeria Este, ladeando a porta de verga reta de acesso ao quintal, surge uma fonte de espaldar enquadrado por pilastras, rematado por entablamento coroado por frontão de volutas interrompido por cruz. O espaldar apresenta duas bicas em forma de querubim e taça gomada sobre mísula em folha de canto. O pátio do claustro está ajardinado, com quadras de buxo, possuindo chafariz central, assente em base quadrangular de três degraus, com tanque recortado, de faces côncavas, elevando-se ao centro, duas taças circulares, sobrepostas, assentes em coluna prismática, coroada por pináculo piramidal (a imponência do chafariz central contrasta com a simplicidade das fachadas do claustro). O interior apresenta paredes rebocadas e pintadas de branco, possuindo no primeiro piso, cozinha, copa, sala de jantar, sala de estar, arrecadações, assim como serviços administrativos. No segundo piso, com acesso interior por escadaria de pedra e elevador, possui amplos corredores com cobertura em abóbada abatida e pavimento em soalho, que comunicam com os quartos, casas de banho e salas. O salão nobre é coberto por teto em masseira, em madeira envernizada e pintada de branco, com pintura, no centro, das armas beneditinas. A fachada principal das dependências monacais é precedida por pátio fechado por muro, com acesso protegido por alpendre suportado por colunas toscanas.

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES Entre os elementos decorativos da igreja salienta-se um tímpano esculpido com Agnus Dei , atribuído à escola de Rates, e uma placa com a figura de São Miguel atacando a serpente, possuindo ainda um cadeiral ricamente entalhado com semelhanças ao do Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto. No interior conserva ainda parte d organização espacial primitiva, e da decoração dos corredores e salão nobre. O mosteiro conserva ainda a cela onde viveu o Bispo de Grão-Pará, na sequência do desterro a que votado pelo Marquês de Pombal.

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ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Provavelmente edificado nos séculos X-XI (período a que aludem as mais antigas referências históricas), foi sucessivamente remodelado nos séculos XVII, XVIII e XIX. 995 – Segundo alguns autores, o então chamado Mosteiro de São João do Ermo de Arnoia, assim designado por se localizar num lugar demasiado ermo, teria sido fundado por D. Arnaldo Baião. 1075 – Data da primeira doação conhecida ao mosteiro. 1116 – Referência à compra de uma propriedade pelo abade perpétuo “Arvitis” do mosteiro de Arnoia. 1375 – Sendo abade do mosteiro, D. Frei Pêro Anes, o Arcebispo de , D. Lourenço Vicente, efetua uma visita pastoral tendo feito vários reparos à vida comunitária que aí era levada. 1380 – Nova visita pastoral verificando-se que os capítulos ordenados na visita anterior não haviam sido cumpridos. 1402 – Referência ao abade do mosteiro, D. Frei João Martins. 1427 – Referência à “deplorável situação criada pelo desregramento moral e incontrolada ambição do abade D. Luís Martins”- 1441 – D. Luís Martins renuncia às funções de abade sendo escolhido para lhe suceder Frei Gil, monge de Pombeiro. 1688 – Data inscrita na verga de uma das portas que comunicam com o claustro, assinalando a provável reedificação do mosteiro. 1748 – Data inscrita na verga de uma das portas que comunicam com o claustro. Finais do século XVIII – Execução do cadeiral (coro-alto). 1834 – Na sequência da extinção das Ordens Religiosas, o mosteiro foi entregue à paróquia de Arnoia. 1842 – Bernardino de Sampaio Araújo, pai de Alberto Sampaio é sepultado no mosteiro (a 19 de Março). 1867 – Carta régia de D. Luís I (a 14 de Julho) aprovando os estatutos da Santa Casa da Misericórdia de São Bento de Arnoia. 1868 – Provisão de D. José Joaquim de Azevedo e Moura, Arcebispo de Braga, confirmando os estatutos da Santa Casa da Misericórdia de São Bento de Arnoia (a 8 de Janeiro). 1868 – Fundação da Santa Casa da Misericórdia de São Bento de Arnoia, por Geraldo José da Cunha. 1918 – Num período de grandes dificuldades económicas, o hospital encerra “por não poder sustentar um único doente”- Anos 20 – Organização da Liga Protectora do Hospital e promoção de festas de caridade para angariação de fundos para a instituição. 1930 – Após demoradas diligências junto da Companhia Franciscana Hospitaleira Portuguesa (a 30 de Setembro), quatro irmãs de caridade vieram para o Hospital assegurar os serviços gerais de manutenção e de enfermagem. Década de 40 – O Provedor Dr. Francisco de Meireles adquire o edifício monacal e procede a algumas obras de restauro. 1976 – O Estado toma posse do Hospital Civil de São Bento de Arnoia. 1982 – Inauguração do Centro de Saúde de Celorico de Basto para onde passam os serviços hospitalares, sendo as dependências monacais devolvidas à Misericórdia (fundação do Lar D.

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Maria Olímpia Mota Guedes, constituído por um lar da Terceira Idade instalado nas antigas dependências monacais e um jardim de infância). 1993 – Despacho de classificação do imóvel (a 31 de Agosto). 2012 – Inauguração do Lar D. Maria Olímpia Mota Guedes numa nova edificação junto à Igreja e Mosteiro de S. João de Arnoia, no denominado campo de Santo António. 1824 – Renovação da fachada principal da igreja (Ordem de São Bento) Anos 40 – Obras gerais de restauro nas dependências monacais (Santa Casa da Misericórdia de São Bento de Arnoia.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Satisfatório, apesar de algumas infiltrações nas alas conventuais e de algumas adaptações em função da sua recente utilização como Lar da Misericórdia de São Bento de Arnoia.

BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, O Românico in História de Arte em Portugal, vol. 3, Lisboa, 1986; BARROS, João, Geografia de Entre Douro e Trás-os-Montes, 1919; CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de Basto, 1988; CCRN, GAT do Baixo Tâmega, concelho de Celorico de Basto, Estudos Sumários de Planeamento, Porto, 1986; CORREIA, José, Cidades e Vilas de Portugal, Março, 1957; IRMANDADE DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SÃO BENTO DE ARNÓIA, Monasterio Sancti Ionis de Arnoia, Celorico de Basto, 1998 (Policopiado). MARQUES, José, O estado dos mosteiros beneditinos da arquidiocese de Braga, no século XV, Braga, 1981; SALGADO, Daniel, Terras de Basto, Famalicão, 1933; SMITH, Robert C., Cadeirais de Portugal, Lisboa, 1968; SOUSA, D. Gabriel, Monografia do Mosteiro de São Bento de Arnoia, s. d.; TOMÁS, Frei Leão de S., Benedictina Lusitana, Lisboa, 1974; VASCONCELOS, J. A. Etnografia Portuguesa, vol. 3, 1942; VIEIRA, J. A., O Minho Pitoresco, 1987;

INTERVENÇÕES 2011 – Início da edificação do novo Lar de Terceira Idade junto ao edifício conventual. 2012 – Inauguração do Lar D. Maria Olímpia Mota Guedes numa nova edificação junto à Igreja e Mosteiro de S. João de Arnoia, no denominado campo de Santo António.

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Fachada principal da Igreja e Mosteiro Claustro e fonte de taças

Alçado Norte de cariz românico Altar principal da Igreja de S. João Baptista de Arnoia

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CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO ARN20 Solar Casa de Travassinhos

LOCALIZAÇÃO Lugar da Cruz de Baixo (Travassinhos), freguesia de Arnoia.

ACESSO A partir da vila de Celorico de Basto, segue-se pela EN 210 em direção a Amarante e depois inflete-se pela EM 1749 que segue par o lugar da Cruz de Baixo.

ENQUADRAMENTO Rural, isolado na margem esquerda da pequena ribeira de Santo Andou.

DESCRIÇÃO Casa nobre que se destaca pelo descomunal portão armoriado, considerado um dos mais belos exemplares do Minho. Ostenta uma notável pedra de armas, onde estão representados os apelidos da família Pimenta e Ramos, primitiva detentora da casa e possuidora de antigas cartas de brasão de armas. Nele se destaca a perfeita utilização de técnicas de alto e baixo-relevo, de modo a dar uma maior leveza a este frontão de armas, que mede aproximadamente 7 m2, dimensões ímpares nesta área do País. Possui uma capela dedicada a Santo António que não se encontra no seu sítio original, tendo sido transladada para o local onde se encontra atualmente, pedra a pedra. Apesar das suas grandiosas proporções, o brasão integra-se perfeitamente no muro e portão, apresentando uma notável qualidade escultórica, presente na cruz e remates piramidais, no escudo partido com as armas dos Pimentas e dos Ramos, nas volutas que ladeiam o brasão, no timbre dos Pimentas representado pelo guerreiro pronto a combater e na moldura que rodeia o próprio brasão. A atual casa, de planta em L, é uma construção de granito adornada pelos dois grandes símbolos de prestígio da fidalguia de então: o já referido portão armoriado (representando as famílias Pimenta e Ramos) e a capela dedicada a Santo António (não se encontra no seu local original, tendo sido trasladada para o local onde se encontra atualmente) que se integram bem no restante conjunto habitacional através de um muro ameado. Este resguarda o pátio interior e a entrada nobre da casa, que também apresenta cunhais e uma cornija bem trabalhada, sendo composta por dois andares, o inferior, para os serviços agrícolas e o superior, o andar nobre, com janelas de sacada e aposentos bem delineados.

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES A imponência monumental e qualidade artística da pedra de armas que encima o portal, ilustrando este brasão a surpreendente perícia dos carpinteiros especializados neste tipo de trabalho. Trata-se de perto de sete metros quadrados de granito esculpido, com um peso considerável, assente num muro enfraquecido pela abertura do largo portão. E pode-se verificar que, graças ao tratamento da pedra em relevos de diferentes saliências, esse enorme volume se integra de modo feliz tanto no próprio muro como no espaço circundante. Composto por uma cruz e os remates piramidais, talhados em figura livre, que apontam o céu e que imprimem ao conjunto um movimento ascensional, seguem-se as duas duplas volutas em alto-relevo que desenvolvem-se ao longo de dois metros e meio de altura, formando uma cartela que debrua o brasão e harmonizando-se com o arco de volta inteira do vasto portão. Finalmente, no centro deste conjunto situa-se o brasão trabalhado em baixo- relevo (Pimentas e Ramos), rodeado por um lambrequim com volutas de feição naturalista.

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Todos os restantes emblemas estão igualmente representados com a maior exatidão: o elmo e o virol onde assenta o timbre dos Pimentas, através de um guerreiro pronto para o combate. Para diminuir ainda mais o peso do conjunto, o escudo está emoldurado por uma faixa de pedra em relevo gravado (a reprodução da cercadura da iluminura em pergaminho onde figurava, pintado, o escudo dos proprietários desta casa).

ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Edificada nos séculos XVII-XVIII, correspondendo ao último destes séculos a edificação do portão armoriado. Cerca de 1754 – Concessão do brasão dos Pimentas Ramos como se refere no jornal “A Palavra” de 3/3/1882, n.º 52, “Jeronymo Pimenta Ramos foi senhor d' esta casa. Tirou brasão d' armas de Pimentas e Ramos e mandou fazer a capela que está junto às casas de Travassinhos. Na última parte da carta de brasão passada em 11/2/1754 a Simão Álvares Pimenta Ramos, natural de Arnoia, se vê que este suplicante era primo segundo de Jeronymo Pimenta Ramos, a quem se passou já brazão d' estas mesmas armas”. 1771 – Casamento da proprietária desta casa, D. Margarida Clara Pimenta de Faria e Magalhães com Francisco Lopes Coutinho da Cunha, da Casa da Arnoia, deste mesmo concelho. Início do Século XX – Trasladação lateral da capela.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Bom estado de conservação apesar do progressivo abandono a que tem sido votada.

BIBLIOGRAFIA BPA, Casas Antigas do Concelho de Celorico de Basto, Celorico de Basto, 1981, p. 35; CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de basto, 1988; STOOP, Marie Anne, Casas Senhorias do Minho, 1993;

INTERVENÇÕES

Portal de Armas e Capela Brasão das famílias Ramos e Pimenta

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Portal armoriado Capela de Santo António

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CÓDIGO INVENTARIAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO ARN24 MN Castelo Castelo de Arnoia

LOCALIZAÇÃO Sobranceiro ao lugar do Castelo, freguesia de Arnoia.

ACESSO Situado a cerca de 9 km de Celorico de Basto junto à estrada que liga esta vila a Felgueiras, do lado Norte, no alto de uma elevação à qual se tem acesso por um desvio de cerca de 300 metros da EN 101-4 que prossegue a partir do lugar do Areal.

ENQUADRAMENTO Rural, situado no topo de uma elevação coberta de vegetação, bem destacada na paisagem, em cujo sopé se localiza o lugar do Castelo, a secular “Villa de Basto”.

DESCRIÇÃO O único exemplar da arquitetura militar no concelho de Celorico de Basto e que constituía a cabeça da Terra de Basto. De implantação roqueira, apresenta uma torre de menagem e pátio com cisterna definido por muralha de planta poligonal irregular, adaptada às condições do terreno. Classificado como Monumento Nacional pelo Decreto n.º 35532 de 15.3.1946, o vulgarmente conhecido Castelo de Arnoia, encontra-se implantado no topo de um monte, a pouco mais de 600 metros de altitude, de onde se domina uma vasta região, desde o vale da ribeira de Santa Natália para Oeste, ao vale do Tâmega até Amarante, para Sul. Referenciado já em 1064 como “Castellum Celoricu”, terá sido construído em época anterior, aproveitando provavelmente restos de construções do antigo castro romanizado de que aí se encontram vestígios. A construção castelar é formada por uma única linha de muralhas que, arrancando da torre de menagem, virada a Sul, desenha um perímetro circular fechando no lado Norte por uma torre baixa, tipo barbacã. Sendo este traçado caracteristicamente dos finais do século XIII e princípios do século XIV, portanto já de influência gótica, corresponderá a uma reedificação do primitivo castelo, pois na parte inferior de alguns troços da cerca observa-se um aparelho distinto, mais rude e apontado como característico dos séculos X-XI, em claro contraste com o excelente aparelho da parte superior da muralha, barbacã e torre de menagem. Corresponde a um castelo de implantação roqueira, constituído por uma torre de menagem de planta quadrangular ligada a uma cerca poligonal irregular, de silharia, com um portal de verga reta e reforçada no lado Norte por um forte cubelo / baluarte fronteiro à torre. No interior do pátio existe uma cisterna que permaneceu durante bastante tempo entulhada. A sua privilegiada localização resulta de uma escolha estratégica no intuito de dominar todo o vasto espaço envolvente que se estende ao longo do vale médio do Tâmega e assim vigiar e prevenir as investidas muçulmanas no decorrer do processo de Reconquista. Isolado no topo de uma elevação (com cerca de 200 m. de altitude), bem destacada na paisagem à imagem de outros do mesmo género, existentes no Norte do País, durante os séculos IX-X, viu surgir, posteriormente, no sopé, a secular “villa de Basto”, antiga sede do concelho, hoje parcialmente abandonada A sua edificação está ligada à reorganização da região (a partir de meados do século IX) ao nível político-administrativo e às necessidades de defesa que levaram à criação dos “territorios”, sendo, precisamente, neste período que surgiram os primeiros castelos roqueiros que tal como este, aproveitaram os cume de montes com afloramento rochoso, para a construção de um local de defesa (geralmente fora do local de habitação), ao qual as populações pudessem recorrer em caso de ataque militar. A partir de meados do século XI, a par do crescimento populacional e do desenvolvimento

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agrícola, fez-se uma nova reorganização do território centrada na constituição de terras, cada uma como seu castelo e sob a administração de um senhor, ocupando o castelo de Celorico o centro de poder das Terras de Basto. Por ser local isolado e desabrigado, devido à própria exiguidade das acomodações e por outras razões não menos pertinentes, conjugaram-se para que após a perda das funções defensivas, surgisse uma lenta ruína que se foi apoderando deste monumento militar, motivada, sobretudo, pelo roubo de pedra aparelhada praticado pelos vizinhos, que a utilizavam para a construção das suas casas e eiras. O abandono total e a ruína do castelo devem ter acontecido no século XVI coincidindo com o aparecimento das casas que, atualmente, se alinham ao longo do caminho de acesso ao castelo, na mesma época em que foram construídos o edifício da cadeia e o pelourinho local. Castelo românico, de construção cuidada, constituído por uma única linha de muralhas (cerca) robustas (de pelo menos de dois metros de espessura, coroadas pelo adarve ou caminho de ronda acessível por diversas escadarias e, que era protegido, sempre que possível por parapeito e ameias – sempre presentes a partir de meados do século XII), de traçado algo irregular (poligonal) adaptado à morfologia do terreno (reforçada a Norte por um sólido cubelo), a respetiva torre de menagem (quadrangular) inserida interiormente a Sul, uma pequena barbacã (pequena muralha) da qual apenas subsistem alguns restos dos alicerces e no pátio da cerca muralhada (interior), o poço ou cisterna, essencial em caso de cerco. Pela sua imponência merece destaque a torre de menagem rematada por ameias, cujo acesso se fazia por portal (com tímpano) a cerca de 3 metros de altura, apresentando ainda diversas seteiras em cada uma das fachadas (interiormente, desenvolve-se em três pisos, tendo acesso à cobertura). Do topo da torre de menagem observa-se um magnífico panorama dos mais belos do Norte do País, que justifica, perfeitamente, a sua função de sentinela defensiva na proteção do vale do Tâmega.

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES Foi um importante castelo cabeça de Terra, devendo a sua localização e importância relacionar-se com o mosteiro de Arnoia. No seu sopé desenvolveu-se a povoação de Arnoia, cabeça do concelho, com Casa da Câmara, pelourinho, cadeia e forca (que se situava no monte fronteiro ao castelo), tendo obtido foral de D. Manuel I em 1520. D. João V, por provisão de 21 de Abril de 1719, mudou a cabeça para o lugar de Freixieiro, na freguesia de Britelo, que passou a chamar-se Vila Nova de Freixieiro e mais tarde Celorico. O pelourinho de Celorico tem data de 1734.

ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Terá sido edificado (à imagem de outros do mesmo género, existentes no Norte do País), durante os séculos IX-X, tal como o comprova o rude aparelho da base das muralhas e da torre ou as recentes informações obtidas através das escavações arqueológicas, realizadas pelo IPPAR (2002), no âmbito do projeto de recuperação deste monumento nacional (possível referência à exposição do espólio exumado). Século XI - estabeleceu-se em Arnoia um mosteiro beneditino sob a protecção de D. Moninho Moniz ou Viegas; 1110 – Era tenente da Terra de Basto Mendo Viegas de Sousa; 1132 – Era tenente da Terra de Basto, D. Gueda Mendes, família dos Guedões; 1258 – As Inquirições referem-se a certos casais das freguesias dos arredores (Arnoia, Caçarilhe, Carvalho) que tinham a obrigação de alimentar os cães do castelo e de preparar cal para a sua reparação; 1281 – Era alcaide Martim Vasques da Cunha que tomou o partido do infante D. Afonso contra o rei D. Dinis; 1282 – D. Dinis arrendou as terras de Celorico de Basto a Martim

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Joanes por 210 morabitinos com a obrigação de contratar um cavaleiro que desempenhasse as funções de alcaide; 1284 – D. Dinis arrendou a Terra e o Castelo aos homens moradores de Celorico de Basto; 1402 - D. João I faz doação da Terra e do Castelo de Celorico de Basto a Gil Vasques da Cunha; Século XVII – no reinado de Filipe II a alcaidaria pertencia à família dos Castros.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Bom, em virtude da intervenção registada pelo IPPAR nos primeiros anos do século XXI.

BIBLIOGRAFIA CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de Basto, 1988; IPPAR, Património Arquitetónico e Arqueológico Classificado do IPPAR, volume I, Lisboa, 1993; VASCONCELOS, J. A. Etnografia Portuguesa, vol. 3, 1942; VIEIRA, J. A., O Minho Pitoresco, 1987;

INTERVENÇÕES 1961 – Início das obras levadas a cabo pela DGEM (consolidação e restauro da torre); 1963 – Prosseguimento das obras de consolidação e restauro da torre; 1972 – Recuperação das paredes danificadas da torre, reconstrução da escada interior, construção das portas e pavimentos intermédios da torre, coberturas e colocação de vitrais nas seteiras; 1973 – Obras de restauro e conservação; 1977 – Consolidação da parede da torre. 2002 – Escavações arqueológicas no âmbito do processo de requalificação do Castelo de Arnoia; 2004 – Requalificação do castelo através da substituição da escadaria de pedra à torre de menagem, da colocação de um patamar de visita, da proteção da cisterna e da proteção do espaço interior da muralha.

Torre de Menagem e Muralha envolvente Vista geral a partir da Nª Sr.ª do Calvelo

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Torre de menagem Pormenor do aparelho românico

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CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO BAT10 Solar Casa de Gandarela

LOCALIZAÇÃO Lugar ou povoação de Gandarela (de Basto).

ACESSO A partir da vila de Celorico de Basto através da EN 206 até ao centro da povoação de Gandarela (de Basto).

ENQUADRAMENTO Rural, isolada, em terreno de assinalado declive, perto do centro da povoação (anteriormente seria a saída), junto à estrada que liga ao Arco de Baúlhe. Rodeada por alguns campos de cultivo e algumas habitações. A fachada posterior da casa é contornada pela auto- estrada, que se encontra em quota mais baixa, passando por esta através de um túnel. O acesso principal é feito por portal que comunica com o parque arborizado, estando inserida em quinta de produção vitivinícola fechada por muro de alvenaria de pedra, composta por parque arborizado, jardim, casa e capela separada e anexos agrícolas, dispostos em eixo e campos de cultivo de vinha, constituídos por ramadas de videiras a Sul..

DESCRIÇÃO Arquitetura civil residencial maneirista e barroca, de planta em U, articulando três corpos e torre eclética, do século XVIII, ameada, com janelas geminadas, conjugando elementos medievais, renascentistas e barrocos. Junto à fachada principal da casa encontra-se adossado o portal nobre. Capela maneirista e barroca, composta por nave única e torre sineira adossada, do século XIX, rematada por cúpula. Fachada principal em empena e portal de verga reta encimado por fresta de arejamento e frontão triangular. Decoração interior com retábulo de talha barroco nacional. Jardim topiado de camélias, ciprestes, azáleas e buxos, típico dos Jardins de Basto, com lago circular central, rodeado por topiárias de animais fantásticos, formando bestiário. Planta em U, composta por corpo principal, retangular, corpo de ligação, pátio retangular fechado e corpo envolvendo torre quadrangular. Volumes articulados e escalonados, de dominante horizontal, quebrados pelo verticalismo da torre. Coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas, no corpo principal e torre, três águas no corpo que envolve a torre e duas águas, no corpo de ligação. Edifício de dois pisos, com fachadas em cantaria de granito, sendo a principal rebocada e pintada de cor-de-rosa, rematadas por cornija sob beiral saliente, e por beiral na fachada lateral Sul. Fachada principal voltada ao jardim, a Este, percorrida por estreito embasamento, com pilastras colossais toscanas nos cunhais, tendo a da direita, a pedra de armas dos Magalhães Sotto Mayor, e a da esquerda, adossado, portal nobre, desenvolvido em altura, com vão retangular sobrepujado por frontão de aletas, interrompido por fogaréu. No primeiro piso rasgam-se a porta principal de verga reta, ladeada por duas janelas gradeadas e no extremo Norte, dupla janela. No piso superior, janelas de sacada encimadas por cornijas retas, com varanda de pedra sobre cachorros, com motivos vegetalistas e volutas. Fachada lateral Norte, com escalonamento dos diversos corpos, coberta por trepadeiras, no primeiro piso, com duas portas e quatro janelas retangulares, e no segundo, sete janelas retangulares de guilhotina.

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A torre, de três pisos, com acesso pelo interior, enquadrada por cunhais apilastrados de ordem toscana, rematada por cornija e gárgulas de canhão, nos vértices, encimadas por pináculos, entre merlões. Possui no último piso janela mainelada, nas fachadas Norte e Oeste. Fachada lateral Sul revestida parcialmente por buganvílias, com pátio fechado por murete, com acesso ao centro, com a parede lateral Oeste rasgada por pequena porta de veja reta, no primeiro piso, e no segundo, janela retangular de guilhotina, e porta de verga reta, à qual se acede por escada de pedra. Centrada em relação ao pátio, varanda envidraçada assente em pilares de granito, de seção quadrangular, cobertos por trepadeiras. Fachada posterior, a Oeste, rasgada no segundo piso por três janelas retangulares de guilhotina, entre roseiras trepadeiras e hortências. Capela de planta longitudinal composta por nave única e torre sineira quadrangular, adossada a Oeste. Volumetria de dominante horizontal, quebrada pelo verticalismo da torre, com coberturas em telhado de duas águas, na nave e cúpula coroada por esfera na torre. Fachada em aparelho “mixtum vittatum”, rematadas por cornija, sob beiral nas fachadas laterais. Pináculos nos remates dos cunhais. Fachada principal voltada a Norte, em empena, coroada por cruz sobre esfera, rasgada por portal de verga encimado por fresta de arejamento e frontão triangular com pináculos piramidais com bola, a ladear a base. Torre sineira quadrangular, de dois pisos, delimitados por friso, com quatro sineiras em arco de volta perfeita, rematada por cornija simples, encimada por volutas nos ângulos. Fachada lateral Este rasgada por porta de verga reta e janela retangular. Fachada lateral Oeste com escada de pedra de acesso à torre. Fachada posterior a Sul, em empena, com cruz latina no vértice, cega, revestida por roseiras e outras trepadeiras. Interior com cobertura em falsa abóbada de madeira e pavimento em lajes de pedra. Paredes revestidas por silhar de azulejos estampilhados a azul e branco. Coro-alto em madeira assente em trave, protegido por balaustrada. Parede testeira totalmente preenchida por retábulo em talha em branco, sobrelevado, com acesso por três degraus de pedra, de planta reta, de três eixos, com ático rematado por arco abatido, com cartela, ao centro, com anjo, e prolongamento dos motivos decorativos do eixo central, ladeados por composições de volutas. Tribuna em arco abatido, com renda e trono bojudo coroada pela imagem de Santo António, ladeada por par de colunas coríntias, estriadas, com espiral fitomórfica e laçarias, demarcadas no terço inferior, com volutas, acantos e anjos. Lateralmente, peanhas bojudas com imaginária enquadradas por arcos de volta perfeita assente em pilastras decoradas por motivos vegetalistas. Nos extremos do retábulo, colunas torsas, ornamentadas com pâmpanos. Banco com composições de volutas, acantos e anjos. Sobre a banqueta, sacrário encimado pelo Crucificado. No muro a Oeste da capela, portal de verga reta, rematado por cornija sob frontão triangular com a pedra de armas dos Magalhães, ladeado por pináculos piramidais. Adossados ao muro Norte da propriedade, anexos agrícolas de planta retangular, cobertos por telhado de duas águas, e a Sul, tanque retangular com bica em cantaria, embebida no muro, em forma de carranca, com três canos, um na boca e dois nos ouvidos, ladeada por volutas e acantos e interiormente motivo concheado. Jardim junto à fachada principal da casa, definido por quadrilátero, com canteiros organizados por camélias, magnólias, ciprestes, buxos, murtas e azáleas topiadas, definindo formas geométricas diversas, arcos e guarda-sol, alguns em forma de pássaros, serpentes e animais fantásticos, formando bestiário, com lago central circular, com estátua de menino, e quatro estátuas representando as estações do ano.

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CARACTERÍSTICAS PARTICULARES Conjunto harmonioso onde se conjugam os volumes pétreos com os vegetalistas. Jardim construído no início do século XX, segundo a tipologia dos jardins topiados de Basto, típicos do século XIX. O desenho dos jardins foi concebido por um jardineiro da “escola de Fermil”, fundada pelas irmãs Pinto Basto. Atualmente, os jardins ainda são tratados por um jardineiro, da geração dos jardineiros de Fermil. A capela possui torre sineira rematada por cúpula, de forma pouco comum na região.

ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Conjeturalmente atribuída aos séculos XVII-XVIII (embora existam já algumas referências anteriores) e com intervenções nos séculos XIX e XX. Século XVII – Edificação da casa e da capela. Século XVIII – Reedificação da fachada nobre e construção da torre, sendo senhor da Casa da Gandarela, Francisco Alves de Araújo, capitão-mor de Celorico de Basto. Século XIX – É senhor desta Casa, Francisco de Magalhães Araújo Pimentel, fidalgo-cavaleiro da Casa Real e depois seu filho Manuel Magalhães de Araújo Pimentel que lhe sucedeu e casou com a sua prima direita D. Maria Cristina Pereira Gayo de Noronha. Este após o fim do seu casamento, enche-se de dívidas, obrigando os seus herdeiros a vender todos os seus bens e a propriedade a Jerónimo Pacheco de Campos Pereira Leite, deputado e chefe do partido Regenerador do distrito. Século XIX – Remodelação da torre da casa e construção da torre sineira da capela. 1886 – A antiga via (romana ou medieval) que ladeava a casa é substituída, a Norte, pela atual estrada, desmontando-se a capela e montando-a de novo no local onde atualmente se encontra. Início do século XX – Construção do jardim por iniciativa de Paulo da Cunha Mourão Carvalho Sotto Mayor. 2000 – Despacho de classificação (a 4 de Setembro), desencadeado pela possível destruição do jardim devido à construção do prolongamento da auto-estrada A7 (o Despacho de Classificação refere-se à Casa da Gandarela incluindo a Capela de Santo António e Jardim). 2004 – Deslocação do portal existente na fachada posterior devido à construção da auto- estrada.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Apresenta, em geral, um bom estado de conservação.

BIBLIOGRAFIA AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Introdução ao Estudo da Casa Nobre, Lisboa, 1988; BPA, Casas Antigas do Concelho de Celorico de Basto, Celorico de Basto, 1981; CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de basto, 1988; CASTEL-BRANCO, Cristina, Jardins com História, Poesia atrás de muros, Lisboa, 2002; GUSMÃO, Adriano, Solares Barrocos da Região de Basto, in XVI Congrès International d’Histoire de l’art – Rapport et Communications, vol. 2, Lisboa-Porto, 1949; STOOP, Anne de, Palácios e Casas Senhoriais do Minho, Porto, 2000; VÁRIOS, Guia de Portugal, vol. 4, Lisboa, 1966, pp. 1301 e 1302;

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INTERVENÇÕES 2004 – Desmantelamento e deslocação do muro e portal junto à fachada posterior da casa devido à construção do túnel da auto-estrada A7.

Fachada principal da Casa Típico Jardim de Basto

Capela Torre

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CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO BAT12 MIP Solar Solar do Souto

LOCALIZAÇÃO Lugar de Vilar, na freguesia de São Clemente de Basto.

ACESSO A partir de Celorico de Basto pela EN 206 até à povoação de Gandarela de Basto, seguindo depois pela EM 172 em direção à Igreja de São Clemente de Basto, nas proximidades da qual se situa, à entrada do lugar de Vilar.

ENQUADRAMENTO Rural isolado, a meia encosta, no centro do lugar de Vilar num ambiente verdejante e com um amplo horizonte.

DESCRIÇÃO Exemplar de arquitetura civil privada, barroca, que se enquadra na tipologia de um solar de planta quadrada desenvolvida à volta de um pátio central, com frontispício, de dois pisos, integrando capela e torre sineira no extremo direito e tendo a horizontalidade quebrada por um frontão redondo de casa e um de lanços da capela. De planta quadrada, é composta por dois núcleos básicos: o solar propriamente dito e a capela, com pátio central. Volumes articulados horizontalmente com coberturas diferenciadas em telhados de duas e três águas. A fachada principal, orientada a Este, estrutura-se em três panos: ala residencial, capela e torre sineira. A ala residencial delimitada por pilastras e de dois pisos, apresenta no primeiro, pequenos vãos retangulares gradeados intercalados por portas de vão reto; o andar nobre é ritmado por três janelas de guilhotina centradas por janela de sacada com bandeira superior encimada por uma pedra de armas coroada. Um frontão de lanços que se ergue acima da linha do beirado remata o eixo da entrada principal da casa. Segue-se-lhe, do lado mais próximo da fachada Oeste, a capela sensivelmente avançada, com pilastras nos cunhais, portal de verga curva de moldura superior interligada à de um janelão rasgado ao nível do coro-alto. Este é encimado por frontão de lanços que interrompe a cornija do frontão contrafortado que coroa a fachada. Remate em cruz latina central e pináculos em cada um dos cunhais. O terceiro pano da fachada corresponde à torre sineira, ao nível da casa e com cúpula bolbosa. A fachada Norte é ritmada por um conjunto de nove janelas de guilhotina ao nível do andar nobre. A fachada Sul parece apresentar dois momentos diferentes de construção, um com seis janelas no andar residencial e outro com quatro, sendo esta última parte pintada e a anterior em granito aparente. O pátio interior, revela, a Norte, uma parede com revestimento em ardósia. O andar nobre assenta sobre duas colunas e paredes com revestimento em ardósia. No andar térreo, além da capela, existem zonas de adegas, lagares, armazéns e a biblioteca (numa zona de antigas cavalariças). A entrada principal da casa dá acesso a um átrio em lajeado de pedra e teto em madeira. A passagem para a escadaria realiza-se por um portal em madeira e vidro gravado. A sala de jantar apresenta tetos de caixotões em madeira. Do lado Este existe uma sala com uma pintura a fresco, imitando uma varanda. Essa sala comunica com o coro da capela que, por seu turno, dá acesso ao interior da torre sineira.

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A capela apresenta um retábulo referenciado ao estilo neoclássico com colunas coríntias e cimalhas em arco triunfal, rematado por querubins. Uma imagem de Nossa Senhora das Necessidades no centro do altar e, nos nichos, santo António e Santa Quitéria: Os tetos são de madeira de carvalho. Frente à fachada principal ergue-se a estufa e a Este, um pavilhão de dois pisos é atualmente utilizado para Turismo de Habitação. Envolvendo a casa, com particular destaque para o lado Oeste, Sul e este encontra-se o jardim de japoneiras.

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES A sua planta quadrada recorda estruturas conventuais.

ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Edificada no século XVII, sofreu uma profunda remodelação no século XIX. Século XVII – Primeiras notícias da Casa do Souto, quando D. Domingas Ribeiro, filha de Afonso Ribeiro e Dona Catarina Gonçalves, Senhores da Casa do Souto, casa com Geraldo Falcão Magalhães; Século XIX (1ª metade) – Justiniano de Abreu de Araújo Azevedo Bacelar, descendente dos Senhores da Casa do Souto, ocupa o cargo de vereador na Câmara de Celorico de Basto; Século XIX (2ª metade) – Alfredo de Abreu de Araújo Azevedo Bacelar promove obras de grande importância; Década de 1930 – Os descendentes da família proprietária vendem a casa e respetiva quinta ao Padre João de Magalhães Ferreira, Visconde de S. Clemente de Basto; 1975 - O Padre João de Magalhães Ferreira doa a casa e quinta do Souto ao seu afilhado, João Maria Mourão Pulido de Almeida; 1993 - A Casa do Souto abre as suas portas ao Turismo de Habitação; 1996, 1 Agosto - Despacho de classificação.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Bom estado de conservação, potenciado pela sua utilização no âmbito do turismo de habitação.

BIBLIOGRAFIA BPA, Casas Antigas do Concelho de Celorico de Basto, Celorico de Basto, 1981; CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de Basto, 1988; STOOP, Marie Anne, Casas Senhorias do Minho, 1993;

INTERVENÇÕES

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Fachada principal Capela de Nossa Senhora das Necessidades

Brasão da fachada principal Pormenor do típico jardim de Basto

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CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO BRI16 Solar Casa do Prado

LOCALIZAÇÃO Lugar do Prado, na Vila de Celorico de Basto, freguesia de Britelo.

ACESSO Na entrada Norte da Vila de Celorico de Basto, encontrando-se a entrada no troço inicial da Avenida da República.

ENQUADRAMENTO Rural, num patamar em ligeiro declive, inserido numa propriedade agrícola.

DESCRIÇÃO Exemplar de arquitectura residencial quinhentista e barroca. Foi uma antiga quinta de produção agrícola, com portal principal oitocentista, casa, parque arborizado, alameda, jardim topiado de camélias, típico dos Jardins de Basto, com lago circular central, rodeado quadras de buxo com topiárias de arcos, vazos e extensa arcada, construções agrícolas, eira e espigueiro e terrenos de cultivo. Corresponde à tipologia da casa-torre barroca de planta em U, formado pátio para a parte posterior, com torre ameada, no extremo de um dos braços. Fachada principal simétrica com loggia central, ladeada por panos delimitados por pilastras colossais coroadas por urnas, sugerindo verticalidade. Notável exemplar da arquitetura residencial, esta casa nobre encontra-se documentalmente mencionada desde o século XVI, tendo estado durante quase quatro séculos na posse da família Pinto Dá Mesquita. A maior parte da casa foi construída em finais do século XVIII (a torre poderá ser anterior) tendo sido profundamente remodelada na transição do século XIX para o XX. Apresenta um interessante conjunto histórico-artístico que se desenvolve numa planta em U e que apresenta uma imponente fachada simétrica com uma elegante loggia central decorada com uma composição figurativa de azulejos, uma interessante torre ameada e um conjunto diversificado de construções próprias de uma quinta de produção agrícola. Na envolvente encontra-se um dos mais antigos e tradicionais jardins de camélias de Basto que se estendem numa ampla e aprazível alameda ajardinada até ao portal principal e que estabelecia uma perfeita união dos salões (casa nobre) com os jardins, tão célebres no passado, numa associação sublime de conforto e beleza. Muitas modificações sofreu a casa em quase 400 anos. As últimas obras deram-lhe o seu aspeto atual. Construída, segundo os hábitos locais, de modo a tirar partido do forte desnível do terreno, apresenta diversas fachadas de configuração muito diferente, todas elas pintadas de amarelo. A norte, uma esplanada permite o acesso direto ao andar nobre. A sul, em nível inferior, ergue-se uma torre ameada, na qual se penetra por uma antiga escada encostada à parede. Voltada a leste, ergue-se a imponente fachada nobre aparentada com o estilo da “Antiga Casa Portuguesa” que o arquiteto Raul Lino desenvolveu na década de 1900. Ilustra uma conceção de solar senhorial que não é da região de Basto. Com efeito, a varanda corrida, habitualmente situada do lado do pátio e destinada tanto à vida quotidiana como aos trabalhos agrícolas, transformou-se aqui numa elegante loggia. Decorada com azulejos, segundo uma moda provinda de Lisboa, esta loggia estabelece ligação dos salões com os jardins, que eram célebres, numa associação de conforto e beleza.

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES Possui um dos primeiros jardins topiados de Basto, introduzidos pela sua proprietária, D. Emília Ermelinda Pinto Basto. O portal apresenta-se coroado por cartela decorada com motivos vegetalistas, simulando pedra de armas. Os motivos de concha aparecem sempre repetidos, tanto no portal, como na decoração da casa. O edifício apresenta uma elegante loggia com azulejos de cenas de género, do séc. XIX.

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ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Provavelmente edificada no século XVIII foi profundamente transfigurada no século seguinte, sendo a atual edificação quase toda do século XIX. Durante quatro séculos (1520-1918), geração após geração, a casa do Prado abrigou a mesma família. Em 1520, João Gonçalves do Prado, o mais antigo proprietário de que ficou memória, é mencionado no Foral Novo outorgado a Celorico de Basto por D. Manuel I. Em 1534 um contrato menciona Martim Annes do Prado, filho de João Gonçalves. No século seguinte, em 1661, celebra-se o casamento da herdeira do domínio, D. Ângela Ribeiro, com Roque Pinto da Mesquita de Lemos, sargento-mor da milícia de Basto e juiz ordinário desta vila. Manter-se-á na família a tradição da carreira das armas. Luís Pinto da Mesquita de Queirós e Lemos (1780/.....), é tenente-coronel das milícias de Basto, enquanto que o seu neto, José Pinto da Mesquita de Queirós e Lemos (1808-1849), é cadete do Regimento de Cavalaria de Chaves. Este último casa com D. Emília Ermelinda Ferreira Pinto Basto. Em 1918, porém, seus filhos põem à venda a velha habitação, que hoje pertence ao património de Celorico de Basto.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Bom estado de conservação, tendo sofrido uma recente intervenção para integração no espaço da Câmara Municipal de Celorico de Basto.

BIBLIOGRAFIA BPA, Casas Antigas do Concelho de Celorico de Basto, Celorico de Basto, 1981; CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de Basto, 1988; STOOP, Marie Anne, Casas Senhorias do Minho, 1993;

INTERVENÇÕES 2011 – Obras de conservação e ligeiras alterações interiores com vista à sua transformação como local de receção da Câmara Municipal de Celorico de Basto, destacando-se o encerramento em vidro da sua grande varanda.

Fachada principal com varanda de colunata. Alçado lateral e acesso ao andar nobre.

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Parque ajardinado Registo de azulejos da varanda (fachada principal)

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CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO MOL03 Solar Casa do Campo

LOCALIZAÇÃO Lugar do Campo.

ACESSO Situada junto à EN 210, a 4 kms de Celorico de Basto, na estrada que segue desta vila para Fermil de Basto.

ENQUADRAMENTO Rural, a meia encosta do vale do Tâmega, com vista para as serras do Marão e do Ladário e para o Alto da Senhora da Graça, ou Monte Farinha. A propriedade possui cerca de 35 ha de vinha, a cargo da Escola Agrícola de Molares.

DESCRIÇÃO Há vários séculos na família, têm-se sucedido as construções, as obras e os restauros, criando um conjunto de pitoresco encanto que os edifícios construídos de uma assentada nem sempre possuem. Forma uma entidade global, unificada, onde as moradas do Criador, do senhor e do camponês se não encontram lado a lado, mas antes imbricadas, ligadas entre si. A Casa do Campo fazia muito provavelmente parte de um grupo de 29 casais agrícolas cujos moradores instituíram, talvez no século XII, a paróquia de Santo André de Molares. Ainda que menos antiga, a torre, símbolo de uma certa categoria social, é o elemento mais imponente dos dois corpos do edifício voltados para norte e leste, segundo um plano em L. O revestimento de pedra da torre destaca-se das outras paredes de resplandecente brancura divididas em diversos lanços por um largo entablamento e por pilastras toscanas. O conjunto é denso, concentrado, os cheios dominam os vazios. Janelas pequenas, quase quadradas, iluminam o andar nobre e frestas as dependências do rés-do-chão. Dentro do mesmo espírito de rigor funcional, a escada exterior não se acha majestosamente colocada ao centro, mas numa extremidade. É um elemento de arquitetura, e não de decoração. Embora maciça, ornada apenas com sólidas volutas no arranque das guardas, está contudo subtilmente construída em esquadria, tal como os dois corpos de edifícios a que dá acesso. No interior, a sala baixa da torre é sustentada por um pilar central e arcos de volta inteira. No resto da casa, no andar nobre, sucedem-se os aposentos, uns após outros, com belos tetos de madeira em caixotões, recentemente restaurados. Estas salas comunicam entre si através da varanda voltada para sul e oeste, na parte privativa do interior do L formado pelos dois corpos de edifício. As datas de construção de todo este conjunto evolutivo repartir-se-iam pelo século XVI, final do XVII e XIX. Quanto à capela, instituída em 1763 e dedicada a Nossa Senhora da Abadia, é posterior. Isso poderia explicar a escolha da sua localização ligeiramente descentrada, a um tempo perto da casa e acessível ao público, como tradicionalmente exige o breve arquiepiscopal. Na realidade, está situada, talvez simbolicamente, no centro de um semicírculo que engloba os dois corpos de edifício. Conserva inclusivamente o Santíssimo Sacramento, privilégio excecional para uma capela particular. Não alinhado, este templo está ligado à casa da maneira mais poética, por uma pequena ponte. No interior encontram-se os dourados de um retábulo, diferente mas estilisticamente muito próximo. A tribuna está enquadrada por nichos e colunas torsas. Os seus fustes prolongam-se na arquivolta de volta inteira; a única rutura é a dos capitéis e do entablamento. Os dois anjinhos em ação de graças anunciam os vigorosos arcanjos das grandes composições barrocas e rococó. Os planos e os volumes consistem em folhas de acanto onde simbolicamente se misturam aves e cachos de uvas. É o jogo do seu relevo, mais ou menos acentuado segundo a forma requerida, ou a distância, que contribui para introduzir uma certa dinâmica. Também as cores dão a sua comparticipação. Os toques muito leves sobre o ouro dos primeiros planos transmudam-se em flores de grande beleza, em brocados cintilantes, que iluminam os fundos dos nichos. Uma corte de santos rodeia a Virgem: António,

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Frutuoso, Joaquim, José, Torcato e Ovídio. E este último, venerado pela cura dos ouvidos, é sempre alvo de promessas. Harmonizando-se com o retábulo que ocupa toda a parede, a abóbada em berço da nave é enriquecida por uma decoração pintada. Balcões em perspetiva rodeiam uma Virgem com o menino que parece inspirada na do retábulo. A Virgem está enquadrada por uma cartela onde o artista pintou apenas com três cores, sem sombra de academismo, motivos rococó de maravilhosa leveza. Todos diferentes, estuantes de vida, inspiram-se sem dúvida alguma nessas estampas ornamentais rococó criadas na França, frequentemente imitadas, depois impressas em Ausburgo e finalmente difundidas em Portugal pelas grandes abadias beneditinas. A poucos metros encontra-se um surpreendente portal igualmente construído no século XVIII. A cruz e os remates piramidais que o encimam constituem uma verdadeira proeza técnica raramente realizada nessa pedra dura que é o granito. Parece que o escudo com as armas dos Teixeiras, dos Coelhos e dos Meireles foi colocado no portal mais tarde, depois do casamento do Dr. António Maria de Meireles Pereira Leite Rangel de Quadros com D. Maria das Dores Teixeira Coelho Freire de Andrade, em 1842 (no lintel do portão figura uma data um tanto difícil de decifrar: 1734? 1784?). Merece ainda destaque o jardim de camélias algumas das quais com perto de 250 anos (segundo informações transmitidas pelo grande especialista de jardins, Eng.º Ilídio Alves de Araújo). Esta planta diretamente importada do Japão pelos finais do século XVI aclimatou-se admiravelmente no Norte de Portugal. Chamavam-lhes japoneiras ou roseiras-do-Japão, sendo o nome de camélia originário do estrangeiro no século passado. No século XIX são os jardins da Casa do Campo aumentados e transformados, provavelmente sob o impulso do activo proprietário nessa época, António Maria Meireles (1800-1874). Efetivamente, pelos meados deste século, os senhores da terra de Basto descobrem uma nova forma de podar as árvores, a exemplo das irmãs Pinto Basto, Justina Praxedes e Emília Ermelinda, cujo casamento as trouxe para a região (Justina Praxedes, 1809-1905 casa com Teodoro de Carvalho e Almeida Leite Pereira, senhor da Casa de Pielas, em Painzela, Cabeceiras de Basto e Emília Ermelinda, nascida em 1818 casa com José Pinto da Mesquita, senhor da Casa da Igreja, em S. Romão do Corgo, e da Casa do Prado, em Britelo). Educadas na Inglaterra, em casa de seu tio João Ferreira Pinto Basto, agente da Companhia dos Vinhos do Alto Douro, foi lá, talvez, que descobriram “as esculturas verdes”. Esta arte da topiaria monumental gozou sempre de grande prestígio na Inglaterra. Após um certo desinteresse na época romântica, começa de novo a desenvolver-se pelos meados do século XIX. Assim, ao regressarem ao seu país, as irmãs Pinto Basto passam a adotar esse estilo de topiaria não só nas plantas tradicionais, como na Inglaterra, mas igualmente nas japoneiras. Na Casa do Campo privilegiou-se o aspeto monumental da topiaria que começa logo pelo facto de o jardim assentar numa plataforma que lhe serve de imponente peanha. Além disso, para melhor valorizar as topiarias o plano é simples: um espaço retangular dividido por uma alameda central e outras transversais. Finalmente, para um mais perfeito equilíbrio do conjunto da paisagem, as árvores talhadas nas proximidades da torre e da casa são mais volumosas do que as que circundam as outras árvores que crescem livremente no resto do parque. Não falta tão-pouco toda a tradição barroca com os seus jogos de sombras e de longes, e os claros-escuros. D. Emília Pinto Basto, sabendo bem a que ponto essas obras são perecíveis, não cessou de encorajar a formação de jardineiros. O seu, Manuel Joaquim Alves Soares, está na origem da bem conhecida dinastia dos jardineiros paisagistas de Fermil que conceberam e plantaram estas surpreendentes “esculturas verde” da terra de Basto, delas cuidaram e conservaram (alguns dos seus membros souberam mesmo transmitir o seu saber além-fronteiras, do que os jardins de Versalhes constituem exemplo).

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES O jardim da Casa de Campo é, possivelmente, o exemplo com mais valor da adaptação e topiária das camélias que caracterizou os séculos XVIII e XIX no Norte e Centro do País.

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ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Nos finais do século XV, o primeiro proprietário conhecido chama-se Fernão Pinto. Em 1572 os arquivos dizem que a Coroa concede o Casal do Campo a Fernão Pinto – o neto de Fernão – contra pagamento de foro. Seguidamente sucedem-se as gerações: Gaspar Pinto, depois sua filha D. Catarina Pinto, que em 1641 casa com Francisco Álvares de Carvalho (1624/.....) e em seguida o seu neto, que igualmente se chamava Francisco Álvares de Carvalho (1651/.....) casa em 1683 com D. Maria de Carvalho Pinto. O filho de Francisco, Torcato Álvares de Carvalho (1697/...), faz fortuna no Brasil. No seu regresso a Portugal, casa em 1734 com D. Maria Andrade Leite de Passos. É muito provável que tenha sido ele que deu novo brilho à Casa do Campo, da qual se torna administrador. Sucede-lhe o filho, António Luís Álvares Pinto de Andrade e Carvalho (1735/...), que casa com D. Isabel de Meireles Leite Pereira, herdeira das Casas da Igreja e de Santo Antonino. Por fim o seu filho, Francisco de Meireles de Sequeira Leite (1759/.....) e os seus descendentes, António Maria de Meireles Pereira Leite Rangel de Quadros, 1800-1874, seu filho Francisco de Meireles Pereira Leite Teixeira Coelho, 1844-1915, depois Francisco Xavier de Meireles Teixeira Coelho, 1893-1959, e finalmente Francisco de Meireles, 1924-1966, cuja viúva é a atual proprietária. A atual proprietária, D. Maria Armanda de Oliveira Matos de Meireles, viúva de Francisco de Meireles, depois de proceder ao restauro da Casa do Campo, recebe agora hóspedes no âmbito do Turismo de Habitação.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Bom estado de conservação, potenciado pela sua utilização no âmbito do Turismo de Habitação.

BIBLIOGRAFIA BPA, Casas Antigas do Concelho de Celorico de Basto, Celorico de Basto, 1981; CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de Basto, 1988; IPPAR, Património Arquitetónico e Arqueológico Classificado do IPPAR, volume I, Lisboa, 1993; STOOP, Marie Anne, Casas Senhorias do Minho, 1993;

INTERVENÇÕES

Jardim e facha da principal. Fachada principal com a capela e torre.

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Fachada lateral a Sul e escadaria de acesso Capela

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CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO RI B01 Igreja Igreja do Divino Salvador de Ribas

LOCALIZAÇÃO Lugar do Assento ou Igreja, freguesia de Ribas.

ACESSO Localiza-se a cerca de 15 km de Celorico de Basto, no lugar da Igreja, com acesso por estrada a Norte e a Oeste. Saindo de Celorico em direção a Arco de Baúlhe pelas estradas 210 e 304, cruza-se com a N 206 em Gandarela, virando depois à direita, por onde se acede por estrada municipal que leva diretamente à igreja Ribas.

ENQUADRAMENTO Rural, em patamar a meia encosta de assinalado declive, sobranceira ao rio de Veade, rodeada pela residência paroquial e por edifícios de apoio aos serviços da igreja. Envolve a igreja adro murado, precedido por jardim com busto do Padre Magalhães Costa.

DESCRIÇÃO Exemplar da arquitetura religiosa com características românicas, gótica, barroca e neoclássica. É um templo de construção tardo-românica, mas que já apresenta os tradicionais arcos quebrados góticos (esta igreja é um bom exemplo da permanência do românico através de interpretações locais). Templo religioso de planta longitudinal composto por nave e capela-mor retangulares, torre sineira, salão paroquial, capela lateral da Senhora das Dores e sacristia (adossados lateralmente a Oeste). A fachada principal é aberta por portal gótico com duas arquivoltas quebradas decoradas por motivo de pérolas, que se repete em vários elementos exteriores da nave. Fachada em alvenaria de granito, com embasamento e remates em cornija sob beiral, nas laterais da nave e capela-mor, suportada por cachorrada (tendo a da nave motivos de pérolas). Fachada principal orientada, em empena decorada por friso de pérolas, coroada por cruz pátea sobre haste fitomórfica, com portal principal de duas arquivoltas quebrada, decoradas também por pérolas, com cruz pátea gravada no tímpano e colunas de secção circular com capitéis com ornamentos fitomórficos. O portal é encimado por pequena janela, em arco quebrado, decorada por motivos em pérolas, contendo a imagem de São Salvador. A ladear a fachada, pela esquerda, encontra-se a torre sineira de cobertura em coruchéu bolboso, com acesso interior e exterior e três registos marcados por cornija (o primeiro com porta e janelão em arco abatido, o segundo com dois relógios nas fachadas Oeste e Norte e o terceiro com sineira de quatro janelas em arco pleno). Na fachada lateral Sul, na nave, destaca-se a porta em arco quebrado, também gótico, com motivo de pérolas, com tímpano liso e impostas destacadas. Este pano é percorrido por quatro cachorros encimados por pingadouro. Interiormente, apresenta paredes em alvenaria de granito, sendo iluminada por seis frestas com vitrais. A nave é coberta por abóbada de berço, em madeira, com caixotões decorados de filetes e com florões dourados nos ângulos. Apresenta um coro-alto de madeira sobre mísula de pedra, com balaustrada e decoração marcada a dourado, um subcoro com um guarda-vento de madeira e escada de acesso ao coro-alto, do lado da Epístola, e um arco triunfal de morfologia idêntica ao portal principal.

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A nave da igreja, apresenta três retábulos laterais (confrontantes): do lado do Evangelho, os de Nossa Senhora da Conceição e do Sagrado Coração de Jesus, e do lado da Epístola, o dedicado ao Sagrado Coração de Maria. Entre os dois retábulos do lado do Evangelho, localiza-se a capela lateral com acesso em arco quebrado. Esta apresenta um interessante teto de masseira de madeira, uma mísula que suporta a imagem (na parede testeira), um arco triunfal com duas arquivoltas quebradas (decoração com pérolas sobre colunas de secção circular e capitéis fitomórficos) e uma monumental sanefa de talha policroma (branco, dourado, castanho e azul), recortada com decoração fitomórfica. A capela-mor encontra-se sobre-elevada, sendo coberta em abóboda de berço, em madeira, decorada por caixotões com decoração de filetes e florões. Apresenta um altar policromado a branco, dourado e vermelho, com marmoreados (azul e verde) e uma representação do sol. Relativamente ao altar-mor, este é de talha policroma (branco, dourado, azul e vermelho), de planta reta e três eixos, sendo o seu remate em espaldar recortado com volutas, apresentando uma tribuna de trono eucarístico circular e eixos laterais enquadrados por colunas compósitas estriadas em espiral (decoração fitomórfica e querubins). A sacristia, em alvenaria de granito, apresenta um teto em masseira, de madeira e possui um arcaz de castanho, bem como um lavabo em pedra com pia decorada com volutas, bica antropomórfica e acrotério com uma cruz relevada.

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES É uma construção de traçado simples e decoração arquitetónica pouco exuberante, marcada pelos modilhões lisos e altos e pelas colunas estreitas e capitéis esguios do portal axial, de arco quebrado, traduzindo já influências góticas. Sendo uma construção tardia, provavelmente posterior ao século XIII, a igreja de Ribas é um bom exemplo da permanência do românico através de interpretações locais. Gravada num silhar existente na torre sineira encontra-se uma inscrição comemorativa da conclusão da igreja, datada de 1269; Nos retábulos de Nossa Senhora da Conceição, do Sagrado Coração de Jesus e do Sagrado Coração de Maria em talha policroma (branco, dourado, vermelho e azul) destacam- se os seguintes elementos: no primeiro, o espaldar recortado com decoração fitomórfica, a tribuna enquadrada por colunas compósitas, estriadas em espiral (decoração fitomórfica e querubins); no segundo, a sua planta côncava e o remate interrompido por espaldar com simbologia do orago; e no terceiro, o remate em entablamento com urnas nos extremos e ao centro o espaldar com símbolo do orago.

ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Possivelmente terá passado por diversas fases construtivas: a primeira terá sido no século XII e diz respeito à fundação do Mosteiro dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho do qual não restam vestígios arquitetónicos (somente algumas referências), a segunda terá ocorrido nos séculos XIII / XIV e está diretamente ligada aos vestígios tardo-românicos, aos vestígios góticos e à inscrição que se encontra no interior da torre sineira e a terceira diz respeito aos séculos XVIII e XIX e está diretamente ligada à edificação da torre sineira e à colocação dos altares laterais junto ao arco triunfal respetivamente. A mais antiga referência a esta referência diz respeito à fundação do Mosteiro de Santa Maria de Ribas (ocorrida em 1160), que foi entregue por D. João Peculiar aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Dez anos depois da sua fundação, faleceu D. Mendo, o primeiro abade deste mosteiro, que ficou indissociavelmente ligado a este . Do século seguinte

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surgem várias referências à igreja de Ribas, mas nenhuma ao mosteiro: em 1217, um recurso ao Papa Inocêncio III sobre a disputa entre os clérigos de Ribas e a Colegiada de Guimarães sobre o direito ao padroado de quatro casais; em 1240 uma referência a este mosteiro como “ecclesiam de Ripis” (o mosteiro não é referido nas Inquirições do século XIII); a 1269, diz respeito, a data da inscrição (encontra-se na torre sineira) atestando a conclusão da igreja ou de alguma fase construtiva. Com a passagem do mosteiro de Ribas aos comendatários em 1556, voltam a surgir novas referências, pois em 1565, sendo o mosteiro Comenda da Ordem de Cristo e seu comendador Rodrigo /Ruy de Melo Pereira, abriu-se a sepultura de D. Mendo (primeiro prior deste mosteiro) e acharam o seu corpo incorrupto, sendo tal sinal interpretado como sinal de santidade. Finalmente, em 1726, surge a referência de que a igreja “que é antiga, e o mais do mosteiro está arruinado”, atestando a existência de uma antiga inscrição. Esta estaria “situada no interior da igreja, entre a porta travessa e o altar colateral, do lado da Epístola, "HIC IACET DOMINUS MENEDUS HUIUS MONASTERII PRIMUS PRIOR QUI NUNQUAM DUM VIXIT PEDEM MOVIT NISI AD OSEQUIUM DEI OBIIT VI NONAS OCTOBRI E M CC VIII", com a seguinte tradução: AQUI JAZ D. MENDO, O PRIMEIRO PRIOR QUE FOI DESTE MOSTEIRO, O QUAL NUNCA DEU UM PASSO QUE NÃO FOSSE EM SERVIÇO DE DEUS. FALECEU A 2 DE OUTUBRO

ESTADO DE CONSERVAÇÃO No geral é satisfatório, necessitando de ligeiras intervenções de conservação.

BIBLIOGRAFIA CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de Basto, 1988;

INTERVENÇÕES

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Elementos românicos no alçado a Sul Fachada principal

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CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO VEA01 Igreja Igreja de Santa Maria de Veade

LOCALIZAÇÃO Lugar de Veade, freguesia de Veade.

ACESSO Através da EN 312 a partir de Fermil em direção a Mondim de Basto, seguindo pelo desvio após o cemitério de Veade por estrada secundária (a cerca de 8 Km de Celorico de Basto, fazendo-se o acesso pelas estradas N 210 e N 304 em direção a Mondim de Basto).

ENQUADRAMENTO Rural, isolada, em terreno desnivelado, no centro do lugar, envolvida por casas de habitação, quintais e campos de cultivo, na proximidade do ribeiro de Veade. Possui adro lajeado e empedrado a cubo granítico, que parte fronteiro por estreita faixa, com acesso lateral por escadaria de lanço reto, desenvolvendo-se e alargando-se lateralmente a SE., suportado mor muro, com acesso por escadaria de pedra. Junto à fachada lateral NO Encontra-se a estrada, em cota mais baixa, de acesso à Casa da Capela, nas proximidades. Em jardim fronteiro a Este junto a casa armoriada, encontram-se os restos do primitivo Cruzeiro de Veade.

DESCRIÇÃO Exemplar de arquitetura religiosa, românica, maneirista e barroca. Igreja de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, retangulares, e dois corpos retangulares adossados lateralmente, correspondendo ao salão paroquial e à sacristia. Durante as profundas obras setecentistas, terá havido provavelmente uma inversão da orientação primitiva da igreja, que teria a cabeceira virada a Este, para Jerusalém. Exteriormente a igreja sofreu uma redecoração barroca, com a construção da nova fachada principal e capela-mor. Templo religioso de raiz românica de planta longitudinal composta por nave única e capela- mor retangulares. Apresenta volumes escalonados de dominante horizontal, com coberturas diferenciadas em telhados de duas e três águas (nos remates da cornija sobressai a cachorrada com decoração variada, nomeadamente antropomórfica, zoomórfica, com caneluras salientes, sulcos paralelos, motivos geométricos, entrelaçados ou simples). A fachada principal apresenta-se voltada a Este, rematada por grande sineira de duas aberturas em arco pleno. O portal principal é de verga reta enquadrado por pilastras com capitel jónico decorado por motivo fitomórfico, suportando lintel com inscrição, (sobressaindo a pedra de armas do benfeitor da reformulação sobre uma carranca). A fachada lateral Sul, apresenta no pano da nave, parcialmente coberta pelo salão, um portal estruturado por duas arquivoltas plenas, com o saimel decorado por animais fantásticos com cabeças humanas e impostas decoradas por motivos fitomórficos. As arquivoltas assentam em colunelos com capitéis decorados por volutas e friso em dente de serra e bases decoradas por motivos geométricos. A fachada lateral Norte encontra-se sobre-elevada em relação à via pública (provavelmente a abertura da rua de acesso à Casa da Capela colocou o portal românico a meia altura do nível do chão), rasgada por portal encimado por janela quadrangular, estruturado por duas arquivoltas plenas (a primeira decorada por composição de ornatos). As arquivoltas assentam em colunelos com capitéis assimétricos decorados por motivos fitomórficos, com bases também assimétricas decoradas por motivos geométricos.

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A capela-mor encontra-se coberta por abóbada de berço em madeira, sendo a parede testeira integralmente preenchida pelo retábulo-mor em talha policroma a branco e dourado (barroco joanino), no qual se destacam a tribuna em arco pleno, as colunas pseudo-salomónicas com espiral fitomórfica e o sacrário com sanefa. A nave apresenta dois retábulos de talha dourada (conjugam elementos maneiristas com outros típicos do barroco joanino), inscritos em arcos plenos, o do lado do Evangelho, da invocação de Santo António e, o da Epístola, de São Francisco (os retábulos laterais são idênticos com painéis pintados, apresentando apenas alguma variação decorativa, na qual pontificam os querubins, os motivos fitomórficos e as pilastras decoradas por anjos). Este último é precedido por retábulo pétreo, com policromia a rosa, azul, branco e dourado, no qual se salienta a cruz de Malta no tímpano, o grande nicho retangular pintado (pintura de cariz popular realizada em 1799 e que representa as Santas Mulheres junto à Cruz) e o esquife (caixão) para albergar Cristo morto. Por fim, é de realçar, o coro-alto de madeira, em U, assente em quatro mísulas de pedra, a pia batismal (gomada) assente em plinto e com tampa, e a sacristia que conserva um arcaz de castanho e diversos elementos arquitetónicos românicos do portal desmantelado no século XVIII (capitéis e algumas aduelas com figurações de animais e com decoração tipo enxaquetado).

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES A inscrição funerária: SUB ERA Mª Cª L X’ VIIª (o ano da era de 1197 corresponde a 1159) OBIIT FAMULA DEI MIONA DOLDIA (corresponde a DORDIA) GOMEZ, cuja tradução é “Na era de 1197 faleceu a senhora dona Dórdia Gomes, escrava de Deus.” Os portais laterais constituem os melhores exemplos, nesta igreja, da arte românica (as fachadas laterais correspondem às da nave românica), sendo formados por dois pares de colunas estreitas, de secção prismática e circular, de cujos capitéis arrancam duas arquivoltas de arco ligeiramente quebrado (apresentam uma abundante decoração de temática predominantemente vegetalista e geométrica, que se estende das aduelas das arcadas à base das colunas). A inscrição comemorativa da reconstrução da igreja gravada no lintel do portal principal: ESTA IGREJA MANDOU REEDIFICAR DE NOVO O COMENDADOR FREI MARTIM ÁLVARO PINTO DA FONSECA E SOUSA DA CASA DE CALVILHE. ANO DE 1732.

ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Igreja de raiz românica com uma construção conjetural que aponta para os séculos XII / XIII e uma reformulação ocorrida na primeira metade do século XVIII. Possivelmente do século XII, segundo uma epígrafe funerária colocada junto do portal lateral Norte, datada de 1159, apresenta um conjunto de portais, que já denotam uma produção estilística datável de finais do século XIII (a igreja é referida nas Inquirições de 1220 e 1258, surgindo nestas últimas como “monasterium de Biadi”), cujos elementos decorativos denotam o cruzamento de várias influências românicas regionais (das igrejas de Pombeiro, Ferreira, Arões e até da Sé de Braga). Na primeira metade do século XVIII, a igreja sofreu uma profunda remodelação que adulterou a sua traça original, após as obras que lhe desmantelaram o pórtico e a cabeceira, sendo ainda visíveis nas proximidades algumas cantarias esculpidas e restos da primitiva igreja. O atual edifício data do século XVIII, época em que a primitiva igreja românica foi completamente refeita (desapareceu toda a fachada românica, bem como o arco da capela-

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mor), invertendo-se até a sua orientação axial, já que a porta principal passou a abrir-se para nascente. Em 1984-85 sofreu algumas obras de restauro que suprimiram o púlpito, adornado de delicadas pinturas com motivos orientais.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Satisfatório.

BIBLIOGRAFIA CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de Basto, 1988;

INTERVENÇÕES

Fachada principal Alçado lateral

Portal românico no alçado a Norte Inscrição funerária do século XII

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CÓDIGO INVENTARIAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO VEA07 II P Solar Casa da Boavista

LOCALIZAÇÃO Lugar da Boa Vista, na freguesia de Veade.

ACESSO A partir da EN 304 entre Fermil e Mondim de Basto, seguindo-se por EM durante 2 km.

ENQUADRAMENTO Rural e isolada, a meia encosta junto ao vale da ribeira de Veade (ou de Bifra). Nas proximidades, numa outra elevação destaca-se a Casa do Outeiro. Ambas desfrutam de uma extensa e verde paisagem, revelando-se na sua localização como elementos emergentes.

DESCRIÇÃO Arquitetura civil barroca e um dos mais marcantes exemplares do barroco da região. Fachada formando um ângulo reto com a capela, desenvolve-se em dois pisos. Portal armoriado, ressaltado por empena triangular, antecedida de um lanço. Reconstruída e remodelada, ao longo dos séculos (reconstruída nos anos de 1790) deparam-se duas fachadas. A antiga aparece primeiro como muito clássica. Há a capela que faz ângulo reto com a comprida fachada onde o andar nobre domina as dependências de serviço. Mas o mais surpreendente é o sumptuoso arcaísmo dessa grande escadaria central, íngreme, um tanto estreita, perpendicular à fachada (está ornamentada com magníficos remates arredondados) a qual data provavelmente do segundo quartel do século XVIII. Apoia-se num patamar por baixo do qual se abre uma larga passagem. Aqui, encontra-se a porta precedida pelo patamar, flanqueada por duas janelas e encimada por um brasão de granito. As armas contêm o escudo esquartelado, no 1º, Teixeiras, no 2º, Carvalhos, no 3º, Pintos, no 4º, Mesquita e Barros (armas foram concedidas em 1791 a Manuel Luís Teixeira de Carvalho da Cunha Pinto de Mesquita, o reconstrutor da Casa). Brasão de linhas recortadas, já menos exuberantes, a fachada distende-se. A cornija alonga-se e quebra-se em forma de mitra. Nas extremidades do telhado erguem-se pavilhões. Surgem duas chaminés curiosamente mascaradas sob uma decoração esculpida. A um tempo fogaréus e vasos Médicis, o seu volume elegante e alongado já se não destina prioritariamente a assinalar o termo das linhas verticais das pilastras. Quanto à capela dedicada a S. José, apresenta um entablamento e um frontão-empena recortado. É que o estilo rococó que tanto êxito teve nas igrejas conventuais ou paroquiais ainda encontra bom acolhimento nos anos de 1790. Todavia, no interior, o retábulo é de inspiração neoclássica. Trata-se de um bom exemplo do elegante estilo D. Maria I, com os seus brancos e dourados.

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES Na Casa da Boavista, por exemplo, os sucessivos proprietários parecem ter-se interessado deveras pelos jardins. A oeste, em frente da fachada principal, o terreiro está limitado por balaustradas semicirculares que enquadram um grande canteiro de buxo talhado e servem de primeiro plano à vista sobre o vale. Ornamentadas com vasos Médicis, essas vedações compõem-se de balaústres de perfil original que renovam as formas inspiradas em tratados de arquitetura tradicionais. A sul da casa encontra-se o jardim das camélias, que conta mais de 150 anos. É da época em que entusiasticamente se descobrem todas as possibilidades que oferecem essas árvores de origem japonesa, há vários séculos já aclimatadas na região. Assim, na Casa da Boavista, a ampla rotunda com arcadas que abriga um

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tanque. Na melhor tradição inglesa, uma predileção pelas podas fantasistas de outras espécies de folha perene, como os teixos e os buxos.

ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Edificado no século XVIII (a pesar de surgir referida desde o século XVI). Manteve-se sempre na mesma família dos Teixeira de Carvalho Pinto de Mesquita passando por casamento à família Osório Aragão da casa das Mores de Lamego. Terá sido reconstruída, no século XVIII, por Manuel Luís Teixeira de Carvalho de Cunha de Mesquita, o qual recebeu carta de armas em 1791. Século XVI - Os documentos mais antigos dos arquivos mencionam Miguel Pires da Silva, senhor da Casa da Boavista. 1791 – As armas são concedidas a Miguel Pires da Silva, Manuel Luís Teixeira de Carvalho da Cunha Pinto de Mesquita, bacharel em Direito e capitão-mor das ordenanças de Veade, imprime ao domínio novo brilho. 1977 - Declarado IIP, Dec. N.º 129/77, DR 226 de 29 de Setembro de 1977.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Bom estado de conservação da edificação (profundamente restaurada em virtude do incêndio que devastou o seu interior) apesar de até há poucos anos apresentar uma má conservação (tendo sido perdido todo o seu recheio).

BIBLIOGRAFIA AZEVEDO, Carlos, Solares Portugueses, Lisboa, 1988 BPA, Casas Antigas do Concelho de Celorico de Basto, Celorico de Basto, 1981; CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de Basto, 1988;

INTERVENÇÕES 2012 – Reconstrução do solar, inserido na edificação de uma unidade hoteleira.

Fachada princi pal e Capela de S. José Brasão dos Teixeiras, Carvalho, Pinto e Mesquita

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Capela de S. José Portal de entrada na propriedade

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CÓDIGO INVENTARIAÇÃO TIPOLOGIA DESIGNAÇÃO VEA10 II P Solar Casa do Outeiro

LOCALIZAÇÃO Lugar do Outeiro, na freguesia de Veade.

ACESSO A 1,5 km. da EN 304 que segue de Fermil de Basto para Mondim de Basto.

ENQUADRAMENTO Rural, isolada, no cimo de uma encosta exposta a Sul (sobre o vale da ribeira de Veade ou de Bifra). Na frente da casa uma plataforma elevada separa um percurso largo limitado por uma balaustrada do jardim a uma cota inferior. No alinhamento da porta de entrada a fachada a balaustrada é interrompida por uma escadaria de acesso ao jardim. Nas traseiras do imóvel e paralelamente desenvolve-se um corpo de apoio às atividades agrícolas. Desfruta de uma extensa e verde paisagem, revelando-se na sua localização como elemento emergente.

DESCRIÇÃO Exemplar da arquitetura civil barroca, onde sobressai uma torre lateral. Casa de planta retangular de dois pisos flanqueada a nascente por uma torre ameada. A cobertura do volume da Casa pela presença da torre num dos topos da construção é de três águas. A fachada principal orientada a Sul voltada para o jardim, marcada por um número ímpar de vãos (onze em cada piso), apresenta ao nível do rés-do-chão apenas janelas gradeadas para cada lado da porta de entrada principal da Casa localizada ao centro do alçado. No segundo piso e separados por um vão sob a porta de entrada, apenas se desenvolvem alinhadas com as aberturas do rés-do-chão dez portas com sacada. A rematar a fachada uma cornija com frontão recortado no eixo de simetria para inserção de uma pedra de armas. Para cada lado do frontão e muito próximas duas chaminés trabalhadas. O alçado de topo no lado oposto à torre apresenta no piso superior duas janelas e no inferior uma porta e uma janela. A torre apresenta três pisos, rasgada em cada um por diversas janelas. Composta de dois pisos, à exceção da torre, com três e coroado de merlões, possui no centro, ao alto, uma pedra de armas representando as insígnias das famílias Teixeira, Macedo, Barros e Carvalho. Caracterize-a uma larga fachada, rasgada por onze vãos de janelas, todas de varandas gradeadas no andar nobre, e terminando à direita por um elegante torreão armoriado. Na fachada principal, voltada a poente, começa por nos surpreender o número de janelas e portas envidraçadas. Contam-se vinte e seis tão próximas quanto possível umas das outras, quer em comprimento, quer em altura, sendo na sua maioria munidas de sacadas ou de grades. Trata-se evidentemente de um sinal de categoria porque uma porta envidraçada é mais onerosa do que uma parede. Na realidade, todas essas aberturas para o exterior testemunham sobretudo um novo tipo de relacionamento, bem mais complexo, entre o ambiente citadino e o do campo. Ao centro, no tímpano, as armas de pedra com o escudo esquartelado, no 1º, Teixeiras, no 2º, Macedos, no 3º, Barros, no 4º, Carvalhos, são valorizadas pelo amplo entablamento recortado que as enquadra. Parecem no entanto um pouco perdidas nessa enorme fachada, tratadas mais como decoração do que como emblema tradicional da família. Sinal dos tempos: muito próximo do escudo – e é uma novidade – elevam-se duas finas chaminés.

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Essas chaminés, outrora reservadas às cozinhas, não figuravam até então nas fachadas principais. Uma parte das dependências destinadas à exploração agrícola, anteriormente situadas no andar térreo, foram relegadas para o exterior da residência. O rés-do-chão é fechado pelo parapeito da esplanada de pedra. Existe uma torre ameada profusamente rasgada por janelas, tal como o resto da fachada. Presença de diversos elementos decorativos inspirados no estilo D. Maria I (de madeira, de metal ou de pedra) nos arcos lanceolados das janelas de guilhotina, nas ovais das grades das sacadas e nos panejamentos dos vasos que servem de remates. Até as chaminés estão tratadas como esculturas, numa tentativa de esconder o que poderia parecer excessivamente rústico. No interior, tipicamente do século XIX, apresenta um grande átrio de entrada, a vasta escadaria interior, de pedra, os imensos os salões com numerosas janelas, sendo particularmente imponente a sala de jantar, local tradicional de reunião. Nos jardins adornados com tanques crescem o buxo e as japoneiras, segundo o costume da terra de Basto. Dominam com sobranceria o vale, como sucede com o edifício, facto que na verdade não é nada frequente nesta região, tendo uma localização de onde se desfrutasse um belo panorama.

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES A pedra de armas na fachada principal com escudo esquartelado, no 1º Teixeira, no 2º Macedo, no 3º Barros e no 4º Carvalho. Tem dimensões que lhe dão uma monumentalidade pouco comum nesta zona do Minho. E uma particularidade desta casa senhorial reside na assimetria da sua fachada, que a torre lhe confere.

ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO / CRONOLOGIA Casa nobre edificada no século XVIII e profundamente alterada no século XIX (substituindo uma anterior edificação já mencionada no século XVI, mas em relação à qual já não subsiste qualquer vestígio). Século XV I – Primeiras referências. Século XVII – A Casa do Outeiro é propriedade de Francisco Gonçalves. 1641 – Casamento de António Gonçalves de Carvalho com Luísa Teixeira de Carvalho da Casa da Boavista. 1860 – Incêndio da Casa. Século XIX (finais) – Reconstrução da Casa pelo proprietário Inácio Xavier Teixeira de Barros, fidalgo da Casa Real. 1977 - Declarado Imóvel de Interesse Público por D. L. 129/77.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Satisfatório.

BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa 1988; BPA, Casas Antigas do Concelho de Celorico de Basto, Celorico de Basto, 1981, p. 35; CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO, Celorico de Basto, Entre o passado e o futuro, Celorico de Basto, 1988; IPPAR, Património Arquitetónico e Arqueológico Classificado do IPPAR, volume I, Lisboa, 1993;

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STOOP, Marie Anne, Casas Senhorias do Minho, 1993;

INTERVENÇÕES A Casa terá sido profundamente remodelada no século XIX como defende Anne Stoop, especialmente na localização das áreas de apoio à agricultura e da chegada das carruagens provavelmente situadas nos tempos mais remotos no rés-do-chão. Essas dependências, áreas de serviço e apoio à atividade agrícola desenvolvem-se no volume separado do imóvel nas traseiras da Casa.

Fachada principal e torre Pedra de Armas

Torre adossada à fachada principal Torre e dependênciasagrícolas

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Coordenação e Equipa Técnica

José A. Peixoto Lima Geógrafo – Coordenador - Director do Departamento de Planeamento e Serviços Sócio-Culturais da Câmara Municipal de Celorico de Basto Pedro M. Teixeira Gonçalves Licenciado em História – responsável pela elaboração do Inventário da Carta do Património arquitectónico no âmbito do Plano Director Municipal de Celorico de Basto Jorge Sampaio Arqueólogo – trabalho de assessoria na Câmara Municipal para a revisão do PDM Ricardo Almendra Geógrafo – trabalho de assessoria na Câmara Municipal para a revisão do PDM Ivone Paula R. Teixeira da Silva Geóloga – Técnica Superior da Câmara Municipal de Celorico de Basto Natércia Alves Seixas Arquiteta – Técnica Superior da Câmara Municipal de Celorico de Basto

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