Correio dos Açores www.correiodosacores.pt Domingo, 3 de Junho de 2018 Director:Director: AméricoAmérico NatalinoNatalino VViveirosiveiros - DDirector-Adjunto:irector-Adjunto: Santos NarcNarcisoiso DiárioDiário fundadofundado em 1920 pporor José Bruno CarreCarreiroiro e FranciscoFrancisco Luís Tavares AAnono 99 n.º 31536 Preço:Preço: 00,80,80 EuroEuross pub NOVAS SOLUÇÕES DE INVESTIMENTO CRÉDITO HABITAÇÃO Dê novos horizontes ao seu dinheiro. Respondemos antes Fale com os nossos especialistas sobre os seus planos. que a casa voe. Resposta em 24 horas. Editorial Macaronésia junta-se nos Açores A indignação para enfrentar a União Europeia é um direito a escutar Parceiros dão impulso político à cooperação

1 - Pela primeira vez, o Presidente da Repúbli- préstimos bancários que se tornaram em devedores ca foi recebido no Porto, não com afectos, mas com vitalícios dos bancos que receberam dinheiros pú- indignação e protestos do povo, que manifestou o blicos para a sua reestruturação. seu desespero pelos despejos em massa, devido à 9 - Todos os que têm o rabo preso ao regabofe aplicação da lei do arrendamento urbano aprovada em que se tornaram os grandes empréstimos sem em 2012. garantias, e por interesses inconfessáveis, tudo fa- 2 - A lei anterior precisava de ser revista, mas zem para manter enterrada essa mortífera bomba. quem aprovou as novas regras tinha obrigação de Invocam o sigilo inerente à actividade bancária, criar condições sociais e de mercado para acaute- mas esquecem que ainda agora foi aprovada uma lar as consequências para as famílias que não tem lei que obriga os bancos a comunicarem à AT os condições de só por si resolverem o problema da depósitos de cada cidadão acima de cinquenta mil habitação. O que se fez teve em conta o que era o euros. O Presidente da República foi o padrinho presente, mas não houve saber nem astúcia para dessa lei que havia recusado há largos meses atrás. prever e acautelar o futuro. 10 - Quer isso dizer que o Presidente da Re- 3 - À data, tal como agora, a restrição ao crédi- pública também certamente apoiará uma lei, se for to para a aquisição de casa própria, é um empeci- caso disso, que obrigue os bancos a dar público lho, e o esforço exigido aos bancos para afectarem conhecimento dos devedores eternos, dos vários biliões de euros às imparidades destinadas a cobrir biliões de euros que iam levando à valeta o nosso os créditos mal parados ou incobráveis de empresas sistema bancário. Assim queiram os legisladores da ligadas à construção e ao imobiliário, e de negócios República contribuir para desactivar uma bomba pág. 3 e empréstimos ruinosos de muitas centenas de que muitos querem manter enterrada. milhões de euros que serviram em parte, para en- 11 - E por falar em interesses, o Parlamento riquecimento próprio, sem qualquer impacto para Europeu prepara-se para aprovar um Fundo de César Pacheco, Presidente O plástico já é uma ameaça a economia, geram dificuldades acrescidas a quem Pensões pessoais transfronteiriço que vai afectar dos Jovens Agricultores não tem casa para morar. mais de 250 milhões de Europeus. no mar dos Açores pág. 13 4 - O problema originado pela falta de habita- 12 - Trata-se de um Fundo que visa os interes- “Aumento de turistas ção sente-se nas grandes cidades portuguesas, mas ses da maior empresa americana do género chama- é benéfico para o Dias Pereira não só. da “BlackRock” e que tem interesses em todo o Morre-se mais nos Açores 5 - É um problema que afecta também os Aço- mundo sobretudo nos países emergentes. sector agrícola” res, e que deve merecer acção do Governo e dos 13 - Esta empresa fez lóbi junto da Comissão com doenças respiratórias por municípios enquanto é tempo. Europeia para a criação do instrumento que agora 6 - O que o Presidente da República viu no está a ser debatido no Parlamento Europeu e conse- uma questão cultural págs. 6 e 7 Porto foi uma amostra do país real que não se re- guiu os seus intentos. solve com afectos. 14 - Esperamos que os países membros da 7 - Resolve-se com políticas e medidas públi- União Europeia discutam entre si a criação deste Pe. João Luciano Carlos Estrela cas arrojadas que estão para além do mercado puro instrumento que poderá ser perigosíssimo para o Cinquenta “Terei sido um dos e duro, e que têm de contar com o contributo do sistema social vigente. Já sabemos quanto custa o anos de primeiros guarda-redes sistema financeiro. comércio de produtos financeiros, mas não há duas que Carlos Queirós 8 - Continua o debate sobre a publicação, ou sem três! sacerdócio treinou em ” não, da identidade dos beneficiários de grandes em- Américo Natalino Viveiros págs. 4 e 5 pág. 18 págs. 8 e 9 pub

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Maria Corisca

RECADOS COM AMOR

Meus Queridos! A semana que passou põe qualquer um no manicómio. Na Terça-feira foi a votos na República a ordem para liberalizar a morte ou deixá-la nas mãos do Altíssimo que é o gerador da vida. Dois dias depois foi a festa de Corpo de Deus e o Dia dos Irmãos, e na Sexta-feira, celebrou-se o Dia da Criança. Para fechar o ramalhete, o Governo juntou no Vale das Furnas, a Madeira, as Canárias e Cabo Verde, para reforçar o cerco à União Europeia, agora através do exército formado pela Macaronésia. Se a semana que acabou foi o que foi, a que hoje começa vai ser frenética com a vinda do Presidente para celebrar o Dia da raça em solo Açoreano. Já que falo da vinda do Presidente, ouvi dizer que ele vai receber em Sant’Ana, sede do Governo dos Açores, o corpo consular… e a minha comadre Ernestina, que anda sempre atenta a essas coisas, perguntou-me se a recepção não devia ter lugar no Convento de Belém, que é poiso do Representante da Re- pública em São Miguel. Ernestina adiantou que, como Marcelo Rebelo de Sousa não prega prego sem estopa, isso poderá significar que o cargo está em vias de extinção! … Talvez sim …talvez não… porque o Presidente sempre que é confrontado sobre o reforço da Autono- mia… dribla par o ar como faz qualquer hábil jogador!..

Ricos! Lembram-se que o Governo há uns tempos não. E vai-se lá ser regedor numa terra destas! É caso para já com o cheiro nos banhos e nas longínquas viagens, os nos- atrás anunciou, com pompa e circunstância, a chama- dizer que a história do velho, do rapaz e do burro, apesar de sos deputados andam num ver se te avias que até assusta. Foi da reestruturação do sector público empresarial, com a ter bolor, está sempre na moda…. a votação para a eutanásia que muitos pomposamente querem privatização de algumas e encerramento de outras…. Uma chamar de morte assistida e que levou um tangencial chumbo, das empresas a extinguir seria a chamada Espada Pescas que é porque houve alguns deputados com coragem de não obede- propriedade da Lotaçor…. outra empresa pública… A Espada Meus queridos! Quero mandar daqui um ternurento cer à voz do dono, a provar que todas as votações deveriam Pescas é uma empresa que nasceu para equilibrar o mercado beijinho ao sempre atento e dedicado professor Teófilo Braga, ser nominais, para se saber quem tem coragem de assumir ou do pescado… mas foi sempre asfixiada desde a nascença… que todas as semanas leio com muito interesse no jornal que quem tem a covardia de andar sempre a dizer “NIM” para Agora foi criada uma Cooperativa que juntou os parceiros da tão generosamente me acolhe no seu seio. Falando ele, na agradar gregos e troianos. E logo a seguir foi a aprovação, pesca, deixando de fora a Porto de Abrigo, que foi pioneira passada semana, nas eleições que se vão disputar para a di- mais ou menos à socapa, da lei que permite o uso de canábis na organização do sector. Não me vou meter nos ciúmes nem recção da Escola das Laranjeiras e que já não vão contar com mediante receita médica. Lembrei-me logo daquilo que me nos arrufos entre partes, mas o que quero dizer é que se se o meu querido e quase eterno Professor Segismundo Martins, contava a minha prima Maria da Vila acerca de um autarca vai extinguir a Espada Pescas, o seu património tem de ser dizia que uma das coisas em que se deve pensar nas escolas que, coitado, era médico e quase todos os dias à noite era leiloado e não cedido gratuitamente, porque dessa forma uns é na qualidade das árvores que lá se plantam, nos espaços assediado dentro do carro para passar receitas de Dormicum seriam tratados como filhos e outros como enteados… Estão ajardinados, porque muitas vezes escolhem árvores que du- e outras… Para não ser agredido até tinha o bloco de receitas a perceber-me não estão??? rante o Inverno todo estão despidas de folhas e flores e só consigo… Espero que com a canábis não seja outra folia! ficam bonitas na altura em que as escolas estão fechadas… E tem toda a razão. Lembro-me muito bem que quando aquela Meus Queridos! E já que estou a mexer no sector empre- Escola das Laranjeiras foi inaugurada, ali foram plantadas di- Ricos! Sempre fui uma apreciadora dos programas sarial público, digo que não percebi o alcance da medida re- versos laranjeiras e o então Presidente Mota Amaral até disse Atlântida que a RTP/Açores transmite, desde o tempo em centemente anunciada pelo Governo em celebrar um contrato que a prova da evolução educacional seria quando pudesse que eram apresentados pelo picaroto José Gabriel Ávila, que no valor de cinco milhões de euros com a SDEA para a em- comer uma laranja dali. Não sei se ainda existe alguma laran- passou o testemunho a outro picaroto de peito, o Sidónio Bet- preitada de reabilitação de 138 moradias do Bairro Beira Mar, jeira daquele tempo, mas também acho que há árvores mais tencourt. Ainda há dias, no Pico foi para o ar um programa deixadas vagas pelos americanos nas Lajes. E digo que não adequadas que outras… E por amor de Deus não abusem das maravilhoso enriquecido com a sabedoria de Manuel Serpa percebo porque quem têm essa função é a SPRHI- Sociedade palmeiras, porque não somos tropicais, nem temos macacos! e a beleza de milhares de rosquilhas das funções do Divino, de Promoção e Reabilitação de Habitação e Infra-estruturas que faziam crescer água na boca…. E também gosto de ver o SA. Bem sei que esta empresa está já com morte anunciada, que se passa no Atlântida que nos chega da Madeira. O que e talvez por isso, a responsabilidade que ela detêm, na área Ricos! Fui num dia da passada semana dar uma volta para eu não entendo é se aquilo é mesmo directo ou não é. O meu da habitação, passe a fazer parte da SDEA… Se for assim, a os lados da Calheta, com a minha prima da Rua do Poço, e lá querido Sidónio cansa-se de repetir que estamos em directo minha prima Maria da Praia diz que, afinal fica tudo na mes- vi um grupo de jovens a fotografar e a medir. Pensei que já com a RTP/ e com a RTP/Madeira. Como agora toda a gente ma…. fosse alguma coisa relacionada com a demolição dos mamar- já tem a RTP/Madeira no cabo, lá surge a tentação de ir ver rachos, mas não é. Disseram as moças à minha prima da Rua o tal directo e afinal não é directo porque estão a dar outro do Poço que as interrogou, que estavam a fotografar e a en- programa… E quando é da Madeira para cá, idem aspas! Não Meus queridos! Andavam algumas comadres numa dis- trevistar pessoas para a tese de mestrado de uma delas, numa vem mal ao mundo mas não ponham lá que é directo… Tá? cussão valente, porque para os lados da Rua do Passal, na Universidade do Porto e a tese ia desenvolver a decadência da capital micaelense, de seu nome , porque todos Calheta no contexto de Ponta Delgada. Ficou prometido que os dias que o Senhor põe ao mundo… há uma grande invasão a minha prima da Rua do Poço ia receber o livro resultante da Ricos! Li esta semana no velhinho e renovado Diário dos de gatos, sem dono ou com donos distraídos…. que andam defesa da tese. E, aproveitando a conversa, as ditas meninas Açores que a GNR lá para os lados do rectângulo recebeu oito pela rua, rasgam os sacos de lixo, reviram tudo … e ainda por manifestaram a sua pena porque o painel de Domingos Re- viaturas para combate a incêndios rurais e que vinham mais a cima fazem as suas necessidades à porta de cada um. E, como belo que lá está colocado, já está todo velho e encarquilhado caminho, pagos por fundos comunitários e outros programas os bichos andam esfaimados, há sempre almas caridosas e devido ao e humidade… e no lado oposto do expositor, de apoio. Não é por mal, mas dou por mim a interrogar-me condoídas… que deles tratam, o que faz com que se habituem onde era suposto estar informação de actividades culturais de se as ditas viaturas não seriam mais bem entregues a quem à esmola e se multipliquem cada vez mais. Mas o mais inte- Ponta Delgada, o painel está tão, mas tão actualizado que in- compete apagar fogos, que são os bombeiros? Por este andar, ressante é que uma das vizinhas exaltadas e que se revoltava, dica eventos de Outubro a Dezembro do ano que já lá vai…. E ainda corremos o risco de ver os bombeiros fazer operações porque as outras andavam a tratar dos gatos, ainda gritou bem que tal darem a chave à Junta para lá ir colocando informação stop e mandar soprar no balão. Diz a minha prima Jardelina alto: é a Câmara que temos! Pois! Estou mesmo a ver a Câ- útil da ? que como a GNR pode não ter rádio para chamar os bombei- mara a ter um vigia todos os dias para ver quem alimenta os ros, pelo menos tem carro para ir para o incêndio. Mas isto gatos e em que porta eles fazem cocó… E se houver recolha sou eu que não entendo nada destas modernas partilhas de forçada dos bichanos lá estarão outros a dizer que é a Câmara Meus queridos! Isto é que foi uma semana de trabalho lá serviços… porque depois, quando e se a coisa correr mal, até que temos, que recolhe os animais sem saber se têm dono ou para os lados de São Bento. Com a aproximação das férias e melhor se pode repartir culpas… Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018 regional/ opinião 3

Cimeira da Macaronésia deu impulso político renovado

à cooperação entre Açores, Por: Álvaro Dâmaso Madeira, Cabo Verde Livro Aberto I e Canárias, diz Autonomia contra o Estado O Estado Romano está firmado nos seus antigos costumes e nos seus homens. QuintusEnnius, 239-169, a.C.

Nos anteriores desenvolvimentos do presente trabalho que naturalmente será longo e, sempre que conveniente e oportuno, enriquecido com observações atuais que nos ajudarão analisar o regime político administrativo de autonomia que os Açores como a compreender a sua génese, evolução e situação, referi o caso da Catalunha que procura uma solução, dita soberanista, cujo modelo não se conhece nem os seus defensores parecem saber definir com rigor e extensão. Todavia, existe uma certeza: o movimento político que suporta o propósito independentista testa permanentemente a resistência da Constituição espanhola através de um comportamento ainda pouco consistente e pouco consequente de desobediência civil. É apenas nisso que podemos encontrar a alguma novidade. É igualmente verdade que as fórmulas “estado federal” ou mesmo “estado regional” evidenciam muita erosão que reclama já adequa- das obras de reparação ou recuperação. O caso da Catalunha quando pensado sem preconceitos nem inapropriadas emoções nacionalistas poderá dar origem ainovado- res modelos de organização do Estado que conciliem a imparável globalização com o ressurgimento de nacionalismos, incremento O Presidente do Governo classificou como “francamen- forma rotativa, seguindo a seguinte ordem - Açores, Canárias, de movimentos migratórios e conflitos raciais. te positivo” o resultado da II Cimeira dos Arquipélagos da Madeira e Cabo Verde. A Frente de Libertação dos Açores (FLA) foi um movimento Macaronésia, que decorreu em São Miguel, uma vez que Os quatro líderes executivos definiram, por outro lado, as de curta duração e errático percurso porque tanto desprezou as permitiu dar um impulso político renovado à cooperação e seguintes áreas de coordenação estratégica: Economia do Mar; aspirações históricas do povo açoriano como não cuidou da adesão colaboração entre os Açores, a Madeira, Cabo Verde e as Promoção do Comércio, Turismo e Investimento; Investigação, da população presente. Os órgãos de governo próprio da Região Au- Canárias. Desenvolvimento, Energia e Alterações Climáticas e Juventude, tónoma agiram com notável sentido político e verdadeiro “sentido “É um balanço francamente positivo que faço desta II Cultura e Cidadania. de Estado”, com perspicácia e rapidez: desenharam e aprovaram Cimeira da Macaronésia. Permitiu dar um novo impulso polí- No prazo de três meses, serão definidas, por acordo, as áreas a sua bandeira com as cores autonómicas tradicionais e alusão ao tico a esta cooperação e colaboração entre os arquipélagos da sobre as quais cada arquipélago assume responsabilidades de Espírito Santo, compuseram o hino regional cuja base musical o Macaronésia”, afirmou Vasco Cordeiro, após a assinatura da dinamização, promoção e monitorização, bem como, em igual povo devotamente a conhecia, escolheram e construíram o escudo Declaração Final conjunta. período, serão indicados os respetivos representantes para cada regional com a divisa “antes morrer livres que em paz sujeitos” O Presidente do Governo falava na conferência de imprensa uma das áreas. de Ciprião de Figueiredo, curiosamente um funcionário do poder no final da cimeira, que decorreu na freguesia das Furnas, e em Além disso, ficou decidido proceder ao aprofundamento central, cuja credibilidade e resistência tinham sido testadas no que participaram o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Ulisses das posições políticas necessárias à defesa dos interesses do campo de batalha em defesa da nacionalidade contra Espanha. Fi- Correia e Silva, o Presidente do Governo da Madeira, Miguel espaço da Macaronésia e das possibilidades de reforço do seu xaram os objetivos sociais e económicos que elevaram à categoria Albuquerque, e o Conselheiro para a Economia, Indústria, reconhecimento no quadro das negociações em curso sobre o de desígnios regionais: a “insularidade” geradora de solidariedade Comércio e Investigação do Governo das Canárias, Pedro próximo Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia. nacional e motivadora da convergência económica; a legitimidade Ortega Rodríguez, em representação do Presidente Fernando A Declaração Final da Cimeira prevê ainda, no decurso de um governo próprio reconhecido no País e no Estrangeiro; o Clavijo Batlle. da actual presidência, a formalização do ‘cluster’ do Mar da conceito de “ultraperiferia da Europa” que aproximou os Açores “Cá estamos, animados por uma vontade renovada de dar Macaronésia, o desenvolvimento operacional do AIR Center, a da Europa.. um impulso renovado a esta colaboração e a esta cooperação criação de sinergias, com a iniciativa da União Europeia ‘Clean Mas não só os políticos defensores da autonomia constitucional entre os quatro arquipélagos”, garantiu Vasco Cordeiro, para Energy for Islands’, a criação do Observatório das Alterações se apropriaram e institucionalizaram a simbologia coerentemente quem a cooperação entre os Açores, a Madeira, as Canárias e Climáticas da Macaronésia e a organização, em 2019, dos pri- açoriana impedindo assim a FLA de a usar, fixaram os desíg- Cabo Verde “vai bem para além daqueles aspectos que depen- meiros Jogos da Macaronésia em duas modalidades desportivas, nios regionais e conseguiram que os parceiros Estados e Uniões dem de outros”. a definir, em escalões de formação. supranacionais os respeitassem, e desde o primeiro dia quiseram “Este é um momento em que, sobretudo os arquipélagos O documento assinado por Vasco Cordeiro, Ulisses Correia integrar política e socialmente o Arquipélago dotando-o de um go- que fazem parte da União Europeia, estão centrados numa e Silva, e Pedro Ortega Rodríguez, salien- verno único e de um parlamento. Tudo isso bem no limite superior temática em particular, mas podemos dizer que esta II Cimeira ta, por outro lado, o desejo de reforçar o diálogo político entre os das históricas aspirações dos açorianos. se realizou, também, sob o signo de perguntarmos a nós próprios quatro arquipélagos, desenvolvendo sinergias e implementando A Corografia Açórica que data de 1822 ao referir-se a um De- aquilo que podemos fazer por nós, mais do que perguntar aos os mecanismos de cooperação necessários à abordagem dos creto de 2 de agosto de 1766 do “luminar Pombal, secretário do outros aquilo que podem fazer por nós”, afirmou. interesses e promoção dos arquipélagos da Macaronésia, bem Rei D. José, cuja sabedoria se estendeu aos Açores” e que criou a Segundo disse, o resultado deste encontro de alto nível como à promoção da cooperação e integração no quadro da Capitania Geral dos Açores, apostilha um comentário: “se esta au- permitiu ainda determinar áreas concretas que são consideradas União Europeia e da CEDEAO - Comunidade Económica dos toridade se conferisse a um Senado, composto de cidadãos de todas como estratégicas nesta colaboração, como a economia do mar, Estados de África Ocidental. as ilhas, ela teria feito a felicidade geral dos seus habitantes”. Mais a promoção do comércio, turismo e investimento, a investiga- Os responsáveis dos Governos defendem, assim, o poten- de dois séculos antes, a propósito da eleição para um Município, o ção, desenvolvimento e inovação, a juventude e cultura e as cial da Macaronésia para a defesa e afirmação dos interesses da Rei recordava ao Capitão do Donatário “que os oficiais da Vila de alterações climáticas, entre outras. UE e da CEDEAO no Atlântico, nos domínios comercial, da Ponta Delgada têm o meu Alvará – 2 de setembro de 1524 – para “Esta foi uma boa jornada de trabalho que nos abre, agora, segurança marítima, da protecção da biodiversidade e da luta que eles por si, sem o corregedor nem capitão, possam eleger a boas perspectivas para trabalharmos ainda mais em benefício contra as alterações climáticas, entre outros. Câmara, com seis homens bons, porque eu não hei por bem que aí de cada uma das nossas Regiões, de cada um dos nossos arqui- Além disso, constataram, com agrado, a existência de 24 sejam eleitos homens tirados de alguns lugares do meu reino, vos pélagos”, assegurou Vasco Cordeiro. projectos comuns aos arquipélagos da Macaronésia, represen- mando que não consintais (…)”. No final desta Cimeira foi assinada a Declaração Final, tando um investimento total de cerca de 30 milhões de euros, A FLA que mais se preocupava, ou isso era o que parecia, que instituiu a Conferência dos Governos da Macaronésia no âmbito do programa Operacional MAC, em vigor até 2020, com a evolução política nacional, especialmente com o domínio (CGM), de carácter permanente e constituída pelos líderes dos e exortaram os operadores públicos e privados dos seus terri- das forças políticas de esquerda, menosprezou os elementos fun- Executivos dos quatro arquipélagos. tórios a reforçarem a sua articulação por forma a apresentarem damentais de agregação do povo a um forte ideário (imaginário) Nesse âmbito, ficou definida a realização bienal da Confe- candidaturas na segunda convocatória deste programa, que político independentista, extinguiu-se ainda antes de atingir a idade rência dos Governos da Macaronésia, em cada arquipélago, de terá a disponibilidade de mais de 50 milhões de euros. da inocência. 4 entrevista Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018

“Conversas aos Domingo” ... Com César Pacheco “O aumento da vinda de turistas nos últimos anos é muito benéfica para o sector agrícola açoriano” César Pacheco foi Presidente da Junta de Freguesia do Cabouco e saiu para se candidatar à Associação dos Jovens Agricul- tores Micaelenses, onde é acarinhado pelos seus pares pelo trabalho árduo e persistente que vem desenvolvendo em prol dos jovens agricultores. No seu entender, o sector está cada vez mais especializado, pois produz-se mais e melhor em todas as áreas de produção, está bem mecanizado e os agricultores estão cada vez mais empenhados em melhorar a eficiência das suas explorações e em aumentar os rendimentos. César Pacheco entende que os açorianos deveriam privilegiar em primeiro lugar produtos locais e muitas vezes isso não acontece, porque o factor preço sobrepõe-se à qualidade ou origem e alerta para que as pessoas percebam a importância de consumir os produtos dos Açores.

Correio dos Açores: De Presidente da cortes nos pagamentos directos aos agricul- apresentação dos produtos nas grandes super- Junta de Freguesia para Presidente dos Jo- tores. Vamos a ver a capacidade negocial dos fícies comerciais evidenciando a diferenciação vens Agricultores Micaelenses. Qual a fun- nossos dirigentes políticos para que as verbas da Marca Açores. ção mais difícil? destinadas para as regiões ultraperiféricas não César Pacheco: São cargos parecidos por- sejam reduzidas e até conseguir um aumento Um problema dos jovens agricultores é que em ambos é necessário reivindicar! Na para garantir a competitividade da agricultura. que passaram a pagar quantias exorbitantes Junta de Freguesia o Presidente tem de estar Acredito que se chegue a um bom acordo, até de Segurança Social. O que poderá ser feito atento às necessidades locais de um lugar ou porque existem mais países com muito peso na para minimizar o impacto desta medida? um espaço, na Associação tem de estar atento Comunidade Europeia que têm o mesmo in- Essa situação é pior na produção leiteira às definições das políticas ou estratégias para teresse que Portugal, e penso que se juntarem porque um jovem agricultor atinge um valor o sector e acompanhar as dificuldades. Quanto conseguirão aumentar o apoio para as Regiões de facturarão que não corresponde ao seu ren- à dificuldade, fácil é não fazer nada! Agora o Ultraperiféricas. dimento liquido. Uma das soluções passava certo é que a Associação ocupa-me muito mais por um regime especial aos produtores de leite tempo do que o que tinha de dispensar para a O que acha que poderá ser feito pela numa redução da taxa social única para traba- Junta de Freguesia. promoção dos nossos produtos agrícolas? lhadores independentes. Acho que aqui nessa questão temos um Arrepende-se de ter enveredado pela la- problema cultural que tem que se resolver, O aumento do preço do leite é uma mi- voura ou acha que foi uma boa decisão? falta um pouco de “bairrismo” aos açorianos. ragem? Não, não me arrependo. Só tenho pena de Devia-se privilegiar em primeiro lugar produ- Não. O preço do leite não é estático, tem não ter tirado formação superior na área. Gos- tos locais e muitas vezes isso não acontece, o muito a ver com as necessidades do mercado e to muito do que faço. factor preço sobrepõe-se à qualidade ou ori- neste momento os mercados dão sinais favorá- gem, e, enquanto as pessoas não perceberem a veis. No entanto, estamos no auge da produção Em traços gerais como está o sector? César Pacheco, Presidente da importância de consumir Açores na economia leiteira em São Miguel, o que torna difícil con- O sector está cada vez mais especializado, Associação dos Jovens Agricultores local ou da nossa Região, vai ser difícil, porque seguirmos um aumento do preço nessa altura. produz se mais e melhor em todas as áreas que temos uma beleza natural fantástica, mas a melhor promoção é a que é feita boca a boca. Esperemos que quando a produção começar a de produção, está bem mecanizado. Os agri- não podemos perder a nossa identidade, por- Posteriormente, devemos apostar em feiras, baixar haja uma actualização do preço de uma cultores estão cada vez mais empenhados em que quem nos visita o fará pelo que temos e restauração, hotelaria que são grandes canais forma favorável à produção. melhorar a eficiência das suas explorações, em pelo que somos! de divulgação e promoção, e garantir uma boa aumentar os rendimentos; houve uma grande melhoria nas condições de trabalho nos últi- Cada vez mais, jovens licenciados enve- mos anos. Julgo que tornou-se atractivo ser redem pela agricultura. Porquê? agricultor e isso nota se pela quantidade de Em primeiro lugar, porque o acesso ao en- jovens que trabalham no campo e que estão a sino está mais facilitado e acessível a todos, e diversificar a agricultura nos Açores. Contudo depois, porque vão herdando um negócio de existem algumas dificuldades com as quais te- família ou para aqueles mais convictos que se mos de lidar, mas felizmente temos a capaci- formaram na área instalam se como agriculto- dade para ir ultrapassando. res, beneficiando dos conhecimentos adquiri- dos nas universidades. Acha que a agricultura é um aliado do turismo? A União Europeia tem continuado a Sim. Agora eu acho que o turismo é que contribuir para promover a coesão social tem que se aliar à agricultura. A agricultura dos agricultores? faz parte das nossas raízes, e aquilo que so- Sim, e é muito importante que se mante- mos é resultado da aposta que tem sido feita nha, para que se possa continuar a produzir e na agricultura, por isso temos as condições a desenvolver a agricultura e a fixar as pesso- necessárias para desenvolver o turismo nos as nos meios rurais. Açores. Essa questão tem sido muito debatida, e para nós agricultores, o aumento da vinda de Acha que com a saída do Reino Unido, turistas nos últimos anos é muito benéfica para as Regiões Ultraperiféricas poderão ter o sector, estamos a falar de uma promoção da uma redução no apoio à agricultura? nossa produção de uma forma gratuita passan- Espero que não, estão a começar agora as do por uma maior valorização dos nossos pro- negociações para o próximo orçamento plu- dutos! Agora, se vamos ter explorações com rianual da PAC e já é conhecida a proposta complemento do turismo o “agroturismo”? da Comissão europeia de reduzir em 5% a Sim, poderão surgir algumas, agora o que é verba afecta à agricultura, e que Portugal está preciso, é que todos nós tenhamos em mente num grupo de três países que não irão sofrer Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018 entrevista/publicidade 5

Fotos: Direitos Reservados “ A liberalização do mercado leiteiro na Europa vem perigosamente por em causa a produção leiteira”

Acha que apesar das dificuldades, os volver e ter voz activa. Assim sendo, deixo jovens agricultores têm mantido o seu en- aqui o desafio aos jovens agricultores de se tusiasmo e perseverança numa resposta po- associar à Associação dos Jovens Agricultores sitiva quanto à qualidade e quantidade do Micaelenses porque se o sector é o que é hoje, leite produzido em São Miguel? muito deve às suas associações. Sim, até porque o maior desafio dos jovens agricultores é ultrapassar todas essas barreiras, António Pedro Costa melhorando a quantidade e qualidade do leite em S. Miguel, e é o que se tem feito. No ano transacto, a produção aumentou 2.26 por cen- César Pacheco: “A agricultura faz parte das nossas raízes, e aquilo que somos é resultado da to, o que totalizou quatrocentos e dois milhões de litros, cerca de vinte por cento da produção aposta que tem sido feita na agricultura, por isso temos as condições necessárias para desen- nacional. volver o turismo nos Açores” Qual a mais valia para um jovem se ins- Qual a sua opinião sobre a liberação do circunstâncias do momento, qualquer uma das crever na Associação dos Jovens Agriculto- mercado na produção leiteira na Europa? duas exigem muito investimento e trabalho. res Micaelenses? A liberalização do mercado leiteiro na Eu- A mais valia é ter uma entidade que ropa vem perigosamente por em causa a produ- Qual o impacto no sector relativamente os representam em vários organis- ção leiteira em países com custos de produção ao corte do apoio de 45 euros por vaca? mos, poder dar o contributo mais elevados e de Regiões como os Açores Não há um corte de quarenta e cinco euros, para definir as estra- que têm especificidades como a insularidade houve foi um apoio Regional desse montante tégias do sector e a distancia dos mercados. Julgo que, se a para os anos de dois mil e quinze e dezasseis, que ele está a Comunidade Europeia tivesse optado por um o que nós pretendíamos era que fosse prolon- desen- aumento gradual do volume das quotas leitei- gado mais um ano uma vez que em dois mil ras, consoante as necessidades dos mercados dezassete o aumento do preço do leite não foi colocavam uma maior justiça na produção lei- tão exponencial como esperávamos, sendo teira europeia. Liberalizar o mercado à lei da que esse apoio era compensar a perca de oferta e da procura, quando somos excedentá- rendimento pela baixa do preço do rios nessa produção, julgo que não foi uma boa leite ao produtor, contribuin- decisão por parte da Comissão Europeia. do assim para a melhoria da tesouraria das Qual a opção mais fácil para um lavra- explorações. dor: optar pela produção de carne ou pela produção de leite? Isso depende de muitos factores. Conheço produtores que converteram a produção de leite para produção de carne e vice ver- sa e quem tenha os dois modos de produção, isso tudo tem a ver com a aptidão de cada lavrador com as 6 entrevista Correio dos Açores, 3 de Juho de 2018

Face a Face – Médico José Dias Pereira “Os açorianos que vivem nas seis ilhas sem hospital têm direito a ser tratados como os outros, mas continuam a não sê-lo”

Dizer que tudo mudou no Açores “não é correcto. Os açorianos que vivem em ilhas sem hospital, e são seis, têm o direito a ser tratados como os outros. E continuam a não sê-lo, apesar do enorme e oneroso esforço que o Go- verno mobiliza aquando de evacuações. Para eles, ou para quem esteja de passagem, nada mudou a este nível em 40 e poucos anos de Democracia”, afirma o médico José Dias Pereira. Considera que “…se alguns políticos de carreira cometem abusos graves, o facto é que ‘todos nós’ demitimo-nos diariamente de participar na comunida- de em que vivemos, o que é muito grave”.

Correio dos Açores - Descreva os dados “não-eu”, e tendo sempre presente esse cuida- que o identificam perante os leitores! do, penso que são uma outra visão, experiência, “Uma Memória antiquíssima e prodigiosa etc. que ao fazerem-me reflectir, divertir, etc., - ADN - e uma Responsabilidade fantástica valem a pena. Um livro de eleição para mim é, para o aqui e agora - Ser quem Somos - foram por exemplo, a Bíblia. colocados no mais fundo de Nós, muitíssimo antes de termos nascido na Terra” Como se relaciona com o manancial de José Dias Pereira - Nascido no Alentejo, informação que inunda as redes sociais? estudos básicos e secundários nos Liceus de Filtro muito a informação que me chega. Portalegre e Gil Vicente - Lisboa -. Licenciatura Tenho assuntos, temas, etc. que me interessam, em Medicina pela Universidade de Lisboa. Es- mais agora que outros. Foco-me aí. Uma vez pecialidades de Pneumologia e Imuno-Alergo- “digeridos”, passo a outros. logia pelo Hospital de Santa Maria Lisboa e Or- dem dos Médicos. Bolseiro do British Council Costuma ler jornais? para o Curso phD de Imunologia e Investigação Todos os dias leio jornais. em Imunopatologia Pulmonar pela Universida- de de Londres. Serviço Militar no Hospital Mi- O que pensa da politica? Gostava de ser litar da Estrela Lisboa. Assistente da Faculdade um participante activo? de Medicina de Lisboa. Convidado do Governo Penso que a “Política” é, de entre as activi- dos Açores e Hospital de Ponta Delgada para dades Humanas, uma das mais Nobres, se não, instalar e iniciar os Serviços de Pneumologia e a mais Nobre. É claro que não é característica Cuidados Intensivos. Gestor do Plano Regional exclusiva dos Portugueses, mas nos últimos 10 de Saúde para a área Respiratória. Presidente – 20 anos - há quem diga, desde que o Homem da Comissão Regional dos Internatos Médicos existe - temos assistido, ininterruptamente, a Açores. Presidente da Assembleia Municipal ataques desastrosos ou ruinosos aos seus prin- de Lagoa. Presidente do Conselho de Ilha de S. cípios, o que a tem, e aos que a ela se dedicam, Miguel. descredibilizado continuadamente para índices José Dias Pereira: “As galinhas têm asas. As águias também, impensáveis. Quais as suas responsabilidades? mas não estamos a falar da mesma coisa”... Em Portugal, o fenómeno crescente do “ab- Actualmente, do ponto de vista Profissional, sentismo”, tem aí raízes. exerço medicina privada e assinei uma con- com os outros, com a vida tal como ela se me Concorda com os que No entanto, há um aspecto aqui que queria venção com a Secretaria Regional Saúde para apresenta. Ser médico – o que consegui em pri- realçar. A “Politica” tem vários actores. Muitos o exercício da Pneumologia nas ilhas sem hos- vilégio, com a ajuda e apoio decisivos e impa- dizem que a Lagoa con- actores. Um dos mais relevantes é, precisamen- pital. gáveis da família e de incontáveis pessoas. tinua a ser, sobretudo, te, “todos nós”. E se alguns políticos de carreira um dormitório de Ponta cometem abusos graves, o facto é que “todos Como descreve a família de hoje e que es- O que mais o incomoda nos outros? nós” demitimo-nos diariamente de participar na paço lhe reserva? Nada me incomoda nas pessoas. Claro que Delgada? “Considero Comunidade em que vivemos, o que é muito Considero a família a célula básica da socie- este ponto de vista tem o seu contexto. Mas este tipo de abordagem grave. dade, o verdadeiro berço do ser-se pessoa, e da como nos foi alertado há cerca de 2000 anos “ cidadania participativa. ricos e pobres – bons ou maus” sempre os ha- desonesto. E seja para Gosta de viajar? Que viagem mais gostou verá. Donde aceito e partilho ou aceito e afasto- o que for. Afinal, todos de fazer? Que importância tem os amigos na sua me. Viajar. Gosto imenso de viajar. Penso mes- vida? os micaelenses dormem, mo que, se não tivesse viajado o que viajei – A importância dos amigos na minha vida Que características mais admira no sexo num qualquer lado, e penso o mesmo para os meus concidadãos tem sido determinante. Não só nos momentos oposto? – nunca seria a pessoa que sou. Na linguagem agradáveis e festivos, mas como “sinaleiros Esta pergunta tem um contexto ou substrato diariamente. É minha dos marinheiros – não se conhece nenhum de incondicionais” que nos entroncamentos, de que é comum a outras, ou seja, remete-nos experiência que a Dr.ª qualidade que não tenha navegado por portos dúvida ou incerteza, me apoiam com alguma para a “existência prévia” de uma grelha, um desconhecidos ou em ondas alterosas –. orientação. pressuposto, uma imagem ideal criada pelos Cristina Calisto e todos condicionalismos educacional, cultural, ide- os seus colaboradores, Quais são os seus gostos gastronómicos? Para além da profissão que actividades ológico, religioso, etc. de que não comungo. E qual é o seu prato preferido? gosta de desenvolver no seu dia-a-dia? Para mim, como tenho referido, a vida é o que entregam-se abnegada- Não dispenso. Não substituo a clássica Para além da profissão, agendo e realizo dis- é. Logo ali. Imaginar, idealizar, esperar, dese- mente, no dia a dia, por gastronomia portuguesa... por outra qualquer tintas actividades muito pessoais e momentos jar, programar, controlar certas características, deste mundo – confecção, vinhos, frutas, quei- todos os dias, em que sozinho ou em partilha, antecipadamente, é o primeiro passo para que uma Lagoa melhor. ” jos, doces, etc - muito menos por uma certa “co- procuro ser melhor para fazer face ao inespera- nada seja verdadeiro. Donde com um fim muito zinha actual ou importada” – que nalguns casos do da vida. claro à vista. Impossível para mim “não-ler” todos os dias. até parece pintura ou escultura – mas não é para Apesar de saber que na esmagadora maioria das isso que vou a um restaurante -. Acresce que o Que sonhos alimentou em criança? Gosta de ler? Diga o nome de um livro de vezes os livros, ou o quer que seja, serem um seu preço exagerado é reflexo do estilo de vida Ser um cidadão comum e em comunhão eleição? reflexo de quem os escreveu ou viveu, donde actual por que alguns optaram. De uma forma Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018 entrevista 7

Morre-se mais nos Açores com doenças respiratórias por uma “questão cultural” “As razões porque se morre mais nos Açores, devido a patologias respira- tórias, e dentro do que sabemos hoje, prendem-se sobretudo com o estilo de vida das populações, onde o peso cultu-

“A importância dos amigos na minha vida tem sido determinante. Não só nos momentos ral continua ser decisivo.” agradáveis e festivos, mas como ‘sinaleiros incondicionais’ ...” e as suas Sociedade actual. fraquezas? Claro que o Governo Regional, pelo menos Em que época histórica gostaria de ter O Conselho de Ilha tem Não é fácil e tem riscos conhecidos tentar enquanto não se descobrir petróleo entre São vivido? abordar ou sintetizar o Sistema Regional de Jorge e o Pico, não construirá um hospital em um estatuto, um de- A época histórica em que gostaria de viver, Saúde em meia dúzia de linhas. Trata-se duma cada Ilha. Óbvio. Mas recuar para o tal tempo, é precisamente a actual. Porque é nesta que me sígnio, um objectivo estrutura naturalmente “pesada e complexa” re- mantendo a questão sustentada em políticas de foi, e é, dada a oportunidade impagável de usu- sidindo aqui, a razão do que referi acima. Con- “subsídios ou de incentivos”, não resolve cor- muito claro. Trata-se fruir da Vida, tal como a conhecemos. de uma ferramenta da tudo, e baseado na minha experiência a viver rectamente o problema. Para que conste, tudo em pleno e dentro do Sistema, desde há vários mudou desde então: mentalidades, formação, É Presidente da Assembleia Municipal Democracia Pluralista anos, sublinho o seguinte: mobilidade das novas gerações; mobilidade da Lagoa. Concorda com os que dizem que a 1 – É um sistema Universal que serve todos e capacidade das novas tecnologias; a oferta e Participativa da maior Lagoa continua a ser, sobretudo, um dormi- os açorianos – do Corvo a S. Maria; alargada de quadros técnicos; a necessidade, tório de Ponta Delgada? relevância. Ao funcionar, 2 – Exige gestão adaptativa e permanente, doravante, de, nos Açores, todos os contratos Considero este tipo de abordagem deso- visando infra-estruturas, mudanças tecnológico/ técnicos contemplarem entre 15 a 20 dias/ano deve fazê-lo no sentido de nesto. E seja para o que for. Afinal, todos os científicas, quadros de Pessoal e sua Forma- para deslocação a ilhas sem Hospital; a faci- micaelenses dormem, num qualquer lado, dia- fomentar a cooperação e ção; lidade de deslocação e a qualidade da oferta riamente. É minha experiência, por isso relato, 3 – Prevenção e Reabilitação; residencial; a possibilidade de, em esquema complementaridade entre que a Dr.ª Cristina Calisto e todos os seus co- 4 – Patologias Crónicas e Cuidados Conti- rotativo, os três Hospitais, e não só, forne- laboradores, até aos funcionários com menores todos as ‘forças vivas’...” nuados; cerem os técnicos de Saúde para um quadro responsabilidades, entregam-se abnegadamen- 5 – Fluxos financeiros limitados; assistencial de deslocações; e, sobretudo, que te, lutam diariamente – e por vezes muito para 6 – Resultados, na maioria dos casos, de as mais diversas legislações nacionais sejam alem do horário de trabalho - por uma Lagoa longo prazo; aqui filtradas a esta realidade geográfica, ou melhor. Assim, na ligeireza de um simples co- falsa, selecciona, carimba, rotula pessoas. Tudo isto é do conhecimento geral, mas ao seja, para que as Leis vigentes tenham em con- mentário – os piores venenos são os de menor ser referido agora, mostra-se a quem lê, para ta esta especificidade, e não se convertam no quantidade – ignora-se o que se tem feito nos Que noticia gostaria de encontrar ama- que possa avaliar por momentos, a natureza e escudo cómodo e protector para uns quantos, últimos anos, desde os apoios sociais às infra- nhã no jornal? a dimensão, ou o peso dos problemas de que perpetuando assim desigualdades entre Açoria- estruturas, do Ensino à Saúde, da Inovação à Para mim, a vida é uma viagem fantástica e falamos, e que se colocam diariamente a quem nos, ou quem esteja de passagem ou turismo. Cultura, da projecção do Concelho para lá das é o que é, logo nada espero. Vale por ela mes- dirige. Dizer que tudo mudou, não é correcto. Os suas fronteiras, etc. Dizer-se que “faço ou fazia ma e não pelo destino de chegada. Encontro. Um aspecto tem de ser sublinhado. Vitima- açorianos que vivem em ilhas sem hospital, e mundos e fundos”, é letra de fado de nenhures. Adapto-me. Sigo em frente. Não escondo, con- dos pelas políticas anteriores ao 25 de Abril, são seis, têm o direito a ser tratados como os tudo, que ficaria serenamente feliz se tomasse muitos açorianos podem testemunhar ainda outros. E continuam a não sê-lo, apesar do É Presidente do Conselho de Ilha de São conhecimento amanhã, de que todo o tipo de hoje, ou está sobejamente documentado para enorme e oneroso esforço que o Governo mobi- Miguel. O que o levou a aceitar este desa- violência bárbara actual, sobre o Ambiente e aqueles que nasceram depois disso, que as dife- liza aquando de evacuações. Para eles, ou para fio? as Pessoas, terminasse, podendo “todos nós”, renças a este nível, entre aqueles tempos e Maio quem esteja de passagem, nada mudou a este O que me levou a aceitar este desafio foi a partir daí, caminhar pela terra e pelo universo de 2018, são abissais. Melhor, seguramente que nível em 40 e poucos anos de democracia. o do “exercício da Cidadania”. Não cultivarei de forma feliz e edificadora da nossa evolução foi das regiões do Pais que mais evoluiu favo- qualquer outro objectivo ou interesse no tempo crescente. ravelmente neste espaço de tempo. Abordando, em particular, a sua especia- que durar. Ainda dentro desta temática, não podia lidade como médico. Segundo as estatísticas Se desempenhasse um cargo governativo deixar passar a oportunidade de referir aquela do INE, os Açores são uma das regiões portu- O que deve ser, em sua opinião, o Conse- descreva uma das medidas que tomaria? que me parece ser uma das maiores, se não a guesas onde se morre mais devido a doenças lho de Ilha? Concorda que os Conselhos de Não aceito este tipo de perguntas. As Pes- maior dificuldade que o Serviço Regional de respiratórias. Porque razão isso acontece? Ilha deveriam gerir, por exemplo, o processo soas, titulares de cargos Públicos, foram esco- Saúde enfrenta diariamente, para não dizer As razões porque se morre mais nos Aço- do Orçamento Participativo Regional por lhidas por “todos nós”, e se temos algum papel eternamente: com custos sociais e financeiros res, devido a patologias respiratórias, e dentro ilha? aqui, é na cooperação diária com eles a fim de elevadíssimos; no contexto Europeu quase ex- do que sabemos hoje, prendem-se sobretudo O Conselho de Ilha tem, em lei que a nossa Sociedade melhore. clusiva dos Açores; muito mal enfrentada a to- com o estilo de vida das populações, onde o aprovada, um estatuto, um desígnio, um ob- dos os níveis, inclusive pelo governo da Nação; peso cultural continua ser decisivo. Falamos de jectivo muito claro. Trata-se de uma ferramen- Qual a máxima que o/a inspira? explica-se com dois exemplos lapidares - do Tabagismo. Enquanto as medidas preventivas, ta da Democracia Pluralista e Participativa Não é fácil... tenho vários cadernos onde, mesmo modo que não é igual ter um “enfarte” a iniciarem-se nos primeiros dias de escola e da maior relevância. Ao funcionar, deve fa- ao longo da vida, e sempre que encontro essas no Corvo ou em S. Miguel - no oposto, e com por aí adiante, não se traduzirem em resultados zê-lo no sentido de fomentar a cooperação e pérolas de sabedoria, guardo-as. Para meditar, resultados diametralmente diferentes, é tudo di- práticos, paralelamente à adopção de legisla- complementaridade entre todos as “forças vi- construir um raciocínio, deliciar-me, etc. Face ferente em Viseu, Évora ou Portimão. ção marcadamente restritiva sobre a produção, vas” existentes, desde o Governo às Associa- a isto, permita-me que lhe diga três: “amar os Falamos da Descontinuidade Geográfica do comercialização e consumo, os casos de doen- ções Culturais, etc. da nossa Sociedade, tendo outros como a mim mesmo”...; ”sonho ou pe- Arquipélago. ça pulmonar obstrutiva crónica, cancro do pul- como único e exclusivo objectivo: os superio- sadelo, temos de aceitar e viver a nossa expe- Mais do que nunca este problema, e do meu mão, e pneumonias agravadas pelo consumo de res interesses dos cidadãos desta Ilha. riência tal como nos surge. Aqui e Agora, e de ponto de vista, tem de ser encarado “de cima”. tabaco, não pararão de crescer. olhos bem abertos”...; “as galinhas têm asas. Olhe-se para trás, duas ou três décadas, - que Tem uma vasta experiência em Saúde. As águias também, mas não estamos a falar da em nada já tem que ver com os Açores de hoje João Paz Qual a reflexão que faz sobre o Serviço Regio- mesma coisa”. -, e confronte-se com as enormes mudanças da nal de Saúde, na óptica dos seus pontos fortes 8 entrevista Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018

A nossa gente (149) “Estou convencido que terei sido um dos primeiros guarda-redes que o professor Carlos Queirós treinou em Portugal” Carlos Estrela nasceu em Ponta Delgada, mas as férias eram sempre passadas entre o Pico da Pedra, Rabo de Peixe e a Povoação. Desde novo que pratica desporto e enquanto jogador de futebol na Faculdade de Medicina foi treinado por Carlos Queirós, que tinha acabado de chegar a Portugal, no Pós-25 de Abril. Terminado o curso de Medicina tomou a opção de regressar a São Miguel, onde é médico de família há mais de 30 anos. Acredita que a proximidade da população com o “seu” médico, em pequenas unidades de saúde de proximidade, que “são quase meia cura”. Conhece todas as ilhas, à excepção do Corvo, mas ainda pensa pisar o solo da mais pequena ilha dos Açores, bem como fazer um cruzeiro aos Fiordes da Noruega. Isto enquanto “envelhece lentamente” entre Rabo de Peixe e a Povoação.

De onde é natural e como foi o seu cresci- blemas na interioridade. Se eu chegava a Lisboa e mento? nunca tinha visto um autocarro de dois andares, ou Nasci em São José, Ponta Delgada, mesmo o metro, também havia colegas meus que vinham junto ao antigo hospital, já lá vão 61 anos. de Trás-os-Montes e do Alentejo profundo, que A minha infância foi passada em locais que, também não tinham esse conhecimento. para mim, são a minha grande referência que são Penso que antes do 25 de Abril as coisas eram o Pico da Pedra e Rabo de Peixe, e a Povoação. difícil e não há dúvida que a Revolução nos trouxe Porque o meu pai é natural de Rabo de Peixe e a desenvolvimento e, nesse aspecto, as ilhas ficaram minha mãe é da Povoação, de forma que as mi- a ganhar e muito se tem feito com o enriqueci- nhas férias eram repartidas pelos meus avós, tanto mento e com o aprofundamento da Autonomia. de um lado como do outro. Foi para Lisboa no rescaldo do 25 de Abril, Como via Ponta Delgada na altura e que qual o ambiente que se vivia? brincadeira tinha naquele tempo? Apanhei já o Setembro de 1974. Ouvi histó- Era tudo muito diferente e havia uma carac- rias de antes da Revolução, da polícia de choque terística muito importante porque fazíamos os entrar nas universidades mas não apanhei nada nossos próprios brinquedos. Não havia receio em disso. Apanhei, sim, um pouco de confusão. Tanto brincar nas ruas. Lembro-me perfeitamente de, é que estivemos um ano sem fazer nada, as uni- com um dos muitos carrinhos de esferas que fiz, versidades não abriram, foi o célebre “serviço cí- descer a rua de Santa Catarina, em plena cidade, vico”. Estive um ano praticamente sem fazer nada que era em terra. Lembro-me da nossa cidade ter em Lisboa e aproveitei para andar de autocarro ruas em terra, lembro-me do leite ser distribuído porque tinha o passe e conhecia muito bem Lis- às portas, dos ceboleiros de Rabo de Peixe virem boa. O meu primeiro ano de curso foi em 1975. vender em carroças as cebolas, nos anos 60. Mas não há dúvida que nesse tempo eram tempos Com os meus amigos da altura, brincávamos conturbados, muitas reuniões, muitas greves. O com liberdade nas ruas, ao berlinde, ao pião, nas Povo Português fez uma caminhada difícil, uma ruas de terra e fazíamos os nossos próprios brin- caminhada persistente mas difícil. Vínhamos de quedos. Os célebres carrinhos de esferas eram um regime totalitário, com a Guerra Colonial que feitos por nós. Havia poucos brinquedos na altura para a minha geração era francamente uma guer- Carlos Estrela lembra os brinquedos que fazia na sua infância, nomeadamente os muitos e era a infância que tínhamos. Éramos felizes à ra muito odiada e não fazia sentido. Nessa altura, nossa maneira, pelo menos com mais segurança carrinhos de esferas para brincar nas ruas o Povo Português estava a aprender a ser livre, a penso eu. aprender a afirmar-se como um povo livre e como culturas diferentes mas ambas traduzem um pouco Como entra a medicina na sua vida? dono das suas decisões. Eu, com 17 e 18 anos, vivi E Rabo de Peixe e a Povoação, com certeza da nossa açorianidade. Gente trabalhadora, gente Desde pequeno sempre manifestei vontade e tudo isso. também evoluíram… séria e muito rica de memórias. Lembro-me do desejo de ser médico ou de trabalhar nesta área. Aqueles primeiros anos foram conturbados, São duas culturas extraordinárias. Acho que meu avô, na Povoação, me contar o que ele cha- Na altura não foi fácil porque, antes da nossa Au- de greves, de dúvidas, de coisas muito boas e são realidades diferentes e não se podem compa- mava os “casos”, que eram aquelas histórias an- tonomia, estas ilhas sempre foram um pouco vota- coisas menos boas, como em qualquer processo rar. Rabo de Peixe é uma Vila riquíssima, de cul- tigas que ele contava e que enriqueciam a nossa das ao esquecimento. Não há dúvida que o 25 de de evolução. Mas não há dúvida que somos um tura, de gente, de memórias, de capacidades, de cultura. Abril além da Liberdade, nos trouxe desenvolvi- povo muito peculiar porque conseguimos fazer tudo. Em Rabo de Peixe havia e ainda há aquela mento e bastantes coisas. Sou da geração de Abril, uma revolução enorme, profunda a nível econó- bolsa problemática de pescadores, mas Rabo de Era a televisão da altura… e fui para Lisboa em Setembro de 1974 em plena mico, político, social e cultural, com poucas mor- Peixe não é só aquilo. Rabo de Peixe tem coisas Não havia televisão e os rádios eram pou- Revolução. tes, felizmente. Houve, e são de lamentar, até de extraordinárias, tem uma zona de quintas e casas cos. Eu sempre fui desportista e joguei futebol, Íamos de barco, os aviões eram poucos e ca- um açoriano, um rapaz novo que faleceu fruto de lindíssimas, tem gente com uma cultura extraor- e lembro-me de ir ao Campo Jácome Correia e ros. Lembro-me perfeitamente da inauguração dos um disparo ocasional. Mas para aquilo que foi, dinária. O Pico da Pedra, dizemos na brincadeira, os miúdos juntavam-se a quem tinha rádio. Por voos directos em 1969 em que a TAP vinha duas foi uma revolução sem efeitos colaterais graves. que é a “Coimbra do concelho”, porque têm saído exemplo, enquanto jogava o Marítimo com o ou três vezes por semana. Mas a maioria dos rapa- Somos um povo com características muito pró- de lá vários escritores, como Onésimo Teotónio de União Micaelense, íamos ouvindo a Emissora Na- zes ia de barco, 3 noites e 4 dias no mar, em que se prias, de muita persistência e que nos têm valido Almeida, Cristóvão de Aguiar, para citar alguns. cional que dava o relato do Benfica, do Sporting e faziam amizades, mas não era nada fácil. nas alturas piores da nossa história. O 25 de Abril Rabo de Peixe é uma zona muito rica de cultura do Porto. Os próprios rádios não eram à fartura e Em Lisboa fui como os outros, onde os cole- foi uma Revolução muito importante para a minha e de gente. poucos os tinham. gas meio a rir meio a brincar, me perguntavam se geração e para todos nós. Os nossos filhos talvez A Povoação, da mesma forma, era tida como o De jornais havia , que chegava à Quar- subia às árvores para apanhar ananases, e eu res- hoje não se apercebam bem disso porque já foram “celeiro da ilha”, era terra de lavradores, muito rica ta-feira, e havia os nossos de cá, mas para nós ra- pondia que eles eram ignorantes porque os anana- criados com outras condições, com outras regalias também nas suas tradições, pessoas que viviam a pazes, não era com a fartura que há hoje. ses eram cultivados em estufas lindíssimas, e são e farturas que nós não fomos, mas os valores de sua espiritualidade muito afincada. Lembro-me Lembro-me de dizer ao meu filho, que vive únicos no mundo. O ananás de São Miguel é uma Liberdade têm que ser sempre preservados, seja que o Corpo de Deus era uma coisa lindíssima que em Lisboa e que jogou no União Micaelense, que iguaria única no mundo. em que situação for. Não há dúvida que após o 25 ainda hoje se mantém e que vale a pena ir lá ver os quando eu jogava tínhamos só uma bola. Cada de Abril é que fizemos essa aprendizagem. tapetes de flores. equipa tinha uma bola e quando íamos jogar, se as Também ajudou a desmistificar um bocadi- Tal como em Rabo de Peixe também havia duas bolas saíam do campo, tinha que se esperar nho do que são os verdadeiros Açores? Acha que quem passou directamente por pessoas mais pobres, com mais dificuldades, são que alguém as fosse buscar. Sim, dentro do possível. Acho que o nosso essa Revolução dá mais valor? país é lindíssimo. E também havia grandes pro- Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018 entrevista 9

“As entidades governativas têm de aumentar o investimento na Saúde e as pessoas têm de participar...”

Acredita que a população tem de ter acesso a todas as evoluções tecnológicas e medicamentosas na área da Saúde, mas reconhece que “é tudo muito caro” e por isso defende dois caminhos. Um maior investimento na Saúde a nível nacional, e regional, e a co-responsabili- zação da população nesses custos. O médico recorda os tempos conturbados que apanhou em Lisboa, para onde foi estudar, ainda no rescaldo do 25 de Abril de 1974 Sem dúvida nenhuma. Dá muito mais valor. Ainda apanhei muitas dificuldades em termos lhor e vou lá todos os anos, tem que perceber que Geralmente só damos valor quando não temos profissionais, os rácios de atendimento à popula- é um risco. E tem de assumir esse risco. Tem de Gosta de rallies? ou quando perdemos uma coisa. Antes do 25 de ção eram baixos, as taxas de cobertura eram bai- perceber que se tiver uma fratura grave tem de es- Gosto muito de qualquer desporto. Quando Abril, nem eu nem a minha família, nunca tivemos xas, as permilagens das nossas crianças também. perar pelo helicóptero ou pelo avião, não há outra vim para cá dei a minha colaboração ao Grupo uma repercussão directa do totalitarismo da altura Mas não era só nas ilhas, também no continente forma. Tem de ser tudo muito bem pensado, ter Desportivo Comercial e ainda apanhei a Volta à mas, por exemplo, lembro-me de na altura as mães profundo isso acontecia e pertenço a uma geração um sistema regional mas sempre de acordo com Ilha de São Miguel. Fiz muitos anos o rallie e São ficarem preocupadíssimas com os filhos que iam que terá contribuído para melhorar. Hoje em dia as a Força Aérea, na minha opinião, com a criação Miguel e como a idade também já não permite para a tropa. Tive um primo em segundo grau que coisas são completamente diferentes, não é honra de um apoio imediato muito bem gerido, muito muitas coisas, fiquei com o rallie de Santa Maria faleceu e havia aquele espectro e lembro-me de nem glória de ninguém mas é um pouco de todos, bem direccionado para estes casos. Investir nos que é muito engraçado e que me sabe bem fazer. ser comentado na família que teria de dar o nome, não só dos presentes como dos mais antigos. Já an- meios locais, mas com cabeça, não desperdiçar Praticamente todos os anos tenho ido e espero como os outros. Eram valores que eram de pre- tes do 25 de Abril havia coisas bastante boas nesta as disponibilidades que podemos ter, para quando continuar a ir enquanto puder. servar porque era um dever que cumpria a todos. ilha, recordo-me do dispensário materno-infantil. for necessária a verdadeira emergência se possa ir Mas era uma guerra impopular entre a juventude Mas depois do 25 de Abril as coisas começaram a atender essas pessoas. Não há dúvida que é muito Disse que tinha jogado futebol, chegou a porque não fazia grande sentido. Se bem que, com melhorar ao nível da saúde, com a vinda de mais difícil fazer-se uma medicina preventiva ou cura- acumular o futebol com a medicina? 18 anos, não tinha bem noção do que se passava. médicos, com o aparecimento de mais especiali- tiva, em sítios que estão isolados, quer do ponto Cá joguei pouco tempo porque depois fui Sempre fui um bom aluno no Liceu Antero de dades, até ao ponto que se chega hoje que já são de vista da distância quer das dificuldades para lá para Lisboa. Mas quando cheguei ao continen- Quental, mas a parte política não aprendíamos. Só muito menos os açorianos para ir para o continen- chegar. te fui logo jogar para a equipa de medicina da a partir daí é que fomos fazendo uma aprendiza- te. A título de exemplo, lembro-me que na insufi- Universidade de Lisboa, tive vários treinadores, gem progressiva, com altos e baixos, com o valor ciência renal não havia hipótese cá e a pessoa tinha Disse que tem uma filha que também é mé- mas o meu primeiro treinador chamava-se Carlos da liberdade, da Autonomia, da democracia, de vi- de pensar em ir lá fora porque não havia tratamen- dica. Foi influência familiar? Queirós. Ele tinha acabado de chegar penso que ver em democracia e o Povo Português ao longo tos, pelo menos ao nível que há hoje. Não necessariamente. Hoje, para meu grande de Moçambique e treinou durante algum tempo da sua história tem dado sobejas lições ao mundo Não há dúvida que ao longo deste tempo, fruto orgulho, ela é médica especialista em medicina in- os estudantes de medicina que pertenciam à nossa nisso. Não só como povo heróico, na época alta do trabalho de todos, pessoal de saúde, pessoal ad- terna e trabalha nos cuidados intermédios, gosta Associação e fui talvez um dos primeiros guarda- dos Descobrimentos e que ainda hoje somos lem- ministrativo, pessoal de enfermagem, sucessivos mais da medicina de emergência, uma medicina redes que ele treinou. O Professor Carlos Queirós brados nos quatro cantos do mundo, mas também governos preocupados com a população, muito se mais interventiva. trouxe coisas que nunca tinha ouvido, eram coisas como um povo que sabe resolver as coisas por fez e muito falta fazer. Mas não há dúvida que as A grande diferença entre a medicina familiar muito novas. Mas naquela altura não simpatizava si. Há duas grandes revoluções em Portugal, em coisas melhoraram muito e a saúde que temos hoje e as especialidades clássicas, é que os colegas muito com ele, não conduzia bem o balneário. Na 1640, a Restauração da Independência, e talvez o na Região tem coisas muito positivas. Tem outras do hospital vêem as pessoas transversalmente, altura quando ele esteve na Selecção disse logo 25 de Abril de 1974, e não há dúvida que o Povo negativas, mas acho que valeu a pena trabalhar, e vêem uma vez. E nós não, acompanhamos as que não ia conseguir, porque é muito complicado Português se comportou e comporta como uma vale a pena trabalhar, numa Região como a nossa. pessoas ao longo dos anos, somos o médico que chegar a um balneário e gerir os atletas. Primeiro grande nação. está com a família. Os colegas do hospital têm o que atletas são homens e é preciso cuidado com Acha que a saúde está assim tão mal como seu papel, é uma medicina mais curativa, vêem isso. Mas era um técnico inovador, com coisas no- Depois de terminar o curso fica no conti- às vezes se ouve? os doentes na hora. São coisas diferentes mas vas e com quem aprendemos imenso. Estou con- nente? Como em tudo na vida, há exageros, há ideias ambas se complementam. Tem de haver uma vencido que se não fui o primeiro guarda-redes te- Não. Terminei a licenciatura em 1981, iniciei que não são clara, e há injustiças também nisso. complementaridade entre a medicina curativa e a rei sido um dos primeiros que ele treinou, porque a carreira em 1982, vim logo para cá e não estou Por um lado tem que se pensar que a saúde não é preventiva. Nós somos cuidados primários ou pri- tinha vindo de África naquela altura do Pós-25 de arrependido. Foi uma opção na altura. Fiz o inter- uma empresa, não tem que ser gerida como uma mordiais e no hospital são cuidados secundários Abril. Depois nunca mais o vi. nato geral no nosso antigo hospital durante três empresa, não tem que dar lucro. Isso é uma face ou diferenciados. Ambas são especialidades que Mais tarde, também foi nosso treinador do anos e depois iniciei a minha carreira, primeiro da moeda. A outra face é que as pessoas têm de têm que estar interligadas. professor José Carlos Cabral que foi Director Re- como clínico geral, e mais tarde como médico de compreender que tudo isto é muito caro e cada vez gional dos Desportos. família, em 1985. mais as pessoas têm direito a usufruir daquilo que Gosta dessa proximidade com as famílias? Durante o curso todo joguei futebol a nível Depois do internato geral fui trabalhar para os a super-técnica de hoje lhes dá, os meios comple- Gosto muito, defendo a proximidade como universitário e gosto. Depois de licenciado ainda e na altura ainda no posto de saúde A, que mentares de diagnóstico e os medicamentos novos uma das grandes áreas de trabalho da medicina joguei no Pico da Pedra algum tempo. Acho que era no antigo hospital, e mais tarde só nos Arrifes. que vão surgindo. As pessoas têm direito a isso. familiar. Sou apologista das pequenas unidades o desporto é fundamental, é uma terapia, faz mui- Desenvolvo a minha actividade como médico de Só que isto é tudo muito caro e na minha opinião junto dos pólos que têm número suficiente de pes- to bem, desde que se possa e na altura certa. Não família há mais de 30 anos. Sempre cá, com for- só há um caminho. As entidades governativas têm soas mas que a presença do médico é muito im- há dúvida que a actividade física é uma actividade mações suplementares em Coimbra, onde fiz uma de aumentar a fatia do bolo nacional, já nem falo portante. complementar que é fundamental para qualquer Competência no Instituto Nacional de Medicina regional, tem de haver maior investimento na saú- ser humano. Vê futebol na televisão? Legal em avaliação do dano. de, taxas semelhantes àquilo que me parece que Disse que conhece praticamente todas as Sim. Sou quase fanático e sou do Benfica. são os países do Sul, se não estou em erro. Em ilhas, gosta de viajar ou tem pouco tempo li- Gosto muito de ver futebol e entretenho-me a ver Nunca pensou ficar lá fora? Espanha, França e Itália, gastam do orçamento na- vre? futebol para distrair. Sempre foi minha opção viver nas ilhas, nunca cional muito mais do que nós. Tenho muito pouco tempo livre. Quando éra- pensei viver no continente se bem que gosto muito Por outro lado, tem que se disciplinar as pesso- mos mais novos, sendo a minha mulher professo- Há alguma viagem que tenha de fazer? do continente. Tenho a honra e o prazer de conhe- as e dizer-lhes que ou se fazem convenções mais ra, íamos passar as férias de Verão noutras ilhas. Na minha vida só fiz um cruzeiro, quando os cer quase todas as ilhas. Quando éramos mais no- económicas ou as pessoas têm de comparticipar, Santa Maria é especial porque dou uma pequena meus filhos eram adolescentes, mas gostaria de vos, eu e a minha mulher e os meus dois filhos, a elas próprias, na sua saúde. Tem que haver uma colaboração no rallie da ilha e gosto muito. repetir. Acho que é uma experiência agradável e minha filha já é colega e o meu filho é engenheiro, dualidade de critérios, maior investimento, e as Os meus tempos livres são passados essencial- gostaria de repetir, talvez para a zona dos Fiordes íamos passar férias às ilhas. Só falhou o Corvo por pessoas participarem também, consoante as suas mente na Povoação e no Pico da Pedra e Rabo de da Noruega. causa do mau tempo. Mas hei-de voltar porque é a possibilidades. Isso tem de ser muito bem estuda- Peixe. Sou um grande apreciador de uma quinta Outro projecto, como tenho o meu filho a única ilha que me falta conhecer e tenho de pisar o do, muito bem determinado para que a saúde pos- que tenho em Rabo de Peixe e entretenho-me a viver no continente, sempre que posso é ir a Lis- solo do Corvo. Acho, honestamente, que temos as sa seguir em frente. podar as árvores, com as minhas laranjas. Sempre boa. Gosto muito do nosso país, de Lisboa e de ilhas mais lindas do mundo. Estou convencido que a saúde não é tão má estive ligado ao desporto e quando posso dou a mi- Coimbra. De resto, tenho o projecto de envelhecer como se diz, com as limitações que temos. Mas nha colaboração ao Desportivo de Rabo de Peixe, lentamente mas em Rabo de Peixe, barra Povoa- Quando iniciou a sua carreira não have- nestas ilhas é tão difícil viver que tem de se as- ao Vitória do Pico da Pedra, ao União Micaelense, ção. Nos dois sítios. riam as condições que existem agora. Eram sumir este risco. Quem quer viver, por exemplo onde vou ajudando os atletas naquilo que posso e Carla Dias tempos difíceis na altura? na Graciosa ou em Santa Maria, que conheço me- consigo fazer. 10 publicidade Correio dos Açores Correio dos Açores publicidade 12 publicidade Correio dos Açores

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              Correio dos Açores, 03 de Junho de 2018 regional 13 Também os Açores sofrem com os impactos directos da “enorme entrada de plásticos no meio marinho” Apesar do isolamento geográfico que caracteriza os Açores, assume-se que a maioria das praias do arquipélago esteja invadida por pequenos ou grandes fragmentos de plástico e outros lixos. Os resul- tados das pesquisas relacionadas com esta problemática, que incluem praias e ecossistemas mais par- ticulares, têm-se revelado “assustadores” para os investigadores que as lideram, revelando a dimensão e as proporções do problema que tem vindo a afectar directamente cagarros e tartarugas.

“Os Açores não são um paraíso que está longe dos problemas como nós tanto gosta- mos de pensar”, afirma Christopher Pham, referindo-se em concreto à questão do lixo e, em particular, do plástico que se encontram armazenados no fundo dos oceanos do mundo inteiro, causando graves impactos no ambien- te e colocando em causa certas populações de animais. Também nos Açores “existe este problema que está a afectar os animais e que está tanto à superfície como no fundo do mar”, adianta o investigador do IMAR que se encontra activa- mente envolvido em estudos que estão “a ten- tar perceber como esta ameaça está a impactar o arquipélago”, uma missão que começou no ano de 2013. Neste sentido, o investigador científico aponta que apesar de os Açores serem um ar- quipélago “bastante isolado a nível geográfico, isolado das grandes zonas populacionais e das grandes cidades”, não deixa de ser directa- mente afectado “pelo problema das enormes quantidades de plástico que entram no meio marinho”, indicando que parte do estudo des- ta problemática passou pela visita diferentes praias de todas as ilhas. As conclusões são assustadoras: “Havia Praias dos Açores são um aterro frequente para diversos tipos de fragmentos de plástico e outros materiais plástico em todas as praias que visitámos. Não havia nenhuma praia que não tivesse plástico”, No entanto, é no fundo do mar que a maior tos, “há ainda muita gente que não tem esta um indicador claro que “demonstra o nível do parte do lixo acaba por se acumular, fenómeno consciência e que ainda deita lixo no chão e problema”, explica Christopher Pham, adian- que atinge uma percentagem na ordem dos atira as beatas do cigarro para o chão”, adian- tando que ao serem feitas as devidas classifi- 80%, afirma o investigador, o que torna “im- tando que, por este motivo, “ainda há muito cações, ficou comprovado que cerca de 85% possível”, pelo menos para já, uma acção de trabalho a fazer”, trabalho esse que passa tam- desse lixo encontrado pelas praias da Região limpeza eficiente tendo em conta as condições bém pelas ribeiras que, num nível mais regio- era plástico, ficando a restante percentagem características apresenta este ecossistema, ao nal, também são um depósito comum para vá- para metais e outros tipos de lixo. contrário do que acontece nas zonas de praias rios tipos de lixo. Assim sendo, Christopher Pham adianta e portos que, recentemente, são limpos com Por outro lado, também os animais que, nos Açores a principal parte do plástico mais regularidade. que vivem no arquipélago sofrem com as que é encontrado à superfície diz respeito a Segundo Christopher Pham, nos Açores consequências da elevada presença de plástico pequenos fragmentos, em concreto “peças de “temos zonas de acumulação de lixo importan- e outros lixos no seu ecossistema, nomeada- plástico que se foram degradando e que podem tes, mas não sabemos exactamente identificá- mente cagarros e tartarugas, as duas principais ser mais pequenas que dois ou três centíme- las até agora”, explicando que foi feito um es- espécies monitorizadas por esta equipa de in- tros”, não excluindo o facto de existirem tam- tudo em alguns bancos de pesca dos Açores, vestigadores do IMAR através da colaboração bém pedaços maiores. o que permitiu concluir que neles existe “bas- com o programa SOS Cagarro e através do Para o investigador, e de acordo com os tante lixo, desde linhas de pesca até garrafas”, programa INDICIT. Amostra de plástico recolhido na costa estudos levados a cabo pela equipa que inte- situação muito semelhante àquela que encon- Assim, e uma vez que muitas são as crias gra, estes dados apontam que estes fragmen- traram nos portos de pesca, apontados também de cagarro que de acordo com Christopher Porém, o investigador adianta que a ingestão tos resultam de “peças que já estavam no mar como uma “fonte importante de lixo”. Pham, não chegam ao mar, “ora porque são de plástico não está, contudo, ligada directa- há algum tempo e que se foram degradando”, Para contornar esta problemática, Christo- atropelados ora porque voam contra obstácu- mente à causa da morte dos animais. um factor que indica também que grande parte pher Pham salienta que seria necessário mudar los”, esses cadáveres são recolhidos e enviados “Não podemos passar esta mensagem de deste lixo “vem de fora, porque se está a degra- o comportamento da população ao nível global, para o laboratório, sendo em seguida analisado que estão todos a morrer por causa do plásti- dar há muito tempo e está carregado de orga- dando ênfase a aspectos como a reutilização e o conteúdo estomacal e intestinal de cada um, co, eles comem plástico e isso não é natural. nismos marinhos”. uma eficaz gestão de resíduos, nomeadamente resultando numa amostra de 150 indivíduos Pode interferir em alguns aspectos da biologia Assim, a teoria mais credível, aponta através da aposta na reciclagem, pois “infeliz- por ano, adianta o investigador, o que permitiu do animal mas não é directamente a causa da Christopher Pham, é a de que “o plástico flutua mente as lixeiras não são completamente es- chegar à conclusão de que nas crias desta ave, morte”, esclarece Christopher Pham, explican- e não tem fronteiras” o que permite que se vá tanques e acabam por deitar lixo também no “83% tinha plástico no seu intestino e estôma- do que até ao momento não são ainda conheci- encaminhando lentamente “das grandes cida- mar”, apontando porém que “a incineração não go”. dos em concreto “quais os efeitos dos químicos des para o meio do Atlântico”, o que leva a que é a solução, porque apenas transporta o proble- Este é um cenário preocupante e que, ape- dos plásticos nos animais”, mas que uma das estes lixos se acumulem no mar e que, com o ma para outro lado”. sar de ser “comum no mundo inteiro”, afecta causas mais directas poderá passar por dificul- efeito das correntes, surja também em algumas Apesar de considerar que as pessoas têm também tartarugas que são “animais maiores, dades reprodutivas das espécies. zonas menos fundas, nomeadamente nas zonas agora uma maior consciência em relação a este mais raros e em perigo”, uma vez que têm uma costeiras. problema em comparação com outros momen- população mais reduzida do que os cagarros. Joana Medeiros publicidade Correio dos Açores Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018 publicidade 15 16 história e património Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018

I) No Centenário do Armistício: os Açores em 1918 O projeto de uma visão interna, no último ano da I Guerra Mundial

de conhecida como Potências Centrais, aliando principalmente a Alemanha e o Império Austro- Húngaro; e a Tríplice Entente, posteriormente designados por Aliados, liderada pela Inglater- ra, França e Rússia. Portugal, tal como os Es- tados Unidos da América, não participaram de início no conflito, entrando o primeiro em 1916 e o segundo em 1917. Dividida em três fases, a primeira corresponde aproximadamente ao ano de 1914, Por: Sérgio Rezendes evidenciando-se a superioridade militar das Doutor em História Insular e Atlântica (séculos XV – XX) Potências Centrais. A Guerra de Movimento teria três grandes frentes na Europa (ocidental, Este artigo é o primeiro de um conjunto de oriental e balcânica), e prolongar-se-ia às coló- onze a publicar quinzenalmente ao domingo nias em África e na Ásia. Seguiu-se a Guerra no “Correio dos Açores” e insere-se na linha de Trincheiras, imobilizando-se as frentes sem de outros já publicados desde o Centenário da qualquer vantagem para ambos os lados. Esta República Portuguesa, mais especificamente ao segunda fase destaca-se por um intenso desgas- longo do mês de julho e agosto do ano passado, te e grandes perdas humanas, recorrendo-se a a propósito dos cem anos do bombardeamento tecnologias cada vez mais mortíferas, caso das a Ponta Delgada. Não se pretende que seja uma O início do conflito foi amplamente comemorado pelos beligerantes. Dada a industrialização, e metralhadoras, dos gases tóxicos, dos carros de repetição, mas sim uma outra visão, uma obser- os nacionalismos exacerbados, todos acreditavam que até ao final de 1914, a guerra estava ganha combate, da aviação, do arame farpado, entre vação interna do arquipélago durante o conflito (imagem: Mortimer and Walling, 1933). outras. Entretanto, no mar, a guerra submarina em temas que extrapolam a questão militar e total conduzida pela Alemanha criaria grandes geoestratégica das ilhas, debatendo-se a políti- entraves às comunicações entre a Europa e a ca, a religião, a salubridade pública e a crise ins- a diferença. ta e De Benguela às Terras de Iaca” (1877) com América. A atividade dos submarinos alemães taurada em virtude do assédio ao mar dos Aço- o objetivo de explorar o continente africano e saldou-se em graves danos à tonelagem de na- res. Muitos irão marcar centenários como os O enquadramento internacional na efetuar a ligação entre a costa atlântica e a costa vios, homens e bens aliados. É neste contexto casos de, além do Armistício e do Sidonismo, transição para o século XX… do Índico. Em extremo, estas manifestações de que surge a relevância dos Açores, agravada o Alto-Comissário da República para os Aço- imperialismo foram testadas no Ultimato Inglês pela guerra das comunicações por intermédio res; o milagre do Sol em Água de Pau, a Gripe Desde os séculos XV e XVI que os Europeus (1890) que tantos danos fez à imagem púbica da central de amarração de cabos submarinos Espanhola, o Depósito de Concentrados na ilha dominavam territórios em outros continentes, de D. Carlos, marcando claramente o caminho na cidade da Horta, portos e antenas TSF, em Terceira ou o ataque ao veleiro “Gamo”, para já aumentando o interesse por domínios coloniais para o final da monarquia em Portugal. funcionamento em quase todas as ilhas que não não falar do heroico combate entre o “U-139” ao longo do século XIX e inícios do século XX. Esta competição económica foi crescen- estavam ligadas por cabo. e o “Augusto de Castilho”, recentemente re- Em 1900, os principais países do velho conti- do desde finais do século XIX, provocando o Com a entrada das forças americanas no cordado numa excelente exposição do Museu nente dominavam o mundo, caso de Inglaterra, aumento das disputas pela posse de territórios. conflito, o desequilíbrio em homens, logística e de Marinha em parceria com a Associação Co- França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Portugal e Os países mais poderosos da Europa tornaram- máquinas possibilitou a redefinição das frentes mandante Carvalho Araújo, patente no Centro Espanha. Com colónias na América, em África se rivais e envolveram-se em conflitos, tendo de combate e já sem o apoio da Rússia bolche- Cultural Natália Correia até ao final do ano, e na Ásia, formavam vastos impérios que rivali- como base o Nacionalismo e a tensão entre al- vique, os novos comandos arriscaram grandes numa feliz sinergia entre a Câmara Municipal zavam entre si. A Europa tinha uma capacidade guns Estados: a Grã-Bretanha e a França con- estratégias e ofensivas possibilitando a vitória de Ponta Delgada e o Comando da Zona Maríti- económica superior ao resto do Mundo, mas al- corriam pela posse de territórios ultramarinos; aliada sobre as tropas alemãs numa paz impos- ma dos Açores, a última, a preparar um ciclo de guns países exteriores começavam a competir a França queria reconquistar os territórios da ta sem condições a 11 de novembro, no mais eventos a decorrer na semana de 14 de outubro com as potências europeias, caso dos Estados Alsácia-Lorena dominados pela Alemanha; a famoso dos Armistícios, o de 1918. A sua co- de 2018. Resta relembrar, que à semelhança de Unidos da América, com a produção de energia Alemanha disputava também territórios no ul- várias outras abordagens, este tema foi alvo de e comércio na América, Extremo Oriente e o Ja- tramar com a França e a Inglaterra, defendendo dois trabalhos no “Correio dos Açores” de 2 e pão, que se afirmava no mercado asiático. a ideia de superioridade da raça germânica e a 24 de outubro de 2011. A supremacia europeia perdida em resultado Rússia, o império Austro-Húngaro e o império A Memória e Identidade que envolvem es- das duas guerras mundiais, explica-se sobretudo Turco contestavam territórios por forma a alar- tes artigos constituem também um ponto inicial pelo poder económico que alguns países con- gar o seu imperialismo aos Balcãs. Estes fatores para um conjunto de eventos repartidos entre seguiram com a industrialização. O desenvolvi- geraram um clima de rivalidades que condu- São Miguel e o Faial, uma vez que são ponto de mento da indústria exigia grandes quantidades ziram à insegurança europeia e mundial, e ao partida para uma exposição a realizar em Pon- de matérias-primas compradas nas colónias a reforço dos exércitos fortalecidos por uma “cor- ta Delgada, no Museu Militar dos Açores, e na baixos preços, e mercados para escoar os pro- rida ao armamento” produzido agora em esca- Horta, no Teatro Faialense, a primeira a inaugu- dutos fabricados em grandes quantidades graças la industrial, e com recurso a armas químicas, rar em julho e a segunda em outubro, comple- à Revolução Industrial e ao desenvolvimento da estabelecendo-se um ambiente de Paz Armada tando o Seminário Internacional “Da Repúbli- produção em massa. As colónias constituíam as- consolidado por alianças políticas e militares ca Nova à Gripe Espanhola: o Armistício e os sim, simultaneamente fontes de matéria-prima e mediante as afinidades ideológicas e políticas. Açores” a promover pelo Instituto de História mercados alargados, favorecendo o enriqueci- Contemporânea da Universidade Nova de Lis- mento e a mecanização das potências coloniais. A Mãe de todas as Guerras… boa, em ambas as cidades. O caráter quinzenal Paralelamente, a Europa tornou-se também destes artigos irá permitir que se prolonguem o grande “banqueiro do mundo”, investindo e Em junho de 1914, o assassinato do prín- até esse período, tornando-se numa ferramenta controlando o comércio em todos os continen- cipe herdeiro austro-húngaro em Sarajevo de- para dignificar e valorizar a História e o Patri- tes. As potências europeias rivalizavam pelo sencadeou um conflito à escala mundial, mo- mónio dos Açores. domínio (ou influência) de territórios, pelo que bilizando aproximadamente cinquenta milhões Os objetivos passam por, para além de fa- o colonialismo europeu tomou a forma de im- de homens. Na origem, estava a rivalidade das zer chegar a informação ao público em geral, perialismo no mundo, caracterizando-se pelo nações europeias pelo controle de fontes de provocar a reflexão sobre as atuais dificuldades/ domínio económico que os países industriali- matérias-primas, pelos mercados e pela altera- condições que enquadram as ilhas, cem anos zados exerciam sobre as regiões menos desen- ção do mapa colonial, o que se traduziria em depois e permitir a todos os que assim enten- volvidas. Um exemplo prático destas disputas nacionalismos exacerbados e numa corrida ao dam, à semelhança de toda a História dos Aço- e influências, é a conferência de Berlim (1885) armamento. res, que o período de 1914 a 1918 resulte numa que dividiu as colónias africanas entre os países De conflito regional rapidamente transfor- mais-valia a quem nos visita. Que a saibam europeus (ponto de partida para uma série de mado à escala mundial, envolveu cerca de trinta usar, os responsáveis políticos e turísticos para problemas ainda hoje visíveis em África), tendo países e mobilizou aproximadamente cinquen- Desde o início que os refugiados procuraram fugir à dignificar a Cultura e Identidade dos Açorianos, como base a ocupação efetiva dos territórios, va- ta milhões de homens em todas as frentes. Os guerra. Mais do que nunca, hoje é importante lem- tão descuradas quando comparadas com outras lorizando a obra de aventureiros como Roberto beligerantes organizaram-se em dois blocos brar que a História da Europa é uma história de re- áreas, e tão cruciais para quem procura em nós, Ivens e a sua travessia “De Angola à Contracos- político-militares: a Tríplice Aliança, mais tar- fugiados (imagem: Mortimer and Walling, 1933). Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018 história e património 17

O desnível tecnológico e industrial das pequenas potências face Tropas alemãs, entrando numa das cidades da Bélgica (ima- Preparação do que ficaria conhecido como o “Milagres de Tan- às grandes, era avassalador. Tropas belgas em combate (ima- gem: Mortimer and Walling, 1933). cos”. Transporte de Peça de Artilharia em batelão no rio Tejo gem: Mortimer and Walling, 1933). (imagem: FALCÃO, 2004). municação a Nova Iorque faria o júbilo das po- extremamente gastador. a soberania sobre os territórios africa- ficariam sob condições físicas e psi- pulações das três principais ilhas, ao passar pela Nas ruas, os trabalhadores faziam nos, a necessidade de afirmar a jovem cológicas duríssimas, saldando-se a estação dos cabos submarinos na Horta. manifestações e greves para mos- República junto da comunidade inter- sua participação por honrosa, mas ex- De um conflito supostamente breve e regio- trar o seu descontentamento e a des- nacional e a necessidade de reforçar tremamente negativa. Só a 9 de abril nal, passou-se a uma contenda que provocou crença nos governantes do regime a aliança com Inglaterra, temendo-se de 1918, na Batalha de La Lys, os mais de nove milhões de mortos, só monárquico, gerando instabilidade uma possível invasão espanhola. portugueses perderam praticamente entre os principais beligerantes. Aos política e a ascensão de ideias socia- Com escaramuças nas fronteiras metade das suas tropas, registando-se sobreviventes, um profundo sofri- listas e republicanas, nomeadamente coloniais desde início, em setembro a morte de 1.300 soldados, 4.600 fe- mento e uma Europa para reconstruir. do Partido Republicano que aliado a de 1914 partiram para Angola e para ridos, 2.000 desaparecidos e mais de Novos países resultaram do fim das sociedades secretas como a Maçona- Moçambique as primeiras forças ex- 7.000 mil prisioneiros. antigas potências centrais, e humi- ria e a Carbonária, preparou a primei- pedicionárias portuguesas coman- O CEP, sob comando do General lhantes condições seriam impostas ra tentativa de derrube da monarquia dadas pelo Tenente-Coronel Alves Fernando Tamagnini de Abreu e Sil- pelo Tratado de Versalhes, sustentan- (1891) defendendo a ideia de um Roçadas. Quanto a uma intervenção va, ficou enquadrado no 1.º Exército do cicatrizes de tal modo profundas, chefe do Estado eleito pelo povo, ou direta, a Grã-Bretanha considera- britânico, ocupando os setores de Bé- que impossibilitaram a Sociedade das pelos seus representantes, por um pe- va Portugal como uma sobrecarga thune, Lavantie e Fleurbaix. Cansa- Nações de prevenir a eclosão de um ríodo de tempo limitado e substituído logística e operacional, pelo que adia- do e abandonado pelos políticos da I novo conflito, o de 1939-1945. em caso de incompetência. A fracas- ria a sua entrada no conflito até de- República, sofreu o desalento da ba- sada Revolta do Porto e a execução zembro de 1915, quando ao abrigo talha de La Lys apesar do elogio in- Portugal na Grande Guerra do Regicídio em 1908, demonstraram da Aliança a Grã-Bretanha, solicitou ternacional generalizado, terminando que os republicanos vinham para ficar a requisição dos navios alemães refu- a guerra com mais de 12.000 mortos, A crise económica que afetou a e a implantação do novo regime a 5 giados nos portos portugueses, numa feridos, desaparecidos e prisioneiros. Europa nos finais do século XIX e de outubro de 1910, marcou de forma ação coordenada em finais de feve- Na Conferência de Paz (1919) seria inícios do século XX também se fez indelével a atualidade. reiro de 1916, provocando a declara- recuperado o triângulo de Kionga e sentir em Portugal. Apesar do aumen- Desta forma, a jovem república ção de guerra a 9 de março. Com um afirmada a República interpares. Aos to da produção em algumas áreas e do portuguesa nem tinha quatro anos governo defensor da intervenção no pedidos de indemnizações por danos grande esforço de desenvolvimento quando se iniciou o conflito e ambi- conflito no poder, o país enviou em às colónias, Funchal e Ponta Delgada feito pelos liberais, o país continuava cionava resolver os problemas advin- janeiro seguinte, o primeiro contin- e restituição dos valores perdidos e dependente das importações e forte- dos da monarquia pelo que uma su- gente do Corpo Expedicionário Por- investidos, as sucessivas revisões fa- mente endividado. A desvalorização cessão de governos e dois presidentes tuguês (CEP) rumo à Flandres sob o riam retirar as despesas militares, as da moeda, a falência de bancos, o da República açorianos procuraram comando do General Gomes da Cos- compensações anteriores à entrada no aumento das importações e da dívida estabilizar um regime cujo contexto ta, seguindo-se o Corpo de Artilharia conflito, reduzindo-se os cerca de mil pública, a diminuição dos investimen- bélico internacional, não auxiliaria. Pesada Independente com 25 baterias milhões de marcos-ouro previstos ao tos eram sinais desta crise económica. Seis dias após o início da contenda, de artilharia. Preparados em tempo muito pouco que chegou ao país. Com empresas a fechar, aumentou o o Congresso da República colocou-se relâmpago, os soldados portugueses desemprego e pioraram as condições ao lado de Inglaterra embora sem se de vida das populações, sobretudo pronunciar contra a Alemanha. Numa das classes médias e do operariado. sociedade à beira da guerra civil, Para fazer face às dificuldades, o go- formaram-se duas correntes políticas verno pedia novos empréstimos ao opostas, a favor (os guerristas) ou estrangeiro, em especial à Inglaterra, contra à entrada de Portugal no con- aumentando os impostos pelo que aos flito (os antiguerristas). Como prin- olhos do povo, D. Carlos era visto cipal argumento para a intervenção, como um rei fraco, desinteressado e apontava-se a necessidade de manter

Juntando o efetivo da base, o CEP foi constituído por 2.101 oficiais e 51.471 praças. Na defesa das colónias, o efetivo do Exército Português foi ainda superior (imagem: FALCÃO, 2004).

Despedida no cais de Santa Apolónia, provavelmente de um oficial. Neste contexto, destaca-se o papel da Marinha portuguesa que transportou ou comboiou as tropas para as frentes de combate, Porto de desembarque (Brest) e percurso do CEP até Aire (local de concentração). Atente-se na atravessando mares muito difíceis (imagem: FALCÃO, 2004). linha de contato com o inimigo [a tracejado (imagem: FALCÃO, 2004)]. 18 opinião/publicidade Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018

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Cinquenta anos de sacerdócio Pub

“Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho te dou”. vida de jornalista, eu ou qualquer dos meus e das minhas Foi desta passagem dos Actos dos Apóstolos (3, 6) que colegas de profissão, no Correio dos Açores, encontrámos me lembrei quando vi que para este abraço dos 50 anos de a porta fechada ou o telefone desligado. sacerdócio do meu Amigo João Luciano nada mais teria do E como não tenho ouro nem prata, para assinalar o ouro que as palavras, sempre tão necessárias quanto insuficientes desses cinquenta anos, sinto que só há uma palavra para este para certas ocasiões. momento: um obrigado humano e uma certeza divina: “Eu O Padre João Luciano Couto Rodrigues, foi para mim, estarei convosco até ao fim dos tempos” (Mt 28, 20). Não sempre, o João Luciano. De Ponta Garça! Da terra onde o sei quando será “o fim dos tempos”, mas sei que Ele está sol nasce primeiro para o concelho de Vila Franca e que se connosco! E está, de forma muito especial quando fazemos agiganta, ali mesmo, como irmã maior da minha pequenina festa para celebrar o dom do serviço, tantas vezes anóni- Pub e querida Ribeira das Tainhas! De (quase) família! Seu tio mo, esquecido e – porque não dizê-lo – incompreendido e José Rodrigues e esposa, Natália Pacheco, Rodrigues fo- ignorado! ram meus padrinhos de baptismo! De Seminário, onde nos O Padre João Luciano distingue-se por ser ele mesmo, encontramos em Angra, em 1961, e onde, em 1963, era ele no seu estilo simples e popular, sempre presente, mas ao meu Monitor, (irmão mais velho que nos ajudava no dia-a- mesmo tempo sempre respeitador do espaço de liberdade dia) chorámos juntos, neste mesmo dia 3 de Junho, à tarde, de cada um. Aliar frontalidade com caridade nem sempre a morte de João XXIII, “Mater Mea, Fiducia Mea”, o Santo é fácil, principalmente quando estão em causa questões do “aggiornamento”! morais e de difícil conjugação com leis e determinações. Em 1968, mais um grande grupo de seminaristas e Decidir, sofrendo, deve ser o maior drama de um padre do amigos, com ele tive a alegria de uns dias de verdadeira nosso tempo! Mas nem isto lhe tirou nem tira o sorriso de e inolvidável presença na semana da sua Missa Nova, na acolhimento que lhe conhecemos. Igreja de Nossa Senhora da Piedade. Foram cinquenta anos! Um átomo de tempo na grandiosa E depois… depois foi um encontro contínuo, espaçado, obra a que todos somos chamados de uma maneira ou de Pub mas sempre marcado de presenças e de muita sinceridade e outra. Ao olhar, ao falar e ao abraçar o Padre João Luciano, afecto. Em São José; na , onde com ele dirigi algumas sinto, pessoalmente, sempre, um regresso ao tempo de todos vezes o coral de Nossa Senhora das Neves; na , nas os ideais, ao tempo dos sonhos do Vaticano II, ao tempo Sete Cidades e mais recentemente na Senhora de Fátima de uma Igreja sem sacristia, lugar de alegria, tendo como do Lagedo, onde deixa marco histórico da criação daquela único limite o “Hino do Universo” proclamado por Teillard Paróquia. E sempre sem esquecer o amor que devota à sua de Chardin”, nosso ídolo de juventude. Ponta Garça que o faz regressar sempre, e com o mesmo Padre João Luciano Couto Rodrigues! Sem ouro nem espírito de generosidade parte o seu tempo com a Paróquia prata, fique este abraço! E não contes os anos! Porque são do Menino Jesus, onde nos temos encontrado. os anos que contam a vida que tens tido e terás ao serviço Como na vida há muitos caminhos cruzados, o Padre João do único ideal que vale: o Amor! Luciano Couto Rodrigues foi e é também um comunicador Parabéns! nato, pela palavra e pela disponibilidade. Nunca, na minha Santos Narciso Correio dos Açores publicidade 20 opinião Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018

Atividade agrícola Escapadinha a São Miguel nos Açores Jovem entra nos 30 anos a bordo de avião e grupo ta edição decorreu de 25 a 27 de Maio na Praia da Vitória. Também no Faial surgiu uma nova associa- ção de produtores e consumidores que veio aos Açores canta de agricultura biológica, a Trybio, que tem demonstrado ser uma as- sociação dinâmica e com uma vi- os parabéns em plenas nuvens são abrangente daquilo que pode Por: Cláudia Ávila Gomes ser a agricultura biológica. O repórter sentiu-se nas bém, inclusive, constituir um bom exemplo a seguir. E, se arquitecta paisagista De facto, o desenvolvimento nuvens. Estava mesmo nas bem o pensou, do pensamento à acção foi um “ver se te da agricultura biológica pode e nuvens. Mais concretamen- avias”. A atividade agrícola e particu- deve estar intimamente associado a te, estava aí à volta de uns O jovem chama-se Frederico Cabral – perfez, com já larmente a agropecuária encontram- outros sectores de atividade como onze mil pés de altitude, a se referiu, 30 anos deidade neste dia 2 de Junho (nasceu em se muito visíveis na paisagem do a transformação destes produtos fazer a viagem de Lisboa 1988) e é natural dos Fenais da Luz, onde os seus pais con- arquipélago dos Açores. Segundo a agrícolas, o incentivo ao artesana- para os Açores quando, a tinuam a viver. É filho de Manuel Cabral e de Maria da Paz Carta de Ocupação de Uso do Solo to local e a dinamização cultural cerca de vinte minutos de Cabral, ambos funcionários do Governo Regional, e tem da Região as pastagens e os espaços e das tradições de cada lugar. Fo- Ponta Delgada, subtraiu o duas irmãs que estudaram nos Açores – uma na Terceira e agrícolas ocupam 56,42% do terri- mentando-se a transformação dos Por: José Nunes tório, sendo que desta percentagem olhar à leitura que vinha fa- outra em S. Miguel. produtos agrícolas biológicos e a zendo para botar sentido na O Frederico, esse, foi estudar para o continente, para 42,28% são pastagens. Tem havido sua comercialização em espaços um esforço por parte das entidades charla que a Comissária de Bordo estava a iniciar. a capital do antigo império. Foi um aluno muito aplicado próprios e mercados beneficia-se Por ter sido o primeiro passageiro a entrar na aeronave da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde governamentais para fomentar a di- este setor de atividade em cresci- versificação dos usos agrícolas do e, tendo tomado lugar nas cadeiras da frente do avião, a concluiu os estudos superiores em Geofísica. Que algo mento. Melhora-se também a saúde dada altura algo que lhe chamou a atenção. Apercebeu-se houve que o empurrou para Lisboa, lá isso houve. E lá aca- solo, o que poderá trazer vantagens das populações, que poderão adqui- económicas aos agricultores mas de que a fila de entrada era homogénea: rapazes e rapari- bou por ficar. Hoje é destacado quadro numa grande em- rir hortícolas e frutícolas livres de gas, ainda na casa dos “intas”, ia passando ao lado do seu presa industrial portuguesa de capitais portugueses, onde também benefícios ecológicos à produtos químicos. A diminuição paisagem. assento comunicando uns com os outros com a efusividade se sente de bem com o emprego e com a vida. da utilização de fertilizantes quí- própria da juventude, como amigos de longa data, não res- Mas os Açores continuam a ser aquele torrão, que tem Uma agricultura diversificada micos tem vantagens reconhecidas é mais resiliente, uma vez que está tando ao repórter dúvidas de que se tratava de um grupo bem preso ao coração, a que se agarra como lenitivo e ins- para a paisagem de entre as quais com afinidades que os congregaram para fazerem uma es- piração para vencer os desafios que a vida lhe coloca. E menos dependente das flutuações se pode destacar a diminuição da capadinha a S. Miguel, o que confirmaria por um deles que cá volta – uma… duas… vezes por ano – ou mais vezes de mercado de um conjunto dimi- eutrofização das lagoas. se sentara ao seu lado, o qual lhe revelou que vinham aos ainda, sempre que as circunstâncias o impõem ou a vida o nuto de produtos. Uma determi- A associação da agricultura bio- Açores para fazer uma comemoração. permite. nada exploração agrícola poderá lógica ao artesanato e ao turismo é Intrigado embora, o repórter ficou-se por isto, enfian- E quem será aquele quarteirão de gentes que o acom- beneficiar da presença de diversas também possível. Num turismo que do de novo os olhos nos papéis em que vinha ocupando a panham nesta sua viagem até aos Açores tão somente para culturas agrícolas por se encontrar se pretende de qualidade a possi- viagem. estarem com ele e com a sua família a festejar trinta anos naturalmente menos sujeita a do- bilidade de aquisição de produtos E, se ficara com a pulga atrás da orelha, quando a de vida e mais de uma dezena de anos de história comum? enças e pragas que possam afetar biológicos e de artesanato específi- Comissária de Bordo avançou, na sua charla que, se em São amigos do peito, seus colegas de estudos e de tertúlias toda a produção. Culturas agrícolas co de cada lugar poderá ser um as- Lisboa já era uma da manhã, nos Açores o novo dia só do Campo Pequeno, na Campus Universitário e nos locais diferenciadas têm também exigên- peto diferenciador do arquipélago se iniciaria uns segundos depois, obviamente à meia-noite, de estilo dos “estorninhos”, que carregando a sua capa de cias climáticas distintas, pelo que a e que servirá como cartão-de-visita anunciando então que já se poderiam dar a um passagei- estudantes e a sua sede de descobertas de mundos mais am- exploração agrícola se encontrará sobre a qualidade da paisagem e do ro os parabéns pelo trigésimo aniversário em que estava plos, concluíram que a vida iniciada no seio das famílias mais adaptada a uma maior diver- ambiente das ilhas. O facto de este a entrar: Um, dois três, começa a cantar os “Parabéns a prossegue e se amplia em novos ambientes, em novos ho- sidade de condições climatéricas. A ser um arquipélago livre de orga- você” e, qual não é o espanto dos passageiros que superlo- rizontes e em novas experiências de vida. presença de um conjunto diversifi- nismos geneticamente modificados tavam a aeronave, aquela mais de duas dezenas de jovens, Companheiros de estudos, sim, mas cada um em seu cado de culturas vai atrair também e de diversos concelhos se terem todos perfilados no corredor em torno do aniversariante, curso diferente e com opções distintas e ocupações diferen- um conjunto mais abrangente de já afirmado como livres de glifo- corresponderam ao mote da hospedeira e, mais ou menos ciadas, o que não os impede de manterem os laços conso- insetos polinizadores. Utilizando o sato nos espaços públicos é uma desafinados, acompanharam-na na cantoria, secundada por lidados e reforçados em convívios e outros eventos que os conhecimento das consociações de mais-valia naquilo que pode ser a vibrante salva de palmas e alguns carolos no cocuruto do unem. E são de origens diferentes – Brasil, Alemanha, Su- culturas consegue-se uma atividade afirmação da agricultura biológi- parabenizado, exteriorizando espontaneamente terem a íssa, Espanha, etc., mas a maioria são portugueses de várias agrícola mais sustentável a amiga ca como aspeto diferenciador do uni-los antiga e genuína camaradagem. cidades e regiões do país – açoriano é só o Frederico, muito do ambiente, já que a utilização de arquipélago. Neste momento e até Movido por aquele bichinho antigo que impele à re- embora na tertúlia haja também uma terceirense, mas essa produtos químicos será menor. 12 de Junho encontra-se a decorrer portagem, o repórter começou a esquematizar mentalmente não se pode deslocar. A agricultura biológica tem vin- uma consulta pública online sobre uma peça sobre o que se passara e sobre o que se seguiria A maioria deles é a primeira vez que vem aos Açores. do a ganhar espaço no arquipélago uma proposta de Estratégia para o – quem seriam os jovens, que motivos os uniam, porque Ficam hospedados nos mais variados tipos de alojamento, e adeptos tanto entre os produtores Desenvolvimento da Agricultura vinham celebrar a Ponta Delgada, quem era o aniversarian- transportam-se em carros que alugaram, têm a estadia con- como os consumidores, como pode Biológica e Plano de Ação para a te, onde e quando seria a festa – pois pensou que ali estava sideravelmente planificada, mas não rejeitam um improvi- ser constatado pela progressiva Produção e Promoção de Produtos algo que merecia ser revelado, que poderia constituir uma so do momento. afirmação de eventos ligados ao Biológicos na Região. A participa- parte muito nobre de histórias de vida e que poderia tam- Estão a contar que S. Pedro colabore ... tema e pela constituição de novas ção de todos os interessados nesta associações de produtores e con- consulta pública é importante, se- sumidores. A Biofeira é uma feira jam produtores ou consumidores. de agricultura biológica que serve O fomento deste tipo de agricultu- como espaço de encontro e partilha ra poderá melhorar grandemente a de conhecimento entre os produto- qualidade ecológica da paisagem e res biológicos, que são já cerca de a sua diversidade. uma centena na Região. A sua quin- Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018 opinião/publicidade 21

Dos Ginetes Pensar com inteligência

Enquanto todos estes “maravilhosos exem- para beneficiar muitos que simplesmente não plos” se vão passando, a justiça, essa “eterna querem trabalhar porque o Governo assim os preguiçosa” tarda em desempenhar a sua vo- habituou. cação com maior rapidez e eficácia como to- Quanto à religiosidade das nossas gentes, dos nós tanto desejaríamos. Assim sendo, cada que em minha opinião continua falsamente qual, rico ou pobre aproveita o momento que a enaltecida porque assente apenas em “épocas” benevolência dos próprios Governos colocou bem definidas. Romarias, Festas do Espírito à disposição dos que muitos apelidam “Chicos Santo, Senhor Santo Cristo dos Milagres e Espertos”. pouco mais. As nossas Igrejas continuam em Por: Alberto Ponte Existe gente que simplesmente não quer parte quase desertas. Por vezes têm mesmo trabalhar. Ainda há dias dialogando com um alguns sacerdotes de “cronometrar” o tempo amigo de longa data, bem conhecido nos Gi- para não desgastar a paciência de uns poucos netes e também de vários leitores do Correio que esporadicamente lá vão e não querem de Há já demasiado tempo mergulhámos numa dos Açores, que nunca fala no anonimato, co- forma alguma assistir, quando deveriam até crise de valores que em nada contribui para a nhecido entre nós pelo apelido devido à sua participar, para assim descobrir a riqueza do credibilidade da sociedade em que vivemos. origem, “O Maia”, que apesar da idade já bas- Evangelho. Foram as várias gerações, entre as Os dias sucedem-se, o hoje é exactamente tante avançada, continua a cultivar em grande quais também a minha, que com algum des- como o ontem, ou pior ainda, e o amanhã con- quantidade produtos que a “terra dá”, tais como leixo e em nome da liberdade construímos e tinua uma incógnita porque a esperança num batatas, pimentas, melancias e outros mais, e vamos deixar como herança para as próximas mundo melhor com bases sustentadas por uma que não aumenta a sua produção simplesmente gerações. verdadeira justiça simplesmente desapareceu. porque encontra o grave problema da falta de Cada qual vive tranquilamente no seu mun- mão-de-obra. Curioso quando tanto se fala em AS BRUXAS VOLTARAM do e os outros que “se lixem”. desemprego. Contava-me há poucos dias que Começa na política, passa pela religiosi- sabendo da dificuldade financeira de determi- É com algum sentido de humor que deixo dade da nossa gente que em muitos casos se nado indivíduo sem ocupação, beneficiário do aqui uma pequena história “verdadeira” suce- agarrou a um autêntico folclore em nome da rendimento de inserção social, inclusive que dida há poucos dias na Rua da Canada, onde tradição, chegando à exagerada importância até já lhe tinha solicitado um empréstimo para resido, aqui nos Ginetes. entregue ao desporto, mesmo se benéfico para pagamento da electricidade, ofereceu trabalho Alguns dos moradores desta mesma rua é nada que prejudique quem quer que seja mas a saúde, agora mais que nunca envolvido num ao mesmo. foram surpreendidos na entrada de suas casas demonstra o ridículo a que são levadas pes- mundo de corrupção. Pelo menos é o que dia- Resposta pronta: com pequenas porções de “sal” espalhado du- soas por uma fé distorcida. Alguns momentos riamente nos transmitem os vários canais de “Tirei carta para conduzir uma viatura… rante a noite por alguém que não descobrimos de reflexão frente ao Cristo que se encontra televisão na ausência de boas notícias pois os não para o cabo de uma enxada”. mas que sabemos pelo menos que acredita, no Sacrário do maravilhoso Edifício que é o maus exemplos são exactamente a maior fonte Em qualquer país responsável tal atitude não no Pai Natal, mas no poder da bruxaria. da nossa Igreja, praticamente deserta durante de rendimento para a manutenção dos mesmos seria de imediato penalizada. Aqui não, pre- É triste que ainda em pleno século XXI exista o dia, poderia ser mais benéfico para a alma, e tudo em nome de uma liberdade jornalística ferem fazer sofrer gente que necessita cuida- gente, supostamente cristã, que substitua a fé para o corpo, mas especialmente para a mente que se quer defensora do direito à informação. dos de saúde, porque dizem não haver verbas, na qual foi educada, por gestos como este. Não desse peregrino ou peregrina.

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Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018

Terça-feira em Lisboa Pub O novo capítulo do “caso” sub-23 Terça-feira próxima acontecerá mais um capítulo sobre a definição da confirmação da subida ou não do Santa Clara à 1.ª liga, conquistada em campo ao classificar-se em 2.º lugar no campeonato da 2.ª Liga. A audiência disciplinar está marcada para aquele dia com a presença de elementos da Secção Profissional do Conselho de Disciplina da Fede- ração Portuguesa de Futebol. Serão ouvidos os membros da Comissão de Instrutores da Liga que deram o parecer da aplicação da multa e os elemen- tos do gabinete jurídico e da SAD do Santa Clara. A decisão final sobre este caso demorará cerca de uma semana, ficando de novo em suspenso o que irá acontecer ao clube. Recorde-se que a Comissão de Instrutores da Liga, a 22 de Maio, pro- pôs ao Conselho de Disciplina que fosse somente aplicada uma multa à SAD e não fosse aplicada a subtração entre 2 a 5 pontos. Aquela intenção já motivou fortes críticas do União da Madeira, que uma das últimas formas de protesto foi a da não comparência de Filipe Sil- va à reunião de presidentes dos clubes das duas ligas de futebol realizada na semana passada em Coimbra. Se a decisão for para a subtração de pontos, o Futuro deste emblema na 1.ª Liga volta a ser analisado terça-feira (Arquivo) Santa Clara é substituído pelo Académico de Viseu na subida de divisão. Em causa está a não inclusão na ficha técnica dos jogos com o União 12 de Março, primeiro dia útil após ter sido detectada a anomalia. A CI des- da Madeira (fora, a 18 de Fevereiro), Gil Vicente (casa, a 25 de Fevereiro) pachou o caso para o Conselho de Disciplina da FPF no mesmo dia em que e com o Varzim (fora, a 4 de Março), de pelo menos 2 jogadores com idade o União da Madeira aposentou a queixa pela irregularidade cometida pelo inferior a 23 anos e a não retirada da mesma ficha do mesmo número de Santa Clara. Este impasse tem motivado atraso na constituição do plantel atletas consoante o incumprimento. e atraso no início da profundas obras de requalificação no estádio de São A 9 de Março a Direcção Executiva da Liga notificou o Santa Clara Miguel. Já se fala na hipótese de os primeiros jogos do Campeonato da 1.ª pela infracção à Comissão de Instrutores (CI) da Liga que foi informada a Liga não serem nos Açores.

Pub Vale Formoso com equipa preparada Esta tarde volta o motocross Seis aquisições Oito pilotos na Elite A 2.ª prova do Campeonato de Motocross de S. Miguel/Além Mar 2018 e que serve de apuramento para o Campeonato dos Açores de Mo- confirmadas tocross, disputa-se hoje na pista Soluções M e conta com 8 pilotos nas corridas principais, do escalão de Elite. O Vale Formoso No 15.º Grande Prémio Grupo Marques, que a secção de motocross tem a equipa pratica- do Rosinhas V. Clube leva hoje a efeito, estão inscritos Rodrigo Botelho mente preparada para (Honda), João Câmara (Honda), João Ponte (Honda), Luís Raposo (KTM), a disputa do Campe- Rodrigo Raposo (KTM), Rafael Benevides (Yamaha), Abel Carreiro onato de São Miguel (KTM) e Sérgio Pinheiro (Kawasaki). de 2017/18, visando As mangas de 25 minutos e mais duas voltas para esta classe são entre a conquista do quarto as 14h30 e as 15h00 e entre as 16h00 e as 16h30. título, catapultando o O escalão de infantis terá a presença dos jovens pilotos João Branco clube para o regresso ao (KTM), Pedro Câmara (KTM), Tiago Pavão (KTM), Hugo Anjos (KTM) Campeonato de Futebol e Fernando Cabido (Kawasaki). dos Açores. São seis as As mangas de 10 minutos e mais duas voltas são 14h00/14h30 e aquisições confirmadas: 15h30/15h50. Luís Barbosa e André Raposo, ambos ex-San- tiago, Paulo Furtado e Apurados para a Europa Rodrigo Matos, os dois ex-Desportivo de São Roque, Gamarra (ex- Par micaelense do CAGPD júnior do Santa Clara) Portugal garantiu, ontem, a e Rolito (ex-Mira Mar), Jovem Luís Barbosa, que se tem re- presença nos Jogos Europeus atra- estes dois que regres- velado como defesa, é um dos refor- vés do par misto composto pelos sam ao clube. ços do Vale Formoso (Foto FCVF) ginastas Fábio Lima e Sara Silva. Renovaram o compromisso por mais um ano os atletas Rui Os dois atletas do Clube de Maciel, César, Vitor Sousa, Mestre, Júlio Sousa, Tozé, Chalana, Actividades Gímnicas de Ponta Pub Paulo Jorge, Rui Rosa, Bruno Melo, Henrique, Rodrigo Paiva, Delgada garantiram a vaga para João Santos, Álvaro, Jorge Cabral, Valério, Milton Correia e Portugal ao ter sido 6.º qualificado Precisa de fazer Xéxé. na competição do Campeonato do reparações na sua casa? O treinador continua a ser Hélio Oliveira, que conduziu a Mundo de Ginástica Aeróbica que equipa do Vale Formoso à manutenção no Campeonato de Fu- Precisa de quem lhe decorre em Guimarães. Apuram- faça arranjos tebol dos Açores (6.º lugar), somando 47 pontos, mas descendo se para o evento os 8 primeiros às provas de ilha para que o seu lugar fosse ocupado por uma ginastas classificados, apenas um Sara Silva e Fábio Lima, o par na rede de água? das três equipas açorianas que baixaram do Campeonato de Por- por país. Na categoria Individual 6.º no “Mundial” e apurado Precisa de serviços tugal. Feminino, Sara Silva (Clube de para o Europeu (foto FGP) de pintura? Nelson Botelho é o treinador adjunto e Armindo Sociedade Actividades Gímnicas de Ponta Experimente e contrate será o treinador de guarda-redes. Deixou a competição no final Delgada) terminou na 13.ª posição, com 19.775 pontos a participação nesta a mesma pessoa para da época passada aos 34 anos de idade, após 20 anos de prática edição do “mundial”. Sara Silva, ginasta já muito experiente, finalista da fazer “três em um” oficial. Passou pelo Bota Fogo, de Ponta Garça, freguesia natal, edição de 2015 do Campeonato da Europa, realizou um exercício com ele- Vasco da Gama, Desportivo de Vila Franca, Santiago, Capel- vado nível de dificuldade e em perfeita sintonia com a música. CONTACTE-NOS! ense, Operário, Desportivo de Rabo de Peixe e Vale Formoso. Inês Simões (All4Gym-Associação Gímnica de Águeda), a outra atleta Verá que valeu apostar no serviço 3 em 1 Hernâni Melo permanece como director desportivo e Filipe da selecção portuguesa, que se estreou enquanto sénior num Campeonato Rego como director ligado ao futebol sénior. do Mundo, foi 31.ª com 18.700 pontos. Telemóvel: 917 637 227 24 desporto Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018

Judo Clube de Ponta Delgada prepara o aumento das condições de treino, mas... “Está a ser um exercício complexo face à área disponibilizada”

O aumento das instalações do Judo Clube de Ponta Delgada é uma luta de há anos. Dentro de dois dias cumprem-se 4 anos desde que foi formalizado oficialmente o pedido para a cedência de uma parcela do terreno onde hoje serve de parque de estacionamento. A 15 de Novembro de 2017 foi celebrada a escritura de cedência do terreno. Os dirigentes do Judo Clube de Ponta Delgada es- tudam a forma de construção de áreas de treino, que permitam o trabalho em simultâneo em mais do que um tapete. Jorge Batista, atleta e treinador com reconhecidas capacidades no judo nacional e além fronteiras, vem presidindo à Direcção do Judo Clube de Ponta Delgada. Na entrevista que concedeu ao Correio dos Açores, Jorge Ba- tista explica o que pretendem construir no espaço concedido e falou da actualidade do judo do clube mais antigo dos Açores a praticar a modalidade.

fere começou a ser negociada há já muitos anos, ainda com o prof. Rui Santos, como Director Re- gional do Desporto. As entidades oficiais com- preendam a nossa pretensão em aumentar a nossa área de prática. Não será para construção de uma estrutura social, para que não haja capacidade hu- mana nem financeira para a gerir. Por: João Patrício

A cedência de uma parcela de terreno a O Director Regional do Desporto, António Norte do pavilhão do Judo Clube era uma rei- Gomes, na cerimónia da assinatura do proto- vindicação antiga. Levou demasiado tempo as colo de cedência, afirmou que a dimensão das entidades oficiais a perceberem o estrangula- instalações do Judo Clube de Ponta Delgada mento do clube para dar resposta ao número é “desajustada à qualidade e quantidade do de atletas que procuram o judo? trabalho desenvolvido”. Afinal sabiam mas A cedência da parcela de terreno a que se re- estava emperrado o reconhecimento. Quantos “Não tenho dúvida que o desenvolvimento de qualquer modalidade passa pela escola”

“No desporto não podemos estar anos esteve o clube à espera para ver atendido aos fins e princípios que presidiram à concessão o pedido de cedência. do direito de superfície. Para quando está pre- em disputas, como na política” Não diria que esteve emperrado. Acredito que visto? tenham estado a equacionar as várias possibilida- Como disse, estamos a estudar o melhor apro- A Associação de Judo do Arquipélago dos ciação nos Açores, vindo-se a comprovar, ao des para aquela zona. A formalização do nosso veitamento da área cedida e ver se conseguimos de Açores foi a primeira a ser constituída na Re- longo destes anos, que tal não foi benéfico para pedido foi efectuada a 5/05/2014. facto construir as duas áreas de combate. Temos já gião, ficando com a sede em Ponta Delgada. a modalidade. dois estudos preliminares para a área cedida e um Anos depois apareceu a Associação de Judo da Hoje, com os meios de comunicação exis- “Serão áreas de combate” outro para uma área superior mas de construção Terceira. O entendimento tem sofrido altos e tentes, torna-se ainda mais fácil a solução de mais económica e célere. baixos. Ultimamente tem estado em maré bai- uma única Associação por modalidade. Em ou- A expectativa é que fosse cedido mais espaço. xa, ao ponto de alguns clubes da ilha Terceira tras modalidades tem funcionado muito bem e Por que não aconteceu? Será um investimento para quanto e o supor- estarem a filiarem-se na Associação de Judo digo sempre a quem duvida desta solução que Pedimos de facto mais área, o que permiti- te financeiro vem de onde? sediada na ilha de São Miguel. O mesmo já na Região não temos um presidente do Gover- ria executar uma obra mais rápida e muito menos Não temos ainda valores reais. O clube, ao acontecera, há mais anos, com o Judo Clube no, um secretário, um diretor regional ou o quer onerosa. Queremos aproveitar o que está edificado longo dos anos, tem poupado para poder ampliar de São Jorge. que seja por cada uma das nove ilhas. mas está a ser um exercício complexo, face à área as suas instalações embora estas não sejam as sufi- Questionado sobre este tema, Jorge Batista Quer se goste ou não dos governantes, eles disponibilizada. cientes para a obra em causa. Teremos de recorrer a defende para os Açores uma só uma Associa- governam as nove ilhas. apoios financeiros estatais, tal como acontece com ção por modalidade e justifica porque pensa Porque é que no desporto temos que ter O espaço à disposição permite construir o todos os tipos de actividade nesta Região. desta forma: “A transferência na filiação nou- uma dispersão de Associações de modalidades quê e se há a possibilidade de ser erguido o que tra Associação acontece porque os clubes que para fazerem o mesmo? pretendem? Aquando da construção do actual pavilhão- o fizeram deixaram de acreditar na necessidade Se trabalharmos todos em conjunto sere- Internamente, através de um sócio do clube, sede do Judo Clube de Ponta Delgada, atletas, de termos duas Associações numa Região tão mos muito mais fortes. Claro que nem sempre estamos a estudar o melhor aproveitamento do terre- treinadores, directores, algum povo anónimo, pequena como a nossa. vamos estar todos de acordo, agora não pode- no de forma a que se possa ter disponível duas áreas ajudou. Os tempos são outros, mas espera que Por exemplo, o Judo Clube de São Jorge mos nem devemos entrar em disputas sem sen- de combate (28mX14m) permitindo, assim, termos haja ajudas? há muitos anos que está inscrito na FPJ atra- tido como fazem alguns políticos a maioria das dois treinos, ou três, de idades diferentes, em simul- Não tenho dúvida que vamos ter algumas aju- vés da Associação de Judo do Arquipélago dos vezes defendendo o indefensável. tâneo o que com as actuais instalações e os horários das. Aliás, actualmente, a maioria das obras de Açores. O clube, ao longo dos anos, tem poupado escolares dos nossos atletas não é exequível. manutenção são executadas pelos sócios, treina- No passado recente havia só uma única As- para poder ampliar as suas instalações”, afirma dores e dirigentes. Não podemos ficar sentados sociação para a Região Açores. Jorge Batista O clube tem de apresentar um projecto de a esperar por ajuda. Primeiro teremos de ser nós Em determinada altura, a FPJ entendeu que construção das suas instalações e respectivo pro- a trabalhar e caso surja alguma ajuda é sempre seria benéfico a existência de mais uma Asso- grama de desenvolvimento desportivo adequado bem-vinda. Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018 desporto 25 “As modalidades prioritárias deveriam estar nos programas escolares”

“Clube não pode estar sempre no topo” deração Portuguesa de Judo (FPJ). Existem cada peso de menos 66 kg. Foi a opção mais corre- vez mais provas e nós não conseguimos obter as ta? Como está o judo no Judo Clube de Ponta verbas suficientes para competir, o que acarreta O Nuno Carvalho estava a fazer um sacri- Delgada? Tem aumentado o número de prati- uma menor rodagem competitiva dos nossos atle- fício enorme para manter-se na categoria de cantes? tas. -60Kg, pondo em risco a sua saúde. Na última época desportiva tivemos 220 atle- Vamos ver o que poderá fazer ainda. Está a re- tas federados. Temos atletas dos 5 anos aos 74 Chamadas às selecções nacionais têm dimi- cuperar de lesão e de uma pequena cirurgia. Em- anos a praticarem judo com carácter regular. Para nuído ou não? bora tenha uma condição física fora do normal, além destes, ainda temos um grupo de judocas O clube tem tido sempre atletas em diversos não podemos esquecer que já tem 32 anos de ida- que já não praticam o Judo, mas usam as nossas escalões a serem selecionados para os trabalhos de e o judo de alto nível é bastante desgastante. instalações para sua actividade física. da equipa nacional, umas vezes mais outras me- O número de praticantes tem-se mantido no nos. Tem havido demonstrações de Judo em Judo Clube de Ponta Delgada, mas tem aumenta- algumas escolas. É por aí que tem de haver o do em todos os Açores. Li que 2 jovens judocas do clube, Henrique desenvolvimento da modalidade? Ferreira e Gonçalo Lampreia, representam Temos tentado levar o Judo junto das escolas, Os resultados em pódios nos campeonatos agora clubes da zona de Lisboa. Porque isso umas vezes por nossa iniciativa outras por inicia- nacionais dos atletas do clube já não são tão aconteceu? tivas dos próprios professores que nos solicitam. frequentes como dantes. Porque isso aconte- Os pais destes atletas passaram a exercer a Não tenho dúvida que o desenvolvimento de qual- ce? sua actividade profissional em Lisboa, e os filhos quer modalidade passa pela escola. Um clube não pode estar sempre no topo, em- acompanharam-os. Foi por isso que deixamos de Se a Região Autónoma considera que há mo- bora seja este um dos nossos objectivos. Diria que contar com eles no nosso clube. dalidades prioritárias e o judo é uma delas, estas os resultados que temos tido estão dentro do que Caso continuem a treinar como treinavam, e deviam estar integradas nos respectivos progra- esperávamos. Tivemos uma geração de atletas acredito que sim, dentro de pouco anos vão estar mas. que saíram da Região para prosseguirem os seus a liderar as suas categorias de peso. Em outros países da Europa, as modalidades estudos universitários e isso debilitou-nos em ter- consideradas como prioritárias estão inseridas no mos de resultados. “Nuno está desgastado” meio escolar, de acordo com as disponibilidades Ainda temos também um outro problema, que de cada uma ou em sistema de ensino articulado, atinge todos os clubes de judo dos Açores, que é o Nuno Carvalho, o expoente do Judo Clube tal como fazemos com o ensino da música e muito da participação em provas extra calendário da Fe- de Ponta Delgada, passou para a categoria de bem.

Opinião Chamem a Polícia - A presença da equipa do Desportivo Tem até refrigeração, muito útil no nosso 1 de Rabo de Peixe em qualquer recinto é clima húmido, o que não é vulgar. sempre motivo para uma romaria. Um pavilhão que vem colmatar lacunas Tratando-se de uma final compareceram para a prática desportiva não só na freguesia muitas pessoas em São Vicente Ferreira. Com como nas circundantes e até em os apoiantes do Norte Crescente e os que gos- Ponta Delgada. tam de futsal, o novíssimo pavilhão encheu. Há, no entanto, duas situações que não fo- Foram cerca de 230 espectadores que estive- ram acauteladas. ram sentados e que se colocaram de pé nos lo- Uma é agora de difícil de solução. Trata- cais mais apropriados. se da dimensão dos balneários. Muito exíguos. Estranhou-se a ausência de agentes da Polí- Uma queixa de quem os utilizou. cia num jogo de alto risco. Como organizador Colocar 12 jogadores, mais os treinadores, da final, cabia à Associação de Futebol de Pon- massagistas e outras pessoas ligadas ao jogo ta Delgada (AFPD) a convocação da Polícia. de cada equipa não deixa muita margem de Não o fez. Deveria tê-lo feito. Não pode só manobra. exigir. Tem de dar os exemplos. Disseram-me que foram reaproveitados os Estavam 4 pessoas de apoio à organização balneários existentes no antigo polivalente. do jogo no recinto, uma delas um jovem. Duas Foi pena... eram visíveis. A outra é mais fácil corrigir. Trata-se da Uma acção incumprindo a lei, que requer colocação do marcador electrónico. Foi mon- que haja elementos ligados a empresas priva- tado em frente à bancada. Facilita o acompa- das de segurança quando os clubes optam por nhamento pelo público, mas não é nada prático aquela solução. para o árbitro cronometrista e para os elemen- A 13 de Novembro a AFPD emanou uma tos que estão nos bancos de suplentes, porque circular com a credencial a ser usada pelas se situa nas costas. pessoas que podem ter a acção de apoio ao A poucos minutos de começar a final da Taça de São Miguel de futsal sénior, as bancadas esta- Árbitro cronometristas, treinadores, joga- jogo. Se foi ou não acionada para a partida da vam assim compostas. Ainda chegaram mais espectadores (Foto José Araújo) dores e directores têm de se deslocar e irem final...? para o interior do recinto de jogo para observa- Há jogos e jogos. O da noite de 4.ª feira dores de Rabo de Peixe tiveram uma acção de organização mais cuidada. Até para que o se- rem o tempo decorrido e outros dados que são requeria policiamento. enaltecer no controlo dos ânimos exaltados. gundo jogo não começasse meia hora depois e importantes para a gestão do trabalho que lhes A Polícia foi chamada e compareceu em terminasse depois da meia-noite. está adstrito. - O Futebol Clube de Santa Bárbara ha- poucos minutos. Já estava tudo mais calmo Continuam a construir recintos desportivos 2 via dado o exemplo há 15 dias. Sendo o quando chegou. Acertos no pavilhão e a não auscultarem os vários agentes das mo- jogo com o Santa Clara decisivo para a atribui- Irritadíssimo ficou Octávio Torres, presi- dalidades para as quais os pavilhões ficam pre- ção do título micaelense, convocou 7 agentes dente da Casa do Povo de São Vicente Ferreira, O pavilhão de São Vicente Ferreira está ao parados. Oiçam os dirigentes, oiçam os treina- da Polícia. Resultou numa organização perfei- entidade que gere o pavilhão. No final do jogo serviço do desporto há 2 meses e meio. Boa dores, oiçam os atletas e oiçam os árbitros. De ta. endereçou alto e em bom som palavras desa- concepção, dispondo de um recinto de jogo certeza que não vão falhar. Na segunda parte do prolongamento houve gradáveis para o presidente e vice-presidente com as medidas máximas e com outras com- sarilho aquando da expulsão de dois jogadores. da AFPD pela forma como não foi acautelada ponentes ajustadas à prática das modalidades Houve tentativa de invasão do campo. Os joga- a segurança de um jogo que justificava uma para que está preparado. José Silva 26 desporto Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018

Há muitos anos que não acontecia Mais de 42 mil espectadores viram o Santa Clara com o Olhanense. Apenas três jogos do Santa Clara esta épo- ca não tiveram mil ou mais espectadores. Dois deles aconteceram em Quartas-feiras. Um à tarde (Varzim) e outro à noite (Sporting de Braga “B”). No “ranking” global de todas as equipas, o Santa Clara foi o segundo clube que mais cres- ceu. Foram quase 20 mil e 800 pessoas a mais. A Académica de Coimbra teve 37 293 especta- dores a mais no espaço de um ano. As equipas do Famalicão, do Leixões e do Guimarães “B”, que haviam ficado no campe- onato de 2016/17 nos cinco primeiros lugares, perderam espectadores. O Leixões foi quem perdeu mais (15 856) e o Guimarães “B” quem perdeu menos (5 777).

CLASSIFICAÇÃO DA ÉPOCA 2017/18

CLUBE ESPECTADORES MÉDIA

Académica 91 255 4 803 Santa Clara 38 591 2 031 Nacional 36 565 1 924 Famalicão 32 890 1 731 Guimarães “B” 30 224 1 591 Leixões 24 171 1 272 Varzim 23 369 1 097 Arouca 18 854 1 050 Ac. Viseu 18 573 978 Gil Vicente 18 284 962 U. Madeira 17 234 907 Esta época houve cerca de 21 mil espectadores a mais nos jogos do Santa Clara do que na época passada (Foto João Luís Raposo) Penafiel 16 080 846 Cova Piedade 14 902 784 O campeonato da 2.ª Liga que reconduziu Quem esteve a assistir ao jogo e toda a co- deram o 1.º lugar na classificação dos jogos em Benfica “B” 11 290 594 o Santa Clara à 1.ª Liga de futebol, foi o que municação social presente estimou que presen- casa do Santa Clara. F. C. Porto “B” 9 538 501 levou um maior número de assistentes desde ciaram a partida decisiva cerca de 7 mil e 300 Em contrapartida, a pior assistência esta Real 9 377 494 2004, o último ano do clube de Ponta Delgada espectadores...ou até mais... época aconteceu à 8.ª jornada, no jogo com Oliveirense 7 190 378 no principal escalão. Contrariamente ao que aconteceu nos anos o Varzim (848). No campeonato do ano Sp. Braga “B” 6 893 363 Estima-se que tenham assistido aos 21 anteriores, não foram os jogos com as equipas desportivo passado a pior assistência cifrou-se Sp. Covilhã 6 797 358 jogos no estádio de São Miguel cerca de 42 “B” dos três clubes que reúnem o maior núme- em 331 espectadores, à 34.ª jornada, no jogo Sporting “B” 4 301 226 mil e 600 pessoas e não as 38 591 que estão ro de apoiantes que congregou mais gente no referenciadas. estádio de São Miguel. Aquele número contabilizado na Liga de Como se pode constatar num dos quadros Portugal não corresponde à realidade. No jogo que sustenta este trabalho, com o F.C. Espectadores por jogo 2017/18 da consagração com o Real, em plena tarde de Porto “B” surge em 4.º lugar e o jogo com o domingo do Senhor Santo Cristo dos Milagres, Benfica “B”, que levava sempre mais pessoas, Jogo jornada espectadores foram colocados 4 000 espectadores como nú- é o nono no “ranking” dos espectadores. Nes- meros oficiais. Foi o número máximo de luga- ta partida, constatou-se que houve esta época Santa Clara-Real (3-0) - 37.ª 4 000* res registado nesta temporada de 2017/18 para menos 349 pessoas do que na época anterior. Santa Clara-Famalicão (2-0) - 35.ª 3 056 o estádio de São Miguel em jogos da 2.ª Liga. Os 2 642 da temporada passada (31.ª jornada) Santa Clara-Leixões (1-1) - 13.ª 2 975 Santa Clara-Penafiel (1-2) - 11.ª 2 553 Santa Clara-FC Porto "B" (2-0) - 24.ª 2 541 Espectadores no estádio nos últimos 9 anos Santa Clara-Nacional (1-1) - 21.ª 2 450 Santa Clara-Gil Vicente (2-1) - 26.ª 2 349 Época n.º de jogos posição espectadores média Santa Clara-Sporting "B" (4-0) - 28.ª 2 314 Santa Clara-Benfica "B" (3-2) - 31.ª 2 293 2017/18 19 2.º 38 591 (42 591)* 2 031* Santa Clara-Guimarães "B" (1-0) - 10.ª 1 982 2016/17 21 10.º 21 835 1 040 Santa Clara-Cova Piedade (1-0) - 20.ª 1 806 2015/16 23 16.º 12 854 559 Santa Clara-Arouca (0-0) - 33.ª 1 680 2014/15 23 14.º 13 532 588 Santa Clara-Ac. Viseu (0-0) - 19.ª 1 524 2013/14 21 16.º 11 865 565 Santa Clara-Académica (3-1) - 4.ª 1 470 2012/13 21 9.º 17 298 824 Santa Clara-U. Madeira (2-1) - 6.ª 1 469 2011/12 15 13.º 8 182 545 Santa Clara-Oliveirense (0-0) - 17.ª 1 388 2010/11 15 16.º 5 619 375 Santa Clara- Sp. Braga "B" (0-0) - 22.ª 981 2009/10 15 12.º 8 801 587 Santa Clara-Sp. Covilhã (2-1) - 2.ª 882 Santa Clara-Varzim (1-2) - 8.ª 848 * Entre parêntesis está o número aproximado de pessoas que efectivamente estiveram no estádio de São Miguel, face à redução oficial de espectadores contida no sítio da estatísticas da * o número apresentado é o que está registado na Liga, mas estiveram cerca de 7 mil e Liga. 300 pessoas. Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018 divulgação 27 Microsoft cresceu e já vale mais do que a Google Depois de vários anos a “arrumar a casa”, a Micro- soft é hoje a terceira empresa mais valiosa atrás da Apple e da Amazon.

Depois de Satya Nadella tomar o comando da Apple e da Amazon. Microsoft, foram várias as estruturações levadas a Este salto poderá ser apenas temporário, mas não cabo na gigante americana. Foram ajustados sec- deixa de mostrar que a empresa continua a perseguir tores, que custaram milhares de empregos, foram o mercado, desde que foi ultrapassada pelo Google reformuladas as ofertas ao mercado, onde caíram em 2012. A história diz-nos que os dois trocaram produtos como o Windows Mobile, e nasceu uma fi- posições várias vezes nos últimos anos. Ainda as- losofia moderna de crescimento tecnológico. Agora sim, isso mostra o quanto a Microsoft melhorou o já se estão a ver os frutos desta gestão. preço das acções nos últimos cinco anos desde que o Depois de vários anos a “arrumar a casa”, a Mi- ex-CEO Steve Ballmer anunciou os seus planos de crosoft é hoje a terceira empresa mais valiosa atrás se afastar como CEO da Microsoft. de tudo que ele oferece. e jogos representaram aproximadamente 35% da re- da Apple e da Amazon. O preço das acções da Microsoft mais que do- Embora a Microsoft ainda esteja atrás da avalia- ceita, com a cloud a ocupar cerca de 30%, o Office e A Microsoft passou a Google (Alphabet) pela brou desde que o CEO Satya Nadella assumiu o car- ção de mercado da Apple, que vale 923 mil milhões a produtividade, mais de 30%. primeira vez em três anos, na avaliação de mercado go há quatro anos. Nadella reordenou a Microsoft de Dólares e da capitalização de mercado da Ama- A Microsoft pode estar a enfrentar questões so- como informa a CNBC. para tecnologias multiplataforma, para a cloud, inte- zon, que vale 782 mil milhões de Dólares, tem uma bre a sua relevância aos consumidores, mas o preço A empresa do Windows e do Office está avalia- ligência artificial e quer garantir o futuro da compu- gama diversificada de negócios onde gera receita. das acções está próximo de passar os 100 Dólares da em 753 mil milhões de Dólares, enquanto a Al- tação quântica e dispositivos de realidade mista. A Google gera cerca de 90% da sua receita com por ação. Alguns analistas acreditam que o negócio phabet (empresa-mãe da Google) está avaliada em Nadella eliminou os esforços fracassados da Mi- publicidade e o iPhone responde por cerca de 60% da cloud da empresa pode dobrar nos próximos anos 739 mil milhões de Dólares. Isso torna a Microsoft crosoft com o Windows Phone/Mobile e a empresa da receita total da Apple. No trimestre mais recente para ajudar a empresa a atingir um valor de mercado a terceira empresa mais valiosa do mundo, atrás da já não se orienta como tendo o Windows no centro da Microsoft, as suas divisões de Windows, Surface de 1 bilião de Dólares.

Sem palavras... Descobertos genes que influenciam tamanho do cérebro dos humanos

Os seres humanos têm genes dedicados ao to de Genómica da Universidade da Califórnia tamanho do cérebro, descobriu uma equipa de Santa Cruz. cientistas da Califórnia, que afirma num estudo Os novos genes descobertos são conhecidos recentemente publicado que apareceram há três como genes Notch e foram descobertos pela pri- ou quatro milhões de anos, quando os cérebros meira vez em moscas da fruta. dos hominídeos cresceram. "Uma das características que distingue os Nos seres humanos modernos, esses genes humanos é o cérebro maior e desenvolvimento são afectados em desordens genéticas associadas tardio do cérebro e agora estamos a ver meca- a problemas neurológicos, lê-se no estudo cientí- nismos moleculares que suportam esta tendência fico publicado no boletim Cell. evolucionária numa fase inicial do desenvolvi- "Esta é uma família de genes que existe há mento cerebral", afirmou Sofie Salama, investi- centenas de milhões de anos na história da evo- gadora da mesma instituição. lução e sabe-se que têm papéis importantes no Assinalou que estes genes são apenas um de desenvolvimento dos embriões. Descobrir que muitos factores que contribuem para o desen- os humanos possuem um novo membro dessa volvimento do córtex dos seres humanos e que família que tem a ver com o crescimento do cé- o facto de estarem associados a problemas de rebro é muito emocionante", afirmou o principal desenvolvimento os torna especialmente interes- autor do estudo, David Haussler, professor de santes. engenharia biomolecular e Director do Institu-

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Pela primeira vez Missa do 30.º Dia Portugal recebe o Campeonato Europeu de Parapente Maria Manuela Pessoa Chaves Ortega Rocha Couto

A família de Maria Manuela Pessoa Chaves Ortega Rocha Couto, participa que irá ser celebrada missa sufragando a alma daquela sua ente querida amanhã dia 4, às 19:00 horas na Igreja de São Pedro, Ponta Delgada. Agradecendo desde já a todas as pessoas que participarem neste ato religio- so.

O Campeonato da Europa de Parapente realiza- Evidenciando o facto de ser a primeira vez que se este ano pela primeira vez em Portugal, que estará Portugal tem uma equipa com sete pilotos, Luís representado por uma equipa de sete pilotos, que Miguel Matos considerou que isso potencia as pro- aspira integrar o top 10, adiantou à Lusa a organi- babilidades de ter pilotos portugueses bem coloca- zação. dos numa base diária, numa prova em que somente A prova, que se realizará na vila de Montalegre, dois pilotos pontuam diariamente para a classifica- no distrito de Vila Real, entre 16 e 28 de Julho, vai ção colectiva. reunir mais de 150 pilotos de toda a Europa – num “Por outro lado, o facto de jogarmos em casa dá total de cerca de 40 equipas – e países convidados, alguma vantagem pelo conhecimento do terreno e entre os quais Austrália, China, Japão e Rússia. das suas condições, ainda que Montalegre seja uma O seleccionador nacional de Parapente, Luís região bastante conhecida da comunidade competi- Miguel Matos, que convocou Carlos Lopes, Eusébio tiva internacional”, adiantou. Soares, José Rebelo, Nuno Virgílio, Paulo Silva, Já na classificação feminina deste campeonato Sílvia Ventura e Tabanez Fonseca, explicou, em participam 24 pilotos, sendo Portugal representado comunicado, que estes integram uma equipa cujas por Sílvia Ventura, enfermeira de 49 anos e prati- performances aos níveis da capacidade técnica de cante da modalidade há 25. voo, táctica, análise e maturidade competitiva se re- Confiante, a piloto espera conseguir ficar a meio velam únicas. da tabela classificativa, nomeadamente entre o 10.º De acordo com o técnico, esta conjugação per- e 15.º lugar. mite à equipa tomar uma estratégia de ataque cons- Esta é a segunda vez que Montalegre recebe *Material de Ginásio tante, acrescentando que será legítimo pensar ter a uma prova “Categoria 1” da Federação Aeronáutica equipa portuguesa no top 10 e pilotos individuais Internacional (FAI), depois de em 2003 ter sido pal- TechnoGym entre os 20 melhores. co do Mundial de Parapente. Vendo lote de material de ginásio TECHNOGYM consti- Dr. António Araújo Teixeira tuído por: Porto - Lisboa 1- Uma Passadeira Techno- Swimrun Gym JOG 700 ce LED CENTRO DE REFERÊNCIA NO TRATAMENTO DE: 2- Cable Station - Ercolina Re- HEMORROIDAS - FISSURA E FÍSTULA ANAL hab Silver, Faial recebe prova em Junho DOR E PRURIDO ANAL 3- Bicicleta TechnoGym CROSS FORMA 500 P LED; Está programada para o próximo dia 24 do da RTP/Açores, a saída da competição está Tratamento médico/cirurgia moderna (laser) 4- Remo CONCEPT 2 MOD- corrente mês de Junho, na ilha do Faial, uma marcada para o Largo Jaime Melo com os atle- Informe-se connosco ELO d; prova de “swimrun”. A modalidade, recorde- tas a passarem pela Praia do Almoxarife, Praia Saiba mais em: www.clinicahemorroidas.com Todos em perfeitas condições se, chegou em 2016 a Portugal, trazida, então, da Conceição e Marina da Horta. A linha de e em estado novo, com poucas por um entusiasta que já conhecia e participava chegada fica instalada junto à fortaleza de São CONSULTÓRIOS (CONSULTAR SITE) horas de uso. em provas fora de território nacional. Sebastião, na freguesia das Angustias. URGÊNCIAS: TLM: 966 022 925 Apenas se vende o Lote, con- Segundo avança o endereço eletrónico tato 918479095. Pub.

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- Joãozinho, de que é que tens mais medo?- Na aula de biologia: nada. por ou tudo por pergunta a professora.

- Então menino Zezinho diga lá qual é o Pode-se perder o amor de uma mulher - Do Mala men. frio, ou afectuoso nada, ou demais bom

Nunca ouvi falar...Quem é esse tal de Mala animal que passa a vida a trabalhar para a sua por ser c______ou desconfiado, bom men?? mãezinha ter meias de seda! desconfiado, ou confiante ser por lher

- Quem é, eu também não sei. Mas a minha demais ou nada, ______ou frio, por mãe sempre que reza à noite diz: ‘Não nos - O meu pai, sr. professor! ____ ou por nada. mu- uma de amor o perder Pode-se deixais cair em tentação e livrai-nos do Mala Men’. Caça - Palavras Labirinto 30 televisão Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018

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Astrólogo Luís Moniz site:http://meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt

CARNEIRO BALANÇA (21/03 a 20/04) (23/09 a 23/10)

A nível profissional atravessa um exce- A vida afetiva reflete a necessidade de lente período para poder expressar asser- dialogar com alguém que lhe seja fácil 01:30 Conselho de 02:05 Liga dos 01:00 Biosfera T16 - 03:15 Televendas 01:14 Código De Hon- tivamente as suas opiniões, com muita partilhar a sua intimidade e estabelecer Redacção Campeões Ep. 21 05:00 Uma Aventura ra - Ep. 18 criatividade e autenticidade. relações mais harmoniosas. 02:20 O Sábio 2017/2018 - Re- 01:29 Madeira Prima - T5 - Ep. 1 02:54 Anjo Meu - Ep. 03:05 Animais Anóni- sumos Ep. 19 05:30 Masha E O Urso 01:56 Euronews 146 mos T2 - Ep. 15 02:33 A Grandiosa T3 - Ep. 16 TOURO ESCORPIÃO 06:00 Caminhos 03:17 Filha do Mar - 04:00 Telejornal Aço- Enciclopédia do 05:45 Lego Friends T4 (21/04 a 20/05) (24/10 a 21/11) res 06:30 70X7 Ep. 31 Ludopédio - Ep. 7 04:40 História a Histó- 07:00 Espaço Zig Zag Este é um momento em que está facili- 03:26 Televendas 11:35 Ciclismo: 70ª 06:00 Endangered 03:45 TV Shop Há a possibilidade de algumas surpre- ria África 04:42 Todas as Pala- Edição Critérium Species T2 - Ep. 05:15 Os Batanetes tada a sua capacidade de comunicação, sas profissionais exigirem muita con- 05:05 Traz prá Frente vras Du Dauphiné 1 05:30 Campeões E verbal ou escrita, capaz de transmitir aos centração e flexibilidade, de forma a T3 - Ep. 5 05:00 As Horas Extra- 13:10 Nikolaj E Julie - 06:15 Endangered Detectives outros o que pensa e sente. atingir os objetivos estabelecidos. 06:10 Notícias do Meu ordinárias Ep. 17 Species T2 - Ep. 06:54 Detective Mara- País T2 - Ep. 10 05:30 Zig Zag 14:00 Campeonato Da 2 07:45 Fotobox 07:00 Bom Dia Por- Europa De Gi- vilhas 06:30 Dragon Ball 08:00 RTP3 / RTP tugal Fim de nástica Aeróbica 07:44 O Bando Dos GÉMEOS SAGITÁRIO Açores Semana 2018 Super T3 - Ep. Quatro (21/05 a 20/06) (22/11 a 20/12) 10:00 Eucaristia Domi- 16:45 Desalinhado 34 09:30 Eucaristia Domi- 08:57 Querido, Mudei nical nical 17:45 O Reino Dos 08:00 Onze T1 - Ep. 3 A conjuntura é caracterizada por Gatos A Casa! A vida afetiva agitada com encontros e re- 11:00 RTP3 / RTP 10:30 Paraíso Verde 08:45 Spell Keepers bons desempenhos profissionais e Açores 19:00 E2 - Escola 10:11 Missa 11:00 Ártico: Alieníge- T1 - Ep. 19 encontros cria muitas oportunidades para 16:00 Consulta Exter- Superior De 11:20 Somos Portugal pela perspetiva de crescimento finan- nas Subaquáti- 09:15 DivertidaMente - conviver, manifestando a multiplicidade na Comunicação ceiro. Fase de optimismo e melhorias cos Inside Out Um programa dos seus pensamentos. 16:20 Literatura Aqui Social 12:00 Jornal da Tarde 11:00 Vida Selvagem que leva Portugal gerais. T2 - Ep. 25 19:35 Madeira Prima - 13:00 Sociedade 12:00 Primeiro Jornal a todo o país, 16:45 Lusa Music Box Ep. 25 Recreativa 20:00 Paraíso - Ep. 23 13:15 Fama Show T1 - CARANGUEJO CAPRICÓRNIO T1 - Ep. 19 através das 14:15 Lendas do Futu- A Casa da Cerca (21/06 a 22/07) (21/12 a 19/01) 17:25 Cá Por Casa Ep. 520 suas festas e ro T3 - Ep. 9 é um miradouro com Herman 14:00 Grease Live! romarias, das Pode receber uma proposta inesperada 15:00 Bell e Sebastião em Almada onde 17:30 O Excêntrico As suas ideias terão bom acolhimento José T3 - Ep. 15 nada é feito ao tradições, da do outro elemento do par e aproveite a 18:35 O Sábio Sebastião é um Mortdecai por parte das pessoas envolventes, mas menino solitário acaso. Uma no- gastronomia, da presente estabilidade emocional para 19:15 Voz do Cidadão gueira ou um lírio 18:57 Jornal Da Noite questões de orgulho poderão criar-lhe que vive numa música e da boa T6 - Ep. 19 não são apenas 20:30 Terra Nossa T1 - incrementar harmonia na relação. posições profissionais difíceis. pequena aldeia disposição. 19:30 Ilha a Cores uma nogueira Ep. 2 19:45 Fotobox nos Alpes fran- e um lírio. Aqui, 21:45 Paixão - Ep. 221 12:00 Jornal Da Uma ceses, durante a 20:00 Telejornal Aço- tudo se organiza 11:00 O Outro Lado 13:00 Somos Portugal LEÃO AQUÁRIO Segunda Grande res com o propósito do Paraíso - Ep. 18:58 Jornal Das 8 (23/07 a 22/08) (20/01 a 19/02) Guerra. Um dia, de dar a conhecer 20:40 Roteiro Patri- 138 20:15 Programa A mónio Cultural durante um pas- as plantas que Amaro aproxima- Definir A nível profissional a formação informal É a altura certa para corrigir uma dada Subaquático seio na monta- estão na origem se de Melissa. é um meio apropriado para elevar o seu situação, ou renovar os planos e certa- dos Açores: nha, faz amizade dos materiais liga- 11:00 Secret Story 7 - Henrique avisa a São Jorge com uma enorme dos à Pintura. Um Final Quem é o nível cultural e assim alcançará posições mente conseguirá concretizar os obje- Elizabeth sobre 21:00 Hora dos Portu- cadela abando- estímulo a todos finalista. A Casa de reconhecido prestígio. tivos a que se propõe realizar. os sentidos, este gueses (Fim de nada a que dá o o procedimento jardim debruça-se mais secreta e Semana) nome de Belle. cirúrgico de da outra margem vigiada do País 21:45 What´s Up - 16:45 Romeu e Julieta Adriana, e Clara e observa Lisboa. numa edição Olhar a Moda T4 18:59 Telejornal apoia a mãe. VIRGEM PEIXES 20:30 Jornal 2 inesquecível, que (23/08 a 22/09) (20/02 a 20/03) - Ep. 4 20:00 A Mãe é Que 21:15 Ackley Bridge - Elizabeth embe- 22:05 Club Atlas Sabe Ep. 6 beda-se. Clara conta com Ma- 22:35 Janela Indiscre- 21:45 Uma Escolha 22:15 Nos Telhados Do leva a Nádia até nuel Luís Goucha Procure tempo livre para desenvolver Evitando o isolamento, participando em ta T10 - Ep. 21 Por Amor Mundo T1 - Ep. 1 Mercedes. como anfitrião. atividades de acordo com as suas moti- ações solidárias e com fé pode fugir à vações pessoais e a vida poderá propor- rotina, ajudando os seus semelhantes a Qualquer alteração à programação que publicamos é da responsabilidade das respectivas estações cionar-lhe um momento bem passado. concretizar os seus sonhos

Previsão do estado do tempo nos Açores ESTATUTO EDITORIAL

1 - O Correio dos Açores de- fine-se como um órgão de comuni- cação social de grande informação regional.

2- O Correio dos Açores orienta-se por critérios de rigor e criatividade editorial, sem qual- quer dependência de ordem ideo- lógica, política e económica.

3- O Correio dos Açores afirma-se ainda como um porta- voz dos princípios e valores defen- didos e aceites pelos Açoreanos na defesa da sua Autonomia e no integral respeito pelos princípios consagrados na Constituição da República.

Informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera 4 - O Correio dos Açores Centro Centro procurara veicular temas sociais, Frente fria Frente quente Frente Oclusa Frente Estacionária de Alta Pressão de Baixa Pressão políticos e culturais diversificados, correspondendo às motivações e interesses de um público plural, GRUPO OCIDENTAL GRUPO CENTRAL GRUPO ORIENTAL debatendo ideias suscetíveis de promoverem o enriquecimento da Céu muito nublado, diminuindo de nebulosidade ao fim da tarde. Períodos de céu muito nublado, tornando-se encoberto. Períodos de céu muito nublado, tornando-se encoberto. opinião pública, sempre norteados Períodos de chuva. Períodos de chuva a partir da tarde. Períodos de chuva a partir da tarde. pelos valores éticos e cívicos. Vento sul fresco a muito fresco (30/50 km/h) com rajadas Vento sul moderado a fresco (20/40 km/h) com rajadas até Vento sul bonançoso (10/20 km/h) rodando para sudoeste moderado 55 km/h, 5 - O Correio dos Açores com- até 70 km/h, (20/30 km/h) a partir da tarde. rodando para sudoeste a partir do final do dia. promete-se a assegurar o respeito rodando para sudoeste moderado (20/30 km/h) a partir do final do dia. ESTADO DO MAR ESTADO DO MAR pelos princípios deontológicos e ESTADO DO MAR Mar cavado. Mar encrespado a de pequena vaga. pela ética profissional dos jornalis- Mar cavado. Ondas sudoeste de 2 a 3 metros. Ondas oeste de 1 a 2 metros, passando a sudoeste. tas, assim como a boa-fé dos seus Ondas sudoeste de 2 a 3 metros. Temperatura da água do mar: 19ºC leitores. Temperatura da água do mar: 19ºC Correio dos Açores, 3 de Junho de 2018 agenda 31

INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

FARMÁCIAS MUSEUS MOVIMENTO AÉREO MOVIMENTO MARÍTIMO TABELA DAS MARÉS Ponta Delgada Ponta Delgada - Farmácia Moderna PASSAT – Em via- Largo de Camões 15-19 Museu Carlos Machado AIRLINES NAVIOS DA Baixa-mar: Chegadas a Ponta Delgada de: TRANSINSULAR gem de Leixões para Telefone: 296305780 Inverno (de 1 de outubro a 31 de março) Boston: 06:00 11:06 – 23:48 Terça a domingo, das 9h30 às 17h Funchal: 13:55 Ponta Delgada che- Preia-mar: Ribeira Grande - Farmácia Central Verão (de 1 de abril a 30 de setembro) Frankfurt: 17:00 gando amanhã Rua S. Francisco 19-23 Terça a domingo, das 10h às 17h30 Lisboa: 07:55, 14:30, 20:25 05:08 – 17:24 Telefone: 296473135 Espaço Cultural e Museológico da Sinagoga Porto: 14:10, 23:25 INSULAR – Em de Ponta Delgada “Sahar Hassamain” viagem de Ponta Delgada para Caniçal TEATRO MICAELENSE HOSPITAIS Dias úteis das 13h00 às 16h15 Partidas de Ponta Delgada para: Boston: 15:45 e Lisboa Ponta Delgada - 296 203 000 Museu Militar dos Açores Funchal: 09:05 S. JORGE – Em Ponta Delgada largando Nordeste - 296 488 318 - 296 488 319 Dias úteis: 10h00 - 18h00 Frankfurt: 07:10 MOSTRA DE CINEMA SUECO Vila Franca - 296 539 420 Fim-de-semana: 10h00 - 13h30 / 14h30 - 18h00 Lisboa: 07:30, 15:00, 21:15 para Graciosa, Velas e Horta 8 DE JUNHO- 21H30 R. Grande - 296 472 128 - 296 472727 Encerra aos feriados Porto: 08:45, 18:00 Povoação - 296 585 197 - 296 585 155 Amanhã Ribeira Grande Amanhã COLISEU MICAELENSE Chegadas a Ponta Delgada de: PASSAT – Em viagem de Leixões para POLÍCIA Museu Municipal Boston: 06:00 Museu “Casa do Arcano” Funchal: 13:55 Ponta Delgada chegando hoje Ponta Delgada - 296 282 022, Lisboa: 07:55, 14:30, 23:20 INSULAR – No Caniçal largando para BANDA DA ARMADA 296 205 500 e 296 629 630 Museu da Emigração Açoriana Museu Vivo do Franciscanismo Porto: 14:10 7 DE JUNHO - 21H30 Trânsito - 296 284 327 Praia, Cabo Verde: 16:00 Lisboa R. Grande 296 472 120, 296 473 410 Casa Lena Gal S. JORGE – Na Graciosa largando para Lagoa - 296 960 410 Aberto de 2ª a 6ª - 09.00/17.00H ASSOCIAÇÃO DE TÁXIS Partidas de Ponta Delgada para: Velas e Horta Vila Franca - 296 539 312 Boston: 17:25 DE SÃO MIGUEL Furnas - 296 549 040, 296 540 042 Museu Municipal do Nordeste Funchal: 09:05 o Pico largando para Ponta Delgada Povoação - 296 550 000, 296 550 001, 296 Aberto de 2.ª a 6.ª das 09h00 Lisboa: 07:30, 15:00, 17:55 550 005 e 296 550 006 às 12h00 e das 13h00 às 16h00 Porto: 08:45 Nordeste - 296 488 115, 296 480 110, Praia, Cabo Verde: 07:45 296 480 112 e 296 480 118 LAURA S – Em Maia - 296 442 444, 296 442 996 SERVIÇOS CULTURAIS AIR AÇORES R. Peixe - 296 491 163, 296492033 Chegadas a Ponta Delgada de: viagem para Ponta Capelas - 296 298 742, 296 989 433 Ponta Delgada Horta: 10:40, 19:50 Delgada chegando Santa Maria - 296 820 110, Pico: 18:15 Centro Municipal de Cultura Santa Maria: 20:05 amanhã; 296 820 111, 296 820 112 e 296 820 110 Horário das Exposições Terceira: 07:40, 12:25, 14:30, 18:30, 18:45, 19:15 MONTE BRASIL: Em viagem para (INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA) 2.ª feira - das 09h00 às 17h00 Leixões POLÍCIA MUNICIPAL 3.ª à 6.ª feira das 9h00 às 19h00 Partidas de Ponta Delgada para: Horta: 08:30, 17:45 Central 296 30 25 30 Rua Manuel da Ponte, n.º 34 Ao Sábado das 10h00 às 17h00 Pico: 16:10 NAVIOS Aos Domingos e Feriados abertura Santa Maria: 18:45 CORVO - A nave- 296 20 50 50 9500 – 085 Ponta Delgada DA MUTUALISTA Tel. 296 304403/91 7570841 condicionada à programação Terceira: 08:10, 08:40, 13:05, 13:55, 15:00, 20:05 gar dos Açores para AÇOREANA TÁXIS Fax: 296 304401 Ribeira Grande Amanhã Lisboa E-Mail: [email protected] Chegadas a Ponta Delgada de: FURNAS - Em via- Centro Comunitário e de Juventude Flores: 17:00 gem de Lisboa para BOMBEIROS de Rabo de Peixe Horta: 13:25, 13:45, 16:05 Teatro Ribeiragrandense Pico: 10:15, 19:40 Ponta Delagada Ponta Delgada - Urgência 296 301 301 Horário da 2ª a 6ª das 9h às 17h São Jorge: 17:20 Normal 296 301 313 Santa Maria: 07:50, 20:15 Terceira: 07:40, 11:15, 12:55, 18:25, 19:10 Amanhã Ginetes - 296950950 MISSAS Nordeste - 296488111 Partidas de Ponta Delgada para: CORVO - Em Lisboa Vila Franca - 296539900 Semana >> 08h00 – Santuário do San- Flores: 14:05 FURNAS - Em Ponta Delgada Ribeira Grande: 296 472318, Horta: 09:00, 10:35, 11:35 to Cristo 08h30 – Matriz de 2ª a 6ª feira Pico: 08:05, 17:35 296 470100 09h30 – Fajã de Cima (3ª a 6ª) 12h30 São Jorge: 15:00 – Matriz 17h30 - Casa Saúde Nossa Se- Lomba da Maia - 296446017, 296446175 Santa Maria: 06:30, 18:55 BAÍA DOS ANJOS: Povoação - 296 550050, 296 550052 nhora da Conceição (excepto segunda e Terceira: 07:15, 07:30, 13:20, 14:30, 20:05 296 38 2000 Em Ponta Delgada Centro de Enfermagem sexta-feira). 18h00 – Igreja do Imaculado Coração de Maria 18h30 - Matriz; São TAP Transporte Marítimo 96 29 59 255 Bombeiros de Ponta Delgada Chegadas a Ponta Delgada de: Parece Machado, Lda Todos os dias das 17h00 – 20h00 José; 19h00 – São Pedro; Igreja Nª Sra. Lisboa: 12h30 e 23h20 Amanhã de Fátima -Lajedo; Santa Clara; Fajã de 91 82 52 777 Incluindo Sábados, Domingos e Feriados Porto: 14h45 BAÍA DOS ANJOS: Em Ponta Delgada Baixo (3ª e 5ª); Saúde - Arrifes - (3ª e 5ª); JOGOS SANTA CASA MARINHA Milagres - Arrifes - (4ª e 6ª). Partidas de Ponta Delgada para: Lisboa: 07h05, 13h20 Euromilhões Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Sábado >> 12h30 - Matriz 17h – Clínica Porto: 15h35 Próximo sorteio terça-feira Marítimo (MRCC Delgada) do Bom Jesus 17h30 – Igreja do Cora- € 17.000.000 Tel. 296 281 777 ção Imaculado de Maria; Capela de São Último sorteio 01/06/2018 Polícia Marítima de Ponta Delgada (PM Delga- João de Deus -Fajã de Baixo; Casa Saú- CINEMA 17 18 24 29 40 + 4 5 da) de Nossa Senhora da Conceição. 18h00 – São José; Sete Cidades, , Saúde CINEPLACE PARQUE ATLÂNTICO Tel. 296 205 246 M1lhão - Arrifes. 18h30 – Matriz; Santa Clara; Próximo sorteio sexta-feira Fajã de Baixo. 19h00 - Igreja Nª Sra. de Sala 1 Sala 3 5x € 1.000.000 PORTO DE ABRIGO Fátima; Mosteiros, São Pedro; Relva; Deadpool 2 2D Sou Sexy, Eu sei! 2D Último sorteio 01/06/2018 Estação Costeira Porto de Abrigo São Roque, Candelária; Ginetes 19h30 - 14:00; 16:30; 19:00; 21:30; 14:40, 17:00; 19:20; 21:40; WDM 34625 Tel. 296 718 086 Fajã de Cima; Milagres - Arrifes. 20h00 00:05* 00;00* - Covoada. Totoloto GABINETE DE APOIO À VÍTIMA Próximo sorteio sábado Domingo >> 08h00 – Santuário Santo € 3.500.000 296 285 399 (número regional) Cristo; Saúde – Arrifes, Mosteiros 09h00 Sala 2 Sala 4 Último sorteio 30/05/2018 707 20 00 77 (número único) – Igreja Senhora das Mercês; Clínica Han Solo: Star Wars 2D Príncipe Bué Encantado 2D (VP) 4 17 21 35 41 + 4 do Bom Jesus; Fajã de Baixo; Piedade - [email protected] 13:10**; 15:10; 17:10; 19:10 2.ª a 6.ª das 9:30 às 12:00 e das 13:00 Arrifes. 09h30 - Piedade – Arrifes; 10h00 15:40; 21:20; 00:10* Lotaria clássica às 17:30 – Matriz; Igreja Coração Imaculado de Próxima extração 04/06/2018 Maria – São Pedro; Santa Clara; Mi- Han Solo: Star Wars 3D 18:30 Vingadores: Guerra do Infinito € 600.000 BIBLIOTECAS lagres – Arrifes 10h30 – Capela de São 2D Última extração 28/05/2018 João de Deus - Fajã de Baixo; Covoada; 21:10 1º PRÉMIO 57334 Ponta Delgada Hospital Divino Espírito Santo; Várzea; De 2.ª a 6.ª das 9h00 às 19h00 Sete Cidades, Candelária, Milagres - Lotaria popular Sábado das 14h00 às 19h00 Arrifes; Casa Saúde Nossa Senhora da Biblioteca Municipal Ernesto do Canto * Sessão Válida Sex, Sáb e Vésperas de Feriado Próxima extração 07/06/2018 Rua Ernesto do Canto s/n 9500-313 Conceição. 11h00 – São José; São Pedro; ** Sessão Valida Sabado, Domingo e Feriados € 75.000 Tel: 296 286 879; Fax: 296 281 139 Fajã de Cima 11h30 - Santa Clara; Fajã Última extração 31/05/2018 Email: [email protected] de Baixo; São Roque 12h00 – Santuário Contactos Biblioteca e Museu do Trigo da Povoação 1º PRÉMIO 35680 Horário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 18h00 Santo Cristo; Matriz; Relva; Mosteiros; Horário de verão (durante as férias escola- Previsto Loução e Alcaide res): 2ª a 6ª feira das 8h30 às 16h3 Ginetes, Feteiras; Saúde - Arrifes; Igreja Funcionamento: Horário de Funcionamento Totobola Nª Sra. de Fátima Lajedo. 12h15 – Igreja De Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00 De Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00 Próximo concurso domingo Ribeira Grande de São Gonçalo - São Pedro 17h00 – Ma- Sábados, Domingos e Feriados 11h00 às 16h00 € 45.000 Arquivo Municipal; Biblioteca Municipal triz 18h00 – São José 18h30 – Fajã de De 2ª a 6ª feira das 9h00 às 17h00 Museu do Trigo – Povoação – São Miguel Último concurso 27/05/2018 Baixo 19h00 – São Pedro Junto à Ribeira dos Bispos, entre as Lombas do 112 X12 1X1 1212 2

Director Américo Natalino Viveiros Director-adjunto Santos Narciso Sub-director João Paz Chefe de Redacção Nélia Câmara Redacção Marco Sousa; Carla Dias; João Patrício (Desporto) Fotografia Pedro Monteiro Revisão Rui Leite Melo Paginação, Composição e Montagem João Sousa (Coordenação); Luís Craveiro; Flávio Cordeiro Marketing Madalena Oliveirinha; Pedro Raposo; Colaboradores João Bosco Mota Amaral; Gustavo Moura; Osvaldo Cabral; Vasco Garcia; António Pedro Costa; Carlos Rezendes Cabral; João Carlos Tavares; Valdemar Lima Oliveira; Pedro Paulo Carvalho da Silva; José Luís Tavares; João-Luís de Medeiros; Teófilo Braga; Kohl de Carvalho; Paulo do Nascimento Cabral; Alberto Ponte; Duarte Cota; Gonçalo Almiro Matos Costa; José Manuel Gonçalves Cabral; Fernando Marta Correio Económico Coordenador, Luís Guilherme Pacheco - Vice- coordenador: Óscar Rocha

Edição, Redacção e Impressão - Gráfica Açoreana, Lda. Propriedade Gráfica Açoreana, Lda. Rua Dr. João Francisco de Sousa, n.º 16 – 9500-187 Ponta Delgada – S. Miguel – Açores E-MAIL: Redacção do Jornal: [email protected] Contribuinte 512005915 Tiragem: 4.100 exemplares Serviços administrativos: [email protected] Número de registo 100916 Telefones: Serviços Administrativos: 296 709 887 / 296 709 888 - Redacção: 296 709 882 / 296 709 883 Serviço de publicidade e marketing: [email protected] Conselho de Gerência - Américo Natalino Pereira Viveiros; Paulo Hugo Falcão Pereira Marketing: 296 709 889 - Informática: 296 709 885 Serviço desportivo: [email protected] de Viveiros; Dinis Ponte Capital Social 473.669,97 Euros Governo dos Açores Sócios com mais de 10% do Capital da Empresa Américo Natalino Pereira Viveiros; Estatuto Editorial disponível na página da internet em www.correiodosacores.pt Esta publicação tem o apoio do Octaviano Geraldo Cabral Mota; Paulo Hugo Falcão Pereira de Viveiros PROMEDIA III - Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada pub ÚLTIMA pub Correio dos Açores

3 de Junho de 2018

Se não quiser vender Fundado em 1920 os seus valores pode recuperar! www.correiodosacores.pt Nós sabemos como... Rua Dr. João Francisco de Sousa nº 16 9500-187 Ponta Delgada - São Miguel - Açores

pub Apontamento Dominical João Paulo II, a plenos pulmões

digo aos responsáveis: Convertei-vos! Um dia, hás-de ver o Juízo de Deus!». Estes minutos foram surpreendentes pela clareza, pela voz e pelos gestos, mas eu guardo uma impressão ainda mais forte do que aconteceu mais tarde, à va- randa do paço episcopal, diante da mul- tidão reunida na pequena praça. Como esta ida à varanda não foi uma cerimónia organizada, a televisão transmitiu na al- tura, mas hoje não é fácil encontrar essa reportagem na Net. As palavras foram de uma dureza ainda mais impressio- nante, a ameaça do Inferno foi mais ex- plícita e os gritos, a plenos pulmões, vi- bravam ainda com mais força. Tal como na Missa, o Papa levava o báculo com o crucifixo mas, para ficar com as mãos e os braços livres, encostou-o ao ombro. Assim, com o máximo de força, com a palavra e com o gesto, o Papa condenou, ameaçou severamente, terminando a pe- dir, por favor, que se arrependessem. A visita teve um impacto enorme Há histórias que só se compreendem a mensagem de João Paulo II «passou». em Itália. Em resposta, explodiram duas com um registo filmado. Uma delas, é A capacidade gestual de João Paulo II, as bombas de grande potência em Roma pub a fúria portentosa de um Papa a gritar a palavras que gritou e a sintonia da multi- (junto da basílica de São João de Latrão plenos pulmões. Não consigo imaginar dão romperam o bloqueio montado pelo e da igreja de san Giorgio al Velabro) e como foi a entrada de Jesus no templo Governo e pelos seus apoiantes. o Padre Pino Puglisi foi assassinado. de Jerusalém, com um chicote na mão, a A terceira vez que senti o vigor do Bento XVI mandou beatificá-lo, numa derrubar as mesas, a chicotear as pesso- Papa João Paulo II foi em Janeiro de cerimónia que decorreu já no pontificado as, a lembrar-lhes, aos gritos, o respeito 1994, ao vivo. Foram longos minutos, do Papa Francisco. devido a Deus. A versão pacífica de um talvez dez minutos, intermináveis e ines- Em mais ocasiões, João Paulo II afir- chicote a estalar no ar, sem tocar nos ven- quecíveis. Todos os presentes estavam mou substancialmente o mesmo que em dilhões, ou uma retórica de tribuno, não gelados, sustendo a respiração. Mas essa 1993, mas sem levantar a voz. Bento correspondem à realidade, mas gostava história fica para outro momento. XVI fez-lhe eco, no seu estilo próprio, de ter um vídeo para perceber exacta- A segunda vez que ouvi João Paulo por exemplo, numa visita à Sicília em mente o que aconteceu. (O Evangelho da II gritar, faz agora 25 anos, foi em Maio 2010, recordando a memória do Pe. Pu- Eucaristia desta passada sexta-feira, dia de 1993. Como estava em Itália, pude glisi e de outros: 1 de Junho, contava por palavras o epi- acompanhar a transmissão da visita à Si- – «Não cedais às sugestões da Máfia, sódio). cília, de 8 a 10 de Maio de 1993. No final que é uma estrada de morte, incompatível Seja como for, assisti a três ocasiões da Eucaristia do dia 9, no Vale dos Tem- com o Evangelho, como os vossos bispos em que João Paulo II gritou com toda a plos, João Paulo II prosseguiu, sem papel vos têm ensinado tantas vezes, e continu- força e garanto que não é para brincadei- (www.youtube.com/watch?v=m_IxA4i- am agora. (...) Caros jovens, não tenhais ras. Assisti duas vezes pela televisão e qwaA), dirigindo-se aos responsáveis da medo! Não tenhais medo de vos opordes uma vez ao vivo. Máfia: ao mal». A primeira vez aconteceu em Março – «...Que carregam sobre a sua cons- Francisco repetiu várias vezes, mas de 1983 na visita à Nicarágua, quando os ciência tantas vítimas humanas... têm de sem gritar, as palavras de João Paulo II sandinistas tentaram abafar o discurso do compreender que não é permitido matar... (por exemplo em www.youtube.com/ Papa. Para contrariar as palavras de or- [ainda por cima] inocentes. Deus disse, watch?v=CtDM0aAhZLw e www.you- dem sandinistas, a multidão aplaudia e um dia, “não matarás!”. Um homem, tube.com/watch?v=_gPSRVsZLyA), gritava vivas ao Papa e, sobre toda esta quem quer que ele seja, qualquer grupo anunciou que ia em Setembro à Sicília e barulheira, com gestos e com gritos ain- que seja, como a Máfia, não pode mudar enviou há dias uma carta aos bispos sici- da mais fortes, o Papa comunicava com o e espezinhar este direito santíssimo de lianos reunidos em Agrigento para reno- povo. Embora controlasse a instalação so- Deus. Este povo siciliano (...) não pode var solenemente o anátema de João Paulo nora, o grupo afecto ao Governo não con- viver sempre sob a pressão de uma civi- II, em 1993, contra os homens da Máfia seguiu dominar o evento e ficou claro de lização contrária, de uma civilização da – esse sim! – gritado, fez agora 25 anos, que lado estava o povo. O Papa não con- morte. É preciso [instaurar] aqui a civi- a plenos pulmões. seguiu ler o que tinha escrito, mas, para lização da vida. Em nome deste Cristo, quem assistiu na televisão àquela confu- crucificado e ressuscitado, deste Cristo José Maria C.S. André são ensurdecedora, pareceu inegável que que é Vida – caminho, verdade e vida –, pub pub RIBEIRA GRANDE - 180.000€ NORDESTE/ S. PEDRO DE NORDESTINHO - 56.000€ AJUDA DA BRETANHA - 8.500€

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