Catástrofes E Crises Do Tempo
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CATÁSTROFES E CRISES DO TEMPO Historicidades dos processos comunicacionais Ana Cláudia Gruszynski Jussara Maia Bruno Guimarães Martins Rachel Bertol Márcio Souza Gonçalves Flávio Valle Nuno Manna (Organizadores) s sai { olhares transver CATÁSTROFES E CRISES DO TEMPO Historicidades dos processos comunicacionais Jussara Maia Rachel Bertol Flávio Valle Nuno Manna (Organizadores) s sai { olhares transver UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Reitora: Sandra Regina Goulart Almeida Vice-Reitor: Alessandro Fernandes Moreira FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS Diretor: Bruno Pinheiro Wanderley Reis Vice-Diretora: Thais Porlan de Oliveira PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO Coordenador: Bruno Souza Leal Sub-Coordenador: Carlos Frederico de Brito D’Andréa SELO EDITORIAL PPGCOM Bruno Souza Leal Nísio Teixeira CONSELHO CIENTÍFICO Ana Carolina Escosteguy (PUC-RS) Kati Caetano (UTP) Benjamim Picado (UFF) Luis Mauro Sá Martino (Casper Líbero) Cezar Migliorin (UFF) Marcel Vieira (UFPB) Elizabeth Duarte (UFSM) Mariana Baltar (UFF) Eneus Trindade (USP) Mônica Ferrari Nunes (ESPM) Fátima Regis (UERJ) Mozahir Salomão (PUC-MG) Fernando Gonçalves (UERJ) Nilda Jacks (UFRGS) Frederico Tavares (UFOP) Renato Pucci (UAM) Iluska Coutinho (UFJF) Rosana Soares (USP) Itania Gomes (UFBA) Rudimar Baldissera (UFRGS) Jorge Cardoso (UFRB | UFBA) www.seloppgcom.fafich.ufmg.br Avenida Presidente Antônio Carlos, 6627, sala 4234, 4º andar Pampulha, Belo Horizonte - MG. CEP: 31270-901 Telefone: (31) 3409-5072 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG) Catástrofes e crises do tempo [recurso eletrônico] : historicidades dos processos comunicacionais / Organizadores Jussara Maia... C357 [et. al.]. – Belo Horizonte, MG: Fafich/Selo PPGCOM/UFMG, 2020. Formato: PDF Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader Modo de acesso: World Wide Web Inclui bibliografia ISBN 978-65-86963-08-3 1. Comunicação – Pesquisa – Brasil. 2. Comunicação – Aspectos sociais. I. Maia, Jussara. II. Bertol, Rachel. III. Valle, Flávio. IV. Manna, Nuno. CDD 301.16 Elaborado por Maurício Armormino Júnior – CRB6/2422 CRÉDITOS DO E-BOOK © PPGCOM/UFMG, 2020. CAPA E PROJETO GRÁFICO Atelier de Publicidade UFMG Bruno Guimarães Martins COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO Daniel Melo Ribeiro DIAGRAMAÇÃO Lucas Henrique Nigri Veloso O acesso e a leitura deste livro estão condicionados ao aceite dos termos de uso do Selo do PPGCOM/UFMG, disponíveis em: https://seloppgcom.fafich.ufmg.br/novo/termos-de-uso/ Sumário Apresentação 11 Parte 1: Catástrofe como categoria heurística 17 Capítulo 1 21 Notas preliminares: O dia seguinte Elton Antunes Capítulo 2 31 Catástrofe como figura de historicidade: um gesto conceitual, metodológico e político de instabilização do tempo Bruno Souza Leal e Itania Maria Mota Gomes Capítulo 3 53 A catástrofe como tragédia: da metonímia à sinonímia Ana Paula Goulart Ribeiro, Igor Sacramento, Wilson Couto Borges, Alice Melo Parte 2: Catástrofe como memória nas mídias 81 Capítulo 4 83 Narrativas midiáticas sobre ‘campos de concentração’ para crianças nos EUA: uma semântica da catástrofe Ana Regina Rêgo, Marialva Barbosa, Márcio Gonçalves Capítulo 5 105 Entre salto e sobressalto midiático: o tempo reincidente d’Os Sertões Frederico de Mello B. Tavares, Rachel Bertol, Tess Chamusca Capítulo 6 127 Aids e HIV como acontecimentos catastróficos e o evitamento da catástrofe: reflexões a partir de Caio Fernando Abreu e Herbert Daniel José Henrique Pires Azevêdo, Carlos Alberto de Carvalho, José Antonio Ferreira Cirino, Vinícius Ferreira, Camila Fortes Monte Franklin, Izamara Bastos Machado, Edison Mineiro Parte 3: Formas culturais e convenções em disputa 147 Capítulo 7 149 Sobre o jornalismo e sua crise: Pensar a credibilidade e a subjetividade jornalística pelo signo da catástrofe Valéria Vilas Bôas e Igor Lage Capítulo 8 171 Crises como fraturas no tempo: O cordel e o mercado editorial Gislene Carvalho, Rafael Barbosa e Leandro Muller Capítulo 9 191 Catástrofes sonoras: formas instáveis e experiências com podcast e audiolivro Diogo França, Larissa Caldeira, Paula Janay e Rafael Barbosa Capítulo 10 215 Catastrofizando balbúrdia e democracia no Brasil: Afetos e imaginação em torno do #15M e do #26M Felipe Borges, Ítalo Cerqueira, João Bertonie e Thiago Ferreira Capítulo 11 239 Tempos enredados em “AmarElo”, de Emicida Daniela Matos, Denise Prado, Francielle de Souza, Juliana Gutmann e Phellipy Jácome Parte 4: Cartografias temporais de gêneros e identidades 261 Capítulo 12 263 Bichas daninhas e a heteronormatividade em catástrofe cultura pop, performances e temporalidades Caio Amaral da Cruz, Edinaldo Araújo Mota Junior e Felipe Viero Kolinski Machado Mendonça Capítulo 13 291 A catástrofe da LGBTIfobia: reflexões a partir do videoclipe Fiscal Philippe Oliveira Abouid Capítulo 14 313 Crianças trans youtubers: gêneros e o tempo em colapso Elisa Bastos Araújo, Isabelle Chagas e Jussara Maia Capítulo 15 335 Distopia na ficção seriada: entrelaçamentos temporais e misoginia em The Handmaid’s Tale Patrícia D’Abreu, Ranielle Leal e Thalyta Arrais Capítulo 16 357 Territorialidades e masculinidades em crise e catástrofe: disputas étnico-raciais em Baco e Djonga Juliana Gonçalves, Daniel Farias e Rafael Andrade Parte 5: Tempo e experiência na apropriação do espaço urbano 379 Capítulo 17 381 Anacronismos do Rock: Pequenas crises a partir da banda Vovó do Mangue Jorge Cardoso Filho e Pedro Júlio Oliveira Capítulo 18 403 Crises do tempo na apreensão da cidade: Memória e imaginário em páginas do Facebook Luciana Amormino, Ravena Sena Maia, Flávio Valle Capítulo 19 429 Textualidades audiovisuais da cidade em crise: espaços e lugares em Aquarius, Inferninho e Paraíso Perdido Flávio Valle, Nuno Manna, Rafael José Azevedo Sobre os grupos 455 Sobre os autores 461 11 Apresentação Começamos pelo fim, com a compreensão de que a pandemia da Covid-19, no ano de 2020, marca o mundo do século XXI, de maneira indelével, com a presença da catástrofe. Sua ocorrência não era prevista, mas a questão da catástrofe começou a ser investigada há quase dois anos pela Rede Historicidades dos Processos Comunicacionais. Assim, compõem este livro artigos que nasceram das investigações e das produ- ções desenvolvidas a partir das noções de crise e catástrofe - tomadas como “figuras de historicidade” - nos dois encontros realizados em 2019 entre os grupos de pesquisa da Rede. Essas noções configuraram-se em horizonte teórico-conceitual e metodológico para observação de fenô- menos, produtos e processos comunicacionais. Foi a sequência a provo- cações trazidas ao longo de cinco anos de reflexões, debates, encontros e publicações voltados para a análise de diversas questões temporais que atravessam o campo da comunicação. Reconhecendo-se a especi- ficidade e a radicalidade do contexto atual, nossa aposta é a de que este livro represente a consolidação de um percurso extensivo de pesquisa e ofereça ferramentas e condições para abordar crise e catástrofe a partir de suas dimensões temporais, sobretudo em um momento no qual as referências para compreensão dos nossos tempos parecem nos escapar. 12 CATÁSTROFES E CRISES DO TEMPO Em 2017, um livro da Compós intitulado “Comunicação, mídia e temporalidades” (MUSSE, NICOLAU e VARGAS) trazia o artigo “A historicidade dos processos comunicacionais: elementos para uma abordagem”, assinado por três dos fundadores da Rede Historicidades, Ana Paula Goulart Ribeiro (UFRJ), Bruno Souza Leal (UFMG) e Itania Gomes (UFBA)1. O trabalho sintetiza algumas das principais preocu- pações que fizeram da dimensão histórica uma questão decisiva para o conjunto de pesquisadoras e pesquisadores da comunicação que vêm se reunindo na Rede. Argumenta-se no texto que, em nosso campo, as pesquisas tendem a não valorizar a visão processual, estabelecendo rela- ções que têm como centro reflexivo a questão da temporalidade imersa num presente absoluto. Nesse sentido, fugindo de uma miopia histórica que reitera rupturas e que trata contextos como meros panos de fundo, aponta-se para a necessidade de compreensão da comunicação por uma perspectiva processual, que dê conta da relação dinâmica entre conti- nuidades e descontinuidades e que perceba transformações no tempo. A partir dessa reivindicação, os estudos das historicidades são mobili- zados pelos pesquisadores da Rede. Estamos propondo o desenvolvimento de uma “imaginação histórica”, uma maneira de perceber o mundo como universo histórico, descortinando as relações temporais, a forma como há nos fenômenos que observamos uma lógica temporal, uma apropriação e uma inserção no tempo. Pensar historicamente é destacar a visão processual do mundo e pensar as práticas e processos comunicacionais como próprios de um dado momento e lugar. (GOMES, LEAL e RIBEIRO, 2017, p. 41) Esses são alguns dos preceitos intelectuais que reuniram um conjunto de pesquisadoras e pesquisadores, inicialmente em torno de uma proposta de projeto interinstitucional, apresentada ao Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD-CAPES). Mesmo não tendo sido financiado pelo programa, o primeiro encontro foi reali- 1 GOMES, Itania; LEAL, Bruno; RIBEIRO, Ana Paula Goulart. A historicidade dos pro- cessos comunicacionais: elementos para uma abordagem. MUSSE, Cristina Ferras; VAR- GAS, Herom; NICOLAU, Marcos (Orgs.). Comunicação, mídias e temporalidades. Brasí- lia/Salvador: COMPÓS/EDUFBA, 2017, v. 1, p. 37-57. APRESENTAÇÃO 13 zado em Belo Horizonte, em 2015. No I Seminário Historicidades dos Processos Comunicacionais, cientistas de cinco grupos de pesquisa reuniram-se