ESTADO DO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa

DECRETO Nº 54.572, DE 14 DE ABRIL DE 2019. (publicado no DOE n.º 74, de 16 de abril de 2019)

Regulamenta a Lei nº 10.283, de 17 de outubro de 1994, que criou os Conselhos Regionais de Desenvolvimento – COREDEs, e a Lei nº 13.595, de 30 de dezembro de 2010, que dispõe sobre a institucionalização, a estruturação e o funcionamento do Fórum dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul - COREDES-RS, e dá outras providências.

Art. 1º Os Conselhos Regionais de Desenvolvimento - COREDEs, previstos na Lei 10.283, de 17 de outubro de 1994, relacionar-se-ão com organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, tendo cada um, a seguinte denominação e abrangência territorial: I – ALTO JACUÍ: , , Colorado, Cruz Alta, , Ibirubá, Lagoa dos Três Cantos, Não-Me-Toque, , , Salto do Jacuí, Santa Bárbara do Sul, Selbach e Tapera; II – CAMPANHA: Aceguá, Bagé, Caçapava do Sul, , , e ; III – CENTRAL: Agudo, , , , , , Ivorá, Jarí, Júlio de Castilhos, , , , Santa Maria, São João do Polesine, São Martinho da Serra, São Pedro do Sul, , e Tupanciretã; IV – CENTRO SUL: Arambaré, , Barão do Triunfo, , Butiá, Camaquã, , , , Cristal, , , Minas do Leão, São Jerônimo, , Sertão Santana e Tapes; V – FRONTEIRA NOROESTE: , Alegria, Boa Vista do Buricá, Campina das Missões, Cândido Godói, Doutor Maurício Cardoso, , Independência, Nova Candelária, , , Porto Mauá, , Santa Rosa, , São José do Inhacorá, , Três de Maio, Tuncunduva e ; VI – FRONTEIRA OESTE: , Barra do Quaraí, , , Maçambará, , Quaraí, Rosário do Sul, , , São Borja, São Gabriel e ; VII – HORTÊNSIAS: Cambará do Sul, Canela, , , Nova Petrópolis, Picada Café, São Francisco de Paula; VIII – LITORAL: , Balneário Pinhal, Capão da Canoa, , Caraá, , Dom Pedro de Alcântara, Imbé, , , Maquiné, , , Osório, , , Torres, Tramandaí, Três Cachoeiras, Três Forquilhas e Xangri-Lá; IX – MÉDIO ALTO URUGUAI: Alpestre, , Caiçara, , Dois Irmãos das Missões, , , , Iraí,

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Nonoai, , , Pinhal, , Planalto, Rio dos Índios, , , Taquaruçu do Sul, , e Vista Alegre; X – MISSÕES: , Caibaté, Cerro Largo, , Entre Ijuís, Eugênio de Castro, Garruchos, Giruá, Guarani das Missões, , Pirapó, , , Roque Gonzales, Salvador das Missões, Santo ângelo, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, São Nicolau; São Paulo das Missões, São Pedro do butiá, Sete de Setembro, e Vitória das Missões; XI – NORDESTE: Água Santa, Barracão, , Capão Bonito do Sul, , Ibiaçá, , , , , , , Santa Cecília do Sul, , São João da Urtiga, São José do Ouro, Tapejara, e Vila Lângaro; XII – NOROESTE COLONIAL: , , , Catuípe, Condor, , Ijuí, Jóia, , e Pejuçara; XIII – NORTE , Áurea, Barão do Cotegipe, , Benjamim Constant do Sul, , Carlos Gomes, Centenário, Charrua, , , , , , Estação, , Floriano Peixoto, , Getúlio Vargas, , , Jacutinga, , , Paulo Bento, Ponte Preta, Quatro Irmãos, São Valentim, , Sertão, Três Arroios e ; XIV – PARANHANA ENCOSTA DA SERRA: , Lindolfo Collor, , Parobé, , , , Santa Maria do , e Três Coroas; XV – PRODUÇÃO: Almirante Tamandaré do Sul, Camargo, , Casca, Ciríaco, , , David Canabarro, Ernestina, Gentil, Marau, , , Nova , , Pontão, Santo Antônio do Palma, Santo Antônio do Planalto, São Domingos do Sul, Vanini e Vila Maria; XVI – SERRA: Antônio Prado, Bento Gonçalves, , , , , Cotiporã, Fagundes Varela, , , Garibaldi, , Guaporé, , , Nova Araçá, , Nova Pádua, , , Paraí, , Protásio Alves, Santa Tereza, São Jorge, São Marcos, São Valentim do Sul, Serafina Corrêa, União da Serra, Veranópolis, e ; XVII – SUL: , , , Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Herval, Jaguarão, , , Pedro Osório, , , , Rio Grande, , Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, São Lourenço do Sul, Tavares e Turuçu; XVIII – VALE DO CAÍ: Alto , Barão, Bom Princípio, , , Feliz, Harmonia, , Maratá, Montenegro, , , São José do Hortêncio, São José do Sul, São Pedro da Serra, São Sebastião do Caí, São Vendelino, e ; XIX – VALE DO RIO DOS SINOS: Araricá, , , Dois Irmãos, Estância Velha, , , , , , Portão, São Leopoldo, e ; XX – VALE DO : , Boqueirão do Leão, Candelária, , , General Câmara, , , , Mato Leitão, , , , Rio Pardo, , , , Sobradinho, Tunas, , , Venâncio Aires e Vera Cruz; XXI – VALE DO : , , , , , Capitão, Colinas, , Cruzeiro do Sul, , http://www.al.rs.gov.br/legis 2

Doutor Ricardo, Encantado, Estrela, , , Ilópolis, , Lajeado, , Muçum, Nova Bréscia, , Poço das Antas, , Progresso, , , , , Sério, Tabaí, Taquari, Teutônia, , e Westfália; XXII - METROPOLITANO DO DELTA DO JACUÍ Alvorada, , , , Gravataí, Guaíba, , Santo Antônio da Patrulha, Triunfo e Viamão; XXIII – ALTO DA SERRA DO BOTUCARAÍ: Alto Alegre, , , , , , Ibirapuitã, , , Lagoão, Mormaço, , São José do Herval, , e ; XXIV – JACUÍ CENTRO: , , , Paraíso do Sul, , São Sepé e ; XXV – CAMPOS DE CIMA DA SERRA: André da Rocha, Esmeralda, Bom Jesus, , Ipê, , Muitos Capões, , São José dos Ausentes e ; XXVI – RIO DA VÁRZEA: , Boa Vista das Missões, Cerro Grande, Chapada, Constantina, , Jaboticaba, , , , , , Palmeira das Missões, , , Sarandi, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões e Três Palmeiras; XXVII – COREDE VALE DO : , Capão do Cipó, Jaguari, Mata, Nova Esperança do Sul, Santiago, São Francisco de Assis, São Vicente do Sul e ; e XXVIII – COREDE CELEIRO: , , Braga, , Chiapetta, , , , Esperança do Sul, Humaitá, Inhacorá, Miraguaí, , , São Martinho, , São Valério do Sul, , , Três Passos e Vista Gaúcha.

Art. 2º A criação, a fusão e o desmembramento dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento obedecerão, cumulativamente, aos seguintes critérios: I – existência de continuidade territorial do novo Conselho, preservando-se a do Conselho de origem; II – iniciativa de proposição com a competente formalização de apoio das Prefeituras Municipais, das Câmaras Municipais de Vereadores, dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento, devidamente instalados, ou de Entidades de Ensino Superior, com unidades na região; III – existência de identidade regional, mediante competente justificativa, envolvendo aspectos culturais, geográficos, econômicos, sociais e de desenvolvimento; IV – enquadramento do novo Conselho, observados o número de municípios, população e área, entre o menor e o maior COREDE já existente; V – garantia de que o desmembramento preserve a viabilidade dos Conselhos de origem, observado o disposto nos incisos I e IV deste artigo; e VI – aprovação pelas Câmaras Municipais de Vereadores dos municípios envolvidos.

§ 1º Nas justificativas para a sustentação da criação, da fusão e do desdobramento de COREDEs deverão ser consideradas as redes de Serviços Públicos Estaduais.

§ 2º A cada COREDE competirá, facultativamente, o estabelecimento de critérios e de procedimentos a serem adotados, objetivando a criação de sub-regiões.

Art. 3º É permitida a mudança de municípios de um COREDE para outro, desde que acolhida pelo COREDE de destino e observados, cumulativamente, os seguintes critérios: http://www.al.rs.gov.br/legis 3

I – existência de continuidade territorial; II – iniciativa de proposição formalizada pela sociedade civil organizada, por meio de Prefeitura Municipal, de Câmara Municipal de Vereadores, ou de Conselho Municipal de Desenvolvimento, devidamente instalado; III – existência de identidade regional, mediante competente justificativa, envolvendo aspectos culturais, geográficos, econômicos, sociais e de desenvolvimento; IV – que a mudança preserve a viabilidade do Conselho de origem, observado o disposto no art. 2º deste Decreto; e V – aprovação pela Câmara Municipal de Vereadores do município proponente.

§ 1º Nas justificativas para sustentação da mudança de município de um COREDE para outro deverão ser consideradas as redes de Serviços Públicos Estaduais.

§ 2º O município que se emancipar a partir da data de publicação deste Decreto integrará o COREDE a que pertencer o município de origem, salvo aquele que for limítrofe a outro Conselho, caso em que poderá optar por este, com a aprovação da Câmara de Vereadores.

Art. 4º Quando da criação, da fusão ou do desmembramento de COREDEs, bem como da mudança de município de um COREDE para outro, hipóteses previstas nos arts. 2º e 3º deste Decreto, tal ato deverá ser formalizado junto à Secretaria de Governança e Gestão Estratégica, ou aquela que lhe suceder.

§ 1º Nestes casos deverão ser consideradas as Bacias Hidrográficas abrangidas pela área das respectivas regiões e municípios.

Art. 5° Fica facultado aos COREDEs agruparem-se por Regiões Funcionais de Planejamento, hipótese em que deverá ser um representante para cada agrupamento.

Art. 6° As Regiões Funcionais de Planejamento são nove, a saber: I – Região Funcional 1 abrange os COREDEs: Centro Sul, Metropolitano Delta do Jacuí, Paranhana Encosta da Serra, Vale do Caí e Vale do Rio dos Sinos; II – Região Funcional 2 abrange os COREDEs: Vale do Rio Pardo e Vale do Taquari; III – Região Funcional 3 abrange os COREDEs: Campos de Cima da Serra, Hortênsias e Serra; IV – Região Funcional 4 abrange o COREDE Litoral; V – Região Funcional 5 abrange o COREDE Sul; VI – Região Funcional 6 abrange os COREDEs: Campanha e Fronteira Oeste; VII – Região Funcional 7 abrange os COREDEs: Celeiro, Fronteira Noroeste, Missões e Noroeste Colonial; VIII – Região Funcional 8 abrange os COREDEs: Alto Jacuí, Central, Jacuí Centro e Vale do Jaguari; e IX – Região Funcional 9 abrange os COREDEs: Alto da Serra do Botucaraí, Médio Alto Uruguai, Nordeste, Norte, Produção e Rio da Várzea.

Art. 7º Para a criação de um novo COREDE exige-se que ele esteja territorialmente circunscrito a apenas uma Região Funcional de Planejamento.

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Parágrafo único. Cabe ao Grupo de Trabalho, previsto no art. 4º, § 2º, deste Decreto, indicar, de acordo com os critérios determinados para a definição das Regiões Funcionais de Planejamento, a qual Região Funcional o COREDE criado estará circunscrito.

Art. 8º Ao Governador do Estado compete convocar a Assembleia de constituição de COREDEs, da qual deverão participar: I – os Prefeitos Municipais e os Presidentes das Câmaras Municipais de Vereadores, como representantes dos Poderes Públicos da região; II – os Deputados Estaduais e Federais com domicílio eleitoral na região; III – um representante de cada instituição de ensino superior da região; e IV – um delegado ou suplente, como representante de cada segmento organizado da sociedade civil, eleito e devidamente credenciado por município.

Parágrafo único. Entende-se por organizado aquele segmento representado por entidades, tais como, associações, sindicatos e conselhos setoriais criados por lei.

Art. 9º Os mandatos dos membros da Assembleia-Geral Regional terão a duração de dois anos, permitida a reeleição.

Art. 10. O Conselho de Representantes será eleito pela Assembleia-Geral Regional, sendo considerados membros natos os Deputados Estaduais e Federais com domicílio na região.

§ 1º Os membros do Conselho de Representantes terão mandato de dois anos, permitida a recondução, ressalvados os membros natos.

§ 2º Na constituição dos Conselhos de Representantes deverá ser garantida a representatividade de todos os segmentos organizados da sociedade civil, dos poderes públicos da região e das instituições de ensino superior, de maneira equilibrada e proporcional à composição da Assembleia, ficando assegurada a paridade entre trabalhadores e empregadores.

Art. 11. O Conselho de Representantes poderá criar, como órgãos técnicos, Comissões Setoriais em função de áreas que mereçam atenção específica.

§ 1º Compete às Comissões Setoriais: I – assessorar o Conselho de Representantes e a Diretoria Executiva nas suas deliberações e decisões; II – estudar e dimensionar os problemas regionais; III – elaborar programas e projetos regionais.

§ 2º As Comissões Setoriais serão compostas por pessoas cuja formação ou área de atuação corresponda à Comissão, além dos representantes dos órgãos estaduais e municipais existentes na região. Art. 12. Os Conselhos Regionais de Desenvolvimento – COREDEs terão como instância coletiva de articulação institucional o Fórum dos COREDEs.

Art. 13. Será prevista dotação específica no Orçamento do Estado para o custeio do Fórum dos COREDEs e dos COREDEs, sendo sua distribuição efetuada mediante a adoção dos seguintes critérios: I – cinco por cento do montante destinado para o Fórum dos COREDEs; e http://www.al.rs.gov.br/legis 5

II – o saldo remanescente obedecerá aos seguintes critérios de distribuição: a) um terço distribuído igualitariamente para cada COREDE; b) um terço proporcional à área territorial de cada COREDE; c) um terço proporcional ao número de municípios integrantes de cada COREDE.

Art. 14. Os COREDES e o Fórum dos Coredes poderão ser apoiados administrativa e institucionalmente por associações de direito privado criadas para tal finalidade, para as quais poderão ser repassados recursos, observadas as formalidades da Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, em parcelas anuais de acordo com o respectivo cronograma de desembolso previsto no Plano de Trabalho, por meio de depósito em conta bancária específica, isenta de tarifas bancárias, no Banco do Estado do Rio Grande do Sul – BANRISUL, devendo seus rendimentos serem aplicados no objeto da parceria, mediante aprovação da Secretaria de Governança e Gestão Estratégica, estando sujeitos à prestação de contas.

Parágrafo único. Os recursos repassados às associações de direito privado deverão ser aplicados em fundos de aplicação financeira de curto prazo enquanto não empregados em sua finalidade.

Art. 15. As despesas efetuadas pelos COREDEs se pautarão pelos princípios da economicidade, impessoalidade, razoabilidade, moralidade e demais princípios da administração pública, sendo obrigatória a comprovação da adequação dos preços com os de mercado por meio de cotação de preços.

Parágrafo único. As despesas pagas com recursos vinculados à parceria deverão ser efetuadas observando as regulamentações expedidas pela Contadoria e Auditoria-Geral do Estado - CAGE.

Art. 16. Caberá às entidades parceiras, conjuntamente com o Presidente do COREDE, a gerência dos recursos recebidos e sua prestação de contas, anualmente, junto à unidade orçamentária de origem, na forma das regulamentações expedidas pela CAGE.

Art. 17. Ao Fórum dos COREDEs e aos COREDEs competirá comunicar formalmente à Secretaria de Governança e Gestão Estratégica, ou aquela que lhe suceder, sempre que houver qualquer alteração em suas respectivas diretorias.

Parágrafo único. Concluído o mandato da Diretoria Executiva sem que o COREDE ou Fórum dos COREDEs tenha realizado nova eleição serão suspensas as transferências de recursos pelo Estado até a posse dos novos Dirigentes.

Art. 18. Os COREDEs poderão fomentar a constituição de fundos regionais de desenvolvimento, com base em recursos dos municípios e de instituições privadas da região, com a finalidade de investir, isoladamente ou em parceria com o Governo do Estado, em projetos de interesse da região.

Art. 19. Os Termos de Colaboração referentes à manutenção dos COREDEs terão duração de até quarenta e oito meses a contar da data da publicação da súmula no Diário Oficial Eletrônico do Estado – DOE-e, podendo ser modificado, por acordo das partes, mediante termo aditivo.

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Art. 20. Os COREDEs, por suas respectivas Assembleias Gerais Regionais, deverão elaborar Regimento Interno dispondo sobre o respectivo funcionamento.

Art. 21. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogados os Decretos nº 35.764, de 28 de dezembro de 1994, nº 42.777, de 22 de dezembro de 2003, nº 42.778, 22 de dezembro de 2003, nº 42.986, de 26 de março de 2004, nº 44.311, de 24 de fevereiro de 2006, nº 45.436, de 9 de janeiro de 2008, nº 47.543, de 8 de novembro de 2010 e nº 48.730, de 26 de dezembro de 2011.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 14 de abril de 2019.

FIM DO DOCUMENTO

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