ISSN 2179-8184 Agosto/2019 DOCUMENTOS

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Aspectos Botânicos e Agronômicos da Espécie elegans (Spreng.) H. E. Moore Objetivando a Extração de Fitoquímicos ISSN 2179-8184 Agosto/2019

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Agroindústria Tropical Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

DOCUMENTOS 188

Aspectos Botânicos e Agronômicos da Espécie Hippeastrum elegans (Spreng.) H. E. Moore Objetivando a Extração de Fitoquímicos

Rita de Cassia Alves Pereira Ana Sheila de Queiroz Souza Francisco das Chagas Silva Almeida

Embrapa Agroindústria Tropical Fortaleza, CE 2019 Unidade responsável pelo conteúdo e edição: Comitê Local de Publicações da Embrapa Agroindústria Tropical Embrapa Agroindústria Tropical Rua Dra. Sara Mesquita 2270, Pici Presidente CEP 60511-110 Fortaleza, CE Gustavo Adolfo Saavedra Pinto Fone: (85) 3391-7100 Secretária-executiva Fax: (85) 3391-7109 Celli Rodrigues Muniz www.embrapa.br/agroindustria-tropical www.embrapa.br/fale-conosco Secretária-administrativa Eveline de Castro Menezes Membros Marlos Alves Bezerra, Ana Cristina Portugal Pinto de Carvalho, Deborah dos Santos Garruti, Dheyne Silva Melo, Ana Iraidy Santa Brígida, Eliana Sousa Ximendes Supervisão editorial Ana Elisa Galvão Sidrim Revisão de texto José Cesamildo Cruz Magalhães Normalização bibliográfica Rita de Cassia Costa Cid Projeto gráfico da coleção Carlos Eduardo Felice Barbeiro Editoração eletrônica José Cesamildo Cruz Magalhães

Fotos da capa Rita de Cassia Alves Pereira 1ª edição On-line (2019)

Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Embrapa Agroindústria Tropical

Pereira, Rita de Cassia Alves

Aspectos botânicos e agronômicos da espécie Hippeastrum elegans (Spreng.) H. E. Moore objetivando a extração de fitoquímicos / Rita de Cassia Alves Pereira, Ana Sheila de Queiroz Souza, Francisco das Chagas Silva Almeida. - Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2019. 17 p. : il. ; 21 cm x 29,7 cm. – (Documentos / Embrapa Agroindústria Tropical, ISSN 2179-8184; 188). Publicação disponibilizada on-line no formato PDF. 1. Açucena. 2. Hippeastrum elegans. 3. Galantamina. 4. Alcaloides. 5. Planta medicinal. 6. Mal de Alzheimer. I. Souza, Ana Sheila de Queiroz. II. Almeida, Francisco das Chagas Silva. III. Título. IV. Série. CDD 633.88

Rita de Cassia Costa Cid (CRB-3/624) © Embrapa, 2019 Autores

Rita de Cassia Alves Pereira Engenheira-agrônoma, doutora em Fitotecnia, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE

Ana Sheila de Queiroz Souza Farmacêutica, estudante de mestrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE

Francisco das Chagas Silva Almeida Graduando em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará, bolsista da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE Apresentação

A história do uso de plantas medicinais tem mostrado que elas fazem parte da evolução humana e foram os primeiros recursos terapêuticos utilizados pelos povos. As antigas civilizações têm suas próprias referências históricas acerca das plantas medicinais e, muito antes de aparecer qualquer forma de escrita, o homem já utilizava as plantas, algumas como alimento e outras como remédio.

Com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, as plantas medicinais estão tendo seu valor terapêutico pesquisado e ratificado pela ciência e vem crescendo sua utilização recomendada por profissionais de saúde. Em decorrência do avanço tecnológico, aliado ao interesse emse confirmar conhecimento em medicina popular, as plantas medicinais têm tido seu valor terapêutico pesquisado mais intensamente pela ciência.

As espécies da família , dentre elas a espécie Hippeastrum elegans, são conhecidas por possuírem alcaloides com notáveis atividades farmacológicas, tais como antiviral, antiparasitário, anticancerígeno e anticolinesterásica. Dentre eles, a galantamina se tornou o mais importante alcaloide de Amaryllidaceae pelo uso no tratamento da doença de Alzheimer leve a moderada. Atua como um inibidor seletivo, reversível e competitivo de ação prolongada da acetilcolinesterase, produzindo efeitos sistêmicos benéficos mesmo após o término da terapia.

Para o sucesso da atividade de produção de medicamentos, a matéria-prima deve ter qualidade, estar disponível em quantidade, apresentar regularidade de fornecimento, ser obtida com baixo custo e de forma sustentável. Tendo como principal objetivo o preenchimento da lacuna existente em informações técnicas para o cultivo, a Embrapa Agroindústria Tropical vem desenvolvendo pesquisas cujos principais resultados, somados às demais recomendações da literatura, proporcionaram a elaboração desta publicação, que reúne aspectos relevantes sobre informações botânicas, agronômicas e fitoquímicas de açucena de suma importância para o aproveitamento racional e sustentável dessa espécie.

Lucas Antonio de Sousa Leite Chefe-Geral da Embrapa Agroindústria Tropical Sumário

Introdução...... 6

Aspectos fitoquímicos...... 7

Descrição da espécie Hippeastrum elegans (Flora brasiliensis)...... 8

Propagação...... 9 Por sementes...... 9 Vegetativa...... 10 Micropropagação...... 10

Condições de cultivo...... 11 Solos e adubação...... 11 Época e local de plantio...... 11 Escolha dos bulbos e plantio...... 11 Manejo e tratos culturais...... 12

Pragas e controle químico...... 12

Doenças e medidas de prevenção...... 13

Colheita dos bulbos...... 14

Considerações...... 14

Referências...... 15 6 DOCUMENTOS 188

Aspectos Botânicos e Agronômicos da Espécie Hippeastrum elegans (Spreng.) H. E. Moore Objetivando a Extração de Fitoquímicos

Introdução

O interesse pelos medicamentos fitoterápicos e por produtos naturais continua crescendo no mundo, tornando atraente a produção de plantas medicinais. Se antes a maior parte da população não pensava em incluir alimentos naturais na rotina ou era resistente à ideia, agora o consumo de produtos menos industrializados e mais saudáveis é um hábito contemporâneo (Mosele et al., 2010).

Para o sucesso da atividade de produção de medicamentos, além da qualidade da matéria- -prima, esta deve estar disponível em quantidade, apresentar regularidade de fornecimento e ser obtida com baixo custo, de forma sustentável. Nos últimos anos, os remédios à base de extratos vegetais passaram por uma revolução tecnológica, da engenharia genética à biologia molecular e à bioquímica, em que são utilizados os mais avançados recursos, sem deixar de lado os conhecimentos medicinais tradicionais. Esse avanço, que ocorre em ritmo acelerado, é acompanhado de perto pelas grandes indústrias farmacêuticas, haja vista o mercado mundial de fitoterápicos movimentar, anualmente, cerca de US$ 22 bilhões, com crescimento anual médio de comercialização de 20% (Mosele, et al., 2010).

Diversos fatores ambientais exercem influência direta no crescimento e desenvolvimento das plantas, sendo de extrema importância conhecer a origem de cada espécie que se deseja cultivar para se obter uma concentração ótima de princípio ativo. Para esse tipo de cultivo, a agricultura orgânica é a mais indicada, por permitir maior equilíbrio entre a produção e o meio ambiente, evitando a contaminação do solo com agroquímicos que podem alterar a composição dos princípios ativos das plantas medicinais, bem como a ingestão de resíduos tóxicos pelo homem.

Dentro da história do uso de plantas pelo homem, algumas espécies da família Amaryllidaceae são utilizadas na medicina tradicional desde a antiguidade. Informações sobre o uso destes vegetais são conhecidas desde o século IV a.C., sendo utilizadas para o tratamento do câncer, a partir do óleo extraído da espécie poeticus L. (Pettit et al., 1986). Atualmente, várias espécies pertencentes a essa família, como glaucum e Crinum jagus, são utilizadas na Nigéria para tratamento da perda de memória em idosos (Houghton et al., 2004), de feridas abertas e em preparações anticonvulsivantes (Fennel et al., 2001). As folhas e os bulbos de Crinum bulbispermum são utilizados na África do Sul em diversos tratamentos, como ferimentos, dores de ouvido, infecções de rim e bexiga, assim como redução de inchaço nas articulações. As espécies beladona L., Amaryllis formossisima L. e Amaryllis zeylanica L. são usadas para tratamento de câncer (Pettit et al., 1986). Estudos farmacológicos relatam o uso popular de plantas dessa família com finalidade curativa (Okubo, 1993). Nesse sentido, há diversos relatos do uso popular de espécies pertencentes a esta família, como, por exemplo, no combate ao câncer, como emético, purgativo, para o tratamento de tosses e resfriados, e externamente em contusões e contra parasitas da pele (Bastida et al., 1994, 1995; Pettit et al., 1995; Razafimbelo et al., 1996).

O estudo destas espécies é importante devido à presença de alcaloides isoquinolínicos, de ocorrência exclusiva em Amaryllidaceae, com diversos compostos bioativos utilizados como Aspectos Botânicos e Agronômicos da Espécie Hippeastrum elegans (Spreng.) H. E. Moore Objetivando a Extração de Fitoquímicos 7

analgésicos, antitumorais, antivirais e antiespasmódicos (Campbell et al., 2000; Maciel et al., 2002). Há também a atividade sobre o sistema nervoso central, cuja ação está relacionada à galantamina. Sua atividade biológica principal é inibir a enzima acetilcolinesterase e, por isso, seu uso pode favorecer o tratamento de pacientes com a doença de Alzheimer (Lewis, 1989).

Assim, por todos os benefícios relatados anteriormente, o aumento do conhecimento das espécies da família Amaryllidaceae se torna de extrema importância, o que possibilitará uma maior exploração desse recurso genético da flora nativa tropical, de alto valor medicinal e ornamental. Dentre essas espécies, destaca-se a Hippeastrum elegans (Spreng) H. E. Moore, conhecida popularmente por açucena, com diversas populações naturais ocorrentes em ambientes rurais e urbanos.

As plantas têm crescimento, desenvolvimento, aspectos fenológicos e produção de princípios ativos dependentes de diversos fatores edafoclimáticos. Por isso, é de extrema importância conhecer a origem e o ambiente de cada espécie que se deseja cultivar, para, se possível, aclimatá-la e obter uma concentração desejável de princípio ativo (Castro et al., 2001).

Assim, o presente trabalho se insere no contexto de pesquisas sobre Amaryllidaceae desenvolvidas na Embrapa Agroindústria Tropical, localizada em Fortaleza, CE, onde estão sendo realizados estudos agronômicos e fitoquímicos a fim de subsidiar a obtenção de bioprodutos para o combate a doenças crônico-degenerativas. As informações apresentadas neste documento abordam, além de aspectos fitoquímicos e biológicos de H. elegans, resultados de pesquisas relacionadas ao cultivo e manejo, considerando as condições edafoclimáticas locais.

Aspectos fitoquímicos

A pesquisa de substâncias biologicamente ativas, advindas principalmente de plantas, tem levado à descoberta de moléculas clinicamente benéficas. A família Amaryllidaceae é conhecida por sintetizar um grupo de alcaloides isoquinolínicos para os quais diversas atividades farmacológi- cas já foram descritas na literatura, tais como neuromodulação, antitumoral, antimicrobiana e anti- -inflamatória (Ding et al., 2017). Estudos têm demonstrado que a atividade biológica desta espécie está relacionada com a presença deste grupo de metabólitos secundários (Carvalho et al., 2015).

Atualmente, a galantamina é o principal alcaloide presente em espécies da família Amaryllidaceae que têm seu uso clínico no tratamento da doença de Alzheimer. No entanto, a utilidade potencial das espécies dessa família não está restrita apenas à galantamina, mas também a compostos como licorina, haemantamina, tazettina e narciclasina, que também são conhecidos por suas propriedades anticancerígenas (Evidente; Kornienko, 2009).

Até o momento, um total de 357 alcaloides foram isolados e descritos em Amaryllidaceae, os quais são distribuídos em 14 esqueletos característicos. Para a espécie H. elegans, são descritos alcaloides de esqueleto tipo galantamina, crinina, licorina e homolicorina. Bastida et al. (1996) isolaram os alcaloides licorina, vittatina, ismina e hamayne de H. elegans na Guatemala. Mais recentemente, Carvalho et al. (2015) descreveram a ocorrência dos alcaloides galantamina, narciclasina, pseudolicorina, sanguinina e licorina nos bulbos de H. elegans colhidos em Russas, CE. Esses alcaloides figuram como promissoras substâncias para o desenvolvimento de medicamentos (Evidente et al., 2004; Giordani et al., 2012; Pereira et al., 2010).

Devido à sua complexa estereoquímica, a síntese orgânica desses alcaloides de interesse farmacêutico é muitas vezes desafiadora e, consequentemente, nem sempre economicamente 8 DOCUMENTOS 188

viável. Por exemplo, embora a galantamina tenha sido sintetizada com sucesso em 1994, as plantas ainda se constituem como a principal fonte de obtenção dessa substância (Simões et al., 2017; Berkov et al., 2011). Atualmente, esse alcaloide vem sendo extraído de cultivares de Narcissus sp. na Europa Ocidental, aestivum no Leste da Europa, Lycoris radiata na China e Ungernia victoria no Uzbequistão e no Cazaquistão (Bastida et al., 1996).

Para Takos e Rook (2013), o desenvolvimento clínico adicional e a aplicação farmacêutica de alcaloides de Amaryllidaceae dependerão, em parte, do estabelecimento de cultivos para a produção sustentável da matéria-prima vegetal e da disponibilidade comercial para os alcaloides, além da galantamina.

Diante dessa perspectiva, a Embrapa Agroindústria Tropical montou uma coleção com acessos de açucena cedidos pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, mantenedora de uma coleção de plantas bulbosas com mais de 100 acessos, entre os quais açucenas (Hippeastrum spp.) coletadas em diversas regiões do Brasil e material coletado em expedições realizadas em dez municípios do estado do Ceará.

Por meio desse rico acervo de acessos de açucenas, foi possível identificar e quantificar, no Laboratório de Produtos Naturais da Embrapa Agroindústria Tropical, novas espécies produtoras de galantamina. Além disso, fez-se a caracterização morfológica e agronômica desses acessos. A partir das avaliações fitoquímicas, observou-se que a espécie H. elegans foi a que apresentou maior quantidade de galantamina (39,3 µg/g de bulbo seco), o que motivou a sua escolha para os estudos sobre cultivo apresentados neste trabalho.

Descrição da espécie Hippeastrum elegans (Flora brasiliensis)

Reino: Plantae

Sub-reino: Tracheobionta

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Monocotiledônea

Ordem: Asparagales

Família: Amaryllidaceae

Tribo: Hippeastreae

Subtribo: Hippeastrineae

Gênero: Hippeastrum

Espécie: Hippeastrum elegans (Spreng) H.E. Moore.

O gênero Hippeastrum (Amaryllidaceae), um dos maiores e mais complexos da família Amaryllidaceae, é representado por aproximadamente 70 espécies (Andrade et al., 2014), distribuídas quase que exclusivamente na América Latina, particularmente no Brasil e no Peru (Giordani, 2011). No Brasil, o gênero é representado por 30 espécies, muitas das quais possuindo propriedades medicinais, sendo popularmente conhecidas como lírios, tulipas, cebola-do-mato, cebola-berrante e, principalmente, açucenas. A maioria dessas espécies é endêmica da Bacia Amazônica, sendo essa região seu principal centro de dispersão (Flory, 1977). As plantas desse gênero são reconhecidas pelo seu valor ornamental e têm sido comercializadas em diversos países. Aspectos Botânicos e Agronômicos da Espécie Hippeastrum elegans (Spreng.) H. E. Moore Objetivando a Extração de Fitoquímicos 9

A espécie Hippeastrum elegans (sinonímia Hippeastrum solandriflorum), conhecida popularmente como açucena, possui ampla distribuição no Brasil, nas regiões Nordeste e Centro- -Oeste, ocorrendo ainda na Colômbia, nas Guianas e na Venezuela (Raven; Axelrod, 1974; Dutilh; Oliveira, 2015). É amplamente encontrada em áreas dos biomas Cerrado e Caatinga (Dutilh; Oliveira, 2015).

Quanto à morfologia, os bulbos de açucena são ovalados ou orbiculares; as folhas são sésseis, verde-claras em ambas as faces, com ápice agudo e margens inteiras e eretas; as flores são declinadas, infundibuliformes, biflorais, com coloração variando de alvas a creme-amarelas (Figura 1), característica esta que distingue a açucena das demais, uma vez que é a única espécie do gênero na região Nordeste com flores desse tom (Alves-Araújo et al., 2009). Fotos: Rita de Cassia Alves Pereira Fotos: Rita de Cassia

A B

Figura 1. (A) Hippeastrum elegans em ambiente natural, Moraújo, CE, 2018; (B) aspecto geral da planta colhida aos 12 meses.

Propagação

Por sementes

Um dos principais métodos de propagação utilizados para a produção de mudas é a multiplicação por sementes (Figura 2). A coleta de sementes da açucena deve ser feita nos meses de janeiro e fevereiro. As sementes devem ser semeadas até cinco semanas após a coleta para Fotos: Rita de Cassia Alves Pereira Fotos: Rita de Cassia

A B C

Figura 2. Hippeastrum elegans: (A) flor polinizada; (B) frutos; (C) sementes. 10 DOCUMENTOS 188

evitar a perda da viabilidade (Pereira et al., 2018). Segundo Tombolato (2004), a melhor taxa de germinação de sementes de açucena ocorre quando o semeio é feito imediatamente após a coleta.

O início da germinação ocorre a partir de uma a duas semanas. A emergência das primeiras folhas só ocorre após um maior período de tempo. O transplantio das mudas para o campo deve ser realizado de doze a dezoito meses após o plantio, sendo esta uma desvantagem quando se planeja uma produção em larga escala.

Vegetativa

No Nordeste brasileiro, a coleta dos bulbos de H. elegans ocorre no período de dezembro a fevereiro, correspondendo ao aparecimento das flores no campo. Após a coleta dos bulbos, é necessário que eles permaneçam durante um mês conservados em local ventilado. A partir desse período, os bulbos estarão aptos para o plantio. Geralmente nessa época atingem circunferência maior do que 24 cm (Pereira et al., 2018).

O bulbo de açucena é do tipo tunicado, e o processo de propagação ocorre por meio do desenvolvimento das gemas, a partir do bulbo-mãe, que regeneram bulbos filhos, os quais são utilizados para a produção de novas plantas (Figura 3). Esses perfilhos com bulbilhos menores são separados do bulbo central e replantados ano a ano, de modo que a cultura forme um ciclo anual. Os bulbos tunicados também podem ser multiplicados fazendo-se cortes na sua base, de onde brotarão novos bulbos, que são mantidos em condições controladas.

Figura 3. Esquema representativo do corte transversal do bulbo de H. elegans. Adaptado de Tombolato (2004).

Micropropagação

As açucenas apresentam baixa produção de propágulos vegetativos durante o ciclo de crescimento (Tombolato et al., 2001). Para estas plantas, a micropropagação pode ser vantajosa por proporcionar a obtenção de plantas em larga escala e em curto espaço de tempo. No entanto, as respostas aos reguladores de crescimento variam em função da espécie estudada, sendo necessários estudos para avaliar o tipo e a concentração de reguladores de crescimento para que seja obtido um protocolo de propagação in vitro eficiente. Aspectos Botânicos e Agronômicos da Espécie Hippeastrum elegans (Spreng.) H. E. Moore Objetivando a Extração de Fitoquímicos 11

Não foi encontrado na literatura nenhum estudo sobre os efeitos de reguladores de crescimento na micropropagação de H. elegans, mas, de acordo com estudos realizados com outras espécies de Hippeastrum, a suplementação do meio de cultura com ANA e BAP tem sido efetivo para a produção de propágulos, em doses variáveis, em função da espécie (George, 1996). Entretanto, tendo em vista que as informações sobre cultivo de plantas bulbosas encontradas na literatura estão centralizadas em poucos gêneros, são necessários mais estudos sobre os requerimentos básicos para a multiplicação e o cultivo de H. elegans. Nesse sentido, são necessários estudos visando desenvolver metodologias para a propagação da espécie, contribuindo também para o conhecimento da fisiologia do desenvolvimento dessa planta bulbosa.

Condições de cultivo

Em condições naturais, a exigência climática da açucena é de ambiente quente e úmido. Em áreas de clima quente, os bulbos podem permanecer sob cultivo ao ar livre durante o inverno, porém o seu crescimento é retardado. Temperaturas elevadas aumentam a velocidade de crescimento, sendo importante manter a umidade adequada tanto quanto possível (Tombolato, 2004). No Ceará, tanto em locais de coleta como em locais de cultivo de açucena, o florescimento de H. elegans ocorre somente no período chuvoso (dezembro a fevereiro). Nessas condições, os bulbos são colhidos nesta época e replantados logo em seguida (Pereira et al., 2018).

Solos e adubação

A açucena é uma planta rústica que se adapta bem a diferentes tipos de solos, com restrição apenas para os solos mal drenados e sujeitos a encharcamento. A espécie apresenta baixa exigência de nutrientes nos estádios iniciais e, portanto, deve-se evitar elevados níveis de nutrientes, principalmente na época do plantio. A adubação deve ser feita com base na análise química do solo. Antes do plantio, recomenda-se a incorporação ao solo de calcário, NPK e adubação orgânica – em torno de 1 m³ de esterco bovino curtido para cada 100 m3 de solo (Pereira et al., 2018).

Época e local de plantio

A época de plantio da H. elegans normalmente ocorre nos meses de fevereiro e março. Nas condições do estado do Ceará, pode ser cultivado o ano inteiro, utilizando-se canteiros em campo aberto (Pereira et al., 2018).

Escolha dos bulbos e plantio

Os bulbos devem ter tamanhos similares para permitir uma colheita uniforme. O primeiro lote a ser adquirido deve ser, preferivelmente, de bulbos coletados na forma silvestre (peso em torno de 42 g, altura de 6 cm e diâmetro de 22-24 cm). O plantio deve ser feito em covas de 10 cm x 10 cm x 10 cm, em fileiras simples. O espaçamento indicado é de 40 cm entre fileiras e 40 cm entre bulbos, perfazendo aproximadamente 60.000 plantas por hectare. No plantio, os bulbos devem ser colocados com o prato voltado para o chão, pois é dessa estrutura que sairá o sistema radicular da planta. Da parte superior do bulbo brotarão a porção aérea da planta e os bulbilhos (Tombolato, 2004). 12 DOCUMENTOS 188

Manejo e tratos culturais

A açucena é altamente exigente em água. A quantidade de água a ser disponibilizada para a cultura varia consideravelmente conforme as condições de clima (relacionadas à época de plantio), de solo e do estádio de desenvolvimento das plantas. Durante as primeiras semanas após o plantio, é necessário fazer de duas a três regas por semana nos canteiros. Quando as plantas estiverem bem estabelecidas, com raízes em abundância e crescimento foliar adequado, a frequência da rega pode ser reduzida.

O sistema de irrigação por microaspersão é o mais recomendado, pois direciona o fluxo para o solo, economizando água e diminuindo a incidência de doenças decorrentes do excesso de umidade na parte aérea. Em plantios menores, pode-se fazer irrigação manual com mangueiras.

Capinas devem ser realizadas quando necessário, sendo importante manter a cultura livre da concorrência de plantas invasoras, principalmente no início do seu desenvolvimento (Pereira et al., 2018).

Pragas e controle químico

Entre as principais pragas que atacam a açucena, foram observadas no plantio experimental as seguintes:

a) Lagarta-do-amarílis ( timais)

Lagarta de cor cinza-escuro, com pontos brancos e azulados espalhados de forma ordenada pelo corpo. A cabeça é de cor amarelo-brilhante, com pelos escuros eretos e dispersos. É voraz, devorando folhas e talos. Durante o dia, enterra-se ao pé da planta para se alimentar dos bulbos (Figura 4). O controle pode ser feito utilizando-se produtos à base de piretroides e fosforados (Tombolato, 2004). Foto: Rita de Cassia Alves Pereira Foto: Rita de Cassia

Figura 4. Lagarta-do-amarílis alimentando-se do bulbo de açucena.

b) Percevejo-laranja (Tenthecoris sp.)

Hemíptero que ataca as folhas, deixando uma coloração esbranquiçada nos pontos onde se alimenta. A face inferior das folhas apresenta inúmeros pontinhos pretos, que são os excrementos do percevejo. Pode ser controlado com o uso de piretroides (Alexandre, 2001). Aspectos Botânicos e Agronômicos da Espécie Hippeastrum elegans (Spreng.) H. E. Moore Objetivando a Extração de Fitoquímicos 13

Doenças e medidas de prevenção

As duas principais doenças da açucena observadas no plantio experimental foram:

a) Queima ou mancha-das-folhas, mancha vermelha (Stagonosfora curtisii (Berk.) Saac.)

É a mais importante doença em Amaryllidaceae. Afeta as folhas, causando queimadura ou mancha de coloração avermelhada (Figura 5). A doença pode ser facilmente veiculada nas escamas dos bulbos de plantas doentes (Freire et al., 2006). Bulbos contendo Stagonosfora devem ser recusados para o plantio (Figura 6). Foto: Rita de Cassia Alves Pereira Foto: Rita de Cassia

Figura 5. Queima ou mancha-das-folhas, mancha vermelha (Stagonosfora curtisii (Berk.) Saac.) em açucena. Foto: Rita de Cassia Alves Pereira Foto: Rita de Cassia

Figura 6. Sintomas do dano de Stagonosfora em bulbos de açucena.

b) Mancha-de-coanéfora

O fungo pode causar lesões foliares necróticas, escuras e de aspecto umedecido (Figura 7). Essa infecção só ocorre nos meses de maior precipitação pluviométrica (fevereiro a maio), quando numerosas frutificações negras podem ser observadas, principalmente nas faces inferiores das folhas (Freire et al., 2006). 14 DOCUMENTOS 188 Foto: Rita de Cassia Alves Pereira Foto: Rita de Cassia

Figura 7. Mancha-de-coanéfora em folhas de H. elegans.

Para evitar o aparecimento e a disseminação de doenças, recomenda-se: i) selecionar os bulbos para armazenamento, descartando todos que apresentarem suspeita de infecção e manchas; ii) eliminar e queimar as plantas e os bulbos doentes; iii) arrancar os bulbos cuidadosamente, evitando ferimentos, e em seguida secá-los; iv) manter os bulbos armazenados em prateleiras bem ventiladas, em baixa temperatura; v) fazer inspeção periódica, retirando bulbos apodrecidos ou mumificados; e vi) fazer rotação de cultura e tratamento dos bulbos antes do plantio eapósa colheita (Freire et al., 2006).

Colheita dos bulbos

Após a floração, a cultura deve ser mantida sob irrigação durante aproximadamente duas semanas, porém em menor intensidade do que o exigido para o crescimento vegetativo. Em seguida, a irrigação deve ser suspensa para que o solo seque, de forma a facilitar a colheita dos bulbos. No processo de maturação, as folhas ficam com coloração amarela e os bulbos começam a perder água, formando uma camada de folhas secas para proteção.

A colheita dos bulbos pode ser feita com o uso de enxadão, devendo-se ter o máximo de cuidado para não provocar ferimentos, evitando-se assim a infecção por microrganismos e o consequente apodrecimento (Tombolato, 2004). Os bulbos e bulbilhos colhidos devem ser mantidos espalhados à sombra por aproximadamente uma semana a fim de realizar a cura. Curados, os bulbos devem ser classificados e submetidos a tratamento com fungicida para evitar infecção por microrganismos.

Considerações

A açucena é uma potencial “fonte alternativa tropical” de galantamina, tornando importante o fortalecimento de estudos experimentais visando estabelecer as melhores práticas de cultivo, de colheita, pós-colheita e de processamento de matéria-prima, o que permitirá a extração de galantamina de qualidade. Aspectos Botânicos e Agronômicos da Espécie Hippeastrum elegans (Spreng.) H. E. Moore Objetivando a Extração de Fitoquímicos 15

Como relatado, a açucena é uma planta de grande importância medicinal e ornamental, de fácil manejo, baixo custo de implantação e exige práticas simples de cultivo. Nas condições estabelecidas em Fortaleza, CE, apresentou bom desempenho durante o seu cultivo.

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