Internet E Feminismos
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Os textos deste livro reúnem experiências, debates e saberes produzidos por pesquisadoras e ativistas sobre feminismos, (Organizadoras) Rovetto Florencia Natansohn Graciela ciberfeminismos e internet, desde uma perspectiva situada na América Latina, com o olhar focado na violência de INTER gênero que não paraINTER de crescer e recrudescer na região e no mundo. De fato, sobram evidências de que o mundo FEMINISMOS que habitamos – real ou virtual – virou um território FEMINISMOS INTERNET E cada vez mais complexo e NET perigoso, ainda mais para as mulheres e para as pessoas com identidades feminizadas. Graciela Natansohn Florencia Rovetto ORGANIZADORAS INTERNET E FEMINISMOS Olhares sobre violências sexistas desde América Latina Os textos deste livro reúnem experiências, debates e saberes produzidos por pesquisadoras e ativistas sobre feminismos, ciberfeminismos e internet, desde uma perspectiva situada na América Latina, com o olhar focado na violência de gênero que não paraINTER de crescer e recrudescer na região e no mundo. De fato, sobram evidências de que o mundo FEMINISMOS que habitamos – real ou virtual – virou um território cada vez mais complexo e NET perigoso, ainda mais para as mulheres e para as pessoas com identidades feminizadas. Graciela Natansohn Florencia Rovetto ORGANIZADORAS INTERNET E FEMINISMOS Olhares sobre violências sexistas desde América Latina UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Reitor João Carlos Salles Pires da Silva Vice-reitor Paulo Cesar Miguez de Oliveira Assessor do Reitor Paulo Costa Lima EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Diretora Flávia Goulart Mota Garcia Rosa Conselho Editorial Alberto Brum Novaes Angelo Szaniecki Perret Serpa Caiuby Alves da Costa Charbel Niño El Hani Cleise Furtado Mendes Evelina de Carvalho Sá Hoisel Maria do Carmo Soares Freitas Maria Vidal de Negreiros Camargo Graciela Natansohn Florencia Rovetto ORGANIZADORAS INTERNET E FEMINISMOS Olhares sobre violências sexistas desde América Latina Salvador EDUFBA 2019 2019, Autores. Direitos dessa edição cedidos à Edufba. Feito o Depósito Legal. Grafia atualizada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009. Capa e Projeto Gráfico Gabriel Cayres Revisão Mariana dos Santos de Souza Normalização Emmanoella Patrocinio Ferreira Sistema de Bibliotecas – UFBA Internet e feminismos : olhares sobre violências sexistas desde a América Latina / Graciela Natansohn, Fiorencia Rovetto, organizadoras.- Salvador : EDUFBA, 2019. 231 p. ISBN: 978-85-232-1933-8 Inclui bibliográfia 1. Feminismo - América Latina. 2. Violência contra as mulheres. 3. Sexismo. 4. Internet. I. Natansohn, Graciela. II. Rovetto, Fiorencia. CDD – 305.42 Elaborada por Jamilli Quaresma – CRB-5: BA-001608/O Editora afiliada à Editora da UFBA Rua Barão de Jeremoabo s/n – Campus de Ondina 40170-115 – Salvador – Bahia Tel.: +55 71 3283-6164 Dedicado a todas as lutadoras de Abya Yala #MarielleVive Sumário 9 Apresentação Graciela Natansohn (Brasil) e Florencia Rovetto (Argentina) PARTE I - ASPECTOS TEÓRICOS E POLÍTICOS 17 Para falar de violência de gênero na internet: uma proposta teórica e metodológica Mariana Valente e Natália Neris (Brasil) 47 Una crítica feminista a la industria de la pornografía en el espacio digital latinoamericano Aimée Vega Montiel, Adina Barrera Hernández, Nelly Lara Chávez, Mónica Amilpas García, Marco Galicia, Leticia Díaz Quiroz (México) 73 La pornografía no consentida en una sociedad cuantificada Paz Peña Ochoa (Chile) 89 Estado de vigilancia: el patriarcado contraataca Hedme Sierra-Castro (Honduras) 97 La apropiación de las TIC desde la mirada de las mujeres en Colombia Olga Paz Martinez (Colombia) 131 Nosotras movemos el mundo. Resistencias y reinvenciones de las perio-feministas en red Florencia Laura Rovetto (Argentina) 149 #NiUnaMenos en Argentina. Activismo digital y estrategias feministas contra la violencia hacia las mujeres Claudia Nora Laudano (Argentina) 175 “Tá com fome? Corre pro Tumblr!”: construindo um corpo anorético feminino Juliana Santana (Brasil) PARTE II - REFLEXÕES CIBERMILITANTES 205 Diálogos transhackfeministas: Kéfir, um ecosistema livre feminista Florencia Goldsman e Eduardo Francisco (Brasil-México) 215 Autonomia e soberania tecnológica a partir da experiência das redes de telefonia celular em Oaxaca, México: diálogo com Loreto Bravo Thiane Neves Barros e Camila Figueredo (Brasil-México) 227 Sobre as autoras e autores Apresentação Pode até ser uma obviedade começar um livro como este, que contém tópicos como mulheres, feminismos, transfeminismos e internet, dizendo que ele é como um tecido, uma trama feita de retalhos e costuras. Um tecido bilíngue – em espanhol, em português – que contém os antigos enlaces de sua escritura e se abre em novas dobras, linhas e pontos, em sintaxes e gramáticas distin- tas. Este livro é uma manta coletiva plurinacional, produzida com o cuidado minucioso e calmo que requer o trabalho da costura a muitas mãos. Tecido como um espaço para o encontro, para urdir a trama, um lugar de reunião para a conversação entre amigas, colegas, ativistas, que cara a cara, corpo a corpo, tecla a tecla, vão intercambiando suas experiências, reflexões e saberes. Nesses textos, a virtualidade e as tecnologias infocomunicacionais são lidas como ferramentas a serviço do acumulado de práticas feministas, que conta com uma longa história de costura – a rede permite esse estado de 9 assembleia que nós feministas sabemos sustentar no tempo e potencializar no espaço. Mas essas tecnologias também são revisadas e esquadrinhadas nos vários veículos que reproduzem a violência estrutural que caracteriza o sis- tema patriarcal-capitalista em que vivemos. Nos últimos anos temos exercitado a replicação de iniciativas conjuntas internacionalmente. As redes se converteram em aliadas indispensáveis para o reconhecimento mútuo, a promoção global de nossas reivindicações e o forta- lecimento de nossas estratégias de ação política. Exemplos são os Encuentros Feministas Latinoamericanos (Eflac) e os Encuentros Latinoamericanos de Mujeres (Ella), assim como os diversos encontros nacionais ou regionais de mulheres, alguns com décadas de existência. Todos esses espaços de interação se somam às recentes mobilizações originadas pelos movimentos de mulhe- res e movimentadas pelas redes sociais como #NiUnaMenos, #AbortoLegalYa, assim como as campanhas #MeuAmigoSecreto, #MeToo e #PrimeiroAssédio e mais recentemente #EleNao – todas ao longo de toda a América Latina– são exemplos de nossa capacidade de ação global, que excedem bastante a virtua- lidade em que se apoiam. Em um contexto onde o protesto social está criminalizado, propagam-se mensagens que nos asseguram que a subordinação é a melhor maneira de não se meter em problemas. Soma-se a isto a ofensiva feroz de atores con- servadores e antidireitos a nivel local, regional e internacional, que aten- tam contra a universalidade dos direitos conquistados e pretendem fazê-los retroceder, utilizando os corpos e a sexualidade de mulheres, crianças e pes- soas com identidades de gênero e orientações sexuais não convencionais, como campo de batalha pelo poder institucional e social. Frente a tudo isto, enquanto feministas, nos organizamos para defender nossos direitos e, ainda, ampliá-los; desenvolvemos ações políticas por todas partes; geramos greves internacionais; campanhas de visibilização de nossas lutas e reivindicações; construimos mobilizações de rua cada vez mais massivas e procuramos insta- lar debates nos cenários jurídicos, legislativos e mediáticos. Somos conscientes que, diante desse avanço feminista, a violência patriarcal também se alarga e se ramifica na virtualidade, ganha novas formas e aparências, que recriam formas de subordinação e disciplinamento. Não é coincidência que quatro dos dez artigos que integram este livro versam sobre diferentes tipos de violências contra mulheres na internet: a pornografia 10 GRACIELA NATANSOHN E FLORENCIA ROVETTO infantil, a divulgação não consentida de imagens, a vigilância na rede. Esse é o resultado dos debates actuais do tecnofeminismo e o ciberfeminismo, que reclamam maior implicação dos sujetos e suas experiências na construção de conhecimento, superando a injustiça epistêmica da abstração racionalista num mundo que requer novas narrativas plurais e inclusivas para identificar as chaves-mestras da ação política transformadora. Os trabalhos reunidos neste volume se propõem, justamente, caracte- rizar, examinar e avaliar possibilidades, desafios e problemas que definem hoje o feminismo que se tece entre as fibras óticas e as ondas eletromagné- ticas. Organizamos a leitura em dois eixos: na primeira parte, um conjunto de textos escritos em contextos muito diferentes confluem em tematizar a habitual violência de gênero que tem mudado de cenário e método, mas não de intensidade. Assim, isso é trazido pelos trabalhos de Mariana Valente e Natália Neris no Brasil; o grupo de pesquisadoras lideradas por Aimé Vega Montiel, no México; Paz Peña, no Chile; e Hedmé Sierra Castro, em Honduras. Olga Paz Martinez, da Colômbia, a partir de sua vasta experiência educativa em comunidades que representam a enorme diversidade cultural e social desse país vizinho, traz um diagnóstico dos problemas e oportunidades na apropria- ção das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) por parte das mulhe- res. Florencia Rovetto e Claudia Laudano oferecem interessantes pontos de vista sobre a evolução das mobilizações “Ni una Menos”, replicadas ano após ano, desde 2015 na Argentina, que têm causado repercussões em toda a