Dia De África Em Portugal Embaixador De Angola Destaca Unidade Africana
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Jornal Trimestral de Actualidade Angolana ABRIL | MAIO | JUNHO 2008 EDIÇÃO GRATUITA www.embaixadadeangola.org EDIÇÃO DOS SERVIÇOS DE IMPRENSA DA EMBAIXADA DE ANGOLA EM PORTUGAL Dia de África em Portugal Embaixador de Angola destaca unidade africana Pag. 15 Pag. 5 Daniel PR confirma Tribunal Nascimento eleições Constitucional «A minha carreira vai legislativas já funciona continuar se Deus quiser» para Evandro CresceCresce Pag. 8 5 de Setembro Brandão investimentoinvestimento chinêschinês emem AngolaAngola Neto de Napoleão Brandão é promessa do Manchester United Pag. 2 Pag. 16 Consulado de Lisboa mais próximo da Comunidade Pag. 11 Política ABRIL • MAIO • JUNHO 2008 Convocadas para Cinco de Setembro Presidente José Eduardo dos Santos confirma Legislativas O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, convocou a realização das eleições legislativas em Angola para cinco de Setembro próximo, o que confirma os passos firmes e seguros para a democratização do País, seis anos depois do fim da guerra em 2002. representantes, confiando- que possam criar um clima tomada de medidas de na- lhes a responsabilidade de de crispação e violência. tureza policial e judicial, com conduzir os destinos da Concordava igualmente com vista a pôr cobro tais situa- Nação, refere o documento. o Presidente da República, ções e permitir que todos A convocação das eleições José Eduardo dos Santos, os cidadãos exerçam o seu legislativas pelo Presidente em convocar as eleições direito de voto. Com vista a da República, surgiu um legislativas no período por garantir a possibilidade de dia depois de o Conselho si anunciado na sua mensa- todos os cidadãos exerce- da República se ter reunido, gem de fim de ano de 2007. rem o seu direito inaliená- tendo considerado estar a Aquele órgão de consulta do vel de voto, o Conselho da decorrer com normalidade Chefe de Estado considerou República recomendou para convocação das elei- de votação caso ocorram o processo preparatório e como satisfatório o processo esse efeito a constituição A ções legislativas vem razões fora do âmbito do estarem garantidas as con- de conclusão do registo elei- de um número suficiente expresso num documento artigo 121º da Lei Eleito- dições para a realização das toral, tendo felicitado a Co- de assembleias e mesas de dos Serviços de Apoio ao ral que não permitam que “eleições legislativas livres, missão Inter-ministerial para voto. Por outro lado, tendo Presidente da República, todos os cidadãos possam justas e credíveis em con- o Processo Eleitoral (CIPE) em conta poderem ocorrer distribuído em Luanda, que, exercer o seu direito inalie- formidade com a lei”. Num pelo trabalho realizado, den- razões para a não realização adianta, em conformidade nável de voto no dia cinco comunicado de imprensa, o tro dos prazos previstos e das eleições em determina- com a recomendação da de Setembro. No seu preâm- Conselho da República rei- em conformidade com a lei. das localidades, fora das cau- reunião do Conselho da bulo, o decreto presidencial terava o seu apelo para que Exprimiu também preocupa- sas previstas no artigo 121 República, realizada no dia reitera a necessidade dos os partidos políticos mante- ção em relação ao extravio, da Lei Eleitoral, recomendou três de Junho, a Assembleia angolanos exercerem de nham uma postura de tole- apreensão ilegal, destruição à Assembleia Nacional que Nacional deverá estudar e modo livre, consciente e res- rância e respeito pelas con- de cartões de eleitores que estude e legisle no sentido legislar sobre a possibilida- ponsável o seu direito de vicções alheias, não fazendo configuram claras violações da conclusão do acto de de de extensão do período voto para escolher os seus recurso a quaisquer atitudes à lei, tendo recomendado a votação. ❚ Igreja Católica: CICA: A convocação das eleições foi um gesto positivo Eleições no momento certo o que depender da Igreja Católica, nacionalidade espanhola, defendeu que convocação das elei- eleições. O responsável N não haverá espaço para abstenções a Igreja tem a responsabilidade de indi- A ções surge no mo- do CICA defendeu que o motivadas por qualquer tipo de receio car aos fiéis as vantagens que o povo mento certo e vem dar bom sucesso das eleições nas eleições legislativas de Setembro. angolano terá com a realização das elei- resposta a todo um tra- depende dos discursos e Segundo o padre Xavier Valdivielso, em ções legislativas, marcadas para 5 de balho que se vem desen- atitudes dos políticos. “Se entrevista exclusiva ao Jornal de Angola, Setembro, assim como a necessidade de volvendo, nomeadamente optarem por discursos in- desde o início do processo eleitoral que se respeitar a diferença. a sensibilização para votar flamados com certeza isso a Igreja Católica assumiu a responsabili- e se entender as eleições, frustrará o eleitorado e po- “As eleições sempre abrem portas para dade de sensibilizar os cristãos a votar não como sinónimo de dem esvaziar todo o traba- uma nova realidade política e social do sem receios, com consciência social e a guerra, mas como o exer- lho feito até ao momento”, País”, disse o padre, sublinhando que terem em conta os programas que serão cício de direito fundamen- disse, referindo-se às acções mesmo com todas as acções de for- apresentados pelos partidos políticos, no tal na vida em sociedade. de formação e às campa- mação sobre eleições, entre palestras Este é, em suma o pensa- período da campanha eleitoral. nhas desenvolvidas pelas e seminários, as pessoas ainda preci- mento do secretário-geral igrejas e organizações da Há 42 anos em Angola a exercer a ac- sam de mais preparação, que só será do Conselho das Igrejas sociedade civil no sentido tividade sacerdotal, o responsável da atingida com mais algum tempo de Cristãs em Angola (CICA), de sensibilizarem a popu- paróquia Sagrado Coração de Jesus, de democracia. ❚ reverendo Luís Nguimbi, lação sobre as vantagens sobre a convocação das do pleito eleitoral. ❚ www.embaixadadeangola.org ABRIL • MAIO • JUNHO 2008 Actualidade 3 DiaDia dede ÁfricaÁfrica emem PortugalPortugal Embaixador de Angola destaca unidade africana O decano do Grupo Africano de Embaixadores Acreditados em Portugal, Assunção dos Anjos, considerou que apesar de não ter conseguido evitar os inúmeros conflitos que assolam África, a União Africana mantém a imagem de unidade do continente. o seu discurso distribuido à imprensa a de libertação, através do seu Comité Coorde- N margem da abertura de um colóquio “Áfri- nador da Libertação. Fazendo um histórico dos ca-Europa: Os Acordos de Parceira Económica acontecimentos em África, Assunção dos Anjos – Que Perspectivas?”, promovido pelo Grupo Em- recordou que o continente se viu confrontado alimentar e o crescimento auto-centrado de baixadores Africanos Acreditados em Portugal, com uma série de conflitos fronteiriços, resolvi- todo o espaço do continente”, referiu Assunção comemorativo do Dia de África (25 de Maio), dos através do espírito de unidade. “A OUA não dos Anjos, para quem, apesar das dificuldades Assunção dos Anjos destacou o papel que teve abdicou das suas preocupações económicas e que o continente enfrenta, “África tem procu- a Organização de Unidade Africana (OUA) na social e encetou os primeiros passos tendentes rado adequar-se à modernidade, aos princípios história da descolonização do continente, como a harmonização dos programas de desenvol- da convergência e vivências democráticas e da grupo de pressão junto da comunidade inter- vimento do continente e impulsionou a inte- globalização, necessários para um desenvolvi- nacional e no apoio directo aos movimentos gração sub-regional, visando à auto-suficiência mento sustentável”. Angola aposta na inovação O chefe da diplomacia do País didas para se evitar as crescentes mos ir”, adiantou. Segundo Assun- em Portugal referiu que o mesmo alterações e variações climáticas, ção dos Anjos, o fenómeno da glo- tem vindo a adequar-se aos no- bem como na estabilidade políti- balização intensifica a concorrência vos modelos de desenvolvimento, co-militar, crescimento económico e entre as economias a cada dia que através da globalização e integra- o estabelecimento da normalidade passa, colocando desafios a muitas ção regional, apostando em áreas democrática, foram também refe- regiões como um todo. Asseverou como as do conhecimento, ciência renciadas pelo embaixador. “O po- que os problemas que afligem o e inovação. A conjugação de es- sicionamento, a competitividade e continente africano não são ape- forços tendentes a erradicação das a divergência face à média mundial nas o produto das relações injustas várias endemias e pandemias, como são pontos para os quais importa entre o Norte e o Sul, sendo que o HIV/SIDA, o combate a pobreza, ter sensibilidade, não para que nos “África continua a ser o parente a melhoria das condições sociais indiquem causas e soluções direc- pobre num mercado cada vez mais dos cidadãos, apoio à pacificação tas, mas tão-somente para saber abrangente e competitivo”. do continente, a adopção de me- onde estamos e para onde quere- Continua na pág. seguinte >>> Luís Amado: Convenção de Cotonou exprime modelo neo-colonial europeu por uma visão de modelo euro- dança de relacionamento onde, Grupo Africano de Embaixadores centrista de desenvolvimento afri- pela primeira vez, os africanos di- acreditados em Portugal, o em- cano. À frente da equipa europeia zem o que querem”, reforçou ainda baixador angolano Assunção dos que em 2000 negociou os acordos o chefe da diplomacia lusa. Duran- Anjos, o representante da União de Cotonou, que têm vindo a re-