1 REDE DE AVALIAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA a IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS DIRETORES PARTICIPATIVOS Relatório Estadual De Avalia
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REDE DE AVALIAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS DIRETORES PARTICIPATIVOS Relatório Estadual de Avaliação dos Planos Diretores Participativos do Maranhão Nome do pesquisador responsável: Frederico Lago Burnett E-mail e telefone de contato: [email protected] (98) 3227-8588/8846-2024 Estado: Maranhão Municípios analisados: Açailandia, Arame, Bacabal, Balsas, Barra do Corda, Barreirinhas, Buriticupu, Carolina, Caxias, Coelho Neto, Colinas, Estreito, Icatu, Imperatriz, Itapecuru-Mirim, Pedreiras, Santa Inês, São João dos Patos, São José de Ribamar, São Luís, Timon, Tuntum, Vargem Grande, Viana. Estudo de Caso: São Luís. I. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO O Estado do Maranhão, localizado na extremidade ocidental da Região Nordeste do Brasil, corresponde à área de transição entre o clima nordestino e o da região amazônica, possuindo cobertura vegetal que varia de florestas tropicais a caatingas e cerrados, em um território onde os rios maranhenses Mearim, Pindaré, Itapecuru e Munim e seus afluentes oferecem uma equilibrada e rica hidrografia. Conta com uma área de 331.983,293 km2 e sua população atual é de 6.118.995 (IBGE, 2007), uma densidade populacional de 18,43 hab./km², com 67% da população vivendo em áreas consideradas urbanas (4.099.726 habitantes) e 33% da população instalada em áreas rurais (2.019.268 habitantes). Caracterização Socioeconômica do Estado. Dividido em 07 (sete) Mesorregiões – Norte, Metropolitana, Baixada e Litoral Ocidental, Centro Maranhense, Leste, Oeste e Sul – o Estado tem sua base econômica assentada na produção agrícola, no extrativismo e nos serviços e, secundariamente, em atividades industriais essencialmente aquelas subsidiárias da produção agropecuária. Exceção a este quadro, apenas São Luis, a capital, que sedia a planta industrial da Alumar e o Porto do Itaqui, tendo na produção de alumina e na exportação de commodities, principalmente o ferro de Carajás e a soja do sul. Fazendo parte, desde os anos 80, do chamado “polígono dos solos ácidos”, juntamente com o Triângulo Mineiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, sul do Piauí e oeste da Bahia, o sul do Maranhão1 tem na soja seu principal produto que, simultaneamente às divisas da 1 Municípios maranhenses produtores de soja: Afonso Cunha, Alto Parnaíba, Amarante, Anapurus, Balsas, Barra do Corda, Benedito Leite, Brejo, Buriti, Carolina, Chapadinha, Colinas, Estreito, Feira Nova, Fernando Falcão, Formosa da Serra, Fortaleza dos Nogueira, Fortuna, Grajaú, Loreto, Magalhães de Almeida, Mata Roma, Milagres, Mirador, Nova Colinas, Pastos Bons, Riachão, Sambaíba, São Domingos, São Felix de Balsas, São Pedro dos Crentes, São 1 exportação, tem contribuído para profundas modificações sócio-ambientais na região, que hoje já alcança a Mesorregião Leste do Estado, principalmente o município de Chapadinha. Figura 1: Distribuição da soja no Brasil Fonte: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0212246_07_cap_02.pdf acesso em 11/06/2009 Apesar de lhe assegurar o 4º PIB no Nordeste – depois da Bahia, Pernambuco e Ceará -, esta situação não tem sido suficiente para inverter a composição do PIB do estado, que mantém o item serviços com grande preponderância sobre a indústria e a agropecuária. QUADRO I PARTICIPAÇÃO DO PIB % DO MARANHÃO EM RELAÇÃO AOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE E DO BRASIL 1997-2004 Raimundo, Sucupira do Norte, Tasso Fragoso. http://www2.dbd.puc- rio.br/pergamum/tesesabertas/0212246_07_cap_02.pdf acesso em 11/06/2009. 2 QUADRO II ESTRUTURA DO PIB DO MARANHÃO SEGUNDO SETOR DE ATIVIDADES ECONÔMICA 2000-2004 O Nordeste perdeu participação na estrutura econômica nacional. O peso da região passou de 13,5% pela antiga metodologia para 13% na nova em 2002. Em 2005, a participação cedeu e ficou em 13,1%. As maiores economias da região, Pernambuco e Bahia, foram as que relativamente perderam mais espaço. Já nos Estados menores, nos quais o impacto das transferências de renda do governo são maiores, houve ganho sustentado especialmente pelo comércio. No Maranhão, o peso saltou de 0,8% para 1% do PIB só em razão de alterações metodológicas. (Folha de São Paulo, 27 de Novembro de 2007). a) População urbana e rural (Contagem 2007 – IBGE) No que diz respeito ao aspecto populacional, a tendência geral observada no Estado foi a de uma inversão, de 1991 para 2007, das taxas de urbanização que, de 40,01%, saltam para 67%. O 3 crescimento foi maior no intervalo 1991-2000 (19,51% de incremento) do que de 2000 a 2007, com taxa de 7,38%, um fenômeno já observado por pesquisadores nacionais: Essa tendência deu-se de forma diferenciada, seja entre os estados, seja entre os extratos de municípios; no caso dos Estados, destaca-se o caso do Maranhão que de estado absorvedor de migrantes (principalmente rurais) passou a ser expulsor de população rural em conseqüência do fechamento de sua fronteira de expansão agrícola (Targino, 2009). Entre 1996 e 2000, 228.204 pessoas abandonaram as áreas rurais do estado, uma redução relativa da população rural de -9,1%, a maior do nordeste, fazendo o percentual de pop. rural passar de 48% para 40% http://www.pt.org.br/assessor/exodo.pdf acesso em 05 jun 2009. QUADRO III MARANHÃO - EVOLUÇÃO POPULAÇÃO URBANA E RURAL – 1991/2007 POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO TAXA ANO TOTAL URBANA RURAL URBANIZAÇÃO 1991 4.930.253 1.972.594 40,01% 2.957.659 59,99% 40,01% 2000 5.651.475 3.364.070 59,52% 2.287.405 40,48% 59,52% VARIAÇÃO 1991-2000 12,77% 41,37% 19,51 -22,27% -19,51 +19,51% 2000 5.651.475 3.364.070 59,52% 2.287.405 40,48% 59,52% 2007 6.118.995 4.099.726 67% 2.019.268 33% 67% VARIAÇÃO 2000-2007 7,65% +17,95% +7,48 -13,27% -7,48 +7,38 Fonte: IBGE b) Renda per Capita do Estado. Um dos mais pobres Estados do país, tradicionalmente com os piores índices de desenvolvimento social, o Maranhão ocupa a 28ª posição quanto a Renda per Capita, R$ 2.636,93 em 2002, R$ 3.111,63 em 2003, avançando para R$ 4.627,90 em 2006. O estado ainda possui o maior percentual de domicílios urbanos (43%) com renda per capita de até meio salário mínimo, equivalente a R$ 232,50. QUADRO IV PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA BRASIL, NORDESTE E MARANHÃO – 2006 /2006 ABRANGÊNCIA PIB PER CAPITA EM R$ GEOGRÁFICA 2002 2003 2004 2005 2006 BRASIL 8.378,10 9.497,69 10.692,19 11.658,10 12.688,28 NORDESTE 3.890,86 4.355.28 4.898,99 5.498,83 6.029,47 MARANHÃO 2.636,93 3.111,63 3.587,90 4.150,95 4.627,90 Fonte: IBGE/IMESC A distância entre os Estados continua grande. No DF, o PIB per capita é o triplo da média nacional -de R$ 11.658. O de SP é uma vez e meia a média. O do Rio, 1,4 vez. Na ponta oposta, os Estados com as mais baixas rendas per capita estão no Nordeste: Piauí (R$ 3.700), Maranhão (R$ 4.150) e Alagoas (R$ 4.687). A 4 renda per capita no Piauí e no Maranhão corresponde a 0,3 vez a média nacional. (FSP, 27 de Novembro de 2007). c) Breve avaliação da dinâmica urbana no estado, destacando municípios/regiões do Estado com crescimento urbano significativo e regiões/municípios que estão vivendo processos de esvaziamento econômico e demográfico. Do ponto de vista dos movimentos migratórios, pode-se considerar que há um esgotamento da capacidade receptora do Maranhão, com o estado em processo de diminuição desde a década de 1960, passa na década de 1970 a “expulsador líquido”, com saídas totalizando 344.000 entre 1980 a 1990, média anual 25% superior à da década anterior (Cano, 2008). Assim, os movimentos migratórios ocorridos mais recentemente no estado podem ser creditados ao acelerado processo de urbanização, pois as taxas de crescimento populacional nas cidades do Maranhão (Quadro III), parecem confirmar que os ganhos em habitantes urbanos corresponde exatamente às perdas de moradores do campo. Ainda do ponto de vista mais geral, isto sinaliza para a expansão e consolidação do agronegócio em vastas regiões do estado, empurrando, para as periferias urbanas, muitos daqueles que, até algum tempo atrás, tinham na área rural trabalho e moradia. Como nem todas as regiões do estado possuem características climáticas e geológicas favoráveis à agropecuária, nem esta tem a necessária capacidade de se instalar em todas as áreas que lhe são adequadas, é possível observar espaços regionais que mantêm economias tradicionais ou mesmo estão à margem dos processos mais modernizados de produção agrária. Em tais regiões, é possível identificar municípios nos quais ocorre a permanência de baixas taxas de urbanização que, em alguns casos, são acompanhadas pelo êxodo rural, denunciando correntes migratórias internas dirigidas para regiões ou mesmo outros municípios que apresentam elevados índices de urbanização. Conforme se pode observar no Quadro XV - que expõe a evolução populacional urbana e rural dos municípios pesquisados no período 1980-2007 -, e com base na espacialização das atividades econômicas mais dinâmicas no Maranhão – caracterizadas pela ocupação extensiva do solo associada à mecanização com baixa ocupação de mão-de-obra – se depreende que não existem regiões à margem desse processo migratório campo-cidade, pois em cada uma das mesorregiões em que está dividido o estado, é possível identificar municípios com ganhos de população urbana e perda de população rural. A exceção a este quadro está em pouquíssimos municípios que, fugindo da regra de aumento das taxas de urbanização, mantiveram suas populações urbanas enquanto perdiam população rural. Como todas as mesorregiões possuem municípios que exercem 5 funções de pólo de atração sobre os demais, pode-se observar que apenas um ou dois municípios (Coelho Neto, na mesorregião Leste, e Icatu, na mesorregião Norte) apresentam aumento significativo de suas populações rurais.