REDE DE AVALIAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS DIRETORES PARTICIPATIVOS

Relatório Estadual de Avaliação dos Planos Diretores Participativos do Maranhão

Nome do pesquisador responsável: Frederico Lago Burnett E-mail e telefone de contato: [email protected] (98) 3227-8588/8846-2024 Estado: Maranhão Municípios analisados: Açailandia, Arame, , Balsas, , , Buriticupu, Carolina, Caxias, Coelho Neto, Colinas, Estreito, Icatu, , Itapecuru-Mirim, Pedreiras, Santa Inês, São João dos Patos, São José de Ribamar, São Luís, Timon, , Vargem Grande, Viana.

Estudo de Caso: São Luís.

I. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO O Estado do Maranhão, localizado na extremidade ocidental da Região Nordeste do Brasil, corresponde à área de transição entre o clima nordestino e o da região amazônica, possuindo cobertura vegetal que varia de florestas tropicais a caatingas e cerrados, em um território onde os rios maranhenses Mearim, Pindaré, Itapecuru e Munim e seus afluentes oferecem uma equilibrada e rica hidrografia. Conta com uma área de 331.983,293 km2 e sua população atual é de 6.118.995 (IBGE, 2007), uma densidade populacional de 18,43 hab./km², com 67% da população vivendo em áreas consideradas urbanas (4.099.726 habitantes) e 33% da população instalada em áreas rurais (2.019.268 habitantes).

Caracterização Socioeconômica do Estado. Dividido em 07 (sete) Mesorregiões – Norte, Metropolitana, Baixada e Litoral Ocidental, Centro Maranhense, Leste, Oeste e Sul – o Estado tem sua base econômica assentada na produção agrícola, no extrativismo e nos serviços e, secundariamente, em atividades industriais essencialmente aquelas subsidiárias da produção agropecuária. Exceção a este quadro, apenas São Luis, a capital, que sedia a planta industrial da Alumar e o Porto do Itaqui, tendo na produção de alumina e na exportação de commodities, principalmente o ferro de Carajás e a soja do sul.

Fazendo parte, desde os anos 80, do chamado “polígono dos solos ácidos”, juntamente com o Triângulo Mineiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, sul do Piauí e oeste da Bahia, o sul do Maranhão1 tem na soja seu principal produto que, simultaneamente às divisas da

1 Municípios maranhenses produtores de soja: , Alto Parnaíba, Amarante, , Balsas, Barra do Corda, , , Buriti, Carolina, , Colinas, Estreito, Feira Nova, Fernando Falcão, Formosa da Serra, Fortaleza dos Nogueira, Fortuna, Grajaú, Loreto, Magalhães de Almeida, , Milagres, Mirador, , , Riachão, Sambaíba, São Domingos, São Felix de Balsas, São Pedro dos Crentes, São

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exportação, tem contribuído para profundas modificações sócio-ambientais na região, que hoje já alcança a Mesorregião Leste do Estado, principalmente o município de Chapadinha.

Figura 1: Distribuição da soja no Brasil Fonte: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0212246_07_cap_02.pdf acesso em 11/06/2009

Apesar de lhe assegurar o 4º PIB no Nordeste – depois da Bahia, Pernambuco e Ceará -, esta situação não tem sido suficiente para inverter a composição do PIB do estado, que mantém o item serviços com grande preponderância sobre a indústria e a agropecuária. QUADRO I PARTICIPAÇÃO DO PIB % DO MARANHÃO EM RELAÇÃO AOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE E DO BRASIL 1997-2004

Raimundo, , . http://www2.dbd.puc- rio.br/pergamum/tesesabertas/0212246_07_cap_02.pdf acesso em 11/06/2009.

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QUADRO II ESTRUTURA DO PIB DO MARANHÃO SEGUNDO SETOR DE ATIVIDADES ECONÔMICA 2000-2004

O Nordeste perdeu participação na estrutura econômica nacional. O peso da região passou de 13,5% pela antiga metodologia para 13% na nova em 2002. Em 2005, a participação cedeu e ficou em 13,1%. As maiores economias da região, Pernambuco e Bahia, foram as que relativamente perderam mais espaço. Já nos Estados menores, nos quais o impacto das transferências de renda do governo são maiores, houve ganho sustentado especialmente pelo comércio. No Maranhão, o peso saltou de 0,8% para 1% do PIB só em razão de alterações

metodológicas. (Folha de São Paulo, 27 de Novembro de 2007). a) População urbana e rural (Contagem 2007 – IBGE)

No que diz respeito ao aspecto populacional, a tendência geral observada no Estado foi a de uma inversão, de 1991 para 2007, das taxas de urbanização que, de 40,01%, saltam para 67%. O

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crescimento foi maior no intervalo 1991-2000 (19,51% de incremento) do que de 2000 a 2007, com taxa de 7,38%, um fenômeno já observado por pesquisadores nacionais:

Essa tendência deu-se de forma diferenciada, seja entre os estados, seja entre os extratos de municípios; no caso dos Estados, destaca-se o caso do Maranhão que de estado absorvedor de migrantes (principalmente rurais) passou a ser expulsor de população rural em conseqüência do fechamento de sua fronteira de expansão agrícola (Targino, 2009).

Entre 1996 e 2000, 228.204 pessoas abandonaram as áreas rurais do estado, uma redução relativa da população rural de -9,1%, a maior do nordeste, fazendo o percentual de pop. rural passar de 48% para 40% http://www.pt.org.br/assessor/exodo.pdf acesso em 05 jun 2009.

QUADRO III

MARANHÃO - EVOLUÇÃO POPULAÇÃO URBANA E RURAL – 1991/2007 POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO TAXA ANO TOTAL URBANA RURAL URBANIZAÇÃO 1991 4.930.253 1.972.594 40,01% 2.957.659 59,99% 40,01% 2000 5.651.475 3.364.070 59,52% 2.287.405 40,48% 59,52% VARIAÇÃO 1991-2000 12,77% 41,37% 19,51 -22,27% -19,51 +19,51% 2000 5.651.475 3.364.070 59,52% 2.287.405 40,48% 59,52% 2007 6.118.995 4.099.726 67% 2.019.268 33% 67% VARIAÇÃO 2000-2007 7,65% +17,95% +7,48 -13,27% -7,48 +7,38 Fonte: IBGE b) Renda per Capita do Estado.

Um dos mais pobres Estados do país, tradicionalmente com os piores índices de desenvolvimento social, o Maranhão ocupa a 28ª posição quanto a Renda per Capita, R$ 2.636,93 em 2002, R$ 3.111,63 em 2003, avançando para R$ 4.627,90 em 2006. O estado ainda possui o maior percentual de domicílios urbanos (43%) com renda per capita de até meio salário mínimo, equivalente a R$ 232,50. QUADRO IV PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA BRASIL, NORDESTE E MARANHÃO – 2006 /2006 ABRANGÊNCIA PIB PER CAPITA EM R$ GEOGRÁFICA 2002 2003 2004 2005 2006 BRASIL 8.378,10 9.497,69 10.692,19 11.658,10 12.688,28 NORDESTE 3.890,86 4.355.28 4.898,99 5.498,83 6.029,47 MARANHÃO 2.636,93 3.111,63 3.587,90 4.150,95 4.627,90 Fonte: IBGE/IMESC

A distância entre os Estados continua grande. No DF, o PIB per capita é o triplo da média nacional -de R$ 11.658. O de SP é uma vez e meia a média. O do Rio, 1,4 vez. Na ponta oposta, os Estados com as mais baixas rendas per capita estão no Nordeste: Piauí (R$ 3.700), Maranhão (R$ 4.150) e Alagoas (R$ 4.687). A

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renda per capita no Piauí e no Maranhão corresponde a 0,3 vez a média nacional.

(FSP, 27 de Novembro de 2007). c) Breve avaliação da dinâmica urbana no estado, destacando municípios/regiões do Estado com crescimento urbano significativo e regiões/municípios que estão vivendo processos de esvaziamento econômico e demográfico.

Do ponto de vista dos movimentos migratórios, pode-se considerar que há um esgotamento da

capacidade receptora do Maranhão, com o estado em processo de diminuição desde a década de 1960, passa na década de 1970 a “expulsador líquido”, com saídas totalizando 344.000 entre 1980 a 1990, média anual 25% superior à da década anterior (Cano, 2008). Assim, os movimentos migratórios ocorridos mais recentemente no estado podem ser creditados ao acelerado processo de urbanização, pois as taxas de crescimento populacional nas cidades do Maranhão (Quadro III), parecem confirmar que os ganhos em habitantes urbanos corresponde exatamente às perdas de moradores do campo. Ainda do ponto de vista mais geral, isto sinaliza para a expansão e consolidação do agronegócio em vastas regiões do estado, empurrando, para as periferias urbanas,

muitos daqueles que, até algum tempo atrás, tinham na área rural trabalho e moradia. Como nem todas as regiões do estado possuem características climáticas e geológicas favoráveis à agropecuária, nem esta tem a necessária capacidade de se instalar em todas as áreas que lhe são adequadas, é possível observar espaços regionais que mantêm economias tradicionais ou mesmo estão à margem dos processos mais modernizados de produção agrária. Em tais regiões, é possível identificar municípios nos quais ocorre a permanência de baixas taxas de urbanização que, em alguns casos, são acompanhadas pelo êxodo rural, denunciando correntes migratórias internas dirigidas para regiões ou mesmo outros municípios que apresentam elevados índices de urbanização. Conforme se pode observar no Quadro XV - que expõe a evolução populacional urbana e rural dos municípios pesquisados no período 1980-2007 -, e com base na espacialização das atividades econômicas mais dinâmicas no Maranhão – caracterizadas pela ocupação extensiva do solo associada à mecanização com baixa ocupação de mão-de-obra – se depreende que não existem

regiões à margem desse processo migratório campo-cidade, pois em cada uma das mesorregiões em que está dividido o estado, é possível identificar municípios com ganhos de população urbana e perda de população rural. A exceção a este quadro está em pouquíssimos municípios que, fugindo da regra de aumento das taxas de urbanização, mantiveram suas populações urbanas enquanto perdiam população rural. Como todas as mesorregiões possuem municípios que exercem

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funções de pólo de atração sobre os demais, pode-se observar que apenas um ou dois municípios (Coelho Neto, na mesorregião Leste, e Icatu, na mesorregião Norte) apresentam aumento significativo de suas populações rurais. Pelo exposto e ainda que de maneira provisória – pois os dados levantados se referem ao universo dos municípios que tiveram seus Planos Diretores pesquisados -, pode-se considerar que as demandas por terra urbana, moradia e serviços públicos aumentaram consideravelmente em todas as mesorregiões maranhenses, fenômeno que ocorreu na maioria das cidades médias e pequenas, que apresentaram altas taxas de crescimento da população urbana, no período de 1980 a 2007, conforme o Quadro VX. d) tendências gerais da situação do acesso à moradia e serviços urbanos (destacar déficit habitacional e déficit de acesso aos serviços de saneamento ambiental)

Segundo a PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, o déficit habitacional relativo do Maranhão é o mais alto do país, com 38,1% (570.606 unidades). Índice que representa 14,6% do déficit brasileiro ou 570.606 unidades do total de 7, 964 milhões de residências em todo o país no ano de 2006. http://www3.fgv.br/ibrecps/CPS_infra/midia/kc086.pdf acesso em 06 jun 2009. A pesquisa sobre déficit habitacional no Brasil, realizada em 2005 pela Fundação João Pinheiro por encomenda do Ministério das Cidades, demonstra o quadro geral da questão no Maranhão, com posição de destaque na composição do déficit no Nordeste nos itens domicílios vagos, déficit habitacional na faixa de renda até 3 salários mínimos, domicílios urbanos duráveis com carência de infra-estrutura e no acesso aos serviços de energia elétrica, abastecimento de água, tratamento de esgoto e coleta de lixo, domicílios sem banheiros, conforme os Quadros V a X.

QUADRO V

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Fonte: Fundação João Pinheiro / Déficit Habitacional no Brasil 2005

QUADRO VI

Fonte: Fundação João Pinheiro / Déficit Habitacional no Brasil 2005

QUADRO VII

Fonte: Fundação João Pinheiro / Déficit Habitacional no Brasil 2005 QUADRO VIII

Fonte: Fundação João Pinheiro / Déficit Habitacional no Brasil 2005

QUADRO IX

Fonte: Fundação João Pinheiro / Déficit Habitacional no Brasil 2005

QUADRO X

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Fonte: Fundação João Pinheiro / Déficit Habitacional no Brasil 2005

Do ponto de vista da evolução do déficit habitacional no período 1991-2005, observa-se no Quadro XI que o ano de 2004 é aquele de mais alto valor absoluto da carência de moradia no estado (306.823 unidades). Mas do ponto de vista relativo, é o ano de 2000 que apresenta o maior percentual do déficit habitacional, alcançando 38,1% do total de domicílios no Maranhão, índice que cai para 26,5 em 2005. Ainda assim, o mais alto de todos os estados da federação e quase o dobro da carência do país, de 14,3%.

QUADRO XI

Fonte: Fundação João Pinheiro / Déficit Habitacional no Brasil 2005

Este quadro se agrava seriamente com os índices referentes à evolução da inadequação fundiária, adensamento excessivo, domicílios sem banheiro e carência de infra-estrutura, pois o Maranhão segue na contra-mão dos índices nacionais. Se, em 2000, havia 1,3% de inadequação fundiária no estado, ela salta para 4,3 em 2005, valor acompanhado pelos indicadores de adensamento excessivo que vão de 2,9% em 2000 para 4,8% em 2005, ambos mais altos que os números do Nordeste e do Brasil. Uma situação compartilhada pelos domicílios sem banheiro e ausência de serviços urbanos, ainda que a diferença em 2000 (mais do dobro em relação ao Nordeste e mais de quatro vezes em relação ao Brasil) tenha se reduzido significativamente, passando a apresentar taxas superior em 2 décimos ao índice da região e 70% acima do percentual nacional. . QUADRO XII

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Fonte: Fundação João Pinheiro / Déficit Habitacional no Brasil 2005

QUADRO XIII

Fonte: Fundação João Pinheiro / Déficit Habitacional no Brasil 2005 e) Quantidade de cidades acima de 20 mil e quantos elaboraram e/ou revisaram os Planos Diretores (destacando quantos ainda tramitando nas Câmaras de Vereadores). Atualmente, o Maranhão possui 83 (oitenta e três) municípios com população acima de 20.000 habitantes (IBGE, 2007). Considerando as taxas de crescimento da população no Estado, provavelmente fossem um pouco menos em 2005/2006, por ocasião dos prazos legais para elaboração/revisão dos Planos Diretores Participativos. Com relação ao número de municípios que elaboraram/revisaram seus Planos Diretores, não há uma informação precisa da situação atual. O levantamento do Ministério das Cidades, em parceria com o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA, realizado entre maio a outubro de 2006, identificou 73 municípios em processo de elaboração/revisão de seus Planos Diretores, dos quais 44 já tinham aprovados seus planos, 08 municípios tinham planos em desenvolvimento, 09 em processo de aprovação, 07 não responderam e 02 declararam não haver conseguido nenhum tipo de recurso financeiro para realização do Plano Diretor. A pesquisa conseguiu confirmar a

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conclusão de mais 04 municípios que tiveram seus Planos Diretores aprovados (Zé Doca, Grajaú, e Pinheiro). Não há informações sobre a quantidade de Planos Diretores ainda em desenvolvimento ou em tramitação nas Câmaras Municipais.

II. Síntese da Avaliação dos Planos Diretores dos Municípios Selecionados

A. Informações gerais dos municípios avaliados.

O critério adotado para seleção dos 24 (vinte e quatro) municípios maranhenses, que tiveram seus Planos Diretores Participativos analisados, foi definido na primeira oficina da Coordenação Estadual Ampliada da Rede de Avaliação e Capacitação para Implementação dos PDP (composição em anexo), realizada em 06 de Junho de 2008 e considerou: 1. Número de habitantes e sua classificação conforme os critérios definidos pela Coordenação Nacional: até 20.000 habitantes, de 20.000 a 50.000 habitantes, 50.000 a 100.000 habitantes, de 100.000 a 500.000 habitantes e acima de 500.000 habitantes; 2. Distribuição territorial e sua relação com as Mesorregiões do estado, objetivando abranger as diferentes realidades sócio- econômicas e ambientais do Maranhão; 3. Previsão de investimentos federais – PAC e FNHIS – a serem aplicados nos municípios. A partir de avaliação e eleição por parte dos representantes da Coordenação Estadual, a diversidade foi alcançada tanto pela distribuição territorial dos municípios, quanto pelas faixas populacionais, conforme o quadro abaixo:

QUADRO XIV DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS COM PLANOS DIRETORES ANALISADOS CONFORME FAIXA POPULACIONAL E MESORREGIÃO 20.000 50.000 100.000 ACIMA A 50.000 HAB A 100.000 HAB A 500.000 HAB DE 500.000 HAB MESORREGIÃO TOTAL

METROPOLITANA São Jose de São Luís 2 Ribamar Vargem Grande NORTE Barreirinhas Itapecuru-Mirim 4 Icatu BAIXADA E LITORAL Viana 1 OCIDENTAL Colinas

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LESTE S. J. dos Patos Timon 5 Coelho Neto Caxias Santa Inês OESTE Imperatriz 4 Buriticupu Açailandia Arame CENTRO Pedreiras Barra do Corda 5 Tuntum Bacabal Carolina SUL Estreito Balsas 3

TOTAL 12 6 5 1 24

a) população urbana e rural (Contagem 2007 – IBGE) e sua evolução nos últimos 20 anos.

Como já foi assinalado sobre a evolução da população do estado, observa-se no período analisado um significativo processo de urbanização nos municípios com Planos Diretores avaliados que, por sua distribuição no território maranhense, representam uma significativa amostragem da distribuição populacional recente na rede urbana maranhense. Os dados apontam para um fenômeno relacionado com os processos econômicos que vêem ocorrendo em diversos pontos do estado, provocando movimentos migratórios no sentido campo-cidade, nem sempre ocorrendo no interior do próprio município – caso de Arame, Carolina e Pedreiras, que praticamente mantêm o número de habitantes na área urbana e perdem população rural -, mas atingindo cidades vizinhas. A permanência do ritmo de taxas de urbanização em alguns municípios de distinto porte – como Caxias, Icatu, São João dos Patos - que se encontram fora dos vetores de expansão de investimentos privados no campo – soja, celulose e pecuária – confirma a hipótese de um deslocamento populacional incentivado por mudanças na estrutura fundiária rural e nas relações de produção principalmente nas áreas do cerrado maranhense. E que pode explicar o significativo aumento da população rural nos municípios de Icatu, São José de Ribamar e Coelho Neto. QUADRO XV EVOLUÇÃO POPULAÇÃO URBANA E RURAL NOS MUNICÍPIOS PESQUISADOS

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Fonte: IBGE Municípios criados depois de 1980: Açailandia, Arame, Buriticupu e Estreito.

MUNICIPIO POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL MESORREGIÃO POP. TOTAL / TX URB. 1980 2007 % 1980 2007 % METROPOLITANA SÃO LUIS 247.288 917.155 270 59.974 40.360 -32,7% 957.515 hab. / 95,80% S. JOSÉ RIBAMAR 18.765 52.699 180 13.555 78.680 480% 131.379 hab. / 40,1% 12.237 29.425 140 31.883 25.148 -21,2 54.573 hab. / 53,9% VARGEM GRANDE 8.834 23.169 162 24.539 20.059 -18,3 NORTE 43.338 hab./ 53,6% ICATU 1.632 5.715 250 13.596 18.717 37,6 24.432 hab. / 23,4% BARREIRINHAS 4.948 18.024 264 21.640 29.826 37,8 47.850 hab. / 37,7% BAIXADA E VIANA 9.756 26.038 166 33.726 21.428 -36,4 LIT. OCIDENTAL 47.466 hab./54,9% CAXIAS 84.331 108.542 28,7 47.014 34.655 -26,3 143.197 habitantes COELHO NETO 11.577 22.149 91 12.893 36.917 186,3 44.031 hab. / 83,8% LESTE COLINAS 7.711 22.742 194 23.654 12.950 -45,2 35.692 hab. / 63,7% S. JOÃO DOS PATOS 12.819 19.226 49,9 10.075 4.350 -56,8 23.576 hab. / 81,50% TIMON 55.541 127.396 129,3 18.858 16.937 -10,1 144.333 hab. / 88,3% AÇAILANDIA 46.195 73.386 58,8 17.431 23.648 35,6 97.034 hab. / 75,06% OESTE BURITICUPU 15.428 31.210 102 28.099 30.270 7,7 61.480 hab. / 50,76% IMPERATRIZ 111.619 217.192 94,6 108.460 12.479 -88,5 229.671 hab. / 94,6% SANTA INES 40.123 71.280 77,6 9.319 10.746 15,3 82.026 hab. / 86,9% ARAME 11.208 11.029 -1,6 22.715 16.200 -28,7 27.229 hab. / 40,50% CENTRO BACABAL 43.070 73.704 71,1 38.303 21.420 -44,0 MARANHENSE 95.124 hab. / 77,50% BARRA DO CORDA 20.657 46.861 126 56.015 31.857 -43,1 78.718 hab. / 59,50% PEDREIRAS 31.436 32.011 1,83 17.105 5.973 -65,0 37.984 hab. / 84,30% TUNTUM 9.421 17.603 86,8 25.278 20.291 -19,7 37.894 hab. / 46,50% BALSAS 13.548 66.263 389 10.152 12.582 23,9 78.845 hab. / 84,00% SUL CAROLINA 15.070 15.132 0,4 19.883 9.310 -53,1 24.442 hab. / 61,9% ESTREITO 11.571 18.728 61,8 7.084 7.762 9,5 26.490 hab. / 70,7%

b) renda per capita do município.

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QUADRO XVI RENDA PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS MESORREGIÃO MUNICIPIO R P CAPITA INDICEGINI % COMPOSIÇÃO PIB 2005 1991 2000 2000 AGR IND SERV IMPOST METROPOLITANA SÃO LUIS 189,50 252,10 0,65 0,2 22,8 60,9 17,2 S. J. RIBAMAR 83,30 129,60 0,62 5,9 14,2 71,1 ---- ITAPECURU MIRIM 55,60 75,40 0,55 23,1 12,2 59,4 ---- NORTE VARGEM GRANDE 39,70 51,60 0,51 37,7 7,7 52,3 ---- ICATU 33,26 49,25 0,62 36,8 8,0 53,9 --- BARREIRINHAS 38,00 60,80 0,64 27,3 9,7 61,0 2,4 BAIXADA LIT. OCID. VIANA 45,70 74,60 0,58 28,1 8,4 58,2 3,7 CAXIAS 72,20 104,0 0,62 3,6 31,3 49,8 15,3 COELHO NETO 77,00 85,30 0,56 14,1 21,5 57,7 ---- LESTE COLINAS 83,30 75,00 0,62 27,93 8,65 60,96 2,4 S. J. DOS PATOS 69,90 99,40 0,61 9,7 11,00 74,0 5,2 TIMON 79,40 104,20 0,53 3,3 14,5 72,8 ---- AÇAILANDIA 123,20 148,60 0,53 18,0 35,9 38,6 ---- OESTE BURITICUPU 68,20 105,00 0,63 34,9 9,2 53,0 2,8 IMPERATRIZ 140,00 193,10 0,61 1,5 12,7 73,6 ---- SANTA INES 90,50 125,20 0,59 19,9 5,8 72,6 ---- ARAME 50,00 65,20 0,55 40,3 7,7 50,3 7,7 BACABAL 78,40 101,50 0,59 11,8 10,0 70,5 7,7 CENTRO BARRA DO CORDA 50,10 97,10 0,64 25,6 9,2 59,4 ---- MARANHENSE PEDREIRAS 88,70 110,90 0,56 18,3 10,0 64,3 ---- TUNTUM 53,02 64,22 0,56 36,0 6,5 47,2 2,0 BALSAS 73,50 180,10 0,72 12,9 10,4 64,8 ---- SUL CAROLINA 72,20 115,00 0,65 26,34 8,48 60,26 4,93 ESTREITO 91,50 127,10 0,62 32,5 8,8 54,4 4,3

Fonte: PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

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c) déficit habitacional

AREA PERCENTUAL TOTAL MESORREGIÃO MUNICIPIO URBANA RURAL TOTAL DE DOMICILIOS METROPOLITANA SÃO LUIS 52.561 3.708 56.269 27,84% S. J. RIBAMAR 2.933 9.917 12.850 54,84% ITAPECURU-MIRIM 3.433 3.012 6.445 68,1% NORTE VARGEM GRANDE ------ICATU ------BARREIRINHAS ------BAIXADA LIT. OCID VIANA 2.029 3.714 5.743 51,14% CAXIAS 9.168 6.353 15.521 48,68% COELHO NETO 4.150 998 5.148 57,3% LESTE COLINAS 1.633 2.394 4.027 50,0% S. J. DOS PATOS ------TIMON 7.847 2.667 10.514 35,8% AÇAILANDIA 3.856 2.284 6.140 31,3% OESTE BURITICUPU 3.330 3.896 7.226 74,14% IMPERATRIZ 10.431 1.631 12.062 22,2% SANTA INES 6.170 1.022 7.192 47,93% ARAME ------BACABAL 5.583 3.069 8.652 40,90% CENTRO BARRA DO CORDA 2.577 4.797 7.373 43,20% MARANHENSE PEDREIRAS 2.262 1.106 3.368 35,83% TUNTUM ------BALSAS 1.977 1.113 3.090 23,59% SUL CAROLINA ------ESTREITO ------QUADRO XVII DEFICIT HABITACIONAL – URBANO E RURAL – 2000 Fonte: Déficit Habitacional Brasileiro – Fundação João Pinheiro

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c) déficit de acesso aos serviços de saneamento ambiental.

QUADRO XVIII DÉFICIT DE ACESSO AOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO AMBIENTAL MESORREGIÃO MUNICIPIO AGUA ENERGIA LIXO 1991 2000 1991 2000 1991 2000 METROPOLITANA SÃO LUIS 69,6 66,1 99,1 99,7 65,0 75,9 S. J. RIBAMAR 31,3 40,3 95,3 98,5 37,8 61,0 ITAPECURU MIRIM 20,7 24,6 63,2 83,5 2,4 38,3 NORTE VARGEM GRANDE 8,3 12,0 36,0 56,2 2,7 22,5 ICATU 8,2 3,6 14,3 53,7 0,0 16,8 BARREIRINHAS 8,4 17,9 26,6 54,7 0,0 50,4 BAIXADA / LIT. OCID. VIANA 9,0 23,6 42,8 69,7 0,0 42,3 CAXIAS 26,9 40,3 61,4 80,9 19,8 59,2 COELHO NETO 16,8 22,2 74,7 87,0 23,2 52,0 LESTE COLINAS 20,8 20,0 40,4 65,1 23,1 32,6 S. J. DOS PATOS 32,6 54,8 73,3 90,3 9,7 35,0 TIMON 32,2 53,9 80,2 90,7 21,8 57,3 AÇAILANDIA 26,8 40,4 80,6 94,6 27,0 74,5 OESTE BURITICUPU IMPERATRIZ 51,3 72,7 96,0 99,3 43,0 89,3 SANTA INES 57,5 62,3 90,7 98,2 60,0 81,5 ARAME 1.8 3.8 27.1 53.5 21.3 55.3 BACABAL 42,1 49,7 80,9 92,0 47,5 79,0 CENTRO MARANHENSE BARRA DO CORDA 18,0 29,7 51,2 73,0 27,4 69,0 PEDREIRAS 44,9 60,4 81,8 95,6 21,0 70,5 TUNTUM ------BALSAS 25,3 46,5 65,2 85,9 20,4 61,5 SUL CAROLINA 37,5 48,9 54,6 65,3 43,7 61,3 ESTREITO 36,2 51,0 55,0 74,4 4,5 75,4

Fonte: PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil * Somente domicílios urbano

Comentários sobre evolução populacional, renda per capita, déficit habitacional e acesso a saneamento nos municípios avaliados A análise dos dados relativos à evolução populacional, renda per capita, déficit habitacional e de acesso aos serviços de saneamento ambiental nos municípios avaliados apontam para um quadro de amplas carências urbanas, presente em todas as mesorregiões maranhenses. Ao lado do vertiginoso crescimento da população urbana – quase sempre associado ao esvaziamento do campo, mas também de uns poucos municípios que perderam moradores rurais sem ganhar nas cidades (como Arame, São João dos Patos e Carolina) – podemos identificar nas estatísticas

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referentes ao acesso à moradia e ao saneamento, as condições em que tais cidadãos são inseridos na vida urbana.

CLASSIFICAÇÃO DOS MUNICIPIOS AVALIADOS SEGUNDO TIPOLOGIA DO PLANHAB E - Aglomerados e centros regionais N e NE, isto é, municípios com baixo estoque de riqueza, porém com grande importância regional. São cidades pólo em regiões menos urbanizadas, e situadas em microrregiões de menor dinamismo; H - Centros urbanos em espaços rurais com elevada desigualdade e pobreza. Este grupo é composto por municípios que se destacam pelos níveis mais elevados de pobreza, maior número de domicílios sem banheiro, e alto déficit habitacional relativo. Estão situados principalmente no Norte e Nordeste, em regiões de pobreza e estagnação, ou frágil dinamismo, ainda insuficiente MESORREGIÃO MUNICIPIO TIPOLOGIA PLANHAB METROPOLITANA SÃO LUIS TIPO E S. J. RIBAMAR TIPO E ITAPECURU-MIRIM TIPO H NORTE VARGEM GRANDE TIPO H ICATU TIPO H BARREIRINHAS TIPO H BAIXADA E LITORAL OCIDENT. VIANA TIPO H CAXIAS TIPO E COELHO NETO TIPO H LESTE COLINAS TIPO H S. J. DOS PATOS TIPO H TIMON TIPO E AÇAILANDIA TIPO H OESTE BURITICUPU TIPO H IMPERATRIZ TIPO E SANTA INES TIPO H ARAME TIPO H BACABAL TIPO H CENTRO MARANHENSE BARRA DO CORDA TIPO H PEDREIRAS TIPO H TUNTUM TIPO H BALSAS TIPO H SUL CAROLINA TIPO H ESTREITO TIPO H para impactar dinâmicas urbanas, ou mesmo para gerar melhores condições de vida para seus moradores. QUADRO XIX TIPOLOGIA DOS MUNICIPIOS COM PLANOS DIRETORES AVALIADOS

Fonte: http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/secretaria-de- habitacao/planhab/biblioteca/Tipologia%20de%20Municipios%20 -%20PlanHab.pdf/view

16 AVALIAÇÃO DOS PLANOS DIRETORES PARTICIPATIVOS DO MARANHÃO

(i) Os planos apresentam estratégias econômica/sócio-territorial para o desenvolvimento dos municípios? Quais são os elementos centrais dessas estratégias? Caso não apresente uma estratégia de desenvolvimento econômico/sócio/territorial, qual é o sentido dos planos avaliados? Ainda que alguns Planos Diretores enunciem aspectos próprios relativos à situação geográfica, econômica e social do município e sua relação com determinadas formas dominantes de produção local ou de municípios próximos – como é o caso dos Planos Diretores de São José de Ribamar, Balsas, Bacabal, Carolina, Barreirinhas, que relacionam objetivos econômicos, sociais e territoriais próprios em suas diretrizes e objetivos, não há um rebatimento de tais premissas no conteúdo dos planos avaliados. Divididos em econômicos, sociais e físico-territoriais - presentes nos Planos Diretores de S. J. Ribamar, Balsas, Tuntum, Carolina, Coelho Neto, Vargem Grande, Estreito, Barreirinhas, Caxias, Arame, Bacabal, S. J. Patos, Buriticupu, Barra do Corda - muitos dos objetivos propostos extrapolam os limites de competência do Plano Diretor que, amparado em legislação de uso, ocupação e parcelamento do solo, tem seus alcances efetivos nos marcos da ordenação territorial do município.

(ii) Os planos definem prioridades de investimentos, relacionando-as ao ciclo de elaboração orçamentária subseqüente? Mesmo naqueles casos em que o Plano Diretor relaciona frentes de investimentos – sempre de maneira genérica, como política agrícola, fortalecimento de pólo turístico etc. -, apenas 1/3, ou 8 dos 24 planos diretores avaliados, fazem referência às peças orçamentárias municipais, mas sempre no sentido que estas deverão ser revisadas com vistas a observar as disposições do PD – caso de

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Arame, Colinas, São Jose de Ribamar, Viana – alguns determinando prazos para isso, como o PD de Tuntum, que estipula em 4 meses para tal revisão.

(iii) Os planos diretores estão orientando os investimentos do PAC ou outros relevantes para as cidades consideradas? Os Planos Diretores avaliados tiveram sua aprovação entre 2002 e o segundo semestre de 2006, quando ainda não havia sido sequer lançado o Plano de Aceleração do Crescimento, PAC (de início de 2007) ou ainda que tivessem se candidatado para captar recursos dos programas habitacionais de baixa renda do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, FNHIS. Esta talvez seja a razão por não encontrar, em nenhum dos planos, qualquer referência concreta a tais investimentos, apesar de muitas das leis determinarem a necessidade de articulação com programas dos governos federal e estadual. Dos 24 municípios que tiveram seus Planos Diretores avaliados, apenas Carolina, Colinas, Estreito e São João dos Patos não têm previsto o recebimento de investimentos federais para saneamento e habitação. Destes, Estreito é objeto de investimentos do PAC em infra-estrutura, a construção da Usina Hidrelétrica com obras no valor de R$ 3,3 bilhões e potência instalada de 1.087 MW, executada através do consórcio Estreito Energia

- formado pelas empresas Vale, Alcoa, Tractebel e Camargo Correa.

B. Acesso à terra urbanizada a) em que medida os planos incorporaram as diretrizes do Estatuto da Cidade, no que diz respeito aos seguintes aspectos:

Diretrizes para o cumprimento da função social da propriedade. A referência à função social da propriedade está presente, de diferentes maneiras, em todos os Planos Diretores avaliados. Relacionadas com exigências fundamentais da coletividade ( S. J. Ribamar), com a utilização racional da infra-estrutura urbana, do acesso à moradia (Itapecuru Mirim, Santa Inês, Timon), com a justa distribuição de custos e benefícios originados em investimentos públicos (Tuntum), ou ainda definidas como indispensáveis ao bem

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estar dos habitantes (Carolina, Viana, Buriticupu) e mesmo relacionada ao controle do uso e da ocupação do solo (Arame, Icatu, Barra do Corda) e à produção de moradias (S. J. Patos) e de obras e serviços (Barreirinhas). Esta constatação pode indicar a absorção, pelos processos de elaboração/revisão dos Planos Diretores, dos princípios do Estatuto da Cidade. Entretanto, ao compararmos tais enunciados com o restante da lei, não há prioridade nem mesmo um peso ou presença maior do cumprimento da função social da propriedade no conteúdo e no sentido assumido pelos Planos Diretores. Ao longo de todos os documentos legais, aspectos como racionalidade do uso do território e aproveitamento de potencialidades para o desenvolvimento assumem a primazia e a questão social volta a aparecer quase que unicamente em temas como habitação e participação popular; No que corresponde às políticas setoriais como saneamento, meio ambiente e mobilidade, o discurso técnico predomina sobre a realidade apontada nos índices sociais como acesso a habitação, serviços públicos e mesmo renda.

Garantia do direito à terra urbana e moradia. Como assinalamos acima, a questão da moradia é um tema no qual o discurso do PD tende a reforçar determinados aspectos estreitamente relacionados com o Estatuto da Cidade. As diretrizes sociais variam das mais genéricas – que declaram direito à terra urbana e à moradia (Coelho Neto, Colinas, Icatu) – àquelas que assumem um sentido programático como construção de habitações de interesse social em áreas próximas de regiões já atendidas por infra-estrutura, programas de erradicação de sub-moradias (S. J. Ribamar), reserva de terras para ordenação do território (Balsas) ou que parecem apontar para auto- aplicabilidade quando determinam percentuais de 35% para habitação popular em novos loteamentos, chegando a definir 61% da área urbana para moradia popular (Estreito).

Gestão democrática por meio da participação popular. São variados os níveis e as formas de participação popular que foram incluídas

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como diretrizes dos Planos avaliados, demonstrando a absorção de premissas democráticas no processo de planejamento e gestão urbana. Mas há uma clara distinção nas formas que os procedimentos participativos foram incluídos na lei, ocorrendo casos em que a legislação propõe melhoria e transparência nos sistemas de informação do município, defendendo a criação ou manutenção de Conselhos de participação da sociedade civil de composição paritária, porém regulamentados após a aprovação do Plano Diretor, através de lei específica (S. J. Ribamar, Balsas), dando prazo para sua regulamentação (Colinas, Açailandia), fragmentando sua atuação nas várias políticas setoriais (Imperatriz), limitando a algumas como de habitação (S. J. Ribamar), do meio ambiente (Açailandia) e mesmo de desenvolvimento urbano (Bacabal, S. J. Ribamar).

Ordenação e controle do uso e ocupação do solo de modo a evitar a retenção especulativa de terrenos. Com exceção do Plano Diretor de Caxias, que não tratou de instrumentos para ordenação e controle do uso e da ocupação do solo, todos os demais Planos Diretores adotaram, na política urbana, variadas medidas com o objetivo de coibir a especulação imobiliária, expressa na retenção de imóveis para proveito privado. IPTU progressivo no tempo, Parcelamento, edificação e utilização compulsórios, Desapropriação com pagamento através de títulos da dívida pública foram os instrumentos mais utilizados pela maioria dos Planos avaliados. Além destes, propostas de criação de ZEIS também estão presentes nos Planos Diretores de Pedreiras, Tuntum, Itapecuru Mirim, São Luis e Barra do Corda e as Operações urbanas foram incluídas na legislação de Carolina e Vargem Grande.

Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização. Diretrizes relacionadas a objetivos de equilibrar desigualdades espaciais existentes nas cidades, através de procedimentos que visam compensar efeitos positivos e negativos sobre diferentes porções do território urbano, foram incorporadas de maneira limitada nos Planos Diretores avaliados. Tanto

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encontramos legislações que não trataram do tema – Barreirinhas, Carolina, Caxias, Estreito, S. J. Ribamar e Tuntum –– como aquelas que ampliam as possibilidades de intervenção com a Outorga Onerosa do Direito de Construir – Imperatriz, Timon, São Luis – ou utilizam os Consórcios Imobiliários e as Operações Consorciadas, caso de Bacabal e Viana, ou mesmo o PD de Vargem Grande, que propõe taxas e tarifas diferenciadas por zonas urbanas e grupos sociais, diferenciados por renda e conforme os serviços públicos oferecidos.

Recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos. Poucos são os Planos Diretores avaliados que se referem à recuperação de investimentos públicos que resultaram em valorização de determinadas regiões da cidade. Colocado pela legislação de S. J. Ribamar como um dos objetivos administrativos, a participação do poder público na valorização imobiliária (Artigo 11, Inciso V) se combina com o Artigo 106, que sugere aplicação preferencial em programas habitacionais para baixa renda. A contribuição de melhoria - presente nos Planos Diretores de Balsas, Pedreiras, Vargem Grande, Imperatriz, São Luis, Arame, Bacabal -, as taxas de urbanização – Vargem Grande – e os incentivos e benefícios fiscais – Bacabal, Viana – e a contribuição urbanística e as taxas de urbanização, utilizada em São João dos Patos.

Regularização Fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda. A totalidade dos Planos Diretores avaliados inclui, em suas diretrizes, referências aos instrumentos de Regularização Fundiária e Urbanização de áreas de moradia de população de baixa renda. Aqui também podemos encontrar afirmações relativas à prioridade da população de baixa renda nas ações de legalização e dotação de equipamentos sociais (Balsas), estímulo à permanência das populações nas áreas regularizadas ou beneficiadas com investimentos públicos (Itapecuru Mirim) ou reserva de terras para utilização pública e permissão de lotes menores que os determinados pela Lei de Zoneamento,

21 Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Urbano (S. J. Ribamar). Os principais instrumentos incluídos nos Planos Diretores foram as Zonas Especiais de Interesse Social (S. J. Ribamar, Tuntum, Estreito, Bacabal, Pedreiras, Itapecuru Mirim, São Luís, Viana, Barra do Corda), bem como a Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia (Icatu, São João dos Patos, Bacabal, Arame, Imperatriz, Colinas Vargem Grande, Coelho Neto). b) Zoneamento e Controle do Uso e Ocupação do Solo: Qual o significado do zoneamento propostos nos planos avaliados sob o ponto de vista do acesso à terra urbanizada? Atenção: incluir as ZEIS nesta análise, porém não restringir a avaliação apenas às ZEIS, caso existam zonas do macrozoneamento que permitam, pelas características e parâmetros de uso e ocupação do solo, a produção de moradia popular. Apenas os Planos Diretores de Estreito, Buriticupu e Barreirinhas – entre aqueles nas quais foi possível avaliar a Lei de Zoneamento, seja porque já estavam regulamentadas, seja porque estavam apensadas ao PD – assumem uma posição favorável aos espaços urbanos destinados às classes populares. Esta posição é mais clara no Plano Diretor de Estreito, que registra ZEIS cheias e vazias e determina, em seu Artigo 18, Inciso IV, que nos novos loteamentos, do percentual de 35% destinado a uso público, uma parcela seja reservada à habitação de interesse social. Nos Planos Diretores de Barreirinhas e Buriticupu, conforme as características definidas para as Zonas Residenciais, é possível identificar taxas de 58% e 60% do território, respectivamente, destinado para moradia popular. No Plano Diretor de São Luís, em que bairros populares e ocupações consolidadas de baixa renda foram classificados com Macrozonas de Qualificação e onde, quando da elaboração e determinação da Lei de Uso, Parcelamento e Ocupação do Solo Urbano, serão determinados os limites precisos e as condições de aplicação dos instrumentos arrolados, temos também uma significativa parcela do perímetro urbano reconhecido como moradia das camadas de média-baixa e baixa renda. Entretanto, como já foi comentado, a grande maioria dos Planos Diretores ou determina que a elaboração da Lei de Zoneamento, Parcelamento, Uso e Ocupação

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do Solo seja iniciada após a aprovação do Plano Diretor ou, quando aquela legislação é referenciada no PD, não foi possível encontrá-la. c) Instrumentos de Política Fundiária: em que medida os planos incorporaram as diretrizes do Estatuto da Cidade, no que diz respeito aos instrumentos de política fundiária?

Com exceção do Plano Diretor de Buriticupu, que se resume à criação das Zonas Especiais de Interesse Social, ZEIS, e Caxias, que determina sua demarcação quando da elaboração da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, todos as demais legislações incluíram vários dos instrumentos de política fundiária do Estatuto da Cidade. Parcelamento, edificação ou utilização compulsória, IPTU progressivo no tempo, Desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública, Direito de preempção, Outorga onerosa do direito de construir e Operação urbana consorciada são os instrumentos que, com maior freqüência, foram incluídos nos Planos Diretores avaliados.

C. Acesso aos serviços e equipamentos urbanos, com ênfase no acesso à habitação, ao saneamento ambiental e ao transporte e à mobilidade.

C.I – O Plano Diretor e a Integração das Políticas Urbanas: em que medida os planos diretores incorporaram uma abordagem integrada das políticas urbanas, através da adoção de diretrizes, políticas e instrumentos concretos visando esse objetivo?

A questão da integração das Políticas Urbanas tem diferentes abordagens e proposições nos Planos Diretores avaliados. As referências à necessidade de integrar ações estruturadas de maneira fragmentada no interior da administração municipal e mesmo em suas relações com as instâncias estadual e federal, perpassam significativa parcela dos Planos avaliados, tendo como eixo principalmente a Política Habitacional, caso das legislações de Tuntum, Balsas, Coelho Neto, Colinas, Itapecuru Mirim, Imperatriz, Timon (especialmente quanto aos programas de saneamento), Barreirinhas (articulação da política habitacional nas instâncias federal, estadual e municipal), Bacabal e Viana. No

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Plano Diretor de Arame, a proposta é a articulação de todas as esferas governamentais relativas às políticas de transporte, saneamento ambiental, equipamentos urbanos, serviços públicos e desenvolvimento econômico; e, na legislação de S. J. dos Patos, fica previsto que os instrumentos complementares do PD contemplem planos regionais, planos setoriais e um sistema de avaliação e desempenho. Estas diretrizes se consubstanciam, em alguns casos, em Conselhos marcadamente orientados para a articulação das políticas como os de Desenvolvimento Urbano e de Desenvolvimento Econômico e Turismo (S. J. Ribamar), de Política Urbana de Tuntum, de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (Barra do Corda), de Desenvolvimento Urbano (Bacabal).

C.II – O Plano Diretor e a Política de Habitação.

1. Se os planos diretores definiram estratégias de aumento da oferta de moradias na cidade pela intervenção regulatória, urbanística e fiscal na dinâmica de uso e ocupação do solo urbano.

São reduzidas as propostas que apresentam estratégias para aumento da oferta de moradia na legislação urbanística avaliada. O Plano Diretor de Balsas – que propõe a participação da iniciativa privada na produção de HIS em espaços vazios -, de Tuntum – ao determinar o uso de terrenos públicos e o aproveitamento de áreas com infra-estrutura -, de Colinas e Itapecuru Mirim – que contêm propostas para elaboração de Planos de Reasssentamento de populações -, de Bacabal – reforçando a emissão pelo município de certificados de potencial adicional de construção para aquisição de terrenos e construção de HIS – e Icatu – que reconhece a autoconstrução como último recurso a ser utilizado pelo poder público municipal diante da inviabilidade da adoção de outros mecanismos para ampliar a oferta de habitação popular,

2. Se os planos diretores definiram instrumentos específicos visando a produção de moradia popular e se definiram instrumentos específico voltado para cooperativas populares.

24 Este talvez seja o quesito de menor alcance nos Planos Diretores avaliados, pois nada mais do que 20 dos 24 planos avaliados não fazem nenhuma referência a instrumentos específicos voltados para a produção de moradia popular. Apenas os Planos Diretores de Balsas – que propõe assessoria técnica, jurídica, social e urbanística gratuita aos movimentos sociais –, São Luís – que apresenta uso de terrenos públicos, agilidade na regularização e incentivo à moradia na área central da cidade – e Estreito – que determina reserva para habitação popular em loteamentos privados – podem ser classificados como aqueles que buscam instrumentalizar o poder público com mecanismos capazes de fazer frente ao significativo déficit habitacional e precárias condições de vida das populações de baixa renda.

3. Se os planos diretores instituíram programas específicos voltados para a moradia popular (urbanização de favelas, regularização de loteamentos, etc.) Dos 24 Planos Diretores avaliados, nenhum instituiu programas específicos para regularização física e jurídica de áreas de moradia popular, apesar de a quase totalidade das legislações apresentarem como objetivo e diretrizes prioridade para a legalização de ocupações (Balsas), incentivo à urbanização de áreas ocupadas por famílias de baixa renda (Carolina) e, como instrumentos para tal fim, listarem a Concessão de uso especial para fins de moradia (Coelho Neto, Colinas, Imperatriz, Arame, Bacabal, S. J. Patos e Icatu).

4. Em que medida os planos incorporaram as diretrizes do Estatuto da Cidade, no que diz respeito à política de habitação? Verificar, em especial, (i) a instituição de ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, inclusive em áreas vazias; (ii) a demarcação de áreas dotadas de infra-estrutura, inclusive em centrais, para fins de habitação popular; (iii) o estabelecimento de parâmetros de uso e ocupação do solo condizentes com os princípios da função social da propriedade; (iv) a outorga onerosa do direito de construir; (v) o parcelamento compulsório e o IPTU progressivo – e sua relação com a política de habitação definida no plano diretor, observando a aplicação desses instrumentos em áreas definidas, seus objetivos e o estabelecimento de prazos.

25 Apenas seis Planos Diretores – Balsas, Carolina, Coelho Neto e Barra do Corda, Santa Inês, S. J. Patos – não instituíram as Zonas Especiais de Interesse Social em suas legislações. Arame, Tuntum, Bacabal determinam tanto ZEIS cheias quanto vazias – o que implica em se referir a áreas dotadas de infra-estrutura -, enquanto os demais Planos Diretores estabelecem apenas aquelas áreas com ocupação consolidada. Com relação aos demais instrumentos, a maioria dos planos determinou Parcelamento, edificação ou utilização compulsória, Transferência do direito de construir, Desapropriação com Pagamento em títulos da dívida pública, IPTU progressivo no tempo, Direito de preempção

5. Se os planos diretores incorporaram o uso de outros instrumentos voltados para a política habitacional tais como consórcios imobiliários, operações interligadas com destinação de recursos para o Fundo de Habitação, etc. Dezesseis, dos 24 Planos avaliados, não incluíram instrumentos como Consórcios Imobiliários e Operações Interligadas. Dos restantes, Tuntum, Itapecuru Mirim, Bacabal, São João dos Patos e Icatu se referem a tais instrumentos, mas cabe destacar as legislações de Balsas – que determina a criação do Fundo Municipal de Habitação, a ser regulamentado por lei específica – e Timon – que também cria o Fundo, porém sem definir gestor, origem e destino dos recursos.

6. Se os planos diretores definiram objetivos, diretrizes e prazos para a elaboração dos planos municipais de habitação. Quatorze, dos 24 Planos Diretores avaliados, não abordaram a definição de objetivos, diretrizes e prazos para elaboração de Planos Municipais de Habitação, PMH. Para os demais, o PD de Balsas define como ação estratégica da Política Habitacional tanto o diagnóstico das condições de moradia do município como a elaboração do PMH; Coelho Neto entrega ao Conselho da Cidade a definição de suas diretrizes e as legislações de Arame e Bacabal determinam prazos de 18 e 5 meses, respectivamente, para preparação do PMH.

26 7. Se os planos instituíram fundo específico de habitação de interesse social, ou de fundo de desenvolvimento urbano (desde que também seja destinado à habitação), e suas fontes de recursos. Quatorze Planos Diretores avaliados não abordaram a questão da criação de fundos específicos para HIS. Quatro legislações possuem diretrizes para outros fundos, como de Desenvolvimento Urbano, de Habitação e de PREZEIS (Bacabal), de Urbanização (Viana), de Promoção do Desenvolvimento (S. J. Patos) e de financiamento de programas habitacionais (Arame). O PD de S. J. Ribamar determina, em seus artigos 23 e 24, que todos os instrumentos de caráter tributário e financeiro serão fundos municipais contábeis, a serem criados por lei específica e regulamentados após a aprovação deste Plano. Todos os demais o fazem relacionando-os explicitamente ao Fundo Municipal de Habitação, porém se limitam a determinar sua instituição por lei específica, sem definir fonte de recursos e prazos para sua elaboração ou aprovação.

8. Se existem nos planos analisados definições relativas ao orçamento municipal (PPA, LDO e LOA), como tornar obrigatório a existência de um Programa de Habitação a ser contemplado nos instrumentos orçamentários PPA,LDO e LOA ou a determinação de prioridades de investimentos, a definição de obras e investimentos concretos na área habitacional, por exemplo. Em todos os Planos Diretores avaliados, a referência ao orçamento municipal é genérica – PD como parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual incorporarem as diretrizes e prioridades nele contidas, ainda que se possa registrar o caso excepcional de Bacabal, que determina prioridade de obras de HIS na aplicação do orçamento municipal.

9. Se foram adotados critérios de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas. Nenhum dos Planos Diretores avaliados adota critério de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas relacionadas com a política habitacional.

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10. O grau de auto-aplicabilidade das definições estabelecidas na política habitacional dos planos analisados. Mesmo nos Planos Diretores que incluíram instrumentos voltados para o incentivo de produção de HIS ou determinaram a criação de fundos de habitação social, a aplicabilidade fica dependente de ações posteriores ao PD, seja em função da posição de Conselhos, seja pela elaboração de lei específica que irá determinar como, onde e quando poderão ser aplicados os instrumentos incluídos na legislação. Deste modo, não há nenhum grau de aplicabilidade nas definições estabelecidas pela política habitacional dos Planos Diretores avaliados.

11. Se foram adotados, nos planos analisados, instrumentos e mecanismos de controle social na política de habitação. Quatorze, do total dos Planos Diretores avaliados, não se referem a qualquer tipo de instrumento e mecanismo de controle social na política de habitação. Nos demais, as proposições variam de determinações vagas – que propõem manter agendas dinâmicas de reuniões, encontros e debates sobre o tema (Coelho Neto), criação de mecanismos de participação dos agentes envolvidos (Tuntum) ou entregam tal controle exclusivamente ao poder público (Arame e S. J. Patos). A proposta de criação de Conselhos Municipais de Habitação fica prevista nas demais legislações, que não define composição nem prazo para isso e, no Plano Diretor de São Luis, as atribuições serão assumidas pelas Câmaras Técnicas do Conselho da Cidade.

C.III – O Plano Diretor e a Política de Saneamento Ambiental.

1. Se os planos diretores analisados definiram objetivos e estabeleceram metas concretas para a política de saneamento. Verificar se os PDs apresentam definições sobre a titularidade municipal do serviço ou sobre o papel do município na gestão dos serviços, se traz alguma indicação de privatização dos mesmos, ou ainda se traz alguma informação relativa ao contrato com a prestadora de serviços. Apenas os Planos Diretores de Coelho Neto e de São Luís vetam a concessão total ou parcial dos serviços de saneamento à iniciativa privada, enquanto dezesseis

28 legislações não abordam o tema da titularidade ou da privatização dos serviços e os demais confirmam a concessão à Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão, CAEMA, com exceção de Bacabal que determina que o Serviço Autônomo de Águas e Esgotos – SAAE, em conjunto com o Poder Executivo e a sociedade, através de meios de gestão democrática, buscará a implementação de políticas de saneamento de forma unificada. Com relação a metas concretas, o PD de Colinas determina o prazo de 20 anos para eliminar o contato da população com esgotos domésticos e industriais.

2. Se os planos diretores definiram instrumentos específicos visando a universalização do acesso aos serviços de saneamento ambiental. Apesar de referências à universalização do acesso aos serviços de saneamento ambiental (Tuntum, Vargem Grande, Coelho Neto, Estreito, Caxias, Açailandia, Bacabal e Buriticupu) e mesmo de criação de tarifa social para população carente (S. J. Patos), nenhum dos Planos Diretores definiu instrumentos específicos para tal fim.

3. Em que medida os planos incorporaram as diretrizes do Estatuto da Cidade, no que diz respeito à política de saneamento ambiental – em especial, (i) a instituição de ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, inclusive em áreas vazias; (ii) a demarcação de áreas dotadas de infra-estrutura, inclusive em centrais, para fins de habitação popular; (iii) o estabelecimento de parâmetros de uso e ocupação do solo condizentes com os princípios da função social da propriedade; (iv) a outorga onerosa do direito de construir; (v) o parcelamento compulsório e o IPTU progressivo – e sua relação com a política de saneamento ambiental. Apenas os Planos Diretores de Tuntum e Arame determinam uma relação entre a política de saneamento e as áreas de moradia popular; o primeiro, dando prioridade a programas e projetos para ampliar o saneamento de tais bairros e, o segundo, reconhecendo a especificidade de projetos de saneamento para áreas classificadas como ZEIS.

29 4. Se os planos diretores analisados definem objetivos, diretrizes e o estabelecimento de prazos para a elaboração dos planos municipais de saneamento ambiental. Treze, do total de 24 Planos Diretores avaliados, não abordam o saneamento enquanto uma política setorial separada da política do meio ambiente. Os demais apresentam como objetivos, diretrizes e prazos, desenvolvimento e aplicação de tecnologias alternativas e condicionar adensamento à oferta de infra-estrutura (Tuntum), a universalização do acesso aos serviços básicos de saneamento (Vargem Grande), elaboração do plano diretor de saneamento até dezembro de 2008 (Caxias), elaborar o plano de gestão de saneamento ambiental integrado no prazo de 18 meses após aprovação do PD (Arame), a elaboração do Plano Setorial de Resíduos Sólidos, com o objetivo de implantação de aterros sanitários e de resíduos inertes de construção civil(Itapecuru Mirim)e o PD de Timon que propõe os programas Abastecimento

d’água, Esgotamento Sanitário, Coleta e Destinação final de Resíduos Sólidos.

5. Se os planos diretores instituíram fundo específico de saneamento ambiental, ou de fundo de desenvolvimento urbano (desde que também seja destinado ao saneamento ambiental), e suas fontes de recursos. Do total de 24 Planos Diretores avaliados, apenas dois fazem referência a um fundo relacionado diretamente com o saneamento, São Luís – que não define objetivos, recursos ou diretrizes – e S. J. Patos, que cria o Fundo Municipal de Saúde. O artigo 153 do PD de Bacabal determina que os recursos financeiros advindos da outorga onerosa do direito de construir constituirão a receita do Fundo do PREZEIS e do Fundo de Habitação que, conforme o parágrafo único, deverão ser aplicados prioritariamente e mediante percentuais equivalentes em obras de HIS e saneamento ambiental nas Zonas de Ambiente Construído, independente da zona em que estejam.

6. Se foram adotadas definições relativas ao orçamento municipal (PPA, LDO e LOA), como a determinação de prioridades de investimentos, ou a definição de obras e investimentos concretos na área de saneamento ambiental, por exemplo.

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Apenas no Plano Diretor de Bacabal, há referência ao orçamento municipal e a política de saneamento, ao determinar que as obras de saneamento nas Zonas de Ambiente Construído terão prioridade na aplicação dos recursos do orçamento.

7. Se foram adotados critérios de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas. Não há qualquer referência, em nenhum dos Planos Diretores avaliados, a critérios de gênero, etnia/raça ou de políticas afirmativas.

8. O grau de auto-aplicabilidade das definições estabelecidas na política de saneamento ambiental. Não há auto-aplicabilidade nas definições estabelecidas em relação à política de saneamento nos Planos Diretores avaliados, pois todos remetem a ações para legislação específica, para decisões de conselhos, elaboração de diagnósticos municipais ou revisão das peças orçamentárias.

9. Se foram adotadas políticas de extensão da rede de serviços de saneamento ambiental na expansão urbana. A política de extensão da rede de serviços de saneamento não foi considerada por vinte e dois dos Planos Diretores avaliados e extrapola os limites de objetivos e diretrizes em apenas duas das legislações analisadas: Viana (promover a criação de rede de esgotamento sanitário para atendimento universal de toda população, inclusive nos novos loteamentos, sítios e povoados) e S. J. Ribamar, no artigo 65, incisos X - Propiciar a captação, tratamento e distribuição de água para toda a população da sede e dos principais povoados - e inciso XI, Desenvolver solução para coleta, tratamento e destino final de esgoto e drenagem para toda a população da sede e os

principais povoados.

10. Se foram adotados instrumentos e mecanismos de controle social na política de saneamento ambiental.

Quatro, dos vinte e quatro Planos Diretores avaliados, incluem variados níveis de controle social para a política ambiental dos municípios. S. J. Ribamar, que propõe o acompanhamento, de forma conjunta, por agentes privados, entidades não governamentais e órgãos públicos federais, estaduais e municipais dos Planos de Saneamento, que devera ser regulamentado por norma

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específica; Bacabal, onde deverão ser implantados mecanismos de controle social sobre todos os serviços prestados no âmbito do Saneamento Ambiental Integrado; Arame, que se propõe a estimular a gestão compartilhada e o controle social do sistema de limpeza pública; São Luís que determina a participação social nos processos relacionados com a política de saneamento ambiental e Barreirinhas, com a proposta de criação de Conselhos de Participação da sociedade

civil em todos os setores administrativos em todas as regiões do município.

D. O Plano Diretor e a Política de Mobilidade e Transporte.

1. Se os planos diretores analisados definiram objetivos e estabeleceram metas concretas, com ênfase na inclusão social, para a política de mobilidade e transportes. Identificar em especial a adoção de políticas ou diretrizes relativa às tarifas. As metas incluídas nos Planos Diretores avaliados são genéricas e abordam de maneira ampla a questão, aí incluindo escoamento da produção (Imperatriz), a segurança de passageiros (Viana), incentivo a transportes não poluentes (Bacabal), relação área urbana e rural (Carolina, Coelho Neto, Imperatriz, S. J. Patos), valorização do interesse público sobre o individual (Barreirinhas). Com relação a tarifas, apenas as legislações de Barreirinhas, Bacabal, Viana e S. J. Patos.

2. Se os planos definiram instrumentos específicos visando a ampliação da mobilidade da população e promoção de serviços de transporte público de qualidade (identificando a existência de política de promoção de ciclovias e transportes não-poluentes e/ou não-motorizados). Questão ignorada por 13 dos Planos Diretores avaliados, a definição de instrumentos específicos para ampliação da mobilidade da população e promoção de serviços de transporte público de qualidade, foi abordada pelas legislações de S. J. Ribamar, Balsas, Santa Inês, São Luis, Estreito, Bacabal e delegada para um Plano Integrado de Transportes em Imperatriz e Barreirinhas; em S. J. Patos foi proposta a criação do Sistema Integrado de Mobilidade Urbana e Rural.

3. Em que medida os planos incorporaram as diretrizes do Estatuto da Cidade, no que diz respeito à política de mobilidade e transportes – em especial, (i) a

32 instituição de ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, inclusive em áreas vazias; (ii) a demarcação de áreas dotadas de infra-estrutura, inclusive em centrais, para fins de habitação popular; (iii) o estabelecimento de parâmetros de uso e ocupação do solo condizentes com os princípios da função social da propriedade; (iv) a outorga onerosa do direito de construir; (v) o parcelamento compulsório e o IPTU progressivo – e sua relação com a política de mobilidade e transportes. A relação entre a política de mobilidade e transportes e as áreas de habitação popular foram tratadas minoritariamente pelos Planos Diretores avaliados, com apenas quatro legislações referindo-se a ela. S. J. Ribamar que determina que a Lei de Zoneamento deverá prever vias de integração de bairros e regiões, Viana que subordina o potencial de outorga onerosa ao sistema de transporte, S. J. Patos, que tem como diretriz para os investimentos em HIS o equilíbrio entre a localização do terreno e o custo de locomoção dos moradores, e Barra do Corda que determina a integração da política de uso e ocupação do solo com a política de circulação.

4. Se os planos analisados definem objetivos, diretrizes e o estabelecimento de prazos para a elaboração de planos viários das cidades. Enquanto 11 Planos Diretores avaliados não abordam a questão de planos viários, os demais determinam diretrizes, mas alguns não estipulam prazos para isso. O Plano Viário de S. J. Ribamar deverá ser elaborado após a aprovação do PD, o de Balsas determina que o Plano Integrado de Transportes seja regulamentado por lei específica e elaborado pelo poder público e entidades privadas, visando integração com outros municípios, implantação de novo terminal rodoviário e aeroportuário, o PD de Arame estipula o prazo de 18 meses, após a aprovação da legislação urbanística, Bacabal determina a criação do Plano Municipal de Acessibilidade urbana e o Plano Diretor de Transporte, sem prazo, enquanto Viana propõe, para 180 dias, a elaboração do Sistema Viário Municipal, enquanto o Plano de Acessibilidade e Mobilidade Urbana terá um ano para sua aprovação.

5. Se os planos analisados instituem fundo específico de mobilidade e transportes, ou de fundo de desenvolvimento urbano (desde que também seja destinado a área de transporte e mobilidade), e suas fontes de recursos.

33 Nenhum dos Planos Diretores avaliados criou ou mesmo propôs estudos para um Fundo específico de Mobilidade e Transportes, tampouco destinaram recursos de outros fundos para a área de transporte e mobilidade.

6. Se foram adotadas definições relativas ao orçamento municipal (PPA, LDO e LOA), como a determinação de prioridades de investimentos, ou a definição de obras e investimentos concretos na área de mobilidade e transportes, por exemplo. Não há referência, em nenhum dos Planos Diretores avaliados, a definição de prioridades no orçamento municipal para obras e investimentos na área de mobilidade e transporte. Com relação a metas concretas, o PD de Balsas cita as obras dos terminais rodoviário e aeroportuário, a legislação de Pedreiras inclui, no item Identificação de Prioridades, asfaltamento e iluminação pública.

7. Se foram adotadas critérios de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas. Não há qualquer referência, em nenhum dos Planos Diretores avaliados, a critérios de gênero, etnia/raça ou de políticas afirmativas para a política de mobilidade e transportes.

8. O grau de auto-aplicabilidade das definições estabelecidas na política de mobilidade e transportes. Não há auto-aplicabilidade nas definições estabelecidas em relação à política de saneamento nos Planos Diretores avaliados, pois todos remetem a ações para legislação específica, para decisões de conselhos, elaboração de diagnósticos municipais ou revisão das peças orçamentárias.

9. Se foram definidas políticas de extensão da rede de serviços de transportes públicos na expansão urbana. Como políticas de extensão da rede de serviço de transporte, podemos citar o Plano Diretor de S. J. Ribamar, que determina a criação, no Plano Viário, do sistema de circulação municipal, envolvendo vias urbanas, rurais, especiais e

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locais; o de Balsas que considera necessário para assegurar circulação e acesso de todos os cidadãos e cargas a todas as regiões do município; o de Colinas, que tem como diretriz articular todos os meios de transporte que operam numa única rede, com alcance total do município; o de Caxias, que determina a estruturação do sistema viário municipal juntamente com a lei de parcelamento, uso e ocupação do solo e o de Viana, também como uma das diretrizes do transporte coletivo, a acessibilidade das zonas periféricas e rurais com o centro urbano.

10. Se foram definidos instrumentos e mecanismos de controle social na política de transporte e mobilidade. Dezoito dos vinte quatro Planos Diretores avaliados não abordaram o tema do controle social da política de mobilidade e transporte. Dos demais, apenas o PD de S. J. Patos propõe a criacao de uma câmara de mobilidade e acessibilidade no interior do Conselho da Cidade, com os outros incluindo a questão de maneira genérica – a política de mobilidade urbana deve ter a participação do poder público, de ONGs e da população em geral (S. J. Ribamar), fortalecer o controle social, garantindo aos usuários participação nas esferas de decisão e acesso às informações (São Luís), realização de audiências públicas para apreciar projetos (Estreito), órgãos e conselhos voltados para assunto de interesse, como trânsito e transporte (Barreirinhas), participação social nas esferas de decisão (Bacabal).

E. O Plano Diretor e a Política de Meio Ambiente.

1. Se os planos diretores analisados definiram objetivos e estabeleceram metas concretas para a política ambiental. Identificar particularmente se existem dispositivos restritivos à moradia de interesse social (por exemplo, remoções de moradias em áreas de preservação). Treze, dos vinte e quatro Planos Diretores avaliados, não determinam metas concretas para a política ambiental. Dos onze planos restantes, encontramos metas administrativas – criação da Secretaria do Meio Ambiente (Buriticupu) -,

35 de planejamento – elaboração do plano setorial de preservação do meio ambiente (S. J. Ribamar), estabelecer zoneamento ambiental compatível com as diretrizes para ocupação do solo (Coelho Neto), elaborar o zoneamento ambiental no prazo de um ano (Estreito), integrar a Agenda 21 ao PD no prazo de dez meses (Timon), elaborar o zoneamento ambiental (Caxias) – e de controle de ocupações irregulares – coibir novas ocupacoes em áreas de risco ou de preservação ambiental (Balsas), controlar atividades produtiva e impedir/restringir ocupação urbana em áreas frágeis de baixadas (Carolina), controlar o uso e ocupação de margens de cursos d’ água e áreas sujeitas a inundações (Coelho Neto), restrição de ocupações e assentamentos humanos na margens e na foz do rio Preguiças (Barreirinhas), controle da produção, extração, comercialização e transporte de materiais, bens e serviços (Caxias) e remover palafitas e construções de área de preservação dos rios Buriticupu e Pindaré, desapropriação da área do açude João Castelo (Buriticupu).

2. Se foram definidos instrumentos específicos visando a sustentabilidade ambiental (zoneamento ambiental e instrumentos jurídicos e fiscais). São variados os instrumentos encontrados nos Planos Diretores avaliados e destinados para assegurar a sustentabilidade ambiental. Balsas determina duas zonas de proteção ambiental, porém sem instrumentos jurídicos ou fiscais, Carolina delega à lei de zoneamento ambiental determinar quais as áreas destinadas à preservação e conservação, Colina e Itapecuru Mirim propõem a criação do Código municipal de meio ambiente e da paisagem urbana, Imperatriz o Plano Municipal de gestão de recursos hídricos, Arame define a elaboração do Código de proteção do meio ambiente, com prazo de 90 dias após a aprovação do PD, Barreirinhas propõe a criacao de regiões estratégicas de interesse ambiental e turístico da foz do rio Preguiças e da Ilha do Arroz e entorno, Caxias delimita cinco áreas de preservação dependentes de legislação específica e Buriticupu cria a Zona de proteção ambiental.

36 3. Se foram definidos objetivos e diretrizes e estabelecidos prazos para a elaboração de plano municipal de meio ambiente. Dez dos Planos Diretores avaliados não incluem qualquer determinação para elaboração do plano municipal de meio ambiente, o PD de Colinas estipula prazo de 120 dias para encaminhar ao legislativo o Código Municipal do Meio Ambiente e da Paisagem Urbana, mesma determinação do PD de Vargem Grande, sem definição de prazos; S. J. Ribamar determina a criação do Plano Setorial de Desenvolvimento e Conservação Ambiental Municipal e o Plano Setorial de Desenvolvimento do Meio Ambiente e de Saneamento do Município, com objetivos de mapear, definir normas e assegurar compatibilidade entre as ações do poder público e delimita as APAs de São Paulo e Jeniparana; Viana determina o prazo de 60 dias após a publicação do Código Municipal de Postura para encaminhamento ao legislativo do Código Ambiental e os demais Planos Diretores definem objetivos – detalhar e executar o Plano Municipal da Paisagem Urbana (São Luis), mapeamento, redução da poluição, integração de ações e programas (Barreirinhas), identificação e delimitação de áreas vocacionais à preservação e conservação ambiental (S. J. Patos), implantar sistema de áreas verdes, instituir legislação e sistema de gerenciamento de controle ambiental (Barra do Corda -, porém sem definição de prazos.

4. Se foram instituídos fundos específicos de meio ambiente e suas fontes de recursos. Apenas os Planos Diretores de São Luis - que cria o Fundo sócio-ambiental sem definições -, e o de Barreirinhas - que constitui o Fundo de preservação e revitalização do patrimônio ambiental e cultural do município, a ser regulamentado por lei complementar – abordam a questão da criacao de fundos para a política ambiental, porém nenhum deles tampouco determinou a fonte dos recursos.

5. Se foram adotadas definições relativas ao orçamento municipal (PPA, LDO e LOA), como a determinação de prioridades de investimentos, ou a definição de obras e investimentos concretos na área ambiental, por exemplo.

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Nenhum dos vinte e quatro Planos Diretores avaliados adotam determinações de investimentos ou obras relativas à subordinação ou mesmo relacionadas com as peças orçamentárias municipais.

6. Se foram adotados critérios de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas. Nenhum dos Planos Diretores avaliados adota critério de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas relacionadas com a política ambiental.

7. O grau de auto-aplicabilidade das definições estabelecidas na política de meio ambiente. Não há auto-aplicabilidade nas definições estabelecidas em relação à política de meio ambiente nos Planos Diretores avaliados, pois todos remetem a ações para legislação específica, para decisões de conselhos, elaboração de diagnósticos municipais ou revisão das peças orçamentárias.

8. Se foram definidos instrumentos e mecanismos de controle social na política de meio ambiente. Treze, dos vinte e quatro Planos Diretores avaliados, não abordam a questão do controle social da política do meio ambiente. Os que o fazem e delegam sua regulamentação para lei específica, a ser elaborada após a aprovação do Plano Diretor são os municípios de S. J. Ribamar, Balsas, Imperatriz, Barreirinhas e Arame. Pedreiras, Carolina, Estreito e Caxias tratam o tema de maneira genérica, incentivando a participação popular na elaboração das políticas ambientais.

F. O Plano Diretor e a Política Metropolitana (apenas para os estados com municípios situados em regiões metropolitanas).

1. Se foram estabelecidas diretrizes na perspectiva da integração dos municípios à metrópole. 2. Se foram definidos objetivos e metas concretas visando uma política metropolitana.

38 3. Se foram definidos instrumentos específicos visando a gestão compartilhada e cooperativa com outros municípios metropolitanos (por exemplo, a definição de consórcios municipais) e se envolve outros âmbitos federativos (estados e união). 4. O grau de auto-aplicabilidade das definições estabelecidas na política metropolitana. O Maranhão possui uma região metropolitana, instituída pela Constituição Estadual de 1989, composta pelos municípios de São Luis, São Jose de Ribamar, Paço do Lumiar, Raposa (localizados na Ilha do Maranhão), Alcântara e , no continente. Dos Planos Diretores avaliados, dois fazem parte da Região Metropolitana da Grande São Luís – São Jose de Ribamar e São Luís – e um

compõe a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina, capital do estado do Piauí – Timon. Enquanto o PD de Timon não abordou a questão sob nenhum dos aspectos referidos acima, as legislações de São Luís e São José de Ribamar se referem de distintas maneiras à questão, com o primeiro colocando, no Artigo 88 (inciso II) como objetivo do Sistema de Planejamento e Gestão do Município “garantir a articulação e integração das políticas públicas municipais com as da região metropolitana de São Luís (...)” ou, no Artigo 88, (inciso V) promover e assegurar o desenvolvimento sustentável e a elevação da qualidade do ambiente em São Luís, conservando os ecossistemas naturais, artificiais e culturais, se possível em conjunto com os demais municípios da região metropolitana, assim como Art. 4 º (inciso IV), prevê: “ampliar as ações governamentais, promovendo a integração e a cooperação com o governo Federal, Estadual e com os Municípios da Região Metropolitana, no processo de planejamento e gestão das questões de interesse comum”. Ainda que tais referências possam definir diretrizes para uma política metropolitana, não podemos considera-las como definição de metas concretas, muito menos como contribuições no sentido de instrumentos específicos de gestão compartilhada e cooperativa com os demais municípios da RM, o que limita seriamente a aplicabilidade das referências e diretrizes

assumidas pelo Plano Diretor de São Luis. Já o Plano Diretor de S. J. Ribamar, ao não se referir à própria questão metropolitana, trata do Plano Setorial de Preservação do Meio Ambiente, no artigo 65, inciso IV, que determina como um dos objetivos Promover parcerias com municípios vizinhos para auxiliarem na gestão de resíduos sólidos, aproveitando as instalações existentes para o destino final de resíduos sólidos; no artigo 79, ao afirmar que sempre que possível, firmar parcerias com os municípios vizinhos,

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para auxiliarem na coleta e gestão de resíduos sólidos e, de forma mais ampla, no artigo 91, quando determina que o Município deverá, sempre que possível, firmar parcerias com os municípios vizinhos para, conjuntamente, aproveitarem a infra-estrutura sanitária existente na

Ilha de São Luís.

G. Sistema de Gestão e Participação Democrática

1. Os elementos presentes nos planos diretores que garantam a implementação do estatuto das cidades nos itens referentes à participação social no planejamento e gestão das cidades. Os Planos Diretores avaliados buscam assegurar, por diferentes formas, a participação popular no processo de planejamento e gestão das cidades, pois este direito assume variados níveis de definição, autonomia e aplicabilidade. Neste sentido, encontramos legislações que incluem o processo participativo enquanto acesso a informações, apresentação dos problemas da comunidade e participação através de representação de entidades e associações em Grupos de Trabalho, comissões e órgãos colegiados, provisórios ou permanentes (S. J. Ribamar, Balsas, Barreirinhas), exigindo processos participativos nos processos de revisão e construção de leis complementares, através de fóruns, audiências públicas e reuniões (Colinas, Itapecuru Mirim), em combinação com a atuação descentralizada da administração pública, por meio de órgãos de planejamento e gestão, conselhos e conferências (Imperatriz, Bacabal).

2. Se foram regulamentados, criados ou previstos os Conselhos das Cidades e outros Conselhos ligados à política urbana (Conselho Gestor do Fundo de Habitação de Interesse Social, Conselho de Transporte, Conselho de Saneamento, de Desenvolvimento Urbano, etc.) e se existem conexões ou mecanismos de articulação entre estes. No caso dos conselhos, fazer uma síntese das definições relativas aos seguintes aspectos: (i) Composição do poder público e sociedade; (ii) Caráter (consultivo ou deliberativo ou ambos); (iii) atribuições; (iv) a definição de critérios de gênero na composição do conselho. Além disso, se foram criados ou previstos outros mecanismos de participação. Os Conselhos criados ou previstos nos Planos Diretores avaliados são de diferente natureza e obedecem a distintas condições de regulamentação. Apenas

40 as legislações de Pedreiras e Coelho Neto não tratam do tema e a de São Luís, que remete ao já criado Conselho da Cidade; as demais leis criam Conselhos de Habitação e Desenvolvimento Urbano (S. J. Ribamar), de Habitação e também de Recursos Hídricos (Balsas), do Meio Ambiente (Açailandia), de Política Urbana (Tuntum), de Desenvolvimento Municipal, do Meio Ambiente, de Cultura (Arame) e da Cidade (Carolina, Colinas, Vargem Grande, Imperatriz, Açailandia,Viana, Icatu, S. J. Patos. Com relação ao caráter, se consultivo, deliberativo ou ambos, os Planos Diretores que se referem à questão são os de Carolina e Vargem Grande – que determinam funções fiscalizadoras e deliberativas no âmbito da competência do Conselho -, Barra do Corda – consultivo e deliberativo -, Tuntum – monitorar implementação da lei, sugerir alterações, atualizar listagens de usos, opinar sobre compatibilidade das proposta de obras, planos plurianuais, orçamentos anuais e casos omissos. No que se refere à composição dos Conselhos, 14 Planos Diretores não definem a proporcionalidade entre representantes do poder público e da sociedade civil. Nas legislações que determinam a composição dos Conselhos, são variadas as proporções definidas: algumas obedecem a orientação do Ministério das Cidades, com 40% do poder público e 60% da sociedade civil (Carolina, Estreito, Bacabal), 45% e 55% (São Luis), outros mantêm uma distribuição equitativa entre ambos (Açailandia, S. J. Patos) e há os que ampliam a diferença em favor da sociedade civil, com 2/3 dos membros (Viana, Tuntum, Imperatriz, Buriticupu). As legislações dos municípios de S. J. Ribamar, Colinas e Açailandia determinam prazos, após a aprovação do Plano Diretor para que lei específica regulamente o conselho proposto e o município de Caxias delega ao Núcleo Gestor do PD a tarefa de criação do Conselho da Cidade.

3. Se foram definidos critérios e mecanismos de articulação entre as ações do PD e o processo orçamentário (PPA, LDO e LOA). Com exceção do Plano Diretor de Caxias – que propõe a criação de um órgão para

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operar o sistema de gestão e planejamento e definir diretrizes para o Plano Plurianual, a Lei de Orçamento Anual e o Plano de Ação setorial -, nenhum dos Planos Diretores avaliados determina critérios e mecanismos de articulação entre as ações propostas pelos planos e o processo orçamentário.

4. Se foram adotadas definições relativas à estrutura de gestão da Prefeitura e as condições para o planejamento das ações e seu monitoramento. Identificar as formas de articulação das ações dos diferentes órgãos municipais, as formas de planejamento urbano, as definições relativas à participação da sociedade, e os mecanismos e instrumentos de monitoramento das ações no território municipal.

Icatu, Pedreiras, Coelho Neto e Açailandia não tratam das questões referentes à estrutura de gestão da prefeitura e das condições para o planejamento das ações e seu monitoramento. Quanto aos demais Planos, alguns relacionam tal estrutura de planejamento e gestão com a constituição de um sistema de informações físico-territoriais (S. J. Ribamar, Balsas, Buriticupu), outros reforçam suas relações com os canais de participação da sociedade (Arame, Barra do Corda, Viana) e outros mais (Bacabal, Santa Inês, Tuntum) concentram tais objetivos no sistema de informações municipais.

III. Avaliação Qualitativa dos Planos Diretores

1. Tendo como referência o ideário e a agenda da reforma urbana, qual o balanço que pode ser feito dos planos diretores avaliados? Levar em consideração, entre outros, os seguintes aspectos: a) incorporação do Estatuto das Cidades Dos vinte e quatro Planos Diretores avaliados, 20 foram aprovados em 2006 (cinco deles após a data limite dada pelo Estatuto da Cidade), um em 2001, dois em 2002 e um em 2005, conforme o Quadro XX, comprovando que a esmagadora maioria dos Planos foram realizados sob as orientações da Campanha Nacional por Planos Diretores Participativos, desenvolvida pelo Ministério das Cidades desde 2005. Esta conjuntura explica não apenas o grande número de legislações que incluíram os instrumentos do EC, como esclarece as razões da semelhança geral

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na estrutura dos Planos, executados sob orientação e mesmo acompanhamento do Ministério.

Entretanto, tais condições não foram suficientes para tornar os Planos eficientes e efetivos, muito menos para lhes dar um caráter decisivamente popular, pois as demandas sociais das populações de baixa renda receberam o mesmo tratamento – em alguns casos, nem isso – que as questões ambientais ou de mobilidade e acessibilidade. Prova maior desta constatação é o fato de que, nos raros casos em que a legislação de uso do solo foi elaborada e aprovada, a efetividade dos instrumentos marcadamente favoráveis aos bairros de baixa renda continuaram sendo empurrados para leis complementares específicas para cada uma das operações propostas.

QUADRO XX CRONOLOGIA DE APROVAÇÃO DOS PLANOS DIRETORES AVALIADOS DATA APROVAÇÃO Nº MUNICIPIO 2002 2004 2005 2006 NO PRAZO FORA DO PRAZO 1 AÇAILANDIA 09/10/2006 2 ARAME 27/10/2006 3 BACABAL 10/10/2006 4 BALSAS 27/04/2004 5 BARRA DO CORDA 10/10/2006 6 BARREIRINHAS 05/07/2005 7 BURITICUPU 13/10/2006 8 CAROLINA 09/10/2006 9 CAXIAS 06/10/2006 10 COELHO NETO 08/09/2006 11 COLINAS 06/10/2006 12 ESTREITO 06/10/2006 13 ICATU 07/11/2006 14 IMPERATRIZ 14/07/2004 15 ITAPECURU-MIRIM 29/12/2006 16 PEDREIRAS 17/10/2006 17 SANTA INÊS 18/03/2002 18 S. J. DOS PATOS 28/09/2006 19 S. J. RIBAMAR 10/10/2006 20 SÃO LUIS 10/10/2006 21 TIMON 06/10/2006 22 TUNTUM 06/10/2006 23 VARGEM GRANDE 05/10/2006 24 VIANA 10/10/2006 TOTAL 01 02 01 15 05

b) grau de auto-aplicação dos instrumentos aprovados

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A comprovar o exposto acima, nenhum dos Planos Diretores avaliados cumpre todos os requisitos – delimitação em mapa e descrição do perímetro no qual cada um dos instrumentos pode ser aplicado, tipologia habitacional e perfil socioeconômico da população que acessa as ZEIS –, exigidos pelo Estatuto da Cidade para torná-los auto-aplicáveis. Ainda que possa ter certa influência e pressão de setores econômicos ou políticos, interessados em manter sob controle a dinâmica urbana, a razão de tal descumprimento pode estar muito mais na baixa capacidade de produzir e sistematizar conhecimentos sobre a realidade urbana que acomete as prefeituras, muitas delas sem estrutura técnica de planejamento territorial. Ao prescindir de uma base de dados cartográficos atualizada, a delimitação dos instrumentos, principalmente das ZEIS, passa a demandar mais tempo do que as genéricas diretrizes e objetivos incluídos nas políticas setoriais dos Planos Diretores avaliados. A prescrição de várias das legislações, propondo cadastramento do déficit habitacional do município, comprova a inexistência de informações confiáveis sobre a realidade urbana local. c) inovações na utilização dos instrumentos Nenhum dos Planos Diretores avaliados apresentou qualquer inovação na utilização dos instrumentos do Estatuto da Cidade, d) integração das políticas setoriais Nenhum dos Planos Diretores avaliados efetivou instrumentos ou mecanismos de gestão voltados para integrar as diferentes políticas setoriais, não passando de diretrizes e objetivos todas as propostas para isso. Quando o PD se exprime, de forma incisiva, pela criação de conselhos de desenvolvimento urbano ou mesmo conselho da cidade, estes têm suas competências, composição e regulamentação remetidas para leis específicas. Nos casos em que o Conselho da Cidade existe e têm sido marcado por uma atuação constante, como em São Luis, ele tem de conviver com iniciativas que, partindo do interior das diferentes secretarias que tratam de políticas setoriais de ordenamento urbano – caso dos transporte e meio ambiente, principalmente, mas também de obras e urbanismo -, como

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demonstra o Estudo de Caso da capital, que expôs os diversos projetos levados ao CONCID para conhecimento e mesmo legitimação. e) inclusão e mecanismos de participação e controle social Apesar de significativa parcela dos Planos Diretores avaliados ter incluído mecanismos de controle social, estes apresentam determinadas características que comprometem sua efetividade e mesmo sua constituição. Não há informações sobre a proporção dos municípios que tiveram suas legislações analisadas e que já contam, atualmente, com conselhos em funcionamento. Entretanto, cabe ressaltar que as determinações de grande parte das legislações remetem a constituição dos seus conselhos para leis específicas ou não definem sequer a composição dos membros do poder público e da sociedade civil, assim como há os que decidiram pela constituição de conselhos das demais políticas setoriais, reforçando a fragmentação da gestão urbana.

QUESTOES FORA DO QUESTIONÁRIO 2. Levando em conta as definições estabelecidas nos planos analisados e o estudo de caso avaliado, quais os principais desafios para a efetividade dos planos diretores? Além da evidente não aplicabilidade dos instrumentos do Estatuto da Cidade voltados para reduzir desigualdades urbanas, e que foi comprovada na totalidade dos Planos Diretores avaliados, a dimensão e complexidade dos documentos, ainda que elaborados em linguagem relativamente acessível, contribui para a difícil efetividade das legislações aprovadas. A própria dificuldade em conseguir, junto às administrações públicas, cópias dos Planos Diretores, constatado durante a longa etapa de coleta que obrigou a coordenação estadual a substituir dois municípios (Ariaoses e São Mateus) e, na maioria dos casos, não conseguiu acessar muitos dos anexos e leis a que se referem os Planos Diretores, comprova o lugar que tais legislações detêm na prática cotidiana e na gestão urbana dos municípios. Quanto à complexidade, é importante ressaltar que ela advém muito mais da inexistência, em todos os Planos avaliados, de um eixo determinante de

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intervenção no território municipal, constituindo-se muito mais em uma colcha de retalhos, que se expressa nas “ estratégias” propostas, que vão do econômico ao social, do ambiental à mobilidade e impede a constituição de uma articulação de tais políticas, pois ao não definir qual delas é a determinante, cada uma tem sua “ autonomia” perante as demais. Além do que tal abordagem contribui para afastar o Plano Diretor de suas verdadeiras e únicas condições de realização, o ordenamento territorial e as competências municipais. Neste sentido, retornar ao universo indefinido do Plano Diretor pode significar mais complexidade e maiores tecnicidades que, impostas aos movimentos populares, poderão ser obstáculos intransponíveis para intervir e objetivar as políticas esboçadas nos documentos analisados. E este talvez seja o maior desafio para efetivar políticas favoráveis, pois partir para regulamentar as leis complementares de cada uma das políticas setoriais pode parecer o mais lógico e produtivo, porém seria repetir o equívoco de não definir o eixo da política urbana e manter a colcha de retalho, própria da fragmentação administrativa e do próprio sistema.

3. Que indicações de conteúdos para estratégias e ações de capacitação para implementação dos Planos no seu Estado podem ser feitas a partir da avaliação realizada?

Pelo exposto, a principal tarefa das ações de capacitação, capazes de contribuir para implementação dos Planos Diretores, aponta para a definição junto à sociedade civil e à administração municipal de um eixo de intervenção urbana capaz de direcionar os investimentos públicos e que tenha, perante o organismo urbano e sua dinâmica injusta e desigual, efeitos positivos. A determinação da política habitacional como eixo das demais políticas setoriais, à qual estas teriam que se subordinar, nos parece decisiva para tornar claro e acessível, principalmente junto às camadas populares, a retomada de uma ação coletiva em favor de cidades mais justas. A determinação da centralidade da política habitacional na política urbana contribuiria em muito para o

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planejamento e direcionamento dos recursos públicos, tanto municipais quanto estaduais e federais. ANEXOS

I - Coordenação Estadual da Rede de Avaliação e Capacitação para Implementação dos Planos Diretores Participativos do Maranhão; II – Situação da Lei de Zoneamento, Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo e Instrumentos do Estatuto da Cidade nos Planos Diretores Do Maranhão.

REFERÊNCIAS

CANO, W ilson. Desconcentração Produtiva Regional no Brasil 1970-2005. São Paulo: UNESP, 2008. TARGINO, Ivan. Aspectos da Dinâmica Demográfica do Nordeste: Uma Discussão Preliminar, disponível em http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/CONF_SIMP/textos/ivantargino.htm com acesso em 04 junho 2009. Déficit Habitacional no Brasil 2005 / Fundação João Pinheiro, Centro de Estatística e Informações – Belo Horizonte, 2006. disponível em http://www.fjp.mg.gov.br/produtos/cei/deficit_habitacional_no_brasil_2005.pdf com acesso em 12 jun 2009.

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ANEXO 1 - PESQUISA NACIONAL AVALIAÇÃO E CAPACITAÇÃO DE PLANOS DIRETORES COORDENAÇÃO ESTADUAL DO MARANHÃO CONSELHEIRO CIDADE ENTIDADE EMAIL TELEFONE ARLETE CUTRIM OLIVEIRA AÇAILÂNDIA ASSOC. COM. DEF.BEM-ESTAR DA [email protected] 99-8114-6711/3538- MULHER E DO MENOR 4289 LEDA FERREIRA CABRAL CAXIAS CENTRO DE DEFESA DIR. [email protected] 99/8124 0579 HUMANOS JOSÉ RONALD BOUERES DAMASCENO VITÓRIA DO MEARIM PM VITORIA DO MEARIM [email protected] 8144-7115

CLAUDIVAN DE JESUS F. CARVALHO. ICATU SIND. TRAB. EM EDUC.BÁSICA DAS ------9905-4831 REDES PUB. EST. MUNIC. DO Mª MARINALVA ALVES DE ABREU PINDARÉ-MIRIM FÓRUM MORADIA ------8828-5255

ANTONIO LÁZARO DIAS RAMOS SÃO JOÃO BATISTA ASS. MOR. POV. VERTENTES S. ------98/3359-1170//8845- DOMINGOS CRUZEIRO 2295 VÂNIA MARIA DA SILVA MARQUES ROSÁRIO UNIÃO MORADORES VILA IVAR ------98-3345-1612 SALDANHA TONY SIMPLÍCIO DE ARAÚJO ZÉ DOCA ASSOC. PEQUENOS PRODUTORES ------8112-4341 RURAIS 9132-5370 EDJAMES CORREIA DA SILVA ASS. MOR. DO BAIRRO ------98- 3356-1087 MANGUEIRÃO EDIVAN FREITAS SILVA BURITICUPU PM BURITICUPU [email protected] 98- 8126-1155

MARIA CLÉA DE JESUS BARROS GRAJAÚ SOCIEDADE SÃO VIVENTE DE [email protected] 99-9979-8309/3532 PAULA 6648 JOSE RAIMUNDO TRINDADE SÃO LUIS -CENTRAL DE MOVIMENTOS [email protected] 3221-2390 POPULARES EDSON DOS PREZERES SOUZA SÃO LUIS CAEMA [email protected] 2107-5120

HERALDO MARINELLI SÃO LUIS SECRETARIA DAS CIDADES [email protected] 91444036

SUELY GONÇALVES SÃO LUIS FÓRUM SANEAMENTO AMBIENTAL [email protected] 9976-3298

MARIA LAÍS CUNHA SÃO LUIS IAB [email protected] 3233-0237/ 8818-2459

DARLES DA LUZ G. PIRES SÃO LUIS ONG JUVENTUDE SEM [email protected] 8124-2262 FRONTEIRAS JOSE FRANCISCO DINIZ SÃO LUIS MOVIMENTO NACIONAL DE LUTA [email protected] 9153-7480 POR MORADIA SONIA MARIA GAMA DE ALMEIDA SÃO LUIS SINDUSCON [email protected] 8115-4139

THIAGO VIEIRA MOREIRA SÃO LUIS ASSOCIAÇÃO DOS MINERADORES [email protected] 8816-4244 DE AGREGADOS MINERAIS DO MA. 49

ANEXO II

QUADRO I – MESORREGIÃO NORTE - METROPOLITANA SITUAÇÃO DA LEI DE ZONEAMENTO, PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE NOS PLANOS DIRETORES DO MARANHÃO LEI DE ZONEAMENTO, MESORREGIÃO MUNICIPIO PARCELAMENTO, ZONAS ESPECIAIS DE DEMAIS INSTRUMENTOS DO USO E OCUPAÇÃO INTERESSE SOCIAL ESTATUTO DA CIDADE DO SOLO Incluídos, vinculados às 5 Lei nº 3.253 de Prazo de 1 ano após macrozonas criadas no PD, SÃO LUIS 29/12/1992 publicação do PD para não vinculados a prazos (em revisão) delimitação no mapa (alguns vinculados a A

N do Macrozoneamento elaboração de legislações A

T específicas) I L Urbanização consorciada, O

P Lei complementar Denominadas de Zonas direito de construir, O

R nº 9 de de Desenvolvimento regularização fundiária, T

E S. J. RIBAMAR 08/11/2007 Social 1,2,3 e 4, reserva de terra para

M delimitadas sem utilização pública. Não definição de tipologia e incluídos na lei nº 9, de população que acessa. zoneamento, parcelamento, uso e ocupação do solo

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QUADRO II – MESORREGIAO NORTE E BAIXADA OCIDENTAL / LITORAL SITUAÇÃO DA LEI DE ZONEAMENTO, PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE NOS PLANOS DIRETORES DO MARANHÃO

LEI DE ZONEAMENTO, DEMAIS MESORREGIÃO MUNICIPIO PARCELAMENTO, ZONAS ESPECIAIS DE INSTRUMENTOS DO USO E INTERESSE SOCIAL ESTATUTO DA CIDADE OCUPACAO DO SOLO Doze meses a Definição dos instrumentos contar da Definição de ZEIS, sem parcelamento, edificação e aprovação do PD delimitação, sem utilização compulsória, IPTU ITAPECURU para lei tipologia, sem progressivo, desapropriação MIRIM complementar população, prazo de por titulos da dívida, sem de parcelamento, 12 meses para enviar prazos para regulamentação, uso e ocupação ao legislativo projeto sem delimitação, sem onde, do solo de lei das ZEIS como, quando, prazo de 12 meses para enviar PL Seis meses a Definição dos instrumentos contar da parcelamento, edificação e aprovação do PD ZEIS não consta do utilização compulsória, IPTU VARGEM para lei plano, sem progressivo, desapropriação GRANDE complementar delimitação, tipologia, por titulos da dívida, sem E

T de parcelamento, população que acessa prazos para regulamentação, R

O uso e ocupação sem definir renda sem delimitação, sem onde, N do solo como, quando Prazo de 1 ano Não consta tipo, nem IPTU progressivo, direito de para lei do definida localização, superfície, transferência do perímetro nem perímetro A ser direito de construir, outorga ICATU urbano e uso do determinada a forma onerosa, operações urbanas solo de aplicação e área consorciadas, concessão de pelo conselho da uso especial para fins de cidade moradia, a serem determinadas pelo conselho ZEIS demarcadas lei BARREIRINHAS Lei 531, zoneamento, Incluídos, não vinculados a 05/07/2005 parcelamento, uso e áreas de aplicação ou prazos ocupação, nº 531 de de implantação 5/7/05 L E A L A ser definida em ZEIS delimitadas Incluídos, alguns vinculados, A T A D N R VIANA lei específica através de lei outros não, à área de E A O X

D específica aplicação, sem prazos de T I I I A C L implantação B O

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QUADRO III – MESORREGIÃO OESTE SITUAÇÃO DA LEI DE ZONEAMENTO, PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE NOS PLANOS DIRETORES DO MARANHÃO LEI DE ZONEAMENTO, MESORREGIÃO MUNICIPIO PARCELAMENTO, ZONAS ESPECIAIS DE DEMAIS INSTRUMENTOS DO USO E INTERESSE SOCIAL ESTATUTO DA CIDADE OCUPACAO DO SOLO Outorga onerosa do direito Áreas para de construir, direito de regularização e preempção, parcelamento, Cadastro implantação de Áreas edificação e utilização AÇAILANDIA multifinalitário Especial de Interesse compulsórios, transferência Social, sem delimitação, do direito de população que acessa e construir,operações urbanas sem tipologia habitac. consorciadas, sem definir como, onde e quando se aplica ZEIS 1, 2 e 3, demarcadas no mapa do Macrozoneamento Somente BURITICUPU Lei Nº 133/06 Urbano, sem descrição ZEIS de perímetro, sem tipologia e critérios de população que acessa Desapropriação, direito real Leis de de concessão de uso, direito parcelamento, Referencia à ZEIS, sem de superfície, direito de E

T uso e ocupação delimitação, sem preempção, transferência do S

E IMPERATRIZ do solo tipologia, sem direito de construir,

O estabelecerão população que acessa. contribuição de melhoria, parâmetros outorga onerosa, taxa de urbanísticos urbanização, operação urbana consorciada, remetidas para lei específica Definição dos instrumentos Não remete para ZEIS como áreas parcelamento, edificação e elaboração da lei reservadas para utilização compulsória, IPTU SANTA INÊS de zoneamento, manutenção de HIS, progressivo, desapropriação uso e ocupação sem delimitação, por títulos da dívida, sem do solo, apenas a localização, tipologia ou prazos, remete para lei define população que acessa específica edificação e parcelamento compulsório e IPTU progressivo

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QUADRO IV – MESORREGIÃO CENTRO MARANHENSE SITUAÇÃO DA LEI DE ZONEAMENTO, PARCELAMENTO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE NOS PLANOS DIRETORES DO MARANHÃO LEI DE ZONEAMENTO, DEMAIS MESORREGIÃO MUNICIPIO PARCELAMENTO, ZONAS ESPECIAIS DE INSTRUMENTOS DO USO E OCUPAÇÃO INTERESSE SOCIAL ESTATUTO DA CIDADE DO SOLO Incluídos, alguns vinculados ao Macrozoneamento outros ARAME Com prazo de 120 Delimitação de ZEIS a lei especifica, prazo dias através de decreto máximo para regulamentação dos instrumentos 1 ano e meio. ZEIS delimitadas Incluídos, alguns vinculados BACABAL Com prazo de 1 através de lei ao macrozoneamento, ano específica outros não. Sem referência a prazos para implantação.

Lei municipal com base Leis específicas e neste PD estabelecerá Outorga onerosa, BARRA DO complementares os critérios para transferência do direito de CORDA ao PD delimitação das ZEIS, construir e operações sem definição da urbanas: regulamentadas por E

S população que acessa lei específica, N

E e sem tipologia

H habitacional N

A Lei específica do chefe do R

A PEDREIRAS Não faz referencia executivo municipal deverá

M a lei de Sem referencia a ZEIS, determinar o parcelamento,

O zoneamento, uso tipologia habitacional e edificação ou utilização R

T e ocupação do população que acessa compulsória, outorga N

E solo, sem prazos aos programas onerosa, operações C consorciadas, transferência do direito de construir ZEIS cheias e vazias, Parcelamento, edificação e onde haja utilização compulsório, IPTU concentração de progressivo, direito de imóveis desocupados preempção, direito de Não faz referencia ou deteriorados, vazios superfície, outorga onerosa, TUNTUM a lei de urbanos dotados de transferência do potencial zoneamento, uso infra construtivo, operações e ocupação do Sem definição no urbanas consorciadas, ZEIS, solo, sem prazos mapa, coordenadas ou impacto de vizinhança, descrição do delimitação a ser perímetro, sem estabelecida na lei de referencia a tipologia zoneamento, parcelamento, habitacional e uso e ocupação do solo população que acessa

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QUADRO V – MESORREGIÃO LESTE SITUAÇÃO DA LEI DE ZONEAMENTO, PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE NOS PLANOS DIRETORES DO MARANHÃO LEI DE ZONEAMENTO, DEMAIS MESORREGIÃO MUNICIPIO PARCELAMENTO, ZONAS ESPECIAIS DE INSTRUMENTOS DO USO E INTERESSE SOCIAL ESTATUTO DA CIDADE OCUPACAO DO SOLO Prazo de julho de 2007 para Referencia à ZEIS, sem CAXIAS elaboração da lei delimitação, remissão Regularização fundiária, de zoneamento, para elaboração Lei citada na Política parcelamento,us específica, sem habitacional o e ocupação do tipologia, sem solo população que acessa

Não aborda lei de ZEIS em áreas zoneamento, consolidadas de parcelamento, moradia popular; uso e ocupação Nomeação das áreas do solo, mas para regularização Definição dos instrumentos propõe fundiária e instituir parcelamento, edificação e desestimular função social da utilização compulsória, IPTU COELHO NETO vazios urbanos e propriedade onde ela é progressivo, desapropriação especulação com sub-utilizada, para por títulos da dívida, sem determinação de assentamento de prazos para regulamentação parâmetros de quilombolas, para adensamento construção de moradia demográfico e popular, sem definir uso do solo, sem tipologia da habitação prazo, regras e lei popular específica E

T ZEIS não consta do S

E Prazo de 14 plano, sem delimitação, L meses após PD tipologia, população COLINAS para encaminhar que acessa sem definir Tratados como definição, ao legislativo lei renda. sem delimitação e sem de parcelamento, Regularização remessa para lei, uso e ocupação Fundiária, 120 dias para do solo encaminhar PL ao legislativo Prazo de 1 ano p/ Identificar e demarcar Incluídos, não vinculados a S J PATOS lei estruturação na L.E.U. áreas de aplicação ou prazos urbana de implantação Parcelamento, edificação ou utilização compulsório; Lei de uso e Imposto Predial e Territorial ocupação do solo ZEIS tratadas apenas na Urbano Progressivo no em prazo política de habitação, Tempo; Direito de máximo de dez sem delimitação, sem Preempção; Outorga TIMON meses com tipologia, sem onerosa do direito de participação população que acessa. construir (solo criado); popular Transferência do direito de construir; Estudo do impacto de vizinhança.sem onde como e quando, remete para lei específica

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QUADRO VI – MESORREGIÃO OESTE SITUAÇÃO DA LEI DE ZONEAMENTO, PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE NOS PLANOS DIRETORES DO MARANHÃO LEI DE ZONEAMENTO, MESORREGIÃO MUNICIPIO PARCELAMENTO, ZONAS ESPECIAIS DE DEMAIS INSTRUMENTOS DO USO E INTERESSE SOCIAL ESTATUTO DA CIDADE OCUPACAO DO SOLO Outorga onerosa do direito Áreas para de construir, direito de regularização e preempção, parcelamento, Cadastro implantação de Áreas edificação e utilização AÇAILANDIA multifinalitário Especial de Interesse compulsórios, transferência Social, sem delimitação, do direito de população que acessa e construir,operações urbanas sem tipologia habitac. consorciadas, sem definir como, onde e quando se aplica ZEIS 1, 2 e 3, demarcadas no mapa do Macrozoneamento Somente BURITICUPU Lei Nº 133/06 Urbano, sem descrição ZEIS de perímetro, sem tipologia e critérios de população que acessa Desapropriação, direito real Leis de de concessão de uso, direito parcelamento, Referencia à ZEIS, sem de superfície, direito de E

T uso e ocupação delimitação, sem preempção, transferência do S

E IMPERATRIZ do solo tipologia, sem direito de construir,

O estabelecerão população que acessa. contribuição de melhoria, parâmetros outorga onerosa, taxa de urbanísticos urbanização, operação urbana consorciada, remetidas para lei específica Definição dos instrumentos Não remete para ZEIS como áreas parcelamento, edificação e elaboração da lei reservadas para utilização compulsória, IPTU SANTA INÊS de zoneamento, manutenção de HIS, progressivo, desapropriação uso e ocupação sem delimitação, por títulos da dívida, sem do solo, apenas a localização, tipologia ou prazos, remete para lei define população que acessa específica edificação e parcelamento compulsório e IPTU progressivo

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QUADRO VII – MESORREGIÃO SUL SITUAÇÃO DA LEI DE ZONEAMENTO, PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE NOS PLANOS DIRETORES DO MARANHÃO LEI DE ZONEAMENTO, ZONAS ESPECIAIS DE DEMAIS MESORREGIÃO MUNICIPIO PARCELAMENTO, INTERESSE SOCIAL INSTRUMENTOS DO USO E OCUPACAO ESTATUTO DA CIDADE DO SOLO Art. 58 - Leis municipais ZEIS 1 e 2, aplicar nas estabelecerão ZEIS, os instrumentos normas gerais de relativos a Parcelamento, edificação ou BALSAS zoenamento, regularização fundiária utilização compulsória, parcelamento, uso e, quando couber, a outorga onerosa, operações e ocupação do concessão especial para consorciadas, transferência solo, obras e fins de moradia. do direito de construir edificações, licenciamento e Sem delimitação, sem fiscalização de tipologia sem obras de população que acessa edificações Para cumprir a Operação urbana, IPTU função social, a Sem abordar, sem progressivo no tempo,

L CAROLINA propriedade dever delimitação, sem urbanização e edificação U

S atender as tipologia, sem prazo, compulsória, a serem exigências prevista sem população que determinados por lei em lei especifica. acessa específica. ZEIS ocupadas, de áreas privadas e áreas públicas, para Operação urbana (cada regularização; ZEIS de operação terá sua lei ESTREITO Minuta da lei de vazio, de produção, específica) e zoneamento, uso e áreas privadas, com urbanização/edificação ocupação do solo infra-estrutura, com compulsória, IPTU predominância de lotes progressivo no tempo, sem vazios, marcadas em definição de área para mapa, com parâmetros aplicação. urbanísticos e edilícios, sem tipologia, pop. renda ate 1 SM

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