O Caso Das Serrarias De Granito No Agreste De Pernambuco

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O Caso Das Serrarias De Granito No Agreste De Pernambuco UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Centro de Ciências Sociais Aplicadas Departamento de Economia Programa de Pós-Graduação em Economia (PIMES) ANTONIO FERNANDO BEZERRA DA SILVA OBSTÁCULOS À INSERÇÃO DE PEQUENAS EMPRESAS NO MERCADO INTERNACIONAL: O CASO DAS SERRARIAS DE GRANITO NO AGRESTE DE PERNAMBUCO Recife, 2005 ANTONIO FERNANDO BEZERRA DA SILVA OBSTÁCULOS À INSERÇÃO DE PEQUENAS EMPRESAS NO MERCADO INTERNACIONAL: O CASO DAS SERRARIAS DE GRANITO NO AGRESTE DE PERNAMBUCO Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Economia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, como parte das exigências para obtenção do grau de Mestre em Economia (stricto sensu) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na área de concentração em Comércio Exterior e Relações Internacionais, sob orientação do Profº Dr. Álvaro Barrantes Hidalgo. Universidade Federal de Pernambuco Recife - 2005 AGRADECIMENTOS Agradeço ao Professor Álvaro Hidalgo Barrantes sua solicitude e atenção demonstradas durante a fase de orientação da dissertação. Pesquisador dedicado e profissional responsável são qualidades observadas no Prof° Álvaro e que nos inspira para o aprendizado e a vida. Agradeço ao amigo Ivanildo da Cunha Ximenes pela sugestão do tema da pesquisa de dissertação e ao apoio recebido ao longo de sua elaboração. Agradeço aos meus pais Maria José e Florivaldo Bezerra da Silva (in memoriam), pessoas simples e de poucos estudos, mas que sempre procuraram me motivar e incentivar em busca do saber. Finalmente, quero agradecer a três pessoas especiais: Fernanda, Vanessa e Vanja, pelo que representam na minha vida e pelo sacrifício que este trabalho lhes impôs de ficar muitos finais de semana em casa. Aceitem, com todo amor, o meu reconhecimento. RESUMO: As pequenas empresas de beneficiamento de granito, aglomeradas no pólo industrial de Bezerros, região agreste de Pernambuco, representam o objeto de estudo deste trabalho. A relevância deste estudo pode ser destacada pelos seguintes fatores: a interiorização do desenvolvimento, em razão da existência de matéria-prima nas regiões próximas e da oportunidade de geração de empregos como alternativa econômica à região do semi-árido, onde as condições climáticas não são favoráveis à prática da agricultura; bem como possibilidade de abertura de novos mercados, sobretudo pela grande expansão verificada ultimamente na demanda por granito no exterior. Na pesquisa verificou-se que nenhuma das serrarias implantadas há mais de dez anos, no pólo de Bezerros, realizou vendas de granitos beneficiados para mercado externo. O objetivo principal desta pesquisa é conhecer melhor o setor e investigar as causas da dificuldade de inserção dessas pequenas empresas no mercado internacional e sugerir algumas medidas que possam ajudá-las a superar as prováveis barreiras identificadas. As reflexões sobre os dados coletados serão feitas com base em elementos da teoria sobre clusters industriais. Os principais desafios destas empresas estão em superar a defasagem tecnológica e os elevados custos de transação para colocar os produtos até os distantes mercados. Palavras-chave: granito; rochas ornamentais; clusters industriais; eficiência coletiva; vantagens competitivas e vantagens comparativas. ABSTRACT: The small granite factories, agglomerated in the industrial districts of Bezerros, in Pernambuco, are the object of study of this work. The importance of this study can be emphasized by the following factors: development of the countryside due to the surrounding raw material and the expansion of employment opportunities, as economic alternative to the “semi-árido” area - where the weather conditions are not favorable to the practice of the agriculture; possibility of new markets, mainly because of the growing of granite demand abroad. In the research it was seen that none of the implanted granite processing industry already opened for more than ten years in the industrial districts of Bezerros sold processed granite abroad. The main objective of this research is to know the industry and to investigate the causes of the absence of those small companies in the international market and to suggest some steps which can help them to overcome the probable identified barriers. The reflections about collected data will be done based on industrial cluster theory elements. The main challenges of these companies are to overcome the technological shortage and the high transaction costs to insert the products in the far markets. Key words: granite; dimension stones; industrial clusters; collective efficiency; advantage competitive; advantage comparative. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Página FIGURAS: FIGURA 1 - Lavra em matacões. Município de Pedras-PE 35 FIGURA 2 - Bloco posicionado para serragem no tear. 36 FIGURA 3 - Politriz semi-automática com 1 (uma) cabeça 36 FIGURA 4 - Cadeia Produtiva das Rochas Ornamentais 37 FIGURA 5 - Estrutura de comercialização de mármores e granitos no Brasil 41 FIGURA 6 – Principais granitos de Pernambuco 113 FIGURA 7 - Mapa político do Estado de Pernambuco (destacando os principais municípios produtores de rochas ornamentais). 114 GRÁFICOS: GRÁFICO 1 - Evolução das Exportações Mundiais de Rochas Ornamentais 48 GRÁFICO 2 - Maiores Exportadores Mundiais de Rochas Silicáticas Brutas (NCM: 25.16) Peso e Participação Percentual – 1999 49 GRÁFICO 3 - Maiores Exportadores Mundiais de Rochas Processadas Especiais (NCM: 68.02) - Peso e Participação Percentual – 1999 50 GRÁFICO 4 - Maiores Importadores Mundiais de Rochas Silicáticas Brutas (NCM: 25.16) - Peso e Participação Percentual - 1999 51 GRÁFICO 5 - Maiores Importadores Mundiais de Rochas Processadas Especiais (NCM: 68.02) - Peso e Participação Percentual – 1999 52 GRÁFICO 6 - Exportações Chinesas de Granito 55 GRÁFICO 7 - Participação da Índia nas Exportações Mundiais de Granito 57 GRÁFICO 8 - Evolução dos Preços Médios de Rochas Ornamentais 61 GRÁFICO 9 - Evolução das Reservas Brasileiras (1988 - 2000) 67 GRÁFICO 10 - Evolução da Produção de Granito (1988 - 2000) 70 GRÁFICO 11 - Evolução da Produção de Mármore (1988 - 2000) 71 GRÁFICO 12 - Importações Brasileiras de Rochas Ornamentais(1988 - 2000) 73 GRÁFICO 13 - Exportações Brasileiras de Rochas Ornamentais em Valor (1988 - 2000) 74 GRÁFICO 14 - Exportações Brasileiras de Rochas Ornamentais em Peso (1988 - 2000) 75 GRÁFICO 15 - Exportações Brasileiras de Rochas Ornamentais - Part.% no Faturamento (1988-2000) 76 GRÁFICO 16 - Exportações Brasileiras de Rochas Ornamentais - Part.% em Peso (1988-2000) 77 GRÁFICO 17 - Exportações Brasileiras de Rochas Ornamentais em Valor por Estado 78 (1996-2000) GRÁFICO 18 - Exportações Brasileiras de Rochas Ornamentais em Peso por Estado 79 (1996-2000) GRÁFICO 19 - Consumo Aparente de Granitos e Mármores em Bruto (1988 - 2000) 85 GRÁFICO 20 - Exportação de Granito Processado no Nordeste (1989 a 2004) 99 GRÁFICO 21 - Exportação de Granito em Bruto no Nordeste (1989 a 2004) 100 GRÁFICO 22 - Exportação de Granito em Pernambuco (1989 a 2003) 116 TABELAS: TABELA 1 Evolução da Produção Mundial de Mármores, Granitos e Ardósias - 1926, 1976, 47 1986 e 1996/2001 TABELA 2 - Dados Gerais da Indústria de Rochas Ornamentais por Estado da 65 Federação (Base 2000 Estimado) TABELA 3 Estimativa do Valor das Transações Comerciais do Segmento de Rochas 66 Ornamentais no Brasil Ano: 2000 – base US$ 1,0 = R$ 1,85 TABELA 4 - Principais Produtos Brasileiros no Mercado Internacional de Rochas 81 Ornamentais - Diversos Períodos TABELA 5 - Principais Mercados dos Produtos Brasileiros - Diversos Períodos 84 TABELA 6 - Produção por Estados do Nordeste e Tipos de Rochas - Base 2000 96 Estimada TABELA 7 - Dados Gerais da Indústria de Rochas Ornamentais por Estado do Nordeste 98 TABELA 8 - Principais Destinos de Granitos Processados em Pernambuco - Período 118 1989 a 2004 TABELA 9 - Principais Destinos de Granito Bruto de Pernambuco - Período 1989 a 118 2004 120 TABELA 10 - Número de Serrarias de Granito no Estado de Pernambuco por Localização TABELA 11 - Capacidade Instalada, Volume de Produção e Equipamentos da Amostra de Serrarias de Granito Pesquisadas 121 TABELA 12 - Vantagens da Localização das Serrarias na Região onde está a Planta 123 Industrial TABELA 13 - Provisão de Infra-estrutura Física e Serviços Públicos na Região (%) 125 TABELA 14 - Fatores Determinantes de Competitividade (%) 126 TABELA 15 - Visão do Empresariado Local sobre a Qualificação da Mão-de-Obra 127 Local e Sua Importância para o Arranjo Produtivo TABELA 16 - Incorporação de Novas Tecnologias (%) 128 TABELA 17 - Relações de Cooperação das Empresas de Rochas Ornamentais com 128 demais atores do arranjo produtivo TABELA 18 - Variedades de chapas de granitos produzidas pelas serrarias de 129 Pernambuco e origem de sua matéria-prima TABELA 19 - Capacidade Instalada e Equipamentos das Serrarias de Granito de 130 Pernambuco SUMÁRIO Página INTRODUÇÃO 12 CAPÍTULO 1 CLUSTERS E DESENVOLVIMENTO 15 1.1 Introdução ao Capítulo 15 1.2 Clusters e a Teoria Econômica 17 1.3 Pequenas e Médias Empresas e Oportunidades em um Cluster 18 1.4 Novos Padrões de Comércio Internacional e as Vantagens Comparativas Tradicionais 20 1.5 Experiências Internacionais e no Brasil 23 1.6 Condições para a Formação e Desenvolvimento de Cluster 27 1.7 Algumas Sugestões de Políticas para Clusters na América Latina 28 1.8 Considerações Finais 30 CAPÍTULO 2 O PRODUTO: CARACTERIZAÇÃO, APLICAÇÃO, CADEIA PRODUTIVA E COMERCIALIZAÇÃO. 32 2.1 Introdução ao Capítulo 32 2.2 Caracterização e Aplicação 33 2.3 O Ciclo Produtivo 34 2.4 Detalhamento do Processo Industrial de
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