Do Ultramar Ao Pós-Colonial. Reflexões De Um Historiador Sobre Moçambique Contemporâneo Nos Arquivos De Portugal E Moçambique

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Do Ultramar Ao Pós-Colonial. Reflexões De Um Historiador Sobre Moçambique Contemporâneo Nos Arquivos De Portugal E Moçambique Do ultramar ao pós-colonial. Reflexões de um historiador sobre Moçambique contemporâneo nos arquivos de Portugal e Moçambique Michel Cahen Práticas da História, n.º 10 (2020): 249-267 www.praticasdahistoria.pt Do ultramar ao pós-colonial. Reflexões de um historiador sobre Moçambique contemporâneo nos arquivos de Portugal e Moçambique Michel Cahen* Este artigo terá duas partes bem diferentes. A primeira será concreta, na qual busco traçar um panorama a partir da minha experiência pes- soal, principalmente no que toca aos fundos relativos a Moçambique – tanto em Portugal quanto em Moçambique – durante o período co- lonial (século XX) e também o primeiro período pós-colonial, de 1975 até 1995, respetivamente a independência de Moçambique e a saída da Onumoz1 deste país depois da robusta intervenção para organizar as primeiras eleições livres ao sair da guerra civil. Com efeito, do meu ponto de vista, a guerra civil moçambicana (1976-1992) também pode ser analisada como uma guerra dentro do processo de descolonização, que não acaba a 25 de junho de 1975, data da independência formal. A segunda parte será uma reflexão sobre alguns aspetos da minha prática nos arquivos coloniais e pós-coloniais. Cabe ressaltar que esta segunda parte vai ser complementar a uma intervenção que já tinha apresentado no IV Seminário Internacional de Arquivos de Tradição Ibérica, organi- zado pela Dra. Maria de Lurdes Henriques, do Instituto dos Arquivos Nacionais – Torre do Tombo, que sediou este evento da Associação Latino-Americana de Arquivos (24-28 de outubro de 2005). A minha * Michel Cahen ([email protected]). Centre national de la recherche scientifique/ Sciences-Po Bordeaux, Centro de pesquisa « Les Afriques dans le monde », Institut d’études politiques de Bordeaux, 11 allée Ausone, Domaine universitaire 33607 Pessac Cedex, França. 1 Onumoz: Operação das Nações Unidas em Moçambique (1992-1995). 250 Michel Cahen comunicação fora sobre o tema “Arquivos coloniais, arquivos colonialis- tas? Riqueza e crítica das fontes. O caso dos arquivos da PIDE/DGS e dos SCCIM”2. 1. Prática nos arquivos coloniais e pós-coloniais sobre Moçambique, em Portugal e em Moçambique 1.1. Moçambique Em Moçambique, o principal arquivo é o Arquivo Histórico de Moçam- bique, que já existia antes da independência (foi criado em 1934) e pas- sou por uma grande expansão depois da independência, mercê de uma política voluntarista do novo governo e da sua primeira diretora, Inês Nogueira da Costa. Um grande esforço foi feito em busca dos acervos das administrações coloniais provinciais e distritais, com vista a con- centrá-los em Maputo. Quase todo o país, se é possível colocar nestes termos, foi encaminhado para Maputo, com exceção da Ilha do Ibo e de parte da Ilha de Moçambique. Também foi redescoberto o fundo da Companhia de Moçambique, sobre o qual a própria Inês Nogueira da Costa fez o seu doutoramento3. O problema é que, depois, a capacida- de de tratamento foi insuficiente e a situação agravou-se ao longo dos anos. Atualmente, restam quase 7 quilómetros de documentos da admi- nistração colonial que ainda não foram tratados4. Assim, o século XIX encontra-se bem classificado e disponível, mas só uma parte do século XX o está. Por exemplo, o fundo do governo do distrito da Beira está disponível, mas não o do distrito de Inhambane, etc. Em contrapartida, alguns fundos pós-coloniais estão disponíveis porque chegaram ao AHM já bem organizados, como é o caso do fundo da Comissão Nacional das Aldeias Comunais, que depositou o seu acervo aquando de sua dissolu- 2 As atas desse congresso foram publicadas em CD-Rom pelo IANTT em 2005 e estão em linha no sítio da Torre do Tombo. A minha comunicação está também no sítio Academia.edu: https://www.academia.edu/19092545/. 3 Maria Inês Nogueira da Costa, “Inventário do Fundo ‘Companhia de Moçambique’, 1892- 1942: uma abordagem funcional da descrição dos arquivos permanentes” (Tese de doutoramen- to, Universidade Eduardo Mondlane, 1993). 4 Correspondência particular com o atual diretor do AHM, Dr. Joel Neves Tembe, 24 de no- vembro de 2019. DO ULTRAMAR AO PÓS-COLONIAL 251 ção. Como já disse, a parte moçambicana do acervo da Companhia de Moçambique está bem organizada, mas, ainda assim, temos aqui só um quarto do arquivo da dita companhia, pois uma parte está na Torre do Tombo (em particular os fundos fotográficos), mercê de uma dádiva da Entreposto5, e ainda há outra parte no Arquivo Histórico Ultramarino (arquivo do Comité de Lisboa da Companhia). E não sei onde estão os acervos dos comités de Londres e de Paris. O fundo dos Serviços de Centralização e Coordenação de Infor- mações de Moçambique (SCCIM) – um serviço de inteligência civil – está principalmente na Torre do Tombo, mas há alguns documentos na Secção Especial do AHM. Quanto à Polícia de Intervenção e Defesa do Estado (PIDE) – Delegação de Moçambique, não há um fundo com este nome, ao que saiba, no AHM, o que coincide com a informação de que o fundo foi queimado pelo Alto-Comissário português do governo de transição, Vítor Crespo, possivelmente a pedido do próprio Samora Machel. Do que é que tinham medo? Mas globalmente, com toda a evidência, o AHM sofre de anos de falta de meios financeiros e humanos, o que provocou também, a meu ver, uma certa desmobilização do pessoal. A revista Arquivo, por exem- plo, de excelente teor, há anos que não é publicada. Mas nem sempre o advento da independência é relevante do ponto de vista arquivístico. Assim, os arquivos do partido Frelimo estão tam- bém no AHM, desde 1962 até 1974, mas é de esperar que os anos pos- teriores estejam também. Este espólio não é aberto, mas há fundos de departamentos da Frelimo, como os de Educação e Saúde, que podem ser consultados, bem como eventualmente os fundos de Relações Exteriores e de Informação e Propaganda. Ou ainda, por parceria, se o investigador ou investigadora participar pessoalmente na organização do acervo6. Na ausência de um arquivo especializado na recolha da documen- tação pós-independência, é de ressaltar a integração de outro fundo 5 A Companhia de Moçambique deixou de ser uma companhia majestática em 1942, e seu braço comercial transformou-se na Entreposto Comercial de Moçambique em 1961. 6 Correspondências particulares com o diretor do AHM, Dr. Joel Neves Tembe, 4 e 5 de de- zembro de 2019. 252 Michel Cahen pós-colonial no AHM: trata-se do acervo da Onumoz (que organizou/ observou as primeiras eleições pluralistas, em 1994), dado ao AHM aquando da sua saída do país em 1995. Está disponível. Outros fundos que são do período colonial, mas não colonialistas, incluem, por exemplo, o acervo (ou os acervos) de Eduardo Mondlane, que estão em posse da família. Houve um escândalo com o fundo de Marcelino dos Santos, um dos fundadores da Frelimo, fundo este que atravessa os períodos colonial e pós-colonial. A família deitou fora o fundo, colocando-o no meio da rua para que fosse levado para o lixo, em frente da casa do velho dirigente, mas isso foi fotografado, gerou escândalo e parece que uma parte foi recuperada... Queria chamar a atenção também para outros arquivos, ao mes- mo tempo coloniais e pós-coloniais, que são os arquivos religiosos. O arquivo da Igreja Presbiteriana Suíça foi transferido há alguns anos do Departamento Missionário da Suíça Romanda para o Arquivo Can- tonal de Lausana e já está aberto para consulta. Vários acervos de congregações católicas estão em Itália, e também em França, mas seria muito útil ter uma lista dessas localizações. Mas ainda há muitos arqui- vos católicos coloniais e pós-coloniais em Moçambique, nomeadamente os das dioceses, que têm graus muito variáveis de organização, desde aqueles organizados de maneira profissional até aqueles em situação de grande risco. O arquivo de Nampula é muito rico – tendo em conta a personalidade do bispo da arquidiocese por muitos anos, coloniais e pós-coloniais, Dom Manuel Vieira Pinto (1967-2000) –, mas um pro- jeto de uma historiadora brasileira para o organizar não avançou e as últimas informações são que, com o novo bispo, os arquivos já não podem ser consultados por investigadores. Eric Morier-Genoud orga- nizou parcialmente o arquivo da Beira, por ocasião do seu trabalho de escrita do livro sobre a Igreja Católica em Moçambique7. Este fundo é riquíssimo pela mesma razão do de Nampula, dado o papel determi- nante do famoso bispo Dom Sebastião Soares de Resende (1943-1967). 7 Eric Morier-Genoud, Catholicism and the Making of Politics in Central Mozambique 1940- 1986 (Rochester: University of Rochester Press, 2019). DO ULTRAMAR AO PÓS-COLONIAL 253 O padre Diamantino Guapo Antunes, antigo superior da Congregação da Consolata em Moçambique, organizou profissionalmente os arquivos da diocese de Inhambane. Visto que ele passou a ser bispo de Tete em 2019, tenho esperança de que fará a mesma coisa nesta diocese. Mas não há nenhum programa organizado da Igreja para tratar do assunto. Também há o grande problema dos arquivos pós-coloniais das administrações locais. Dois doutorandos meus descobriram, nos sótãos dos palácios dos governos provinciais de Zambézia (Quelimane) e Nam- pula, dezenas e dezenas de caixas de “papéis”, isto é, os arquivos pós- -coloniais desses governos provinciais, com tesouros de documentação sobre a guerra civil vista do lado da Frelimo. A pesquisa deles teve de ser feita às escondidas, sem autorização formalizada. Pode-se imaginar que também existam centenas de “caixas” nas outras províncias. Esses arquivos correm grande risco porque basta que um governador, com o intuito de recuperar estantes ou disponibilizar salas, decida deitá-los no lixo para que sejam destruídos. Ao que sei, o AHM não tem nenhum programa para os ir buscar e proteger, tampouco para os analisar e catalogar a curto prazo.
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