Expresso: Um Projeto De Renovação No Fim Do Marcelismo

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Expresso: Um Projeto De Renovação No Fim Do Marcelismo INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Expresso: Um projeto de renovação no fim do Marcelismo Joana Catarina Vieira da Rosa DISSERTAÇÃO SUBMETIDA COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM JORNALISMO Orientadora: Prof. Doutora Maria Inácia Rezola Escola Superior de Comunicação Social Novembro, 2014 DECLARAÇÃO Declaro ser autora deste trabalho, parte integrante das condições exigidas para a obtenção do grau de Mestre em Jornalismo, que constitui um trabalho original que nunca foi submetido (no seu todo ou em qualquer das partes) a outra instituição de ensino superior para a obtenção de um grau académico ou qualquer outra habilitação. Atesto ainda que todas as citações estão devidamente identificadas. Mais acrescento que tenho consciência de que o plágio poderá levar à anulação do trabalho agora apresentado. Lisboa, 12 de Novembro de 2014 A candidata, ______________________________ II Agradecimentos Esta dissertação foi apenas possível graças ao apoio e auxílio de várias pessoas a quem não quero deixar de prestar o meu reconhecimento. Em primeiro lugar, à minha orientadora, Professora Doutora Maria Inácia Rezola, por todo o apoio e motivação que sempre me transmitiu. Sem a sua disponibilidade este trabalho não seria possível. Um agradecimento especial ao jornalista José Pedro Castanheira pela sua prontidão e partilha de conhecimentos. As suas contribuições foram uma mais-valia para este trabalho. Aos colaboradores fundadores do jornal Expresso, que desde a primeira hora acederam em dar o seu testemunho sobre esta aventura, nomeadamente Francisco Pinto Balsemão, João Bosco Mota Amaral, Joaquim Letria e Luís Ribeiro. Aos meus pais que, pela sua compreensão e apoio incondicional, sempre me ensinaram a não desistir. À Sílvia, por estar sempre presente quando é preciso uma irmã e amiga, apoiando e encorajando. Ao Higino, pela sua paciência e incentivo, mas sobretudo por me fazer acreditar que todos os sonhos são possíveis. Aos meus amigos, em especial à Carolina Pereira e Marta Aguiar, por terem tornado este percurso muito mais agradável. III Resumo Fundado por Francisco Pinto Balsemão a 6 de Janeiro de 1973, num período de total asfixia censória, o Expresso rapidamente se transforma numa referência na imprensa portuguesa. Este projeto mediático foi também uma aventura política, uma vez que permitiu à Ala Liberal prosseguir a sua atividade para além das paredes da Assembleia Nacional. Derrubada a ditadura, o jornal foi ainda o embrião do Partido Popular Democrático. Ao longo das suas páginas, o Expresso apresentava um conjunto de opiniões objetivas e independentes do poder político, traduzindo-se assim num jornalismo atuante e interveniente. Este tipo de intervenção e postura nem sempre foi simples. O consulado de Marcelo Caetano, em que o jornal nasceu, foi caracterizado por uma luta em vão para a extensão das liberdades, incluindo a imprensa. Como um alvo constante da censura (depois renomeado de Exame Prévio), o jornal enfrentou várias dificuldades. De acordo com Francisco Balsemão, “se não fosse o 25 de Abril o Expresso teria provavelmente acabado”1. Palavras-chave: Expresso, Marcelo Caetano, Estado Novo, Imprensa Portuguesa, Liberdade 1 Balsemão, Francisco Pinto, “O 25 de Abril Salvou o Expresso” in José Pedro Castanheira, O que a censura cortou, Lisboa: Expresso, 2009, p. 11 IV Abstract Founded by Francisco Pinto Balsemão on January 6th 1973, in a period of total suffocation of censorship, the Expresso quickly becomes a reference in the Portuguese press. This media project was also a political adventure, as it enabled “Ala Liberal” to proceed it’s activity beyond the walls of the National Assembly Once the dictatorship was overthrow, the newspaper became the embryo of the Democratic People's Party. Throughout its pages, the Expresso had a set of objective and independent opinions, thus leading to an active and intervening journalism. This type of intervention and posture was not always simple. Marcelo Caetano’s consulate, in which the newspaper is born, was characterized by an unsuccessfully struggle for the extension of freedoms, including the press. As a constant target of censorship (then renamed Preliminary Exam), the newspaper faced various difficulties. According to Francisco Balsemão, "if it was not for the April 25 the Expresso would probably have finished."2 Keywords: Expresso, Marcelo Caetano, Estado Novo, Portuguese Press, Freedom 2 Balsemão, Francisco Pinto, “O 25 de Abril Salvou o Expresso” in José Pedro Castanheira, O que a censura cortou, Lisboa: Expresso, 2009, p. 11 V Abreviaturas AN – Assembleia Nacional ANOP – Agência Noticiosa Portuguesa AP – Associated Press ANI – Agência Nacional de Informação ANP – Ação Nacional Popular BBC – British Broadcasting Corporation CCT – Contracto Coletivo de Trabalho CDE – Comissão Democrática Eleitoral CEE – Comunidade Económica Europeia CEM – Comissão Eleitoral Monárquica CEUD – Comissão Eleitoral da Unidade Democrática DGS – Direção Geral de Segurança MFA – Movimento das Forças Armadas OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ONU – Organização das Nações Unidas PCP – Partido Comunista Português PIDE – Polícia Internacional e de Defesa do Estado PPD – Partido Popular Democrático PREC – Processo Revolucionário em Curso PSD – Partido Social Democrático RTP – Rádio e Televisão de Portugal SNI – Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo SNJ – Sindicato Nacional de Jornalistas SPN – Secretariado de Propaganda Nacional UN – União Nacional VI Índice DECLARAÇÃO ...................................................................................................................... II Agradecimentos ................................................................................................................ III Resumo ............................................................................................................................. IV Abstract .............................................................................................................................. V Abreviaturas ...................................................................................................................... VI Introdução .......................................................................................................................... 9 1. Imprensa Portuguesa até ao 25 de Abril de 1974 ......................................................14 1.1. Opinião Pública durante a Ditadura ...................................................................14 1.2. Panorama do Jornalismo Português ...................................................................19 1.3. Os Jornalistas e a Lei de Imprensa ......................................................................23 1.4. O Ensino do Jornalismo ......................................................................................26 2. O “Estado Novo” de Marcelo Caetano .......................................................................30 2.1. Ascensão de um Político ....................................................................................31 2.2. Eleições de 1969 .................................................................................................33 2.3. A atuação da Ala Liberal .....................................................................................36 2.4. O Problema da Guerra........................................................................................41 3. Expresso: um projeto de renovação ...........................................................................43 3.1. O nascimento de uma ideia ................................................................................44 3.1.1. Estrutura Empresarial .....................................................................................47 3.1.2. Inovações Jornalísticas do Expresso ...............................................................48 3.1.3. Sondagens ......................................................................................................53 3.2. Um vasto grupo de colaboradores .....................................................................56 3.3. Estrutura Orgânica .............................................................................................62 3.4. O Expresso e a Censura ......................................................................................68 4. Apresentação dos resultados .....................................................................................76 4.1. Corpus de análise e metodologia .......................................................................76 4.2. Organização Temática ........................................................................................77 4.3. Interpretação de dados: temas dominantes nas primeiras páginas ...................78 Conclusão ..........................................................................................................................95 Bibliografia ........................................................................................................................98 Anexos ............................................................................................................................101 Anexo 1 - Francisco Pinto Balsemão - 12 de Maio de 2014 .......................................101 Anexo 2 - Joaquim Letria - 27 de Março de 2014 ......................................................107 Anexo 3 - José Pedro Castanheira – 27 de Março de 2014 ........................................111
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