PCN em Ação -

RELATÓRIO QUALITATIVO – Ana Rosa Abreu

1. Contexto Político Local para o Desenvolvimento do PCN em Ação

A Secretaria Estadual de Pernambuco foi uma das primeiras a aderir ao programa em 1999 quando foi realizado o Encontro da 1a Fase. Depois disso o processo ficou parado. No final do ano com a constituição da Rede Nacional de Formadores e a entrada de Artur Morais e Eliana Mattos, houve uma enorme demanda dos municípios através da UNDIME que já vinha se manifestando interessa. Como a secretaria estadual parecia não se simpatizar com os nomes da Rede em seu estado, pedimos uma sugestão que não foi encaminhada, a própria Lair me telefonou e disse que não lhe ocorria nenhum outro nome, que com certeza Artur e Eliana teriam boas sugestões. A UNIME articulou os seus 8 pólos e agendou os encontros da primeira fase. Se por um lado foi bastante interessante a articulação da UNDIME, por outro não garantiu uma verdadeira adesão de todos os municípios como costuma acontecer quando a iniciativa vem diretamente deles. A presidente da UNDIME é a secretária de que tem uma ação marcadamente política dentro da entidade. Nas reuniões com secretarias durante o primeiro encontro foi essencial para maiores esclarecimentos sobre o programa e as necessidades estruturais para realizá-lo. E foi sempre muito bem recebido!!! A secretaria do estado depois de um longo tempo sem contato, reiniciou os encaminhamentos do programa, discutindo com os coordenadores gerais do estado. Houveram algumas reuniões com Artur e Eliana, conversaram com o Arlindo, responsável pelo atendimento aos municípios para encaminhar a discussão da escolha do Livro Didático. Neste peeríodo, meados de maio estive em e agendei uma reunião com a Lúcia e Lair. O que ficou claro é que dentro das ações da secretaria o programa estava sem muita importância uma vez que ainda estavam trabalhando com as orientações iniciais de desenvolverem todos os módulos sem eleger prioridades. O resultado final seria o que os professores teriam apenas se aproximado dos PCN em Ação. Falamos umm pouco de como estavam encaminhando o programa, incluindo o uso do Livro Didático, as prioridades na alfabetização, o programa de formação de professores alfabetizadores, etc... Lúcia foi se animando conforme foi percebendo que poderia no interior do programa por em ação suas expectativas para as escolas, que naturalmente dizem respeito a formação do professor e o ensino da Língua Portuguesa, mais especificamente a alfabetização. Quando a conversa chegou neste ponto falou de seu trabalho com as aprendizagens da língua escrita que trabalha desde o ano passado, disse que queria fazer um diagnóstico das primeiras séries, que em reunião com o Banco Mundial não conseguiu isso, que quase brigaram feio e que continuava querendo uma ajuda do INEP para isso, disse que já conversou com a Maria Inês que se mostrou solidária e se propôs a apoiar no que fosse possível. Discutiu também que esta avaliação não seria algo muito complicado, incluiria 4 aspectos no máximo e que deveria ser compreendida como uma avaliação diagnóstica, orientadora das ações de formação. Lúcia me perguntou pela possibilidade do MEC financiar esta avaliação e eu respondi que isso não estava previsto, que era da responsabilidade das secretarias mas que poderíamos identificar se outros lugares onde o programa está instalado estão interessados e buscar uma articulação para que a busca de apoio mesmo junto ao INEP fosse otimizada e socializada... Ficaram de estruturar mais a proposta, analisar um material do Uruguai, o de Batalha... Se conseguirem chegar em algo, pensaram na possibilidade de ter algum espaço na reunião da Rede para apresentar e discutir a proposta. Disse que sim já que o papel do MEC é prioritariamente articulador, indutor e socializador de políticas educacionais.

2. Atuação da Rede Nacional de Formadores

Artur e Eliana estão trabalhando bastante articulados, embora tenham uma divisão de Pólos o fazem sempre em parceria, discutindo e compartilhando os encaminhamentos e as decisões. Eles estão sempre em contato com os pólos mediando politicamente as relações entre as secretarias e a Rede. Tanto Artur como Eliana têm uma boa circulação política, já trabalharam em secretarias, conhecem os problemas políticos da UNDIME, das secretarias. Eliana ainda participa do Conselho Estadual como substituta, é sempre convidada a participar de suas ações, Artur é da UFPE... Bem, quero dizer que os membros da REDE que assumem os PCN desde o início, tem um reconhecimento local e são experientes, o que é importante para assumir este trabalho que no caso do estado de PE envolve a articulação com várias instituições. Pelo que tenho observado, não tem dificuldade em saber o lugar do MEC e como se relacionar com estas instituições, têm clareza do papel que assumem e estão agindo com muita responsabilidade ética. Desde o início quando assumiram, chamaram uma série de profissionais afinados com os PCN e com os Referencias para a Formação de Professores e constituiram uma equipe de formadores para trabalhar no programa. O estado de PE não só tem autonomia em relação a equipe nacional de formadores como também “exporta” profissionais para o atendimento em outros estados. Com certeza as questões que mais preocupam a rede local são relativas a FASE 2 e mais especificamente ao atendimento aos pólos uma vez que estes são distantes e encontram-se muitas vezes em lugares com dificuldade de acesso. Estão esperando a contratação de mais um profissional para a REDE que não foi encaminhado anteriormente por conta da espera da indicação da secretaria estadual que acabou depois abrindo mão da indicação. A reunião que fizemos com a secretaria estadual aconteceu em um clima de muita confiança mútua e ânimo para um trabalho conjunto. Da mesma forma se relacionam muito bem com a UNDIME que tem apoiado no que pode cedendo espaços, apoio para reprodução de material, equipamentos, etc...

3. Estado atual da expansão do Programa - Situação em que se encontra

· Pólos atendidos na Fase 1 – 06 Pólos Afogados de , Caruaru, Salgueiro, , Nazaré da Mata,

· Previsão de atendimento na Fase I - 03 Pólos Cabo ( 26,27,28 e 29/junho ) ; Palmares ( 04, 05, 06 e 07/julho ); Recife ( 18, 19, 20 e 21/julho )

· Pólos atendidos na Fase 2 - 02 ( Afogados de Ingazeira e Caruaru ).

· Agenda de atendimento de Pólos na Fase 2 Petrolina ( 08 e 09 de junho ); Caruaru ( 12 e 13 / junho ); Salgueiro (15 e 16 de junho); Afogados de Ingazeira ( 08 e 09 de junho ).

4. FASE 2 - Principais dificuldades estruturais pedagógicas

1. Dificuldades trabalhadas na organização da Fase I dos Pólos agendados: a) Falta de clareza a respeito da finalidade do encontro b) Dificuldade de comunicação entre os municípios integrantes do Pólo ( por ex. a secretaria de educação de Palmares tem um único telefone utilizado para diversos tipos de comunicação ). c) Demora na resposta dos municípios articulados. Obs. Como estamos em fase de decisão de candidaturas à eleição municipal, alguns secretários são possíveis alternativas, ficando a sua atuação à frente da Secretária, no mínimo, dividida ou em "compasso de espera". Além disso, fomos informados que a decisão de orçamento de despesas devem ser feitas até o final de junho, considerando também o período eleitoral. d) Não se observa, contudo, nenhuma rejeição ao Programa PCN em Ação. e) Esses comentários podem ser estendidos, de certa forma ao Pólo de Cabo e de Palmares. O Pólo de Recife é uma particularidade - é um pólo que tem um número maior de escolas e que transforma esse fato num argumento favorável ao seu desmembramento da região metropolitana. 2. Organização dos Pólos já iniciados: a) De um modo geral, a relação com as secretarias de educação, pode ser considerada muito boa. A rede é solicitada para dar ajudas diversas ( compra de livros e materiais didáticos, envio de ficha de escolha do livro didático, indicação de consultores para acompanhar os trabalhos nos municípios, etc.). Considerando os seis meses ( mais ou menos ) que restam aos secretários municipais para montar e executar o cronograma de trabalho para o segundo semestre a Rede local está investindo no fortalecimento das equipes de coordenação geral e coordenação de grupos. b) Mesmo com todas as dificuldades, temos casos de pequenos municípios funcionando sozinhos, como é o caso de Jataúba, pertencente ao Pólo de Caruaru que realiza reuniões semanais de estudo e telefona para a Rede contando tudo e pedindo orientações. “Às vezes, pensamos que uma linha de telefone ajudaria muito a gente acompanhar, fortalecer e manter as ações dos coordenadores, já que não há meios informatizados entre eles e nós. Pensamos que é preciso encontrar estratégias de manutenção do elo entre eles e nós, como fazemos entre nós ( Brasília, você e Pernambuco )” trecho de relatório, enviado pela rede PE para Ana Rosa c) Estão sendo preenchidas as fichas com a síntese do andamento dos trabalhos planejados pelos municípios, que serão enviadas até a próxima semana. É um trabalho de digitação minucioso e exaustivo. d) Ainda estão sendo realizados quatro encontros ( FASE 2 ) para junho, onde será observaado "in loco " o trabalho funcionando : Petrolina ( trabalho local e reunião com secretários e todos os coordenadores do Pólo) nos dias 8 e 9/06, Caruaru 12 e 13/ 06 com ida Jataúba e Salgueiro ( encontro local e reunião com coordenadores do Pólo nos dias 15 e 16. Igual para Afogados. e) Não existe ainda uma estratégia montada para sugerir consultores para acompanhar os municípios em suas carências. Pensam e querem discutir o aumento da equipe local de formadores que seriam indicados e pagos pelas secretarias para atender quem precisar de um acompanhamento mais próximo.

6. Articulação e parcerias com outras instituições

Não está havendo nenhuma articulação com outra instituição para fortalecer as ações do programa. Tivemos uma reunião no centro educacional da UFPE, instituição de origem de Artur e Eliana. A reunião não teve caráter oficial, participaram Ana Rosa, Eliana, Artur, o vice diretor e a pessoa responsável pelos programas de formação continuada do centro. Ficaram bastante interessados e não esconderam que estão ocupados com outros programas mas que poderiam rever seus programas para aderir a este que lhes parece mais interessante no entanto para deixar outros programas precisariam de financiamento.

7. Articulação dos PCN em Ação com outros programas

Não existe nenhuma articulação consolidada com outros programas do MEC ou com das secretarias que não seja com o PNLD. Realizaram um encontro para discutir a escolha do livro didático em meados de maio. Foi chamado pelo programa e participaram por volta de cem municípios. Foi interessante pois abriu-se uma discussão da escolha dentro dos PCN e avançou-se muito não só nas possibilidades de escolha mais coerente mas na import6ancia do uso do livro nas ações de formação. Participaram do encontro – Egon, Cecília, Euclides da SEF, Paulo Figueiredo da UFPE ( análise do LD de matemática), Artur, Eliana e Ana Rosa Foi realizado na sede da UNDIME, os participantes vieram com recursos dos municípios, o café foi pago por Artur, as reproduções aconteceram com o empréstimo de papel pela universidade ( que precisam ser repostos), com o equipamento e tinta da UNDIME. O encontro foi considerado ótimo pelos participantes que disseram "chegou na hora certa" e "ajudou na estratégia de escolha ( critérios ) e estratégia de atuação coletiva com professores nas escolas", segundo algumas pessoas em Palmares, Garanhuns, Cabo, Recife. Como ilustração vou digitar dois relatos que recebi, por fax, de dois municípios, localizados em pólos distintos.