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Mariana Aparecida Carvalhaes FLORÍSTICA, RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE BROMÉLIAS EPÍFITAS E O MANEJO DE FLORESTAS DE CAIXETA, IGUAPE, SÃO PAULO Tese apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências da Engenharia Ambiental. ORIENTADOR: Prof. Dr. Virgílio Maurício Viana SÃO CARLOS – SP 2005 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. Dedico este trabalho aos meus pais, Elsio e Conceição, aos pais dos meus pais, Jacinto, Mariana, Geralda e Augusto, aos pais dos pais dos meus pais.... Agradecimentos Como nada na vida se faz sozinho, ou quase nada, gostaria de sinceramente agradecer: À FAPESP, pela bolsa concedida; Ao Prof. Virgilio Viana, pela oportunidade de trabalhar com este “mundo” que são os recursos não madeireiros; Ao Prof. Jan Wolf, por todo apoio e pelo estímulo que me fez enxergar as florestas de caixeta como se fosse a primeira vez; A Marcelo Corrêa Alves pela presteza na análise dos dados; À banca de defesa pelas sugestões e críticas; À taxonomista Maria das Graças Wanderley pela preciosa e indispensável ajuda na identificação das bromélias; Aos taxonomistas que identificaram ou confirmaram o material botânico, Lucia Rossi, Inês Cordeiro, Lucia Kawazaki, Maria Cândida Mamede, Fabio de Barros, Mizue Kirizawa; A Rui Aparecido Paulo, meu querido companheiro de caixetal, sem o qual eu estaria até hoje atolada em algum brejo; Aos “jagunços” que carregaram aqueles caraguatás comigo, Lino, Jorda, Trovão, Dauro; Ao Ibama de Iguape, pelo apoio logístico; Ao Prof. Evaldo Gaeta, coordenador da Pós-Graduação do CRHEA, pela disposição com que sempre me ajudou; À Claudete, secretária do CRHEA, por todo apoio; À Prof. Adriana Nolasco por todo apoio neste tempo todo; Ao Prof. Sergius Gandolfi por todos os “toques”; Aos “velhos” companheiros do Projeto Caixeta, Marcelo, Ricardo, Adriana, Mauro, Tintin, Andréa, Karin; Aos amigos do Lastrop, Renata, Electra, Valquiria, Marcus; À Lombra, pela força; À amiga Calu, pela ajuda no abstract; À Beth Bijl, por todo apoio e amizade, infelizmente por pouco tempo; À amiga Isandra, por todos os “impossíveis” que ela resolveu; À Carla, que me ensinou muitas coisas sobre o “mundo real”; Ao casal Cris e Jatomei, por nossa festa em Icapara, e afins; Às “três mosqueteiras” Vera Lis, Renata Evangelista e Carla Daniela pelo empenho na finalização do exemplar de defesa do trabalho; Ao Clube, Zezé, Calu, Carla, Renata, Lucia, Vânia, pelos momentos de profunda reflexão; Aos meus amigos Paula, Mariana e Rodrigo, pela acolhida em São Carlos; À querida Silvia, pelo apoio e pelo Reiki, mesmo à distância; À minha família, Conceição, Adriana, Miúcha e Bethânia pela paciência e compreensão; Me desculpe se eu esqueci alguém ... i RESUMO CARVALHAES, M. A. (2005). Florística, riqueza e abundância de bromélias epífitas e o manejo de florestas de Caixeta, Iguape, São Paulo. Tese (doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005. Os caixetais, florestas paludosas caracterizadas pela dominância de caixeta (Tabebuia cassinoides), têm hoje no Vale do Ribeira seus maiores remanescentes, mesmo tendo sido a caixeta um importante produto do extrativismo da região. O sistema tradicional de manejo da caixeta é caracterizado pela subutilização de recursos não madeireiros, apesar da riqueza e da abundância de formas de crescimento não arbóreas, especialmente bromélias epífitas de forte apelo ornamental. Estas são danificadas ou mortas durante a colheita de caixeta e deixadas na floresta, constituindo um resíduo da exploração de madeira. A ausência de conhecimento ecológico sobre estas bromélias epífitas, dificulta a sua inclusão no sistema de manejo. Ao mesmo tempo, diferentes espécies de bromélias são extraídas de forma predatória em toda Mata Atlântica e comercializadas apesar da proibição legal, o que juntamente com a ausência da regulação da atividade, aumenta a pressão do extrativismo clandestino destas espécies. O principal objetivo do presente estudo foi conhecer a composição florística e a estrutura das espécies de bromélias epífitas, considerando a distribuição espacial, a riqueza e a abundância em diferentes caixetais no município de Iguape. Foram identificadas 27 espécies de bromélias epífitas. No conjunto de 250 caixetas analisadas em cinco caixetais, as populações de Aechmea nudicaulis, Vriesia rodigasiana, A. coelestis e V. carinata foram as mais abundantes, sendo as três últimas, espécies atualmente comercializadas no setor atacadista de São Paulo. De maneira geral, as maiores abundância e riqueza de bromélias são encontradas em altura intermediária (2 a 6m) e em caixetas como diâmetro à altura do peito (DAP) > 15 cm. Uma vez i ii que, foi verificado que o manejo da caixeta afeta negativamente a abundância e a riqueza de espécies da sinúsia de bromélias epífitas, são propostos parâmetros e procedimentos de “bom manejo” para melhoria do sistema, considerando a inclusão das bromélias no sistema de manejo atual e o manejo exclusivo destas. É imprescindível o monitoramento a longo prazo do impacto da colheita sobre a sinúsia de bromélias, para a definição de práticas de manejo e técnicas silviculturais que devem ser incorporadas para aprimorar o “bom manejo” das bromélias epífitas nos caixetais, do ponto de vista biológico. Palavras-chave: bromélias, epífitas vasculares, ecologia, florística, florestas de caixeta. ii iii ABSTRACT CARVALHAES, M. A. (2005) Floristic composition, richness and abundance of epiphytes bromeliads and the management in caixeta’s forests, Iguape – SP. Ph.D. Thesis – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005. In southeastern Brazil, there is a peculiar coastal swamp forest ecosystem, characterized by the dominance of “caixeta” tree (Tabebuia cassinoides), which represents an important product of extractivism for the local population. The traditional management systems of the caixeta forests do not consider the use of non-timber forest resources, ignoring the presence of many species with economic importance as the Bromeliaceae epiphytes with high ornamental value. During the harvesting these ornamental species are destroyed. The lack of ecological knowledge about Bromeliaceae’s synusia represents an obstacle to its inclusion in the caixeta management system. At the same time, different species of Bromeliaceae are commercialized in a predatory manner notwithstanding legal prohibition, which along with the absence of regulation of the activity increases the illegal extractivism in the natural ecosystems in Brazilian Atlantic Rainforest. The main propose of this study was to analyze the Bromeliaceae epiphytes species floristic composition and the structure, taking in account their spatial distribution, richness and abundance in different caixeta’s forests. Twenty seven (27) species of Bromeliaceae were identified. In five caixeta forests analyzed the population of Aechmea nudicaulis, Vriesia rodigasiana, A. coelestis e V. carinata were predominant. The three last species have been already commercialized in city of São Paulo. In general, both richness and abundance of the Bromeliaceae epiphytes were mainly found in the intermediary height (2-6m) and host trees with diameter at breast height (DBH) > 15cm. As it was observed that traditional caixeta management has a negative effect on bromeliads epiphytes, were suggested conducts of “best management practices” to iv improve the caixeta forest management. It was considered the inclusion of bromeliads in the caixeta management system and the exclusive bromeliads management. From the biological point of view, monitoring during a long period the impact of harvest of bromeliads is absolutely essential to establish the best management practices. Key words: bromeliads, vascular epiphytes, ecology, floristic, caixeta forests v Lista de Figuras Figura 1. Sistemas Tradicional e Melhorado de Manejo e Aproveitamento dos Recursos Florestais dos Caixetais no Vale do Ribeira – SP................................................................................ 9 Figura 2. Bromélias não aproveitadas nos caixetais após a colheita de madeira. Os danos a esta sinúsia podem ser pela perda de suporte (A), com a queda das bromélias no solo alagado (B) ou seco (C) e por mudança nas características da estrutura da floresta com a conseqüente entrada de luz intensa e repentina (D,E)............................................................................................ 12 Figura 3. Localização das florestas de caixeta, Cindumel e Retiro, analisadas quanto à sua composição florística, Iguape, SP........... 23 Figura 4. Porcentagem de formas de crescimento das espécies coletadas nos caixetais Retiro e Cindumel, Iguape, São Paulo...... 31 Figura 5. Localização dos cinco caixetais analisados em Iguape, SP................................................................................................ 45 Figura 6. Abundâncias de bromélias epífitas nas respectivas classes de diâmetro à altura do peito (DAP) das árvores de caixeta nos caixetais, Iguape,...................................................... 82 Figura 7. Abundâncias de bromélias epífitas nas respectivas classes de altura nas caixetas amostradas nos caixetais em Iguape, SP................................................................................... 84 Figura 8. Àreas de extrativismo intenso e de comercialização de bromélias na Mata Atlântica. Fonte: Simões & Lino (2002).........................................................................................