64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013

A FAMÍLIA NA SERRA DOS PIRENEUS, GO.

Rodrigo A. Pacheco 1* e Jimi N. Nakajima 2 1Discente do Programa de Pós Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Uberlândia – MG; 2Docente da Universidade Federal de Uberlândia – MG; *[email protected]

Cipó (53 espécies), a Serra do Cabral (39 spp.) e o P. N. Introdução do Itatiaia (32 spp.). No estado de Goiás, a Serra dos A família Asteraceae apresenta distribuição Pireneus é a mais diversa, pois a Chapada dos Veadeiros apresenta um total de 104 espécies (41 spp. de cosmopolita, é monofilética e bem sustentada por , 27 spp. de Eupatorieae, 15 spp. de características morfológicas e moleculares. No mundo, Heliantheae e 9 spp. de Astereae). Entretanto estas possui cerca de 25.000 espécies em 1.600-1.700 gêneros diferenças podem ser explicadas pelo tipo de metodologia e 43 tribos [1, 2, 3]. No Brasil, a família possui 2.049 empregada em cada estudo, bem como a área total espécies, em 276 gêneros, sendo encontrada em todos amostrada [8]. os biomas. Nos biomas dos cerrados e campos rupestres, a família é bem representada e com grande Conclusões quantidade de endemismos [3, 4, 5, 6]. A região da Serra O número de espécies de Asteraceae já é um dos dos Pireneus, situada nos municípios de Pirenópolis, maiores das angiospermas do Brasil, mas ainda faltam Corumbá de Goiás e Cocalzinho de Goiás, GO, apresenta mais estudos florísticos detalhados de muitas regiões do uma flora ainda pouco conhecida, o que motivou a país. Com um número maior de levantamentos o número realização deste trabalho. de espécies em cada área estudada para o país tende a aumentar, demonstrando a riqueza e a importância da Metodologia família para o Brasil. Durante os anos de 2012 e 2013, foram realizadas seis Agradecimentos expedições de coleta, por meio de incursões aleatórias, de acordo com a acessibilidade dos locais visitados, e Os autores agradecem ao Reflora (Processo visando abranger a maior área possível da Serra dos 563541/2010-5), ao Protax (Processo 562290/2010-9), ao Pireneus, GO. O material coletado foi prensado e seco Instituto de Biologia da Universidade Federal de em estufa, os dados das espécies anotados, e as Uberlândia (UFU), ao Programa de Pós Graduação em exsicatas estão depositadas no Herbário HUFU, do Biologia Vegetal da UFU, aos Herbários HUFU, HUEG, Instituto de Biologia da UFU. Exemplares de outros UEC, R, RB, K, MBM, UB, CEN, IBGE e aos curadores, Herbários (HUFU, HUEG, UEC, R, RB, K, MBM, UB, pelo apoio para a realização deste trabalho. O primeiro CEN, IBGE) também foram analisados e fotografados. As autor agradece em especial ao Reflora, pela bolsa identificações foram feitas por meio de literatura concedida. especializada e/ou comparação com outras exsicatas das espécies depositadas nos herbários visitados. Referências Bibliográficas [1] Funk, V. et al . 2009. Systematics, Evolution, and Resultados e Discussão Biogeography of Compositae . International Association for , Institute of Botany, University of Vienna, Até o momento, a família está representada por 180 Rennweg 14, Vienna, Austria. 1030 p. espécies, distribuídas em 60 gêneros e pertencentes a 12 [2] Panero, J. L. & Funk, V. 2007. New infrafamilial taxa in tribos. As tribos mais ricas em espécies são Eupatorieae Asteraceae . Phytologia 89(3): 356-360. [3] Funk, V.A. et al . 2005. Everywhere but Antarctica: Using a (62 espécies), Vernonieae (59 spp.), Heliantheae (31 supertree to understand the diversity and distribution of the spp.) e Astereae (13 spp.). As demais tribos estão Compositae . Biol. Skr. 55: 343-374. representadas por menos de 10 espécies cada uma. Os [4] Nakajima, J. N. & Romero, R. 1999. Biodiversidade e o impedimento taxonômico . Holos, Rio Claro, v. Edição, n. gêneros mais abundantes são Chromolaena (25 spp.), especial Lessingianthus (20 spp.), Baccharis (11 spp.), Mikania (9 [5] Pinto, J. R. R. et al . 2009. Composição florística e estrutura spp.), Calea e Viguiera (7 spp. cada um). Este da vegetação arbustivo-arbórea em um cerrado rupestre, levantamento amplia a distribuição geográfica de várias Cocalzinho de Goiás, Goiás . Rvta. Bras. Bot., v. 32, n. 1, 1-10 p. espécies, merecendo destaque a espécie Heterocoma [6] Nakajima, J. N. et al . 2010. Asteraceae in Lista de espécies lanuginosa (Glaz. Ex Oliv.) Loeuille, J. N. Nakaj, & Semir, da flora do Brasil . Jardim Botânico do Rio de Janeiro. que era restrita a algumas regiões do estado de Minas [7] Louille, B. et al . 2013. Two New Species of Heterocoma (Asteraceae: Vernonieae) and a Broadened Concept of the Gerais {7}. Quando comparada a outras regiões do Brasil, . Systematic Botany, 38(1): 242-252. a Serra dos Pireneus apresenta uma diversidade alta. A [8] Borges, R. A. X. et al . 2010. The Asteraceae flora of the tribo Eupatorieae está entre as maiores também na Serra Serra do Ibitipoca: analyses of its diversity and distribution compared with selected areas in Brazilian Mountain ranges . da Canastra (63 espécies), em Catolés (66 spp.) e no Systematic and Biodiversity 8(4): 471-479. Itacolomi (71 spp.). Já a tribo Vernonieae é a mais diversa nos Pireneus, comparando-se com a Serra do