Oswald De Andrade Obras Completas-10

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Oswald De Andrade Obras Completas-10 OSWALD DE ANDRADE OBRAS COMPLETAS-10 TELEFONEMA RETRATO DE UM HOMEM E DE UMA ÉPOCA. TELEFONEMA, é uma antologia da produção jornalística de Oswald de Andrade a partir de 1909, quando re- digiu a coluna teatral do Diário Po- pular, até sua última crônica para o Correio da Manhã, divulgada no dia seguinte ao de sua morte. A seleção e estabelecimento dos textos são de Vera Chalmers, jovem universitária e pesquisadora de altos méritos que integra a equipe de estu- diosos formada pelo Professor Antô- nio Cândido de Melo e Souza. Dela também a valiosa e esclarecedora in- trodução crítica, onde analisa, com inteligência e agudeza, o discurso jor- nalístico de Oswald de Andrade. As notas de rodapé, situando fatos e pes- soas, são igualmente de sua autoria. Esses textos foram desentranhados das secções fixas mantidas pelo escri- tor em vários órgãos da imprensa: Teatros e Salões, Feira das Quintas, Banho de Sol, De Literatura, Feira das Sextas, Três Linhas e Quatro Verdades e Telefonema, aparecidas intermitentemente em jornais como Diário Popular, Jornal do Comércio (edição de São Paulo), Meio-Dia, Diário de São Paulo, Folha de São Paulo e Correio da Manhã. A reunião dessas crônicas e artigos acaba por formar um "retrato" espiri- tual do polígrafo paulista, um gráfi- co febril das suas mutações intelec- tuais, os conflitos de sua índole in- conformada, as inquietações que o assoberbaram ao longo dos anos. Ne- las estão as suas paixões, iras, ind os- sincrasias, alguns momentos polêmi- cos da maior virulência, ou de sátira Oswald de Andrade Obras Completas X Telefonema 2.a edição Introdução e estabelecimento do texto de VERA CHALMERS civilização brasileira Copyright © by Espólio de OSWALD DE ANDRADE Desenho de capa: DOUNÊ Diagramação: ciVBR Ás Direitos desta edição reservados à EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A. Rua Muniz Barreto, 91-93 RIO DE JANEIRO, RJ 1976 Impresso no Brasil Printed in Brazil Sumário Agradecimento XI Critérios observados no estabelecimento dos textos XIII Desconversa XV TEATROS E SALÕES 14.5.909 3 11.8.910 8 6.9.910 12 FEIRA DAS QUINTAS 28.10.926 O sucessor de Rodolfo Valentfno 19 30.11.926 O abelhudo 23 10.2.927 Excertos de "Serafim Ponte Gran- de" 26 24.2.927 Antologia 32 3.3.927 Páginas do tempo de Washington Post 35 24.3.927 Álvaro Moreyra e outras questões que não são para todos 39 7.4.927 Um documento 43 BANHO DE SOL 9.3.939 O Ariano Oliveira 55 14.3.939 Comemorando Castro Alves 56 4.4.939 Um capítulo de educação sanitá- ria 57 21.4.939 Uma consagração urgente 58 5.5.939 Aproximação necessária 59 11.5.939 Contam os jornais 60 1.6.939 O tempo e os costumes 61 12.6.939 Uma lição de solidariedade 61 DE LITERATURA 19.5.935 Só para homens 65 20.3.939 Posição do século 69 19.4.939 Em São Paulo 73 FEIRA DAS SEXTAS 30.7.943 Carta a um professor de literatura 81 27.8.943 Salada russa 85 3.12.943 Por uma frente espiritual 90 3 LINHAS E 4 VERDADES 5.11.949 97 14.12.949 98 1.1.950 100 5.1.950 102 1.6.950 104 9.6.950 105 2.7.950 106 3.8.950 107 20.8.950 108 24.8.950 109 29.8.950 110 7.9.950 111 8.10.950 112 TELEFONEMA 2.3.944 A confidencia 117 12.3.944 Brasil agreste 119 28.5.944 O escritor popular 120 8.6.944 Carta 121 6.9.945 A Mr. Truman 122 15.1.946 Do espírito jurídico 125 1.2.946 Interurbano oficial 126 12.3.946 O albatroz 127 11.4.946 Sob a proteção de Deus 129 26.4.946 Resurrexit 130 28.4.946 O gostosão da ditadura 131 23.5.946 Memórias em forma de dicioná- rio 133 18.8.946 A princesa Radar 135 21.8.946 As máscaras de Plínio Tômbola 136 22.9.946 Legem habemus 138 23.11.946 Por Gilberto 140 10.12.946 Câmara ardente 141 8.8.947 A A.B.D.E., em São Paulo, é fas- cista 142 19.8.947 Os tempos novos 144 4.10.947 Do existencialismo 146 8.10.947 Uma carreira de romancista 147 6.11.947 Da ressurreição dos mortos 148 19.12.947 A moça das lojas americanas .. 150 3.2.948 Retorno às Belas-Artes 151 8.2.948 Serão 152 22.2.948 Música, maestro! 153 28.2.948 O cinema na Europa 154 17.3.948 A ceia 154 17.6.948 Conversa de velhos 155 7.6.949 Sobre poesia 157 28.6.949 À sombra dos cretinos em flor.. 158 24.11.949 A mulher automática 159 26.11.949 O diabo Agripino 160 2.12.949 Diário confessional 162 4.9.950 Notícias da província eleitoral .. 162 25.3.952 Sobre Emílio 164 4.4.952 Corção 165 18.4.952 166 8.6.952 O analfabeto coroado de louros .. 167 25.3.953 Fronteiras e limites 168 4.2.954 São Paulo 169 10.2.954 O Demais 170 18.4.954 Meditação n.° 3 170 18.9.954 A estralada 171 23.10.954 A inteligência no Catete 172 A gradecimento: A organização desta antologia foi possível graças à Bolsa de Aperfeiçoa- mento dada a mim pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, com a orientação do prof. An- tonio Cândido de Mello e Souza. VERA CHALMERS CRITÉRIOS OBSERVADOS NO ESTABELECIMENTO DOS TEXTOS A ortografia foi atualizada de acordo com a última lei de acentuação gráfica. Para os nomes próprios adotei a seguinte orientação: os nomes menos conhecidos foram atualizados. (Como, por exem- plo, Penaforte Icaraí, Alírio Wanderlei e outros). Os nomes de pessoas muito conhecidas foram conservados na grafia ori- ginal ou segundo as modificações introduzidas pelos seus por- tadores. (Para enumerar alguns: Álvaro Moreyra, Villa Lobos, Gilberto Freyre, Tristão de Ataíde). Outros foram atualiza- dos, porque já estão fixados na ortografia atual. (Como nomes de: Emílio de Menezes e Rodolfo Valentino, entre outros.) Os nomes próprios de estrangeiros não foram abrasileirados. (Ci- cillo Matarazzo, Wladmir Ilitch, Dublin, etc.). As palavras em dialeto ítalo-paulista foram conservadas na grafia original. No que diz respeito às citações de palavras estrangeiras, em francês, inglês e outras línguas, julguei im- portante o seu não abrasileiramento. Porque a sua conserva- ção é quase sempre fundamental para identificar um texto per- tencente a um momento bem marcado por um certo tipo de importação cultural. Como, por exemplo, as palavras: boite, loup, can-can, baton, rouge; jazz, fox-trot, drink glamour girl e etc. O texto de iornal, freqüentemente, é muito menos cuida- do e mais perecível que o do livro. Por este motivo, às vezes, encontrei no original falhas de impressão e até faltas de gra- mática, como também erros na citação de nomes ou de pala- vras vernáculas e estrangeiras. Nos casos em que a falta apa- rente era menos grave, corrigi o texto abrindo uma nota de rodapé no lugar em que se deu a modificação. Entretanto, houve casos em que corrigir o texto implicava também em banalizá-lo. Isto é, descaracterizá-lo do ponto de vista das idio- sincrasias do seu autor. Nestes casos, resolvi conservar os erros de citação, como também a pontuação peculiar, que apresenta longos períodos gramaticais não marcados por qualquer tipo de acentuação. A mesma coisa aconteceu com a sintaxe pouco "ortodoxa" da frase de Oswald. De modo que, o "mau portu- guês", como também as "falhas de memória" aparentes foram conservadas de acordo com o original, assinalados por uma nota de rodapé, na qual se dá a versão correta. E por fim, no que se refere às notas de rodapé, o que se fez foi um tipo de explicação sumária destinada a esclare- cer o contexto vivido por Oswald. Não foram objeto de notas os nomes de pessoas, instituições ou fatos que ficam direta ou indiretamente esclarecidos pelo texto, ou que são conheci- dos pelo leitor de hoje. As anotações foram feitas com auxílio dos professores Antonio Cândido, Decio de Almeida Prado e Paulo Emílio Sales Gomes. O critério adotado para a escolha do número de texto de cada coluna foi a proporção aproximada ao número total de artigos de cada uma no jornal. (Com exceção da coluna "Teatros e Salões", de que re- produzi apenas os artigos referidos por Oswald no livro de memórias). V. C. DESCONVERSA Este livro reúne os inéditos de jornal de Oswald de An- drade. Para a sua composição selecionei os textos que julguei mais importantes das colunas fixas (os esparsos compreendem ainda uma grande quantidade de artigos avulsos e alguns jor- nais e revistas). A coleção particulariza o ponto de vista de que os escritos de jornal, por seu caráter imediatista e impro- visador, podem ajudar a compreender a personalidade literária contraditória e inquietante do seu autor (*) juntamente com os elementos que o estudo sistemático da sua obra publicada oferece. A atividade jornalística, embora intermitente, acompanha a vida literária do escritor, que começa como redator da colu- na teatral, "Teatros e Salões", do Diário Popular em 1909. Nessa época, a sua crítica é convencional. Ele distribui o aplau- so entre os espetáculos de óperas e operetas, segue as estréias mais importantes, noticia a exibição de filmes e anota curio- sidades a respeito do mundo um tanto sentimentalizado do teatro. Esta seção é redigida por ele desde abril de 1909, até pouco antes da fundação de O Pirralho, em agosto de 191L A coluna "Feira das Quintas" data de setembro de 1926 a (1) Esta questão será estudada num próximo trabalho (minha tese de doutoramento) de que este livro 6 um produto lateral A anto- logia não 6 rigorosamente uma edição crítica e nem reconstitui a totalidade do discurso jornalístico de Oswald.
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