Histórico

A história da duplicação da BR-470 já se arrasta por alguns anos. Vários adiamentos e promessas não cumpridas fazem com que a obra nem comece.

Em 2007, as obras de duplicação da rodovia foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com isso foram contratadas as empresas para realizar os estudos necessários. O estudo de viabilidade técnica foi concluído três anos depois, em março de 2010. Já em 2011, executou-se o Estudo de Impacto Ambiental e os municípios de e Gaspar realizaram audiências públicas.

Terminada esta etapa, que durou quatro anos, em visita ao Governador do Estado, a presidenta Dilma Rousseff anunciou que o edital de duplicação do trecho -Navegantes (de 74 km) seria lançado em julho de 2011. Contudo, isso não aconteceu, porque o estudo executivo, obrigatório para a licitação, não havia sido concluído. Ele fora prometido para setembro de 2011 pelo superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) em SC, João José dos Santos, em abril do mesmo ano. Porém, não foi cumprido. O Dnit disse que o entregaria em dezembro de 2011, mas novamente adiou.

Até o momento esse estudo não foi finalizado. A expectativa é que fique pronto nesse primeiro semestre, com isso o Dnit admite a possibilidade de início da obra até o final do ano, se não houver nenhum tipo de entrave – caso contrário tudo esperará até 2013. O custo avaliado pelo Departamento é de R$ 1,4 bilhão. Os outros percursos ficam para outra etapa.

Ibama

A liberação pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para o Dnit poder fazer a obra de duplicação também tem sido um problema. Tanto é que o Ministério Público Federal teve de intervir. O primeiro requerimento de licença ambiental foi enviado ao Ibama 15 de fevereiro de 2007. Na visão do procurador da República João Marques Brandão Néto, o órgão faz exigências abusivas, que atrasam a liberação.

O MP questiona, por exemplo, a necessidade de um estudo sobre as comunidades quilombolas de Morro do Boi e Valongo, localizadas em Balneário Camboriú e , municípios cerca de 30 quilômetros distantes de Navegantes, início da BR-470. O Ibama requisita até mesmo que a Fundação Cultural dos Palmares e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional se manifestem.

Mortes Simultaneamente aos consecutivos adiamentos aconteceram muitas mortes na BR-470. Segundo dados do Jornal de , 165 pessoas morreram na rodovia em 2011, 50% mais que o ano anterior. Outro levantamento do jornal é ainda mais estarrecedor: 812 vidas ceifadas de 2005 até 17 de novembro de 2011, no trecho entre Navegantes e Ponte Alta. Média de uma morte a cada três dias e duas horas.

O trecho que registrou o maior número de mortes nesse período foi o de Indaial, o qual também está no trecho a ser duplicado pelo Dnit. Foram 127 pessoas mortas. Vidas que poderiam ter sido poupadas se houvesse melhores condições na rodovia.